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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO CURSO DE LETRAS SINTAXE II Profª Vera Helena Dentee de Mello Nome do(a) aluno(a): __________________________________ 1

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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS UNISINOS

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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS CINCIAS DA COMUNICAO

CURSO DE LETRAS

SINTAXE II

Prof Vera Helena Dentee de Mello

Nome do(a) aluno(a): __________________________________

Perodo letivo 2015/1PERODO COMPOSTO POR SUBORDINAO

No perodo composto por subordinao, h uma orao denominada principal (ou matriz), qual se encaixa(m) uma orao (ou oraes) dependente(s), ditas subordinadas. As oraes subordinadas desempenham funes sintticas em relao respectiva orao principal.

ORAES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS (OU COMPLETIVAS)CLASSIFICAO:

1. Subjetiva - Desempenha a funo de sujeito da orao principal

Exemplos:Convm estudar mais.

Parece que no houve desavenas.2. Objetiva direta - Exerce a funo sinttica de objeto direto da orao principal. O verbo da orao regente dever ser transitivo direto ou transitivo direto e indireto.

Exemplos:Todos desejam ser felizes.

Comuniquei-lhe que a reunio ser amanh.

3. Objetiva indireta - Exerce a funo de objeto indireto da orao principal. O verbo da orao principal dever ser transitivo indireto ou transitivo direto e indireto.

Exemplos:Visamos a aprimorar nosso desempenho lingustico.

Certifiquei-o de que a escola admitir dois professores.

4. Completiva nominal - Tem a funo sinttica de complemento nominal de um dos termos (nome) da orao regente.

Exemplos:Ele tinha esperanas de encontr-lo.

Sou favorvel a que o absolvam.

5. Predicativa - Exerce a funo de predicativo da orao principal. A orao predicativa est ligada diretamente a um verbo de ligao da orao principal.

Exemplos:Sua meta era tornar-se professor universitrio.

Meu desejo que todos sejam aprovados.

6. Apositiva - Desempenha a funo de aposto da orao principal.

Exemplos:O problema este: o local j est reservado.

Sua redao apresenta um srio problema: a concluso no se apoia no desenvolvimento.EXERCCIOS

I Transforme os termos sublinhados em oraes substantivas, sem alterar o sentido original das frases e fazendo somente as adaptaes necessrias. Diga que funo sinttica exercem as oraes substantivas.

1. Cientifiquei-o do cancelamento do curso.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------2. Mostrou-se favorvel implantao do projeto.

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3. Ele reafirmou a sua oposio ao projeto.

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4. Percebia-se a ansiedade dos alunos.

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5. No importou, na poca, a aprovao ou no dos mtodos de Nostradamus pelos seus inimigos.

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6. Espervamos a interveno da polcia no conflito.

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7. No se esqueam do envio do projeto ao Conselho.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

8. Estavam certos da suspenso do aluno.

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9. Nossa mgoa era a traio do nosso melhor amigo.______________________________________________________________________________10. Desejvamos somente isto: sua felicidade.

______________________________________________________________________________

II Proceda ao encaixe da segunda orao dentro da primeira e diga que funo sinttica exercem as oraes subordinadas.

1. Convm ALGO. Eles apurar os fatos.

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2. Sou contrrio a ALGO. Ele pedir demisso.

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3. Sua me quer ALGO. Voc ir ao mercado.

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4. Desejo ALGO. Vocs ser felizes.

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5. Encarregaram-me de ALGO. Eu falar com o diretor.

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6. Perguntaram ALGO. Haver aula na prxima tera-feira.

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7. Fao apenas um pedido: ALGO. Voc rever sua opinio.

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III Sublinhe as oraes substantivas e classifique-as.

1. Sabe-se que h uma discriminao racial velada em nosso pas.

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2. Tenho a impresso de estarmos andando em crculos.

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3. necessrio que se estabeleam limites para os filhos.

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4. Sei que ela no est bem.

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5. Exijo de voc s isto: que me respeite.

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6. A necessidade de investir na educao urgente.

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7. O problema que h apenas dois exemplares na biblioteca.

______________________________________________________________________________

8. Avisei-o de que a reunio fora adiada.

______________________________________________________________________________

9. Estou ciente de que essa deciso implica mudanas radicais.

______________________________________________________________________________

10. Parece que todos entregaram o trabalho.

______________________________________________________________________________

11. Desejo que sejas muito feliz.

______________________________________________________________________________

12. Perguntei se eles haviam concludo a tarefa.

______________________________________________________________________________

13. Ningum pode dizer: desta gua no beberei.

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14. Tenho esperana de que tudo se resolver.

______________________________________________________________________________

15. A testemunha declarou que vira o ru na casa da vtima.

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16. Disseram-me onde ela trabalha.

______________________________________________________________________________

17. Consta nos autos que o ru foi absolvido.

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18. No verdade que ele desistiu da faculdade.

______________________________________________________________________________

19. Dizem que o irmo est foragido.

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20. Ana capaz de derrot-lo.

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21. A virtude dessas mulheres que elas so guerreiras.

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ORAES SUBORDINADAS ADJETIVAS (OU RELATIVAS) As oraes subordinadas adjetivas so assim denominadas por funcionarem como adjetivos, exercendo o papel de adjunto adnominal ou de aposto de um substantivo (nome ou pronome) da respectiva orao principal. So introduzidas por pronome relativo (que, quem, o qual e flexes, cujo e flexes, onde, quando, como, quanto e flexes), a menos que se apresentem como reduzidas.

Subdividem-se em restritivas e explicativas.

( Restritivas determinam, delimitam, restringem o antecedente, por isso so indispensveis ao sentido cabal do enunciado. Tm a funo sinttica de adjunto adnominal. No so separadas por pausa (vrgula) da orao principal.

Exemplos:As crianas que so abandonadas merecem um novo lar.Os livros que constam na bibliografia devero ser consultados.

( Explicativas explicam ou esclarecem, maneira de aposto, o termo antecedente, atribuindo-lhe uma qualidade que lhe inerente ou acrescentando-lhe uma informao acessria. Podem ser suprimidas sem prejuzo do sentido global do enunciado. Tm funo de aposto da orao principal. So sempre separadas por vrgula(s) da orao principal.

Exemplos:As crianas, que merecem afeto e ateno, so, s vezes, vtimas de maus tratos.

Muito cedo, despertou em mim o amor aos livros, que foram meus compa-

nheiros na infncia.

EXERCCIOSI Nas frases abaixo, substitua o adjetivo grifado por uma orao adjetiva.

1. O rapaz deu uma resposta inaudvel.______________________________________________________________________________

2. Esta uma medida inconstitucional.______________________________________________________________________________

3. Serviram-nos uma comida inspida.______________________________________________________________________________

4. Trata-se de um animal inofensivo.

______________________________________________________________________________5. Chegaram a uma regio inspita.______________________________________________________________________________6. Este um material incinervel.______________________________________________________________________________7. O advogado apresentou argumentos irrefutveis.________________________________________________________________________________________________

8. Os crimes hediondos devem ser punidos severamente.

______________________________________________________________________________

9. Segundo ela, esta uma tcnica infalvel.______________________________________________________________________________

10. Temos pelos filhos um amor incondicional.______________________________________________________________________________PONTUAO NAS ORAES ADJETIVAS E PRESSUPOSIO

A pontuao nas oraes adjetivas uma marca lingustica de pressuposto. As oraes adjetivas restritivas pressupem que o que elas dizem refere-se apenas a uma parte dos elementos do conjunto expresso pelo antecedente do pronome relativo. As oraes adjetivas explicativas, ao contrrio, informam implicitamente que o que elas expressam concerne totalidade dos elementos do conjunto designado pelo referente do pronome relativo.

Exemplos:(1) Os alunos desta turma que tm o hbito da leitura produzem textos eficientes.

(2) Os alunos desta turma, que tm o hbito da leitura, produzem textos eficientes.

No exemplo (1), a ideia pressuposta na orao adjetiva a de que alguns alunos desta turma tm o hbito da leitura.No exemplo (2), na orao adjetiva explicativa, pressupe-se a ideia de que todos os alunos desta turma tm o hbito da leitura. Isto , se o falante separasse a orao adjetiva da orao principal por meio de vrgulas, estaria pressupondo que seu contedo se refere a todos os alunos desta turma.Portanto, devemos usar vrgula(s) sempre que a informao apresentada na orao adjetiva se referir ao referente tomado genericamente (em sua totalidade) ou a um elemento j apresentado e definido anteriormente (dado antigo). Se, porm, quisermos especificar apenas alguns elementos de um conjunto ou nos referir a um antecedente no definido (dado novo), no separaremos a orao adjetiva da principal por meio de vrgula(s). Tomar uma pela outra compromete gravemente o sentido da frase, j que prejudica as informaes implcitas. preciso analisar o significado da frase e o contexto em que ela se insere para determinar se a orao restritiva ou explicativa.

EXERCCIOS

I Empregue vrgula(s) para separar as oraes adjetivas da orao principal, se necessrio, e explicite a ideia pressuposta nessas oraes.

1. A escola cujo objetivo deveria ser a formao de leitores muitas vezes no cumpre essa funo.

______________________________________________________________________________

2. A escola que estimula o desenvolvimento da potencialidade criadora e do senso crtico forma verdadeiros cidados.

________________________________________________________________________________________________3. No houve reduo da criminalidade nos estados americanos onde existe a pena de morte.

______________________________________________________________________________

4. As crianas que so marginalizadas pela sociedade podero, no futuro, voltar-se contra essa sociedade.

______________________________________________________________________________

5. Os professores de Lngua Portuguesa de quem se espera profundo conhecimento da estrutura lingustica muitas vezes so mal preparados.

______________________________________________________________________________

6. A poesia romntica que tem como temas a morte, a solido, o tdio e a tristeza pertence gerao do mal do sculo.

______________________________________________________________________________

7. Os brasileiros que passam fome no so assistidos pelo governo.

______________________________________________________________________________

8. As palavras proparoxtonas cujo acento tnico est na antepenltima slaba devem ser acentuadas graficamente.

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9. Os alunos que assistirem palestra tero sua falta abonada.

______________________________________________________________________________

10. As gramticas que prescrevem as regras do uso correto da lngua so denominadas normativas.______________________________________________________________________________

11. As gramticas normativas que ditam as regras da lngua padro desconsideram a existncia de variedades lingusticas.

______________________________________________________________________________

12. Os alunos que no atingiram mdia 6,0 devero realizar outra prova.______________________________________________________________________________

13. Os trabalhadores formais que tm seus direitos assegurados pela Constituio Federal muitas vezes so explorados pelos empregadores.______________________________________________________________________________

14. Conforme a Lei Seca, os condutores brasileiros que dirigem alcoolizados tero suspenso seu direito de dirigir por doze meses.______________________________________________________________________________

15. preciso educar os condutores brasileiros que no deveriam associar lcool e direo.______________________________________________________________________________

16. Os trabalhadores cuja jornada de trabalho seja superior a oito horas dirias tm direito remunerao do servio extraordinrio superior, no mnimo, em cinquenta por cento do normal.______________________________________________________________________________

17. Comprovou-se que os polticos cujos nomes foram citados estavam, de fato, envolvidos no escndalo.

______________________________________________________________________________II Considere a frase abaixo. Em seguida, responda s questes propostas.

Meu irmo que mora em Braslia veio visitar-me.1. Qual a ideia pressuposta na orao subordinada adjetiva?

______________________________________________________________________________

2. Se a orao adjetiva fosse separada por vrgulas da orao principal, prevaleceria o mesmo pressuposto? Justifique sua resposta.

______________________________________________________________________________

III Explique a diferena de sentido existente entre os perodos abaixo:

1. Os homens, que tm seu preo, so fceis de corromper.

Os homens que tm seu preo so fceis de corromper.

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___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

2. A testemunha, que foi ouvida ontem, revelou como funcionava o esquema.

A testemunha que foi ouvida ontem revelou como funcionava o esquema.

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EMPREGO DOS PRONOMES RELATIVOSDeve-se investir em solues definitivas.

Deve-se investir em solues que resolvam definitivamente os problemas.

Conecta, relaciona as duas oraes.

pronome relativo.

Pronomes relativos:

que

quem

o qual (a qual, os quais, as quais)

onde

quando

cujo (cuja, cujos, cujas)

como

quanto, quantos, quantas. QUE

( tem antecedente pessoa ou coisa (imediatamente anterior).

( pode ser precedido de preposio monossilbica.

( s usado com antecedente pessoa quando o verbo no exigir

preposio.

Exemplos:

Um indivduo que zela por seus direitos merece t-los.

Ainda acredito nas coisas em que acreditava quando jovem.

QUEM

( possui antecedente pessoa.

( sempre vem precedido de preposio.

Exemplo:

O rapaz a quem me referi um bom aluno.

O QUAL

( acompanhado de artigo.

( pode remeter a um antecedente distante.

( precedido das preposies sem e sob ou preposies com mais de uma slaba (ante, conforme, contra, desde, durante, entre, para, perante, segundo, sobre)

( pode desfazer a ambiguidade do pronome que. ( concorda em gnero e nmero com o termo antecedente.

Exemplos:

Participamos da principal reunio realizada no segundo semestre, a qual deu origem ao grupo de trabalho.

So esses os procedimentos sobre os quais pairam dvidas.

Estou procurando a chave do cofre a qual estava sobre a escrivaninha. ONDE

( retoma antecedente denotador de lugar.

Exemplo:

Buscamos uma praia distante onde possamos descansar.

QUANDO

( retoma antecedente indicador de tempo.

Exemplo:

O PT subiu ao poder em 2003, quando Lula foi eleito Presidente. CUJO

( indica posse

possuidor

possudo

( concorda em gnero e nmero com o termo consequente.

( no pode ser seguido de artigo.

Exemplo:

A escola tem um timo corpo docente.

Os alunos da escola apresentam crescente desempenho.

A escola cujos alunos apresentam crescente desempenho tem um timo corpo docente.

possuidor possudo

EXERCCIOSI Una os perodos abaixo, transformando o segundo em orao relativa.

1. Estes so os candidatos. Nunca duvidamos da reputao desses candidatos.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________2. Lya Luft escritora e colunista da Veja. Segundo Lya Luft, palavras so animais esquivos, ora belos, ora mortais.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. Encontrei um colega. No me lembro do nome do colega.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. O ru respondeu friamente s perguntas do promotor. A maioria duvida da inocncia do ru.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________5. O lazer privilgio de uma minoria no Brasil. Sem o lazer, o ser humano apenas sobrevive.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6. John Lennon foi assassinado. Muitas pessoas simpatizam com suas ideias.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7. A eutansia uma questo bastante discutida atualmente. A maioria dos mdicos posiciona-se contra a eutansia.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________8. Sigmund Freud o pai da psicanlise. Muitos terapeutas fundamentam sua prtica na obra de Sigmund Freud.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________9. O Papa Joo Paulo II foi o mais poltico dos pontfices. Segundo o Papa Joo Paulo II, tambm no socialismo h sementes de verdade.

______________________________________________________________________________10. Uma aposentadoria digna direito de todos. Muitos trabalhadores aspiram a uma aposentadoria digna.

______________________________________________________________________________II Reescreva somente a orao adjetiva das frases abaixo, substituindo o pronome relativo pelo seu referente. Diga que funo sinttica exerce esse pronome.

1. A educao um direito a que todas as crianas devem ter acesso.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________2. Este um pedido a que atenderei imediatamente.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________3. O linguista cujo artigo discutimos critica o ensino da gramtica como um fim em si mesma.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________4. Na festa a que fomos havia muitos convidados ilustres.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. uma pessoa com cujas opinies no se pode concordar.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5. Esse foi um pormenor de que todos se esqueceram.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6. Cultive em voc a pessoa justa que sempre foi.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7. Os animais que se alimentam de madeira so xilfagos.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8. O funcionrio por quem fomos orientados era novato.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

9. No final de semana, fomos a Gramado, onde comprei essas peas de artesanato.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

III Preencha as lacunas com o pronome relativo adequado. Se o verbo da orao subordinada exigir preposio, no se esquea de antep-la ao pronome relativo.1. As leis, _________________observncia o pas no progride, prescrevem os direitos e deveres do cidado.2. Em um futuro talvez ainda distante, __________________ houver uma distribuio mais equnime da renda nacional, o Brasil poder ser considerado uma nao justa.3. Ningum pode ser obrigado a revelar fatos ____________________ deva guardar segredo.

4. O juiz ___________________ depende a soluo do caso ainda no se manifestou.

5. O carro _____________________ estacionei a moto estava com as placas adulteradas.

6. De p, os presentes aplaudiram o orador, ________________ palavras emocionaram a todos.7. Atenas, ____________ se situam os templos dos deuses mitolgicos, sediou, em 2004, os Jogos Olmpicos.

8. Refiro-me a Benveniste, ________________________ a linguagem serve para viver.9. A norma ________________fizemos referncia tem algumas excees ______ no podem ser ignoradas.

10. A moa __________________ bolsa foi encontrada a droga est sendo ouvida pela polcia.11. O ladro, _________________ a polcia fez vrios disparos, no morreu.

12. Esta a pessoa _______________ ordens devemos obedecer.

13. Os poucos elementos ______________ se dispe no permitem que se chegue a concluso alguma.

ORAES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

Oraes subordinadas adverbiais so aquelas que exercem a funo de adjuntos adverbiais da orao principal.

Exemplo:Falarei com voc no final da aula. (adjunto adverbial)

Falarei com voc quando a aula terminar. (orao adverbial)

1. As oraes subordinadas adverbiais classificam-se em:

2. Causais indicam a causa do efeito (ou consequncia) expresso na orao regente.

Conectivos: porque, j que, visto que, uma vez que, como, por.

Exemplos: Como no havia provas concretas, o ru foi absolvido.

No havendo provas concretas, o ru foi absolvido.

3. Comparativas exprimem o ser com que se compara outro ser da orao principal. Sua expresso formal sempre a de orao desenvolvida.

Conectivos: como, assim como, mais...(do) que, menos...(do) que, tanto...como, tanto...quanto.

Exemplos: Escreveste como um poeta.

Ele dirige como se a rua fosse dele.4. Concessivas exprimem um obstculo (real ou suposto) que no forte o suficiente para impedir a concretizao do contedo expresso na orao matriz. Conectivos: embora, ainda que, mesmo que, conquanto, posto que, apesar de (que).

Exemplos: Embora tenha sado cedo, chegou atrasado.

Estando doente, no faltou aula.

5. Condicionais exprimem uma condio necessria para que se realize ou deixe de realizar o que se afirma na orao principal.

Conectivos: se, caso, desde que, contanto que.

Exemplos: Se leres o livro, ters argumentos mais convincentes.

Lendo o livro, ters argumentos mais convincentes.

5. Consecutivas expressam a consequncia, o efeito ou resultado do fato expresso na orao principal. Em sua forma mais caracterstica, desenvolvida, apresenta-se introduzida pela conjuno que e posposta orao principal, na qual se encontram as partculas de intensidade to, tanto, tal e tamanho.

Exemplos: Trabalhou tanto que ficou doente.

Estava to nervoso que no conseguiu falar.

O corcunda de Notre-Dame era feio de meter medo.

6. Conformativas traduzem a conformidade de um fato ou pensamento com o que est expresso na orao principal. S aceita a forma de orao desenvolvida.

Conectivos: conforme, segundo, consoante, como.

Exemplos: Conforme ele prometeu, prestar seu depoimento amanh.

Como afirma Paulo Freire, a relao educador-educando deve ser dialgica.

7. Finais expressam o objetivo, o propsito ou a finalidade do contedo expresso na orao matriz, na qual explicitado o meio.

Conectivos: para, a fim de, para que, a fim de que.

Exemplos: Trabalhava muito para que no faltasse nada famlia. Trabalhava muito para no faltar nada famlia.

8. Locativas* indicam a circunstncia de lugar em que se situa o fato expresso na orao principal.

Exemplos: Trabalho onde me deixam em paz.

Ele estuda onde se formam os grandes cientistas9. Modais* exprimem a maneira, o modo como ocorre o fato ou ao expressos na orao matriz. Aparecem frequentemente sob a forma reduzida.Exemplos: Saiu sem que o notassem.

Entrou sem cumprimentar ningum.

10. Proporcionais indicam aumento ou diminuio que ocorre paralelamente no mesmo sentido ou em sentido contrrio a outro aumento ou diminuio. Conectivos: medida que, proporo que, ao passo que, quanto mais... mais, quanto mais... menos, quanto menos... menos, quanto menos... mais. Exemplos: proporo que envelhecemos, tornamo-nos mais sbios.

Quanto mais convivo com ela, mais a admiro.

11. Temporais - exprimem o tempo de ocorrncia do que se enuncia na orao principal, podendo indicar anterioridade, posterioridade, simultaneidade ou iterao.Conectivos: quando, sempre que, toda vez que, desde que, mal, assim que...

Exemplos: Quando o juiz se pronunciou, todos se calaram.

Ao amanhecer, a vida recomea.

(*) Oraes no contempladas na NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira).

EXERCCIOS

I Transforme os adjuntos adverbiais das frases abaixo em oraes adverbiais.

1. Samos da sala discretamente.

______________________________________________________________________________

2. Chegamos fazenda antes da noite.

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3. No lhe telefonei por esquecimento.

______________________________________________________________________________

4. O mendigo morreu de fome.

______________________________________________________________________________

5. Por causa da forte chuva, algumas ruas ficaram alagadas.

______________________________________________________________________________

6. Segundo o mdico, essa doena no tem cura.

______________________________________________________________________________

7. Apesar de nosso esforo, no alcanamos o objetivo proposto.

______________________________________________________________________________

8. Com decises rpidas e eficientes, o quadro social pode melhorar.______________________________________________________________________________

II Classifique as oraes adverbiais das frases abaixo.

1. Procurando as palavras, encontram-se os pensamentos.______________________________________________________________________________

2. Kennedy foi, como todos sabem, o nico presidente catlico dos Estados Unidos.______________________________________________________________________________

3. Devemos amar as rvores como amamos a nossa existncia.______________________________________________________________________________4. Assim que chegaram, comearam a discutir.______________________________________________________________________________

5. Se ele aspira paz, deve cumprir seus deveres.______________________________________________________________________________6. Acreditando, voc atingir seu objetivo.______________________________________________________________________________

7. Ainda que tenham se esforado, no atingiram seu objetivo.______________________________________________________________________________

8. Comeram tanto chocolate que ficaram doentes.______________________________________________________________________________

9. Para os professores, a atmosfera da escola to importante quanto seus salrios.______________________________________________________________________________

10. No so necessrias frmulas mirabolantes para oferecer uma boa educao.______________________________________________________________________________

11. Ela falava to baixo que no se podia ouvi-la.______________________________________________________________________________

12. Quanto maior for a ostentao da riqueza, menor o esprito.______________________________________________________________________________

13. Como queria ficar rico, trabalhou tanto que adoeceu.______________________________________________________________________________

14. Sendo muito rica, morava numa casa modesta.______________________________________________________________________________

16. No tendo argumentos convincentes, preferiu calar-se.______________________________________________________________________________

16. Apesar de ter sado cedo, chegou atrasada ao trabalho por ter ocorrido um acidente na BR.______________________________________________________________________________

17. A persistirem os sintomas, procure orientao mdica.______________________________________________________________________________

18. medida que cessava o efeito da anestesia, a dor ia aumentando.

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19. Nada me irrita tanto quanto a hipocrisia.

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20. Desde que no atrapalhem os colegas, podem realizar o trabalho em duplas.

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22. Desde que ingressei na Unisinos, estou morando em So Leopoldo.

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23. Ao ouvirmos o sinal, entramos na sala.

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24. Conquanto se reconheam culpados, recusam-se a pagar os danos.

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25. Empresto-lhes o livro, contanto que o devolvam amanh.

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26. Mesmo correndo, no o alcanaram.

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27. V prevenida, para que no lhe advenham surpresas.

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28. A preguia caminha to devagar que a pobreza a alcana logo.

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29. Voc fez tudo como combinamos?

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30. O ladro entrou no prdio sem que o porteiro percebesse.

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31. Sentimo-nos bem onde recebemos afeto.

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IV ORAES REDUZIDAS

Oraes reduzidas so as que se apresentam sem conetivo e com o verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerndio ou particpio).

Em geral, possvel transformar as oraes reduzidas em desenvolvidas, substituindo a forma nominal do verbo por um tempo do indicativo ou do subjuntivo e iniciando a orao com um conectivo adequado (conjuno ou pronome relativo).

Exemplos: Espero ser aprovado ( Espero que seja aprovado.

No respondi por no ter certeza ( No respondi porque no tinha certeza.

As piadas contadas por ele animaram a festa ( As piadas que ele contou animaram a festa. EXERCCIOS

I SUBLINHE E CLASSIFIQUE AS ORAES REDUZIDAS DAS FRASES ABAIXO.1. Deparamos com vrias crianas cheirando cola.______________________________________________________________________________3. Estando desempregado, no pde comprar um presente para a filha.______________________________________________________________________________4. Espervamos ter obtido aprovao no concurso.______________________________________________________________________________5. Trata-se de um pas devastado pela guerra.______________________________________________________________________________6. A mulher recebeu a notcia chorando.______________________________________________________________________________7. H a um mistrio: como ele conseguiu sair do local?______________________________________________________________________________8. Apesar de existirem provas contra o ru, ele se diz inocente.______________________________________________________________________________9. Admira-me que, sendo to inteligente, tenha agido dessa maneira.______________________________________________________________________________10. possvel ainda haver sobreviventes do atentado.______________________________________________________________________________11. A prevalecer essa poltica, estaremos arruinados.______________________________________________________________________________12. Nosso objetivo ficarmos um ano no exterior.______________________________________________________________________________13. Uma das melhores maneiras de conhecer as pessoas esta: convivendo com elas.______________________________________________________________________________14. Nada impedir o delegado de prosseguir na investigao.______________________________________________________________________________15. Esse livro, escrito por Alcy Cheuiche, trata da questo fundiria.

______________________________________________________________________________16. Ela paga a Universidade vendendo esses produtos.______________________________________________________________________________ORAES COORDENADASCoordenadas so as oraes de igual funo, ligadas entre si por meio de conjunes coordenativas ou por justaposio. So independentes entre si.

Podem ser sindticas ou assindticas. As sindticas ligam-se s outras por meio de conjunes (conetivos), e as assindticas esto justapostas, no unidas por conjunes.

Classificao:

1. Aditivas Expressam adio, soma de dois ou mais argumentos que levam mesma concluso.

Nexos: e, nem, tambm, no s...mas tambm, tanto...como, alm de, alm disso.

Exemplo: Li muitas obras literrias e analisei fatos lingusticos.

2. Adversativas Exprimem oposio, contraste, ressalva. A orao introduzida pelo nexo de oposio apresenta um argumento mais forte do que o anterior. Ocorre uma frustrao de expectativa, pois o primeiro argumento leva o leitor ou ouvinte a determinada concluso, que refutada pelo segundo argumento.

Nexos: mas, porm, contudo, todavia, entretanto, no entanto. Exemplo: Ele estudou muito para o concurso, mas no foi aprovado.

3. Alternativas Exprimem alternncia ou disjuno, que pode ser de incluso ou de excluso.

Nexos: ou, ou...ou, ora,..ora, quer...quer, seja...,seja, j...j.

Exemplo: Concluirei o Curso ou trabalharei no exterior. (excluso)

Sugiro que caminhes ou pratiques algum esporte. (incluso)

4. Conclusivas Expressam uma concluso ou deduo lgica. Na relao de concluso, h sempre uma premissa maior (que, na maioria das vezes, est implcita), sobre a qual repousa a premissa menor, de modo que a concluso brota espontaneamente da relao das premissas.

Nexos: logo, ento, portanto, por conseguinte, assim, pois, dessa forma.

Exemplo: Ele infringiu a lei, portanto deve ser punido.

5. Explicativas Apresentam a justificativa ou explicao de um ato de fala (afirmao, suposio, ordem, pedido, advertncia, conselho...) ou de uma tese (opinio, ponto de vista) contido na orao anterior. A relao de explicao situa-se no domnio epistmico ou no domnio dos atos de fala.Nexos: porque, pois, que, porquanto.

Exemplo: Eles devem estar em casa, pois as luzes esto acesas.

Espere um pouco, que ela est chegando.

EXERCCIOS

I Sinalize as fronteiras oracionais e classifique as oraes coordenadas.

1. No faa barulho, que o nen est dormindo.

______________________________________________________________________________2. A ordem era absurda, entretanto ningum a ela desobedeceu.

______________________________________________________________________________3. Ele parece muito inseguro, pois qualquer problema o deixa abalado.______________________________________________________________________________4. Decerto algum o agrediu: seu olho est roxo.

______________________________________________________________________________5. O homem depende do solo e da flora; deve, portanto, preserv-los.

______________________________________________________________________________6. Converse com educao ou retire-se da sala!

______________________________________________________________________________7. Samos a passeio, brincamos na praia, recordamos nossa infncia.

______________________________________________________________________________8. A gua evapora-se e forma as nuvens.

______________________________________________________________________________9. Muito j foi prometido; muito pouco foi realizado.______________________________________________________________________________10. Feche a porta, pois est muito frio.______________________________________________________________________________11. Ela foi ao supermercado e nunca mais voltou.______________________________________________________________________________12. No fizeste o trabalho, por isso ters de recuperar a nota.______________________________________________________________________________13. Ela parece nervosa: seus lbios tremem.______________________________________________________________________________14. O homem depende do solo e da flora; deve, pois, preserv-los.______________________________________________________________________________15. Cala a boca ou retira-te da sala!______________________________________________________________________________16. Ele passou no concurso, mas ainda no foi chamado.______________________________________________________________________________II Construa perodos compostos por coordenao unindo as oraes de cada um dos itens seguintes. Utilize a conjuno coordenativa apropriada e faa as alteraes necessrias.

1. Chove torrencialmente. A seca castiga a tudo e a todos.

______________________________________________________________________________2. No conseguimos resolver o problema. Procuramos auxlio.

______________________________________________________________________________3. No li o texto. No posso participar da discusso.

______________________________________________________________________________4. Preste ateno estrada. Est cheia de buracos.

______________________________________________________________________________5. Abra logo a porta. Estou com pressa.

______________________________________________________________________________6. Sade e educao so reas sociais bsicas. Devem ser priorizadas.

______________________________________________________________________________7. Ele estava preparado para o concurso. No foi classificado.

______________________________________________________________________________PERODO COMPOSTO POR COORDENAO E SUBORDINAO: EXERCCIOS

Instruo: As questes de I a V referem-se ao texto abaixo.

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Sobre as memrias

Rubem Alves

Memria onde se guardam as coisas do passado. H dois tipos de memria: memrias sem vida prpria e memrias com vida prpria. As memrias sem vida prpria so inertes. No tm vontade. Sua existncia semelhante das ferramentas guardadas numa caixa. No se mexem. Ficam imveis nos seus lugares, espera. espera de qu? espera de que as chamemos. Ao chegar a um hotel, a recepcionista nos entrega uma ficha para ser preenchida. L esto os espaos em branco onde deverei escrever meu nome, endereo, nmero da carteira de identidade, do CPF, nmero do telefone, e-mail. Abro a minha caixa de memrias sem vida prpria e encontro as informaes pedidas. Se desejo ir do meu apartamento casa de um amigo, eu pergunto: que ruas tomar para chegar l? Abro a caixa de ferramentas e l encontro um mapa do itinerrio que devo seguir. da caixa das memrias sem vida prpria que se valem os alunos para responder s questes propostas pelo professor numa prova. Se a memria no estiver l, ele receber uma nota m...

So essas as memrias que os neurologistas testam para ver se uma pessoa est sofrendo do mal de Alzheimer. O mdico, como quem no quer nada, vai discretamente fazendo perguntas sobre a cidade onde se nasceu, o nome dos pais, onde moram os filhos. Se a pessoa no souber responder, porque sua caixa de memrias est vazia. Essas memrias so muito importantes. Sem elas, no poderamos nos virar na vida. Estaramos sempre perdidos.

As memrias com vida prpria, ao contrrio, no ficam quietas dentro de uma caixa. So como pssaros em voo. Vo para onde querem. E podemos cham-las que elas no vm. S vm quando querem. Moram em ns, mas no nos pertencem. O seu aparecimento sempre uma surpresa. que nem suspeitvamos de que estivessem vivas! A gente vai calmamente andando pela rua e, de repente, um cheiro de po. E nos lembramos da me assando pes na cozinha... Viajando, olhando a paisagem com pensamento perdido, vemos um rio. E a alma comea a recitar O Tejo mais belo que o rio da minha aldeia. Mas o Tejo no mais belo que o rio da minha aldeia. Porque o Tejo no o rio da minha aldeia. E nos lembramos ento do riachinho em que brincvamos quando crianas.

Uma leitora enviou-me um e-mail em ingls. Desculpou-se. egpcia. Vive no Brasil, entende bem o portugus, mas tem dificuldades em se expressar. Disse-me que gostava das coisas que escrevo. Escreveu-me para dizer que uma palavra, uma nica palavra que eu havia escrito a apunhalara. Numa crnica que eu escrevera para minhas netas, contando como era a vida na roa, disse que no havia eletricidade. Portanto, no havia geladeiras. As comidas eram guardadas num armrio de tela chamado guarda-comida. Essa foi a palavra que a apunhalou. Como que uma palavra to banal pode apunhalar? No foi a palavra. Foi a lembrana. Ela j havia se esquecido de que essa palavra existia. A, quando ela a leu, um passado longnquo retornou. Ela se viu menina na cozinha de sua casa no Cairo. L havia um guarda-comida...

Alma o nome do lugar onde se encontram esses pedaos perdidos de ns mesmos. So partes do nosso corpo como as pernas, os braos, o corao. Circulam em nosso sangue, esto misturadas com os nossos msculos. Quando elas aparecem, o corpo se comove, ri, chora...

Para que servem elas? Para nada. No so ferramentas. No podem ser usadas. So inteis. Elas aparecem por causa da saudade. A alma movida a saudade. A alma no tem o menor interesse no futuro. A saudade uma coisa que fica andando pelo tempo passado procura dos pedaos de ns mesmos que se perderam.

com esses cacos de memria, pedaos de ns mesmos, que se escrevem romances, estrias infantis, poesia, lendas, mitos religiosos, utopias. Nietzsche dizia que s amava os livros escritos com essas memrias, escritos com sangue. E Guimares Rosa dizia a seus leitores que, para ser escritor, preciso conhecer a alquimia do sangue do corao humano. Ler um livro escrito com sangue participar de um ritual antropofgico. uma celebrao eucarstica.

Quando eu contava uma estria para minha filha pequena, ela me perguntava: Papai, essa estria aconteceu mesmo? Traduzindo em linguagem de adulto: essas memrias so memrias de coisas que aconteceram ou so invenes? Eu ficava quieto, sem saber o que dizer. A explicao seria: No aconteceu nunca para que acontea sempre... O corpo se alimenta do que no existe. Temos saudade do que nunca aconteceu.

muito fcil contar o passado usando as memrias sem vida prpria. s coletar os fatos e organiz-los numa ordem temporal e espacial. assim que se escreve a histria.

Mas muito difcil contar as memrias com vida prpria. Mia Couto, escritor angolano, sabe disso. Eis o que escreveu: O que Dona Luarmina me solicita so exactas memrias. E isso o que eu menos quero. No que me faltem lembranas. Esto espalhadas em toda a minha substncia. Meu corpo foi-se tornando um cemitrio de tempo, parece um desses bosques sagrados onde enterramos nossos mortos.

As coisas se complicam quando um velho contando estrias da sua infncia. A saudade mistura tudo. A saudade no conhece o tempo. No sabe o que antes e nem depois. Tudo presente. A lembrana pura no tem data. Tem uma estao. Que sol ou que vento fazia nesse dia memorvel? O devaneio no conta histrias... (Bachelard)

A vem a confuso. O escritor duvida de suas lembranas e pergunta como a Adlia Prado: Houve esta vida ou inventei? Se a Adlia dirigisse a mim a sua pergunta acerca das coisas que eu conto, eu responderia. Se essa vida no houve, quando a escrevo, fica havendo...

(Texto disponvel em http://www.rubemalves.com.br/sobreasmemorias.htm. Acesso em 23 maio 2011).

I Classifique as oraes abaixo, extradas do texto Sobre as memrias.

1. Ao chegar a um hotel (linhas 4-5) - ______________________________________________

2. onde deverei escrever meu nome (linha 6) - _______________________________________

3. e encontro as informaes pedidas (linhas 7-8) - ___________________________________

4. Se desejo ir do meu apartamento casa de um amigo (linha 8) - ______________________

5. que ruas tomar (linhas 8-9) - ___________________________________________________

6. para responder s questes (linhas 10-11) - ______________________________________

7. propostas pelo professor numa prova (linha 11) - ___________________________________

8. responder (linha 16) - ________________________________________________________

9. mas no nos pertencem (linha 20) - _____________________________________________

10. de que estivessem vivas (linha 21) - ____________________________________________

11. assando pes na cozinha (linha 22) - ___________________________________________

12. Viajando (linha 23) - ________________________________________________________

13. que o rio da minha aldeia (linha 24) - ___________________________________________

14. em se expressar (linha 28) - __________________________________________________

15. como era a vida na roa (linhas 30-31) - _________________________________________

16. de que essa palavra existia (linha 34) - __________________________________________

17. conhecer a alquimia do sangue do corao humano (linha 46) - ______________________

18. participar de um ritual antropofgico (linha 47) - ___________________________________

19. Papai, essa estria aconteceu mesmo? (linhas 48-49) - ___________________________

20. usando as memrias sem vida prpria (linha 53) - _________________________________

21. contar as memrias com vida prpria (linha 55) - __________________________________

22. onde enterramos nossos mortos (linha 59) - ______________________________________

23. contando histrias de sua infncia (linha 60) - ____________________________________

24. ou inventei? (linha 65) - ______________________________________________________

25. Se essa vida no houve (linha 66) - ____________________________________________

II Explique a relao de sentido expressa pelo conectivo Se (linha 11).

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________III Reescreva o seguinte perodo, empregando um articulador que explicite a relao de sentido existente entre as proposies. Explique essa relao.

E podemos cham-las que elas no vm (linha 19).

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________IV Una as trs frases seguintes, empregando conectivos adequados.

A, quando ela a leu, um passado longnquo retornou. Ela se viu menina na cozinha de sua casa no Cairo. L havia um guarda-comida... (linhas 34-45).

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________V Explique a relao de sentido expressa pelo nexo para que (linha 51).

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Instruo: As questes de I a IV referem-se ao texto abaixo.

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Resgatar o respeito aos velhos

Flvio Gikovate

Olhar para os idosos no como um estorvo, mas como pessoas com quem ns podemos aprender muitas coisas. Eis o desafio nesta poca de alta tecnologia e grandes e rpidas mudanas.

Nos ltimos 50 anos, temos vivido uma fase de rpidas e importantes transformaes na nossa vida prtica graas aos significativos avanos da cincia e da tecnologia. Esses progressos prticos trouxeram vrios problemas para as pessoas mais velhas. O primeiro o surgimento mais claro de uma tendncia conservadora que todos temos. Pessoas de mais idade no veem com bons olhos as novidades: ou no se adaptam a elas, ou o fazem muito lentamente. Afinal de contas, viveram tantas dcadas sem um dado equipamento que no o acham to necessrio. Eu mesmo, que ainda no estou to velho, tenho grande resistncia aos novos equipamentos eletrnicos.

Mas a consequncia mais grave desse avano rpido foi a ideia de que as pessoas mais velhas no podem acompanh-lo, nem mesmo do ponto de vista intelectual. H uns vinte anos, atendi uma senhora de idade. Ela me olhou e disse: "Que bom que o senhor jovem. No gosto de mdicos mais velhos, porque esto desatualizados". Ou seja, os prprios idosos passaram a achar que a luz e a sabedoria estavam com os jovens. Essa falsa ideia trouxe vrios desdobramentos, todos eles negativos, do meu ponto de vista. Os jovens passaram a achar-se muito sbios. Perderam a capacidade de ser "discpulos" porque no tinham mais condies de ver os mais velhos como "mestres". No estavam ( e no esto preparados para isso nem intelectual nem emocionalmente. Um jovem deveria ter algum mais velho com quem se aconselhar, at para aliviar o peso da responsabilidade que recai sobre suas costas.

O subproduto mais grave disso foi a tendncia de relegarmos as pessoas mais idosas para um papel menor, desprezvel mesmo. Nossos velhos passaram a ser vistos como um fardo a ser carregado, como pessoas inteis e chatas. Afinal de contas, no sabem nem mesmo como bom navegar na internet! Esto fora da realidade. No tm nada a nos ensinar; por isso, perderam o direito de ser tratados com o respeito e a reverncia que eram dedicados aos idosos em outros tempos.

Naquela poca, eles eram os detentores de um saber que todos os moos queriam ter. Conheciam mais da vida porque tinham experimentado e sofrido mais. Conheciam ofcios manuais e intelectuais que s se aprendiam convivendo com os que tinham mais experincia. Eram respeitados, tratados por senhor e senhora; os filhos e netos lhes beijavam a mo e pediam a bno. Esse tratamento diferenciado e reverente dava sentido e importncia a esse perodo dificlimo da vida. O velho tem de conviver com as doenas e suas dores. Tem de conviver com a ideia da morte se aproximando. Tem de assistir prpria decadncia fsica e, s vezes, intelectual. O respeito e a admirao dos mais novos eram um pequeno alimento para a vaidade das pessoas nessa fase ( vaidade abalada por todos esses fatores inerentes idade. A verdade que a velhice sem essas pequenas honrarias se torna bastante mais triste e dolorosa.

Acho que hoje j podemos fazer uma avaliao crtica dos tempos modernos. J podemos dar o devido peso ao progresso tcnico e s vantagens que ele nos trouxe. J sabemos que as belas mquinas no resolvem nossas questes ntimas mais importantes. J sabemos que as vivncias e a experincia acumuladas ao longo das dcadas valem mais do que elas. J podemos, pois, voltar a olhar para as pessoas mais velhas no como um estorvo e sim como criaturas com quem podemos aprender muitas coisas. Se isso acontecer, penso que os idosos tambm tendero a voltar a valorizar sua condio e sua experincia. Sim, porque, hoje, muitos velhos s pensam em como conseguir manter a aparncia tpica da mocidade. Vo atrs de cirurgias plsticas de todo o tipo, de prteses penianas e outros recursos tecnolgicos para adiar o mximo possvel a chegada dessa fase da vida, que deveria ser rica em reflexes e filosofia e livre de disputas e competies.

Texto disponvel em http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=05658. Acesso em 23 out. 2012.

I Classifique as seguintes oraes extradas do texto:

1. que todos temos (linha 8) - ____________________________________________________

2. que no o acham to necessrio (linha 10) - ______________________________________

3. que ainda no estou to velho (linha 11) - ________________________________________

4. de que as pessoas mais velhas no podem acompanh-lo, nem mesmo do ponto de vista intelectual (linhas 13-15) - _______________________________________________________

5. que a luz e a sabedoria estavam com os jovens (linhas 17-18) - _______________________

6. at para aliviar o peso da responsabilidade (linha 23) - ______________________________

7. a ser carregado (linha 27) - ____________________________________________________

8. navegar na internet (linha 28) - _________________________________________________

9. por isso, perderam o direito (linha 29) - _________________________________________

10. de ser tratados com o respeito e a reverncia (linhas 29-30) - ________________________

11. ter (linha 32) - _____________________________________________________________

12. convivendo com os (linha 33) - ________________________________________________

13. que a velhice sem essas pequenas honrarias se torna bastante mais triste e dolorosa (linhas 41-42) - _______________________________________________________________

14. em como conseguir (linha 51) - ________________________________________________

15. que deveria ser rica em reflexes e filosofia e livre de disputas e competies (linhas 53-54) - ___________________________________________________________________________

II O conectivo ou...ou (linha 9) expressa incluso ou excluso de ideias? Justifique sua resposta.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________III Reescreva a expresso graas aos significativos avanos da cincia e da tecnologia (linhas 5-6), substituindo-a por uma orao e fazendo as adaptaes necessrias. Em seguida, explique a relao de sentido existente entre as proposies.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

IV A construo causal expressa pelo nexo porque (linha 16) situa-se no domnio de contedo, epistmico ou dos atos de fala? Argumente.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

V Explique a relao de sentido expressa pelo conectivo pois (linha 47).

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

VI A construo Se isso acontecer, penso que os idosos tambm tendero a voltar a valorizar sua condio e sua experincia (linhas 49-50) expressa uma condicionalidade factual, eventual ou contrafactual? Explique.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

VII O nexo para (linha 53) expressa uma relao de finalidade. Explicite:

a) o meio - ___________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b) o fim - ____________________________________________________________________

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