11 Roteiro Final - A história do copyright
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“UMA HISTÓRIA DO COPYRIGHT”
Roteiro adaptado por Juliana Balbino de Oliveira
Copyright 2014 Endereço
Todos os direitos reservados (000) 0000-0000
UMA HISTÓRIA DO COPYRIGHT
Texto de Rick Falkivinge, divido em sete partes e adaptado para
roteiro, que conta a história do copyright, desde o início até os dias
atuais. Os dois primeiros capítulos desta história foram unidos e
geraram uma sinopse que nos instiga a saber mais sobre essa história
de um modo engraçado, interessante e que está presente em nosso
cotidiano e faz parte de um interesse comum.
As partes que compõem o trabalho de Rick são 1) A Peste
Negra dizima copistas e escrivães; 2) Bloody Mary; 3) O monopólio
morre – e ressuscita; 4)Os Estados Unidos e as Bibliotecas; 5) Direitos
Morais; 6) Sequestrado pela indústria fonográfica e 7) Sequestrado
pela Pfizer.1
1 Os títulos e subtítulos das partes podem ter sido alterados.
FADE IN
PARTE 1 e 2 – SINOPSE
Em 1350 a peste negra dizimou boa parte da população europeia, inclusive escrivães e copistas, que foram os mais atingidos e os que mais demoraram a recuperar suas populações. O processo de cópia era demorado e dificultoso, devido aos materiais e os meios de fazerem as cópias. Por volta de 100 anos após a peste negra, a população ainda não tinha se reestabelecido; inspirado em um material dos chineses (um tipo de papel vegetal), Gutenberg propõe o uso desse papel e a escrita de tipos móveis: é a partir daí que temos a origem da atividade de editoração e difusão dos livros.
Com essa difusão, ficava difícil para a igreja de controlar o que podia ou não ser publicado e quantas cópias seriam feitas. Comprando a briga da igreja católica contra seu pai, rei Henrique VII, fez Mary I criou o protótipo do que chamamos hoje de copyright. Ele executou e perseguiu pessoas de toda Inglaterra e censurou boa parte das obras literárias nesse período.
São séculos de história, contados através de ‘sangue, suor e lágrimas’, pelo tanto de sofrimentos causados e censura impostas ou rejeitadas.
PARTE 3 - O MONOPÓLIO ZUMBI: MORRE E RENASCE.
PERSONAGENS:
Maria I [a carrasca, sanguinária];
Elizabeth I [interesseira e oportunista];
Thomas Booker, O autor [jovem militante para a liberdade de
divulgação de vários textos, afrontou todo o monopólio do copyright];
Timothy Pendleton, presidente da Companhia de Livreiros [um
baixinho de óculos redondos, bastante agitado, chegando a ser
frenético];
Charles Parley, parlamentar [senhor distinto, de bigode imperial
que sabe defender seus argumentos].
CENA 1:
Narrador situa o ano da cena, 1557.
Maria I [reflete em seu trono]: Protestantismo é besteira! Com o
monopólio do copyright vamos difundir o catolicismo [risadas
malignas ecoam por todo o salão tronal].
CENA 2:
Morre Maria I.
Narrador situa o ano da cena, 1558. Elizabeth I assume o trono.
Elizabeth I [sentada no mesmo trono, satisfeita]: Nunca me dei bem
com minha irmã, mas devo assumir: que bela ideia essa do copyright,
mas agora o CATOLICISMO sofrerá com esta censura. [risadas de
deleite]
CENA 3:
Narrador situa o ano da cena, 1643
Booker [indignado]: Adquirir licenças e registros para publicar
minhas obras?! Ser punido e ter que cumprir essas leis absurdas? O
parlamento só pode estar louco!!
CENA 4:
Narrador situa o ano da cena, 1695.
Timothy [aflito e bravo]: De que adianta o florescimento da
criatividade se eu não posso lucrar com isso?? SEM COPYRIGHT? VOU
AO PARLAMENTO RESOLVER ISSO JÁ!
CENA 5:
Narrador: No parlamento…
Timothy [inconformado]: Charles... se as coisas continuarem como
estão, seremos obrigados a não imprimir nada mais. Que história é
ESSA??
Charles [relutante]: Ai... precisamos de uma solução, mas essa
censura já causou muita revolta, por causa dos abusos de vocês.
Timothy: Proponho que garantiremos aos autores o direito de serem
donos de suas próprias obras. Assim, descentralizamos o controle
para não ser usado como censura.
Charles: Veremos o que pode ser feito, mas antes é necessário que
haja uma conversa com os outros parlamentares.
CENA 6:
Narrador: Apesar do fim da censura proposta por Maria I, em 1709,
foi decretado novamente o monopólio. Isso fez o lucro voltar para as
mãos dos editores somente, pois os autores não eram considerados
artistas criadores das obras.
PARTE 4 – BIBLIOTECAS: O INÍCIO
PERSONAGENS:
Vendedor ambulante [difunde o conhecimento através de cópias
não legalizadas];
Editor inglês [representante da classe de editores, figurante];
Alemão [patriota, que reconhece os interesses do seu povo];
Editores e Policiais [figurantes].
CENA 1:
Vendedor [aos berros]: Livros famosos! Cópias baratas e perfeitas!
Venham conferir!
[Como se contasse um segredo, ele olha diretamente para seu
interlocutor e conta sua versão da história do copyright]
Vendedor: Se vocês acham que sou um vilão por difundir
conhecimento, sua ideia pode estar levemente equivocada: a ideia do
copyright, surgiu na Europa e difundida nos Estados Unidos, pelos
patronos fundadores junto com as leis do velho continente. Monopólio
de ideias é algo que sempre causou atritos, e durante a escrita e a
assinatura da Declaração de Independência dos EUA não foi diferente.
A opinião de Thomas Jefferson era muito clara: "Aquele que recebe
uma ideia de mim, recebe instrução para si sem que haja diminuição
da minha, da mesma forma que quem acende um lampião no meu,
recebe luz sem que a minha seja apagada."
Este é o meu trabalho: facilitar com que a luz chegue a todos, o
“Robin Hood” das ideias. O difícil é difundir essas ideias de graça...
Ainda falando de história, a constituição americana foi a primeira a
estabelecer um bom motivo para a concessão de copyrights e
patentes, não para favorecer a remuneração de qualquer profissional,
mas “Para promover o progresso das ciências e artes (…)”. O
copyright, dentro da perspectiva da constituição norte americana, só
é justo se ampliar a cultura e o conhecimento à disposição da
sociedade; não foi criado para que os artistas fossem remunerados,
como muitos pensam, mas para equilibrar o acesso e a renovação da
cultura. O que sabemos, infelizmente, não acontece, pois são poucos
os que podem ter uma pequena biblioteca em casa devido ao preço
exorbitante dos livros atualmente.
Vendedor: [começa a suspirar pensativo] Na Inglaterra, por outro
lado, os livros ainda eram artigo de luxo, então só as famílias ricas
tinham acesso a eles. Apesar de emprestarem para alguns amigos,
poucas pessoas liam. Não havia ninguém vendendo cópias por um
precinho camarada, como eu. Além disso, os editores não gostavam
nada da ideia das pessoas emprestando seus livros.
CENA 2:
Narrador: toda história tem dois lados, neste caso, a outra visão é a
dos editores.
Editor: [bravo e indignado, em sua sala, lendo a notícia pelo jornal]
Ler sem pagar antes? Isso é roubar dos autores! Tirar o pão da boca
de seus filhos! (...) Não se pode permitir que as pessoas leiam livros
de graça! Se isso acontecer, nunca mais venderemos um livro!
CENA 3:
Narrador: essa história ainda tem mais coisas a serem contadas.
Vendedor: Para o parlamento o maior problema era o fato de os A
elite inglesa decidir que número limitado de pessoas que teria acesso
à cultura. Então em 1800 assumiram a posição de que o acesso ao
conhecimento beneficiaria muito mais a SOCIEDADE do que a
restrição imposta pelos donos do monopólio. A Lei da criação das
bibliotecas públicas foi criada em 1849 e em 1850 a primeira
biblioteca pública foi aberta.
[A imagem de uma grande biblioteca contrapondo-se a imagem dos
editores insatisfeitos]
CENA 4:
[volta ao vendedor]
Vendedor: Não se deixe enganar: os ingleses não foram os
pioneiros. Na Alemanha, o conhecimento se espalhava como “fogo
em palha”! Os livros eram BARATOS e a cultura era rapidamente
difundida.
[corta para o alemão]
Alemão: [com ar orgulhoso] Assumimos a liderança no
desenvolvimento de tecnologias industriais, pois sabíamos, desde
sempre, que o interessa nacional é maior que o dos monopólios de
editores, em se tratando de cultura e conhecimento.
CENA 5:
[O vendedor aparece correndo da polícia juntando suas coisas para
fugir do arrastão. Ao longe diz]
Vendedor: Essa é a vida de quem tenta difundir o conhecimento sem
estar dentro das leis do copyright...
PARTE 5 – E OS DIREITOS MORAIS?
PERSONAGEM:
Victor Hugo [escritor, membro da Assembleia Nacional Francesa,
senador, 76 anos, barba e cabelos brancos].
CENÁRIO: Paris, 1878, reunião da Assembleia Nacional Francesa.
CENA 1:
[O texto “Mas, afinal, como surgiram os direitos autorais?” surge das
páginas em branco de um livro]
CENA 2:
[Imagem da reunião da Assembleia Nacional Francesa, sem áudio]
Narrador: No fim dos anos 1800, o escritor Victor Hugo defendeu a
incorporação da tradição francesa conhecida como "direito de autor".
Victor Hugo: Neste dia, fica marcado o surgimento da Associação
Literária e Artística Internacional! Que objetiva tornar válida a
incorporação do “direito autoral” ao copyright.
CENA 3:
[Luzes e objetos característicos de cada ano vão correndo na tela com
o passar dos anos]
Narrador: Anos depois… Na cidade de Berna, Suíça, período de
1886.
[Surgem imagens da cidade de Berna em preto e branco, enquanto o
narrador continua]
Narrador: Após a realização dos trabalhos pela Associação Literária
e Artística Internacional, acontece a Convenção de Berna, ficou
determinado: um país deve respeitar o copyright do outro. Para
fiscalizar, foi criada a BIRPI, que cresceu, se transmutou e se tornou a
OMPI. Os Estados Unidos só aderiram a convenção anos depois,
quando sentiram que era conveniente para seus interesses.
PARTE 6 – SEQUESTRADO PELA INDÚSTRIA FONOGRÁFICA
PERSONAGENS:
Narrador [apenas áudio].
CENA 1:
[Imagens dos selos da Ford e da Toyota girando na tela e encobrindo-
se de forma agitada. Explosão de ambos os selos em cédulas de 5
dólares. Tela preta encobre a cena]
CENA 2:
[Tela preta com logotipo do The Pirate Bay jogado em um canto e
diversas capas de CDs ao redor, sugerindo ligação entre ambos]
Narrador: o mundo das pessoas está ruindo e com isso, levou ao
colapso a Indústria Fonográfica
[Imagens de bailes em bares com grupos de jazz se apresentando]
Narrador: Uma Grande Depressão – e todos se perguntam: “Mas o
jazz sobreviverá a isso?”
CENA 3:
[Tela cheia de recortes de jornais e notícias sobre as Grandes
Guerras]
Narrador: A luta pelo poder sobre o copyright, no período “Entre
Guerras” acarretou vários acontecimentos. [Livros em códice e rolos
de pergaminhos espalhados na tela. Capas de CDs começam a cair
sobre a imagem, encobrindo os livros]. Entre eles, uma pequena luta
de espaço... – Começava a ‘guerra’ das gravadoras, em que o mundo
da música assumiu o protagonismo do livro.
[Sobre as capas de CD aparece uma imagem caricatural de um DJ em
uma mesa de escritório com fones de ouvido pendurados no ombro -
Produtor]
[Produtor pega um telefone e move os lábios. Animação com balão e
rabiscos.]
Narrador: Percebendo que poderia ganhar bastante dinheiro com as
reproduções das músicas, um empresário, começou uma longa briga
nos tribunais pela regulamentação da reprodução (ou mesmo
consumo) que os indivíduos faziam sobre conteúdos musicais que
eles haviam comprado, adquirido.
[Mesa de escritório sai da tela com o telefone. Substituição por
imagem caracterizada de Músico]
CENA 4:
[Produtor musical se conversa com Artista/Músico]
Narrador: Convencer artistas de muitos lugares nos EUA de que
seria brilhante cobrar do público a apreciação eletrônica de uma
reprodução de seu trabalho artístico, foi tarefa fácil: o argumento
fazia sentido, do ponto de vista criativo. Porém, os produtores não
avisaram aos artistas, músicos, que eles também queriam receber
uma quantia dessa taxa.
[Dinheiro aparece em pontos estratégicos em ambos – Artista e
Produtor]
[Artista e Produtor saem da tela. Uma pizza cai sobre a cena e
aparece Mussolini ao lado de muitos livros e CDs]
Narrador: Isso fez os italianos lembrarem-se que possuir poder sobre
a circulação de conteúdo cultural é uma grande ferramenta de
controle sobre o conhecimento de um grupo social. Então, o Estado
fascista italiano infiltrou-se na Convenção de Berna – e este foi o
primeiro passo para dar aos produtores e intermediários midiáticos os
mesmos direitos de posse sobre a produção fonográfica que tinham
os próprios músicos e artistas.
CENA 5:
[Explosão de dinheiro ao redor do Produtor e de Mussolini]
Narrador: Dentro da Convenção de Berna – nos seus diversos locais
de encontro dos participantes [miscelânea de mapas geográficos], foi
elaborado o texto no qual se basearia os direitos desses produtores
sobre produções artísticas.
[É jogado um volume imenso de texto escrito sobre uma mesa cheia
de mapas e projetos de bombas]
Narrador: A Convenção de Roma, em 1961, ratificou o texto e desde
então a Indústria Fonográfica passou a ser uma forte defensora do
copyright, por também se beneficiar dele.
CENA 6:
[Tela preta, com símbolo da Pfyzer começa a se formar lentamente]
Narrador: Supostamente a música e o bem público ganhavam muito
com isso, até que outros ramos comerciais começaram a ver a mina
de ouro que a palavra copyright prometia...
PARTE 7 - O CONTROLE DE INFORMAÇÕES
PERSONAGENS:
Criador da Toyota [abala a supremacia norte-americana com sua
marca de carros];
Presidente dos Estados Unidos [representante do “todo
poderoso];
Estados Unidos [a supremacia/ o país todo poderoso];
Edmund Pratt [presidente da Pfizer, o que foi “roubado”];
Representante da OMPI [organização, a “heroína mundial”];
Países Pobres [por que assinei esse acordo mesmo?];
Presidente Russo [país que era inimigo, mas ouviu dizer que esse
acordo beneficiaria países ricos, deixando-os mais ricos].
Narrador: Essa história começa com a expansão corporativa e
política do monopólio do copyright e atravessa o período de 1960 a
2010. Os japoneses estavam ameaçando a indústria automobilística
norte-americana ao fabricar os carros da Toyota, e assim,
evidenciando o fato que os governantes não conseguiriam manter
sua supremacia econômica por muito tempo.
CENA 1:
[A notícia que se espalha pelos jornais do mundo é que os Japoneses
serão a nova supremacia econômica em pouco tempo, graças aos
carros da Toyota].
Criador da Toyota: [com ar debochado] Nossos carros são tão bons,
mas tão bons que conseguiram abalar a supremacia norte-americana,
né? Hihihi.
Cena 2:
[Corta para presidente dos Estados Unidos e Chefes de Estado
preocupados com a situação que se encontram]
Narrador: Os Estados Unidos queriam e sentiam a necessidade
manter sua supremacia. [Mostra o Presidente, em seu gabinete com
Chefes de Estado, lendo o jornal com a manchete que o Japão está se
tornando uma supremacia, graças aos seus novos carros].
Presidente: [levanta-se, muito bravo e jogando o jornal na mesa]
Mas como faremos isso?
Cena 3:
[O presidente da Pfizer, preocupado com as manchetes, publica um
artigo no New York Times].
Edmund: [bravo e indignado] VOCÊS, JAPONESES, ESTÃO NOS
ROUBANDO! USAM SEU CONHECIMENTO POPULAR, SUAS PRÓPRIAS
FÁBRICAS, SUAS PRÓPRIAS MATÉRIAS-PRIMAS, PARA TRATAR DO
PRÓPRIO POVO, EM DETERMINADO PRAZO, PORQUE ESTÃO A BEIRA
DA MORTE, SABENDO QUE JÁ EXISTE A CURA PARA DETERMINADAS
DOENÇAS? NÃO TÃO RÁPIDO, SEUS “OLHOS PUXADOS”!
Narrador: Com essa resposta, Edmund, é convidado a trabalhar no
comitê da ACTN, com o presidente dos Estados Unidos.
Cena 4:
[No gabinete do Presidente da República, Casa Branca, durante a
reunião do comitê].
Narrador: Os presidentes resolvem atrelar suas negociações
comerciais à sua política externa, acordos que suscitaram avaliações
negativas para quem não assinasse. [Todos apertam as mãos para
selar o acordo].
Cena 5:
[Estados Unidos em reunião com outros países, tentando resolver sua
situação].
Presidente: Assinem aqui! A não ser que vocês queiram uma
imagem negativada diante da supremacia mundial. E vamos redefinir
“produzir”, “qualquer coisa” e “valiosa” por meio de intimidação. [Em
off o Presidente americano e Edmund acordam: Somos os ESTADOS
UNIDOS DA AMÉRICA, NÓS produzimos qualquer coisa valiosa! E
daremos um jeito de os outros governos nos beneficiarem, através
dos blueprints. Querem produzir? Ótimo! Mas antes, não se esqueçam
de pagar pela propriedade intelectual!! – CARA... SOMOS INCRÍVEIS!
Criaremos o “Berna Plus”, mas também temos nossa credibilidade]
Vamos aderir à Convenção de Berna. Apontar as propostas de
melhoria e esperar a aprovação da OMPI.
CENA 6:
[Na reunião sobre as assinaturas do novo projeto proposto pelos
Estados Unidos].
Representante da OMPI: [descobre a fraude, surpreso e indignado,
expulsa os representantes dos Estados Unidos da reunião] O QUE?
VOCÊS ESTÃO LOUCOS? Querem os benefícios só de vocês mesmos...
CAIAM FORA DAQUI!!!
CENA 7:
[Presidentes refletem qual será o próximo passo, no gabinete da Casa
Branca]
Presidente: [sentindo-se perdido] O que faremos agora?
Edmund: [com a solução na ponta da língua] Que tal um fórum
(GATT) e um tratado?
[A cena fica sem som e narrador apresenta o tratado].
Narrador: Este tratado contorna a Convenção de Berna e fortalece a
indústria norte-americana através do GATT que enganou, coagiu ou
intimidou metade dos países participantes.
[volta o som na fala do presidente]
Presidente: [se dirigindo a Edmund, com ar debochado] Enganamos
esses caras!! Que trouxas!! Hahaha.
CENA 8:
Narrador: E GATT é rebatizado como OMC, ou Organização Mundial
do Comércio. E outro acordo é lançado: o TRIPs, criado para
enriquecer ainda mais países ricos e tirar vantagem dos países
pobres, em que os países pobres que não puderem pagar pela
propriedade intelectual com seus recursos financeiros, pagarão com
riquezas ou com seus cidadãos.
[Indignados, eles tentam rebater].
Países Pobres: [com ar de tristeza, revolta e indignação] A gente já
em maus lençóis, agora a coisa ficou ainda pior! Estamos proibidos de
fabricar remédios e vacinas nas nossas fábricas, com nossos recursos
e conhecimento para nosso próprio povo? Mas que acordo é esse???
Isso não está certo! VAMOS NOS REBELAR! QUEREMOS NOSSOS
DIREITOS!!
Narrador: Vendo que a situação não estava favorável, o presidente
dos Estados Unidos resolve criar concessões para produtos
farmacêuticos.
Presidente: Calma, gente! Calma! Vamos criar concessões pra
vocês, ok?
CENA 9:
Narrador: Rússia, percebendo que poderia beneficiar-se, solicita a
participação.
Presidente Russo: Podemos participar?
Narrador: O presidente norte-americano poderia pedir qualquer
coisa, já que foram inimigos da Rússia durante muito tempo sob mira
de bombas nucleares armadas 24 h por dia durante sete dias da
semana, mas resolveu pedir o seguinte:
Presidente: Vocês, russos, serão muito bem-vindos aqui, mas para
isso, é necessário que vocês façam uma coisinha: fechem a AllofMp3,
pois ela tem o poder de compartilhar informações e trata-se de uma
questão de hegemonia econômica global.