240-565-1-PB

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5 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013 Contribuições para uma biografia de Sousândrade II — As errâncias e os pousos do Guesa Carlos Torres-Marchal Resumo São apresentados informações biográficas inéditas sobre Joaquim de Souza Andrade, o Sousândrade, que complementam as já apresentadas nesta publicação [Revista Eutomia, 3(1):1-20, Julho 2010]. As novas informações concentram-se na documentação das viagens de Sousândrade e os lugares onde ele morou no Brasil e no exterior. Os documentos apresentados servem para confirmar ou rejeitar informações publicadas anteriormente sem suporte documental. Abstract Unpublished biographical information on Joaquim de Souza Andrade (Sousândrade) complements data previously published in Eutomia [3(1):1- 20, July 2010]. New documents on his travels and places of residence in Brazil and abroad are presented, which serve to confirm or dismiss previously published and unreferenced biographical information. Introdução Os autores que estudaram o corpus sousandradino ressaltam o caráter autobiográfico da sua obra e, em particular, d’O Guesa, sendo comuns expressões como “enredo autobiográfico” 1 , “discurso autobiográfico” 2 , “ensimesmamento autobiográfico” 3 , poema autobiográfico 4 , “poema pan-americanista e autobiográfico” 5 , “alegórico périplo autobiográfico” 6 , “rasgo autobiográfico” 7 etc. Mesmo assim, aceita-se sem questionamento relatos sobre a vida do autor cheios de informações sem suporte documental, como já tivemos oportunidade de registrar. 8 No presente texto apresentamos novas informações sobre Sousândrade, com ênfase nas suas viagens, no intuito de conhecer melhor o autor e sua obra.

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5 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

Contribuições para uma biografia de Sousândrade II —

As errâncias e os pousos do Guesa

Carlos Torres-Marchal

Resumo

São apresentados informações biográficas inéditas sobre Joaquim de Souza Andrade, o Sousândrade, que complementam as já apresentadas nesta publicação [Revista Eutomia, 3(1):1-20, Julho 2010]. As novas informações concentram-se na documentação das viagens de Sousândrade e os lugares onde ele morou no Brasil e no exterior. Os documentos apresentados servem para confirmar ou rejeitar informações publicadas anteriormente sem suporte documental. Abstract

Unpublished biographical information on Joaquim de Souza Andrade (Sousândrade) complements data previously published in Eutomia [3(1):1-20, July 2010]. New documents on his travels and places of residence in Brazil and abroad are presented, which serve to confirm or dismiss previously published and unreferenced biographical information.

Introdução

Os autores que estudaram o corpus sousandradino ressaltam o caráter

autobiográfico da sua obra e, em particular, d’O Guesa, sendo comuns expressões

como “enredo autobiográfico”1, “discurso autobiográfico”2, “ensimesmamento

autobiográfico”3, poema autobiográfico4, “poema pan-americanista e

autobiográfico”5, “alegórico périplo autobiográfico”6, “rasgo autobiográfico”7 etc.

Mesmo assim, aceita-se sem questionamento relatos sobre a vida do autor cheios de

informações sem suporte documental, como já tivemos oportunidade de registrar.8

No presente texto apresentamos novas informações sobre Sousândrade, com ênfase

nas suas viagens, no intuito de conhecer melhor o autor e sua obra.

6 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

Alguns critérios adotados

A primeira dificuldade na pesquisa biográfica sobre Joaquim de Souza

Andrade é a existência de homônimos (ou quase homônimos) cujos feitos podem ser

confundidos com os do poeta. Um quase-homônimo que brilha com luz própria é

Joaquim Gomes de Souza, o Souzinha, (1829-1864) brilhante matemático

maranhense9,10 que morou em Paris na mesma época que Sousândrade. Joaquim de

Souza é o nome de um potentado maranhense, cujo sobrado em Alcântara, situava-se

próximo ao dos Andrades, antepassados do poeta.11 Outro nome que pode ter

originado confusões com Sousândrade, é Joaquim Bento de Souza Andrade, médico

cearense, doutorado na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1858, na mesma

época que Sousândrade lá teria estudado.12 Foi deputado pelo Ceará e cunhado do

escritor José de Alencar. No Rio de Janeiro também encontramos outro Souza

Andrade, comprovinciano do poeta: trata-se de Aristides Mendo de Souza Andrade,

músico com estudos na Itália.13

Um obscuro Joaquim de Souza Andrade pode ter contribuído para dar visos

de verdade às estórias de Sousândrade sendo apedrejado e apupado nas ruas de São

Luís pela molecagem.14 Um suelto publicado na imprensa de São Luís relata que “o

indivíduo Joaquim de Souza Andrade... divertia-se armado de um pau, esbordoando a

quem se lhe aproximava”, motivo pelo qual “foi dar com os costados à cadeia”.15

Talvez trata-se de Apolinário Joaquim de Sousandrade [sic], preso pela polícia dois

anos depois “por distúrbios”16 Lembramos que estas notícias foram publicadas em

datas próximas ao período em que Sousândrade atuou como Presidente de

Intendência de São Luís, no início da República. Sendo uma personalidade na

sociedade são-luisense, é altamente improvável que o poeta fosse tratado na

imprensa como “o indivíduo Joaquim de Souza Andrade,” motivo pelo qual supomos

tratar-se de um homônimo.

Como primeiro critério de verossimilhança das informações aqui relatadas,

procuramos a existência de informações independentes que corroborem, mesmo que

parcialmente, os fatos relatados. Alguns destes fatos de apoio incluem a coincidência

de datas (p. ex. a presença já confirmada de Sousândrade em Manaus em 1858), a

7 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

menção de atividades literárias, ou da Quinta Vitória ou mesmo de Alcântara, onde o

poeta teria morado na sua juventude. Também foram utilizadas referências no corpus

sousandradino, que permitem identificar datas ou locais.

Primeira viagem a Europa (1854 – 1856)

O roteiro da viagem de ida já foi registrado numa contribuição anterior:17

Sousândrade viajou no vapor l’Avenir, embarcando no Rio em 15 de março de 1854,

chegando em Marselha em 16 de maio, após fazer escala em Bahia, Pernambuco,

Gorea, Tenerife e Lisboa.

O roteiro de retorno é sugerido no poema Fragmentos do Mar18 das Harpas

Selvagens (1857): Golfo de Biscaia, Serras de Cintra, Tejo, São Vicente (Cabo Verde),

Rio de Janeiro, Bahia (Salvador), Maranhão (São Luís).

Os jornais do Rio de Janeiro registram a chegada de Joaquim de Souza

Andrade no vapor Tay no dia 2 de junho de 1856.19,20 A viagem originou-se 23 dias

antes em Southampton, no sul da Inglaterra, tendo o Tay feito escalas em Lisboa,

Madeira, Tenerife, São Vicente (Cabo Verde), Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro,

antes de continuar para Montevidéu e Buenos Aires.21 Não foi possível confirmar o

porto de embarque do poeta. Provavelmente embarcou no Tay em Lisboa, após uma

travessia desde Burdeos, o que justificaria a referência ao Golfo de Biscaia, que não

seria atravessado no caso de um embarque em Southampton ou no Havre.

Em junho de 1856, Sousândrade estava de volta ao Maranhão, como indica a

data da sua carta a Antonio Carvalho, irmão de um amigo do poeta em Paris.22

Rio – Marselha Southampton – Lisboa – Rio

8 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

no vapor L’Avenir

15 de março de 185423

no vapor Tay

02 de junho de 185624

Primeira viagem europeia de Sousândrade

Viagem a Amazônia (1858)

Sousândrade registra a sua passagem por Belém, Manaus e Tabatinga (sobre

o rio Solimões, então fronteira com o Peru) nos Cantos I a IV, datados em 1858. O

Canto Terceiro traz a seguinte dedicatória: “Tributo de gratidão ao presidente do

Amazonas Dr. F. J. Furtado”. Trata-se de Francisco José Furtado (1818 – 1870), juiz e

político piauiense. Além de presidente do Amazonas (1857 – 1860), Furtado foi

Ministro da Justiça (1862, 1864 – 1865) e Primeiro-Ministro do Brasil (1864-1865).

Morou na juventude no Maranhão, onde foi presidente da Câmara Municipal de

Caxias, membro da assembleia provincial e deputado à assembleia geral legislativa

em 1848.25

Além da dedicatória ao presidente do Amazonas, chama a atenção a seguinte

estrofe no Canto III d’O Guesa:

Nobre sois. Não lembrastes meus deveres, E estou lembrando tudo ao coração ; Ao meu posto faltei, pelos lazeres Do errar virgiliano da soidão.26

que sugere que Sousândrade trabalhou para o governo do Amazonas.

Esta suposição é reforçada por um relato anedótico de Godofredo Viana:

Uma vez, no Amazonas, o então presidente dessa remota província, onde se encontrava o poeta, convidou-o para oficial (ou outro emprego equivalente), da Secretaria do Governo. Foi aceito o convite e lavrada a nomeação. No outro dia, Sousa Andrade apresentou-se à repartição, já ao fechar do expediente. Deram-lhe, à última hora, uma portaria qualquer a redigir, a fim de ser assinada na manhã seguinte pelo presidente. Souza Andrade fez o que lhe mandaram. O papel, entretanto, ficou em cima de sua mesa.

9 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

No dia seguinte, mal aberta a repartição, corre à sua carteira e faz em pedaços a portaria. Daí foi direto ao presidente, para lhe solicitar, irrevogavelmente, demissão do cargo. É que, conforme explicou ao governante, e mais tarde repetia a meu pai, sua mãe, falecida havia alguns anos, lhe apareceu em sonho e lhe exprobara, com palavras tristes mas enérgicas, o ter recebido, ele republicano de convicção, um emprego da monarquia. Acrescentava meu pai que esse episódio o poeta o referira veladamente no Guesa.27

Num ofício da Secretaria do Governo do Estado do Amazonas endereçado ao

administrador da Fazenda provincial, com data de 1º de setembro de 1858, Joaquim

de Souza Andrade é nomeado “para interinamente servir o lugar de oficial desta

Secretaria, [tendo prestado] juramento e [entrado] hoje em exercício do referido

cargo.” O Secretário do Governo da Província do Amazonas à época, era o

maranhense Carlos Fernando Ribeiro. Apresentamos abaixo a súmula do ofício de

nomeação enviado pela Secretaria do Governo do Amazonas para o Administrador da

Fazenda provincial.

Sabemos também que Sousândrade viajou duas semanas depois, no dia 13

de setembro, para Tabatinga, voltando no mesmo navio, o que indica que não

demorou, nem no emprego, nem no Solimões. As passagens foram fornecidas pelo

Governo da província, como pode ser visto na transcrição dos ofícios da Secretaria de

Governo para o Agente da Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas. É

possível que a nomeação, em caráter de interinidade, fosse só um artifício para

justificar o pedido de passagens oficiais para Sousândrade até Tabatinga.

Nomeação de Sousândrade como oficial da

Secretaria de Governo do Amazonas

1º. de setembro de 185828

10 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

Poucos dias após o seu retorno a Manaus, Sousândrade seguiu para Belém,

embarcando logo para São Luís, aonde chegou em 1º de novembro de 1858.29

Manaus – Tabatinga30 Tabatinga – Manaus31

Ofícios da Secretaria do Governo do Amazonas solicitando passagens de estado

de ida e volta entre Manaus e Tabatinga (setembro de 1858)

Sousândrade agricultor

Várias referências biográficas de Sousândrade mencionam sua dedicação à

lavoura na sua juventude, por exemplo: “Estudou em Paris, mas interrompeu os

estudos para viajar; e, regressando á terra natal, dedicou-se á lavoura.”32 Ou, quase

parafrasticamente: “Depois de algumas excursões por outros países, voltando à

pátria, dedicou-se à lavoura.”33 Não eram, porém, conhecidos até hoje documentos

que confirmassem estas afirmações.

Aparentemente, Sousândrade dedicou-se à lavoura após o seu casamento

com Mariana Almeida de Silva, realizado provavelmente em 1861. Sua esposa era

viúva do Coronel Estevão Pedro de Almeida e Silva,34 fazendeiro de Cururupu. Em

novembro de 1861, Sousândrade registrou uma sociedade, da que era sócio

capitalista, com 50 contos de reis de capital, “para cultura de algodão pelo arado”.35

Entre 1862 e 1866 Sousândrade aparece entre os “fazendeiros de algodão, arroz,

farinha e mais gêneros” nas fazendas Feliz Azilo (Cururupu)36 e Templo de Flora

(Codó),37 e como “criador de gado vacum e cavalar” na fazenda Mariano (Cururupu).38

A fazenda “Feliz Azilo” é também mencionada por Clarindo Santiago ao traçar o perfil

biográfico de Sousândrade.39

Confirma a posse de terras por Sousândrade em Cururupu e Codó a

solicitação feita por ele em 1880 para libertação, por conta do fundo de emancipação,

11 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

de "100 escravos que possui, nos municípios de Codó e Cururupu" por 75:000$.40 O

Presidente do Maranhão encaminhou a proposta ao Ministério de Agricultura, a qual

foi rejeitada em 20 de agosto de 1880. Em 1889, Sousândrade e sua esposa doaram

suas terras em Cururupu e Codó para seus antigos escravos, em celebração da

proclamação da República.41

Lembramos que a posse de terras em Cururupu e Codó não significa

necessariamente a residência de Sousândrade num destes municípios, já que eles

distam mais de 300 km um do outro em linha reta.

Viagem ao Peru e Chile (1878)

A viagem de Sousândrade ao Peru e Chile foi realizada em 1878 como

indicam as datas dos Cantos XI e XII, e não em 1885,42 nem em 1870 (antes de fixar

residência nos Estados Unidos)43 como foi proposto na literatura.

É interessante notar que não existe confirmação documental de outras

viagens por países hispano-americanos ou do Caribe, apesar de Astolfo Marques

afirmar que Sousândrade viajou “pelas repúblicas platinas, Chile, Peru, Equador e

México, demorando-se muito tempo em cada uma delas.”44 Ele afirma ainda:

“Foram-me todas estas notas prestadas pelo próprio bio-bibliografado, em agosto de

1901.” Alguns erros (ano de nascimento do poeta) e omissões permitem duvidar da

fonte e da veracidade de algumas afirmações feitas por Marques. Por exemplo, na

bibliografia sousandradina que acompanha o artigo, Marques registra s.d. como ano

de publicação da edição londrina d’O Guesa. Nisto coincide com a informação

apresentada no volume impresso; imagina-se que o bio-bibliografado teria fornecido o

ano de publicação de sua obra máxima.

No Canto Epílogo d’O Guesa, Sousândrade escreve:

“Bella Cundinamarca! ” Sonorosas

Em Bogotà as noites de janeiro, Os cèus pureza-anil e toda rosas A terra das miragens, ao psalterio Do Guesa ouviu-se, qual resoam settas

12 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

Das auras através.

o que sugeriria que ele esteve em Bogotá num janeiro entre 1880 e 1884 (anos em que

o Canto é datado), mas não foi localizada nenhuma confirmação desta viagem.

Isto dito, a viagem de Sousândrade volta ao Brasil pela costa do Oceano

Pacífico em 1878 é o único périplo sul-americano documentado até agora. Esta

viagem desenvolveu-se da seguinte maneira:

Sousândrade e sua filha Maria Bárbara zarparam de Nova Iorque no vapor

Acapulco em 1º de fevereiro de 1878,45 chegando a Aspinwall no istmo de Panamá no

dia 9. No mesmo dia atravessaram, de trem, o istmo até Cidade de Panamá, e

embarcaram no vapor Trujillo46, que os levou até o porto de Lima, onde chegaram em

17 de fevereiro.47 Quarenta dias depois, em 28 de março, embarcaram no Patagonia,48

até Valparaíso, onde aportaram no dia 7 de abril.49

Demoraram quase três meses em terras chilenas embarcando em 3 de julho

no paquete inglês Valparaíso,50 que os levou até o Recife, onde desembarcaram em 27

do mesmo mês.51 Duas semanas depois, em 10 de agosto, embarcaram no vapor

Pernambuco52 que os levou até São Luís, pondo fim a sua viagem em 16 de agosto de

1878.53 Na sua chegada a São Luís, a imprensa ludovicense reproduziu um despacho

do Jornal de Recife sobre a passagem de Sousândrade pela capital pernambucana: 54

Valparaíso – Recife

chegada: 27-jul-1878 55,56

Recife – São Luís

Chegada: 16-ago-1878

13 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

Volta ao Brasil vindo do Peru e Chile (1878)

Após o retorno a São Luís em agosto de 1878, Sousândrade morou na capital

maranhense, provavelmente na Quinta Vitória, até 1880, quando retornou aos

Estados Unidos, com sua filha.

Segunda Viagem aos Estados Unidos e Europa (1880 - 1884)

Em 2 de setembro Sousândrade e sua filha embarcaram em São Luís no

vapor Colombo,57 chegando a Belém no dia 10.58 Uma semana depois tomaram o navio

City of Pará até Nova Iorque, onde aportaram em 27 de setembro de 1880.59

São Luís – Belém no Colombo

2 – 10 de setembro de 1880.60

Belém – Nova Iorque no City of Pará

16 – 27 de setembro de 1880.61

Não foi localizada a data que Sousândrade e sua filha Maria Bárbara saíram

de Nova Iorque. Sabemos, contudo, que em 10 de abril de 1883 Maria Bárbara deixou

definitivamente a Academia do Sagrado Coração em Manhattanville, onde estudava,

conforme comprovam os registros contábeis da escola mostrados abaixo. Pode

observar-se que as despesas correspondentes ao período Fevereiro – Julho de 1883

foram pagas por adiantado pela firma Burdett & Pond, mas em 10 de abril a conta foi

encerrada e o saldo devedor de 12,85 dólares pago em dinheiro.

14 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

Registros Contábeis para 1883 de Maria Bárbara Souza Andrade na

Sacred Heart Academy (Manhattanville, Nova Iorque)62

É possível que, poucos dias depois de 10 de abril de 1883, Sousândrade e sua

filha viajaram para Europa. Como já indicamos anteriormente,63 eventos citados na

obra e correspondência de Sousândrade permitem supor que ele esteve em Paris

entre setembro e dezembro de 1883. Nesta viagem o poeta teria tratado da

publicação da edição londrina d’O Guesa.

Sousândrade insinua em Harpa de Ouro64 que teria voltado definitivamente

ao Brasil em 1885:

— O ano da graça, oitenta e cinco, Voltando à pátria, os irmãos meus Velando teu berço e o antigo Mundo incendiado:

Por outro lado, os anos indicados no Canto Epílogo (1880 – 1884) indicariam

que as errâncias internacionais do Guesa terminaram em 1884.

Um registro jornalístico comprova que Sousândrade e sua filha Maria Bárbara

retornaram ao Brasil no vapor Brunswick em 4 de outubro de 1884. O Brunswick

iniciou sua viagem em Liverpool em 14 de setembro,65 fazendo escala em Lisboa66,

antes de chegar em São Luís.

15 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

Joaquim e Maria Bárbara Souza Andrade

Chegada a São Luís vindo de Liverpool no

Brunswick

4 de outubro de 1884.67

É possível que Sousândrade tivesse esquecido a data exata da sua volta ao

Brasil, usando 1885 em vez de (outubro de) 1884, já que Harpa de Ouro foi concluída 15

anos após a chegada definitiva ao Brasil do poeta e sua filha.

A volta ao Brasil pode ter sido precipitada pela quebra da firma Burdett &

Pond, negociantes de borracha de Nova Iorque, com escritório em Belém (Samuel G.

Pond & Cª), que cuidavam dos pagamentos da escola de Maria Bárbara, como pode

ser visto na reprodução fac-similar, mostrada acima, dos últimos pagamentos

realizados na Academia do Sagrado Coração. É provável que cuidassem também das

remessas de dinheiro para Sousândrade fora do Brasil.

A quebra da firma já era prenunciada desde, pelo menos, agosto de 1884 (15

dias antes do embarque de Sousândrade em Liverpool), quando Frederico Pond,

responsável no Pará pela Samuel G. Pond & Cª, anunciou o leilão dos móveis da sua

residência.68 Os “móveis e estivas” do armazém da firma seriam leiloados umas

semanas após.69 Em 14 de agosto de 1884 a matriz de Burdett & Pond em Nova

Iorque anunciou que deixaria de executar pedidos não acompanhados “de fundos ou

créditos bancários suficientes para cobrir a importância das faturas”.70 A quebra da

matriz foi decretada em setembro de 1884.71

A Samuel G. Pond & Ca., filial paraense da Burdett & Pond, exportadora de

borracha, levava o nome de seu sócio Samuel Goddard Pond (1826-1892), quem, já

em 1854, aparecia como comerciante registrado em Belém.72 Ele é, muito

16 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

provavelmente, o “Old-Pará Pond“ (velho Pond do Pará) mencionado no Inferno de

Wall Street:

( ‘OLD-PARÁ’-POND zeloso da sua sapucaya ; a VOZ:) — Borracha... tanto! alma-cachaça ... Tanto! tanto... cada mulher! De qual natureza E’ o Guesa ?.. == Deu mais á ‘ Brief ’ que Webstér!..73

Talvez seja também o “urubu, Pará-engenheiro, Newyorkeiro Robber-Índio”

mencionado na estrofe 23 do Inferno de Wall Street:

(Yankee protestante em paraense egreja catholica:)

— Que stentor! que pancadaria Por Phallus, Mylitta! Urubú, Pará-engenheiro : Newyorkeiro Robber-Indio . . . bailo o tatú!74

ou ainda o “yunka-yankee”75 que “depena, sem pena”, os poetas, da estrofe 171, uma

das últimas do Inferno, talvez um comentário sobre a quebra de Burdett & Pond:

(Aureos ZAKS escovados n’outros practicos mundos :)

— Banindo os poetas, da ‘ Republica ’ Coroava-os com flores, Platão. == Yunka-yankee os depena Sem pena, E zanga-se á historia, pois não !

Os endereços do Guesa

Nesta seção tentaremos resumir a informação disponível sobre os lugares em

que Sousândrade morou. Nos primeiros nove anos da sua vida, Sousândrade morou

numa “aldeia” no Pericumã, provavelmente nas cercanias da fazenda Nossa Senhora

da Vitória, propriedade dos seus pais. No poema Meus nove anos n’aldeia, publicado

em Harpas Selvagens (1857), seu livro de estreia, Sousândrade escreve:

17 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

Nove annos eu tinha e vivia Nos desertos do Pericuman, E meu pai ensinava-me a Biblia E os preceitos da igreja christãa : E meu pai educava minh’alma, Minha mãi faz o meu coração Cada dia mais amplo, de amores Qual de flôres o enchendo com a mão.76

Após a morte de seus pais, o poeta aparentemente teria morado com

parentes em Alcântara. Na Praça da Matriz de Alcântara existe um prédio conhecido

como o Solar dos Andrades,77 supostamente pertencente outrora a antepassados de

Sousândrade, na fachada do qual está afixada uma placa com as palavras: “Poeta

Sousândrade.”

Solar dos Andrades – Praça da Matriz

Alcântara, Maranhão

“Poeta Sousândrade”

Placa no Solar dos Andrades78

Casa onde teria morado Sousândrade em Alcântara

Em 1853, às vésperas de viajar para o Rio de Janeiro, Sousândrade morava na

rua das Barrocas n° 4, em São Luís, como indica o aviso publicado nos jornais locais:79

Aviso de Viagem (1853)

18 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

Rua das Barrocas n 4 (São Luís)

Em 1855-56 encontramo-lo em Paris, morando no então subúrbio parisino de

Auteuil, na Vila Montmorency, segundo afirma no poema Mademoiselle. 80:

Partamos para Auteuil, é lá que vivo agora: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Corramos fugitivos, contentes passarinhos, Perdidos de hora em hora na moita dos caminhos, Até á verde e linda villa Montmorency: Dali, és minha prima andando séria e grave, Entramos no portão; eu dou-te a minha chave E sobes, meu condão, ao quarto alvo e joli.

A Villa Montmorency, perto de Auteil, foi um dos primeiros condomínios

fechados no mundo, e, até hoje, é um dos endereços mais exclusivos da capital

francesa.81 Foi provavelmente esta menção que levou Camilo Castelo Branco a

escrever:

Sousa Andrade peregrina na Europa ha bastantes annos com muito génio, isso juro eu, e com muito dinheiro, iria lambem jural-o. Esteve em Cintra, em Londres, em França. Morou em Auteuil.82

Residência em Alcântara até 1868

Frederick Williams mantém que Sousândrade teria morado em São Luís, no

bairro dos Remédios, na Quinta Vitória nos anos entre a sua volta de Europa em 1856

e a viagem para os Estados Unidos, em 1871. Williams define este período na Quinta

Vitória como 1866-1871, apoiando-se no livro de memórias O Cativeiro de Dunshee de

Abranches (1867 – 1941), que inclui Sousândrade entre os membros dos círculos

literários são-luisenses junto com Celso de Magalhães (1849 – 1879), “que, aos

dezessete anos [ou seja, em 1866], corajosamente se insurgira em versos cintilantes

contra o regimen escravo.”83 Também em 1866 foi publicada em São Luís, A casca da

caneleira, romance coletivo que contou com a participação de Sousândrade. Esta

referência situaria a Sousândrade morando em São Luís. Vale a pena notar que,

19 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

apesar de a obra de Dunshee de Abranches levar o subtítulo “memórias”, os eventos

relatados são anteriores ao nascimento do autor. Escreve Williams:

1866 / 71 Reside [Sousândrade] com a família na Quinta Vitória; integra um prestigioso grupo literário que escandaliza e excita a sociedade sanluisense com sua bizarrice literária (ver Dunshee de Abranches, O cativeiro, p. 121-2. Rio de Janeiro, 1941).84

Outros documentos, porém, indicam que Sousândrade provavelmente

morou em Alcântara até 1871, quando viajou aos Estados Unidos.

Em 1861 Sousândrade data em Alcântara o poema A noiva do cometa.85 Em

1865 é publicada uma notícia jornalística referente a um escravo fugido, vendido por

“Joaquim de Souza Andrade dos Pirizes de Alcântara.”86 A parca informação

disponível, porém, não permite excluir tratar-se de um homônimo. Neste mesmo ano

de 1865, Sousândrade data em Alcântara o poema Canção ao almoço.87

Em 1866, Joaquim S. de Andrade é listado como membro da comissão de

literatura do Instituto Literário Maranhense, fundado no ano anterior.88 Aparece

como morador de Alcântara.

Sousândrade, membro da Comissão de Literatura

do Instituto Literário Maranhense (1866)

Em 1868 Gentil Homem de Almeida Braga, grande amigo de Sousândrade,

escrevendo sob o pseudônimo Flávio Reimar, dirigiu-lhe três cartas literárias,

publicadas no Semanário Maranhense, em que afirma que o poeta mora “n’essa

agradável solidão de Alcantara”.

20 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

No início do Canto IX, no navio que os leva descrevendo a sua partida de São

Luís em 1871, na primeira etapa da sua viagem aos Estados Unidos, Sousândrade fala

com a sua filha:

De pressa, minha filha, vê de pressa, Porque tudo passou, tudo nos foge, (O delirio prendeu minha cabeça, Eu jamais crera n'este dia d'hoje!) Como tristes entreabrem-se as janellas Lá da meridional varanda nossa, Ninho alcyoneo teu, das manhans bellas Onde brincaste (e que mais nada me ouça)!

A “meridional varanda nossa”, entendida como varanda voltada para o sul,

corresponderia a sua possível localização em Alcântara, situada ao noroeste de São

Luís, não à Quinta Vitória, que mal daria para ver na saída do porto de São Luís.

. . . . . . . . . . . . . . . .

Cartas de Gentil Homem de Almeida

Braga para Sousândrade em Alcântara

(1868)

Reforçando a suposição que Sousândrade era proprietário de prédios urbanos

em Alcântara, foram também localizados registros de impostos prediais em nome de

Joaquim de Souza Andrade entre 1891 e 1902, sem indicação, porém, do endereço

21 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

físico desta propriedade alcantarense.89 No necrológio do poeta é feita uma apertada

relação das seus imóveis: “É sua propriedade a conhecida Quinta “Victoria” ao Largo

da Cadeia desta capital. Em Alcântara possuia ele 2 prédios e terras no Codó.”90

Residência em Nova Iorque

A Academia do Sagrado Coração (Manhattanville) onde estudava a sua filha

Maria Bárbara registra, em 1873, o Hotel Hamilton (rua 125 e 8ª. avenida), localizado

perto da escola, como “endereço dos pais da aluna”.91

Em 1874, a Aurora Brasileira informa que “o distinto poeta maranhense, J. de

Souza Andrade ... há muito ali [no Hotel Washington] estava hospedado”.92 George

Washington morou na Mansão Kennedy (depois transformada no Hotel Washington,

“estabelecimento de primeira classe”, localizado ao número 1 da Broadway) durante a

guerra de independência norte-americana, o que teria inspirado os seguintes versos

no Canto X d’O Guesa:93

Dão-me abrigo Tectos, que em outros tempos abrigaram George Washington.

O Novo Mundo informou, em 1877, que Sousândrade estava morando ao

norte de Nova Iorque, perto da escola onde sua filha estudava: "O nosso poeta vive

muito retiradamente no confim de New York, em Manhattanville, a sete milhas do

centro da cidade. Do pequeno quarto numa casa de família ele vê a cruz no cimo do

Sacré Coeur onde está educando sua única filha.”94

Um registro posterior nos registros da Academia do Sagrado Coração,

possivelmente de 1882, consigna o endereço de “Mr. J. Sousandrade” como “30

Colonnade House, Lafayette Place, N. Y. City”. O endereço, que já foi um dos mais

elegantes de Nova Iorque, ficava vizinho à Biblioteca Astor, frequentada por

Sousândrade.

Quinta Vitória

22 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

Residência do poeta nos seus últimos anos, a Quinta Vitória recebeu o nome

em lembrança da fazenda paterna N. S. da Vitória, no Pericumã. A Quinta Vitória

estava localizada no bairro dos Remédios de São Luís, sobre o rio Anil, atrás da cadeia

de São Luís, em terrenos da antiga fazenda de Manoel José de Medeiros,

empreendedor maranhense de início do século XIX .95

A primeira referência que liga Sousândrade à Quinta Vitória, é uma

solicitação do poeta de 1866 quem “pediu, por aforamento perpétuo, os terrenos de

marinha, que demoram nas imediações das antigas construções de Manoel José de

Medeiros.”96 Em dezembro de 1867, na relação das décimas urbanas (valores

locativos dos prédios)97, aparece uma nota na Rua do Navio: “sem nº. Dr. Joaquim de

Souza Andrade, em obras.”98

O poema Minha Irmã, de Liras Perdidas, é datado em “Victoria-nova 1868”,

que Frederick Williams supõe ser referência à Quinta Vitória,99 e que estaria, como

vimos, recém concluída ou ainda em construção à época. Em 1869 “J. de Souza

Andrada” aparece na “Relação dos cidadãos residentes no termo da capital [São Luís]

que forão julgados aptos para jurados no corrente anno pela respectiva junta

revisora.”100 É possível que a inclusão de Sousândrade seja devida ao seu novo status

de proprietário urbano na capital maranhense, não necessariamente um

reconhecimento de residência efetiva em São Luís, embora esta última possibilidade

não pode ser descartada. É provável que Sousândrade dividisse seu tempo entre as

suas residências em Alcântara e São Luís.

23 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

Quinta da Victória. 101 A Casa do Poeta.102

Quinta Vitória (c. 1938)

Na década de 1870, quando Sousândrade morava em Nova Iorque, a

propriedade já aparece com o nome de Quinta Vitória, no número 2 da Rua do Navio

(hoje Almirante Tamandaré)103 abrigando diversos inquilinos:

1877 – Quinta Vitória

Alugada ao dr. Oliveira Azedo104

Paula Duarte, referido acima como residente anterior da Quinta Vitória, foi o

advogado, parlamentar e jornalista maranhense Francisco de Paula Belfort Duarte

(1844-1900); anos depois, fundou em São Luís o jornal O Globo, órgão do Partido

Republicano. Em 1874 e 1875, Maria Bárbara Gomes de Souza Duarte, talvez sua

esposa, aparece morando na “Quinta Victoria, bairro dos Remedios”.105

Entre 1878 e 1880, após voltar dos Estados Unidos, Peru e Chile, Sousândrade

morou na Quinta Vitória, como mostra o aviso de aluguel publicado em setembro de

24 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

1880, pouco depois da sua partida de São Luís para a sua segunda viagem aos Estados

Unidos.

Aviso de aluguel da Quinta Vitória

(setembro de 1880)106

Observa-se que é também oferecido para aluguel o sobrado de n. 25 à rua 28

de Julho, vizinho ao Banco Comercial. Neste prédio funcionaria, na década de 1890, o

Colégio de Indústria, de Maria Bárbara de Souza Andrade,107 filha de Sousândrade. Ela

e sua mãe acabariam deixando São Luís em 1898108 para morar em Santos, no litoral

paulista. Lá Maria Bárbara abriu um colégio com o mesmo nome, que,

aparentemente, teve existência curta.109. Ignora-se o endereço da esposa de

Sousândrade nos anos que o poeta e sua filha moraram nos Estados Unidos.

Nas décadas de 1880 e 1890, à sua volta dos Estados Unidos e da Europa,

Sousândrade morou novamente na Quinta Vitória. Foi um período de efervescência

política, em que o poeta organizou reuniões do Partido Republicano e, após a

proclamação da República, exerceu a Presidência da Intendência de São Luís, cargo

equivalente hoje ao de prefeito; também trabalhou arduamente para estabelecer a

primeira universidade do Brasil, que chamou “Nova Atenas”. Registramos também

que, nos anos seguintes à proclamação da República, Sousândrade apresentou-se

como candidato ao Senado Federal em 1889,110 1893111 e 1899,112 não chegando a ser

eleito.

A sua situação econômica viu-se seriamente afetada após a libertação dos

escravos em 1888. Em novembro de 1889, celebrando a proclamação da República,

Sousândrade e sua esposa doaram suas terras em Cururupu e Codó para seus antigos

escravos, como relatado por F. Williams.113

25 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

Na década de 1890, Sousândrade ofereceu a Quinta Vitória para venda, pelo

menos duas vezes, além de alugá-la durante a sua viagem ao Rio de Janeiro em 1896 e

1897. Nessa época a esposa do poeta, d. Mariana, provavelmente morava com a sua

filha Maria Bárbara no prédio do Colégio de Indústria, na rua 28 de Julho.114

Quinta Vitória a venda

(1892)115

Quinta Vitória a venda

(1897)116

Aluga-se a Quinta Vitória

(1896)117

Viagem ao Rio de Janeiro (1896 – 1897)

Em 1894 Sousândrade foi nomeado professor de grego no Liceu

Maranhense.118 Em maio de 1896 abandonou o cargo sem pedir licença,119

aproveitando que o prédio da escola estava em reformas. Viajou ao Rio de Janeiro

para supostamente “conferenciar com o Presidente da República [Prudente de

Morais, à época] sobre assuntos políticos e constitucionais,” segundo um suelto

26 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

jornalístico da época.120 Durante essa estadia no Rio, hospedou-se na pensão da Viúva

Marcondes, à Praça da Aclamação (atual Praça da República), ao número 47,121

endereço registrado em carta do poeta a Joaquim Nabuco.122 Retornou a São Luís em

março de 1897,123 para descobrir que seu cargo de professor tinha sido preenchido.124

Conseguiu reavê-lo após um apelo feito ao Governador do Estado, em agosto de

1898.125

Comentários finais

O caráter parcial das informações ora fornecidas indica a necessidade de

desenvolver mais pesquisas sobre a vida de Sousândrade, considerando o caráter

inegavelmente autobiográfico da sua obra. As informações aqui apresentadas

concentram-se na documentação das errâncias do Guesa: as viagens no Brasil, Peru,

Chile, Estados Unidos e Europa. Há ainda muitas lacunas na biografia de

Sousândrade, em particular sobre a sua vida pessoal e familiar, já que a sua atuação

pública, em particular a relacionada com a política, tem recebido maior atenção.

Recebido em 14/06/2013

Aprovado em 20/06/2013

1 Lobo, Luiza. Épica e modernidade em Sousândrade (2 ed.), Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 74 2 Franchetti, Paulo. Estudos de literatura brasileira e portuguesa. São Paulo: Ateliê Editorial, 2007, p. 27 3 Campos, Augusto de. Poesia – Sousândrade. Rio de Janeiro: AGIR, 1995 4 Cuccagna, Claudio. A visão do ameríndio na obra de Sousândrade, São Paulo: Hucitec, 2004, p. 31 5 Frota, Francisco Marialva Mont’Alverne, Sousândrade: o último périplo. São Luís: SIOGE, 1977, p. 32 6 Brayne, Sônia (org) A Poesia no Brasil – v. 1 [Coleção Vera Cruz, 326]. Rio de Janeiro: Civilização

Brasileira, 1981, p. 212 7 Cunha, Fausto. O Romantismo no Brasil: de Castro Alves a Sousândrade. Rio de Janeiro, Paz e Terra,

1971, p. 148 8 Torres-Marchal, Carlos. Contribuições para uma biografia de Sousândrade. Revista Eutomia 3(1):1-20,

julho de 2010. 9 Leal, Antonio Henriques. Pantheon Maranhense, Tomo II. Lisboa, Imprensa Nacional, 1874. p. 107-

145 10 D’Ambrosio, Ubiratan. Joaquim Gomes de Souza, o “Souzinha” (1829-18640. in Martins, R. A. et al

(eds). Filosofia e história da ciência no Cone Sul: 3° Encontro. Campinas: AFHIC, 2004, p. 453-460. 11 Viveros, Jerônimo; Moraes, Jomar. Alcântara, no seu passado econômico, social e político, (3 ed.)

[Coleção documentos maranhenses, 17]. São Luís: Alumar, 1999. 12 Doutoramentos. O Correio da Tarde (Rio de Janeiro), 4(280):2, c. 6. 13 de dezembro de 1858. 13 Um ex-educando do Maranhão. O País (São Luís), 22(63):2, c. 3, 15 de março de 1884. 14 Santiago, [Raimundo] Clarindo. Souza Andrade, O Solitário da “Vitória”. Revista da Academia

Brasileira de Letras, 23(126):171-201, junho de 1932.

27 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

15 Pacotilha (São Luís), 9(244):3 c. 3, 13 de outubro de 1889. 16 Diário do Maranhão (São Luís), 22(5198,):2 c. 1, 3 de janeiro de 1891. 17 Torres-Marchal, Carlos. Contribuições para uma biografia de Sousândrade. Revista Eutomia 3(1):1-20,

julho de 2010. 18 Souza-Andrade, J. de. Harpas Selvagens. Rio de Janeiro: Typographia Universal de Laemmert, 1857.

Harpa XXVI p. 99-142 19 Diário do Rio de Janeiro, 354:4 c. 7, 03 de junho de 1856. 20 Correio Mercantil (Rio de Janeiro), 153:2 c. 2, 03 de junho de 1856. 21 Hampshire Advertiser & Salisbury Guardian (Southampton, England), 1706:5, 10 de maio de 1856. 22 Williams, Frederick G. Sousândrade: Vida e Obra. São Luís: Edições SIOGE, 1976, p. 43. 23 Correio Mercantil (Rio de Janeiro), 11(75):4 c. 6, 16 de março de 1854 24 Correio Mercantil (Rio de Janeiro), 13(153):2 c. 2, 03 de junho de 1856 25 Almeida, Tito Franco de. Francisco José Furtado: Biographia e estudo de história política

contemporânea. Rio de Janeiro: Eduardo & Henrique Laemmert, 1867. p. 11 26 Sousandrade, Joaquim de. O Guesa. Londres:Cooke & Halsted, c. 1887. Canto III, p. 46. 27 Godofredo Viana. Carta aberta dirigida a Raimundo Lopes. in: Vieira da Luz, Joaquim. Dunshee de

Abranches e outras figuras. Rio de Janeiro: Editora Jornal do Brasil, 1954. p. 251. 28 Expediente de 1° de Setembro de 1858. Estrella do Amazonas (Manaus, AM) N° 354, 29 de janeiro de

1859, p. 2. 29 Parte Marítima. O Globo (São Luís), 5(36):4, 02 de novembro de 1858. p. 4 – 30 Expediente do dia 13 de setembro de 1858. Secretaria do Governo. Governo Provincial do Amazonas.

Oficio ao Agente da Companhia de Navegação e Commercio do Amazonas. A Estrella do Amazonas, n. 358, 16 de fevereiro de 1859. p. 3..

31 Expediente do dia 14 de setembro de 1858. Secretaria do Governo. Governo Provincial do Amazonas. Oficio ao Agente da Companhia de Navegação e Commercio do Amazonas. A Estrella do Amazonas, n. 359, 19 de fevereiro de 1859. p. 3.

32 Silva, Inocêncio Francisco da. Dicionário Bibliográfico Português. Tomo XII (Quinto do suplemento) Letra “J”, Lisboa, 1884, p. 154

33 Blake, Augusto Victorino Alves Sacramento. Diccionario bibliographico brazileiro. Vol. 4. Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1898, 246.

34 Sousândrade. O Guesa [ed. fac-similar Londres: Cooke & Halsted, c. 1887]. Moraes, Jomar (ed.). São Luís: Edições SIOGE, 1979. p. xxiv, Nota 10.

35 Noticiário – Tribunal do Commercio. Publicador Maranhense (São Luís) 20(260):2, col 3-4. 13 de novembro de 1861.

36 Mattos, B[elarmino] de. Almanak Administrativo, mercantil e Industrial. São Luís: Typ. do Progresso. vol. 2 p. 109 (1862); vol. 2, p.98 (1865); vol. 2, p. 121 (1866)

37 Mattos, B[elarmino] de. Almanak Administrativo, mercantil e Industrial. São Luís: Typ. do Progresso. vol. 2, p.197 (1865); vol. 2, p. 225 (1866)

38 Mattos, B[elarmino] de. Almanak Administrativo, mercantil e Industrial. São Luís: Typ. do Progresso. vol. 2, p.101 (1865); vol. 2, p. 124 (1866)

39 Santiago, Clarindo. Souza Andrade, O Solitário da “Vitória”. Revista da Academia Brasileira de Letras (Rio de Janeiro). 39(126):171-201, junho de 1932.

40 Collecção das Decisões do Governo do Império do Brasil de 1880. Rio de Janeiro, Tipografia Nacional, 1881. Aditamento ás decisões de 1880 [Suplemento] p. 34. Decisão n. 37 – Agricultura, Comércio e Obras Públicas – em 20 de agosto de 1880.

41 Williams, Frederick G., Sousândrade: Vida e obra. São Luís: Edições SIOGE, 1976, p. 47. 42 Ver, por exemplo: Williams, Frederick G. Sousândrade: vida e obra. São Luís: Edições SIOGE, 1976. p.

46. 43 Campos, Augusto de; Campos, Haroldo de. Re Visão de Sousândrade. São Paulo: Perspectiva, p. 652 44 Marques, [Raúl] Astolfo. Apuntos [sic] biobliográficos – Joaquim de Souzandrade. A Revista do Norte

(São Luis), n° 42, 16 mai 1903, p. 139-140. in: Sousândrade: Miscelânea. Cópia datilografada pertencente a Erthos Albino de Souza.

45 New-York Daily Tribune (Nova Iorque), 01 de fevereiro, 1878, pág. 3, col. 5. 46 Panama Star & Herald (Panamá), 29 (4963),11 de fevereiro, 1878, pág. 2, col. 1 47 El Comercio (Lima), 40(13938), p.1, c. 2, 4 48 El Comercio (Lima), 40 (13995), 27 de março, 1878 (Ed. vespertina), pág. 4, col. 3.

28 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

49 El Mercurio (Valparaiso), (15301), 08 de abril, 1878, pág. 3, col. 3. 50 El Mercurio (Valparaiso), (15374), 04 de julho, 1878, pág. 3, col. 4. 51 Diário de Pernambuco, (Recife), 54(171) 28 de julho de 1878, pág. 3, col. 4. 52 Diário de Pernambuco, (Recife), 54(184) 13 de agosto de 1878, pág. 2, col. 6 53 Publicador Maranhense 37(187), 17 de agosto de 1878, pág. 3, col. 1. 54 Diário do Maranhão (São Luis), 9 (1507), 17 de agosto de 1878, p. 2, col. 1-2 55 A Província (Recife), 7(1418) 27 de julho de 1878, p. 3 col. 2. 56 A Província (Recife), 7(1419) 30 de julho de 1878, p. 3 col. 1. 57 Diário do Maranhão (São Luis), 11 (2116), 1 de setembro de 1880, p. 3, col. 2 58 A Constituição (Belém), 7(203), 12 de setembro de 1880, p. 1 col. 4 59 Torres-Marchal, Carlos. Contribuições para uma biografia de Sousândrade. Revista Eutomia 3(1):1-20,

julho de 2010. p. 10. 60 O Liberal do Pará (Belém) 13(206):1 c. 4, 12 de setembro de 1880. 61 O Liberal do Pará (Belém), 13(208):1, c. 4, 15 de setembro de 1880. 62 Correspondência de Edward J. O’Hara, Library Director, Manhattanville College, 13 de julho de 1989. 63 Torres-Marchal, Carlos. Contribuições para uma biografia de Sousândrade. Revista Eutomia 3(1):1-20,

julho de 2010, p. 11. 64 Souza Andrade, Joaquim de. Harpa de Ouro in Williams, Frederick G.; Moraes, Jomar (org). Poesia e

prosa reunidas de Sousândrade. São Luís: Edições AML, 2003. p. 446. Estrofe 232. 65 The Standard (Londres), n. 18773, 15 de setembro de 1884. p. 6. 66 Glasgow Herald (Glasgow), n. 199, 20 de agosto de 1884. 67 O Paiz (São Luís) 22(80):3 c.1, 4 de outubro de 1884. 68 Leilões – de móveis. Diário de Belém (Belém, PA) 17(199):1, 30 de agosto de 1884. 69 De estivas e móveis – Liquidação. Diário de Belém (Belém, PA) 17(229):1, 5 de outubro de 1884. 70 Diário do Brazil (Rio de Janeiro) 4(233):2, 4 de outubro de 1884. 71 Heavy Rubber Dealers Fail. New York Times (Nova Iorque), 25 de setembro de 1884. 72 Supplemento - Treze de Maio (Belém, PA), 15(360):5, 22 de julho de 1854. 73 Sousândrade, Joaquim de . O Guesa. Londres: Cooke & Halsted, c. 1887, p. 253. 74 Sousândrade, Joaquim de . O Guesa. Londres: Cooke & Halsted, c. 1887, p. 235. 75 yunka (yunga) é o índio dos vales cálidos no antigo Peru 76 Souza-Andrade, J. de. Harpas Selvagens. Rio de Janeiro: Typographia Universal de Laemmert, 1857.

XLIV – Meus Nove Annos n’Aldêa. p. 262-270 77 Viveiros, Jerônimo de; Moraes, Jomar. Alcântara, no seu passado econômico, social e político (3 ed.)

[Coleção Documentos maranhenses, 17]. São Luís: ALUMAR, 1999. p. 63 78 Carneiro, Alessandra da Silva. Do Tatu Fúnebre ao lar-titú: implicações do Indianismo no Canto

Segundo do poema O Guesa, de Sousândrade. (ed. rev.) Dissertação de mestrado, Programa de Pós-Graduação em Literatura Brasileira, FFLCH, USP. São Paulo, 2011. p. 134.

79 Annuncios – a pedido. Publicador maranhense (São Luís), 11(1358):4, col. 3, 19 de janeiro de 1853. Tb. 21 e 25 de janeiro de 1853.

80 Q. A. [Quincas Andrade, sendo Quincas hipocorístico de Joaquim] Mademoiselle. Semanário Maranhense 52:7, 23-ago-1868. Também em Impressos – Poesias Diversas (1868) p. 105-107; Eólias – Obras Poéticas (1874), p. 11-12

81 Cazes, Séverine. Villa Montmorency – la Cité interdite. Le Point (Paris), 10-jul-2008. Disponível em: http://www.lepoint.fr/actualites-societe/la-cite-interdite/920/0/259536 Último acesso: 27-abr-2013.

82 Castelo Branco, Camilo. Cancioneiro Alegre. Porto: Typ. de A. J. da Silva Teixeira, 1879. p. 140-141 83 Dunshee de Abranches,.O cativeiro (memórias) (2. Ed.). São Luís, ALUMAR, 1992. p. 105 84 Williams, Frederick G. Sousândrade: vida e obra. São Luís: Edições SIOGE, 1976, p. 44. 85 Sousândrade, Joaquim de; Williams, Frederick W. & Moraes, Jomar (eds.). “Sousândrade: Inéditos”.

São Luís: Departamento de cultura do Estado, 1970. P. 161-62. “A Noiva do Cometa — (Alcântara, 1861)

86 [Recompensa de] 300$000 Rs. Publicador Maranhense, 25(295):3, col. 1, 30 de dezembro de 1896. 87 Sousândrade, Joaquim de. “Canção ao Almoço” - Liras Perdidas p. 468. in Williams, Frederick G.;

Moraes, Jomar (orgs.). Poesia e prosa reunidas de Sousândrade. São Luís: Edições AML, 2003. 88 Mattos, Belarmino de (ed.). Almanak do Maranhão - Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial

para o anno de 1866. Ano 9 (2ª. série). São Luís: Typ. de B. de Mattos, 1866, p. 94.

29 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

89 Editaes – Thesouro Publico do Estado – Alcântara – Décima Urbana. Diário do Maranhão (São Luís)

23(5716):2, 28 de setembro de 1892.; id. 32(8450):1, 26 de fevereiro de 1901; id. 33(8647): 13 de junho de 1902 “Thesouro do Estado – Edital N. 7 – Alcântara – Décima Urbana – 1° e 2° semestre de 1901”

90 Diário do Maranhão (São Luís) 33(8602):2 c.5-6. Terça-feira, 22 de abril de 1902. 91 O’Hara, Edward J, [diretor da Biblioteca, Manhattanville College], Comunicação pessoal. 13-jul-

1989, Purchase 9Nova Iorque). 92 Castro, Tomás Aquino de. Impressões de uma Viagem do Rio de Janeiro á Ithaca. Aurora Brasileira

(Ithaca, NY) 1(8):61, 20 de maio de 1874. Esta referência nos foi fornecida pela pesquisadora Alessandra da Silva Carneiro.

93 Sousândrade. O Guesa. Londres: Cooke & Halsted, c. 1887, Canto X, p. 186. 94 O Gueza Errante. O Novo Mundo (Nova Iorque), 7(74):39, fevereiro de 1877. 95 Marques, César Augusto. Diccionario historico-geographico da provincia do Maranhão. Maranhão

[São Luís], 1870, p. 100 96 Publicador Maranhense (São Luís) 25(185):2, col. 4, 14 de agosto de 1866. 97 Diario do Maranhão, 36(9685):3, 17 de novembro de 1905. 98 Publicador maranhense, 26(299):2, 31 de dezembro de 1867. 99 Williams, Frederick G., Sousândrade: Vida e obra. São Luís: Edições SIOGE, 1976, p. 44.

100 Almanak administrativo da província do Maranhão, organisado por João Candido de Moraes Rego. Anno 1° 1869. S. Luiz. Typ. de A. P. Ramos de Almeida, 1869, p. 77

101 Uma vista da velha Quinta da Victoria [sic]. O Malho (Rio de Janeiro), 37(280):33, 13 de outubro de 1938.

102 Jansen, José. A Casa do Poeta. Acervo da Academia Maranhense de Letras in Williams, Frederick G.; Moraes, Jomar (orgs.) Poesia e Prosa Reunidas de Sousândrade. São Luis: Edições AML, 2003.

103 Lima, Carlos de. Caminhos de jão Luís (ruas, logradouros e prédios históricos). São Paulo: Siciliano, 2002.

104 Diário do Maranhão (S. Luís). 8(1241):3, 26 de setembro de 1877. 105 Almanak Administrativo da Provincia do Maranhão organisado por João Cândido de Moraes Rego.

Ano 6, 1874 p. 388; id. Ano 7, 1875 p. 365. 106 O País (São Luís), 18(222):3, 29 de setembro de 1880. 107 Williams, Frederick G., Sousândrade: Vida e obra. São Luís: Edições SIOGE, 1976, p. 254, Nota de

rodapé. Williams registra o número como sendo 25, O colégio, ele chama Industrial, não de Indústria. Cf. Collegio de Industria - Diário do Maranhão 27(6989):2, 17 de dezembro de 1896.

108 Pacotilha (São Luís) 18(276):2, col. 2, 21 de novembro de 1898 109 Pereira, Maria Apparecida Franco. Santos nos caminhos da educação popular: 1870-1920. São Paulo:

Edições Loyola, 1996, p 133 – “Escolas Extintas. Foram encontradas referências ao Collegio da Industria somente entre 1902 e 1904”

110 Pacotilha (São Luís), 10(156):2, 8 de junho de 1890 p. 2. 111 Pacotilha (São Luís) 13(223):2 , 20 de setembro de 1893; Diário do Maranhão 24(6011):2 20 de

setembro de 1893, anúncio publicado até 11 de outubro de 1893. 112 Diário do Maranhão (São Luís) 30(7716):1 c. 4, 22 de maio de 1899. Anúncio publicado doze vezes,

até 14 de novembro de 1899, sempre com os dizeres: “J. de Sousandrade – Candidato ao Senado federal.”

113 Williams, Frederick G., Sousândrade: Vida e obra. São Luís: Edições SIOGE, 1976, p. 47. 114 Carvalho, Ada Valente de. Depoimento prestado ao Dr. Frederick G. Williams em 9 de fevereiro de

1970. in Williams, Frederick G. “Sousândrade: Vida e Obra”. São Luís: Edições SIOGE, 1970. 115 Diário do Maranhão (São Luís) 23(5691):2, col. 6, 27 de agosto de 1892. 116 Pacotilha (São Luís) 17(89):1, col. 2, 17 de abril de 1897. 117 Pacotilha (São Luís) 16(236):1, col. 4, 5 de outubro de 1896. tb. nº 237 (06-out-1896) 118 Pacotilha (São Luís) 14(154):2, col. 3, 30 de junho de 1894. 119 Pacotilha (São Luís) 16(145):2, col. 2, 19 de junho de 1896. 120 Pacotilha (São Luís) 16(110):3, col. 4, 9 de maio de 1896. 121 Almanak Administrativo mercantil e Industrial do Rio de Janeiro e Indicador para 1897 – 54° Anno. Rio

de Janeiro: Companhia Typographica do Brazil, 1897, p.463 – Casas de Pensão. 122 Sousa Andrade [Sousândrade, Joaquim de]. Correspondência para Joaquim Nabuco. Rio de Janeiro

26 de Agosto de 1896. Fundação Joaquim Nabuco, Recife: N° 1722 [CP P39 DOC 906]. 123 Pacotilha (São Luís) 17(75):3, col. 2, 31 de março de 1897.

30 Eutomia, Recife, 11 (1): 5-30, Jan./Jun. 2013

124 Pacotilha (São Luís) 17(14):3, col. 2, 18 de janeiro de 1897. 125 Ao Governador do Estado. O Federalista, 18 de agosto de 1898, p. 3 in Williams, Frederick G.;

Moraes, Jomar (orgs.) Sousândrade: Poesia e Prosa Reunidas. São Luís: Edições AML, p. 522-23.