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BCSD Portugal | Junho 2011 | Distribuição gratuita | www.bcsdportugal.org Os produtos de base florestal apresentam elevado potencial de criação de valor ambiental, social e económico. Se por um lado, estes produtos podem contribuir para a redução das reduções das emissões de carbono, constituem ainda um factor que pode impulsionar o crescimento da economia nacional, em termos de produção industrial, exportações e nível de emprego. PRODUTOS DE BASE FLORESTAL ENTREVISTA Engº. Amândio Torres Presidente da Autoridade Florestal Nacional «Portugal assume já 60% das exportações Europeias de papel de escritório para os Estados Unidos (...)» NOTÍCIA Novos Membros do BCSD Portugal Consulai - SAS Portugal - Instituto Superior de Gestão nº27 EDITORIAL Os produtos de base florestal representam aproximadamente 10% das exportações nacionais. Com um saldo comercial de 1.5 mil milhões de euros, a indústria florestal é o 3º sector mais relevante das exportações portuguesas, empregando directamente cerca de 2% da população activa do país. O sector industrial florestal em Portugal tem dado várias provas de ambição de crescer de forma sustentável e dar resposta às exigências dos competitivos mercados internacionais. Veja-se, por exemplo, o investimento de 350 milhões do Grupo Altri na modernização e aumento de capacidade da Celbi, considerado um projecto de interesse nacional. Mas para que o crescimento industrial seja possível e para que ele possa contribuir ainda mais para a redução do crónico deficit da balança de transacções correntes portuguesa, é necessário investir e apoiar as actividades a montante, nomeadamente as associadas CERTIFICAÇÃO FLORESTAL Gestão sustentável das florestas Francisco Silva Gomes, Conselho de Administração da Celbi. à produção da matéria prima proveniente da floresta. É fundamental a aposta na investigação e desenvolvimento e na inovação tecnológica por forma a se ter mais floresta e floresta de melhor qualidade. Tornam-se imprescindíveis a adopção de novos meios para gerir e combater, de forma mais eficiente, os maiores riscos que se apresentam a este sector, como, por exemplo, as pragas e as doenças que afectam as espécies florestais e a calamidade dos incêndios. A certificação florestal é outro instrumento fundamental de gestão da floresta. O sucesso das empresas desta fileira reside na disponibilidade deste recurso renovável. É do interesse de todos manter as florestas saudáveis e produtivas através de uma gestão responsável e sustentável. Para além disso, a certificação florestal permite comprovar a terceiros que em Portugal se pratica uma gestão florestal sustentável, acrescentando valor aos produtos e permitindo a sua entrada em mercados desenvolvidos e exigentes.

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BCSD Portugal | Junho 2011 | Distribuição gratuita | www.bcsdportugal.org

Os produtos de base florestal apresentam elevado potencial de criação de valor ambiental, social e económico. Se por um lado, estes produtos podem contribuir para a redução das reduções das emissões de carbono, constituem ainda um factor que pode impulsionar o crescimento da economia nacional, em termos de produção industrial, exportações e nível de emprego.

PRODUTOS DE BASE FLORESTAL

ENTREVISTA Engº. Amândio Torres Presidente da Autoridade Florestal Nacional«Portugal assume já 60% das exportações Europeias de papel de escritório para os Estados Unidos (...)»

NOTÍCIANovos Membros do BCSD PortugalConsulai - SAS Portugal - Instituto Superior de Gestão

nº27

EDITORIAL

Os produtos de base florestal representam aproximadamente 10% das exportações nacionais. Com um saldo comercial de 1.5 mil milhões de euros, a indústria florestal é o 3º sector mais relevante das exportações portuguesas, empregando directamente cerca de 2% da população activa do país.

O sector industrial florestal em Portugal tem dado várias provas de ambição de crescer de forma sustentável e dar resposta às exigências dos competitivos mercados internacionais. Veja-se, por exemplo, o investimento de 350 milhões do Grupo Altri na modernização e aumento de capacidade da Celbi, considerado um projecto de interesse nacional.

Mas para que o crescimento industrial seja possível e para que ele possa contribuir ainda mais para a redução do crónico deficit da balança de transacções correntes portuguesa, é necessário investir e apoiar as actividades a montante, nomeadamente as associadas

CERTIFICAÇÃO FLORESTALGestão sustentável das florestas

Francisco Silva Gomes, Conselho de Administração da Celbi.

à produção da matéria prima proveniente da floresta. É fundamental a aposta na investigação e desenvolvimento e na inovação tecnológica por forma a se ter mais floresta e floresta de melhor qualidade. Tornam-se imprescindíveis a adopção de novos meios para gerir e combater, de forma mais eficiente, os maiores riscos que se apresentam a este sector, como, por exemplo, as pragas e as doenças que afectam as espécies florestais e a calamidade dos incêndios.

A certificação florestal é outro instrumento fundamental de gestão da floresta. O sucesso das empresas desta fileira reside na disponibilidade deste recurso renovável. É do interesse de todos manter as florestas saudáveis e produtivas através de uma gestão responsável e sustentável.

Para além disso, a certificação florestal permite comprovar a terceiros que em Portugal se pratica uma gestão florestal sustentável, acrescentando valor aos produtos e permitindo a sua entrada em mercados desenvolvidos e exigentes.

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Engº. Amândio Torres Presidente da Autoridade Florestal Nacional«Portugal assume já 60% das exportações Europeias de papel de escritório para os Estados Unidos, o que demonstra que a aposta na sua qualidade foi claramente vencedora.»

O estudo Millennium Ecosystem Assessment revela uma elevada degradação dos ecossistemas nos últimos 50 anos. Quais os riscos e oportunidades que advêm desta realidade?O principal risco que enfrentamos é o da rotura no abastecimento nacional da indústria a prazo. Dois milhões de deficit anual não pode ser negligenciado. Contudo, nunca o país teve uma percepção tão clara deste problema e o sector florestal nunca teve tanto peso na economia, nem tanto potencial para apoiar a recuperação económica e financeira do país. Estas constituem, claramente, excelentes oportunidades.

Como é que o tecido empresarial português tem contribuído para a protecção dos ecossistemas nacionais, e que alterações podemos esperar nos próximos 50 anos?A preocupação do tecido empresarial português com a protecção dos ecossistemas não é recente - os primeiros sistemas de certificação da gestão florestal começaram a ser implementados na última década. A preocupação com a gestão responsável e sustentável dos ecossistemas e recursos florestais, bem como o aparecimento dos primeiros esquemas de certificação no país, surgiram associados à indústria, respondendo à exigência dos mercados onde operam. As grandes alterações para os próximos 50 anos, caso ocorram, deverão ser iniciadas e implementadas no presente. O sector florestal é o único, de entre os sectores exportadores, cujas exportações apresentam um potencial de crescimento significativo e que, se forem bem tomadas as medidas necessárias, poderá produzir a totalidade da matéria-prima internamente, anulando as importações.

Quais as acções que o sector de produtos florestais pode implementar para incentivar a redução do consumo energético e a diminuição das emissões de gases com efeito de estufa (GEE)?Também neste capítulo, a indústria de base florestal já percorreu um enorme caminho. Não só através da redução e optimização do consumo de energia nas suas unidades, bem como através da produção de energia verde a partir de biomassa florestal residual. Na realidade a indústria de base florestal é já o maior produtor de energia a partir de biomassa florestal residual no país, reduzindo significativamente a sua emissão

de GEE e contribuindo para a redução da dependência energética do País face ao consumo de combustíveis fósseis.

Pensando na indústria da pasta e do papel, como é que a criação de valor no longo prazo se coaduna com a desmaterialização das actividades económicas e da sociedade actual?Curiosamente, o consumo do tipo de papel produzido pela nossa indústria tem vindo a crescer, existindo actualmente encomendas para daqui a 6 meses. Portugal assume já 60% das exportações Europeias de papel de escritório para os Estados Unidos, o que demonstra que a aposta na sua qualidade foi claramente vencedora. Também o consumo nas economias emergentes, como a China e Índia, tenderá a crescer nos próximos anos, pelo que a tendência será claramente para um aumento do consumo e, consequentemente, do mercado. Por último, a pegada ecológica da produção do papel, que é muito inferior à da produção dos meios electrónicos alternativos, e o seu elevado potencial de reciclagem e reutilização tornam-no um produto de baixo impacto ambiental, pelo que se configurará como um produto de futuro também nas sociedades mais desenvolvidas e mais ambientalmente conscientes.

Quais os materiais nacionais de base florestal com maior potencial de redução das emissões de GEE, oferecendo simultaneamente benefícios económicos?Toda a produção de base florestal nacional reduz emissões ou incorpora e armazena carbono. O papel, cartão, painéis e aglomerados, mobiliário, paletes, entre outros, são unidades de carbono imobilizadas que ao longo da sua vida útil se encontram armazenadas. Apenas a degradação, decomposição ou queima destes produtos permitirá a libertação destas unidades de carbono, pelo que durante o seu período de vida, no qual se deve incluir os processos de reciclagem e reutilização, o carbono mantém-se armazenado. Outros produtos de base florestal, como a energia eléctrica produzida a partir de biomassa florestal residual e as pellets, configuram produção de energia com base em fontes alternativas que não as tradicionais

fósseis. Deste modo, reduziremos claramente a nossa dependência externa de combustíveis fósseis, com impactos positivos na balança comercial, produzindo também créditos de carbono, que têmm já elevado valor de mercado.

> No dia 5 de Maio teve lugar, nas instalações da Águas de Portugal, o workshop “Directiva-Quadro da Água: a oportunidade de um imperativo”. Constituindo um primeiro resultado do Grupo de Trabalho sobre a Água que o BCSD Portugal, em associação com um conjunto de empresas associadas, tem vindo a promover, este workshop contou com a participação de reconhecidos especialistas nesta importante matéria, colocando em debate questões como as repercussões da implementação da Directiva-Quadro, a taxa de recursos hídricos e o regime da Responsabilidade Ambiental, aspectos importantes para a actividade das empresas.

> Realizou-se no dia 26 de Maio, nas instalações da NAV, o workshop “Como Elaborar um Relatório de Sustentabilidade”. Desenvolvido em parceria com a Sair da Casca (SDC), este workshop pretende responder à necessidade das organizações em planear e produzir o seu Relatório de Sustentabilidade, constituindo a base para a aquisição de conhecimentos sobre o que é, para que serve e como se faz esse Relatório.

> No dia 7 de Junho decorreu nas instalações da ANA o workshop “Pegada Ecológica das Empresas”. Desenvolvido em parceria com o CESTRAS, este workshop tem como objectivo contribuir para a melhor compreensão deste indicador de Sustentabilidade e do respectivo cálculo, assim como contribuir para encontrar abordagens possíveis para a redução da Pegada Ecológica por parte das empresas.

> Em parceria com a E.Value, o BCSD Portugal promoveu no passado dia 16 de Junho, o workshop “O Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE)”. Realizado nas instalações da Galp Energia, este workshop teve como objectivos fazer um enquadramento do CELE e um balanço da experiência adquirida no mercado de carbono desde 2005, descrever a sua operacionalização, verificar as implicações para as empresas e identificar os desafios que se colocam.

> Decorreu no dia 30 de Junho, nas instalações do Instituto Superior de Gestão (ISG) o workshop “Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas (B&SE)”. Promovido em parceria com a ERM e o ISG, esta sessão pretende sensibilizar os participantes para os conceitos da B&SE, apoiar a identificação de riscos e oportunidades empresariais decorrentes da alteração dos ecossistemas e apoiar as empresas na definição de uma agenda para a B&SE.

ENTREVISTA

WORKSHOPS

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DESTAQUE

CERTIFICAÇÃO FLORESTAL: UMA MAIS-VALIA PARA O SECTORO SECTOR FLORESTAL NO CONTEXTO NACIONALCom um peso de 10% nas exportações nacionais, e com um saldo comercial de EUR 1.5 mil milhões, o sector florestal é o 3º sector mais relevante das exportações portuguesas. Exporta sobretudo o papel e cartão, pasta de papel, cortiça, madeira e produtos de resina e mobiliário. Representa ainda 3% do VAB e é um sector com um elevado impacte como empregador, gerando 113 mil empregos directos, cerca de 2% da população activa. Dentro do sector, a produção de pasta e papel é uma actividade bastante relevante para a produção nacional.

Portugal é o 15º maior produtor de pasta a nível mundial e o 6º a nível europeu. A nível nacional, o produto da indústria papeleira representa 0,8% do PIB e 4,5% do produto industrial. Merece também destaque a fileira da cortiça, onde Portugal é líder mundial, na produção e transformação.

GESTÃO SUSTENTÁVEL DAS FLORESTASAs florestas desempenham múltiplas funções sociais, económicas e ambientais. Para proteger esta multifuncionalidade é necessária uma gestão equilibrada, baseada numa informação florestal adequada. O “LIVRO VERDE sobre a protecção das florestas e a informação florestal na UE: preparar as florestas para as alterações climáticas” da Comissão Europeia, enuncia um conjunto de práticas de gestão florestal sustentável para prevenir as consequências socioeconómicas e ambientais negativas das alterações na indústria florestal:

Reflorestação e medidas de prevenção de incêndios; • Planeamento florestal adequado;• Mobilização e extracção sustentáveis de madeira e • investimentos em operações silvícolas;Adaptação das espécies florestais às condições do local e • de crescimento em condições climáticas em mudança;Medidas de prevenção de novas pragas e doenças.•

A garantia de que estas práticas de gestão florestal são implementadas de forma sustentável é assegurada através da sua certificação.

CERTIFICAÇÃO FLORESTALA certificação florestal é um instrumento voluntário, que garante ao mercado que as empresas realizam uma gestão responsável das florestas, tomando em consideração aspectos económicos, sociais e ambientais. Contempla 2 níveis de certificação: (i) florestal, com a verificação da gestão florestal; e (ii) da cadeia de responsabilidade, na indústria e comércio de produtos de base florestal, assegurando a rastreabilidade da matéria-prima certificada desde a sua origem até ao consumidor final. Com esta certificação, os Produtores asseguram o reconhecimento de que os seus produtos são provenientes de explorações sustentáveis.

No actual contexto, em que os consumidores estão cada vez mais informados sobre os desafios ambientais, e num mercado em que a concorrência é cada vez maior, a certificação é um factor de diferenciação, contribuindo para a criação de valor através das vendas, sobretudo nos mercados externos onde a sustentabilidade é um critério de avaliação no acto de compra.

CERTIFICAÇÃO PEFC O PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification Schemes) é o Sistema de Certificação Florestal com maior área florestal certificada - 225 milhões de hectares em todo o mundo. O PEFC Portugal é o Sistema Português de Certificação da Gestão Florestal Sustentável, reconhecido pelo PEFC Internacional, que permite aos produtores florestais portugueses cumprirem requisitos de gestão florestal sustentável reconhecidos internacionalmente. Pretende dar garantias aos consumidores de que estes produtos derivam de uma gestão florestal onde são aplicados, de forma consistente, princípios de sustentabilidade assentes em três pilares básicos: social, ambiental e económico.Saiba mais sobre o PEFC Portugal em: http://www.pefc.pt/

CERTIFICAÇÃO FSC O esquema de certificação de gestão sustentável das florestas FSC (Forest Stewardship Council) representa, aproximadamente, 129 milhões de hectares de floresta certificada nas várias regiões no mundo. Em Portugal, a regulação do esquema de certificação florestal FSC é assegurada pela Associação para uma Gestão Florestal Responsável (AGFR)/FSC Portugal, que assegura a divulgação, promoção e implementação deste esquema de certificação florestal. O FSC Portugal organiza-se em torno de três Câmaras: ambiental, económica e social, constituídas consoante os interesses dos seus associados na floresta. Saiba mais sobre o FSC Portugal em: http://www.pt.fsc.org/

EVENTOS > OBSERVATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIALRealizou-se no passado dia 14 de Abril a sessão de apresentação dos resultados finais do Índice de Sustentabilidade Empresarial – 2009. Nesta edição participaram 41 empresas associadas do BCSD Portugal, distribuídas por 10 sectores de actividade que reportaram o respectivo desempenho relativamente a 5 áreas: Energia e Clima, Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas, Produção e Consumo Sustentável, Liderança Estratégica e Capital Humano.A próxima edição deste importante projecto será apresentada no último trimestre deste ano.

> “CONVERSA À VOLTA DE UM CAFÉ” COM PEDRO TARAKA primeira sessão deste tipo de encontros informais decorreu nas instalações da CGD no passado dia 20 de Junho. Contando com a participação de Pedro Tarak, co-fundador com Stephan Schmidheiny da Fundación AVINA na América Latina e até recentemente responsável pelas respectivas Relações Globais na Europa, esta sessão fez um ponto de situação sobre os avanços na concretização dos objectivos da Cimeira do Rio de 1992, procurando identificar pistas e orientações para a Cimeira Rio +20 do próximo ano.

CERTIFICAÇÃO PEFC PORTUGAL

> 207 Mil hectares > 105 Proprietários Florestais > 27 Empresas

CERTIFICAÇÃO FSC PORTUGAL

> 268 Mil hectares > 17 Certificados de Gestão Florestal> 60 Certificados de Cadeia de Custódia

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EDIÇÃO

ficha técnica

REDACÇÃO E DESIGN PROPRIEDADE

BCSD Portugal | Av. de Berna, 11 - 8º, 1050-036 Lisboa | PortugalTel.: +351 217 819 001 | Fax: +351 217 819 126e-mail: [email protected] | www.bcsdportugal.org

Eurico Sousa Karina Rodrigues

COORDENAÇÃO

Após anos de integração no maior grupo europeu de impressão em grande formato, especializado em publicidade Outdoor e de Ponto de Venda, a Impression Portugal absorveu todo o conhecimento e experiência que lhe permite responder aos seus clientes com uma qualidade excepcional de trabalho e serviço, reforçando a sua responsabilidade para com o meio ambiente e para com a sociedade local.

DESAFIO: COMO “IMPRIMIR MAIS VERDE”?Apesar da constante preocupação em transmitir o seu alinhamento com os princípios e objectivos de responsabilidade sustentável, diagnosticou-se a existência de diversos pontos que poderiam ser melhorados. A empresa tomou consciência de que há sempre a capacidade para melhorar, levando-a a assumir uma nova atitude – “Imprimir mais verde”. Uma assinatura que para além de reforçar o seu compromisso e convicções, reflecte também o desejo em compelir cada agente da cadeia de valor a tornar-se mais consciente e exigente no que toca a preocupações ambientais e sociais.

SOLUÇÕES:A Impression Portugal elevou os compromissos de redução do impacte ambiental da sua actividade e de desenvolvimento da comunidade ao topo das metas a alcançar. Assim, para responder aos pontos realçados no diagnóstico ambiental, a Impression Portugal levou para a mesa de reunião 3 soluções:

Criação de novos produtos com menores impactes • ambientais;Aquisição de novas técnicas ou matérias-primas que • promovessem a eficiência de recursos e uma exploração mais sustentável;Desenvolvimento de acções que fomentassem a valorização • de resíduos.

IMPRIMIR MAIS VERDE A NOSSA RESPONSABILIDADE,O NOSSO COMPROMISSO

CASO DE ESTUDO

RESULTADOS: 1. Critérios de sustentabilidade ambiental na cadeia de valorBaseando-se na cadeia de valor, a empresa começou por agir dentro da lista de fornecedores, restringindo as suas compras a tintas e produtos de preparação que tivessem em conta o impacte ambiental resultante do seu ciclo vida, nomeadamente requerimentos climáticos e emissões de CO2 reduzidas. Actualmente a maioria destes materiais são dos mais ecológicos do mercado, sendo muitos deles aprovadas pela Nordic Ecolabel – organização que rotula ecologicamente os produtos comercializados nos países nórdicos. Recentemente, a empresa estendeu os requisitos ambientais a todas as matérias de base florestal – papel e cartão. Todo o seu universo de suporte de papel e a maioria do de cartão possuem certificados FSC e/ou PEFC, indicando serem provenientes de uma gestão florestal sustentável. Além disso, começou ainda a imprimir sobre papel cuja pegada carbónica é a menor da Europa, composto por 50% de pasta reciclada e 50% de papel FSC.

2. Produtos com materiais recicladosPela observação do ciclo de vida dos produtos, concluiu-se ainda que a maioria dos resíduos era encaminhada para eliminação invés de serem valorizados. Actualmente, mais de 70% dos resíduos da Impression Portugal têm como destino tratamentos de valorização. Paralelamente, decidiu-se aproveitar as placas de cartão e restos de trabalhos produzidos, já não aptas para a produção e transformá-las em algo novo - matéria-prima para novos produtos. A equipa de Design 3D, aliando um design único com o aproveitamento de resíduos, criou uma linha de Mobiliário Temporário Reciclado. A linha de mobiliário reciclado tem sido alvo de grande procura por parte dos clientes, sendo distinguida com o 1.º Prémio Design dos Meios & Publicidade, na categoria de Merchandising.

PERSPECTIVAS FUTURAS:O caminho da Impression Portugal passará pelo alinhamento das suas convicções com o plano estratégico, garantindo o abraçar de novos desafios e a consciencialização dos seus parceiros. A recente integração da Impression no grupo PINKPLATE que completa também a Queiroplas (empresa de referência na produção de expositores de ponto de venda) aumentará o campo de aplicação do seu compromisso para com a sustentabilidade. As boas práticas ambientais já implementadas pela Impression passarão, assim, a ser o benchmark para o Grupo. De acordo com Marco Lourenço, Manager para a Qualidade e Sustentabilidade da Impression Portugal, “a melhor forma de o trabalho que temos vindo a realizar ser coroado é através do reconhecimento dos nossos parceiros de negócio e da percepção de que a sustentabilidade é um «win-win game» que induz a adopção de práticas semelhantes por empresas ligadas.”

ACTUALIDADES

> EUROPEAN BUSINESS AWARDS FOR THE ENVIRONMENT – PRÉMIO DE INOVAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE

Decorre até 22 de Setembro o período para apresentação de candidaturas ao European Business Awards for the Environment - Prémio de Inovação para a Sustentabilidade (EBAEpis), uma iniciativa da Agência Portuguesa do Ambiente,

em colaboração com o Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais, a Direcção-Geral das Actividades Económicas, o BCSD Portugal e a GCI.

São quatro as categorias às quais as empresas portuguesas podem concorrer: Gestão, Produto, Processo e Cooperação Internacional de Negócios. Este ano, foi instituído um novo prémio - Empresas pela Biodiversidade -, que será atribuído a uma empresa que se destaque na preservação dos ecossistemas e no combate à perda da biodiversidade.