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1
Estabelecimentos de saúde privados no Brasil: questões acerca dadistribuição geográfica e do financiamento da demanda·
Luís Otávio Farias1
Resumo
Este artigo analisa a distribuição geográfica dos estabelecimentos de saúde
privados no Brasil e o papel desempenhado pelas Empresas Operadoras de Planos de
Saúde enquanto agentes de financiamento da demanda que viabilizam o mercado
consumidor para os serviços produzidos nestes estabelecimentos.
As principais fontes de dados utilizadas são as Pesquisas de Assistência Médico-
Sanitária realizadas pelo Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – nos
anos de 1999 e 2002. O estudo é de natureza fundamentalmente descritiva e visa
apresenta um quadro sintético sobre a dimensão do setor privado na assistência à
saúde nas diversas regiões do país, destacando particularmente a rede de prestadores
credenciados pelas operadoras de planos de saúde.
1. Introdução
Transformações ocorridas nas últimas duas décadas afetaram de forma
importante o conjunto de atores envolvidos nos processos de assistência à saúde no
Brasil. Na década de 80, novos arranjos políticos e econômicos começaram a se
estruturar e, já na década seguinte, uma nova configuração se impunha no desenho
do sistema de saúde brasileiro. De forma geral, o novo desenho baseia-se numa
segmentação da assistência por meio de dois “subsistemas” independentes, um de
caráter público, e outro, privado (Farias e Melamed, 2003).
Por um lado, tivemos a instauração do Sistema Único de Saúde (SUS), público,
gratuito e universal, sendo operado pelos municípios e sob coordenação do governo
federal. O SUS significou a afirmação da assistência à saúde como um direito social
constitucionalmente reconhecido e, em conseqüência, promoveu a extensão do acesso
aos serviços públicos de saúde para os segmentos sociais excluídos do modelo de
proteção médico-previdênciária que vigorou até meados da década de 1980. De outro
lado, observamos a organização de um “subsistema” privado ancorado na criação e
1 Pesquisador do Departamento de Ciências Sociais da Escola Nacional de Saúde Pública –ENSP/FIOCRUZ.
2
expansão de empresas operadoras de planos de saúde, o qual hoje denominamos
setor de saúde suplementar.
Organizando-se em diferentes modalidades jurídico-administrativas, tais como a
medicina de grupo, cooperativas, auto-gestão, ou ainda, como seguradoras strico
sensu, as Empresas Operadoras de Planos de Saúde (EOPS) se constituíram
efetivamente como a força motriz na viabilização de um mercado privado de grande
dimensão no campo da assistência à saúde. Com suas variadas formas de
organização e atuação, estas empresas firmaram-se como agentes centrais de um
modelo de financiamento de demanda que hoje provê acesso ao mercado privado de
assistência à saúde para aproximadamente 36 milhões de brasileiros, segundos os
dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar.
A magnitude da população segurada pelas operadoras introduziu alterações
estruturais no mercado de produção de cuidados assistenciais em saúde, afetando
diretamente os prestadores de serviços privados, quer sejam eles clínicas, hospitais,
unidades a apoio à diagnose e terapia, ou ainda, médicos autônomos que atuam em
seus próprios consultórios. Se antes o Estado e, em menor escala, o consumidor
privado individual, eram tradicionalmente os agentes econômicos para os quais os
prestadores vendiam seus serviços, a introdução de um novo agente de mercado
representado pelas EOPS produziu novos movimentos e equilíbrios no mercado,
ampliando a demanda e propiciando uma nova alternativa de financiamento para as
atividades do setor. Considerando a escassez relativa dos recursos estatais e a
dificuldade dos indivíduos custearem por desembolso próprio as ações de assistência à
saúde, principalmente aquelas que requerem procedimentos hospitalares, nota-se que
as EOPS desempenham um papel crucial na sustentabilidade dos agentes que
compõem o mercado privado de assistência à saúde no Brasil.
Por certo, as conseqüências da estruturação econômica do setor de saúde
suplementar não são distintas quando focalizamos os profissionais autônomos que
atuam em seus consultórios ou os estabelecimentos de saúde organizados
empresarialmente, tais como hospitais, clínicas e unidades de apoio à diagnose e
terapia. Para os médicos que atuam em seus consultórios como profissionais
autônomos é provável que a expansão dos mecanismos de financiamento de demanda
baseados nas EOPS tenham gerado benefícios menos paupáveis do que aqueles
produzidos para o setor hospitalar, por exemplo. Isto ocorreria porque a expansão da
3
população coberta por planos de saúde tenderia a provocar simultaneamente o
encolhimento da clientela que consumia consultas mediante desembolso próprio e,
além disso, a remuneração das consultas intermediadas pelas operadoras é, via de
regra, muito inferior ao valor cobrado do cliente particular. Noutras palavras,
argumentamos que na, provisão de consultas, os planos de saúde tendem a ter menor
efeito sobre a ampliação da demanda e do faturamento, visto que uma parcela
significativa dos seus segurados teria condições de consumir este tipo de
procedimento através de desembolso direto e propiciando melhor remuneração para o
prestador.
Há inúmeros pontos de atrito neste triângulo formado por usuários, prestadores
de serviço e EOPS. Não resta dúvida de que existe uma grande assimetria de poder
em favor das operadoras, fato que deve ser permanentemente compensado pela ação
regulatória do Estado. Entretanto, é inegável a relevância social e econômica do
sistema de saúde suplementar na atual realidade brasileira, tanto pelo contigente
populacional por ele assistido, quanto pelo seu papel na sustentabilidade econômica
dos prestadores privados de serviços de saúde. Estimativas divulgadas no 6º
Simpósio de Planos de Saúde, organizado pela Associação Brasileira de Medicina de
Grupo no primeiro semestre de 2003, dão conta de que o sistema supletivo
movimenta aproximadamente 26 bilhões de reais anualmente (ABRAMGE, 2003),
quantia similar ao orçamento do Ministério da Saúde no ano de 2001.
O presente artigo tem como objetivo mapear a distribuição geográfica dos
estabelecimentos de saúde privados no Brasil e analisar participação das EOPS na
viabilização do mercado privado de assistência à saúde nas diferentes regiões do país.
Para realizar esta tarefa, apóia-se nos dados produzidos pelas Pesquisas de
Assistência Médico-Sanitária de 1999 e 2002, executadas pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
2. Notas sobre as Pesquisas de Assistência Médico-Sanitária – AMS/IBGE
Desde 1976 o IBGE é responsável pela realização periódica da Pesquisa de
Assistência Médico-Sanitária (AMS). A AMS é uma pesquisa censitária que tem como
objetivo levantar dados sobre os estabelecimentos de saúde públicos e privados
existentes no país. No período que vai de 1976 a 1990 a pesquisa teve periodicidade
4
anual, e no decorrer da década de noventa foi interrompida por alguns anos, sendo
executada apenas em 1992 e 1999. Na década atual a pesquisa foi realizada em
2002 e sua periodicidade esta sendo retomada, agora com intervalo bianual, já
estando a pesquisa de 2004 em fase de preparação pelo IBGE.
A AMS é a mais importante fonte de dados sobre as características e a evolução
dos estabelecimentos de saúde no Brasil, ainda que as mudanças ocorridas nos
questionários e na definição do universo da pesquisa dificultem, ou mesmo
inviabilizem, a comparação de algumas variáveis ao longo do tempo. Estas mudanças
no formato da pesquisa têm procurado acompanhar as próprias transformações do
sistema de saúde nestas três décadas.
Face à expansão do setor supletivo de saúde, as pesquisas de 1999 e,
principalmente a de 2002, incluíram variáveis importantes para a análise e
acompanhamento deste setor. Nestes dois anos a AMS identificou a presença dos
planos de saúde na composição das fontes de financiamento dos estabelecimentos de
saúde e, em 2002, capturou o número de consultas e internações realizadas por
intermédio dos planos, além de registrar o número de operadoras para as quais cada
estabelecimento prestava serviços.
Deve-se ressaltar que o universo da pesquisa exclui os consultórios particulares
de profissionais autônomos (ver Quadro 1), os quais representam uma fração
significativa da rede de prestadores de serviços no setor supletivo. Contudo, mesmo
deixando de capturar informações relativas a estes profissionais, a AMS permite
dimensionar a importância das EOPS para o conjunto dos agentes econômicos
privados que ofertam serviços de assistência à saúde, pois não há razões para supor
que o grau disseminação desta fonte de financiamento entre estes profissionais
autônomos seja radicalmente distinto daquele observado entre os estabelecimentos
pesquisados.
A AMS classifica os estabelecimentos em três segmentos quanto ao tipo de
atendimento/serviço prestado: a) estabelecimentos com internação (com leito para
internação por período mínimo de 24 horas); b) estabelecimentos sem internação
(atendimento ambulatorial, de emergência ou hospital-dia); c) estabelecimentos de
serviços de apoio a diagnose e terapia - SADT. Ressalte-se que, estabelecimentos
mistos que possuem leitos para internações são classificados no primeiro segmento.
Os estabelecimentos e/ou setores de apoio a diagnose e terapia que operam dentro
5
de um estabelecimento ambulatorial ou hospitalar não são computados, como
estabelecimento, no universo da pesquisa.
Quadro 1 – Definição do Universo da Pesquisa de
Assistência Médico-Sanitária
Estabelecimentos que são objeto da
pesquisa
Estabelecimentos que NÃO SÃOobjeto da pesquisa
(a) Os estabelecimentos de saúdeprivados, registrados como pessoajurídica (CNPJ), onde atuem três oumais profissionais de saúde, comadministração única e que tenhapelo menos um funcionário própriodo estabelecimento (auxiliar deenfermagem, secretária, atendente,etc.).
(b) Os estabelecimentos de saúde querealizem procedimentos de Apoio àDiagnose e Terapia ou de CirurgiaAmbulatorial, registrados comopessoa jurídica (CNPJ) e com pelomenos um funcionário próprio,independente do número deprofissionais de saúde que atuem noestabelecimento.
(c) Os estabelecimentos públicos desaúde, independente do número defuncionários e do registro de pessoajurídica, desde que tenhaminstalação física destinadaexclusivamente a ações na área desaúde.
(d) Estabelecimentos de Saúde cominternação, independente donúmero de funcionários, quepossuam instalações adequadas aoatendimento de pacientes com umtempo de permanência superior a24 horas e possuam pelo menos ummédico responsável.
(a)Consultórios particularesdestinados à consulta depacientes, ministrada porprofissionais de saúdeautônomos, como: médicos,psicólogos, enfermeiros, etc.,sem o registro de pessoa jurídica(CNPJ) ou sem o número mínimode profissionais de saúde exigidono subitem (a) ou (b) deEstabelecimentos que são objetoda pesquisa;
(b)Ambulatórios médicos ougabinetes dentários da redeescolar que se destinamexclusivamente ao atendimentode alunos e funcionários;
(c) Ambulatórios médicos ougabinetes dentários de empresasparticulares ou entidadespúblicas cujos atendimentossejam exclusivos a seusempregados;
(d)Estabelecimentos de saúde quese dedicam exclusivamente àpesquisa ou ao ensino, que nãorealizem atendimento ou examesde pacientes, regularmente;
(e)Estabelecimentos criados emcaráter provisório de campanha.
Fonte: IBGE. 2002. Estatísticas da Saúde. Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária 2002. Rio de Janeiro.
6
Por fim, faz-se necessário esclarecer que, ao contrário da AMS de 1999, a
edição de 2002 incluiu no universo de estabelecimentos SADT os laboratórios de
análises clínicas que fazem apenas análises de bioquímica e/ou bacteriologia. Está
mudança do universo explica o crescimento do número de estabelecimentos deste
segmento no período 1999-2002, assim como uma parte do crescimento do número
total de estabelecimentos de saúde. Análises sobre o crescimento real do número de
estabelecimentos de saúde no país neste período devem, portanto, excluir o segmento
SADT até que compatibilização dos universos nos dois anos só poderá ser feita
realizada, operação que implica na manipulação dos microdados da pesquisa, os quais
ainda não se encontram disponíveis.
3. Dispersão geográfica dos estabelecimentos de Saúde no Brasil
A Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária realizada em 2002 registrou a
existência de 65.343 estabelecimentos de saúde no Brasil, concentrados
majoritariamente nas Regiões Sudeste e Nordeste, sendo 37,4% na primeira região e
outros 28,9% na segunda. Juntas, estas duas regiões reúnem 66,3% dos
estabelecimentos de saúde do país. Esta concentração geográfica dos
estabelecimentos é, em parte, justificada pela própria distribuição espacial da
população do país, visto que estas mesmas regiões concentram respectivamente
42,6% e 28% da população brasileira, segundo as projeções demográficas do IBGE
para o ano de 2002.
Desta forma, nota-se que no Sudeste existe até um ligeiro desequilíbrio
negativo quando compara-se o percentual de habitantes e o percentual de
estabelecimentos de saúde concentrados na Região. Entretanto, uma avaliação sobre
a equidade da distribuição dos estabelecimentos saúde pelas diferentes Regiões do
país deve considerar, no mínimo, dois critérios básicos: a) a justa proporção do
número de estabelecimentos em relação ao número de habitantes; b) a ponderação
dos efeitos provocados pela maior ou menor densidade demográfica.
7
Tabela 1 – Estabelecimentos de saúde, segundo o tipo de atendimento.Brasil e Grandes Regiões - 2002
Total
ComInternaç
ão
SemInternaç
ão SADT Brasil 65343 7397 46428 11518Norte 5137 642 3959 536Nordeste 18912 2328 14764 1820Sudeste 24412 2376 16647 5389Sul 11757 1206 7826 2725Centro-Oeste 5125 845 3232 1048
Fonte: Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária 2002. IBGE.
Quanto mais elevada for a densidade demográfica, maior será a possibilidade
de aproveitamento intensivo da capacidade instalada. Neste sentido, a aparente
desvantagem do Sudeste, mencionada no parágrafo anterior, é compensada pela alta
densidade demográfica observada nesta Região (78,2 habitantes/Km2). Já a Região
Norte, devido à sua baixa densidade demográfica (3,35 habitantes/Km2) deveria ser
compensada por uma maior proporção de estabelecimentos de saúde, o que, aliás,
ocorre em algum grau quando observamos exclusivamente os estabelecimentos
públicos (ver Gráfico 1). A Região Sul é sem dúvida a mais beneficiada, visto que
possui simultaneamente uma alta densidade demográfica – a segunda maior do país,
com 43,5 habitantes/Km2 – e um desequilíbrio positivo no número de
estabelecimentos de saúde vis-à-vis o número de indivíduos residentes na Região.
Gráfico 1 – Estabelecimentos de saúde por 10 mil habitantes,segundo esfera administrativa. Brasil e Grandes Regiões - 2002
3,7 3,8 3,9
3,3
4,64,2
2,2
3,02,7
1,6
2,52,2
1,6
0,81,2
1,72,1 2,0
0,5 0,3 0,4 0,40,9
0,7
0
1
2
3
4
5
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Total Públicos Privados Privados SUS
8
O Gráfico 3 utiliza o indicador “estabelecimentos de saúde por 10 mil
habitantes” para que possamos visualizar possíveis desigualdades na razão entre o
número de estabelecimentos de saúde e a população residente em cada uma das
Regiões do país, considerando ainda a natureza pública ou privada destes mesmos
estabelecimentos2. Como já assinalamos, para uma análise mais acurada deste
indicador faz-se necessária alguma forma de ponderação pela densidade demográfica.
Considerando os dois critérios mencionados para avaliar a equidade da distribuição
geográfica dos estabelecimentos, verifica-se que o estado do Amazonas e o que
apresenta a pior combinação de indicadores, com 2,98 estabelecimentos por 10 mil
habitantes e uma densidade demográfica de 1,79 hab./Km2. No extremo oposto, o
Distrito Federal apresenta a combinação mais favorável, com 4,03 estabelecimentos
por 10 mil habitantes e densidade demográfica de 352,16 hab./Km2.
Deve ficar claro que promover a equidade, no que se refere a um melhor
equilíbrio na disponibilidade de infra-estrutura para atenção à saúde nos diferentes
estados e regiões do país é, por certo, uma obrigação das políticas públicas e não do
mercado. Sob a ótica do setor privado a escolha de localidades para investimentos
precisa ser pautada por critérios econômicos alheios, via de regra, aos critérios de
justiça social. Mais adiante apresentaremos dados que comprovam empiricamente o
efeito de variáveis econômicas na determinação do padrão de distribuição geográfica
dos estabelecimentos de saúde privados.
Embora operem a partir de princípios diferenciados, Estado e mercado atuam
numa relação de simbiose na provisão dos serviços de assistência à saúde. O setor
privado responde por 41,3% do total de estabelecimentos de saúde do país, e é
amplamente majoritário nos segmentos hospitalar e de apoio à diagnose e terapia,
concentrando, respectivamente, 65% e 94% dos estabelecimentos nestes segmentos.
Já no que se refere ao segmento ambulatorial, as unidades do setor público
respondem por 75% dos estabelecimentos.
2 A categoria “Privados SUS” refere-se aos estabelecimentos privados que ofertam serviços aoSUS. A Categoria “Privados” contém todos os estabelecimentos de saúde desta naturezaadministrativa, inclusive aqueles computados na categoria “Privado SUS”
9
Gráfico 2 – Estabelecimentos de saúde, segundo tipo de atendimento e natureza administrativa. Brasil – 2002.
38347
2588
35086
673
26996
4809
11342 10845
0
10000
20000
30000
40000
Total ComInternação
SemInternação
SADT
Públicos
Privados
A distribuição geográfica dos estabelecimentos do setor privado obedece a um
padrão próprio, diferente daquele que é observado para o setor público. Na Região
Sudeste, por exemplo, estão concentrados 31,6% dos estabelecimentos públicos de
saúde do país, e 45,5% do total nacional de estabelecimentos privados. Já a Região
Nordeste concentra 34,4% dos estabelecimentos públicos de saúde do país e apenas
21,1% do total nacional de estabelecimentos privados.
A análise do percentual de participação do setor privado no interior de cada
Região é um outro modo pelo qual podemos perceber variações expressivas entre as
distintas Regiões (ver Tabela 2 e Gráfico 3). No Sudeste 50,3% dos estabelecimentos
de saúde são privados, enquanto no Norte estes são apenas 22,2%. Quando
analisamos os dados tomando os estados como unidade de análise, verificamos que a
amplitude de variação é ainda maior. Nos estados de Roraima, Acre e Alagoas a
participação do setor privado em número de estabelecimentos é inferior a 16%, ao
passo que nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal a
participação do setor privado alcança, respectivamente, 54,9% , 62,3% e 84% dos
estabelecimentos. Subjacente a toda esta variação, pode-se encontrar a existência de
um padrão capaz de explicá-la, como veremos a seguir.
Tabela 2 – Estabelecimentos de saúde por Esfera Administrativa.Brasil e Grandes Regiões - 2002
Público Privados TotalN % N % N %
10
Brasil 38347 58,72699
6 41,36534
3 100Norte 3995 77,8 1142 22,2 5137 100
Nordeste 13198 69,8 5714 30,21891
2 100
Sudeste 12121 49,71229
1 50,32441
2 100
Sul 6357 54,1 5400 45,91175
7 100Centro-Oeste 2676 52,2 2449 47,8 5125 100
Fonte: Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária 2002. IBGE
Utilizando um modelo estatístico de análise de regressão (ver anexo III)
podemos comprovar que o percentual de participação do setor privado no conjunto
total dos estabelecimentos de saúde dos estados é fortemente determinado pelo grau
de desenvolvimento econômico local, mensurado pela variável pela variável PIB per
capta. Quanto maior o valor observado para o PIB per capta do estado, maior tende a
ser o percentual de participação dos estabelecimentos privados no total dos
estabelecimentos de saúde do estado. Além disso, pode-se ver na matriz de
correlações (Quadro 2) que o percentual do setor privado no conjunto total dos
estabelecimentos de saúde do estado também está fortemente associado ao
percentual de população coberta por planos de saúde, variável está que também é
fortemente afetada pelo PIB per capta.
Os dados utilizados permitem perceber e explicar um claro padrão de dispersão
geográfica dos estabelecimentos de saúde privados, explicitando sua relação com o
desenvolvimento econômico estadual/regional (ver Gráfico 2). Também no que
concerne à proporção dos estabelecimentos privados que prestam serviços aos planos
de saúde é possível identificar um certo padrão nas UF’s. Há uma tendência a que a
dimensão do setor privado no interior da UF aumente conforme aumenta a população
segurada pelas EOPS e a própria proporção de estabelecimentos privados
credenciados a planos (ver Quadro 2). Embora menos nítido e determinante, este
padrão indica aponta para uma associação entre a expansão do setor supletivo e a
expansão da rede de prestadores privados.
11
Gráfico 3 (Scatterplot) – Correlação entre o PIB per capta estadual e opercentual de estabelecimentos privados no total dos estabelecimentos de
saúde do estado
Percentual de Estabelecimentos Privados no Total da UF - AMS 2002
908070605040302010
PIB
per
cap
ita 2
000
16000
14000
12000
10000
8000
6000
4000
2000
0
DF
RJSP
SC
AM
RR
Quadro 2 – Matriz de Correlações de Pearson
VARIÁVEIS% de estab.Privados no
total dos estab.de saúde doestado (AMS
2002)
PIB per captaestadual (R$)(IBGE 2000)
% da pop.coberta por
planos de saúdeno estado (Pnad
1998))
% de estab. privados no totaldos estab. de saúde doestado (AMS 2002)
1,000
PIB per capta estadual (R$)(IBGE 2000)
,874
% da pop. coberta por planosde saúde no estado (Pnad1998)
,871 ,860
% dos estab. privados queprestam serviços para EOPSna UF (AMS 2002)
,609 ,486 ,509
12
4. Fontes de financiamento dos estabelecimentos de saúde privados
As fontes de financiamento dos serviços prestados pelos estabelecimentos de
saúde são classificadas pela AMS em quatro tipos: SUS; plano de saúde de terceiros;
plano de saúde próprio; particular. Obviamente, a presença de uma fonte de
financiamento não exclui a presença simultânea das demais. De forma geral, os
prestadores tendem a operar com múltiplas fontes de financiamento, sendo mais
freqüente a combinação entre clientes particulares e planos de saúde de terceiros.
No questionário da AMS esta pergunta permite ao respondente assinalar
múltiplas opções de resposta. É importante ressaltar que, para efeito da participação
dos tipos de financiadores, cada estabelecimentos será contado tantas vezes quantas
forem as suas fontes de financiamento declaradas. Por esta razão, no Gráfico 4 não
há correspondência entre a soma do número de estabelecimentos por fonte
financiadora e o número total estabelecimentos existentes.
Gráfico 4 – Número de estabelecimentos de saúde privados, segundo fonte financiadora e tipo de atendimento. Brasil – 2002.
10.845
1.357
3.674
8.269
9.626
4.809
11.342
3.2883.965
0
3.000
6.000
9.000
12.000
Com Internação Sem Internação SADT
Total de Estabelecimentos Com financiamento SUS Com financiamento de Planos de Terceiros
De acordo com os dados da AMS, em 1999 apenas 9% dos estabelecimentos de
saúde privados financiavam-se exclusivamente pela prestação direta de serviços aos
consumidores/usuários, ou seja, por meio dos chamados serviços particulares. A
13
reduzida capacidade individual para custear os gastos com assistência à saúde é um
problema reconhecido em todos países, fato que leva quase que invariavelmente ao
desenvolvimento de seguros públicos ou privados que coletivizam os riscos e os
custos envolvidos na atenção à saúde.
Alguns procedimentos assistenciais podem ser mais facilmente custeados pelos
indivíduos, como acontece, por exemplo, com o consumo de consultas médicas. No
entanto procedimentos mais complexos podem gerar custos impossíveis de serem
financiados individualmente para esmagadora maioria das pessoas, mesmo para
aquelas pertencentes às camadas médias e altas da sociedade. Uma vez que, em
maior ou menor grau, todas as pessoas correm o risco de em algum momento
necessitar de serviços médicos de custo elevado, os modelos de securitização, em
sentido lato, são as formas mais apropriadas para garantir proteção, entendida como
possibilidade de acesso/consumo aos serviços de saúde no momento em que deles se
venha a necessitar.
Esta particularidade do consumo de serviços em saúde faz com que
sobrevivência econômico-financeira dos agentes de mercado que ofertam serviços
assistenciais em saúde dependa, em grande medida, da existência de estruturas de
financiamento da demanda (ou da oferta, conforme o caso) consubstanciadas na
forma de seguro público ou privado. A existência de um agente econômico
intermediário entre o prestador e o usuário do serviço constitui a situação mais
comumente encontrada nas relações de consumo neste setor, principalmente na
atenção hospitalar.
Quando analisamos de forma separada os estabelecimentos privados
hospitalares (com internação) e os de natureza ambulatorial (sem internação) a
questão da limitação individual de financiamento do consumo de procedimentos
complexos fica ainda mais explícita. Em 1999, apenas 3,2% dos hospitais privados se
mantinham exclusivamente com clientes particulares. Já entre os estabelecimentos
privados de natureza ambulatorial, 12,3% atendiam exclusivamente a clientes
particulares. Embora o percentual de estabelecimentos ambulatoriais que só
atendiam clientes particulares também seja relativamente pequeno, ele é quase
quatro vezes maior que aquele apresentado pelos hospitais. Isto reforça a idéia já
exposta anteriormente de que, para o exercício da clínica em consultório, o
financiamento de demanda através das EOPS seria, a princípio, uma estratégia menos
14
atrativa, mas que acaba tornando-se necessária para os médicos na medida em que
as operadoras passam a capturar para si grande parte da potencial clientela dos
consumidores de consultas particulares.
No que se refere a presença do financiamento pelo sistema público, os dados de
2002 registram que 30,8% dos estabelecimentos privados prestam serviços ao SUS.
O sistema público de saúde ainda é um financiador importante no segmento hospitalar
privado, sendo apontado como uma das fontes financiadoras por 68,4% destes
estabelecimentos. Nos segmento de apoio à diagnose e terapia e, principalmente,
entre os estabelecimentos ambulatoriais, a participação do SUS é bem mais reduzida,
embora ainda se mantenha num patamar expressivo. Entre os estabelecimentos de
SADT 33,9% prestam serviços ao SUS e no segmento ambulatorial somente 12%.
Neste último houve uma redução importante na participação do SUS, visto que em
1999 ele havia sido apontado como uma das fontes de financiamento por 17% deste
segmento. É possível que esta redução esteja relacionada a ampliação da rede
pública de atenção básica, impulsionada pela expansão do Programa de Saúde da
Família.
Os planos de terceiros foram apontados como uma das fontes financiadoras em
80,9% dos estabelecimentos privados em 2002, indicando em relação a 1999 um leve
crescimento desta fonte de financiamento, que naquele ano havia sido apontada por
77,2% destes estabelecimentos. A presença dos Planos de Terceiros como fonte
financiadora dos estabelecimentos privados é elevada nos três segmentos
assistenciais, sendo registrada em 79,2% do segmento hospitalar, 70% do
ambulatorial e 89,9% no Apoio à Diagnose e Terapia (AMS 2002).
Embora nos últimos anos tenha ocorrido uma redução no número de beneficiários do sistemade saúde suplementar, nota-se que, até o período de realização da AMS, este fenômeno nãohavia provocado efeito negativo sobre o credenciamento de prestadores. Como foidemonstrado acima, entre 1999 e 2002 houve até mesmo um aumento, ainda que pequeno,no percentual de estabelecimentos privados que prestam serviços a planos de saúde3.
3 Estima-se uma redução de seis milhões de beneficiários no setor supletivo entre os anos2000 e 2003, segundo informações divulgadas no 6º Simpósio de Planos de Saúde (ABRAMGE,2003) e em artigo publicado pelo Presidente da Fenaseg no Jornal do Brasil (15/03/2003).Quanto aos efeitos sobre os prestadores, a ABRAMGE acusa uma redução de 4,7% no númerode médicos credenciados à Medicina de Grupo neste mesmo período. Quanto ao número dehospitais, a redução teria sido de 3,9%, mas este dado deve ser relativizado, uma vez que osdados da AMS apontam uma redução de 7,4 o número total de hospitais privados no período1999-2002.
15
Eventuais efeitos da redução do número de beneficiários sobre o movimento de
pacientes e o faturamento dos prestadores não podem ser mensurados pelos dados
que dispomos, mas devemos lembrar que o aumento do consumo médio de
procedimentos médicos por parte dos usuários de planos de saúde – fato
freqüentemente apontado como problema pelas EOPS – pode compensar, do ponto de
vista dos prestadores, a redução ocorrida no universo de consumidores/beneficiários.
Resta, por fim, o problema da administração dos custos crescentes num
contexto de aumento do consumo de procedimentos (além da elevação de custos
derivada da regulação, da inflação setorial, da incorporação tecnológica etc), o que no
limite poderia colocar em xeque a própria viabilidade do mercado supletivo, com
danos para operadoras, prestadores e cidadãos. Vale destacar que, no geral, o
sistema público de saúde apresenta uma tendência progressiva de redução na compra
de serviços assistenciais do setor privado, logo tende a não absorver uma eventual
capacidade ociosa deste último numa situação de crise do setor supletivo. Pior que
isso, é a própria incapacidade atual do SUS para absorver uma migração massiva de
beneficiários das EOPS.
Os planos próprios constituem uma outra alternativa de financiamento utilizada
pelos estabelecimentos privados. Em 1999, 12,4% dos estabelecimentos privados
utilizavam-se desta estratégia de financiamento, com variações regionais entre 6,8%
no Centro-Oeste e 14,7% no Sudeste. Esta estratégia de financiamento é mais
difundida nos segmentos hospitalar e ambulatorial. No segmento de apoio à dignose e
terapia este tipo de financiamento é residual, sendo utilizado por apenas 3,3% dos
estabelecimentos. Sobrepondo-se os segmentos assistenciais (com internação, sem
internação e SADT) e as Grandes Regiões, nota-se que era entre os hospitais da
Região Sudeste que o financiamento por meio de planos próprios era utilizado com
maior freqüência, sendo apontado por 22,6% dos hospitais.
A partir dos dados da AMS de 2002 é possível perceber que o processo de
regulação do setor supletivo em saúde afetou diretamente a operação dos planos
próprios, causando uma redução no número de estabelecimentos que utilizam esta
estratégia. Em função da indisponibilidade dos microdados de 2002 não é possível
16
uma comparação precisa com o ano de 19994. Todavia, tomando-se o universo total
da pesquisa em ambos os anos, verifica neste período uma queda de -15,9% no
número de estabelecimentos que contam com financiamento por plano próprio,
passando estes de 3.274 em 1999 para 2.754 no ano de 2002. Para todas as outras
fontes de financiamento observa-se uma tendência inversa, com crescimento entre
16,6% e 20,1% (SUS e Plano de Terceiros, respectivamente) no número de
estabelecimentos.
5. Volume de serviços produzidos e fontes de financiamento
As novas variáveis introduzidas no questionário da AMS em 2002 permitem
analisar o volume de serviços produzidos – consultas e internações – nos
estabelecimentos de saúde, segundo as fontes de financiamento. Estas fontes são
classificadas em três tipos: SUS; Convênios (planos de terceiros ou próprios);
Particular. As informações coletadas são referentes ao ano de 2001. Deve ficar claro
que a proporção de cada fonte no volume de serviços produzidos não corresponde à
sua contribuição no faturamento dos estabelecimentos, visto que o valor pago por um
mesmo procedimento irá variar de acordo com a fonte pagadora.
Os dados coletados pela AMS 2002 indicam que setor privado responde por
aproximadamente 1/3 das consultas realizadas nos estabelecimentos pesquisados
(Gráfico 5), entretanto devemos lembrar que o universo da pesquisa não contempla
os pequenos consultórios médicos, os quais são responsáveis por grande número de
consultas realizadas através dos planos de saúde ou de desembolso próprio.
4 Em 1999, 402 estabelecimentos públicos registravam a presença de planos próprios entresuas fontes de financiamento. Com os dados que dispomos, não foi possível desagregar osestabelecimentos públicos e privados para o ano de 2002. Este procedimento seria importantepara podermos verificar a queda desta modalidade de financiamento está relacionada de formaespecífica à natureza administrativa dos estabelecimentos.
17
17
Gráfico 5 – Participação dosestabelecimentos Públicos e Privados
na realização de consultasBrasil – 2001
Privado32%
Público68%
Fonte: AMS 2002
Gráfico 6 – Participação percentual dosFinanciadores nas Consultas produzidas em
estabelecimentos PrivadosBrasil - 2001
Particular15%
SUS31%
Convênios54%
Fonte: AMS 2002
Analisando a participação das distintas fontes de financiamento para as
consultas realizadas em estabelecimentos privados, nota-se que os planos de
saúde são responsáveis por 54% das consultas produzidas pelo setor privado
(Gráfico 6), assinalando uma vez mais a grande dependência dos
estabelecimentos privados em relação às EOPS. Apenas na Região Nordeste os
sistema público de saúde coloca-se como comprador de serviços com volume
similar ao das operadoras (ver Gráfico 7).
Tabela 3 – Participação dos estabelecimentos Públicos e Privados naprodução de consultas Brasil e Regiões – 2001
% Privado% Público
Brasil 32,5 67,5Norte 21,1 78,9Nordeste 29,9 70,1Sudeste 35,8 64,2Sul 27,5 72,6Centro-Oeste
38,2 61,8
Fonte: AMS 2002
18
18
Gráfico 7 – Participação percentual dos Financiadores nas Consultas produzidas em estabelecimentos Privados - Brasil e
Regiões - 2001
4543
5950
60
31
43
2832
15
23
14 1318
25
0
15
30
45
60
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Convênios SUS Particular
Fonte: AMS 2002
No que se refere às internações, a participação dos setores público e
privado é radicalmente distinta daquela observada para a produção de consultas.
Os estabelecimentos privados são responsáveis pela maioria das internações
realizadas no Brasil em 2001, respondendo por 69,5% deste total. Entretanto,
embora realizadas em estabelecimentos privados, estas internações são
financiadas majoritariamente pelo SUS. Como podemos ver no Gráfico 9, o SUS
responde pelo financiamento de 57% das internações realizadas nos
estabelecimentos privados, contudo há que se considerar a diferença nos valores
remuneração dos serviços, o que certamente eleva a participação das EOPS no
faturamento dos estabelecimentos.
19
19
Gráfico 8 –Participação dosestabelecimentos Públicos e
Privados nas InternaçõesBrasil – 2001
Privado69%
Público31%
Fonte: AMS 2002
Gráfico 9 – Internações produzidas emestabelecimentos Privados, segundo o
tipo de financiadorBrasil – 2001
Particular8%
SUS57%
Convênios35%
Fonte: AMS 2002
Nos estados de Alagoas e Tocantins, nos quais o setor supletivo ainda é
pouco desenvolvido, o SUS chega a ser responsável pelo financiamento de até
82% das internações produzidas nos estabelecimentos privados. Mesmo em um
estado como com São Paulo, no qual o mercado de saúde supletiva é bastante
dinâmico, o volume de internações financiadas pelo SUS alcança 44,5% do total
realizado pelo setor privado. O Distrito Federal constitui um caso atípico, pois
nesta UF os estabelecimentos privados têm os planos de saúde como fonte de
financiamento de 82,6% das internações, e uma participação de apenas 4,3% do
SUS.
Tabela 3 – Participação dos estabelecimentos Públicos e Privados naprodução de Internações Brasil e Regiões - 2001
Fonte: AMS 2002
Privado Público
Norte 51,7 48,3Nordeste 55,1 44,9Sudeste 76,3 23,7Sul 81,3 18,7Centro-Oeste 69,3 30,7Brasil 69,5 30,5
20
20
Gráfico 10 – Participação percentual dos Financiadores nas Internaçõesproduzidas em estabelecimentos Privados - Brasil e Regiões - 2001
6471
50
62
49
26 24
43
2937
105 7 9
14
0
20
40
60
80
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
SUS Convênios Particular
Fonte: AMS 2002
21
21
ANEXO I
Tabela 5 – Distribuição geográfica dos Estabelecimentos de SaúdePrivados Brasil 2002
Grandes Regiões eUnidades daFederação
Total Estabelecime
ntos ComInternação
Estabelecimentos Sem
Internação
Estabelecimentos SADT
Brasil 26996 4809 11342 10845
Norte 1142 297 373 472 Rondônia 199 56 33 110 Acre 50 7 14 29 Amazonas 165 28 83 54 Roraima 33 4 8 21 Pará 498 158 164 176 Amapá 51 8 30 13 Tocantins 146 36 41 69
Nordeste 5714 1117 2916 1681 Maranhão 369 125 153 91 Piauí 301 67 119 115 Ceará 849 142 436 271 Rio Grande do Norte 450 78 246 126 Paraíba 423 110 121 192 Pernambuco 1018 169 441 408 Alagoas 144 49 47 48 Sergipe 239 38 156 45 Bahia 1921 339 1197 385
Sudeste 12291 1877 5349 5065 Minas Gerais 3628 608 1300 1720 Espírito Santo 596 97 177 322 Rio de Janeiro 2914 396 1394 1124 São Paulo 5153 776 2478 1899
Sul 5400 948 1807 2645 Paraná 1942 410 628 904 Santa Catarina 1559 189 649 721 Rio Grande do Sul 1899 349 530 1020
Centro-Oeste 2449 570 897 982 Mato Grosso do Sul 444 102 109 233 Mato Grosso 434 140 104 190 Goiás 844 291 212 341 Distrito Federal 727 37 472 218
Fonte: Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária 2002. IBGE.
22
22
ANEXO II
Tabela 6 – Distribuição geográfica da rede de Prestadores Privados doSetor Supletivo – Brasil 2002
Grandes Regiões eUnidades daFederação
TotalEstabeleciment
os ComInternação
Estabelecimentos Sem
Internação
Estabelecimentos SADT
Brasil 2184
9
3965 8269 9626
Norte 874 235 255 384 Rondônia 138 47 16 75 Acre 37 4 8 25 Amazonas 127 22 61 44 Roraima 23 2 5 16 Pará 394 127 116 151 Amapá 34 7 14 13 Tocantins 121 26 35 60
Nordeste 4433 769 2261 1414 Maranhão 240 68 107 65 Piauí 241 51 91 99 Ceará 666 106 337 223 Rio Grande do Norte 362 42 202 118 Paraíba 303 72 77 165 Pernambuco 730 126 262 342 Alagoas 109 36 30 43 Sergipe 171 22 116 33 Bahia 1611 246 1039 326
Sudeste 9903 1587 3784 4532 Minas Gerais 2810 503 785 1522 Espírito Santo 518 86 132 300 Rio de Janeiro 2292 316 1005 971 São Paulo 4283 682 1862 1739
Sul 4532 862 1247 2423 Paraná 1615 345 452 818 Santa Catarina 1310 182 460 668 Rio Grande do Sul 1607 335 335 937
Centro-Oeste 2107 512 722 873 Mato Grosso do Sul 375 91 72 212 Mato Grosso 346 120 82 144 Goiás 763 268 174 321 Distrito Federal 623 33 394 196
Fonte: Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária 2002. IBGE.
23
23
ANEXO III
Output da Regressão
Model Summaryb
,874a ,765 ,755 7,9904Model1
R R SquareAdjustedR Square
Std. Error ofthe Estimate
Predictors: (Constant), PIB per capta 2000 (R$)a.
Dependent Variable: Percentual de EstabelecimentosPrivados no Total da UF - AMS 2002
b.
ANOVAb
5187,310 1 5187,310 81,247 ,000a
1596,164 25 63,8476783,474 26
RegressionResidualTotal
Model1
Sum ofSquares df
MeanSquare F Sig.
Predictors: (Constant), PIB per capta 2000 (R$)a.
Dependent Variable: Percentual de Estabelecimentos Privados no Total da UF- AMS 2002
b.
Coefficientsa
10,610 3,074 3,452 ,0024,721E-03 ,001 ,874 9,014 ,000
(Constant)PIB per capta 2000 (R$)
Model1
B Std. Error
UnstandardizedCoefficients
Beta
Standardized
Coefficients
t Sig.
Dependent Variable: Percentual de Estabelecimentos Privados no Total da UF - AMS 2002a.
24
24
Scatterplot
Dependent Variable: Percentual de Estab. Priv ados no Total da UF
Percentual de Estabelecimentos Privados no Total da UF - AMS 2002
908070605040302010
Re
gres
sion
Sta
ndar
dize
d P
redi
cted
Val
ue
4
3
2
1
0
-1
-2
Bibliografia:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MEDICINA DE GRUPO – ABRAMGE 2003. Informedo 6º Simpósio ABRANGE-SP. In: Medicina Social de Grupo, ano XVI, n. 182,jul-set.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MEDICINA DE GRUPO – ABRAMGE 2003b.Informe de Imprensa - junho2003. (www.abramge.com.br)
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE 2000. Acesso eutilização de serviços de saúde 1998. Rio de Janeiro, IBGE, 96pp.
________ 2000b. Estatísticas da saúde: assistência médico-sanitária 1999. Riode Janeiro, IBGE, 87pp.
________ 2001. Censo demográfico 2000. Características da População e dosDomicílios. Resultados do Universo. Rio de Janeiro, IBGE, 519pp.
________ 2002. Estatísticas da saúde: assistência médico-sanitária 2002. Riode Janeiro, IBGE, 300pp.
FARIAS, L.O. & MELAMED, C. 2003. Segmentação de mercados da assistência àsaúde no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, vol. 8, n.3 (no prelo). Versãodisponível no site www.ipea.gov.br/economiadasaude/adm/arquivos/sala/farias_melamed.pdf
VIACAVA, F. & BAHIA, L. 2002. Oferta de serviços de saúde: uma análise daPesquisa de Assistência Médico-Sanitária (AMS) de 1999. Texto paraDiscussão n.915. Brasília, IPEA.
Sites
25
25
http://www.sidra.ibge.gov.br. Sistema IBGE de Recuperação Automática –SIDRA Banco de Dados Agregados.
http://www.ibge.gov.br. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
http://www.ans.gov.br. Agência Nacional de Saúde Suplementar
http://www.datasus.gov.br. Departamento de Informática do Sistema Único deSaúde – SUS
http://portal.saude.gov.br/saude. Ministério da Saúde - Brasil
http://www.abramge.com.br. Associação Brasileira de Medicina de Grupo