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F O R T I S S I M O N º 0 8 2017
18 MAI19 MAI
VOCÊ E S T Á AQUI
PrestoVeloce
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Estreia em palcos tradicionaisCom regência de Fabio Mechetti e tendo Pascal Rogé ao piano, a Filarmônica se apresentou pela primeira vez no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (foto) e no Theatro Municipal de São Paulo. No repertório, obras do mineiro Sergio Rodrigo, de Saint-Saëns e de Ravel.
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LINHA DO TEMPO — 4 de 12 Em cada programa de concerto das séries Allegro, Vivace, Presto e Veloce você encontra um pedacinho da nossa história. No fim do ano, teremos relembrado nosso percurso até a décima temporada.
17 abr 16 a 19 jun 4 ago
8 a 14 set
25 ago
Uma sala para a músicaA construção da Sala Minas Gerais foi anunciada pelo Governo estadual em cerimônia para a imprensa e convidados. Naquela noite, a estreia do violinista israelense Vadim Gluzman com a Filarmônica soou como um brinde a essa notícia tão importante para a história da Orquestra.
Turnê Nacional Sul e Sudeste
Com a brasilidade do Concerto para piano nº 2 de Hekel Tavares e a Segunda
Sinfonia de Rachmaninov, a Filarmônica levou sua música a Porto Alegre, Florianópolis, Blumenau, Curitiba, Londrina
e Paulínia. Uma vez mais, o pianista Arnaldo Cohen foi o companheiro nessa jornada
conduzida por Fabio Mechetti.
Clássicos ao ar livre
Desde o início da história da Filarmônica, os concertos em praças e parques de
Belo Horizonte e região metropolitana são momentos de muita alegria combinada a um
rico repertório. No Parque Lagoa do Nado, o maestro Marcos Arakaki fez sua estreia como
regente assistente da Orquestra; dois anos depois, Arakaki se tornaria regente associado.
Ilustres convidadosA Filarmônica foi
responsável por trazer a Belo Horizonte artistas
consagrados no cenário internacional da música
clássica. Entre eles, o norte-americano
Joshua Bell, que veio interpretar o Concerto de Tchaikovsky, sob direção
de Fabio Mechetti.
OS MELHORES CONCERTOS DE 2011,
JORNAL O GLOBO, 27 DEZ
Turnê Estadual Cidades históricas
Um roteiro para não se esquecer. Nas igrejas de
Tiradentes, São João del-Rei, Ouro Preto (foto)
e Mariana, a música barroca foi a passagem para uma
verdadeira viagem no tempo. Os concertos tiveram solo de Elisa Freixo no cravo e
no órgão, com regência de Marcos Arakaki.
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17e 18ago
A Filarmônica de Minas Gerais
apareceu no Rio de Janeiro em agosto para fazer
um programa impressionista no Theatro Municipal [e] produziu versão
brilhante da suíte sinfônica
Daphnis et Chloé, de Ravel.
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Essa dúvida nunca existiu para
Brahms, que não somente explorou,
na segunda metade do século XIX,
todas as teorias estéticas do sistema
tonal, como consolidou de forma
brilhante as técnicas composicionais
ao seu dispor. A meticulosidade de
seus propósitos e o respeito pelo
passado são revelados nesta sua
Primeira Sinfonia, que ele levou
mais de vinte anos para finalizar.
Por fim, recebemos uma vez mais
a talentosíssima pianista Anna
Vinnitskaya, que nos brinda com o
Primeiro Concerto de Béla Bartók, obra
em que se unem a rica herança da
música folclórica húngara com a força
inexorável de um ritmo inebriante.
Seria a Razão inimiga mortal
do Sentimento? Algo a se
pensar… ou a se sentir…
Seria a Harmonia inimiga mortal da Melodia?
Essa pergunta foi colocada pelo famoso filósofo
Jean-Jacques Rousseau ao expoente máximo
do Barroco francês, Jean-Philippe Rameau.
Séculos depois, o compositor brasileiro Jorge
Antunes revisita essa questão ao escrever
sua Apoteose de Rousseau. Ao celebrarmos
os 75 anos de Antunes, introduzimos essa
interessante obra ao público mineiro,
deixando que a resposta venha (ou não)
da inusitada experiência de ouvi-la.
Caros amigos e amigas,
F A B I O M E C H E T T IDiretor Artístico e Regente Titular
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Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico
e Regente Titular da Orquestra Filarmônica
de Minas Gerais, sendo responsável pela
implementação de um dos projetos mais bem-
sucedidos no cenário musical brasileiro. Com
seu trabalho, Mechetti posicionou a orquestra
mineira nos cenários nacional e internacional
e conquistou vários prêmios. Com ela,
realizou turnês pelo Uruguai e Argentina
e realizou gravações para o selo Naxos.
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu
recentemente como Regente Principal
da Orquestra Filarmônica da Malásia,
tornando-se o primeiro regente brasileiro a
ser titular de uma orquestra asiática. Depois
de quatorze anos à frente da Orquestra
Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos,
atualmente é seu Regente Titular Emérito.
Foi também Regente Titular da Sinfônica
de Syracuse e da Sinfônica de Spokane.
Desta última é, agora, Regente Emérito.
Foi regente associado de Mstislav
Rostropovich na Orquestra Sinfônica
Nacional de Washington e com ela dirigiu
concertos no Kennedy Center e no Capitólio
norte-americano. Da Orquestra Sinfônica
de San Diego, foi Regente Residente.
Fez sua estreia no Carnegie Hall de
Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica
de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras
orquestras norte-americanas, como as de
Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix,
Columbus, entre outras. É convidado
frequente dos festivais de verão nos
Estados Unidos, entre eles os de Grant Park
em Chicago e Chautauqua em Nova York.
Realizou diversos concertos no México,
Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as
orquestras sinfônicas de Tóquio, Sapporo
e Hiroshima. Regeu também a Orquestra
Sinfônica da BBC da Escócia, a Orquestra
da Rádio e TV Espanhola em Madrid,
a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia,
e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá.
Vencedor do Concurso Internacional de Regência
Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige
regularmente na Escandinávia, particularmente
a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de
Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua
estreia na Finlândia, dirigindo a Filarmônica
de Tampere, e na Itália, dirigindo a Orquestra
Sinfônica de Roma. Em 2016 estreou com
a Filarmônica de Odense, na Dinamarca.
No Brasil, foi convidado a dirigir a Sinfônica
Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras
de Porto Alegre e Brasília e as municipais de
São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou com
artistas como Alicia de Larrocha, Thomas
Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen,
Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori,
Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros.
Igualmente aclamado como regente de
ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo
a Ópera de Washington. No seu repertório
destacam-se produções de Tosca, Turandot,
Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte,
La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro
de Sevilha, La Traviata e Otello.
Fabio Mechetti recebeu títulos de mestrado
em Regência e em Composição pela
prestigiosa Juilliard School de Nova York.
Fabio MechettiD I R E T O R A R T Í S T I C O E R E G E N T E T I T U L A R
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FABIO MECHETTI , regente
ANNA VINNITSKAYA , piano programa
18 e 19 / MAIPresto e Veloce
J O R G E A N T U N E S
Apoteose de Rousseau
B É L A B A R T Ó K
Concerto para piano nº 1• Allegro moderato
• Andante
• Allegro molto
*
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J O H A N N E S B R A H M S
Sinfonia nº 1 em dó menor, op. 68 • Un poco sostenuto – Allegro
• Andante sostenuto
• Un poco allegretto e grazioso
• Adagio – Più andante – Allegro non troppo, ma con brio
Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Itaú Personnalité apresentam
intervalo
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A N N A V I N N I T S K A Y A
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As gravações e apresentações de
Anna Vinnitskaya inspiraram os mais
variados elogios da crítica. Quem assiste
às suas performances não tem como evitar o
encantamento com a aura desta artista.
Anna Vinnitskaya é uma grande pianista do
nosso tempo que conta histórias com as notas,
usando todo o potencial da sua expressividade.
Nascida na Rússia, em Novorossiysk,
Vinnitskaya vive em Hamburgo desde 2002.
Atualmente é professora no Conservatório
de Hamburgo, onde se formou sob
orientação de Evgeni Koroliov.
O repertório de Vinnitskaya vai de
Johann Sebastian Bach a Sofia Gubaidulina.
Suas escolhas enfatizam os grandes
compositores russos para piano, como
Rachmaninov, Prokofiev e Shostakovich,
bem como as coloridas obras de Ravel,
Debussy e Chopin para piano. Nos
últimos anos, suas leituras de Brahms e
Bartók chamaram atenção, em especial a
apresentação dos três concertos de Bartók em
uma tarde, com a Rundfunk-Sinfonieorchester
Berlin sob direção de Marek Janowski.
Público e crítica igualmente celebram
a habilidade de Vinnistkaya de pintar
grandes paisagens sonoras, à parte
de sua interpretação incendiária. Seu
esplendor técnico não é puramente
virtuosístico, pois funde-se com seu
som genuíno e sempre colorido.
Como solista, Vinnitskaya apresentou-se
com renomadas orquestras, de Berlim
(Deutsches Symphonie-Orchester) a
Londres (Royal Philharmonic Orchestra);
de Munique (Münchner Philharmoniker)
a Tóquio (NHK Orchestra); de Birmingham
(City of Birmingham Symphony) a
Tel Aviv (Israel Philharmonic). Vinnitskaya
também se apresenta regularmente com
as principais orquestras de rádios.
Entre os regentes com quem colaborou
estão estrelas das novas gerações como
Andris Nelsons, Kirill Petrenko e Krzysztof
Urbanski, bem como mestres de várias
temporadas como Charles Dutoit, Vladimir
Fedoseyev e Marek Janowski. Suas gravações
foram reconhecidas com vários prêmios,
dentre eles o Diapason d’Or, a Escolha do
Editor da Gramophone e o Echo Klassik.
Vinnitskaya venceu sua primeira competição
internacional aos doze anos. Entre suas
premiações de maior prestígio estão a
Competição Busoni, Itália, em 2005,
o primeiro lugar no Concurso Rainha
Elisabeth, Bélgica, em 2007, e o prêmio
Leonard Bernstein no Festival Schleswig-
Holstein, Alemanha, em 2008.
Na temporada 2016/2017, Anna Vinnitskaya é
solista em residência na WDR Sinfonieorchester.
Ela apresentará e gravará os concertos
de Bartók com o regente principal da
orquestra, Jukka-Pekka Saraste.
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J O R G E A N T U N E SApoteose de Rousseau
Espirituoso, combativo, detentor dos
títulos de cidadão honorário de Brasília
e Chevalier des Arts et des Lettres
pelo governo francês, e com uma
formação acadêmica sólida – possui
três bacharelados (Física, Violino,
Composição e Regência) e pós-graduação
em diversos países, como na Argentina,
Holanda, França –, Jorge Antunes
é, antes de tudo, um defensor da
dignidade humana e vê na obra
de arte uma possibilidade de lutar
para que o mundo seja mais justo.
Acredita no valor social e portanto
ético e político da música. Além disso,
é considerado precursor da música
eletroacústica no Brasil e ocupa,
desde 1994, a cadeira número 22
da Academia Brasileira de Música.
O conceito de harmonia remonta à
Antiguidade clássica e possuía, naquela
época, significados que abrangiam
tanto a simultaneidade dos sons quanto
a sua organização sucessiva, além de
se referir a especulações relacionadas
à harmonia entre alma e corpo, bem
como ao equilíbrio dos corpos celestes.
Esse entendimento permanece no
século das luzes e está presente na
obra de Jean-Philippe Rameau
(1683-1764), que defendia a harmonia
como legítima imitação da natureza
e base para a construção musical,
inclusive da melodia. Ao contrário
de Rameau, Jean-Jacques Rousseau
(1712-1778) defendia que a melodia
era, sim, a verdadeira representante
da natureza: afinal, os pássaros cantam
melodias e não fazem harmonias.
Além disso, os sentimentos humanos
“somente” podiam ser expressos
por meio de uma “bela” melodia.
Em seu poema sinfônico Apoteose
de Rousseau, Jorge Antunes encena,
justamente, uma disputa sonora entre
melodia e harmonia. E toma o partido
de Rousseau, logo pelo Iluminismo,
mostrando de que lado está. Nessa
direção, a magistral composição de
Jorge Antunes inicia-se com uma
melodia pungente que, desconstruída
e reconstruída, funciona como um fio
condutor para nossa memória auditiva.
Assim, durante toda a obra podemos
ouvir melodias diatônicas, cromatismos
e contrapontos contrapostos e
sobrepostos a clusters (aglomerados
de notas), além de uma riqueza de
timbres orquestrais. O poema oscila
entre harmonias densas e sonoridades
mais delicadas, conduzindo-nos a uma
audição ora mais próxima a harmonias
tonais, ora, atonais. Ao lado disso
reconhecemos citações estilísticas
barrocas, clássicas, românticas e uma
melodia modal tradicional, combinados
em uma composição atual, moderna
e com grande força expressiva,
finalizando com a melodia inicial.
De qualquer modo, o vocábulo
apoteose – que também comporta o
significado de ápice ou grandiosidade –,
em sua acepção original traz o sentido
de divinização de um imperador
romano, de um herói e posteriormente
do mártir da igreja cristã. Nessa
perspectiva, a associação desse
vocábulo a Rousseau, ou a Rameau,
teria um sentido, pelo menos implícito,
de glorificação ou imortalização.
Ainda assim, a música para alguns
e a melodia para os melômanos
parecem ainda guardar uma relação
com o inefável, com o suprassensível.
Apesar de Jorge Antunes mostrar-se
sempre mais preocupado com
as questões sociais atuais.
INSTRUMENTAÇÃO Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, piano, cordas.
PARA ASSISTIR Orquestra Juvenil da Bahia (Neojiba) – Eduardo Torres, regente | Acesse: fil.mg/arousseau
Maestro Jorge Antunes: Polêmica e Modernidade – Carlos Del Pino, direção | Acesse: fil.mg/jorgeantunes
PARA LER Flô Menezes – Apoteose de Schoenberg – Ateliê Editorial – 2002
Henri Pousseur – Apoteose de Rameau – Unesp – 2009
Maria Alice Volpe – Jorge Antunes: 70 anos de música e política – Revista Brasileira de Música da Escola de Música da UFRJ – v. 25, n. 2, p. 381-394 – jul./dez. 2002
EDILSON VICENTE DE LIMA Doutor
em Musicologia pela USP, Mestre em Artes
pela Unesp, professor na Universidade
Federal de Ouro Preto.
15 min
2014Brasil, Rio de Janeiro, 1942
75 ANOS
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B É L A B A R T Ó KConcerto para piano nº 1
Grande pianista, Béla Bartók atuou
sob a direção de célebres regentes,
convidado por orquestras europeias e
americanas. Fez seu primeiro recital
aos dez anos, quando ainda estudava
com sua mãe, competente professora
de piano. Depois, aperfeiçoou-se
com Istvan Thoman, aluno de Liszt.
Durante trinta anos, Bartók lecionou
piano no Conservatório de Budapeste,
consolidando a fama de excelente
pedagogo. Dos três concertos que
escreveu para o instrumento, estreou
os dois primeiros, sendo o nº 1
sob a regência do célebre Wilhelm
Furtwängler. Com o grande êxito
do Segundo Concerto, despediu-se
do público alemão. O Concerto nº 3,
escrito no exílio norte-americano,
foi sua obra derradeira.
No Concerto nº 1 triunfam os aspectos
percussivos do pianismo de Bartók:
sonoridades violentas, agregações
de ásperos blocos substituindo
os acordes tradicionais e um
mecanicismo insistente. No todo,
trata-se de uma resposta bastante
pessoal – e ainda hoje muito
impactante – aos apelos neoclássicos
e construtivistas de sua época.
No primeiro movimento, Allegro moderato,
o uso do ostinato torna-se fonte de
enorme energia propulsora. Em vários
momentos o piano se inclui entre os
demais instrumentos de percussão,
formando com eles um todo bem distinto.
No Andante central, em forma A-B-A,
as cordas se calam. Trata-se de
uma meditação sóbria e profunda.
O piano, de início, dialoga com a
percussão. Na seção B central,
o solista repete um desenho obstinado
que serve de fundo ao crescendo dos
sopros, libertos em extraordinária
politonalidade. Sem transição,
grotescos glissandos dos trombones
introduzem o terceiro movimento.
O Allegro molto final apresenta
seu primeiro tema sobre um ostinato
das cordas. As outras ideias
se relacionam com o material
temático do primeiro movimento.
Os motivos são breves, descontínuos
e episódicos. Repleta de élan rítmico,
a atmosfera é viva e animada.
Aos dezoito anos, Bartók começou a
estudar metodicamente as manifestações
musicais populares de seu país.
Estendeu suas pesquisas pelo Leste
europeu, chegando ao Norte da África
e à Turquia. Seu método de trabalho
implicava uma ética – o respeito pelas
diferentes etnias e a superioridade
do humanismo sobre o nacionalismo.
O compositor recolheu, classificou e
analisou milhares de canções, em busca
de procedimentos musicais comuns
às diversas culturas camponesas.
Assimilou a surpreendente riqueza
rítmica do folclore (em seus compassos
inusitados) e libertou-se da hegemonia
do sistema tonal pelo uso sistemático
de modos e escalas seculares.
Paralelamente às pesquisas de
etnomusicologia, Bartók elaborou
uma síntese original de certos aspectos
do cânone da música ocidental.
Reconhecia-se tributário, sobretudo,
da influência de três grandes
compositores: Debussy, Beethoven
e Bach. Ao recuperar e incorporar
elementos primitivistas à melhor tradição
erudita europeia, Bartók contribuiu
decisivamente para a renovação da
linguagem musical contemporânea,
tornando-se, incontestavelmente,
um dos compositores mais inovadores
e influentes do século XX.
INSTRUMENTAÇÃO Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tímpanos, percussão, cordas.
PARA OUVIR Bartók – Piano Concertos – Berlin Radio Symphony Orchestra – Ferenc Fricsay, regente – Géza Anda, piano – Deutsche Grammophon, Alemanha – 1995
PARA ASSISTIR Orquestra de Paris – Pierre Boulez, regente – Maurizio Pollini, piano | Acesse:fil.mg/bpiano1a (1º movimento)fil.mg/bpiano1b (2º movimento)fil.mg/bpiano1c (3º movimento)
PARA LER Pierre Citron – Bartók – Éditions du Seuil – Coleção Solfèges – 1963
François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990
25 min
1926 Estados Unidos, 1945Hungria, atual Romênia, 1881
PAULO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOS
Pianista, Doutor em Letras, professor
na UEMG, autor dos livros Músico, doce
músico e O grão perfumado – Mário de Andrade
e a arte do inacabado. Apresenta o
programa semanal Recitais Brasileiros,
pela Rádio Inconfidência.
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Após a morte de Beethoven, a
Sinfonia romântica trilhou dois
caminhos principais: em uma direção,
Berlioz e Liszt adotaram os programas
extramusicais dos poemas sinfônicos,
fugindo do modelo clássico vienense; em
outra vertente, Mendelssohn e Schumann
adaptaram-na à expressão mais intimista
do Romantismo. Brahms tinha já 43 anos
quando apresentou ao público sua
primeira sinfonia – fato surpreendente
para um compositor que, desde criança,
se dedicara exclusivamente à música
e acumulara várias obras de peso.
Quando, em 1862, Brahms fixou-se
definitivamente em Viena, o público
já o aclamava como o “herdeiro de
Beethoven”. Importantes músicos
contemporâneos, como o crítico Hanslick,
zelosos com a tradição musical alemã,
o elegeram como a figura emblemática
do movimento de reação à “música
do futuro”, preconizada pelos poemas
sinfônicos de Liszt e pelo drama musical
wagneriano. É provável que o receio de
uma comparação direta com o legado
beethoveniano determinasse a demora
da estreia da primeira sinfonia de
Brahms. A partitura passou por um longo
processo de elaboração que se arrastou
por mais de vinte anos, de 1855 a 1876.
Logo após a estreia da Primeira,
o maestro von Bülow a denominou a
Décima, aludindo à continuidade que
ela representaria em relação às nove
sinfonias de Beethoven. Entretanto,
a Primeira é uma obra absolutamente
pessoal, dosando com inteligência a
variedade de recursos e os elementos
de contraste, como o uso de tonalidades
e compassos diferentes para cada
andamento. Quanto à forma cíclica,
ela nunca é ostensiva, extraindo
os temas dos diversos movimentos
de apenas uma célula básica.
A introdução e o primeiro movimento
(Un poco sostenuto – Allegro) já
contêm os elementos fundamentais
para o desenvolvimento de toda
a Sinfonia. Os dois andamentos
extremos adotam a forma sonata
e se apresentam complementares –
as tensões e o clima de inquietação
criados no primeiro movimento
só se resolvem no brilhantismo
do último (Adagio – Più andante –
Allegro non troppo, ma con brio).
Brahms reduz as proporções dos
dois movimentos intermediários,
conformando-os a uma envergadura
menor que a das grandes construções
beethovenianas e dando-lhes um
caráter mais intimista. O meditativo
segundo movimento (Andante sostenuto)
traz a estrutura de lied (A-B-A). Na
seção central aparece uma bucólica
melodia, confiada sucessivamente
ao oboé e ao clarinete. O terceiro
movimento (Un poco allegretto e
grazioso) tem a forma de um scherzo
com trio, mas renuncia ao caráter
humorístico e agitado, tão frequente
em Beethoven. O encantador tema
principal soa como uma melodia
entoada por um despreocupado
caminhante que passeia pelo campo.
Brahms limitou-se à orquestra usada
por Beethoven na Nona sinfonia e
conseguiu cores e planos sonoros
absolutamente originais que contribuem
para realçar os aspectos inovadores
de sua Sinfonia – as sutilezas rítmicas,
mudanças de acentuação, ruptura
da regularidade dos compassos e a
genial habilidade em variar os temas
com fragmentações e inversões.
INSTRUMENTAÇÃO 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tímpanos, cordas.
PARA OUVIR Brahms – The Symphonies – Chicago Symphony Orchestra – Georg Solti, regente – Decca, Alemanha – 1996
PARA ASSISTIR Orquestra Filarmônica de Viena – Leonard Bernstein, regente Acesse: fil.mg/bsinf1domenor
PARA LER José Bruyr – Brahms – Éditions du Seuil – Coleção Solfèges – 1965
François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990
Extraído do texto de PAULO SÉRGIO
MALHEIROS DOS SANTOS Pianista,
Doutor em Letras, professor na UEMG,
autor dos livros Músico, doce músico e
O grão perfumado – Mário de Andrade
e a arte do inacabado. Apresenta o
programa semanal Recitais Brasileiros,
pela Rádio Inconfidência.
J O H A N N E S B R A H M SSinfonia nº 1 em dó menor, op. 68
1855/1876
Última apresentação desta obra — 24 abr 2012Marcos Arakaki, regente
Áustria, 1897Alemanha, 1833
45 min
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DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR Fabio MechettiREGENTE ASSOCIADO Marcos Arakaki
* principal ** principal associado *** principal assistente **** músico convidado
PRIMEIROS VIOLINOS Anthony Flint – SpallaRommel Fernandes – Spalla associadoAra Harutyunyan – Spalla assistenteAna Paula SchmidtAna ZivkovicArthur Vieira TertoBojana PantovicDante BertolinoJoanna BelloHyu-Kyung JungRoberta ArrudaRodrigo BustamanteRodrigo M. BragaRodrigo de Oliveira
SEGUNDOS VIOLINOSFrank Haemmer *Leonidas Cáceres ***Gideôni LoamirJovana TrifunovicLuka MilanovicMartha de Moura PacíficoMatheus BragaRadmila BocevRodolfo ToffoloTiago EllwangerValentina Gostilovitch
VIOLASJoão Carlos Ferreira *Roberto Papi ***Flávia MottaGerry VaronaGilberto Paganini Juan DíazKatarzyna Druzd Luciano GatelliMarcelo NébiasNathan Medina
VIOLONCELOSPhilip Hansen *Robson Fonseca ***Camila PacíficoCamilla RibeiroEduardo SwertsEmilia NevesLina RadovanovicLucas BarrosWilliam Neres
CONTRABAIXOSNilson Bellotto *André Geiger ***Marcelo CunhaMarcos LemesPablo Guiñez Rossini ParucciWalace Mariano
FLAUTASCássia Lima *Renata Xavier ***Alexandre BragaElena Suchkova
OBOÉSAlexandre Barros *Públio Silva ***Israel MunizMoisés Pena
CLARINETESMarcus Julius Lander *Jonatas Bueno ***Ney FrancoAlexandre Silva
FAGOTESCatherine Carignan *Victor Morais ***Andrew HuntrissFrancisco Silva
TROMPASAlma Maria Liebrecht *Evgueni Gerassimov ***Gustavo Garcia TrindadeJosé Francisco dos SantosLucas FilhoFabio Ogata
TROMPETESMarlon Humphreys *Érico Fonseca **Daniel Leal ***Tássio Furtado
TROMBONESMark John Mulley *Diego Ribeiro **Wagner Mayer ***Renato Lisboa
TUBAEleilton Cruz *
TÍMPANOSPatricio Hernández Pradenas*
PERCUSSÃORafael Alberto *Daniel Lemos ***Sérgio AluottoWerner Silveira
HARPAMarcelo Penido ****
TECLADOSAyumi Shigeta *
GERENTE Jussan Fernandes
INSPETORAKarolina Lima
ASSISTENTE ADMINISTRATIVA Débora Vieira
ARQUIVISTAAna Lúcia Kobayashi
ASSISTENTESClaudio StarlinoJônatas Reis
SUPERVISOR DE MONTAGEMRodrigo Castro
MONTADORESAndré BarbosaHélio SardinhaJeferson SilvaKlênio CarvalhoRisbleiz Aguiar
Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
O Fortissimo está indexado aos sistemas nacionais e internacionais de pesquisa. Você pode acessá-lo também em nosso site.
GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS Fernando Damata Pimentel
VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS Antônio Andrade
SECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAIS Angelo Oswaldo de Araújo Santos
SECRETÁRIO DE ESTADO ADJUNTO DE CULTURA DE MINAS GERAIS João Batista Miguel
Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Lei 14.870 / Dez 2003
Instituto Cultural Filarmônica
FORTISSIMOmaio — nº 8 / 2017ISSN 2357-7258
EDITORA Merrina Godinho DelgadoEDIÇÃO DE TEXTO Berenice Menegale
ILUSTRAÇÕESMariana SimõesFOTO DE CAPARafael Motta
BARTÓKRepresentante: Universal Edition AG
CONSELHO ADMINISTRATIVO
PRESIDENTE EMÉRITO Jacques Schwartzman
PRESIDENTE Roberto Mário Soares
CONSELHEIROS Angela GutierrezBerenice MenegaleBruno VolpiniCelina SzrvinskFernando de AlmeidaÍtalo GaetaniMarco Antônio Pepino Marco Antônio Soares da Cunha Castello BrancoMauricio FreireOctávio ElísioPaulo BrantSérgio Pena
DIRETORIA EXECUTIVA
DIRETOR PRESIDENTE Diomar Silveira
DIRETOR ADMINISTRATIVO-FINANCEIROEstêvão Fiuza
DIRETORA DE COMUNICAÇÃO Jacqueline Guimarães Ferreira
DIRETORA DE MARKETING E PROJETOS Zilka Caribé
DIRETOR DE OPERAÇÕES Ivar Siewers
EQUIPE TÉCNICA
GERENTE DE COMUNICAÇÃO Merrina Godinho Delgado
GERENTE DE PRODUÇÃO MUSICAL Claudia da Silva Guimarães
ASSESSORA DE PROGRAMAÇÃO MUSICALGabriela Souza
PRODUTORES Luis Otávio RezendeNarren Felipe
ANALISTAS DE COMUNICAÇÃO Marciana Toledo Mariana GarciaRenata GibsonRenata Romeiro
ANALISTA DE MARKETING DE RELACIONAMENTO Mônica Moreira
ANALISTAS DE MARKETING E PROJETOSItamara KellyMariana Theodorica
ASSISTENTE DE MARKETING DE RELACIONAMENTO Eularino Pereira
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO Rildo Lopez
EQUIPE ADMINISTRATIVA
GERENTE ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA Ana Lúcia Carvalho
GERENTE DE RECURSOS HUMANOSQuézia Macedo Silva
ANALISTAS ADMINISTRATIVOS João Paulo de OliveiraPaulo Baraldi
ANALISTA CONTÁBIL Graziela Coelho
SECRETÁRIA EXECUTIVAFlaviana Mendes
ASSISTENTE ADMINISTRATIVACristiane Reis
ASSISTENTE DE RECURSOS HUMANOSVivian Figueiredo
RECEPCIONISTAMeire Gonçalves
AUXILIAR ADMINISTRATIVO Pedro Almeida
AUXILIARES DE SERVIÇOS GERAIS Ailda ConceiçãoRose Mary de Castro
MENSAGEIROSBruno RodriguesDouglas Conrado
JOVEM APRENDIZYana Araújo
SALA MINAS GERAIS
GERENTE DE INFRAESTRUTURA Renato Bretas
GERENTE DE OPERAÇÕES Jorge Correia
TÉCNICO DE ÁUDIO E ILUMINAÇÃORafael Franca
ASSISTENTE OPERACIONALRodrigo Brandão
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CONHEÇA TODAS AS APRESENTAÇÕES
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para melhor apreciar um concerto
RUA PIUM-Í, 229
CRUZEIRO
RUA JUIZ DE FORA, 1.257
SANTO AGOSTINHO
RUA LUDGERO DOLABELA, 738
GUTIERREZ
Nos dias de concerto, apresente seu ingresso em um dos restaurantes parceiros e obtenha descontos especiais.
Prezado (a) assinante, amigo (a) e ouvinte,Ao apresentar o ingresso do concerto desta
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Filarmônica, você ganha benefícios especiais.
HAUS MÜNCHEN Você compra um prato e ganha
outro de igual ou menor valor.
Rua Juiz de Fora, 1.257 – Santo Agostinho
(31) 3291-6900
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no valor final da sua conta e do seu acompanhante.
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(31) 2514-9927
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Rua Pium-í, 229 – Cruzeiro
(31) 3227-7764
Bom apetite!
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concertos/ingressos.
Válido apenas para o jantar, no mesmo dia do concerto.
Benefícios não cumulativos com outras promoções.
Concertos — maio
DIA 6, 18hFORA DE SÉRIE / BARROCO ALEMÃO
H. I. Biber Buxtehude / Chávez Pachelbel Telemann Haendel / Beecham Bach / Elgar
DIAS 11 E 12, 20h30ALLEGRO / VIVACE
L. CardosoKhatchaturianVaughan Williams
DIA 14, 11hPRAÇA / TRILHAS
DE CINEMA
DIAS 18 E 19, 20h30PRESTO / VELOCE
J. AntunesBartókBrahms
DIAS 25 E 26, 20h30ALLEGRO / VIVACE
DvorákHindemithVillani-Côrtes Kodály
TOSSEA tosse perturba a
concentração. Tente
controlá-la com a ajuda
de um lenço ou pastilha.
FOTOS E GRAVAÇÕES
EM ÁUDIO E VÍDEO
Não são permitidas durante os concertos.
CONVERSA
O silêncio é o espaço da música. Por
isso, evite conversas ou comentários
durante a execução das obras.
CRIANÇAS
Não é recomendável a presença de menores
de 8 anos nos concertos noturnos. Caso traga
crianças, escolha assentos próximos aos
corredores para que você possa sair rapidamente
se elas se sentirem desconfortáveis.
COMIDAS E BEBIDAS
Não são permitidas no interior da sala de concertos.
PONTUALIDADE
Seja pontual. Após o terceiro sinal as portas de
acesso à sala de concertos serão fechadas.
APARELHOS CELULARES
Não se esqueça de desligar o seu celular ou
qualquer outro aparelho eletrônico. O som e
a luz atrapalham a orquestra e o público.
CUIDADOS COM A SALA
Abaixe o assento antes de ocupar a cadeira.
Também evite balançar-se nela, pois, além de
estragá-la, você incomoda quem está na sua fila.
APLAUSOS
Deixe os aplausos para o final das obras. Veja no
programa o número de movimentos de cada uma
e fique de olho na atitude e gestos do regente.
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Rua Tenente Brito Melo, 1.090 | Barro Preto | CEP 30.180-070
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Sala Minas Gerais
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