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1. 5. 2. 6. 3. 7. 8. 4. Para ler qualquer um dos livros na biblioteca basta dar um click na estante. Soneto da Fidelidade Vinícius de Moraes - PowerPoint PPT Presentation

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Para ler qualquer um dos livros na biblioteca basta dar um click na estante.

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Soneto 11Luís de Camões

Amor é fogo que arde sem se ver;É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;

É solitário andar por entre a gente;É um não contentar-se de contente;

É cuidar que se ganha em se perder;

É um estar-se preso por vontade;É servir a quem vence, o vencedor;

É um ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode o seu favornos corações humanos amizade,se tão contrário a si é o mesmo

Amor?

Soneto da FidelidadeVinícius de Moraes

De tudo, ao meu amor serei atentoAntes, e com tal zelo, e sempre, e tantoQue mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momentoE em seu louvor hei de espalhar meu

cantoE rir meu riso e derramar meu prantoAo seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procureQuem sabe a morte, angústia de quem

viveQuem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):Que não seja imortal, posto que é

chamaMas que seja infinito enquanto dure.

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dar, servir e ser solidário,

cresce e enobrece teu

ser interior, te convertendo

em uma pessoa melhor, mais feliz e com

maiores possibilidades de viver uma

vida de melhor qualidade.

Tua capacidade de servir aos

demais está na direta proporção da grandeza do teu coração e a nobreza de teus sentimentos e a intensidade com que te esforças em compartir...

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AutopsicografiaFernando Pessoa

O poeta é um fingidor.Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dorA dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,na dor lida sentem bem,

Não nas duas que ele teve,Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de rodaGira, a entreter a razão,Esse comboio de corda

Que se chama o coração.

Via LácteaOlavo Bilac

“Ora (direis) ouvir estrelas! CertoPerdeste o senso!”E vos direi, no

entanto,Que, para ouví-las, muita vez despertoE abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquantoA Via Láctea como um pálio aberto,

Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,

Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora:”Tresloucado amigo!Que conversas com elas? Que sentido

Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi:”Amai para entendê-las!Pois só quem ama pode ter ouvido

Capaz de ouvir e entender estrelas.”

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MotivoCecília Meireles

Eu canto porque o instante existee a minha vida está completa.Não sou alegre nem sou triste:

sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,Não sinto gozo nem tormento.

Atravesso noites e diasno vento.

Se desmorono ou se edifico,se permaneço ou me desfaço,

-não sei, não sei. Não sei se ficoou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.Tem sangue eterno a asa ritmada.

E um dia sei que estarei mudo:-mais nada.

EntusiasmoCecília Meireles

Por uns caminhos extravagantes,irei ao encontro desses amores

-por que suspiro – distantes.

Rejeito os vossos, que são de flores.Eu quero as vagas, quero os espinhos

e as tempestades, senhores.

Sou de ciganos e de adivinhos.Não me conformo com os

circunstantese a cor dos vossos caminhos.

Ide com os zoilos e os sicofantes.Mas respeitai vossos adversáriosque não querem ser triunfantes.

Vou com sonâmbulos e corsários,poetas, astrólogos e a torrente

dos mendigos perdulários.

E cantamos fantasticamente,pelos caminhos extravagantes,

para Deus, nosso parente.

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Porque, se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos, não

percas o agora.Eu era um desses que nunca ia a

parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente, um

guarda-chuva e um pára-quedas; se voltasse a viver, viajaria mais

leve.Se eu pudesse voltar a viver,

começaria a andar descalço no começo da primavera e

continuaria assim até o fim do outono.

Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres e

brincaria com mais crianças, se tivesse outra vez uma vida pela

frente.Mas já viram, tenho 85 anos e sei

que estou morrendo.

InstantesJorge Luiz Borges

Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria

de cometer mais erros.Não tentaria ser tão perfeito,

relaxaria mais. Seria mais tolo ainda do que tenho sido, na verdade bem poucas coisas

levaria a sério.Seria menos higiênico.

Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria

mais rios. Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e

menos lentilha, teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto da sua vida; claro que tive momentos de alegria. Mas se pudesse voltar a viver, trataria de ter somente bons

momentos.

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Onde houver tristeza, que eu leve alegria.

Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar, que ser

consolado. Compreender, que ser compreendido. Amar, que

ser amado.

Pois é dando que se recebe.É perdoando que se é

perdoado.E é morrendo que se vive para

a vida eterna.

OraçãoSão Francisco de Assis

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.

Onde houver ódio, que eu leve o amor.

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.

Onde houver discórdia, que eu leve a união,

Onde houver dúvida, que eu leve a fé.

Onde houver erros, que leve a verdade.

Onde houver desespero, que eu leve a esperança.

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Lisbon Revisited(Trecho) Álvaro de Campos

Nada me prende a nada.Quero cinquenta coisas ao

mesmo tempo.Anseio com uma angústia

de fome de carneO que não sei que seja –

Definidamente pelo indefinido...

Durmo irriquieto, e vivo num sonhar irriquieto

De quem dorme irriquieto, metade a sonhar.

Trecho de um Poema de Álvaro de Campos

Há sem dúvida quem ame o infinito,

Há sem dúvida quem deseje o impossível,

Há sem dúvida quem não queira nada –

Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:

Porque eu amo infinitamente o finito,

Porque eu desejo impossivelmente o possível,Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,Ou até se não puder ser...

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Quarenta AnosMário de Andrade

A vida é para mim, está se vendo,Uma felicidade sem repouso;

Eu em sei mais se gozo, pois que o gozo

Só pode ser medido em se sofrendo.

Bem sei que tudo é engano, mas sabendo

Disso, persisto em me enganar...Eu ouso

Dizer que a vida foi o bem preciosoQue eu adorei. Foi meu

pecado...Horrendo

Seria, agora que a velhice avança,Que me sinto completo e além da sorte,

Me agarrar a esta vida fementida.

Vou fazer do meu fim minha esperança,Oh sono, vem! Que eu quero amar a

morteCom o mesmo engano com que amei a

vida.

Cego SentimentoClaudia Arruda

Não posso impedirque ele vasculhe o mundo

como a uma gaveta.Ele vai tatear a noite

e eu não vou versó vou pensar

na noite em que me tocae imaginar

que sou só eu.

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EncomendaCecília Meireles

Desejo uma fotografiacomo esta – o senhor vê? – como

esta:em que para sempre me ria

com um vestido de eterna festa.

Como tenho a testa sombria,derrame luz na minha testa.

Deixe esta ruga, que me emprestaum certo ar de sabedoria.

Não meta fundos de florestanem de arbitrária fantasia...

Não... Neste espaço que ainda resta,

ponha uma cadeira vazia.montagem:

[email protected]

CançãoCecília Meireles

Não te fies do tempo nem da eternidade

que as nuvens me puxam pelos vestidos,

que os ventos me arrastam contra meu desejo!

Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,

que amanhã eu morro e não te vejo!

Não demores tão longe, em lugar tão secreto,

nácar de silêncio que o mar comprime,ó lábio, limite do instante absoluto!Apressa-te, amor, que amanhã eu

morro,que amanhã eu morro e não te escuto!

Aparece-me agora, que ainda reconheço

a anêmona aberta na tua facee em redor dos muros o vento inimigo...

Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,

que amanhã eu morro e não te digo...