24 de maio de 2013 - Economia Em Dia · ... comparado com os países da OCDE em relação ao nível...
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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
Departamento de Pesquisas e Estudos EconômicosConjuntura Macroeconômica Semanal24 de maio de 2013
Ana Maria Bonomi Barufi
Felipe Wajskop França
Avanços na educação superior no Brasil foram bastante positivos, mas ainda existe grande distância em relação a países avançados
• As matrículas no ensino superior apresentaram significativa expansão na última década. Entretanto, é preciso avaliar em que medida essa evolução é suficiente para garantir o aumento de produtividade da força de trabalho no País.
• O Brasil está bastante atrasado quando comparado com os países da OCDE em relação ao nível atual de escolaridade da população. Entretanto, os avanços recentes das matrículas nos grupos etários que ainda cursam o ensino médio e o ensino superior apontam para perspectivas mais favoráveis. Ainda assim o ensino superior pode ser expandido para permitir que o Brasil se aproxime ainda mais dos países avançados no quesito da qualificação de sua força de trabalho.
• As perspectivas parecem favoráveis ao aumento da escolaridade da população brasileira considerando os fluxos de estudantes que determinarão tal indicador no futuro. Com isso, espera-se que seja ampliada a oferta de vagas em cursos superiores e visualiza-se um aumento da produtividade da força de trabalho.
• Não é somente essa política que se faz necessária para promover aumento da produtividade e da qualidade de vida. O desenvolvimento futuro do País estará associado à diversificação da atividade produtiva e à inserção das diferentes camadas sociais que estarão mais preparadas para exercer as diferentes funções exigidas na economia.
Preços dos ativos latino-americanos têm reagido à desaceleração da economia mundial
• O movimento de fechamento das curvas de juros, queda das bolsas e desvalorização das taxas de câmbio ocorreu de forma praticamente sincronizada entre os países da América Latina, desde o início do ano. Grande parte desse comportamento está associada à revisão para baixo das expectativas para o crescimento mundial ocorrida durante o primeiro trimestre, em especial para a economia chinesa. Ao mesmo tempo, fatores domésticos específicos explicam a intensidade dos movimentos.
• Países menos afetados pelos preços das commodities, como o México, ou com a demanda doméstica mais resistente, como o Chile, registraram perdas menos intensas. De outro lado, países mais vulneráveis às flutuações externas, como o Peru, sofreram mais.
• Acreditamos que os ativos na Colômbia possam se recuperar, em função da alta recente do petróleo, além da perspectiva de recuperação da economia doméstica no segundo semestre. Declarações de autoridades colombianas na direção de maior intervenção no câmbio sugerem intensificação da desvalorização do peso. Apesar da surpresa negativa com o PIB mexicano no primeiro trimestre, as perspectivas de aceleração da economia norte-americana e a aprovação de reformas estruturais no México trazem boas perspectivas aos mercados do país. No Chile, é cada vez maior a probabilidade de cortes de juros, o que abre espaço adicional para a depreciação do peso chileno.
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Avanços na educação superior no Brasil foram bastante positivos, mas ainda existe grande distância em relação a países avançados
Ana Maria Bonomi Barufi
As matrículas no ensino superior apresentaram significativa expansão na última década. Entretanto, é preciso avaliar em que medida essa evolução é suficiente para garantir o aumento de produtividade da força de trabalho. Em relação ao nível atual de escolaridade da população, o Brasil está bastante atrasado quando comparado com os países da OCDE. Entretanto, os avanços recentes das matrículas nos grupos etários que ainda cursam o ensino médio e o ensino superior apontam para perspectivas mais favoráveis. Ainda assim o ensino superior pode ser expandido para permitir que o Brasil se aproxime ainda mais dos países avançados
no quesito da qualificação de sua força de trabalho.
De 1991 a 2011, as matrículas em cursos presenciais de nível superior passaram de 1,6 milhão para 5,7 milhões, um salto de 267%. De acordo com o gráfico que segue, a maior parte desse avanço ocorreu ao longo dos anos 2000, sendo que o principal fator para isso foi o aumento de vagas no setor privado. Em 2011, o setor público representava pouco mais de 30% da oferta de educação superior, considerando as matrículas em instituições públicas municipais, estaduais e federais (1,6 milhão), além de bolsas do ProUNI (cerca de 160 mil bolsas no ano em questão).
Evolução do número de matrículas no primeiro semestre em cursos presenciais de graduação, Brasil1991 - 2011
Fonte: INEP Elaboração: BRADESCO
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1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Evolução do Número de Matrículas no Primeiro Semestre Segundo a Região e a Unidade da Federação - Brasil - 1991 - 2007
É importante discutir se esse total de cerca de 6 milhões de alunos em cursos de nível superior já é um número ideal tendo em vista as necessidades de expansão da produtividade da força de trabalho brasileira. Ou seja, ainda existe espaço para a ampliação de cursos superiores? Um dos elementos que permite avaliar tal questão é a comparação da escolaridade da população brasileira com a de outros países. Em especial, no que tange ao ensino superior, a informação a ser analisada é o percentual de pessoas com nível superior em determinados grupos etários da população.
No gráfico que segue, percebe-se que o Brasil e a China estão bastante atrasados em relação
à escolaridade de sua população. Isso pode ter impactos diretos sobre a produtividade, na medida em que a educação é um dos principais elementos para fomentá-la. Como o gráfico apresenta uma comparação do percentual de pessoas com nível superior para duas gerações diferentes, é possível identificar os avanços realizados nas últimas décadas em direção à valorização e expansão do ensino superior. Destaca-se nesse sentido a Coreia do Sul, que dentre as pessoas com 55 a 64 anos, apresenta um dos percentuais mais baixos. Mas, devido aos investimentos massivos em educação realizados desde os anos 1970, passou a liderar esse indicador para as pessoas de 25 a 34 anos.
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Percentual de pessoas com nível superior dentre os grupos etários de 55 a 64 anos e de 25 a 34 anos, 2009 ou informação mais recente
Fonte: OCDE Elaboração: BRADESCO
Portanto, o estoque da população brasileira está bastante defasado em relação ao mundo desenvolvido no que se refere à disseminação do ensino superior. As perspectivas para o futuro para esse indicador podem ser obtidas tanto pela expansão do número de matrículas (que como mencionado anteriormente, foi bastante expressiva) como pela evolução do percentual de estudantes dentre as pessoas com idade ideal para cursar o nível superior.
Utilizando as informações da PNAD de 2004 a 2011 e considerando os jovens de 18 a 24 anos e de 15 a 17 anos (faixas etárias ideais para Ensino Superior e Ensino Médio, respectivamente), é possível identificar uma tendência ascendente do percentual de estudantes. Assim, de 2004 a 2011, o percentual
de jovens de 18 a 24 anos cursando graduação, pós-graduação ou que já terminaram um desses dois cursos passou 12,2% para 17,8%. Isso significa que o fluxo de entrantes no grupo etário de 25 a 34 anos deverá ter nos próximos anos maior percentual de pessoas com ensino superior do que o observado no estoque em 2011 (pouco mais de 11%).
Adicionalmente, a expansão do percentual de jovens de 15 a 17 anos cursando Ensino Médio ou mais, ou tendo completado esse nível, que passou de 45,7% para 55,1% de 2004 a 2011 implica que o indicador mencionado anteriormente deverá se expandir ainda mais. Ou seja, quanto maior o número de jovens cursando e terminando o Ensino Médio, maior é o contingente que deverá seguir para o Ensino Superior.
Percentual de jovens de 15 a 17 anos e de 18 a 24 anos cursando ou que já terminaram o Ensino Médio e o Ensino Superior, respectivamente
Fonte: PNAD, IBGE Elaboração: BRADESCO
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2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010* 2011
Título do Gráfico
% de pessoas de 18 a 24 anos cursando no mínimo ensinosuperior ou com ensino superior completo
% de pessoas de 15 a 17 anos cursando ensino médio ou mais
Desse modo, as perspectivas parecem favoráveis ao aumento da escolaridade da população brasileira considerando os fluxos de estudantes que determinarão tal indicador no futuro. Com isso, espera-se que seja ampliada a oferta de vagas em cursos superiores e visualiza-se um aumento da produtividade da
força de trabalho. Resta a dúvida se esta expansão quantitativa será acompanhada por um aumento da qualidade do ensino. Essa questão, por sua vez, que deve ser discutida amplamente para identificar se os investimentos em capital humano serão revertidos em expansão da produtividade.
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55 - 64 anos25 - 34 anos
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oPor fim, cabe discutir se existe um percentual ideal de pessoas com nível superior na população para garantir uma estrutura econômica mais diversificada e maior qualidade de vida para o País como um todo. Avaliando a realidade dos países da OCDE, que podem ser caracterizados em sua maioria por estarem em um estágio de desenvolvimento mais elevado, verifica-se que dentre as pessoas de 25 a 64 anos existe uma variação do percentual com nível superior que vai de pouco mais de 10% a até quase 50% da população. Os elementos que determinam isso estão associados às principais
atividades econômicas neles desenvolvidas e ao fato de que parte da população, mesmo que não tenha essa qualificação, acaba se especializando em nível técnico ou médio, mas com uma remuneração significativa que garante bem-estar e qualidade de vida. Como exemplo, na Alemanha somente 26,4% da força de trabalho possui Ensino Superior completo, enquanto que 59,1% têm Ensino Médio completo ou alguma formação técnica mais elevada. Ainda assim, a Alemanha se encontra como uma das principais economias mundiais, com elevado padrão de vida de sua população.
Distribuição da população de 25 a 64 anos por escolaridade, 2009 ou ano mais recente
Fonte: OCDE Elaboração: BRADESCO
Portanto, é possível que, ao atingir um percentual de cerca de 25% a 30% da força de trabalho com Ensino Superior, a economia brasileira já tenha condições de atingir um nível de desenvolvimento econômico mais elevado. Entretanto, não é somente essa política que se faz necessária para promover aumento da produtividade e da qualidade de vida. Por exemplo, a ampliação do ensino técnico pode
ser uma opção para a uma parcela significativa da população cujas atividades produtivas estarão associadas a uma qualificação específica nesse nível. O desenvolvimento futuro do País estará então associado à diversificação da atividade produtiva e à inserção das diferentes camadas sociais que estarão mais preparadas para exercer as diferentes funções exigidas na economia.
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Ensino Superior Completo Ensino Médio Completo e pós-Ensino Médio não Superior Menos que Ensino Médio Completo
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Felipe Wajskop França
nd = não disponível(*) projeção: Depec- Bradesco
Preços dos ativos latino-americanos têm reagido à desaceleração da economia mundial
O movimento de fechamento das curvas de juros, queda das bolsas e desvalorização das taxas de câmbio ocorreu de forma praticamente sincronizada entre os países da América Latina, desde o início do ano. Grande parte desse comportamento está associada à revisão
para baixo das expectativas para o crescimento mundial ocorrida durante o primeiro trimestre, em especial para a economia chinesa (importante parceira comercial dos países da região). Ao mesmo tempo, fatores domésticos específicos explicam a intensidade dos movimentos.
Expectativa do mercado para a variação do PIB em 2013 (%)
Fonte: Bloomberg Elaboração: BRADESCO
01/01/2013 24/05/2013
EUA 2,0 1,9China 8,1 7,9
Área do Euro -0,1 -0,5
As economias latino-americanas têm mostrado certa resiliência à desaceleração da economia mundial nos últimos anos, garantida pelo fortalecimento da demanda doméstica. A partir de meados do ano passado, no entanto, essas economias começaram a dar sinais de enfraquecimento. Na Colômbia, a surpresa negativa com a atividade vem levando o Banco Central a reduzir os juros (sem contar as dificuldades administrativas e impasses ambientais que têm colocado em risco o
crescimento dos setores de petróleo e mineração e dos gastos públicos). No México, a economia parece ter perdido dinamismo na virada do ano, acompanhando a desaceleração da economia norte-americana. Enquanto no Peru, apesar da desaceleração dos investimentos, os gastos públicos ainda sustentam o crescimento do país. Por fim, o Chile também já exibe sinais de desaceleração da demanda doméstica (principalmente dos investimentos) e acomodação das exportações.
Variação trimestral do PIB em relação ao mesmo período do ano anterior (%)
Fonte: Bloomberg Elaboração: BRADESCO
jun/12 set/12 dez/12 mar/13Brasil 0,5 0,9 1,4 2,6*Chile 5,7 5,8 5,7 4,1Colômbia 5 2,7 3,1 ndMéxico 4,5 3,2 3,2 0,8Peru 6,4 6,8 5,9 4,8
Esse movimento explica, portanto, o comportamento de fechamento das curvas de juros desses países. Desde o início do ano, o swap de juros de um ano no Chile recuou 0,52 pp, na Colômbia 0,72 pp e no México 0,71 pp. No mesmo período, as taxas básicas de juros passaram de 4,25% para 3,25% na Colômbia, de 4,5% para 4,0% no México e permaneceram estáveis em 5,0% no Chile. O mercado, contudo, precifica queda de juros no Chile até o final do ano, movimento que ganha força com a mudança de discurso do Banco Central chileno, mais preocupado com o desempenho da economia
doméstica, ao mesmo tempo em que a inflação no país está abaixo do piso da meta1. Já na Colômbia, contrariando a tendência dos demais países, as curvas estão precificando alta de juros neste ano, o que, na nossa visão, parece um pouco precipitado, dado o atual comportamento benigno da inflação e o fato de a economia ainda não dar sinais consistentes de retomada2. Por fim, no Peru, a taxa de juros se mantém em 4,25% há vinte e quatro meses. Porém existe a expectativa de que o Banco Central possa iniciar um processo de corte de juros, uma vez que a inflação caminha rapidamente em direção à meta3.
1A variação acumulada em doze meses do índice de preços ao consumidor no Chile atingiu 1,0% em abril, abaixo, portanto, do limite inferior de 2,0% da meta de inflação no país. 2A inflação acumulada em doze meses na Colômbia foi de 2,0% em abril, exatamente em cima do piso da meta de inflação. 3A inflação em doze meses no Peru chegou a 2,3% em abril, ficando ligeiramente acima do centro da meta de 2,0%.
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Variação em pontos percentuais do swap de juros de um ano
Fonte: Bloomberg Elaboração: BRADESCO
Juros (1 ano) Mês Acumulado no
Ano 12 Meses
Brasil 0,38 1,90 0,37Chile -0,41 -0,52 0,05Colômbia 0,15 -0,72 -1,75México -0,17 -0,71 -0,55
A reavaliação do crescimento da economia mundial no primeiro trimestre, por sua vez, explica principalmente o movimento das bolsas latino-americanas. Enquanto as bolsas do Chile, da Colômbia e do Peru sofreram com a frustração do crescimento chinês neste início de ano, a bolsa mexicana foi impactada pela desaceleração da economia norte-americana. A tabela a seguir, no entanto, mostra que as ações chilenas mostraram uma
queda menor. Isso ocorre devido à composição da bolsa, com mais de 60% das ações ligadas ao mercado doméstico. Já o México apresentou recuo relevante no último mês, em grande medida devido à decepção com o desempenho da economia no primeiro trimestre4. Ainda assim, a bolsa peruana foi o principal destaque de baixa, lembrando que 65% das empresas listadas são produtoras de commodities.
Variação percentual do principal índice acionário de cada país*
Fonte: Bloomberg Elaboração: BRADESCO
Bolsa Mês Acumulado no Ano 12 Meses
Brasil -0,1% -8,3% 2,5%Chile -4,1% -1,6% -1,9%Colômbia -4,7% -9,1% -8,3%México -8,6% -8,1% 6,1%Peru -16,6% -19,2% -20,9%
Brasil Chile Colômbia México PeruBens de Consumo 12,3 6,2 2,5 23,0 5,8Serviços ao Consumidor 4,3 22,3 5,7 21,4Bancos 30,2 18,7 36,5 11,3 13,6Indústria 5,0 3,3 8,9 12,4 11,6Telecom 3,7 2,6 0,2 18,1Materiais Básicos 20,3 13,0 0,2 12,9 57,0Saúde 0,7 1,1 1,0Petróleo e Gás 15,5 8,6 40,3 8,4Utilidades Públicas 8,0 22,7 5,7 3,6Tecnologia - 1,5
Peso das empresas por setor nos principais índices
acionários por país* (%)
Fonte: Bloomberg Elaboração: BRADESCO
*IBOV (Brasil); IPSA (Chile); IGBC (Colômbia); IPC (México); IGBVL (Peru)
4O PIB mexicano divulgado na última sexta-feira registrou expansão interanual de 0,8%, ante expectativa de crescimento de 1,1%, sucedendo alta de 3,2% no trimestre anterior.
Por fim, no mercado de câmbio, o movimento das moedas tem sido, além do comportamento do dólar no mercado internacional, influenciado pela postura de alguns países na direção de manter suas moedas desvalorizadas. O Banco Central da Colômbia anunciou, em sua reunião de janeiro, a extensão do programa de acumulação de reservas, definindo um piso de US$ 3,0 bilhões para a aquisição da moeda norte-americana entre fevereiro e maio. Esse valor representa quase três vezes o montante adquirido no mesmo período do ano passado e equivale a cerca de 7% das reservas cambiais do país. Já a autoridade monetária peruana comprou US$ 5,0 bilhões este
ano até meados de abril. Apesar de inferior ao volume acumulado nos primeiros quatro meses de 2012 (US$ 8,7 bilhões), o montante também representa cerca de 7% das reservas.
Por outro lado, Chile e México optaram por deixar suas moedas se apreciarem. Porém, a partir deste mês, o fortalecimento do dólar frente à maioria das moedas levou à desvalorização do peso mexicano e chileno. No caso do Chile, o fechamento das curvas de juros e a queda do preço do cobre no mercado internacional contribuíram para intensificar o movimento.
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Variação percentual da taxa de câmbio em relação ao dólar (variações negativas representam desvalorizações)
Fonte: Bloomberg Elaboração: BRADESCO
Câmbio Mês Acumulado no Ano 12 Meses
Brasil 1,2% -0,1% 1,0%Chile 3,0% 1,7% -6,2%Colômbia 2,4% 5,9% 2,0%México 0,8% -4,3% -13,3%Peru 3,1% 4,5% -1,5%
Índice de variação das moedas latino-americanas
e DXY (jan/12=100)
Fonte: Bloomberg Elaboração: BRADESCO
De maneira geral, os preços dos ativos latino-americanos acompanharam o movimento de revisão para baixo das expectativas para o crescimento mundial neste ano. Seja diretamente, devido à queda no preço das commodities, em grande medida respondendo ao desempenho menos favorável da economia chinesa. Seja indiretamente, em função do seu impacto sobre a atividade doméstica desses países. Ainda assim, países menos afetados pelos preços das commodities, como o México, ou com a demanda doméstica mais resistente, como o Chile, registraram perdas menos intensas. De outro lado, países mais vulneráveis às flutuações externas, como o Peru, sofreram mais.
Finalmente, acreditamos que os ativos na Colômbia possam se recuperar, em função da alta recente
do petróleo, além da perspectiva de recuperação da economia doméstica no segundo semestre. Declarações de autoridades colombianas na direção de maior intervenção no câmbio devem levar o Banco Central a estender seu programa de acumulação de reservas, intensificando a desvalorização do peso.Além disso, apesar da surpresa negativa com o PIB mexicano no primeiro trimestre, as perspectivas de aceleração da economia norte-americana e a aprovação de reformas estruturais no México trazem boas perspectivas aos mercados do país. No Chile, é cada vez maior a probabilidade de cortes de juros, o que abre espaço adicional para a depreciação do peso chileno. Essa expectativa é reforçada pelo ambiente mundial, no qual a maioria dos países vem aumentando os estímulos monetários, deixando o Chile com uma das maiores taxas de juros reais do mundo.
Índice de termos de troca de commodities
Fonte: Bloomberg Elaboração: BRADESCO
108,2
69,1
80,8
104,4100,3
98,1
115,6
90,7
111,9
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73,0
77,0
94,8 93,7
87,9
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Índice de termos de troca de commoditiesFonte: bloomberg
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104,0 105,4
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(*) projeção referente ao ano fiscal.
Fonte: FMIElaboração e estimativas: BRADESCO
Quadro de Projeções - PIB real Mundial e países selecionados 2004-2014
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013p 2014pPaíses Desenvolvidos 3,1 2,6 3,0 2,8 0,1 -3,6 2,9 1,6 1,2 1,2 2,0Estados Unidos 3,5 3,1 2,7 1,9 -0,3 -3,5 2,4 1,8 2,2 2,0 2,7Área do Euro 2,2 1,7 3,2 3,0 0,4 -4,3 1,8 1,5 -0,6 -0,5 0,6Alemanha 0,7 0,8 3,9 3,4 0,8 -5,1 3,6 3,1 0,9 0,9 2,0França 2,3 1,8 2,5 2,3 -0,1 -3,1 1,7 1,7 0,0 0,0 0,7Itália 1,7 0,9 2,2 1,7 -1,2 -5,5 1,8 0,4 -2,7 -1,1 0,9Reino Unido 3,0 2,8 2,6 3,6 -1,0 -4,0 1,8 0,9 0,2 0,6 1,5Japão 2,4 1,3 1,7 2,2 -1,0 -5,5 4,5 -0,8 2,0 0,8 1,2
Países Emergentes 7,4 7,2 8,2 8,6 6,2 2,8 7,3 6,3 5,1 5,1 5,3China 10,1 11,3 12,7 14,2 9,6 9,2 10,4 9,3 7,8 7,4 7,3Coréia 4,6 4,0 5,2 5,1 2,3 0,3 6,3 3,6 2,0 3,0 3,5Rússia 7,2 6,4 8,2 8,5 5,2 -7,8 4,3 4,3 3,4 3,6 3,5Índia* 7,5 9,3 9,6 9,7 8,2 6,4 8,9 7,5 5,0 5,5 6,0
América Latina 6,0 4,7 5,7 5,8 4,3 -1,3 6,1 4,6 3,0 3,4 3,6Brasil 5,7 3,2 4,0 6,1 5,2 -0,3 7,5 2,7 0,9 2,8 3,5Argentina 8,9 9,2 8,5 8,6 6,8 0,9 9,1 8,9 1,9 2,8 2,0Chile 6,8 6,2 5,7 5,2 3,3 -1,1 5,8 5,9 5,6 5,4 5,2Colômbia 5,3 4,7 6,7 6,9 3,6 5,8 4,0 6,6 4,0 4,3 4,6México 4,0 3,2 5,1 3,2 1,2 -6,2 5,5 3,9 3,9 3,3 3,5Peru 5,0 6,8 7,8 8,9 10,1 1,1 8,8 6,9 6,2 6,1 6,0
Mundo 4,9 4,5 5,2 5,4 2,9 -0,6 5,1 3,9 3,1 3,1 3,6
9DEPEC
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Fonte: Dados oficiais para números efetivosElaboração: BRADESCO
(1): A partir de 2002 com dados calculados de acordo com a nova metodologia da Pesquisa Mensal de Emprego.Atualizado com dados até 24/maio/2013
Quadro de Projeções Macroeconômicas - Ano base 2004-2014
(*) Projeções.
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013* 2014*ATIVIDADE, INFLAÇÃO E JUROS
PIB (%) 5,7 3,2 4,0 6,1 5,2 -0,3 7,5 2,7 0,9 2,8 3,5Agropecuária (%) 2,3 0,3 4,8 4,8 6,3 -3,1 6,3 3,9 -2,3 10,0 3,5Indústria (%) 7,9 2,1 2,2 5,3 4,1 -5,6 10,4 1,6 -0,8 2,5 3,1Serviços (%) 5,0 3,7 4,2 6,1 4,9 2,1 5,5 2,7 1,7 2,4 3,6Consumo Privado (%) 3,8 4,5 5,2 6,1 5,7 4,4 6,9 4,1 3,1 3,2 3,7Consumo da Adm. Pública (%) 4,1 2,3 2,6 5,1 3,2 3,1 4,2 1,9 3,2 2,5 2,5 Investimento (FBKF) (%) 9,1 3,6 9,8 13,9 13,6 -6,7 21,3 4,7 -4,0 5,5 6,0 Exportações Bens e Serviços Não Fatores (%) 15,3 9,3 5,0 6,2 0,5 -9,1 11,5 4,5 0,5 1,8 3,0 Importações Bens e Serviços Não Fatores (%) 13,3 8,5 18,4 19,9 15,4 -7,6 35,8 9,7 0,2 6,5 6,0PIB (R$) - bilhões (Preços Correntes) 1.941 2.147 2.369 2.661 3.032 3.239 3.770 4.143 4.412 4.783 5.206PIB (US$) - bilhões 664 882 1.088 1.366 1.653 1.622 2.142 2.474 2.258 2.363 2.526População - milhões 181 183 186 188 190 191 193 195 197 198 198PIB per capita - US$ 3.664 4.810 5.865 7.281 8.717 8.469 11.084 12.690 11.487 11.934 12.755Produção Industrial - IBGE (%) 8,3 3,1 2,8 6,0 3,1 -7,4 10,5 0,4 -2,6 2,8 3,1Taxa de Desemprego Aberto (30 dias) - IBGE (1) 11,5 9,9 10,0 9,3 7,9 8,1 6,7 6,0 5,5 5,5 5,5Vendas no Comércio Varejista - Restrita (%) 9,2 4,8 6,2 9,7 9,1 5,9 10,9 6,7 8,4 4,0 4,5IPCA - IBGE (%) 7,6 5,7 3,1 4,5 5,9 4,3 5,9 6,5 5,8 5,6 5,5IPC - FIPE (%) 6,6 4,5 2,5 4,4 6,2 3,7 6,4 5,8 5,1 4,5 5,0IGP-M - FGV (%) 12,4 1,2 3,8 7,8 9,8 -1,7 11,3 5,1 7,8 5,0 5,0IGP-DI - FGV (%) 12,1 1,2 3,8 7,9 9,1 -1,4 11,3 5,0 8,1 5,0 5,0Taxa Selic (final de período) % 17,75 18,00 13,25 11,25 13,75 8,75 10,75 11,00 7,25 8,25 8,25Taxa Selic nominal (acumulado 12 meses) % 16,24 19,04 15,08 11,85 12,48 9,92 9,78 11,62 8,48 7,78 8,19Taxa Selic real / IPCA (acumulado 12 meses) % 8,0 12,6 11,6 7,1 6,2 5,4 3,7 4,8 2,5 2,3 2,8Taxa Selic real / IGP-M (acumulado 12 meses) % 3,4 17,6 10,8 3,8 2,4 11,8 -1,4 6,2 0,6 2,6 3,0
EXTERNO, CÂMBIO, RISCO E BOLSABalança Comercial (US$ bilhões) 33,7 44,7 46,5 40,0 24,9 25,4 20,1 29,8 19,4 9,1 13,7 Exportações (US$ bilhões) 96,5 118,3 137,8 160,6 197,9 153,0 201,9 256,0 242,6 247,2 282,2 Importações (US$ bilhões) 62,7 73,6 91,3 120,6 173,0 127,6 181,8 226,2 223,1 238,1 268,5Corrente de Comércio (% PIB) 24,0 21,8 21,1 20,6 22,4 17,3 17,9 19,5 20,6 20,5 21,8Déficit em serviços e rendas (US$ bilhões) -25,2 -34,3 -37,1 -42,5 -57,3 -52,9 -70,3 -85,3 -76,5 -85,9 -91,3Saldo em conta-corrente (US$ bilhões) 11,7 14,0 13,6 1,6 -28,2 -24,3 -47,3 -52,5 -54,2 -73,5 -74,2Saldo em conta-corrente (% PIB) 0,7 0,9 0,8 0,1 -1,7 -1,6 -2,2 -2,1 -2,4 -3,0 -2,9Investimento Direto Estrangeiro (US$ bilhões) 18,1 15,1 18,8 34,3 45,1 25,9 48,5 66,7 65,3 55,0 59,0Risco País (EMBI+) final de período 382 311 192 221 428 192 189 223 142 - -Taxa de câmbio (final de período) R$ / US$ 2,65 2,34 2,14 1,77 2,34 1,74 1,67 1,88 2,04 2,05 2,07Taxa de câmbio (média anual) R$ / US$ 2,93 2,43 2,18 1,95 1,83 2,00 1,76 1,67 1,95 2,02 2,06Desvalorização nominal ponta (%) -8,13 -11,82 -8,66 -17,15 31,94 -25,49 -4,09 12,58 8,94 0,32 0,98Desvalorização nominal média (%) -4,75 -16,80 -10,56 -10,53 -5,82 8,98 -9,93 -4,85 16,70 3,53 1,84Reservas internacionais (US$ bilhões) - liquidez 52,9 53,8 85,8 180,3 206,8 239,1 288,6 352,0 378,1 391,7 405,8Dívida Externa Total Médio e Longo Prazo (US$ bilhões) 201,4 168,9 172,5 193,2 198,4 202,3 255,2 261,5 296,4 331,0 365,4
Dívida Externa Líquida / Exportações 1,5 0,9 1,3 1,2 1,0 1,3 1,3 -0,4 -0,3 -0,2 -0,1Reservas Internacionais / Importações 0,9 0,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,6 1,7 1,6 1,5Rating Soberano Moody's B1 Ba3 Ba2 Ba1 Ba1 Baa3 Baa3 Baa2 Baa2 - -Rating Soberano S&P BB- BB- BB BB+ BBB- BBB- BBB- BBB BBB - -IBOVESPA - Pontos 26.196 33.456 44.474 63.886 37.550 68.588 69.305 56.754 60.952 - -
FISCALResultado primário do setor público (R$ bilhões) 72,2 81,3 75,9 88,1 103,6 64,8 101,7 129,0 105,0 81,3 67,7Resultado primário do setor público (% PIB) 3,7 3,8 3,2 3,3 3,4 2,0 2,7 3,1 2,4 1,7 1,3Resultado nominal do setor público - sem câmbio (% PIB) -2,9 -3,6 -3,6 -2,8 -2,0 -3,3 -2,5 -2,6 -2,5 -3,0 -3,6
Dívida Líquida do Setor Público (R$ bilhões) 982,5 1040,0 1120,1 1211,8 1168,2 1362,7 1475,8 1508,5 1550,1 1606,7 1778,9Dívida Líquida do Setor Público (% PIB) 50,6 48,4 47,3 45,5 38,5 42,1 39,1 36,4 35,0 33,6 34,2
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Octavio de Barros - Diretor de Pesquisas e Estudos EconômicosMarcelo Cirne de Toledo - Superintendente executivoEconomia Internacional: Fabiana D’Atri / Leandro de Oliveira Almeida/ Felipe Wajskop França/ Andrea Marcos Angelo Economia Doméstica: Robson Rodrigues Pereira / Andréa Bastos Damico / Igor Velecico / Ellen Regina Steter / Priscila Pereira DeliberalliAnálise Setorial: Regina Helena Couto Silva / Priscila Pacheco Trigo / Rita de Cassia Milani Pesquisa Proprietária: Fernando Freitas / Ana Maria Bonomi Barufi / Leandro Câmara NegrãoEstagiários: Ana Beatriz Ract Pousada / Andre Kengi Alves Hirata / Henrique Araújo da Silva / Klaus Heinz Troetschel / Alex Panoni Furtado / Laura Marsiaj Ribeiro / Guilherme Dalla Villa
Equipe Técnica
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