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DESTAQUES
TOQUE DE SAÍDA
DirectorAlfredo Lopes
Chefe de RedacçãoSoledade Santos
Externato Cooperativo da BeneditaRua do Externato CooperativoApartado 197 2476-901 [email protected]
externatobenedita.net
Trianual - Maio de 2008
Ano 3 - Número 8 - 1,00 €
Talvez a maioria dos estudantes, hoje em dia, e, quem sabe, os jovens “deputados” aqui presen-tes, não consigam identificar facilmente o «ve-lho abutre» a que Sophia se refere e talvez não consigam conceber um discurso capaz de tornar a alma mais pequena. Mas os poetas encontram sempre maneira de expressar o que sentem e de iludir censuras. Se hoje vivemos num país onde existe liberdade de expressão, nem sempre foi assim. Para nós isso ocorreu num passado remo-to, mas historicamente foi ontem e, para muitos adultos aqui presentes, essa realidade ainda está próxima.
Salvo algumas excepções, entre os jovens e adolescentes não há tema mais aborrecido que a política. É, pois, preciso fazer-lhes ver que o 25 de Abril não se resume a um belo dia sem aulas,
mas que é muito mais do que isso. É o Dia da Li-berdade, não por uma qualquer arbitrariedade de calendário, mas porque comemora o aniversário da libertação do povo português de um regime au-toritário e repressivo. Quão diferentes seriam as nossas vidas, se tal não tivesse acontecido! Os jo-vens de hoje nasceram em plena democracia: não conhecem e não concebem outro regime. Mas a verdade é que, não há muito tempo, os adolescen-tes (como nós!) integravam com carácter de obri-gatoriedade a Mocidade Portuguesa, organização que visava formar os jovens nos ideais do Estado Novo. Os livros, revistas e jornais eram censura-dos, para que não fossem difundidas ideias sub-versivas. Muitos jovens foram presos, torturados e até mortos, por crime de oposição ao regime ou simplesmente por terem ideias diferentes.
(Continua na página 18)
Discurso escrito por Marta Santos do 11ºA, e proferido por
Helder Correia, do 12ºE, na Assemblea Municipal de Alcobaça,
nas comemorações do 25 de Abril.
ESCOLA E DEMOCRACIA
UMA VISITA DE SONHOAlunos do Ensino RecorrentePágina 5
VISITA DE ESTUDO AO FUTUROSCOPEPoitiers - França Página 5
A ADOLESCÊNCIA, O APETITE E A FALTA DELEPágina 7
ARTISTAS DA NOSSA TERRASofia GuerraPágina 10
ENTREVISTA A SANDRA FONSECA Rádio Benedita FMPágina 11
JOVENS ESCRITORES DO ECBPrémios concurso de escritaPágina 13
A SEMANA DAS CIÊNCIAS Páginas 15 e 16
CYBERBULLYINGPrevenirPágina 17
25 DE ABRIL ONTEM E HOJE
O velho abutre é sábio e alisa as suas penas
A podridão lhe agrada e seus discursos
Têm o dom de tornar as almas mais pequenas.
Sophia de Mello Breyner Andresen
O ECB, através do seu Grupo
de Teatro Os Gambuzinos, can-
didatou-se ao Projecto PANOS,
palcos novos palavras novas,
um projecto da Culturgest. To-
dos os anos há peças novas es-
critas de propósito para serem
representadas por grupos esco-
lares ou de teatro juvenil. Nes-
ta terceira edição dos PANOS,
os Gambuzinos apresentaram
a peça Fim de Linha, de Letizia
Russo. O espectáculo foi selec-
cionado para estar presente na
final, realizada nos dias 16 e 18
de Maio, no edifício da Cultur-
gest, em Lisboa.
GAMBUZINOS NA CULTURGEST
ANO 3 - Nº 8TOQUE DE SAÍDA
2 ESCOLA VIVA
Director do Jornal: Alfredo LopesRedacção: Deolinda CastelhanoLuísa CoutoSoledade Santos (Chefe de redacção)Teresa AgostinhoMarketing e vendas:Maria José JorgeComposição gráfica:Nuno RosaPaulo Valentim Samuel BrancoEquipa de Reportagem:Acácio CastelhanoClara PeraltaFátima FelicianoGraça SilvaJosé CavadasLaura BoavidaMaria de Lurdes GoulãoMiguel FonsecaSérgio TeixeiraValter BoitaVera Silva
Impressão: Relgráfica, Lda
Tiragem: 500 exemplares
Preço avulso: 1,00 €
EDITORIAL SUMÁRIOEscola viva
Gambuzinos na Culturgest 1
Top 10 2
Os Gambuzinos em duas peças 3
VI Feira do Livro 3
Uma visita de sonho 5
Visita ao Futuroscope 5
Dia do Francês no ECB 6
Jovens cientistas do ECB 6
Promoção e educação para a saúde 7
V Festtestro 8
Educar é acreditar na vida 8
Gestão da qualidade no ECB 12
Olhar Circundante
25 de Abril ontem e hoje 1
A adolescência, o apetite e a falta dele 7
Artistas da nossa terra 10
Festival Nacional do Secundário 10
Tripeiros por quatro dias 10
Entrevista a Sandra Fonseca 11
Parlamento dos jovens 11
O prémio é nosso 11
Arte e Cultura
Admirável Mundo Novo 3
Serralves e Rauschenberg 4
60 Anos Hot Club de Portugal 4
Philadelphia 14
Módulo Padrão 20
Museu Nacional de Arqueologia 20
Ciência, Tecnologia e Ambiente
Duas palestras 12
Biodiversidade, medicina e plantas 15
Unidos pela terra 15
Ciência divertida 15
Arthur C. Clarke 15
Viajar pelo mundo sem sair do lugar 16
Geografia interactiva 16
Poluição atmosférica e Big Bang 16
Água potável 16
Cyberbullying 17
O primeiro computador em Portugal 17
E-Portefólios 17
O oitavo da reciclagem 19
Microsoft e a Adobe 19
O Lugar da Memória 4
Recriar o Mundo
Jovens escritores do ECB 13
A escola é fixe 20
Mente Sã em Corpo São
Noite estapafúrdia VI 9
Notícias da Educação Física 9
XI Torneio de Xadrez - Rotary Clube 9
Algas - Vegetal de eleição 18
Passatempos e Curiosidades
Enigmas 19
Quiche Lorraine 6
TOP 101º- Felizmente Há Luar
Luís de Sttau Monteiro
2º - As Pupilas do Senhor Reitor
Júlio Dinis
3º - A Ponte Sobre a Vida
Mário Braga
4º Veronika Decide Morrer
Paulo Coelho
5º - Uma Promessa Para Toda a Vida
Nicholas Sparks
6º - Porque é Que os Homens Mentem e as
Mulheres Choram
Alan Pease e Barbara Pease
7º - Tudo o Que Ele Sempre Quis
Anita Shreve
8º - A Conspiração
Dan Brown
9º - As Intermitências da Morte
José Saramago
10º - Contos Exemplares
Sophia de Mello Breyner Andresen
Os livros mais requisitados na Biblioteca do
ECB nos meses de Março a Maio de 2008
Com este oitavo número, o Toque de
Saída cumpre três anos de existência, ao
longo dos quais, mantendo-se fiel ao pro-
jecto sob cujos desígnios nasceu, se foi
adaptando para responder aos desafios da
sua permanência no tempo. Algumas rubri-
cas que integraram os primeiros números
desapareceram ou alteraram-se, enquanto
outras surgiram. Muitas destas mudanças
decorreram da diversidade das matérias
que nos é proposta para publicação, bem
como do aumento do número de colabo-
radores do jornal, sobretudo alunos, facto
pelo qual nos congratulamos.
Duas mudanças de natureza diferente
ocorreram que tem sentido referir aqui:
desde o seu início, o Toque de Saída man-
tém uma versão digital na página web do
Externato. Com o número anterior, alterá-
mos o modo como essa versão digital é
disponibilizada aos nossos leitores: as três
edições anuais do jornal são agora inte-
gralmente publicadas online no ano lectivo
seguinte àquele em que foram produzidas.
Também se deu início a um sistema de as-
sinaturas e, neste momento, o Toque de
Saída conta com cerca de duzentos assi-
nantes.
No século XVII, o filósofo e matemático
francês Blaise Pascal escrevia: «Quando
se consegue estar sentado numa cadeira,
em silêncio, sozinho num quarto, teve-se
uma grande educação». São poucos os
que hoje têm a disciplina do silêncio e da
quietude. Os tempos são outros, dizemos.
De facto.
Na escola a tempo inteiro, como na so-
ciedade da rapidez e da flexibilidade, o
ruído e a agitação imperam. Somos cons-
tantemente flagelados por informação re-
dundante, por um excesso de estímulos
sonoros e visuais, pelos omnipresentes
ecrãs de televisão. Na escola e fora dela,
preencheram-se todos os espaços sociais
e invadiu-se grosseiramente o espaço pri-
vado com a palavra vazia, com o burbu-
rinho inconsequente, com a manipulação
violenta de objectos, com os gestos sacu-
didos e estrepitosos, com o uso intrusivo
do telemóvel. O ruído esconde-nos de nós-
próprios, impede-nos de pensar e camufla
a vacuidade da vida que tem o consumo
como meta. Por isso temos medo do silên-
cio e o despedaçamos vertiginosamente.
Mas tal modo de estar tem um preço —
adultos e crianças apresentam hoje mais
dificuldades de concentração. Por isso, e
se quiserem ser lugar de aprendizagem e
de educação para a civilidade, as escolas
terão de contrariar a tendência dominan-
te, alimentada por empresas de telecomu-
nicações e campanhas de publicidade e
de propaganda, e encontrar uma forma de
amortecer o ruído e de criar os hábitos da
serenidade que propiciam a concentração,
o pensamento e a aprendizagem.
Professora Soledade Santos
QUADRO DE MÉRITOFeita a análise das classificações e do compor-
tamento dos alunos durante o 2.º Período, passa-ram a figurar no Quadro de Mérito da nossa escola onze alunos do 7º Ano, treze do 8º, nove do 9º, dezoito do 10º, vinte e um do 11º, quarenta e oito do 12º e três do Ensino Nocturno. Por ser uma lista bastante longa, não a publicamos, mas pode ser consultada no website do ECB, em http://www.externatobenedita.net/, e no expositor do átrio de entrada do Externato.
Parabéns a todos os alunos que têm trabalhado para alcançar esta meta que a todos nós enche de orgulho!
ANO 3 - Nº 8 TOQUE DE SAÍDA
ARTE E CULTURA 3
Petra Von Kant chora amargamente lágrimas de
desolação, de solidão, de sentimentos que nos inun-
dam ao longo da nossa vida. Sendo uma mulher fria
e segura de si própria e da sua carreira, jamais es-
peraria que o seu primeiro, brutal e verdadeiro amor
fosse por outra mulher, e por uma que a levasse ao
total desespero. Esta é, resumidamente, a história de
As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant.
“Fim de Linha,” título algo incomum para uma peça
incomum, onde crianças lutam pelo poder e mostram
intenções e desejos que se pensaria serem próprios
apenas dos adultos. Mata-se. Morre-se. Facilmen-
te se percebe que nesta peça predomina um humor
negro de uma inocência não tão inocente quanto se
pensava.
As relações humanas são levadas ao limite nas
duas peças, e em ambas assistimos à procura, no
meio do desespero, de alguma felicidade.
Estas são mais duas espectaculares realizações
do grupo de teatro da nossa escola, Os Gambuzinos.
De novo, e a duplicar, se mostra o grande talento
deste grupo, não só ao nível das excelentes inter-
pretações dos actores, mas também da encenação,
cenários e adereços.
Para estes artistas só há algo a fazer: aplaudir!
Alexandre Coelho, 11ºB
Neste livro, publicado em 1932 com
o título original Brave New World, é
descrita uma hipotética sociedade futu-
ra de tipo totalitário – o Estado Mundial
– segundo os «ensinamentos» de Henry
Ford, o criador do Modelo T e um dos
primeiros industriais a utilizar a produ-
ção em série nas suas fábricas.
No romance, a produção em série é
aplicada aos seres humanos, que são
produzidos em laboratório, conforme as
necessidades da sociedade. É por isso
que «mãe» e «pai» são considerados
termos obscenos. Os seres humanos es-
tão organizados em castas: alfas, betas,
gamas, deltas e epsilões. Os alfas são
os mais inteligentes e desempenham
cargos de topo; os epsilões são os me-
nos inteligentes e o trabalho que têm
de realizar é o mais simples. Por vezes,
para obter operários para uma fábrica in-
teira, utiliza-se um único óvulo para criar
vários seres humanos, todos iguais – os
grupos Bokanovsky.
Conforme a casta a que pertencem,
os embriões são condicionados biolo-
gicamente, e as crianças psicologica-
mente. O livro inicia-se com a visita de
alguns estudantes ao Centro de Condi-
cionamento de Londres, e é descrita a
forma como as crianças Delta são con-
dicionadas para não gostarem de livros
nem de flores. Existe também condicio-
namento durante o sono – hipnopedia.
O condicionamento tem como objectivo
principal levar as pessoas a gostarem do
que são obrigadas a fazer.
Os cidadãos deste «mundo novo» to-
mam uma droga, a soma, que lhes per-
mite fugir da realidade sempre que o de-
sejem. Assim, as pessoas nunca sentem
angústia. O lema é: «Com um centicu-
bo, curados dez sentimentos». Bernard
Marx é a única personagem «civilizada»
que sente alguma coisa parecida com o
amor e que se interroga sobre a civiliza-
ção em que vive, porque é diferente dos
outros seres da sua casta (apesar de ser
um Alfa-Mais, Bernard é baixo e feio).
Por outro lado, sente-se atraído por uma
mulher, Lenina, de forma diferente da
dos outros homens que apenas desejam
ter relações sexuais com ela, enquanto
Bernard preferiria ter passeios e janta-
res na sua companhia. Consegue, por
fim, levá-la de férias a uma reserva de
selvagens (um local onde vivem pessoas
nos moldes do passado). Aí, conhecem
John, filho de uma mulher da civilização
que também tinha ido de férias à reserva
e que lá se havia perdido. Tinha engra-
vidado sem querer e vira-se obrigada a
ter a criança, bem como a viver na reser-
va, algo que nunca lhe agradara e a que
nunca se conseguira adaptar.
Bernard leva John para a civilização e
apresenta-o quase como uma aberração
ou um animal de circo: todos o querem
conhecer, e é à custa disso que Bernard
granjeia finalmente a fama que sem-
pre quis e consegue todas as mulheres
que deseja. Contudo, a civilização não
agrada a John. E Linda, sua mãe, que
também havia voltado, morre. A mor-
te era tida como algo vulgar: de facto,
as pessoas morriam em hospitais para
moribundos, vendo televisão e ouvindo
rádio, em divisões inundadas de perfu-
me. As crianças eram levadas a esses
hospitais para serem condicionadas em
relação à morte, a fim de que achassem
que era uma coisa normal. Mas quando
John vê Linda a morrer, fica desnortea-
do. Bernard e um amigo são chamados e
acaba por haver uma cena de pancada-
ria, apenas acalmada pela polícia. Ber-
nard e o amigo são enviados para uma
ilha, e o Selvagem, como era chamado,
escolhe o exílio. Contudo, não consegue
ver-se livre das multidões que perturbam
a sua vida austera. O desfecho comprova
aquilo que John sempre pensara acerca
da civilização: após ter sido incomodado
mais uma vez pelas multidões e pelos
jornalistas, acaba por se ver enredado
numa orgia. Ao acordar, pela manhã, re-
corda-se de tudo e percebe que não con-
segue viver assim. «Comi a civilização»,
terá dito em certa altura a Bernard. Sui-
cida-se, e assim termina a história.
Muitas questões têm sido levantadas
acerca deste livro, inclusive a de que po-
derá ser presságio de um futuro próxi-
mo. Quem sabe?
Marta Santos, 11ºA
www.improvisacoesemdomenor.blogspot.com/
ADMIRÁVEL MUNDO NOVOde Aldous Huxley
Muitas questões têm sido levantadas acerca deste livro, inclusive a de que poderá ser presságio de um futuro próximo. Quem sabe?
OS GAMBUZINOS DUAS PEÇAS ESPECTACULARES
De 8 a 11 de Maio decorreu a VI Feira do Livro do ECB, inaugurada pelo Presidente da Câmara, Dr. Gon-çalves Sapinho. Contámos ainda com a presença da representante do Sector Cultural da Embaixada da Re-pública de Angola, Dr.ª Aldina de Macedo, e do repre-sentante do Sector Comercial, Dr. Paulo Costa.
Para além das 44 editoras, estiveram patentes várias exposições, e o INSE lançou os Cadernos do ECB, de autores vários, com coordenação de Inês Silva. Jorge Pereira de Sampaio e Luís Peres Pereira lançaram o seu livro, 100 Anos de Louça de Alcobaça, apresentado pelo Presidente da Câmara. Tivemos o prazer de contar com a maioria dos empresários do concelho ligados à indús-tria da Louça.
Durante a Feira, foi constante a presença de auto-res para sessões de autógrafos. Assim, tivemos entre nós Amélia Pinto Pais, que apresentou o seu último li-vro, Fernando, Menino da Sua Mãe; Paulo Tavares que, numa tertúlia cheia de entusiasmo, falou sobre o seu livro de poemas, Pêndulo; Vanda Marques que contou às crianças a história da sua última obra, O Milagre de Isabel e Dinis; a jovem autora Catarina Norte que apre-sentou o seu livro, O Mundo Sem Solidão; Susana Gas-par de Almeida e António Silva e Sousa, ambos autores de livros editados pelo INSE; e também João Norte e Ana Zanatti.
As noites foram preenchidas com uma programação diversificada que abarcou teatro, Danças Barrocas, Con-versa com Carlos Paredes e Zeca Afonso, Os Três Te-nores Portugueses, acompanhados pela West European Orchestra, e o Coral e Orquestra Típica de Rio Maior.
O ECB e o INSE estão de parabéns, assim como toda a organização, Professores, Alunos e Funcionários, não esquecendo os Encarregados de Educação que, pela primeira vez, participaram nesta actividade da nossa Escola
Professora Maria José Jorge
VI FEIRA DO LIVRO
ANO 3 - Nº 8TOQUE DE SAÍDA
ARTE E CULTURA4
No dia 22 de Fevereiro de 2008, as turmas D e E do 12º ano passa-ram a tarde na Fundação/Museu de Serralves, apreciando as obras de Robert Rauschenberg.
A Fundação de Serralves é uma instituição cultural de âmbito euro-peu ao serviço da comunidade na-cional. Os seus objectivos prendem-se com a sensibilização do público para a arte contemporânea e para o ambiente, através do Museu de Arte Contemporânea como centro pluri-disciplinar, do Parque como patrimó-nio natural vocacionado para a edu-cação e animação ambientais, e do Auditório como centro de reflexão e debate sobre a sociedade contempo-rânea.
A visita guiada à Fundação/Mu-seu de Serralves iniciou-se com a exposição de Robert Rauschenberg. O primeiro impacto foi altamente ne-gativo, à primeira vista as obras pa-reciam pouco interessantes, tendo alguns alunos utilizado literalmente a expressão “lixo” para definir o que
viam. No entanto, este impacto ini-cial foi ultrapassado, após as expli-cações dos guias. Assim, descobri-mos que a obra de Rauschenberg é uma contínua celebração da materia-lidade do mundo e da acção transfor-madora do artista. E, à medida que decorria a viagem pelas diferentes obras, agrupadas em 5 temas – Car-tões, Venezianos, Antigos Egípcios e Pirâmides, Geadas e Veleiros – os alunos não só despertavam para a genialidade do artista, como também compreendiam a importância das viagens (o título da exposição é “Em Viagem 70-76”) e a denúncia da so-ciedade consumista nos trabalhos de Rauschenberg. Para além disso, o artista pretendia com as suas obras chamar a atenção para problemas do mundo, atrocidades locais e, nal-guns casos raros, celebrar feitos da Humanidade, facto que entusiasmou ainda mais os alunos.
Após a visita à exposição de Raus-chenberg, iniciou-se a descoberta do Parque de Serralves. Aí o entu-siasmo foi crescente, desde o início até ao fim. O design paisagístico e a grande variedade de espécies encon-tradas no Parque provocaram grande admiração pelos jardins. Ainda para mais, a beleza exterior da Fundação era estupenda; desde alamedas com enorme magnificência, até ao espaço íntimo do lago, tudo estava pensado ao pormenor de modo a encontrar uma perfeita harmonia.
E assim terminou a visita a Ser-ralves, e tal foi o impacto positivo da mesma, que os alunos se dirigiram à loja de recordações da Fundação, onde compraram diversos artigos.
Marina Rosário, 12ºE
SERRALVES E RAUSCHENBERG
Embora Portugal não tivesse participa-
do na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), as
difíceis condições de vida dos portugue-
ses, nos anos que se seguiram, eram idên-
ticas às dos povos europeus que partici-
param na guerra. A situação em Portugal
tornou-se de tal modo penosa, que o Es-
tado Novo resolveu disponibilizar verbas
para a assistência infantil. Assim, através
das Juntas de Província, foram criados
diversos centros de protecção à infância,
nomeadamente os “lactários”, locais onde
se fornecia, gratuitamente, leite às crian-
ças pobres.
A Benedita era nesse tempo uma zona
rural muito pobre, que vivia essencialmen-
te de uma agricultura pouco desenvolvida
e que sofria, como o resto do país, o ra-
cionamento dos bens essenciais. Na fo-
tografia, gentilmente cedida pela Sr.ª D.ª
Mariazinha de Almeida, que se encontra
na varanda de sua casa, podemos ver al-
gumas mães que, nos inícios dos anos 50,
regularmente se dirigiam a este lactário,
com os filhos ao colo, para receber o leite
que as ajudaria a alimentar as suas crian-
ças até ao mês seguinte.
Muitos beneditenses, certamente, ain-
da hoje recordarão esses tempos difíceis
de má memória.
Professora Maria José Jorge
BENEDITA – FINAIS DA 2ª GUERRA MUNDIAL
OS LACTÁRIOS
60 ANOS HOT CLUB DE PORTUGAL
Não podia deixar passar este nº 8 do “Toque de Saí-
da” sem fazer uma referência muito especial aos 60 anos
de Hot Clube de Portugal.
Sabiam que o Hot Clube é o mais antigo clube de jazz
de Portugal e que desenvolve a sua actividade ininter-
ruptamente desde 1948? Foi a 19 de Março desse ano
que Luís Vilas-Boas assinou a ficha de sócio nº1 do Hot
Clube de Portugal o qual, desde o início dos anos 80, tem
também a funcionar uma escola de música onde fez a sua
aprendizagem a maioria dos jovens músicos portugueses
de Jazz.
O clube, localizado no nº 39 da Praça da Alegria, em
Lisboa, é obrigatório para quem gosta de Jazz, tendo
sempre programação de qualidade. Pela pequena cave
da Praça da Alegria, ou pela sua Escola de Música, pas-
saram e continuam a passar nomes importantes do Jazz.
Com programação de concertos quase diária, o Hot
Clube é reconhecido tanto em Portugal como no estran-
geiro e, apesar de algumas dificuldades que ciclicamente
tem atravessado, continua a apostar na sua função de
divulgação cultural na cidade de Lisboa.
Professor José Cavadas
ANO 3 - Nº 8 TOQUE DE SAÍDA
ESCOLA VIVA 5
Na sequência do interesse manifestado
pelos alunos do 9º ano durante o ano lectivo
anterior, e no âmbito de conteúdos programá-
ticos da disciplina, as professoras de Francês
propuseram-se organizar uma visita de estudo
ao Futuroscope, em Poitiers. E assim fizeram.
No dia 18 de Março, pelas 22h, cinquenta e
oito alunos dos 9º e 11º anos, acompanhados
por cinco professoras, partiam de autocarro
para terras gaulesas.
O grupo chegou ansiosamente a Poitiers no
dia seguinte, após “infindáveis” horas de via-
gem. Seguiu-se o jantar e a acomodação no
hotel. Para os alunos que nunca ha-
viam estado no estrangeiro tudo isto
era novo: o país, a necessidade de se
expressarem noutra língua, a comida,
etc. Todos manifestavam grande curio-
sidade pelo que se iria passar nos dois
dias seguintes, os da permanência no
parque do Futuroscope.
Primeiro dia no Futuroscope: fo-
mos acompanhados por um guia por-
tuguês, para felicidade dos alunos. O
guia permaneceu connosco durante
todo o dia, seleccionando os pavilhões e as
actividades de maior interesse e dando-nos
indicações acerca da programação do dia se-
guinte. Após um merecido jantar, e numa noite
bastante fria, o grupo assistiu ao espectáculo
nocturno “La Forêt des Rêves”, uma mistura
mágica de som, luz e cor num palco de água.
Imperdível!
No dia seguinte fomos brindados com chu-
va durante a manhã, mas nem por isso houve
desânimo. Repetimos algumas experiências,
vivenciámos outras e, como não podia deixar
de ser, seguiram-se as tão esperadas compras
– os souvenirs para os familiares dos alunos
que contribuíram para lhes proporcionar esta
viagem.
Retemperadas as energias, foi a nostalgia
do regresso, a constatação de que a aventu-
ra terminara; agora só as muitas recordações
guardadas nos sacos, na retina e na memó-
ria das máquinas fotográficas. O regresso, no
dia 21 à noite, foi “o repouso do guerreiro”, o
sono há muito adiado pela expectativa, e ago-
ra possível.
Foi uma experiência de muita coragem por
parte das professoras que se propuseram
acompanhar este grupo, permitindo a muitos
alunos realizar um sonho que parecia impos-
sível. O sentido de responsabilidade e o espí-
rito de cooperação que os alunos manifesta-
ram durante a viagem deixa uma porta aberta
para que no ECB se continue a sonhar…
As Professoras de Francês
Pela primeira vez na história do ECB, um
grupo de alunos do Ensino Recorrente efec-
tuou uma visita de estudo fora do país, a Huel-
va, Espanha, onde visitou a mina, o museu e o
bairro inglês de Rio Tinto.
A viagem iniciou-se por volta das 5.30h,
com a concentração dos alunos junto ao Ex-
ternato, de onde partimos em direcção a Es-
panha. Chegámos ao museu mineiro cerca
das 10.20 e aí fomos recebidos pelo guia, o
Sr. Júlio. Chegados à mina de Peña de Hier-
ro, a 10 km da povoação de Rio Tinto, o guia
levou-nos a visitar a mina a céu aberto que
fora explorada primeiramente pelos romanos,
há 2000 anos, e depois pelos ingleses. Esta
é uma das mais belas paisagens naturais de
toda a zona mineira de Rio Tinto. Deste lugar
pode desfrutar-se de uma inigualável vista,
entrar numa galeria da mina e saber onde a
Cab e a NASA realizam as suas investigações
para o projecto “Marte”. Ao visitar a perfura-
ção mineira, pudemos ver a cor da água, roxa
escura. Esta cor deve-se ao facto de o solo
ter muito minério e este, em contacto com a
água, oxidar, deixando-a roxa escura. Daí o
nome Rio Tinto.
Ficámos a apreciar a paisagem até cerca
das 12.30, sendo depois levados pelo guia até
ao ferro-carril turístico que parte de um antigo
apeadeiro situado nas imediações do núcleo
urbano de Rio Tinto em direcção a Nerva e re-
aliza vários trajectos, um de 10 km e outro de
23 km. Estes correm paralelos ao rio por uma
linha-férrea construída em finais do séc. XIX,
por uma companhia inglesa, “Rio Tinto Com-
pany Limited”, com o intuito de transportar o
mineral e de o exportar para a Inglaterra. Este
atractivo turístico é constituído por vagonas
antigas, proporcionando aos turistas grandes
surpresas, como a observação da bela cor
roxa escura do Rio Tinto serpenteando entre
cerrados bosques de pinheiros a cercar as pri-
meiras estações construídas na zona.
Por volta das 16h, dirigimo-nos de novo
ao museu, tendo sido recebidos por um ou-
tro guia, de nome Raul, que nos conduziu na
visita ao museu situado num antigo hospital
inglês. Aqui se pode admirar uma vasta colec-
ção de peças arqueológicas que permitem da-
tar o início das actividades mineiras da Idade
do Cobre. Entre as numerosas peças desta-
cam-se as locomotoras dos princípios do séc.
XX, sobretudo o popular vagão ”Del Mahara-
já”, autêntica obra de arte em madeira e couro
trabalhados, construída em Birmingham para
uma viagem à Índia da Rainha Vitoria.
De seguida, fomos visitar o bairro inglês
em Huelva, antigo bairro de finais do séc. XIX,
construído para acolher os numerosos técni-
cos e directores ingleses chegados a Rio Tin-
to para dirigirem as minas. Este bairro, onde
não era permitida a entrada de pessoas que
não fossem inglesas, surpreende os visitantes
pela arquitectura de estilo vitoriano. Possui
um presbitério, um clube social e um cemitério
onde as lápides estão em inglês. Visitámos a
casa nº 21 da Bela Vista que é uma secção
etnográfica do museu mineiro de Rio Tinto,
casa de estilo vitoriano totalmente restaurada
e equipada, onde é possível fazer uma viagem
no tempo ao observar quadros com memórias
de África e da Índia. Aqui acabámos a visita a
Espanha e seguimos em direcção a Faro onde
dormimos na pousada da juventude.
No sábado de manhã, aproveitámos ainda
para uma breve visita à ilha de Faro e em se-
guida partimos rumo à Benedita.
Foi um passeio bem planeado e bem orga-
nizado que agradou a todos os alunos, e du-
rante o qual pudemos perceber como era duro
o trabalho da mina, pois os trabalhadores, pri-
sioneiros vindos do Norte de África – cerca de
450, trabalhando em turnos e alimentados a
pão e água – tinham uma duração de vida de
dois meses a um ano, conforme o trabalho que
executavam. Existe ainda na zona uma planta
de cor rosada chamada Eriça, que foi trazida
propositadamente para ali, pois alimenta-se
de enxofre e a sua função era a absorção do
mesmo, de modo a prevenir a intoxicação dos
trabalhadores. Desta mina foram retirados cer-
ca de 450 milhões de toneladas de minério.
Fátima Santos e Samuel Pereira, 11º Ano do Ensino
Recorrente por Módulos
UMA VISITA DE SONHO
ALUNOS DO ECB EM FRANÇA
VISITA DE ESTUDO AO FUTUROSCOPE
ANO 3 - Nº 8TOQUE DE SAÍDA
6 ESCOLA VIVA
Como já vem sendo costu-
me, as professoras de Fran-
cês do Externato organizaram
uma jornada em que a língua e
cultura francesas são o tema.
Esta iniciativa destina-se a fes-
tejar com todos os alunos desta
disciplina mais um ano de tra-
balho, pretendendo-se que se-
leccionem aspectos da língua,
cultura e civilização francesas,
os interpretem e apresentem à
escola através de um desfile.
Os concorrentes, individuais
ou em grupo, são avaliados por
um júri e os três melhores clas-
sificados recebem um prémio.
Esta actividade, que envol-
veu cerca de 150 alunos, de-
correu na cave do CCGS, na
manhã do dia 18 de Abril. Os
premiados deste ano foram os
alunos do 7º E com Tour de
France; os do 7º C, que inter-
pretaram Ratatouille; e o 7º A,
que apresentou os gulosos Les
Crêpes, classificados respecti-
vamente em primeiro, segundo
e terceiro lugar.
Aos alunos do Ensino Se-
cundário foi solicitada a ela-
boração de um texto para o
Concurso Literário, tendo sido
seleccionada a melhor produ-
ção de cada nível de ensino.
Os vencedores deste concurso
foram os alunos: Miguel Lopes
do 10º C, Juliana Belo do 10º
A e Diogo Feliciano do 11º C,
que receberam um prémio ofe-
recido pela Porto Editora.
E, como não podia deixar
de ser, a gastronomia francesa
também esteve presente com
a já habitual confecção e ven-
da de crêpes e de outras es-
pecialidades, a cargo da turma
do 9º H e da sua professora
de Francês. Todos os alunos
receberam um certificado de
participação e uma pequena
lembrança.
Aproveitou-se o momento
para projectar um vídeo sobre
a visita de estudo ao Futuros-
cope, e o Sr. Director do ECB
entregou diplomas aos alunos
participantes, os quais de-
monstraram um comportamen-
to exemplar na referida activi-
dade.
As professoras de Francês
DIA DO FRANCÊS NO EXTERNATO
O CCGS DE AZUL, BRANCO E VERMELHO QUICHE LORRAINE
A quiche lorraine é uma receita tra-
dicional da Lorena, região do nordes-
te da França, e foi um dos muitos pra-
tos confeccionados no Externato, no
Dia do Francês. É uma tarte salgada,
normalmente servida como prato prin-
cipal, mas, entre nós, o seu uso é co-
mum como entrada ou em “cockails”.
Ingredientes:
1 massa folhada de compra
200 g de bacon cortado
1 cebola média
4 ovos
1 pacote de natas
Pimenta q.b.
Noz-moscada q.b.
Preparação:
Retire a massa do frio cerca de 5
minutos antes de começar a fazer a
quiche. De seguida ligue o forno a
cerca de 180º. Estenda a massa numa
tarteira e espalhe os pedacinhos de
bacon por cima. Numa frigideira leve a
alourar num bocadinho de azeite a ce-
bola cortada em rodelas. Bata, numa
tigela, os ovos com as natas e tempe-
re com um pouco de noz moscada e
pimenta. Deite a cebola refogada por
cima do bacon e, por último, verta os
ovos com as natas. Leve ao forno cer-
ca de 25 minutos.
Professora Isabel NetoDois projectos de alunos do Ex-
ternato foram seleccionados para
o 16º Concurso “Jovens Cientistas
e Investigadores” e estão patentes
na Mostra de Ciência que decorre
entre 22 a 24 de Maio no Museu
da Electricidade, em Lisboa.
Segundo informações da pro-
fessora Paula Castelhano, o tra-
balho “O que p’rá aqui vai de
sex(o)… ualidade!” foi realizado
pelos quinze alunos de Biologia
do 12º B, mas, para efeitos de
concurso, foram eleitos três repre-
sentantes que tiveram um papel
crucial na produção final do tra-
balho: a Ana Maximiano, a Joa-
na Cavadas e o Luís Crisóstomo.
Quanto ao 10º A, concorreu com o
projecto “À procura do Invisível…
na Cantina!”, da responsabilidade
da Laura Gonçalves, da Mariana
Rodrigues e da Mónica Fialho. A
estes alunos e aos seus profes-
sores apresentamos felicitações
e desejamos sucesso na próxima
fase desta competição.
O Concurso “Jovens Cientistas
e Investigadores” é organizado
pela Fundação da Juventude e o
júri presidido pela Ciência Viva -
Agência Nacional para a Cultura
Científica e Tecnológica. De âmbi-
to nacional, o Concurso pretende
“promover os ideais da coopera-
ção e do intercâmbio entre jovens
cientistas e investigadores, e es-
timular o aparecimento de jovens
talentos nas áreas da Ciência, da
Tecnologia, da Investigação e da
Inovação”, como pode ler-se na
página da Fundação: http://www.
fjuventude.pt/jcientistas2008/
JOVENS CIENTISTAS DO ECB
NA MOSTRA DE CIÊNCIA EM LISBOA
INQUÉRITO DE SATISFAÇÃO A ALUNOS
Foram recolhidas 989 respostas ao Inquérito de Satisfação de
Alunos, perfazendo 75% dos alunos matriculados. Gostaríamos
de partilhar alguns resultados provisórios, pois o tratamento não
está concluído.
Apraz-nos registar que nos itens “Tenho confiança na escola” e
“Recomendo esta escola aos meus amigos” a classificação média
apurada foi, respectivamente, de 3,9 e 4,2, isto é, Bom ou Muito
Adequado. As percepções menos positivas obtêm uma classifi-
cação média de 3 (Adequado) e dizem respeito à segurança, ao
funcionamento da Associação de Estudantes e ao funcionamento
de alguns serviços de apoio (Reprografia, Papelaria, Cantina). As
percepções mais positivas, com classificação média de 4 (Muito
Adequado) dizem respeito ao horário, atendimento e qualidade
de serviços de apoio (Bar, Sala de Alunos, Biblioteca). Nota-se a
percepção de que a higiene e conservação das instalações é um
esforço de todos, em que os alunos se sentem comprometidos,
ainda que haja margem para melhorar.
Agradece-se a colaboração de alunos e directores de turma
neste esforço de recolha de opiniões, indispensável à melhoria da
qualidade do serviço prestado pela escola.
Ana Luísa Quitério, Equipa Melhoria 1
ANO 3 - Nº 8 TOQUE DE SAÍDA
ESCOLA VIVA 7
A Educação para a Saúde
tem-se revelado uma estratégia
imprescindível na prevenção da
doença e do mal-estar, actuando
sobre os factores de risco. Neste
sentido, a Educação Sexual, en-
quanto contributo para a formação
pessoal e social dos indivíduos e
para a promoção da saúde sexual
e reprodutiva, vem ganhando pro-
tagonismo crescente nos sectores
da Educação e da Saúde.
De acordo com a nova legis-
lação relativa à Educação para
a Saúde, esta deve integrar os
projectos educativos das escolas,
numa clara aliança entre Educa-
ção e Saúde. De facto, a escola
tem um papel privilegiado no pro-
cesso educativo, possibilitando
às gerações mais jovens a apro-
priação de saberes, valores e
competências para a vida. Neste
sentido, o Externato Cooperativo
da Benedita tem assumido a sua
função educativa de olhos pos-
tos no progresso e na evolução
da sociedade, incluindo a forma-
ção da identidade global dos seus
alunos, promovida pelo Projecto
Crescer para a Vida.
Partindo da noção clara de que
a dimensão humana é eminente-
mente relacional e íntima, e de
que a sexualidade tem uma ver-
tente emocional e é um elemento
essencial na formação da identi-
dade, da auto-estima e do bem-
estar físico e emocional dos indi-
víduos, a escola criou, este ano,
um espaço de promoção e edu-
cação para a saúde, denominado
Espaço de Atendimento a Jovens
na Escola (Espaço AJE). Trata-se
de um espaço de apoio, aconse-
lhamento, informação e formação
destinado a todos os alunos da
escola e centrado em temas rela-
cionados com a Educação Sexu-
al, Educação para a Sexualidade
e Promoção da Saúde. Mantém
o blogue: www.blogdoespacoaje.
blogspot.com
O Espaço AJE dinamizou acti-
vidades como a Semana da Saú-
de (7 a 22 de Abril), em que se
realizaram sessões sobre Estilos
de Vida Saudáveis, para as tur-
mas do 7º ano, numa metodolo-
gia activa e centrada no lúdico,
aliando conhecimento e aprendi-
zagem. Ao longo do ano lectivo,
foram também comemoradas da-
tas especiais: o Dia Mundial de
Luta Contra a Sida – “Não te dei-
xes APANHAR pela SIDA” – assu-
mindo os alunos um papel activo
de educadores dos seus pares; o
Dia do Não Fumador – “Mais Vida
sem Tabaco”; o Dia dos Namo-
rados – “Emoções Alternativas…
Descobre os sabores” – tendo-se
procurado sensibilizar os alunos
para a importância dos afectos.
Algumas turmas puderam ain-
da contar com workshops: “Como
(sobre)viver em equipa”, no âm-
bito do projecto “Viver a Escola”;
“Salta Barreiras”, no Dia Interna-
cional da Tolerância; e “Espanta
Fumos”, em comemoração do Dia
do Não Fumador. O Espaço AJE
promoveu também a realização
de sessões sobre sexualidade
– “Sexualidade & Contracepção”
e “Será isto um bicho de 7 ca-
beças?” – e implementou o Pro-
jecto “Sexualidade Saudável. Tu
alinhas?”, destinado a uma tur-
ma do 9º ano, projecto esse que
envolveu os pais e encarregados
de educação, abrindo-se assim o
“Espaço p’ra Pais”.
De modo a envolver os alunos
nas actividades, foi criado um
grupo de voluntários na escola,
denominado “Agarra-te à Vida”,
grupo que participa na elaboração
de materiais e na dinamização de
algumas actividades. Este grupo
participou no Atelier “Educa-te a
par(es)” que abordou a importân-
cia da Educação pelos Pares, no
sentido de aprender para ensinar.
Estas e outras actividades de-
correram no âmbito do Estágio
Curricular do Mestrado em Ciên-
cias da Educação na área de Edu-
cação Social – Crianças, Jovens
e Famílias – da Faculdade de Psi-
cologia e de Ciências da Educa-
ção da Universidade de Coimbra,
da estagiária Cristiana Pereira de
Carvalho.
Segundo Machado Caetano, a
“Educação Sexual é um concei-
to global que inclui a identidade
sexual, o corpo, as expressões
da sexualidade, os afectos, a re-
produção e a promoção da saúde
sexual e reprodutiva”. Parafra-
seando este autor, a verdadeira
Educação Sexual é a Educação
da Capacidade de Amar.
Cristiana Carvalho
Educóloga-Estagiária
Uma grande preocupação que actualmente
paira sobre as mentes dos pais prende-se com
a possibilidade de os filhos virem a sofrer de
anorexia nervosa, doença grave de que tanto
se ouve falar.
Assim que notam uma perda de peso, é
compreensível que fiquem assustados; no en-
tanto, entrar em pânico e obrigar, por todos os
meios possíveis, a/o jovem a ingerir alimentos
não é solução e vai decerto complicar a rela-
ção entre os pais e o adolescente. Em caso
de dúvida, há que levá-lo a uma consulta de
aconselhamento e avaliação nutricional, an-
tes de entrar em pânico. Isto porque existem
várias situações ao longo do crescimento que
podem provocar perca de peso, voluntária ou
involuntária, e ser confundidas com anorexia.
Quando nos deparamos com um adoles-
cente que está a perder peso, é necessário
termos em conta que uma das características
que define a adolescência é uma outra forma
de olhar para o corpo, diferente daquela que
se utilizava na infância. Os adolescentes cen-
tram-se no seu corpo – um corpo que muda
quase de dia para dia e, como tal, origina in-
seguranças e desconforto, um sentimento de
não se sentir bem naquela pele! Daí ser fre-
quente tantos adolescentes iniciarem dietas
nesta fase da sua vida: querem ser bonitos,
ter o corpo definido, sentirem-se confortáveis
dentro das roupas que gostam de vestir e,
acima de tudo, atraírem o olhar do outro. Isto
é um comportamento positivo e necessário à
aceitação de si próprio e à integração no gru-
po de pares. Por outro lado, é usual que, em
situações de angústia, stress ou perda, os jo-
vens – tal como os adultos – percam o apetite
e, por consequência, percam peso!
Portanto, nem todos os casos de perca de
peso na adolescência significam uma anorexia
nervosa! É importante que os pais e os técni-
cos tenham a serenidade necessária para uma
correcta avaliação de cada situação e para in-
tervirem de modo adequado.
Nestas situações é fundamental que os
pais estejam atentos ao crescimento dos fi-
lhos e que percebam as suas tristezas. Deixá-
los expressar o que sentem é importantíssimo
para o sentimento de segurança e confiança
na família. Desta forma, poderão aperceber-
se mais facilmente se a perda de peso resulta
do desejo de se tornarem mais agradáveis ao
olhar – ao seu e ao dos outros – ou se o filho
ou filha passaram recentemente por uma im-
portante perda, como por exemplo uma zanga
com um grande amigo, namorado, a morte de
alguém próximo, etc. Em muitas situações, o
simples facto de o adolescente poder contar
aos pais o que se passa e ouvir a sua opinião
e conselhos é, por si só, o tratamento para o
problema.
Margarida Ferreira, Psicóloga do ECB
PROMOÇÃO E EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE
A ADOLESCÊNCIA, O APETITE E A FALTA DELE
ANO 3 - Nº 8TOQUE DE SAÍDA
8 ESCOLA VIVA
Educar é acreditar na VIDA! Esta asser-
ção pertence ao quotidiano de todo o adul-
to – pai, professor ou educador. Compete a
esse adulto, com sapiência e sensibilidade,
actuar de modo equilibrado e indolor sobre a
criança ou jovem com dificuldades em apren-
der, crescer, viver.
A intervenção ou reeducação de um jovem
com Dificuldades Específicas de Aprendiza-
gem é um processo de muita responsabilida-
de, pois há que ensinar a superar os obstácu-
los. Neste sentido, considero a determinação
tão importante quanto a capacidade intelec-
tual.
Vejamos as características mais comuns
de um disléxico: dificuldade em processar in-
formação oral (identificar, articular, distinguir
e usar sons da língua); na leitura e na escri-
ta, tem por hábito trocar letras (perceber vs
preceber), omitir letras (bolsa vs bosa), di-
ficuldade em converter letras em sons/pala-
vras (lixu, eisterior, xaveiro) e em apreender
e usar palavras novas. Psicologicamente, o
disléxico regista atrasos do desenvolvimento
perceptivo-visual, da coordenação dinâmica
e do esquema corporal. Estas disfunções ou
perturbações fazem dele um aluno natural-
mente mais lento. Na origem do problema,
factores neurológicos e cognitivos. Neurolo-
gicamente, os disléxicos típicos têm proble-
mas de lateralidade. Cognitivamente, apre-
sentam défices perceptivos, de memória e de
processamento da linguagem.
As características principais do disléxi-
co são a capacidade intelectual normal, as
dificuldades específicas na leitura e escrita
e a ausência de deficiência. Quanto às ha-
bilidades básicas, revela intuição elevada,
predominância da imagem em detrimento
da palavra, imaginação, visão prática aliada
à curiosidade natural e consciência do meio
envolvente. A sua dinâmica pessoal eviden-
cia atenção instável devido ao esforço inte-
lectual que tem de despender para superar
as dificuldades; desinteresse pelo estudo
devido à marginalização familiar e escolar; e
inadaptação provocada pelo desajuste emo-
cional (insegurança, teimosia…). Na sua di-
nâmica escolar, o disléxico manifesta ansie-
dade, angústia e insucesso(s) frequente(s).
Assim, o perfil de aprendizagem do dislé-
xico exige à escola medidas que não passem
pelo facilitismo, mas pela compreensão e
implementação de ensino diferenciado, mo-
tivação e uma avaliação justa. O professor,
com o apoio da família, deve transformar a
informação em conhecimento e em experi-
ência, pois só se aprende a fazer, fazendo.
A intervenção tem de ser frequente, criativa,
sistemática, gradual e planificada de forma a
ensinar o indivíduo a pensar, a ser crítico e a
promover a auto-estima que será a alavanca
para construir confiança e acreditar na vida.
É com base nestas crenças e com o apoio
do corpo docente que o Gabinete Dificulda-
des Específicas de Aprendizagem – Leitura/
Escrita do ECB trabalha. Centra a sua actu-
ação na minimização das dificuldades des-
tes alunos e, uma a duas vezes por sema-
na, cada disléxico realiza exercícios que lhe
permitem desenvolver as áreas instrumentais
(psicomotricidade, linguagem, leitura, escri-
ta, percepções).
A máxima do Gabinete DEA-LE é: A disle-
xia é um distúrbio que sem apoio se agudiza
e que com auxílio adequado se minimiza.
Professora Paula Cristina Ferreira,
Coordenadora do Gabinete DEA-LE
À EQUIPA DO SORRISO AMIGO
HOMENAGEM CARINHOSA
Trabalhar em prol do Outro é aliciante e
gratificante. De facto, quando observo os
elementos que fazem parte da Associação
Sorriso Amigo, surgem-me algumas pala-
vras que acredito caracterizarem esta Equi-
pa. São elas: profissionalismo, dedicação,
partilha, dinamismo, paciência, tolerância,
solidariedade, espírito de grupo, entreajuda
e confiança num futuro mais justo.
Trabalhando em grupo ou até mesmo indi-
vidualmente, cada elemento apresenta gran-
de responsabilidade no trabalho que desen-
volve. Na Equipa partilham-se experiências,
sendo o dever de sigilo escrupulosamente
cumprido. Respeita-se o Outro enquanto ser
humano único e insubstituível, que deve ser
amado enquanto tal, não se fazendo discri-
minações de raça, sexo, idade ou nacionali-
dade.
Admiro cada elemento da Equipa pela sua
persistência e pelo seu bom-senso. É um
trabalho inesgotável, que dá muitas vezes a
sensação de “nada” ter sido feito. Mas sem
a sua ajuda e perseverança, a tristeza e o
sofrimento e a miséria de todos aqueles que
são apoiados seriam muito maiores, sobre-
tudo os de muitos dos nossos alunos que a
Equipa tem ajudado de forma empenhada.
Penso que são um exemplo a seguir em
outras escolas. Envolvem os alunos e toda
a restante comunidade em actividades que
devem ser de todos e não só de alguns. Va-
lores como a solidariedade, a tolerância, a
partilha e o respeito pelo Outro são transmi-
tidos e, sobretudo, sentidos...
Bem-hajam!
Professora Ana Paula Barosa,
Coordenadora do Projecto Sorriso Amigo
EDUCAR É ACREDITAR NA VIDA!
O auditório do Centro Cultural
Gonçalves Sapinho foi, mais uma
vez, palco do Festival de Teatro Es-
colar – Festteatro, que decorreu entre
os dias 18 e 20 de Abril. Este evento
conta com a presença de escolas de
várias regiões do país e com o grupo
de teatro da casa, Os Gambuzinos,
que já nos habituou a grandes peças
e exibiu o seu mais recente trabalho,
Fim de linha.
A manhã de sexta-feira foi reserva-
da aos alunos do Externato e, ao iní-
cio da tarde, o CEERIA de Alcobaça
levou à cena a sua peça. Foram, no
total, oito peças de teatro que propor-
cionaram à plateia bons momentos,
com destaque para a peça Apanha-
dos na rede, pelo Instituto Superior
Técnico de Lisboa que, perante uma
plateia quase repleta e completamen-
te rendida, arrebatou o riso e o aplau-
so dos presentes.
É de assinalar a crescente qua-
lidade das peças apresentadas e a
igualmente crescente adesão do pú-
blico, com especial destaque para os
jovens que não perdem a oportunida-
de de assistir a mais um momento de
cultura e boa disposição. É igualmen-
te de assinalar o entusiasmo das es-
colas que nos acompanham desde o
primeiro festival e que se habituaram
a marcar nas suas agendas uma pas-
sagem pela Benedita.
O grupo organizador do Festteatro
BENEDITA – UM GRANDE PALCO
V FESTTEATRO
Apanhados na rede, pelo IST
ANO 3 - Nº 8 TOQUE DE SAÍDA
MENTE SÃ EM CORPO SÃO 9
VI NOITE ESTAPAFÚRDIA
No passado dia 15 de Março, realizou-se
no pavilhão gimnodesportivo do Externato Co-
operativo da Benedita um espectáculo intitula-
do “Noite Estapafúrdia VI”. Como o nome indi-
ca, foi a 6ª edição deste sarau organizado pelo
grupo de Educação Física, com o objectivo de
divulgar a toda a comunidade as actividades
desenvolvidas pelo Clube Estapafúrdio.
Houve apresentações de várias modali-
dades, como Ginástica de Solo e Aparelhos,
Acrobática, Trampolins, Aeróbica, Danças de
Salão e Rappel. Além disso, foram entregues
os Prémios Estapafúrdios (Óscares da esco-
la), atribuídos a várias categorias, como o alu-
no mais popular, o super-professor, o super-
funcionário (votados somente pelos alunos da
escola), entre outros, atribuídos pelo Grupo
de Educação Física.
Nesta “Noite Estapafúrdia VI”, houve novi-
dades, como a renovação do logótipo, criado
pela aluna Flávia Grilo e a actuação da Or-
questra Estapafúrdia, composta por alunos,
ex-alunos e Encarregados de Educação da
escola, tendo como maestrina a aluna Neuza
Rebelo.
Outra grande novidade e surpresa foi a
apresentação do espectáculo pelo aluno Paulo
Batista, que utilizou o seu humor para caracte-
rizar alguns apresentadores portugueses, bem
como personagens do nosso quotidiano, e que
está de parabéns pelo seu desempenho.
Compareceram cerca de 1800 pessoas e
participaram 170 alunos que trabalharam vá-
rios meses para que tudo corresse na perfei-
ção – ensaios duros e muito tempo dispendido,
para que fosse um espectáculo em grande, e
assim foi.
Penso que o esforço de todos aqueles que
contribuíram para esta noite (alunos, profes-
sores e funcionários) foi recompensado com
o sucesso que ela obteve, e para todos com
certeza passou depressa demais, depois de
tanto trabalho, mas o espectáculo é assim:
pequenos momentos gratificantes compensam
muitos momentos de trabalho. Foi, sem dúvi-
da, uma noite diferente, fortalecendo a ligação
da escola com toda a comunidade.
Bruna Cruz, 11º F
Benedita em Movimento
Realizou-se no dia 4 de Maio
mais uma edição da “Benedita
em Movimento”, uma iniciativa
da Junta de Freguesia da Be-
nedita no âmbito das comemo-
rações da elevação a vila. Esta
iniciativa teve a colaboração
do Externato Cooperativo da
Benedita, com o intuito de pro-
mover o convívio através do
Desporto e despertar a popula-
ção para as questões da saúde
e do bem-estar.
Pelo terceiro ano consecu-
tivo, os alunos do 12º ano do
Curso Tecnológico de Desporto
(12º I) foram responsáveis pela
organização deste evento com
o apoio das professoras de Or-
ganização e Desenvolvimento
Desportivo (Dr.ª Ângela Gens)
e de Práticas Desportivas Re-
creativas (Dr.ª Rita Pedrosa)
Durante o dia houve inúme-
ras actividades que se realiza-
ram na principal avenida da Be-
nedita, que esteve fechada ao
trânsito, possibilitando assim
à população usufruir daque-
le espaço para as mais varia-
das actividades: rappel, slide,
paintball, spinning, rastreios
preventivos (colesterol, tensão
arterial, índice de massa cor-
poral), actividades aquáticas,
equitação, entre outras. Estas
actividades decorreram entre
as 09:00h e as 17:00h, regis-
tando-se enorme adesão em
clima de amizade e de gran-
de desportivismo. Parabéns à
Junta da Freguesia da Benedi-
ta e aos alunos do 12º ano do
curso Tecnológico de Desporto
do Externato Cooperativo da
Benedita.
Compal Air 3X3
A competição de Basquete-
bol Compal Air continua a ter
grande adesão por parte dos
alunos da nossa escola. No dia
9 de Abril realizou-se a fase de
escolas no Externato Coopera-
tivo da Benedita. A competição
decorreu num clima de despor-
tivismo e entusiasmo, tanto por
parte dos alunos participantes
como também pelos que assis-
tiram e apoiaram de forma en-
tusiástica.
No dia 14 de Maio realizou-
se a fase regional e, no dia 7
de Junho, irá realizar-se a fase
nacional da competição.
Semana Cultural
O grupo de Educação Fí-
sica organiza um passeio de
bicicleta inserido nas activida-
des da semana cultural. Esta
actividade já se realizou o ano
transacto, tendo-se registado
uma boa participação por parte
dos alunos. O grupo de Educa-
ção Física considera a inicia-
tiva proveitosa pois os alunos
podem desfrutar da natureza e
de actividades que durante o
ano lectivo não é possível re-
alizar.
O grupo de Educação Física
XI TORNEIO XADREZROTARY CLUBE DA
BENEDITA
Realizou-se no dia 25 de Abril de
2008 o XI Torneio Rotary Clube da
Benedita, com a presença de 37 jo-
gadores representando 13 clubes.
Carlos Carneiro, da Academia Xadrez
Mem Martins, foi o vencedor. No final
do torneio, houve um beberete para
os jogadores, acompanhantes e rotá-
rios. Um excelente convívio!
Da Academia Xadrez da Benedita,
destacaram-se, por escalões: Sub 08,
Pedro Jacinto, em 3º lugar; Sub 10,
Francisco Cavadas, em 2º, e António
Lopes, em 3º; Sub 14, Rui Lopes, em
2º, e Bernardo Vinagre, em 3º; Sub
16, Mariana Silva, em 1º, Anatoliy La-
dyka, em 2º, e Tiago Ezequiel, em 3º;
Sub 18: Licínio Cruz, em 1º lugar.
Os melhores jogadores de Acade-
mia Xadrez da Benedita foram Maria-
na Silva, com 5 pontos, José Cava-
das, com 4 pontos e Rui Lopes, com
3 pontos.
Professor José Cavadas
NOTÍCIAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
ANO 3 - Nº 8TOQUE DE SAÍDA
OLHAR CIRCUNDANTE10
Sofia Ferreira Guerra nasceu na Quinta de
Vale de Ventos, propriedade dos condes de
Rio Maior e, adolescente, veio viver para o
lugar da Pedra Redonda, onde ainda reside.
Muito precocemente, mostra sinais de talento
para a pintura e assim se foi descobrindo uma
artista nata. Ainda na Quinta de Vale de Ven-
tos, começa a pintar espontaneamente nas
paredes e inicia-se no desenho a carvão.
A criação estética é entendida pela pintora
como uma graça que Deus lhe deu e que ela
soube, à medida das condições de que foi dis-
pondo, aproveitar da melhor maneira, pois fez
sempre o que realmente lhe dava prazer. As
suas primeiras lições fo-
ram de desenho a carvão
e depois rapidamente
passou a outras técnicas,
nomeadamente pintura a
óleo. O Professor Lucia-
no dos Santos, então do-
cente na Escola Superior
de Belas Artes, ensinou-
lhe, em Alcobaça, muito
do que sabe, técnica e
academicamente. À me-
dida que ia produzindo,
ia vendendo, pois ha-
via, e continua a haver,
muitos interessados. Foi
divulgando os seus tra-
balhos em exposições,
dentro e fora da região.
A maior exposição das suas obras teve lugar
no salão do Hóquei Clube de Turquel.
Aprendeu também a arte da música, por-
que, como afirma: «Quem sabe pintar, sabe
tocar»; e ainda: «Os verdadeiros pintores são
todos músicos».
No seu entender, a Bíblia é uma fonte de
inspiração inesgotável, pelo que os seus pri-
meiros trabalhos representavam episódios de
inspiração sacra, tendo sido vendidos para In-
glaterra. A propósito da inspiração na Bíblia,
Sofia Guerra considera que os pintores têm
de «pintar a verdade». As naturezas mortas
são outra temática permanente na sua obra.
O seu trabalho mais conhecido talvez seja um
quadro pintado a óleo intitulado “A Última Ceia
de Cristo”, que tem percorrido o país de lés-
a-lés.
Sofia Guerra, detentora de um portentoso
dom natural, confessou à redacção do Toque
de Saída que «a pintura é uma doença e um
mistério», e que merece ser cultivada na tran-
quilidade e quietude que o isolamento do cam-
po proporciona.
Professores Clara Peralta e Valter Boita
ARTISTAS DA NOSSA TERRA
No passado dia 3 de Abril, deslocámo-nos à
cidade do Porto, juntamente com os professo-
res Deolinda Castelhano, Margarida Vinagre e
Alexandre Lourenço, para participar no 9º Fó-
rum do Ensino Particular e Cooperativo - Di-
nâmica Privada, Serviço Público de Qualidade
que decorreu entre os dias 4 e 6 desse mês.
Este fórum tem por objectivo promover o in-
tercâmbio pedagógico e mostrar o empenho e
o contributo do Ensino Particular e Cooperativo
no esforço nacional para a melhoria do Siste-
ma Educativo Português. A nossa participação
no fórum permitiu-nos tomar conhecimento dos
projectos desenvolvidos noutras instituições de
ensino, do mesmo modo que nos deu o privilé-
gio de divulgar a nossa escola.
Durante esses quatro dias, também pude-
mos conhecer um pouco melhor a cidade do
Porto, aproveitando o tempo livre para visitar
as Caves do Vinho do Porto Ferreira e a Igreja
da Ordem de São Francisco.
Para além de tudo isto, tivemos ainda a
oportunidade de presenciar a festa dos adep-
tos portistas que, no dia 5 de Abril, foram cam-
peões nacionais de futebol. Foi uma experiên-
cia nova, mais uma a juntar às outras que já
referimos!
David Susano. Laura Gonçalves e Mónica Fialho, 10ºA,
João Pestana, 10ºD
5ª EDIÇÃO EM GOUVEIA
FESTIVAL NACIONAL DO SECUNDÁRIO
Espírito de amizade, partilha, convivência e, sobretudo, muita diversão! Foi a base da 5ª
Edição do Festival Nacional do Secundário em Gouveia, durante o qual estudantes de todo
o país puderam conviver durante cinco dias, no parque da Senhora dos Verdes, dotado de
óptimas condições.
Um grupo de alunos da nossa escola participou nessa que foi a maior concentração de
jovens do Ensino Secundário no país.
Com o apoio de uma equipa excepcional, disposta a dar qualquer tipo de auxílio e,
sobretudo, garantindo que aqueles seriam cinco dias inesquecíveis, pudemos participar
em inúmeras actividades desportivas durante o dia e, à noite, a festa continuava: fomos
presenteados com a presença do dj Diego Miranda e do grupo Tara Perdida.
Um mês depois… irrompem as saudades, até das intermináveis filas sentimos falta. Foi
uma experiência excepcional e, visto que o festival acontecerá nos próximos anos, acon-
selhamos vivamente que participem!
Carla Serralheiro, 11º D
“TRIPEIROS”
POR QUATRO DIAS
ANO 3 - Nº 8 TOQUE DE SAÍDA
OLHAR CIRCUNDANTE 11
O PRÉMIO É NOSSO!
Decorreu no dia 3 de Maio, em Alfeize-
rão, o Festival Vicarial da Canção Cristã.
Estiveram em concurso 10 músicas, algu-
mas da autoria de alunos do ECB. A nos-
sa escola esteve muito bem representa-
da. O grupo vencedor, com todo o mérito,
é constituído por elementos dos Jovens
Sem Fronteiras, com uma bela canção,
“Filantropia Original”.
Vanessa Fialho, 10º D
RÁDIO BENEDITA FM – Uma rádio cada vez mais local
“A NOSSA RÁDIO NÃO PASSA SÓ MÚSICA E É PRECISO OUVI-LA PARA A CONHECER.”
Sandra Narciso Fonseca, uma das vozes mais conhecidas da Rádio Benedita FM, filha de Afonso Fonseca, nasceu em Alcobaça a 16
de Abril de 1983 e vive na Benedita. Frequentou um estágio profissional de 2 anos em Jornalismo, nas instalações da Rádio onde
trabalha. Tem uma voz marcante que se ouve diariamente na frequência 88.1 FM.
Conte-nos um pouco da história da Rádio.
Em 1985 começou a funcionar com o nome de Rádio
Clube da Benedita. O meu pai esteve ligado à Rádio
desde o seu início. Começámos no escritório de uma
casa particular, e as condições não eram muitas… Ti-
vemos de ultrapassar sérias dificuldades. Passou a ser
Rádio Voz da Benedita em 1986 e, dez anos mais tar-
de, mudou para o nome actual. Começou como coope-
rativa e depois passou a ser uma sociedade por quotas.
A 1 de Janeiro de 2000, tivemos a primeira emissão
contínua e nunca mais parámos, foi o momento oportu-
no, uma vez que tínhamos já as condições necessárias
para o fazer. Actualmente somos doze sócios, sendo
os gerentes o Sr. Pedro Mateus Guerra e eu própria.
Temos cerca de dez cooperantes que também dão um
contributo muito importante.
Como é que descobriu o gosto pela rádio?
Tudo começou por brincadeira quando tinha catorze
anos e tive de substituir um cooperante. Como gostei
da experiência, convidaram-me para colaborar duran-
te as tardes livres da escola. Após a conclusão dos
estudos, fiz um estágio profissional em jornalismo nas
instalações da Rádio Benedita FM. Há já 11 anos que
contribuo na rádio e, honestamente, não me vejo a fa-
zer mais nada.
A vossa área de cobertura é muito exten-
sa?
Somos ouvidos em toda a região Centro-Oeste e gran-
de parte do Ribatejo. As rádios locais não têm verbas
para fazer estudos sobre o número exacto de ouvintes
assíduos, mas sabemos que, globalmente, as rádios
locais são mais ouvidas que as nacionais. Temos, em
média, cerca de 20.000 ligações mensais a nível mun-
dial. Estou a falar de ligações online. Sobrevivemos
com muito poucos apoios, um deles por parte do Go-
verno, que incentivou as emissões online, as quais
nos permitem divulgar a nossa Rádio. Lamentamos
que mais nenhum apoio nos tenha chegado por parte
do Governo ou de outras entidades estatais. Às vezes
sentimo-nos um pouco marginalizados.
Temos muitas participações dos Estados Unidos da
América. Há, só por curiosidade, um café num esta-
do de Massachussets que ouve diariamente a nossa
Rádio. Ligam-nos assiduamente, participando sobretu-
do nas músicas pedidas e nos concursos. Apresentam
sugestões, falam connosco, mostram o quanto somos
importantes além-fonteiras. Refiro-me em especial à
América do Norte, Brasil, Suíça e Luxemburgo. É muito
gratificante, de facto. E as emissões online serão se-
guramente o futuro.
Quais são os vossos projectos a curto pra-
zo?
Há um evento que estamos a preparar ainda para este
ano e que consiste numa grande gala, talvez para o
Verão. Não posso dar muitas informações porque ain-
da estamos numa fase muito inicial. Serão distribuídos
troféus a várias entidades da terra, que destacaremos.
Não há objectivos lucrativos, apenas unir a comunida-
de da Benedita à nossa Rádio. Esse é, efectivamente,
o nosso grande objectivo. É uma forma de promoção
através de um evento cultural. Queremos, no futuro,
ser mais participativos. Sentimos necessidade de nos
divulgarmos mais junto das pessoas e dizer-lhes que a
nossa Rádio não passa só música e que é preciso ouvi-
la para a conhecer. Na verdade, queremos tornar-nos
numa rádio menos nacional e cada vez mais local.
Outro projecto é aumentar o nível de abrangência e
expandirmo-nos para Norte. Estamos a pensar adquirir
um novo retransmissor, mas isso tem custos elevados
e ainda não sabemos exactamente quando acontecerá.
Como vivemos única e exclusivamente da publicidade,
temos de gerir bem as despesas. Às vezes sentimos
limitações nem sempre fáceis de resolver.
Quais são os programas mais ouvidos?
Tem alguma noção?
Depende da hora, mas temos uma boa participação de
pessoas a solicitar músicas para dedicarem, ou só pelo
prazer de as ouvir. As entrevistas, os passatempos,
bem como os noticiários, são talvez os mais ouvidos.
Sentimos bastante procura, mas, como já referi, temos
de investir mais junto da população. Gostaria de apro-
veitar o momento para pedir aos jovens que ouçam a
nossa Rádio. Há já algum tempo que sentimos a preo-
cupação de mudar a imagem da rádio. Por isso, temos
um programa semanal dedicado à juventude, que se
chama “Total Heavy Rock”, aos sábados, do meio-dia
às 14h. Nas madrugadas de sexta para sábado, temos
uma hora de música house muito apreciada pela ca-
mada mais jovem. Consultem o nosso sítio www.bene-
ditafm.pt e vejam quem somos e o que fazemos. E,
sempre que possível, sintonizem os vossos rádios na
frequência 88.1 FM.
O Toque de Saída agradece a simpatia com
que foi recebido pela Sandra, desejando à
Rádio Benedita FM muito sucesso e que
continue a prestar um serviço de qualidade
a toda a gente, especialmente à comunida-
de beneditense.
Entrevista por Clara Peralta e Valter Boita
No âmbito da actividade “Parlamento dos
Jovens”, participaram na sessão distrital em
Leiria, no dia 26 de Fevereiro deste ano, qua-
tro alunas eleitas na assembleia de escola. A
experiência foi fantástica. Participaram treze
escolas secundárias do distrito e debateram-
se questões subordinadas ao tema União
Europeia: participação, desafios e oportuni-
dades.
As alunas Susana Coito, Ana Silva, Vanes-
sa Fialho e Carolina Luís foram “deputadas”
por um dia. No período da manhã decorreram
as apresentações formais das medidas pro-
postas por cada escola. De tarde, depois de
um almoço num restaurante típico, foi o mo-
mento de debater os projectos apresentados
por cada escola. No fim do dia, as nossas
“deputadas” regressaram com um honroso
quinto lugar e vontade de repetir a experiên-
cia.
Mais uma vez, o ECB está de parabéns
pela sua prestação em actividades fora da
escola.
Susana Coito, 10º D
ALUNAS DO ECB NA FASE DISTRITAL DO PARLAMENTO DOS JOVENS
ANO 3 - Nº 8TOQUE DE SAÍDA
12 ESCOLA VIVA
No início do ano lectivo de 2006/2007,
deu-se início ao processo de auto-avaliação,
baseada na CAF (Common Assessment Fra-
mework), um modelo de auto-avaliação de-
senvolvido no âmbito da União Europeia que
tem por base o modelo da EFQM. Para além
de permitir o desenvolvimento de uma cultura
de gestão estratégica e de serviço orientado
para o cliente (aluno), permite também o de-
senvolvimento de práticas de benchmarking,
proporcionando assim a tão importante com-
paração entre instituições.
A auto-avaliação tem carácter obrigatório,
definido na Lei nº 31/2002 de 20 de Dezembro,
designada por “Lei do Sistema de Avaliação
da Educação e do Ensino Não Superior”. A
lei não estabelece normas relativamente aos
procedimentos de avaliação, mas formula a
exigência de que estes se devem submeter “a
padrões de qualidade devidamente certifica-
dos” (artº7). Apesar de não ser um organismo
público, o ECB tem todo o interesse em apli-
car mecanismos de auto-avaliação idênticos
aos utilizados pelas restantes escolas que
apresentam a mesma oferta formativa (ensi-
no público entre os 7º e 12º anos). A auto-
avaliação é ainda um excelente instrumento
de “marketing” da escola, pois a divulgação
dos resultados junto da comunidade contribui
para o seu reconhecimento público.
Em 2007/2008, após a aplicação de ques-
tionários a todos aqueles que intervêm na Es-
cola (pessoal docente e não docente, alunos
e encarregados de educação) e respectivo
apuramento de resultados, da competência
exclusiva dos consultores externos que as-
seguraram e acompanharam todo o proces-
so, iniciou-se o processo de implementação
das acções de melhoria. Complementarmen-
te, foi decidida a candidatura à Certificação
da Qualidade “Commited to Excellence” da
EFQM, concretizada em Outubro de 2007.
Nesta candidatura apresentou-se a estratégia
sustentada em termos de melhoria contínua
da qualidade e assumiu-se o compromisso da
implementação das acções de melhoria defi-
nidas em consequência do processo de auto-
avaliação.
Com esta candidatura, para além da ob-
tenção da certificação, queremos transmitir a
toda a comunidade em que nos inserimos mais
um sinal do nosso empenho e investimento
constantes no sentido de tudo fazermos para
que os nossos alunos disponham de cada vez
melhores condições para a sua formação in-
tegral, de modo a que sejam capazes de se
integrar como cidadãos de corpo inteiro numa
sociedade cada vez mais exigente.
Foram assim definidas 10 acções de me-
lhoria que têm vindo a ser desenvolvidas con-
forme o calendário estabelecido e cuja conclu-
são está prevista para o final do mês de Maio
de 2008. No final deste percurso, espera-se
atingir a certificação que funcionará como re-
conhecimento público do trabalho realizado.
A implementação do projecto da auto-ava-
liação/certificação da qualidade no ECB con-
sistiu também numa oportunidade de maior
aproximação dos colaboradores à Direcção e
vice-versa, levando a uma partilha das dife-
rentes percepções e conhecimentos.
Independentemente da obtenção do reco-
nhecimento público, através da certificação
da qualidade, consideramos que já foram al-
cançados os objectivos definidos no início do
projecto, nomeadamente aqueles que se refe-
rem à identificação dos pontos fortes e fracos
da Escola. Foram, sem dúvida, momentos de
reflexão e de análise crítico-construtiva que
nos permitem afirmar que hoje estamos me-
lhor preparados para enfrentar os desafios e
o clima de mudança acelerada em que vive-
mos. A construção de uma Escola de Exce-
lência é a meta para a qual continuaremos a
trabalhar.
Aos nossos colaboradores (pessoal docen-
te e não docente) e alunos pretendemos, aci-
ma de tudo, “criar a paixão e o compromisso”
com a qualidade numa perspectiva de melho-
ria contínua e na convicção de que estamos a
contribuir para que se sintam cada vez mais
realizados numa comunidade em que os valo-
res da cidadania são vividos e partilhados por
todos de uma forma responsável, construtiva
e virada para o futuro.
Professor Domingos Martinho
Coordenador do Projecto CAF
A GESTÃO DA QUALIDADE NO ECB
Na sequência do estágio “Ciência Viva
nas Férias”, realizado por uma das alu-
nas do 12º C no Instituto de Higiene e
Medicina Tropical, em Lisboa, e no âm-
bito da “Semana das Ciências”, realizou-
se no dia 11 de Março, na nossa escola,
uma palestra acerca da Malária, doença
que afecta milhares de pessoas, nome-
adamente crianças, nos países de clima
tropical.
Esta palestra foi proferida pela Dra.
Dinora Lopes, do IHMT, e incidiu princi-
palmente sobre o ciclo do parasita e o
controlo da doença, temas relacionados
com o programa da disciplina de Biologia
e Geologia. A Dra. Dinora Lopes disponi-
bilizou-se ainda para futuras acções de
intercâmbio, de modo a divulgar a acti-
vidade do Instituto e oferecer aos alunos
da nossa escola a oportunidade de con-
tactarem com o trabalho de investigação
científica.
Também integrada na “Semana das
Ciências”, decorreu no dia 13 de Mar-
ço uma outra palestra sobre “Desenvol-
vimento Embrionário” a que assistiram
não só os alunos do curso de Ciências e
Tecnologias, como também os alunos de
Ciências Sociais e Humanas, por ser um
tema de interesse geral, abrindo assim a
“Semana das Ciências” a um público mais
vasto. Recorrendo a materiais fora do vul-
gar – como tampas de caixas tupperwa-
re – o Dr. João Paulo Malta desenvolveu
o tema, evitando a terminologia técnica,
pelo que foi facilmente compreendido por
todos os que assistiram. Para além da
estratégia inovadora, a facilidade de co-
municação do Dr. João Malta foi determi-
nante para o interesse e dinâmica desta
palestra.
Marta Pimenta e Inês Pereira, 12º C
MALÁRIA E
DESENVOLVIMENTO
EMBRIONÁRIO
DUAS PALESTRAS
....pretendemos, acima
de tudo, “criar a pai-
xão e o compromisso”
com a qualidade numa
perspectiva de melho-
ria contínua...
ANO 3 - Nº 8 TOQUE DE SAÍDA
13RECRIAR O MUNDO
São 8 horas. Na calmia característica da
minha terra, os primeiros carros vaguean-
tes começam a quebrar o terno silêncio da
madrugada. Entre cereais e copos de leite,
entre armários e cabides, entre saltos e cor-
rerias, vou-me preparando para mais um in-
tenso dia de trabalho.
Apesar de não parecer, sou um dos mais
prestigiados advogados do país. Apesar de
não o demonstrar, sinto que da minha voz
dependem milhares de inocentes e sinto-me
vivo apesar de raramente dar provas disso.
Saio de casa. Do meu jardim já se po-
dem avistar os primeiros raios de sol por en-
tre as árvores da montanha ainda com as
suas pequenas folhas cobertas de orvalho.
O céu está limpo, as borboletas são visíveis
por todos aqueles que olham em seu redor.
Apesar de já me encontrar atrasado, dou por
mim parado poucos passos à frente da mi-
nha modesta porta a pensar o quão maravi-
lhosa é a vida de um campestre! Penso em
todos aqueles que nunca poderão desfrutar
de tal imagem, sinto pena… Apesar de nunca
ter dito uma palavra, os meus pensamentos
falam por mim e no agora inquieto silêncio
de uma cidade a despertar, grito bem alto a
todo o mundo que estou feliz.
Dirijo-me ao meu carro. Circulo pelo trân-
sito com uma calma não habitual; hoje é um
dia importante.
Chego ao tribunal. A senhora Maria já
não contém as lágrimas desde que viu o se-
nhor Martins. As gravações do crime não lhe
saem da cabeça, a forma como a sua filha
foi agarrada, despida e violada nunca mais
deixaria de estar presente nos pensamentos
desta mãe desolada. A polícia era muita, a
tensão era enorme e sobre mim caía a obri-
gação de ajudar a fazer justiça.
Passo as barreiras policiais. Como é ritu-
al dirijo-me a todos os juízes para me apre-
sentar como admirador das suas profissões.
Chego à sala onde todos eles se encontram
reunidos, a luz que imana dos focos do
candeeiro cega-me momentaneamente.
Tudo me desperta mais a atenção do que
a real causa da minha vinda. As garrafas
de água vazias sobre a mesa, as flores
murchas no canto mais distante, o olhar
desconfiado de todos os presentes, o sol
já bem alto no céu descoberto daquele
dia primaveril… Tudo me pareceu ser
mais importante do que os juízes; aper-
cebi-me então de que tinha aprendido a
valorizar a visão.
Tentei falar. Quando pela primeira vez na-
quele dia senti necessidade de dizer algo,
não fui capaz. Permaneci ali, imóvel! Um
silêncio profundo invadira todo o meu ser,
tornara-me fraco e vulnerável a todos os ou-
tros.
Corri. Saí daquele sítio tentando verba-
lizar todas as sensações vividas, tentando
dizer a todos o quão feliz eu me encontrava,
mas não! Não fui capaz de dizer uma única
frase. Todas aquelas sensações vividas an-
teriormente resumiram-se apenas a momen-
tos felizes. Qual a importância de sermos fe-
lizes se não o podemos demonstrar?
De que me serve ter consciência do
que me rodeia se estou incapacita-
do de comunicar?
Apercebi-me. Perdi o dom da pa-
lavra! Aquele dom que me deu a mi-
nha profissão, que ajudou a minha
família a crescer, havia desapareci-
do.
Desliguei-me do mundo. Voltei
para casa e refugiei-me de tudo no
conforto da minha cama.
Adormeci. Caí num sono profun-
do e quando voltei a acordar abri a
boca, enchi todo o peito de ar e sol-
tei um grito que me libertou de tal
forma que não conseguiria explicar,
mesmo se o quisesse.
Notei: Tudo o que tinha vivido
não havia passado de um sonho, um
profundo e longo sonho! Assim que
voltei a tocar com os meus pés no
frio chão do quarto, apercebi-me do
verdadeiro dom que andava a des-
perdiçar, o dom da palavra!
Telmo Coito, 12ºC
Os textos que aqui publicamos foram premiados no Concurso de Escri-
ta organizado no Dia do Português: aos alunos do Ensino Secundário que
quiseram participar nesta actividade, foi proposto que escrevessem sobre
um tema dado, respeitando limites de palavras e tipologias textuais. É com
satisfação que divulgamos os quatro textos premiados:
JOVENS ESCRITORES DO ECB
“Para seres grande, sê inteiro”
Vazio.
Um vazio que ocupa toda a minha mente.
Não sou a mais ou a menos, não estou doente,
Não fui demais porque era gente.
Sou eu, mas sou diferente.
Um vazio.
Agradável.
Como canto procriador de pensamentos emergen-
tes.
Sou escravo de mim, por mim mesmo controlado,
Sou o vermelho do céu por mim mesmo adorado,
Sou o meu próprio santo não santificado.
Amo-me, mas serei amado?
Um vazio.
O vazio que enche toda a minha mente.
Contento-me porque sou eu,
Porque me cobre o véu que comigo nasceu.
E assim fico contente.
No meu céu quase poisei.
Pois orbitava no mais alto espaço das vezes que
tentei.
Alexandre Coelho, 11º B (Prémio Qualidade Literária)
«Só sei que nada sei»
Caminho em busca da resposta
Que tanto me tem afrontado,
No entanto o que me conforta
É nunca a ter encontrado…
Na estrada da inteligência
Caminho como um soldado,
Mas com toda a negligência
Me sinto cada vez mais transtornado.
Em pleno universo profundo
Divago como um vagabundo,
Pois neste vazio infinito
Não se sente mais que o meu simples
grito.
Grito de desespero
Por nada saber
Por nada gostar
Por nada compreender.
Neste planeta interactivo
Não há tempo a perder
Pois todo o tempo do mundo
Não chega para tudo apreender.
Apesar de não o querer
A intrínseca resposta encontrei
E surpreendentemente me apercebi
Que só sei que nada sei.
Nuno Filipe Pena, 11º B (3º prémio)
O DOM DA PALAVRA - 1º PRÉMIO
ANO 3 - Nº 8TOQUE DE SAÍDA
ARTE E CULTURA14
Todos os dias espero por aquele momento.
A altura em que deixo de ser eu para passar
a ser o reflexo daquilo que realmente sou. A
altura em que nos unimos, eu e tu, para eterni-
zarmos histórias, memórias, momentos.
Embora saiba que és muito importante,
tanto ou mais que o sol que ilumina os seres,
nunca me questionei sobre quem te inventou.
Sei que existes e isso faz-me viver apenas.
Admiro, cada vez mais, as pessoas que têm
o dom de te usar; umas que o desenvolvem a
cada dia, outras com as quais surgiste, inata.
Admiro também as pessoas que não podem
usar-te pelos sons ou fonemas, mas que te
idolatram em pensamento. Admiro ainda aque-
les que por te “amarem” tanto, te usam como
meio de comunicar com os outros que não te
ouvem. Admiro-os a todos porque, no fundo,
todos te sentem.
Diz o povo, tantas vezes sábio, que uma
palavra vale mais que multiplicares-te por mil.
Será verdade? Não poderá o ser humano, num
momento irreflectido, ter-se enganado? Claro
que sim, quando bem utilizada, sentida, fazen-
do parte de um corpo, tantas vezes amorfo,
consegues transmitir muito mais do que trans-
mitem os gestos ou até as imagens.
Quando questionada quanto ao teu signi-
ficado… não sei responder. Vejo apenas um
conjunto de letras que, juntas, transformam o
Mundo em algo tantas vezes poético, quase
sempre mais unido. Unido? Sim, alguém disse
um dia que tens a fantástica capacidade de
mover montanhas, de destruir barreiras. De
facto, basta usar-te em frases curtas para que
a empatia se solte ou até para que uma nova
amizade cresça.
Sei que te usam também para argumentar
a favor ou contra determinado assunto. Mas
será o ser humano tão egoísta ao ponto de te
usar apenas para o interesse pessoal? Talvez
não, porque sei também que existem outras
pessoas que te usam para reconfortar alguém,
para parabenizar, para desculpar, ou até mes-
mo para agradecer. É por tudo isto que tam-
bém sei que o teu valor é constantemente re-
conhecido. Quantas vezes tu não acompanhas
aquela gotinha que teima em cair pelo canto
do olho ou aquele sorriso que cobre toda a
cara. Tu és insubstituível!
No entanto, tu também és aquela que faz
despoletar em mim medos e anseios pela dú-
vida quanto à tua utilização. Apesar disto, to-
dos os dias espero por aquele momento. A al-
tura em que deixo de ser eu para passar a ser
o reflexo daquilo que realmente sou. A altura
em que eu e tu, palavra, nos unimos para eter-
nizar histórias, memórias, momentos.
Filipa Isabel Serrazina, 10º C
O DOM DA PALAVRA - 2º PRÉMIO
À primeira vista, parece apenas mais um
filme, datado de 1993, mas, na verdade, trata-
se de um grito à realidade, de uma denúncia
dos preconceitos e das mentiras em que vi-
vemos e das desculpas que utilizamos para
discriminar alguém.
Philadelphia conta a história de Andrew,
um jovem e promissor advogado que é des-
pedido da firma em que trabalha, a pretexto
de não ter competência para o lugar. Mas An-
drew sabe que o seu despedimento se deve
ao facto de ter contraído SIDA e, determinado
a defender a sua dignidade e a sua reputação
profissional, contrata Joe Miller, um advogado
especializado em casos de ofensas pessoais.
É sem dúvida um filme de eleição, com um
enredo bem construído, boa qualidade de ima-
gem, boa interpretação e, apesar de ter sido
realizado há já alguns anos, permanece actu-
al, pois a sua mensagem adequa-se aos nos-
sos dias e à nossa realidade.
São vários os problemas actuais que sur-
gem representados no filme, nomeadamente a
discriminação face à homossexualidade e aos
portadores do vírus da SIDA, mostrando como
a sociedade os encara e reage perante eles.
Discutindo se Andrew foi despedido devido à
sua incompetência profissional ou por discri-
minação pela sua homossexualidade e devido
ao facto de ser seropositivo, o filme apresenta
uma excelente argumentação, chegando-se à
conclusão de que Andrew Beckett fora, efecti-
vamente, despedido por preconceito.
Sabemos que este preconceito subsiste
e que as suas vítimas se sentem inferioriza-
das e marginalizadas. Assim, o filme confron-
ta-nos com os nossos preconceitos e com a
forma injusta como tratamos algumas pes-
soas para quem a vida não foi tão generosa,
fazendo-nos repensar os nossos valores e o
modo como encaramos certas situações. Um
exemplo disto é representado no filme pelo
advogado de Andrew Beckett, Joe Miller, que
foi forçado a encarar os seus medos e pre-
conceitos durante o caso, apercebendo-se de
que Andrew é uma pessoa normal, não menos
digna que ele próprio, e que como tal deve ser
valorizada. A amizade entre os dois vai cres-
cendo à medida que a sua causa triunfa, e a
coragem de ambos ultrapassa o preconceito e
a corrupção dos seus poderosos adversários.
Andrew era na realidade um homem com bom
coração, uma grande fibra moral e com uma
força de viver invejável. É a personagem mais
comovente e de maior destaque no filme, pois
a sua coragem e determinação são fonte de
inspiração para todos nós.
A morte de Andrew Beckett, logo após a
sua vitória no processo, deixa o espectador
a reflectir mais profundamente sobre o caso,
provocando-lhe um grande impacto emocio-
nal e tornando assim mais eficiente a sensi-
bilização efectuada pelo filme. Podemos dizer
que Philadelphia representa um apelo à nossa
consciência e aos nossos valores como ser
social e humano que somos, membros de uma
sociedade em que a injustiça e discriminação
se revelam problemas cada vez mais preocu-
pantes.
São 120 minutos cheios de coragem e de-
terminação, um excelente filme, com protago-
nistas fantásticos – Tom Hanks e Denzel Wa-
shington – e uma banda sonora excelente, da
responsabilidade de Bruce Springsteen, numa
das direcções de referência de Jonathan Dem-
me. A ver ou rever na próxima oportunidade.
Joana Martins, João Santos,
João Constantino, Lúcia Maçãs,
11º C
PHILADELPHIA
Tom Hanks e Denzel Washington numa cena do filme Philadephia
ANO 3 - Nº 8 TOQUE DE SAÍDA
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE 15
BIODIVERSIDADE, MEDICINA E PLANTAS
No dia 10 de Março, os alunos
do 12º B organizaram duas pales-
tras integradas na Semana das
Ciências, uma sobre Biodiversi-
dade e outra sobre a Medicina e
as Plantas. Ambas as palestras
foram proferidas pelo Doutor Jor-
ge Paiva, licenciado em Ciências
Biológicas e doutorado em Biolo-
gia, que já publicou mais de cinco
centenas de trabalhos e proferiu
mais de um milhar de comunica-
ções e conferências.
O orador contemplou os pre-
sentes com duas palestras mui-
to dinâmicas e agradáveis. Na
palestra sobre Biodiversidade,
compareceram principalmente os
alunos e professores convidados.
O Doutor Jorge Paiva abordou
a diversidade da natureza viva,
desde a variedade genética den-
tro das populações e espécies, à
diversidade relativa entre organis-
mos de diferentes ecossistemas.
O Doutor Paiva apresentou ainda
imagens das suas viagens pelos
diferentes continentes, demons-
trando que a Biodiversidade deve
ser preservada pelo Homem, uma
vez que é realmente importante
para a sobrevivência de todos.
A outra palestra, sobre a Medi-
cina e as Plantas, foi aberta à co-
munidade local. O orador alertou-
nos para a infinidade de plantas
com valores medicinais proporcio-
nadas pela mãe-natureza. Expli-
cou-nos que as plantas que exer-
cem sobre o Homem uma acção
farmacológica são denominadas
plantas medicinais. Estas plantas
ajudam-nos a ultrapassar alguns
problemas de saúde mas, se fo-
rem consumidas em quantidades
excessivas, como têm proprieda-
des tóxicas, podem levar-nos à
morte. Ficámos ainda a saber que
as plantas aromáticas são assim
denominadas porque armazenam
óleos essenciais em células se-
cretoras. O Doutor Paiva alertou-
nos também para os efeitos que
as plantas podem ter sobre as
pessoas – abortivos, diuréticos ou
alucinogénios – sendo necessária
cautela quando tomamos infusões
de plantas.
As duas palestras agradaram
aos presentes e foi sugerida a re-
alização de novas palestras pelo
Doutor Jorge Paiva, pois o público
sentiu a importância de ter mais
conhecimentos sobre o mundo
que nos rodeia e que, em grande
parte, ainda nos é desconhecido.
Ana Luís, Élia do Carmo,
Elsa Belo, Regina Santos
12º B
ARTHUR C. CLARKEASTRÓNOMO E ESCRITOR
Nascido em So-
merset, Inglaterra, em
1917, tornou-se co-
nhecido pela colabora-
ção no argumento do
filme de Stanley Kubri-
ck, 2001 – Odisseia no
Espaço, e pela realiza-
ção da série televisiva
O Mundo Misterioso de
Arthur C. Clarke. Foi o
primeiro cientista a su-
gerir satélites de comunicações em órbitas
geostacionárias e a defender que a explo-
ração espacial poderá originar um novo Re-
nascimento.
A sua obra de ficção e de autor de ci-
nema e televisão fica marcada pela divul-
gação científica (devido ao rigor que a ca-
racteriza) e pela facilidade de comunicação
que lhe permitiu chegar aos mais diversos
públicos. Outro aspecto relevante da sua
obra é a defesa dos valores humanos.
Faleceu no Sri Lanka, onde residia, no
dia 18 de Março, sem ter visto satisfeitos os
três desejos que formulara em Dezembro
do ano passado, aquando do seu nonagé-
simo aniversário: que o mundo adoptasse
fontes de energia limpas; que a paz fosse
estabelecida no Sri Lanka e que fossem
apresentadas evidências da existência de
seres extraterrestres.
A mensagem de despedida de Sir Arthur
C. Clarke pode ser consultada em http://
br.youtube.com/watch?v=3qLdeEjdbWE.
Emocionante!
Professor Sérgio Teixeira
No dia 22 de Abril de 2008, os alunos do
12º B do Externato, em conjunto com os alu-
nos do 2º Ano da Escola do 1º Ciclo da Bene-
dita, realizaram uma saída de campo, organi-
zada pela Câmara Municipal de Alcobaça, à
Praia Paredes de Vitória para comemorar o
Dia Mundial da Terra.
Com o objectivo de conhecer a biodiver-
sidade regional, as ameaças à fauna e flora
locais e de promover a conservação da natu-
reza e da biodiversidade, os alunos e profes-
sores participaram numa actividade que con-
sistia na remoção dos Chorões – Carpobrotus
edulis sp – espécie invasora oriunda de Áfri-
ca do Sul, que põe em causa a sobrevivência
de espécies autóctones. Esta actividade foi
precedida por uma aula de campo sobre as
espécies exóticas. Por fim, realizou-se um
lanche em que tomaram parte os alunos, os
professores e as biólogas da CMA.
Estas actividades são extremamente im-
portantes, uma vez que promovem a interac-
ção entre os seres humanos e a natureza.
Cláudia Santos, Mara Barbosa, Rafaela Santos,
Mariana Pereira, Carolina Luís, 12ºB
UNIDOS PELA TERRA
No dia 11 de Março, o 10º
A realizou uma actividade in-
titulada “Laboratório Aberto”,
integrada na “Semana das Ci-
ências”, e coordenada pelas
professoras Paula Castelha-
no, de Biologia e Geologia, e
Margarida Alves, de Física e
Química.
O projecto consistiu na
apresentação de experiên-
cias divertidas e de fácil com-
preensão, com bases científi-
cas verdadeiras, a alunos do
Ensino Básico das escolas da
Benedita – Jardim-de-infân-
cia, 1º Ciclo e EB 2 Frei An-
tónio Brandão – e teve como
objectivos a motivação para
a aprendizagem das Ciências
e a promoção da educação
cívica para a cidadania.
Por parte dos alunos do
10ºA e das professoras que
coordenaram esta actividade,
a opinião é consensual: foi
um dia muito cansativo, mas
compensador. Os alunos que
participaram no “Laboratório
Aberto” mostraram-se inte-
ressados, principalmente os
mais novos, o que também
motivou a turma responsável.
Na opinião destes nossos
colegas mais novos, “foi bué
fixe!!!” e “bué interessante”,
comentários que a todos dei-
xaram felizes, professores e
alunos do 10ºA.
Mariana Rodrigues, 10º A
CIÊNCIA DIVERTIDALaboratório Aberto
ANO 3 - Nº 8TOQUE DE SAÍDA
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE16
A GEOGRAFIA NA SEMANA DAS CIÊNCIAS
VIAJAR PELO MUNDO SEM SAIR DO LUGAR
GEOGRAFIA INTERACTIVA
No passado dia 13 de Mar-
ço, decorreu na nossa escola
uma actividade, integrada na
Semana das Ciências, intitu-
lada Geografia Interactiva. Os
alunos que nela participaram,
sobretudo os alunos do 3.º Ci-
clo, puderam lidar com a Geo-
grafia de uma forma diferente
e apelativa.
Utilizando o computador,
“viajámos” pelas capitais da
Europa, conhecemos e des-
cobrimos as características
dos países do Mundo. Apenas
com um clic, os nossos conhe-
cimentos geográficos foram
postos à prova. Além disso,
também nos foi dada oportu-
nidade de ver diferentes pers-
pectivas do nosso planeta
através de apresentações de
PowerPoint e da utilização do
Google Earth.
Podemos afirmar que esta
iniciativa foi positiva, pois
permitiu enriquecer a cultura
geográfica de todos os parti-
cipantes. Sendo assim, é nos-
sa opinião que se continuem a
realizar actividades deste tipo,
pois é do agrado dos alunos,
independentemente do ano
que frequentem. É também
uma forma de os professores
poderem complementar os co-
nhecimentos que nos transmi-
tem nas aulas.
Catarina Gomes e Cristina Tomás, 9ºH
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA E TEORIA DO BIG BANG
No dia 12 de Março, os alu-
nos do 10º B assistiram, no
anfiteatro 19, a uma apresen-
tação de trabalhos elaborados
pela turma do 11º B, e integra-
dos na Semana das Ciências.
Os temas eram bem actuais.
Acerca da “Poluição Atmosfé-
rica”, fomos elucidados sobre
os agentes causadores, as
consequências a curto, médio
e longo-prazo, a intervenção
do homem e as medidas pre-
ventivas. Explicaram-nos tam-
bém, sinteticamente,
a Teoria do Big Bang,
aclarando as nossas
ideias acerca da for-
mação do Universo e
da Terra.
Assistimos assim
a três representações
teatrais. A primeira, muito
original, explicou de manei-
ra simples, com fantoches, o
problema da poluição atmos-
férica numa cidade industriali-
zada, abordando temas como
o smog. O segundo trabalho
era também sobre este assun-
to, porém num contexto mais
moderno, sob a forma de jor-
nal televisivo, apresentando
as principais cidades afecta-
das e responsáveis pela emis-
são de gases poluentes para
a atmosfera, como Londres,
México ou Los Angeles. Por
último, assistimos a um deba-
te sobre a Teoria do Big Bang,
que contrapunha a posição
científica, defendida pelo
cientista Stephen Hawking, à
posição religiosa, advogada
por Deus.
Em 90 minutos, os alunos
aprenderam, rindo, o que os
professores lhes tentam lec-
cionar em várias aulas. No
fim, saímos com a certeza de
que o objectivo da actividade
e as expectativas do público
tinham sido alcançados.
Arlete Sineiro e Flávio Santos , 10º B
EM FOCO NA SEMANA DAS CIÊNCIAS
ÁGUA POTÁVELUM BEM ESSENCIAL À VIDA!
No dia 14 de Abril, no âmbito da Se-
mana das Ciências, uma representante
da empresa Águas do Oeste proferiu
uma palestra para alguns alunos da nos-
sa escola, incidindo, entre outros aspec-
tos, sobre o funcionamento da empre-
sa e sobre a utilização da água de uma
forma sustentável. A empresa Águas do
Oeste é uma concessionária do Sistema
Municipal de abastecimento de água e
saneamento da região Oeste, que ser-
ve os municípios de Alcobaça, Alenquer,
Arruda dos Vinhos, Azambuja e Cadaval,
entre outros.
Um dos aspectos tratados durante a
palestra foi o ciclo urbano da água. De-
pois de ser captada na Natureza, a água
passa pela ETA, Estação de Tratamento
de Águas e, após ter sido tratada, está
pronta para se beber ou utilizar noutros
fins, sejam eles domésticos, industriais
ou agrícolas. Depois de utilizada, e antes
de ser devolvida à Natureza, a água pas-
sa pela ETAR, Estação de Tratamento de
Águas Residuais, de forma a ser sujeita
a um processo de tratamento adequado.
Também nos foi explicado que, com
pequenos gestos, se pode contribuir
para um mundo melhor. Por exemplo, fe-
chando a torneira enquanto escovamos
os dentes e reduzindo o tempo de banho,
podem ser poupadas quantidades consi-
deráveis de água. São pequenos gestos
do quotidiano que podem mudar o mun-
do!
Outro aspecto referido na palestra foi
a distribuição da água no planeta. Mais
de 50% da água da Terra é salina; da
restante, muita é utilizada na indústria e
na agricultura. O que resta de água doce
é a que utilizamos para uso doméstico,
mas infelizmente alguma dela já está po-
luída.
Em suma, esta palestra, não só nos
fez perceber o importante papel da em-
presa Águas do Oeste, como nos alertou
para o problema da escassez de água
potável no nosso planeta.
Beatriz Inácio, 8ºG
Durante a Semana das Ciên-
cias, que mais uma vez assina-
lámos no Externato, a Geografia
deu o seu contributo na dinamiza-
ção de diversas actividades.
Recorrendo às Tecnologias da
Informação e Comunicação, os
professores de Geografia envolve-
ram os alunos em diversos jogos
didácticos, de acordo com os con-
teúdos programáticos do 3º Ciclo.
Aprender brincando pode bem ser
a expressão que resume o impac-
to que os jogos tiveram. De facto,
os jogos são uma das actividades
de que os alunos mais gostam
porque mobilizam uma linguagem
que lhes é acessível, levando-os
para um meio onde se “sentem
em casa”. Esta Geografia Interac-
tiva, como decidimos chamar-lhe,
procura mostrar novas formas de
aprender e de ensinar e é um dos
caminhos que também devemos
percorrer na sala de aula.
Outra das actividades foi a ex-
ploração do Google Earth, progra-
ma informático que permite, atra-
vés de imagens de satélite, ver as
terras onde habitam os alunos, as
suas casas e a sua escola, ter os
olhos “do tamanho do mundo”. É
interessante registar o interesse
com que os alunos procuram os
espaços com os quais se identi-
ficam.
Mas também cantaram, tam-
bém viram e debateram documen-
tários e filmes sob temáticas abor-
dadas em aula. Foi também para
os alunos que simbolizámos as
zonas climáticas nos
degraus de acesso ao
piso superior do ECB,
e também para eles
criámos os materiais,
porque gostamos de
mostrar que a Geo-
grafia pode e deve ser
ensinada e aprendida
com prazer.
O repto está lançado e lá nos
encontraremos todos novamente,
dia 5 de Junho, na Marcha do Am-
biente.
Professor Ricardo Miguel
ANO 3 - Nº 8 TOQUE DE SAÍDA
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE 17
CYBERBULLYING
Actualmente, as crianças e jo-
vens passam grande parte do seu
tempo em contacto com as novas
tecnologias, recorrem ao telemó-
vel para comunicar com os ami-
gos, usam a Internet para enviar
mensagens, colocam fotos, músi-
cas e vídeos nos mais variados sí-
tios da Rede. Muitos destes jovens
consideram como amigos pessoas
que nunca conheceram para além
da realidade virtual, e fenómenos
da vida real, como é o caso do
bullying, instauraram-se também
em redes de comunicação.
O bullying é um comportamento
violento, de intimidação e maus-
tratos, em que vítimas e agresso-
res são jovens. O bullying na Inter-
net, conhecido por cyberbullying,
ocorre quando os jovens usam
a Internet, os telemóveis ou ou-
tros dispositivos de comunicação
para enviar mensagens de texto,
de imagem, vídeo ou som, com o
intuito de magoar, embaraçar ou
denegrir outro jovem. Estima-se
que em Portugal este problema já
afecte uma percentagem conside-
rável de adolescentes.
A vítima de cyberbullying deve
participar o facto à operadora de
telecomunicações ou fornecedor
de serviços de Internet, e aler-
tar o responsável pelo site onde
a agressão foi publicada. Em úl-
tima instância, deve contactar as
autoridades policiais. Não sendo
aprazível, é também fundamen-
tal armazenar as mensagens de
cyberbullying, uma vez que estas
poderão servir como prova, em
casos de maior gravidade.
Mas, como na maioria das situ-
ações na nossa vida, a prevenção
é o melhor remédio. Para evitar os
efeitos nocivos do cyberbullying, é
indispensável haver comunicação
entre os jovens e os pais e pro-
fessores. Entender as alterações
nos seus comportamentos evi-
ta o isolamento e possibilita-lhes
a ajuda necessária. Em casa, os
pais devem ter em consideração
a importância de os computado-
res com acesso à Internet estarem
colocados num espaço comum da
habitação, o que lhes permitirá ob-
servar o comportamento dos filhos
e estar atentos a situações abu-
sivas. Devem também adoptar-se
alguns cuidados que previnem o
cyberbullying, por exemplo: os
programas de mensagens instan-
tâneas (MSN – Messenger, YCQ,
etc.) permitem o bloqueio de con-
tactos indesejáveis; certos sítios,
como o hi5, myspace e bebo per-
mitem que os jovens mantenham
os seus perfis privados e, desta
forma, apenas os seus amigos os
visualizem; as operadoras de te-
lemóveis também disponibilizam
serviços de bloqueio na recepção
de certas mensagens e imagens.
Uma importante forma de com-
bater este fenómeno nefasto será
contribuirmos todos para uma boa
educação, não só no dia-a-dia,
mas também online, sendo este o
método mais seguro contra o cy-
berbullying.
Professor Alexandre Lourenço
O portefólio electrónico, introduzido no
passado ano lectivo através da disciplina
de Área de Projecto do 8º Ano, será no fu-
turo alargado aos restantes anos do Ensi-
no Básico e, mais tarde, ao Ensino Secun-
dário.
Que vem a ser então um portefólio?
Segundo C. Silvério, consiste num con-
junto de trabalhos que o aluno recolheu,
seleccionou, organizou e sobre os quais
reflectiu, com o apoio dos professores,
procurando demonstrar os conhecimentos
que adquiriu e as competências que de-
senvolveu, evidenciando deste modo a sua
evolução ao longo do tempo. Um portefólio
pode conter trabalhos de pesquisa, avalia-
ções sumativas, auto-avaliações, fichas de
leitura, relatórios, comentários de colegas,
de professores e de encarregados de edu-
cação. O portefólio privilegia o processo
de aprendizagem, espelhando o percurso
do aluno, permitindo identificar as suas
dificuldades e os seus pontos fortes, bem
como os seus interesses pessoais, ajudan-
do assim os professores na definição de
estratégias diferenciadas.
As tecnologias disponibilizadas pela in-
ternet (e-portefólio) adicionaram vantagens
à construção de portefólios: maior capaci-
dade de relacionação e de organização dos
conteúdos; utilização de novos suportes de
informação (vídeo, áudio, imagem, anima-
ção); maior facilidade na colaboração dos
intervenientes, bem como na publicação
dos materiais e no seu acesso.
Neste âmbito, o Centro de Competên-
cias em TIC da Escola Superior Educação
de Santarém desenvolveu um módulo, a
integrar no Moodle, para a gestão dos e-
portefólios dos alunos do Ensino Básico
(RePe - Repositório de e-Portefólios Edu-
cativos). A escolha do Moodle resulta do
facto de quase todas as escolas utilizarem
esta plataforma, o que permite a exporta-
ção e a importação dos portefólios.
O centro dividiu o módulo em 7 itens:
I – Identificação institucional do aluno;
II – A minha página pessoal – identifica-
ção informal do aluno;
III – Este ano gostaria de… – reflexão
do aluno acerca de si-mesmo e da escola;
IV – O meu diário de aprendizagem –
reflexão sobre as aprendizagens;
V – Os meus trabalhos – gestão dos tra-
balhos desenvolvidos pelos alunos;
VI – Já consegui… – reflexão final do
aluno sobre o trabalho realizado durante o
ano lectivo;
VII – Agenda
Para mais informações, consultar o sí-
tio: http://moodle.crie.min-edu.pt/cour-
se/view.php?id=395
Professor Samuel Branco
E-PORTEFÓLIOS História de BitsSABE QUANDO SURGIU O
PRIMEIRO COMPUTADOR EM PORTUGAL?
Sendo da área e
pesquisando na web,
encontrei uma data
que, no mínimo, me
surpreendeu. Saben-
do que o primeiro
computador do mun-
do foi o ENIAC, que
surgiu no ano de 1946, não imaginava que os
computadores em Portugal existissem há tanto
tempo. Neste país, estas modernidades não apa-
recem de repente, e ainda para mais na altura do
Estado Novo.
Os informáticos só existem oficialmente em
Portugal a partir de 1974, apesar de um dos pri-
meiros, senão o primeiro, computador electróni-
co e digital ter sido instalado em 1958 no LNEC.
Dava pelo nome de IBM 604 e foi lançado em
Maio de 1955 pela Industrial Business Machines,
mais conhecida por IBM. Funcionava a transísto-
res e tinha 1350 válvulas electrónicas.
Outra máquina importante foi o NCR Elliott 803
e outras fontes referem que este foi de facto o
primeiro computador electrónico em Portugal – o
IBM 604 era mais do tipo calculadora. Em 1961,
o Banco Pinto de Magalhães, no Porto, instala
um computador Elliot 803 para executar a segun-
da posição das contas correntes e o controlo das
responsabilidades por letras de todos os seus
balcões
À pergunta, e antes da pesquisa, teria respon-
dido, com alguma convicção: 30 anos.
Professor Paulo Valentim
ANO 3 - Nº 8TOQUE DE SAÍDA
OLHAR CIRCUNDANTE18
Os portugueses não se podiam organizar
em partidos políticos, a actividade sindical
era proibida e todas as associações cívicas
de inspiração democrática eram suspeitas de
conspirar contra o governo e a Pátria. Os ar-
tistas reprimiam a sua criatividade e o cidadão
comum pensava duas vezes antes de emitir a
sua opinião sobre o que quer que fosse. Até
que ponto seríamos capazes, nós, hoje, de vi-
ver assim? O país que temos está longe de
ser perfeito, mas um longo caminho já foi per-
corrido. Dos escombros de um Portugal colo-
nialista, antiliberal e autoritário, consolidámos
as bases de uma nação democrática e livre.
Os jovens de hoje estudam História de Por-
tugal na escola, mas isso não quer dizer que a
conheçam e a amem. O adolescente de quin-
ze anos chega enfastiado à aula e, qualquer
que seja o tema proposto, responde invaria-
velmente: “É uma seca”. As questões políticas
são assuntos entediantes que merecem des-
prezo ou apatia. A classe política é olhada com
desconfiança e, muitas vezes, com desdém.
Mas talvez não devêssemos ser tão precipi-
tados: afinal, conhecer o passado é a melhor
forma de aprender a construir o futuro. Estar
atento ao que acontece no país e no mundo é
a única forma de compreender os fenómenos
sociais e as decisões políticas. Só assim po-
demos intervir e tomar posição. Neste sentido,
os professores (e não só os de História) têm
um papel preponderante na formação dos alu-
nos. Mas é também necessário que desperte
e se desenvolva em cada um de nós a consci-
ência de que somos futuros
cidadãos e devemos, indivi-
dualmente, investir na nossa
formação. Mais de dois mil
anos nos separam de Aris-
tóteles e da democracia gre-
ga, mas continuamos a ser o
animal político, aquele para
quem viver em sociedade é
a única forma de assumir a
sua humanidade. Não nos
limitamos a viver; a nossa
vivência é uma convivência,
isto é, vivemos com os outros
numa polis que já não é só a
cidade, mas a nação e tam-
bém o mundo. Ora a política
diz respeito à intervenção cí-
vica no espaço humano, lugar de coabitação e
de vivência colectiva. Todos nós, jovens, de-
vemos estar conscientes disso. Num Estado
democrático, a actividade política não deve
ser apanágio de um grupo de iluminados, par-
ticipar é um imperativo que se impõe a todos.
Não nos podemos alhear da realidade e ficar
à espera que outros decidam por nós. Não de-
vemos restringir a nossa participação à mesa
do café ou às tertúlias com amigos. Devemos
estar atentos, informados, desenvolver um es-
pírito crítico, debater ideias e ser capazes de
apontar soluções. Em suma, é necessário que
os jovens de hoje – os homens de amanhã
– estejam convenientemente preparados para
o exercício da cidadania.
Por tudo isto, apelo aos jovens aqui presentes
e a todos os que demonstram gosto pela po-
lítica e pela intervenção cívica que lutem por
um país melhor, mais justo e solidário. Que
sejamos uma geração persistente, empenha-
da e capaz de mudanças. Que sejamos uma
geração de ideias e trabalho, que não se de-
mite e que luta pelo bem comum, capaz de
consolidar esta jovem democracia e que honre
o espírito da Revolução que hoje comemora-
mos. Em liberdade, e sem abutres, (mais uma
vez Sophia) ou «poderemos Abril ter perdido/
O dia inicial inteiro e limpo/ Que habitou nosso
tempo mais concreto».
Marta Santos, 11º A
http://www.improvisacoesemdomenor.blogspot.com/
ESCOLA E DEMOCRACIA
25 DE ABRIL ONTEM E HOJE
(Continuação da página 1)
AS ALGAS
No mundo ocidental não está
muito vulgarizada a utilização das
algas como alimento. No entan-
to, muitos cientistas consideram
que as algas podem ser a solução
para as carências alimentares de
que sofre uma grande parte da
humanidade. Não nos podemos
esquecer de que três quartos do
nosso planeta estão cobertos de
água; para além disso, algumas
algas desenvolvem-se muito bem
na cultura controlada.
As algas são os vegetais mais
autónomos que existem. Não pre-
cisam de rega, nem de adubos ou
pesticidas para crescer e reprodu-
zir-se. Constituem, pelo menos em
teoria, uma reserva quase ilimita-
da de alimentos para os peixes e
outras criaturas aquáticas, assim
como para os seres humanos que
se decidam a consumi-las.
Vantagens
Evitam o bócio quando se inge-
re pouco iodo com os alimentos,
como acontece em certas zonas
montanhosas do interior. Um pu-
nhado de algas secas acrescen-
tadas a qualquer guisado satisfaz
sobejamente as necessidades de
iodo de toda a família.
Constituem uma boa fonte de
cálcio, magnésio e ferro.
As gomas ou mucilagens das
algas retêm até dez vezes o seu
peso em água; assim, incham no
estômago e produzem sensação
de saciedade, o que as torna mui-
to úteis nas curas de emagreci-
mento. Além disso, retêm sucos
gástricos e actuam como um anti-
ácido natural no estômago.
São laxantes: as gomas mu-
cilaginosas das algas tornam as
fezes mais volumosas e moles,
facilitando uma evacuação suave
e fisiológica.
Pelo seu conteúdo em iodo, as
algas facilitam a produção de hor-
monas da glândula tiróide. Estas
hormonas aceleram a combustão
dos hidratos de carbono e das
gorduras. Por isso recomendam-
se as algas em todos os progra-
mas de emagrecimento.
Um dos efeitos das gomas ou
mucilagens das algas é o de im-
pedir a absorção do colesterol no
intestino. Portanto, o consumo
habitual de algas reduz o nível de
colesterol no sangue
Inconvenientes
O seu sabor lembra o do peixe,
e não é bem aceite por algumas
pessoas.
Têm elevado conteúdo em só-
dio, pelo que os hipertensos de-
vem comê-las com moderação.
São desaconselhadas em caso
de hipertiroidismo pela elevada
quantidade de iodo que contêm.
Professor Miguel Fonseca
UM VEGETAL DE ELEIÇÃO
ANO 3 - Nº 8 TOQUE DE SAÍDA
PASSATEMPOS E CURIOSIDADES 19
1. Os cubos
Quantos cubos são necessários para for-
mar a torre que se encontra na figura?
2. O alvo
No seguinte alvo obtém-se uma certa pon-
tuação se ao disparar uma flecha esta cai na
zona B, e outra pontuação se cai na zona A.
O António lançou 3 flechas ao alvo; 1 caiu na
zona B, e 2 na zona A, e obteve 17 pontos. O
David também lançou 3 flechas; 2 caíram na
zona B, e 1 na zona A, e obteve 22 pontos.
Quantos pontos são atribuídos a uma flecha
que cai na zona A?
3. Calendário
Um determinado ano tem 53 domingos.
Será possível que nesse ano o dia 8 de Mar-
ço seja a uma 6ª feira?
4. A aposta
O Ricardo e a Paula estão sentados nas
suas motas, parados numa estação de ser-
viço da auto-estrada Porto-Lisboa, a descan-
sar um pouco antes de prosseguirem viagem.
Entretanto observam que os carros que cir-
culam na auto-estrada podem ser agrupados
em três categorias:
•Rápidos - que circulam a velocidade cons-
tante de 120 Km/h;
•Médios - que circulam a velocidade cons-
tante de 90 Km/h;
•Lentos - que circulam a velocidade cons-
tante de 60 Km/h;
Observam também que o tempo que de-
corre entre a passagem de dois carros da
mesma categoria é de 10 segundos. Então
o Ricardo diz à Paula que, uma vez que ela
viaja sempre a 90 Km/h, o número de car-
ros que ela ultrapassar será igual ao número
de carros que a ultrapassarem. A Paula res-
ponde “Estás enganado” e propõe a seguinte
aposta: “Dou-te 100 euros por cada carro que
me ultrapassar antes da próxima estação de
serviço e tu dás-me 100 euros por cada carro
que eu ultrapassar”.
A próxima estação de serviço dista 90 Km.
Algum deles terá lucro com a aposta? Se sim,
quanto?
5. O Concorde
A bordo de um Concorde vão 201 pessoas
de 5 nacionalidades diferentes. Sabe-se que
em cada grupo de 6 pessoas, pelo menos 2
têm a mesma idade.
Mostra que, no avião, há, pelo menos, 5
pessoas do mesmo país, da mesma idade e
do mesmo sexo.
As soluções do nº7 encontram-se na página web::
htt://www.externatobenedita.net
ENIGMAS
É um puzzle lógico, num quadrado
de nove linhas por nove colunas, orga-
nizado em regiões de 3x3.
Use algarismos de 1 a 9, de modo a
que cada algarismo apareça uma única
vez em cada linha, coluna, ou região de
3x3.
Não é necessária qualquer operação
aritmética.
Aqui ficam três exemplares, de graus
de dificuldade diversificados.
Divirta-se!
3 1 2 7 8
3 6
6 3 2 4 1
7 4 8 5
8 9
8 4 3 9
4 3 1 7 2
5 7
6 8 3 4 5
Fácil
7 4 6 18 9 2
5 3 8 95
3 8 41
6 4 1 51 8 2
8 3 2 6Difícil
5 2 11 7 9 2 6
8 7 47 2 9 8
6 24 1 9 36 9 17 1 8 5 98 5 2
Médio
SUDOKU
O OITAVO DA RECICLAGEM
Durante o mês de Abril, alguns alunos do
12º B realizaram palestras para seis turmas
do 8º ano, no âmbito do programa Eco-Es-
colas, com o intuito de promover hábitos de
separação de lixo e de tratamento de resídu-
os, assim como para dar informações sobre
a importância desta prática.
O projecto Eco-Escolas é um programa
internacional que pretende sensibilizar a
população e os alunos para as questões do
ambiente e para tentar travar a destruição
do nosso Planeta Azul.
Durante as palestras houve uma boa in-
teracção entre os intervenientes e grande
curiosidade por parte dos alunos, que ten-
taram perceber e desenvolver competências
que lhes permitam sensibilizar os pais e a
comunidade: reciclar é preciso, quase tanto
como respirar, e é destes pequenos gestos
que a consciencialização deve ser feita. O
respeito por todos e pelo mundo é cada vez
mais necessário.
Ana Ferreira, Bebiana Santos, Joana Cavadas e
Vânia Silva, 12ºB
Microsoft e Adobe
NOVOS LANÇAMENTOS
A Microsoft anunciou no dia 14 de Março que vai lançar
em 2010 o novo Sistema Operativo denominado “Windows
7”.
O “Vista” tinha sido lançado a 30 de Novembro de 2006
para fabricantes de computadores, e a 30 de Janeiro de
2007 para utilizadores finais. Mas o Vista ainda deixa mui-
to a desejar e, só passado um ano após o seu lançamento,
foi disponibilizado o Service Pack 1 que permite resolver
incompatibilidades com a maioria do software e hardware.
Outro destaque foi o facto de a Microsoft ter sido obrigada
a adiar o lançamento do SP 3 para o XP devido a um erro
encontrado à última hora.
Outra grande empresa mundial, a Adobe, lançou o
Adobe Media Player que permite visualizar vídeos online
e off-line. Este programa tem vários recursos, como um
Catálogo, que descobre novos programas de TV online;
o recurso Vídeos Pessoais, que permite transmitir e fa-
zer download dos vídeos favoritos para o computador; a
secção dos Favoritos, que permite fazer downloads auto-
máticos de episódios dos nossos programas favoritos; por
último, a secção de Novos Episódios permite gerir os epi-
sódios de séries televisivas. Este software ainda só está
disponível em Inglês dos Estados Unidos e é gratuito.
Nelson Pestana, 10ºG
ANO 3 - Nº 8TOQUE DE SAÍDA
ARTE E CULTURA20
MÓDULO PADRÃO
A ESCOLA É FIXE
Beatriz Silva, 10ºF
Trabalhos sobre módulo padrão, realizados pelos alunos do 8º ano, turmas B, C e F, no âmbito das disciplina de Educação Vi-sual, usando a técnica da colagem de papel de lustro colorido em papel cavali-nho.
Pode visitar o site deste museu em
www.mnarqueologia-ipmuseus.pt
Vale a pena! Em 2002, foi considera-
do o melhor do mundo. Recebeu o prémio
“Web d´Art d´Or” num festival de audiovi-
sual e multimédia para profissionais que
trabalham em instituições culturais e mu-
seológicas. É excelente pela qualidade e
riqueza da informação que nos oferece,
em concreto a respeitante às visitas vir-
tuais. Podem visitar-se exposições que
estão a decorrer, algumas já passadas, e
outras inteiramente virtuais. No caso da
exposição virtual Mosaicos Romanos, po-
dem encontrar-se exemplos retirados de
locais arqueológicos de todo o país, com
destaque para os mosaicos de Póvoa de
Cós, Alcobaça; São Sebastião do Freixo,
Batalha; e Martim Gil, Leiria. Todas as
peças do acervo podem ser pesquisadas
atendendo às características específicas
de inventário.
No site há ainda lugar para a “peça do
mês”. Todos os meses uma peça é eleita
e, sobre a mesma, encontramos uma gran-
de variedade de informação.
Com certeza que depois desta visita
vai querer ver com os seus próprios olhos
tudo o que o museu tem para lhe oferecer,
apesar de a visita virtual ser deveras rica e
completa. Aqui fica portanto a informação:
o MNA fica sedeado no edifício do Mos-
teiro dos Jerónimos, na Praça do Império,
em Lisboa, e pode ser visitado de terça a
domingo, entre as 10h e as 18h. Pela In-
ternet, pode visitá-lo em qualquer dia e a
qualquer hora.
Professora Lurdes Goulão
JÁ FOI AO MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA?Mosteiro dos Jerónimos
COLABORARAM NESTE NÚMERO Além dos membros permanentes da equipa do jornal: a
Associação de Estudantes; as turmas B, C e F do 8º Ano; os alunos Alexandre Coelho, Ana Ferreira, Ana Luís, Arlete Sineiro, Beatriz Inácio, Beatriz Silva, Bebiana Santos, Bruna Cruz, Carla Serralheiro, Carolina Luís, Catarina Gomes, Cláu-dia Santos, Cristina Tomás, David Susano, Élia do Carmo, Elisa Belo, Fátima Santos, Filipa Isabel Serrazina, Flávio San-tos, Inês Pereira, Joana Cavadas, Joana Martins, João Cons-tantino, João Pestana, João Santos, Laura Gonçalves, Lúcia Maçãs, Mara Barbosa, Mariana Pereira, Mariana Rodrigues, Marina Rosário, Marta Pimenta, Marta Santos, Mónica Fialho, Nelson Pestana, Nuno Filipe Pena, Rafaela Santos, Regina Santos, Samuel Pereira, Susana Coito, Telmo Coito, Vanessa Fialho e Vânia Silva; as professoras de Francês; o grupo or-ganizador do Festteatro; os professores Alexandre Lourenço, Ana Luísa Quitério, Ana Paula Barosa, Domingos Martinho, Isabel Neto, Paula Cristina Ferreira e Ricardo Miguel. E ainda a psicóloga Margarida Ferreira e a educóloga estagiária Cris-tiana Carvalho.