1. MULTICAMADA. O tubo e suas aplicações - duofil.com · As características do Polietileno...

28
1. MULTICAMADA. O tubo e suas aplicações Os plásticos possuem vantagens não só ao nível da utilização como matéria prima e consequente produto final, mas também ao plano da produção. Do ponto de vista energético/ambiental, quando observamos a produção da matéria plástica, verificamos o reduzido valor que a relação “kg de energia para produção/kg de produto obtido” nos apresenta. Como exemplo, a mesma comparação apresenta um resultado 7 a 8 vezes superior para o cobre. Outra situação vantajosa, prioritária no mundo actual, prende-se com a possível reciclagem e/ou reutilização, seja para nova produção ou para utilização como combustível. Ao adicionarmos a estas características o conjunto de elevadas propriedades químicas, físicas e térmicas dos produtos finais quando comparados com os tubos metálicos, compreende-se a aplicabilidade dos tubos plásticos. Como características inerentes aos tubos plásticos, em comparação com os tubos metálicos, poder-se-á enumerar, entre outras, a baixa densidade, a baixa condutibilidade térmica, a baixa condutibilidade eléctrica, a elevada resistência a corrosão ou a atoxicidade. Como em qualquer produto, as limitações também existem como sejam as relações entre pressão e temperatura de operação com atributos inferiores aos tubos metálicos ou dilatações térmicas superiores a estes quando sob o efeito de variações de temperaturas. Compreende-se assim a razão da crescente utilização de tubagens plásticas no panorama das instalações industriais e prediais, para transporte e distribuição de fluídos. Na impossibilidade de combater as limitações dos tubos plásticos como material “puro”, a solução recaiu sobre a tentativa de obter um compromisso entre os tubos metálicos e não metálicos, tentando realçar as propriedades inerentes a cada tipo de tubagem mencionada. Assim surgiu o tubo multicamada ou “multilayer”, que consiste em agregar uma matéria plástica (Polietileno Reticulado) com um elemento metálico (Alumínio) na constituição de um tubo. As características do Polietileno Reticulado, inerentes às mesmas dos materiais plásticos, são reconhecidas, no entanto poder-se-á questionar o porquê do recurso ao Alumínio. O Alumínio surge no topo da lista dos materiais metálicos mais versáteis, com elevados recursos. O facto de se recorrer ao Alumínio e às suas propriedades nas industrias alimentares e farmacêuticas para embalagem de produtos reflecte isso mesmo. O Alumínio para além de inodoro é impermeável aos gases e à luminosidade. O MULTICAMADA é um tubo triplamente extrudido. À camada interior constituída por polietileno adiciona- se uma película aderente para permitir a colocação da folha de Alumínio. Esta, com uma espessura situada entre os 0.4mm e os 0.5mm, adere ao polietileno interior sendo posteriormente soldada longitudalmente a laser, ultra-sons ou TIG. Note-se que não existe qualquer colagem de sobreposição da folha da Alumínio mas apenas entre a superfície do Alumínio e do Polietileno. Por fim, o Alumínio é revestido por uma camada final de polietileno de cor branca, intercalada por nova camada de película aderente tendo em vista as instalações exteriores. Fig. 1 - Constituição do tubo METALPEX Facilmente se percebe que o MULTICAMADA alia as vantagens do tubos plásticos às potencialidades dos tubos metálicos.

Transcript of 1. MULTICAMADA. O tubo e suas aplicações - duofil.com · As características do Polietileno...

1. MULTICAMADA. O tubo e suas aplicações

Os plásticos possuem vantagens não só ao nível da utilização como matéria prima e consequente produto final, mas também ao plano da produção.

Do ponto de vista energético/ambiental, quando observamos a produção da matéria plástica, verificamos o reduzido valor que a relação “kg de energia para produção/kg de produto obtido” nos apresenta. Como exemplo, a mesma comparação apresenta um resultado 7 a 8 vezes superior para o cobre. Outra situação vantajosa, prioritária no mundo actual, prende-se com a possível reciclagem e/ou reutilização, seja para nova produção ou para utilização como combustível.

Ao adicionarmos a estas características o conjunto de elevadas propriedades químicas, físicas e térmicas dos produtos finais quando comparados com os tubos metálicos, compreende-se a aplicabilidade dos tubos plásticos. Como características inerentes aos tubos plásticos, em comparação com os tubos metálicos, poder-se-á enumerar, entre outras, a baixa densidade, a baixa condutibilidade térmica, a baixa condutibilidade eléctrica, a elevada resistência a corrosão ou a atoxicidade. Como em qualquer produto, as limitações também existem como sejam as relações entre pressão e temperatura de operação com atributos inferiores aos tubos metálicos ou dilatações térmicas superiores a estes quando sob o efeito de variações de temperaturas.

Compreende-se assim a razão da crescente utilização de tubagens plásticas no panorama das instalações industriais e prediais, para transporte e distribuição de fluídos.

Na impossibilidade de combater as limitações dos tubos plásticos como material “puro”, a solução recaiu sobre a tentativa de obter um compromisso entre os tubos metálicos e não metálicos, tentando realçar as propriedades inerentes a cada tipo de tubagem mencionada.

Assim surgiu o tubo multicamada ou “multilayer”, que consiste em agregar uma matéria plástica (Polietileno Reticulado) com um elemento metálico (Alumínio) na constituição de um tubo.

As características do Polietileno Reticulado, inerentes às mesmas dos materiais plásticos, são reconhecidas, no entanto poder-se-á questionar o porquê do recurso ao Alumínio.

O Alumínio surge no topo da lista dos materiais metálicos mais versáteis, com elevados recursos. O facto de se recorrer ao Alumínio e às suas propriedades nas industrias alimentares e farmacêuticas para embalagem de produtos reflecte isso mesmo. O Alumínio para além de inodoro é impermeável aos gases e à luminosidade.

O MULTICAMADA é um tubo triplamente extrudido. À camada interior constituída por polietileno adiciona-se uma película aderente para permitir a colocação da folha de Alumínio. Esta, com uma espessura situada entre os 0.4mm e os 0.5mm, adere ao polietileno interior sendo posteriormente soldada longitudalmente a laser, ultra-sons ou TIG. Note-se que não existe qualquer colagem de sobreposição da folha da Alumínio mas apenas entre a superfície do Alumínio e do Polietileno. Por fim, o Alumínio é revestido por uma camada final de polietileno de cor branca, intercalada por nova camada de película aderente tendo em vista as instalações exteriores.

Fig. 1 - Constituição do tubo METALPEX

Facilmente se percebe que o MULTICAMADA alia as vantagens do tubos plásticos às potencialidades dos tubos metálicos.

Fig. 2 - Aplicação do METALPEX

O MULTICAMADA, devido às suas características especiais, possui um campo de aplicações muito vasta:

• Instalações sanitárias de água quente e água fria. • Instalações de aquecimento e arrefecimento. • Instalações industriais para transporte de fluídos técnicos a altas temperaturas e/ou elevadas

pressões. • Instalações de protecção de cabos eléctricos.

Aplicações na indústria automóvel.

2.1 METALPEX

O tubo multicamada, por nós designado por METALPEX, é constituido por uma camada de polietileno reticulado, ao qual se adiciona uma pelicula aderente para permitir a colocação da folha de alumínio. No caso do METALPEX esta mesma folha é soldada longitudalmente através de um laser. Por fim, o alumínio é revestido por uma camada de polietileno de cor branca.

Na tabela 1 encontram-se as características dimensionais e pesos associados a cada modelo de tubo produzido.

O tubo METALPEX é produzido com recurso às normas alemãs DIN 16892, DIN 16893,DIN 4726, DIN 4729, SKZ HR 3.12, UNE 53961 e especificação DUOFIL.

Note-se que a designação comercial deste tubo é a seguinte:

Fig. 3 - Dimensões do tubo METALPEX

Tabela 1 - Características dimensionais e pesos associados do tubo METALPEX, considerando 20º C

como sendo a temperatura da água

O tubo é fornecido em varas de 5m ou em rolos de 50m,100m e 200m, devidamente embalados.

Apresentam-se seguidamente as propriedades químicas, físicas e térmicas do tubo.

Tabela 2 - Propriedades do tubo METALPEX

2.2 MAXIMETAL

O tubo MAXIMETAL também pertencente à família dos multicamadas, é em tudo idêntico ao acima referido, existindo no entanto algumas diferenças que importa salientar. Ao contrário do METALPEX, o MAXIMETAL é constituido por uma camada de PE-RT ao qual se adiciona uma película aderente para permitir a colocação da folha de alumínio.

O tubo MAXIMETAL é produzido em conformidade com a norma UNE 53960 EX e especificação DUOFIL.

3. Vantagens do tubo MULTICAMADA

Pelo que já foi descrito percebe-se as enúmeras vantagens do tubo MULTICAMADA.

Seguidamente apresentam-se algumas:

• Possibilidade de transporte de fluídos a temperaturas elevadas (95ºC sem risco de se atingir os 110ºC em períodos breves) e/ou pressões elevadas (10 bar)

• Reduzido coeficiente de condutibilidade térmica importante quer ao nível do consumo energético no aquecimento quer ao nível das condensações exteriores, em sistemas de arrefecimento.

• Baixo coeficiente de dilatação linear, permitindo situar este tubo ao nível dos tubos metálicos. • Elevado débito de fluído com reduzida perda de carga por fricção, implicando ganhos energéticos em relação aos

consumos inerentes à circulação do fluído. A possibilidade de incrustações é minimizada pela superfície interior quase lisa que o tubo apresenta.

• Barreira total anti-oxigénio, garantida pela camada de Alumínio soldado, permitindo a manutenção das características dos fluídos no interior da tubagem.

• Elevada resistência à corrosão devido à dupla camada de PE-X (no caso do METALPEX) ou à dupla camada de PE-RT (no caso do MAXIMETAL) que reveste interior e exteriormente a camada de Alumínio e o cuidado dos acessórios que compõem ambos os sistemas, ao não permitir o contacto metálico entre este e o Alumínio constante na tubagem, impedindo a formação de fenómenos electroquímicos, garantindo uma alta durabilidade das instalações e consequente rentabilidade da mesma.

• Baixo coeficiente de condutibilidade eléctrica reduzindo desta forma a possibilidade de perigos eléctricos de transmissão de corrente eléctricas, fenómenos inerentes às tubagens metálicas.

• Tubagem constituída por materiais perfeitamente higiénicos aumentando a confiança no transporte de águas potáveis ou outros fluídos para consumo humano.

• Reduzido nível de transmissão de ruídos, situação muitas vezes presente nas instalações executadas com tubagens metálicas, diminuindo o nível de desconforto provocado pelo ruído da circulação do fluído no interior da tubagem.

• A elevada flexibilidade, que possibilita a moldação e curvatura manual adquirindo formas estáveis e permanentes, aliada ao Sistema METALPEX e MAXIMETAL, constituído por um conjunto de acessórios de fácil manuseamento, simples conexão e instalação, reduz significativamente o tempo de execução de uma instalação, por exemplo, quando comparado com uma instalação realizada em cobre soldado.

• Baixo peso que não só aumenta a facilidade como diminui os riscos inerentes ao transporte e instalação das tubagens.

4. Considerações sobre o tubo MULTICAMADA

Para que se retirem as vantagens apresentadas no uso do tubo METALPEX e MAXIMETAL dever-se-á ter em consideração alguns cuidados durante o seu manuseamento para que se mantenham as suas propriedades. Assim, encontram-se designadas seguidamente algumas recomendações para o efeito:

• O tubo deverá ser armazenado e/ou transportado sempre em locais protegidos da intempérie. • A embalagem apenas deve ser retirada no momento da instalação devendo ser sempre mantida

intacta tendo em vista o bom estado do tubo. • As varas e os rolos deverão ser sempre armazenados de uma forma ordenada, sem

possibilidade de quedas abruptas, até uma altura máxima de 1.5m. • Dever-se-á evitar a formação de gelo no interior do tubo (por exemplo durante o ensaio

hidráulico da instalação a temperatura exterior à noite pode provocar este congelamento) cuja mudança de fase poderá originar esforços adicionais e danificar o tubo.

• Nunca se deverão colocar elementos potencialmente cortantes em contacto com a superfície do tubo sob pena de se criarem fissuras instantâneas ou danos que posteriormente provoquem o aparecimento dessas fendas.

• Não realizar qualquer dobragem ou moldação recorrendo ao aquecimento para não fragilizar o tubo. Recorrer sempre à mola de dobragem ou a equipamentos auxiliares especializados para o efeito. Desta forma também se garante uma maior uniformização da secção do tubo

• O corte do tubo deverá ser sempre efectuado de forma perpendicular à sua geratriz e com equipamentos especificamente vocacionados para o efeito(p.ex. : tesouras de corte)

No final de cada instalação dever-se-á efectuar um ensaio de estanquidade da mesma tendo em vista a verificação e detecção de eventuais fugas. Este ensaio deverá ser efectuado com uma pressão não inferior a 1.5 vezes a pressão de operação, e poderá ser usado como fluído de teste a água, fumo ou outro designado especialmente para o efeito.

5. Sistemas METALPEX e MAXIMETAL

Aos tubos METALPEX e MAXIMETAL encontram-se associados uma vasta gama de acessórios, quer de aperto mecânico quer de compressão mecânica, para tornar efectiva a sua instalação. Há disponibilidade total para uma consulta de soluções a utilizar.

Fig. 4 - Alguns exemplos de aplicação do sistema METALPEX

6. Perdas de carga

As perdas de carga por fricção são calculadas tendo em vista o dimensionamento do sistema de bombagem da instalação hidráulica. Facilmente se compreende que menores perdas de carga conduzem não só a equipamentos mais pequenos e consequentemente mais baratos, mas também a consumos de energia de bombagem inferiores.

O gráfico 1, apresentado na página seguinte, indica o valor da perda de carga por fricção por metro linear de tubo METALPEX e/ou MAXIMETAL instalado, nas várias gamas de fornecimento possíveis. É necessário ter em atenção que este gráfico apresenta valores para temperaturas de operação de 20ºC.

A tabela 3, apresentada ao lado, permite determinar a perda de carga por metro linear de tubo para outros valores de temperatura. Depois de determinar as perdas de carga através do gráfico 1, para os caudais e tubo em questão, poder-se-á aplicar o coeficiente de variação de temperatura (KVT), apresentados na tabela 3, para determinar a perda de carga real à temperatura de operação da instalação. A formulação é a seguinte,

Tabela 3 - Coeficientes de variação de temperatura (KVT). Para outros valores de temperatura de

operação e de velocidade de transporte, poder-se-á recorrer à interpolação (cúbica) apesar da variação não ser linear

Gráfico n.º1

7. Dilatações Térmicas.

Devido a alterações de temperaturas exteriores e de operação, o tubo MULTICAMADA sofre deformações quer longitudinais, quer radiais. Como estas últimas são praticamente insignificantes quando comparadas com a importante deformação longitudinal que ocorre, vamos apenas considerar esta, para a caracterização das deformações do tubo.

O coeficiente de dilatação linear do tubo MULTICAMADA, conforme nos indica a tabela 2, é 23.7x10-3 mm/m.ºC. Este valor é válido para temperaturas situadas entre os 0ºC e os 100ºC. Graficamente,

Gráfico 2 - Dilatações lineares do tubo METALPEX

As instalações deverão sempre apresentar soluções para que estas deformações não as coloquem em perigo de ruptura. Uma das soluções mais comuns passa pela realização de liras de dilatações, quando existem comprimentos consideráveis de tubo MULTICAMADA instalado. Obviamente que todas as mudanças de direcção, se bem dimensionadas, permitem o ajuste do tubo às deformações impostas pela variação de temperatura.

Gráfico 3 - Comparação das dilatações lineares de vários materiais usados na construção de tubagens,

para o caso específico de um troço recto com L=10m e uma diferença de temperatura de 50º C

Gráfico 4 - Braços de compensação da dilatação linear para o tubo

Como se pode concluir a partir das figuras 5.1 e 5.2 e do gráfico 4, para cada comprimento L (medido a partir de um ponto de fixação rígido) dever-se-á instalar um braço de dilatação cujo dimensão terá como valor mínimo a medida LB. Este valores são aplicados também a outras situações semelhantes às liras de dilatação como as situações apresentadas ao lado.

Fig. 5.1 - Lira de dilatação

Fig. 5.2 - Distribuição vertical em "courette"

Fig. 5.3 - Instalação com tecto falso

Consideremos a situação de uma instalação com tectos falsos conforme a figura 5.3. Torna-se necessário ter em atenção algumas cotas de instalação para que as dilatações provocadas pelo aquecimento ou arrefecimento do fluido para a temperatura de funcionamento não provoque esforços excessivos, quer no tubo MULTICAMADA quer nos seus acessórios, e consequentes roturas.

Assim, a cota A apresentada terá que ser sempre superior ao valor designado para o braço de dilatação LB, recorrendo ao gráfico 3, porque o orifício de atravessamento é equivalente à existência de um apoio

deslizante. Na eventualidade de não “existir” parede a partir do nível do tecto falso, esta cota deixa automaticamente de ter um valor mínimo a respeitar.

A cota B é muito importante em questões de aquecimento. Este valor terá obrigatoriamente que ser superior ao valor da variação de comprimento (DL) apresentado pelo tubo MULTICAMADA de comprimento L. Se tal não se verificar, quando se proceder ao aquecimento do fluido a circular no interior da tubagem, esta dilatar-se-á e o tubo horizontal de distribuição para a sala ficará comprimido contra a laje de tecto.

Por fim, e ao contrario da cota B, a cota C torna-se importante em instalações de arrefecimento ou quando o fluído por variação da temperatura exterior, tem tendência a arrefecer. Assim, este valor terá que ser superior ao valor da contracção (DL) prevista para o tubo MULTICAMADA de comprimento L.

8. Pontos de Fixação

Os suportes de fixação e/ou suspensão de uma instalação realizada com tubo MULTICAMADA, não deverão exceder os valores apresentados na tabela 4. É de notar que estes valores representam suportes simples e não pretendem indicar os pontos fixos.

Os valores apresentados pela tabela 4 não são válidos para instalações embebidas.

Existem algumas regras para execução de suportes para tubagem que se encontram enumeradas seguidamente:

• Todos os suportes devem localizar-se o mais próximo possível das cargas concentradas, tal como colectores ou válvulas.

• Nas mudanças de direcção do plano horizontal, os suportes deverão localizar-se e o mais próximo possível das curvas ou “tês”, a uma distância de cerca de ¾ do valor máximo para os troços rectos (tab.4).

• Nunca em caso algum se deverão colocar suportes em curvas para não se aumentar a rigidez do sistema de suportagem.

• Nas mudanças de direcção no plano vertical, dever-se-á colocar um suporte no troço horizontal inferior da coluna vertical, o mais junto da curva possível (note-se que é este suporte que sustentará o peso da instalação vertical). Os suportes a prever no troço vertical realizarão o “guiamento” do tubo. Estas guias deverão distar cerca de duas vezes a distância máxima prevista para troços horizontais.

• Dever-se-á colocar um suporte na metade superior do troço vertical para evitar a flexão do tubo. • Os suportes deverão ser instalados sempre que possível em estruturas resistentes, que

sustentem o próprio suporte e o tubo, tentando evitar estruturas especiais de suportagem. • Quando se verificar o cruzamento de dois tubos, o ponto de fixação deverá ser tal ponto de

cruzamento, conforme indicado pela figura 7.

É muito importante realizar um estudo prévio de suportes a considerar, tendo em atenção as dilatações e pesos da instalação.

Nas instalações com tubagem embebida é tão ou mais importante prever os suportes da mesma, e dever-se-á criar as condições nas aberturas de colocação dos tubos, para que este possa dilatar ou contrair livremente devido à variação de temperatura.

Tabela 4 - Distância entre suportes

Fig. 6 - Exemplo de Ponto de Fixação

Fig. 7 - Ponto de Fixação nos cruzamentos de tubos

9. Perdas Térmicas.

O efeito de transporte de um fluído a uma temperatura diferente da temperatura ambiente implica uma transmissão de calor pelas paredes do tubo e consequentemente uma variação da temperatura do fluído transportado. De uma forma simplista, para um comprimento infinito, a temperatura final à saída de uma instalação seria igual à temperatura do ar exterior em contacto com a instalação.

Tal fenómeno torna-se importante para estimar o valor da temperatura da água num determinado ponto da instalação ou, como caso particular deste, o valor da temperatura à saída da instalação. Outro fenómeno importante, inerente ao transporte de fluídos a temperaturas inferiores à temperatura exterior, é o aparecimento de condensações na superfície exterior da tubagem que originam o efeito de deterioração e aparecimento de “humidade” nas paredes das habitações quando as instalações são embebidas nestas.

Em suma, as perdas térmicas contribuem para a ineficiência de um sistema. A título de exemplo, quando comparamos o desempenho de um tubo de MULTICAMADA com um tubo de cobre geometricamente semelhante, verificamos que para as mesma temperaturas de operação, quer do fluído a circular no interior da instalação quer do ar exterior, e considerando valores de espessura de isolamento semelhantes, as perdas térmicas são inferiores para a instalação efectuada recorrendo ao tubo METALPEX ou MAXIMETAL.

Gráfico 5 - Zona de diminuição percentual das perdas térmicas pela substituição de um tubo de cobre por um tubo METALPEX, geometricamente e com espessura de isolamento semelhantes, para as mesmas

condições de operação

Por outro lado, ao comparar a espessura de isolamento necessária para as mesmas condições de operação e para perdas térmicas iguais, os resultados também são extremamente favoráveis ao MULTICAMADA.

Gráfico 6 - Zona de valores percentuais de diminuição de espessura de isolamento pela substituição de um tubo de cobre por um tubo METALPEX, geometricamente semelhante, DT entre temperatura média

do fluído a transportar e a temperatura do ar exterior, e perdas térmicas iguais.

A comparação apresentada tem vantagens quer ao nível do custo da instalação mas também permite uma maior percepção da diminuição das perdas térmicas quando se utiliza o tubo METALPEX ou MAXIMETAL em detrimento do tubo de cobre. O gráfico 5 permite observar os ganhos energéticos inerentes à utilização do tubo METALPEX e MAXIMETAL.

O tubo MULTICAMADA, oferece garantias óbvias de poupança energética e consequentemente, uma redução da factura energética pelo incremento da eficiência da instalação.

O gráfico 7 apresentado ao lado, depois de algumas simplificações teóricas, permite-nos estimar um valor para a temperatura da água transportada no interior de tubos METALPEX e/ou MAXIMETAL. Esta temperatura varia obviamente com o caudal de fluído (função da velocidade de transporte e do diâmetro do tubo), com o valor da temperatura da água disponibilizada pelo sistema de aquecimento, com o valor da temperatura ar exterior e agitação do mesmo (para o caso do gráfico considerou-se uma temperatura exterior de 20ºC) e com o comprimento de tubo instalado.

Gráfico 7 - Coeficiente de perdas térmicas (KPT) para temperatura exterior de 20º C

Tabela 5 - Espessuras de isolamento mínimas para impedir a formação do fenómeno de condensação do ar na superfície exterior da tubagem

10. Exemplo de Aplicação

Consideremos a seguinte situação bastante real.

Um tubo METALPEX ou MAXIMETAL 16,0 x 2,0 com 70 m de comprimento, transporta 400 l/h de água a uma temperatura média de 80º c. Consideremos ainda uma temperatura exterior de 20º C.

Iniciando o cálculo pela determinação da perda de carga, pelo gráfico I determinamos este valor para uma temperatura de operação de 20º C.

Através do coeficiente de variação de temperatura, poder-se-á calcular a perda de carga para 80ºC.

Logo,

Agora, para aferir completamente o valor da perda de carga, deveremos aferir o efeito das dilatações lineares no comprimento do tubo. Considerando suportes fixos situados em cada extensão de 10 m de tubagem METALPEX ou MAXIMETAL e realizando liras de dilatação exactamente a meio de cada troço destes, poder-se-á estimar qual o valor do comprimento real da tubagem quando a água se encontrar a 80º C.

Assim, através do gráfico 2,

Para o comprimento de 70 m, a dilatação linear será aproximadamente,

Agora, ter-se-á que contabilizar os comprimentos dos braços de dilatação de cada lira introduzida.

Cada troço linear com 10 m de comprimento entre apoios fixos, possui uma lira de dilatação cujo braço poderá ser determinado pelo gráfico 4. Note-se que se considera uma dilatação com metade do valor encontrado para a dilatação do tubo entre apoios fixos.

Como cada lira possui dois braços de dilatação existem 7 liras na instalação considerada, o comprimento adicionado será,

Finalmente, o comprimento total estimado será,

Desta forma, a perda de carga total que definirá a necessidade de altura manométrica, quer por gravidade quer por recurso a um grupo de bombagem o que é mais provável, será,

Por fim, e assumindo que a temperatura à entrada é de 80ºC, poder-se-á através do gráfico 7, estimar qual o valor da temperatura da água depois de percorrer os 70 m (74,65 m reais a 80ºC) da instalação,

11. A instalação. Modos de aplicação do Sistema MULTICAMADA

Pretende-se seguidamente ilustrar a forma de instalação do tubo METALPEX ou MAXIMETAL e da sua interligação com o sistema de acessórios já mencionados. Esta interligação denomina-se Sistema METALPEX e/ou MAXIMETAL.

Nunca será demais relembrar as considerações mencionadas no capitulo 4, obviamente relevantes para a fase de instalação do tubo.

Como já foi referido, o sistema METALPEX ou MAXIMETAL é constituído por duas formas de instalação:

• Aperto Mecânico (exemplo de acessório tipo : R179AM). • Pressão Mecânica (exemplo de acessório tipo : RP102).

Note-se que todos os acessórios possuem uma protecção em material plástico que evita o contacto entre o metal do acessório e o Alumínio constituinte do tubo, evitando desta forma os fenómenos electroquímicos.

Apesar de dois métodos distintos, existem tarefas e operações comuns. Assim sendo, a descrição abrangerá os dois métodos e quando existir a necessidade de alertar para diferenças efectuar-se-á a distinção entre os dois.

1. Não abrir a embalagem do tubo com elementos cortantes e só realizar a operação de abertura aquando da necessidade imediata de instalação do tubo.

2. Verificar atempada e correctamente os trajectos a cumprir na instalação, preparando dimensionalmente o comprimento do tubo necessário. Note-se que os cortes deverão ser efectuados perpendicularmente à secção do tubo (fig. 8) e com ferramentas indicadas para o efeito (ex : corta tubos de roletes RP204)

3. Realizar as curvaturas necessárias e possíveis no tubo MULTICAMADA, de acordo com o traçado da instalação, recorrendo à mola interior (RP-208) ou outro equipamento existente e compatível com tal operação (fig. 9). Sempre que possível, deve evitar-se a remoldação.

4. Definir atempadamente os pontos de fixação, salvaguardando a possibilidade das dilatações se processarem, conforme o designado no capitulo 7.

5. Calibrar os extremos do tubo com recurso ao rectificador (RP-206) ou outro equipamento semelhante. Após a calibração, proceder à remoção de todas as pequenas partículas libertadas por este processo. (fig. 10)

6. Colocar o tubo MULTICAMADA nos suportes previstos. Nunca efectuar um acoplamento ao acessório com o tubo não suportado. Com tal procedimento nunca será possível um perfeito alinhamento do tubo e poder-se-á, aquando da colocação do tubo no suporte, danificar a conexão com o acessório, fragilizando instantaneamente a instalação.

A partir deste estágio iniciam-se as diferenças inerentes aos dois processos de instalação, devido à tecnologia que cada tipo de acessório emprega no processo de acoplamento.

Fig. 8 - Corte do tubo METALPEX

Fig. 9 - Moldação

Fig. 10 - Calibração do tubo

11.1 - Aperto Mecânico

Depois do tubo calibrado, coloca-se o acessório R179AM no tubo conforme ilustrado pela figura. Dever-se-á ter um cuidado especial com a anilha plástica para que o contacto entre elementos metálicos não se verifique. Desliza-se a porca pelo tubo e realiza-se o aperto ao elemento pretendido (colector, radiador,...). Os restantes acessórios permitem adaptar os sistemas dimensionais de acoplamento ás dimensões do acessório RP179AM.

Fig. 11 - Colocação de acessório

Fig. 12 - Aperto do acessório

11.2 - Pressão Mecânica

Para este processo recorre-se ao equipamento de compressão (RP-200). Depois de colocada a matriz adequada à dimensão do tubo e de colocado o acessório(Fig. 15) no tubo, ajusta-se a mandíbula de

compressão (Fig. 16) e realiza-se esta operação (Fig. 17). Depois de terminada a compressão, retira-se a mandíbula e o acessório já garante a continuidade da instalação.

Toda a gama de acessórios de pressão, identificados pelas inicias RP, não permitem o contacto dos elementos metálicos constantes no tubo e nos acessórios.

Fig. 13 - Colocação de acessório

Fig. 14 - Operação de compressão

11.3 - Outras Considerações

No final de cada instalação, antes de se iniciar em pleno o funcionamento da mesma, dever-se-á realizar um teste hidráulico tendo em vista a verificação de eventuais fugas de fluído. Este teste hidráulico deverá ser efectuado colocando toda a instalação a uma pressão não inferior a 1.5 vezes a pressão de operação de projecto, durante pelo menos 24h. O fluído de teste poderá ser água, fumos, ou qualquer outro fluído designado para o efeito.