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    DEUS E O CONCEITO DE PESSOA1

    Resumo  – O artigo propõe um percurso ao mesmo tempo cultural e teológico sobre o

    conceito e pessoa! Ele parte a etimologia o termo" e#plora a cultura antiga $ pag% e crist% – 

    as e&ui'al(ncias b)blicas e as signi*ica+ões no'as &ue os Pais a Igre,a l-e eram pela sua

    re*le#%o sobre a Trinae e o Cristo! A *iloso*ia os tempos moernos retomou o conceito e

    l-e *e. retornar a teologia" em particular no &ue i. respeito / pessoa o Esp)rito Santo! O

     parao#o esta longa -istória 0 &ue um conceito elaborao acerca as pessoas i'inas se

    mostrou particularmente *ecuno na elabora+%o o conceito crist%o a pessoa -umana!

    Summary T-is article presents a cultural an t-eological in'estigation o* t-e concept o* 

     person! It starts 2it- t-e et3molog3 o* t-e term" t-en e#plores ancient cultures" bot- pagan

    an C-ristian" t-e 4iblical e&ui'alents an t-e ne2 meanings 2-ic- t-e C-urc- 5at-ers ga'e

    t-em t-roug- t-eir re*lections on t-e Trinit3 an C-rist! 6oern p-ilosop-3 -as repossesse

    t-e concept an -as gi'en in t-e opportunit3 to ma7e a comebac7 in t-eolog3" especiall3 as

    *ar as t-e 8ol3 Spirit is concerne! T-e parao# o* its long -istor3 is t-at a concept 2-ic- 2as

    elaborate in relations-ip 2it- t-e i'ine persons -as s-o2e itsel* particularl3 *ruit*ul in t-eelaboration o* t-e C-ristian concept o* t-e -uman person!

    INT9ODU:;O

    O &ue signi*ica o conceito e pessoa &uano 0 aplicao a Deus< Atr=s esta &uest%o"

    0 a nossa própria rela+%o ao mist0rio e Deus e a maneira pela &ual nós compreenemos esta

    rela+%o em nós mesmos &ue est%o em causa! Deus 0 uma pessoa< De inicio" 0 preciso se situar no terreno propriamente crist%o o mist0rio trinit=rio e a*irmar a e#ist(ncia e tr(s pessoas

    i'inas! Como escre'e >alter 7asper ?A resposta a &uest%o moerna e Deus e a situa+%o o

    ate)smo moerno" só poe ser o Deus e @esus Cristo" a con*iss%o trinit=riaB ele termina a sua

    obra i.eno ? Perante o questionamento radical da fé cristã um teísmo vago, geral,

    1 Con*er(ncia pro*eria em 1 e ,aneiro e em ou'ain$la$Neu'e" num ia e *orma+%o e pro*essores e

    religi%o o ensino secun=rio organi.aa pela ICA5OC" e publicaa na 9e'ue t-0ologi&ue e ou'ain" FF" "F1$FG! O pare 4! SesboH0" s," 0 pro*essor no Centro S'res e Paris! Dirigiu a publica+%o a  Historia dosdogmas JK 'ol!B Paris" Descl0e" 1LLK$1LLM!

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    esvaziado, não nos ajuda em nada, mas apenas o testemunho decisivo do Deus vivo na

    história que se revelou concretamente por Jesus risto no !spírito "anto !

    O conceito e pessoa 0 portaor e um parao#o &uano nós o utili.amos" nós

     pensamos imeiatamente a pessoa -umana" ao passo &ue 0 a teologia a trinae &ue" no

    ecorrer os tempos" promo'eu este conceito no plano *ilosó*ico! 8o,e a ?pessoa 0 uma

     pala'ra c-a'e a antropologia cultural" a psicologia" a ,urispru(ncia" a sociologia e a

    *iloso*ia! Atra'0s a sua elabora+%o" o -ori.onte -ermen(utico o ociente caiu e uma 'is%o

    e um muno ?cosmoc(ntrico e sacral a uma 'is%o ?antropoc(ntrica e secular" na &ual o

    -omem se compreene ele mesmo como pessoa! Ora a re*le#%o teológica concernente a

    trinae te'e um papel ecisi'o para colocar o termo pessoa no mbito a *iloso*ia! Poe$se

    tra+ar a cur'a &ue 'ai os teólogos antigos" em particular os Pais a Igre,a" passano pelos*ilóso*os os Tempos moernos" at0 o personalismo contemporneo e at0 mesmo a

     proclama+%o recente a morte o -omem! uano os crist%os os primeiros s0culos ebatiam

    sobre o termo pessoa" eles pensa'am primeiramente em DeusB mas" com e*eito" trata'a$se

    tamb0m o -omem" #es nostra agitur$

    O mist0rio os tr(s nomes i'inos entregue pela Escritura $ o Pai" o 5il-o e o

    Esp)rito $ conu.iu a elabora+%o este conceito! Isto &uer i.er &ue n%o se poe ser uma

     pessoa para si sóB n%o -= pessoa sem interpessoaliae! Deus apenas poe ser realmente pessoal por&ue a trinae as pessoas permite a caa uma elas e e#istir para os outros e e

    ser recon-ecia pelos outros!

    8= neste parao#o mesmo um ensinamento pro*uno! Imposs)'el *alar a pessoa

    sem um 'ai e 'em entre as pessoas i'inas e as pessoas -umanas! As segunas s%o soli=rias

    as primeiras! 5alar a pessoa 0 *alar e nossas rela+ões -umanas e a nossa rela+%o para com

    Deus! Nós somos pessoas" por&ue nós os somos primeiro em rela+%o a Deus! O ol-ar criaor 

    e Deus 0 personali.ante!Q ob'io &ue o termo pessoa como toa pala'ra a nossa linguagem" aplicaa a Deus

    e ao -omem" 0 analógicoB este termo cont0m ao mesmo tempo uma  semelhan%a  e uma

    diferen%a! Se o termo pessoa 'ale para Deus e para o -omem" 0 &ue -= um car=ter comum

    entre os ois" como e#prime a a*irma+%o b)blica seguno a &ual o -omem *oi criao ?a

    imagem e a semel-an+a e Deus JRn 1"M! 6as e#iste tamb0m uma i*eren+a raical Deus

    n%o 0 pessoa no sentio e#ato no &ual somos seres pessoais! A transcen(ncia absoluta e

    Deus em rela+%o a nós n%o nos permite e ter uma representa+%o e#ata a pessoa i'ina! Por 

    e#emplo" os -omens se tornam pessoas apenas pela meia+%o temporal o recon-ecimento

     >alter  ASPE9 " &e Dieu des hréstiens, Paris! Cer*" 1LG" p! et KGF!

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    mVtuo! As coni+ões e possibiliaes a pessoa s%o portanto necess=rias" mas n%o

    su*icientes" para *a.er c-egar um ser -umano ao estatuto e pessoa! Precisa acrescentar as

    coni+ões e reali.a+ões &ue entram em ,ogo primeiramente no ecorrer a euca+%o *amiliar 

    e escolar e epois ao longo e toa a 'ia! Em Deus" as coni+ões e reali.a+ões se

    encontram 'eri*icaas e imeiato!

    A trai+%o crist% re*letiu tamb0m sobre o conceito e pessoa em rela+%o /

    encarna+%o o concilio e CalceWnia nos i. &ue o Cristo 0 uma só pessoa em duas

    naturezas$ O &ue isso &uer i.er< Isso signi*ica &ue uma pessoa i'ina 0 su*icientemente

     pró#ima as pessoas -umanas para poer se -umani.ar! A pessoa o *il-o" encarnaa em

    @esus e Na.ar0" se tornou e alguma *orma uma pessoa -umana" por&ue ela se *e. -omem!

     Na realiae" n%o -= pessoa -umana istinta e pessoa i'ina" mas 0 a própria pessoa i'ina&ue se mani*esta para nós sob a *orma e uma pessoa -umana! A encarna+%o nos re'ela

     pro*unamente a soliarieae entre pessoas i'inas e pessoas -umanas!

    6in-a e#posi+%o seguir= o mo'imento a -istoria! Eu gostaria e apontar a caa um

    os momentos o aporte e inteligibiliae as elabora+ões outrinais sucessi'as para a nossa

    compreens%o e Deus -o,e! Eu estacarei em seguia as correspon(ncias entre as

    elabora+ões meta*)sicas os antigos e a concreti.a+%o crescente o conceito e pessoa nos

    esen'ol'imentos *ilosó*icos e teológicos contemporneos! Nosso problema 0 e procurar como se poe ?*alar bem e Deus!

    I! A ET6OORIA R9ERA E ATINA

    A pala'ra pessoa" no i.er e Aulu$Relle" epois e 4o0cio" 0 eri'aa e

     personare, ressoar, ecoar ! Esta etimologia 0 *alsa" mas a rela+%o *uncionou &uase como uma

     brincaeiraF

    ! A pala'ra esigna a m=scara e teatro e&uipaa e um porta$ 'o.! A persona 0 am=scara e palco" e epois" por e'olu+%o semntica" o portaor a m=scara" o ator e a

     personagem por ele esempen-aa" e en*im o papel! Da)" a pala'ra *oi aplicaa ao papel

    esempen-ao por uma personagem social e#erceno um cargo ou uma igniae! Passou ao

    om)nio ,ur)ico para esignar o su,eito e ireitos ?pessoais em istin+%o aos ireitos

    ?reais" ligaos as coisas! Ora" apenas os cia%os romanos tin-am ireitos pessoaisB os

    escra'os n%o eram pessoas" eles eram ?coisas! 5inalmente" o termo se morali.ou

     progressi'amente uma 0tica a pessoa apareceu nos estóicos!

    9emontano$se aos gregos" encontra$se ois termos pros'pon e h(postasis!

    F C*! 8! DU6Q9X" art! ?Personne" in !nc(clopaedia )niversalis" t! 1" Paris" 1LL" p! LG!

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     Pros'pon 0 o e&ui'alente bastante e#ato e persona! Ele signi*ica a *ace" o rosto" e

    tamb0m o rosto arti*icial" a m=scara o teatroB a) esignou a pessoa gramatical! A e'olu+%o

    *ilosó*ica conu.ir= ao sentio geral e pessoa! Q not='el &ue" para os Pares gregos" este

    termo ser= muito tempo ,ulgao insu*iciente para e#cluir o sabelianismo" -eresia o terceiro

    s0culo" seguno a &ual Deus seria uma só e Vnica pessoa" sob tr(s rostos e#teriores i*erentes!

    Sab0lio con*essa'a tr(s  pros'pa  sem i*iculae" a) uma *onte e problemas no oriente

    grego" &ue n%o surgir%o no ociente latino" para o &ual o termo e persona era su*iciente!

    A imens%o propriamente meta*)sica a pessoa se construir= a partir o termo

    h(postasis, -3póstase" nos neo$platWnicos como Por*)rio no sentio a ?singulariae

    substancial ou o ?principio ultimo e ini'iua+%o! 6as isto 0 bastante tario h(po*stasis

    Jc*! su+*stantia 0 escon-ecio e Aristóteles como termo *ilosó*ico! A pala'ra entra nestecampo gra+as aos estóicos! Sua etimologia a torna amb)gua poe signi*icar ou uma coisa" ou

    uma a+%o! En&uanto coisa e#prime uma base" um *unamentoB em -istória natural" um

    seimento" o resultao e uma precipita+%o" em geral tuo o &ue ?esta por bai#o" portanto

    toa realiae substancial! Nesta lin-a" seu emprego *ilosó*ico *ar= ele um sinWnimo e

    ousia" isto 0" e substncia! Como a+%o" h(postasis signi*ica ?o ato e estar por bai#o" e

    suportar ou e subsistir" e 'isa o e#istente concreto ou o su,eito! No sentio primeiro" e'e$se

    i.er &ue só -= -3póstase em Deus" no seguno sentio" a&uele o ?ato concreto e subsistir na substncia" precisa$se *alar e tr(s -3postases! No ecorrer o esen'ol'imento o

     pensamento crist%o" o termo 'ai lentamente passar a substncia para a  su+sistncia

    -su+sistentia e" portanto para a pessoa!

    Os Pares gregos '%o portanto progressi'amente estabelecer uma e&ui'al(ncia entre

     pros'pon e h(postasis! Caa uma estas uas pala'ras corrige a outra  pros'pon mostra &ue

    h(postasis n%o 0 entenio no sentio e substnciaB h(postasis mostra &ue pros'pon n%o 0

    tomao no sentio *raco e personagem e'anescente! Nós estamos a&ui no cerne a no+%o ontológica ou meta*)sica a pessoa! Esta no+%o

     permanece muito abstrata ela 'isa simplesmente o ato e subsistir em si e por si! Q o pólo a

    autonomia a pessoa para ela mesma &ue 0 a*irmao! Ela esta a&u0m as conota+ões

    concretas a pessoa e mais aina a personalidade a &ual" por uma e'olu+%o secular ela

     própria oriuna o cristianismo" se encarregar= o termo moerno e pessoa! Isto 0 capital para

    compreener ,ustamente a a*irma+%o as tr(s pessoas em Deus e a a Vnica pessoa o Cristo!

    Se se consiera a trai+%o *ilosó*ica greco$latina e origem pag%" encontra$se elementos &ue

    '%o no sentio o recon-ecimento progressi'o a pessoa -umana! Esta signi*ica+%o se

    e#pressa nos tr=gicos gregos pela sua percep+%o a mis0ria e a grane.a a situa+%o o

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    -omem! Q a Ant)gona e Só*ocles se opono a Creontes e e'ocano as leis n%o escritas" as

    leis i'inas" para enterrar seus ois irm%os" mesmo a&uele &ue traiu a Ciae! Na *iloso*ia

    antiga" Sócrates" pela sua arte o i=logo" *oi um inspiraor o personalismo! O i=logo

    comporta um !u e um .u, mais tamb0m um terceiro termo" a&uele o &ual se *ala" o !le! Este

     !le poe ser ob,eto e amor e e ilumina+%o! Este  !le poe ser tamb0m uma pessoa! Tal 0 o

    *unamento antropológico as tr(s pessoas a nossa gram=tica! O antigo estoicismo ei#a um

    espa+o para a ora+%o &ue = a impress%o e um i=logo pessoal com a i'inae! C)cero

    coloca ,= too um le&ue e aos sobre a pessoa seu car=ter ,ur)ico" seu papel social

    Jpersonaliae marcante" a igniae coleti'a Jpessoa moral" a personaliae concreta e

    um ini')uo e mesmo a no+%o *ilosó*ica a pessoa en&uanto participante a ra.%oK!

    Os crist%os s%o os in'entores a no+%o e pessoa< No sentio estrito" n%o! Os pensaores gregos e latinos esta'am ,= no camin-o a ini'iua+%o pessoal e certos -omens"

    mas n%o aina e toos" e o &ue singulari.a caa um e nós para *a.er ele um ser Vnico!

    S%o os crist%os &ue" sobre o *unamento b)blico a re'ela+%o o nome i'ino no Antigo

    Testamento e os tr(s nomes i'inos no No'o Testamento" colocaram sobre a órbita cultural o

    termo e pessoa e colocaram as bases os seus esen'ol'imentos moernos! Eles

    'ulgari.aram o termo pessoa e o tornaram pr=tico! ?A partir o cristianismo" too -omem"

    toa mul-er" a própria crian+a" ti'eram ireito a mesma consiera+%o" a Yeminente igniaea pessoaZG!

     Nós estamos a&ui no plano a especi*iciae crist% e ,= ,uaico$crist%! Q o om)nio

    no &ual o cristianismo marcou mais pro*unamente a ci'ili.a+%o ociental! As granes

    religiões a [sia n%o t(m este sentio e pessoa" nem para Deus" nem para os -omens! Q uma

    a&uisi+%o a partir a &ual 'i'emos toas as nossas rela+ões sociais! A partir a) 'ai se

    esen'ol'er o sentio o car=ter Vnico e insubstitu)'el e caa pessoa! Se uma m%e pere seu

    *il-o" esta pera n%o 0 compens='el um no'o *il-o n%o ?substituir= ,amais o primeiro!A no'iae as rela+ões a*eti'as no -omem 0 raical em rela+%o /s rela+ões animais"

    mesmo &ue a nossa ci'ili.a+%o contempornea pro,ete nos animais uma rela+%o interpessoal

    com o -omem! Por e#emplo" a rela+%o mac-o e *(mea no animal 0 totalmente i*erente a

    rela+%o amorosa entre o -omem e a mul-er" &ue 0 pessoal e personali.ante! Da mesma *orma"

    a rela+%o e uma m%e com a crian+a" e aina mais o pai para com a crian+a" 0 tipicamente

    -umano! En*im" 0 no cora+%o a *am)lia &ue a crian+a 0 ob,eto e rela+ões personali.antes

    K C*! P! RUIUX" art! ?Personne" in atholicisme" t! 11" Paris" etou.e3 et An0" 1L" col! FG!G 8! DU6Q9X" art! ?Personne" op$ cit !" p! LG$LM!

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    *unamentais! Q a) &ue ele 0 primeiro algu0m recon-ecio e amao! No e'ir a crian+a" o

    aolescente e o -omem" toa crise 0 personali.ante!

    II! A PESSOA NO ANTIRO E NO NO\O TESTA6ENTO

    /$ O 'ocabul=rio e prosWpon

    Uma coisa 0 certa o termo t0cnico e pessoa n%o e#iste nem no Antigo nem no

     No'o Testamento! Por0m" os termos h(postasis e pros'pon se encontram na trau+%o grega o

    Antigo Testamento reali.aa em Ale#anria e c-amaa Setenta JSeptuaginta! Q este te#to &ue

    0 citao constantemente pelo No'o Testamento e utili.ao pelos Pares a Igre,a! H(postasis 0 pouco presente e n%o signi*icante para o nosso tópico! Ao contr=rio"

     pros'pon 0 interessante e seus empregos poem nutrir uma cate&uese sobre o car=ter pessoal

    e Deus! O termo esigna a super*)cie o solo ou a terra" mas geralmente a parte a *rente

    $?ianteira$ e caa ob,eto! Num -omem" esigna normalmente o rosto" a face! Este termo 0

    empregao analogicamente em rela+%o a Deus para e#primir simbolicamente sua ? face! O

    termo 0 *re&Hentemente empregao em rela+%o aos encontros e 6ois0s com Deus 6ois0s

    tin-a con'ersao com Deus *ace a *ace JRn F"F1B E# FF"11B Dt G"K! Q um parao#o" ,= &ueningu0m poe 'er a *ace e Deus e permanecer com 'ia JE# FF"! Assim 6ois0s esconia

    sua *ace iante e Deus JE#F"M e coloca'a um '0u sobre o seu rosto" para e'itar &ue os

    israelitas 'issem o seu bril-o JE# "FB retomao em Co F"1F! A *ace e Deus poe

    e#pressar a bene'ol(ncia ?ue Deus *a+a bril-ar a sua *ace sobre ti JNm M"G" ou a cólera

    ?Eu a*astarei a min-a *ace e 'oc(s J' M"1! Esta e#press%o esigna bem Deus como um

    ser pessoal" um su,eito 'i'o" algu0m capa. e entrar em rela+%o pessoal com o -omem! Ali=s"

    o termo pros'pon c-ega a esignar tamb0m a pessoa ?respeitaras a pessoa o ioso J'1L"FB ? n%o *aras acep+%o e pessoas JDt 1"1!

     No No'o Testamento" pros'pon tem o mesmo sentio e rosto" e#primino a pessoa!

    Paulo isse aos presb)teros e 6ileto &uano ele se espee e *orma como'ente ?Dora'ante

    'oc(s n%o 'oltar%o a 'er o meu rosto JAt "G! Na trans*igura+%o" a *ace e @esus

    resplaneceu como um sol J6t 1"F! O termo esigna *re&Hentemente tamb0m a *ace e

    Deus ?Eis &ue eu en'io um mensageiro iante a sua *ace J6t 11"1" citano 6ala&uias

    F"1! Os an,os as crian+as '(em a *ace e meu Pai J6t 1"1! Paulo i. &ue na eterniae

    ele 'er= Deus ?*ace a *ace J1 Co 1F"1!

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    O termo e *ace ou e rosto" cu,as e#pressões s%o in*initamente 'ariaas" 0

     pri'ilegiao para e#pressar a ientiae pessoal e algu0m! A&uele &ue tem um rosto 0 um

    'i'ente e um su,eito 'i'o! Como i. o pro'0rbio ?O rosto 0 o espel-o a alma e o cora+%o!

    O rosto o pr)ncipe e#prime a bene'ol(ncia ou o rigor! O su,eito procura 'er o rosto o seu

    rei! Eis por&ue o crente ?procura a *ace e Deus JAm G"KB Sl " e 1G"K!

      5alar o rosto e Deus" 0 portanto *alar a sua pessoa" a&uela &ue o No'o

    Testamento ienti*icar= com Deus Pai! Deus tem um rosto" por&ue 0 para o -omem um *ace a

    *ace" o parceiro e uma rela+%o pessoal! Pro'a'elmente esse rosto n%o poe ser 'isto na sua

    glória! Entretanto" o rosto e @esus 0 re'elaor o rosto o Pai ?&uem me 'iu" 'iu o Pai" i.

    @esus a 5ilipe J@o 1K"L! Ele re'elou o rosto o Pai ao mesmo tempo na trans*igura+%o gloriosa

    e na es*igura+%o a agonia e a pai#%o! Toa a peagogia esobraa na 'ia e @esus paranos re'elar o seu Pai tem como ob,eti'o nos *a.er compreener &ue este pai 0 uma pessoa!

    Os Pares a Igre,a JOr)genes" Rregório e Nissa" 4as)lio e Ces=rea retomaram e

     bom grao o termo e pros'pon para esignar uma pala'ra &ue" na Escritura" *oi colocao na

     boca e Deus! Isto &uer i.er &ue esta pala'ra *oi emitia pela *ace e Deus! O termo

     pros'pon esigna tamb0m a 'o. e Deus! Deus 0 um su,eito &ue *ala!

    ! O 'ocabul=rio o nome

      Q preciso tamb0m procurar esclarecer a pessoa a partir e um outro registro

    semntico! O mais importante 0 a&uele o nome! Na trai+%o b)blica" o nome é a própria

     pessoa! As coisas recebem um nome comum" os lugares e as pessoas recebem um nome

     próprio! A etimologia o nome e#prime uma caracter)stica o estino a pessoa! @acó 0

    a&uele &ue toma o lugar" Isa)as &uer i.er &ue ?Deus sal'a! N%o ter um nome 0 o mesmo &ue

    ser ningu0m! N%o ter um nome" ser escon-ecio at0 no nome 0 a suprema pobre.a segunoRusta'o Ruti0rre." teólogo a liberta+%o! 6uar o nome e algu0m 0 l-e con*erir uma no'a

     personaliae Deus mua o nome e Abra%o" e Sara ou e @acó! @esus mua o nome e

    Sim%o para Pero!

    O nome e Deus 0 portanto capital 0 Deus ele mesmo! O templo 0 o lugar one

    Deus *a. permanecer o seu nome! Diante e 6ois0s" o Deus os ancestrais" o Deus e Abra%o"

    e Isaac e e @acó" re'ela ele mesmo o seu nome" numa *órmula &ue 0 ao mesmo tempo uma

    maneira e 'el=$la e e es'el=$la ? Eu sou o &uem eu souB eu sou o &ue eu sou JE# F"1F" o

    &ue i.er ?meu nome 0 o sem nome" a&uele &ue esta acima e toos os nomes! Este termo

    enigm=tico garante a transcen(ncia e Deus ao mesmo tempo em &ue constitui para ele uma

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    maneira e se ar e e se re'elar! Este nome = cr0ito a 6ois0s na sua miss%o perante o seu

     po'o! Pois o nome = cr0ito /&uele para &uem ele l-e 0 ao! 5ornecer o seu nome a algu0m"

     ponto e partia para se iniciar a rela+%o entre uas pessoas" 0 &uerer entrar em rela+%o com

    a&uela pessoa! O Deus e Israel" 0 @a'0" 0 o nome &ue" por respeito" n%o se pronunciar= mais"

    e tanto &ue ele 0 ienti*icao com o ser mesmo e Deus! A Septuaginta o trau.ir= por 

     0(rios" isto 0" "enhor ! O uso rab)nico utili.ar= a e#press%o ?o nome para esignar Deus!

    F! O 'ocabul=rio a Alian+a

    A outrina a cria+%o nos conu. a passagem e um Deus pessoal ao homem como

     pessoa! A cria+%o" conceito original e tipicamente b)blico" n%o 0 uma emana+%o" nem o *rutoe uma necessiae ou e um processo i'ino e orem natural" mas o *ato e uma iniciati'a

    li're e gratuita" e um Deus &ue 0 pessoal e &ue 0 Amor! Os termos e -omem e e mul-er 

    Jis- e is-s-a s%o nomes próprios" tanto &uanto substanti'os comuns! O -omem c-ama /&uela

    &ue saiu e sua carne ?mul-er J"F" epois E'a" isto 0" a 'i'a J]o0! O te#to c-ama

     progressi'amente o -omem e A%o" termo ao mesmo tempo singular e coleti'o!

    Deus cria A%o e E'a ?/ sua imagem e semel-an+a! Esta semel-an+a 0 a e um

    su,eito inteligente" li're e amante! A igniae própria e caa ser -umano se encontra*unaa nesta iniciati'a paterna e Deus! Caa um tem uma 'oca+%o pessoal! Deus os cria

    -omem e mul-erB -= entre um e o outro uma alteriae insuper='el e personali.ante! Nós

    somos apenas homines &uano somos ou viri ou feminae! Esta caracter)stica se#ual impregna

    toa a nossa personaliae! 6al se imagina uma -umaniae &ue seria *eita apenas e 'iri ou

    *eminae! Ao criar" Deus suscita um muno interpessoal e esp)ritos pessoais! Irineu ir= mais

    tare &ue Deus criou A%o n%o por necessiae" mas ?por ter algu0m em &uem epositar suas

     ben*eitoriasM

    !A cria+%o 0 o primeiro tempo e uma alian+a entre Deus e o -omem! Esta alian+a

    ser= sempre retomaa em ra.%o as in*ieliaes -umanas" alian+a cósmica epois o ilV'io

    com No0" epois uma alian+a com Abra%o e en*im com 6ois0s! 6ais tare" ser= a No'a

    Alian+a no Cristo! A no+%o e alian+a i. uma rela+%o &ue 'ai e pessoa a pessoa! A rela+%o

    entre Deus e seu po'o ser= a&uela e uma alian+a!

    K! Os tr(s nomes i'inos e a alian+a em @esus$Cristo no No'o Testamento!

    M Ir0nn0 e 3on" Contre les -0r0sies" I\" 1K" 1!

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     No No'o Testamento" tr(s nomes i'inos s%o re'elaos! Isto &uer i.er &ue a *0

    trinit=ria re'ela em Deus ele mesmo uma interpessoaliae! No Antigo Testamento" Deus se

    comporta como uma pessoa" em ra.%o a sua rela+%o com o -omem trata$se e uma

    interpessoaliae -umano$i'ina! No No'o Testamento" 0 Deus ele mesmo &ue 0 interpessoal!

    Pro'a'elmente -= no Antigo Testamento sombras e re'ela+%o trinit=ria o plural e ?*a+amos

    o -omem!!! no li'ro o R(nesis *oi entenio neste sentio" assim como a misteriosa

     presen+a o an,o e @a'0 nas teo*anias os patriarcas" ?an,o misterioso" ao mesmo tempo

    @a'0 0 i*erente e @a'0B a mesma *orma a presen+a o Esp)rito &ue recai sobre os pro*etasB a

     presen+a a sabeoria criaora perto e Deus! 6as esta 'e. a re'ela+%o 0 *ormal nos

    e'angel-os" particularmente em S%o @o%o @esus 0 o \erbo" o 5il-o &ue re'ela o Pai e en'ia o

    Esp)rito! O e'angel-o e 6ateus se conclui pela orem trinit=ria o batismo! Os tr(s nomesi'inos s%o colocaos em s0rie por Paulo

    ?8= i'ersiae e ons" mas 0 o mesmo Esp)rito"

    Di'ersiae e minist0rios" mas 0 o mesmo Sen-or"

    Di'ersiae e moos e a+%o" mas 0 o mesmo Deus &ue prou. tuo em

    toos J1 Co 1"K$M!

    Ou aina

    ?8= um só corpo e um só Esp)rito ^!!!_"

    Um só Sen-or" uma só *0" um só batismo"

    Um só Deus e Pai e toos!!! J E* K"K$M!

    G! O Pai e o 5il-o

    @esus re'ela o Deus o Antigo Testamento como seno seu próprio Pai" como o Pai

     por e#cel(ncia! ?Eu l-e ei a con-ecer o teu nome J@o 1"M! 6as @esus re'ela Deus como

    Pai se re'elano ele mesmo como 5il-o! ?O Pai e eu" somos um J@o 1"F a*irma ao mesmo

    tempo o nós as pessoas e a uniae a i'inae! Obser'amos &ue os termos Pai e 5il-o se

    tornam na trinae nomes próprios!

    O Pai e o 5il-o s%o" nos e'angel-os" ois su,eitos istintos &ue ialogam ,untos! Isto

    0 particularmente 'eraeiro no e'angel-o e @o%o" no &ual @esus se enere+a *re&Hentemente

    ao seu Pai como a um outro" ao mesmo tempo em &ue a*irma a sua uniae com EleB em @o

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    1"$L" responeno a ora+%o e @esus ?Pai" glori*ica o teu nome" uma 'o. 'eio o c0u

    ?Eu o glori*i&uei e o glori*icarei sempre! Tertuliano re'elou com precis%o toa esta troca

    entre o Pai e o 5il-o!

    O uso estes ois termos pegos a 'ia *amiliar 0 particularmente signi*icati'o! Pois

    as rela+ões *amiliares est%o no cora+%o o ?se tornar pessoa os seres -umanos! Elas est%o

    no *unamento a sua ientiae! 6in-a primeira ientiae 0 e ser *il-o e *ulano e *ulana!

    Q no mbito a rela+%o *amiliar" e na sua abertura / rela+%o *raterna" &ue caa um se ienti*ica

    em rela+%o a ele mesmo e com os outros!

    6ais tare" a re*le#%o teológica J&ue ser= tamb0m *ilosó*ica obser'ar= &ue pai e

    *il-o s%o ois nomes relativos, isto 0" &ue eles n%o i.em naa a ientiae a&uele &ue 0 pai

    ou *il-o" mas apenas inicam a rela+%o &ue os une! Q a mesma coisa para os nomes e irmãoou amigo!

    O 5il-o tem tamb0m outros nomes @esus" ?a&uele &ue sal'a! Ele 0 c-amao Sen-or 

    na sua ressurrei+%o" isto 0" &ue l-e 0 ao um nome &ue est= acima e toos os nomes" o nome

    &ue só con'0m a Deus!

    M! O caso particular o Esp)rito

    O terceiro nome 0 a&uele o Esp)rito nome misterioso" propriamente i'ino" mas

     poemos u'iar &ue ele 'ise um su,eito em certos te#tos o No'o Testamento! A &uest%o &ue

    se coloca / Escritura n%o 0 primeiramente a &uest%o o car=ter ?pessoal o esp)rito" mas a

    &uest%o 0 saber se ele 0 ?su,eito ou simplesmente ?ob,eto i'ino!

    O termo  pneuma  0 um termo neutro! Como a ruah  o Antigo Testamento" ele

    remete ao sopro 'ital e cósmico! O Esp)rito 0 *re&Hentemente esignao por met=*oras

    ob,eti'as 'ento" =gua" *ogo" lu." pomba" om" etc! @os0 e Roitia estima &ue" nos sinóticos"ele poe se entener como a pot(ncia e Deus" 'ino e permaneceno sobre @esus ! 8! Urs

    \on 4alt-asar estima a mesma *orma &ue ele ?se mani*esta como uma *or+a e Deus &uase

    impessoalB ele 0 uma d(namis ?a &ual Deus o Pai ota o 5il-o para a sua a+%o terrestre L!

    R! 8a3a$Prats mostra &ue" nos Atos os Apóstolos" aparece tamb0m como uma *or+a i'ina"

     a rua- est en -breu um terme *0minin" ce &ui nous permet e penser / une alt0rit0 entre l(s personnes i'ines"&ui serait ans une certaine mesure analogue / la i**0renciation se#uelle entre les -ommes! ^A rua- 0 em-ebraico um termo *eminino" o &ue permite pensar numa alteriae entre as pessoas i'inas" &ue seria uma certa

    meia analógica / i*erencia+%o se#ual entre os -omens! N! o T!_  @! DE ROITIA" &a 1uerza Del !spiritu$ Pneuma*D(namis  Jcoll! .eologia Deusto" M" 4ilbao" Uni'ersia eDeusto$6ensageiro" 1LK" c-! \I!L 8! U9S \ON 4AT8ASA9 " &a .héologique" III! &2!sprit de vérité" 4ru#elles" Culture et \0rit0" 1LLM" p!11!

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    &ue ?errete sobre os isc)pulos e os pag%os e maneira sVbita" como se ele *osse se *unir 

    nos pro*etas o Antigo Testamento! A e#press%o pri'ilegiaa e Esp)rito Santo *i#a ?e *orma

    e*initi'a esse termo como seno o nome próprio e uma s0rie -omog(nea e inter'en+ões e

    Deus 1! Este ,ulgamento 0 estenio a toa a obra e ucas! O próprio testemun-o e Paulo

    tin-a uma suspeita e ambigHiae em rela+%o / personaliae o Esp)rito" pois seu estilo usa

    *re&Hentemente o proceimento a personi*ica+%o! Só restaria portanto o testemun-o e @o%o

     para e#plicitar *ormalmente a personaliae o Esp)rito!

    Entretanto" 4alt-asar *ala e uma ?&uase$personi*ica+%o o Esp)rito no Antigo

    Testamento tario e no seio o ,ua)smo! >! asper lembra &ue a literatura sapiencial

    concebe -3postases &ue" para com Deus" s%o relati'amente inepenentes! Q o caso"

    sobretuo a sabeoria e o pneuma &ue l-e 0 em grane parte i(ntico JSb 1"MsB "!!G! No ,ua)smo pós$b)blico" acontece &ue se i. o Esp)rito" em categorias pessoais" &ue ele *ala"

    &ue ele grita" e#orta" se a*lige" c-ora" rego.i,a" consolaB ele 0 representao como *alano a

    Deus11!

    6uitos testemun-os o No'o Testamento '%o no sentio e uma a*irma+%o e um

    Esp)rito$su,eito! Assinalei as i'ersas men+ões os tr(s nomes i'inos o Pai" O 5il-o e o

    Esp)rito! Sobre a *orma e trilogia J1 Co 1"K$MB Co 1F"1FB E* K"K$M e 6t " 1L$! N%o

    s%o com certe.a a&ui a*irma+ões *ormais o Esp)rito como su,eito" mas a ? co*numera%ão-connumération3 o Esp)rito com o Pai e o 5il-o 0 uma inica+%o *orte e seu a*astamento

    numa es*era especial" one eles agem ,untos! Ela sugere uma autonomia o Esp)rito em

    rela+%o ao Pai e ao 5il-o! Os termos Pai e 5il-o s%o eminentemente ?pessoais" ,= &ue eles se

    apóiam na met=*ora e uma rela+%o *amiliar ?personali.ante! Ora" o *ato &ue o Esp)rito se,a

    um nome divino" raicalmente associao aos outros ois" constitui uma presun+%o &ue ele 0

    igualmente su,eito" como eles! 4alt-asar sublin-a igualmente &ue Deus 0 Esp)rito" mas para

    le'ar em conta o *ato e &ue o No'o Testamento ?n%o a*irma claramente uma personaliaeo mesmo tipo &ue a&uela o Pai e o 5il-o" ele propõe a esigna+%o ?e ser e tipo

     pessoal! 1!

    Os testemun-os e Paulo e e @o%o est%o a&ui para atribuir ao Esp)rito o car=ter e

    um su,eito! Neste ponto" as granes argumenta+ões escritas e Atan=sio e e 4as)lio e

    Ces=rea &ue i. respeito aos nomes e as ati'iaes o Esp)rito" &ue eles a'am como pro'as

    e sua i'inae" poem ser retomaas e *orma '=lia para mostrar a sua personaliae!

    1 R! 8AXA$P9ATS" l2!sprit force de l24glise$"a nature et son activité d2apr5s les 6ctes des 6p'tres, Paris" cer*"1LG" p! 1L!11 >!  ASPE9 " &e Dieu ds chréstiens" Paris" Cer*" 1LG" p! F!1 8! U9S \ON 4AT8ASA9 " &2!sprit de vérité" op$ cit$, p! 1$1F!

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    Em Paulo" 0 o Esp)rito &ue grita em nossos cora+ões ?Abba` Pai JRa K"MB 9m

    "1G! Q o Esp)rito &ue geme ine*a'elmente J9m "M" atesta ao nosso esp)rito &ue somos

    *il-o e Deus J9m "1M" istribui os ons como ele &uer J1 Co 1"11" pois ele 0 um Esp)rito

    e liberae J Co F"1" &ue *una a liberae os *il-os e Deus" t%o caracter)stico o

    su,eito" e *ala no Antigo Testamento J8e F"!

    Q certamente em @o%o &ue a apreens%o o Esp)rito como su,eito 0 mais n)tia @esus

    o c-ama um ?outro Par=clito J@o 1K"1M" isto 0" 0 um outro ?intercessor" compar='el a ele

    mesmo" &ue ensinar= toas as coisas e manter= a lembran+a os isc)pulos J@o 1K"M por uma

    ati'iae &ue *a. com &ue o e'angelista emprega o masculino Je7einos" ao passo &ue o termo

     pneuma 0 neutro! Q o Esp)rito &ue Dar= testemun-o ele J@o 1M"M!

    Este con,unto comple#o e aos e'e ser retio como tal O Esp)rito 0 mesmo umsu,eito" mas" contuo" ele n%o 0 a mesma *orma &ue o pai e o 5il-o! Pois ele 0 impalp='el!

    ! As pessoas -umanas

    Os E'angel-os tratam caa ini'iuo -umano como uma pessoa! A ini'iua+%o

     pessoal se e#prime na nossa participa+%o plena e gra+a na *ilia+%o i'ina! A imagem a

    *ilia+%o -umana" *onte a personali.a+%o inter$-umana" 0 transposta no n)'el a rela+%o*unamental entre o -omem e Deus! Tal 0 o tema a ao+%o *ilial em Paulo e @o%o! A

    igniae a pessoa -umana se *unamenta ora'ante na *raterniae e toos em Cristo" o

    \erbo *eito carne" &ue assumiu uma soliarieae no'a e total com a -umaniae e &ue se

    tornou ?o primog(nito uma multi%o e irm%os J9m "L! Nós somos criaos / imagem e

    Deus" isto 0" / imagem o Cristo" ele mesmo imagem 'is)'el o Deus in'is)'el" mani*estaa

    entre nós! O preceito e amor ,orra esta *ilia+%o e esta *raterniae! A -umaniae 0 uma

    grane *am)lia" um corpo social &ue e'e se tornar o corpo mesmo e Cristo!Tal 0 a especi*iciae crist% a concep+%o e Deus O Amor 0 um om complacente

    antes e ser um manamento! A liberta+%o pessoal o -omem se *a. na re'ela+%o e &ue ele 0

     primeiramente e originalmente ob,eto e amor! Nós nos libertamos &uano sabemos &ue

    somos recon-ecios e amaos! 6as somos li'res e aceitar ou e recusar nossa rela+%o

     pessoal i'ini.aa para a eterniae!

    Em conclus%o" poemos compreener o embate esses esen'ol'imentos b)blicos

     para o anVncio a *0 e para a cate&uese! A re'ela+%o ?incr)'el e um Deus crist%o nos i. e

    nos repete &ue Deus se interessa ao -omem e &ue" por conseguinte" o -omem e#iste para

    Deus! Esta re'ela+%o 0 pro'a'elmente mais importante aina &ue a&uela a e#ist(ncia e

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    Deus! Este Deus misterioso em tr(s pessoas 0 a&uele &ue se *a. pró#imo e nós JDt K"" ?um

    Deus *iel &ue guara sua alian+a e seu amor para mil gera+ões /&ueles &ue o amam e guaram

    seus manamentos JDt "L! Ele 0 um Deus &ue = a esta alian+a os acentos e um

    enga,amento e e uma *ieliae con,ugal" como testemun-am tantos te#tos os pro*etas! No

     No'o Testamento" ele se re'ela como o Pai com o &ual temos uma rela+%o *ilial" o 5il-o com

    o &ual nós temos uma rela+%o *raterna e o Esp)rito &ue -abita no mais pro*uno e nós e

    suscita nossa ao+%o e *il-os! @esus 0 tamb0m a&uele &ue se apresenta como um esposo" a

    &ual a Igre,a" isto 0" a -umaniae sal'a" 0 a esposa! Tal 0 o Deus capa. e legitimi.ar a nossa

    *0!

    III! A ENT9ADA DO CONCEITO DE PESSOA NO DOR6A T9INIT[9IO

    A re*le#%o outrinal a Igre,a sobre a Trinae *a. parte a re'ela+%o a -istória a

    sal'a+%o! Deus se mani*estou como tr(s nomes &ue agem" caa um e *orma original" em

    nosso *a'or! Q a partir esta mani*esta+%o na Economia a sal'a+%o e Deus" como o Pai &ue

    en'iou seu 5il-o e &ue eu seu Esp)rito" &ue a Igre,a in'entariou o mist0rio eterno a 'ia

    i'ina como uma Trinae e pessoas! Na Trinae ?EconWmica" Deus se re'ela como tr(s

    su,eitos &ue s%o apenas um! A partir a comunica+%o e a partil-a e sua 'ia com os -omens"Deus poe ser recon-ecio como comun-%o e partil-a nele mesmo! Da) o a=gio retomao

     por arl 8anner sobre a ientiae concreta &ue e#iste entre a Trinae econWmica e a

    Trinae imanente ou eterna!

    O grane mo'imento e esen'ol'imento o ogma trinit=rio 0 a&uele &ue remonta

    a mani*esta+%o trinit=ria os tr(s su,eitos i'inos / con*iss%o $,= pressuposta$ &ue Deus 0

    nele mesmo tal como ele se mani*esta" sen%o o seu aparecer seria *also em rela+%o ao seu ser!

    Se Deus se re'ela como Pai" 5il-o e Esp)rito" ele e'e ser eternamente nele mesmo Pai" 5il-oe Esp)rito! Os Pais a Igre,a os tr(s primeiros s0culos" *alam aina no plano a Economia a

    sal'a+%oB 0 o Conc)lio e Nic0ia JFG &ue inicia a passagem para a consiera+%o a Trinae

    eterna!

     Nós i.emos &ue o Cristo 0 o 5il-o O &ue isto signi*ica em rela+%o ao Pai< uem

    ele 0 em rela+%o ao Pai" antes a sua mani*esta+%o entre nós ou inepenentemente essa< Em

    &ue sentio 0 Deus< Q igual ao Pai< Da mesma *orma" o Esp)rito 0 Deus" ao passo &ue a

    Escritura n%o o i.<

    A concilia+%o o um e o trs se coloca a&ui e *orma crucial! Os crist%os respeitam

    o monote)smo oriuno o Antigo Testamento" ou ao contr=rio" caem no trite)smo

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    Duas respostas *=ceis eram poss)'eis! Primeiro o modalismo e o ?monarquianismo!

    Deus 0 um só atra'0s e i'ersos moos e mani*esta+%o! O 5il-o 0 o Pai" en&uanto &ue ele

    se mani*esta a nós! Deus nele mesmo 0 apenas um só! 5oram as granes -eresias o F s0culo

    JSab0lio" Pr=#eas" Not! Em seguia" o suborinacionismo! 8= um só Deus! O 5il-o e o

    Esp)rito s%o criaturas espirituais muito ele'aas e muito superiores a nós" &ue poemos

    c-amar e Deus o nosso ponto e 'ista" mas &ue para Deus" n%o os s%o! Deus n%o tem

    origem O 5il-o" como seu nome inica" tem uma origem! Q o Arianismo a primeira gera+%o"

    com [rio" e o a seguna gera+%o com EunWmio e A0cio! O primeiro arianismo 0 Escritur=rio

    ele pretene se manter no monote)smo a EscrituraB o seguno 0 racional ele pro)be" em

    ra.%o a uniciae e Deus" e colocar o 5il-o e o Esp)rito no mesmo plano &ue se encontra o

    Pai!Estas uas respostas s%o *=ceis" pois" se elas resol'em o problema o um e o trs"

    elas eliminam o parao#o trinit=rio! Eis por&ue elas ser%o totalmente recusaas! Tal 0 o

    sentio o acrescento ao creo" urante o Conc)lio e Nic0ia JFG o consu+stancial 

    J-omoousios o 5il-o 0 consubstancial ao Pai ou ?a mesma nature.a &ue o Pai Jtrau+%o

    litVrgica atual" isto 0" o mesmo grau e ser &ue o Pai! 6ais tare" se ir= &ue o Esp)rito

    recebe a mesma -onra &ue o 5il-o e o Pai J-omotimos ?ele recebe a mesma aora+%o e a

    mesma glória JS)mbolo Niceno$Constantinopolitano" trau+%o litVrgica!Q no mbito este esen'ol'imento &ue se enga,a a consiera+%o as pessoas e as

    -3postases! O 'ocabul=rio ogm=tico se constitui na&uele momento no Oriente e Ociente! O

    Ociente ir= trs pessoas em uma só su+st7ncia ou natureza " ao passo &ue o Oriente

    a*irmar= trs h(postases ou trs pros'pa -pessoas3 em uma só su+st7ncia ou natureza!

    Desen'ol'er a&ui too este ,ogo -istórico e conceitual este esen'ol'imento ogm=tico n%o

    0 poss)'el! Permaneceremos a&ui apenas com os conceitos e pessoa e e -3postase!

    Tertuliano 0 o primeiro a usar  persona em rela+%o / Trinae! Pertence a ele aorigem a *ormula latina -= tres personae em Deus" no sentio e tr(s ini'iualiaes

    istintas! Ele con-ecia o grego e ele tamb0m con-ecia o uso b)blico e  pros'pon  para

    e#primir o rosto ou 'o. e Deus! A legitimiae o emprego o termo e  persona  para a

    Trinae 'iria para ele a b)blia em si! Tertuliano recol-e nas Escrituras o i=logo intrai'ino

    &ue atribui a ini'iualiaes i*erentes as pala'ras &ue 'em o Pai e o 5il-o! O termo e

     pessoa e#prime para ele o ini'iuo particular a &uem se enere+a! N%o se trata e um

    simples personagem" mas a presen+a e*eti'a e algu0m &ue e#iste nele mesmo" e uma

    realiae ini'iual e istinta" e uma realiae incomunic='el! Na sua rela+%o com o outro" a

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     pessoa se e#prime como um su,eito &ue i. ?eu em rela+%o a um ?tu! Tertuliano re'estiu

     persona e um prest)gio semntico &ue nunca se perer=!

     No Oriente" Or)genes 0 o primeiro a *alar e tr(s h(postases  em Deus" mas no

    sentio &ue n%o 0 aina a&uele o s0culo &uarto! Como o alcance a e#press%o permanece

    amb)guo" Atan=sio -esita em i.er tr(s -3postases" pois ele teme i.er tr(s substncias! Os

    Capaócios" em particular 4as)lio e Ces=rea" tem contribu)o muito a *orma+%o a *órmula

    trinit=ria no Oriente! 4as)lio em ontra !un'mio  elaborou olorosamente o conceito e

    -3postase *a.eno$o passar o lao a substncia para o lao a subsist(ncia! As -3postases

    i'inas s%o tr(s moos istintos e subsistir Jtropoi ts -upar#0Ws seguno proprieaes

    incomunic='eis! Constatano &ue toos os atributos a i'inae s%o comuns aos tr(s" /

    e#ce+%o o n%o gerao e o gerao" *oi 4as)lio &ue primeiramente estacou o *ato &ue osconceitos o Pai e o 5il-o s%o relati'os" como escra'o ou amigo" i*erentemente e outros

    conceitos itos absolutos -omem" ca'alo ou boi! Seguno ele" a paterniae e a *ilia+%o s%o

     propriedades distintas consieraas numa substncia Vnica! 6as estas proprieaes s%o e

     puras rela%8es9 elas n%o i.em naa a substncia nela mesmaB elas n%o a multiplicam! Em

    outras pala'ras" a Vnica nature.a i'ina 0 o ob,eto e uma troca eterna entre o Pai e o 5il-o o

    Pai a possui sob o moo e comunic=$laB o 5il-o a possui sob o moo e receb($la e e'ol'e$

    la1F

    ! Para o Esp)rito" o assunto 0 mais elicao" por&ue a Escritura n%o nos i." em se tratanoele" o seu termo e origem! 6as a sua subsist(ncia se ?en#erta sobre esta troca seguno o

    moo e origem &ue se nomeia pelo 'erbo proceder  ele procee o Pai e o 5il-o" ou o Pai

     pelo 5il-o!

    Um papel essencial *oi esempen-ao em seguia por Agostin-o no seu tratao  Da

    .rindade! Agostin-o comunicou too o aporte grego na Iae 60ia latina e retomou a

    an=lise 4asiliana os nomes relati'os! In*eli.mente" ele n%o sobe ligar a re*le#%o sobre a

     pessoa /&uela re*le#%o sobre a rela+%o! A pessoa permanece para ele um mist0rio! Tem neleuma *órmula *amosa capa. e consolar$nos ?Tr(s &ue

    amante" amao" amor! Q a teoria psicológica a Trinae! 5a.eno isto" ele ei#a a alma

    antiga para antecipar o ?eu moerno! Agostin-o escobriu a consci(ncia e si e esta semente

    o pensamento esembocar= um ia sobre o cogito  cartesiano e a e&ui'al(ncia entre a

    1F 4ASIE  DE CQSA9QE" ontre !unome, II" JSC FG" p! 11$1F B c*! 4! SES4OQ" Saint 4asile et la Trinit0"Paris" Descl0e" 1LL" p! 11M$1F!1K AURUSTIN" &a .rinité, li're \" Id" 1 J4A 1G" p! KKL!

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    consci(ncia e si e a pessoa! Esta passagem ecisi'a o cosmocentrismo sacral ao

    antropocentrismo o -ori.onte -ermen(utico moerno" reali.ao em 6il%o" 0 o m0rito e

    Agostin-o! Precursor a re*le#%o sobre a pessoa -umana" en&uanto sub,eti'iae 'i'ente"

    Agostin-o" nas confiss8es" o*erece um primeiro ensaio one se e#prime a sub,eti'iae o eu!

    Deus 0 o mestre interior cu,a pessoa transcenente *ala para a pessoa -umana!

    Precisaria e'ocar o aporte importante e 4o0cio JK$GK" &ue ser= o mestre o

     pensar a Iae 60ia" mas 'amos logo a Santo Tom=s &ue esen'ol'er= com genialiae a

    outrina as rela+ões subsistentes na Trinae! O &ue signi*ica< Ele elabora a trans*er(ncia

    analógica em Deus a no+%o e rela+%o Jo para$o$outro por um lao e a no+%o e pessoa Jo

     para$si" por outro lao! Ele constata &ue em Deus estas uas rela+ões coinciem! Em Deus"

    com e*eito" n%o -= aciente" tuo 0 substncia! A rela+%o" isto 0" o &ue liga uma pessoa aoutra" constitui a pessoa como tal para com ela mesma! As tr(s pessoas apenas se istinguem

     pela suas rela+ões e origem" elas n%o multiplicam portanto a nature.a i'ina

    ?Da mesma *orma portanto &ue a eiae 0 Deus" a mesma *orma a paterniae i'ina 0

    Deus o Pai" isto 0" uma pessoa i'ina! Assim a pessoa i'ina signi*ica a rela+%o en&uanto

    subsistente 1G!

    \($se a conse&H(ncia antropológica e tal concep+%o mesmo &ue em nós as

    rela+ões &ue temos com os outros n%o constituem e#clusi'amente a nossa pessoa" nós n%o

     poemos ser 'eraeiramente pessoas a n%o ser &ue 'i'amos numa ree e rela+ões

    *unamentais e e recon-ecimento mVtuo!

    I\! A PESSOA NA 5IOSO5IA DOS TE6POS 6ODE9NOS

    Algumas notas bastar%o para e'ocar os progressos a *iloso*ia a pessoa nos Vltimos

    s0culos!

    O s0culo d\I escobre a sub,eti'iae e correlati'amente a ini'iualiae ele '(

    o nascimento o ini'iualismo religioso com o protestantismo" o ini'iualismo

    econWmico com o capitalismo" o ini'iualismo pol)tico com a e#alta+%o o pr)ncipe 1M!

    uanto / no+%o e pessoa" 0 pro'a'elmente ao cristianismo &ue ela e'e a maior parte o seu

    1G T8O6AS DZAUIN" "omme .héologique" IIIa" ! L" a!K!1M P! RUIX" art!  Personne f" op$ cit ! B t! 11" 1L" col! KL!

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    status meta*)sico e o seu prest)gio moral ela se encontra primeiramente *i#aa no conte#to

    crist%o! O ?eu e 6ontaigne 0 uma bela ilustra+%o isso!

     No s0culo d\II" o ?eu e Pascal istingue o Deus os *ilóso*os o Deus pessoal e

    Abra%o" e Isaac e e @acó" capa. e in'air a pessoa -umana em uma e#peri(ncia Vnica! Da

    mesma *orma" o eu o cogito e Descartes a *iloso*ia passa e uma re*le#%o meta*)sica sobre

    os ob,etos para uma re*le#%o sobre os su,eitos" e portanto sobre as pessoas!

     No s0culo d\III" a *iloso*ia Iluminista e a Enciclop0ia *rancesa se enga,am no

    camin-o os ireitos a pessoa" a liberae ini'iual o pensar e a proprieae pri'aa!

    Emmanuel ant J1K$1K i.ia com -umor ?Do ogma a Trinae" tomao ao

     p0 a letra" n%o se poe absolutamente *a.er naa para o  pr:tico 1! Toa a -istória a

    re*le#%o sobre a pessoa mostra &ue 0 um grane erro! 6as precisamente" o aporte e ant 0ecisi'o no &ue i. respeito / pessoa com sua re*le#%o sobre o su,eito transcenental" a

    e#peri(ncia a liberae e a e#peri(ncia moral1! Ele insiste sobre a no+%o e respeito &ue 0

    especi*icamente e'io / pessoa -umana ?O respeito só 0 para pessoas e em nen-um caso

     para coisas 1L! 5alar)amos -o,e e ?igniae a pessoa -umana! A pessoa 0 -abitaa pela

    lei moral ?Duas coisas enc-e o cora+%o e uma amira+%o e e uma 'enera+%o sempre no'as

    e sempre crescentes / meia &ue a re*le#%o se interessa e se aplica a ela o c0u estrelao

    acima e mim" a lei moral em mim

    ! Sabe$se tamb0m a grane m=#ima o personalismo emant ?A,a e tal *orma &ue 'oc( trata a -umaniae" tamb0m na tua pessoa &uanto na pessoa

    e &ual&uer outro" sempre com um *im e nunca simplesmente como um meio 1! A orem as

     pessoas 0 a orem o reino os *ins!

     No s0culo dId" 8egel J1$1F1 coloca no cerne o seu sistema *ilosó*ico uma

    re*le#%o sobre a Trinae! Pro'a'elmente ele tem ten(ncia a le'=$la para um sistema

     puramente racional! 6as" &ual&uer &ue se,a a sua *iloso*ia" 0 muito interessante 'er &ue o

    mist0rio trinit=rio" longe e ser uma contrai+%o absura" 0 capa. e esclarecer em pro*uniae o pensamento -umano! Como i. P! e ubac" n%o se trata somente a

    intelig(ncia a *0" mas tamb0m a intelig(ncia pela *0! A re'ela+%o *ecuna a compreens%o

    &ue o -omem tem ele mesmo!

    1  E!  ANT "  &e conflit des facultés$ ;uvres philosophiques" t! F Jcoll!  

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    ier7egaar J11F$1GG" *ilóso*o o parao#o e precursor o e#istencialismo"

     pri'ilegia a sub,eti'iae" lugar a 'erae! A ial0tica e#istencial a soli%o" o so*rimento e

    o segreo sustenta a busca a sal'a+%o" no ?temor e no tremor! A pessoa 0 a a*irma+%o

    absoluta a liberae!

     Na transi+%o e ois s0culos" C-arles 9enou'ier J11G$1LF publica >

     personalismo em 1L! A personaliae 0 a categoria suprema e o cora+%o e sua concep+%o

    e muno!

     No s0culo dd as testemun-as a *iloso*ia personalista s%o muitas! 6a# Sc-eler 

    J1F$1L" isc)pulo e 8usserl" propõe uma re*le#%o sobre o arrepenimento" o puor" o

    ressentimento e a simpatia! Ele sublin-a a orem e 'alores tanto e pessoas singulares como

    e pessoas comuns" a na+%o! Ele insiste sobre a ess(ncia a#iológica a pessoa ?Centroespiritual" originalmente singular" e toos nossos atos reais e poss)'eis" a pessoa 0 ela mesma

    Yess(ncia singular e 'alorZ c-amaa a reali.ar Ya imagem e 'alorZ" isto 0" a voca%ão &ue n%o

    cessa e l-e propor o amor i'ino! Ela só poe c-egar a isto" unino$se aos outros num

    mo'imento e simpatia!!! no &ual o outro 0 consierao um testemun-o o absoluto! Amar 

    realmente o outro" 0 ?o amar em Deus ! Este personalismo" &ue n%o 0 mais totalmente

    contemporneo" *oi uma rea+%o contra o positi'ismo" &ue 'ia na pessoa o simples lugar e

    uma combina+%o" e contra o iealismo uni'ersit=rio / maneira e 4runsc-'icg" &ue enteniaretornar ao eu uni'ersal e portanto a impessoaliae o su,eito! Ele tin-a tamb0m a

     preocupa+%o e superar o aspecto mon=ico a pessoa e e restaurar seu aspecto e rela+%o!

    6ais recentemente" Rabriel 6arcel J1L$1LF" um con'ertio ao cristianismo"

    sustenta &ue o -omem só se coloca como pessoa no i=logo entre ois ?tu! O amor entre

     pessoas se enra).a na rela+%o pri'ilegiaa unino caa centro pessoal ao Tu absoluto" &ue 0 o

    Deus o E'angel-o!

    Emmanuel 6ounier J1LG$1LG *a. o personalismo uma *iloso*ia completa" cu,oei#o 0 *i#ao no 'alor absoluto a pessoa! Ele e*ine a pessoa como ?o &ue" em caa -omem"

    n%o poe ser tratao como ob,eto! Ele &ueria promo'er uma ?re'olu+%o personalista e

    comunit=ria e propun-a o ini'iuo para a socieae e a socieae para a pessoa! Ele

     C*! A! A! DE\AUd" art! Personalisme f" op$ cit ! Bcol! G! – Dans le sillage e 6a# Sc-eler on peut citer 6artin 4uber J1$1LMG B Nicolas 4eriae** J1K$1LK B @ean Nabert J 11$1LM B Aim0 5orest J1L$1LF B @ac&ues C-e'alier J1$1LM B @ac&ues 6aritan J1$1LF &ui a**irme a personnalit0 -umaine

    ne trou'e son plein 0panouissement &uZen sZattac-ant et en se onnant / lZautre par un amour 0sint0ress0 f ^A personaliae -umana apenas encontra seu pleno esabroc-ar &uano se apega e se = ao outro por um amor esinteressao! N! o T!_ B en*in" les protagonistes e la p-ilosop-ie e lZEsprit f" ^en*im" os protagonistas a*iloso*ia o Esp)rito! N! o T!_" 9en0 e Senne J1$1LGK" ouis a'elle J1F$1LG1!

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    en*ati.a'a a i*eren+a entre o ini')uo e a pessoa" &ue sempre 0 inserio no muno e a

    comuniae os -omensF!

    Simone >eil J1LL$1LKF" mesmo se ela a*irma &ue ?o sagrao no -omem n%o 0 sua

     pessoa" mas este -omem simplesmente" se ,unta com uma outra linguagem ao personalismo

    e 6ounier" seguno o &ual a pessoa se reali.a &uano ela se enga,a na *ieliae &ue 'ale

    mais o &ue a 'ia!

    6aurice N0oncelle J1LG$1LM" in*luenciao por Ne2man" propWs uma *iloso*ia

    a reciprocidade das conscincias! uanto mais o ini'iuo 0 ser" mais ele 0 ini'iuali.ao

    no =pice" &uano se c-ega / pessoa" se c-ega / plenitue a ini'iualiae! N0oncelle se

    liga a re*le#%o e Teil-ar sobre a comple#i*ica+%o crescente o cosmos! O outro n%o poe ser 

    mais consierao como um limite" a partir o momento em &ue o eu n%o poe ser concebiosem um tu K!

    \amos terminar este sobre'Wo a *iloso*ia personalistaG" &ue marcou muito nossa

    mentaliae" e'ocano uas personaliaes &ue ultrapassam o &uaro a pura *iloso*ia! Para

    Pierre Teil-ar e C-arin J11$1LGG o e'ir o Uni'erso 0 atra'essao por um lento

     processo e personali.a+%o! Teil-ar compreene sua 'oca+%o como um empreenimento

     para ?personali.ar o muno em Deus! Ele propõe uma cosmog(nese espiritual a pessoa!

    Para ele" sociali.a+%o e personali.a+%o camin-am ,untos" o tuo 0 ligao pela ?-iper$ personali.a+%o i'ina!

    arol >o,t3la J@o%o Paulo II J1L$G inscre'e sua re*le#%o *ilosó*ica nesta

    lin-a! A pessoa se constitui por seus atos pessoa e atos est%o em correla+%o inmica" o &ue

    lembra a ial0tica a A+%o e 4lonel" entre vontade querente e vontade querida  J'olont0

    'oulante et 'olont0 'oulue! Da) a necessiae e uma re*le#%o 0tica sobre o -omem" *unaa

    na transcen(ncia a pessoa em rela+%o a toa e#terioriae!

    F Paul$ouis ansberg J1LG$1LKK" contemporain et ami e 6ounier" 0l'e e Sc-eler" *uit le na.isme en 1LFKet meut au camp e concentration ZOranienburg! Il a publi0 uel&ues r0*le#ions sur lZi0e c-r0tienne e la

     personne f J !sprit " 1LFK et 90*le#ions sur lZengagement personnel f J !sprit " 1LF! Il a aussi propos0 une p-ilosop-ie e la mort! ^contemporneo e amigo e 6ounier" aluno e Sc-eler" *oge o na.ismo em 1LFK emorre no campo e concentra+%o e Oranienburg! Publicou ?algumas re*le#ões sobre a i0ia crist% a pessoa e?9e*le#ões sobre enga,amento pessoal! Tamb0m propWs uma *iloso*ia a morte! N! o T!_K  Dans ce sillage il *aurait aussi citer Reorges 4astie" Rabriel 6ainier" Raston 4erger" @ean acroi#"Emmanuel e'inas" Qtienne 4orne" Paul 9ichur!G  \oir aussi Emmanuel 6OUNIE9" e personnalisme Jcoll! ?ue sais*je

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    \! 9ETO9NO k TEOORIA

    PE9TINENCIA DO USO DO CONCEITO DE PESSOA

    PA9A O 6ISTQ9IO T9INIT[9IO

    1! A cr)tica a no+%o e pessoa!

    9a-ner criticou 'igorosamente o uso trinit=rio o conceito e pessoa! A e'olu+%o o

    sentio este conceito entre as *ormula+ões antigas o ogma e seus esen'ol'imentos na

    *iloso*ia os tempos moernos" *a. &ue o crist%o e -o,e" transporte ine'iamente em Deus o

    conteVo &ue ele liga alias a esta pala'ra! Ora" os antigos tin-am um conceito mais limitao"

    mais abstrato a pessoa" e eles coloca'am espontaneamente o lao a nature.a certo nVmeroe tra+os &ue o pensamento moerno liga a pessoa em particular ?um centro e ati'iae

    cogniti'a e li're próprio" li're" ispono e si mesmo se colocano longe os outros M! Ora"

    só 0 em Deus &ue -= uma Vnica liberae e uma consci(ncia Vnica! Arrisca portanto o

    trite)smo!

    Eis por&ue 9a-ner pre*ere *alar e ?tr(s moos istintos e subsistir

    J"u+sistenzAeise" seguno um 'ocabul=rio pró#imo a&uele e ! 4art-" mas &ue retoma

    sobretuo a linguagem os Capaócios" em particular e 4as)lio e Ces=rea &ue e*inia a-ipóstase ou a pessoa como uma ?maneira e subsistir!

    ? Na meia" escre'e 9a-ner" em &ue o moo e presen+a e Deus como Esp)rito" 5il-o e Pai n%o

    signi*ica para nós o mesmo moo e presen+a" na meia em &ue realmente e#istem para nós

    i*eren+as 'eraeiras e reais na moaliae e presen+a" esses tr(s moos e presen+a" para nós"

    e'em ser istinguios e *orma rigorosa! ^!!!_ 6ais" na meia em &ue esses moos e presen+a e

    um só e mesmo Deus" para nós" n%o poem suprimir a autocomunica+%o real e Deus" como Deus

    um" Vnico e i(ntico" esses tr(s moos e presen+a ^!!!_ e'em ser entenios ^!!!_ como enunciaos&ue i.em respeito a Deus tal como ele 0 em si mesmo !

    Pro'a'elmente 9a-ner c-ega a&ui" por meo o trite)smo" a um os e#tremos a

    teologia trinit=ria" a&uele e#tremo &ue consiera as pessoas como particularmente ?*lu)as!

    Ele re*uta em particular as analogias psicológicas" por&ue elas ultrapassam a e#peri(ncia a

    economia a sal'a+%o! 6as sua ressal'a $ &ue n%o e'e ser compreenia como a recusa a

    linguagem ogm=tica as ?tr(s pessoas $ tem a 'antagem e nos lembrar primeiramente &ue

    M ! 9 A8NE9 " Trait0 *onamental e la *oi" Paris Centurion" 1LF" p!1GL! ^Tratao *unamental a *0" e!Paulinas" 1LL! N! o T!_! Ibi!" p! 1M1$1M!

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    as pala'ras a *0 muam e sentio" em ra.%o a -istória -umana o esp)rito e a linguagem"

    e &ue nós e'emos le'ar isto em consiera+%oB tamb0m" &ue o uso o termo e pessoa em

    rela+%o / trinae 0 raicalmente analógico em rela+%o ao seu emprego para os -omens e n%o

    e'e ar lugar a representa+ões ing(nuasB en*im" &ue este mesmo conceito e pessoa 0 aina

    analógico &uano 0 empregao em rela+%o ao Pai" ao 5il-o ou ao Esp)rito!

    ! A no+%o e Deus Pai

    uanto ao termo e pai" ele *oi muito criticao pela psicologia pro*una at0 na sua

    aplica+%o a Deus! O mo'imento *eminista rei'inica por sua 'e. &ue se *ala tamb0m e Deus

    como e uma m%e e percebe como uma in,Vria o emprego gramatical o g(nero masculino para esignar Deus! Tamb0m assim *oi preciso ,usti*ic=$lo! Eu penso no pe&ueno li'ro

    sugesti'o o Pastor >! A! \isserZt 8oo*t" escrito pouco antes a sua morte"  6 paternidade de

     Deus num mundo emancipado  ! Ele tenta *alar e Deus Pai a -omens para &uem a

     paterniae 0 associaa /s imagens negati'as e uma socieae ao mesmo tempo patriarcal e

     paternalista e a &uem certos intelectuais anunciam uma ?socieae sem pais JAle#anre

    6itsc-erlic-! A emancipa+%o e toas as omina+ões" &ue &ueriam at0 a emancipa+%o o Pai"

    le'a ent%o a colocar a &uest%o seguinte ?emancipa+%o em 'ista e &ue

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    representa+ões ?sanguin=rias e Deus s%o a e#press%o e uma re'ela+%o em progresso e &ue"

    no seu inicio aceita passar pro'isoriamente atra'0s as imagens e Deus &ue se *a. -omem

     pecaor! Em 'erae" Deus 0 um Deus ?*ilantropo 0 a e#press%o os Pares a Igre,a

    retomano a mensagem escriturariaB um Deus amorosoB um Deus ao mesmo tempo Pai e

    esposoB ao mesmo tempo Pai e 6%eB um Deus ciumento por&ue amorosoB um Deus ,usto e

    misericoriosoB um Deus ?-umano &ue tem as entran-as paternas!

     No No'o Testamento" a paterniae e Deus 0 re'elaa pela *ilia+%o e @esus! N%o

    somente sua pala'ra" sua rein'iica+%o e uma *ilia+%o Vnica" mas tamb0m sua atitue e

    5il-o e seu comportamento ao longo e sua 'ia at0 sua morte na cru. s%o uma re'ela+%o

    trinit=ria! A *ilia+%o absoluta e @esus re'ela a paterniae absoluta e Deus!

    F! A originaliae a pessoa o Esp)rito!

    O Esp)rito n%o 0 su,eito ao mesmo t)tulo &ue o Pai e o 5il-o! Ele 0 impercept)'el"

     por&ue ele est= sem rosto e n%o *ala! O Pai tem um rosto &ue o -omem n%o poe 'er sem

    morrer" com certe.a" mas &ue o 5il-o re'elou! O grane son-o os -omens 0 e ?'er Deus!

    O 5il-o tem um rosto mani*estao pela sua -umaniae! A i*iculae própria o Esp)rito

    Santo 0 &ue ele n%o tem um rosto! Deste *ato" ele n%o 0 um *ace a *ace" ele n%o 0 um .u" ele permanece um ele! Como a terceira pessoa os nossos paraigmas gramaticais" ele 0 a&uele

    o &ual se *ala" mas ele n%o 0 um parceiro a &uem se enere+ar!

    Os s)mbolos ob,eti'os pelos &uais o Esp)rito 0 representao no No'o Testamento nos

    orientam no mesmo camin-o O Esp)rito 0 um soproB ele esce sobre @esus sob a *orma e

    uma pombaB ele esce sobre os apóstolos no Pentecostes sob a *orma e l)ngua e *ogo! Al0m

    o *ato &ue esses s)mbolos s%o tomaos na orem a nature.a" eles n%o %o rosto ao Esp)rito"

    eles e#primem uma transcen(ncia sub,eti'a" isto 0" o &ue nos anima o interior ao mesmotempo em &ue nos ultrapassa! O sopro a 'ia -abita em nós" mas nós n%o o poemos

    ob,eti'ar ele 'em e al0m e nós mesmos" ,= &ue 0 o sinal e uma 'ia &ue nos 0 aa" mas

    nos ultrapassa! Ele se pere logo &ue 0 espirao" para se reencontrar sempre 0 assim &ue

    @esus sopra sobre seus apóstolos para l-es ar o Esp)rito Santo e seu próprio peito J@o "F

    como uma *or+a interior! A pomba o batismo inica &ue o Esp)rito -abita ?sobre e ?em

    @esus" &ue tuo &ue ele reali.ar= e ir= ser= *eito no poer o Esp)rito 'ino o Pai! Igual com

    as l)nguas e *ogo o Pentecostes elas s%o a 'isuali.a+%o teo*nica o om o Esp)rito na

    alma e no cora+%o os apóstolos &ue agir%o ora'ante no seu poer! Estes usar%o i.er uma

     pala'ra incr)'el no momento o ccnc)lio e @erusal0m ?O Esp)rito Santo e nós mesmos" nós

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    temos com e*eito eciio!!! JAt 1G"! Esta imensa pretens%o e#prime bem a nature.a o

    seu ')nculo ao Esp)rito este n%o 0 naa o seu parceiro" ele 0 a&uele &ue age e ecie neles e

     por eles! Ele pertence tamb0m aos seus nós" como ele pertence aos nós o Pai e o 5il-o!

    Por outro lao" o Esp)rito Santo n%o *ala ele nunca 0 o parceiro e um i=logo

    i'ino! O Pai e o 5il-o *alam aos -omens! O Pai e o 5il-o *alam entre si! @esus" o ver+o

    mesmo e Deus" 0 o re'elaor o Pai sua miss%o 0 *alar e ensinar! O Esp)rito permanece em

    sil(ncio! Ele ?n%o *alar= ele mesmo J@o 1M"1F" como o *a. @esus!

    Seus ?gemios ine*='eis se e#ercem na ora+%o os -omens &ue ele -abita! Da

    mesma *orma" o Esp)rito 0 o interprete a pala'ra e @esus ele *ar= acessar a 'erae inteira

    J@o 1M"1FB ele 0 o Esp)rito e 'erae J1M"1FB ele rea'i'a a lembran+a o ensinamento e

    @esus J1K"MB ele ?comunica J1M"1F$1G" ele = testemun-o J1G"M! Ele ser= para nós umoutro Par=clito &ue permanecer= conosco para sempre J1K"1M!

     Na economia a re'ela+%o i'ina" -= uma pala'ra própria ao Pai" uma pala'ra

     própria ao 5il-o" mas nen-uma pala'ra nem e ensinamento" nem mensagem própria o

    esp)rito! Isto 0 um ao estrutural" ligao a miss%o in'is)'el o Esp)rito &ue prepara"

    acompan-a" e continua a miss%o 'is)'el o 5il-o!

    6as a a*irma+%o o sil(ncio ou o ?mutismo o Esp)rito e'e ser muito

    eterminaa e mati.aa! Certos te#tos a Escritura atribuem uma pala'ra ao Esp)rito! Este 0eminentemente ligao / pala'ra" posto &ue ele ?*alou pelos pro*etas &ue ele inspirou!

    Entretanto" o próprio o Esp)rito n%o 0 *alar por ele mesmo" mas e *a.er *alar os -omens &ue

    ele inspira seguno o pensamento o Pai e o 5il-o!

    Q e uma inspira+%o este g(nero &ue se trata tamb0m no No'o Testamento" em

    rela+%o /s ?pala'ras o Esp)rito! O li'ro os Atos menciona '=rias 'e.es a iniciati'a o

    Esp)rito &ue *a. *alar os -omens! O Esp)rito 0 a&uele &ue preenc-e os apóstolos e a Igre,a

    ?Eles *icaram repletos o Esp)rito Santo e se puseram a *alar outras l)nguas" con*orme oEsp)rito l-es conceia se e#primirem JAt "K! Para Paulo" 0 gra+as ao Esp)rito &ue poemos

    *alar e con*essar nossa *0 i.eno ?Abba" Pai J9m "1G e ?@esus e o Sen-or` J1 Co 1"F!

    Com e*eito" a pala'ra o Esp)rito 0 o lao a pala'ra os -omens &ue *alam em nome e

    Deus ou &ue responem com toa a sua *0 -umana ao om e Deus!

    Q igualmente assim &ue con'0m compreener as ?pala'ras imeiatamente

    atribu)as ao Esp)rito! Em At 1"1L $ a mesma *orma com rela+%o / At 11"1 $" o Esp)rito i.

    a Pero ?eis ois -omens &ue te procuram! Trata$se ob'iamente e uma inspira+%o o

    Esp)rito &ue conu. Pero no meio os acontecimentos o seu encontro com os pag%os! Em

    At 1F"" ?o Esp)rito i. separai para mim Y4arnab0 e Saulo!!! Z! Q uma ecis%o eclesial &ue 0

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    atribu)a imeiatamente ao Esp)rito! 6esma coisa nos apelos repetios o Apocalipse &uano

    se i. ?o &ue o Esp)rito i. /s igre,as J"!11!1!LB F"M!1F!! Uma Vltima pala'ra este

    mesmo li'ro e#prime mara'il-osamente esta soliarieae e pala'ra entre o Esp)rito e a

    Igre,a ?O Esp)rito e a esposa i.em \em` J"1! No mesmo sentio" In=cio e Antio&uia

    con*ienciar= mais tare aos 9omanos ?8= em mim uma =gua 'i'a &ue murmura e &ue i.

    entro e mim Z \ai em ire+%o ao PaiZ L!

    K! Analogia o conceito e pessoa entre as pessoas i'inas

    O Esp)rito n%o 0 nem um !u" nem um .u ele 0 um Ele! Isto 0 a mesma coisa &ue

    i.er &ue o conceito e pessoa 0 analógico" n%o apenas entre os seus empregos para Deus e para os -omens" mas tamb0m no interior a própria Trinae &uano 0 aplicao ao Pai" 5il-o

    e ao Esp)rito! Concebemos sem i*iculae &ue o Pai e o 5il-o se,am pessoas por&ue *alam na

    Escritura e &ue eles se *alam! 6as o Esp)rito n%o *ala! Tal 0 pro'a'elmente a ra.%o pela &ual o

    Esp)rito 0 ob,eto e uma miss%o interior no cora+%o os *i0is" ao passo &ue o Cristo 0 a&uele

    e uma miss%o e#terior &ue passa pela encarna+%o! Esta analogia a ?pessoa o Esp)rito e'e

    ser recebia como tal le'ano igualmente a s0rio o lao a semel-an+a como o lao a

    i*eren+a!! 9a-ner n%o 0 um especialista a pneumatologia! 9esta &ue sua an=lise a

    e#peri(ncia transcenental permite uma compreens%o especulati'a muito re*inaa a

    originaliae o Esp)rito e a maneira pela &ual ele age nos crist%os! Esta compreens%o

    istingue na consci(ncia ois pólos! O mais imeiato 0 a&uele o con-ecimento ?categorial

    &ue passa pela linguagem" a temati.a+%o as categorias e &ue est= na origem as rela+ões

    -umanas situaas na -istória e no tempo entre as pessoas ?corporais" e a origem o progresso

    e toa a ci(ncia e t0cnica! 6as outro pólo e#iste" o pólo origin=rio a consci(ncia" a&uele &ueescapa sempre a um con-ecimento tem=tico" a mesma *orma &ue o ol-o n%o '( sua própria

    retina" por&ue ele 0 precisamente esta .ona misteriosa o ,orramento a iniciati'a o

    con-ecimento e a a+%o!

     No plano antropológico" estes ois pólos corresponem respecti'amente / miss%o o

    5il-o e a miss%o o Esp)rito! A miss%o o 5il-o 0 e orem o categorial ela aparece na

    -istória os -omens! Ela passa pela comunica+%o a linguagem o 5il-o 0 o \erbo por 

    e#cel(nciaB ele anuncia a mensagem o 9einoB ele reali.a o om e Deus sob a *orma e um

    L IRNACE DZA NTIOC8E" Au# 9omains" \I" !

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    e'ento J'ia" morte e ressurrei+%o" &ue passa sua pala'ra e seus atos! Sua miss%o nos 0

    transmitia pela Igre,a!

    A miss%o o Esp)rito 0 e orem o transcenental! O Esp)rito est= presente e age

    em nós no pólo origin=rio a consci(ncia" aone somos incapa.es e iscerni$lo iretamente e

    e ob,eti'=$lo! Ele 0 nosso ?inconsciente i'ino! Ele 0" no mais pro*uno e nós mesmos"

    a&uele &ue inspira nossa liberae e a cura o peso o pecao sem ,amais 'iolent=$la! Em

    suma" ele 0 a&uele &ue gera em nós ?gemios ine*='eis! Ele 0 o &ue se poe c-amar 

    correntemente e ?gra+a incriaa! Eis por&ue &ue toa a trai+%o crist%" e S%o Paulo a Santo

    In=cio e o3ola e al0m" se apegou ao ?iscernimento os esp)ritos" a *im e recon-ecer o

    mais ,ustamente poss)'el o &ue 'em o Esp)rito e Deus!

     N%o ter)amos ai tamb0m uma 'is%o &ue nos orienta para uma concep+%o o Esp)rito pessoa" por&ue ele 0 ?meta$pessoal< N%o se e'e procurar o esp)rito *ora e nós" mas entro

    e nós! Nosso ?inconsciente i'ino 0 a&uele &ue poemos ?contristar em nós mesmos"

     por&ue ele nos marcou com o seu selo JE* K"F! Em rela+%o a nós" ele 0 uma ?meta$pessoa"

     ,= &ue age no mais pro*uno o su,eito pessoal -umano! Ele 0 um Ele meta$pessoal" ,= &ue *a.

    e nós pessoas aotaas" pessoas *iliais e *raternas em rela+%o ao Pai e ao 5il-o! Poe 'er a&ui

    a ra.%o a serieae o pecao contra o Esp)rito Santo< 4alt-asar estima &ue sua

     personaliae 0 absolutamente transcenente a toa personaliae! O Esp)rito 0 uma pessoatrinit=ria" sob a *orma original e ser uma ?meta$pessoa! Com certe.a" em rela+%o a nossas

     pessoas -umanas" o Pai e o 5il-o s%o eles tamb0m ?meta$pessoa! Contuo 0 poss)'el atribuir 

    esta caracter)stica ao Esp)rito na própria Trinae" n%o na i0ia e l-e con*erir uma

    superioriae em rela+%o ao Pai e ao 5il-o" o &ue n%o teria nen-um sentio" mas na i0ia e

    sublin-ar a sua originaliae e sua particulariae pessoal!

    Esta perspecti'a tem um 'alor no plano a espiritualiae e no plano pastoral! Nossa

    rela+%o ao Esp)rito n%o poe ser a mesma orem &ue nossa rela+%o ao Pai e ao 5il-o" parceiros e nossa *0! O Esp)rito 0 por e#cel(ncia" seguno as pala'ras e Agostin-o" o Deus

    ?mais )ntimo a mim mesmo &ue eu mesmo e superior ao &ue 0 meu =pice F! Da mesma

    *orma na pastoral" e'emos sempre pensar &ue nossos parceiros no anVncio a *0 s%o seres

    -umanos criaos para 'er Deus" seres certamente pecaores" mas &ue recebem no mais

     pro*uno eles mesmos a solicita+%o o Esp)rito Santo! Nós n%o poemos saber se eles

    acol-em esta solicita+%o ou a recusam" mas sempre e'emos *alar com eles" consierano a

    -ipótese &ue eles a acol-amF1!

    F AURUSTIN" onfessions, III" M" 11!F1 Sur a personnalit0 e lZEsprit" c*! &a personalitB dello "pirito "anto$ )n dialogo con

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    CONCUS;O

    Em 1LF" o Pare \ictor Dillar" &ue morreria no campo e concentra+%o e

    Dac-au" escre'eu um li'ro e espiritualiae consagrao ao Esp)rito Santo intitulao 6o Deu

    desconhecidoE! Ele o introu. por esta ora+%o

    ?Sen-or *a+a &ue eu 'e,a!!! eu n%o sei como 'os c-amar" como i.er Esp)rito Santo" W

    Santo$Esp)rito!!!

    Eu tento 'os pegar" l-e isolar no i'ino one eu mergul-o! 6as a m%o estenia n%o tr=s

    naa" eu esli.o insensi'elmente nos ,oel-os iante o Pai" ou inclinao sobre meu Cristointerior mais *amiliar!

    6eu corpo se et0m! Os sentios &uerem a sua ose e imagens para permitir &ue a alma

    'oasse at0 'ós! E 'ós apenas l-es ais estran-os alimentos materiais pomba" l)ngua e

    *ogo" sopro! Naa a) &ue permita uma intimiae calorosa e uma ora+%o a ois" -umana"

    *amiliar!

    Q &ue 'ós estais emasiaamente perto e mim! Eu precisaria e um pouco e istncia para

    'os 'er" 'os elimitar e elimitar$me tamb0m perante 'ós" satis*a.er min-a necessiae e

    contornos precisos para compreener a nossa uni%o ^!!!_!

    4ernar SES4OQ"

    Pro*esseur au Centre S'res

    Trau+%o Reralo Ulisses @erWnimo @erWnimo

    9e'is%o a trau+%o Elisabet- A!@! Ruesnier A.e'eo

    1LL!F P i 4 - 1LF G M