23455
-
Upload
rafael-pereira-azevedo -
Category
Documents
-
view
16 -
download
0
description
Transcript of 23455
-
Joo Pedro Lavinas Queiroz
Remoo de Mangans de guas e Efluentes por
Precipitao
Dissertao de Mestrado
Dissertao apresentada como requisito parcial para obteno do ttulo de Mestre pelo Programa de Ps-graduao em Engenharia de Materiais e de Processos Qumicos e Metalrgicos do Departamento de Engenharia de Materiais da PUC-Rio.
Orientador: Prof. Luiz Alberto Cesar Teixeira
Rio de Janeiro
Abril de 2013
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
Joo Pedro Lavinas Queiroz
Remoo de Mangans de guas e Efluentes por
Precipitao
Dissertao apresentada como requisito parcial para obteno do ttulo de Mestre pelo Programa de Ps-graduao em Engenharia de Materiais e de Processos Qumicos e Metalrgicos do Departamento de Engenharia de Materiais da PUC-Rio. Aprovada pela Comisso Examinadora abaixo assinada.
Prof. Luiz Alberto Cesar Teixeira Orientador e Presidente
Departamento de Engenharia de Materiais - PUC-Rio
Profa. Ldia Yokoyama Universidade Federal do Rio de Janeiro
Profa. Marcia Walquiria de Carvalho Dezotti COPPE - UFRJ
Prof. Jos Eugenio Leal Coordenador Setorial de Ps-Graduao do Centro Tcnico Cientfico da
PUC-Rio
Rio de Janeiro, 09 de abril de 2013
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
Todos os direitos reservados. proibida a reproduo total
ou parcial do trabalho sem autorizao da universidade, do
autor e do orientador.
Joo Pedro Lavinas Queiroz
Graduou-se em Qumica industrial na USS (Universidade
Severino Sombra) em 2010, desenvolvendo o projeto sobre a
anlise do teor de fluoretos na gua de abastecimento
pblico do municpio de Vassouras RJ, estudando e analisando o impacto do teor de fluoretos na sade bucal da
populao.
Ficha Catalogrfica
Joo Pedro Lavinas Queiroz
Remoo de mangans de guas e efluentes industriais por precipitao / Joo Pedro Lavinas Queiroz ; orientador: Luiz Alberto Cesar Teixeira
108 f. : il. (color.) ; 30 cm
Dissertao (mestrado)-Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro, Departamento de Engenharia de Materiais, 2013.
Inclu referncias bibliogrficas.
1. Engenharia de materiais Teses. 2. Mangans. 3. Processos oxidativos. 4. Remoo de mangans. 5. Precipitao. 6. Precipitao de mangans. I. Teixeira, Luiz Alberto Cesar. II. Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro. Departamento de Engenharia de Materiais. III. Ttulo.
CDD:620.11
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
Dedico este trabalho as pessoas mais importantes da minha vida, meus pais Jorge
e Rita.
Vocs deixaram seus sonhos para que eu sonhasse. Derramaram lgrimas para que eu fosse feliz.
Perderam noites de sono para que eu dormisse tranquilo.
Acreditaram em mim apesar dos meus erros.
Ser educador ser um poeta do amor.
Jamais esqueam que eu levarei para sempre
Um pedao do seu ser dentro do meu prprio ser.
Augusto Cury
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
Agradecimentos
Agradeo ao meu orientador Professor Luiz Alberto Cesar Teixeira pelo estmulo
e parceria para a realizao deste trabalho.
Ao CNPq e PUC-Rio, pelos auxlios concedidos, sem os quais este trabalho no
poderia ter sido realizado.
Aos meus pais, pela educao, amor, carinho e dedicao em todas as horas.
A minha Tia Ana Anglica e prima Mariana pelo apoio, pacincia e dedicao
nesses dois anos.
Aos meus avs que sempre acreditaram e me deram motivao em todos os
momentos.
A minha famlia pelo apoio e conselho em todos os momentos.
Ao amigo Antnio pela pacincia e sua amizade, em todos os momentos.
Aos amigos Jean, Jerson, Jose, Rafaela, Rosana e Meryelen, pela amizade a ajuda
em todos os momentos.
Aos meus colegas da PUC-Rio.
Aos professores que participaram da Comisso Examinadora.
A todos os professores e funcionrios do Departamento pelos ensinamentos e pela
ajuda.
A todos que de uma forma ou outra me estimularam ou me ajudaram.
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
Resumo
Queiroz, Joo Pedro Lavinas; Teixeira, Luiz Alberto Cesar. Remoo de
Mangans de guas e Efluentes por Precipitao. Rio de Janeiro, 2013.
108p. Dissertao de Mestrado - Departamento de Engenharia de Materiais,
Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro.
Metais quando presentes em concentraes elevadas podem causar danos
no s a sade do homem como tambm ao meio ambiente, o metal na condio
de contaminante abordado neste estudo foi o mangans sendo este importante
vida, mas ao mesmo tempo considerado um contaminante. Sua presena em guas
no se d somente pela ao do homem, podendo este ser encontrado
naturalmente em concentraes de at 10 mg/L, embora raramente essa
concentrao exceda 1 mg/L. Os agentes responsveis por essa concentrao
natural de mangans so minerais provenientes do solo e subsolo contendo
mangans em sua estrutura. O trabalho desenvolvido estudou a remoo de
mangans (II) em sua forma precipitada utilizando-se da adio de determinadas
substncias: Oxignio, Perxido de Hidrognio, Hipoclorito de Sdio, Hipoclorito
de Sdio e Perxido de Hidrognio, SO2 e Oxignio, SO2 e Perxido de
Hidrognio, Carbonato de Sdio e por fim cido de Caro, para identificar dentre
estes processos um com maior eficincia na remoo de guas e efluentes na sua
forma precipitada. Os resultados foram obtidos a partir do tratamento de uma
soluo sinttica com concentrao inicial de 10 mg/L de mangans (II), cujo
objetivo foi desenvolver caminhos para que este pudesse ser removido na sua
forma precipitada e tambm para enquadramento deste efluente na legislao
brasileira (CONAMA n 430/2011), que estabelece concentrao mxima de 1,0
mg/L de mangans (II) em guas de Classes 1 e 2. Os ensaios foram realizados em
pH 6, 7, 8, 9 e 10 e com utilizao dos oxidantes em dosagens com excesso de
100% e 300%. Dentre os testes realizados, os testes com a utilizao de
Hipoclorito de Sdio, Hipoclorito de Sdio e Perxido de Hidrognio, SO2 e Ar,
SO2 e Perxido de Hidrognio, Carbonato de Sdio e cido de Caro
apresentaram eficincia na remoo de Mangans (II), atingindo-se concentraes
finais de mangans inferiores 0,01 mg/L em alguns casos. Verificou-se tambm
grande dependncia do pH para precipitao, essa ocorrendo em grande parte
somente em valores de pH superiores a 7.
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
Palavras-chave
Mangans; processos oxidativos; remoo de mangans; precipitao;
precipitao de mangans.
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
Abstract
Queiroz, Joo Pedro Lavinas; Teixeira, Luiz Alberto Cesar (Advisor).
Manganese Removal of Water and Wastewater by Precipitation. Rio de
Janeiro, 2013. 108p. MSc. Dissertation - Departamento de Engenharia de
Materiais, Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro.
Dissolved metals when present in elevated concentrations can cause damage
not only to man's health but also to the environment. The metal in the condition of
contaminant to be addressed in this study is the manganese which, although being
important to life, is also considered a contaminant. Its presence in the water is not
only a consequence of man's actions, it being able to be found naturally in
concentrations of up to 10 mg/L, although this concentration rarely exceeds 1
mg/L. The agents responsible for this natural concentration of manganese are
minerals from the soil and the underground containing manganese in its structure.
The work developed studied the removal of manganese (II) in its precipitated
form using the addition of determinated substances, such as: Oxygen, Hydrogen
Peroxide, Sodium Hypochlorite, Sodium Hypochlorite and Hydrogen Peroxide,
SO2 and Air, SO2 and Hydrogen Peroxide, Sodium Carbonate and finally Caro's
Acid, to identify among these processes one with more efficiency in the removal
of manganese from waters and effluents in its precipitated form. The results
discussed were obtained from the treatment of a synthetic solution with initial
concentration of 10 mg/L of manganese (II), whose objective was to develop
paths so it could be removed in its precipitated form and also for the framework of
the effluent in the Brazilian legislation (CONAMA n 430/2011), that establishes
maximum concentration of 1 mg/L of manganese (II). The experiments were
performed in pH 6, 7, 8, 9 and 10 and with utilization of the oxidants in
stoichiometric dosages with excess of 100% and 300%. Among the tests
performed, the tests with the use of Sodium Hypochlorite, Sodium Hypochlorite
and Hydrogen Peroxide, SO2 e Air, SO2 and Hydrogen Peroxide, Sodium
Carbonate and Caro's Acid presented efficiency in the removal of Manganese (II),
reaching final concentrations of manganese inferior to 0,01 mg/L in some cases.
Great dependency on the pH to precipitation was verified, this happening in great
part only in elevated values of pH, these values being superior to 7. It can also be
verified in some cases that the concentration of the chemical reagent utilized can
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
have influence over the precipitation of Manganese.
Keywords
Manganese; oxidative processes; manganese removal; precipitation;
manganese precipitation.
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
Sumrio
1 Introduo 20
2 Objetivos 23
3 Reviso Bibliogrfica 24
3.1. Metais 24
3.1.1. Toxicologia Dos Metais 24
3.1.2. Processos Utilizados Para Remoo de Metais de guas 25
3.1.2.1. Precipitao de Hidrxidos 25
3.1.2.2. Troca Inica 26
3.1.2.3. Reduo Eletroltica 26
3.1.2.4. Precipitao de Carbonatos 27
3.1.2.5. Precipitao de Sulfetos 27
3.2. Mangans 28
3.2.1. Propriedades Fsicas e Qumicas do Mangans 28
3.2.2. Fontes Naturais de Mangans 30
3.2.3. Possvel Gerao de Efluentes Contendo Mangans 31
3.2.4. Toxicologia do Mangans 32
3.3. Legislao Vigente Sobre a Qualidade de guas e Efluentes
Industriais 33
3.4. Processos Utilizados Para Remoo de Mangans de guas 34
3.4.1. Precipitao (Convencional) Hidroltica do Mn(OH)2 34
3.4.2. Precipitao Oxidante do Mangans (com H2O2, H2SO5, O2,
O3, NaClO e SO2/O2) 36
3.4.2.1. Perxido de Hidrognio (H2O2) 36
3.4.2.2. cido de Caro (H2SO5) 39
3.4.2.3. Oxignio (O2) 40
3.4.2.4. Oznio (O3) 41
3.4.2.5. Hipoclorito de Sdio e Perxido de Hidrognio 41
3.4.2.6. Dixido de Enxofre e Oxignio (SO2/O2) 42
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
3.4.2.7. Precipitao de Carbonato 43
3.4.2.8. Precipitao de Sulfeto 43
4 Materiais e Mtodos 45
4.1. Procedimento Experimental e Equipamentos 45
4.1.1. Testes Com a Adio de Oxignio 46
4.1.2. Testes Com a Adio de Perxido de Hidrognio 46
4.1.3. Testes Com a Adio de Hipoclorito de Sdio 47
4.1.4. Testes Com Oxignio Singlete Gerado Pela Adio de
Hipoclorito de Sdio e Perxido de Hidrognio 48
4.1.5. Testes Com a Adio de Metabissulfito de Sdio e Oxignio 48
4.1.6. Testes Com a Adio de Metabissulfito de Sdio e Perxido
de Hidrognio 49
4.1.7. Testes Com a Adio de Carbonato de Sdio 50
4.1.8. Testes Com a Adio de cido de Caro 50
4.2. Caracterizao das Amostras 51
4.2.1. Determinao de Mangans Por Espectrofotometria 51
4.2.2. Difrao de Raios X 51
5 Resultados 52
5.1. Testes Com a Injeo de Oxignio 52
5.2. Testes Com a Adio de Perxido de Hidrognio 54
5.3. Testes Com a Adio de Hipoclorito de Sdio 58
5.4. Testes Com Oxignio Singlete Gerado Pela Adio de
Hipoclorito de Sdio e Perxido de Hidrognio 64
5.5. Testes com a adio de Metabissulfito de Sdio e Oxignio 70
5.6. Testes Com a Adio de Metabissulfito de Sdio e Perxido de
Hidrognio 77
5.7. Testes Com a Adio de Carbonato de Sdio 82
5.8. Testes Com a Adio de cido de Caro 88
5.9. Erro Experimental 95
5.10. Difrao de raios-X 96
6 Discusso de Resultados 97
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
6.1. Testes Com a Adio de Oxidante 98
6.1.1. Efeito do Excesso de Oxidante 99
6.1.2. Efeito do pH 100
6.2. Teste Com a Adio de Carbonato de Sdio 100
6.2.1. Efeito do Excesso de Carbonato de Sdio 100
6.2.2. Efeito do pH 101
7 Concluses 102
8 Referncias Bibliogrficas 104
9 Apndices 107
9.1. Apndice A: Difratograma de Precipitado Hipoclorito de Sdio 107
9.2. Apndice B: Difratograma de Precipitado cido de Caro 107
9.3. Apndice C: Difratograma de Precipitado Carbonato de Sdio 108
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
Lista de figuras
Figura 1- Diagrama de predominncia do mangans a 25C.
Calculado com o programa HSC para [Mn2+] = 0,1 molar. 35
Figura 2- Diagrama eH pH de predominncia do mangans em gua
a 25C. Calculado com o programa HSC para [Mn2+] = 1x10-5
molar. 36
Figura 3- Soluo sinttica contendo mangans (II) com
concentrao de 10 mg/L. 46
Figura 4- Precipitao de mangans (II) a partir da utilizao de
oxignio, T = 25C, t = 60 minutos. 53
Figura 5- Precipitao de mangans (II) por oxignio em pH 10. 54
Figura 6- Precipitao de mangans (II) a partir da utilizao de
perxido de hidrognio (excesso de 100%), T = 25C, t = 60 minutos. 56
Figura 7- Precipitao de mangans (II) por perxido de hidrognio
(excesso de 100%) em pH 9. 57
Figura 8- Precipitao de mangans (II) por perxido de hidrognio
(excesso de 100%) em pH 10. 57
Figura 9- Precipitao de mangans (II) a partir da utilizao de
hipoclorito de sdio (excesso de 100%), T = 25C, t = 60 minutos. 59
Figura 10- Precipitao de mangans (II) por hipoclorito de sdio
(excesso de 100%) em pH 6. 60
Figura 11- Precipitao de mangans (II) por hipoclorito de sdio
(excesso de 100%) em pH 7. 60
Figura 12- Precipitao de mangans (II) por hipoclorito de sdio
(excesso de 100%) em pH 8. 61
Figura 13- Precipitao de mangans (II) por hipoclorito de sdio
(excesso de 100%) em pH 9. 61
Figura 14- Precipitao de mangans (II) por hipoclorito de sdio
(excesso de 100%) em pH 10. 62
Figura 15- Precipitao de mangans (II) a partir da utilizao de
hipoclorito de sdio (excesso de 300%), T = 25C, t = 60 minutos. 63
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
Figura 16- Efeito da concentrao de hipoclorito de sdio na
precipitao de mangans (II), T = 25C, t = 60 minutos. 64
Figura 17- Precipitao de mangans (II) a partir da utilizao de
hipoclorito de sdio e perxido de hidrognio (excesso de 100%), T
= 25C, t = 60 minutos. 66
Figura 18- Precipitao de mangans (II) por hipoclorito de sdio e
perxido de hidrognio (excesso de 100%) em pH 9. 67
Figura 19- Precipitao de mangans (II) por hipoclorito de sdio e
perxido de hidrognio (excesso de 100%) em pH 10. 67
Figura 20- Precipitao de mangans (II) a partir da utilizao de
hipoclorito de sdio e perxido de hidrognio (excesso de 300%), T
= 25C, t = 60 minutos. 69
Figura 21- Efeito da concentrao de hipoclorito de sdio e perxido
de hidrognio na precipitao de mangans (II), T = 25C, t = 60
minutos. 70
Figura 22- Precipitao de mangans (II) a partir da utilizao de
metabissulfito de sdio e oxignio (excesso de 100%), T = 25C, t =
60 minutos. 72
Figura 23- Precipitao de mangans (II) por metabissulfito de sdio
e oxignio (excesso de 100%) em pH 7. 73
Figura 24- Precipitao de mangans (II) por metabissulfito de sdio
e oxignio (excesso de 100%) em pH 8. 73
Figura 25- Precipitao de mangans (II) por metabissulfito de sdio
e oxignio (excesso de 100%) em pH 9. 74
Figura 26- Precipitao de mangans (II) por metabissulfito de sdio
e oxignio (excesso de 100%) em pH 10. 74
Figura 27- Precipitao de mangans (II) a partir da utilizao de
metabissulfito de sdio e oxignio (excesso de 300%), T = 25C, t =
60 minutos. 75
Figura 28- Efeito da concentrao de metabissulfito de sdio e
oxignio na precipitao de mangans (II), T = 25C, t = 60 minutos. 76
Figura 29- Precipitao de mangans (II) a partir da utilizao de
metabissulfito de sdio e perxido de hidrognio (excesso de 100%),
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
T = 25C, t = 60 minutos. 78
Figura 30- Precipitao de mangans (II) por metabissulfito de sdio
e perxido de hidrognio (excesso de 100%) em pH 9. 79
Figura 31- Precipitao de mangans (II) por metabissulfito de sdio
e perxido de hidrognio (excesso de 100%) em pH 10. 79
Figura 32- Precipitao de mangans (II) a partir da utilizao de
metabissulfito de sdio e perxido de hidrognio (excesso de 300%),
T = 25C, t = 60 minutos. 81
Figura 33- Efeito da concentrao de metabissulfito de sdio e
perxido de hidrognio na precipitao de mangans (II), T = 25C, t
= 60 minutos. 82
Figura 34- Precipitao de mangans (II) a partir da utilizao de
carbonato de sdio (excesso de 100%), T = 25C, t = 60 minutos. 84
Figura 35- Precipitao de mangans (II) por carbonato de sdio
(excesso de 100%) em pH 8. 85
Figura 36- Precipitao de mangans (II) por carbonato de sdio
(excesso de 100%) em pH 9. 85
Figura 37- Precipitao de mangans (II) por carbonato de sdio
(excesso de 100%) em pH 10. 86
Figura 38- Precipitao de mangans (II) a partir da utilizao de
carbonato de sdio (excesso de 300%), T = 25C, t = 60 minutos. 87
Figura 39- Efeito da concentrao carbonato de sdio na
precipitao de mangans (II), T = 25C, t = 60 minutos. 88
Figura 40- Precipitao de mangans (II) a partir da utilizao de
cido de Caro (excesso de 100%), T = 25C, t = 60 minutos. 90
Figura 41- Precipitao de mangans (II) por cido de Caro (excesso
de 100%) em pH 9. 91
Figura 42- Precipitao de mangans (II) por cido de Caro (excesso
de 100%) em pH 10. 91
Figura 43- Precipitao de mangans (II) a partir da utilizao de
cido de caro (excesso de 300%), T = 25C, t = 60 minutos. 92
Figura 44- Efeito da concentrao cido de caro na precipitao de
mangans (II), T = 25C, t = 60 minutos. 93
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
Figura 45- Diagrama de predominncia do mangans a 25C.
Calculado com o programa HSC para [Mn2+] = 1x10-4 molar e [C] =
1x10-2 molar. 98
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
Lista de tabelas
Tabela 1 - Solubilidade do Mn(OH)2. 26
Tabela 2 - Estados Oxidativos do Mangans. 29
Tabela 3 - Minerais de Mangans mais Comuns. 31
Tabela 4- Distribuio eletrnica nos orbitais moleculares (*) do
oxignio no estado excitado singlete (1g, 1g+) e no estado
fundamental triplete (3g-). 42
Tabela 5- Dados termodinmicos para remoo de mangans (II)
com oxignio. 52
Tabela 6- Resultados obtidos atravs da precipitao de mangans
(II) a partir da utilizao de oxignio, T = 25C, t = 60 minutos. 53
Tabela 7- Dados termodinmicos para a remoo de mangans (II)
com perxido de hidrognio. 55
Tabela 8- Resultados obtidos atravs da precipitao de mangans
(II) a partir da utilizao de perxido de hidrognio (excesso de
100%), T = 25C, t = 60 minutos. 55
Tabela 9- Dados termodinmicos para a remoo de mangans (II)
com hipoclorito de sdio. 58
Tabela 10- Resultados obtidos atravs da precipitao de mangans
(II) a partir da utilizao de hipoclorito de sdio (excesso de 100%),
T = 25C, t = 60 minutos. 59
Tabela 11- Resultados obtidos atravs da precipitao de mangans
(II) a partir da utilizao de hipoclorito de sdio (excesso de 300%),
T = 25C, t = 60 minutos. 62
Tabela 12- Dados termodinmicos para remoo de mangans (II)
com oxignio singlet. 65
Tabela 13- Resultados obtidos atravs da precipitao de mangans
(II) a partir da utilizao de hipoclorito de sdio e perxido de
hidrognio (excesso de 100%), T = 25C, t = 60 minutos. 65
Tabela 14- Resultados obtidos atravs da precipitao de mangans
(II) a partir da utilizao de hipoclorito de sdio e perxido de
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
hidrognio (excesso de 300%), T = 25C, t = 60 minutos. 68
Tabela 15- Dados termodinmicos para remoo de mangans (II)
com metabissulfito de sdio e oxignio. 71
Tabela 16- Resultados obtidos atravs da precipitao de mangans
(II) a partir da utilizao de metabissulfito de sdio e oxignio
(excesso de 100%), T = 25C, t = 60 minutos. 71
Tabela 17- Resultados obtidos atravs da precipitao de mangans
(II) a partir da utilizao de metabissulfito de sdio e oxignio
(excesso de 300%), T = 25C, t = 60 minutos. 75
Tabela 18- Dados termodinmicos para remoo de mangans (II)
com metabissulfito de sdio e perxido de hidrognio. 77
Tabela 19- Resultados obtidos atravs da precipitao de mangans
(II) a partir da utilizao de metabissulfito de sdio e perxido de
hidrognio (excesso de 100%), T = 25C, t = 60 minutos. 78
Tabela 20- Resultados obtidos atravs da precipitao de mangans
(II) a partir da utilizao de metabissulfito de sdio e oxignio
(excesso de 300%), T = 25C, t = 60 minutos. 80
Tabela 21- Dados termodinmicos para remoo de mangans (II)
com carbonato de sdio. 83
Tabela 22- Resultados obtidos atravs da precipitao de mangans
(II) a partir da utilizao de carbonato de sdio (excesso de 100%), T
= 25C, t = 60 minutos. 83
Tabela 23- Resultados obtidos atravs da precipitao de mangans
(II) a partir da utilizao de carbonato de sdio (excesso de 300%), T
= 25C, t = 60 minutos. 86
Tabela 24- Dados termodinmicos para remoo de mangans (II)
com cido de Caro. 89
Tabela 25- Resultados obtidos atravs da precipitao de mangans
(II) a partir da utilizao de cido de Caro (excesso de 100%), T =
25C, t = 60 minutos. 89
Tabela 26- Resultados obtidos atravs da precipitao de mangans
(II) a partir da utilizao de cido de Caro (excesso de 300%), T =
25C, t = 60 minutos. 92
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
Tabela 27- Resultados dos experimentos realizados para remoo
de mangans (II) atravs de sua precipitao. 93
Tabela 28- Resultados de triplicatas obtidos atravs da precipitao
de mangans (II) a partir da utilizao hipoclorito de sdio (excesso
de 100%), T = 25C, t = 60 minutos. 95
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
20
1 Introduo
Nos ltimos anos tem-se visto uma crescente preocupao com o meio
ambiente, sendo a escassez de gua em regies e sua contaminao pelo homem
um tema de grande importncia.
Durante o processo de uma indstria como se sabe, alm de produtos que
so gerados e que possuem aplicaes e mercado, h tambm a gerao de
subprodutos que no possuem aplicaes e so tratados como resduos. Em
particular os efluentes lquidos se no forem recirculados no processo tem de ser
descartados em corpos hdricos. Porm tais corpos dgua so de fundamental
importncia para os usos mltiplos da gua, sem mencionar tambm sua
importncia ambiental. Por isso, se faz necessrio um tratamento do efluente
oriundo da indstria antes do mesmo ser despejado, de forma que este efluente
atenda aos requisitos legais impostos pelos rgos de controle ambiental.
Podemos tambm mencionar que devido a imposies dos rgos de
controle ambiental, em alguns estados, toda indstria tem de realizar seu descarte
a montante do seu ponto de coleta de gua. Assim, caso haja o despejo de efluente
contaminado, a indstria no somente estaria causando impactos ao rio e a todos
que o utilizam, mas tambm prejudicando o seu prprio processo, uma vez que
para a grande maioria dos processos faz-se necessria a utilizao de gua com
qualidade elevada.
Dentre os contaminantes comummente presentes em efluentes industriais
pode-se citar os metais. Alguns elementos so importantes na dieta do ser
humano; sua deficincia no organismo pode acarretar em uma srie de
complicaes; e a presena destes de vital importncia para animais e para o
crescimento de vegetais. Porm, quando ingeridos em quantidades acima do
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
21
recomendado, seja instantaneamente ou por determinado perodo de tempo, um
dos efeitos pode ser a deposio destes metais no tecido sseo e gorduroso.
O metal na condio de contaminante de efluentes e guas a ser abordado no
presente estudo o mangans, sendo este considerado um elemento essencial e ao
mesmo tempo um micro-contaminante. Segundo Aziz e Smith (1992), a presena
de mangans em guas no se deve somente pela ao do homem, podendo ser
este encontrado naturalmente em guas em concentraes de at 10 mg/L, embora
raramente exceda 1 mg/L. Os agentes responsveis por essa concentrao natural
de mangans encontrada em rios so minerais provenientes do solo e subsolo
contendo esse metal na sua estrutura.
A principal forma na qual o mangans se encontra como o mineral
pirolusita, que tem situao importante no Brasil, no s pelas reservas existentes
como tambm pela sua importncia na produo de compostos e ferroligas. O
espectro de consumo ainda abrange a produo de pilhas eletrnicas, cermica,
ligas especiais, produtos qumicos e outros (Costa e Figueiredo, 2001).
O mangans um metal distribudo nos ambientes geolgicos na forma de
xido, hidrxido, silicatos e carbonatos. Porm, os xidos constituem as mais
importantes fontes comerciais, tais como: pirolusita (MnO2) e uma forma coloidal,
psilomelana, manganita (Mn2O3H2O) e hausmannita (Mn3O4) (Costa e Figueiredo,
2001).
A presena, natural ou por contaminaes, de mangans nos mananciais que
so utilizados para potabilizao uma questo que merece ateno para
aperfeioamento de sua remoo dentro das estaes de tratamento (ETAs). O
motivo principal reside nos processos convencionais de tratamento, onde se utiliza
apenas o cloro (Cl2) para a pr-oxidao de ons de ferro e mangans com vistas
precipitao desses metais no tratamento, alm de matria orgnica dissolvida.
Atualmente a tendncia da tecnologia no mais utilizar o cloro nessa etapa face
ao risco de reao com substncias orgnicas dissolvidas e formao de
compostos organoclorados (de elevada toxicidade). H que se buscar outros
sistemas oxidantes, alternativos ao cloro, que alm de cumprir os objetivos de
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
22
oxidar matria orgnica dissolvida e o ferro, possam tambm oxidar e precipitar
adequadamente o mangans.
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
23
2 Objetivos
O presente trabalho teve como principal objetivo investigar a remoo de
mangans de guas e efluentes industriais mediante sua oxidao e precipitao
como xido de mangans (MnO2) ou carbonato de mangans (MnCO3),
realizando uma comparao entre a eficincia dos processos oxidativos
empregados para a sua remoo o enquadrando dentro dos limites de gua para
consumo humano exigidos pelos rgos ambientais e legislao em vigor no Pas
de 0,1 mg/L.
Em particular, avaliar e determinar para concentrao inicial fixada de
mangans de 10 mg/L, os parmetros timos para remoo de metal de guas e
efluentes industriais: pH, razo molar entre o oxidante e o metal, em tempos de
reao de at uma hora.
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
24
3 Reviso Bibliogrfica
3.1. Metais
3.1.1. Toxicologia Dos Metais
Existem em uso no mundo vrios metais ou mesmo elementos que atuam
como estes que so considerados txicos para o homem, incluindo Hg, Cd, Pb,
As, Mn, Tl, Cr, Ni, Se, Te, Sb, Be, Co, Mo, Sn, W e V. Dentre estes, os dez
primeiros so os de maior utilizao industrial, e por isto, so os mais estudados
sob o ponto de vista toxicolgico. Estes elementos reagem com ligantes difusores,
com macromolculas e com ligantes presentes em membranas lhes conferindo
propriedades de bioacumulao, biomagnificao na cadeia alimentar, persistncia
no ambiente e distrbios nos processos metablicos. Bioacumulaes e
biomagnificaes se encarregam de transformar concentraes normais em
concentraes txicas para diferentes espcies e para o homem. A persistncia
garante efeitos a longo prazo, mesmo sendo interrompida a emisso destes
(Tavares e Carvalho, 1992).
Muitos metais so essenciais vida na Terra, estando concentraes naturais
destes dentro da faixa de parte por milho (ppm) ou at mesmo parte por bilho
(ppb). Outros metais no possuem ou exercem funo alguma no ciclo vital dos
seres vivos (Tavares e Carvalho, 1992).
A toxicidade de metais uma questo de dose e tempo de exposio, da
forma fsica e qumica do elemento e da via de administrao/absoro. O carter
txico de uma dada forma qumica especfica de um elemento numa determinada
forma fsica depende da interao com o organismo humano que ocorre em trs
estgios: 1) estgio de entrada e absoro; 2) estgio no organismo onde
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
25
transporte, distribuio, acumulao, biotransformao e efeito ocorrem; e 3)
estgio de sada do organismo. Em cada um desses estgios se encontra o
elemento em diferentes formas fsicas e qumicas, apropriadas para interagir com
as caractersticas anatmicas e propriedade fisiolgicas dos rgos ou sistemas
(Tavares e Carvalho, 1992).
A absoro tanto qualitativa quanto quantitativa, difere no trato
gastrointestinal (exposio atravs de bebidas e alimentos), nos pulmes
(exposio a ar contaminado) e na pele (exposio por contato externo) (Tavares e
Carvalho, 1992).
3.1.2. Processos Utilizados Para Remoo de Metais de guas
Nos processos convencionais para a remoo de metais de guas e efluentes
esto includos processos como Precipitao Qumica, Troca Inica e Reduo
Eletroqumica (Barakat, M. A., 2011). Os mais relevantes dos mtodos citados
anteriormente sero abordados nos tpicos seguintes, nos quais ser possvel dar
foco maior a cada processo separadamente.
3.1.2.1. Precipitao de Hidrxidos
A Precipitao Hidroltica ou Precipitao de Hidrxidos dentre os
processos existentes a mais utilizada para remoo de metais de guas e efluentes.
A tcnica pela qual funciona a reao se d pela adio de uma base ao efluente
cido ou neutro, sendo esta base normalmente hidrxido de sdio (NaOH) ou
hidrxido de clcio (Ca(OH)2), ocasionando assim a formao e precipitao do
hidrxido do metal desejado que se encontrava dissolvido no efluente.
M2+
+ 2 OH- M(OH)2(s) (1)
O fator que merece ateno especial na realizao deste processo o pH,
sendo este de extrema importncia tendo grande influencia na solubilidade dos
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
26
metais presentes no efluente. Na Tabela 1 pode-se observar, por exemplo, a
influencia do pH na solubilidade de mangans.
Tabela 1 - Solubilidade do Mn(OH)2.
Precipitao de Mn(OH)2 KS0 = 1,5 x 10E-13
pH [OH-] [Mn
2+] Molar [Mn
2+] mg/L
7 1,00E-07 1,50E+01 8,25E+05
8 1,00E-06 1,50E-01 8,25E+03
9 1,00E-05 1,50E-03 8,25E+01
10 1,00E-04 1,50E-05 8,25E-01
Fonte: dos Santos, J. S., 2004.
3.1.2.2. Troca Inica
A troca inica outro processo utilizado com sucesso na remoo de metais
presentes em guas e efluentes. A troca inica consiste basicamente na troca de
ons presentes em uma soluo (contaminantes) por outros ons, estes presentes
em uma resina (Barakat, M. A., 2011).
O trocador inico uma membrana slida podendo esta ser orgnica, que
possui a capacidade de trocar ction ou nions com a soluo ou efluente do qual
se deseja remover metais. A desvantagem que pode ser encontrada neste mtodo
que solues com concentraes elevadas podem saturar de forma muito rpida
esse trocador, fazendo com que o processo perca eficincia (Barakat, M. A.,
2011).
3.1.2.3. Reduo Eletroltica
A Reduo Eletroltica um processo no qual se utiliza de energia eltrica,
passando uma corrente eltrica por uma soluo de metais atravs de um catodo e
um anodo insolvel. ons metlicos carregados positivamente so atrados a
catodos carregados negativamente deixando para trs um depsito de metal que
pode ser removido e recuperado (Barakat, M. A., 2011).
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
27
Uma desvantagem conhecida desse processo a corroso, que passa a ser
um fator limitante do processo, fazendo com que os eletrodos tenham de ser
trocados com certa freqncia para que no se tenha perdas de eficincia no
processo (Barakat, M. A., 2011).
3.1.2.4. Precipitao de Carbonatos
Neste processo utiliza-se do Carbonato de Sdio (Na2CO3) ou Dixido de
Carbono (CO2), para que se de incio a formao e precipitao de carbonatos do
metais. Esta reao, geralmente, ocorre em valores de pH inferiores aos da
precipitao de hidrxidos (Peters, R. W., et al, 1985).
M2+
+ CO32-
MCO3(s) (2)
Neste caso, a solubilidade do metal depende diretamente da concentrao de
gs carbnico em soluo e indiretamente do valor do pH, uma vez que o CO2 em
fase lquida se distribui em H2CO3, HCO3- e CO3
2- (Peters, R. W., et al, 1985).
3.1.2.5. Precipitao de Sulfetos
Neste caso utiliza-se de sulfeto de sdio (Na2S), para que se inicie a
formao e precipitao de sulfetos dos metais. Esta precipitao mais eficiente
que a precipitao de metais utilizando-se hidrxidos, porm possui desvantagens,
como a gerao de odores ofensivos, estes oriundos do excesso de gs sulfdrico e
tambm devido alta toxicidade do cido sulfdrico, sendo este contra-indicado
para uso industrial (Peters, R. W., et al, 1985).
M2+
+ S2-
MS(s) (3)
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
28
3.2. Mangans
3.2.1. Propriedades Fsicas e Qumicas do Mangans
Segundo Walhroos e Ferreira (1999), havendo na gua concentrao de
oxignio suficiente o mangans permanecer com valncia +4 sendo insolvel na
forma de dixido de mangans, porm, em situaes em que a concentrao de
oxignio se encontrar baixa, o mangans mantm-se reduzido, apresentando
valncia +2. Como neste estado o mangans altamente solvel pode ser
encontrado tanto em guas subterrneas quanto em guas superficiais.
Como resultado, para a remoo de mangans pode-se utilizar da oxidao
do mangans de sua forma solvel Mn II para sua forma Mn IV, formando ento o
dixido de mangans (MnO2), insolvel.
Em sistemas aquosos a solubilidade do mangans aumenta em pH baixos,
tornando a velocidade de reao para a sua remoo fortemente dependente do
pH. Em valores de pH neutros (pH 7-8) a velocidade de reao ser baixa, sendo
necessrio um forte oxidante para a oxidao do mangans. Em valores de pH
superiores a 8,5 a velocidade de reao elevada, podendo-se obter a oxidao do
mangans mesmo utilizando-se de oxidantes mais fracos (Walhroos e Ferreira,
1999).
Segundo Hans G. Seiler et al (1994), o mangans o terceiro metal de
transio mais abundante na crosta terrestre, atrs apenas do ferro e titnio. Como
ocorre normalmente nos metais de transio compostos de mangans so
conhecidos por ocorrer em uma grande variedade de estados de oxidao, desde o
Mn (VII) at Mn (-I). Na Tabela 2 podem ser observados os diferentes estados de
oxidao do mangans.
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
29
Tabela 2 - Estados Oxidativos do Mangans.
Estados de Oxidao Compostos Tpicos
VII KMnO4; [MnO3Cl]
VI K2MnO4; [MnO2Cl2]
V K3MnO4; [MnOCl3]
IV MnO2; MnF4
III Mn2O3; MnF3
II MnO; MnF2
I [Mn(CO)5Cl]
0 [Mn2(CO)10]
-I Na[Mn(CO)5]
Fonte: Hans G. Seiler et al, 1994.
Apesar de apresentar vrios estados de oxidao, mais comumente
encontrados na natureza so os estados 2+, 3+ e 4+. Estados oxidativos como 5+,
6+ e 7+ so fortemente oxidados para serem encontrado naturalmente, enquanto
compostos com estados de 1+ e menores so usualmente estabilizados por uma
complexao organometlica (Hans G. Seiler, 1994).
O Mn um elemento muito reativo, podendo ser esta caracterstica
observada atravs de algumas reaes que este realiza. Reage lentamente com
H2O, liberando H2, e se dissolve prontamente em cidos diludos. Quando este se
encontra finamente dividido pirofrico quando exposto ao ar, mas o metal
macio no reage a no ser quando aquecido. Este metal quando fortemente
aquecido pode reagir com muitos no metais, como por exemplo: O2, N2, Cl2 e F2,
vindo a formar Mn3O4, Mn3N2, MnCl2 e uma mistura de MnF2 e MnF3. O ponto
de fuso do metal (1244 C) bem menor que dos elementos mais leves da
primeira srie de transio Ti, V e Cr (Lee, 1999).
Quanto s suas propriedades fsicas, e qumicas o mangans se assemelha
muito ao ferro, porm, o metal mais duro e mais quebradio que o ferro, mas
funde a uma temperatura inferior (Mn = 1244 C, Fe = 1535 C). Geralmente
obtido na forma de p acinzentado, mas na forma macia se parecendo muito com
a platina (Lee, 1999).
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
30
Quanto sua colorao, quase todos os compostos de mangans so
coloridos. O on Mn2+
rosa plido e o MnO2 preto. No estado de oxidao
Mn7+
so intensamente coloridos, muitos com uma cor prpura (Lee, 1999).
O mangans bastante eletropositivo e se dissolve em cidos no oxidantes
diludos a frio. temperatura ambiente, no muito reativo frente a no metais,
mas reage rapidamente quando aquecido (Lee, 1999).
3.2.2. Fontes Naturais de Mangans
Sendo o dcimo segundo elemento mais abundante na crosta terrestre, o
mangans pode ser encontrado na forma de 250 minerais diferentes, onde destes
somente de 10 a 15 possuem importncia comercial. Em depsitos hidrotermais o
metal ocorre principalmente na forma de silicatos, porm como prontamente
esgotada em rocha gnea e metamrfica pelo intemperismo, particularmente em
condies cidas, normalmente encontrada em minrios comercialmente teis
como xidos e carbonatos, depositados, bem como ferro e alumnio (Hans G.
Seiler, et al, 1994).
Uma disposio extensiva de mangans como ndulos de ferromangans em
guas profundas de oceanos um fenmeno em curso, como a ocorrncia de
sedimentos ricos em mangans de revestimento da crosta em guas mais rasas
(Hans G. Seiler, et al, 1994), porm este tipo de ocorrncia no afeta as guas de
mananciais.
Os tipos comerciais de minrios contendo mangans mais encontrados em
minas por todo o mundo sejam na frica, Austrlia, Brasil, China, ndia e Rssia
so Pirolusita (MnO2), Hausmanita (Mn3O4) e Rodocrosita (MnCO3) (Hans G.
Seiler, et al, 1994). Outros minrios com mangans em sua composio podem ser
vistos na Tabela 3.
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
31
Tabela 3 - Minerais de Mangans mais Comuns.
Minrio Composio Qumica Principal Teor de Mn (% tpica)
Hausmanita Mn3O4 72
Pirolusita MnO2 60,0 63,0
Criptomelano KMn8O16 Varia com o teor de K
Psilomelano BaMn8O16(OH)4 45,0 60,0
Bixbyita Mn2O3 30,0 40,0
Jacobsita MnFe2O4 23,8
Manganita Mn2O3. H2O 62
Litioforita (Li.Al)MnO2(OH) Varia com gua de
hidratao
Tefrota 2 MnOSiO2 54,3
Espessartita 3 MnOAl2O3SiO2 33,3
Rodocrosita MnCO3 47
Rodonita MnSiO3 42
Braunita 3Mn2O3MnSiO3 // (Mn2O3)3.MnO.SiO2 62
Pirocrota Mn(OH)2 Varia com gua de
hidratao
Bementita (Mn,Mg,Fe)6SiO4(O,OH)16 Varia com gua de
hidratao
Fonte: James D. Dana, 1974.
Mesmo estando presente em vrios tipos de minrios, o principal minrio
utilizado para a obteno do Mangans a pirolusita. A pirolusita o minrio de
mangans mais comum, sendo este de ocorrncia muito disseminada (James D.
Dana, 1974).
3.2.3. Possvel Gerao de Efluentes Contendo Mangans
Quase todo o minrio de mangans utilizado para a produo de
ferromangans. Este produto obtido pela reduo de MnO2 e Fe2O3 com coque,
contendo entre 75% e 80% de mangans e usado para remoo do oxignio e
enxofre durante a produo do ao, transmitindo dureza tambm para o ao (Hans
G. Seiler, et al, 1994).
A utilizao de mangans na forma de metal puro tem uma pequena
demanda tecnolgica. Muitos compostos de mangans so largamente utilizados
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
32
em fertilizantes, raes animais, produtos farmacuticos, corantes, secadores de
pinturas, catalisadores, conservadores de madeira e na produo de vidro e
cermica (Hans G. Seiler, et al, 1994).
3.2.4. Toxicologia do Mangans
O mangans um elemento essencial para humanos e animais, porm
alguns estudos epidemiolgicos reportam efeitos neurocomportamentais adversos
aps longos perodos de exposio a nveis elevados de mangans presente na
gua utilizada para consumo.
Dados obtidos atravs de experimentos realizados em animais no so
apropriados para avaliao de risco em seres humanos, principalmente porque as
necessidades fisiolgicas de cada espcie para mangans so muito diferentes,
sendo estes considerados apenas estudos preliminares (WHO, 2011).
Estudos de vrios pesquisadores tem mostrado que a exposio a nveis
mdios de mangans na faixa de 5 mg/m3 causou efeitos neurocomportamentais,
efeitos reprodutivos e respiratrios (WHO, 2001).
Estes efeitos neurocomportamentais geralmente se apresentam em distrbios
como o controle das mos, como por exemplo, tremores e firmeza reduzida,
podendo afetar tambm na velocidade dos movimentos, causando maior tempo de
reao, e velocidade mais lenta na movimentao dos dedos (WHO, 2001).
Quanto aos problemas relacionados reproduo, estudos tm mostrado um
menor ndice de natalidade em trabalhadores expostos ao mangans quando
comparado a trabalhadores que no possuem contato, tendo tambm havido
relatos de disfuno sexual nestes trabalhadores que possuem contato contnuo
com o mangans. Estudos tambm tm examinado o relato de que essa exposio
apresente efeitos respiratrios causando sintomas e doenas no trato respiratrio
(WHO, 2001).
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
33
Em termos neuroqumicos da toxicidade do mangans, estudos tm
mostrado que os nveis de dopamina tm sido afetados com a exposio ao
mangans em humanos, em macacos e roedores, tem-se obtido dados com um
considervel aumento de dopamina seguido de sua reduo a longo prazo. Outros
estudos tambm tm estudado a interferncia do mangans em disfunes
mitocondriais, resultando em vrios estresses oxidativos para o mecanismo de
defesa, e secundariamente, um dano causado ao DNA mitocondrial por radicais
livres (WHO, 2001).
Algumas evidncias experimentais sugerem que o mecanismo para a
toxicidade do mangans depende de seu estado de oxidao. No entanto as formas
de Mn2+
e Mn3+
tm apresentado poder neurotxico. Alm disso, ambas as formas
podem atravessar a barreira hematoenceflica, embora pesquisas tenham mostrado
que a forma Mn3+
transportada juntamente com protenas em, enquanto o Mn2+
consegue penetrar no crebro independente ao mecanismo de transporte.
Atualmente ainda no se sabe de forma clara que papel outras formas do
mangans podem vir a interferir na sua neurotoxicidade (WHO, 2001).
3.3. Legislao Vigente Sobre a Qualidade de guas e Efluentes Industriais
A Resoluo CONAMA n 357/2005 dispe sobre a classificao dos
corpos de gua e diretrizes ambientais para seu enquadramento e a Resoluo
CONAMA n 430/2011 que altera e complementa as Resolues n 357/2005 e n
397/2008, sobre as condies e padres de lanamento de efluentes.
Nas resolues acima encontram-se as restries para o teor de mangans
em guas e efluentes. Para guas doces de classe 1 o valor mximo de mangans
permitido de 0,1 mg/L, sendo este o limite mximo permitido tambm para
guas doces de classe 2. Para guas doces de classe 3 o limite passa a ser de 0,5
mg/L. Em guas salinas de classe 1 a concentrao mxima de 0,1 mg/L, sendo
este o mesmo limite para guas salinas de classe 2, sendo este o mesmo limite
tambm para a concentrao de mangans em guas salobras de classe 1 e classe
2.
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
34
Quanto ao lanamento de efluentes, estes de qualquer fonte poluidora
somente podero ser lanados, direta ou indiretamente, nos corpos de gua, aps
devido tratamento e desde que obedeam s condies, padres e exigncias
dispostos na respectiva resoluo e em outras normas aplicveis (CONAMA n
357/2005). Esta parte da resoluo referente padronizao do lanamento de
efluentes foi revogada pela Resoluo CONAMA n 397, de 03 de abril de 2008,
sendo esta tambm alterada pela Resoluo CONAMA n 410, de 13 de maio de
2011, porm a concentrao mxima permitida de mangans no lanamento de
efluentes permaneceu a mesma em todas as resolues com concentrao mxima
de mangans permitida de 1,0 mg/L.
A Portaria n 2914 de 2011 do Ministrio da Sade e Fundao Nacional da
Sade, estabelece o controle e vigilncia da qualidade da gua para consumo
humano e seu padro de potabilidade, estipulando parmetro de aceitao em
guas para consumo humano valor mximo de 0,1mg/L de Mangans.
3.4. Processos Utilizados Para Remoo de Mangans de guas
3.4.1. Precipitao (Convencional) Hidroltica do Mn(OH)2
Um dos meios de se realizar a remoo do mangans a sua precipitao na
forma de Mn(OH)2 a partir de um efluente cido ou neutro, realizando a adio de
uma base a pH 9, podendo esta base ser o hidrxido de sdio, NaOH, como nas
equaes 4 e 5.
NaOH Na+ + OH- (4)
Mn2+
+ 2OH- Mn(OH)2 (s) (5)
O hidrxido precipitado tem solubilidade sensvel mudana de pH,
podendo a alterao deste ocasionar sua redissoluo.
A forma predominante de mangans encontrada dissolvida em guas e
efluentes a que apresenta nmero de oxidao +2, podendo est formar
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
35
complexos, porm, estes complexos so considerados fracos, fazendo com que o
mangans seja encontrado basicamente como Mn+2
sendo este hidratado, ou
mesmo como MnCl+.
Figura 1- Diagrama de predominncia do mangans a 25C. Calculado com o programa HSC para [Mn2+] = 0,1 molar.
O diagrama de Pourbaix, representado pela Figura 1, mostra a
predominncia do mangans em estados de oxidao como 2+, 3+, 4+ e 7+ e que
em sistemas aquosos pode se apresentar dissolvido como os ons Mn2+
e MnO4-
,
podendo este tambm ser encontrado na sua forma precipitada como Mn(OH)2,
MnO.OH e MnO2. Vale lembrar que o mangans tambm pode formar outros
compostos como carbonatos, fosfatos, sulfetos, e outros (dos Santos, J. S., 2004).
Cabe notar que nos casos em que seja necessrio a concentrao de
mangans residual (aps precipitao) ser muito baixa, a simples tentativa de
precipitao na forma de hidrxido no se torna possvel, sendo neste caso
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
36
necessrio o emprego de outros mtodos (Teixeira et al, 2010). Tal situao pode
ser vista na Figura 2.
Figura 2- Diagrama eH pH de predominncia do mangans em gua a 25C. Calculado com o programa HSC para [Mn2+] = 1x10-5 molar.
3.4.2. Precipitao Oxidante do Mangans (com H2O2, H2SO5, O2, O3, NaClO e SO2/O2)
3.4.2.1. Perxido de Hidrognio (H2O2)
O perxido de hidrognio um dos oxidantes mais versteis que existem,
tendo poder oxidativo superior ao cloro, dixido de cloro e permanganato de
potssio. Atravs de reao cataltica, o perxido de hidrognio pode ser
convertido em radical hidroxila (OH) com reatividade inferior apenas ao flor
(de Mattos, I. L.; et al, 2003).
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
37
Os processos mais eficazes no tratamento oxidativo de guas e efluentes so
aqueles denominados como Processos Oxidativos Avanados (POA), sendo estes
baseados na formao do radical hidroxila que devido ao seu alto poder oxidante
consegue degradar inmeros compostos poluentes em um curto espao de tempo.
Dentre os POA, destacam-se a utilizao de oznio, perxido de hidrognio, a
mistura de ambos (O3/H2O2 ou O3/H2O2/UV), fotocatlise e o reagente de Fenton
(mistura de perxido com sais ferrosos) (de Mattos, I. L.; et al, 2003).
O perxido de hidrognio, temperatura ambiente, lquido incolor, possui
aparncia de gua e tem odor caracterstico. No inflamvel, miscvel com
gua em todas as pores e produzido industrialmente como soluo aquosa com
concentrao que varia entre 27 e 70% (m/m). Sob temperatura ambiente se
apresenta estvel, podendo apresentar no mximo perdas de 1% ao ano se
armazenado em condies ambiente normais. Sua decomposio libera oxignio
molecular e calor (de Mattos, I. L.; et al, 2003).
O perxido de hidrognio um forte oxidante apresentando potencial
padro de 1,77 e 0,87 V, em pH 0 e 14, respectivamente. Porm, quando este se
decompe formando o radical hidroxila, o potencial deste radical apresenta valor
de 2,80 V.
Devido sua grande versatilidade, o perxido de hidrognio tem sido
aplicado nos mais variados tipos de processos, porm, sendo usado de forma
isolada no controle de odores, oxidao de sulfeto de hidrognio, controle de
corroso, destruio de cloro residual e componentes reduzidos, tais como
tiossulfato, sulfetos e sulfitos, reduo da demanda qumica e bioqumica de
oxignio, oxidao de poluentes orgnicos, oxidao de componentes inorgnicos,
cianetos, NOx/SOx, nitritos, hidrazinas, oxidao de componentes orgnicos,
hidrlise de formaldedo, carboidratos, componentes nitrogenados, destruio de
fenis, pesticidas, solventes, plastificantes, controle de bioprocessos, desinfeco,
inibio de crescimento de bactrias, e muitos outros (de Mattos, I. L.; et al,
2003).
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
38
Como citado anteriormente, utiliza-se da adio de sais de ferro, oznio e
radiao UV de forma que estes ativem quimicamente o perxido de hidrognio e
este ento gere os radicais hidroxila, que como j dito um agente oxidante muito
forte, com potencial padro elevado (2,8 V).
Reao do oznio com o perxido de hidrognio
O3 + H2O2 OH + O2 + HO2 (6)
Reao de sais de ferro com o perxido de hidrognio (Reao de Fenton)
Fe2+
+ H2O2 Fe3+
+ OH + OH- (7)
H mais de um sculo a oxidao cataltica do cido tartrico na presena de
sais ferrosos e perxido de hidrognio foi relatada por Fenton. Quarenta anos aps
esta primeira observao do que posteriormente viria a se chamar Reao de
Fenton, se props que o radical hidroxila o agente oxidante neste sistema, sendo
este capaz de oxidar vrios compostos orgnicos em uma reao que ocorre na
ausncia de luz (Nogueira; et al. 2007).
Quando esta reao ocorre na ausncia de um substrato, o radical hidroxila
formado pode oxidar outro on Fe2+ como na Equao 8.
Fe2+
+ OH Fe3+ + OH- (8)
As espcies de ferro que se encontram presentes so encontradas nas formas
de aquo-complexos, sendo estas guas de hidratao omitidas apenas para
simplificao nas reaes (Nogueira; et al. 2007).
Os ons frricos que so formados podem decompor H2O2 cataliticamente a
H2O e O2, cujos passos so dependentes de pH, podendo tambm vir a formar ons
ferrosos e radicais, como podem ser vistos nas Equaes de 9 a 13.
Fe3+
+ H2O2 FeOOH+ + H+ (9)
FeOOH+ Fe2+ + OH2 (10)
Fe2+
+ OH2 Fe3+
+ HO2- (11)
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
39
Fe3+
+ OH2 Fe2+
+ O2 + H+ (12)
H2O2 + OH HO2 + H2O (13)
Somente quase um sculo aps seu primeiro trabalho envolvendo a reao
de Fenton, esta reao comeou a ter aplicaes na oxidao de contaminantes
orgnicos presentes em guas, efluentes e solos. Desde ento, uma grande nmero
de trabalhos tem demonstrado a aplicabilidade do sistema H2O2 e sais ferrosos
para a degradao de diferentes compostos orgnicos. Embora tradicionalmente
seja aceito que o radical hidroxila a espcie oxidante que inicia a oxidao de
compostos orgnicos na reao de Fenton, estudos recentes sugerem espcies
oxidantes como intermedirios de ferro de alta valncia como FeO3+ (Fe(V)), e o
on ferril, FeO2+
(Fe(IV)) (Nogueira; et al. 2007).
Ao da radiao UV sobre o perxido de hidrognio
H2O2 + (UV em = 254 nm) 2OH (14)
3.4.2.2. cido de Caro (H2SO5)
Outra forma de se usar o perxido de hidrognio para remoo do mangans
presente em um efluente seria pela converso deste perxido de hidrognio em
cido de Caro (H2SO5). A formao deste se d atravs da mistura de cido
sulfrico (H2SO4) concentrado (> 95%) e perxido de hidrognio (H2O2) com
concentrao de 50-70% (Teixeira et al, 2010).
H2SO4 + H2O2 H2SO5 + H2O (15)
O cido de Caro pode ser gerado continuamente usando um misturador
esttico compacto. Comparado com outros oxidantes, incluindo o perxido de
hidrognio, possui alta velocidade de oxidao, no requer adio de
catalisadores, (Teixeira, et al, 2005).
Na Equao 16 pode-se ver a reao e remoo do mangans presente em
um efluente se utilizando o cido de Caro com oxidante:
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
40
Mn2+
+ H2SO5 + 2OH- MnO2(s) + H2SO4 + H2O (16)
3.4.2.3. Oxignio (O2)
O oxignio um elemento largamente utilizado em tratamentos biolgicos
por lodo ativado, processo realizado por equipamentos de aerao por ar difuso e
aerao por agitao mecnica, em que estes chamados de aeradores tambm
promovem a agitao da gua de forma a manter os slidos em suspenso,
evitando a sedimentao.
Neste processo mantem-se um contato estreito entre oxignio, a matria
orgnica e os flocos biolgicos de forma a garantir a homogeneizao mais
perfeita possvel desta massa lquida. Em algum ponto do reator introduzido o
efluente contendo matria orgnica e o lodo de retorno, micro-organismos, estes
provenientes do decantador (dos Santos, J. S., 2004).
Sem levar em conta a atuao de microrganismos, a reao que ocorre no
processo apresentada na Equao 17.
Mn2+
(aq) + O2 + H2O MnO2 (s) + 2H+ (aq) (17)
Alternativamente de forma a melhorar a estabilidade qumica do mangans
precipitado para que este no volte a se dissolver na soluo, indicado que sua
precipitao ocorra em seu estado oxidativo Mn IV como dixido de mangans
(MnO2), sendo para isso possvel a adio de perxido de hidrognio (H2O2) para
que sua formao ocorra como ilustrado na Equao 18.
Mn2+
+ H2O2 + 2OH- MnO2 + 2H2O (18)
Outra forma na qual o mangans pode ser precipitado na forma de
carbonato, realizando a adio de CO2 (g) sendo este borbulhado ao meio, ou
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
41
realizando a adio de Na2CO3 (dos Santos, J. S., 2004). Como mostra a Equao
19.
Mn2+
(aq) + CO32-
(aq) MnCO3 (s) (19)
3.4.2.4. Oznio (O3)
Segundo Nishimura e Umetsu (2001) em uma soluo de Mangans (Mn2+
)
pode-se encontrar dois estgios ou mesmo duas reaes que podem acontecer com
a variao do tempo. A primeira reao ocorre com a adio de uma mistura de O3
e O2 onde o mangans presente em soluo oxidado, ocorrendo posteriormente a
precipitao de MnO2 segundo Equao 20.
Mn2+
+ O3 + H2O MnO2(s) + O2 + 2H+ (20)
Durante a adio de oznio no sistema a concentrao de mangans presente
em soluo diminui a um ponto mnimo. Aps este ponto a concentrao de
mangans em soluo passa a aumentar rapidamente devido a dissoluo
oxidativa do MnO2 em permanganato com uma colorao levemente roxa,
segundo a equao a seguir:
2MnO2 + 3 O3 + H2O 2MnO4- + 3 O2 + 2H
+ (21)
3.4.2.5. Hipoclorito de Sdio e Perxido de Hidrognio
A utilizao do oxidante hipoclorito de sdio apresenta algumas vantagens
em relao ao uso do cloro gasoso ou lquido, principalmente em relao
segurana de manuseio e armazenamento.
Em pesquisas recentes a combinao de hipoclorito de sdio com perxido
de hidrognio vem apresentando resultados satisfatrios, visto que a combinao
destes produz oxignio singlete (1O2), oxidante de elevado potencial de oxidao
(Khan e Kasha, 1994).
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
42
H2O2 + NaClO 1O2 + H2O + NaCl + hv (22)
O oxignio singlete uma forma mais reativa do oxignio molecular, por
estar em um estado eletronicamente excitado. O tempo de meia vida deste
oxidante em solvente aquoso de aproximadamente 10-6 segundos (Ronsein et
al., 2006).
O oxignio molecular em seu estado fundamental possui dois eltrons com
spins paralelos, caracterizando um estado do triplete (3g-), assim, a reduo
direta do oxignio por dois eltrons proibida pela regra da conservao do spin.
A formao do oxignio singlete pode ser feita atravs da adio de energia, dessa
forma, a regra de conservao do spin removida. Dessa forma se obtm o
oxignio singlete, muito mais oxidante que o oxignio molecular. O oxignio
singlete se apresenta em dois estados excitados: o primeiro estado, 1g, tem dois
eltrons com spins opostos no mesmo orbital e o segundo estado excitado, 1g+,
que possui um eltron em cada orbital com spins opostos (Ronsein et al., 2006).
As diferentes distribuies eletrnicas do oxignio podem ser vistas na Tabela 4.
Tabela 4- Distribuio eletrnica nos orbitais moleculares (*) do oxignio no estado
excitado singlete (1g,
1g+) e no estado fundamental triplete (
3g-).
Estado Orbitais Energia (kcal/mol) Tempo de vida (s)
1g+
37,5 1x10-11
1g
22,5 1x10-6
3g-
Fonte: Ronsein et al., 2006.
3.4.2.6. Dixido de Enxofre e Oxignio (SO2/O2)
Zhang et al. (2002) determinou que a oxidao do Mangans (Mn+2
) com
SO2/O2 fortemente dependente do pH, sem oxidao do mangans em pH
inferior 3. Quando este valor de pH se encontra em valores acima de 4,5, a taxa
de reao do Mn+2
com SO2/O2 cresce.
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
43
Menard e Demopuolos (2007) propuseram que quando uma mistura de
SO2/O2 borbulhada em uma soluo de Mn+2
pode ocorrer a precipitao de
diferentes xidos, produtos das Equaes de 23 a 26.
Mn2+
+ 2H2O Mn(OH)2(s) + 2 H+ (23)
3Mn2+
+ SO2 + O2 + 4H2O Mn3O4(s) + SO42-
+ 8H+ (24)
2Mn2+
+ SO2 + O2 + 4H2O 2MnOOH(s) + SO42-
+ 6H+ (25)
Mn2+
+ SO2 + O2 + 2H2O MnO2 + SO42-
+ 4H+ (26)
3.4.2.7. Precipitao de Carbonato
Neste processo, utiliza-se do Carbonato de Sdio (Na2CO3) ou Dixido de
Carbono (CO2), para que se de incio a formao e precipitao de carbonatos dos
metais. Esta reao, geralmente, ocorre em valores de pH inferiores aos da
precipitao de hidrxidos (Peters, R. W., et al, 1985).
Mn2+
+ CO32-
MnCO3(s) (2)
Neste caso, a solubilidade do metal depende diretamente da concentrao de
gs carbnico em soluo e indiretamente do valor do pH, uma vez que o CO2 em
fase lquida se distribui em H2CO3, HCO3- e CO3
2- (Peters, R. W., et al, 1985).
A precipitao do Mangans ocorre com pH maior que 7,5 e com o pH em 8
pode alcanar 90% de eficincia, com cerca de 13% de Mn e 43% do Ca co-
precipitado. Quando comparada com a precipitao do hidrxido, a por carbonato
se mostra muito mais seletiva ao mangans (Wensheng Zhang, et al, 2010).
3.4.2.8. Precipitao de Sulfeto
Neste caso utiliza-se de Sulfeto de Sdio (Na2S) ou o cido Sulfdrico
Gasoso (H2S). Utiliza-se o sulfeto de sdio para que se inicie a formao e
precipitao de Sulfetos dos metais. Esta precipitao mais eficiente que a
precipitao de metais utilizando-se hidrxidos, porm possui desvantagens, como
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
44
a gerao de odores desagradveis, estes oriundos do excesso de gs sulfdrico e
tambm devido a alta toxicidade do cido Sulfdrico, sendo este contra-indicado
para uso industrial (Peters, R. W., et al, 1985).
Mn2+
+ S2-
MnS(s) (3)
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
45
4 Materiais e Mtodos
4.1. Procedimento Experimental e Equipamentos
Os testes realizados para a remoo de Mangans (II) em sua forma
precipitada foram realizados com a adio dos seguintes reagentes: oxignio,
perxido de hidrognio, hipoclorito de sdio, combinao de hipoclorito de sdio
e perxido de hidrognio, combinao de metabissulfito de sdio e ar,
combinao de metabissulfito de sdio e perxido de hidrognio, carbonato de
sdio e cido de Caro.
Para os testes utilizou-se um bequer de 500 mL com um agitador mecnico,
pHmetro (Analyser, modelo pH300M) e termmetro de mercrio para controle de
temperatura. Para o ajuste do pH durante os testes, utilizou-se uma soluo 0,1 M
de hidrxido de sdio e de uma soluo 0,1 M de cido sulfrico, realizando em
ambas a adio por meio de uma pipeta.
Para cada teste foi preparada 500 mL de soluo sinttica sulfato de
mangans contendo mangans (II) a uma concentrao inicial de 10 mg/L. A
temperatura do processos foi mantida em 25 C durante toda a reao e
experimentos. O tempo de reao utilizado foi de 60 min para todos os
experimentos, retirando-se amostras para anlise da concentrao de mangans
nos tempos de 10, 20, 40 e 60 min.
Cada amostra retirada com seringa era filtrada atravs de membrana de poro
0,22 micron e em seguida imediatamente analisado para [Mn] utilizando o kit
colorimtrico Merck referncia 1.14770.0001, o qual corresponde rotina descrita
no manual Standard Methods of Analysis of Waters and Wastewaters.
A Figura 3 mostra a soluo de mangans (II) antes da adio dos reagentes.
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
46
Figura 3- Soluo sinttica contendo mangans (II) com concentrao de 10 mg/L.
4.1.1. Testes Com a Adio de Oxignio
Inicialmente preparou-se 500 mL de soluo sinttica de mangans (II)
adicionando-se 0,015 g de sulfato de mangans (II) hidratado (MnSO4.H2O) para
concentrao igual a 10 mg/L de mangans (II). Esta soluo foi mantida sobre
agitao, apresentando pH de valor igual a 5,6. Posteriormente, utilizou-se da
adio de hidrxido de sdio para elevao do pH at o valor desejado para os
testes. Para introduo de oxignio no sistema utilizou-se uma bomba de ar para
aqurio e dispersor, a fim de obter a saturao da soluo com oxignio. Os testes
foram realizados com valores de pH igual a 6, 7, 8, 9 e 10, sendo o pH controlado
durante toda o teste com a adio controlada de solues de hidrxido de sdio ou
de cido sulfrico ambas de concentrao de 0,1M. O tempo total de cada teste foi
de 60 minutos com retirada de amostras para anlise da concentrao de
mangans nos tempo de 0, 20, 40 e 60 min. Todos os testes foram realizados a
temperatura de 25C.
4.1.2. Testes Com a Adio de Perxido de Hidrognio
O preparo de solues sintticas para todos os ensaios seguiu o mesmo
procedimento para o teste com a adio de oxignio. Para os testes com a adio
de perxido de hidrognio preparou-se uma soluo com a adio de 1,67 mL de
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
47
perxido de hidrognio a 50% completando seu volume em 1 L para obteno
final de uma soluo de perxido de hidrognio com concentrao de 1 g/L. Aps
preparadas ambas as solues, manteve-se os 500 mL de soluo de mangans (II)
em agitao constante, sendo adicionado posteriormente 6,18 mL da soluo de
perxido de hidrognio com concentrao de 1 g/L, obtendo-se assim um excesso
de perxido de hidrognio de 100% a quantidade estequiomtrica. Os testes foram
realizados com valores de pH igual a 6, 7, 8, 9 e 10, sendo o pH controlado
durante toda o teste com a adio de solues de hidrxido de sdio ou de cido
sulfrico ambas concentrao de 0,1M. O tempo total de cada teste foi de 60
minutos com retirada de amostras para anlise nos tempo de 0, 20, 40 e 60 min.
Todos os testes foram realizados a temperatura de 25C.
4.1.3. Testes Com a Adio de Hipoclorito de Sdio
O preparo de solues sintticas seguiu o mesmo procedimento de preparo
que os procedimentos com a adio de oxignio. Para o testes com a adio de
hipoclorito de sdio preparou-se uma soluo com a adio de 8,47 mL de
hipoclorito de sdio a 10,5% completando seu volume em 1 L para obteno final
de uma soluo de hipoclorito de sdio com concentrao de 1 g/L. Aps
preparadas as solues, manteve-se os 500 mL de soluo de mangans (II) em
agitao constante, sendo adicionado posteriormente 13,6 mL da soluo de
hipoclorito de sdio com concentrao de 1 g/L, obtendo-se assim um excesso de
hipoclorito de sdio de 100% a quantidade estequiomtrica. Devido aos testes
com excesso de 100% terem apresentado bons resultados tambm foram
realizados testes com 300% de excesso na concentrao de hipoclorito de sdio
em relao a quantidade estequiomtrica. Os testes foram realizados com valores
de pH igual a 6, 7, 8, 9 e 10 com 100% de excesso e nos pHs 7, 8 e 9 com excesso
de 300%, sendo o pH controlado durante toda o teste com a adio de solues de
hidrxido de sdio ou de cido sulfrico ambas concentrao de 0,1M. O tempo
total de cada teste foi de 60 minutos com retirada de amostras para anlise nos
tempo de 0, 20, 40 e 60 min. Todos os testes foram realizados a temperatura de
25C.
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
48
4.1.4. Testes Com Oxignio Singlete Gerado Pela Adio de Hipoclorito de Sdio e Perxido de Hidrognio
O preparo de solues sintticas seguiu o mesmo procedimento de preparo
que os procedimentos com a adio de oxignio. O preparo de solues de
hipoclorito de sdio e perxido de hidrognio com concentrao de 1 g/L
seguiram os mesmo procedimentos que nos testes com a adio de hipoclorito de
sdio e adio de perxido de hidrognio respectivamente. Aps preparadas as
solues, manteve-se os 500 mL de soluo de mangans (II) em agitao
constante, sendo adicionado posteriormente 13,6 mL da soluo de hipoclorito de
sdio com concentrao de 1 g/L, juntamente com 6,18 mL da soluo de
perxido de hidrognio com concentrao de 1 g/L visando a formao do
oxignio singlet, obtendo-se assim um excesso de hipoclorito de sdio e perxido
de hidrognio de 100% a quantidade estequiomtrica. Devido aos testes com
excesso de 100% terem apresentado bons resultados tambm foram realizados
testes com 300% de excesso na concentrao de hipoclorito de sdio e perxido
de hidrognio em relao a quantidade estequiomtrica. Os testes foram
realizados com valores de pH igual a 6, 7, 8, 9 e 10 com 100% de excesso e nos
pHs 7, 8 e 9 com excesso de 300%, sendo o pH controlado durante toda o teste
com a adio de solues de hidrxido de sdio ou de cido sulfrico ambas
concentrao de 0,1M. O tempo total de cada teste foi de 60 minutos com retirada
de amostras para anlise nos tempo de 0, 20, 40 e 60 min. Todos os testes foram
realizados a temperatura de 25C.
4.1.5. Testes Com a Adio de Metabissulfito de Sdio e Oxignio
O preparo de solues sintticas seguiu o mesmo procedimento de preparo
que os procedimentos com a adio de oxignio. Aps preparada a solues,
manteve-se os 500 mL de soluo de mangans (II) em agitao constante,
utilizou-se de uma bomba de ar para aqurio e dispersor para introduo de ar no
sistema, a fim de obter a saturao do mesmo com oxignio sendo adicionado
posteriormente 0,018 g de metabissulfito de sdio, obtendo-se assim um excesso
de metabissulfito de sdio de 100% a quantidade estequiomtrica. Devido aos
testes com excesso de 100% terem apresentado bons resultados tambm foram
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
49
realizados testes com 300% de excesso na concentrao de metabissulfito de sdio
em relao a quantidade estequiomtrica. Os testes foram realizados com valores
de pH igual a 6, 7, 8, 9 e 10 com 100% de excesso e nos pHs 7, 8 e 9 com excesso
de 300%, sendo o pH controlado durante todo o teste com a adio de solues de
hidrxido de sdio ou de cido sulfrico ambas concentrao de 0,1M. O tempo
total de cada teste foi de 60 minutos com retirada de amostras para anlise nos
tempo de 0, 20, 40 e 60 min. Todos os testes foram realizados a temperatura de
25C.
4.1.6. Testes Com a Adio de Metabissulfito de Sdio e Perxido de Hidrognio
O preparo de solues sintticas seguiu o mesmo procedimento de preparo
que os procedimentos com a adio de oxignio. O preparo da soluo de
perxido de hidrognio com concentrao de 1 g/L seguiu o mesmo procedimento
que no teste com a adio de perxido de hidrognio. Aps preparadas as
solues, manteve-se os 500 mL de soluo de mangans (II) em agitao
constante, sendo adicionado posteriormente 0,018 g de metabissulfito de sdio
juntamente com 6,18 mL da soluo de perxido de hidrognio com concentrao
de 1 g/L, obtendo-se assim um excesso de metabissulfito de sdio e perxido de
hidrognio de 100% a quantidade estequiomtrica. Devido aos testes com excesso
de 100% terem apresentado bons resultados tambm foram realizados testes com
300% de excesso na concentrao de metabissulfito de sdio e perxido de
hidrognio em relao a quantidade estequiomtrica. Os testes foram realizados
com valores de pH igual a 6, 7, 8, 9 e 10 com 100% de excesso e nos pHs 7, 8 e 9
com excesso de 300%, sendo o pH controlado durante toda o teste com a adio
de solues de hidrxido de sdio ou de cido sulfrico ambas concentrao de
0,1M. O tempo total de cada teste foi de 60 minutos com retirada de amostras para
anlise nos tempo de 0, 20, 40 e 60 min. Todos os testes foram realizados a
temperatura de 25C.
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
50
4.1.7. Testes Com a Adio de Carbonato de Sdio
O preparo de solues sintticas seguiu o mesmo procedimento de preparo
que os procedimentos com a adio de oxignio. Aps preparadas as solues,
manteve-se os 500 mL de soluo de mangans (II) em agitao constante, sendo
adicionado posteriormente 0,038 g de carbonato de sdio, obtendo-se assim um
excesso de carbonato de sdio de 100% a quantidade estequiomtrica. Devido aos
testes com excesso de 100% terem apresentado bons resultados tambm foram
realizados testes com 300% de excesso na concentrao de carbonato de sdio em
relao a quantidade estequiomtrica. Os testes foram realizados com valores de
pH igual a 6, 7, 8, 9 e 10 com 100% de excesso e nos pHs 7, 8 e 9 com excesso de
300%, sendo o pH controlado durante toda o teste com a adio de solues de
hidrxido de sdio ou de cido sulfrico ambas concentrao de 0,1M. O tempo
total de cada teste foi de 60 minutos com retirada de amostras para anlise nos
tempo de 0, 20, 40 e 60 min. Todos os testes foram realizados a temperatura de
25C.
4.1.8. Testes Com a Adio de cido de Caro
O preparo de solues sintticas seguiu o mesmo procedimento de preparo
que os procedimentos com a adio de oxignio. Para o testes com a adio de
cido de caro preparou-se uma soluo com a adio de 10 g de cido de caro a
23% completando seu volume em 1 L para obteno final de uma soluo de
cido de caro com concentrao de 0,23% de cido de Caro. Aps preparadas as
solues, manteve-se os 500 mL de soluo de mangans (II) em agitao
constante, sendo adicionado posteriormente 9 g, obtendo-se assim um excesso de
cido de caro de 100% a quantidade estequiomtrica. Devido aos testes com
excesso de 100% terem apresentado bons resultados tambm foram realizados
testes com 300% de excesso na concentrao de cido de caro em relao a
quantidade estequiomtrica. Os testes foram realizados com valores de pH igual a
6, 7, 8, 9 e 10 com 100% de excesso e nos pHs 7, 8 e 9 com excesso de 300%,
sendo o pH controlado durante toda o teste com a adio de solues de hidrxido
de sdio ou de cido sulfrico ambas concentrao de 0,1M. O tempo total de
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
51
cada teste foi de 60 minutos com retirada de amostras para anlise nos tempo de 0,
20, 40 e 60 min. Todos os testes foram realizados a temperatura de 25C.
4.2. Caracterizao das Amostras
4.2.1. Determinao de Mangans Por Espectrofotometria
Para a determinao da concentrao inicial de mangans (II) presente nas
amostras foi utilizado um espectrofotmetro Merck, modelo Spectroquant NOVA
60 com limite mnimo de deteco de 0,01 mg/L de mangans.
4.2.2. Difrao de Raios X
Para determinao e caracterizao do precipitado obtido nos testes e suas
estruturas utilizou-se da difrao de raios-X para tentar determinar a estrutura dos
compostos precipitados obtidos nos testes.
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
52
5 Resultados
5.1. Testes Com a Injeo de Oxignio
Os testes foram realizados com a injeo de oxignio visando saturao da
soluo com o mesmo, tendo como principal objetivo observar a eficincia na
precipitao de mangans (II) com o intuito de determinar a melhor faixa de pH
para sua remoo com a utilizao de oxignio, mantendo sua temperatura
constante em 25C. Abaixo a Equao 17, utilizada para a precipitao do
mangans com a utilizao de oxignio:
Mn2+
+ O2 + H2O MnO2(s) + 2 H+ (17)
A Tabela 5 obtida por clculo com o programa HSC mostra a limitada
viabilidade termodinmica da reao.
Tabela 5- Dados termodinmicos para remoo de mangans (II) com oxignio.
Temperatura (C) H (kcal) S (cal/K) G (kcal) K Log (K)
0,000 -0,934 3,507 -1,892 3,268E+001 1,514
25,000 -1,851 0,306 -1,942 2,653E+001 1,424
50,000 -2,973 -3,305 -1,905 1,942E+001 1,288
75,000 -4,168 -6,866 -1,777 1,306E+001 1,116
100,000 -5,391 -10,258 -1,563 8,230E+000 0,915
O principal objetivo foi realizar a maior remoo de mangans (II) possvel
para enquadramento deste efluente nos padres estabelecidos pela Portaria 2914
de 2011 do Ministrio da Sade, que determina o nvel mximo de mangans em
gua para consumo humano de 0,1 mg/L. A Tabela 6 e Figura 4 mostram os
resultados obtidos em testes com concentrao inicial de mangans (II) de 10
mg/L, saturao da soluo com oxignio, temperatura de 25 c e tempo de 60
minutos.
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
53
Tabela 6- Resultados obtidos atravs da precipitao de mangans (II) a partir da
utilizao de oxignio, T = 25C, t = 60 minutos.
pH [Mn2+] mg/L; 0
min
[Mn2+] mg/L; 20
min
[Mn2+] mg/L; 40
min
[Mn2+] mg/L; 60
min
6 9,71 9,69 9,75 9,72
7 9,72 9,69 9,65 9,67
8 9,67 9,65 9,66 9,66
9 9,67 9,52 9,40 9,34
10* 9,35 6,36 5,51 4,93
* = Alterao na colorao da soluo.
Figura 4- Precipitao de mangans (II) a partir da utilizao de oxignio, T = 25C, t = 60 minutos.
Como pode-se observar a variao do valor de pH, como j esperado,
apresenta grande influencia na precipitao de mangans (II) na forma de xido
de mangans. Em valores de pH 6, 7, 8 e 9 no houve alteraes significativas na
concentrao de mangans no havendo a formao de precipitado. Uma vez em
pH 10, a soluo apresentou alterao em sua colorao e turbidez, indicando a
formao do xido de mangans como pode ser observado na Figura 5,
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
0 10 20 30 40 50 60
Co
nce
ntr
ao
Mn
(II
) (m
g/L)
Tempo (min)
Remoo de Mangans (II) com Oxignio (100%)
pH 6
pH 7
pH 8
pH 9
pH 10
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
54
apresentando concentrao final de mangans (II) em soluo igual a 4,93 mg/L,
valor ainda muito superior ao estabelecido pela lei.
Figura 5- Precipitao de mangans (II) por oxignio em pH 10.
5.2. Testes Com a Adio de Perxido de Hidrognio
Os testes realizados com a adio de perxido de hidrognio com excesso de
100% da quantidade estequiomtrica, sendo o principal objetivo observar a
eficincia na precipitao de mangans (II) com o intuito de determinar a melhor
faixa de pH para sua remoo, mantendo sua temperatura constante em 25C.
Abaixo a Equao 27 utilizada para a precipitao do mangans com a utilizao
de perxido de hidrognio:
Mn2+
+ H2O2 MnO2 + 2 H+ (27)
A Tabela 7 obtida por clculo com o programa HSC mostra a viabilidade
termodinmica da reao.
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
55
Tabela 7- Dados termodinmicos para a remoo de mangans (II) com perxido de
hidrognio.
Temperatura (C) H (kcal) S (cal/K) G (kcal) K Log(K)
0,000 -26,177 -5,182 -24,761 6,504E+019 19,813
25,000 -25,876 -4,121 -24,647 1,171E+018 18,068
50,000 -25,737 -3,673 -24,550 4,027E+016 16,605
75,000 -25,607 -3,285 -24,463 2,280E+015 15,358
100,000 -25,434 -2,806 -24,387 1,924E+014 14,284
A Tabela 8 e Figura 6 mostram os resultados obtidos em testes com
concentrao inicial de mangans (II) de 10 mg/L, perxido de hidrognio
(excesso de 100%), temperatura de 25 C e tempo de 60 minutos.
Tabela 8- Resultados obtidos atravs da precipitao de mangans (II) a partir da
utilizao de perxido de hidrognio (excesso de 100%), T = 25C, t = 60 minutos.
pH [Mn2+] mg/L; 0
min
[Mn2+] mg/L; 20
min
[Mn2+] mg/L; 40
min
[Mn2+] mg/L; 60
min
6 9,84 9,85 9,81 9,81
7 9,38 9,41 9,42 9,44
8 9,68 9,62 9,65 9,57
9* 9,59 9,23 9,23 9,17
10* 9,32 9,13 9,09 9,06
* = Alterao na colorao da soluo.
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
56
Figura 6- Precipitao de mangans (II) a partir da utilizao de perxido de hidrognio (excesso de 100%), T = 25C, t = 60 minutos.
Como pode-se observar no houve alteraes significativas na concentrao
de mangans em nenhuma faixa de pH mesmo apresentando valor de G negativo
para a temperatura de 25C e apresentando alterao em sua colorao nos valores
de pH de 9 e 10, o que indica a formao do xido de mangans como pode ser
observado na Figura 7 e Figura 8, porm, mesmo apresentando alterao na
colorao a menor concentrao final de mangans (II) encontrada foi em pH 10,
com valor de 9,06 mg/L.
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
0 10 20 30 40 50 60
Co
nce
ntr
ao
Mn
(II
) (m
g/L)
Tempo (min)
Remoo de Mangans (II) com Perxido de Hidrognio (100%)
pH 6
pH 7
pH 8
pH 9
pH 10
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
57
Figura 7- Precipitao de mangans (II) por perxido de hidrognio (excesso de 100%) em pH 9.
Figura 8- Precipitao de mangans (II) por perxido de hidrognio (excesso de 100%) em pH 10.
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
58
5.3. Testes Com a Adio de Hipoclorito de Sdio
Os testes foram realizados com a adio de hipoclorito de sdio com
excesso de 100% da quantidade estequiomtrica e posteriormente realizados
novos testes com excesso de 300%, sendo o principal objetivo observar a
eficincia na precipitao de mangans (II) com o intuito de determinar a melhor
faixa de pH para sua remoo com a utilizao e tambm determinar se o excesso
de reagente interfere em na precipitao, mantendo sua temperatura constante em
25C. Abaixo a Equao 28 utilizada para a precipitao do mangans com a
utilizao de hipoclorito de sdio:
Mn2+
+ NaClO + H2O MnO2 + Na+ + Cl
- + 2 H
+ (28)
A Tabela 9 obtida por clculos com o programa HSC mostra a viabilidade
termodinmica da reao.
Tabela 9- Dados termodinmicos para a remoo de mangans (II) com hipoclorito de
sdio.
Temperatura (C) H (kcal) S (cal/K) G (kcal) K Log(K)
0,000 -17,701 16,698 -22,262 6,512E+017 17,814
25,000 -17,584 17,121 -22,688 4,290E+016 16,632
50,000 -17,710 16,718 -23,112 4,287E+015 15,632
75,000 -17,867 16,248 -23,524 5,865E+014 14,768
100,000 -17,987 15,914 -23,925 1,033E+014 14,014
A Tabela 10 e Figura 9 mostram os resultados obtidos em testes com
concentrao inicial de mangans (II) de 10 mg/L, hipoclorito de sdio (excesso
de 100%), temperatura de 25 C e tempo de 60 minutos.
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
59
Tabela 10- Resultados obtidos atravs da precipitao de mangans (II) a partir da
utilizao de hipoclorito de sdio (excesso de 100%), T = 25C, t = 60 minutos.
pH [Mn2+] mg/L; 0
min
[Mn2+] mg/L; 20
min
[Mn2+] mg/L; 40
min
[Mn2+] mg/L; 60
min
6* 9,02 6,94 6,81 7,27
7* 9,02 5,68 3,74 3,25
8* 9,02 0,10 0,08 0,06
9* 9,67 0,09 0,08 0,05
10* 9,66 0,07 0,03 0,00
* = Alterao na colorao da soluo.
Figura 9- Precipitao de mangans (II) a partir da utilizao de hipoclorito de sdio (excesso de 100%), T = 25C, t = 60 minutos.
Como pode ser observado, com o uso do hipoclorito de sdio obteve-se
precipitao de xido de mangans em todos os valores de pH, apresentando em
todos os valores de pH alterao na colorao da soluo, indicando a formao
do xido de mangans como pode ser visto nas figuras Figura 10, Figura 11,
Figura 12, Figura 13 e Figura 14. Apesar de sua alterao na colorao em pH 6 e
7 a concentrao de mangans mnima encontrada foi de 3,25 mg/L, valor ainda
elevado para gua de consumo humano. Em valores mais elevados de pH como 8,
9 e 10, a concentrao de mangans apresentou valores inferiores 0,1 mg/L.
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
0 10 20 30 40 50 60
Co
nce
ntr
ao
Mn
(II
) (m
g/L)
Tempo (min)
Remoo de Mangans (II) com Hipoclorito de Sdio (100%)
pH 6
pH 7
pH 8
pH 9
pH 10
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
60
Figura 10- Precipitao de mangans (II) por hipoclorito de sdio (excesso de 100%) em pH 6.
Figura 11- Precipitao de mangans (II) por hipoclorito de sdio (excesso de 100%) em pH 7.
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
61
Figura 12- Precipitao de mangans (II) por hipoclorito de sdio (excesso de 100%) em pH 8.
Figura 13- Precipitao de mangans (II) por hipoclorito de sdio (excesso de 100%) em pH 9.
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1111810/CA
-
62
Figura 14- Precipitao de mangans (II) por hipoclorito de sdio (excesso de 100%) em pH 10.
Aps realizados os testes com hipoclorito de sdio em excesso de 100%
foram tambm realizados testes com excesso de 300% afim de observar se a
alterao na concentrao do reagente teria algum resultado significativo na
precipitao do mangans (II).
A Tabela 11 e Figura 15 mostram os resultados obtidos em testes com
concentrao inicial de mangans (II) de 10 mg/L, hipoclorito de sdio (excesso
de 300%), temperatura de