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1 INTRODUÇÃO
O trauma grave pode ser rotulado como a doença do mundo moderno. A
progressão crescente das estatísticas de vítimas politraumatizadas se deve à
dificuldade de unificar medidas para um atendimento adequado como, também,
de medidas profiláticas efetivas para o controle e diminuição das
morbimortalidades produzidas por eventos adversos, sejam eles acidentes e/ou
violência (BESERRA et.al., 2008).
No Brasil, as questões relativas ao atendimento pré-hospitalar passaram a ser
pauta de discussões na década de 1990, tendo assim muito pouco tempo de
evolução no que tange o atendimento pré-hospitalar, se comparado a outros
países.
Segundo Lopes e Fernandes (1999, p.32):
A primeira tentativa de organização moderna de auxílio médico de
urgência foi colocada em prática, em 1792, por Dominique Jean
Larrey, cirurgião e chefe militar, que praticava os cuidados iniciais aos
pacientes vitimados nas guerras do período napoleônico, no próprio
campo de batalha, com o objetivo de prevenir as complicações.
No mundo existem dois modelos de atendimento pré-hospitalar, o modelo
francês e o modelo americano. Os modelos diferem na filosofia de
atendimento. No modelo francês, nos casos de maior gravidade preconiza-se
início de procedimentos médicos no local do incidente. No modelo americano,
os socorristas realizam intervenções iniciais para posterior encaminhamento ao
hospital, para assistência médica (CASAGRANDE et. al., 2013).
O modelo francês, centrado no médico regulador, foi adotado como padrão
norteador e as intervenções dos profissionais de enfermagem foram incluídas
nos casos de menor complexidade (CASAGRANDE et. al., 2013).
No Brasil, a estruturação inicial do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência -
SAMUdeu-se em 1995, em alguns municípios, como Porto Alegre. Este fato
motivou a criação da Rede Brasileira de Cooperação em Emergências, que
subsidiou, de forma importante, as bases técnicas e políticas de uma série de
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portarias e adoção da Política Nacional de Atenção às Urgências (BRASIL,
2006).
Considera-se atendimento pré-hospitalar– APHtoda e qualquer assistência
realizada, direta ou indiretamente, fora do âmbito Hospitalar, utilizando-se
meios e métodos disponíveis (ADÃO e SANTOS; 2012).
No Brasil, o sistema é dividido em serviços móveis e fixos. O pré-hospitalar
móvel, foco deste estudo, tem como missão o socorro imediato das
vítimas,onde são encaminhadas para o atendimento pré-hospitalar fixo ou para
o atendimento hospitalar (ADÃO e SANTOS; 2012).
O Ministério da Saúde classifica atendimento pré-hospitalar em primário,
quando ocorre um pedido de socorro oriundo de um cidadão, e secundário,
quando a solicitação for proveniente de um serviço de saúde o qual tenha
prestado atendimento inicial a um paciente que necessita ser transportado para
outro serviço de maior complexidade (CASAGRANDE et. al., 2013).
O APH, seja ele móvel ou fixo, tem como premissa o fato de que,
dependendodo suporte imediato oferecido à vítima,lesões e traumas podem ser
tratados semgerar sequelas significativas.
O SAMU presta atendimento pré-hospitalar móvel, procurando chegar,
precocemente, à vítima após ter ocorrido um agravo à sua saúde de natureza
clínica, cirúrgica, obstétrica, traumática ou psiquiátrica, que possa levar ao
sofrimento, sequelas ou à morte. A sua missão é atender e/ou transportar
essas vítimas a um serviço do Sistema Único de Saúde - SUS (VERONESE et.
al., 2013).
Um dos fatores críticos que interfere no prognóstico das vítimas de trauma é o
tempo gasto até que o tratamento definitivo possa ser efetivado. O
Committeeon Trauma of American CollegeofSurgeons, dos Estados Unidos,
estabelece o tempo de vinte minutos como intervalo máximo ideal para
execução dos primeiros procedimentos, em casos graves (PEREIRA e LIMA,
2009).
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Na enfermagem, assim como em outros setores, a emergência configura-se
como serviço de política, comunicação, interação e cuidados específicos,
norteados por embasamento científico, e possui também como objetivo coletivo
recuperar ou diminuir agravos de saúde. Entretanto, o trabalho desenvolvido
pela equipe de enfermagem no APH móvel é uma prática relativamente nova
para os padrões de enfermagem tradicional (ADÃO e SANTOS; 2012).
A atividade do enfermeiro no APH no Brasil desenvolveu-se a partir da década
de 1990, com o surgimento das Unidades de Suporte Avançado de vida - USA,
que tem como características manobras invasivas de maior complexidade e,
por esse motivo, são realizadas exclusivamente por médicos e enfermeiros
(LOPES e FERNANDES, 2000).
A atuação do enfermeiro no APH não se restringe somente à assistência,
devendo ele participar continuamente de cursos de capacitação técnica e
pedagógica, visto que, além de prestar socorro às vítimas em situação de
emergência, também desenvolve atividades educativas como instrutor,
participa da revisão dos protocolos de atendimento e elabora materiais
didáticos para a equipe, que deve ser devidamente qualificada e
constantemente treinada (ADÃO e SANTOS; 2012).
AspublicaçõesreferentesaoAPH móvel ainda são muito novas no Brasil,
especialmente enfocando a assistência da enfermagem no trabalho em equipe
em situações que envolvem politraumatismo.
Frente a estas questões, o objetivo deste estudo éidentificar através de uma
revisão de literatura integrada, a assistência do enfermeiro ao paciente
politraumatizado com atendimento sequenciado em emergência de um serviço
pré-hospitalar móvel.
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2 OBJETIVO
Identificar a assistência do enfermeiro ao paciente politraumatizado com
atendimento sequenciado em emergência em um serviço pré-hospitalar móvel.
3 RESUMO
Trata-se de um estudo de revisão de literatura do tipo integrativa, que foi
realizada no mês de janeiro a maio de 2017 através da seguinte questão
norteadora: Como tem sido realizada a assistência do enfermeiro ao paciente
politraumatizado com atendimento sequenciado em emergência em um serviço
pré-hospitalar móvel? Desta forma, a revisão de literatura possibilita
compreender mediante a descrição dos fatos, relatos e experiências práticas,
contemplando várias pesquisas publicadas, propiciando considerações gerais
em relação à delimitação de uma área a qual este estudo pretende pesquisar.
“A pesquisa bibliográfica procura explicar e discutir um tema com base em
referências teóricas publicadas em livros, revistas, periódicos e outros. Busca
também, conhecer e analisar conteúdos científicos sobre determinado tema”
(MARTINS, 2001). Evidenciou-se a partir do estudo realizadoque no Brasil os
artigos publicados nas bases de dados trabalhadas são incipientes e
insuficientes em informações a despeito do questionamentoapresentado.
Dentro desse cenário afirmamos também que a evolução técnico-científica do
APH no Brasil progride de forma lenta a um ponto de excelência comparado
aos padrões internacionais referenciados, tal ponto refere-se à qualidade no
atendimento, disponibilidade de recursos tecnológicos e a criação de um
protocolo único de atendimento a nível nacional. E fica evidente que ainda
temos muito a evoluir para alcançarmos padrões internacionais.
Descritores: serviços médicos de emergência; enfermagem em emergência;
assistência pré-hospitalar; socorro de urgência.
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3 METODOLOGIA DA PESQUISA
Trata-se de um estudo de revisão de literatura do tipo integrativa, que foi
realizada no mês de janeiro a maio de 2017 através da seguinte questão
norteadora: Como tem sido realizada a assistência do enfermeiro ao paciente
politraumatizado com atendimento sequenciado em emergência em um serviço
pré-hospitalar móvel?
Desta forma, a revisão de literatura possibilita compreender mediante a
descrição dos fatos, relatos e experiências práticas, contemplando várias
pesquisas publicadas, propiciando considerações gerais em relação à
delimitação de uma área a qual este estudo pretende pesquisar.
A pesquisa bibliográfica procura explicar e discutir um tema com base em
referências teóricas publicadas em livros, revistas, periódicos e outros. Busca
também, conhecer e analisar conteúdos científicos sobre determinado tema
(MARTINS, 2001).
De acordo com Trentini e Paim (1999, p.68):
... a seleção criteriosa de uma revisão de literatura pertinente ao problema significa familiarizar-se com textos e, por eles, reconhecer os autores e o que eles estudaram anteriormente sobre o problema a ser estudado.
Este tipo de pesquisa tem como finalidade colocar o pesquisador em contato
direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto
(MARCONI e LAKATOS, 2007).
Nesse contexto segundo MARCONI e LAKATOS (2007) afirmaram que a
pesquisa bibliográfica não é apenas uma mera repetição do que já foi dito ou
escrito sobre determinado assunto, mas sim, proporciona o exame de um tema
sob novo prisma ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras.
3.1 ESTRATÉGIA DE BUSCA
A pesquisa iniciou por uma busca na base de dados eletrônicas on-line da
Biblioteca Virtual de Saúde – BVS. Assim, empregaram-se os descritores em
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ciência da saúde-DeCS: serviços médicos de emergênciaAND enfermagem em
emergênciaAND assistência pré-hospitalarAND socorro de urgência.
Desta forma, a seleção ocorreu por meio on-line, com a realização de consulta
na Biblioteca Virtual em Saúde - BVS nas Bases de dados de Enfermagem -
BDENF, Literatura Latino Americana e do Caribe - LILACS, Literatura
Internacional em Ciências da Saúde - MEDLINE, Sec.Mun.Saúde SP,
Sec.Est.Saúde SP, Index Psicologia, ColecionaSUS, CidSaúde – Cidades
Saudáveis.
3.2 EXTRAÇÃO DOS DADOS DO ESTUDO
A busca na base de dados na BVS gerou um total de 1.259 artigos. Após a 1ª
filtragem empregando o critério de inclusão obteve-se um resultado por bases
de dados num total de 22 manuscritos.
Em seguida, foi realizada a segunda filtragem por meio dos critérios de
exclusão por artigos duplicados 02, não relacionado ao objetivo e acesso
restrito, perfazendo um total de 15 manuscritos excluídos; depois realizou-se a
terceira filtragem com leitura na integra perfazendo um total final de 05
manuscritos que se adequaram-se ao objetivo.
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AS ETAPAS DE FILTRAGEM DESTE PROCESSO ESTÃO DESCRITAS
LOGO ABAIXO NA FIGURA.
Figura: Organogramado processo de revisão de literatura na base de dados do LILACS, Medline, BDENF, Sec.Mun.Saúde SP, Sec.Est.Saúde SP, Index Psicologia, ColecionaSUS, CidSaúde – Cidades Saudáveis.
BVS
1º Busca - serviços médicos de emergênciaAND enfermagem em emergência AND
assistência pré-hospitalar AND socorro de urgência
Total de artigos (N=1.259)
Leitura por título/resumo
01-Medline;
04-LILACS;
01-DBENF
3ª Filtragem= 06
Resultado final
06
Criterio de inclusão
Artigos livres acesso;
Completos
1ª Filtragem= 22
Criterio de exclusão:
15- Não relacionado com o objetivo (0 medline, 14 LILACS e 01 DBENF);
02-duplicata ( 02 LILACS, 0 DBENF);
1 -acesso restrito (01-Medline; 0 DBENF; 0 LILACS).
2ª Filtragem= 17
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4 RESULTADOS
A organização dos artigos é apresentada em uma tabela, conforme apresenta
logo abaixo com a descrição dos manuscritos quanto aos indicadores, autor,
ano, tipo de estudo, objetivo e resultados.
Os artigos vêm abordando o atendimento ao paciente politraumatizado e a
atuação da enfermagem frente a este cenário. Observou-se que no Brasil há
poucos artigos que descrevem com riqueza de detalhes o atendimento
sequenciado ao paciente politraumatizado, bem como, os protocolos
internacionais para este atendimento.
Tabela 1: Análise dos artigos incluídos por autor, ano, tipo de estudo, objetivo e resultados. Brasil, 2017. Nº Autores Ano Tipo de estudo Objetivo Resultados
01 Simões
RL,
Duarte
Neto C,
Maciel
GSB,
Furtado
TP, Paulo
DNS
2012
Estudo retrospectivo realizado nos arquivos da Liga Acadêmica de Cirurgia e Atendimento ao Trauma do Espírito Santo (Lacates) dos dados de 40 vítimas de um acidente simulado entre um ônibus e dois automóveis.
Analisar a qualidade
do atendimento pré-
hospitalar realizado
pelas agências em
Vitória-ES.
O Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo (CBMES), que desencarcerou as vítimas, delimitou as zonas de perigo e realizou a triagem pelo método START atuou corretamente em 92,5% dos casos. O Samu 192 que atendeu as vítimas pelo método mnemônico (ABCDE) no posto médico avançado agiu corretamente em 92,5% dos casos, no quesito Via Aérea;
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97,5%, no Respiração; 92,5%, no Circulação; 90%, no Avaliação Neurológica; e 50%, no Exposição e Controle do Ambiente. A análise conjunta do ABCDE mostrou que o atendimento foi correto em 42,5% dos casos. O transporte dos pacientes foi realizado corretamente em 95% dos casos. A Guarda Municipal garantiu a perviedade das avenidas para transporte dos pacientes, e a Defesa Civil coordenou eficazmente o trabalho das equipes envolvidas no posto de comando.
02 Rodrigo
de Souza
Adão,
Maria
Regina
dos
Santos.
2012 Revisão bibliográfica qualitativa, caracterizada por descrição, análise e correlação dos fatos e/ou fenômenos acerca do tema proposto, sem interferência do
a) Descrever as
ações do enfermeiro
em unidade básica e
avançada de saúde
no APH móvel, por
meio de revisão de
literatura nacional
científica.
- Com esta pesquisa, foram obtidos sete artigos científicos. Os resultados foram apresentados em duas etapas: a primeira compreendeu
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pesquisador no ambiente de pesquisa, com o objetivo de expressar o sentido do fenômeno e/ou fato, reduzindo a distância entre o real e a teoria.
a caracterização dos artigos e a segunda, as ações do enfermeiro em unidade básica e avançada de saúde do APH móvel.
03 Leandro
Sanceveri
noMattos,
Maria
Regina
Silvério.
2011
Trata-se de uma
pesquisa de
abordagem
qualitativa do tipo
estudo de
caso(16,17),
desenvolvida no
serviço de
emergência de
um hospital
privado do sul de
SC. Ressalta-se
que a instituição
é privada com
caráter
filantrópico,
sendo que 60%
dos usuários são
atendidos pelo
Sistema Único de
Saúde.
Conhecer as ações
desenvolvidas pela
equipe de
enfermagem do
serviço de
emergência de um
hospital privado do
sul de Santa
Catarina, Brasil, na
realização das
avaliações primária
e secundária de
indivíduos vítimas
de politraumatismo.
.
Evidenciou-se
a
preocupação
da equipe de
enfermagem
com os
seguintes
aspectos:
agilidade do
atendimento;
realização
imediata dos
exames
solicitados;
comunicação
entre os
profissionais
do serviço de
emergência;
percepção
adequada do
estado geral
da vítima; e o
acolhimento à
vítima e aos
seus
familiares.
16
04 Cristiani
Vieira
Machado,
Fernanda
Gonçalves
Ferreira
Salvador,
Gisele
O’Dwyer
2010 Revisãobibliográf
ica, análise de
documentos e
dados oficiais e
entrevistas com
dirigentes
federais
relacionados à
formulação e
implantação do
Serviço de
Atendimento
Móvel de
Urgência (Samu)
no Brasil na
década de 2000.
Analisar a
conformação da
política de atenção
móvel às urgências
no Brasil.
O Samu teve
prioridade na
agenda
federal a
partir de
2003. Nos
primeiros
anos de
implantação
predominara
m serviços de
abrangência
municipal; em
2008, os de
abrangência
regional
tornaram-se
mais
relevantes. A
cobertura
estimada
alcançou
53,9% da
população em
2009,
residente em
20,5% dos
municípios
brasileiros. A
implantação
variou entre
os Estados e
houve menos
ambulâncias
de suporte
avançado do
que o
recomendado
, tanto no
conjunto do
País como
em vários
Estados.
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05 Lopes, Sérgio Luiz Brasileiro; Fernandes, Rosana Joaquim
2000 Coleta de dados e pesquisa de campo.
Consideramos atendimento pré-hospitalar toda e qualquer assistência realizada, direta ou indiretamente, fora do âmbito hospitalar, através dos diversos meiose métodos disponíveis, com uma resposta adequada à Solicitação, a qual poderá variar de um simples conselho ou orientação médica ao envio de uma viatura de suporte básico ou avançado ao local da ocorrência,visando a manutenção da vida e/ou a minimização das Sequelas.
A falta de legislação pertinente faz com que várias estruturas sejam encontradas pelo país afora, resguardando, entretanto, os princípios fundamentais de atendimento rápido, Preciso e eficaz, o que vem colaborando para a redução dos danos secundários às maiores causas de trauma, em nosso meio.
06 Adão, Rodrigo de Souza, e Maria Regina dos Santos.
2012 Revisão bibliográfica qualitativa, Caracterizada por descrição, análise e correlação dos Fatos e/ou fenômenos acerca do tema proposto, sem Interferência do pesquisador no ambiente de pesquisa, com o objetivo de expressar o sentido do fenômeno e/ou fato, reduzindo a distância entre o real e a teoria. Este estudo foi realizado por
Descrever as ações do enfermeiro em unidade básica e Avançada de saúde no APH móvel, por meio de revisão de literatura nacional científica.
Com esta pesquisa, foram obtidos sete artigos científicos. Os resultados foram apresentados em duas etapas: a primeira compreendeu a caracterização dos artigos e a segunda, as ações do enfermeiro em unidade básica e avançada de saúde do APH móvel.
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meio de materiais já Elaborados, possibilitando obtenção do maior número possível de informações sobre o tema proposto.
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5 DISCUSSÃO
No Brasil, o número de mortes portrauma ocupa a terceira posição entre as
causas de óbitos,superada apenas pelas doenças neoplásicas
ecardiovasculares. Cerca de 130.000 pessoas morrem anualmente,em nosso
país, em decorrência das causas externas (ROMEO et. al., 2012).
Com o presente estudo evidenciou-se que a enfermagem é participante ativa
no atendimento ao paciente politraumatizado. Entretanto, a atuação do
enfermeiro no APH não serestringe somente à assistência, com as evoluções
da ciência e novas tecnologias o enfermeiro deve participarcontinuamente de
cursos de capacitação técnica epedagógica, visto que, além de prestar socorro
àsvítimas em situação de emergência, também desenvolveatividades
educativas como instrutor, participa da revisãodos protocolos de atendimento e
desenvolve materiaisdidáticos para a equipe, que deve ser
devidamentequalificada e continuamente treinada.
Atualmente, o que as instituições utilizam comoferramenta para atingir suas
metas são os protocolosinstitucionais e de atendimento, essas ferramentas
possibilitam ao enfermeiro e à equipe de APH otimizaçãodo tempo de
atendimento, maior eficiência, menorespossibilidades de erros, garantindo,
assim, a qualidadee a eficácia (ADÃO e SANTOS, 2012).
Existem inúmeras sequencias mnemônicas para o atendimento ao paciente
politraumatizado, dentre estas é citado o “ABCDE”, que consiste na avaliação
primária e secundária do paciente.
Em relato de Matos et. al. (2011, p.43):
A regra do ABCDE constitui-se de uma metodologia de trabalho
eficaz para a assistência às vítimas de politraumatismo. Esta regra
consiste em uma sequência mnemônica, assim disposta:
A (Air Way): permeabilidade das vias aéreas com administração
segura do colar cervical;
B (Breathing): respiração;
C (Circulation): busca de sangramentos e controle da circulação;
D (Disability): avaliação neurológica;
E (Exposure): exposição corporal do paciente à procura de lesões
não visualizadas e posterior aquecimento na prevenção da hipotermia
e do choque.
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De acordo com Matos e Silvério (2011), a equipe de enfermagem, ao realizar o
exame primário e secundário da vítima de politraumatismo, deve atuar de
forma ágil e eficaz, objetivando de reduzir a gravidadedas lesões e as taxas de
mortalidade por esta causa. Nestecontexto, são de responsabilidade do
enfermeiro a identificação de lesões eagravos, e o gerenciamento da
assistência de enfermagem,haja vista que este tipo de ocorrência requer que
os profissionais possuam habilidade e competência técnico-científica.Sendo
assim, a assistência ao indivíduo politraumatizado mediante práticas
sistematizadas possibilita que oatendimento seja mais seguro e eficaz.
Conforme o que é descrito pelo protocolo, Brasil MS (2002), Matos e Silvério
(2011), sistematizam o atendimentoa diversas situações que definem uma
ocorrência deurgência/emergência, com enfoque no atendimento à vítima de
politraumatismo, e apresentando fluxogramas que orientamo atendimento a
vítimas de trauma, de acordo com o tipo deocorrência e sua gravidade, os
quais devem ser seguidos emtodos os serviços de urgências e emergências.
Os fluxogramas referenciados estão anexados em “figuras” de 1 (um) a 5
(cinco) no item anexo.
Para que haja redução dos percentuais de morbimortalidade decorrentes do
trauma e a redução do consequente impacto social requerem que a abordagem
e a atenção às vítimas de politraumatismo sejam cada vez mais eficazes. Isto
decorreda integração dos sistemas de atendimento: prevenção, atendimentos
pré-hospitalar e hospitalar, e reabilitação. Sendo assim, a vítima de
politraumatismo necessita de atenção especial e contínua, desde sua admissão
no serviço de emergência até a alta hospitalar (MATOS e SILVÉRIO, 2011).
A enfermagem assume também no APH o papel de articulação, integração da
equipe, contribuindo na inter-relação entre os diversos atores. Ela constitui−se
um elo entre a gestão e a assistência, entre a regulação médica e a equipe
socorrista, entre a coordenação do serviço e a equipe, pois adentra em quase
todos os espaços,atuando junto à equipe básica, junto com o médico no suporte
avançado, fazendo a administração do serviço, a supervisão da equipe e a
educação permanente da equipe de técnicos e auxiliares de enfermagem,
motoristas e de outros atores(PEREIRA eLIMA, 2009).
21
Um evento traumático é dividido em três fases: pré-colisão, colisão e pós-
colisão. O termo “colisão” não se refere necessariamente à colisão de veículo
automotor. Tanto a colisão de um veículo com um pedestre como a colisão de
um projétil com o abdome, são exemplos de colisões. De um modo simples, a
fase pré-colisão é de prevenção. A fase de colisão é a parte do evento
traumático que envolve troca de energia ou cinemática (mecânica da energia).
Por fim, a fase pós-colisão é de atendimento ao doente (PHTLS, 2011).
Na maioria dos atendimentos os procedimentos são realizados
concomitantemente, e cada um executa uma tarefa, tornando o atendimento ágil
e rápido. Essa integração tem sido descrita nas situações de emergência em
que é necessário realizar ações de forma articulada, onde os profissionais agem
de forma cooperativa, sintonizada e precisa, sob a coordenação do médico.
Essas intervenções configuram um trabalho coletivo no qual, dada à gravidade
da situação, está presente a cooperação, a cumplicidade e a solidariedade entre
os profissionais envolvidos (PEREIRA e LIMA, 2009).
Dentre a comunidade internacional é consenso que o Prehospital Trauma Life
Support– PHTLS, é a principal ferramenta no APH móvel que nortea o
atendimento ao paciente politraumatizado.
O PHTLS é um programa de formação para profissionais de saúde que atuam
ao nível pré-hospitalar, desenvolvido pela National Association of Emergency
Medical Technicians – NAEMT, em parceria com o Comité do Trauma do
Colégio Americano de Cirurgiões - ACS/COT. O PHTLS desenvolve e divulga
material e informação científica, assim como promove a excelência na
prestação de cuidados à vítima de trauma (PHTLS, 2011).
De acordo com Lopes e Fernandes (1999, p.32):
Nos últimos dez anos, vem se sentindo a necessidade de melhoria
e expansão do sistema de atendimento pré-hospitalar, realidade está
percebida pelos gestores da política de Saúde Pública dos
estados.Cada localidade possui um sistema próprio, o que deixa claro
que não há sistemas perfeitos.
22
6 CONCLUSÃO
Evidenciou-se a partir do estudo realizadoque no Brasil os artigos publicados
nas bases de dados trabalhadas são incipientes e insuficientes em informações
a despeito do questionamentoapresentado. Dentro desse cenário afirmamos
também que a evolução técnico-científica do APH no Brasil progride de forma
lenta a um ponto de excelência comparado aos padrões internacionais
referenciados, tal ponto refere-se à qualidade no atendimento, disponibilidade
de recursos tecnológicos e a criação de um protocolo único de atendimento a
nível nacional. E fica evidente que ainda temos muito a evoluir para
alcançarmos padrões internacionais.
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7REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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25
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FIGURA 2 – SUSPEITA DE LCT – LESÃO CEREBRAL TRAUMÁTICA
* PHTLS/NAEMT, Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado; [tradução Renata Scavone.et al. – 7. Ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
26
FIGURA 3 – INDICAÇÕES PARA IMOBILIZAÇÃO
* PHTLS/NAEMT, Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado; [tradução Renata Scavone... ET al.]. – 7. Ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
27
Figura 4 – Avaliação Primária
* PHTLS/NAEMT, Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado; [tradução Renata Scavone... ET al.]. – 7. Ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.