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    A a r t e de ens ina r Ec onom ia de um a m ane i ra sim p les,

    sem m is t r ios . De Mar ia Eu l l ia , um a ex -a luna .

    AULA 1: INTRODUO S TEORIAS DAINFLAO

    U m obse rvao im po r tan te : Este Curso online deEconomia II praticamente uma continuao de nosso cursoonline anterior de Economia I. Seu contedo se constituir

    de tpicos de Macroeconomia no abordados naquele cursoe que constam do Edital do concurso da AFRF. Por isso, paraum melhor aproveitamento, importante que o alunoinscrito neste curso tenha feito o Curso online de EconomiaI.

    Esta nossa Aula n 1 versar sobre inflao, suascausas e modelos explicativos do processo inflacionrio. Paraum melhor entendimento deste tpico, principalmentequando estivermos tratando dos modelos analticos dainflao, importante que voc d uma revisada na Aula 10

    de nosso curso online de Economia I sobre A Oferta e aDemanda Agregadas, ok?Ento, vamos l, j que o tempo de vocs curto,

    alis curtssimo!

    1 . Introduo: o conceito de inflao

    Ocorre inflao quando h um aumento continuado,

    permanente, do nvel geral de preos - o que, em conseqncia,provoca uma perda do poder aquisitivo da moeda.

    Pela definio acima, v-se que inflao um processo deaumento contnuo dos preos ao longo de um certo perodo.Tecnicamente, se houver um aumento sbito do nvel de preos, que tenha sido provocado, por exemplo, por uma medidagovernamental que objetivasse a correo de alguns preos queestavam atrasados mas que no tenha continuidade no tempo,

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    tal fenmeno no seria considerado inflao e, sim, um fenmenoisolado e temporrio que se esgota em si mesmo.

    Da mesma forma, h que se distinguir num processoinflacionrio os aumentos de preos por efeito de, digamos,quebras de safras ou de aumento exagerado da demanda, deaumentos de preos de um determinado produto, frutos demelhoria tecnolgica ou de qualidade do produto. claro que, umnovo modelo de automvel, com novas tecnologias (vidro eltrico,ar condicionado, etc.) deve ter seu preo elevado em relao a ummodelo anterior, porm mais simples. Este aumento de preo pormelhoria tecnolgica ou por melhor qualidade no pode serconsiderado inflao.

    2 Principais Distores Provocadas pela Inflao

    Muito embora a inflao, em qualquer grau e circunstncia, sejavista, nos pases mais desenvolvidos, como um mal a ser evitadopor todos os meios, muitos economistas so de opinio que, naseconomias em desenvolvimento, uma inflao moderada, suave,

    digamos de 10% ao ano, pode at ser benfica atividadeeconmica na medida em que pode servir de estmulo a aumentosda produo e do emprego.

    No entanto, ponto pacfico que um processo inflacionrioagudo e crnico provoca distores e desarranjos de toda ordemno sistema econmico, podendo ser citados os seguintes principaisefeitos perversos:

    i) Efeitos sobre a distribuio de renda

    Este talvez seja a pior distoro provocada por um processoinflacionrio acelerado ao reduzir drasticamente o poder aquisitivode todos os indivduos que vivem de rendas fixas como o casodos assalariados, pensionistas, aposentados, ou daqueles quevivem de aluguis. O mesmo no se pode dizer daqueles que tmrenda varivel, com possibilidades de reajustes peridicos (preos)ou de aplicao financeira com proteo contra a corrosoinflacionria.

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    ii) Efeitos sobre pagamentos de dbitos e de impostos

    Ganham com a inflao todos aqueles que tm dvida de longoprazo, mesmo que haja previso de correo monetria o quedificulta o fornecimento de crdito para investimentos, crdito estegeralmente de longo prazo. A concesso de emprstimos, limitadaao curto prazo, impossibilita os investimentos produtivos que, pornatureza, so de longo prazo. Da mesma forma, com a inflaoperde o governo na arrecadao de impostos dada a defasagemtemporal entre o momento do fato gerador do imposto e seu

    recolhimento aos cofres do governo.

    iii) Efeitos sobre o mercado financeiro e de capitais

    A inflao provoca um desestmulo aplicao de recursos nomercado primrio de aes, dada a perda acentuada do valor damoeda. Tambm desestimula a poupana, estimulando, isto sim, aaplicao em imveis, fazendas, lotes, etc., de natureza no-produtiva.

    O instituto da correo monetria, ao mesmo tempo em queprocurou reduzir estes efeitos desestimulantes sobre a poupana,acabou por criar outros problemas, como a chamada inrciainflacionria, transferindo para hoje a inflao de ontem. Este foium mecanismo utilizado pelo Brasil desde a segunda metade dosanos 60 at meados da dcada passada, mas que, agora, com oPlano Real, parece felizmente ter se tornado coisa do passado.

    iv) Efeitos sobre o balano de pagamentos

    O aumento continuado dos preos domsticos acaba pordesestimular as exportaes do Pas pois compensa mais aoexportador vender seus produtos internamente do que no exterior.Da mesma forma, o aumento dos preos internos termina porestimular um aumento das importaes.

    A soluo, no caso, uma correo permanente da taxa decmbio, com desvalorizao da moeda domstica. Tal como nocaso da correo monetria, a desvalorizao cambial, se resolve o

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    problema do balano de pagamentos, acarreta mais inflao namedida em que todos os produtos importados (equipamentos,

    petrleo, produtos farmacuticos, etc.) se tornam mais caros.

    v) Efeitos sobre as expectativas e incertezas

    Um processo inflacionrio crnico e agudo, como o casobrasileiro dos anos 80 e incio dos anos 90, acaba por gerarexpectativas pessimistas dos empresrios quanto ao futuro daeconomia e quanto a eventuais medidas drsticas que o governopode vir a adotar.

    O aumento do grau de incertezas da decorrente passa adesestimular os investimentos produtivos e a economia entra numprocesso de stagflao ou seja, estagnao com inflao.

    3 Tipos ou Causas Clssicas de Inflao

    Um processo inflacionrio pode ter diversas origens ou causas.Costuma-se classificar os diversos tipos de inflao de acordo comsuas causas principais. Assim, temos:

    3 .1 I n f l ao de dem anda

    Diz-se que a inflao de demanda quando a demandaagregada excede a oferta agregada de bens e servios.Normalmente, a inflao de demanda interpretada como sendo oresultado de dinheiro demais em circulao procura de bens e

    servios de menos!Tecnicamente, a probabilidade de surgimento de inflao dedemanda ocorre quando a economia estiver no ou prxima dopleno emprego. Isto porque, caso haja desemprego em largaescala, a demanda tende a ser relativamente pequena. Se, por ummotivo qualquer, houver um incremento ou excesso de demandaagregada, e estando a economia com capacidade ociosa no setorprodutivo, o efeito inicial ser estimular um aumento da produo,sem que os preos se alterem. Caso esteja a economia prxima dopleno emprego, e havendo um aumento da demanda agregada,

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    no h como aumentar a oferta de bens para satisfazer estademanda extra. A, ento, o ajuste ou equilbrio se dar atravs de

    aumentos nos preos, caracterizando um tpico caso de inflaode demanda.As principais causas de inflao de demanda so:i) gastos do governo em excesso suas receitas tributrias,

    gerando os conhecidos dficits fiscais, tal como ocorreusistematicamente trs ltimas dcadas e que desaguouna atual absurdamente elevada dvida interna pblica eque tanta dor de cabea tm causado s autoridadeseconmicas;

    ii)emisses monetrias acima da taxa de crescimento doproduto interno um fenmeno em grande parte

    associado aos dficits governamentais; e,iii)vendas a crdito que aumentam o consumo presente,

    relativamente renda dos indivduos.

    3.2 Os choqu es de o fer t a e a in f lao de custos

    Quando se fala de inflao de custos, est-se falando de

    inflao cuja causa principal se origina do lado da oferta. Nestecaso, o nvel de demanda agregada permanece praticamente omesmo, enquanto os custos de produo dos bens e servios seelevam e so repassados aos preos.

    Estes aumentos de custos, extemporneos e abruptos,decorrem dos chamados choques de o fe r ta e esto geralmenteassociados ao poder de mercado de grupos de empresas, ou desindicatos trabalhistas, de fornecedores de matrias-primas, ouno raras vezes esto associados a algum aumento dos impostos

    sobre as firmas. Como se v, trata-se, na maioria dos casos, dedistores de mercado, a chamada concorrncia imperfeita.

    Os choques de oferta surgem das seguintes situaes:

    i) Se as empresas, atuando num mercado monopolista ouoligopolista, julgam baixas suas margens de lucro (mark-up), elas sero capazes de aument-las atravs de umaelevao dos preos dos bens e servios que produzem o que termina por extrapolar para todos os setoreseconmicos.

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    ii) Da mesma forma, se os sindicatos trabalhistas maisorganizados e com maior poder de barganha so capazes

    de forar um aumento dos salrios acima do aumento daprodutividade, haver um aumento dos custos deproduo o que, fatalmente, ser repassado aos preosdos produtos, gerando inflao.

    iii) A partir da observao anterior, surge uma questo queest sempre sendo objeto de discusso: Afinal de contas,os reajustes de salrios so ou no causa de inflao? Aresposta a esta questo bastante simples: tecnicamente,os reajustes de salrios s sero causa de mais inflao seeles se situarem acima da taxa de aumento daprodutividade mais a taxa de inflao corrente. Em outraspalavras, se o aumento da produtividade foi de 4% e ataxa de inflao corrente foi de 10%, os salrios deveroser aumentados em, no mximo 14% (numa contaaritmtica!). Se o reajuste superar esta taxa, ento, pode-se dizer que os salrios esto causando um aumento dainflao pelo lado dos custos.

    iv) Uma outra fonte de inflao de custos pode ser a chamadainflao importada um aumento de preos de origem

    externa e que acaba por se transmitir a toda a economia tal como ocorreu com o aumento dos preos do petrleoem 1973/74 e em 1979/80, que elevou no s os preosdos derivados deste produto, mas, tambm, das matrias-primas e insumos bsicos em geral.

    v) Tambm ocorre inflao de custo quando h uma quebrade safra agrcola. Isto porque, dado um custo do plantio, medida que a produo esperada se reduz (devido ageadas, secas ou pragas), o custo unitrio de produo

    aumenta o que faz elevar o preo do produto nomercado.

    Estas so, em sntese, as principais fontes ou causas desurgimento de inflao do lado dos custos, conhecidos na literaturaeconmica como choques de oferta.

    3 .3 I n f l ao es t r u t u ra l

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    Apenas para registro histrico, uma explicao ou justificaopara o surgimento do processo inflacionrio crnico por que

    passou a maioria dos pases da Amrica Latina nos anos 60/70 dosculo passado, foi a chamada inflao estrutural.

    A verdade que muitos dos pases desta regioexperimentaram, naquelas duas dcadas, um processo de rpidocrescimento econmico, associado relativamente a altas taxas deinflao no perodo. Da, surgiram inmeras explicaes para ofenmeno, que veio a ser denominado de escola estruturalista aqual raciocinava do seguinte modo:

    A inflao uma caracterstica tpica dos pases que

    experimentam um rpido processo de crescimento econmicoporque:

    Primeiro, os pases subdesenvolvidos apresentam umaestrutura setorial produtiva desbalanceada ou desequilibrada,coexistindo, lado a lado, setores bastante dinmicos emodernos (o setor urbano e a indstria, por exemplo) comsetores ortodoxos, atrasados (como a agricultura, a indstriatxtil, etc.). Neste contexto, ao se iniciar um processo derpido crescimento econmico, os setores modernos edinmicos da economia tendem a pressionar os demaissetores, com um acentuado aumento de suas demandas pormais matrias-primas, mais alimentos, etc. Estes ltimossetores, no entanto, no tm capacidade de pronta resposta,isto , de satisfazer prontamente este aumento da demandapor seus produtos e, em conseqncia, sua resposta viaaumento de preos.

    Outra explicao residia no papel de liderana desempenhadopelo Estado neste processo de crescimento econmico. Namaioria dos casos, o governo se tornou a verdadeira

    locomotiva da economia, puxando atrs de si o processo decrescimento econmico, seja atravs de grandes projetos deeletrificao, de telefonia, de siderurgia, de abertura deestradas, portos e hidroeltricas; seja atravs de concessode subsdios ao setor privado. Ocorre, no entanto, que, sendoo pas pobre, a arrecadao de impostos era baixa, e a nicaforma de o governo financiar seus elevados gastos eraatravs de emisso macia de moeda e/ou atravs deendividamento o que s fez gerar inflao.

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    Uma outra explicao do fenmeno residia na necessidade deo pas importar matrias-primas e equipamentos para atender

    ao desenvolvimento econmico. Isto exigiu endividamentoexterno e/ou desvalorizaes cambiais que estimulassem asexportaes cujas receitas se destinam ao pagamento dasimportaes. Tais desvalorizaes s fizeram gerar inflaointerna.

    3.4 Estagf lao

    Trata-se de um estado da economia em que se tem recessoeconmica concomitantemente com inflao.

    O fenmeno se deve ao fato de que, com a recesso econmicae conseqente reduo da demanda, as empresas com poder demercado (caso tpico dos oligoplios) aumentam seus preos paracompensar as quedas nas vendas, mantendo com isso suasmargens de lucro sobre seus custos.

    Em sntese, na estagflao os preos sobem enquanto aproduo e o emprego esto caindo ou, pelo menos, no esto

    crescendo.

    4. A funo oferta agregada e a determinao dospreos

    Conforme foi visto e analisado na nossa Aula 10, do Curso onlinede Economia I, a funo oferta agregada indica quais asquantidades ofertadas de produto pelo conjunto das empresas do

    pas para cada nvel de preos.Embora intuitivamente parea que a curva de oferta agregada

    deva ser positivamente inclinada ou seja, quando os preossobem, a oferta agregada tambm se eleva e vice-versa, narealidade ela pode tambm ser vertical isto , no se altera como aumento dos preos e pode at mesmo ser horizontal. Nesteltimo caso, se, por qualquer motivo, houver um aumento dademanda agregada, o produto ofertado se expande sem que ospreos se elevem.

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    A bem da verdade, o formato da curva de oferta agregada umdos temas mais controversos entre os macroeconomistas.

    Dependendo deste formato, os efeitos da poltica econmica sobreos preos e o produto de equilbrio podem ser os mais diferentespossveis. Vejamos isso com um pouco mais de detalhe:

    J foi visto na nossa Aula 10 do curso online de Economia I quea hiptese de uma curva de oferta vertical est diretamenteassociada com a Escola Clssica. Os economistas desta Escolaargumentam que tanto a oferta como a demanda por mo-de-obra funo do salrio real. Assim, dado um salrio nominal e umnvel de preo vigentes num certo momento que determinam onvel do salrio real encontra-se o nvel de emprego daeconomia e, da, o nvel de produto agregado de equilbrio.

    Neste contexto, qualquer tentativa do governo para aumentaro nvel de emprego e da o nvel do produto via aumentos nademanda agregada - ter como nica conseqncia um aumentodos preos. Este aumento dos preos provocaria, em princpio, umaumento no emprego, mas como a mo-de-obra percebe a perdareal de sua renda, exigir aumentos nominais de salrioproporcionais taxa de inflao, retornando, assim, o salrio realao seu nvel anterior. Com isso, o emprego no cresce e, em

    conseqncia, o produto ofertado tambm no cresce.A Figura 1 ilustra este raciocnio, mostrando a curva de oferta

    agregada (OA) na posio vertical e a curva de demanda agregadainicial (DA1). Como sabemos, a curva de demanda agregada determinada no mercado de produtos e no mercado monetrio(Curva IS-LM). Observe que o cruzamento da DA1 com a curva deoferta agregada determina simultaneamente o nvel do produto deequilbrio (Y) e nvel de preos vigente na economia (P1).

    Supondo que o governo resolva, por exemplo, aumentar seus

    gastos na tentativa de criar mais empregos na economia, a curvade demanda agregada se desloca para cima para DA2. Como acurva de oferta agregada vertical (isto , totalmente inelstica apreo) o produto de equilbrio no se altera, mas os preos seelevam para P1.

    Ou seja, no caso da oferta vertical (dos clssicos) o efeito dapoltica fiscal expansionista do governo foi somente sobre o nvelde preos.

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    P OA P P

    DA0 DA1 OA DA0 DA1P1 P1

    P0 P0 P0 OADA1

    DA0

    Y Y Y0 Y1 Y Y0 Y1 Y

    Figura 1 Figura 2 Figura 3

    J na hiptese de uma curva de oferta positivamenteinclinada esta associada com a escola keynesiana onde sesupe que os trabalhadores sofrem um pouco de iluso monetria,exigindo aumentos nominais de salrio quando h aumento dedemanda por trabalho, porm sem associ-los com a taxa correntede inflao uma poltica fiscal expansionista , ao aumentar ademanda agregada, provoca um aumento do nvel de preoscorrente. Este aumento no nvel de preos no repassado

    inteiramente aos salrios, gerando da um aumento do emprego e,por conseqncia, o produto de equilbrio cresce de Y0 para Y1,conforme ilustrado na Figura 2, assim como os preos que passamde P1 para P2.

    Alm dessas duas verses sobre a curva de oferta agregada,existe uma terceira verso que argumenta que, em pocas decrise econmica com muito desemprego, a curva de ofertaagregada horizontal at prximo do pleno emprego. Esta verso conhecida como keynesiano extremo. De acordo com esta

    escola, em poca de desemprego desenfreado na economia talcomo ocorreu na grande depresso de 1929/33, - havendo umaumento na demanda agregada por bens e servios, osempresrios tm condies de aumentar o emprego semnecessidade de conceder aumentos salariais, elevando, assim, oproduto ofertado sem que haja presso sobre os preos, tal comoilustrado na Figura 3. Feitas estas consideraes, vamos analisar,agora, a questo da inflao X desemprego.

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    5. Um modelo simples de inflao de demanda

    Os modelos de inflao de demanda atribuem a elevao depreos a um excesso de demanda no mercado de produtos. Ospreos se elevam porque a demanda agregada de consumoprivado, de investimentos e de gastos governamentais excedem aoferta agregada potencial da economia, definido essa ao nvel dopleno emprego.

    Tomando-se por hiptese um modelo simples tipicamentekeynesiano onde os salrios e preos so rgidos no sentidodescendente e a oferta de mo-de-obra funo do salrionominal vigente no mercado a curva do produto ofertadoagregado perfeitamente elstica ao nvel de preos vigentes (P0)at prximo ao nvel de pleno emprego (Yf), quando se tornaperfeitamente inelstica s variaes nos preos, como mostra aFigura 4, onde OA representa a curva de oferta agregada e DArepresenta a curva de demanda agregada.

    P OA

    P2

    P1DA3

    P0 DA2DA1

    DA0

    Y0 Yf Y

    Figura 4

    Sob essa hiptese, e supondo que a economia encontre-senuma situao de desemprego, ao nvel de Y0, um aumento dademanda agregada de DA0 at DA1 seja por elevao dos gastosdo governo, seja por um aumento autnomo dos investimentos no dever provocar uma elevao do nvel de preos. Quando, no

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    entanto, a economia atingir o nvel de pleno emprego (Yf),qualquer aumento da demanda agregada, de forma a deslocar a

    curva DA para DA2, DA3, etc., provocar aumentos no nvel depreos para P2, P3, etc.

    Em termos dinmicos, a proposio de que a taxa deinflao (dP/P) uma funo do excesso de demanda sobre aoferta agregada, tratando-se de uma funo descontnua, no severificando qualquer mudana no nvel de preos at que o plenoemprego seja alcanado.

    Ocorre que, na prtica, difcil se medir com exatido oexcesso (percentual) de demanda agregada sobre a oferta

    agregada. O procedimento comum, nesse caso, tomar-se omercado de trabalho como proxy do grau de excesso dedemanda, verificando-se particularmente a taxa de desempregoexistente naquele momento.

    Assim, um nvel baixo de desemprego indicaria um nvel altode demanda, e vice-versa. No entanto, a verdade que no existeuma simetria precisa entre o estado da demanda agregada porbens e servios e o nvel de desemprego na economia. Essaquesto se torna mais problemtica ainda quando se tenta aplicaresse critrio a uma economia em desenvolvimento, como abrasileira, com elevado desemprego estrutural 1 que, de formaalguma, devido a uma deficiente ou fraca demanda agregada.Nesses pases, muito do desemprego aberto, observado nas reasurbanas, explicado claramente pelos desequilbrios estruturaisdessas economias.

    De toda forma, o teste clssico para se verificar a existnciade excesso de demanda agregada seria dado pela TeoriaQuantitativa da Moeda que mostra o elo de ligao entrevariaes na quantidade de moeda existente num dado momento

    na economia e o nvel de preos. Se, ao nvel de renda de plenoemprego, os preos variam proporcionalmente s variaes naquantidade de moeda, obtm-se um razovel indicador dapresena de inflao de demanda2.

    1 Tecnicamente, desemprego estrutural ocorre quando as pessoas desempregadas no dispem da

    qualificao necessria para ocupar as vagas oferecidas (h, por exemplo, vagas de professor universitrio,

    mas o desempregado pedreiro ou enfermeiro). Nos pases em desenvolvimento, o desemprego estrutural

    tambm surge do simples fato de que a economia incapaz de absorver toda a mo-de-obra existente.2 Veja no anexo a esta Aula 1 uma verso detalhada da Teoria Quantitativa da Moeda.

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    Antes, porm, de passarmos adiante, vale a pena observar oseguinte: at aqui, consideramos um modelo simples keynesiano

    em que a funo oferta agregada da economia se apresentava emforma de L invertido, com uma poro horizontal at atingir opleno emprego. Sob tal hiptese, qualquer aumento da demandaagregada causaria um aumento no produto real (pelodeslocamento da curva de demanda agregada ao longo da porohorizontal da curva de oferta agregada), sem afetar o nvel depreos. Os preos s comeariam a subir a partir do nvel de plenoemprego.

    Essa funo foi derivada da chamada verso keynes iana e x t r e m a que argumenta que, em poca de grave criseeconmica, com amplo desemprego, os trabalhadores estopreocupados com seus salrios nominais e resistem firmemente aqualquer reduo desses salrios (um posio, diga-se, totalmentecontrria opinio dos clssicos at ento predominante). Dessemodo, uma reduo na demanda por trabalho no deve resultarnuma queda dos salrios nominais dada a sua inflexibilidade nosentido descendente. Havendo desemprego em larga escala esendo a oferta de trabalho horizontal ao nvel do salrio nominalvigente, mais e mais trabalhadores podero ser contratados sem

    que aquele salrio se altere.Essa interpretao, no entanto, foi posteriormente retificada,

    levando a uma verso um pouco mais complexa da funo ofertaagregada keynesiana3. Isso ocorreu por uma razo bastantesimples: dizer-se que a taxa salarial ser constante (at o plenoemprego), em face de variaes na demanda por trabalho, noimplica necessariamente que o nvel geral de preos ser estveldiante de variaes na demanda agregada.

    Em outras palavras, preciso deixar claro que o fato de a

    curva de oferta de trabalho apresentar uma seo horizontal nosignifica que a funo oferta agregada da economia tambmapresentar esta poro horizontal. Isso se explica pelo simplesfato de que, quanto mais se empregar mo-de-obra, menor oproduto marginal de trabalho o que, associado a um salrionominal constante, W, exigir um aumento dos preos para que areceita marginal (=PxPMgL) se iguale ao custo marginal (W). Em

    3Confira: Wonnacott, P., Macroeconomics, R.D. Irwin Inc., Illinois, 1988, cap. 13.

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    conseqncia, a curva de oferta agregada mostrar, no grfico Y-P, uma inclinao positiva antes de se atingir o pleno emprego.

    Feitas essas consideraes, vejamos, agora, um modelo deinflao de demanda mais completo e analtico utilizando oinstrumental desenvolvido na Aula 10 de nosso curso online deEconomia I, relativo derivao das curvas de oferta e dedemanda agregadas.

    6. Inflao de demanda: um modelo mais analtico

    Para desenvolver um modelo de inflao de demanda deforma mais exaustiva, vamos recuperar as equaes do sistemaIS-LM, isto , que definem o equilbrio no mercado de produtos eno mercado monetrio, conforme visto na Aula 10 do curso deEconomia I, ou seja:

    i) Mercado de produtos (Curva IS): Y = C + I + ir + G (1)

    ii) Mercado monetrio (Curva LM): Ms/P = kY + hr (2)

    Como j foi visto, a combinao desses dois mercadosdetermina os valores de equilbrio do nvel de produto demandado(Y) e da taxa de juros (r), a um dado nvel de preos. Se fizermosvariar os preos, obtemos a curva de demanda agregada (DA) daeconomia, no grfico Y-P.

    De outra parte, vimos tambm que a oferta agregada daeconomia, no curto prazo, era funo do nvel de emprego damo-de-obra, tendo, para tanto, derivado uma funo de produoda forma:

    Y = f(K, L) (3)

    onde, K = estoque de capital, considerado constante; e,

    L = quantidade de mo-de-obra (varivel).

    O nvel de emprego era determinado no mercado detrabalho, atravs da interao da oferta de trabalho (SL) e dademanda por trabalho. Na ocasio, ficou claro que a demanda por

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    trabalho, da parte das firmas, era sempre funo do salrio real (w= W/P), enquanto a oferta de mo-de-obra podia ser funo ou do

    salrio real (hiptese dos clssicos) ou do salrio nominal (W) que a hiptese associada escola keynesiana.

    Para desenvolver nosso modelo de inflao de demanda,vamos adotar a hiptese keynesiana4, ou seja, a quantidade detrabalho que os trabalhadores esto dispostos a oferecer funodo nvel do salrio nominal (W). Em outras palavras, caso haja umaumento na demanda por trabalho, os trabalhadores s ofereceromais horas de trabalho caso o salrio nominal (W) aumente.

    A diferena entre esta hiptese e a dos clssicos est em

    que, na hiptese clssica, variaes de preos provocam, numgrfico de salrio nominal, deslocamentos da curva de oferta detrabalho para a esquerda em idntica proporo. Ou seja, havendouma elevao de preos, exige-se uma idntica elevao do salrionominal para que a quantidade ofertada de trabalho permanea nomesmo nvel anterior. Com essa correo salarial, o salrio realretorna ao seu valor original e, com isso, no se altera aquantidade de trabalho demandado pelas firmas.

    J na hiptese que adotamos, os trabalhadores tm umacerta iluso monetria, no exigindo, a curto prazo, aumentos desalrios devido a aumentos de preos. Dessa forma, pode-sedefinir a funo oferta agregada de trabalho como:

    SL = f(W) (4)

    Enquanto a funo demanda agregada de trabalho expressa por:

    DL = f (W/P) (5)

    Pela forma como aparecem, as equaes (4) e (5) dizemcoisas bem diferentes. A equao (4) quer significar que P noinflui na oferta de trabalho, enquanto na equao (5) a influnciade P sobre a demanda por trabalho to importante quanto onvel do salrio nominal.

    4 Para os nossos propsitos aqui, indiferente adotarmos a hiptese clssica ou keynesiana.

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    Caso o nvel de preos se eleve a P2, o mesmo processo serepete, e o salrio nominal sobe para W2, e o nvel de emprego

    aumenta at L2.Observe-se que embora tenha havido um aumento do

    salrio nominal em W1 e W2, estes dois salrios representam umsalrio real menor que o inicial, j que houve um aumento no nvelde emprego. Esse aumento do nvel de emprego provocar umaumento no nvel do produto ofertado da economia.

    Temos, agora, todo o instrumental mo necessrio paraanalisarmos o processo inflacionrio com origem do lado dademanda. Assim, vamos considerar que a economia se encontra

    em equilbrio no sentido de que a oferta agregada igual demanda agregada aos nveis de P0, W0, L0, r0, Y0, conformeaparece na Figura 6.

    Suponha, agora, que o produto corrente de equilbrio (Y0)situa-se abaixo do nvel do produto de pleno emprego e que ogoverno decida adotar uma poltica fiscal expansionista aumentando seus gastos, digamos, em G no intuito de reduzira taxa de desemprego da economia. Como resultado, a curva IS sedesloca para a direita at, digamos, IS1. Conseqentemente, a

    curva de demanda agregada se desloca para DA1 e, agora, ao nvelde P0, h um excesso de demanda agregada sobre o produtoofertado igual a Y1 Y0 o que faz com que os preos comecem asubir. J vimos, na Aula 10 do curso online de Economia I, osdesdobramentos desse processo: o aumento de preos reduz aoferta real de moeda, deslocando a curva LM para LM1, elevando ataxa de juros e da reduzindo o nvel dos investimentos e,conseqentemente, o novo nvel da demanda agregada at Y2(Figura 6a). No mercado de trabalho, o aumento dos preos reduzo salrio real, provocando um aumento da demanda por trabalho

    (deslocamento da DL para a direita). Esse deslocamento da curvaDL provoca uma aumento do salrio nominal, e o empregoaumenta at L1 a um salrio nominal (mas no o real) mais altoFigura 6b). Esse aumento do emprego elevar, por sua vez, o nveldo produto ofertado, implicando um deslocamento ao longo dacurva de oferta agregada, OA, no grfico Y-P, conforme se podever na Figura 6c.

    r IS1LM1

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    IS0LM0

    r2r1r0

    (a) Y0 Y1 Y2 Y

    WSL

    W2W0

    DL2 (P2)

    DL1 (P0)

    (b) L0 L2 L

    POA

    P2P0

    DA1DA0

    (c) Y0 Y2 Y1 Y

    Figura 6

    Vale observar que o nvel de preos continua se elevandoenquanto houver excesso de demanda, ou seja, at que os preos

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    atinjam P1. Ao final desse processo de ajustamento, o aumentoexgeno inicial da demanda agregada ter provocado um aumento

    no nvel de preos, o nvel de emprego se elevou (como queria ogoverno, alis), o salrio nominal (mas no o real) estar maisalto, a taxa de juros estar, tambm, mais alta e o produto deequilbrio ter-se- elevado para Y2.

    Esses, em sntese, os efeitos de um processo inflacionriooriginrio do lado da demanda agregada. Vejamos, agora, umainflao originria do lado da oferta, tambm, chamada inflao decustos.

    7. Inflao de custos

    Diz-se que uma economia enfrenta uma inflao de custosquando os preos se elevam independentemente de presses dademanda por bens e servios. Esse fenmeno decorre,geralmente, como j foi visto, dos chamados choques de o fe r t a ,traduzidos na inflao importada, ou em quebras de safrasagrcolas, sendo tambm um fenmeno bastante comum numa

    economia onde existem grupos monopolsticos ou oligopolsticoscom razovel poder barganha, como o caso da indstriaautomobilstica, do cimento, etc e de sindicatos trabalhistasfortemente organizados.

    Nessas situaes, a inflao debitada s atividades dessesgrupos que so capazes de obter, conforme o caso, aumentos desalrios ou de lucros, sem que se verifiquem presses de demandano mercado de trabalho e no mercado de produtos. No caso dossalrios, os aumentos obtidos so transmitidos aos preos atravsde um mark-up de preos sobre os custos salariais por unidade deproduto; no caso dos lucros, a inflao provocada pelo aumentodo prprio valor do mark-up5.

    A hiptese mais simples do mark-up pode ser algebricamentedefinida por:

    5 Mark-up corresponde, na prtica, a um percentual de lucros calculado sobre os custos diretos de produo

    (basicamente mo-de-obra e matrias-primas).

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    P = W/m (1 + ) (6)

    onde, P o preo por unidade de produto

    W o nvel do salriom a produtividade mdia do trabalho (= Q/L)w o custo salarial por unidade de produto (= W/m) o percentual de mark-up sobre os custos salariais.

    Da equao acima, tem-se que6:

    dP/P = dW/W dm/m + d/1+ ) (7)

    A expresso (7) diz simplesmente que a taxa de variao dos

    preos igual taxa de variao dos salrios menos a taxa devariao da produtividade do trabalho mais a taxa de variao de(1 + ). Se o percentual do mark-up fixo, ento a taxa deinflao ser simplesmente a diferena entre a taxa de variaosalarial e a taxa de crescimento da produtividade do trabalho.

    Para se descrever o processo de uma inflao de custos,imagine-se que os trabalhadores, por uma razo qualquer, exijamum reajuste salarial o que se traduz num deslocamento da curvade oferta de trabalho para a esquerda, at, digamos, SL1 (Figura

    7b). Ao nvel de preos P0, o nvel de emprego ser reduz de L0 paraL1 provocando, em conseqncia, uma queda no produtoofertado para Y1, traduzido no deslocamento da curva de ofertaagregada para SL1, conforme ilustrado na Figura 7c.

    Agora, ao nvel de preos P0, verifica-se um excesso dedemanda agregada sobre o produto ofertado igual a Y0 Y1, o quecausa uma elevao dos preos. Esse aumento dos preos, por suavez, reduz a oferta real de moeda (Ms/P), deslocando a curva LMpara LM1 e elevando a taxa de juros para r1 (Figura 7a). Da, ademanda por investimento se reduz, diminuindo a demandaagregada ao longo da curva D0 (Figura 7c).

    r LM1

    6 Sabendo que a maioria de nossos alunos no tm boa formao matemtica, temos evitado ao mximo o uso

    de clculos em nossas Aulas. Mas, vez por outra, isso se torna inevitvel...

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    LM0ro

    r2r1

    IS

    (a) Y1 Y0 Y

    W SL1SL0

    W1W0

    DL1DL(P0)

    (b) L1 L2 L0 L

    POA1

    OA0

    P1

    P0

    DA0

    (c) Y1 Y2 Y0 Y

    Figura 7

    Do lado da oferta, a elevao dos preos provoca umaumento na demanda das firmas por mo-de-obra, deslocando acurva DL para a direita. Haver, assim, um acrscimo no nvel de

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    emprego, de L1 para L2, implicando um aumento na ofertaagregada de bens e servios de Y1 para Y2.

    Desse modo, a elevao de preos reduz o excesso dedemanda ao longo da curva DA, ao mesmo tempo em queaumenta a oferta agregada ao longo da curva OA1. Ao nvel depreos P1, o excesso de demanda foi eliminado, os produtosofertado e demandado esto novamente em equilbrio ao nvel Y2,enquanto o nvel de emprego situa-se, agora, em L2.

    8. Algumas observaes finais

    Este aumento de preos provocado por um deslocamentopara a esquerda da curva de oferta agregada da economia comumente associado inflao de custos. Como se podeverificar, ao contrrio da inflao de demanda, a inflao de custosreduz o nvel de emprego e o nvel de produto de equilbrio.

    Um ponto importante a observar que, tanto do lado dademanda como do lado dos custos, a inflao possui uma naturezaauto-eliminadora, se deixada por conta das foras de mercado. Em

    ambos os processos, a elevao de preos ocorreu, a rigor, devidoao excesso de demanda sobre a oferta. Ora, a anlise aqui descritamostrou que a prpria elevao de preos desencadeia uma sriede mudanas nas variveis que afetam tanto os componentes dademanda agregada (r, Ms/P), como a oferta agregada (W, P, etc.)de tal modo que um novo equilbrio alcanado com a eliminaodo excesso de demanda.

    Se isso fato, resta a pergunta: por que, em geral, uma vezdesencadeado o processo inflacionrio, a inflao tende a se

    perpetuar, s vezes at se agravando?A resposta residiria no que se tem denominado poltica de

    validao, adotada quase sempre pelos governos. Essa poltica sematerializa em adoo pelo governo de polticas fiscal e monetriaexpansionista, na tentativa de elevar o nvel de emprego daeconomia. Tais polticas, como j sabemos, deslocam as curvas ISe LM para a direita, provocando aumentos contnuos dos preos.Esses aumentos de preos deslocam a curva de oferta de trabalhopara a esquerda, causando desemprego, o que exigir novas

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    medidas fiscais e monetrias expansionistas por parte do governo,entrando-se no crculo vicioso de preos e salrios em permanente

    elevao.Ao adotar tal poltica, o governo estar sancionando a

    elevao dos preos e criando obstculos cada vez maiores aocontrole da inflao.

    * * *

    Com essas consideraes, encerramos esta nossa Aula 1, sobre inflao. Os

    pontos mais importantes analisados aqui foram: as principais causas de inflao de

    demanda, os choques de oferta e a inflao de custos, um modelo simples de

    inflao de demanda e dois modelos mais analticos de inflao de demanda e de

    custos.

    Na prxima Aula, a de n 2, o tema ser, de certa forma, uma continuao

    deste, quando abordaremos o tpico Inflao e desemprego: a Curva de Phillips

    que mostra um modelo de inflao hbrida que incorpora elementos causais tanto

    do lado da demanda como do lado dos custos.

    A seguir, no Anexo 1, e como complemento, apresentamos uma abordagem

    da inflao de demanda vista analisada atravs da Teoria Quantitativa da Moeda.

    _________________________

    A N E X O 1:

    A Teoria Quantitativa da Moeda e a Inflao de Demanda

    O teste clssico para se verificar a existncia de excesso de demanda agregada seriadado pela Teoria Quantitativa da Moeda que mostra o elo de ligao entre variaes na

    quantidade de moeda existente num dado momento na economia e o nvel de preos. Se, aonvel de renda de pleno emprego, os preos variam proporcionalmente s variaes na

    quantidade de moeda, obtm-se um razovel indicador da presena de inflao de demanda.

    Essa relao entre quantidade de moeda ou de meios de pagamento e o nvel depreos derivada da conhecida equao das trocas clssica, que pode ser assim expressa:

    MV = PY (1)

    onde, M = quantidade de moeda ou de meios de pagamento existente na economia;

    V = velocidade-renda de circulao da moeda;P = nvel mdio dos preos; e

    Y = renda real ou produto fsico.

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    Como est expressa, a equao (1) nos diz meramente que o valor das compras

    igual ao valor das vendas. Nesses termos, dir-se-ia que a equao das trocas umatautologia, isto , est afirmando o bvio. Para transformar essa equao numa teoria de

    determinao dos preos em geral, os clssicos foram adiante e supuseram que V e Y soconstantes no curto prazo, sob o argumento de que a velocidade da moeda reflete os hbitos

    de compra da populao e a tecnologia de compensao bancria fatores estes que no

    no mudam no curto prazo, digamos, em seis meses enquanto Y reflete a capacidadeinstalada da economia o que tambm no muda no curto prazo estando a economia, na

    suposio, no pleno emprego.

    Assim, com essas duas restries a respeito dos valores de V e de Y, a teoriaquantitativa clssica torna-se a melhor representao de um modelo puro de inflao de

    demanda, predizendo que o nvel de preos subir proporcionalmente a um aumento da

    oferta monetria. A expanso monetria torna-se, ento, o fator causal do processo

    inflacionrio.Observe-se que a hiptese de V constante implica supor que a demanda por moeda

    uma funo constante ou pelo menos estvel do nvel de renda, isto ,

    Md = kPY (2)

    onde,

    k = 1/V

    No entanto, uma corrente de economistas, geralmente associados teoria

    keynesiana, costuma fazer restries essa associao direta entre expanso monetria eaumentos automticos dos preos, argumentando que a hiptese de uma demanda por

    moeda estvel tinha uma certa lgica numa poca em que a nica funo da moeda era a deservir como meio de pagamento. No entanto, com o desenvolvimento do mercado de ttulose o posterior reconhecimento de que parte da demanda por moeda explicada por motivos

    especulativos ( feio keynesiana), dificilmente se poderia sustentar a tese de uma funo

    demanda por moeda estvel e conseqentemente de V estvel. Isso porque, sendo ademanda por moeda para especulao uma funo da taxa de juros, a demanda agregada

    por moeda oscilaria toda vez que a taxa de juros se alterasse. Assim, para se manter a

    igualdade expressa na equao (1), a velocidade , V, da moeda teria que se alterar.

    Esse ponto pode ser facilmente verificando que o equilbrio do setor monetrio

    ocorre quando

    Ms = Md = M (3)

    onde,

    Ms a oferta monetria e,

    Md a demanda total por moeda.

    Substituindo Md (dado pela equao (3)) na equao (1), temos:

    MdV = PY

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    ou,

    V =PY/Md (4)

    Assim, sendo Md varivel em funo das alteraes na taxa de juros, V torna-se

    altamente adaptvel. Nesse sentido, concluem aqueles crticos, a relao direta entreaumentos na oferta monetria e conseqentes aumentos no nvel geral de preos deixa de

    ser to automtica como previsto pela teoria clssica.

    De toda forma, essa apenas uma questo preliminar neste modelo introdutrio de

    inflao de demanda. Na realidade, um processo inflacionrio, seja qual for sua origem,

    exige um tratamento mais abrangente e mais analtico, enfocando no s suas causas mas,tambm, seus principais efeitos nos vrios setores da economia. Os modelos analticos de

    inflao de demanda e de custos apresentados anteriormente mostraram justamente isso.

    _________________________

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    1

    A a r t e de ensina r Economia de um a m ane i ra simp les,

    sem m is tr ios . De Mar ia Eu l l ia , um a ex-a luna.

    AULA 2: INFLAO E EMPREGO: -A CURVA DEPHILLIPS

    Esta nossa Aula 2 do curso de Economia II juntadois tpicos do programa de Economia do AFRFB: Inflao eemprego e a Curva de Phillips. Na realidade, so dois tpicossobre o mesmo tema. A Curva de Phillips, como veremos

    aqui, nada mais que uma relao entre taxas de inflao etaxas de desemprego. Trata-se de um tema interessante ede fcil assimilao, com o qual voc no dever ternenhuma dificuldade em aprender. Vamos l, ento!

    1. Introduo

    A partir do final da dcada de 50, o enfoque analtico doprocesso inflacionrio tem-se deslocado de modelos puros deinflao de demanda e/ou de custos para os chamados modeloshbridos ou mistos, que incorporam elementos explicativos tantodo lado da oferta como do lado da demanda.

    Nesses modelos, a inflao geralmente debitada s exignciasdos sindicatos trabalhistas, mas, no mais das vezes, taisexigncias so influenciadas pela presso de demanda no mercadode trabalho.

    Se a economia est aquecida, o mercado de trabalho se torna apertado e, assim, os trabalhadores batalharo por aumentossalariais mais elevados. Mas, caso o mercado de trabalho esteja

    frouxo, devido a uma crise econmica ou recesso, por exemplo,as exigncias dos sindicatos se tornam mais brandas, reduzindoseu poder de presso.

    O mais familiar modelo de inflao hbrida caracterizado pelaCurva de Phillips que, em sua verso original, relaciona a taxa

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    2

    percentual de variao de salrios nominais W/W com a taxapercentual de desemprego (U%), taxa esta que reflete o nvel de

    presso de demanda no mercado de trabalho. A Figura 1 mostra aCurva de Phillips na sua verso original.

    %W

    8%

    2% n% %

    Figura 1

    O eixo vertical da Figura 1 mostra a taxa de variaopercentual de salrios (%W) e, o eixo horizontal, a taxa dedesemprego (%). J n% representa a chamada taxa natural dedesemprego da economia um conceito que ser visto um poucomais frente.

    A Figura 1 ilustra o fato de que, estando o mercado de trabalhoapertado isto , com baixa taxa de desemprego, como o casoda taxa de 2% - os trabalhadores tm condies de obter maioresreajustes de salrios (8%, neste caso).

    A curva de Phillips - assim chamada em homenagem aoeconomista ingls Arthur W. Phillips que, pioneiramente, publicouem 1958 o resultado de uma pesquisa sobre inflao e taxas dedesemprego na Gr-Bretanha - ilustra o fato de que nveisrelativamente baixos de desemprego coincidentes com nveisrelativamente altos de demanda agregada por bens e servios -fazem com que os trabalhadores exijam (e consigam) maioresreajustes do salrio nominal, surgindo, assim, elementos deinflao de custo. Deste modo, o componente alta demanda

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    3

    agregada por bens e servios junto com esses aumentos decustos (aumentos salariais) pressionam os preos para cima e

    por isso, a curva de Phillips caracteriza um modelo hbrido deinflao.

    Do mesmo modo, esta curva mostra que durante perodos dealtas taxas de desemprego, os reajustes salariais so baixos,quando no nulos, j que demanda por bens e servios est

    fraca e os sindicatos trabalhistas no tm condies dereivindicar reajustes salariais.

    Em termos dinmicos, diz-se que existe um trade-off(troca)entre a taxa de aumento do salrio nominal e o nvel de presso

    de demanda. O argumento subjacente que um excesso dedemanda por bens e servios, principalmente se for acompanhadode elevaes de preos, conduzir a um excesso na demanda portrabalho, fazendo com que os sindicatos obtenham aumentos dossalrios nominais. Este aumento salarial ser tanto maior quantomaior for o excesso de demanda no mercado de produtos.

    2. A Curva de Phillips transformada

    Observe-se que a verso original da curva de Phillipsrelacionava a taxa de variao de salrios nominais no eixovertical com a taxa de desemprego no eixo horizontal. Ocorre que,de uma forma geral, a taxa de variao salarial corresponde soma da taxa de inflao mais a taxa mdia de crescimento daprodutividade - situando-se esta ltima geralmente em torno de2% ao ano, o que, a bem da verdade, em perodos de altas taxasde inflao, pouco representam nos aumentos salrios. Em outraspalavras, os reajustes dos salrios nominais seguem, grosso

    modo, a taxa de inflao.Se assim , podemos substituir no eixo vertical a taxa de

    variao dos salrios nominais pela taxa de inflao, resultandoda a chamada verso transformada da curva de Phillips. estaverso que tem sido objeto de estudos e debates.

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    4

    %P

    7%

    2% n% %

    Figura 2

    Na realidade, esta verso modificada da curva de Phillipsmostra o nvel de inflao que prevaleceria na economia paradiferentes nveis de desemprego. Como mostra a Figura 2, estacurva negativamente inclinada, refletindo o fato de que a nveisbaixos de desemprego (ou, visto de outra forma, elevadademanda agregada por bens e servios), os fatores quepressionam a demanda fazem com que aumentem, tambm, osfatores que pressionam os custos (reivindicaes trabalhistas por

    maiores salrios), elevando a inflao. De outro lado, a altosnveis de desemprego, os fatores que pressionam os custos soarrefecidos, reduzindo-se as presses inflacionrias.

    Observe-se que o ponto em que a curva intercepta o eixohorizontal representa a taxa de desemprego existente quando omercado de trabalho est em equilbrio conhecida na literaturaeconmica como a taxa natural de desemprego (Un%) - sendoeste nvel de desemprego constitudo de indivduos que estodesempregados por condies estruturais1 e friccionais do

    mercado de trabalho. De outra parte, a curva nunca intercepta o1 -Diz-se que h desemprego estrutural quando, mesmo havendo vagas nas empresas, seu

    preenchimento impossibilitado pelo fato de a mo-de-obra ofertada no possuir os requisitos ou

    qualificaes exigidas. No caso dos pases em desenvolvimento, esse conceito pode ser ampliado de

    forma a incluir, tambm, aqueles indivduos que sempre estiveram desempregados pelo simples fato

    de que a economia incapaz de gerar empregos suficientes para absorv-los todos, decorrendo da a

    economia informal (biscateiros, camels, etc.).

    J o desemprego friccional caracterizado pelos indivduos que esto em processo de

    transferncia de um para outro emprego, isto , momentaneamente desempregados, incluindo

    tambm a aqueles que esto chegando, agora, no mercado de trabalho e comeando a procurar seu

    primeiro emprego.

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    5

    eixo vertical, devido existncia permanente do desempregofriccional.

    Vista nessa sua verso transformada, com variaes depreos no eixo vertical, a Curva de Phillips parece oferecer autoridade econmica um menu de escolhas entre dois demniosque ela gostaria de evitar a todo custo: a inflao e o desemprego.De fato, observando-se a Figura 2, a curva mostra que existe um

    trade-off entre os dois demnios, e movendo-se ao longo damesma pode-se ter ou mais inflao com menos desemprego ou(quase) nenhuma inflao porm com uma taxa mais alta dedesemprego.

    Matematicamente, a Curva de Phillips pode ser expressaassim:

    = -( - n) (1)

    onde, a taxa de inflao;

    a elasticidade da inflao em relao aos desvios da taxade desemprego vigente em relao taxa natural de desemprego;

    a taxa de desemprego prevalecente na economia;e,

    n a chamada taxa natural de desemprego (isto , a taxade desemprego compatvel com o pleno emprego).

    Note-se que, quando a taxa de desemprego vigente for igual taxa natural, a inflao zero. A inflao ser positiva se odesemprego estiver abaixo da taxa natural, como no caso de U1%que leva a inflao para 7%, e ser negativa (deflao), se odesemprego estiver acima daquela taxa.

    Considerando que as condies de troca entre desemprego einflao no parecem poltica e economicamente atraentes, a

    melhor soluo de poltica econmica estaria na tentativa dedeslocar a Curva de Phillips para a esquerda atravs de polticasde formao e de aperfeioamento de mo-de-obra - o quereduzir o desemprego estrutural - alm de polticas que facilitemuma maior mobilidade setorial ou mesmo regional da mo-de-obradesempregada.

    Essas dedues retiradas da Curva de Phillips orientaram apoltica econmica notadamente na Inglaterra e nos EstadosUnidos por mais de uma dcada. Nesse perodo, caso se julgasse

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    que a taxa de desemprego estava em um nvel relativamente alto,o governo adotava uma poltica econmica expansionista que

    reduzia a taxa de desemprego, mas custa de uma maior taxa(porm aceitvel) de inflao.

    No entanto, j na segunda metade da dcada de 60, notava-seque algumas economias desenvolvidas enfrentavam o fenmenoda estagflao, isto , pouco ou nenhum crescimento daproduo nacional acompanhada, porm, de taxas de inflaoacima da mdia histrica.

    Tal fato, em si, reduziu a importncia da Curva de Phillips - eseu trade-off implcito, dando margem ao surgimento de crticas e

    contestaes acadmicas quanto sua eficcia como orientadorade poltica econmica. A crtica mais contundente e maiscomumente conhecida nos meios acadmicos partiu dos emritosprofessores Milton Friedman e Edmund S. Phelps quedesenvolveram o chamado modelo de expectativas inflacionrias,cujas linhas bsicas so a seguir desenvolvidas.

    3. O modelo de expectativas inflacionrias e a teseaceleracionista.

    Como foi dito acima, ao final da dcada de 60, algunseconomistas comearam a questionar concluses tiradas da Curvade Phillips, duvidando de que a autoridade econmica, de fato, sedefronte com as alternativas de inflao ou desemprego, ou seja,se, de fato, uma taxa menor de desemprego pode ser compradaou trocada por uma taxa mais elevada de inflao. O expoente

    maior desses crticos foi o Professor Friedman, da Universidade deChicago, e dele que tomamos o argumento contrrio sprescries derivadas da curva de Phillips.

    Assim, a crtica do Professor Friedman comea por afirmar queexiste um erro crasso na Curva de Phillips original, uma vez queseu autor analisou a variao dos salrios nominais quandodeveria ter considerado a variao dos salrios reais. Apoiando-sena escola clssico-monetarista, Friedman argumenta que osajustamentos no mercado de trabalho se do em funo do salrio

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    real e no do salrio nominal. A falha de Phillips, ao tomar salriosnominais, diz ele, reflete a influncia keynesiana ento em voga.

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    4 . A equao da Curva de Phillips e a tese

    aceleracionista

    Vejamos o que, de fato, est por trs do argumento dessescrticos: J sabemos que os preos se alteram em decorrncia dedeslocamentos das curvas de demanda e de oferta agregadas. Nocaso da curva de demanda agregada, seus deslocamentos sofruto de medidas de poltica econmica expanso dos gastos dogoverno, reduo de impostos e expanses da oferta monetria.

    Quanto curva de oferta agregada, seus deslocamentosgeralmente decorrem dos chamados choques de oferta,traduzindo estes em aumentos de custos de produo, tais comoos choques do petrleo dos anos 70, as quebras agrcolas,aumentos de margens de lucro (mark-up), aumentos dos preosdas matrias-primas e, notadamente, aumentos de salrios acimada taxa de aumento da produtividade. Vamos tomar os aumentosde salrios como a principal causa do deslocamento da curva deoferta agregada (OA) - no caso para a esquerda1.

    Esse deslocamento da curva (OA) para a esquerda significa

    que, com um aumento de salrios, os mesmos nveis de produos sero oferecidos a um preo mais alto, ou seja, a um preoque compense o aumento do custo em que se incorre para cadanvel de produo. Este deslocamento da curva de oferta agregadapara cima e para a esquerda est ilustrado na Figura 3, a seguir:

    1Atente-se que pode ocorrer, tambm, choques de oferta positivos, de reduo de custos o que

    deslocaria a curva de oferta para a direita.

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    2

    P

    OA1

    P1 OA0

    P0

    DA

    Y1 Y0 YFigura 3

    Vamos, agora, estabelecer um padro de comportamentopara a evoluo dos salrios ao longo do tempo. Por hiptese,podemos imaginar uma situao em que os salrios do perodo tso negociados no perodo t-1 e esta negociao estcondicionada a duas variveis: o nvel do desemprego e a taxaesperada de inflao para o tempo t, j que os assalariados tm

    duas preocupaes bsicas: a manuteno do emprego e a defesado poder de compra dos seus salrios.

    Neste contexto, quanto maior for a taxa de desemprego noperodo t-1, menor ser o reajuste dos salrios no perodo t; equanto maior a expectativa de aumento de preo entre t-1 e t,maior deve ser o reajuste de salrios em t. Matematicamente, estaconcluso pode ser facilmente representada pela seguinteequao:

    = e -( - n) (2)

    onde, e a taxa

    de inflao esperada.

    Pela equao (2), a taxa de inflao em dado perodo dependede quanto os agentes econmicos esperam de inflao e do nvelda atividade econmica. Em outras palavras, pode ocorrer inflaosimplesmente porque os agentes acreditam que haver inflao.

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    Mas, como os indivduos formam suas expectativas? Existemduas correntes explicativas: as chamadas expectativas adaptadas

    e as expectativas racionais.De acordo com a verso das expectativas adaptadas ou

    adaptativas, a inflao esperada para o perodo t o resultadode uma mdia ponderada da inflao observada nos ltimos anos.

    J a corrente das expectativas racionais considera que osagentes econmicos no olham o passado, mas as informaesdisponveis no presente. Para formar suas expectativas sobre ainflao futura, o indivduo no incorre em erros sistemticos, eaprende com os erros passados, incorporando essa informao s

    suas expectativas.Feitas estas consideraes, voltemos s crticas e

    argumentos do Professor Friedman:

    5. A Curva de Phillips de longo prazo

    Friedman argumenta que a curva de Phillips que nsobservamos uma curva traada historicamente quando os

    indivduos nunca sabiam que taxa de inflao esperar. Apossibilidade de escolha entre inflao e desemprego s existiriano curto prazo e na medida em que exista um ajustamentodefasado dos salrios em relao aos preos. Porm, quando ostrabalhadores comeam a perceber e a esperar uma elevao depreos, eles passam a lutar por reajustes salariais em montanteequivalente taxa esperada de inflao.

    A viso de Friedman, como se pode deduzir facilmente, inteiramente dentro da anlise da escola clssica que afirma que omercado de trabalho funciona em termos de salrios reais tantodo lado da demanda por trabalho (da parte das empresas), comoda parte da oferta de trabalho (da parte dos trabalhadores).

    Seguindo esse raciocnio, qualquer tentativa governamental dereduzir o nvel de desemprego atravs de ativao da demandaagregada que conduza a mais inflao resultar fatalmente numainflao em permanente acelerao, pois uma vez que se criamexpectativas inflacionrias no sistema econmico, os trabalhadoresexigiro novos reajustes salariais, retornando o salrio real aos

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    nveis anteriores e, portanto, no propiciando o aumento do nvelde emprego.

    O desenvolvimento deste processo de ajustamento desloca aCurva de Phillips para a direita anulando o trade-off supostamenteexistente no curto prazo. A repetio deste processo por algumperodo de tempo vai mostrar que a Curva de Phillips de longoprazo vertical.

    Negando a possibilidade (no longo prazo) do trade-off implcitona Curva de Phillips tradicional, este modelo de expectativasinflacionrias afirma que impossvel conduzir a atividadeeconmica a nveis mais altos de emprego do que a assim

    chamada t axa na tu ra l de desemprego sem gerar uma inflaoem acelerao. Esta taxa determinada no ponto em que a curvade Phillips vertical.

    Analiticamente, a taxa natural de desemprego aquela taxade desemprego que poderia ser chamada denvel de desempregode equilbrio a longo prazo quando a economia se desenvolvenormalmente ao longo de seu curso de expanso de longo prazo.Esta taxa como j foi visto - composta pelo desempregofriccional - existente em qualquer momento na economia, - e pelodesemprego estrutural, concorrendo para estes tipos dedesemprego as condies estruturais do mercado de trabalho e deprodutos.

    O desenvolvimento do processo que conduz, no longo prazo, auma curva de Phillips vertical pode ser assim descrito:

    DDaaddaa aa ttaaxxaa nnaattuurraall ddee ddeesseemmpprreeggoo,, aappaarreenntteemmeennttee ss ppoossssvveell rreedduuzziirr oo ddeesseemmpprreeggoo ddee ffaattoo tteemmppoorraarriiaammeennttee,, ccoommppoollttiiccaass eexxppaannssiioonniissttaass qquuee eelleevvaamm aa ddeemmaannddaa aaggrreeggaaddaa oo qquueepprroovvooccaa uummaa eelleevvaaoo ddooss pprreeooss ee ccoonnsseeqqeenntteemmeennttee rreedduuoo

    ddooss ssaallrriiooss rreeaaiiss.. EEssttee aauummeennttoo nnaa ddeemmaannddaa ppoorr pprroodduuttooss ee aaqquueeddaa ddoo ssaallrriioo rreeaall lleevvaamm aass ffiirrmmaass aa ddeemmaannddaarreemm mmaaiiss mmoo--ddee--oobbrraa,, rreedduuzziinnddoo--ssee tteemmppoorraarriiaammeennttee oo ddeesseemmpprreeggoo ppaarraa uummnnvveell mmeennoorr qquuee aa ttaaxxaa nnaattuurraall..

    Do lado dos trabalhadores, no entanto, sua oferta de trabalhoser afetada no s pela maior demanda das firmas, mas,principalmente, pela elevao dos preos, levando-os a exigiremaumentos salariais compensatrios.

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    O aumento obtido dos salrios nominais faz com que ossalrios reais retornem a seus nveis anteriores, provocando

    conseqentemente um retorno do desemprego ao nvel da taxanatural, porm, agora, com uma inflao mais alta. Novastentativas de reduo do desemprego atravs do mesmomecanismo j descrito provocar contnuas elevaes de preos,deslocando a curva de Phillips de curto prazo para a direita,sucessivamente, conforme ilustrado na Figura 4.

    6. Concluses

    De tudo o que foi dito, tira-se uma nica concluso: o preode se reduzir o nvel de desemprego abaixo da taxa natural uma inflao em permanente acelerao, dado que, a cada

    rodada, os trabalhadores, na expectativa de mais e maisinflao, revisaro para cima suas exigncias salariais,prosseguindo-se o processo indefinidamente.

    A rigor, concluiriam os defensores da tese aceleracionista, aescolha no entre inflao e desemprego, mas entre desemprego

    %

    P2

    P1

    1 n %

    Curva de Phillips

    de longo prazo

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    abaixo da taxa natural e uma inflao em permanenteacelerao. A concluso que se tira da anlise da Figura 4 que a

    curva de Phillips de longo prazo ver t i ca l

    , no existindo osuposto trade-off entre taxas de inflao e desemprego.

    A ttulo de concluso, no entanto, vale registrar que ainda hos que defendem a tese espelhada na curva de Phillips. Para esseseconomistas, polticas de demanda expansionistas, que elevam ospreos e reduzem o desemprego no curto prazo, acabam por terefeito positivo no longo prazo na medida em que os indivduos queobtm emprego se tornam mais qualificados, provocando umareduo do nvel de desemprego estrutural e, portanto, deslocandoa curva de Phillips para a esquerda.

    * * *

    Com isso, encerramos nossa Aula 2 de Economia II. Nesta Aula nsabordamos a questo da inflao e do desemprego, cujo modelo maisexpressivo a Curva de Phillips.

    Nossa prxima Aula a de n 3 versar sobre a EconomiaIntertemporal.At l, ento!

    _____________________

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    4 . A equao da Curva de Phillips e a tese

    aceleracionista

    Vejamos o que, de fato, est por trs do argumento dessescrticos: J sabemos que os preos se alteram em decorrncia dedeslocamentos das curvas de demanda e de oferta agregadas. Nocaso da curva de demanda agregada, seus deslocamentos sofruto de medidas de poltica econmica expanso dos gastos dogoverno, reduo de impostos e expanses da oferta monetria.

    Quanto curva de oferta agregada, seus deslocamentosgeralmente decorrem dos chamados choques de oferta,traduzindo estes em aumentos de custos de produo, tais comoos choques do petrleo dos anos 70, as quebras agrcolas,aumentos de margens de lucro (mark-up), aumentos dos preosdas matrias-primas e, notadamente, aumentos de salrios acimada taxa de aumento da produtividade. Vamos tomar os aumentosde salrios como a principal causa do deslocamento da curva deoferta agregada (OA) - no caso para a esquerda1.

    Esse deslocamento da curva (OA) para a esquerda significa

    que, com um aumento de salrios, os mesmos nveis de produos sero oferecidos a um preo mais alto, ou seja, a um preoque compense o aumento do custo em que se incorre para cadanvel de produo. Este deslocamento da curva de oferta agregadapara cima e para a esquerda est ilustrado na Figura 3, a seguir:

    1Atente-se que pode ocorrer, tambm, choques de oferta positivos, de reduo de custos o que

    deslocaria a curva de oferta para a direita.

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    P

    OA1

    P1 OA0

    P0

    DA

    Y1 Y0 YFigura 3

    Vamos, agora, estabelecer um padro de comportamentopara a evoluo dos salrios ao longo do tempo. Por hiptese,podemos imaginar uma situao em que os salrios do perodo tso negociados no perodo t-1 e esta negociao estcondicionada a duas variveis: o nvel do desemprego e a taxaesperada de inflao para o tempo t, j que os assalariados tm

    duas preocupaes bsicas: a manuteno do emprego e a defesado poder de compra dos seus salrios.

    Neste contexto, quanto maior for a taxa de desemprego noperodo t-1, menor ser o reajuste dos salrios no perodo t; equanto maior a expectativa de aumento de preo entre t-1 e t,maior deve ser o reajuste de salrios em t. Matematicamente, estaconcluso pode ser facilmente representada pela seguinteequao:

    = e -( - n) (2)

    onde, e a taxa

    de inflao esperada.

    Pela equao (2), a taxa de inflao em dado perodo dependede quanto os agentes econmicos esperam de inflao e do nvelda atividade econmica. Em outras palavras, pode ocorrer inflaosimplesmente porque os agentes acreditam que haver inflao.

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    Mas, como os indivduos formam suas expectativas? Existemduas correntes explicativas: as chamadas expectativas adaptadas

    e as expectativas racionais.De acordo com a verso das expectativas adaptadas ou

    adaptativas, a inflao esperada para o perodo t o resultadode uma mdia ponderada da inflao observada nos ltimos anos.

    J a corrente das expectativas racionais considera que osagentes econmicos no olham o passado, mas as informaesdisponveis no presente. Para formar suas expectativas sobre ainflao futura, o indivduo no incorre em erros sistemticos, eaprende com os erros passados, incorporando essa informao s

    suas expectativas.Feitas estas consideraes, voltemos s crticas e

    argumentos do Professor Friedman:

    5. A Curva de Phillips de longo prazo

    Friedman argumenta que a curva de Phillips que nsobservamos uma curva traada historicamente quando os

    indivduos nunca sabiam que taxa de inflao esperar. Apossibilidade de escolha entre inflao e desemprego s existiriano curto prazo e na medida em que exista um ajustamentodefasado dos salrios em relao aos preos. Porm, quando ostrabalhadores comeam a perceber e a esperar uma elevao depreos, eles passam a lutar por reajustes salariais em montanteequivalente taxa esperada de inflao.

    A viso de Friedman, como se pode deduzir facilmente, inteiramente dentro da anlise da escola clssica que afirma que omercado de trabalho funciona em termos de salrios reais tantodo lado da demanda por trabalho (da parte das empresas), comoda parte da oferta de trabalho (da parte dos trabalhadores).

    Seguindo esse raciocnio, qualquer tentativa governamental dereduzir o nvel de desemprego atravs de ativao da demandaagregada que conduza a mais inflao resultar fatalmente numainflao em permanente acelerao, pois uma vez que se criamexpectativas inflacionrias no sistema econmico, os trabalhadoresexigiro novos reajustes salariais, retornando o salrio real aos

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    nveis anteriores e, portanto, no propiciando o aumento do nvelde emprego.

    O desenvolvimento deste processo de ajustamento desloca aCurva de Phillips para a direita anulando o trade-off supostamenteexistente no curto prazo. A repetio deste processo por algumperodo de tempo vai mostrar que a Curva de Phillips de longoprazo vertical.

    Negando a possibilidade (no longo prazo) do trade-off implcitona Curva de Phillips tradicional, este modelo de expectativasinflacionrias afirma que impossvel conduzir a atividadeeconmica a nveis mais altos de emprego do que a assim

    chamada t axa na tu ra l de desemprego sem gerar uma inflaoem acelerao. Esta taxa determinada no ponto em que a curvade Phillips vertical.

    Analiticamente, a taxa natural de desemprego aquela taxade desemprego que poderia ser chamada denvel de desempregode equilbrio a longo prazo quando a economia se desenvolvenormalmente ao longo de seu curso de expanso de longo prazo.Esta taxa como j foi visto - composta pelo desempregofriccional - existente em qualquer momento na economia, - e pelodesemprego estrutural, concorrendo para estes tipos dedesemprego as condies estruturais do mercado de trabalho e deprodutos.

    O desenvolvimento do processo que conduz, no longo prazo, auma curva de Phillips vertical pode ser assim descrito:

    DDaaddaa aa ttaaxxaa nnaattuurraall ddee ddeesseemmpprreeggoo,, aappaarreenntteemmeennttee ss ppoossssvveell rreedduuzziirr oo ddeesseemmpprreeggoo ddee ffaattoo tteemmppoorraarriiaammeennttee,, ccoommppoollttiiccaass eexxppaannssiioonniissttaass qquuee eelleevvaamm aa ddeemmaannddaa aaggrreeggaaddaa oo qquueepprroovvooccaa uummaa eelleevvaaoo ddooss pprreeooss ee ccoonnsseeqqeenntteemmeennttee rreedduuoo

    ddooss ssaallrriiooss rreeaaiiss.. EEssttee aauummeennttoo nnaa ddeemmaannddaa ppoorr pprroodduuttooss ee aaqquueeddaa ddoo ssaallrriioo rreeaall lleevvaamm aass ffiirrmmaass aa ddeemmaannddaarreemm mmaaiiss mmoo--ddee--oobbrraa,, rreedduuzziinnddoo--ssee tteemmppoorraarriiaammeennttee oo ddeesseemmpprreeggoo ppaarraa uummnnvveell mmeennoorr qquuee aa ttaaxxaa nnaattuurraall..

    Do lado dos trabalhadores, no entanto, sua oferta de trabalhoser afetada no s pela maior demanda das firmas, mas,principalmente, pela elevao dos preos, levando-os a exigiremaumentos salariais compensatrios.

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    O aumento obtido dos salrios nominais faz com que ossalrios reais retornem a seus nveis anteriores, provocando

    conseqentemente um retorno do desemprego ao nvel da taxanatural, porm, agora, com uma inflao mais alta. Novastentativas de reduo do desemprego atravs do mesmomecanismo j descrito provocar contnuas elevaes de preos,deslocando a curva de Phillips de curto prazo para a direita,sucessivamente, conforme ilustrado na Figura 4.

    6. Concluses

    De tudo o que foi dito, tira-se uma nica concluso: o preode se reduzir o nvel de desemprego abaixo da taxa natural uma inflao em permanente acelerao, dado que, a cada

    rodada, os trabalhadores, na expectativa de mais e maisinflao, revisaro para cima suas exigncias salariais,prosseguindo-se o processo indefinidamente.

    A rigor, concluiriam os defensores da tese aceleracionista, aescolha no entre inflao e desemprego, mas entre desemprego

    %

    P2

    P1

    1 n %

    Curva de Phillips

    de longo prazo

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    abaixo da taxa natural e uma inflao em permanenteacelerao. A concluso que se tira da anlise da Figura 4 que a

    curva de Phillips de longo prazo ver t i ca l

    , no existindo osuposto trade-off entre taxas de inflao e desemprego.

    A ttulo de concluso, no entanto, vale registrar que ainda hos que defendem a tese espelhada na curva de Phillips. Para esseseconomistas, polticas de demanda expansionistas, que elevam ospreos e reduzem o desemprego no curto prazo, acabam por terefeito positivo no longo prazo na medida em que os indivduos queobtm emprego se tornam mais qualificados, provocando umareduo do nvel de desemprego estrutural e, portanto, deslocandoa curva de Phillips para a esquerda.

    * * *

    Com isso, encerramos nossa Aula 2 de Economia II. Nesta Aula nsabordamos a questo da inflao e do desemprego, cujo modelo maisexpressivo a Curva de Phillips.

    Nossa prxima Aula a de n 3 versar sobre a EconomiaIntertemporal.At l, ento!

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    A arte de ensinar Economia de uma maneira simples, sem mistrios.

    De Maria Eullia, uma ex-aluna.

    AULA 3 : A ECONOMI A I NTERTEMPORAL

    PARTE 1: O CONSUMO

    Observao importante: O tpico 6 do programa de Economia doconcurso de AFRFB que versa sobre Economia Intertemporal - muitolongo e muito analtico. Por isso, resolvemos dividi-lo em quatro partes: Na

    Parte I, objeto desta Aula 3, trataremos do Consumo; na Parte II,estudaremos o Investimento; na Parte III, trataremos da restriooramentria do governo e a equivalncia ricardiana; e, na Parte IV, vamosenfocar o modelo de crescimento de Solow que tem sido objeto de questesem praticamente todas as provas de Economia do AFRF.

    Apenas um alerta: trata-se de assuntos um tanto chatos para umaluno, principalmente quando ele no tem uma base slida deconhecimentos de Economia. Mas, como faz parte do programa, no temoscomo evit-los...

    1.IntroduoAs decises de consumo dos indivduos afetam a atividade econmica

    como um todo, tanto no longo como no curto prazo. Para a economia, importante saber como as pessoas decidem quanto de seus rendimentoseles vo consumir hoje, e quanto pretendem poupar para consumir nofuturo.

    A curto prazo, deciso de consumir e de poupar crucial para adeterminao do nvel da demanda agregada, j que, de uma formageral, o consumo corresponde a dois teros do produto do pas.

    J a longo prazo, a deciso de consumir e de poupar importantepara a teoria do crescimento econmico. Por exemplo, no modelo decrescimento de Solow que estudaremos numa outra aula mais frente a taxa de poupana da economia um determinante bsico de capitale, da, do nvel de bem-estar da populao. Neste modelo, a taxa depoupana mede quanto de sua renda a gerao atual est disposta aguardar para o seu prprio futuro e para as geraes futuras.

    Foi visto na Economia I que o consumo, nos modelos keynesianos, uma funo da renda disponvel - ou, C = a +bYd), onde b a

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    propenso marginal a consumir, sendo a magnitude de b o principaldeterminante dos multiplicadores dos gastos autnomos.

    No entanto, com o passar dos anos ps-keynes, surgiram novaspesquisas e novas proposies tericas sobre o consumo e seusdeterminantes, contestando, na maioria das vezes, a propostakeynesiana sobre o assunto. Nesta Aula, vamos apresentar as principaiscorrentes explicativas da funo consumo, apresentando a verso detrs proeminentes economistas, comeando, antes, por revisar a teoriakeynesiana a respeito.

    2. A funo consumo keynesiana uma crtica

    Como se sabe, Keynes escreveu sua famosa Teoria Geral do Juro, doEmprego e da Moeda na primeira metade dos anos 30 do sculopassado. Por falta de base estatstica e de instrumentos tcnicos, comomicrocomputadores, por exemplo, - inexistentes quela poca, - Keynesteve de fazer uma srie de conjecturas sobre o comportamento dafuno consumo, fruto mais da observao e anlise do quotidiano doque de levantamentos cientficos dos dados.

    Provavelmente, em funo disso, ou seja, da falta de pesquisaemprica, trs conjecturas afirmadas por Keynes foram, mais tarde,

    objeto de crticas e at mesmo contestaes, a saber:i) Keynes sups que a propenso marginal a consumir - um dos

    seus conceitos mais inovadores para a teoria econmica - situava-seentre zero e um, afirmando que ...os homens esto dispostos, emregra e em mdia, a aumentar seu consumo medida que a rendaaumenta, mas no tanto quanto o aumento da renda. Ou seja, se oindivduo ganhar 100 reais extras, ele dever gastar uma boa partedisso e poupar uma outra parte.

    ii) Keynes achava (e afirmava) que a propenso mdia a consumir que dada pela razo entre o consumo total e a renda disponvel - cai medida que a renda aumenta. Em outras palavras, para ele os ricostm uma tendncia a poupar maior que os mais pobres. E,

    iii) Para Keynes, o principal determinante, se no o nico, doconsumo era a renda, e que a taxa de juros no tinha praticamentenenhum papel relevante neste processo. Essa afirmativa contrastavafrontalmente com a opinio dos economistas clssicos1.

    1 Embora o perodo da Escola Clssica tenha se encerrado por volta de 1880, Keynes chamou de

    clssicos todos os economistas que vieram antes dele.

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    Vale ressaltar que vrias pesquisas e estudos levados a efeito nosprimeiros anos aps ser publicada a Teoria Geral pareciam confirmar avalidade dessas proposies keynesianas (pelo menos no curto prazo) o que lhes trouxe bastante sucesso nos meios acadmicos nos seusprimeiros anos.

    Ocorre que, tomando por base a funo consumo keynesiana, algunseconomistas, quela poca, comearam a fazer previses sinistras sobreo futuro da economia capitalista, argumentando mais ou menos oseguinte: se fato que o consumo vai caindo medida que a rendacresce ou seja, a parcela da renda destinada poupana seria entocada vez maior como seria possvel conseguir mais e mais projetos deinvestimentos para absorver toda esta poupana, de forma que aeconomia permanea em equilbrio? O resultado seria que, com umconsumo caindo proporcionalmente, e sendo impraticvel ou mesmoimpossvel substituir integralmente a poupana por gastos com novosinvestimentos, a demanda agregada seria insuficiente para manter aeconomia prxima do pleno emprego, decorrendo da um estado derecesso permanente e cada vez mais agudo.

    No entanto, felizmente para a economia, no foi isso o que seobservou no perodo ps 2 Grande Guerra. Embora nesse perodo aproduo e a renda registrassem nveis muitssimos maiores do que nosanos anteriores, no se observou nenhum aumento desproporcional dataxa de poupana.

    Esta tese foi reforada pelos estudos sobre renda e consumodesenvolvidos por Simon Kuznets, cobrindo o perodo de 1869 a 1940,estudos estes que mostraram uma relao bastante estvel, ao longodos anos, entre consumo e renda. Tais achados negavam a hiptese deKeynes de que a propenso mdia a consumir cairia medida que arenda aumentasse.

    Ficaram no ar algumas questes sem respostas, do tipo: porque aspesquisas de curto prazo pareciam embasar a hiptese keynesiana, masfalhavam quando se tratava de longo prazo? As concluses indicaram

    que havia, de fato, duas funes consumo: uma para o curto prazo que confirmava as hipteses keynesianas sobre o consumo - e outrapara o longo prazo que, contrastando com as conjeturas de Keynes,indicavam uma propenso mdia a consumir relativamente constante.

    A partir dessas constataes, os economistas passaram a procurarexplicaes para essa aparente contradio. Somente na dcada de1950, apareceram explicaes convincentes sobre essas divergncias,sendo as principais a de Franco Modigliano e a de Milton Friedman.Antes porm de apresentarmos as explicaes desses dois economistaspara aquele fenmeno, vamos examinar, primeiro, a contribuio de

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    Irving Fisher para a teoria do consumo das famlias que serviu de basepara os estudos de Modigliano e de Friedman.

    3.A restrio oramentria intertemporal das famlias o que isso?

    A funo consumo keynesiana relaciona o consumo presente com arenda atual, mas esta relao um tanto incompleta. Na verdade, aodecidirem sobre quanto consumir e quanto poupar, as pessoas levamem conta no s o presente mas tambm o futuro. Quanto maisconsumirem hoje, menos podero consumir amanh.

    A maioria das pessoas preferiria aumentar a quantidade e/ou aqualidade dos bens e servios que consome: comprar melhores roupas,viajar mais, ir a bons restaurantes. Mas, sofrem uma restrio: seuconsumo limitado pelo seu nvel de renda o que, na teoriamicroeconmica chamado de restrio oramentria intertemporaldas famlias. Esta restrio oramentria intertemporal mede osrecursos disponveis para consumo hoje e no futuro.

    O economista Irving Fisher desenvolveu um modelo sobre comoconsumidores racionais tomam suas decises envolvendo perodosdiferentes, isto , envolvendo opes intertemporais. Vejamos comofunciona este modelo:

    Para simplificar, vamos imaginar um consumidor que tem doisperodos de vida: o perodo 1 que corresponde sua juventude - e operodo 2 - que representa sua velhice. No perodo 1, o consumidorganha a renda Y1 e consome C1, e, no perodo 2 ele ganha a renda Y2 econsome C2 .

    Assim, no perodo 1, a poupana (S) igual renda menos oconsumo. Ou seja,

    S = Y1 C1 (1)

    J no perodo 2, o consumo igual poupana acumulada, inclusiveos juros recebidos sobre aquela poupana, mais obviamente a rendadeste perodo. Ou seja,

    C2 = (1+r)S + Y2. (2)

    onde, r a taxa de juros real.

    Assim, por exemplo, se r=10%, para cada R$ 1 de poupana noperodo 1 o consumidor pode contar com um extra de R$ 1,10 de

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    consumo no perodo 2. Vale observar que, como por hiptese s existem2 perodos, o consumidor no poupa no perodo 2.

    Observe mais que, se o consumo no perodo 1 for maior que a suarenda neste perodo, o consumidor estar, ento, tomando emprestado,e sua poupana neste perodo negativa.

    A restrio oramentria do consumidor pode ser obtida pelacombinao das equaes (1) e (2), inclusive substituindo S da equao(2) pelo seu valor dado na equao (1), resultando:

    C2 = (1+r)(Y1-C1) + Y2 (3)

    Para tornar mais fcil a interpretao da equao (3), podemos

    rearranjar os seus termos, colocando do lado esquerdo os termos quetm consumo, obtendo:

    (1+r)C1 + C2 = (1+r)Y1 + Y2 (4)

    Dividindo os dois lados de (4) por 1+r, temos:

    C1 + C2/(1+r) = Y1+ Y2 /(1+r) (5)

    A equao (5) relaciona o consumo dos dois perodos com a rendados dois perodos. Ou seja, esta a sua restrio oramentriaintertemporal.

    Observe que, se a taxa de juros zero, a restrio oramentriamostra que o consumo total nos dois perodos igual renda total nosdois perodos. Sendo a taxa de juros maior que zero, o consumo futuroe a renda futura devem ser descontados pelo fator 1+r. Isso ocorreporque se o consumidor ganha juros sobre a renda corrente poupada, arenda futura vale menos que a renda corrente.

    Uma anlise grfica talvez contribua melhor para o entendimento doque a restrio oramentria intertemporal. A Figura 1 mostra o

    mximo de renda e de consumo que o consumidor pode ter no perodo 1e no perodo 2. No eixo horizontal, aparece, alm do consumo totalpossvel no perodo 1 (C1), o mximo de renda disponvel que oconsumidor poderia obter quando somamos a renda dos dois perodos,descontada a do perodo 2 pelo fator 1+r. No eixo vertical, alm doconsumo total possvel no perodo 2 (C2), aparece o mximo de rendaque o consumidor poderia ter para gastar (dada pela renda do perodo 2mais a eventual poupana do perodo 1 acrescida dos juros). O limitemximo da renda total e do consumo total nos dois perodoscorrespondem, respectivamente, aos pontos A e B. A reta que liga

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    estes dois pontos constitui, ento, a restrio oramentria doconsumidor. Alm daqueles dois pontos, h que se considerar ainda oponto A.

    Consumo no2 perodo, C2

    (1+r)Y1 + Y2 B Restrio oramentriado consumidor

    Y2 A

    Emprstimo

    C

    Y1 Y1 + Y2/(1+r)Consumo no 1 perodo, C1

    Figura 1

    Observe que, no ponto A, o consumidor estaria