13-Calorimetria
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170Capítulo 13
CALOR
1. Introdução
Calor é uma forma de energia que é transferida de um cor-po para outro devido à diferença entre suas temperaturas.
À medida que a temperatura dos corpos se iguala, cessa atransferência de energia, e nessa situação é atingido o equilí-brio térmico.
O termo calor é usado para indicar a energia transferida deum corpo ou sistema a outro, não sendo usado para indicar aenergia que um corpo possui.
A unidade de calor Q, no sistema SI, é o joule (J). As uni-dades mais usadas, no entanto, são a caloria (cal) e seu múlti-plo, o quilocaloria (kcal).
1 cal � 4,18 J1 kcal � 103 cal
2. Fonte térmica
Denomina-se fonte térmica ou de calor, um sistema quepode fornecer um fluxo de energia calorífica (calor) sem que suatemperatura varie. A chapa de um fogão elétrico pode fornecercalor continuamente com a mesma temperatura, por exemplo.
171Capítulo 13
Uma fonte térmica tem “potência” ou “fluxo calorífico”determinado pelo quociente da quantidade de calor fornecidaQ, pelo intervalo de tempo Δt.
P
Qt
��
As unidades de fluxo ou potência calorífica são a caloria
por segundo cals
⎛⎝
⎞⎠ , a caloria por minuto cal
min⎛⎝
⎞⎠ e a unida-
de SI, watt (W), equivalente ao joule por segundo Js
⎛⎝
⎞⎠ .
Exemplos
a) Uma fonte fornece 50 cal a cada minuto. Determine a potência dafonte em watt. Dado: 1 cal � 4,18 J.
Solução
PQ
P��
� �t
⇒ 50 cal1 min
50 calmin
ou
P �
�4,18 5060
⇒ P � 3,5 Js
ou P � 3,5 W
b) A potência de um chuveiro elétrico é 4.000 W. Determine a capa-cidade de fornecimento de calor em calorias por minuto, conside-rando o chuveiro como fonte ideal.
Solução
P � 4.000 Js
⇒ P cal
� �4 000 60.
min4,18⇒
⇒ P � 57,4 kcalmin
As calorias dos alimentosO número de calorias de um alimento é dado pela somadas calorias transferidas ao organismo pelas gorduras, pro-teínas e hidratos de carbono consumidas.
172Capítulo 13
3. Propagação de calor
Como já vimos, para que haja propagação de calor é ne-cessário haver diferença de temperatura entre dois corpos ousistemas.
O calor se propaga do corpo de temperatura mais alta parao de temperatura mais baixa.
A propagação de calor ocorre por três processos diferentes:• condução;• convecção;• irradiação.
3.1. Condução térmicaCondução térmica é a transferência de energia do movimen-
to (vibração) entre as moléculas de um sistema. Por exemplo: umbastão de aço que, ao ser aquecido em uma extremidade, após
A seguir estão alguns alimentos e bebidas e seus valorescalóricos:
Chocolate (200 g) 940 calFeijão (250 g) 850 calArroz (250 g) 940 calCachorro quente 290 calHambúrguer 260 calMilk shake de chocolate 380 calGarrafa de cerveja 300 calMaçã 80 cal
Assim a preocupação em ter uma alimentação balan-ceada e a prática de exercícios deve ser uma constante navida de todos para manter a boa saúde e a boa forma.
173Capítulo 13
algum tempo, tem sua temperatura aumentada em toda sua ex-tensão. As moléculas do material, do lado que está sendo aque-cido, recebem energia e começam a aumentar sua vibração rapi-damente. Essa vibração vai se estendendo ao longo da barra atéa outra extremidade.
Dependendo do material, o processo de condução é maisrápido ou mais lento. Os materiais nos quais a condução é rápi-da são denominados condutores; aqueles nos quais a conduçãoé demorada são os isolantes ou mau condutores. Como condu-tores podemos citar o aço, o alumínio, o cobre etc.; como iso-lantes, a borracha, a lã de vidro, o amianto, o isopor etc.
Esse conceito tem muitas aplicações. Quando precisamosque uma peça qualquer mantenha sua temperatura, podemosrevesti-la com um material que seja isolante térmico, comouma capa de isopor para uma garrafa de cerveja que deseja-mos conservar gelada. Há situações em que precisamos decondução rápida de calor, como em um aquecedor qualquerou um radiador automotivo, que deverá ser construído comum material que seja bom condutor.
A Lei de Fourier rege fenômenos de condução de calor en-tre dois pontos separados por um meio qualquer, desde quenão haja variação de temperatura ao longo do tempo nessespontos. Considere uma barra de comprimento L e secçãotransversal A, isolada em sua extensão, cujas extremidadesestejam em contato com dois sistemas com temperaturas T1 eT2 constantes.
A
L
T1 T2
isolante
174Capítulo 13
O fluxo de calor que se propaga pela barra é dado pelafórmula:
P
L K
A(T T1 2� �� )
A constante K em
cals cm C� � ° é chamada coeficiente de
condutibilidade térmica do material que constitui a barra.O valor numérico da constante é alto para condutores e baixopara isolantes, conforme podemos observar nos valores apre-sentados abaixo:
Exemplos
a) Uma barra cujo coeficiente de condutividade térmica é
0,8
cals cm C� � ° , tem 1,0 m de comprimento e secção transversal
de 20 cm2. A barra é isolada nas laterais e tem uma de suas extre-midades imersa em um líquido a 5 °C e a outra em um líquido a80 °C. Determine o fluxo de calor ao longo da barra.
Solução
P K
A T TL
� ��( )1 2 ⇒
P � �
� �0,8
20 80 5100( ) ⇒ P � 12 cal
s
b) Uma placa de borracha, de espessura 1,0 cm e área de 0,2 m2,separa dois recipientes com temperaturas de 25 °C e 85 °C, res-pectivamente. Determine o fluxo de calor através da placa deborracha.
Materiais K
cals cm C � � °
⎛⎝
⎞⎠
Cobre 0,97Ferro 0,12Borracha 0,00045Ar 0,000055Água líquida 0,00143
175Capítulo 13
Solução
P K
A T TL
� ��( )1 2 ⇒
P � �
� �0,00045
1,02 000 85 25. ( )
⇒
⇒ P � 54 cals
3.2. Convecção térmicaA convecção térmica se caracteriza nos fluidos, ou seja, lí-
quidos, gases e vapores, motivada pela diferença de densida-de entre as porções do fluido em um determinado sistema.
Considerando uma chaleira de cozinha cheia de água queestá sendo aquecida sobre a chama de um fogão, observamosque a porção de líquido mais próxima à chama recebe calor etem sua densidade diminuída, fazendo com que essa porçãomigre para a parte superior da massa líquida. Esse movimentogera uma corrente ascendente de líquido quente e descenden-te de líquido frio. Essa é a chamada corrente de convecção.
Leia sobre A Inversão Térmica no Encarte Colorido.
3.3. Irradiação térmicaChama-se irradiação à transmissão de energia entre dois
sistemas, que ocorre por meio de raios infravermelhos, semque haja um contato físico entre eles e, por conseguinte, ummeio material de propagação.
Ao observarmos a estrutura de uma garrafa térmica, vemosque a superfície interna da peça, que recebe o líquido quente,é espelhada. Isso é feito para que os raios infravermelhos se-jam refletidos, minimizando o efeito da diminuição de tempe-ratura do líquido interno por efeito da irradiação térmica.
4. Calor sensível e calor latenteCalor sensível é o calor trocado por um determinado siste-
ma com outro ou outros, que provoca mudanças de tempera-tura. Quando aquecemos uma cuba com água, essa água temsua temperatura alterada. A quantidade de calor responsávelpor essa mudança de temperatura é o calor sensível.
176Capítulo 13
100
130
0
�10
Q (cal)
T (°C)
A
B
C
DE
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5
Dada uma porção de água em ebulição, se continuarmoscedendo calor a essa porção, começará a ocorrer a vaporiza-ção. A porção do líquido que é convertida em vapor recebeuenergia calorífica para alterar seu arranjo molecular conformeo novo estado físico. Essa quantidade de energia ou calor échamada calor latente de vaporização. O calor latente nãopropicia aumento de temperatura, e sim mudança de estado.
O calor latente é função das características da substânciapara cada mudança de estado sofrida e depende, ainda, dapressão a que a substância está submetida.
Para a água submetida à pressão normal, o calor latente defusão e de vaporização valem, respectivamente:
LF � 80 calg
e LV � 540 calg
Considerando m, a massa de uma substância que muda deestado e L, o calor latente dessa mudança, a quantidade decalor Q envolvida é dada por:
Q � m � L
Para ilustrar esse conceito, elaboramos um gráfico carte-siano T (°C) x Q (cal) para a água à pressão normal em umprocesso de aquecimento:
177Capítulo 13
No gráfico:A – aquecimento do gelo; Q1, Q3, Q5 – calor sensível;B – fusão; Q2 – calor latente trocadoC – aquecimento da água; na fusão;D – vaporização; Q4 – calor latente trocadoE – aquecimento do vapor; na vaporização.
Agora, analisemos a mesma situação para o resfriamentoda água à pressão normal:
100
130
0
�10
Q (cal)
T (°C)
AB
C
D
E
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5
A – resfriamento do vapor; Q1, Q3, Q5 – calor sensível;B – condensação; Q2 – calor latente trocadoC – resfriamento do líquido; na condensação;D – solidificação; Q4 – calor latente trocadoE – resfriamento do gelo; na solidificação.
Observe que, se uma substância muda seu estado com oganho de uma determinada quantidade de calor latente, parareverter o processo é necessário que ela perca a mesma quan-tidade de calor.
178Capítulo 13
As quantidades de calor latente de condensação e calorlatente de solidificação da água à pressão normal valem:
LC � �540 calg
e LS � �80 calg
O sinal negativo significa, convencionalmente, que asubstância perde calor na mudança de estado.
Exemplos
a) Apresentamos a seguir um gráfico de aquecimento de uma determina-da substância pura, inicialmente em estado gasoso. A massa da subs-tância aquecida é de 1.000 g. São dados o calor latente de vaporiza-
ção da substância, LV � 250calg
, e o
calor latente de fusão, LF � 50calg
.
Determine as temperaturas de con-densação e solidificação da substân-cia e as quantidades de calor troca-das para cada mudança de estado.
Solução
A temperatura de condensação: TC � 110 °C .
A temperatura de solidificação: TS � �20 °C .
A quantidade de calor trocada na condensação vale:
Q � 1.000 g �
�250 calg
⎛⎝⎜
⎞⎠⎟
⇒ Q � �250 kcal
A quantidade de calor trocada na solidificação vale:
Q � 1.000 g �
�50 calg
⎛⎝⎜
⎞⎠⎟
⇒ Q � �50 kcal
b) O gráfico apresenta a variação com o tempo da temperatura de500 g de uma substância pura, em estado inicial sólido. Até o ins-tante 14 min, a substância está em contato com uma fonte térmica
de potência 800 calmin
. Após 14 min, a fonte é retirada.
110
�20Q (cal)
T (°C)
179Capítulo 13
Determine:
1) a temperatura de fusão;
2) o calor latente de fusão;
3) a temperatura de soli-dificação;
4) o calor latente de soli-dificação.
Solução
b.1) Parando de aumentar a temperatura durante o fornecimentode calor pela fonte, há a indicação de que está ocorrendo amudança de estado da substância. A temperatura de fusãocorresponde ao primeiro patamar da representação gráfica(temperatura constante); logo:
TF � 80 °C .
b.2) A fusão demora um intervalo de 2 min. A potência da fonte é
P � 800 calmin
; logo:
Q � 800 � 2 � 1.600 cal
Esse valor é a quantidade de calor recebida durante a fusão. Ocalor latente de fusão vale:
Q � m � LF ⇒ LF �Qm
LF �1.600500 � 3,2
calg
b.3) Sendo a fonte desligada, o corpo passa a perder calor até quese solidifique no próximo patamar do gráfico, que equivale à
temperatura de TS � 80 °C
b.4) O calor latente de solidificação representa a situação inversado cálculo do calor latente de fusão; logo:
LS � �3,2calg
100
90
60
40
20
120
0 t (min)
T (°C)
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
180Capítulo 13
5. Capacidade térmica e calor específico
Consideremos um sistema que receba uma determinadaquantidade de calor Q, que propicie uma mudança de tempe-ratura �T sem mudanças de estado. Define-se como capacida-de térmica ou calorífica C do sistema a relação:
C
QT
��
A unidade usual da capacidade térmica é a caloria por
grau Celsius calC°
⎛⎝
⎞⎠ .
Se uma determinada porção de uma substância recebe 50 cale sua temperatura varia de 5 °C, sua capacidade térmica vale:
C
calC
�505 °
⇒ C � 10 calC°
A capacidade térmica mede numericamente a quantidadede calor produzida por uma variação unitária de temperaturaem um determinado corpo.
No exemplo citado anteriormente, a cada 10 cal que a por-ção de substância recebe, sua temperatura aumenta em 1 °C.
Tomando um corpo de massa m e capacidade térmica C,define-se capacidade térmica específica ou calor específico cda substância que constitui o corpo como sendo:
c C
m�
A unidade usual de calor específico é o quociente da calo-
ria pelo produto grama vezes grau Celsius
calg C� °
⎛⎝⎜
⎞⎠⎟
.
Admitindo-se a massa da substância do exemplo anteriorcomo 50 g, seu calor específico vale:
c
cal Cg
�10
50/ ° ⇒ c � 0,2
calg C� °
181Capítulo 13
O calor específico é a medida numérica da quantidade decalor que propicia uma variação unitária de temperatura emuma unidade de massa da substância.
No exemplo anterior, a massa de 1 g da substância devereceber 0,2 cal para que sua temperatura aumente em 1°C.
O calor específico é uma grandeza que depende da natu-reza da substância e de seu estado de agregação.
Para a água, temos os seguintes valores de calor específico:
Estado da água c
calg C� °
⎛⎝⎜
⎞⎠⎟
sólida 0,5líquida 1gasosa 0,48
Citamos, abaixo, o calor específico em caloria por grama epor grau Celsius para outras substâncias nas condições ambien-tes (20 °C e 1 atm):
Substância c
calg C� °
⎛⎝⎜
⎞⎠⎟
Álcool 0,58Chumbo 0,031Ferro 0,11Vidro 0,20Alumínio 0,22
Leia sobre o Calor Específico da Água e Sua Influência noClima no Encarte Colorido.
182Capítulo 13
Exemplos
a) Um corpo recebe 5.000 kcal e sua temperatura varia de 10 °C para250 °C. Qual é a capacidade térmica do corpo?
Solução
C
QT
��
⇒ C �
�
�
5 000 10250 10
3. ⇒ C � 20,8 kcalC°
b) Um corpo de 1 kg recebe 2.000 cal para que sua temperatura seeleve 50 °C. Quais são a capacidade térmica do corpo e o calorespecífico da substância que o constitui?
Solução
Sua capacidade térmica vale:
C
QT
��
⇒ C �
2 00050. ⇒ C � 40 cal
C°O calor específico da substância vale:
c C
m� ⇒
c ��
401 103
⇒ c � 0,04cal
g C°
c) A capacidade térmica de 200 g de um líquido é 45 calC°
. Qual é acapacidade térmica de 500 g do mesmo líquido?
Solução
c cal
g C� �
45200
0,225°
(calor específico do líquido)
C � c � m ⇒ C � 0,225 � 500 ⇒ C � 112,5 calC°
1. Assinale a(s) afirmativa(s) correta(s).Para que haja fluxo de calor entre um corpo e outro, é necessárioque os corpos:a) tenham calores específicos diferentes;b) tenham temperaturas diferentes;c) tenham diferentes quantidades de calor;d) tenham capacidades térmicas diferentes.
183Capítulo 13
2. Se há fluxo de calor de um corpo A para outro B, podemos afir-mar que:
a) a capacidade térmica de A é maior que a de B;
b) B é melhor condutor que A;
c) a temperatura de A é maior que a de B;
d) a temperatura de B é maior que a de A;
e) a capacidade térmica de A é menor que a de B.
3. Assinale a alternativa falsa.
a) A energia solar chega até nós por radiação.
b) A condução térmica é a transferência de calor molécula a mo-lécula ou átomo a átomo.
c) A convecção ocorre basicamente para os sólidos e líquidos.
d) O calor se transfere de um lado a outro de uma barra metálicaaquecida em uma extremidade por condução.
4. (UFRS) No interior de uma geladeira, a temperatura é aproxima-damente a mesma em todos os pontos graças à circulação do ar.O processo de transferência de energia causado por essa circula-ção de ar é denominado:
a) radiação; c) condução; e) reflexão.
b) convecção; d) compressão;
5. Considerando a temperatura ambiente 20 °C, o contato dos péscom um piso de ardósia parece mais frio que com um piso demadeira. Isto acontece porque:
a) a madeira está sempre mais quente que o ambiente;
b) a ardósia está sempre mais fria que o ambiente;
c) o calor dos pés se transfere mais rapidamente para a ardósia,em virtude da maior condutividade térmica desse material emrelação à madeira;
d) a madeira possui maior condutividade térmica do que a ardósia;
e) a madeira é isolante térmico.
184Capítulo 13
20
50
0 5
T (°C)
t (min)
6. Ao esmerilhar uma peça de ferro, um serralheiro é atingido porfagulhas de ferro incandescentes e não se queima. Isso aconteceporque as fagulhas:
a) têm calor específico elevado;
b) estão mudando de estado;
c) têm capacidade térmica muito pequena;
d) têm alta capacidade térmica;
e) têm calor específico pequeno.
7. Para que um andarilho do deserto suporte melhor o calor, é me-lhor que ele esteja:
a) vestido com qualquer roupa;
b) totalmente nu;
c) com roupas de lã;
d) com roupas de tecido de algodão bem fino.
8. (PUC-RS) A propagação de calor em dias frios, a partir de um con-dicionador de ar, numa sala, se dá principalmente por:
a) convecção d) irradiação e condução
b) irradiação e) irradiação, convecção e condução
c) condução
9. (UFSE) A temperatura de um corposólido de massa igual a 100 g estárepresentada no gráfico ao lado,em função do tempo t.Se o calor específico da substânciade que o corpo é feito vale
0,80 calg C°
, o número de calorias
que o corpo recebeu por minuto é:
a) 3,2 � 102 c) 4,8 � 102 e) 2,4 � 103
b) 4,0 � 102 d) 8,0 � 102
10. Uma placa de cortiça de espessura 3 cm e área 10 cm2, separadois sistemas cuja diferença de temperatura é 30 °C.
185Capítulo 13
Sendo 0,00013
cals cm C� � °
, o coeficiente de condutividade tér-
mica da cortiça, determine o fluxo de calor conduzido através daplaca em calorias por minuto.
11. (Cesgranrio-RJ) Para a refrigeração do motor de um automóvel,tanto pode ser usado ar como água. A razão entre a massa de ar ea massa de água para proporcionar a mesma refrigeração no mo-tor do automóvel deverá ser igual a:
Dados: Car � 0,25
calg C� ° e Cágua � 1,0
calg C� °
a) 0,25 c) 1,2 e) 4,0
b) 1,0 d) 2,5
6. Calorimetria – Trocas de calor
Combinando as fórmulas já estudadas para capacidade tér-mica e calor específico, temos:
C
QT
e c Cm
��
� ⇒ Q � m � c � �T
A fórmula obtida anteriormente é chamada fórmula geralda calorimetria. Ela nos permite calcular a quantidade de ca-lor Q trocada por um corpo de calor específico c, ao sofreruma variação de temperatura �T.
A variação de temperatura �T é sempre dada pela diferen-ça entre a temperatura final menos a inicial, o que definirá osinal de Q como positivo ou negativo. Se o corpo receber ca-lor, Q será positivo. Se o corpo perder calor, Q será negativo.
A soma das quantidades de calor trocadas por doiscorpos isolados, até o estabelecimento do equilíbrio tér-mico, é zero.
Muitas experiências práticas em calorimetria são feitas emrecipientes chamados calorímetros.
186Capítulo 13
Os calorímetros são isolados termicamente para evitar per-das de calor, de tal forma que não haja interferência do mes-mo nas trocas de calor em seu interior. Na prática, o isola-mento térmico ideal é impossível; por isso, é definida a capa-cidade térmica do calorímetro, para que as experiências reali-zadas em seu interior cheguem a resultados satisfatórios.
Exemplos
a) São colocados, dentro de um calorímetro a 10 °C, 50 g de água
pura a 25 °C. Sendo a capacidade térmica do calorímetro 1,5 calC°
,determine a temperatura de equilíbrio.
Solução
A quantidade de calor trocada pelo calorímetro é:
Q1 � C � �T ⇒ Q1 � 1,5 � (TF � 10) ⇒ Q1 � 1,5TF � 15
A quantidade de calor trocada pela água é:
Q2 � m � c � �T ⇒ Q2 � 50 � 1 � (TF � 25) ⇒Q2 � 50TF � 1.250
Somando as quantidades de calor, temos:
Q1 � Q2 � 0 ⇒ 1,5TF � 15 � 50TF � 1.250 � 0 ⇒⇒ TF � 24,6 °C
b) Determine a quantidade de calor que 1� de água deve perder parareduzir sua temperatura de 80 °C para 5 °C.
Solução
Q � m � c � �T ⇒ Q � 1.000 � 1 � (5 � 80) ⇒ Q � 275 kcal
c) Calcule a quantidade de calor necessária para transformar 100 gde gelo a �10 °C em água líquida a 20 °C. Dados: o calor especí-
fico do gelo, 0,50 calg C° ; o calor latente de fusão do gelo, 80 cal
g;
e o calor específico da água líquida, 1,0 calg C° . Mostre a represen-
tação gráfica da curva de aquecimento do processo.
187Capítulo 13
Solução
Para o aquecimento do gelo, temos:Q1 � m � c � �T ⇒ Q1 � 100 � 0,5 � (10) ⇒ Q1 � 500 cal
Para a fusão do gelo, temos:Q2 � m � L ⇒ Q2 � 100 � 80 ⇒ Q2 � 8.000 cal
Para o aquecimento da água líquida, temos:Q3 � m � c � �T ⇒ Q3 � 100 � 1 � (20) ⇒ Q3 � 2.000 cal
A quantidade de calor total necessária no processo é:QT � Q1 � Q2 � Q3 ⇒ QT � 500 � 8.000 � 2.000 ⇒⇒ QT � 10,5 kcal
Para a representaçãográfica pedida, temos:
T (°C)
20
�10
0 10,58,50,5 Q (Kcal)
12. (UFMG) Um bloco de gelo de 80 g foi colocado em um calorí-metro, bem-isolado, contendo 50 g de água. Depois de várias ho-ras, observou-se uma situação final na qual havia, ainda, 80 g degelo no interior do calorímetro. Pode-se concluir, desta experiên-cia, que:
a) a condutividade térmica do gelo é igual à da água;
b) as quantidades de calor contidas na água e no gelo, na situa-ção final, tornaram-se iguais;
c) a temperatura final do gelo e da água era de 0 °C;
d) o calor específico do gelo é igual ao calor específico da água;
e) o calor latente de fusão do gelo é maior do que a energia con-tida na água.
188Capítulo 13
13. (PUC-SP) Observe as figuras a seguir sobre a formação de brisasmarítima e terrestre.
Durante o dia, o ar próximo à areia da praia se aquece mais rapi-damente do que o ar próximo à superfície do mar. Dessa forma, oar aquecido do continente sobe e o ar mais frio do mar desloca-separa o continente, formando a brisa marítima. À noite, o ar sobreo oceano permanece aquecido mais tempo do que o ar sobre ocontinente, e o processo se inverte. Ocorre então a brisa terrestre.Dentre as alternativas a seguir, indique a que explica, correta-mente, o fenômeno apresentado
a) É um exemplo de convecção térmica e ocorre pelo fato de aágua ter um calor específico maior do que a areia. Dessa for-ma, a temperatura da areia se altera mais rapidamente.
b) É um exemplo de condução térmica e ocorre pelo fato de aareia e a água serem bons condutores térmicos. Dessa forma, ocalor se dissipa rapidamente.
c) É um exemplo de irradiação térmica e ocorre pelo fato de aareia e a água serem bons condutores térmicos. Dessa forma, ocalor se dissipa rapidamente.
d) É um exemplo de convecção térmica e ocorre pelo fato de aágua ter um calor específico menor do que a areia. Dessa for-ma, a temperatura da areia se altera mais rapidamente.
e) É um processo de estabelecimento do equílibrio térmico eocorre pelo fato de a água ter uma capacidade térmica des-prezível.
189Capítulo 13
14. (UFCE) Considere uma certa massa M de gelo a 0 °C, que deve sermisturada com igual massa M de água a uma certa temperaturainicial T. Qual deve ser essa temperatura, em °C, de modo que nofinal se tenha unicamente água a 0 °C? Considere o calor espe-
cífico da água como 1cal
g C° e o calor latente de fusão do gelo,
L � 80calg
.
15. (UFSE) O calor de combustão de uma substância é a quantidadede calor que ela fornece por unidade de massa que sofre combus-tão total. Sabendo-se que o calor de combustão do álcool é de
6.400 calg
, pode-se afirmar que a massa mínima de álcool a ser
utilizada como combustível para fundir um bloco de gelo de 400 ga 0 °C é, em gramas, de:a) 2,0 c) 1,6 � 10 e) 4,0 � 102
b) 5,0 d) 6,4 � 10
16. (UFMS) Uma pessoa ingere 1,5 � de água a 7 °C por dia e a tem-peratura de seu corpo é 37,0 oC. Considerando que um litro de
água equivale a 1.000 g e que seu calor específico é 1,0 calg C°
,
determine a quantidade de calor perdido por uma pessoa, pordia, em quilocalorias, devido unicamente à ingestão de água.
17. (UFPI) Num calorímetro que contém 1.000 g de água a 20 °C, in-troduzimos 500 g de gelo a �16 °C. O calorímetro é de cobre esua massa é de 280 g. Supondo que não haja perdas de calor, atemperatura final do sistema e a massa de gelo fundida são, res-pectivamente:a) 0 °C e 300 g c) 0 °C e 202 g e) 0 °C e 200 gb) 1 °C e 280 g d) 2 °C e 400 g
O calor específico do cobre é 0,0286 calg C°
.