2019 Semiextensivo ENEM...O músculo liso também apresenta contração involuntária, enquanto o...
Transcript of 2019 Semiextensivo ENEM...O músculo liso também apresenta contração involuntária, enquanto o...
2019 Semana 11 29 de Jul a 02 de Ago
Semiextensivo ENEM
1
Biologia
Tecido Muscular e Contração Quer ver esse material pelo Dex? clique aqui
Resumo
O tecido muscular tem origem embrionária mesodérmica e é formado por células alongadas chamadas
de fibras musculares. Pode ser dividido em:
• Tecido muscular liso: Não possui estrias transversais, são mononucleadas e suas contrações são lentas
e involuntárias. Ele está presente no tubo digestivo, útero, bexiga, vesícula biliar, parede das artérias,
dentre outros.
• Tecido muscular estriado cardíaco: Possui estrias e suas células são longas, ramificadas e
mononucleadas. Suas contrações são rápidas e involuntárias. Está presente no coração, podendo ser
chamado de miocárdio.
• Tecido muscular estriado esquelético:Possui estrias e é composto por células cilíndricas polinucleadas.
A sua contração é voluntária, ou seja, é controlada pela pessoa. Pode realizar contrações involuntárias
em situações de reflexo. O nome deste músculo vem do fato dele estar ligado ao esqueleto.
Para que ocorra a contração, o músculo recebe uma mensagem química e o seu retículo
sarcoplasmático libera íons de cálcio que promovem a união entre as fibras de actina e miosina e, com gasto
de ATP, a miosina puxa a actina e encurta a fibra muscular.
A contração muscular se dá quando há deslizamento das fibras de actina sobre as fibras de miosina,
na presença de íons cálcio e ATP, causando um encurtamento. Quando o impulso nervoso e a mensagem
química acabam, os íons cálcio desligam-se das fibras de actina e miosina e retornam ao retículo
sarcoplasmático por transporte ativo.
2
Biologia
O principal metabolismo utilizado nos músculos é o aeróbico, com maior rendimento energético mesmo
sendo a partir de reações demoradas, porém também pode realizar a fermentação lática, com menor
rendimento energético, porém gera esta energia mais rápido. A fadiga muscular ocorre com o excesso de
ácido lático nos músculos. Músculos mais escuros possuem maior concentração de mioglobina (fibras de
contração lenta) para realizar com mais eficiência a respiração aeróbica e músculos mais claro possuem
menos mioglobina (fibras de contração rápida).
3
Biologia
Exercícios
1. Uma das causas de dor e sensação de queimação nos músculos, decorrentes de esforço físico intenso,
é a presença de muito ácido láctico nas células musculares. Isso ocorre quando essas células:
a) realizam intensa respiração celular, com produção ácido láctico.
b) recebem suprimento insuficiente de gás oxigênio e realizam fermentação.
c) realizam intensa respiração celular produzindo excesso de ATP.
d) recebem estímulos nervosos sucessivos e acumulam neurotransmissores.
e) utilizam o açúcar lactose como fonte de energia.
2. Paulo não é vegetariano, mas recusa-se a comer carne vermelha. Do frango, come apenas o peito e
recusa a coxa, que alega ser carne vermelha. Para fundamentar ainda mais sua opção, Paulo procurou
saber no que difere a carne do peito da carne da coxa do frango. Verificou que a carne do peito
a) é formada por fibras musculares de contração lenta, pobres em hemoglobina. Já a carne da coxa
do frango é formada por fibras musculares de contração rápida, ricas em mitocôndrias e mioglobina.
A associação da mioglobina, que contém ferro, com o oxigênio confere à carne da coxa uma cor
mais escura.
b) é formada por fibras musculares de contração rápida, pobres em mioglobina. Já a carne da coxa
é formada por fibras musculares de contração lenta, ricas em mitocôndrias e mioglobina. A
associação da mioglobina, que contém ferro, com o oxigênio confere à carne da coxa uma cor
mais escura.
c) é formada por fibras musculares de contração rápida, ricas em mioglobina. Já a carne da coxa é
formada por fibras musculares de contração lenta, ricas em mitocôndrias e hemoglobina. A
associação da hemoglobina, que contém ferro, com o oxigênio confere à carne da coxa uma cor
mais escura.
d) é formada por fibras musculares de contração rápida, ricas em mioglobina. Já a carne da coxa é
formada por fibras musculares de contração lenta, ricas em mitocôndrias e hemoglobina. A
associação da hemoglobina, que contém ferro, com o oxigênio confere à carne da coxa uma cor
mais escura. Já a mioglobina, que não contém ferro, confere à carne do peito do frango uma
coloração pálida.
e) e a carne da coxa não diferem na composição de fibras musculares: em ambas, predominam as
fibras de contração lenta, pobres em mioglobina. Contudo, por se tratar de uma ave doméstica e
criada sob confinamento, a musculatura peitoral, que dá suporte ao voo, não é exercitada. Deste
modo recebe menor aporte sanguíneo e apresenta-se de coloração mais clara.
4
Biologia
3. Os animais utilizam-se dos músculos para movimentar o corpo ou partes dele. É graças à atividade
muscular que conseguem andar, nadar, correr etc. Sobre este assunto, observe a figura adiante e
analise as proposições a seguir.
a) As fibras musculares esqueléticas apresentam em seu citoplasma finíssimas fibras contráteis,
os microtúbulos (1).
b) Cada miofibrila é formada por uma sequência linear de retículo sarcoplasmático (2).
c) Cada sarcômero é constituído por filamentos protéicos de actina (4) e miosina (3).
d) A presença de íons cálcio (Ca++) no líquido intracelular é uma condição necessária para que
ocorra a contração dos sarcômeros (6).
e) No relaxamento dos sarcômeros (5), não há gasto de ATP.
4. Durante a maratona de São Paulo, no dia 2/6/2007, discutiu-se a diferença entre o tempo necessário
para completar o percurso para indivíduos do sexo masculino e feminino. Segundo entrevistas com
especialistas no assunto, uma das razões para o maior desempenho do homem em relação à mulher
seria que ele suportaria uma concentração mais alta de ácido láctico nos músculos durante a corrida.
Esse acúmulo de ácido láctico nos músculos é devido a:
a) excesso de oxigênio no sangue, causado pelo aumento da frequência cardíaca.
b) excesso de gás carbônico no sangue pela dificuldade de sua eliminação pela respiração.
c) aumento de temperatura corporal causado pelo esforço físico muscular.
d) fermentação nos músculos pelo aumento da demanda de energia durante a corrida.
e) diminuição da temperatura interna pela perda de calor durante o esforço realizado.
5
Biologia
5. Para o alto e avante! Mecanismo único permite que um inseto salte mais de cem vezes sua própria
altura.
Um inseto de apenas seis milímetros de comprimento é capaz de pular proporcionalmente mais alto
que qualquer outro animal na natureza. O salto da cigarra da espuma (Philaenus spumarius) pode
chegar a 70 centímetros – mais de 100 vezes sua própria altura. Isso seria o equivalente a um homem
que saltasse uma altura de 200 metros, ou um prédio de cerca de 70 andares. A execução dos enormes
saltos da cigarra da espuma requer uma grande quantidade de energia, que não pode ser obtida pela
contração direta dos músculos em um curto espaço de tempo. A força muscular do inseto é gerada
lentamente antes do pulo e é estocada. Assim que os músculos da cigarra geram força suficiente para
o salto, ela ‘solta’ suas pernas, que disparam como um gatilho e a projetam no ar. Disponível em: <http://www.cienciahoje.uol.com.br/3819> Acesso em: 15 set. 2009. (Adaptado)
Sobre o assunto do texto, assinale a proposição correta
a) A fonte primária de energia dos músculos provém da molécula de adenosina trifosfato (ATP),
presente nas células.
b) A energia necessária para o movimento descrito é gerada pela musculatura do tipo lisa, já que o
movimento é lento e contínuo.
c) A cigarra mencionada no texto (Philaenus spumarius) é um artrópode, pertencente ao grupo dos
aracnídeos.
d) Os mecanismos de produção de energia na célula envolvem a participação direta de organelas
celulares, como os lisossomos.
e) O exemplo de movimento citado no texto (salto) é incomum e pode parecer desnecessário entre
os insetos, já que todos possuem asas e podem voar.
6. Para que ocorra o processo de contração muscular, há necessidade de íons Ca2+ e de energia
armazenada nas moléculas de ATP. Sobre esse processo e com base nos conhecimentos de química,
assinale o que for correto.
a) Os íons Mg2+ promovem a ligação dos miofilamentos de actina com os de miosina.
b) Durante o repouso, a concentração de íons cálcio no interior do retículo endoplasmático é menor
do que a concentração do sarcoplasma.
c) O íon Ca2+ possui maior raio do que o elemento Ca, porque apresenta dois elétrons a mais.
d) Na molécula de ATP, existem átomos de Potássio que não obedecem à regra do octeto.
e) Durante um exercício físico intenso, as reservas de O2 ligados à mioglobina se esgotam e ocorre
acúmulo de ácido lático no músculo, resultando na fadiga muscular.
6
Biologia
7. O ATP gasto durante a contração muscular é rapidamente reposto graças a uma substância que
transfere seu grupo fosfato energético para o ADP, transformando-o em ATP. Essa substância é
denominada:
a) adenosina trifosfato
b) guanosina trifosfato
c) creatina-fosfato
d) miosina-fosfato
e) actina-fosfato
8. O tecido muscular é constituído por células alongadas, altamente especializadas e dotadas de
capacidade contrátil. A capacidade de contração desse tecido é que proporciona os movimentos dos
membros, das vísceras e de outras estruturas do organismo. O quadro abaixo apresenta os três tipos
de células musculares com suas principais características.
A alternativa que preenche corretamente os espaços de I a IV é:
a) esquelético, liso, involuntária, vários
b) esquelético, liso, voluntária, vários
c) liso, esquelético, involuntária, um
d) liso, esquelético, voluntária, vários
e) esquelético, liso, involuntária, um
9. O tradicional bife de carne de boi é constituído por:
a) tecido muscular liso, que se caracteriza por apresentar contrações involuntárias.
b) tecido muscular estriado fibroso, que se caracteriza por apresentar contração involuntária.
c) tecido muscular liso, que se caracteriza por apresentar contrações constantes e vigorosas.
d) tecido muscular estriado, caracterizado por apresentar contrações peristálticas reguladas pelo
cálcio.
e) tecido muscular estriado esquelético, que se caracteriza por realizar contrações voluntárias.
7
Biologia
10. O esquema a seguir representa o mecanismo de ação dos filamentos proteicos de actina e miosina que
constituem as fibrilas de um músculo estriado:
Podemos afirmar que, da situação A para B ocorreu:
a) Relaxamento muscular com produção de ATP.
b) Relaxamento muscular com consumo de íons cálcio.
c) Relaxamento muscular com formação do complexo actomiosínico.
d) Contração muscular com formação do complexo actomiosínico.
e) Contração muscular com consumo de creatina.
8
Biologia
Gabarito
1. B
A fermentação lática é utilizada pelo músculo quando não há aporte suficiente de oxigênio nas células,
para que ele não fique sem ATP.
2. B
Em partes do frango, onde há contração rápida, observa-se pouca mioglobina e mitocôndrias, já na coxa
da galinha existem maiores quantidades de mitocôndria e mioglobina que ajudam no processo de
respiração celular.
3. D
No momento da contração muscular, o cálcio é liberado pelo retículo sarcoplasmático, e cria um sítio de
ligação entre a miosina e a actina. Por conta disso, as fibras proteicas conseguem deslizar e contrair.
4. D
O aumento na demanda de energia faz com que haja maior consumo de oxigênio. Com menos aporte de
oxigênio nas células, é realizado o processo de fermentação lática.
5. A
Tanto para contração quanto para o relaxamento muscular, há um gasto energético, sendo que a molécula
responsácel por disponibilizar energia é o ATP.
6. E
Quando a disponibilidade de pxigênio abaixa na célula muscular, esta passa a realizar fermentação lática
para que possa manter o nível de energia.
7. C
A creatina-fosfato, ou fosfocreatina, tem função de armazenar a energia produzida de maneira mais
estável que o ATP. Quando o organismo entrar em atividade física, caso o ATP disponível acabe, a
fosfocreatina disponibiliza energia para que o ADP se ligue a um P, formando ATP novamente.
8. E
O tecido estriado esquelético apresenta estrias nas células e vários núcleos, enquanto o músculo liso não
apresenta estrias nas células. O músculo liso também apresenta contração involuntária, enquanto o
estriado cardíaco tem apenas um núcleo por célula.
9. E
A carne do bife é feita de tecido muscular estriado esquelético, com contração voluntária.
10. D
De A para B vemos que houve a contração do tecido muscular, com o deslizamento das fibras de actina
sobre as de miosina, formando o complexo actomiosínico.
1
Biologia
Protoctista e fungos
Quer ver esse material pelo Dex? clique aqui
Resumo
Os protozoários e as algas fazem parte do reino Protista. Os Protozoários são seres unicelulares,
eucariontes e heterótrofos. São classificados de acordo com o meio de locomoção em:
• Rizópodes - se locomovem por meio de pseudópodes
• Flagelados - possuem flagelo (ex: giardia)
• Ciliados - múltiplos cílios cobrem o protozoário (ex: paramécio)
• Esporozoários- não possuem estruturas de locomoção. São todos parasitas (ex: Plasmodium falciparum
(agente etiológico da malária)
Disponível em: http://s5.static.brasilescola.uol.com.br/img/2016/08/formas-de-locomocao(1).jpg
A maioria dos protozoários se divide por cissiparidade (reprodução assexuada).
2
Biologia
Disponível em: http://www.sobiologia.com.br/figuras/Reinos/protozoarioreproducao.jpg
Algas
São organismos autotróficos (produzem o próprio alimento), pois possuem pigmentos como a clorofila.
Já foram classificados no reino vegetal, mas não possuem tecidos organizados. São classificadas de acordo
com seus pigmentos:
• Verdes (Clorofíceas) - algumas espécies são comestíveis
• Vermelhas (Rodofíceas) - possuem uma substância gelatinosa conhecida como Agar, utilizado na
indústria alimentícia e na cultura microbiológica
• Pardas (Feofíceas) - há espécies comestíveis
• Douradas (Crisofíceas) - compõem em grande parte o plâncton
• Cor de fogo (Pirrofíceas) - responsáveis pela maré vermelha
• Euglenas (Euglenófitas) – são seres mixotróficos (podem ser heterotrófitos e também realizar
fotossíntese)
Disponível em: https://www.colegioweb.com.br/wp-content/uploads/2013/11/Algas.jpg
3
Biologia
Maré Vermelha
A maré vermelha é um fenômeno resultado da proliferação rápida e excessiva das pirrófitas. diminuindo
a penetração de luz no ambiente aquático e podendo liberar toxinas que irão afetar a biota aquática. Um dos
fatores que contribuem para que ocorra este fenômeno é a alta quantidade de matéria orgânica despejada
nestes corpos d’água.
Doenças causadas por protozoários:
Doença de Chagas
Causada pelo Trypanosoma cruzi, comum em casas de pau-a-pique. Isso porque facilita o esconderijo
e o contato do vetor com o homem. O vetor é o Barbeiro (Triatoma infestans), que suga o sangue do
hospedeiro, ao mesmo tempo que defeca para obter maior espaço no trato digestivo. O parasita está presente
nas fezes e entra no hospedeiro por meio da coçadura. Provoca poucos sintomas ao longo de anos, podendo
gerar tardiamente problemas cardíacos e intestinais (cardiomegalia e megacólon chagásico).
Casas pau-a-pique.
4
Biologia
Malária
Disponível em: http://www.sobiologia.com.br/figuras/Reinos/Malaria.jpg
É uma doença causada por protozoários do gênero Plasmodium e transmitida pelo inseto Anopheles
(vetor). O hospedeiro definitivo é o mosquito (onde ocorre a reprodução sexuada), enquanto o hospedeiro
intermediário é o homem. A febre que ocorre na malária é bem típica, ocorrendo em ciclos (terçã ou quartã).
Amebíase
Entamoeba histolytica causa uma diarreia invasiva, com muco, pus e sangue nas fezes. Sendo
invasiva, pode parasitar outras regiões do corpo além do intestino. A contaminação ocorre por meio da
ingestão de cistos. A profilaxia consiste em lavar bem as mãos e os alimentos, além da instalação de
saneamento básico.
5
Biologia
Disponível em: http://diretoriodeartigos.net/wp-
content/uploads/2016/07/Formas-de-infec%C3%A7%C3%A3o-da-Ameb%C3%ADase.jpg
Giardíase
Causada pela Giardia lamblia. Cursa com uma diarreia com grande quantidade de gordura nas fezes.
Possui mecanismos de contaminação e profilaxia semelhante à amebíase. A diferença é que a giardíase
causa uma diarreia não invasiva.
6
Biologia
Tricomoníase
Disponível em: https://static.todamateria.com.br/upload/58/23/58239fb6007d1-tricomoniase.jpg
A tricomoníase é uma doença sexualmente transmissível causada pela Tricomonas vaginalis. Os
portadores podem ser assintomáticos, fazendo com que transmitam a tricomoníase sem consciência da
situação. A única forma efetiva de profilaxia no ato sexual é o uso do preservativo.
7
Biologia
Fungos
Popularmente conhecidos como mofo ou bolor, os fungos fazem parte do Reino Fungi e são seres:
• Eucariontes, unicelulares ou pluricelulares, heterotróficos - não produzem seu próprio alimento.
o Se associam com algas, formando os líquens
o Se associam com raízes de plantas, formando as micorrizas
o Podem ser decompositores
• Há fungos aeróbios e anaeróbios facultativos (leveduras).
• Realizam digestão extracelular. Há a liberação de enzimas para fora do corpo para ocorrer a
digestão. Posteriormente, os nutrientes são absorvidos e distribuídos por difusão.
• São divididos em: zigomicetos, basidiomicetos, ascomicetos e deuteromicetos
Os fungos estão presentes no nosso cotidiano, por exemplo:
• Antibióticos - A penicilina é produzida por um fungo para inibir o crescimento bacteriano (Relação
ecológica desarmônica interespecífica - amensalismo).
• Shitake, Shimeji, Champignon são comestíveis. (Atenção! Não se deve comer fungos da natureza,
pois a maior parte deles produz substâncias tóxicas que podem ser até letais).
• A levedura Saccharomyces cerevisiae é utilizada na produção do pão e da cerveja, por meio da
fermentação.
• Frieiras, sapinho, histoplasmose, candidíase são doenças causadas por fungos, assim, também
podem ser parasitas.
8
Biologia
Morfologia
Os fungos podem ser pluricelulares ou unicelulares. Fungos pluricelulares possuem estruturas visíveis
chamadas corpos de frutificação, que seria o “chapéu” do cogumelo.
Os fungos possuem filamentos de células conhecidas como hifas e seu conjunto é conhecido como
micélio. Os fungos mais complexos apresentam hifas septadas e isso os tornam mais resistentes. Ainda,
apresentam uma parede celular formada por quitina.
Reprodução
Podem se reproduzir de forma assexuada e sexuada. Assexuadamente a partir:
• Do brotamento em seres unicelulares;
• Fragmentação, em que um micélio se fragmenta, originando novos micélio;
• E esporulação, em que há a formação de esporos a partir dos esporângios, estruturas altamente
resistentes a condições extremas.
Já na forma sexuada, ocorre a fusão de duas hifas haploides.
Disponível em:http://4.bp.blogspot.com/0LK0U5ueKos/T8nuh24w6QI/AAAAAAAAACs/qn81m6ta9bI/s1600/Reprodu%C3%A7%C3
%A3o.jpg
9
Biologia
Micorrizas. Disponível em: https://www.algosobre.com.br/images/stories/biologia/micorriza_02.jpg
10
Biologia
Exercícios
1. Os protozoários são organismos que em sua maioria habitam o ambiente aquático, entretanto, não
apresentam parede celular. Eles apresentam como mecanismo para eliminar o excesso de água
absorvido, em ambiente dulcícola, uma estrutura que permite a osmorregulação. Essa estrutura é
conhecida como:
a) Vacúolos contráteis
b) Pseudópodes
c) Membrana Plasmática
d) Flagelos
e) Cílios
2. O barbeiro é o transmissor de um parasita que causa uma doença no homem. Assinale a alternativa
que indica respectivamente o parasita e a doença:
a) Tripanossoma – doença de Chagas
b) Leishmania – úlcera de Bauru
c) Tripanossoma – doença do sono
d) Bactéria – furúnculo
e) Ameba - disenteria
3. É uma característica exclusiva dos fungos o fato de:
a) Apresentarem glicogênio como produto de reserva.
b) Possuírem quitina como revestimento.
c) Apresentarem micélio.
d) Serem parasitas.
e) Possuírem esporos.
4. Artigos publicados recentemente na revista Science, baseados em análise molecular, sugerem que os
fungos deveriam ser incluídos no reino animal. É interessante porque há muito se sabe que os fungos
possuem algumas características típicas do reino animal. Assinale a alternativa com três dessas
características.
a) Parede celular de celulose, reserva de amido e serem autótrofos
b) Parede celular de quitina, reserva de amido e serem autótrofos
c) Parede celular de celulose, reserva de glicogênio e serem heterótrofos
d) Parede celular de quitina, reserva de glicogênio e serem heterótrofos
e) Parede celular de celulose, reserva de amido e serem heterótrofos
11
Biologia
5. A utilização de extratos de origem natural tem recebido a atenção de pesquisadores em todo o
mundo, principalmente nos países em desenvolvimento que são altamente acometidos por doenças
infecciosas e parasitárias. Um bom exemplo dessa utilização são os produtos de origem botânica que
combatem insetos.
O uso desses produtos pode auxiliar no controle da
a) esquistossomose.
b) leptospirose.
c) leishmaniose.
d) hanseníase.
e) aids.
6. Os seres vivos são classificados, segundo o sistema de Whittaker, em cinco reinos. O Reino Protista,
atualmente chamado de Protoctista, caracteriza-se por
a) englobar apenas organismos heterotróficos e multicelulares.
b) englobar apenas organismos autotróficos e multicelulares.
c) englobar apenas organismos heterotróficos e unicelulares.
d) englobar apenas organismos autotróficos e unicelulares.
e) englobar uma variedade de organismos, como seres unicelulares, multicelulares, autotróficos e
heterotróficos.
7. É comum observarmos nos livros didáticos a classificação dos protozoários utilizando-se como critério
a sua estrutura de locomoção. De acordo com esse fator, podemos dizer que o Trypanosoma cruzi é
um
a) ciliado.
b) esporozoário.
c) flagelado.
d) foraminífero.
e) radiolário.
8. Assinale a opção em que todas as doenças são causadas por protozoários.
a) malária, doença de Chagas, leishmaniose, amebíase.
b) malária, doença de Chagas, peste bubônica, amebíase.
c) malária, febre amarela, doença de Chagas e amebíase.
d) peste bubônica, doença de Chagas, febre amarela, amebíase.
12
Biologia
9. Quanto a indivíduos do Reino Fungi podemos afirmar que:
a) podem produzir antibióticos e fazer fotossíntese.
b) podem formar micorrizas e fazer fermentação
c) são exclusivamente unicelulares e procariotos
d) são autotróficos e pluricelulares
e) são eucariotos e quimiossintéticos
10. A parte comestível do cogumelo (champignon) corresponde ao:
a) micélio monocariótico do ascomiceto.
b) corpo de frutificação do ascomiceto.
c) micélio monocariótico do basidiomiceto.
d) corpo de frutificação do basidiomiceto.
e) sorédio do fungo
13
Biologia
Gabarito
1. A
Os vacúolos contráteis acumulam a água em pequenas bolsas e as expelem continuamente; os
pseudópodes, cílios e flagelos estão relacionados à movimentação.
2. A
O agente causador da doença de Chagas é o Tripanossoma.
3. C
O glicogênio como reserva não é exclusivo dos fungos pois os humanos também apresentam; os
artrópodes têm quitina como revestimento e dessa forma, não é uma característica exclusiva dos fungos;
o micélio é o conjunto de hifas de um fungo; animais também são parasitas, como por exemplo, os
platelmintos.
4. D
Os fungos e animais têm as seguintes características em comum: possuem parede celular de quitina,
armazenam glicogênio e são heterótrofos (não produzem o próprio alimento).
5. C
Como a leishmaniose é uma doença transmitida pelo mosquito palha, também conhecido como birigui,
que é um inseto. Como a substância tem ação inseticida, auxilia no controle dos vetores dessa doença.
6. E
O Reino Protoctista engloba uma série de organismos com características variadas, tais como
protozoários e algas uni e multicelulares.
7. C
O Trypanosoma cruzi apresenta flagelos que permitem sua natação e facilitam a captura de alimento.
8. A
A peste bubônica é causada por bactérias, e a febre amarela é uma doença viral.
9. B
Os fungos não realizam fotossíntese; os fungos formam micorrizas (associação mutualística entre fungos
e raízes) e podem fazer fermentação; os indivíduos desse reino são eucariotos e não procariotos, são
heterótrofos e não autótrofos e não são quimiossintéticos.
10. D
O champignon é um basidiomiceto e sua parte comestível é o corpo de frutificação (estrutura reprodutiva).
1
Filosofia
Hegel e a dialética
Quer ver esse material pelo Dex? clique aqui
Resumo
Nascido em 1770 e morto em 1831, o alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel é sem dúvida alguma o
mais importante filósofo da primeira metade do século XIX. Dedicado às mais diversas áreas do conhecimento
filosófico, Hegel tornou-se particularmente famoso por ser o fundador de uma nova área da filosofia: a filosofia
da história
Como seu próprio nome indica, a filosofia da história é a reflexão filosófica a respeito do sentido da
história humana. Pois bem, apesar de outros autores antes de Hegel, como Santo Agostinho, já terem
sinalizado algo neste sentido, o pensador alemão foi o primeiro a estabelecer com clareza tal disciplina. Cabe
aqui, porém, uma observação importante: a filosofia da história não se confunde com a ciência histórica que
estudamos no colégio. Enquanto o historiador busca entender os fatos do passado e descrevê-los
detalhadamente, cada um no seu respectivo período, o filósofo da história olha a história como um todo e
busca avaliar se há, em meio a todas as transformações e mudanças dos tempos, um sentido geral e
permanente. Em síntese, a pergunta central da filosofia da história não é “o que aconteceu?”, mas sim “a
história humana é uma sucessão de eventos fortuitos e casuais ou há, em tudo isto, um propósito, uma lógica,
um destino?”
Ora, de acordo com Hegel, mediante uma rigorosa análise filosófica, é possível ver que a historicidade
humana tem sim um sentido. Isto acontece porque ela não se dá pelo acaso ou pelo simples conjunto das
ações humanas, mas é antes movida por uma força, por um princípio que a sustenta e orienta, o qual Hegel
chamava de Espírito ou Absoluto.
Conduzindo a história humana, o Espírito a leva gradualmente para ao seu télos, sua finalidade, seu
propósito: a maximização da liberdade, ou seja, tornar os homens sempre mais livres. Aliás, diz Hegel, se
parece difícil perceber esse propósito de imediato, é porque a história não se encaminha para ele de modo
simples e direito. Ao contrário, criticando nisto duramente os pensadores iluministas, que viam o progresso
histórico como algo linear e cumulativo, Hegel salienta que história progride sim, mas por meio de
contradições, de idas e vindas, de conflitos e concessões. Em suma, não é por uma linha reta e contínua,
mas por meio de sinuosas contradições que o Espírito move a história.
O modo contraditório pelo qual o Espírito conduz a história humana é chamado por Hegel de dialética.
Tal dialética aqui, porém, não se trata de um mero debate de ideias, como em Platão, mas sim de um
movimento da própria realidade, através do qual, por meio de momentos sucessivos e aparentemente
opostos, a história se desenrola e progride.
2
Filosofia
Dito de maneira mais ou menos sistemática, poderíamos afirmar que a dialética do real compõe-se
para Hegel sempre de três momentos: a tese (ou afirmação), quando uma determinada ideia ou perspectiva
se põe na história; a antítese (ou negação), momento em que a tese original é substituída por uma que lhe é
inteiramente contrária; e a síntese (ou superação), em que surge uma terceira perspectiva, a qual soluciona
o problema em questão de um ponto de vista mais alto, integrando aspectos tanto da tese quanto da antítese.
Para ficar mais claro, usemos um exemplo do próprio Hegel. Segundo o autor alemão, o processo
dialético é facilmente perceptível na história das religiões. De fato, o primeiro modelo religioso a se manifestar
na história, ainda nas sociedades primitivas, foi o politeísmo - ele é, portanto, a tese ou afirmação.
Posteriormente, ao longo do desenvolvimento histórico da humanidade, tal modelo foi questionado por um
outro que é o seu exato oposto: o monoteísmo - que é, portanto, antítese ou negação. Por fim, com o
surgimento do cristianismo, surgiu a síntese ou superação, que é o dogma da Santíssima Trindade. Com
efeito, ao crer em um único Deus, dotado de uma única essência, mas composto de três pessoas (Pai, Filho
e Espírito Santo), o cristianismo supera a contradição entre monoteísmo e politeísmo, pois integra elementos
de ambos numa síntese maior. Esta síntese revela, pois, que aquela contradição entre politeístas e
monoteístas não era uma oposição real, mas apenas uma preparação para um maior aperfeiçoamento da
humanidade.
Outros exemplos dados por Hegel dizem respeito à história da filosofia. Por exemplo, entre os pré-
socráticos, o primeiro filósofo, Tales de Mileto, propôs que a arché, o princípio de tudo, era a água, algo
material (tese); por sua vez, o segundo filósofo, Anaximandro, negou isto e afirmou que a arché era algo
imaterial: o ápeiron, o infinito, o ilimitado (antítese). Por fim, Anaxímenes, o terceiro filósofo, operou a síntese
ao escolher como arché o ar, que é um elemento material, mas, dos materiais, o menos material de todos,
uma vez que é volátil e não pode ser visto, nem tocado, nem apreciado pelo paladar - e ouvido apenas quando
está em movimento. No mesmo sentido, diz Hegel, pode-se dizer que o racionalismo de Descartes é tese, o
empirismo de Hume é antítese e o criticismo de Kant síntese.
Perceba-se em todos esses exemplos que há um progresso, uma melhora, um aperfeiçoamento
histórico, mas que este não se dá de modo linear e contínuo, mas sim dialeticamente, isto é, por meio de
contradições. É necessário, aliás, salientar, que tal processo é infinito, uma vez que, tão logo se estabelece,
a síntese transforma-se em uma tese, que será negada por uma nova antítese e assim por diante. Não à toa,
o dogma da Trindade encontrou seus críticos, bem como o as teses de Anaxímenes e de Kant. A história,
assim, progride de maneira espiralada, num ciclo sem fim, que se encaminha sempre para o aperfeiçoamento
do homem e a maximização de sua liberdade.
Convencido não apenas de que a história é importante, mas que ela é o próprio eixo da experiência
humana, Hegel criticava duramente certos autores, como Kant, Descartes e os contratualistas, que sempre
falavam do homem de maneira abstrata e geral, como se a condição humana fosse universal e imutável. Indo
precisamente na direção contrária, o pensador alemão dizia que “todo homem é filho de seu tempo”, isto é,
que todo homem é profundamente moldado pela sociedade e pelo período histórico em que vive, de modo
que, para se compreender verdadeiramente um ser humano, é preciso olhar para ele não de maneira genérica
e abstrata, mas de modo concreto, atento às condições históricas específicas nas quais aquele homem vive.
3
Filosofia
O próprio pensamento filosófico, dizia Hegel, é profundamente condicionado pelo seu período histórico de
elaboração;
4
Filosofia
Exercícios
1. A genuína e própria filosofia começa no Ocidente. Só no Ocidente se ergue a liberdade da
autoconsciência. No esplendor do Oriente desaparece o indivíduo; só no Ocidente a luz se torna a
lâmpada do pensamento que se ilumina a si própria, criando por si o seu mundo. Que um povo se
reconheça livre, eis o que constitui o seu ser, o princípio de toda a sua vida moral e civil. Temos a noção
do nosso ser essencial no sentido de que a liberdade pessoal é a sua condição fundamental, e de que
nós, por conseguinte, não podemos ser escravos. O estar às ordens de outro não constitui o nosso ser
essencial, mas sim o não ser escravo. Assim, no Ocidente, estamos no terreno da verdadeira e própria
filosofia.
(Hegel. Estética, 2000. Adaptado.)
De acordo com o texto de Hegel, a filosofia
a) visa ao estabelecimento de consciências servis e representações homogêneas.
b) é compatível com regimes políticos baseados na censura e na opressão.
c) valoriza as paixões e os sentimentos em detrimento da racionalidade.
d) é inseparável da realização e expansão de potenciais de razão e de liberdade.
e) fundamenta-se na inexistência de padrões universais de julgamento.
2. O botão desaparece no desabrochar da flor, e poderia dizer-se que a flor o refuta; do mesmo modo que
o fruto faz a flor parecer um falso ser-aí da planta, pondo-se como sua verdade em lugar da flor: essas
formas não só se distinguem, mas também se repelem como incompatíveis entre si [...]. HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do Espírito. Petrópolis: Vozes, 1988.
Com base em seus conhecimentos e na leitura do texto acima, assinale a alternativa correta segundo
a filosofia de Hegel.
a) A essência do real é a contradição sem interrupção ou o choque permanente dos contrários.
b) As contradições são momentos da unidade orgânica, na qual, longe de se contradizerem, todos
são igualmente necessários.
c) O universo social é o dos conflitos e das guerras sem fim, não havendo, por isso, a possibilidade
de uma vida ética.
d) Hegel combateu a concepção cristã da história ao destituí-la de qualquer finalidade benevolente.
5
Filosofia
3. Para Hegel, a razão é a relação interna e necessária entre as leis do pensamento e as leis do real.
Assim, ela é a unidade entre a razão subjetiva e a razão objetiva. Hegel denominou essa unidade de
espírito absoluto.
Dessa forma, um evento real pode expressar e ser resultado das ideias que o precedem. Um exemplo
da objetivação dessas ideias é o seguinte evento:
a) a subida de Adolf Hitler ao poder na Alemanha, representando os ideais sionistas germânicos.
b) a Queda de Dom Pedro I do trono brasileiro, representando a crise do sistema colonial português.
c) a ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder, representando o ideal iluminista de igualdade social.
d) a coroação de Dom Pedro II no trono brasileiro, representando a vitória dos ideais puritanos de
moral.
4. Hegel, prosseguindo na árdua tarefa de unificar o dualismo de Kant, substituiu o eu de Fichte e o
absoluto de Schelling por outra entidade: a ideia. A ideia, para Hegel, deve ser submetida
necessariamente a um processo de evolução dialética, regido pela marcha triádica da
a) experiência, juízo e raciocínio.
b) realidade, crítica e conclusão.
c) matéria, forma e reflexão.
d) tese, antítese e síntese.
5. No início do século dezenove, mais precisamente com Hegel, a arte é concebida no interior do domínio
do absoluto, isto é, da verdade enquanto tal e dos elementos que a expõem. Tendo em vista essa
concepção, é correto afirmar:
a) O absoluto não se expressa, de uma vez por todas, no domínio artístico.
b) Ao apresentar o absoluto sob forma sensível, isto é, concreta e singular, a obra de arte não efetiva
a transfiguração da realidade.
c) Na atividade artística, apenas alguns de seus traços essenciais estão ligados ao ser verdadeiro.
d) A beleza é, enquanto produto da arte, manifestação sensível do absoluto.
e) Na arte, a totalidade que se torna aparição cumpre suficientemente suas determinações.
6
Filosofia
6. Heráclito de Éfeso viveu entre os séculos VI e V a. C. e sua doutrina, apesar de criticada pela filosofia
clássica, foi resgatada por Hegel, que recuperou sua importante contribuição para a Dialética. Os dois
fragmentos a seguir nos apresentam este pensamento.
- “Este mundo, igual para todos, nenhum dos deuses e nenhum dos homens o fez; sempre foi, é e será
um fogo eternamente vivo, acendendo-se e apagando-se conforme a medida.” (fragmento 30).
- “Para as almas, morrer é transformar-se em água; para a água, morrer é transformar-se em terra. Da
terra, contudo, forma-se a água, e da água a alma.” (fragmento 36).
De acordo com o pensamento de Heráclito, marque a alternativa incorreta.
a) As doutrinas de Heráclito e de Parmênides estão em perfeito acordo sobre a imutabilidade do ser.
b) Para Heráclito, a ideia de que “tudo flui” significa que nada permanece fixo e imóvel.
c) Heráclito desenvolve a ideia da harmonia dos contrários, isto é, a permanente conciliação dos
opostos.
d) A expressão “devir” é adequada para compreendermos a doutrina de Heráclito.
7. Qual é a diferença entre o conceito de movimento histórico, em Hegel, e o de processo histórico, em
Marx?
a) Para Hegel, através do trabalho, os homens vão construindo o movimento da produção da vida
material e, assim, o movimento histórico. Para Marx, a consciência determina cada época histórica,
desenvolvendo o processo histórico.
b) Para Hegel, a História pode sofrer rupturas e ter retrocessos, por isso utiliza-se do conceito de
movimento da base econômica da sociedade. Marx acredita que o modo de produção encaminhe
para um objetivo final, que é a concretização da Razão.
c) Para Hegel, a História tem uma circularidade que não permite a continuidade. Para Marx, a História
é construída pelo progresso da consciência dos homens que formam o processo histórico.
d) Para Hegel, a História é teleológica, a Razão caminha para o conceito de si mesma, em si mesma.
Marx não tem uma visão linear e progressiva da História, sendo que, para ele, ela é processo,
depende da organização dos homens para a superação das contradições geradas na produção
da vida material, para transformar ou retroceder historicamente.
8. Para Caio Prado Jr., a observação de Engels: “O núcleo que encerra as verdadeiras descobertas de
Hegel... o método dialético na sua forma simples em que é a única forma justa do desenvolvimento do
pensamento”, revela
a) a herança da dialética hegeliana assumida por Karl Marx.
b) a filosofia de Marx com sua herança escolástica partilhada por Hegel.
c) a perspectiva dialética do Homem, que permite considerá-lo capaz de conceituar termos científicos
no aspecto ou feição do Universo.
d) o tema central da filosofia, a saber, o desenvolvimento da dialética do ser humano, fator
determinante do existencialismo contemporâneo.
7
Filosofia
9. Conforme Arruda e Aranha, o materialismo de Karl Marx diferencia-se do materialismo mecanicista.
Analisando estas diferenças as autoras concluem:
[...] segundo o materialismo dialético, o espírito não é consequência passiva da ação da matéria,
podendo reagir sobre aquilo que determina. Ou seja, o conhecimento do determinismo liberta o homem
por meio da ação deste sobre o mundo, possibilitando inclusive a ação revolucionária. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando. São Paulo, Ed. Moderna, 2000, p. 241.
Com base em seus conhecimentos e nas informações acima, assinale a alternativa correta.
a) Diferentemente dos idealistas, Marx considera que as manifestações espirituais humanas derivam
da estrutura material ou econômica da sociedade, mas não de modo absoluto, pois o espírito pode
se libertar.
b) Como em Marx, a estrutura material ou econômica determina as manifestações do espírito, que
será, em consequência, sempre passivo diante desta estrutura.
c) Marx entende que o espírito é resultado da estrutura material ou econômica da sociedade, por isso
jamais pode modificá-la.
d) A dialética materialista de Marx sintetiza os momentos da realização da razão na história e não o
agir histórico que realiza os conteúdos da razão.
10. Hegel, em seus cursos universitários de Filosofia da História, fez a seguinte afirmação sobre a relação
entre a filosofia e a história: “O único pensamento que a filosofia aporta é a contemplação da história”. HEGEL, G. W. F. Filosofia da História. 2 ed. Brasília: Editora da UnB, 1998, p. 17.
De acordo com a reflexão de Hegel, é correto afirmar que:
I. a razão governa o mundo e, portanto, a história universal é um processo racional.
II. a ação dos homens obedece a vontade divina que pré estabelece o curso da história.
III. no processo histórico, o pensar está subordinado ao real existente.
IV. a ideia ou a razão se originam da força material de produção e reprodução da história.
Assinale a alternativa que contém somente assertivas corretas.
a) III e IV.
b) I e II.
c) II e III.
d) I e III.
8
Filosofia
Gabarito
1. D
No texto, o autor relaciona o surgimento do conhecimento filosófico ao desenvolvimento, historicamente
determinado e localizado, da consciência individual vinculada à razão e à essência humana de liberdade,
que permite aos indivíduos exercer seus potenciais.
2. B
A estrutura da lógica hegeliana é triádica, que reflete a organização de um sistema filosófico mais amplo
e da lógica sobre sua variedade de motivos internos e externos. A divisão da lógica é esta: 1) a doutrina
do ser, 2) a doutrina da essência e 3) a doutrina da noção (ou do conceito). Na doutrina do ser, por
exemplo, Hegel explica o conceito de "ser-por-si" como uma autorrelação que resolve a oposição entre
o próprio e o outro na "idealidade do finito". Na doutrina da essência, Hegel explica as categorias de ato
e liberdade. Ele diz que ato é a unidade de "essência e existência" e argumenta que isso não descarta a
atualidade de ideias que se tornam atualizadas, realizando-se na existência externa. Também define a
liberdade como a "verdade da necessidade", ou seja, a liberdade pressupõe a necessidade no sentido
de que a própria ação e a reação providenciam uma estrutura da ação livre. Na doutrina do conceito
trabalha-se o conceito em função da subjetividade, da objetividade e da articulação entre subjetividade
e objetividade. O conceito subjetivo contém três funcionalidades: universalidade, particularidade e
individualidade. Essas três funções operam de acordo com um movimento "dialético" progressivo do
primeiro para o terceiro e na totalidade expressam o conceito de individualidade. As funções relacionam
logicamente os juízos, porém não dizem respeito apenas às operações mentais, mas também explicam
as próprias relações reais.
3. C
O historicismo hegeliano se baseia em uma relação dialética. Sendo a razão uma unidade histórica, em
cada momento a razão produz uma tese, uma antítese e por último uma síntese. No caso das
alternativas, a ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder corresponderia à síntese das ideias anteriores
e representaria justamente a vitória do ideal iluminista de igualdade social.
4. D
Somente a alternativa D é correta. A dialética de Hegel é representada no processo dialético que se dá
a partir do conflito entre tese e antítese, que gera um novo um estágio chamado de síntese. É ao interno
deste processo que a ideia se desenvolve.
5. D
Somente a alternativa D é correta. O idealismo hegeliano enxerga no absoluto a totalidade da realidade.
Já a concepção estética do filósofo relaciona a beleza como sendo a máxima expressão sensível dessa
totalidade.
6. A
Somente a alternativa [A] está incorreta. A filosofia de Heráclito se opunha à de Parmênides. Enquanto
Heráclito pensava a vida como um devir, em constante transformação, Parmênides defendia a
imutabilidade do ser.
7. D
Em linhas gerais, pode-se dizer que o materialismo marxista opõe-se ao idealismo hegeliano. Isso se
percebe na forma como cada um concebe o processo histórico. Na dialética hegeliana, a ideia caminha
9
Filosofia
para sua síntese, em um processo que, em certa medida, pode ser chamado de teleológico. Para Marx,
a História é determinada pela produção da vida material dos homens, em um processo de luta de classes.
A única alternativa que contempla de forma correta essas duas perspectivas é a [D].
8. A
O enunciado da questão pressupõe que o aluno perceba que a citação faz referência a Karl Marx. Tendo
isso em conta, a citação leva a crer que Engels enfatiza a herança hegeliana assumida por Marx. Sendo
assim, somente a alternativa [A] está correta.
9. A
Materialismo, porque somos o que as condições materiais (as relações sociais de produção) nos
determinam a ser e pensar. Histórico, porque a sociedade e a política não surgem de decretos divinos,
nem nascem da ordem natural cujos interesses antagônicos serão conciliados pelo contrato social, mas
dependem da ação concreta dos seres humanos no tempo, garantindo assim, a legitimidade da ação
revolucionária.
A história não é um progresso linear e contínuo, uma sequência de causas e efeitos, mas um processo
de transformações sociais determinadas pelas contradições entre os meios de produção (a forma da
propriedade) e as forças produtivas (o trabalho, seus instrumentos, sua técnica). A luta de classes
exprime tais contradições e é o motor da história. Por afirmar que o materialismo histórico é movido por
contradições sociais, o materialismo histórico é dialético. O Estado não é uma imposição divina aos
homens nem é o resultado de um pacto ou contrato social, mas é a maneira pela qual a classe dominante
de uma época e de uma sociedade determinadas garante seus interesses e sua dominação sobre o todo
social.
10. D
Nas alternativas I e III, Hegel mostra a importância da racionalidade clássica grega como maneira de
entender e relacionar filosofia e história.
1
Física
Exercícios de campo elétrico e potencial elétrico
Quer ver esse material pelo Dex? clique aqui
Exercícios
1. São dadas duas cargas, conforme a figura:
Considere E1 o módulo do campo elétrico devido à carga Q1, E2 o módulo do campo elétrico devido à
carga Q2, V1 o potencial elétrico devido à carga Q1 e V2 o potencial elétrico devido à carga Q2. Considere
EP o campo elétrico e VP o potencial resultantes no ponto P
Julgue as expressões abaixo como verdadeiras (V) ou falsas (F).
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
a) V – V – F – F.
b) V – F – F – V.
c) F – F – V – V.
d) F – V – V – F.
e) F – F - V – V.
2
Física
2. A tecnologia dos aparelhos eletroeletrônicos está baseada nos fenômenos de interação das partículas
carregadas com campos elétricos e magnéticos. A figura representa as linhas de campo de um campo
elétrico.
Assim, analise as afirmativas:
I. O campo é mais intenso na região A.
II. O potencial elétrico é maior na região B.
III. Uma partícula com carga negativa pode ser a fonte desse campo.
Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas II e III.
e) I, II e III.
3
Física
3. Na figura a seguir, são representadas as linhas de força em uma região de um campo elétrico. A partir
dos pontos A, B, C e D situados nesse campo, são feitas as seguintes afirmações:
I. A intensidade do vetor campo elétrico no ponto B é maior que no ponto C.
II. O potencial elétrico no ponto D é menor que no ponto C.
III. Uma partícula carregada negativamente, abandonada no ponto B, se movimenta
espontaneamente para regiões de menor potencial elétrico.
IV. A energia potencial elétrica de uma partícula positiva diminui quando se movimenta de B para A.
É correto o que se afirma apenas em:
a) I.
b) I e IV.
c) II e III.
d) II e IV.
e) I, II e III.
4. Considere as seguintes afirmações a respeito de uma esfera homogênea carregada em equilíbrio
eletrostático:
I. As cargas elétricas se distribuem pela superfície da esfera, independentemente de seu sinal.
II. Na superfície dessa esfera o campo elétrico é nulo.
III. Na superfície dessa esfera o campo elétrico é normal à superfície e no seu interior ele é nulo.
IV. A diferença de potencial elétrico entre dois pontos quaisquer da sua superfície é nula.
A respeito dessas afirmações, pode-se dizer que:
a) Todas estão corretas
b) Apenas I está correta
c) I, III e IV estão corretas
d) II, III e IV estão corretas
e) Nenhum está correta.
4
Física
5. A figura representa um elétron atravessando uma região onde existe um campo elétrico. O elétron
entrou nessa região pelo ponto X e saiu pelo ponto Y, em trajetória retilínea.
Sabendo que na região do campo elétrico a velocidade do elétron aumentou com aceleração constante,
o campo elétrico entre os pontos X e Y tem sentido
a) de Y para X, com intensidade constante.
b) de X para Y, com intensidade constante.
c) de Y para X, com intensidade maior em Y.
d) de X para Y, com intensidade maior em X.
e) de Y para X, com intensidade maior em X.
6. A gaiola de Faraday é um curioso dispositivo que serve para comprovar o comportamento das cargas
elétricas em equilíbrio. A pessoa em seu interior não sofre descarga.
Dessa experiência, conclui-se que o campo elétrico no interior da gaiola é
a) uniforme e horizontal, com o sentido dependente do sinal das cargas externas.
b) nulo apenas na região central onde está a pessoa.
c) mais intenso próximo aos vértices, pois é lá que as cargas mais se concentram.
d) uniforme, dirigido verticalmente para cima ou para baixo, dependendo do sinal das cargas
externas.
e) inteiramente nulo.
5
Física
7. Em uma manhã ensolarada, uma jovem vai até um parque para acampar e ler. Ela monta sua barraca
próxima de seu carro, de uma árvore e de um quiosque de madeira. Durante sua leitura, a jovem não
percebe a aproximação de uma tempestade com muitos relâmpagos.
A melhor maneira de essa jovem se proteger dos relâmpagos é
a) entrar no carro.
b) entrar na barraca.
c) abrir um guarda-chuva.
d) ficar embaixo da árvore.
8.
Uma carga elétrica de intensidade Q = 10,0 μC, no vácuo, gera um campo elétrico em dois pontos A e
B, conforme figura acima. Sabendo-se que a constante eletrostática do vácuo é k0 = 9.109 Nm²/C² o
trabalho realizado pela força elétrica para transferir uma carga q = 2,00 μC do ponto B até o ponto A é,
em mJ, igual a:
a) 90
b) 180
c) 270
d) 100
e) 200
6
Física
9. Muitos experimentos importantes para o desenvolvimento científico ocorreram durante o século XIX.
Entre eles, destaca-se a experiência de Millikan, que determinou a relação entre a carga q e a
massa m de uma partícula eletrizada e que, posteriormente, levaria à determinação da carga e da
massa das partículas elementares. No interior de um recipiente cilíndrico, em que será produzido alto
vácuo, duas placas planas e paralelas, ocupando a maior área possível, são mantidas a uma curta
distância d, e entre elas é estabelecida uma diferença de potencial elétrico constante U. Variando-
se d e U, é possível fazer com que uma partícula de massa m eletrizada com carga q fique equilibrada,
mantida em repouso entre as placas. No local da experiência, a aceleração da gravidade é constante
de intensidade g.
Nessas condições, a relação q/m será dada por
a) d.U²/g
b) g.U²/d
c) d.g/U²
d) d.U/g
e) d.g/U
7
Física
10. O esquema abaixo representa um campo elétrico uniforme �� , no qual as linhas verticais correspondem
às superfícies equipotenciais. Uma carga elétrica puntiforme, de intensidade 400 µC, colocada no ponto
A, passa pelo ponto B após algum tempo.
Determine, em joules, o trabalho realizado pela força elétrica para deslocar essa carga entre os pontos
A e B.
a) 32.10-3.
b) 64.10-3.
c) 32.10-5.
a) 64.10-5.
b) 32.10-8.
8
Física
Gabarito
1. D
2. C
3. B
4. C
5. C
6. E
7. A
9
Física
8. A
9. E
10. A
1
Física
Lei de Ohm, resistores e potência elétrica
Quer ver esse material pelo Dex? clique aqui
Resumo
Luminárias, sistemas de som, aparelhos de micro-ondas, computadores e celulares são alguns dos
dispositivos importantes do nosso dia a dia. Eles são conectados por fios ou por circuito interno a uma bateria
ou a uma rede elétrica. O que acontece dentro do fio que faz com que a luz acenda? E por que isso ocorre?
Dizemos que “a eletricidade flui através do fio”, mas o que tal afirmação significa exatamente? E, igualmente
importante, como nós sabemos o que ocorre? Simplesmente olhar para um fio ligado entre uma bateria e uma
lâmpada de filamento não nos diz se alguma coisa se move ou flui. Tanto quanto podemos observar
visualmente, o fio tem a mesma aparência esteja ele “conduzindo eletricidade” ou não. Nosso objetivo é
recordar acerca da corrente elétrica. Queremos entender o que é que se move através de um fio portador de
corrente, e por quê.
Mas, antes, para poder solucionar problemas de circuito é necessário conhecer as definições essenciais, as
grandezas envolvidas e suas unidades.
Corrente elétrica
Uma corrente elétrica é um movimento ordenado de cargas elétricas. Um circuito condutor isolado, como na
Fig. 1a, está todo a um mesmo potencial e E = 0 no seu interior. Nenhuma força elétrica resultante atua sobre
os elétrons de condução disponíveis, logo não há nenhuma corrente elétrica. A inserção de uma bateria no
circuito (Fig. 1b) gera um campo elétrico dentro do condutor. Este campo faz com que as cargas elétricas se
movam ordenadamente, constituindo assim uma corrente elétrica.
2
Física
Definição: a intensidade de corrente é a quantidade de carga Δq que atravessa um plano em um intervalo de
tempo Δt:
Unidade: C/s = A (ampère).
Um fluxo de elétrons (cargas negativas) indo para direita equivale a um fluxo de cargas positivas inda para a
esquerda.
A corrente elétrica corresponde ao fluxo de elétrons. Os elétrons vão para o polo positivo de um gerador
(pilha ou bateria).
Corrente elétrica e conservação de carga
a) Correntes, apesar de serem representadas por setas, são escalares.
3
Física
b) Em consequência da conservação da carga, temos:
Essa relação básica de conservação – de que a soma das correntes que entram em um nó deve ser igual à
soma das correntes que saem do mesmo nó – é chamada de lei de Kirchhoff dos nós.
c) O sentido convencional da corrente é o sentido no qual se moveriam os portadores de carga positiva,
mesmo que os verdadeiros portadores de carga sejam negativos.
Observe como fica isso num circuito fechado:
Obs.: Corrente contínua: os elétrons vão em um único sentido. Corrente alternada: corresponde a uma
corrente que oscila, mudando de sentido com um dado período.
Resistividade e resistência
Os fios elétricos fornecem o “caminho” para o movimento dos elétrons. O fio ideal não possui resistência, não
influencia o circuito. Um fio real oferece resistência à passagem da corrente, já que há colisões constantes
entre os elétrons e os átomos que compõem o material do fio, gerando calor. Esse processo em que a
corrente elétrica gera calor é chamado de efeito Joule (energia elétrica se transformando em energia
térmica). Na prática, um material cuja função é oferecer uma resistência específica em um circuito é chamado
de resistor (veja figura abaixo) e seu símbolo em circuitos é:
4
Física
Em um condutor cilíndrico como num fio, a resistência depende da área A da seção transversal, do
comprimento L e de um parâmetro ρ (resistividade) característico de cada material:
Unidades
Grandeza Unidade (S.I.)
Resistência Ω (ohm)
Área m2
Comprimento m
Resistividade Ω.m
A resistência de um fio ou de um condutor aumenta à medida que seu comprimento aumenta. Isto parece
plausível, pois deve ser mais difícil empurrar elétrons através de um fio longo do que através de um fio mais
curto. Diminuir a área da secção transversal também aumenta a resistência. De novo, isso parece plausível
porque o mesmo campo elétrico pode empurrar mais elétrons em um fio largo do que em um fio fino.
Nota: É importante saber distinguir entre resistividade e resistência. A resistividade descreve apenas o
material, e não, qualquer pedaço particular do mesmo. A resistência caracteriza um pedaço específico do
condutor, dotada de uma geometria específica. A relação entre a resistividade e a resistência é análoga
àquela entre a densidade e a massa.
A tensão elétrica ou voltagem (U) é a energia fornecida por unidade de carga. Esta voltagem, chamada de
diferença de potencial (ddp) elétrico, é que fornece energia a cada elétron, obedecendo a seguinte relação,
conhecida como Lei de Ohm:
A despeito do seu nome, a lei de Ohm não é uma lei da natureza. Sua validade é limitada aos materiais cuja
resistência R permanece constante – ou muito próximo disso – durante o uso. Materiais para os quais a lei
de Ohm é válida são chamados de ôhmicos.
A figura (a) mostra que a corrente através de um material ôhmico é diretamente proporcional à diferença de
potencial aplicada. Dobrar a diferença de potencial dobrará a corrente. Metais e outros condutores são
materiais ôhmicos.
5
Física
Alguns materiais e dispositivos são não-ôhmicos, o que significa que a corrente através do mesmo não é
diretamente proporcional à diferença de potencial aplicada. Por exemplo, a figura (b) mostra o gráfico I versus
U para um dispositivo semicondutor comumente usado chamado de diodo. Os diodos não possuem uma
resistência constante.
Energia Elétrica
O gasto da energia elétrica está associada à potência dos aparelhos e ao tempo em que estes ficam ligados.
A potência é a razão entre a energia e o intervalo de tempo.
A conta de luz é medida em kWh (quilowatt-hora) e representa a potência (kW) e o tempo de funcionamento
do aparelho (hora).
1 kWh = 1000 Wh = 1000 (J/s) x 3600 s = 3,6 x 106 J
Um kWh é equivalente a 3,6x106 J
Um relógio de luz residencial é o responsável pela cobrança de sua conta de luz. Ele registra a utilização da
energia elétrica de uma casa.
Você pode facilmente medir o valor indicado pelo relógio.
O relógio de luz possui esta configuração.
6
Física
Este desenho pode ser encontrado nas contas residenciais. Relógios mais modernos possuem
contadores/mostradores com números sequenciais e apresentam leituras maiores do que 5 dígitos. Relógios
mais antigos possuem apenas 4 mostradores e precisam de um fator multiplicativo de 10.
Os valores devem ser lidos sempre pelo menor número onde está situado o ponteiro.
No exemplo acima o relógio marca: 1587.
Potência
A potência resulta do produto da diferença de potencial (U) pela corrente elétrica (i).
Assim, Pot = Ui.
Pela Lei de Ohm, U = R i. Temos então que
Quer assistir um QQD sobre o tema e ainda baixar mapa mental? clique aqui
7
Física
Exercícios
1. Dependendo da intensidade da corrente elétrica que atravesse o corpo humano, é possível sentir vários
efeitos, como dores, contrações musculares, parada respiratória, entre outros, que podem ser fatais.
Suponha que uma corrente de 0,1A atravesse o corpo de uma pessoa durante 2,0 minutos. Qual o
número de elétrons que atravessa esse corpo, sabendo que o valor da carga elementar do elétron é
191,6 10 C.−
a) 181,2 10
b) 201,9 10
c) 197,5 10
d) 193,7 10
e) 193,2 10
2. (G1 cps 2016) O conhecimento científico tem auxiliado a agricultura em sua busca por melhor
produtividade, e por esse motivo, são pesquisadas muitas caracterísiticas físicas do solo úmido, como
sua capacidade de conduzir eletricidade, uma característica física que está associada
a) a resistência elétrica do solo.
b) a potência elétrica do solo.
c) a energia elétrica do solo.
d) a tensão elétrica do solo.
e) ao magnetismo do solo.
8
Física
3. Tecnologias móveis como celulares e tablets têm tempo de autonomia limitado pela carga armazenada
em suas baterias. O gráfico abaixo apresenta, de forma simplificada, a corrente de recarga de uma
célula de bateria de íon de lítio, em função do tempo.
Considere uma célula de bateria inicialmente descarregada e que é carregada seguindo essa curva de
corrente. A sua carga no final da recarga é de
a) 3,3 C.
b) 11.880 C.
c) 1.200 C.
d) 3.300 C.
e) 4000 C.
9
Física
4. Recentemente foram obtidos os fios de cobre mais finos possíveis, contendo apenas um átomo de
espessura, que podem, futuramente, ser utilizados em microprocessadores. O chamado nanofio,
representado na figura, pode ser aproximado por um pequeno cilindro de comprimento 0,5nm
9(1nm 10 m).−= A seção reta de um átomo de cobre é 20,05nm e a resistividade do cobre é 17 nm.Ω
Um engenheiro precisa estimar se seria possível introduzir esses nanofios nos microprocessadores
atuais.
Um nanofio utilizando as aproximações propostas possui resistência elétrica de
a) 170n .Ω
b) 0,17n .Ω
c) 1,7n .Ω
d) 17n .Ω
e) 170 .Ω
10
Física
5. Dispositivos eletrônicos que utilizam materiais de baixo custo, como polímeros semicondutores, têm
sido desenvolvidos para monitorar a concentração de amônia (gás tóxico e incolor) em granjas avícolas.
A polianilina é um polímero semicondutor que tem o valor de sua resistência elétrica nominal
quadruplicado quando exposta a altas concentrações de amônia. Na ausência de amônia, a polianilina
se comporta como um resistor ôhmico e a sua resposta elétrica é mostrada no gráfico.
O valor da resistência elétrica da polianilina na presença de altas concentrações de amônia, em ohm,
é igual a
a) 00,5 10 .
b) 00,2 10 .
c) 52,5 10 .
d) 55,0 10 .
e) 62,0 10 .
11
Física
6. Um resistor ôhmico foi ligado a uma fonte de tensão variável, como mostra a figura.
Suponha que a temperatura do resistor não se altere significativamente com a potência dissipada, de
modo que sua resistência não varie. Ao se construir o gráfico da potência dissipada pelo resistor em
função da diferença de potencial U aplicada a seus terminais, obteve-se a curva representada em:
a)
c)
e)
b)
d)
12
Física
7. O gráfico abaixo indica o comportamento da corrente elétrica em função do tempo em um condutor.
A carga elétrica, em coulombs, que passa por uma seção transversal desse condutor em 15 s é igual
a:
a) 450
b) 600
c) 750
d) 900
e) 1500
13
Física
8. Leia as informações a seguir.
A grande diversidade nos regimes de oferta de energia em cada região confere ao sistema elétrico
brasileiro uma característica muito peculiar: a demanda de energia pode ser atendida por uma grande
variedade de gerações ao longo do território nacional. [...] O esquema a seguir mostra as etapas da
transmissão da energia elétrica.
A tensão elétrica produzida pela usina é elevada antes da transmissão e depois rebaixada antes de ser
distribuída para a área residencial. A razão para que seja adotado tal procedimento é
a) a economia gerada pela possibilidade de usar fios mais finos nas linhas de transmissão.
b) o aumento da potência elétrica transmitida para as residências ao final do processo.
c) a redução dos efeitos gravitacionais sobre a corrente elétrica transmitida.
d) o aumento da velocidade de transmissão da corrente elétrica.
e) a criação de uma corrente elétrica variável na rede.
14
Física
9. Ao pesquisar um resistor feito de um novo tipo de material, um cientista observou o comportamento
mostrado no gráfico.
Após a análise do gráfico, ele concluiu que a tensão em função da corrente é dada pela equação V =
10i + i².
O gráfico da resistência elétrica (R) do resistor em função da corrente (i) é
15
Física
10. Alguns peixes, como o poraquê, a enguia-elétrica da Amazônia, podem produzir uma corrente elétrica
quando se encontram em perigo. Um poraquê de 1 metro de comprimento, em perigo, produz uma
corrente em torno de 2 ampères e uma voltagem de 600 volts. O quadro apresenta a potência
aproximada de equipa - mentos elétricos.
O equipamento elétrico que tem potência similar àquela produzida por esse peixe em perigo é o(a)
a) exaustor.
b) computador.
c) aspirador de pó.
d) churrasqueira elétrica.
e) secadora de roupas.
16
Física
Gabarito
1. C
A carga elétrica é dada pelo produto da corrente elétrica pelo tempo, de acordo com a equação:
Q i tΔ=
Mas também a carga elétrica pode ser calculada pelo total de elétrons que circulou multiplicado pela carga
elementar 19e 1,6 10 C,−= portanto:
Q n e=
Igualando as duas equações, podemos calcular o número de elétrons para uma determinada corrente e
um dado tempo em segundos.
19
19
60 s0,1 A 2 min
i t 1minn e i t n n n 7,5 10 elétrons
e 1,6 10 C
ΔΔ
−
= = = =
2. A
3. B
A carga final é numericamente igual a área do trapézio, destacada na figura.
( ) ( )3 34 1,5Q A 1200 3.300 mAh 3.300 10 A 3,6 10 s 11.880As
2
Q 11.880 C.
−+= = = = =
=
4. E
Aplicando a 2ª lei de Ohm:
L 17 0,5R R 170 .
A 0,05
ρΩ
= = =
17
Física
5. E
Escolhendo o ponto (1, 2) do gráfico, temos:
6
6
U 1r r 0,5 10
i 2 10Ω
−= = =
Como a resistência quadruplica nas condições dadas, obtemos:
6
6
R 4r 4 0,5 10
R 2 10 Ω
= =
=
6. C
Expressão que relaciona a potência elétrica dissipada pelo resistor de resistência constante com a d.d.p.
U :
2
otU
PR
=
De acordo com a expressão acima, percebemos que a potência é diretamente proporcional ao quadrado
da diferença de potencial, devendo seu gráfico (a partir do instante inicial) ser equivalente ao de uma
parábola de concavidade positiva. Sendo assim, a alternativa [C] é a única que representa corretamente
esta relação.
7. A
A carga elétrica em módulo que atravessa uma seção transversal do condutor é representada pela área
sob a reta, isto é, a área entre o gráfico e o eixo do tempo no intervalo citado.
15 60Q área Q Q 450 C
2
= = =
8. A
18
Física
9. D
10. D
1
Geografia
Governos militares e a indústria e Crise da Década
Perdida Quer ver esse material pelo Dex? clique aqui
Resumo
O período da ditadura militar (1964-1985) apresentou diversos aspectos que foram importantes para
o desenvolvimento da industrialização brasileira. Este momento da história foi pela continuidade do processo
de industrialização brasileira, iniciado com Vargas e JK, atrelado ao crescimento econômico que se verificou
no país. Em um segundo momento, verificou-se que, ao mesmo tempo em que foram realizados grandes
projetos, o endividamento público crescia em proporções astronômicas. Ou seja, aproveitando a centralização
do poder político que o autoritarismo permitia, o que possibilitou a atração de grandes remessas de
empréstimos internacionais e posteriormente o crescimento industrial, no período da ditadura o país
apresentou números expressivos de crescimento econômico, que teve um custo alto a ser pago
posteriormente.
O início do governo militar e sua relação com a industrialização brasileira – 1964 até
1967/1968
Os primeiros momentos dos governos militares não foram marcados por grandes avanços na
industrialização brasileira, nem pelos grandes projetos, pois o país enfrentava um grave quadro de
endividamento externo, fruto da política de internacionalização da economia proposta por Juscelino
Kubitschek (JK), que buscou o empréstimo de capital estrangeiro como um dos pilares do tripé econômico
para o investimento em indústrias de bens de consumos duráveis.
Pode-se afirmar, portanto, que esse primeiro período dos governos militares, que vai dos anos de 1964
até 1967, foi marcado por uma retração na economia e pouco crescimento da indústria brasileira.
O milagre brasileiro – 1968 até 1973
A partir de 1968, o país experimentou uma nova fase de sua economia e de seu processo de
industrialização. A recuperação financeira, fruto da reforma tributária, criação de fundos de poupança
compulsória (PIS, PASEP, FGTS) e ampliação do crédito lançaram bases para o momento considerado como
o “milagre brasileiro”. Entretanto, fatores externos também explicam esse crescimento, como o crescimento
da economia mundial nestes anos, que permitiu o acesso a um abundante crédito externo, possibilitando o
endividamento e criando espaço para a diversificação e o crescimento das exportações brasileiras.
O fraco desempenho da indústria e economia no início da década de 60 também deu margem para um
grande crescimento com o aumento do nível de investimento e captação de recursos externos do país.
2
Geografia
Como forma de legitimar o seu poder autoritário, os governos ditatoriais investiram fortemente em obras
de impacto, em áreas como transporte e energia. Dentre essas obras podemos destacar a Usina Hidrelétrica
de Itaipu, binacional (Brasil-Paraguai), responsável por produzir 17% da energia nacional e, até 2008, a maior
hidrelétrica do mundo.
A implantação da usina nuclear de Angra é outra marca do investimento em energia do período.
Também podemos citar a ponte Rio-Niterói, expressão da modernidade e de grande complexidade, tendo o
maior vão em viga reta construído pelo homem. É a 13ª no mundo em extensão.
Além disso, ocorreu a construção de rodovias com a ampliação da malha viária de 3 mil para 45 mil
quilômetros, sem falar nos estádios de futebol, como o Castelão, em Fortaleza, e o Mineirão, em Minas Gerais,
que serviram como forma de expressão e propaganda da ditadura.
O saldo do período registrou uma percentual anual de crescimento industrial de 12,7%. Já o Produto
Interno Bruto (PIB) cresceu entre 1968 e 1973 11,3%, superando com grande margem o período anterior,
quando o crescimento médio anual havia sido de 3,2%.
A primeira crise do petróleo, em 1973, causada pela guerra do Yom Kippur fez com que a
concessão de empréstimos diminuísse levando o Brasil para o período que ficou conhecido como Marcha
Forçada.
Marcha Forçada – 1973 até 1979
Em períodos de crise há a necessidade de formação de reservas de dinheiro, sendo assim, os países
que emprestavam ao Brasil à juros baixos reduziram os empréstimos concedidos. Todos os países resolveram
frear o crescimento, menos o Brasil, que viu esse momento como uma oportunidade de despontar. Foi como
se o Brasil ignorasse as altas do petróleo e a recessão mundial para forçar um ritmo de crescimento
insustentável a longo prazo. O objetivo era fazer o Brasil crescer a qualquer custo, a exemplo da compra de
empresas que estavam prestes a falir (estatizações) e através do 2º PND estimular as obras faraônicas
como a ponte Rio-Niterói, a rodovia Transamazônica e a Usina de Itaipu.
Década Perdida – 1979 até 1989
Uma das consequências da década perdida foi a diminuição de postos de trabalho. Após toda a euforia
vivida com o milagre econômico, a realidade foi exposta na década seguinte, com os anos 80, considerada a
década perdida, devido ao preço pago pelo grande endividamento externo e explosão da inflação,
corroendo o salário do trabalhador.
É importante destacar que o crescimento apresentado no período do milagre econômico foi baseado
também em um grande arrocho salarial, em um contexto mundial no qual as empresas multinacionais
perceberam que poderiam reduzir custos instalando-se em países que possibilitassem mão-de-obra barata,
legislação ambiental frágil, grande quantitativo de recursos naturais e infraestrutura básica. Esse movimento
estrangeiro permitiu que as empresas nacionais, que disputavam o mercado em condições de extrema
3
Geografia
desigualdade, fossem sendo absorvidas pelas multinacionais, o que provocou uma intensa concentração de
capital nas mãos destas grandes e poucas empresas.
O mesmo fenômeno de concentração pôde ser percebido no campo onde a tecnologia expulsou
milhares de trabalhadores, que migraram para as áreas urbanas em busca de sobrevivência. Isso tudo
caracterizou uma sociedade fortemente desigual, com a renda concentrada na mão de poucos. Com o
aumento do endividamento e as crises internacionais do petróleo, nos anos de 1973 e 1979, os juros sobre
a dívida aumentaram significativamente, e a medida de emitir papel-moeda no mercado só serviu para
explodir a inflação, de forma que isso tudo trouxe uma grande retração econômica e da produção industrial,
acarretando o fim do período militar e a entrada na democracia com um país em grave crise econômica.
Podemos sinalizar que o espaço brasileiro teve grandes transformações, principalmente levando em
questão a integração que as rodovias construídas no período militar proporcionaram, permitindo uma maior
integração no território nacional. Apesar disso, ocorre uma concentração espacial das indústrias
principalmente na região Sudeste, com destaque para São Paulo, fato que só começa a diminuir no período
democrático, pós-ditadura, com o processo de fuga para cidades menores e com maiores atrativos
econômicos para as empresas, como isenção de impostos, solos urbanos mais baratos, menor
congestionamento, entre outras características.
Esse processo de descontração espacial vai ajudar na própria desmetropolização, devido ao maior
dinamismo e crescimento de cidades médias, em muitos casos, fruto da instalação de grandes indústrias,
levando desenvolvimento econômico e crescimento populacional para essas cidades, devido a esse novo
polo atrativo.
4
Geografia
Exercícios
1. Durante o governo Médici, o Brasil assistiu a um vigoroso desenvolvimento que as manifestações
ufanistas patrocinadas pelo governo batizaram de “milagre econômico”. A esse respeito, pode-se
afirmar que:
a) O sucesso das cifras econômicas deveu-se à criação do Plano de Metas, idealizado pelo então
ministro Antonio Delfim Neto.
b) Enquanto o PIB subia a taxas em torno de 10% ao ano, ocorreu, paradoxalmente, um aumento da
concentração de renda e da pobreza.
c) O “milagre” foi decorrência direta da transformação da economia brasileira, que então abandonava
suas bases rurais e passava a se concentrar na produção urbano industrial.
d) A arrancada econômica foi fruto do abandono da indústria de base e da adoção de uma política
de substituição de importações que tornou o Brasil menos dependente do mercado mundial.
e) Favorecido pela política de recuperação salarial da classe média posta em prática nos anos
sessenta, o “milagre” chega ao fim com o arrocho salarial imposto pelo governo Geisel.
2. "Brasil, ame-o ou deixe-o" foi um dos célebres 'slogans' do regime militar, em torno de 1970, época em
que o Governo Médici divulgava a imagem do "Brasil Grande" e proclamava o "Milagre Econômico" que
faria do país uma grande potência. Assinale a opção que melhor caracteriza a política econômica
correspondente ao chamado "Milagre".
a) Fusão do capital industrial e do bancário, gerando monopólios capazes de impor preços
inflacionários, dos quais resultaram o crescimento econômico e o aumento do mercado
consumidor nos grandes centros urbanos.
b) Desenvolvimento de obras de infraestrutura, a exemplo de hidrelétricas e rodovias, com base na
poupança nacional e no investimento de bancos públicos.
c) Crescimento econômico e aquecimento do mercado de bens duráveis ancorados em políticas
salariais redistributivas e na indexação de rendimentos do mercado financeiro.
d) Elevados investimentos no setor de bens de capital e na indústria automobilística combinados a
uma vigorosa agricultura comercial de médio porte.
e) Incentivo à entrada maciça de capitais estrangeiros combinada ao arrocho salarial, resultando em
elevados índices de crescimento econômico e inflação baixa.
5
Geografia
3. Uma das características da economia brasileira posterior aos anos 1950 foi a consolidação da chamada
sociedade de consumo, acompanhada pelo desenvolvimento da propaganda. Apesar de a crise
econômica ter marcado o período 1962-1967, o aumento do consumo de eletrodomésticos nos
domicílios de trabalhadores de baixa renda mostrou-se constante, até, pelo menos, a crise do “milagre”
brasileiro, na década de 1970.
Uma das explicações para esse aumento do consumo envolveu:
a) o favorecimento, pelo então Ministro Roberto Campos, das empresas industriais estatais, que
puderam baratear o custo dos bens de consumo duráveis que produziam.
b) o aumento do salário real das classes trabalhadoras, beneficiadas pela nova política salarial do
governo Castelo Branco, voltada para a desconcentração da renda no país.
c) o fortalecimento das pequenas e médias empresas industriais nacionais, as maiores produtoras
de bens de consumo duráveis, favorecidas pela criação do Imposto sobre a Produção Industrial,
nos anos 1960.
d) as facilidades do crédito concedidas ao consumidor, após 1964, de modo a preservar a
rentabilidade das indústrias produtoras de bens de consumo duráveis, alvos da política econômica,
então inaugurada.
e) os constrangimentos tributários impostos pelo governo às multinacionais produtoras de bens de
consumo duráveis, que perderam a concorrência para as estatais desse mesmo setor.
4. O chamado "milagre brasileiro" estendeu-se de 1968 a 1973. Assinale a alternativa correta, relativa a
seus pontos críticos.
a) Era totalmente atrelado à política do FMI, que organizou o próprio modelo econômico.
b) Causou notável desproporção entre o avanço econômico e a qualidade de vida, sobretudo pelo
abandono dos programas sociais pelo Estado.
c) Baseava-se na política liberal, rejeitando qualquer interferência do Estado na economia.
d) Embora com altos indicadores sociais, não obteve os índices de crescimento esperados.
e) Não aumentou a capacidade de arrecadar tributos e beneficiou sobretudo as camadas baixas da
população.
6
Geografia
5. De 1967 a 1973, o Brasil alcançou taxas médias de crescimento muito elevadas e sem precedentes,
decorrentes da política econômica, mas também de uma conjuntura econômica internacional muito
favorável. Esse período (e por vezes de forma mais restrita nos anos 1968-1973) passou a ser
conhecido como o do "milagre econômico brasileiro". Infelizmente, o mês de outubro de 1973 marca o
término desse período de crescimento. Disponível em: <http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/milagre-economico-brasileiro>. Acesso
em: 23 de mar, 2017. (Adaptado)
Um fator responsável pelo fim do milagre econômico apresentado foi
a) a queda na exportação de produtos agrícolas brasileiros, principal mente, o café.
b) o primeiro choque do petróleo e a consequente crise no mercado internacional.
c) o aumento no valor das matérias-primas importadas pelo Brasil, com destaque para a bauxita.
d) as sucessivas greves produzidas pelo movimento sindical, inviabilizando a produção para
exportação.
e) início da Guerra Fria e diminuição das relações exteriores com países do bloco socialista
6. A respeito do “milagre econômico” do governo Médici (1969-1974), são feitas as afirmações seguintes.
I. O “milagre” representou um período de altas taxas de crescimento do PIB (de até 14%), com
avanços extraordinários na indústria, na agricultura e no comércio.
II. A política econômica baseou-se, simultaneamente, na concessão de subsídios e incentivos fiscais
às indústrias e na imposição do arrocho salarial aos trabalhadores.
III. Os avanços econômicos conduziram o Brasil à situação de oitava economia mundial, condição
amplamente utilizada como propaganda pelo regime militar.
Assinale:
a) se apenas I é correta.
b) se apenas II é correta.
c) se apenas III é correta.
d) se apenas I e II são corretas.
e) se I, II e III são corretas.
7. Entre o final da década de 1960 e o início da década de 1970, a economia brasileira obteve altos índices
de crescimento. O fenômeno se tornou conhecido como milagre econômico e derivou da aplicação de
uma política que provocou, entre outros efeitos,
a) êxodo rural e incremento no setor ferroviário.
b) crescimento imediato dos níveis salariais e das taxas de inflação.
c) aumento do endividamento externo e da concentração de renda.
d) estatização do aparato industrial e do setor energético.
e) crise energética e novos investimentos em pesquisas tecnológicas.
7
Geografia
8. Com o crescimento econômico ocorrido durante o século XX, o Brasil pode ser considerado um país
industrializado, embora os males do subdesenvolvimento continuem presentes. O processo de
industrialização brasileiro contou com um agente de fundamental importância: o Estado Nacional. Sobre
o papel do Estado no processo de industrialização brasileiro, assinale a alternativa CORRETA:
a) Foi responsável pela construção dos setores de infraestrutura e transporte, pelo investimento
direto no setor industrial e pela criação de uma legislação trabalhista.
b) Foi responsável pelos investimentos em infraestrutura e transporte, porém não participou dos
investimentos diretos no setor industrial e se omitiu na criação de uma legislação trabalhista.
c) Agiu na criação de uma legislação trabalhista, porém não participou dos investimentos em
infraestrutura e transportes, bem como dos investimentos diretos no setor industrial.
d) Foi responsável pelos investimentos diretos no setor industrial, porém, por falta de recursos, deixou
a cargo das empresas privadas os investimentos na criação de infraestrutura e transportes.
e) Abriu mão do papel de empreendedor, não participando dos investimentos diretos no setor
industrial, nem dos investimentos em infraestrutura.
9. É possível afirmar através de uma visão de síntese do processo histórico da industrialização no Brasil
entre 1880 a 1980, que esta foi retardatária cerca de 100 anos em relação aos centros mundiais do
capitalismo. Podemos identificar cinco fases que definem o panorama brasileiro de seu
desenvolvimento industrial: 1880 a 1930, 1930 a 1955, 1956 a 1961, 1962 a 1964 e 1964 a 1980.
Leia com atenção as afirmações a seguir, identificando-as com a sua fase de desenvolvimento
industrial.
I. Modelo de desenvolvimento associado ao capital estrangeiro, sem descentralizar a indústria do
Sudeste de forma significativa em direção a outras regiões brasileiras; corresponde ao período de
Juscelino Kubitschek, com incremento da indústria de bens de consumo duráveis e de setores
básicos.
II. Modelo de política nacionalista da Era Vargas, com o desenvolvimento autônomo da base
industrial demonstrado através da construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
Ressalta-se que, neste período, a Segunda Guerra Mundial impulsionou a industrialização.
III. Período de desaceleração da economia e do processo industrial motivados pela instabilidade e
tensão política no Brasil.
IV. Implantação dos principais setores da indústria de bens de consumo não duráveis ou indústria
leve, mantendo-se a dependência brasileira em relação aos países mais industrializados. O Brasil
não possuía indústrias de bens de capital ou de produção.
V. Período em que o Brasil esteve submetido a constrangimentos econômicos, financeiros e sociais
devido a seu endividamento no exterior com o objetivo de atingir o crescimento econômico de 10%
ao ano. Mesmo assim, não houve muitos avanços na área social. Modernização conservadora
com o Governo Militar. (Secretaria da Educação. Geografia, Ensino Médio. São Paulo, 2008. Adaptado.)
8
Geografia
A sequência das fases do desenvolvimento industrial brasileiro descritas nas afirmações é:
a) IV, II, I, III, V.
b) I, II, V, IV, III.
c) III, IV, V, I, II.
d) I, III, II, V, IV.
e) III, IV, II, V, I.
10. Visto à luz das reformas de caráter neoliberal, realizadas pelos governos brasileiros na década de 1990,
o modelo econômico implantado pelo regime militar em 1964 aparece hoje, mais do que aparecia na
época,
a) associado ao capital internacional e em ruptura com o modelo anterior, baseado num capitalismo
nacional.
b) nacionalista e continuísta com relação ao modelo anterior, que associava capitalismo nacional e
internacional.
c) empenhado em uma política econômica modernizadora, que rompia com o passado e diminuía a
esfera de ação estatal.
d) subordinado aos interesses do capital internacional, que o impediu de modernizar a produção
agrícola.
e) vinculado a uma política econômica conservadora e em alinhamento automático com a política
externa norte-americana.
9
Geografia
Gabarito
1. B
Apesar do grande desenvolvimento econômico brasileiro no período que ficou conhecido como milagre
econômico brasileiro, não houve uma distribuição de renda, aumentando ainda mais as desigualdades
sociais internas, pois com o argumento de esperar a economia crescer para depois redistribuir ocorreu
uma maior concentração de renda.
2. E
O crescimento econômico brasileiro no período citado se se deu em decorrência da aquisição de
empréstimos internacionais a juros baixos, empréstimos esses utilizados no processo de industrialização
e desenvolvimento infra estrutural em curso naquele momento. Soma-se a este cenário o arrocho salarial,
ou seja, o não aumento dos salários acompanhando a inflação, acarretando desigualdades sociais. Esses
fatores juntos caracterizam a política econômica do referido período.
3. D
Em um primeiro momento dos governos militares houve a concessão de crédito à população visando a
saída do país da situação econômica que se encontrava, um grave quadro de endividamento externo,
fruto da política de internacionalização da economia proposta por Juscelino Kubitschek (JK), que buscou
o empréstimo de capital estrangeiro como um dos pilares do tripé econômico para o investimento em
indústrias de bens de consumos duráveis.
4. B
A questão dá enfoque ao âmbito social no período do milagre econômico brasileiro, em que por um lado
verificou-se o crescimento da economia, mas por outro observou-se a crescente desigualdade social
decorrente da não distribuição de renda.
5. B
O milagre econômico terminou com a primeira crise do petróleo (1973). A elevação dos preços dessa
matéria-prima prejudicou a economia mundial, diminuindo a confiança dos investidores e, portanto, a
disponibilidade de crédito. Além de afetar a balança comercial dos países que importavam grandes
quantidades de petróleo, tal como o Brasil.
6. E
Todas as afirmativas estão corretas ao apontar o crescimento econômico brasileiro no referido período,
a questão social destacada através do arrocho salarial e a utilização dos avanços econômicos para fins
propagandísticos do regime.
7. C
O Milagre Econômico Brasileiro foi caracterizado por um elevado crescimento de seu PIB, possível graças
ao intenso processo de industrialização e investimentos em infraestrutura. Porém, tal processo ocorreu a
custas de um elevado endividamento externo, além de se observar um crescimento da concentração da
renda, pois uma vez que a melhora econômica do país não se traduziu na diminuição da desigualdade.
8. A
O processo de industrialização iniciado no governo Vargas (1930) e que evoluiu durante o governo de JK
e no período militar foi marcado pelos investimentos estatais no setor de infraestrutura, a exemplo da
construção de rodovias, no setor de transporte, com o estímulo a entrada de indústrias automobilísticas
10
Geografia
no país, investimentos no setor industrial diretamente com a inauguração de indústrias de base e a criação
de legislação trabalhista, inicialmente para o trabalhador urbano e posteriormente para o trabalhador do
campo.
9. A
Todas as afirmativas estão corretas ao correlacionar os períodos apontados no enunciado com as
características de cada período que, em ordem, correspondem ao período anterior a efetiva
industrialização brasileira, o período inicial da industrialização durante o governo Vargas marcado pela
criação das indústrias de base, o período do governo JK marcado pelos investimentos estrangeiros e
diversificação da indústria, período de crise que antecede os governos militares e período dos governos
militares marcado por um grande desenvolvimento econômico as custas de uma grande desigualdade
social e endividamento.
10. B
Assim como no período do governo JK, os governos militares foram marcados pela associação entre o
capital nacional, público e privado, e internacional. Ambos acarretaram uma grande dívida externa para
o país e uma grande desigualdade social.
1
Geografia
JK e o Plano de Metas
Quer ver esse material pelo Dex? clique aqui
Resumo
Durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) a economia brasileira se abriu para os
investimentos internacionais – momento este em que entraram no Brasil grandes montadoras como a Ford
e a Volkswagen – atendendo a proposta desenvolvimentista de JK que visava a “decolagem” (“take off”)
da industrialização brasileira. Estas indústrias instalaram suas filiais na região Sudeste, principalmente, nas
cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e ABC paulista (Santo André, São Caetano e São Bernardo). As
oportunidades de empregos aumentaram muito nesta região, atraindo assim muitos trabalhadores de todo
Brasil. Este fato fez aumentar o êxodo rural e a migração de nordestinos e nortistas para as grandes cidades
do Sudeste.
O lema “50 anos em 5” demonstrou o objetivo audacioso de JK de desenvolver em apenas 5 anos o
equivalente a 50 anos através de 31 metas apresentadas no Plano de metas, dentre as quais se encontrava
a construção de Brasília. Com a transferência da capital do Rio de Janeiro para Brasília, JK pretendia
desenvolver a região central do país e afastar o centro das decisões políticas de uma região densamente
povoada. Com capital oriundo de empréstimos internacionais, JK conseguiu finalizar e inaugurar Brasília, em
1960.
No governo JK as indústrias que receberam o maior número de investimentos foram as do setor
energético e de transportes, e a fonte de capitais para serem investidos no projeto de industrialização
baseava-se em um tripé econômico formado pelo investimento estatal em infraestrutura, o investimento de
capital privado nacional em indústrias de bens de consumo com menor carga tecnológica e pelo capital
privado estrangeiro responsável pelo investimento em indústrias de bens de consumo com investimento
tecnológico.
2
Geografia
A política econômica de Juscelino apresentou pontos positivos e negativos para o país. De um lado a
entrada de multinacionais gerou empregos, porém, por outro lado deixou o país mais dependente do capital
externo. O investimento na industrialização em parte a zona rural desassistida, prejudicando o trabalhador do
campo e a produção agrícola. O país ganhou uma nova capital, Brasília, porém a dívida externa, contraída
para esta obra, aumentou significativamente. A migração e o êxodo rural descontrolados fizeram aumentar
a pobreza, a miséria e a violência nas grandes capitais do Sudeste do país.
Quer assistir um QQD sobre o tema e ainda baixar mapa mental? clique aqui
3
Geografia
Exercícios
1. Não é difícil entender o que ocorreu no Brasil nos anos imediatamente anteriores ao golpe militar de
1964. A diminuição da oferta de empregos e a desvalorização dos salários, provocadas pela inflação,
levaram a uma intensa mobilização política popular, marcada por sucessivas ondas grevistas de várias
categorias profissionais, o que aprofundou as tensões sociais. Dessa vez, as classes trabalhadoras se
recusaram a pagar o pato pelas “sobras” do modelo econômico juscelinista. (MENDONÇA, S. R. A industrialização Brasileira. São Paulo: Moderna, 2002 (adaptado)
Segundo o texto, os conflitos sociais ocorridos no início dos anos 1960 decorreram principalmente
a) da manipulação política empreendida pelo governo Joao Goulart.
b) das contradições econômicas do modelo desenvolvimentista.
c) do poder político adquirido pelos sindicatos populistas.
d) da desmobilização das classes dominantes frente ao avanço das greves.
e) da recusa dos sindicatos em aceitar mudanças na legislação trabalhista.
2. Juscelino Kubitschek assumiu a presidência do Brasil em 31 de janeiro de 1956. Seu governo foi
marcado pela ênfase na necessidade de promover o desenvolvimento econômico sem criar o risco de
perturbar a ordem social, embalado pelo otimismo do lema “cinquenta anos em cinco”. A política
econômica do governo JK, voltada para os transportes, a educação, a produção de alimentos, o
desenvolvimento da indústria de base e a construção de Brasília, foi definida em um documento que
sintetizava 31 objetivos.
Marque a opção que contém o nome desse plano.
a) Plano de Metas
b) Plano Collor
c) Plano Cruzado
d) Plano Piloto
e) Plano Real.
4
Geografia
3. “O programa consistia em 30 metas, agrupadas em 5 setores:
1) Energia - 43,4 % do investimento em 5 metas: energia elétrica; energia nuclear; carvão; produção
de petróleo; refinação de petróleo.
2) Transportes: 29,6% do investimento nas seguintes metas: reequipamento e construção de estradas
de ferro; pavimentação e construção de estradas de rodagem; portos e barragens; marinha
mercante; transportes aéreos.
3) Alimentos: 3,2 % do investimento em 6 metas: trigo; armazéns e silos; frigoríficos; matadouros;
mecanização da agricultura; fertilizantes.
4) Indústria de base: 20,4 % do investimento em 11metas: aço; alumínio; metais não ferrosos;
cimento; álcalis; papel e celulose; borracha; exportação de ferro; indústria de veículos motorizados;
indústria de construção naval; maquinaria pesada e equipamento elétrico.
5) Educação: 4,3 % do investimento em meta única.”
NOSSO SÉCULO. 1945-1960, 2ª parte. São Paulo: Abril. 1985 [adapt.].
A proposta eleitoral, denominada “Plano de Metas”, correspondeu
a) ao nacionalismo estatizante – que desejava a industrialização apoiada pela burguesia nacional,
especialmente a automobilística, com a FNM (Fábrica Nacional de Motores) – no governo de
Eurico Gaspar Dutra.
b) ao slogan “50 anos em 5” – que previa desenvolvimento infraestrutural, com destaque às rodovias,
e substituições das importações – a ser aplicado no governo de Juscelino Kubitschek.
c) aos projetos na área de Energia, Transportes, Alimentos, Indústrias de Base, Educação, no Estado
Novo, período ditatorial comandado por Getúlio Vargas.
d) às Reformas de Base, tanto agrária e urbana como industrial, na presidência do socialista João
Goulart, que acabou sendo destituído pelos militares nacionalistas.
e) à concentração da maioria dos recursos financeiros nos setores de Energia e Educação, com o
apoio da Aliança para o Progresso, durante a presidência de Jânio Quadros.
5
Geografia
4. "(...) O aumento da produção interna exigirá o aumento das importações, o que, para verificar-se,
depende da renda das exportações e do influxo líquido de capital estrangeiro. As atividades da maior
parte dos setores de produção sendo interdependentes, a expansão de um deles acarretará a expansão
dos demais (...)". (Programa de Metas. Relatório das atividades do Conselho de Desenvolvimento em 1958, RJ, 1959.)
O governo Juscelino Kubitschek, enfatizando um modelo de desenvolvimento econômico industrial,
estabeleceu as seguintes prioridades: estradas, transportes e energia. Sobre esse período, analise as
afirmativas abaixo.
a) Com a participação ativa do Estado na economia, as multinacionais promoveram a
internacionalização do mercado brasileiro.
b) Por atender às necessidades reais da população, tal modelo econômico apresentou várias
distorções, representadas pelo desequilíbrio social e pela concentração de renda.
c) A crescente oposição dos setores conservadores à política econômico-financeira de Juscelino
Kubitschek levou-o a perder o apoio do Congresso Nacional, o qual passou a exercer pressão
sobre o presidente, obrigando-o a renunciar.
d) O período de JK foi marcado pelo neoliberalismo no qual, a maior parte das obras públicas
realizadas naquele período, atualmente é regulada pelo setor privado.
e) Além da construção de Brasília, foram construídas outras cidades planejadas por Oscar Niemeyer
no Centro Oeste e no Norte, fato que propiciou a dinamização econômica dessas regiões.
5. No período compreendido entre os anos JK e o final do governo Geisel, o Brasil apresentou, entre
outras características econômicas,
a) o predomínio da substituição de importações de bens de consumo e a redução das disparidades
regionais.
b) grande desenvolvimento industrial dependente de tecnologia e capitais estrangeiros e maior
intervenção do Estado na economia.
c) grande expansão das empresas industriais de capitais nacionais, privados e estatais, e declínio
da dívida externa.
d) o predomínio da substituição de importações de bens de consumo e menor intervenção do Estado
na economia.
e) grande desenvolvimento industrial dependente de tecnologia e capitais estrangeiros e a redução
de disparidades regionais.
6
Geografia
6. "Entre 1955 e 1960 houve um salto no processo de industrialização brasileira através da fase conhecida
como PLANO DE METAS, onde o crescimento econômico esteve apoiado em um conjunto de
investimentos e profundas modificações na estrutura industrial do país."
O conjunto de investimentos e modificações a que se refere o texto consistia, entre outros,
a) na grande ampliação das centrais de energia termelétricas; na instalação e modernização de
terminais marítimos e no crescimento de indústrias de bens de consumo duráveis, como a
alimentícia e a eletroeletrônica.
b) na recuperação de áreas urbanas junto às metrópoles; na criação de corredores de exportação e
no sensível crescimento dos setores de indústria de base, como a do aço, cimento e química
pesada.
c) na crescente diversificação da pauta de exportações de produtos primários e na nacionalização
de indústrias inicialmente ligadas ao capital internacional, como a química leve e a farmacêutica.
d) na ampliação significativa da capacidade instalada de energia elétrica; no aumento do número e
na modernização das rodovias e no crescimento do setor de bens de produção e da indústria
automobilística.
e) na criação e instalação de portos fluviais, na expansão da agroindústria, na descentralização da
atividade industrial e no fortalecimento dos mecanismos de distribuição equilibrada da renda.
7. O período JK foi marcado pela consolidação do processo de industrialização do Brasil. Esse período
ficou conhecido pela ideologia desenvolvimentista que firmou também um padrão urbano-industrial no
Brasil. Além disso, houve como nunca antes, um planejamento integrado sobre a função econômica de
cada região. Com base nisso, assinale a alternativa INCORRETA sobre o período JK. (Adap. Sene & Moreira, 1998)
a) "No período de 1930 a 1956, os grandes investimentos foram direcionados ao setor de base
(siderurgia, petroquímica e extração mineral), com grande intervenção do Estado."
b) "Embora a indústria, desde o início do século, estivesse concentrada no eixo São Paulo - Rio de
Janeiro, até 1930 a organização espacial se caracterizava pelas atividades econômicas dispersas
e regionalmente quase autônomas."
c) "O sucesso do Plano de Metas foi acompanhado por um significativo aumento da inflação e da
dívida externa, pelo afastamento da capital federal do centro econômico e populacional do país e
pela efetiva implantação do rodoviarismo."
d) "A política do Plano de Metas acentuou a concentração do parque industrial na região sudeste,
intensificando ainda mais as migrações internas e provocando o crescimento caótico dos grandes
centros urbanos."
e) “O Plano de Metas consolidou o ferroviarismo num modal integrado com o rodoviarismo, fato que
propicou a integração da região norte e nordeste enquanto exportadores do mercado externo.”
7
Geografia
8. O período comumente denominado de “anos dourados” marcaram uma etapa da recente história
brasileira associada ao desenvolvimentismo (abertura de rodovias, expansão da rede hidrelétrica,
implantação da indústria automobilística, descentralização da capital) e à atmosfera cultural marcada
pelo surgimento da Bossa Nova. A que governo tal período está associado:
a) Juscelino Kubitschek
b) João Goulart
c) Getúlio Vargas
d) Eurico Gaspar Dutra
e) Jânio da Silva Quadros
9. “Vai minha tristeza/ E diz a ela que sem ela não pode ser/ Diz-lhe numa prece/ Que ela regresse/
Porque não posso mais sofrer/ Chega de saudade/ A realidade é que sem ela/ Não há paz/ Não há
beleza/ É só tristeza e a melancolia/ Que não sai de mim/ Não sai de mim/ Não sai.” Chega de Saudade, Tom Jobim e Vinícius de Moraes
Esse é o trecho de uma das principais canções da bossa nova, gênero que renovou a música brasileira.
Nessa época, vivia-se uma fase de otimismo no país. Altos índices anuais de crescimento econômico,
grandes obras públicas, estabelecimento de empresas estrangeiras, manutenção da estabilidade
política pelo presidente eleito e significativas conquistas esportivas em competições internacionais
eram características:
a) do governo do Garrastazu Médici e do chamado “Milagre Brasileiro”;
b) do governo de João Goulart e da implementação das “Reformas de Base”;
c) do governo de Getúlio Vargas e da política de substituição de importações;
d) do governo de Jânio Quadros e da desnacionalização da economia;
e) do governo de Juscelino Kubitschek e do chamado “Nacional Desenvolvimentismo”.
8
Geografia
10. Em um de seus discursos, o presidente Juscelino Kubitschek afirmou:
“O puro, o nobre e inteligente nacionalismo não se confunde com xenofobia. Da mesma maneira que a
independência política de uma nação não significa animosidade contra os estrangeiros, nem a recusa
aos intercâmbios econômicos ou relações financeiras com os países mais ricos ou mais favorecidos
em valores econômicos.” (In: CARDOSO, Miriam Limoeiro. Ideologia do Desenvolvimento. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. p. 158.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o período JK, é correto afirmar:
a) O discurso nacionalista sob a ótica desenvolvimentista de JK possuía conteúdo semelhante àquele
estabelecido na Era Vargas: ambos minimizaram a importância do capital externo.
b) A ideologia do “desenvolvimentismo” no período JK assumiu a entrada de capitais estrangeiros no
país como um recurso legítimo que expressava o verdadeiro patriotismo.
c) O “desenvolvimentismo” do período JK objetivou a consolidação da vocação agrícola da economia
brasileira, promovendo a “Marcha para Oeste”, política que alavancou a agricultura de exportação.
d) Para a indústria brasileira, que passava por uma fase de retração, o “desenvolvimentismo” de JK
foi pernicioso, pois propunha um nacionalismo xenófobo.
e) O “Plano de Metas”, programa de governo do então candidato JK, colocado em pratica logo após
sua eleição, visava primordialmente ao desenvolvimento da agricultura de exportação, instituindo,
para esse fim, o “confisco cambial”.
Questão contexto
A realização mais conhecida do governo de Juscelino Kubitschek foi a construção de Brasília,
conhecida como a meta-síntese do Plano de Metas. No entanto, essa obra contemplava objetivos mais
abrangentes desse governante. Dentre esses objetivos, destaca-se o de promover a integração
nacional. Discorra de que forma essa integração foi organizada.
9
Geografia
Gabarito
1. B
Os avanços econômicos ocorridos no governo de JK trouxeram também ônus para a população, o que
representava uma contradição, visto que por um lado avançava-se economicamente e por outro retraía-
se no setor social.
2. A
O Plano de Metas criado por JK reunia os objetivos que deveriam ser alcançados em 5 anos, dentre estes
a construção de Brasília.
3. B
O Plano de Metas, um conjunto de 30 metas mais a meta síntese, foi elaborado no governo JK e visava
o desenvolvimento de 5 setores do Brasil. Esse plano fez parte do objetivo de JK que era um rápido
desenvolvimento brasileiro sob o slogan “50 anos em 5”. Pode-se dizer que esse objetivo deu
continuidade à substituição de importações iniciada em Vargas pois visava o desenvolvimento da indústria
brasileira mas nesse novo momento recebendo capitais nacionais e externo (tripé econômico) (nacional-
desenvolvimentismo).
4. A
Visando ampliar o desenvolvimento econômico brasileiro, JK entendia que para o progresso da economia
deveria haver a participação do capital estrangeiro. Para alcançar os objetivos propostos no Plano de
Metas era então necessária uma intervenção maior do Estado na economia, priorizando, então, a entrada
de capitais estrangeiros no país. É importante destacar que foi nesse período o Brasil iniciou o processo
de endividamento externo.
5. B
Durante o período compreendido entre o governo JK (1956-1961) e Geisel (1974-1979) o Brasil recebeu
grande quantidade de capitais estrangeiros que foram investidos na economia e em especial na indústria.
Isso contribuiu para uma crescente dependência do país em relação a tecnologia estrangeira que era
investida nas indústrias e foi um processo guiado pela ação estatal caracterizando uma intervenção direta.
6. D
Durante o governo JK houve a criação do Plano de Metas que priorizava os investimentos em
determinados segmentos, dentre estes, o de energia, o de transportes e as indústrias.
7. E
Todas afirmativas, com exceção da E, estão corretas pois apontam características fundamentais para a
compreensão do momento inicial de industrialização brasileira que corresponde aos governos Vargas e
JK, tais como, as indústrias que mais se desenvolveram, o contexto econômico anterior à industrialização,
a mudança da capital e a questão da disparidade regional.
8. A
As características apresentadas descrevem o período do governo JK no qual os “anos dourados” referem-
se à chegada de uma modernidade tecnológica e também cultural chegando ao Brasil.
9. E
As características citadas apontam para o período do governo JK (1956-1961) caracterizado pelo
nacional-desenvolvimentismo. Foi nesse período que houveram grandes investimentos em transporte,
10
Geografia
produção de energia e indústrias de base, com o intuito de proporcionar o crescimento econômico
capitalista ao Brasil.
10. B
O governo JK foi caracterizado por três vertentes de investimentos, o capital nacional estatal, o capital
nacional privado e o capital privado externo. O recebimento de investimento externo era visto por JK como
uma verdadeira expressão nacionalista pois estaria colocando o interesse em desenvolver o país acima
de qualquer ideia de protecionismo nacionalista que estagnaria economicamente o país.
Questão contexto A construção de Brasília e a mudança da capital do país para o Planalto Central foram as metas-síntese
das ações desenvolvimentistas do governo de Juscelino Kubitschek, entre 1956 e 1961. Elas
representaram o objetivo de associar o crescimento e a modernização econômica a cada vez maior
integração nacional, por meio, dentre outras ações, dos investimentos na construção de estradas e na
expansão da indústria automobilística.
1
Guia do Estudo Perfeito
Alcance aquela sensação de eficácia completa
Resumo
Existem hábitos que são maravilhosos para desenvolvermos. Mesmo aqueles que sejam pequenos,
com o tempo, se transformam em algo incrível. Nesse sentido, escolher os melhores hábitos para você
desenvolver é uma tarefa importante. Stephen R. Covey é um pesquisador que realizou um estudo sobre o
hábito das pessoas que obtinham grande sucesso e eficiência. A partir de seus estudos, ele publicou o livro
Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes.
7 hábitos de
pessoas
altamente
eficazes
• Seja pró-ativo.
• Comece com o objetivo em mente.
• Primeiro, o mais importante.
• Pense Ganha/Ganha.
• Primeiro, procure compreender, depois, ser compreendido.
• Crie sinergia.
• Afine o instrumento.
Que conhecer um pouco mais sobre cada um desses hábitos? Então, assista ao resumo animado do
respectivo livro, produzido pelo canal IlustradaMente. É só clicar na imagem abaixo.
2
Guia do Estudo Perfeito
Não procrastine
No vídeo abaixo, Tim Urban explica a dificuldade para se livrar do hábito de esperar até o último minuto
para fazer as coisas. Se você sofre com isso, com a procrastinação, se liga neste TED engraçadíssimo que
irá te ajudar a eliminar esse mau hábito. Tenha certeza de que aquelas horas de procrastinação no YouTube,
Facebook ou Instagram irão diminuir depois desse vídeo.
Planeje, escreva e marque
Aquela sensação de eficácia e dever cumprido só é sentida quando você realmente é produtivo. Porém,
muitas vezes, você não percebe o tanto que fez no dia e na semana. Por isso, anote suas tarefas diárias, crie
um planner ou siga uma agenda. Sabia que existem aplicativos excelentes para te ajudar nisso? Abaixo, duas
indicações disponíveis, para Android ou IOS.
3
Guia do Estudo Perfeito
O primeiro aplicativo é o Google Agenda ou Calendar. Ele é útil para você anotar suas aulas, seus
compromissos, trabalhos. O segundo aplicativo é o Google Tarefas. Ele é interessante para você colocar
suas tarefas diárias e semanais. Os dois, dependendo da sua rotina, acabam se sobrepondo, portanto, você
pode escolher um. Utilizo muito o Google Tarefas para preencher tudo que preciso realizar na semana. Fazer
um trabalho, escrever um artigo, produzir um material, preparar uma aula, comprar biscoitos, remédios...
Tudo que é necessário executar. É possível destacar uma data, dando urgência para aquela tarefa. No final
do dia ou da semana, consigo visualizar tudo que foi feito. E isso é muito bom para alcançar aquela sensação
de tarefa cumprida. O Agenda me ajuda a lembrar de compromissos fixos, um evento, uma aula, uma sessão
de cinema e até um rodízio de comida japonesa!!!
Planeje os imprevistos e o lazer
Insira na sua agenda um período para imprevistos e lazer. Se durante a semana você não conseguiu
concluir aquela aula, você já sabe que terá um tempo para concluir isso. Aloque, também, um período de
lazer. Ele é fundamental para recarregar sua pilha de motivação. Nesse sentido, você deve fazer o seguinte:
• Aloque um tempo, no sábado ou domingo, para compensar imprevistos que possam ocorrer durante sua
semana de estudos.
• Incorpore os períodos de lazer ao seu cronograma. Defina o horário do cinema, do descanso, da festinha.
É uma tarefa que também precisa ser cumprida e que você precisa completar.
• Planeje sua próxima semana. É muito bom começar a semana sabendo o que você irá estudar.
• Respeite seu cronograma, seu planejamento.
4
Guia do Estudo Perfeito
Exercício
Vamos começar a registrar todas as nossas tarefas. Nesta semana, seu grande objetivo é baixar
algum aplicativo como o Google Agenda ou Tarefas. Você pode fazer isso de forma manual também. Para
isso, confira as publicações abaixo.
1
História
A Era Vargas – Estado Novo (1937-45) Quer ver esse material pelo Dex? clique aqui
Resumo
O Plano Cohen
Em 30 de setembro de 1937, o General Góes Monteiro noticiou no programa de rádio “Hora do Brasil”
que o exército havia descoberto um plano de uma insurreição comunista no Brasil. A leitura da carta virou a
principal manchete dos jornais, que reproduziam trechos do chamado Plano Cohen, que anunciava uma
grande revolta que eliminaria líderes políticos opositores, queimaria casas e prédios, incentivaria protestos,
saques e depredações para garantir a instalação de um Governo Socialista no Brasil. Apesar de descoberta
como uma falsa carta em 1945, escrita por Olímpio Mourão Filho, da Ação Integralista Brasileira, o documento
se tornou fundamental, em 1937, para o aprofundamento do autoritarismo de Vargas. O plano foi o que
fundamentou o golpe que inaugurou o Estado Novo. Apesar de falsa e escrita pela própria AIB, com a intenção
de afastar os socialistas e ganhar espaço no governo varguista, a Ação Integralista Brasileira (AIB) foi posta
na ilegalidade pelo regime, assim como os demais partidos políticos, em 3 de dezembro de 1937.
O DIP
O Departamento de Imprensa e Propaganda foi criado em 1939, durante o Estado Novo, com o objetivo
de construir a imagem do novo Estado brasileiro e de Getúlio Vargas como líder nacional. Para alcançar estes
objetivos, o DIP atuou de forma intensa na censura de eventos culturais, como peças, filmes e músicas, no
controle da informação divulgada na imprensa e também na produção de propagandas do regime, como a
organização de manifestações cívicas, a produção de filmes e conteúdos educativos e a elaboração de jornais
e programas de rádio.
CLT e Sindicalismo
Desde o Governo Provisório, um dos maiores objetivos de Vargas foi a construção de uma estrutura
que desmembrasse as possíveis lutas de classes, unificando a nação em prol do desenvolvimento nacional
e com a valorização do trabalhador urbano. A cristalização desse projeto chegaria apenas com o Estado Novo,
momento que Vargas finalmente consegue por em prática seus planejamentos, governando de forma
autoritária. Logo, a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), em 1º de maio de 1943, incorporou diversos
pontos da atual legislação trabalhistas e introduziu novos direitos aos trabalhadores, regulamentando férias
remuneradas, horários de trabalho, condições de segurança, salário mínimo e a relação entre patrões e
empregados.
Outras medidas tomadas no período também se referem a organização sindical no país. A pluralidade
sindical já era proibida desde 1931, com a criação do Ministério do Trabalho e foi reafirmada na Constituição
de 1934 e ainda reforçada no Estado Novo, em 1939. Também foi proibido a possibilidade de alianças entre
2
História
sindicatos, dificultando, assim, a organização independente e autônoma dos trabalhadores e o engajamento
em greves.
A Economia
Após a crise de 1929, as críticas ao modelo liberal e os problemas causados pela dependência
exclusiva do café, Vargas já inicia em 1930 uma mudança na estrutura econômica brasileira. Com o Estado
Novo, há a consolidação do modelo nacional desenvolvimentista, que visava uma maior intervenção do
Estado na economia, a valorização da produção nacional, a criação de órgãos de administração pública e o
desenvolvimento da indústria de base. Dentre algumas das principais indústrias públicas criadas durante o
Estado Novo estiveram a Companhia Siderúrgica Nacional (1941) e Companhia Vale do Rio Doce (1942).
O fim do Estado Novo
Com a entrada do Brasil na 2º Guerra Mundial, mandando a Força Expedicionária Brasileira para o
combate ao lado dos países democráticos, contra os regimes fascistas e autoritários, o governo Vargas
passou a ser questionado. Afinal, o posicionamento do país pela democracia colocava em questão o próprio
modelo autoritário que vigorava no Brasil, sendo enfim questionado por diversos setores, que desgastaram a
imagem de Vargas na imprensa. Foi neste contexto de redefinições que o Estado Novo entrou em crise e caiu
em outubro de 1945.
Quer assistir um QQD sobre o tema e ainda baixar mapa mental? clique aqui
3
História
Exercícios
1. No período do Estado Novo, Vargas impulsionou o desenvolvimento da indústria de base no Brasil.
Para tanto, foi necessário:
a) o desmantelamento do setor agroindustrial e a desapropriação dos grandes latifúndios.
b) o enfraquecimento do controle estatal e o direcionamento da atividade industrial para o setor
privado.
c) a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e a
Companhia Hidrelétrica de São Francisco.
d) a criação de comunas rurais ao longo do sertão brasileiro.
e) a criação de laços econômicos com companhias latino-americanas, visando assim a uma
associação pan-americanista industrial.
2. Vejam só!
A minha vida como está mudada
Não sou mais aquele
que entrava em casa alta madrugada
Faça o que eu fiz
Porque a vida é do trabalhador
Tenho um doce lar
E sou feliz com meu amor
O Estado Novo
Veio para nos orientar
No Brasil não falta nada
Mas precisa trabalhar
Tem café, petróleo e ouro
Ninguém pode duvidar
E quem for pai de quatro filhos
O presidente manda premiar
É negócio casar!
(Citado por SALIBA, Elias Thomé. A dimensão cômica da vida privada na República. In: SEVCENKO, Nicolau (org.).
"História da Vida Privada no Brasil". São Paulo: Companhia das Letras, 1998. v. 3. p. 355.)
Os versos acima são de um samba composto por Ataulfo Alves e Felisberto Martins, em 1941. Nele se
encontra expressa, de forma irreverente, a ideologia do Estado Novo, conhecida como:
a) Trabalhismo.
b) Tenentismo.
c) Queremismo.
d) Paternalismo.
e) Totalitarismo.
4
História
3. "Foi a ascensão das classes sociais urbanas, com a deposição do governo Washington Luís, em 1930,
que criou novas condições sociais e políticas para a conversão do Estado Oligárquico em Estado
Burguês. Esse foi o contexto em que o Governo Getúlio Vargas, nos anos 1930-1945, passou a pôr em
prática novas diretrizes políticas quanto às relações entre assalariados e empregadores". (Ianni, Octávio - ESTADO E PLANEJAMENTO ECONÔMICO NO BRASIL (1930 - 1970). Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1977, p. 34).
Conforme o texto, novas diretrizes políticas passaram a nortear o governo Vargas, especialmente após
1937, quando foi decretado o Estado Novo, que intensificou a regulamentação das relações entre as
classes patronais e os trabalhadores, no processo de industrialização vivido pelo Brasil no período
posterior a 1930. O espírito dessa intervenção estatal se expressa na
a) negação de práticas valorizadas pelo fascismo, como o corporativismo e a máquina de
propaganda.
b) tentativa de aproximar a política trabalhista, cada vez mais, dos integralistas, com vistas a
aliciar Plínio Salgado para a chefia do PTB.
c) busca da harmonia social caracterizada pelo fortalecimento do Estado, que passa a tutelar as
divergências e conflitos baseados em interesses particularistas.
d) valorização exclusiva dos trabalhadores nacionais, objetivando dar-lhes oportunidade de alcançar
o poder e assim fazer prevalecer sua ideologia, conforme legislação que previa expulsão dos
judeus e outros estrangeiros, residentes no Brasil.
e) concessão do direito de greve aos trabalhadores e do de "lockout" aos empresários, com o fim de
dirimir conflitos trabalhistas.
4. A implantação do Estado Novo no Brasil traz, em seu bojo, uma grande contradição que é a de que,
em uma ditadura, foram assegurados diversos direitos sociais aos trabalhadores. Qual das alternativas
abaixo trata de direitos ou benefícios conseguidos pelos trabalhadores urbanos no período entre 1937
e 1945?
a) Estatuto da Terra, Jornada Semanal de 40 horas e Estabelecimento do Salário Mínimo.
b) Consolidação das Leis do Trabalho, Criação do Seguro-Desemprego e Ampliação da Licença
Maternidade de 84 para 120 dias.
c) Criação da Justiça do Trabalho, Estabelecimento do Salário Mínimo e Consolidação das Leis do
Trabalho.
d) Reconhecimento do Direito de Greve, Estatuto da Terra e Jornada Semanal de 44 horas.
e) Ampliação da Licença Maternidade de 84 para 120 dias, Criação da Justiça do Trabalho e
Reconhecimento do Direito de Greve.
5
História
5. No Brasil, o Golpe de Estado de 1937 revelou um importante e poderoso componente no jogo político:
o aperfeiçoamento da propaganda como instrumento de dominação.
Sobre a máquina de propaganda no Estado Novo, assinale a alternativa correta.
a) Atuava na perseguição e punição dos adeptos da ideologia nacionalista, considerados inimigos da
pátria.
b) Com a criação do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), democratizou-se o acesso aos
meios de comunicação, que passaram a atuar com maior liberdade de expressão.
c) A propaganda do Estado Novo procurou vincular a liderança de Getúlio à imagem do político
generoso e conciliador.
d) O DIP teve como função disseminar a cultura independente e criativa dos músicos, artistas e
literatos nacionais.
e) A ampliação da presença dos meios de comunicação de massa (rádio, televisão, cinema,
imprensa) no cotidiano das pessoas impediu a censura e o ufanismo dos partidários do Golpe de
Estado.
6. Em 21 de dezembro de 1941, Getúlio Vargas recebeu Osvaldo Aranha, seu ministro das Relações
Exteriores, para uma reunião. Leia alguns trechos do diário do presidente:
"À noite, recebi o Osvaldo. Disse-me que o governo americano não nos daria auxílio, porque não
confiava em elementos do meu governo, que eu deveria substituir. Respondi que não tinha motivos
para desconfiar dos meus auxiliares, que as facilidades que estávamos dando aos americanos não
autorizavam essas desconfianças, e que eu não substituiria esses auxiliares por imposições estranhas." (VARGAS, Getúlio, Diário. São Paulo/Rio de Janeiro, Siciliano/ Fundação Getúlio Vargas, 1995, vol. II, p. 443.)
A respeito desse período, podemos afirmar:
a) As desconfianças norte-americanas eram completamente infundadas porque não havia nenhum
simpatizante do nazi-fascismo entre os integrantes do governo brasileiro.
b) Com sua política pragmática, Vargas negociou vantagens econômicas com o governo americano
e manteve em seu governo simpatizantes dos regimes nazifascistas.
c) Apesar das semelhanças entre o Estado Novo e os regimes fascistas, Vargas não permitiu nenhum
tipo de relacionamento diplomático entre o Brasil e os países do Eixo.
d) No alto escalão do governo Vargas havia uma série de simpatizantes do regime comunista da
União Soviética e de seu líder Joseph Stalin.
e) As pressões do governo norte-americano levaram Vargas a demitir seu ministro da Guerra, o
general Eurico Gaspar Dutra, admirador dos regimes nazifascistas
6
História
7. O terceiro dos veículos de massa era inteiramente novo: rádio. [...] O rádio transformava a vida dos
pobres, e sobretudo das mulheres pobres presas ao lar, como nada fizera antes. Trazia o mundo à sua
sala. Daí em diante, os mais solitários não precisavam mais ficar inteiramente a sós. E toda a gama do
que podia ser dito, cantado, trocado ou de outro modo expresso em som estava agora ao alcance deles.
[...] sua capacidade de falar simultaneamente a incontáveis milhões, cada um deles sentindo-se
abordado como indivíduo, transformava-o numa ferramenta inconcebivelmente poderosa de
informação de massa, como governantes e vendedores logo perceberam... (Eric Hobsbawn. As artes (1914-1945), in "Era dos extremos. O breve século XX (1914-1991)")
A veiculação de propaganda política através do rádio foi um recurso amplamente usado pelos governos
populistas de Vargas e Perón na América Latina. A transmissão de discursos presidenciais
especialmente direcionados aos ouvintes tinha por objetivo principal
a) ampliar a participação popular nas esferas do poder político do Estado.
b) informar a população da situação econômica do país e das medidas aprovadas pelo Congresso.
c) promover a identificação do cidadão com o líder político, autointitulado protetor dos pobres.
d) assegurar a não realização de greves e reivindicações trabalhistas que prejudicassem a
estabilidade nacional.
e) veicular campanhas sociais contra o analfabetismo, a fome e as mazelas que atingiam a população
humilde.
8. O regime político conhecido como Estado Novo implantado por golpe do próprio Presidente Getúlio
Vargas, em 1937, pode ser associado à(ao):
a) radicalização política do período representada pela Aliança Nacional Libertadora, de orientação
comunista e a Ação Integralista Brasileira, de orientação fascista.
b) modernização econômica do país e seu conflito com as principais potências capitalistas do mundo,
que tentavam lhe barrar o desenvolvimento.
c) ascensão dos militares à direção dos principais órgãos públicos, porque já se delineava o quadro
da Segunda Guerra Mundial.
d) democratização da sociedade brasileira em decorrência da ascensão de novos grupos sociais
como os operários.
e) retorno das oligarquias agrárias ao poder, restaurando-se a Federação nos mesmos moldes da
República Velha.
7
História
9. O Estado Novo, período que se seguiu ao golpe de Getúlio Vargas (10/11/1937 até 29/10/1945)
caracterizou-se:
a) pela centralização político-administrativa, eliminação da autonomia dos estados e extinção dos
partidos políticos;
b) pela proliferação de partidos políticos, revogação da censura, descentralização político-
administrativa;
c) pelo apoio ao comunismo internacional;
d) pelo movimento tenentista, reconhecimento dos partidos de esquerda e estabelecimento das
eleições diretas;
e) pela formação de uma Assembleia Constituinte que votaria a Constituição de 1937, conhecida
como a mais liberal da República.
10. Durante a maior parte do Estado Novo (1937-1945), a política externa brasileira pode ser caracterizada
por uma
a) orientação pragmática frente aos Estados Unidos e à Alemanha nazista.
b) subordinação total aos interesses dos Blocos Soviéticos e Pan-Americano.
c) orientação de dependência relativa com relação à Itália e ao Japão.
d) subordinação integral aos Estados Unidos e à Europa aliada.
e) orientação de alinhamento automático aos países da América Latina.
8
História
Gabarito
1. C
A criação de companhias nacionais que se concentrassem na indústria de base foi um ponto
determinante na política de desenvolvimento econômico de Getúlio Vargas. Áreas como a siderurgia e a
metalurgia tinham o papel de fornecer bens de produção, isto é, peças e maquinário feitos de aço e
outros metais, que gerassem empregos desde o setor de prospecção até o de produção em série de
bens de consumo
2. A
O samba destaca a política trabalhista consolidada durante o Estado Novo, representando o plano do
novo governo de destruir o mito do “malandro das ruas”, e construir a ideia do trabalhador urbano forte e
nacionalista.
3. C
Com um discurso de valorização da nação acima de interesses particulares, o Estado Novo promoveu
uma política de conciliação entre as classes que valorizasse, por fim, a união e o desenvolvimento do
país tutelados pelo Estado.
4. C
A Criação da Justiça do Trabalho, o estabelecimento do Salário Mínimo e a Consolidação das Leis do
Trabalho foram políticas do Estado Novo destinadas aos trabalhadores.
5. C
O DIP foi responsável pela construção e circulação de uma imagem de Getúlio Vargas como um político
carismático, paternalista e conciliador dos diversos interesses particulares. Através da organização de
eventos cívicos, filmes, programas de rádio e materiais educativos, o DIP construiu esse mito de “pai dos
pobres”.
6. B
Uma das principais marcas do Governo Vargas foi a sua complexidade política. Ao mesmo tempo que
se inspirou nos regimes fascistas para a incorporação de leis e políticas semelhantes no Brasil, manteve
relações econômicas e culturais estreitas com os E.U.A, através da política de boa vizinhança. Dentro
de seu governo esse perfil não era diferente, mantendo aliados simpatizantes do fascismo e críticos dos
governos de Hitler e Mussolini.
7. C
O rádio é um importante veículo de propaganda política nesse contexto. Com o seu crescimento nos
lares brasileiros desde a década de 1920, durante o Estado Novo, muitas famílias, desde as mais ricas
até as mais pobres e atingidas pelo analfabetismo, já utilizavam o rádio como o principal meio de
comunicação.
8. A
Com a radicalização dos conflitos entre a ANL e AIB, integrantes da AIB, em uma tentativa de aumentar
sua influência no Governo e afastar os socialistas, escreveram o chamado “Plano Cohen”, um documento
que denunciava o planejamento de uma revolta socialista no Brasil. Apesar de ser uma carta falsa, foi
utilizada por Vargas como justificativa para o golpe de 1937, a instalação do Estado Novo e a proibição
dos partidos políticos, inclusive a AIB.
9
História
9. A
Tais medidas evidenciam o caráter ditatorial do período, com um controle muito maior nas mãos de
Vargas.
10. A
A política externa foi utilizada pelo Estado Novo como um instrumento estratégico de desenvolvimento
econômico e é por isso que pode ser considerada “pragmática”.
1
História
A Era Vargas – Governo Provisório e Constitucional (1930-37) Quer ver esse material pelo Dex? clique aqui
Resumo
O Governo provisório e a Revolta Constitucionalista
Em 1930, após a eleição de Júlio Prestes como presidente e a morte do político João Pessoa, na
Paraíba, inicia-se um processo conhecido como “Revolução de 1930”, que marca o começo da chamada
“Era Vargas”. O primeiro momento desta nova Era na História do Brasil ficou conhecido pela deposição do
então presidente Washington Luís e pela instalação de um Governo Provisório, com o gaúcho Getúlio
Vargas na presidência, reorganizando a esfera política nacional para lidar com a crise econômica de 1929
e para, enfim, afastar o que o mesmo chamava de uma “política viciada”, dominada pelas oligarquias do
café que se revezavam no poder há anos.
No governo provisório temos como um dos principais acontecimentos a anulação da Constituição de
1891, a dissolução do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas, a nomeação de interventores
federais e uma maior centralização do poder nas mãos de Vargas. Diversos tenentes e aliados de Getúlio
foram indicados pelo gaúcho como interventores federais em diversos estados, exceto em Minas Gerais,
que manteve o Presidente estadual Olegário Maciel, Pernambuco, que manteve o líder local Carlos de Lima
Cavalcanti e Rio Grande do Sul, com José Antônio Flores da Cunha, que assumiu o governo local. Vargas
aplicou essa estratégia para terminar com as práticas clientelistas como a Política dos Governadores
implantada desde Campos Sales na década de 1890.
Essa política e os atrasos na elaboração de uma nova Constituição incomodaram profundamente as
elites locais, que antes de Vargas dominavam o mecanismo político-eleitoral, assim as outras velhas elites
projetavam seu contragolpe fora da capital federal. Vargas ainda tentou conciliar e pacificar a situação,
promulgando em fevereiro de 1932 um novo Código Eleitoral (imposição da obrigatoriedade do voto, criação
da Justiça Eleitoral, voto secreto, concessão do direito ao voto a mulheres maiores de 21 anos) e, em março,
convocando eleições para a Assembleia Constituinte de 1933, no entanto, as ações de Vargas não
acalmaram os insatisfeitos paulistas, que exigiam eleições e uma nova Constituição de imediato.
Assim, os ressentidos fazendeiros paulistas planejavam uma nova empreitada, estes, que desde
1930 faziam campanha contra Vargas e criticavam a falta de independência dos estados em 1932,
radicalizaram-se depois da morte dos estudantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo em um comício.
Estes deram o nome para o movimento constitucionalista, chamado então de MMDC.
O MMDC tinha os planos de fazer um rápido assalto à capital e forçar uma Constituição e novas
eleições, no entanto, São Paulo, a Frente Única Gaúcha (cisão do PRR) e o Estado de Maracaju (parte sul
do Mato Grosso que almejava a separação) se viram isolados no cenário nacional e acabaram sendo
derrotados em 87 dias (23 de maio á 9 de julho de 1932), a revolta contou com 200 mil voluntários, dentre
eles estavam Monteiro Lobato, José de Alcântara Machado e Mário de Andrade, o último e o primeiro ainda
nutriam sentimentos separatistas para o futuro de São Paulo.
2
História
Um dos destaques da revolta foi a Escola Politécnica da USP que desenvolveu diversos armamentos
com parceria de empresas e engenheiros estrangeiros, como os “TB” ou trens blindados que foram
importantíssimos na frente Sul do conflito com o Paraná, os estudantes desenvolveram também carros
blindados com base nos chassis de tratores e automóveis, mas nada disso foi suficiente para os mais de
100 mil combatentes federais. No entanto, São Paulo saiu com vitórias parciais, como a promessa de uma
constituição, eleições em 1933 (que já estavam marcadas) e o direito de eleger um governador.
Governo Constitucional e Intentona Comunista
O governo constitucional de Getúlio Vargas começa com a Assembleia Constituinte a partir de maio
de 1933. A nova Constituição veio para substituir 3 anos depois a já anulada carta republicana de 1891. A
Assembleia Constituinte contou com 214 parlamentares e 40 líderes sindicais, isso é um exemplo da adoção
do corporativismo , do trabalhismo, da simpatia nutrida pelos regimes fascistas que Getúlio aplicava em
suas políticas e é um marco de suas relações internacionais.
A Constituição varguista foi guiada por princípios mais progressistas como a instituição do voto
secreto e o direito ao voto feminino e trabalhistas, como a criação da Justiça do Trabalho na própria carta.
Além disso, nacionalizou as riquezas do subsolos e quedas d’agua para hidrelétricas e abastecimento,
estatizou também bancos e empresas de seguro, determinou que as empresas estrangeiras deveriam ter
dois terços de funcionários brasileiros e proibiu diferenças de salário na mesma função, entre outras coisas.
Em 1934, os opositores de Getúlio Vargas se reuniram sob a sigla da ANL – Aliança Nacional
Libertadora. A ANL reunia intelectuais como Caio Prado Junior e João Saldanha que tinham inspiração
marxista. A Aliança foi oficialmente lançada nos fins de 1934 no Congresso Nacional, seu manifesto defendia
a reforma agrária, o não pagamento das dívidas externas, a nacionalização das empresas estrangeiras, a
proteção dos pequenos e médios empresários, garantias democráticas amplas e a instalação de um governo
popular. O documento foi lido por Carlos Lacerda e o presidente honorário seria Luís Carlos Prestes, no
início de 1935.
Prestes voltou ao Brasil de forma clandestina de seu exílio na União Soviética. Em julho daquele ano,
durante um protesto da Aliança, foi lido um manifesto escrito por Prestes que incitava a derrubada do
governo. Frente a grande repercussão do manifesto, Vargas ordenou o fechamento da ANL que continuou
o funcionamento na ilegalidade, os opositores então decidiram por cumprir o manifesto de Prestes.
Então, em novembro, os quartéis de Natal, Recife e Rio de Janeiro se levantaram contra o governo,
sendo que a capital do Rio Grande do Norte ficou sob o comando dos revolucionários durante quatro dias.
Contudo, o governo não teve dificuldades em sufocar a rebelião encabeçada por Prestes, que, como punição,
ficou preso durante anos. Porém, é importante destacar que o destino mais triste foi o de sua companheira,
Olga Benário, que foi mandada por Vargas para a Alemanha como presente para Hitler. Ela morreu em um
campo de concentração nazista.
Vargas usou dessa ocasião para começar um endurecimento da repressão e a supressão de direitos
políticos, o Brasil estava em estado de sítio e o congresso aprovava leis que ampliavam os direitos do
presidente. Em 1937, Vargas forjaria um plano comunista a fim de dar o último golpe na cambaleante
democracia, ele promulgou outra Constituição de inspiração fascista e cancelou as eleições, mergulhando
3
História
o Brasil em uma das mais sangrentas ditaduras. Este processo só foi possível pelo seu alinhamento com as
elites militares e as oligarquias do campo e da cidade. A aproximação com os regimes fascistas era notável,
o seu Ministro das Relações Exteriores, Mario de Pimentel Brandão, chegou até mesmo a recusar vistos
para imigrantes de origem judaica.
Grande parte da manutenção do poder do Estado Novo estava no DIP (Departamento de Imprensa e
Propaganda), este órgão federal era encarregado da propaganda oficial e da censura dentro do país, por
meio da promoção do nacionalismo exaltado pelo medo da “ameaça comunista” e o culto a imagem do
Estado e de Getúlio. O departamento lançava a base ideológica do regime e conquistando as massas, estes
faziam amplo uso do rádio e do cinema para sustentar as ideias do regime, houve ainda a criação de uma
matéria nas escolas chamada “Educação Moral e Cívica” para doutrinar as crianças ao modelo do regime.
Modernização Econômica
Vargas promoveu uma das maiores campanhas de industrialização do Brasil, ele investiu muito em
indústrias de base para o fornecimento de matéria-prima para a indústria, o que contribuiu para a troca de
centro da vida nacional. Com isso, o ditador conseguiu apoio das elites industriais urbanas que ajudaram
na edificação e manutenção do regime, já que ele necessariamente precisaria de apoio das elites para
continuar com a sua empreitada, sem contar que essa burguesia industrial sentia medo da ameaça dos
partidos e ideologias de esquerda que haviam se radicalizado desde a revolução de 1930.
O Brasil entrara finalmente no capitalismo industrial moderno, para tanto foram criados mecanismos
estatais que promovessem essa modernização da economia, como o Conselho Nacional do Petróleo
(embrião da Petrobrás) incumbido de assuntos referentes ao abastecimento de petróleo e combustível e o
Conselho Federal de Comércio Exterior, incumbido de melhorar as relações brasileiras com os outros países
em relação as exportações e importações. Havia ainda um órgão em especial que fiscalizava toda a
gigantesca máquina burocrática que era o Estado Novo, o Departamento Administrativo do Serviço Público
tinha seu pessoal nomeado pelo próprio presidente e se ramificava pelo Governo Federal e dos estados, a
fim de fiscalizar os atos praticados pelos governadores e seus gabinetes, estes eram os olhos e ouvidos de
Vargas que, por meio desse departamento, se fazia onipresente na vigilância de seu regime.
No ramo das relações trabalhistas o “pai dos pobres” (apelido criado pelo DIP para Vargas)
comandava os sindicatos que passaram todos para o controle do Governo Federal, os “pelegos” como eram
chamados os líderes sindicais amigos do governo que comandavam as organizações sendo responsáveis
pelas negociações entre patrões e empregados, assim, os sindicatos e os trabalhadores estariam
controlados pelo governo federal e não mais representariam uma possível força opositora.
4
História
O Brasil na Segunda Guerra Mundial
Com o começo da Segunda Guerra Mundial, em 1939, o apoio do Brasil vinha sendo disputado tanto
pelo eixo como pelos aliados. Assim o governo brasileiro se manteve neutro até 1942, quando adotou a
Carta do Atlântico, o que teoricamente colocaria o Brasil do lado dos aliados.
A adoção do lado aliado pelo Brasil foi um misto de barganha com pressão, a parte pressionada vinha
das pressões navais inglesas e estadunidenses e a proximidade com os EUA fazia que uma invasão ianque,
caso o Brasil entrasse para o lado do eixo, fosse iminente. A parte da barganha veio através da construção
da CSN-Companhia Siderúrgica Nacional por parte dos Estados Unidos, além da grande compra de
armamentos pelo Brasil dos Estados Unidos, que depois da guerra permaneceriam com o Brasil. Após os
ataques alemães a navios mercantes brasileiros e sucessivos protestos para a declaração de guerra o
governo decide mandar soldados para o front em 1944.
A Força Expedicionária Brasil, a FEB, cumpriu suas missões na libertação da Itália, sendo a missão
mais famosa a tomada de Monte Castelo ao lado dos combatentes estadunidenses. Mais de quatorze mil
militares alemães se renderam as forças brasileiras, no entanto, mesmo cumprindo as missões os
“pracinhas” enfrentaram dificuldades em seus combates como o frio extremo para os brasileiros na região
dos Montes Apeninos e a dificuldade do combate em terreno montanhoso, no total a FEB contou em torno
de 400 baixas entre os soldados na batalha de Monte Castelo.
O destaque foi para os 42 pilotos brasileiros enviados a guerra, pela falta de pessoal, os pilotos não
tinham períodos de folga para retorno ao Brasil como os outros países aliados o que os tornava mais
experientes e eficientes nos ares de batalha. Apesar da pequena participação brasileira, a guerra teve
enorme impacto na política interna do país, principalmente pela contradição de um regime ditatorial ter
entrado do lado das democracias no conflito, isso contribuiu para o fim do Estado Novo. Uma prova desse
impacto foi a proibição do uso de condecorações e uniformes pelos voluntários e o remanejamento dos
militares de carreira que integraram a FEB para áreas longe dos centros urbanos pelo medo de um destaque
político para esses militares e civis, sendo que a força foi desmobilizada ainda em solo italiano.
Quer assistir um QQD sobre o tema e ainda baixar mapa mental? clique aqui
5
História
Exercícios
1. O último presidente a governar o Brasil antes da ascensão de Getúlio Vargas ao poder representava
os interesses das oligarquias regionais. Em 1930, esses interesses foram atacados por uma nova
elite, ligada, sobretudo, a políticos do sul do país e ao exército, que ansiava:
a) pela formação de novas oligarquias regionais com poderes mais fortalecidos em relação ao poder
central.
b) pela descentralização do poder regional. O que foi feito por meio das intervenções que Vargas
ordenou durante o governo provisório.
c) pela restituição da ordem imperial, que levou à restauração da dinastia de Bragança.
d) pela divisão do país e construção de uma república positivista, que abarcou o Sul e o Sudeste.
e) pela instituição de um regime federalista aos moldes dos Estados Unidos da América.
2. O general Góis Monteiro, Ministro da Guerra de Getúlio Vargas, afirmava em uma carta dirigida ao
presidente, em 1934: "O desenvolvimento das ideias sociais preponderantemente nacionalistas e o
combate ao estadualismo (provincialismo, regionalismo, nativismo) exagerado não devem ser
desprezados, assim como a organização racional e sindical do trabalho e da produção, o
desenvolvimento das comunicações, a formação das reservas territoriais e milícias cívicas, etc., para
conseguir-se a disciplina intelectual desejada e fazer desaparecer a luta de classes, pela unidade de
vistas e a convergência de forças para a cooperação geral, a fim de alcançar o ideal comum à
nacionalidade".
No trecho dessa carta estão expressos pontos centrais do regime instalado após a Revolução de
1930, entre eles:
a) organização de milícias estaduais, regulamentação das relações trabalhistas e educação.
b) estímulo à autonomia dos Estados, organização de milícias estaduais e nacionalismo.
c) organização de milícias estaduais, centralização política e educação
d) centralização política, regulamentação das relações trabalhistas e nacionalismo.
e) estímulo à autonomia dos Estados, regulamentação das relações trabalhistas e educação.
3. Em março de 1934, Luís Carlos Prestes fundou uma frente popular, a Aliança Nacional Libertadora,
que objetivava atrair setores democráticos e antifascistas da sociedade para um programa de
reformas políticas e sociais. O governo de Vargas perseguiu Prestes devido à:
a) emergência de regimes autoritários na Europa influenciando a organização partidária no Brasil.
b) cooptação dos sindicatos pelo Estado, com suas sedes tornando-se locais da propaganda oficial.
c) proposta política de estabelecer um governo revolucionário no Brasil alinhado com a União
Soviética.
d) organização da Ação Integralista Brasileira, que defendia um projeto de Estado autoritário para
o país.
e) rivalidade entre integralistas e aliancistas, os quais mobilizaram o país, ampliando o clima de
confrontos.
6
História
4. A Constituição federal brasileira de 1934, a segunda da República, manteve a base liberal e
democrática da anterior, mas incorporou novidades importantes, entre elas:
a) a implantação do sufrágio universal e secreto, o voto direto e obrigatório para todos os cidadãos
e independência dos três Poderes da República;
b) o regime representativo e federativo, a autonomia dos estados, o direito ao habeas corpus, a
criação do casamento civil e do serviço militar obrigatório;
c) a dissolução dos partidos políticos e do Parlamento, a instituição do imposto sindical, a criação
da Polícia Secreta e do Ministério do Trabalho;
d) o estabelecimento da jornada de trabalho de 44 horas semanais, o amplo direito de greve, o
seguro-desemprego e a criação do pluripartidarismo;
e) o direito de voto feminino, a legislação trabalhista, o salário-mínimo para os trabalhadores e a
criação das justiças Eleitoral e do Trabalho.
5. A respeito do contexto em que foi concebida a Constituição de 1934, o historiador Marco Antônio Villa
fez as seguintes considerações:
O culto do Estado forte é típico do período. Os Estados Unidos não eram mais o modelo. A inspiração
vinha da Europa, do totalitarismo. Todos atacavam as ideias liberais, consideradas anacrônicas. O
escritor e ex-deputado Afonso Arinos, que anos depois seria um dos mais importantes líderes da
União Democrática Nacional (UDN) e um dos mais enfáticos defensores do liberalismo, escreveu, em
carta a Getúlio Vargas, que o “Brasil precisa de um Estado forte. E esse só os moços, que o sentem
necessário, poderá criar”. Ainda antes da instalação dos trabalhos, e criticando o líder mineiro Antônio
Carlos, que foi eleito presidente da Constituinte, disse o que o velho político representava a “rala água
com açúcar do liberalismo flor de laranja”. (VILLA, Marco Antônio. História das Constituições Brasileiras. São Paulo: Editora LEYA, 2011.).
Partindo das considerações de Villa, é possível afirmar que:
a) o “culto do Estado forte”, nessa época, era uma característica restrita à América Latina, portanto,
o autor erra ao dizer que os modelos europeus eram totalitários.
b) o “culto do Estado forte” e a rejeição das ideias liberais foram abandonados em 1937, na ocasião
da instituição do Estado Novo.
c) a referência aos Estados Unidos, de não serem mais “o modelo”, remete à constituição de 1891,
a primeira da República.
d) o governo constitucional de Vargas caracterizou-se pelo pluralismo político e pela política de
descentralização do poder na esfera do executivo.
e) as ideias liberais triunfaram no governo constitucional de Vargas, tendo prosseguido em franco
desenvolvimento durante o Estado Novo, a partir de 1937.
7
História
6. Nas “Disposições Transitórias” da Constituição de 1934, pode-se ler o seguinte, em seu primeiro
artigo:
Art 1º - Promulgada esta Constituição a Assembleia Nacional Constituinte elegerá, no dia imediato, o
Presidente da República para o primeiro quadriênio constitucional.
§ 1º - Essa eleição far-se-á por escrutínio secreto e será em primeira votação, por maioria absoluta
de votos, e, se nenhum dos votados a obtiver, por maioria relativa, no segundo turno.
[...]
§ 3º - O Presidente eleito prestará compromisso perante a Assembleia, dentro de quinze dias da
eleição e exercerá o mandato até 3 de maio de 1938.
Considerando que Vargas estava à frente do poder executivo desde 1930, quando houve o golpe
contra a República Oligárquica, é possível dizer que o artigo 1º das “Disposições Transitórias” da
Constituição de 1934:
a) não favoreceu Vargas, haja vista que ele precisava, nessa época, do voto popular para
permanecer à frente da presidência da República.
b) favoreceu os antigos oligarcas de antes da Revolução de 1930.
c) deflagrou uma nova insurreição armada no Estado de São Paulo.
d) beneficiou o legado da Revolução de 1930 e o poder centralizador de Vargas ao não convocar
eleições diretas para presidente.
e) não favoreceu Vargas, pois Carlos Lacerda, com o apoio da UDN, foi eleito presidente em 1934
7. Pode-se afirmar que, entre os principais motivos de ter havido uma Assembleia Constituinte para a
concepção da Constituição de 1934, está:
a) a pressão de militares, como o general Costa e Silva, para que o governo tivesse uma nova
Constituição.
b) a colaboração ideológica do Partido Comunista Brasileiro para a formação do modelo de governo
de Getúlio Vargas.
c) a influência do modelo de Estado dos EUA.
d) a influência do modelo parlamentarista da Inglaterra.
e) a pressão política advinda da Revolução de 1932.
8. A política industrial da Era Vargas caracterizou-se por promover:
a) a internacionalização da economia, com ênfase na produção de bens de consumo.
b) as bases para a expansão industrial, por meio de uma política econômica intervencionista,
pragmática e nacionalista
c) a introdução de capitais estrangeiros e a prática econômica liberal.
d) a redução do papel do Estado no desenvolvimento econômico.
e) a reintegração do país no sistema econômico mundial, por meio da monocultura cafeeira.
8
História
9. Com respeito à Ação Integralista no Brasil, na década de 1930, é correto afirmar que
a) foi uma cópia fiel do fascismo italiano, inclusive nas cores escolhidas para o uniforme usado nas
manifestações públicas.
b) foi um movimento sem expressão política, pois não tinha líderes intelectuais, nem adesão popular.
c) tinha como principais marcas o nacionalismo, a base sindical corporativa e a supremacia do
Estado.
d) elegeu católicos, comunistas e positivistas como antagonistas mais significativos.
e) foi um movimento financiado pelo governo getulista, o que explica sua sobrevivência.
10. O fato é que de obra de ficção o documento foi transformado em realidade, passando das mãos dos
integralistas à cúpula do Exército. A 30 de setembro, era transmitido pela "Hora do Brasil" e publicado
em parte nos jornais. (FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo. Edusp, 1996).
O documento a que o texto se refere ajudou Getúlio Vargas a dar o golpe que criou o Estado Novo.
Trata-se do:
a) Plano Bresser
b) Plano Quinquenal
c) Plano de Metas
d) Plano Nacional de Desenvolvimento
e) Plano Cohen
9
História
Gabarito
1. B
O início do Governo Provisório marca um intenso combate de Vargas ao que o mesmo definia como
uma “política viciada”, composta por poderes locais e uma oligarquia que sempre se revezava no poder.
O novo governo indica assim Interventores Federais, responsáveis pela descentralização desses
poderes locais, acaba com as Assembleias Legislativas e centraliza o poder nas mãos de Vargas.
2. D
Podemos destacar o trecho da carta: “O desenvolvimento das ideias [...] nacionalistas e o combate ao
estadualismo (provincialismo, regionalismo, nativismo) […], o desenvolvimento das comunicações, a
formação das reservas territoriais e milícias cívicas […], a convergência de forças para a cooperação
geral, a fim de alcançar o ideal comum à nacionalidade". O trecho marcado aponta as principais ideias
projetadas durante o Governo Provisório e se consolidaram na chamada Era Vargas, com políticas
nacionalistas, valorização do trabalho e centralização do poder, que evitavam, sobretudo, o
crescimento da luta de classes, a autonomia de forças locais e, por fim, valorizava a ideia de uma nação
unida em prol do desenvolvimento.
3. C
Luís Carlos Prestes fundou a Aliança Libertadora Nacional inspirado no comunismo revolucionário
internacional, cujo poder central era a URSS.
4. E
Algumas das medidas já haviam sido criadas durante o Governo Provisório, logo, foram incorporadas
a nova Constituição de 1934.
5. C
A primeira constituição da República do Brasil foi promulgada em 1891 e tinha como modelo principal
a constituição dos Estados Unidos da América, como acentua Marco Antônio Villa.
6. D
Com a Constituição de 1934, Vargas consegui estabelecer eleições indiretas que o manteriam mais
quatro anos no poder, consolidando as conquistas da chamada Revolução de 1930. Destaca-se que,
apesar da eleição ser indireta, Vargas já tinha entre deputados e senadores a maioria necessária para
a vitória.
7. E
O Governo Provisório, desde 1930, já anunciava que realizaria novas eleições, mas sempre as atrasava.
Com o movimento Constitucionalista de 1932, no entanto, houve um aumento da pressão por uma
Assembleia Constituinte imediata e por novas eleições no país. O movimento, apesar de derrotado,
acelerou o processo da constituinte, que aconteceu em 1934.
8. B
A partir de 1930 a industrialização passa a ser uma preocupação governamental, incentivada e
sistematizada, em seu primeiro momento, pelo Estado.
9. C
Inspirado no Fascismo, a AIB teve como principal líder Plínio Salgado e foi um movimento de forte
expressão nacionalista, católica e defendia um Estado forte e autoritário.
10
História
10. E
O Plano Cohen foi um documento falso “encontrado” pela AIB e que apontava para eminência de um
suposto plano comunista de golpe. É a partir desta falsa ameaça que Getúlio Vargas justificava o golpe
que dá início ao Estado Novo.
1
Literatura
Exercícios de revisã: modernismo 1ª fase Quer ver esse material pelo Dex? clique aqui
Resumo
O Modernismo – 1ª Fase
A 1ª fase do Modernismo, ou também chamada de “fase heroica”, é considerada de suma importância
para a literatura e as outras manifestações de arte, principalmente, porque foi impulsionada após a Semana
de Arte Moderna, em 1922. A relevância desse novo momento para a construção da identidade brasileira é
ímpar. Isso se justifica porque, comparando aos movimentos literários anteriores, do século XIX, nota-se que
a forma, a linguagem e a temática ainda estavam muito vinculadas aos modelos europeus e o Modernismo
quer, justamente, negar os valores da sociedade patriarcal e da arte mimética.
Após a influência das vanguardas europeias, que romperam padrões artísticos e desconstruíram a
imagem prototípica do belo, dá-se início à valorização da liberdade de expressão. Influenciados pela criação
artística, autores literários brasileiros sentem a necessidade de desenvolver uma poesia mais criativa e
voltada para a realidade nacional.
Neste sentido, a primeira fase do Modernismo, na poesia, tem o intuito de ajudar a construir de – forma crítica
– a identidade nacional, a partir do início do século XX.
Características do Modernismo
● Adoção de versos livres e brancos;
● Desvio das formas clássicas, como os sonetos;
● Valorização da linguagem coloquial;
● Nacionalismo crítico;
● Pluralidade cultural, fruto da miscigenação;
● Valorização do cotidiano;
● Dessacralização da arte;
● Liberdade artística;
● Poesia sintética;
● Tom prosaico;
● Valorização da originalidade.
Na poesia, os principais autores são Oswald de Andrade (criador do “Manifesto Pau Brasil” e do
“Manifesto Antropofágico”) e Manuel Bandeira. Já na prosa, destacam-se Mário de Andrade (autor de
“Macunaíma”) e Antônio de Alcântara Machado.
Quer assistir um QQD sobre o tema e ainda baixar mapa mental? clique aqui
2
Literatura
Exercícios
1. Baseando-se no trecho abaixo, responda:
"Trem de ferro
Café com pão
Café com pão
Café com pão
Virge Maria que foi isto maquinista?"
(Manuel Bandeira)
I. A significação do trecho provém da sugestão sonora.
II. O poeta utiliza expressões da fala popular brasileira.
III. A temática e a estrutura do poema contrariam o programa poético do Modernismo.
a) se I, II e III forem corretas.
b) se I e II forem corretas e III incorreta.
c) se I, II e III forem incorretas.
d) se I for incorreta e II e III corretas.
e) se I e II forem incorretas e apenas III correta.
2. O alpinista
de alpenstock
desceu
nos Alpes
O texto acima, capítulo do romance “Memória Sentimentais” de João Miramar, exemplifica uma
tendência do autor de:
a) Procurar as barreiras entre poesia e prosa, utilizando estilo alusivo e elíptico.
b) Explorar o poema em forma de prosa, satirizando as manifestações literárias do Pré-modernismo.
c) Buscar uma interpretação lírica de seu país, explorando a forca sugestiva das palavras.
d) Utilizar o poema-piada, para satirizar tudo o que não fosse nacional.
e) Procurar “ser regional e puro em sua época”, negando influências das vanguardas europeias.
3
Literatura
3. Estrada
Esta estrada onde moro, entre duas voltas do caminho,
Interessa mais que uma avenida urbana.
Nas cidades todas as pessoas se parecem.
Todo mundo é igual. Todo mundo é toda a gente.
Aqui, não: sente-se bem que cada um traz a sua alma.
Cada criatura é única.
Até os cães.
Estes cães da roça parecem homens de negócios:
Andam sempre preocupados.
E quanta gente vem e vai!
E tudo tem aquele caráter impressivo que faz meditar:
Enterro a pé ou a carrocinha de leite puxada por um bodezinho manhoso.
Nem falta o murmúrio da água, para sugerir, pela voz dos símbolos,
Que a vida passa! que a vida passa!
E que a mocidade vai acabar. (BANDEIRA, M. O ritmo dissoluto. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967.)
A lírica de Manuel Bandeira é pautada na apreensão de significados profundos a partir de elementos
do cotidiano. No poema Estrada, o lirismo presente no contraste entre campo e cidade aponta para
a) o desejo do eu lírico de resgatar a movimentação dos centros urbanos, o que revela sua nostalgia
com relação à cidade.
b) a percepção do caráter efêmero da vida, possibilitada pela observação da aparente inércia da vida
rural.
c) a opção do eu lírico pelo espaço bucólico como possibilidade de meditação sobre a sua juventude.
d) a visão negativa da passagem do tempo, visto que esta gera insegurança.
e) a profunda sensação de medo gerada pela reflexão acerca da morte.
4. ERRO DE PORTUGUÊS
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de Sol
O índio tinha despido
O português. (Oswald de Andrade. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.)
O primitivismo observável no poema anterior, de Oswald de Andrade, caracteriza de forma marcante:
a) o regionalismo do Nordeste.
b) o concretismo paulista.
c) a poesia Pau-Brasil.
d) o simbolismo pré-modernista.
e) o tropicalismo baiano.
4
Literatura
5. MANIFESTO DA POESIA PAU-BRASIL (fragmento)
Lançado por Oswald de Andrade, no Correio da Manhã, em 18 de março de 1924.
Houve um fenômeno de democratização estética nas cinco partes sábias do mundo. Instituíra-se o
naturalismo. Copiar. Quadro de carneiros que não fosse lã mesmo não prestava. A interpretação do
dicionário oral das Escolas de Belas-Artes queria dizer reproduzir igualzinho... Veio a pirogravura. As
meninas de todos os lares ficaram artistas. Apareceu a máquina fotográfica. E com todas as
prerrogativas do cabelo grande, da caspa e da misteriosa genialidade de olho virado – o artista
fotógrafo.
Na música, o piano invadiu as saletas nuas, de folhinha na parede. Todas as meninas ficaram pianistas.
Surgiu o piano de manivela, o piano de patas. A Playela. E a ironia eslava compôs para a Playela.
Stravinski.
A estatuária andou atrás. As procissões saíram novinhas das fábricas.
Só não se inventou uma máquina de fazer versos – já havia o poeta parnasiano.
(...)
Nossa época anuncia a volta ao sentido puro.
Um quadro são linhas e cores. A estatuária são volumes sob a luz.
A poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando na mata resumida
das gaiolas, um sujeito magro compondo uma valsa para flauta e a Maricota lendo o jornal. No jornal
anda todo o presente. (apud TELES, Gilberto M. Vanguarda Europeia e Modernismo Brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1977.)
O texto de Oswald de Andrade critica a estética naturalista porque:
a) as pessoas que desejassem sair nas procissões poderiam fazer poesia e ingressar nas escolas
de Belas-Artes.
b) os novos meios técnicos tornaram acessível a todos a possibilidade de representação da realidade.
c) o fenômeno de democratização estética acarretou prerrogativas como a da misteriosa genialidade
de olho virado.
d) as meninas de todos os lares tiveram acesso às idéias naturalistas de representação da realidade
e viraram escritoras.
5
Literatura
6. Uma linha de coerência se esboça através dos ziguezagues de sua vida. Ora espiritualista, ora
marxista, criando um dia o Pau-Brasil, e logo buscando universalizá-lo em antropofagia, primitivo e
civilizado a um tempo, como observou Manuel Bandeira, solapando o edifício burguês sem renunciar à
habitação em seus andares mais altos, Oswald manteve sempre intata sua personalidade, de sorte a
provocar, ainda em seus últimos dias, a irritação ou a mágoa que inspirava quando fauve modernista
de 1922. (Carlos Drummond de Andrade, Poesia e prosa.)
Carlos Drummond de Andrade, ao opinar sobre Oswald de Andrade, vale-se da ironia, que fica evidente
numa das observações que relaciona o lado político e ideológico, a personalidade e o comportamento
em termos de classe social. A ironia de Drummond se manifesta com clareza no segmento
a) Uma linha de coerência se esboça através dos ziguezagues de sua vida.
b) criando um dia o Pau-Brasil, e logo buscando universalizá-lo em antropofagia.
c) primitivo e civilizado a um tempo, como observou Manuel Bandeira.
d) solapando o edifício burguês sem renunciar à habitação em seus andares mais altos.
e) Oswald manteve sempre intata sua personalidade, de sorte a provocar, ainda em seus últimos
dias, a irritação ou a mágoa.
7. Estrada
Esta estrada onde moro, entre duas voltas do caminho,
Interessa mais que uma avenida urbana.
Nas cidades todas as pessoas se parecem.
Todo mundo é igual. Todo mundo é toda a gente.
Aqui, não: sente-se bem que cada um traz a sua alma.
Cada criatura é única.
Até os cães.
Estes cães da roça parecem homens de negócios:
Andam sempre preocupados.
E quanta gente vem e vai!
E tudo tem aquele caráter impressivo que faz meditar:
Enterro a pé ou a carrocinha de leite puxada por um bodezinho manhoso.
Nem falta o murmúrio da água, para sugerir, pela voz dos símbolos,
Que a vida passa! que a vida passa!
E que a mocidade vai acabar. (BANDEIRA, M. O ritmo dissoluto. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967.)
A lírica de Manuel Bandeira é pautada na apreensão de significados profundos a partir de elementos
do cotidiano. No poema Estrada, o lirismo presente no contraste entre campo e cidade aponta para
a) o desejo do eu lírico de resgatar a movimentação dos centros urbanos, o que revela sua nostalgia
com relação à cidade.
b) a percepção do caráter efêmero da vida, possibilitada pela observação da aparente inércia da vida
rural.
c) a opção do eu lírico pelo espaço bucólico como possibilidade de meditação sobre a sua juventude.
d) a visão negativa da passagem do tempo, visto que esta gera insegurança.
e) a profunda sensação de medo gerada pela reflexão acerca da morte.
6
Literatura
8. Escapulário
No Pão de Açúcar
De Cada Dia
Dai-nos Senhor
A Poesia
De Cada Dia
(ANDRADE, Oswald de. In: Poesias reunidas. 5ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971, p. 75)
Escapulário: objeto de devoção formado por dois quadrados de pano bento, com orações ou uma
relíquia, que os devotos trazem ao pescoço.
A crítica literária considera que a poesia de Oswald de Andrade apresenta duas vertentes: uma
“destrutiva” e uma “construtiva”. Identifique de que modo esses dois traços aparecem, respectivamente,
na intertextualidade realizada por Oswald no poema Escapulário.
a) Desconstrução do “Pai Nosso” e reconstrução poética da prece.
b) Ironia em relação à oração e dimensão estética do poema.
c) Paráfrase da oração e acréscimo de novos elementos.
d) Comparação ao “Pai Nosso” e intertextualidade com a oração.
9. Arte de amar
Se querer sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus – ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas a almas não.
(BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira: poesias reunidas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974.)
O texto é representativo de um movimento estético-literário que rompe com a tradição lírica dominante
no Brasil até as duas primeiras décadas do século XX. Identifique um aspecto do texto que caracteriza
a referida ruptura.
a) Idealização amorosa.
b) Rejeição ao sentimentalismo.
c) Forma poética fixa.
d) Linguagem formal e erudita.
7
Literatura
10. As dimensões continentais do Brasil são objeto de reflexões expressas em diferentes linguagens. Esse
tema aparece no seguinte poema:
“ (...)
Que importa que uns falem mole descansado
Que os cariocas arranhem os erres na garganta
Que os capixabas e paroaras escancarem as [vogais?]
Que tem se o quinhentos réis meridional
Vira cinco tostões do Rio pro Norte?
Junto formamos este assombro de misérias e [grandezas]
Brasil, nome de vegetal” (...)”
(Mário de Andrade. Poesias completas. 6ª ed. São Paulo: Martins Editora, 1980.)
O texto poético ora reproduzido trata das diferenças brasileiras no âmbito:
a) étnico e religioso.
b) linguístico e econômico.
c) racial e folclórico.
d) histórico e geográfico.
e) literário e popular.
8
Literatura
Gabarito
1. B
A afirmativa III é incorreta porque a proposta do Modernismo era justamente a mescla do culto e coloquial,
era trazer o popular ao nível de arte.
2. A
A alternativa é correta porque há omissão de pontuação e alusão a uma cena narrativa em forma de
versos típicos da estrutura de um poema.
3. B
A efemeridade da vida é vista como uma fragilidade e a paralisia dos elementos textuais demonstra que
a vida passa, mas a inércia impede que qualquer coisa seja diferente.
4. C
O poema transcrito explora o primitivismo, característica marcante da 1ª fase Modernista brasileira e
que teve em Oswald de Andrade, através do Manifesto da Poesia Pau-Brasil, o seu representante mais
radical. Valorizava a inocência dionisíaca dos primitivos, a liberação dos instintos (“O Carnaval. O
Sertão e a Favela. Pau-Brasil. Bárbaro e nosso”).
5. B
Oswald de Andrade critica a estética naturalista porque tem como objetivo democratizar a representação
da realidade, traço que não acontecia período romântico.
6. D
O efeito irônico que a alternativa contempla está na oposição entre a atitude antiburguesa de grande parte
da obra oswaldiana e o fato de que Oswald pertenceu aos quadros da alta burguesia paulistana. Falta,
contudo, rigor na tipificação da ironia como recurso retórico. No caso, a situação apresenta-se
contraditória, mas não se configura a antífrase, modalidade da ironia que consiste em dizer algo para
sugerir o seu oposto. A mera constatação de que Oswald era burguês e criticava a burguesia não implica,
por si mesma, ironia.
7. B
De acordo com a percepção do eu lírico, a vida no campo valoriza a individualidade de cada um que ali
vive, diferente da vida urbana, ambiente em que há uma “padronização” do jeito de ser. Além disso, a voz
lírica valoriza a efemeridade da vida, o que pode ser identificada nos versos “Que a vida passa! que a
vida passa!/ E que a mocidade vai acabar”.
8. A
Os dois traços aparecem na paródia do discurso religioso. A vertente “destrutiva” pode ser observada na
desconstrução do “Pai Nosso”; a “construtiva” fica evidente na reconstrução poética dessa prece,
acrescentando-lhe novos elementos, que garantem a dimensão estética do poema.
9. B
De acordo com o fragmento apresentado, um dentre os aspectos temáticos acerca do Modernismo de
1922 é a renúncia à idealização do amor; rejeição ao sentimentalismo.
10. B
O poema faz referência às variantes linguísticas do português do Brasil (“falem mole descansado/ Que
os cariocas arranhem os erres na garganta/ Que os capixabas e paroaras escancarem as [vogais?]) e à
9
Literatura
nomenclatura usada para o dinheiro em diversas socioculturais (“quinhentos réis meridional/ Vira cinco
tostões do Rio pro Norte?”).
1
Matemática
Exercício sobre sequências Quer ver esse material pelo Dex? clique aqui
Exercícios
1. Forma‐se uma pilha de folhas de papel, em que cada folha tem 0,1 mm de espessura. A pilha é formada
da seguinte maneira: coloca‐se uma folha na primeira vez e, em cada uma das vezes seguintes, tantas
quantas já houverem sido colocadas anteriormente. Depois de 33 dessas operações, a altura da pilha
terá a ordem de grandeza.
a) da altura de um poste.
b) da altura de um prédio de 30 andares.
c) do comprimento da Av. Paulista.
d) da distância da cidade de São Paulo (SP) à cidade do Rio de Janeiro (RJ).
e) do diâmetro da Terra.
2. A figura a seguir exibe um pentágono em que quatro lados consecutivos têm comprimentos a, b, c e d.
Se a sequência (a, b, c, d) é uma progressão geométrica de razão q > 1, então tan é igual a
a) 1/q
b) q
c) q²
d) √𝑞
2
Matemática
3. A figura mostra cinco retângulos justapostos de uma sequência. Todos os retângulos possuem mesma
altura igual a 1 cm.
Sabendo que 1m² equivale a 10000 cm² e que a sequência é constituída por 100 retângulos, a figura
formada tem área igual a:
a) 2,5 m²
b) 4 m²
c) 5 m²
d) 2 m²
e) 4,5 m²
4. O vigésimo termo da PA (x, 3+x, 2x+1,..) é igual a:
a) 56
b) 62
c) 69
d) 74
e) 81
3
Matemática
5. Em um grupo de 10 crianças, certo número de bombons foi distribuído para cada uma, em uma
progressão aritmética crescente, da criança de menor estatura para a de maior estatura. se colocarmos
as crianças nessa ordem, perceberemos que a terceira criança ganhou 7 bombons e a oitava ganhou
17. Quantos bombons foram distribuídos?
a) 100
b) 110
c) 120
d) 130
e) 140
6. A sequência ( )1 2 3, , ,...a a a é uma progressão aritmética de razão 3 e a sequência ( )1 2 3, , ,...b b b
é uma
progressão geométrica crescente. Sabendo que 2 3a b= , 10 5a b= e 42 7a b= , o valor de 4 4b a− é
a) 2
b) 0
c) 1
d) -1
7. O quadro numérico abaixo, ordenado crescentemente da esquerda para a direita e de cima para baixo,
construído seguindo uma lógica estrutural, tem 50 linhas e 50 colunas, portanto, possui 2500 posições.
Se n é o número de posições onde estão colocados múltiplos de 17, então n é igual a:
a) 204
b) 220
c) 196
d) 212
4
Matemática
8. Em uma escola, as turmas de ensino médio totalizam 231 estudantes. Para uma atividade festiva na
escola, todos esses estudantes foram dispostos em filas, obedecendo à seguinte disposição: 1
estudante na primeira fila, 2 estudantes na segunda fila, 3 estudantes na terceira fila, e assim
sucessivamente. O número de filas que foram formadas com todos os estudantes é
a) 19.
b) 21.
c) 22.
d) 23.
e) 25.
9. Um leão avista uma presa a 38 metros. No instante em que o leão inicia a perseguição, a presa inicia
a fuga. Na mesma linha reta e no mesmo sentido, ambos percorrem as seguintes distâncias, em metros:
Admitindo que o padrão de aumento das distâncias percorridas a cada segundo não se altera e
desprezando as dimensões dos dois animais, o leão alcança a presa em n segundos.
O valor de n é igual a:
a) 18
b) 19
c) 20
d) 21
5
Matemática
10. Considere o padrão de construção representado pelo desenho abaixo.
O disco A tem raio medindo 1. O disco B é tangente ao disco A no ponto P e passa pelo centro do disco
A. O disco C é tangente ao disco B no ponto P e passa pelo centro do disco B. O disco D é tangente
ao disco C no ponto P e passa pelo centro do disco C. O processo de construção dos discos é repetido
infinitamente. Considerando a sucessão infinita de discos, a soma das áreas dos discos é
a) 4
b) 3
c)
2
3
d)
e)
4
3
6
Matemática
Gabarito
1. D
2. A
3. D
As áreas dos retângulos constituem a sequência (2, 6, 10, 14, ...), ou seja, uma progressão aritmética
de primeiro termo 2 e razão 4. Logo, a resposta será:
7
Matemática
4. B
5. C
6. A
7. C
Exceto a 17ª e a 34ª linhas, cada uma com 50 múltiplos de 17, todas as outras 48 linhas apresentam 2
múltiplos de 17. Portanto, segue que a resposta é 50 . 2 + 2 . 48 = 196.
8
Matemática
8. B
A sequência (1,2,3,...,n) é uma progressão aritmética tal que S = 231 e n é o total de filas formadas com
todos os estudantes. Assim,
9. C
10. E
Observe:
1
Matemática
Princípio Fundamental da Contagem Quer ver esse material pelo Dex? clique aqui
Resumo
Antes de começarmos a estudar análise combinatória, é fundamental sabermos o que é um fatorial.
Fatorial
O fatorial é uma operação aplicada apenas a números naturais e é definido da seguinte maneira:
𝑚! = {𝑚. (𝑚 − 1). (𝑚 − 2). … .3.2.1, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑚 ≥ 2
0! = 11! = 1
Ex.:
2! = 2 . 1 = 2
3! = 3. 2. 1 = 6
5! = 5. 4. 3. 2. 1 = 120
Princípio fundamental da contagem
Essa técnica básica de contagem visa calcular o número de possibilidades de ocorrência de um evento E,
composto por uma série de sub-eventos independentes: E1, E2, E3... Na composição do evento E, escolhe-se
apenas umas das possibilidades de cada um de seus sub-eventos.
Representamos os totais de possibilidades pelas quais os eventos podem ocorrer por:
n(E): número de possibilidades do evento E
n(Ei): número de possibilidades do evento Ei
Podemos enunciar que o número de possibilidades de ocorrência do evento E é dado por:
2
Matemática
Exercícios
1. O diretor de uma escola convidou os 280 alunos de terceiro ano a participarem de uma brincadeira.
Suponha que existem 5 objetos e 6 personagens numa casa de 9 cômodos; um dos personagens
esconde um dos objetos em um dos cômodos da casa. O objetivo da brincadeira é adivinhar qual objeto
foi escondido por qual personagem e em qual cômodo da casa o objeto foi escondido.
Todos os alunos decidiram participar. A cada vez um aluno é sorteado e dá a sua resposta. As
respostas devem ser sempre distintas das anteriores, e um mesmo aluno não pode ser sorteado mais
de uma vez. Se a resposta do aluno estiver correta, ele é declarado vencedor e a brincadeira é encerrada.
O diretor sabe que algum aluno acertará a resposta porque há:
a) 10 alunos a mais do que possíveis respostas distintas.
b) 20 alunos a mais do que possíveis respostas distintas.
c) 119 alunos a mais do que possíveis respostas distintas.
d) 260 alunos a mais do que possíveis respostas distintas.
e) 270 alunos a mais do que possíveis respostas distintas.
2. Um procedimento padrão para aumentar a capacidade do número de senhas de banco é acrescentar
mais caracteres a essa senha. Essa prática, além de aumentar as possibilidades de senha, gera um
aumento na segurança. Deseja-se colocar dois novos caracteres na senha de um banco, um no início e
outro no final. Decidiu-se que esses novos caracteres devem ser vogais e o sistema conseguirá
diferenciar maiúsculas de minúsculas.
Com essa prática, o número de senhas possíveis ficará multiplicado por
a) 100.
b) 90.
c) 80.
d) 25.
e) 20.
3
Matemática
3. Um cliente de uma videolocadora tem o hábito de alugar dois filmes por vez. Quando os devolve sempre
pega outros dois filmes e assim sucessivamente. Ele soube que a videolocadora recebeu alguns
lançamentos, sendo 8 filmes de ação, 5 de comédia e 3 de drama e, por isso, estabeleceu uma
estratégia para ver todos esses 16 lançamentos. Inicialmente alugará, em cada vez, um filme de ação
e um de comédia. Quando se esgotarem as possibilidades de comédia, o cliente alugará um filme de
ação e um de drama, até que todos os lançamentos sejam vistos e sem que nenhum filme seja repetido.
De quantas formas distintas a estratégia desse cliente poderá ser posta em prática?
a) 20 . 8! + (3!)²
b) 8! . 5! . 3!
c) 8
8!.5!.3!
2
d)
8!.5!.3!
2²
e) 8
16!
2
4. Um banco solicitou aos seus clientes a criação de uma senha pessoal de seis dígitos, formada somente
por algarismos de 0 a 9, para acesso à conta corrente pela internet. Entretanto, um especialista em
sistemas de segurança eletrônica recomendou à direção do banco recadastrar seus usuários,
solicitando, para cada um deles, a criação de uma nova senha com seis dígitos, permitindo agora o uso
das 26 letras do alfabeto, além dos algarismos de 0 a 9. Nesse novo sistema, cada letra maiúscula era
considerada distinta de sua versão minúscula. Além disso, era proibido o uso de outros tipos de
caracteres.
Uma forma de avaliar uma alteração no sistema de senhas é a verificação do coeficiente de melhora,
que é a razão do novo número de possibilidades de senhas em relação ao antigo.
O coeficiente de melhora da alteração recomendada é
a)
6
6
62
10
b)
62!
10!
c)
62!4!
10!56!
d) 62! 10!−
e) 6 662 10−
4
Matemática
5. Um grupo de amigos, ao planejar suas férias coletivas, listou 12 cidades brasileiras que pretendem
conhecer juntos, sendo que seis ficam no litoral e seis no interior do país. O critério estabelecido foi de
alternar as férias, em cada ano, ora em cidades litorâneas, ora, em interioranas, definindo-se que, nos
próximos 12 anos, será visitada uma cidade diferente por ano. Desse modo, a quantidade de maneiras
possíveis para atender a esse critério é
a) 2.3.11.
b) 2² .3.11.
c) 2.3² .11.
d) 28 .34 .5² .
e) 29 .34 .5² .
6. No Nordeste brasileiro, é comum encontrarmos peças de artesanato constituídas por garrafas
preenchidas com areia de diferentes cores, formando desenhos. Um artesão deseja fazer peças com
areia de cores cinza, azul, verde e amarela, mantendo o mesmo desenho, mas variando as cores da
paisagem (casa, palmeira e fundo), conforme a figura.
O fundo pode ser representado nas cores azul ou cinza; a casa, nas cores azul, verde ou amarela; e a
palmeira, nas cores cinza ou verde. Se o fundo não pode ter a mesma cor nem da casa nem da palmeira,
por uma questão de contraste, então o número de variações que podem ser obtidas para a paisagem é
a) 6.
b) 7.
c) 8.
d) 9.
e) 10.
5
Matemática
7. Na ilustração abaixo, as 52 cartas de um baralho estão agrupadas em linhas com 13 cartas de mesmo
naipe e colunas com 4 cartas de mesmo valor.
Denomina-se quadra a reunião de quatro cartas de mesmo valor. Observe, em um conjunto de cinco
cartas, um exemplo de quadra:
O número total de conjuntos distintos de cinco cartas desse baralho que contêm uma quadra é igual a:
a) 624
b) 676
c) 715
d) 720
6
Matemática
8. O código de barras, contido na maior parte dos produtos industrializados, consiste num conjunto de
várias barras que podem estar preenchidas com cor escura ou não. Quando um leitor óptico passa
sobre essas barras, a leitura de uma barra clara é convertida no número 0 e a de uma barra escura, no
número 1. Observe a seguir um exemplo simplificado de um código em um sistema de código com 20
barras.
Se o leitor óptico for passado da esquerda para a direita irá ler: 01011010111010110001
Se o leitor óptico for passado da direita para a esquerda irá ler: 10001101011101011010
No sistema de código de barras, para se organizar o processo de leitura óptica de cada código, deve-
se levar em consideração que alguns códigos podem ter leitura da esquerda para a direita igual à da
direita para a esquerda, como o código 00000000111100000000, no sistema descrito acima.
Em um sistema de códigos que utilize apenas cinco barras, a quantidade de códigos com leitura da
esquerda para a direita igual à da direita para a esquerda, desconsiderando-se todas as barras claras
ou todas as escuras, é:
a) 14.
b) 12.
c) 8.
d) 6.
e) 4.
9. Uma senhora idosa foi retirar dinheiro em um caixa automático, mas se esqueceu da senha. Lembrava
que não havia o algarismo 0, que o primeiro algarismo era 8, o segundo era par, o terceiro era menor
que 5 e o quarto e último era ímpar. Qual o maior número de tentativas que ela pode fazer, no intuito de
acertar a senha?
a) 13
b) 60
c) 75
d) 78
e) 80
7
Matemática
10. Numa cidade, os números telefônicos não podem começar por zero e têm oito algarismos, dos quais
os quatro primeiros constituem o prefixo. Considere que os quatro últimos dígitos de todas as
farmácias são 0000 e que o prefixo da farmácia Vivavida é formado pelos dígitos 2, 4, 5 e 6, não
repetidos e não necessariamente nesta ordem. O número máximo de tentativas a serem feitas para
identificar o número telefônico completo dessa farmácia equivale a:
a) 6
b) 24
c) 64
d) 168
8
Matemática
Gabarito
1. A
O número total de possibilidades de uma personagem esconder um dos 5 brinquedos em um dos 9
cômodos é 6 . 5 . 9 = 270.
Já que as respostas devem ser sempre diferentes, algum aluno acertou a resposta porque “há 10 alunos
a mais do que possíveis respostas distintas”.
2. A
Temos que a nova senha será no formato:
_****_
No início e no final, usaremos apenas vogais, ou seja, 5 possibilidades. Porém, existe a diferença entre
vogais maiúsculas e minúsculas. Ou seja, agora temos 10 possiblidades: a, e, i, o, u, A, E, I, O e U.
Por fim, teremos 10 possibilidades para o início e 10 para o final:
10****10 = 100 vezes o número das senhas antigas.
3. B
Para esse cliente alugar os 16 filmes lançamentos, vão ser necessários 8 locações, pois podemos alugar
apenas 2 filmes por vez.
O número formas diferentes de alugar esse filme é dada por 8.7.6.5.4.3.2.1 = 8!
O número de formas diferentes para alugar os 5 filmes de comédia, nas 5 primeiras locações é de
5.4.3.2.1 = 5!
O número de formas diferentes para alugar os 3 filmes de drama, nas últimas 3 locações é de 3.2.1 = 3!
Logo, o número de formas distintas é de 8!.5!.3!
4. A
Antigamente, havia 10 possibilidades para cada dígito (algarismos de 0 a 9). Após a recomendação do
especialista além dessas 10 possibilidades, outras 52 seriam possíveis, sendo as 26 letras minúsculas
e as 26 maiúsculas do alfabeto. Sendo a senha composta por seis dígitos podendo ter repetição, pelo
princípio multiplicativo, havia 106 maneiras de se criar a senha, com a nova maneira esse número passa
a ser de 626. Portanto, a razão pedida é 626/106.
5. E
Temos duas sequências possíveis (I = interior e L = litoral).
6. B
Se o fundo for azul, teremos escolhas para a casa e escolhas para a palmeira. Se o fundo for cinza,
teremos escolhas para a casa e escolha para a palmeira.
Portanto, existem variações possíveis.
9
Matemática
7. A
Os conjuntos devem ser formados por 5 cartas, sendo 4 de mesmo valor e uma de outro valor qualquer.
Há 13 escolhas diferentes de quadra (quatro cartas de valor 2, quatro cartas de valor 3, e assim
sucessivamente). Para cada quadra escolhida, restam 52 4 = 48 cartas, dentre as quais 1 poderá
completar o conjunto de 5 cartas. Então, há 13 × 48 = 624 resultados distintos em que se poderá obter
uma quadra, retirando-se cinco cartas desse baralho.
8. D
9. E
1º número é 8 = 1 possibilidade
2º número é par ( pode ser 2, 4, 6, 8 ) = 4 possibilidades
3º número é menor que 6 (pode ser 1, 2, 3, 4) = 4 possibilidades
4º número é ímpar ( pode ser 1, 3, 5, 7, 9 ) = 5 possibilidades
Multiplique as possibilidades
1 . 4 . 4 . 5 = 80
10. B
Temos a seguinte configuração:
_ _ _ _ 0000
Só podemos usar 4 algarismos para o primeiro dígito e não podemos repetir.
Assim: 4.3.2.1 = 24 maneiras.
1
Matemática
Exercícios sobre Circunferências e Cônicas
Quer ver esse material pelo Dex? clique aqui
Exercícios
1. As retas 2x-y-4=0 e 2x+3y-12=0 interceptam-se no centro de uma circunferência de raio igual a 3. Então
podemos dizer que a circunferência:
a) A circunferência possui centro no ponto (2,3).
b) Corta o eixo y em dois pontos.
c) Corta o eixo x em um ponto.
d) É tangente ao eixo x.
e) É tangente ao eixo y.
2. As posições dos pontos A(1,7) e B(7,1) em relação à circunferência de equação
são. Respectivamente:
a) interna e interna
b) interna e externa
c) externa e interna
d) externa e externa
e) pertencem.
2
Matemática
3. Na figura, estão representados, num referencial 𝑥 𝑦:
- uma circunferência cuja equação cartesiana é dada por
(𝑥 − 1)2 + (𝑦 − 1)2 = 20;
- a reta 𝑡, tangente à circunferência no ponto de coordenadas (−3 ,3);
- o ângulo 𝛼, cujo lado origem é o semieixo positivo 𝑥 e o lado extremidade é a reta 𝑡.
O valor da 𝑡𝑎𝑛 𝛼 é:
a) 1
2
b) −1
2
c) −2
d) 2
e) 1
3
Matemática
4. Um jogo pedagógico utiliza-se de uma interface algébrico-geométrica do seguinte modo: os alunos
devem eliminar os pontos do plano cartesiano dando "tiros", seguindo trajetórias que devem passar
pelos pontos escolhidos. Para dar os tiros, o aluno deve escrever em uma janela do programa a equação
cartesiana de uma reta ou de uma circunferência que passa pelos pontos e pela origem do sistema de
coordenadas. Se o tiro for dado por meio da equação da circunferência, cada ponto diferente da origem
que for atingido vale 2 pontos. Se o tiro for dado por meio da equação de uma reta, cada ponto diferente
da origem que for atingido vale 1 ponto.
Em uma situação de jogo, ainda restam os seguintes pontos para serem eliminados: A(0; 4), B(4; 4),
C(4; 0), D(2; 2) e E(0; 2).
Passando pelo ponto A, qual equação forneceria a maior pontuação?
a) x = 0
b) y = 0
c) 𝑥2 + 𝑦2 = 16
d) 𝑥2 + (𝑦 − 2)2 = 4
e) (𝑥 − 2)2 + (𝑦 − 2)2 = 8
5. No plano cartesiano, considere a circunferência de equação x² + y² - 4y + 3 = 0 e a parábola de equação
3x² - y + 1 = 0. Essas duas curvas se interceptam em
a) um ponto.
b) dois pontos.
c) três pontos.
d) quatro pontos.
e) cinco pontos.
4
Matemática
6. A solução gráfica do sistema de inequações {3𝑥2 + 𝑦² ≤ 2
𝑥² + 𝑦² ≤1 é a região sombreada em:
a) c) e)
b) d)
7. A expressão𝑥² + 𝑦² − 2𝑥 − 4𝑦 + 4 = 0 descreve a equação de um(a):
a) Hipérbole.
b) Parábola.
c) Elipse.
d) Circunferência.
e) Reta.
8. Sobre a curva 9𝑥² + 25𝑦² − 36𝑥 + 50𝑦 − 164 = 0 , assinale a alternativa correta.
a) Seu centro é (-2, 1).
b) A medida do seu eixo maior é 25.
c) A medida do seu eixo menor é 9.
d) A distância focal é 4.
e) Sua excentricidade é 0,8.
5
Matemática
9. Para cada número real a, analise as proposições a seguir, referentes à representação geométrica da
equação 𝑥² + 𝑎𝑦² + 2𝑥 − 2𝑎𝑦 = 0 em um sistema de coordenadas cartesianas xOy.
I. Se a=1, a equação representa uma circunferência.
II. Se a=0, a equação representa uma reta.
III. Se a=3, a equação representa uma hipérbole.
IV. Se a=-2, a equação representa uma elipse.
V. Se a=-1, a equação representa a união de duas retas.
Quais afirmações estão corretas?
a) Apenas a I.
b) I e III.
c) Apenas a V.
d) I, II e IV.
e) I e V.
10. Uma reta r é paralela ao eixo x e contém a interseção das parábolas y=(x-1)2 e y=(x-5)2.
A equação de r é:
a) x = 3
b) y = 4
c) y = 3x
d) x = 4y
e) y = x/3
6
Matemática
Gabarito
1. E
2. C
3. D
( )2 2
CP
tCP
Centro da circunferência C
(x 1) (y 1) 20 C 1,1
3 1 2 1Reta CP m
3 1 4 2
1CP t m tg 2
mα
→
− + − = →
−→ = = = −
− − −
⊥ → = = − =
4. E
5. C
7
Matemática
6. C
7. D
8. E
9. E
8
Matemática
10. B
Ponto de interseção:
x2 – 2x + 1 = x2 – 10x + 25
8x = 24
x = 3
y = (3 – 1)2 = 4
Como a reta procurada é paralela ao eixo x, sua equação é y = 4.
1
Matemática
Pediu pra parar, parou – julho
Exercícios
1. Para criar um logotipo, um profissional da área de design gráfico deseja construí-lo utilizando o
conjunto de pontos do plano na forma de um triângulo, exatamente como mostra a imagem.
Para construir tal imagem utilizando uma ferramenta gráfica, será necessário escrever algebricamente
o conjunto que representa os pontos desse gráfico.
Esse conjunto é dado pelos pares ordenados (𝑥; 𝑦) ∈ ℕ × ℕ, tais que:
a) 0 ≤ 𝑥 ≤ 𝑦 ≤ 10
b) 0 ≤ 𝑦 ≤ 𝑥 ≤ 10
c) 0 ≤ 𝑥 ≤ 10, 0 ≤ 𝑦 ≤ 10
d) 0 ≤ 𝑥 + 𝑦 ≤ 10
e) 0 ≤ 𝑥 + 𝑦 ≤ 20
2
Matemática
2. Uma fábrica produz velas de parafina em forma de pirâmide quadrangular regular com 19 𝑐𝑚 de altura
e 6 𝑐𝑚 de aresta da base. Essas velas são formadas por 4 blocos de mesma altura – 3 troncos de
pirâmide de bases paralelas e 1 pirâmide na parte superior –, espaçados de 1 𝑐𝑚 entre eles, sendo que
a base superior de cada bloco é igual à base inferior do bloco sobreposto, com uma haste de ferro
passando pelo centro de cada bloco, unindo-os, conforme a figura.
Se o dono da fábrica resolver diversificar o modelo, retirando a pirâmide da parte superior, que tem
1,5 𝑐𝑚 de aresta na base, mas mantendo o mesmo molde, quanto ele passará a gastar com parafina
para fabricar uma vela?
a) 156 𝑐𝑚3.
b) 189 𝑐𝑚3.
c) 192 𝑐𝑚3.
d) 216 𝑐𝑚3.
e) 540 𝑐𝑚3.
3
Matemática
3. A elipse de equação 𝑥2
4+
𝑦2
9= 1 está esboçada na imagem a seguir.
A área do quadrilátero 𝐴𝐵𝐶𝐷 é
a) 4.
b) 9.
c) 12.
d) 24.
e) 36.
4. Uma circunferência no primeiro quadrante tangencia os eixos coordenados. Sabendo-se que a
distância entre o centro (𝑥0, 𝑦0) dessa circunferência e a origem do sistema é 𝑑 = 3√2, então a
equação da circunferência é
a) 𝑥2 + 𝑦2 − 6𝑥 − 6𝑦 + 9 = 0
b) 𝑥2 + 𝑦2 + 6𝑥 + 6𝑦 − 9 = 0
c) 𝑥2 + 𝑦2 + 3𝑥 + 3𝑦 − 6√2 = 0
d) 𝑥2 + 𝑦2 − 3𝑥 − 3𝑦 + 6√2 = 0
e) 𝑥2 + 𝑦2 − 27 = 0
4
Matemática
5. Uma indústria automobilística está testando um novo modelo de carro. Cinquenta litros de combustível
são colocados no tanque desse carro, que é dirigido em uma pista de testes até que todo o combustível
tenha sido consumido. O segmento de reta no gráfico mostra o resultado desse teste, no qual a
quantidade de combustível no tanque é indicada no eixo 𝑦 (vertical), e a distância percorrida pelo
automóvel é indicada no eixo 𝑥 (horizontal).
A expressão algébrica que relaciona a quantidade de combustível no tanque e a distância percorrida
pelo automóvel é
a) 𝑦 = −10𝑥 + 500
b) 𝑦 =−𝑥
10+ 50
c) 𝑦 =−𝑥
10+ 500
d) 𝑦 =𝑥
10+ 50
e) 𝑦 =𝑥
10+ 500
5
Matemática
6. Este gráfico representa o resultado de uma pesquisa realizada com 1 000 famílias com filhos em idade
escolar:
Considere estas afirmativas referentes às famílias pesquisadas:
I. O pai participa da renda familiar em menos de 850 dessas famílias.
II. O pai e a mãe participam, juntos, da renda familiar em mais de 500 dessas famílias.
Então, é CORRETO afirmar que
a) nenhuma das afirmativas é verdadeira.
b) apenas a afirmativa I é verdadeira.
c) apenas a afirmativa II é verdadeira.
d) ambas as afirmativas são verdadeiras.
e) a I só é verdadeira se a II é falsa. 7. Depois de jogar um dado em forma de cubo e de faces numeradas de 1 a 6, por 10 vezes consecutivas,
e anotar o número obtido em cada jogada, construiu-se a seguinte tabela de distribuição de frequências.
Número obtido Frequência
1 4
2 1
4 2
5 2
6 1
A média, mediana e moda dessa distribuição de frequências são, respectivamente
a) 3, 2 e 1
b) 3, 3 e 1
c) 3, 4 e 2
d) 5, 4 e 2
e) 6, 2 e 4
6
Matemática
8. Na compra de um fogão, os clientes podem optar por uma das seguintes formas de pagamento: - à vista, no valor de 𝑅$ 860,00; - em duas parcelas fixas de 𝑅$ 460,00, sendo a primeira paga no ato da compra e a segunda 30 dias depois. A taxa de juros mensal para pagamentos não efetuados no ato da compra é de:
a) 10%
b) 12%
c) 15%
d) 18%
9. Um consumidor, ao adquirir um automóvel, assumiu um empréstimo no valor total de 𝑅$ 42.000,00 (já somados juros e encargos). Esse valor foi pago em 20 parcelas, formando uma progressão aritmética decrescente. Dado que na segunda prestação foi pago o valor de 𝑅$ 3.800,00, a razão desta progressão aritmética é:
a) −300.
b) −200.
c) −150.
d) −100.
e) −350.
10. Se uma pessoa faz hoje uma aplicação financeira a juros compostos, daqui a 10 anos o montante M será o dobro do capital aplicado C. Utilize a tabela abaixo.
x 0 0,1 0,2 0,3 0,4
2𝑥 1 1,0718 1,1487 1,2311 1,3195
Qual é a taxa anual de juros?
a) 6,88%
b) 6,98%
c) 7,08%
d) 7,18%
e) 7,28%
7
Matemática
Gabarito
1. B Os pares ordenados satisfazem as condições 0 ≤ 𝑥 ≤ 10, 𝑦 ≥ 0 e 𝑦 ≤ 𝑥, ou seja, 0 ≤ 𝑦 ≤ 𝑥 ≤ 10.
2. B
ℎ
16
1,5
6⇔ ℎ = 4
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 =1
362 ⋅ 16 −
1
3. 1, 52 ⋅ 4 = 192 𝑐𝑚3
3. C
Calculando: 𝑥2
4+
𝑦2
9= 1 ⇒ {
𝐴 = (0,3)
𝐵 = (2,0)
𝑆 = 4 ⋅3⋅2
2= 12
4. A
Tem-se que 𝑥0 = 𝑦0 = 𝑟, ou seja, 𝑑 é a diagonal de um quadrado de lado 𝑟. Logo, vem 𝑟 =3√2
√2= 3 e,
portanto, a equação da circunferência é (𝑥 − 3)2 + (𝑦 − 3)2 = 32 ⇔ 𝑥2 + 𝑦2 − 6𝑥 − 6𝑦 + 9 = 0.
5. B
A equação que descreve a relação entre a quantidade de combustível no tanque e a distância percorrida
pelo automóvel é dada por 𝑥
500+
𝑦
50= 1 ⇔ 𝑦 = −
𝑥
10+ 50.
6. C
I) O pai participa de 35% + 45% + 7% = 87%
e 87% equivale a 870 famílias
Logo, a afirmativa I está errada
II) Das 1000 famílias 45% são pai e mãe juntos + 7%, dos quais fazem parte a mãe, o pai e outros
45% + 7% = 52%
8
Matemática
e 52% é mais de 50% (o pai e a mãe realmente participam juntos da renda familiar em mais de 500
dessas famílias) .
7. B
Média = 4.1+2+2.4+2.5+1.6
10=
30
10= 3
Mediana = 𝑞𝑢 𝑖𝑛𝑡 𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜 + 𝑠𝑒𝑥𝑡𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜
2=
2+4
2= 3
Moda = 1 (maior frequência) 8. C
A primeira parcela de 𝑅$ 460,00será paga à vista, portanto não há incidência de juros. A segunda parcela,
caso não houvesse incidência de juros, seria de 𝑅$ 400,00, pois o preço do fogão à vista é de
𝑅$ 860,00 (860 − 460 = 400). No entanto, há um acréscimo de 𝑅$ 60,00 na segunda parcela, os quais
representam os juros após 30 dias. Logo, os juros são: 60
400= 0,15 → 15%
9. B
Sejam (𝑎1, 𝑎2, 𝑎3, … , 𝑎20) as vinte primeiras prestações do empréstimo. Na P.A. acima temos: 𝑎1 + 𝑎20 = 𝑎2 + 𝑎19, portanto a soma dos 20 primeiros parcelas pode ser escrita do seguinte modo: (𝑎2 + 𝑎19)
2⋅ 20 = 42000
3800 + 𝑎19 = 4200 𝑎19 = 400
Determinando agora a razão 𝑟 da P.A., temos: 𝑎19 = 𝑎2 + 17 ⋅ 𝑟 400 = 3800 + 17𝑟 17𝑟 = −3400 𝑟 = −200
Portanto, a razão da P.A é −200.
10. D
A taxa anual de juros 𝑖 procurada é tal que 2 ⋅ 𝐶 = 𝐶 ⋅ (1 + 𝑖)10 ⇔ (1 + 𝑖)10 = 2 ⇔ 𝑙𝑜𝑔2( 1 + 𝑖)10 = 𝑙𝑜𝑔2 2 ⇔ 10 ⋅ 𝑙 𝑜𝑔2( 1 + 𝑖) = 1 ⇔ 𝑙 𝑜𝑔2( 1 + 𝑖) = 0,1 ⇔ 1 + 𝑖 = 20,1 ⇒ 𝑖 ≅ 1,0718 − 1 ⇔ 𝑖 ≅ 0,0718,
ou seja, 7,18% ao ano.
1
Português
Funções da Linguagem (emotiva, apelativa, metalinguística)
Quer ver esse material pelo Dex? clique aqui
Resumo
Você já deve saber que podemos utilizar vários recursos para nos comunicarmos com alguém, como
gestos, imagens, músicas ou olhares. No entanto, a linguagem é a forma mais abrangente e efetiva que
possuímos e, dependendo de nossa mensagem, podemos fazer inúmeras associações e descobrir o contexto
ou a circunstância que aquela intenção comunicativa foi construída.
Existem dois tipos de linguagem, a verbal e a não-verbal. Na primeira, a comunicação é feita por meio
da escrita ou da fala, enquanto a segunda é feita por meio de sinais, gestos, movimentos, figuras, entre outros.
A linguagem assume várias funções, por isso, é muito importante saber as suas distintas características
discursivas e intencionais. Em primeiro lugar, devemos atentar para o fato de que, em qualquer situação
comunicacional plena, seis elementos estão presentes:
• Emissor: É o responsável pela mensagem. É ele quem, como o próprio nome sugere, emite o
enunciado.
• Receptor: A quem se direciona o que se deseja falar; o destinatário.
• Mensagem: O que será transmitido, a “tradução” de uma ideia.
• Referente: O assunto, também chamado de contexto.
• Canal: Meio pelo qual será transmitido a mensagem.
• Código: A forma que a linguagem é produzida.
Cada uma das seis funções que a linguagem desempenha está centrada em um dos elementos acima,
ou na forma como alguns desses elementos se relacionam com os outros. Veja a seguir três delas:
Metalinguística: Refere-se ao próprio código. Por exemplo:
- A palavra “analisar” é escrita com “s” ou com “z”?
- “Analisar” se escreve com “s”, Marcelo.
Consiste no uso do código para falar dele próprio, ou seja, a linguagem para explicar a própria linguagem.
Pode ser encontrada, por exemplo, nos dicionários, em poemas que falam da própria poesia, em músicas que
falam da própria música.
Conativa ou Apelativa: Procura influenciar o receptor da mensagem. É centrada na segunda pessoa do
discurso e bastante comum em propagandas. Exemplo:
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
Cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
2
Português
Essa função encerra um apelo, uma intenção de atingir o comportamento do receptor da mensagem ou
chamar a sua atenção. Para identificá-la, devemos observar o uso do vocativo, pronomes na segunda pessoa,
ou pronomes de tratamento, bem como verbos no modo imperativo.
Emotiva: De forma simplista, pode-se dizer que expressa sentimentos, emoções e opiniões. Está centrada
no próprio emissor – e, por isso, aparece na primeira pessoa do discurso. Exemplo:
Que me resta, meu Deus? Morra comigo
A estrela de meus cândidos amores.
Já que não levo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores. (Álvares de Azevedo)
Aqui, devemos observar marcas de subjetividade do emissor, como seus sentimentos e impressões a respeito
de algo expressados pela ocorrência de verbos e pronomes na primeira pessoa, adjetivação abundante,
pontuação expressiva (exclamações e reticências), bem como interjeições.
3
Português
Exercícios
1. TEXTO I
Fundamentam-se as regras da Gramática Normativa nas obras dos grandes escritores, em cuja
linguagem as classes ilustradas põem o seu ideal de perfeição, porque nela é que se espelha o que o
uso idiomático estabilizou e consagrou. (LIMA, C. H. R. Gramática normativa da língua portuguesa, Rio de Janeiro José Olympio, 1989)
TEXTO II
Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As palavras são para mim corpos tocáveis, sereias
visíveis, sensualidades incorporadas. Talvez porque a sensualidade real não tem para mim interesse
de nenhuma espécie – nem sequer mental ou de sonho -, transmudou-se-me o desejo para aquilo que
em mim Cria ritmos Verbais, ou os escuta de Outros. Estremeço se dizem bem. Tal página de Fialho,
tal página de Chateaubriand, fazem formigar toda a minha vida em todas as veias, fazem-me raivar
tremulamente quieto de um prazer inatingível que estou tendo. Tal página, até, de Vieira, na sua fria
perfeição de engenharia sintáctica, me faz tremer como um ramo ao vento, num delírio passivo de coisa
movida. (PESSOA, F. O livro do desassossego São Paulo Brasiliense, 1986)
A linguagem cumpre diferentes funções no processo de comunicação. A função que predomina nos
textos I e II
a) destaca o “como” se elabora a mensagem, Considerando-se a seleção, Combinação e sonoridade
do texto.
b) Coloca o foco no “Com o quê” se constrói a mensagem, sendo o código utilizado o seu próprio
objeto.
c) Focaliza o “quem” produz a mensagem, mostrando seu posicionamento e suas impressões
pessoais.
d) O orienta-se no “para quem” se dirige a mensagem, estimulando a mudança de seu
comportamento.
e) enfatiza sobre “o quê” versa a mensagem, apresentada com palavras precisas e objetivas.
4
Português
2.
Nessa campanha publicitária, para estimular a economia de água, o leitor é incitado a
a) adotar práticas de consumo consciente.
b) alterar hábitos de higienização pessoal e residencial.
c) contrapor-se a formas indiretas de exportação de água.
d) optar por vestuário produzido com matéria-prima reciclável.
e) conscientizar produtores rurais sobre os custos de produção.
5
Português
3. O exercício da crônica Escrever crônica é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a prosa de um
ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e situações que, azar dele, criou
porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se ele diante de uma máquina,
olha através da janela e busca fundo em sua imaginação um assunto qualquer, de preferência colhido
no noticiário matutino, ou da véspera, em que, com suas artimanhas peculiares, possa injetar um
sangue novo. Se nada houver, restar-lhe o recurso de olhar em torno e esperar que, através de um
processo associativo, surja-lhe de repente a crônica, provinda dos fatos e feitos de sua vida
emocionalmente despertados pela concentração. Ou então, em última instância, recorrer ao assunto
da falta de assunto, já bastante gasto, mas do qual, no ato de escrever, pode surgir o inesperado. (MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São Paulo: Cia das Letras, 1991).
Predomina nesse texto a função da linguagem que se constitui
a) nas diferenças entre o cronista e o ficcionista.
b) nos elementos que servem de inspiração ao cronista.
c) nos assuntos que podem ser tratados em uma crônica.
d) no papel da vida do cronista no processo de escrita da crônica.
e) nas dificuldades de se escrever uma crônica por meio de uma crônica.
4. Desabafo
Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem
como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que
esqueci ontem à noite. Seis recados para serem respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos.
Contas para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado. CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento).
Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da linguagem, com o
predomínio, entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da crônica Desabafo, a função da
linguagem predominante é a emotiva ou expressiva, pois
a) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código.
b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito.
c) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem.
d) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais.
e) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação.
6
Português
5. Aula de Português A linguagem
na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a priminha.
O português são dois; o outro, mistério.
Carlos Drummond de Andrade. Esquecer para lembrar. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.
Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta expressa o contraste entre marcas de variação de
usos da linguagem em
a) situações formais e informais.
b) diferentes regiões dos pais.
c) escolas literárias distintas.
d) textos técnicos e poéticos.
e) diferentes épocas.
7
Português
6. Me devolva o Neruda (que você nem leu).
Quando o Chico Buarque escreveu o verso acima, ainda não tinha o “que você nem leu”. A palavra
Neruda - prêmio Nobel, chileno, de esquerda - era proibida no Brasil. Na sala da Censura Federal o
nosso poeta negociou a proibição. E a música foi liberada quando ele acrescentou o “que você nem
leu”, pois ficava parecendo que ninguém dava bola para o Neruda no Brasil. Como eram burros os
censores da ditadura militar! E coloca burro nisso!!!
Mas a frase me veio à cabeça agora, porque eu gosto demais dela. Imagine a cena. No meio de uma
separação, um dos cônjuges (me desculpe a palavra) me solta esta: me devolva o Neruda que você
nem leu! Pense nisso.
Pois eu pensei exatamente nisso quando comecei a escrever esta crônica, que não tem nada a ver
com o Chico, nem com o Neruda e, muito menos, com os militares.
É que eu estou aqui para dizer um tchau. Um tchau breve porque, se me aceitarem - você e o diretor
da revista -, eu volto daqui a dois anos. Vou até ali escrever uma novela na Globo (o patrão vai continuar
o mesmo) e depois eu volto. Esperando que você já tenha lido o Neruda.
Mas aí você vai dizer assim: pó, escrever duas crônicas por mês, fora a novela, o cara não consegue?
O que é uma crônica? Uma página e meia. Portanto, três páginas por mês e o cara me vem com esse
papo de Neruda? Preguiçoso, no mínimo.
Quando faço umas palestras por aí, sempre me perguntam o que é necessário para se tornar um
escritor. E eu sempre respondo: talento e sorte. Entre os 10 e 20 anos, recebia na minha casa O
Cruzeiro, Manchete e o jornal Última Hora. E lá dentro eu lia (me invejem): Paulo Mendes Campos,
Rubem Braga, Fernando Sabino, Millôr Fernandes, Nelson Rodrigues, Stanislaw Ponte Preta, Carlos
Heitor Cony. E pensava, adolescentemente: quando eu crescer, vou ser cronista.
Bem ou mal, consegui meu espaço. E agora, ao pedir de volta o livro chileno, fico pensando em como
eu me sentiria se, um dia, um desses aí acima escrevesse que iria dar um tempo. Eu matava o cara!
Isso não se faz com o leitor (desculpe, minha amiga, não estou me colocando no mesmo nível deles,
não!)
E deixo aqui uns versinhos do Neruda para as minhas leitoras de 30 e 40 anos (e para todas): Escuchas
otras voces en mi voz dolorida
Llanto de viejas bocas, sangre de viejas súplicas,
Amame, compañera. No me abandones. Sigueme,
Sigueme, compañera, en esa ola de angústia.
Pero se van tiñendo con tu amor mis palabras
Todo lo ocupas tú, todo lo ocupas
Voy haciendo de todas un collar infinito
Para tus blancas manos, suaves como las uvas.
Desculpe o mau jeito: tchau!
(Prata, Mario. Revista Época. São Paulo. Editora Globo, Nº- 324, 02 de agosto de 2004, p. 99)
Relacione os fragmentos abaixo às funções da linguagem predominantes e assinale a alternativa
correta.
I. “Imagine a cena”.
II. “Sou um homem de sorte”.
III. “O que é uma crônica? Uma página e meia. Portanto, três páginas por mês e o cara me vem com esse papo de Neruda?”.
a) Emotiva, poética e metalingüística, respectivamente.
b) Fática, emotiva e metalingüística, respectivamente.
c) Metalingüística, fática e apelativa, respectivamente.
d) Apelativa, emotiva e metalingüística, respectivamente.
e) Poética, fática e apelativa, respectivamente.
8
Português
7.
Pode-se definir “metalinguagem” como a linguagem que comenta a própria linguagem, fenômeno
presente na literatura e nas artes em geral.
O quadro A perspicácia, do belga René Magritte, é um exemplo de metalinguagem porque:
a) destaca a qualidade do traço artístico
b) mostra o pintor no momento da criação
c) implica a valorização da arte tradicional
d) indica a necessidade de inspiração concreta
8. Leia as passagens abaixo, extraídas de São Bernardo, de Graciliano Ramos:
I. Resolvi estabelecer-me aqui na minha terra, município de Viçosa, Alagoas, e logo planeei adquirir
a propriedade S. Bernardo, onde trabalhei, no eito, com salário de cinco tostões.
II. Uma semana depois, à tardinha, eu, que ali estava aboletado desde meio-dia, tomava café e
conversava, bastante satisfeito.
III. João Nogueira queria o romance em língua de Camões, com períodos formados de trás para
diante.
IV. Já viram como perdemos tempo em padecimentos inúteis? Não era melhor que fôssemos como
os bois? Bois com inteligência. Haverá estupidez maior que atormentar-se um vivente por gosto?
Será? Não será? Para que isso? Procurar dissabores! Será? Não será?
V. Foi assim que sempre se fez. [respondeu Azevedo Gondim] A literatura é a literatura, seu Paulo.
A gente discute, briga, trata de negócios naturalmente, mas arranjar palavras com tinta é outra
coisa. Se eu fosse escrever como falo, ninguém me lia.
Assinale a alternativa em que ambas as passagens demonstram o exercício de metalinguagem em São
Bernardo:
a) III e V.
b) I e II.
c) I e IV.
d) III e IV.
e) II e V
9
Português
9. Catar Feijão
1.
Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.
2.
Ora, nesse catar feijão entra um risco:
o de que entre os grãos pesados entre
um grão qualquer, pedra ou indigesto,
um grão imastigável, de quebrar dente.
Certo não, quando ao catar palavras:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
obstrui a leitura fluviante, flutual,
açula a atenção, isca-a como o risco. João Cabral de Melo Neto
O poema de João Cabral de Melo Neto compara o ato de catar feijão com a produção de um poema.
Nesse texto, qual é a função da linguagem que o autor predominantemente utiliza?
a) Metáfora
b) Comparação
c) Poética
d) Metalinguagem
e) Ironia
10
Português
10. fora de si eu fico louco
eu fico fora de si
eu fica assim
eu fica fora de mim
eu fico um pouco
depois eu saio daqui
eu vai embora
eu fico fora de si
eu fico oco
eu fica bem assim
eu fico sem ninguém em mim
A leitura do poema permite afirmar corretamente que o poeta explora a ideia de
a) buscar a completude no Outro, conforme atesta a função apelativa, reforçando que o Eu, quando
fora de si, necessariamente se funde com o Outro.
b) sair de sua criação artística, retratando, pela função poética, a contradição do fazer literário, que
não atinge o poeta.
c) perder a noção de si mesmo, e também perder a noção das outras pessoas, o que se mostra num
poema metaligüístico.
d) extravasar o seu sentimento, como denuncia a função emotiva, reafirmando a situação de
desencanto e desengano do poeta.
e) criar literariamente como brincar com as palavras, o que se pode comprovar pela função fática da
linguagem.
11
Português
Gabarito
1. B
A função que predomina nos dois textos é a metalinguística, visto que o primeiro texto foi extraído de uma
gramática que propõe reflexões sobre regras gramaticais. Já o segundo texto, escrito por um famoso
poeta, trata do seu gosto e do de outros autores pela palavra. Em suma, o elemento da comunicação
“código”, representado pela função metalinguística, encontra-se em destaque nos dois textos.
2. A
Após informar a quantidade média de água gasta na produção de alguns produtos, a campanha afirma
que “economizar bens de consumo e evitar o desperdício também é poupar água”, incitando o leitor a
adotar práticas de consumo consciente.
3. E
Uma vez que a mensagem do texto é centrada em seu próprio código, a função da linguagem que
predomina é a metalinguística. No texto, o cronista apresenta, por meio de uma crônica, alguns entraves
encontrados por quem escreve esse gênero textual.
4. B
É possível observar que a atitude do emissor sobrepõe-se àquilo que está sendo dito, com predominância
da função emotiva da linguagem, visto que a mensagem está voltada para elementos subjetivos do
enunciador.
5. A
No texto, ao centrar a mensagem na expressão dos sentimentos do enunciador, Drummond utiliza a
função emotiva da linguagem. Com isso, explora o contraste entre as variações linguísticas em situações
formais e informais.
6. D
I - “Imagine a cena”. [ mensagem centrada no receptor, presença do verbo no imperativo – apelativa]
II - “Sou um homem de sorte”. [ subjetividade do enunciador deixando claro seu ponto de vista - emotiva]
III - “O que é uma crônica? Uma página e meia. Portanto, três páginas por mês e o cara me vem com
esse papo de Neruda?”.[ uma trecho de crônica definindo a crônica – metalinguagem]
7. B
O quadro de René Magritte mostra visualmente o fenômeno estético da metalinguagem, ao apresentar
uma pintura na qual um pintor se encontra no momento exato da criação de uma pintura
8. A
Os trechos em III e V trazem referências literárias, bem como falam da construção de textos “períodos de
trás pra frente” , “a literatura é a literatura, Seu Paulo”, configurando a metalinguagem.
9. D
O tema central do poema é a arte e os encantos e impasses de escrever um poema, é notável a presença
da metalinguagem em um poema que fala sobre escrever um poema.
10. C
O enunciador deixa clara sua subjetividade, seus julgamentos e etc., mas “perder-se de si é perder-se
dos outros” e utilizar sua voz para “perder-se de si” caracteriza a metalinguagem.
1
Português
Funções da Linguagem (poética, fática e referencial) Quer ver esse material pelo Dex? clique aqui
Resumo
Você já deve saber que podemos utilizar vários recursos para nos comunicarmos com alguém, como
gestos, imagens, músicas ou olhares. No entanto, a linguagem é a forma mais abrangente e efetiva que
possuímos e, dependendo de nossa mensagem, podemos fazer inúmeras associações e descobrir o contexto
ou a circunstância que aquela intenção comunicativa foi construída.
Existem dois tipos de linguagem, a verbal e a não-verbal. Na primeira, a comunicação é feita por meio
da escrita ou da fala, enquanto a segunda é feita por meio de sinais, gestos, movimentos, figuras, entre
outros.
A linguagem assume várias funções, por isso, é muito importante saber as suas distintas características
discursivas e intencionais. Em primeiro lugar, devemos atentar para o fato de que, em qualquer situação
comunicacional plena, seis elementos estão presentes:
• Emissor: É o responsável pela mensagem. É ele quem, como o próprio nome sugere, emite o
enunciado.
• Receptor: A quem se direciona o que se deseja falar; o destinatário.
• Mensagem: O que será transmitido, a “tradução” de uma ideia.
• Referente: O assunto, também chamado de contexto.
• Canal: Meio pelo qual será transmitido a mensagem.
• Código: A forma que a linguagem é produzida.
Cada uma das seis funções que a linguagem desempenha está centrada em um dos elementos acima,
ou na forma como alguns desses elementos se relacionam com os outros. Veja a seguir:
Referencial: Centraliza-se no contexto, no referente. Transmite dados de maneira objetiva, direta, impessoal.
A dissertação argumentativa é o tipo de texto em que um determinado ponto de vista é defendido de maneira
objetiva, a partir da utilização de argumentos. Outros exemplos são textos jornalísticos, livros didáticos e
apostilas.
Fática: Está centrada no canal. Objetiva estabelecer, prolongar ou interromper o processo de comunicação.
Exemplo:
— Olá, como vai?
— Eu vou indo e você, tudo bem?
— Tudo bem, eu vou indo...
2
Português
A função fática envolve o contato entre o emissor e o receptor, seja para iniciar, prolongar, interromper ou
simplesmente testar a eficiência do canal de comunicação. Na língua escrita, qualquer recurso gráfico
utilizado para chamar atenção para o próprio canal (negrito, mudar o padrão de letra, criar imagem com a
distribuição das palavras na página em branco) constitui um exemplo de função fática.
Poética: Centraliza-se na própria mensagem. É o trabalho poético realizado em um determinado contexto.
Exemplo:
“De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.” (Vinícius de Morais)
Como é centrada na própria mensagem, a função poética existe, predominantemente, em textos literários,
resultantes da elaboração da linguagem, por meio de vários recursos estilísticos que a língua oferece.
Contudo, é comum, hoje, observarmos textos técnicos que se utilizam de elementos literários para poder
evidenciar um determinado sentido.
3
Português
Exercícios
1. Deficientes visuais já podem ir a algumas salas de cinema e teatros para curtir, em maior intensidade,
as atrações em cartaz. Quem ajuda na tarefa é o aplicativo Whatscine, recém-chegado ao Brasil e
disponível para os sistemas operacionais iOS (Apple) ou Android (Google). Ao ser conectado à rede
wi-fi de cinemas e teatros, o app sincroniza um áudio que descreve o que ocorre na tela ou no palco
com o espetáculo em andamento: o usuário, então, pode ouvir a narração em seu celular.
O programa foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Carlos III, em Madri. “Na Espanha,
200 salas de cinema já oferecem o recurso e filmes de grandes estúdios já são exibidos com o recurso
do Whatscine!”, diz o brasileiro Luis Mauch, que trouxe a tecnologia para o país. “No Brasil, já fechamos
parceria com a São Paulo Companhia de Dança para adaptar os espetáculos deles! Isso já é um
avanço. Concorda?”
Disponível em: http://veja.abril.com.br. Acesso em: 25jun. 2014 (adaptado)
Por ser múltipla e apresentar peculiaridades de acordo com a intenção do emissor, a linguagem
apresenta funções diferentes. Nesse fragmento, predomina a função referencial da linguagem, porque
há a presença de elementos que:
a) buscam convencer o leitor, incitando o uso do aplicativo.
b) definem o aplicativo, revelando o ponto de vista da autora,.
c) evidenciam a subjetividade, explorando a entonação emotiva.
d) expõem dados sobre o aplicativo, usando linguagem denotativa.
e) objetivam manter um diálogo com o leitor, recorrendo a uma indagação.
4
Português
2. A questão é começar
Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa
livre conversação, é necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa
tarde, como vai?” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do
tempo ou de futebol. No escrever também poderia ser assim, e deveria haver para a escrita algo como
conversa vadia, com que se divaga até encontrar assunto para um discurso encadeado. Mas, à
diferença da conversa falada, nos ensinaram a escrever e na lamentável forma mecânica que supunha
texto prévio, mensagem já elaborada. Escrevia-se o que antes se pensara. Agora entendo o contrário:
escrever para pensar, uma outra forma de conversar.
Assim fomos “alfabetizados”, em obediência a certos rituais. Fomos induzidos a, desde o início,
escrever bonito e certo. Era preciso ter um começo, um desenvolvimento e um fim predeterminados.
Isso estragava, porque bitolava, o começo e todo o resto. Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor)
conversando entender como necessitamos nos reeducar para fazer do escrever um ato inaugural; não
apenas transcrição do que tínhamos em mente, do que já foi pensado ou dito, mas inauguração do
próprio pensar. “Pare aí”, me diz você. “O escrevente escreve antes, o leitor lê depois.” “Não!”, lhe
respondo, “Não consigo escrever sem pensar em você por perto, espiando o que escrevo. Não me
deixe falando sozinho.”
Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais
apenas, sequer imaginados de carne e ossos, mas sempre ativamente presentes. Depois é espichar
conversas e novos interlocutores surgem, entram na roda, puxam assuntos. Termina-se sabe Deus
onde. (Marques, M.O. Escrever é Preciso, Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p. 13).
Observe a seguinte afirmação feita pelo autor: “Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa
tarde” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de
futebol.” Ela faz referência à função da linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”. Indique a alternativa
que explicita essa função.
a) Função emotiva
b) Função referencial
c) Função fática
d) Função conativa
e) Função poética
5
Português
3. Observe:
No Ar FORÇA AÉREA BRASILEIRA ABRE CONCURSO PARA FORMAR PRIMEIRA TURMA DE
AVIADORAS
Uma mulher pode estar à frente do Comando da Aeronáutica no futuro. Em Portaria publicada dia 31
de julho, no Diário Oficial da União, o Comandante da Aeronáutica, Ten.- Brig.- do- Ar Carlos de Almeida
Baptista, autorizou a abertura de 20 vagas para as candidatas, em caráter excepcional, ao 1º ano do
Curso de Formação de Oficiais Aviadores, da Academia da Força Aérea (AFA).
A função da linguagem PREDOMINANTE no texto acima é
a) fática.
b) conativa.
c) referencial.
d) emotiva ou expressiva.
4. Em uma famosa discussão entre profissionais das ciências biológicas, em 1959, C. P. Snow lançou
uma frase definitiva: “Não sei como era a vida antes do clorofórmio”. De modo parecido, hoje podemos
dizer que não sabemos como era a vida antes do computador. Hoje não é mais possível visualizar um
biólogo em atividade com apenas um microscópio diante de si; todos trabalham com o auxílio de
computadores. Lembramo-nos, obviamente, como era a vida sem computador pessoal. Mas não
sabemos como ela seria se ele não tivesse sido inventado. PIZA, D. Como era a vida antes do computador? OceanAir em Revista, nº- 1, 2007 (adaptado).
Neste texto, a função da linguagem predominante é:
a) emotiva, porque o texto é escrito em primeira pessoa do plural.
b) referencial, porque o texto trata das ciências biológicas, em que elementos como o clorofórmio e
o computador impulsionaram o fazer científico.
c) metalinguística, porque há uma analogia entre dois mundos distintos: o das ciências biológicas e
o da tecnologia.
d) poética, porque o autor do texto tenta convencer seu leitor de que o clorofórmio é tão importante
para as ciências médicas quanto o computador para as exatas.
e) apelativa, porque, mesmo sem ser uma propaganda, o redator está tentando convencer o leitor de
que é impossível trabalhar sem computador, atualmente.
6
Português
5. Canção do vento e da minha vida
O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores…
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.
[…]
O vento varria os sonhos
E varria as amizades…
O vento varria as mulheres…
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.
O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos…
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo. BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967.
Predomina no texto a função da linguagem:
a) fática, porque o autor procura testar o canal de comunicação.
b) metalinguística, porque há explicação do significado das expressões.
c) conativa, uma vez que o leitor é provocado a participar de uma ação.
d) referencial, já que são apresentadas informações sobre acontecimentos e fatos reais.
e) poética, pois chama-se a atenção para a elaboração especial e artística da estrutura do texto.
7
Português
6. 14 coisas que você não deve jogar na privada
Nem no ralo. Elas poluem rios, lagos e mares, o que contamina o ambiente e os animais. Também
deixa mais difícil obter a água que nós mesmos usaremos. Alguns produtos podem causar
entupimentos:
• cotonete
• medicamento e preservativo;
• óleo de cozinha;
• ponta de cigarro;
• poeira de varrição de casa;
• fio de cabelo e pelo de animais;
• tinta que não seja à base de água;
• querosene, gasolina, solvente, tíner.
Jogue esses produtos no lixo comum. Alguns deles, como óleo de cozinha, medicamento e tinta, podem
ser levados a pontos de coleta especiais, que darão a destinação final adequada.
MORGADO, M.; EMASA. Manual de etiqueta. Planeta Sustentável, jul.-ago. 2013 (adaptado).
O texto tem objetivo educativo. Nesse sentido, além do foco no interlocutor, que caracteriza a função
conativa da linguagem, predomina também nele a função referencial, que busca
a) despertar no leitor sentimentos de amor pela natureza, induzindo-o a ter atitudes responsáveis que
beneficiarão a sustentabilidade do planeta.
b) informar o leitor sobre as consequências da destinação inadequada do lixo, orientando-o sobre
como fazer o correto descarte de alguns dejetos.
c) transmitir uma mensagem de caráter subjetivo, mostrando exemplos de atitudes sustentáveis do
autor do texto em relação ao planeta.
d) estabelecer uma comunicação com o leitor, procurando certificar-se de que a mensagem sobre
ações de sustentabilidade está sendo compreendida.
e) explorar o uso da linguagem, conceituando detalhadamente os termos utilizados de forma a
proporcionar melhor compreensão do texto.
7. A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desenvolvem os seres vivos, se divide em unidades
menores chamadas ecossistemas, que podem ser uma tem múltiplos mecanismos que regulam o
número de organismos dentro dele, controlando sua reprodução, crescimento e migrações. DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Predomina no texto a função da linguagem
a) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em relação à ecologia.
b) fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de comunicação.
c) poética, porque o texto chama a atenção para os recursos de linguagem.
d) conativa, porque o texto procura orientar comportamentos do leitor.
e) referencial, porque o texto trata de noções e informações conceituais.
8
Português
8.
Através da linguagem não verbal, o artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego aborda a triste realidade
do trabalho infantil. O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos
prêmios por suas ilustrações. Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para
a) difundir a origem de marcantes diferenças sociais.
b) estabelecer uma postura proativa da sociedade.
c) provocar a reflexão sobre essa realidade.
d) propor alternativas para solucionar esse problema.
e) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo.
9.
A rapidez é destacada como uma das qualidades do serviço anunciado, funcionando como estratégia
de persuasão em relação ao consumidor do mercado gráfico. O recurso da linguagem verbal que
contribui para esse destaque é o emprego:
a) do termo "fácil" no início do anúncio, com foco no processo.
b) de adjetivos que valorizam a nitidez da impressão.
c) das formas verbais no futuro e no pretérito, em sequência.
d) da expressão intensificadora "menos do que" associada à qualidade.
e) da locução "do mundo" associada a "melhor", que quantifica a ação.
9
Português
10.
Os gráficos expõem dados estatísticos por meio de linguagem verbal e não verbal. No texto, o uso
desse recurso
a) exemplifica o aumento da expectativa de vida da população.
b) explica o crescimento da confiança na instituição do casamento.
c) mostra que a população brasileira aumentou nos últimos cinco anos.
d) indica que as taxas de casamento e emprego cresceram na mesma proporção.
e) sintetiza o crescente número de casamentos e de ocupação no mercado de trabalho.
10
Português
Gabarito
1. D
O fragmento retirado da Revista Veja informa sobre o aplicativo “Whatscine”. Assim, utiliza-se a linguagem
denotativa para informar sobre essa nova criação, sendo, portanto, predominante a função referencial da
linguagem. Mais uma vez, o assunto clássico sendo cobrado na prova do ENEM.
2. C
A função fática objetiva testar o canal e uma das estratégias é “quebrar o gelo’, isto é, os cumprimentos
são exemplos da função fática na prática.
3. C
O texto não apresenta marcas de subjetividade e é centrado no contexto, reportando fatos.
4. B
No texto, a função de linguagem característica é a referencial, uma vez que o elemento da comunicação
que ganha destaque é o referente, isto é, o objeto de que se fala. Em outros termos, a finalidade do artigo
é informar o leitor a respeito de algo: no caso, trata da importância tanto do clorofórmio quanto do
computador para o fazer científico.
5. E
Textos que privilegiam a função poética da linguagem põem em evidência a maneira de dizer, a fim de
obter efeitos expressivos. Por vezes, então, esses textos produzem significados não só por meio das
palavras que empregam, mas também por intermédio do modo como elas se combinam. No poema
Canção do vento e da minha vida, por exemplo, a repetição de estruturas de frase constrói um significado
não explícito: a recorrência das mudanças na vida do eu lírico.
6. B
Lembrar que a função referencial está focada no aspecto informacional – então, o aspecto de orientação
é apropriado a este tipo de comunicação.
7. E
Nota-se que a mensagem do texto está centrada em seu referente e ele é exterior à linguagem e ao
processo comunicativo, isto é, o texto trata de noções e informações conceituais. A função de linguagem
predominante nesse texto é a referencial.
8. C
Esta obra de Pawla Kuczynskiego induz a reflexão sobre a amarga realidade do trabalho infantil, uma vez
que retrata o contraste entre dois meninos, sendo que ao passo que um brinca, o outro trabalha.
9. C
“Vai ser bom” e “não foi” são, respectivamente, uma locução no futuro e uma forma verbal no presente.
10. E
Os gráficos apontam dados que demonstram o crescimento tanto do número de casamentos entre 2003
e 2008 de pessoas acima de 60 anos (que foi de 44%), como também do ingresso dessas pessoas no
mercado de trabalho (que foi de 7%), centrado em fatos, predomina a função referencial da linguagem.
1
Química
Eletroquímica: pilha Quer ver esse material pelo Dex? clique aqui
Resumo
A Eletroquímica é a parte da química que estuda a produção de energia elétrica a partir de reações
que ocorrem com transferência de elétrons: as reações de oxirredução, que já conhecemos. Na eletroquímica
estudaremos dois processos, as pilhas e a eletrólise.
Pilha
O primeiro processo eletroquímico – o que estudaremos neste material – é a pilha (esse processo
ocorre tanto nas conhecidas pilhas como nas baterias). Ela se caracteriza pela formação de corrente elétrica
a partir de uma reação espontânea de oxirredução. Nesta reação, uma das espécies químicas utilizadas
sofre redução – isto é, recebe elétrons – e a outra sofre oxidação – isto é, perde elétrons. O que se faz é
forçar esses elétrons transferidos a transitarem por um fio, um circuito externo.
➔ Cada espécie possui um potencial de oxidação (Eoxi), que é a sua tendência em perder elétrons (oxidar)
e um potencial de redução (Ered), que é a sua tendência em ganhar elétrons (reduzir).
➔ O potencial de oxidação de uma espécie tem sempre o mesmo módulo (valor) do seu potencial de redução,
mas com sinal oposto. Sendo assim, se o Eoxi de X é n, seu Ered é –n.
➔ A espécie que possuir maior potencial de redução (ou seja, menor potencial de oxidação) será a que
sofrerá redução. A que possuir menor potencial de redução (ou seja, maior potencial de oxidação)
será a que sofrerá oxidação.
➔ O que força os elétrons a transitarem da espécie redutora (ou seja, a que faz a outra reduzir, portanto,
a que é oxidada) para a espécie oxidante (ou seja, a que faz a outra oxidar, portanto, a que é reduzida)
é a diferença entre o potencial que a primeira tem de oxidar (Eoxi) e o potencial que a última tem de reduzir
(Ered). Essa diferença chamamos de diferença de potencial (ddp ou ΔE) ou força eletromotriz (fem),
porquanto força a movimentação dos elétrons. Sua unidade é volt (V). Se liga só nas duas maneiras com
que podemos calculá-la:
i) ΔE° = E°red + E°oxi
ii) ΔE° = (E°red maior) – (E°red menor)
Onde:
E°red = potencial de redução de quem se reduz;
E°oxi = potencial de oxidação de quem se oxida;
E°red maior = maior potencial de redução, entre as espécies envolvidas;
E°red menor = menor potencial de redução, entre as espécies envolvidas;
2
Química
➔ Como a reação redox na pilha ocorre de maneira espontânea, a ddp ou ΔE° sempre terá valor
positivo.
A pilha mais importante para o estudo da eletroquímica é a Pilha de Daniell, composta por:
➔ Duas placas metálicas, uma de cobre (Cu) e uma de zinco (Zn), as quais chamamos de eletrodos;
➔ Um recipiente com solução de Cu(NO3)2, contendo a placa de cobre;
➔ Um recipiente com solução de Zn(NO3)2, contendo a placa de zinco;
➔ Um fio condutor unindo externamente os eletrodos, no qual um voltímetro era conectado;
➔ Uma ponte salina – conexão entre os dois recipientes – contendo uma solução saturada de KCl.
Disponível em: http://www.aulasdequimica.com.br/infografico-pilha-de-daniell/
O que ocorre:
➔ Analisamos os potenciais de cada espécie para sabermos quem oxida e quem reduz:
Zn2+ (aq) + 2 e- → Zn° (s) E°red = – 0,76 V
Cu2+ (aq) + 2 e- → Cu° (s) E°red = + 0,34 V
➔ Como o cobre possui maior potencial de redução, é ele quem reduz. O zinco, portanto, oxida, motivo
pelo qual devemos inverter sua reação, na forma como está representada acima. Se invertemos o
E° também, ele deixa de ser de redução e passa a ser de oxidação, por isso, invertemos seu sinal:
Semirreação de oxidação: Zn° (s) → Zn2+ (aq) + 2 e- E°oxi = + 0,76 V
Reações de redução Potenciais de
redução
3
Química
Semirreação de redução: Cu2+ (aq) + 2 e- → Cu° (s) E°red = + 0,34 V
----------------------------------------------------------------------
Reação global: Zn° (s) + Cu2+ (aq) → Cu° (s) + Zn2+
(aq) ΔE° = + 0,76 + 0,34 = 1,10 V
Observação: Nunca se multiplica o valor do E° de uma espécie, ainda que multipliquemos sua
semirreação por algum fator a fim de balancear a reação global.
➔ Perceba que cada átomo de zinco transfere 2 elétrons para um átomo de cobre, através do fio externo
que conecta esses eletrodos. Como uma placa metálica contém muitos átomos, o fluxo de elétrons pelo
fio é considerável e, portanto, capaz de fazer funcionar um aparelho eletrônico.
➔ A forma oxidada (iônica) de cada um desses metais é a que fica dissolvida nas soluções. Já a forma
reduzida (neutra) é a que compõe a placa metálica sólida.
➔ Sendo assim, uma vez que o zinco está passando da sua forma reduzida para a sua forma oxidada, a
placa de zinco está sofrendo corrosão, isto é, está perdendo átomos/matéria sólida para a solução
de Zn(NO3)2, a qual, por isso, fica mais concentrada, com o tempo
➔ O cobre, em contrapartida, está passando da sua forma oxidada para a sua forma reduzida, ou seja, a
placa de cobre está ganhando átomos da solução de Cu(NO3)2, a qual, por isso, fica mais diluída,
com o tempo.
➔ Como os elétrons são negativos, eles migram para o polo positivo, que, no caso apresentado aqui, é
o eletrodo de cobre. Logo, é fácil entender que o eletrodo de zinco será o polo negativo, de onde os
elétrons partem.
➔ Então, o eletrodo onde ocorre oxidação é o ânodo (polo negativo) e o eletrodo onde ocorre redução
é o cátodo (polo positivo).
➔ As soluções, tanto de Cu(NO3)2 como de Zn(NO3)2, no início do processo possuem iguais quantidades
de ânions e cátions (já que só possuem os sais dissolvidos). Durante o processo, no entanto, ambas
as soluções tendem a perder sua neutralidade, já que: a solução de Cu2+ vai perdendo cátions para
a placa metálica, o que faz com que a concentração de ânions (carga negativa) supere a de cátions
(carga positiva); a solução de Zn2+ vai ganhando cátions da placa metálica, o que faz com que a
concentração de cátions (carga positiva) supere a de ânions (carga negativa). A ponte salina serve
para compensar esses desequilíbrios de carga, enviando ânions para a solução de Zn2+ e cátions para
a de Cu2+.
➔ A todo o sistema da pilha, os químicos deram o nome de cela ou célula eletrolítica. John Freferick
Daniell, particularmente, chamou cada lado da célula (um contendo placa de cobre com solução de sal
de cobre e outro contendo placa de zinco com solução de sal de zinco) de semicélula.
4
Química
A IUPAC (União Internacional da Química Pura e Aplicada) estabelece um padrão para
representarmos uma pilha. Vamos vê-lo com o exemplo da Pilha de Daniell:
MACETE:
Corrosão de metais
É evidente que os processos de oxidação de certas espécies, nas reações de oxirredução que
estudamos, são muito importantes para nós. Mas como quase tudo na vida tem seu lado negativo, alguns
desses processos nos prejudicam no dia a dia. Ninguém deseja que seus talheres de ferro sofram corrosão,
por exemplo. No entanto, é muito comum vermos a formação de ferrugem neles, devido à reação do ferro
com a umidade do ar. Vamos entender como isso funciona?
➔ No sistema ferro + ar úmido, ocorrem as seguintes semirreações:
Oxidação do ferro 2 Fe0 → 2 Fe2+ + 4 e–
Redução do oxigênio O2 + 2 H2O + 4 e– → 4 OH–
Global 2 Fe + O2 + 2 H2O → 2 Fe(OH)2
➔ O hidróxido de ferro II é oxidado novamente pelo ar, formando a ferrugem, da seguinte forma:
4 Fe(OH)2 + O2 + 2 H2O → 4 Fe(OH)3
Ferruge
m
5
Química
Proteção dos metais contra a oxidação
Existem basicamente três formas de proteger um metal contra a corrosão. São elas:
➔ Revestimento: consiste em revestir a superfície metálica com tinta, óleos, graxa, entre outros
produtos isolantes, que evitem o contato do metal com o ar atmosférico (que contém oxigênio,
altamente oxidante), com a umidade e outros agentes oxidantes;
➔ Galvanização: é um tipo de revestimento, mas mais específico. Consiste em revestir a superfície
metálica com um outro metal, que, ao sofrer oxidação, não perca massa, mas forme produtos (óxidos)
que continuem a isolar o metal protegido do ambiente externo. Muitos materiais de ferro como pregos,
por exemplo, são recobertos com zinco. Também é muito utilizado o estanho para revestir latas de ferro,
ao que se nomeou “folhas de flandres”;
➔ Metais de sacrifício: consiste em colocar em contato com o metal que se deseja proteger um outro
metal, com maior potencial de oxidação. Esse metal, por ser mais redutor, sempre oxida no lugar
do outro, não permitindo que seja corroído, ou seja, “sacrifica-se” pelo metal protegido. Em muitos
cascos de navios, feitos de ferro, coloca-se magnésio, mais redutor que o ferro, que é oxidado, evitando
a corrosão deste último.
6
Química
Exercícios
1. Células galvânicas (pilhas) são dispositivos nos quais reações espontâneas de oxidorredução geram
uma corrente elétrica. São dispostas pela combinação de espécies químicas com potenciais de redução
diferentes. Existem milhares de células galvânicas possíveis. Considere as semirreações abaixo e seus
respectivos potenciais de redução nas condições padrão (25 C e 1atm).
3(aq) (s) red
3(aq) (s) red
2(aq) (s) red
A 3 e A Eº 1,66 V
Au 3 e Au Eº 1,50 V
Cu 2 e Cu Eº 0,34 V
Δ
Δ
Δ
+ −
+ −
+ −
+ → = −
+ → = +
+ → = +
Baseado nas possibilidades de combinações de células galvânicas e suas representações
esquemáticas recomendadas pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC), são feitas
as seguintes afirmativas:
a) diferença de potencial (d.d.p.) da pilha formada pelas espécies químicas alumínio e cobre e
representada esquematicamente por 3 2(s) (aq) (aq) (s)A | A || Cu | Cu+ + é de 1,52 V+ (nas condições-
padrão);
b) na pilha formada pelas espécies químicas cobre e ouro e representada esquematicamente por
2 3(s) (aq) (aq) (s)Cu | Cu || Au | Au ,+ + a reação global corretamente balanceada é:
3 2(s) (aq) (aq) (s)3 Cu 2 Au 3 Cu 2 Au+ ++ → +
c) na pilha formada pelas espécies químicas cobre e ouro e representada esquematicamente por
2 3(s) (aq) (aq) (s)Cu | Cu || Au | Au ,+ + o agente oxidante é o (s)Cu ;
d) a representação IUPAC correta de uma pilha de alumínio e ouro (A Au)− é
3 3(s) (aq) (aq) (s)Au | Au || A | A .+ +
e) A pilha com maior DDP será a formada entre o cobre e o ouro.
2. De acordo com os conceitos de eletroquímica, é correto afirmar que
a) a ponte salina é a responsável pela condução de elétrons durante o funcionamento de uma pilha.
b) na pilha representada por 2 2(s) (aq) (aq) (s)Zn / Zn // Cu / Cu ,+ + o metal zinco representa o cátodo da
pilha.
c) o resultado positivo da ddp de uma pilha, por exemplo, 1,10 V,+ indica a sua não espontaneidade,
pois essa pilha está absorvendo energia do meio.
d) na eletrólise o ânodo é o polo positivo, onde ocorre o processo de oxidação.
e) a eletrólise ígnea só ocorre quando os compostos iônicos estiverem em meio aquoso.
7
Química
3. Em 1938 o arqueólogo alemão Wilhelm König, diretor do Museu Nacional do Iraque, encontrou um
objeto estranho na coleção da instituição, que poderia ter sido usado como uma pilha, similar às
utilizadas em nossos dias. A suposta pilha, datada de cerca de 200 a.C., é constituída de um pequeno
vaso de barro (argila) no qual foram instalados um tubo de cobre, uma barra de ferro (aparentemente
corroída por ácido) e uma tampa de betume (asfalto), conforme ilustrado. Considere os potenciais-
padrão de redução: 2redE (Fe |Fe) 0,44 V;+ = − red 2E (H |H ) 0,00 V;+ = e
2redE (Cu | Cu) 0,34 V.+ = +
Nessa suposta pilha, qual dos componentes atuaria como cátodo?
a) A tampa de betume. b) O vestígio de ácido. c) A barra de ferro. d) O tubo de cobre. e) O vaso de barro.
4. Considere que a reação abaixo ocorra em uma pilha.
2Fe Cu Cu 2Fe+++ ++ +++ → +
Assinale a alternativa que indica o valor correto do potencial padrão dessa pilha.
Dados:
0
0
Fe Fe e E 0,77 V
Cu 2e Cu E 0,34 V
++ +++ −
++ −
→ + = −
+ → = +
a) 1,20 V+
b) 0,43 V−
c) 1,88 V+
d) 1,20 V−
e) 0,43 V+
8
Química
5. Pessoas que apresentam dentes com restaurações metálicas podem sentir um pequeno choque ao
colocarem na boca pedaços de metal, como, por exemplo, o papel alumínio de um chocolate. O
alumínio, com meio ácido da boca, provoca a transferência de elétrons para o metal da restauração,
causando esse choque. Com base no fenômeno descrito, pode-se afirmar que o alumínio
a) sofre redução, funcionando com cátodo.
b) provoca a oxidação do metal da restauração.
c) é o agente oxidante, pois sofre redução.
d) é o agente redutor, pois sofre redução.
e) sofre oxidação, funcionando como ânodo
6. Da mesma forma que trabalhamos com potenciais de oxidação, podemos fazê-lo com os de redução.
Observe que, nas mesmas condições experimentais, os valores absolutos dos dois potenciais são
iguais, mas de sinais contrários. Os valores são tabelados a 25°C, 1 atm e solução 1,0 mol/L.
Das espécies químicas fornecidas, o melhor agente oxidante e o melhor agente redutor são,
respectivamente:
a) Aℓ e Cu
b) Cu e Aℓ
c) Cu e Aℓ 3+
d) Cu2+ e Aℓ 3+
e) Cu2+ e Aℓ
9
Química
7. Considere os potenciais-padrão de redução dos eletrodos abaixo e o esquema da pilha constituída por
esses eletrodos:
Quando se fecha o circuito elétrico durante algum tempo, verifica-se que houve:
a) aumento na concentração de íons Cu2+ .
b) redução de íons Mg2+ .
c) oxidação do cobre metálico.
d) diminuição na concentração de íons NO3 1- .
e) diminuição na massa da lâmina de magnésio.
8. Em uma pilha galvânica, um dos eletrodos é cobre imerso em uma solução de Cu2+ 1,0 mol/L, e o outro
é chumbo imerso em uma solução 1,0 mol/L de íons Pb2+. Baseando-se nos potenciais de redução
padrão, a afirmativa correta é:
a) O chumbo cede elétrons ao cobre.
b) O eletrodo de chumbo funciona como o cátodo da pilha.
c) O eletrodo de cobre funciona como ânodo da pilha.
d) A representação da reação da pilha é Cu°/Cu2+//Pb2+/Pb°
e) A diferença de potencial da pilha é de +0,21 volt
10
Química
9. Assinale a opção que contém, respectivamente, o ∆E°, ânodo, cátodo e número de elétrons envolvidos
na reação total da pilha galvânica padrão representada abaixo.
a) – 0,02 V; Zn; Cr; 3
b) + 0,02 V; Zn; Cr; 6
c) – 0,7 V; Zn; Cr; 6
d) + 0,7 V; Cr; Zn; 3
e) + 0,02 V; Cr; Zn; 2
10. Marcapasso é um dispositivo de emergência para estimular o coração. A pilha utilizada nesse
dispositivo é constituída por eletrodos de lítio e iodo. A partir dos valores dos potenciais de redução
padrão, afirma-se:
A partir dos valores dos potenciais de redução padrão, afirma-se:
a) O fluxo eletrônico da pilha irá do lítio para o iodo, pois o lítio tem o menor potencial de redução.
b) A semi-reação de oxidação pode ser representada pela equação
c) A diferença de potencial da pilha é de –3,05 V.
d) O iodo, por ter menor potencial de redução que o Li, tende a sofrer redução, formando o polo
positivo da pilha.
e) A diferença de potencial da pilha é de –2,51 V.
11
Química
Gabarito
1. B
[a] Incorreta. A diferença de potencial (d.d.p.) da pilha formada pelas espécies químicas alumínio e cobre
e representada esquematicamente por 3 2(s) (aq) (aq) (s)A | A || Cu | Cu+ + é de 2,0 V+ (nas condições-
padrão).
maior menorE E E
E 0,34 ( 1,66) 2,0 V
Δ
Δ
= −
= + − − =
[b] Correta. Na pilha formada pelas espécies químicas cobre e ouro e representada esquematicamente
por 2 3(s) (aq) (aq) (s)Cu | Cu || Au | Au ,+ + a reação global corretamente balanceada é:
3(aq) (s) red
2(aq) (s) red
Redução3(aq) (s)
Oxidação 2(s) (aq)
Global3 2(aq) (s) (s) (aq)
Au 3 e Au Eº 1,50 V
Cu 2 e Cu Eº 0,34 V
1,50 V 0,34 V
2Au 6 e 2Au
3Cu 3Cu 6 e
2Au 3Cu 2Au 3Cu
Δ
Δ
+ −
+ −
+ −
+ −
+ +
+ → = +
+ → = +
+ +
+ ⎯⎯⎯⎯⎯→
⎯⎯⎯⎯⎯→ +
+ ⎯⎯⎯⎯→ +
[c] Incorreto. Na pilha formada pelas espécies químicas cobre e ouro e representada esquematicamente
por 2 3(s) (aq) (aq) (s)Cu | Cu || Au | Au ,+ + o agente redutor é o (s)Cu .
Oxidação 2(s) (aq)
Redutor
3 Cu 3Cu 6 e+ −⎯⎯⎯⎯⎯→ +
[d] Incorreta. A representação IUPAC correta de uma pilha de alumínio e ouro (A Au)− é
3 3(aq) (s) (s) (aq)Au | Au || A | A .+ +
3(aq) (s) red
3(aq) (s) red
Oxidação 3(s) (aq)
Redução3(aq) (s)
3 3(aq) (s) (s) (aq)
A 3 e A Eº 1,66 V
Au 3 e Au Eº 1,50 V
1,50 V 1,66 V
A A 3 e
Au 3 e Au
Au | Au || A | A
Δ
Δ
+ −
+ −
+ −
+ −
+ +
+ → = −
+ → = +
+ −
⎯⎯⎯⎯⎯→ +
+ ⎯⎯⎯⎯⎯→
[e] Incorreto. A pilha com maior DDP será a formada entre o aluminio e o ouro.
2. D
[A] Incorreta. A ponte salina é a responsável pela condução de íons durante o funcionamento de uma
pilha.
[B] Incorreta. Na pilha representada por 2 2(s) (aq) (aq) (s)Zn / Zn // Cu / Cu ,+ + o metal zinco representa o
ânodo da pilha, pois sofre oxidação, ou seja, seu número de oxidação aumenta.
12
Química
[C] Incorreta. O resultado positivo da ddp de uma pilha, por exemplo, 1,10 V,+ indica a sua
espontaneidade, pois neste processo a pilha está liberando energia para o meio.
[D] Correta. Na eletrólise o ânodo é o polo positivo, onde ocorre o processo de oxidação e o cátodo é o
polo negativo onde ocorre o processo de redução.
[E] Incorreta. A eletrólise ígnea só ocorre quando os compostos iônicos estiverem fundidos, ou seja, no
estado de agregação líquido.
3. D
O cátodo deve apresentar o maior potencial de redução.
2 2red red
red 2 2 red
2 2red red
Eº (Fe | Fe) 0,44 V Fe 2 e Fe E 0,44 V
Eº (H | H ) 0,00 V 2 H 2 e H E 0,00 V
Eº (Cu | Cu) 0,34 V Cu 2 e Cu E 0,34 V
0,34 V 0,00 V 0,44 V
+ + −
+ + −
+ + −
= − + → = −
= + → =
= + + → = +
+ −
Como a barra de ferro (menor potencial de redução) foi, aparentemente, corroída pelo ácido (H ),+
conclui-se que esta atuou como ânodo e que o tubo de cobre atuou como cátodo.
4. E Global
Inverter 0
Inverter 0
ReduçãoRedução
OxidaçãoOxidação
2 Fe Cu Cu 2Fe
Fe Fe e E 0,77 V
Cu 2e Cu E 0,34 V
2 Fe 2e 2 Fe E 0,77 V
Cu Cu 2e E 0,34 V
+++ ++ ++
++ +++ −
++ −
+++ − ++
++ −
+ ⎯⎯⎯⎯→ +
⎯⎯⎯⎯→ + = −
+ ⎯⎯⎯⎯→ = +
+ ⎯⎯⎯⎯⎯→ = +
⎯⎯⎯⎯⎯→ + = −
( )
Global
Redução Oxidação
2 Fe Cu Cu 2 Fe
E E E
E 0,77 V 0,34 V
E 0,43 V
Δ
Δ
Δ
+++ ++ +++ ⎯⎯⎯⎯→ +
= +
= + + −
= +
5. E
Segundo o texto: O alumínio, com meio ácido da boca, provoca a transferência de elétrons para o metal
da restauração, sendo assim, constitui o ânodo, sofre oxidação (agente redutor) polo negativo
6. E
O melhor agente oxidante (sofre redução) possui maior E°redução: +0,34V → Cu2+
O melhor agente redutor (sofre oxidação) possui menor E°redução: -1,66V → Aℓ
13
Química
7. E
Eletrodo de magnésio (Ered= -2,37 V): menor potencial de redução → ânodo – oxidação (redutor) – polo
negativo
Mg° → Mg2+ + 2e
Eletrodo de cobre (Ered= +0,34 V): maior potencial de redução → cátodo – redução (oxidante) – polo
positivo
Cu2+ + 2e- → Cu°
8. A
Eletrodo de chumbo (Ered= -0,13 V): menor potencial de redução → ânodo – oxidação (redutor) – polo
negativo
Pb° → Pb2+ + 2e
Eletrodo de cobre (Ered= +0,34 V): maior potencial de redução → cátodo – redução (oxidante) – polo
positivo
Cu2+ + 2e- → Cu°
Reação Global: Pb° + Cu2+ → Pb2+ + Cu°
∆E° = Ered maior – Ered menor = (+0,34)-(-0,13) = +0,47V
9. B
10. A
O fluxo de elétrons é de quem oxida para quem reduz.
1
Química
Equilíbrio iônico: Kps Quer ver esse material pelo Dex? clique aqui
Resumo
Constante do produto de solubilidade (KPS)
Sabemos que cada composto possui um grau ou coeficiente de solubilidade, que é a relação/divisão
entre a quantidade do composto em questão(soluto) e a quantidade de água que formam uma solução
saturada desse soluto. Ou seja, se a quantidade de soluto pela quantidade de água de uma solução supera
a solubilidade desse composto, a quantidade excedente do mesmo se cristaliza e precipita, formando o
precipitado, para evitar que a solução fique supersaturada.
O que vamos estudar aqui é o equilíbrio que se estabelece entre os íons dissociados do soluto e o
precipitado (íons não dissociados), atingido quando a velocidade de dissolução se iguala à de precipitação.
Acontece assim com o cloreto de sódio, por exemplo:
NaCl (s) ⇌ Na+ (aq) + Cl– (aq)
Como todo bom equilíbrio químico, este também tem sua constante, seu padrão que varia com a
temperatura: a constante do produto de solubilidade. Para o caso do NaCl, calculamos da seguinte forma:
KPS = [Na+][Cl–]
Obs: Sólidos não entram na equação da constante de equilíbrio, lembra disso? Segue a regra.
Solubilidade (S) de um soluto é a concentração dele (geralmente concentração molar) que fica
dissociada na solução, que não compõe o precipitado, a determinada temperatura. Logo, as concentrações
de Na+ e Cl– que entram na equação do KPS são, cada uma, justamente a solubilidade do NaCl.
Assim, se sabemos o valor de S do NaCl, calculamos o KPS dele assim:
KPS = S x S
KPS = S²
Que tal mais um exemplo para entender 100%? Vamos ao PbCl2. Considerando que a solubilidade dele
a 25°C seja S. Qual será o seu KPS, na mesma temperatura?
PbCl2 (s) ⇌ Pb2+ (aq) + 2 Cl– (aq)
2
Química
Se a solubilidade do PbCl2 é S, a concentração de íons Pb2+ na solução será S e a de Cl– será 2S, já
que a proporção de PbCl2:Pb2+:Cl– é 1:1:2. Logo, KPS será:
KPS = [Pb2+][Cl–]²
KPS = S.(2S)²
KPS = 4S³
3
Química
Exercícios
1. Sabendo que o produto de solubilidade do cloreto de prata vale 1,80·10-10, podemos dizer que a
solubilidade desse sal em água é (em mol/L)
a) 3,26 × 10-20
b) 0,90 × 10-10
c) 1,80 × 10-10
d) 3,60 × 10-5
e) 1,34 × 10-5
2. A solubilidade do fluoreto de cálcio, a 18 °C, é 2.10-5 mol/litro. O produto de solubilidade desta
substância na mesma temperatura é:
a) 8,0 × 10-15
b) 3,2 × 10-14
c) 4 × 10-14
d) 2 × 10-5
e) 4 × 10-5
3. Não devem ser lançadas em cursos d’água naturais, soluções aquosas contendo altas concentrações
de íons Hg2+(aq). Uma recomendação para “remover” tais íons, altamente poluidores e tóxicos, é
precipitá-los sob forma de sulfeto de mercúrio (II), HgS. O produto de solubilidade desse sal em água
é da ordem de 10-54. Sendo assim, a “remoção” é tal que, estatisticamente, para dissolver-se um único
íon Hg2+ contido no HgS, seria necessário um volume de água da ordem de (constante de Avogadro
aproximada: 1024 mol-1 )
a) dez mil litros.
b) mil litros.
c) cem litros.
d) dez litros.
e) um litro.
4
Química
4. Nas estações de tratamento da água, comumente provoca-se a formação de flocos de hidróxido de
alumínio para arrastar partículas em suspensão. Suponha que o hidróxido de alumínio seja substituído
pelo hidróxido férrico. Qual a menor concentração de íons Fe3+, em mol/L, necessária para provocar a
precipitação da base, numa solução que contém 1,0 · 10-3 mol/L íons OH?
Dado: Produto de solubilidade do Fe(OH)3 = 6,0 · 10-38
a) 2,0 × 10-41
b) 2,0 × 10-38
c) 2,0 × 10-35
d) 6,0 × 10-35
e) 6,0 × 10-29
5. O produto de solubilidade do carbonato de cálcio (CaCO3), que apresenta solubilidade de 0,013 g/L a
20°C, é:
a) 1,69 × 10-4
b) 1,69 × 10-8
c) 1,30 × 10-2
d) 1,30 × 10-8
e) 1,69 × 10-2
6. Os sulfetos metálicos são encontrados em grande quantidade na natureza. Sabendo-se que a 25°C o
produto de solubilidade do sulfeto de Zn (ZnS) vale 1,3 · 10–23, determine sua solubilidade, em mol/L,
nessa temperatura.
a) 3,6 · 10–12
b) 3,6 · 10–8
c) 3,49 · 102
d) 360 · 101
e) 3,49 · 105
7. A determinada temperatura, a solubilidade do sulfato de prata em água é 2,0 · 10–2 mol/L. O produto
de solubilidade (Kps) desse sal à mesma temperatura é:
a) 4,0 · 10–4
b) 8,0 · 10–4
c) 6,4 · 10–5
d) 3,2 · 10–5
e) 8,0 · 10-5
5
Química
8. Uma forma de identificar a presença de íons Cu2+ em solução aquosa, mesmo em baixas concentrações,
é acrescentar amônia. Forma-se um íon complexo que confere à solução uma cor azul intensa. Dessa
forma, quando a amônia é acrescentada a um sistema químico no qual ocorre o equilíbrio de
solubilidade
o mesmo:
a) mantém-se inalterado, mas a solução sobrenadante torna-se ácida.
b) mantém-se inalterado, mas a solução sobrenadante fica mais básica.
c) sofre perturbação e estabelece-se outro estado de equilíbrio no qual a quantidade de precipitado
é maior.
d) sofre perturbação e estabelece-se outro estado de equilíbrio no qual a quantidade de precipitado
é menor ou inexistente.
e) sofre perturbação e estabelece-se outro estado de equilíbrio no qual a concentração de íons OH(aq)
é menor ou inexistente.
9. Considere a adição de fluoreto de cálcio (CaF2) a uma solução aquosa de fluoreto de estrôncio (SrF2),
contendo como corpo de fundo SrF2 sólido, contidos em um béquer
Nessa adição, com agitação, quantos mols de CaF2 se dissolverão, considerando 1 litro de solução
saturada de SrF2? (Desprezar a contribuição de F– proveniente da dissolução do CaF2).
Dados: Solubilidade do SrF2 = 9 · 10–4 mol/L Kps, CaF2 = 3,2 · 10–11
a) 1 · 10–5 mol/L
b) 2 · 10–5 mol/L
c) 3 · 10–5 mol/L
d) 4 · 10–5 mol/L
e) 5 · 10–5 mol/L
6
Química
10. Preparam-se duas soluções saturadas, uma de oxalato de prata (Ag2C2O4) e outra de tiocianato de
prata (AgSCN). Esses dois sais têm, aproximadamente, o mesmo produto de solubilidade (da ordem
de 10–12). Na primeira, a concentração de íons prata é [Ag+ ]1 e, na segunda, [Ag+ ]2; as concentrações
de oxalato e tiocinato são, respectivamente, [C2O4 2−] e [SCN– ]. Nesse caso, é correto afirmar que:
a) [Ag+ ]1 = [Ag+ ]2 e [C2O4 2− ] < [SCN− ]
b) [Ag+ ]1 > [Ag+ ]2 e [C2O4 2− ] > [SCN− ]
c) [Ag+ ]1 > [Ag+ ]2 e [C2O4 2− ] = [SCN− ]
d) [Ag+ ]1 < [Ag+ ]2 e [C2O4 2− ] < [SCN− ]
e) [Ag+ ]1 = [Ag+ ]2 e [C2O4 2− ] > [SCN− ]
7
Química
Gabarito
1. E
2. B
3. B
4. E
5. B
8
Química
6. A
7. D
8. C
9. A
10. B
1
Redação
Eixo temático: identidade nacional
Resumo
Como vimos na aula passada, cultura e identidade estão extremamente relacionadas quando se
tratando de uma nação. Retomando o que foi dito, cultura tem por definição um conjunto de modos de agir,
costumes e instruções de um povo. Sendo assim, o que difere um movimento cultural de um movimento de
identificação nacional?
Identidade nacional é o conceito que sintetiza um conjunto de sentimentos, os quais fazem um
indivíduo sentir-se parte integrante de uma sociedade ou nação. Ou seja, se certa pessoa está inserida em
um contexto social cuja cultura seja funk, mas não necessariamente se identifica com este tipo de costume,
ele não se identifica com esse movimento.
Portanto, vamos analisar o conceito geral de identidade e as questões que fazem uma nacionalidade
possuir suas próprias caraterísticas, através de processos históricos, lutas, e o atual mundo globalizado.
2
Redação
Exercícios
Diversos estudiosos, ao tematizar a ideia de “identidade” nacional, buscam raízes históricas para a questão.
1. Defina o conceito de identidade.
2. A formação de nossa identidade cultural passou por quatro diferentes estágios. Explicite cada um.
Texto para as questões 3 e 4
“(...) no meio de uma multidão de experiências dadas a todos os homens e sociedades, algumas necessárias a própria sobrevivência — como comer, dormir, morrer, reproduzir-se etc. — outras acidentais ou superficiais, históricas, para ser mais preciso — o Brasil foi descoberto por portugueses e não por chineses, a geografia do Brasil tem certas características como as montanhas na costa do Centro-Sul, sofremos pressão de certas potências europeias e não de outras, falamos português e não francês, a família real transferiu-se para o Brasil no início do século XIX etc —, constituiu-se nossa identidade.”
(Roberto Damatta)
3. Por que se pode dizer que a identidade se constrói também pela alteridade?
4. Elabore uma listagem de fatores ou aspectos que possam ajudar a definir a identidade de um povo.
5. Na década de 30, em seu livro "Raízes do Brasil", o antropólogo Sérgio Buarque de Holanda apontou
uma característica, um hábito brasileiro que, até hoje, é discutido e trabalhado em estudos acadêmicos:
a cordialidade.
a) Defina o termo cordialidade, nos moldes do pensamento de Buarque e aponte como essa ideia se
reflete no conceito de "jeitinho brasileiro".
6. Já em 1950, o dramaturgo e escritor brasileiro Nelson Rodrigues cunhou a expressão "complexo de
vira-lata", fazendo referência a um comportamento essencialmente brasileiro. Defina essa ideia e
mostre como ela se faz presente nos dias de hoje.
3
Redação
7. A hibridez descreve a cultura de pessoas que mantêm suas conexões com a terra de seus
antepassados, relacionando-se com a cultura do local que habitam. Eles não anseiam retornar à sua
“pátria” ou recuperar qualquer identidade etnica “pura” ou absoluta; ainda assim, preservam traços de
outras culturas, tradições e histórias e resistem à assimilação.
CASHMORE, E. Dicionário de relações étnicas e raciais. São Paulo: Selo Negro, 2000 (adaptado).
Contrapondo o fenômeno da hibridez a ideia de “pureza” cultural, observa-se que ele se manifesta
quando
a) criações originais deixam de existir entre os grupos de artistas, que passam a copiar as essências
das obras uns dos outros.
b) civilizações se fecham a ponto de retomarem os seus próprios modelos culturais do passado,
antes abandonados.
c) populações demonstram menosprezo por seu patrimônio artístico, apropriando-se de produtos
culturais estrangeiros.
d) elementos culturais autênticos são descaracterizados e reintroduzidos com valores mais altos em
seus lugares de origem.
e) intercâmbios entre diferentes povos e campos de produção cultural passam a gerar novos produtos
e manifestações.
8. Quando os portugueses se instalaram no Brasil, o país era povoado de índios. Importaram, depois, da
África, grande número de escravos. O Português, o Índio e o Negro constituem, durante o período
colonial, as três bases da população brasileira. Mas no que se refere à cultura, a contribuição do
Português foi de longe a mais notada. Durante muito tempo o português e o tupi viveram lado a lado
como línguas de comunicação. Era o tupi que utilizavam os bandeirantes nas suas expedições. Em
1694, dizia o Padre Antônio Vieira que “as famílias dos portugueses e índios em São Paulo estão tão
ligadas hoje umas com as outras, que as mulheres e os filhos se criam mística e domesticamente, e a
língua que nas ditas famílias se fala e a dos Índios, e a portuguesa a vão os meninos aprender a escola.”
TEYSSIER, P. História da língua portuguesa . Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1984 (adaptado).
A identidade de uma nação está diretamente ligada à cultura de seu povo. O texto mostra que, no
período colonial brasileiro, o Português, o Índio e o Negro formaram a base da população e que o
patrimônio linguístico brasileiro é resultado da
a) contribuição dos índios na escolarização dos brasileiros.
b) diferença entre as línguas dos colonizadores e as dos indígenas.
c) importância do Padre Antônio Vieira para a literatura de língua portuguesa.
d) origem das diferenças entre a língua portuguesa e as línguas tupi.
e) interação pacífica no uso da língua portuguesa e da língua tupi.
4
Redação
9. O trovador
Sentimentos em mim do asperamente
dos homens das primeiras eras...
As primaveras do sarcasmo
intermitentemente no meu coração arlequinal...
Intermitentemente...
Outras vezes é um doente, um frio
na minha alma doente como um longo som redondo...
Cantabona! Cantabona!
Dlorom...
Sou um tupi tangendo um alaúde!
ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias completas de Mário de Andrade. Belo Horizonte: Itatiaia, 2005.
Cara ao Modernismo, a questão da identidade nacional é recorrente na prosa e na poesia de Mário de
Andrade. Em O trovador, esse aspecto é
a) abordado subliminarmente, por meio de expressões como “coração arlequinal” que, evocando o
carnaval, remete à brasilidade.
b) verificado já no título, que remete aos repentistas nordestinos, estudados por Mário de Andrade
em suas viagens e pesquisas folclóricas.
c) lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões como “Sentimentos em mim do asperamente”
(v. 1), “frio” (v. 6), “alma doente” (v. 7), como pelo som triste do alaúde “Dlorom” (v. 9).
d) problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde (civilizado), apontando a síntese nacional
que seria proposta no Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade.
e) exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos homens das primeiras eras” para mostrar
o orgulho brasileiro por suas raízes indígenas.
10.
De acordo com José de Alencar, a caracterização da identidade nacional brasileira, no século XIX,
estava vinculada ao processo de:
a) promoção da cultura letrada
b) integração do mundo lusófono
c) valorização da miscigenação étnica
d) particularização da língua portuguesa
5
Redação
11. No dia 16 de junho de 2010, o Senado brasileiro aprovou o Estatuto da Igualdade Racial. Os senadores
[...] suprimiram do texto o termo “fortalecer a identidade negra”, sob o argumento de que não existe no
país uma identidade negra [...]. “O que existe e uma identidade brasileira. Apesar de existentes, o
preconceito e a discriminação não serviram para impedir a formação de uma sociedade plural, diversa
e miscigenada”, defende o relatório de Demóstenes Torres. (Folha.com. Cotidiano, 16 jun. 2010. Disponível em: . Acesso em: 16 jun. 2010.)
Com base no texto e nos conhecimentos atuais sobre a questão da identidade, é correto afirmar:
a) A identidade nacional brasileira é fruto de um processo histórico de realização da harmonia das
relações sociais entre diferentes raças/etnias, por meio da miscigenação.
b) A ideia de identidade nacional é um recurso discursivo desenraizado do terreno da cultura e da
política, sendo sua base de preocupação a realização de interesses individuais e privados.
c) Lutas identitárias são problemas típicos de países coloniais e de tradição escravista, motivo da
sua ausência em países desenvolvidos como a Alemanha e a França.
d) Embora pautadas na ação coletiva, as lutas identitárias, a exemplo dos partidos políticos, colocam
em segundo plano o indivíduo e suas demandas imediatas.
e) As identidades nacionais são construídas socialmente, com base nas relações de força
desenvolvidas entre os grupos, com a tendência comum de eleger, como universais, as
características dos dominantes.
6
Redação
12.
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA. Oswald de Andrade: o culpado de tudo. 27 set.2011 a 29 jan. 2012. São Paulo:
Prof. Gráfica. 2012. (Foto: Reprodução)
O poema de Oswald de Andrade remonta à ideia de que a brasilidade está relacionada ao futebol.
Quanto à questão da identidade nacional, as anotações em torno dos versos constituem
a) direcionamentos possíveis para uma leitura crítica de dados histórico-culturais.
b) forma clássica da construção poética brasileira.
c) rejeição à ideia do Brasil como o país do futebol.
d) intervenções de um leitor estrangeiro no exercício de leitura poética
e) lembretes de palavras tipicamente brasileiras substitutivas das originais
7
Redação
13. Para Caio Prado Jr., a formação brasileira se completaria no momento em que fosse superada a nossa
herança de inorganicidade social ― o oposto da interligação com objetivos internos ― trazida da
colônia. Este momento alto estaria, ou esteve, no futuro. Se passarmos a Sergio Buarque de Holanda,
encontraremos algo análogo. O país será moderno e estará formado quando superar a sua herança
portuguesa, rural e autoritária, quando então teríamos um país democrático. Também aqui o ponto de
chegada está mais adiante, na dependência das decisões do presente. Celso Furtado, por seu turno,
dirá que a nação não se completa enquanto as alavancas do comando, principalmente do econômico,
não passarem para dentro do país. Como para os outros dois, a conclusão do processo encontra-se
no futuro, que agora parece remoto. SCHWARZ, R. Os sete folegos de um livro. Sequencias brasileiras. Sao Paulo: Cia. das Letras,1999 (adaptado)
Acerca das expectativas quanto a formacão do Brasil, a sentenca que sintetiza os pontos de vista
apresentados no texto e:
a) Brasil, um país que vai pra frente.
b) Brasil, a eterna esperanca.
c) Brasil, glória no passado, grandeza no presente.
d) Brasil, terra bela, pátria grande.
e) Brasil, gigante pela própria natureza.
14. Torna-se claro que quem descobriu a África no Brasil, muito antes dos europeus, foram os próprios
africanos trazidos como escravos. E esta descoberta não se restringia apenas ao reino linguístico,
estendia-se também a outras áreas culturais, inclusive à da religião. Há razões para pensar que os
africanos, quando misturados e transportados ao Brasil, não demoraram em perceber a existência entre
si de elos culturais mais profundos. SLENES, R. Malungu, ngoma vem! África coberta e descoberta do Brasil. Revista USP, n. 12, dez./jan./fev. 1991-92
(adaptado).
Com base no texto, ao favorecer o contato de indivíduos de diferentes partes da África, a experiência
da escravidão no Brasil tornou possível a
a) formação de uma identidade cultural afro-brasileira.
b) superação de aspectos culturais africanos por antigas tradições europeias.
c) reprodução de conflitos entre grupos étnicos africanos.
d) manutenção das características culturais específicas de cada etnia.
e) resistência à incorporação de elementos culturais indígenas
8
Redação
15. Como vimos neste material, a questão de cultura e identidade se veem muito ligadas, dessa forma,
após a utilização dos exercícios e da aula como textos base, escreva uma redação com o tema: “Brasil:
Pluralidade e contrastes“.
9
Redação
Gabarito
1. Segundo o dicionário Aurélio, identidade é Igualdade; qualidade ou particularidade do que é idêntico,
rigorosamente igual em relação a outro(s): identidade de opiniões. Pode ser também conjunto de
características que comtemplam a caracterização de uma pessoa, sendo aplicado, assim, para a questão
nacional da mesma forma.
2. A identidade nacional se inicia no processo de colonização¹, com o choque cultural entre os portugueses
e os nativos e a implementação de costumes e traços dominantes de uma civilização. Segue com o
processo de independência², quando Portugal se desvincula dos territórios brasileiros e, a partir daí, nasce
uma liberdade para ser garantida uma nova identidade nacional. Com Brasil-República³ e os movimentos
em busca de uma identidade única para o território, como movimentos modernistas, nasce o terceiro
estágio dessa intensa busca, sendo descaracterizado pela globalização, quarto estágio, e suas enormes
influências, não somente migratórias, mas também devido ao acesso ilimitado aos outros tipos de
costume por todo mundo.
3. Alteridade pode ser entendida como a capacidade de se posicionar no lugar do outro, ou seja, entender
as diferenças a partir de uma perspectiva diferente. Sendo assim, podemos entender que uma identidade
nacional surge através da compreensão das diversas culturas existentes dentro de um mesmo ambiente,
não uma sobreposição de estilos e costumes dominantes.
4. Primeiramente, em sua cultura, quais os resquícios de sua história que se mantiveram até os dias atuais,
quais foram as mudanças e quais são os grupos influenciados por um mesmo costume.. Ademais, é
necessário analisar os processos históricos e os costumes que até hoje foram carregados e não tomados
por um processo de globalização.
5. A cordialidade é o comportamento comandado pelo sentimento ou emoção em detrimento da razão.
Sérgio Buarque de Hollanda relata essa característica não do homem contemporâneo, mas sim do
homem brasileiro. O “jeitinho brasileiro” pode ser caracterizado por atitudes cordiais, de Sergio Buarque,
que se introduz nas atitudes passionais do cotidiano em detrimento da racionalidade.
6. Como disse Nelson Rodrigues “Por "complexo de vira-lata" entendo eu a inferioridade em que o brasileiro
se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. O brasileiro é um narciso às avessas, que cospe
na própria imagem. Eis a verdade: não encontramos pretextos pessoais ou históricos para a autoestima”,
sendo assim, o complexo falado retrata a posição que o próprio brasileiro se coloca, de inferior às outras
nacionalidades e identidades.
7. E
A hibridez cultural resulta do fenômeno da aculturação, uma vez que uma cultura que absorve aspectos
de outra e mantém características que herdou de sua convivência “original” não e “pura”. O texto
argumenta que a hibridez surge no momento em que o grupo absorve traços culturais de sua nova
convivência, enquanto mantém suas conexões com suas raízes culturais.
8. E
Segundo o texto citado na questão, o patrimônio linguístico brasileiro é resultado da interação da língua
portuguesa e da língua tupi, como aponta a opção E. Pode-se verificar no texto o trecho em que Padre
Antônio Vieira afirma que, na época, a língua usada no dia a dia e em casa era o tupi, enquanto a língua
portuguesa era ensinada na escola. Tal fato revela compreensão e interação pacífica entre as mesmas.
10
Redação
9. D
O problema em relação à identidade nacional se dá através da oposição entre tupi e alaúde, tema do
Manifesto antropofágico de Oswald de Andrade.
10. D
o século XIX, na sociedade brasileira, ocorreram processos de constituição do Estado nacional e dos
valores e práticas culturais que caracterizariam a nacionalidade. Particularmente em função das
sensibilidades e propostas estéticas do Romantismo, letrados e artistas que abraçaram e protagonizaram
esse movimento se envolveram diretamente em debates, polêmicas, iniciativas e realizações
comprometidas com a perspectiva de diferenciar os brasileiros frente aos portugueses e a outros povos.
Buscaram, entre outras temáticas, valorizar a “cor local”, nos aspectos que pudessem individualizar a
cultura, o povo e a nação brasileira, entre eles: a natureza tropical, as populações indígenas, a extensão
do território, a língua falada nas suas especificidades. O texto de José de Alencar, escritor cuja obra
simbolizou a estética do Romantismo, é um fragmento do prefácio de romance publicado em 1872, que
destaca a valorização do português falado no Brasil, explicitando, nas suas próprias palavras, a missão
dos escritores e artistas de definir e polir as feições da nacionalidade brasileira em processo de formação.
(Resposta oficial: Vestibular UERJ).
11. E
Através do processo de colonização, as identidades foram se diversificando por conta das culturas
dominantes e a relação de poder sobre outros povos (como escravos e indígenas), como aponta a
alternativa E, a persistência de um povo se dá através da permanência dessa potência cultural mesmo
com algumas adversidades.
12. A
As anotações junto aos versos ao longo do poema possibilitam direcionamentos possíveis para uma
leitura crítica de dados histórico-culturais por parte dos leitores, como a que explica que Brasil é o país
do futebol. Ademais, a temática do poema explicita a supremacia do futebol como marca do que é ser
“brasileiro”.
13. B
O texto de Roberto Schawartz mostra um pouco da historiografia tradicional sobre a formação do Brasil
que acredita que o país teve como pilar de sua sociedade estruturas que permanecem como: a
dependência do capital estrangeiro, o latifúndio, o autoritarismo entre outros. Essa historiografia acredita
que tais aspectos são heranças coloniais que comprometem o pleno desenvolvimento do país e devem
ser superadas para uma realização nacional definitiva. Todavia, acredita que esses problemas vão ser
resolvidos no futuro.
14. A
Segundo o texto, os africanos também traziam sua cultura e seus costumes, mesmo tendo vindo para o
Brasil como escravos. Após a interação com outros povos de matriz africana no território brasileiro, os
escravos foram os responsáveis pela formação da cultura afro-brasileira que se perdura até os dias atuais.
11
Redação
15. Redação exemplar
O Mundo Brasileiro
Na semana de arte moderna, em 1922, surgiu o movimento modernista, que se caracterizava, na época,
principalmente por ser iconoclasta. Seu objetivo era romper com todas as raízes literárias estrangeiras
que havia no Brasil para criar uma identidade própria. O Modernismo, porém, se tornou cada vez mais
regionalista. A causa disso foi a imensa pluralidade de nossa nação. O Brasil é um país diversificado, e
essa condição pode não ser conveniente em todos os casos.
Claro que, com tantas culturas cercando nossa pátria, as raízes delas só poderiam ser históricas. O
processo de colonização no Brasil envolveu índios, africanos e europeus, já havendo um conflito e até
mesmo sobreposições culturais, tais como a catequese. Seguindo a linha do tempo, a entrada de
imigrantes alemães e italianos foi massiva nos fins do século XIX. Com a entrada desses estrangeiros
em vários cantos do imenso país em que vivemos, culturas regionalistas começaram a se fortalecer.
Tal regionalismo tem seus prós e contras. O axé e o calor baiano se completam com o frio e as festas
de Santa Catarina. Não é à toa que o Brasil se destaca no número de turistas que o visitam e que repetem
a viagem. Em contrapartida, é esse mesmo regionalismo que causa as disparidades entre diferentes
estados. A miscelânea étnica de nossa nação, apesar de deixar o povo mais bonito, é somada à
bagagem histórica de escravidão e também ao regionalismo, tornando-se um dos principais causadores
do preconceito, mostrando que imensa pluralidade tem consequências boas e ruins.
Apesar disso, é notável que o povo brasileiro, no geral, apresenta características próprias em comum. É
de praxe encarar situações mais graves com humor, o que reflete a alegria do país. Também é comum
o conceito de Homem Cordial, ou seja, que age mais com o sentimento do que com a razão. O
companheirismo e a jovialidade do Brasil mostram que, mesmo com uma pluralidade forte, não há
interferências maiores na formação de um “rosto nacional”.
Assim sendo, pode-se afirmar que a diversidade cultural é bastante presente no território brasileiro. A
cultura nacional não é prejudicada com isso, uma vez que o Brasil é considerado um país singular porque
plural. Devem ser considerados todos os anos que nossa nação viveu para que haja uma boa aceitação
de tantas culturas, afinal, se Roma não foi construída em um dia, quanto mais o Brasil, que é muito maior.
1
Sociologia
Democracia direta
Quer ver esse material pelo Dex? clique aqui
Resumo
O que é democracia?
A palavra democracia tem origem no grego demokratía, que é composta por demos (que significa
povo) e kratos (que significa poder). Neste sistema político, o poder é exercido pelo povo através do sufrágio
universal. É um tipo de governo em que todas as importantes decisões políticas estão nas mãos do povo, que
elegem seus representantes por meio do voto. A democracia é um regime de governo que pode existir no
sistema presidencialista, onde o presidente é o maior representante do povo, ou no sistema parlamentarista,
onde existe a figura do primeiro ministro, que toma as principais decisões políticas.
Uma das principais funções da democracia é a proteção dos direitos humanos fundamentais, como
as liberdades de expressão, de religião, a proteção legal, e as oportunidades de participação na vida política,
econômica, e cultural da sociedade. A Grécia Antiga foi o berço da democracia, onde principalmente em
Atenas o governo era exercido por todos os homens livres. Naquela época, os indivíduos eram eleitos ou
eram feitos sorteios para os diferentes cargos. Na democracia ateniense, existiam assembleias populares,
onde eram apresentadas propostas, sendo que os cidadãos livres podiam votar. Existem dois tipos principais
de democracia, notadamente: Democracia direta ou pura e democracia indireta ou representativa.
Democracia direta
A democracia direta é o sistema político no qual a sociedade toma as suas decisões de maneira
direita, ou seja, sem precisar do intermédio de representantes. Esse era o tipo de democracia que vigorava,
por exemplo, em Atenas na Antiguidade Grega, onde todos os que eram considerados cidadãos tinham o
direito de participar do processo de tomada de decisões. A Ágora era o lugar no qual os debates políticos
eram realizados entre os cidadãos. Vale lembrar, no entanto, que nem todas as pessoas eram consideradas
cidadãs na antiguidade grega. Por exemplo: Mulheres, escravos, estrangeiros, estavam todos excluídos do
processo político.
Democracia indireta ou representativa
Já a democracia indireta ou representativa é o sistema político no qual o povo exprime sua vontade
elegendo representantes, os quais tomam as decisões políticas em nome deles. Neste último tipo de
democracia, portanto, a sociedade não participa diretamente do processo de tomada de decisões, o que fica
a cargo dos representantes eleitos pelo voto popular. No Ocidente, o conceito moderno de democracia
política é justamente o de democracia representativa, no qual uma pessoa ou grupo são eleitos
representantes e são organizados, em geral, em instituições como o Parlamento, Câmara, Congresso, e etc...
2
Sociologia
Democracia semidireta
A democracia semidireta tem esse nome porque, de um lado, possui um caráter representativo, no
sentido de que as pessoas elegem os seus representantes e, de outro lado, há alguns institutos que
possibilitam uma participação direta dos representados em alguns casos específicos e esporádicos. Esses
institutos são o plebiscito, o referendo, a iniciativa popular, o veto popular, entre outros.
O plebiscito é uma consulta prévia feita ao povo para que ele manifeste sua opinião sobre uma
determinada medida ou lei a ser adotada pelo governo. Já o referendo é um instituto da democracia
semidireta no qual a coletividade pode dar sua opinião sobre uma medida já tomada pelos governantes.
Nesse sentido, o referendo é a ratificação popular de algo que já está feito. A iniciativa popular, por sua vez,
é um instrumento utilizado na democracia direta ou semidireta a partir do qual a coletividade pode apresentar
projetos de lei. Dessa maneira, determinados projetos de lei podem tramitar e serem aprovados na medida
em que uma grande quantidade de pessoas os apoie. Por fim, o veto popular é um instrumento democrático
utilizado no sentido de impedir uma determinada medida governamental. No Brasil, por exemplo, a
Constituição de 1988 atribui a tarefa de veto tão somente aos chefes do poder executivo, como, por exemplo,
o presidente da República.
3
Sociologia
Exercícios
1. Como regime social, o fascismo social pode coexistir com a democracia política liberal. Em vez de
sacrificar a democracia às exigências do capitalismo global, trivializa a democracia até o ponto de não
ser necessário sacrificá-la para promover o capitalismo. Trata-se, pois, de um fascismo pluralista e, por
isso, de uma forma de fascismo que nunca existiu. Podemos estar entrando num período em que as
sociedades são politicamente democráticas e socialmente fascistas. (Adaptado de Boaventura de Sousa Santos, Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010, p. 47.)
De acordo com o texto e os conhecimentos sobre o assunto, a coexistência entre fascismo e
democracia é
a) facilitada por processos eleitorais que dão continuidade a fascismos que sempre existiram.
b) promovida pela aceitação social que banaliza a democracia em favor do capitalismo global.
c) dificultada por processos eleitorais que renovam a democracia, inviabilizando os fascismos.
d) possibilitada pela aceitação social de sociedades politicamente fascistas e socialmente
democráticas.
e) evitada pela agenda política das grandes corporações multinacionais.
2. Um sistema político democrático contemporâneo é aquele que
a) estabelece o direito ao voto como única forma de participação política.
b) controla e limita a participação política de determinados grupos da sociedade civil.
c) garante apenas aos cidadãos letrados o acesso aos debates no espaço público.
d) permite a elaboração de direitos políticos universalizáveis.
3. Plebiscito e referendo são consultas ao povo para decidir sobre matéria de relevância para a nação em
questões de natureza constitucional, legislativa ou administrativa. A principal distinção entre eles é a
de que o plebiscito é convocado previamente à criação do ato legislativo ou administrativo que trate do
assunto em pauta, e o referendo é convocado posteriormente, cabendo ao povo ratificar ou rejeitar a
proposta. Ambos estão previstos no art. 14 da Constituição Federal.
Plebiscitos e referendos. Disponível em: www.tse.jus.br. Acesso em: 29 jan. 2015 (adaptado).
As formas de consulta popular descritas são exemplos de um tipo de prática política baseada em
a) colégio eleitoral.
b) democracia direta.
c) conselho comunitário.
d) sufrágio representativo.
e) autogestão participativa.
4
Sociologia
4. O processo de justiça é um processo ora de diversificação do diverso, ora de unificação do idêntico. A
igualdade entre todos os seres humanos em relação aos direitos fundamentais é o resultado de um
processo de gradual eliminação de discriminações e, portanto, de unificação daquilo que ia sendo
reconhecido como idêntico: uma natureza comum do homem acima de qualquer diferença de sexo,
raça, religião etc.
BOBBIO, N. Teoria geral da política: a filosofia política e as lições dos clássicos. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
De acordo com o texto, a construção de uma sociedade democrática fundamenta-se em:
a) A norma estabelecida pela disciplina social.
b) A pertença dos indivíduos à mesma categoria.
c) A ausência de constrangimentos de ordem pública.
d) A debilitação das esperanças na condição humana.
e) A garantia da segurança das pessoas e valores sociais.
5. No mundo árabe, países governados há décadas por regimes políticos centralizadores contabilizam
metade da população com menos de 30 anos; desses, 56%, têm acesso à internet. Sentindo-se sem
perspectivas de futuro e diante da estagnação da economia, esses jovens incubam vírus sedentos por
modernidade e democracia.
Em meados de dezembro, um tunisiano de 26 anos, vendedor de frutas, põe fogo no próprio corpo em
protesto por trabalho, justiça e liberdade. Uma série de manifestações eclode na Tunísia e, como uma
epidemia, o vírus libertário começa a se espalhar pelos países vizinhos, derrubando em seguida o
presidente do Egito, Hosni Mubarak. Sites e redes sociais – como o Facebook e o Twitter – ajudaram
a mobilizar manifestantes do norte da África a ilhas do Golfo Pérsico.
SEQUEIRA, C. D.; VILLAMÉA, L. A epidemia da Liberdade. Istoé Internacional. 2 mar. 2011 (adaptado).
Considerando os movimentos políticos mencionados no texto, o acesso à internet permitiu aos jovens
árabes
a) reforçar a atuação dos regimes políticos existentes.
b) tomar conhecimento dos fatos sem se envolver.
c) manter o distanciamento necessário à sua segurança.
d) disseminar vírus capazes de destruir programas dos computadores.
e) difundir ideias revolucionárias que mobilizaram a população.
5
Sociologia
6. Democracia ateniense antiga (dos séculos V e IV a. C.) possui algumas características que a torna
diferente das democracias modernas, ainda que estas se inspirem nela para se constituírem. São
características da democracia ateniense, referentes ao período acima relacionado, as seguintes
assertivas:
I. Na democracia ateniense, nem todos são cidadãos. Mulheres, criança, escravos e estrangeiros
são excluídos da cidadania.
II. É uma democracia representativa, como as modernas. Um cidadão? Mais sábio? É escolhido para
representar o povo, garantindo, portanto, o poder de um sobre os outros.
III. É uma democracia direta ou participativa, e não uma democracia representativa, como as
modernas. Na democracia ateniense, os cidadãos participam diretamente das discussões e da
tomada de decisões, pelo voto.
IV. A democracia ateniense não exclui da política a ideia de competência ou de tecnocracia: em
política uns são mais sábios e competentes que outros (os cidadãos comuns), aqueles devendo
exercer o poder sobres estes.
Assinale a alternativa correta.
a) As assertivas III e IV são corretas.
b) As assertivas I e III são corretas.
c) As assertivas I, II e IV são corretas.
d) Apenas a assertiva I está correta.
e) As assertivas II, III e IV estão corretas.
7. (Uff 2012) Aristóteles considerava que era melhor para a sociedade a soberania política ser entregue
ao povo, como ocorre na democracia, do que a alguns homens notáveis, como na oligarquia ou
aristocracia. Ele argumentava que, mesmo que um indivíduo isoladamente não fosse muito competente
no ato de julgar, quando unido a outros cidadãos julga melhor, porque a união reúne as qualidades de
cada um.
A vantagem da democracia, segundo o ponto de vista de Aristóteles, seria a de
a) Combinar as qualidades de muitos e neutralizar seus defeitos.
b) Garantir que os defeitos do povo sejam corrigidos pela elite.
c) Proporcionar à maioria as vantagens da corrupção.
d) Permitir que os grandes homens falem em nome de todos.
e) Promover o anonimato das opiniões e decisões.
6
Sociologia
8. A teoria da democracia participativa é construída em torno da afirmação central de que os indivíduos e
suas instituições não podem ser considerados isoladamente. A existência de instituições
representativas em nível nacional não basta para a democracia; pois o máximo de participação de todas
as pessoas, a socialização ou “treinamento social” precisa ocorrer em outras esferas, de modo que as
atitudes e as qualidades psicológicas necessárias possam se desenvolver. Esse desenvolvimento
ocorre por meio do próprio processo de participação. A principal função da participação na teoria
democrática participativa é, portanto, educativa. PATEMAN, C. Participação e teoria democrática. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
Nessa teoria, a associação entre participação e educação tem como fundamento a
a) ascensão das camadas populares.
b) organização do sistema partidário.
c) eficiência da gestão pública.
d) ampliação da cidadania ativa.
e) legitimidade do processo legislativo.
9. O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária proeminência da palavra sobre todos os outros
instrumentos do poder. A palavra constitui o debate contraditório, a discussão, a argumentação e a
polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do jogo político. VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado)
Na configuração política da democracia grega, em especial a ateniense, a ágora tinha por função
a) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade.
b) permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados.
c) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da
comunidade.
d) reunir os exercícios para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem tomados em caso
de guerra.
e) congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se em assembleias.
7
Sociologia
10. TEXTO I
A ação democrática consiste em todos tomarem parte do processo decisório sobre aquilo que terá
consequência na vida de toda coletividade. GALLO, S. et al. Ética e Cidadania. Caminhos da Filosofia. Campinas: Papirus, 1997 (adaptado).
TEXTO II
É necessário que haja liberdade de expressão, fiscalização sobre órgãos governamentais e acesso por
parte da população às informações trazidas a público pela imprensa. Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 24 abr. 2010.
Partindo da perspectiva de democracia apresentada no Texto I, os meios de comunicação, de acordo
com o Texto II, assumem um papel relevante na sociedade por
a) orientarem os cidadãos na compra dos bens necessários à sua sobrevivência e bem-estar.
b) fornecerem informações que fomentam o debate político na esfera pública.
c) apresentarem aos cidadãos a versão oficial dos fatos.
d) propiciarem o entretenimento, aspecto relevante para conscientização política.
e) promoverem a unidade cultural, por meio das transmissões esportivas.
8
Sociologia
Gabarito
1. B
Nos últimos anos, há uma tendência de surgimento de governos conservadores, com tendências
fascistas na relação com o diferente, ou seja, que tendem a criticar e dificultar a existência de minorias.
Esses governos surgem em ambiente democrático, mesmo muitas vezes criticando certos pressupostos
de civilidade democrática.
2. D
A democracia corresponde ao governo do povo. Na contemporaneidade, ela existe tende em
consideração a sua capacidade de universalizar o acesso à participação no processo decisório. Em
outras palavras, a democracia é o regime em que todos podem exercer seus direitos políticos de forma
plena.
3. B
Tanto o referendo quanto o plebiscito pressupõem a consulta direta ao povo sobre determinada questão
de interesse público. Assim, são exemplos de práticas de democracia direita de nosso sistema político
atual.
4. B
O ato de considerar a existência de uma natureza humana comum abre espaço para que todos os seres
humanos sejam considerados portadores de uma mesma dignidade. É nesse sentido que se pode criar
uma sociedade democrática e que respeite a diversidade cultural.
5. E
O texto faz referência aos movimentos da Primavera Árabe, nos quais a população de países do norte da
África e do Oriente Médio, com maciça participação da juventude, mobilizou-se para exigir reformas
políticas e maiores liberdades individuais, pondo fim a ditaduras de décadas, como a de Mubarak, no
Egito, e a de Gaddafi, na Líbia. A internet é uma ferramenta básica desse movimento: imagens das
manifestações, com veiculação proibida nas televisões estatais locais, ganharam o mundo graças a sites
e blogs por meio do compartilhamento de vídeos; novas manifestações são discutidas e marcadas por
meio de redes sociais, como Facebook e Twitter, criando um meio efetivo de mobilização popular longe
do alcance do Estado repressor.
6. B
A democracia ateniense foi marcada pela exclusão da grande maioria da população, já que somente os
homens, nascidos em Atenas, maiores de dezoito anos é que podiam ter voz na arena política. Além
disso, vemos que nesse tipo de democracia os cidadãos decidiam diretamente pelo estabelecimento das
leis, não elegendo representantes que tomassem tal ação em seu lugar.
7. A
Essa questão apresenta um texto introdutório que só poderia ter um nexo direto com a alternativa “A”,
que o sintetiza. Para Aristóteles os homens quando trabalham juntos em favor do bem comum são mais
eficientes.
9
Sociologia
8. D
A participação na democracia está intimamente vinculada ao exercício da cidadania. Nesse sentido é
que a democracia participativa tende a garantir uma cidadania mais ativa do que outras formas de
organização, como a democracia representativa.
9. C
Esse instrumento (a ágora) é um dos principais fatores que possibilitaram a manutenção da democracia
direta grega. A Ágora é o local próprio para a comunicação, para a discussão e para o debate. Nesse
espaço não apenas se conflita ideias como também se dá ciência aos cidadãos de fatos e
acontecimentos importantes. Nesse espaço se manifesta a expressão, a a publicidade e a fiscalização,
necessários para o exercício pleno de participação na vida pública.
10. B
Atualmente, vivemos em uma democracia representativa. Ou seja, o povo, por meio dos seus
representantes, decide quais são as políticas públicas a serem criadas e quais são os princípios que
devem reger o Estado Nacional. Esse regime se sustenta através de eleições. Assim, caso os cidadãos
não se sintam devidamente representados ou atendidos, podem modificar periodicamente seus
representantes.
Se você chegou até o final desse eBook, é um ótimo candidato para ajudar a gente.
Dá uma olhada aqui e veja como, juntos, podemos melhorar sua forma de aprender. É tranquilinho, chega mais!