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B O L E T I M 23/10/2014 124 NÚMERO DO DIA US$ 800 mi é o faturamento anual da 361°, marca líder no mercado de material esportivo da China OFERECIMENTO Marca chinesa usa Rio- 2016 para crescer no Brasil POR ERICH BETING Uma cerimônia para a as- sinatura do contrato de for- necimento de uniformes dos 106 mil voluntários que vão trabalhar nos Jogos Olímpi- cos e Paraolímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, pratica- mente selou a chegada da fabricante de material espor- tivo chinesa 361° ao Brasil. A empresa, desconhecida do público brasileiro, será respon- sável por fabricar todos os uni- formes que serão usados pelos voluntários, em acordo similar ao realizado nos Jogos da Ju- ventude de Nanquim (China). “Há muito nosso grupo vem buscando uma parceria. E não poderia haver melhor hora para concretizarmos essa meta. Este é um marco para a nossa história e estamos muito felizes que todos terão a opor- tunidade de conhecer nossa marca e produtos no país”, disse Wuhao Ding, presidente da marca chinesa, no evento em que assinou contrato com o comitê organizador dos Jogos. Fundada em 2003, a 361° tem um faturamento anual de US$ 800 milhões. A empresa está começando agora a expandir os negócios para outros países. No Brasil, a 361° começou a vender em maio tênis de corri- da. Com um escritório em São Paulo, outro em Novo Hambur- go (RS) e representantes em 24 estados e no Distrito Federal. Curiosamente, o Rio de Janeiro é um dos locais em que não há representantes da marca. Os produtos para as Olimpía- das serão produzidos no próxi- mo ano e lançados no início de 2016. O acordo não interfere no que já foi firmado pela Nike, referente aos uniformes usa- dos pela delegação do Brasil.

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B O L E T I M

2 3 / 1 0 / 2 0 1 4

124 N ú M E r O d O d I a

US$ 800 mié o faturamento anual da 361°,

marca líder no mercado de material esportivo da China

O f E r E c I M E N T O

Marca chinesa usa Rio-2016 para crescer no Brasil

por ErICH BETING

Uma cerimônia para a as-sinatura do contrato de for-necimento de uniformes dos 106 mil voluntários que vão trabalhar nos Jogos Olímpi-cos e Paraolímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, pratica-mente selou a chegada da fabricante de material espor-tivo chinesa 361° ao Brasil.

A empresa, desconhecida do público brasileiro, será respon-sável por fabricar todos os uni-formes que serão usados pelos voluntários, em acordo similar ao realizado nos Jogos da Ju-ventude de Nanquim (China).

“Há muito nosso grupo vem buscando uma parceria. E não poderia haver melhor hora para concretizarmos essa meta. Este é um marco para a nossa história e estamos muito felizes que todos terão a opor-tunidade de conhecer nossa marca e produtos no país”, disse Wuhao Ding, presidente da marca chinesa, no evento em que assinou contrato com o

comitê organizador dos Jogos.Fundada em 2003, a 361° tem

um faturamento anual de US$ 800 milhões. A empresa está começando agora a expandir os negócios para outros países. No Brasil, a 361° começou a vender em maio tênis de corri-da. Com um escritório em São Paulo, outro em Novo Hambur-go (RS) e representantes em 24

estados e no Distrito Federal. Curiosamente, o Rio de Janeiro é um dos locais em que não há representantes da marca.

Os produtos para as Olimpía-das serão produzidos no próxi-mo ano e lançados no início de 2016. O acordo não interfere no que já foi firmado pela Nike, referente aos uniformes usa-dos pela delegação do Brasil.

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por adalBErTo lEIsTEr fIlHo

A conversão do estádio Olímpico de Londres para os jogos do West Ham e even-tos de atletismo irá custar R$ 144 milhões a mais do que o orçamento inicial. O valor total da obra atingiu os R$ 2,476 bilhões.

Como forma de comparação, esse montante é o equivalente à soma da construção da Arena Corinthians (R$ 1,15 bilhão) e da reforma do estádio do Ma-racanã (R$ 1,3 bilhão), os dois principais estádios feitos para a última Copa do Mundo.

O aumento dos custos ocorreu nesta semana, quando a Balfour Beatty, empreiteira contratada para a obra, encontrou dificul-dade para a instalação do teto que irá cobrir as arquibancadas

retráteis e a pista de atletismo. A Corporação para o Desenvol-vimento do Legado de Londres (LLDC, na sigla em inglês), au-tarquia criada pela prefeitura para cuidar do legado do Parque Olímpico usado nos Jogos de 2012, irá bancar o custo extra.

A complexidade da obra é tão grande, que haverá uso de técnicas de cons-trução similares às utilizadas nas plataformas de petróleo do Mar do Norte. O estádio, com capa-cidade para 54 mil pessoas, será

entregue ao West Ham em 2016. O clube, que arrendou a arena por 99 anos, pagará aluguel anual de R$ 10 milhões. Já a federação britânica de atletismo terá o direito de usar o espaço em 20 datas durante o ano.

Apesar do atraso nas obras por conta da cobertura da arena, a LLDC acredita que a instalação esportiva estará pronta para sediar a Liga Diamante de atle-tismo em Londres, em julho de 2015, e cinco partidas da Copa do Mundo de rúgbi, em setembro.

Estádio Olímpico de Londres já custa duas arenas da Copa

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Erich Beting é diretor da Máquina do Esporte

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A combinação é perfeita. Um dos principais mercados emergentes do mundo de um lado, o principal evento esportivo do mundo do ou-tro. Para melhorar, o conhecimento adiquirido em 2008, com os Jogos Olímpicos de Pequim, fez com que as marcas chinesas olhassem com carinho para o Brasil recentemente.

O acordo da 361° com o Rio-2016 é uma mostra dessa realidade. A fa-bricante esportiva é a primeira em-presa chinesa do segmente a patro-

cinar uma edição de Olimpíadas. A decisão tomada pela empresa,

que investiu US$ 15 milhões só para começar a operar no país, abre as portas para que outras marcas chi-nesas olhem o Brasil para investir.

As Olimpíadas são, nesse sentido, a plataforma mais segura para uma marca apostar no Brasil. Mais ain-da, ao fazer os uniformes de pódio, a 361° ganha a chance de se posicio-nar como uma marca de grife.

Com a experiência de ter viven-

ciado o alcance de exposição das Olimpíadas a partir do exemplo de Pequim, para a marca já é possível vislumbrar para que serve o apoio.

A dúvida que persiste é a recepti-vidade do governo para as marcas que vêm de fora. Nos calçados, a so-bretaxa do par de tênis serviu para encarecer o produto e cair as vendas.

Com um concorrente 100% Made in China, será interessante observar como se dará o comportamento.

As Olimpíadas já começaram.

Olimpíadas são porta de entrada para marcas chinesas no Brasil

por rEdação

O presidente da Uefa, Michel Platini, está pen-sando em liberar a entrada de mulheres e crian-ças nas partidas em que clubes são condenados a jogar sem torcida por causa de ofensas racistas.

As punições têm sido cada vez mais comuns nas principais competições europeias. Na terça-feira passada, o CSKA Moscou enfrentou o Manches-ter City com os portões fechados, pela Liga dos Campeões. Foi a primeira das três partidas a que foi condenado por causa de incidentes racistas.

Após o jogo, o zagueiro Vincent Kompany, do time inglês, reclamou do fato de a torcida do Manchester City também ter sido impedida de acompanhar a partida. Já o técnico Manuel Pelle-grini criticou a presença de torcedores do CSKA nas poucas centenas de assentos ocupados por um dos patrocinadores da equipe, que realizou uma ação promocional durante a partida.

A Uefa justificou a liberação dizendo que é ne-cessário permitir que os parceiros comerciais de cada agremiação tenham acesso aos lugares, in-dependentemente de punições. Segundo Platini, porém, as penas estão sob constante revisão.

“O presidente está sempre procurando ma-neiras de melhorar as regras e regulamentos. Ontem, discutimos a possibilidade de dar acesso a mulheres e crianças em vez de fechar o estádio por completo”, contou Pedro Pinto, responsável pelo departamento de imprensa da Uefa.

A entidade europeia poderia seguir o exemplo da Turquia, que adotou a regra em 2011. No país, as punições por ofensas raciais não impedem o acesso de mulheres e crianças menores de 12 anos nos jogos. Mas apenas deles.

“[A iniciativa] teve um efeito muito positivo so-bre o futebol. É uma ideia para possíveis sanções, a fim de evitar estádios vazios”, afirmou Pinto.

da rEdaçÃO

Uefa quer colocar crianças e mulheres em jogos com portões fechados

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por adalBErTo lEIsTEr fIlHo

A Superliga foi lançada na terça-feira, em São Paulo, mas Jacqueline, uma das titulares da seleção brasileira, permanece sem clube. A principal possibi-lidade da jogadora, por ora, é receber uma proposta do Pinhei-ros, clube em que tem treinado para não perder a forma física.

“Estamos atrás de um novo parceiro para conseguir bancar o salário da Jaqueline. Caso a gen-te consiga, iremos conversar com ela”, contou Antonio Bernardino, gerente de vôlei do Pinheiros.

Segundo o dirigente, já hou-ve conversas com a jogadora.

E, caso a atleta aceite disputar a Superliga dentro da realida-de salarial do clube, poderá ser integrada ao elenco.

“Se não arrumarmos um novo patrocinador e ela aceitar uma redução salarial, tenho certeza de que meu presidente fará esforços para contar com a Jacqueline no time”, afirmou Bernardino.

A ponteira, bicampeã olímpica (2008 e 2012), integrou a equipe nacional na recente conquis-ta da medalha de bronze no Mundial da Itália. Sem clube, a ponteira optou por ficar no Brasil por causa do filho, Ar-thur, de dez meses, que teve

com o também ponta da sele-ção brasileira, Murilo, do Sesi.

Para Radamés Lattari, diretor da Superliga, o desemprego de Jaqueline não se deve ao sistema de ranqueamento, que teorica-mente impede a formação de su-pertimes. Cada time só pode ter duas jogadores que valem 7 pon-tos, a pontuação da jogadora.

“O único clube que já tem duas jogadores de 7 pontos é o Osasco. Todos os outros clubes têm uma vaga. Aí é uma ques-tão de acordo entre o desejo do clube e o da jogadora. É uma coisa que não compete à CBV”, afirmou o dirigente.

Pinheiros busca patrocínio para contratar Jacqueline

“Se não arrumar-mos um novo pa-trocinador e ela aceitar uma redu-ção salarial, tenho certeza de que meu presidente fará esforços para contar com a Jac-queline no time”

ANTONIO BERNARDINO, gERENTE

DE VôLEI DO PINHEIROS