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Na mais dura eleição presidencial, Dilma Rousseeff vence o tucano Aécio Neves.

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Leitor

A presidenta Dilma Rousseff (PT) foi reeleita para um novo mandato como presidente da República (2015-2018). Com a vitória, Dilma completará um período de 16 anos do PT no comando do governo federal, desde a primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002.

Foi a disputa mais acirrada desde a redemocratização do país. Foi também a sexta eleição marcada pela polari-zação entre PSDB e PT, que desde 1994 sempre chegaram nas duas primeiras posições na corrida presidencial.

A divisão no resultado das eleições presidenciais refle-tiu-se nos estados. Das 27 unidades da Federação, a candi-data do PT, Dilma Rousseff, venceu em 15 e o candidato do PSDB, Aécio Neves, em 12.

No balanço geral das urnas, o PMDB foi o partido que ganhou em mais estados, com sete governadores eleitos. Em seguida, aparecem PT e PSDB, com cinco governadores cada. O PSB elegeu três candidatos. O PSD e o PDT elege-ram dois governadores e PCdoB, PROS e PP elegeram um.

A disputa eleitoral deste ano consolidou mais uma vez o poderio do PMDB nos estados e também na Câmara dos Deputados. O partido elegeu o maior número de gover-nadores (sete) e 66 deputados federais, a segunda maior bancada na Câmara. O PT, que elegeu o maior número de deputados federais - 70 - conquistou o governo de cinco estados.

O PSDB, maior partido de oposição ao governo, con-quistou a terceira maior bancada da Câmara com 54 de-putados e elegeu cinco governadores, entre eles os de São Paulo – maior colégio eleitoral do país.. O PSB elegeu três governadores e 34 deputados federais.

O PSD elegeu a quarta maior bancada da Câmara com 37 deputados e conquistou a chefia de dois governos es-taduais e o PDTelegeu dois governadores e 19 deputados federais.

&EstadosMunicípios

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Balanço das Urnas

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CAPA

Na disputa presidencial mais acirrada dos últimos tempos, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) disputaram palmo a palmo a preferência do eleitorado brasileiro num segundo turno empolgante marcado por oscilações nas pesquisas eleitorais. A disputa refletiu-se nos estados. Das 27 unidades da Federação, Dilma Rousseff venceu em 15 e Aécio Neves, em 12.

28 | DIRETO DE BRASÍLIA Renato Riella

42 | MÍDIA Pedro Abelha

56 | CASOS & CAUSOS Rangel Cavalcante

índiceEdição 254 - Outubro / 2014

colu

nas

10 EleiçãoBrasil elege novos governadores em dois turnos 10PSB governará Brasília pela primeira vez 12Poucos se elegeram com votos próprios 13PT e PMDB elegem as maiores bancadas 14PSDB tem maior índice de reeleição 15

16 GestãoOrçamento sergipano de 2015 já está definido 16

18 NacionalPnud discute prevenção de desastres naturais 18Congresso recebe projetos de créditos adicionais 19

22 EstadosGerenciamento costeiro 22Transição transparente em Mato Grosso 23

24 MunicípiosParaíba defende novo pacto federativo 24Compara Brasil analisa finanças dos municípios 25Oficinas estimulam setor turístico em Alagoas 26Atraso no abastecimento de água em Sergipe 27

30 InfraestruturaCaraguatatuba é modelo em gestão 30

34 Meio AmbienteProjeto brasileiro de conservação ambiental 34

36 EmpreendedorismoParcerias reforçam combate ao trabalho infantil 36

37 EducaçãoEducação financeira nas escolas 37

38 TransporteFerrovias ganham espaço na agenda nacional 38

39 EconomiaCâmara desonera folha de pagamento 39

40 SaneamentoColeta e tratamento de resíduos sólidos 40

41 Social Lanchas oceânicas ajudam populações extrativistas 41

44 Agricultura Governo discute agroindústria com empresários 44Diferença de renda entre campo e cidade diminui 45

46 SaúdePlano nacional de combate à Chikungunya 46Fiocruz está atenta contra o ebola 48

50 EnergiaEfeito estufa 50

51 InfraestruturaTrem de levitação magnética no Rio 51

52 Turismo Roteiro de experiência no Cariri paraibano 52

58 artigoCapacitação no setor petrolífero 58

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C a p a

A presidenta Dilma Rous-seff (PT) venceu Aécio Neves (PSDB) na disputa em segundo turno e foi reeleita para um novo mandato como presidente da Re-pública (2015-2018). Com a vitó-ria, Dilma completará um período de 16 anos do PT no comando do governo federal, desde a primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Sil-va, em 2002.

Foi a disputa mais acirra-da desde a redemocratização do país. Foi também a sexta eleição marcada pela polarização entre PSDB e PT, que desde 1994 sem-pre chegaram nas duas primeiras posições na corrida presidencial.

A divisão no resultado das elei-ções presidenciais refletiu-se nos estados. Das 27 unidades da Fe-deração, a candidata do PT, Dilma Rousseff, venceu em 15 e o candi-dato do PSDB, Aécio Neves, em 12.

Dilma venceu nos estados de Alagoas, do Amazonas, do Ama-pá, da Bahia, do Ceará, do Mara-nhão, de Minas Gerais, do Pará, da Paraíba, de Pernambuco, do Piauí, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Norte, de Sergipe e do Tocantins. Os melhores resulta-dos foram obtidos no Maranhão (78,76%), no Piauí (78,29%) e no Ceará (76,75%).

Aécio Neves ganhou a dis-puta no Distrito Federal e nos es-tados do Espírito Santo, de Goiás,

de Mato Grosso do Sul, de Mato Grosso, do Paraná, de Rondônia, de Roraima, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e de São Paulo. Os estados que mais de-ram vantagem ao tucano foram Santa Catarina (64,59%), São Pau-lo (64,31%) e Acre (63,86%, com resultado parcial).

Dilma vence e abre novo ciclo de poder do PT

No estado natal dos dois candidatos, Minas Gerais, Dil-ma derrotou Aécio. Dilma fi-cou com 52,41% dos votos e Aécio, com 47,59%. De um universo de 15,2 milhões de eleitores, a petista venceu o tucano por uma diferença de 550,5 mil votos.

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Embora nascida em Minas, Dilma começou a carreira política no Rio Grande do Sul. No estado, onde tem domicílio eleitoral, a presidenta obteve 46,47% dos vo-tos, contra 53,53% do adversário. Em um colégio de 8,4 milhões de eleitores, Aécio venceu Dilma por 455 mil votos de diferença

União e reformas

A presidenta reeleita Dilma Rousseff falou em união e refor-mas em seu primeiro discurso

após o resultado das urnas. Em Brasília, Dilma negou que o país esteja dividido e pediu paz entre todos. “Conclamo, sem exceção, todas as brasileiras e brasileiros a nos unirmos em favor de nossa pátria, de nosso país, do nosso povo. Não creio que essas elei-ções tenham dividido o país. Entendo que elas tenham mobili-zado ideias e emoções, às vezes contraditórias, mas movidas por um sentimento comum: a busca por um futuro melhor para o Bra-sil”, disse.

A presidenta disse também que entendeu o recado das urnas sobre a necessidade de mudanças. “O caminho é muito claro. Algu-mas palavras e temas dominaram essa campanha. A palavra mais repetida, mais falada, foi mudan-ça. O tema mais amplamente con-vocado foi reforma. Sei que estou sendo reconduzida para ser a pre-sidenta que irá fazer as grandes mudanças que a sociedade preci-sa”, disse.

Segundo a presidenta, a pri-meira reforma que ela buscará

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será a política. Dilma disse que vai procurar o Congresso Nacio-nal para conversar, assim como movimentos da sociedade civil. Ela voltou a insistir na necessida-de de um plebiscito para “dar for-ça e legitimar” a reforma.

Plebiscito

“Entre as reformas, a primeira e mais importante deve ser a re-forma política. Deflagrar essa re-forma, que é de responsabilidade do Congresso, deve mobilizar a sociedade por meio de um ple-biscito, de uma consulta popular. Somente com um plebiscito nós vamos encontrar a força e a legi-timidade para levar adiante este tema. Quero discutir isso com o novo Congresso eleito. Quero discutir igualmente com os movi-

mentos sociais e as forças da so-ciedade civil.”

Em seguida, Dilma voltou a prometer empenho no combate à corrupção. “Terei um compro-misso rigoroso com o combate à corrupção, fortalecendo os me-canismos de controle e propon-do mudanças na legislação para acabar com a impunidade, que é a protetora da corrupção”, disse Dilma.

Na área econômica, a pre-sidenta disse que vai promover “com urgência” ações localizadas na economia para a recuperação do ritmo de crescimento com a manutenção de empregos e da renda dos trabalhadores. O com-bate à inflação também será uma prioridade, segundo ela. “Vou es-timular, o mais rápido possível, o diálogo e a parceria com todos os

Aécio Neves conquistou mais de 51 milhões de votos, e protagonizou com Dilma Rousseff a disputa mais acirrada para o Poder Executivo federal desde a redemocratização do país.

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setores produtivos do país”, disse. Por fim, Dilma disse que hoje está “muito mais forte, mais serena e mais madura” para a tarefa que lhe foi delegada.

Aécio agradece

Oficializado o resultado das urnas, candidato Aécio Neves fez um pronunciamento de menos de três minutos O tucano agradecendo a todos os brasileiros e desejando sucesso para a presidenta reeleita.

“Cumprimentei agora há pouco por telefone a presidente eleita e desejei a ela [Dilma] su-cesso na condução do seu próxi-mo governo e ressaltei: considero que a maior de todas as prioridades deve ser unir o Brasil em torno de um projeto honrado e que dignifi-que a todos os brasileiros”, disse.

O tucano lembrou dos mo-mentos vividos durante a campa-nha e agradeceu a todos que vo-taram em sua candidatura. “Serei eternamente grato a cada um, a cada uma de vocês que me permi-tiram voltar a sonhar na reconstru-ção de um novo projeto. As cenas que eu vivi ao longo desses últi-mos meses jamais sairão da minha mente e do meu coração”.

Aécio também destacou que sai fortalecido da campanha. “Mais vivo do que nunca, mais so-nhador do que nunca, deixo essa campanha, ao final, com o senti-mento de que cumprimos o nosso papel”, disse. Depois, citou mais uma vez São Paulo, como fez nos últimos dias, dizendo que é o que retrata de forma mais clara o sen-

timento que tem hoje: “Combati o bom combate, cumpri minha mis-são e guardei a fé”.

Oposição

O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), reafir-mou o papel do partido na opo-sição, revigorada pelos votos ob-tidos pelo candidato tucano. “A metade do povo brasileiro afirmou de maneira clara que quer o fim da corrupção, a liberdade de ex-pressão, uma imprensa livre e ex-celência na gestão. Aécio Neves, um grande brasileiro, seguidor de São Paulo, combateu o bom com-bate e não perdeu a fé. Seguiremos na oposição identificados com os 50 milhões de brasileiros que dis-seram sim a mudança“, escreveu em sua página no Facebook.

O deputado Otavio Leite (RJ) exaltou a democracia como um bem maior. “Perdemos por pouco, mas a luta continua. Que Deus proteja o Brasil. Ao amigo Aé-cio Neves meu forte abraço”, disse o tucano também pela rede social.

Já o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP) afirmou que o candidato tucano “vai continuar a lutar ao lado dos brasileiros que acreditam na ética, transparência e planejamento público, na qua-lidade dos gastos do Estado, do controle de resultados e na tole-rância zero com a corrupção”.

O deputado Nilson Leitão (MT), por sua vez, desejou su-cesso e sabedoria à Dilma, mas reiterou a postura combativa da legenda daqui para frente. “Con-tinuaremos lutando pelo fim do aparelhamento do Estado e dos sugadores da máquina estatal. O PSDB continuará lutando pela melhoria da população brasileira de forma igualitária, sem jogar uns contra os outros, como temos vis-to nos últimos anos e que ficou de maneira clara nesta eleição”, des-tacou o parlamentar no Facebook. “Gostaria de agradecer a votação expressiva do povo matogrossen-se ao candidato Aécio Neves em clara demonstração do desejo de mudança para o nosso estado e para o Brasil”, acrescentou o par-lamentar.

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Treze estados definiram as eleições para governador no pri-meiro turno. Em alguns, o resultado surpreendeu por contrariar todas as pesquisas, como na Bahia, onde Rui Costa (PT) virou o jogo na reta final e venceu no primeiro turno o demo-crata Paulo Souto, que era aponta-do como favorito na disputa.

O PMDB elegeu quatro go-vernadores: Marcelo Miranda (To-cantins), Jackson Barreto (Sergipe), Paulo Hartung (Espírito Santo) e

Renan Filho (Alagoas).O PT, que tinha quatro gover-

nadores, saiu fortalecido do primei-ro turno, já com três estados com governadores do partido - Welling-ton Dias (Piauí), Fernando Pimentel (Minas Gerais) e Rui Costa.

O PSDB elegeu dois gover-nadores em primeiro turno: Geral-do Alckmin, em São Paulo, e Beto Richa, no Paraná. O PSB e o PDT saíram do primeiro turno com um governo conquistado: Paulo Câma-

Brasil elege novos governadores em dois turnos

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ra (Pernambuco) e Pedro Taques (Mato Grosso), respectivamente.

Entre os pequenos, o PSD conquistou o governo de Santa Catarina, com Raimundo Colom-bo, e o PCdoB interrompeu a he-gemonia da família Sarney com a eleição de Flávio Dino.

O Pros, em sua primeira disputa, não elegeu nenhum go-vernador, mas colocou Camilo Capiberibe no segundo turno no Amazonas.

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Segundo turno

O Distrito Federal e outros 13 estados elegeram seus governado-res nas disputas de segundo turno. Foi um acréscimo em relação a 2010, quando apenas sete estados e também o DF decidiram suas dis-putas em duas rodadas.

Cinco dos 14 governadores eleitos no segundo turno venceram de virada, após terem chegado em segundo lugar na primeira etapa das votações, em 5 de outubro: Simão Ja-tene, Robinson Faria, Reinaldo Azam-buja, Ricardo Coutinho e José Melo.

Desde 1990, quando o segun-do turno começou a valer nas elei-

Ex-ministros decepcionam

Apostas fortes do PT na dis-puta das eleições para os governos estaduais, dos três ex-ministros de Dilma que deixaram o cargo para assumir candidaturas, apenas um triunfou nas urnas: Fernando Pi-mentel, eleito governador de Mi-nas Gerais.

No Paraná, a ex-ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, não fez jus às expectativas do partido em torno de seu nome, e decep-cionou ao terminar na terceira co-locação. O ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também termi-nou na terceira colocação na dis-puta pelo governo de São Paulo.

ções de governador, 29 candidatos conseguiram vencer de virada, re-vertendo os resultados do primei-ro turno. Este ano, a maior virada aconteceu no Rio Grande do Nor-te, onde o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB) venceu o primeiro turno com 5 pontos de diferença e acabou derrotado no segundo turno.

No balanço geral das urnas, o PMDB foi o partido que ganhou em mais estados, com sete governado-res eleitos. Em seguida, aparecem PT e PSDB, com cinco governado-res cada. O PSB elegeu três can-didatos. O PSD e o PDT elegeram dois governadores e PCdoB, PROS e PP elegeram um.

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Rodrigo Rollemberg, do PSB, é o novo governador do Dis-trito Federal. Eleito em segundo turno com 812.036 votos, contra 649.587 de Jofran Frejat (PR), ele será o primeiro integrante do PSB a comandar a Capital do país, que já foi governada pelo PT, PMDB, DEM e o extinto PTR.

Foi a segunda disputa de Rol-lemberg ao governo da capital. Em 2002, o candidato conseguiu apenas 6,79% e ficou na quarta

colocação, em pleito vencido por Joaquim Roriz. Rodrigo afirmou que fará uma ges-tão participativa e que não abrirá mão do seu progra-ma de governo

“Tenho convicção de que não sou o salva-dor da pátria, mas que com o apoio da popu-lação vamos resgatar o sonho de JK”, afir-mou Rollemberg, após o anúncio do resultado. O novo governador tam-bém ressaltou que vai atuar no “combate à bu-rocracia e à cor-rupção” e não descartou apoio de nenhum partido, desde que aceitem o

PSB governará Brasília pela primeira vez

programa de governo. “Nós não vamos lotear o nosso governo”, declarou.

Entre as propostas do gover-nador eleito estão a adoção do turno integral em todas as escolas públicas, a redução do número de secretarias de governo, a im-plantação do bilhete único para transporte coletivo e a escolha de administradores regionais por meio de eleição. Ele também defende uma gestão baseada na estipulação de metas e no acom-panhamento de resultados.

Rumo ao Buriti

Rollemberg assumiu a lide-rança da disputa para o Palácio do Buriti na reta final do primeiro turno, após a renúncia da can-didatura de José Roberto Arruda (PR), que não conseguiu rever-ter a condenação por improbi-dade que o deixou na condição de ficha suja.

No primeiro turno, Rollem-berg atingiu 45,23% dos votos e disputou todo o segundo à frente nas pesquisas de intenção de voto.

A disputa inicial envolvia seis candidatos. Além de Rol-lemberg e Frejat, tentavam a eleição o atual governador Ag-nelo Queiroz (PT), Luiz Pitiman (PSDB), Toninho (PSOL) e Perci Marrara (PCO).

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Apenas 36 dos 513 depu-tados federais que vão compor a Câmara na próxima legislatura (2015-2018) alcançaram o quo-ciente eleitoral com seus próprios votos. Desses, 11 são parentes de políticos tradicionais em seus es-tados. Os outros 477 eleitos foram “puxados” por votos dados à le-genda ou a outros candidatos de seu partido ou coligação. O nú-mero é o mesmo de 2010, quando também houve apenas 36 deputa-dos eleitos com votação própria.

Entre os 36 deputados que conseguiram atingir o quociente eleitoral, cinco são de São Paulo, cinco de Minas Gerais e cinco do Rio de Janeiro. Em Pernambuco, quatro deputados foram eleitos com seus próprios votos; e, na Pa-raíba e no Ceará, três. Em Goiás e Santa Catarina, dois atingiram o quociente eleitoral. No Amazo-nas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Sergipe e Roraima, apenas um atingiu o quociente eleitoral.

O quociente eleitoral é calcu-lado dividindo-se o número de vo-tos válidos no estado pelo número de vagas na Câmara a que tem di-reito cada estado. Por exemplo, o Distrito Federal tem direito a oito deputados. Dividindo-se os 1,45 milhões de votos válidos por oito, chega-se ao quociente eleitoral de 181,7 mil.

Este é o número de votos ne-cessários para um candidato se eleger por conta própria no DF. Porém, nenhum deputado atingiu esse quociente na última eleição.

Distorções

Além do Distrito Federal, nenhum deputado dos seguintes estados alcançou o quociente eleitoral na última eleição: Acre, Alagoas, Amapá, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Rio Grande do Sul e Tocantins.

A forma de eleição baseada no quociente eleitoral é chama-da de sistema proporcional. Segundo o diretor do De-partamento Intersindical de Assessoria Parla-mentar (Diap),

Poucos se elegeram com votos próprios

Antônio Augusto de Queiroz, esse sistema, somado ao quadro de pulverização partidária e for-mação de alianças no País, tem levado a algumas distorções.

“Na Câmara, muita gente se elege com votação muito peque-na. Tivemos, na Região Norte, pessoas eleitas com menos de 10 mil votos”, ressalta o diretor.

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O PT elegeu 70 deputa-dos federais e terá novamente a maior bancada da Câmara dos Deputados no ano que vem, após a posse dos eleitos. Em segundo lugar, vem o PMDB, com 66 de-putados. Apesar de terem garan-tido as duas maiores bancadas, os dois partidos elegerem menos deputados do que em 2010. Em relação à bancada atual, o PT perdeu 18 vagas na Câmara, e o PMDB, cinco.

As duas agremiações inte-gram atualmente a base do go-verno da presidenta Dilma Rous-seff. Os partidos (PT/PMDB/PSD/PP/PR/Pros/PDT/PC do B/PRB) que a apoiaram no primeiro turno elegeram 304 deputados. Atualmente, a base governista conta com 340 deputados.

Já o PSDB elegeu a tercei-ra maior bancada da Câmara e

terá 54 deputados, dez a mais do que atualmente. Dos três grandes partidos, com mais de 50 deputados, apenas o PSDB cresceu. Os partidos (PSDB/PMN/SD/DEM/PEN/PTN/PTB/PTC/PT do B) que apoiam o candidato Aécio Neves elege-ram 130 parlamentares. Atual-mente, essa composição totali-za 119 deputados.

Dos sete partidos médios que possuem entre 20 e 49 de-putados (PSB/PP/PSD/PR/PTB/DEM/PRB), somente o PSB, o PTB, o PRB e o PR cresceram.

Renovação

A renovação na Câmara atingiu a marca de 43,5% Esse percentual é um pouco menor do que o verificado em 2010, que chegou a 46,4%. Historica-

PT e PMDB elegem as maiores bancadas

mente, a média de substituição na Casa fica sempre em torno de 40% a 50%.

Já o número de partidos com representação na casa, passou de 22 para 28. Dos atuais 32 partidos registrados na Justiça Eleitoral, apenas quatro agremiações (PSTU/PCB/PCO/PPL) não elegeram representantes.

Todos esses resultados são ainda provisórios. Até o dia da diplomação dos eleitos (19 de dezembro), a Justiça deverá julgar recursos das candidatu-ras indeferidas por problemas, como falta de quitação eleitoral ou de documentação. Também se enquadram nesse caso recur-sos dos eleitos que tiveram o registro indeferido por força da Lei da Ficha Limpa (Lei Comple-mentar 135/10).

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Com 63,6% de deputados reeleitos (28 de 44), o PSDB foi o partido, entre as dez maiores bancadas da atual legislatura, que conseguiu mais reconduções para a Câmara nas eleições gerais de 2014. Em seguida, empatados com 62,5%, aparecem PP, PR e PSB.

As duas maiores legendas da Casa, PT e PMDB, tiveram, respectivamente, 54,5% e 53,5% de deputados reeleitos.

As legendas com maior percentual de deputados reeleitos na Casa foram o Psol, com 100%, e o PTB, com 94,4%. O Psol, que atualmente tem três repre-sentantes na Câmara, reelegeu todos eles. Já o PTB, que conta hoje com 18 depu-tados, reelegeu 17 deles.

Antiguidade

Dos 513 deputados eleitos, 315 exercem ou já exerceram mandato de deputado federal. Desse total, há um deputado com dez manda-tos, dois com nove e dois com oito. O maior número de deputados reeleitos é dos que vão entrar para o segundo mandato (121).

O mais antigo eleito é o deputado Miro Teixeira (Pros-RJ), que já exerceu dez manda-tos. Atualmente, o mais antigo é o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), com onze mandatos. Ele deixará a Casa no ano que vem, por ter sido candidato a governador (perdeu no RN).

O cruzamento de dados mostra também que o estado com maior número de deputados veteranos (com mais de uma legislatura) é São Paulo, com 41 (de um total de 70), seguido de Minas Gerais (40 de 53), Rio de Janeiro (29 de 40) e Bahia (25 de 39).

PSDB tem maior índice de reeleição

Puxadores de votos

Com 1,52 milhão de votos, Celso Russomanno (PRB) foi o deputado mais votado de São Paulo e “puxou” quatro candidatos para a Câmara: além de Fausto Pinato, ele ajudou a aleger o cantor sertanejo Sergio Reis (45,3 mil votos); Beto Mansur (31,3 mil) e Marcelo Squasoni (30,3 mil). Todos são do PRB, já que o partido não fez coligação.

O segundo colocado em São Paulo, deputado Tiririca (PR), teve pouco mais de 1 milhão de votos e elegeu sozinho dois deputados, além de si próprio: Capitão Augusto (46,9 mil votos) e Miguel Lombardi (32 mil), ambos do PR, que também não se coligou.

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G e s t ã o

Reeleito no primeiro turno para mais um mandato à frente do governo de Sergipe, o gover-nador Jackson Barreto (PMDB) já anunciou que em 2015 prio-rizará as áreas de saúde, educa-ção e segurança. A proposta da Lei Orçamentária Anual (LOA) enviada para a Assembleia Le-gislativa prevê que 77% (R$ 6,6 bilhões) do orçamento anual se-rão destinados a essas áreas. O valor total do orçamento é de R$ 8,625 bilhões.

A Lei Orçamentária Anual é o instrumento através do qual é feita toda a alocação de gastos do governo, delimitados por órgãos, setores e territórios. É também a LOA que detalha melhor as ações existentes no Plano Plurianual em vigência (PPA/2012-2015).

Orçamento sergipano de 2015 já está definido

“Nossa prioridade é reformu-lar toda a máquina administrativa para cuidar das pessoas. Evidente que as questões levantadas pela sociedade nós vamos levar em consideração, que são as áreas da saúde, segurança, educação”, declarou Jackson Barreto.

O orçamento de R$ 8,625 bilhões fixado para 2015 repre-senta um crescimento de 4,06% em relação ao orçado em 2014. Segundo o superintendente de Programação Econômica e Or-çamento do Governo, Guilherme Rebouças, as principais fontes de receita de Sergipe vêm do Fun-do de Participação dos Estados (FPE) e do ICMS. “Isso representa 74% do total do orçamento para 2015. As outras receitas são pro-venientes de outras fontes, como

Ponte Aracaju Barra sobre o Rio Sergipe

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G e s t ã o

Meta é investir cada vez mais no bem-estar dos sergipanos

convênios, operações de crédito e outros”, completa.

Ele ressalta que o governo também está atuando com rigor na melhoria da qualidade dos gas-tos do estado, com ações como a priorização dos investimentos por meio das operações de crédito; di-minuição de gastos com custeio; priorização de recursos para as atividades fins; e incentivo à busca por novas fontes de financiamento e parcerias.

Foco de atuação

Para 2015, as pretensões e prioridades do governo são cla-ras quanto a seu foco principal

de atuação. Oito áreas de gran-de impacto social serão as mais beneficiadas. São elas: saúde, educação, segurança pública, transporte, saneamento básico, agricultura, assistência social e urbanização. Delas, 77% dos re-cursos estão alocados apenas nas três primeiras.

“Para 2015 teremos um apor-te maior de recursos em áreas como saúde, educação, segu-rança e assistência social. Por exemplo: entre 2014 e 2015 o governo prevê um crescimento de 8% dos recursos investidos em segurança pública. Um valor que chega a 70 milhões a mais apenas nos recursos do tesouro”, argumenta o secretário de Plane-jamento, Orçamento e Gestão, João Augusto Gama.

Vale destacar que o obje-tivo do governo é promover no próximo ano um investimento de aproximadamente 1,87 bi-lhão, advindos essencialmente das operações de crédito já con-tratadas e dos convênios efetiva-dos pelo estado.

Aval

Também é fundamental pon-tuar que esse volume de investi-mentos só foi possível graças ao esforço permanente do governo em criar, mesmo com as limita-ções de ordem econômica e fi-nanceira, as pré-condições essen-ciais para obter o aval do Governo Federal para contrair empréstimos internos e externos com as insti-tuições de fomento.

“A idéia que norteou a ela-boração desse orçamento foi de adotar um maior rigor na previsão das receitas, conjugado a uma forte contenção de despesas, para assim poder investir cada vez mais no bem-estar dos sergipa-nos”, enfatiza Gama

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18 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

N a c i o n a l

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) vai ajudar o governo bra-sileiro na efetivação do Sistema Nacional de Proteção de Defesa Civil (Sinpdec), que ainda carece de definições mais claras sobre as atribuições de cada um dos entes federados: União, estados e municípios.

Segundo a representante para programas do Pnud no Brasil, Ma-ristela Baioni, as recentes catástro-fes naturais que atingiram os esta-dos do Rio de Janeiro e de Santa Catarina revelaram a necessidade de uma modernização e reestrutu-ração do sistema.

“Acompanhamos alguns sistemas, como o de educação, onde se fala muito do regime de colaboração. Mas até hoje não temos muito claro dentro do siste-ma educacional, que já está bem

consolidado, exatamente qual o regime de colaboração entre os entes. É preciso repensar essa pac-tuação de competências e respon-sabilidades e deixar mais claras as atribuições de cada um, para que o Sinpdec funcione na prática”, avalia Maristela Baioni.

Para tanto, o Pnud promoveu um workshop para trocar experi-ências entre os sistemas, discutir formas de prevenir os impactos dos desastres naturais na popula-ção e colaborar com a discussão sobre a regulamentação da legis-lação que rege o Sinpdec.

Atlas

Dados do Atlas Brasileiro de Desastres Naturais, entre 1991 e julho de 2012, registram uma média de 1.363 catástrofes por ano. Ao todo foram 31.909 no

Pnud discute prevenção de desastres naturais

país, sendo que 73% ocorreram na última década. A liderança do ranking de desastres naturais pertence à seca, cuja frequência é maior no Nordeste e representa 50,34% dos registros.

No entanto, embora em nú-mero proporcionalmente menor, as inundações bruscas foram as que deixaram mais mortos nos últimos anos. Os deslizamentos registraram o maior avanço: en-tre 1990 e 2000 houve uma alta de 21,7 vezes no número de ocorrências.

A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) está trabalhando na regulamenta-ção da lei que organizou o Sinp-dec e vem promovendo reuniões com os representantes estaduais de Defesa Civil para concluir o projeto que será enviado ao Con-gresso Nacional.

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E s t a d o s & M u n i c í p i o s 19

N a c i o n a l

A Presidência da República encaminhou ao Congresso Nacio-nal 22 projetos de lei que abrem créditos adicionais no orçamento deste ano. No total, são 12 cré-ditos suplementares e 10 créditos especiais para ministérios, estatais e outros órgãos públicos.

Previstos pela Constituição e definidos na Lei 4.320/64, os cré-ditos adicionais (suplementares, especiais ou extraordinários) são um instrumento usado pelo gover-no para alterar o orçamento vigen-te e atender às necessidades dos órgãos da administração pública.

Os créditos suplementares são destinados ao reforço de do-tação orçamentária que já consta no orçamento. O crédito especial, por sua vez, é destinado à despesa para a qual não há dotação orça-

mentária específica. Ambos trami-tam na forma de projetos de lei do Congresso Nacional (PLNs).

Já os créditos extraordiná-rios são destinados a despesas ur-gentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção interna ou cala-midade pública, e tramitam como medidas provisórias.

Origem

Para a edição de crédito especial e de crédito suplemen-tar, a Presidência da República é obrigada a indicar de onde virão os recursos para bancá-los. Na maioria das vezes, esses recursos são oriundos de excesso de arre-cadação de tributos, receitas que não têm destinação determinada no orçamento, superávit financei-

Congresso recebe projetos de créditos adicionais

ro de exercício anterior, anulação total ou parcial de outros gastos ou empréstimos externos.

Por força da legislação, os créditos suplementares têm vi-gência limitada ao ano em que forem abertos. Os créditos es-peciais também não podem ter vigência além do exercício em que são autorizados, a não ser que sejam promulgados nos últi-mos quatro meses do ano (entre setembro e dezembro), casos em que poderão ser reabertos no ano seguinte, nos limites dos seus sal-dos, por decreto do Poder Execu-tivo.

Antes de serem votados em sessão do Congresso Nacional, os projetos terão de ser previamente apreciados na Comissão Mista de Orçamento (CMO).

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E s t a d o s

Articulação internacional para gerenciamento costeiro

A equipe do Programa de Gerenciamento Costeiro de Santa Catarina (Gerco/SC) apresentou as atividades do Plano Estadual a uni-versidades com a perspectiva de estabelecer articulação internacio-nal entre Brasil e Espanha. Partici-param do encontro representantes da UFSC, UFRGS, Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e Universidade de Cádiz (Espanha).

“O objetivo é fazer uma co-operação horizontal entre as uni-versidades públicas com a secreta-ria de estado, do administrativo com a academia, universidades e centros de investigação do Sul do Brasil com o Sul da Europa, ou seja, Portu-gal e Espanha. O que estamos cons-truindo é para todos”, explica Pedro Arenas, diretor adjunto para Ibero--América do Campus de Excelencia

Internacional del Mar (Campus de Excelência Internacional do Mar - Ceimar), vinculado à Universidade de Cádiz.

Ele ressalta que o bem-estar das pessoas e a sustentabilidade da costa dependem do diálogo de quem produz conhecimen-to com quem gerencia e toma as decisões. O Centro Especializado em Ambiente Marinho (Ceimar) reúne atores sociais, econômicos, institucionais e pesquisadores de temas relacionados ao mar.

“A costa é um atrativo per-manente de qualidade de vida e de praias. Por isso, é importante planejar o território com conheci-mento, princípios e visão estraté-gica. Nosso intuito é elaborar po-líticas públicas com embasamento científico e foco na aplicação à re-

alidade, equacionando problemas efetivos. A parceria com o Ceimar nos dará a possibilidade de capa-citar os técnicos do governo do estado e desenvolver estudos que qualifiquem nossas decisões”, co-menta o Gerente de Planejamento Urbano da Secretaria de Planeja-mento, Flávio Rene Brea Victoria.

Inovação catarinense

A experiência da Secretaria de Estado do Planejamento na mediação do conflito entre mu-nicípios do Litoral Sul de Santa Catarina e do Ministério Público Federal, devido à ocupação de du-nas, chamou a atenção da Univer-sidade de Cádiz, o que motivou a vinda de Pedro Arenas e o convite para trabalhar em parceria.

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E s t a d o s

O processo de transição para a gestão do novo governador eleito de

Mato Grosso já está em andamen-to. O governador Silval Barbosa (PMDB) orientou seu secretariado a fornecer todas as informações ne-cessárias para o bom funcionamen-to da Comissão de Transição regu-lamentada por decreto estadual.

A principal determinação repassada pelo atual governador é a transparência total no que tange aos atos de gestão. Silval garante que as secretarias es-tarão de portas abertas para re-passar à equipe de transição do governador eleito Pedro Taques (PDT) todas as informações que forem solicitadas.

Silval Barbosa determinou que secretários e presidentes de autarquias se empenhem no fe-chamento dos balancetes dentro dos prazos previstos e ressaltou

a necessidade de fechar as con-tas no azul, como exige a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

A experiência de transição é nova para o governador Silval Barbosa. Isto porque seu grupo político encontra-se à frente do Palácio Paiaguás há 12 anos. A medida foi adotada pela últi-ma vez em 2002, quando o en-tão governador Rogério Salles (PSDB) passou a faixa para Blai-ro Maggi (PR).

Governo enxuto

O peemedebista garante que entregará o comando do Pa-lácio Paiaguás ao senador Pedro Taques (PDT) mais enxuto no que diz respeito a dívidas. De acordo com ele, o petebista terá que desembolsar aproximada-mente R$ 800 milhões por ano para pagamento de dívidas.

Transição transparente

em Mato GrossoSilval, entretanto, afirma

que pegou uma média de R$ 1,3 bilhão ao ano. Segundo o pee-medebista, o estado deve me-nos de R$ 7 bilhões e tem uma previsão de receita superior a R$ 15 bilhões, ou seja, menos de seis meses de arrecadação paga o total devido pelo estado.

O governador ainda lem-bra que Taques terá disponí-vel mais de R$ 2 bilhões em empréstimos aprovados e ain-da não-executados. “Além de capacidade de endividamento para novas operações, graças ao trabalho feito pelo nosso governo e do ex-governador Blairo Maggi”, pontua.

Paralelo a isso, ele garante a regularidade no pagamento de sa-lários. Conforme o peemedebista, a folha salarial de dezembro será quitada até o dia 28 do mesmo mês, último dia útil do ano.

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24 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

M u n i c í p i o s

O presidente da Federa-ção das Associações de Municípios da Paraíba

(Famup), e ex-prefeito de Pedra Lavrada, Tota Guedes, defendeu a formalização de um novo Pacto Federativo como o principal cami-nho para o enfrentamento da crise vivida pelas prefeituras.

“Temos que provocar o novo pacto, mostrar ao Governo Fede-ral as dificuldades. Hoje participa-mos de 12,5% do bolo tributário.

Buscamos que as receitas sejam dis-tribuídas em igualdade, porque os municípios recebem as maiores demandas. Da forma que vai, as prefeituras vão fechar”, alertou Tota Guedes, no ‘Diálogo Municipalista’ promovido pela Confederação Nacional dos Mu-nicípios (CNM)

Ele ressaltou que a maioria dos municípios da Paraíba depen-de do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), recurso que, de acordo com a Federação, não tem sustentado as prefeituras. “O País não cresce e as receitas tam-bém não. Estamos administrando

Paraíba defende novo pacto federativo no combate à crise com os mesmos recursos de 2, 3

anos atrás. “Enquanto isso tudo aumenta, alimentação, combus-tível e as obrigações também”, avalia o presidente.

Capacidade zero

Segundo o presidente da Famup, a crise na Paraíba não é

diferente de nenhum lugar do País. “Só se agrava

com a pior seca dos últimos 50 anos, que atinge todo o Nordeste”, destaca.

Em relação às determinações

impostas aos muni-cípios, Tota Guedes

aponta os programas fe-derais como um dos agravantes. “Eles são criados, jogados para os municípios. O dinheiro não é nem metade do que é gasto, como o Samu [Serviço Móvel de Urgência]. Os municípios é que bancam”, adverte.

Nestas condições, os inves-timentos ficam inviabilizados. “A capacidade é zero. É tudo para a folha e manutenção. Então fica-mos à mercê de emendas parla-mentares burocráticas e demora-das, que quando chegam estão aquém do que é preciso para in-vestir”, denuncia.

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Todas as informações sobre receitas e despesas dos muni-cípios relativas ao exercício de 2013 já estão disponíveis no site Compara Brasil, uma iniciativa da Aequus Consultoria, com pa-trocínio da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e dados oficiais fornecidos pela Secretaria do Te-souro Nacional (STN).

Simples e ágil, o Compara Brasil permite confrontar o desem-penho entre municípios por meio da montagem de tabelas, rankings, gráficos e mapas fiscais. Este ano, o aplicativo traz uma novidade: o aprimoramento da base de infor-mação através da incorporação de dados que faltavam e da reti-rada daqueles inconsistentes rela-tivos ao período 2002-2012.

Além de consultar as infor-mações anuais dos municípios, o usuário do Compara Brasil tem acesso à arrecadação mensal das receitas federais em cada estado, bem como aos dados mensais e bimestrais sobre as finanças das capitais e dos estados.

Radiografia

O módulo do Portal Com-para Brasil sobre as finanças dos municípios foi construído para disponibilizar e permitir o cruza-mento de informações dos balan-ços anuais de todos os municípios brasileiros, de forma fácil e ágil.

Além dos balanços anuais dos municípios elaborados pela STN, o módulo utiliza fontes de

Compara Brasil analisa finanças dos municípios

dados das secretarias estaduais da Fazenda de todo o país para a obter os Índices de participação dos municípios na distribuição do ICMS.

O módulo se subdivide em sete opções de pesquisas, possi-bilitando que o usuário navegue e defina com facilidade os pa-râmetros de sua busca de forma simples e flexível.

Com poucos cliques, é pos-sível selecionar e pesquisar re-ceitas e despesas dos municípios por categoria econômica, por função ou do balanço patrimo-nial com valores corrigidos por um dos quatro índices de infla-ção nacionais mais utilizados.

O Compara Brasil também gera planilhas e visualiza a po-sição do município selecionado em três tipos de ranking: nacio-nal, regional e estadual. Para completar, você ainda pode ver, em gráfico, um histórico da po-sição que seu município ocupou nos anos anteriores.

Visite o Compara Brasil em www.comparabrasil.fnp.org.br

M u n i c í p i o s

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26 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

M u n i c í p i o s

A Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) está promoven-do oficinas para o fortalecimento do turismo no estado. Segundo o presidente da entidade e prefeito de Pão de Açucar, Jorge Dan-tas (PSDB), é preciso integrar os municípios para formação de uma política única de ações que explo-re mais as potencialidades existen-tes em Alagoas

Jorge Dantas aposta no turis-mo como um importante gerador de receita para muitas cidades que possuem vocação natural para essa atividade: “Queremos mos-trar que a regionalização, o pla-nejamento e a adoção de novas formas de trabalho podem trans-formar cidades em destinos”.

A oficina orienta secretários de Turismo e Cultura para as exi-gências e normas do ministério para a captação de recursos nas áreas de eventos e infraestrutura,

uma deficiência que ainda im-pede que muitos projetos sejam aprovados em Brasília.

Segundo o assessor de pro-jetos especiais da secretaria mu-nicipal de Turismo de Maceió, Luciano Araújo, é importante que os secretários municipais conheçam os caminhos – teóri-cos e práticos - para a captação de recursos federais.

Para a diretora de Operações da secretaria, Jeane Rodrigues, além dos recursos oficiais, a par-ceria público-privada é um fator

Oficinas estimulam setor turístico em Alagoas

preponderante para auxiliar na captação de recursos e ter o su-cesso esperado.

Maragogi

Investir em turismo é inves-tir em infraestrutura. Ciente des-sa relação direta, o prefeito de Maragogi, Henrique Madeira (PSD), está investindo pesado na pavimentação asfáltica dos aces-sos à orla e praças centrais, e na instalação de sinalização vertical e horizontal das ruas.

Além de agilizar o de-senvolvimento do comércio e do turismo local, o asfalto valoriza os imóveis e adequa a cidade ao desafio da mobilidade urbana.

“Continuaremos empenha-dos em executar obras de infra-estrutura e mobilidade que pro-movam o desenvolvimento da cidade e se refletam diretamente na qualidade de vida da popula-ção”, afirma o prefeito.

Maragogi

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M u n i c í p i o s

O Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) está preocupado com as dificul-dades encontradas pelas admi-nistrações municipais para dar andamento ao Sistema Simplifi-cado de Abastecimento de Água nos municípios sergipanos.

No ano passado, prefeitos e Governo Federal firmaram um termo de compromisso para a criação de projetos que sanem os problemas causados pela seca e levem água potável para as torneiras das famílias do ser-tão do estado.

“O problema é que o prazo para a entrega desses projetos se encerra em dezembro/2014. Se as prefeituras não se adequarem, podem perder o recurso que tanto batalharam para receber”, alertou o engenheiro civil Mar-celo Moreira, responsável técni-co pelas ações do Dnocs

Para o presidente da Fede-ração dos Municípios do Estado de Sergipe (Fames), e prefeito de Monte Alegre, Antônio Rodri-gues ”Tonhão” (PSC), o maior entrave encontrado é a falta de suporte técnico para dar início ao trabalho. Ele explicou que recentemente a Federação colo-cou uma equipe à disposição das prefeituras para que as dúvidas fossem tiradas e as ações saíssem do papel.

“Muitos ges-tores não soube-ram como deve-riam atuar, pois sempre que ten-tavam dar anda-mento a algo da-vam de cara com a velha burocra-cia brasileira”, afirmou.

Soluções

Técnicos do Dnocs estão es-clarecendo as dú-vidas dos gestores e orientando so-bre os passos que devem ser to-mados. As prefeituras têm até o final de novembro para entrega-rem o projeto com as planilhas, o RT do projetista responsável e uma conta do Banco do Brasil

Atraso no abastecimento de água em Sergipe

ou Caixa Econômica exclusiva para depósito do recurso.

“Simplificamos ao máximo para que nenhuma cidade deixe de dar andamento ao trabalho. Com o projeto aprovado, eles vão assinar um termo aditivo de prorrogação do prazo para que em um ano concluam as ações”, esclareceu Marcelo Moreira.

A ideia é que cada prefei-tura elabore três projetos para implantação de sistemas sim-plificados de abastecimento de água, como poços artesianos e adutoras, para amenizar o sofri-mento da população sertaneja. Cada prefeitura receberá R$ 127 mil por projeto.

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RENATO RIELLA [email protected]

28 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

DEBATES ELEITORAIS PRECISAM MUDARO brasileiro saiu desta eleição com uma péssima impressão sobre os debates entre candidatos. É isso

mesmo: virou programa do Ratinho. Não precisa ser assim – mas é. A gente sempre fica com a sensação ruim de que um dos candidatos vai dar o tiro final no adversário. Parentes de candidatos que estão distantes da campanha são atingidos e o eleitor fica chocado com tanta agressividade. É preciso mudar isso nas próximas eleições.

PIB PODE CRESCER APENAS 0,27% ESTE ANO

Analistas econômicos consultados pelo Banco Central prevêem que o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresça somente 0,27% este ano. A inflação, de acordo com os analis-tas, deve fechar o ano em 6,45%. A taxa básica de juros (Selic)

atingirá 11% ao ano na mesma compara-ção. O valor do dólar alcançará

R$ 2,40. Essas questões estiveram em evi-dência na campanha

eleitoral e o cidadão brasileiro passa a se inte-

ressar por economia.

TRANSPORTE AÉREOCRESCE MAIS QUE PIB

No período de 2004 a 2013, o cres-cimento anual do transporte aéreo do-méstico representou mais de 3,7 vezes o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, e mais de 13 vezes o crescimen-to da população. A ANAC divulga o Anuá-rio Estatístico de 2013, apresentando dados surpreendentes, que mostram como evoluiu na população brasileira o uso do avião. Atu-almente, o setor aéreo atende mais de 100 milhões de passageiros, contra 40 milhões em 2002.

EFEITOS DA SECA NÃOFORAM DISCUTIDOS

Duas situações emblemáticas talvez sejam as mais graves do Brasil, hoje, mas passaram ao largo da campanha eleito-ral. Nem Marina Silva (PSB) tratou do as-sunto. Trata-se da falta de água catastró-fica em São Paulo e da seca na nascente do Rio São Francisco. Entre os candida-tos a presidente, nem mesmo o PV aler-tou para a gravíssima questão ambiental brasileira, que está gerando escassez de chuva e temperaturas acima de 40 graus na primavera.

SITUAÇÃO PREOCUPANTE NAS NOSSAS ESTRADAS

No ano pas-sado, os gastos do Brasil com aciden-tes rodoviários fi-caram em R$ 17,7 bilhões. Se todas as rodovias fossem boas ou ótimas, o país teria economi-zado 737 milhões de litros de óleo diesel, o que equivale a R$1,79 bilhão. Teria também reduzi-do em 1,96 milhão de toneladas a emissão de gás carbônico para a atmosfera. Todo esse prejuízo é fortemente influenciado pela qualidade das rodovias brasileiras, diz a Confederação Nacional do Transporte (CNT).

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MULHERES COM MAIS ESPAÇO NA CÂMARA

Dos 513 deputados fe-derais eleitos no dia 5 de outubro, 51 são mulheres, o que significa um aumen-to de 13,33% na bancada feminina na Câmara dos Deputados na próxima le-gislatura, que começa em fevereiro, em relação às 45 mulheres eleitas em 2010 para o cargo. Rio de Janeiro e São Paulo elegeram seis deputadas federais cada um, Minas Gerais, cinco, e Amapá, Bahia, Pará e To-cantins, três por estado. Em seguida vêm Ceará, Goiás, Paraná, Piauí, Rondônia e Roraima, com duas candi-datas eleitas em cada.

POLÍCIA GOIANA FOI LENTA NA INVESTIGAÇÃO

A arma do vigilante Thiago Henri-que foi usada nos assassinatos em série, na cidade de Goiânia. Os exames de ba-lística indicam que a arma é a mesma da qual foram disparados os tiros que mataram ao menos seis das vítimas de ataques em Goiânia. A Polícia Civil de Goiás investiga os assassinatos há pelo menos dois meses, podendo passar de 40 o número de vítimas. É incrível que a investigação, com tantos meios mo-dernos, tenha levado tanto tempo para chegar a essas conclusões.

CARTEIRA DE TRABALHOÉ PROBLEMA NO BRASIL

O Ministério do Trabalho está abismado por-que a criação de vagas com carteira de trabalho em setembro caiu 41,35% em relação a setem-bro do ano passado. Pelo visto, o próprio Ministé-rio não sabe que, ao mudar a sua sistemática de emissão da Carteira de Trabalho, tornou as coisas mais difíceis do que a liberação de um passapor-te. O Brasil abriu 123.785 vagas de trabalho com carteira assinada em setembro, o pior resultado para setembro desde 2001.

RICOS DOMINAM O MUNDO MAIS E MAIS

A parcela de 1%, composta pelas pessoas mais ricas do mundo, possui praticamente metade da riqueza global. Este dado é do Credit Suisse Rese-arch, que divulgou seu relatório global sobre renda, o Global Wealth Report 2014. O relatório também mostra que a desigualdade continua crescendo, ecoando a acusação de ONGs de que a recuperação econômica da crise de 2008 “beneficiou os mais ricos”. Segundo o estudo, o grupo 1% mais rico da população global possui mais de 48% da riqueza mundial.

É CELULAR DEMAISNESTE IMENSO PAÍS

Com população de 200 milhões de pessoas, o número de linhas de celulares ativas no país chegou a 277,41 milhões em agosto deste ano. De acordo com Anatel, houve um acrésci-mo de 1,26 milhão de linhas no oitavo mês do ano. As linhas pré-pagas são maioria (76,73%) e as pós-pagas representam 23,27% do total. A teledensidade de celulares, em agosto, chegou a 136,7 acessos para cada grupo de 100 habitantes. A maior densidade está no Distrito Federal, onde há 218,75 linhas para cada grupo de 100 pessoas.

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30 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

I n f r a e s t r u t u r a

Melhorar a saúde e oferecer atendimentos de qualidade para toda a população são desafios en-frentados por todos os gestores dos municípios brasileiros. É preciso saber utilizar bem os recursos fi-nanceiros e destinar corretamente as verbas a serem aplicadas nessa importante área.

Caraguatatuba é modelo em gestão de saúde pública

Em Caraguatatuba, no litoral Norte de São Paulo, não é diferen-te. A saúde é uma das principais preocupações do prefeito Anto-nio Carlos da Silva (PSDB) que, em seu quarto mandato (eleito em 1996 e reeleito em 2000 e eleito em 2008 e reeleito em 2012), des-tina até 30% do orçamento para a

área, o que resultou em importantes conquistas para a comunidade.

Uma dessas conquistas foi no atendimento hospitalar. A Casa de Saúde Stella Maris – hos-pital referência para a população – passou por intervenção admi-nistrativa da prefeitura de Cara-guá durante um ano. Foi preciso empenho e determinação para enfrentar os desafios de restabe-lecer o atendimento SUS e os lei-tos para retaguarda da Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Após 12 meses de interven-ção, o prefeito devolveu o hospital totalmente saneado e livre de todas as dívidas ao Instituto de Pequenas Missionárias de Maria Imaculada. Além de quitar os débitos, a prefei-tura investiu também na expansão do hospital, com a construção de salas para abrigar 22 novos leitos e equipamentos como camas hos-pitalares, poltronas para acompa-nhantes, armários e carrinhos de emergência.

Com o fim da intervenção, a prefeitura firmou com a institui-ção novo convênio que garantiu aumento dos repasses financeiros e incentivos. O contrato estabe-leceu que a Casa de Saúde Stella Maris receba mensalmente R$ 2.327.067,58. O município repas-sou R$6.000.000,00, recursos pró-prios, para sanar as dívidas da ins-tituição.

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E s t a d o s & M u n i c í p i o s 31

Expansão

Agora, Caraguá – como a ci-dade é carinhosamente conhecida – quer ampliar ainda mais os inves-timentos em infraestrutura na área da saúde e oferecer melhores con-dições para os usuários.

No último dia 21, o projeto de reforma e ampliação da Casa de Saúde Stella Maris foi apresentado ao prefeito Antonio Carlos, o vice, Antonio Carlos Junior, secretários, vereadores e representantes do Ins-tituto de Pequenas Missionárias de Maria Imaculada.

Na nova estrutura, a Santa Casa passaria a ter aproximada-mente 7 mil m². O projeto prevê im-plantação da UPA no mesmo pré-dio, ampliação do número de leitos clínicos e de UTI e uma Central de Material Esterilizado (CME).

Com estas intervenções na Santa Casa, a UPA da região cen-tral, que funciona no bairro Jar-dim Primavera, receberá obras de adaptação no prédio para implan-tação do Pronto Atendimento In-fantil (PAI).

O objetivo da medida é pro-teger as crianças das infecções hospitalares, já que não serão mais encaminhadas à Casa de Saúde Stella Maris, juntamente com ou-tros enfermos. O Atendimento Materno Infantil, que hoje funcio-na no Centro de Especialidades Médicas, também será transferido para o PAI.

O prefeito Antonio Carlos pre-tende pleitear convênio com o es-tado para execução das obras de ampliação da Santa Casa. “Essas in-

Criança participa do Programa de Estimulação Precoce, desenvolvido no CEM/CEO

Pacientes fazem hidroterapia na piscina do Centro de Reabilitação

I n f r a e s t r u t u r a

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32 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

I n f r a e s t r u t u r a

tervenções são necessárias no mu-nicípio, enquanto o Hospital Regio-nal, cuja licitação está prevista para março de 2015, não fica pronto”.

Infraestrutura moderna

Além da modernização do hospital e ampliação de recursos para a Casa de Saúde Stella Maris, o pre-feito também investiu pe-sado na construção de no-vas unidades de saúde para atendimento médico dos moradores do Sul ao Norte da cidade.

O bairro Jardim Prima-vera concentra diversos ser-viços em um grande com-plexo de saúde, que reúne o Centro de Especialidades Médicas, Odontológicas e de Reabilitação (CEM/CEO) Madre Teresa de Calcutá e o Edifício Dr. Luiz Roberto Barradas Barata – que abriga a secretaria de Saúde e a UPA.

O CEM/CEO também man-tém a Unidade Básica de Saúde (UBS) do Centro e duas equipes do Programa de Agente Comuni-tário de Saúde, Assistência Farma-cêutica e Ouvidoria. E o Centro de Reabilitação já é referência para a região, com atendimentos de or-topedia, fonoaudiologia, fisiote-rapia, hidroterapia, terapia ocu-pacional, psicologia, acupuntura, entre outros.

Já a UPA conta com profissio-nais das mais diversas áreas e com plantão à distância. A unidade é equipada com dois focos cirúrgi-

Nova UBS Casa Branca/Olaria atende mais de 5,8 mil pessoas na região norte de Caraguatatuba

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UBS

Na região Norte do município, 5.877 moradores dos bairros Casa Branca, Olaria, Terralão e Martim de Sá são atendidos no novo prédio da Unidade Básica de Saúde (UBS). A UBS Casa Branca/Olaria possui duas equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), que recebem a população com mais conforto e se-gurança.

Para também oferecer melho-res condições à área mais populosa do município, já está em operação desde abril de 2013 a UBS Pere-quê-Mirim. São atendidos mais de

12.550 moradores dos bairros Pegorelly, Vapapesca e Pere-quê-Mirim, que contam com três equipes da Estratégia Saú-de da Família (ESF).

A modernização dos ser-viços chegou também nos se-tores de transporte e almoxa-rifado da Secretaria de Saúde. As novas instalações, locali-zadas no Jardim Britânia, con-tam com sete salas, sendo cin-co para o setor administrativo e almoxarifado do Transporte e duas para o setor de serviços gerais e manutenção. O setor tem área total de 3.900 m² e galpão para estacionamento com 2.044 m², para cerca de 50 veículos médios e 30 vans.

O que vem por aí

Além dos empreendi-mentos já entregues para a po-pulação, está em obras a nova Unidade de Pronto Atendi-

mento da Região Sul, no Perequê--Mirim, que vai oferecer serviço de pronto atendimento de urgência, evitando que os usuários se deslo-quem para a UPA do Centro.

A unidade também terá a fun-ção de estabilizar pacientes em caso de acidentes que possam ocorrer no trecho do Contorno Sul da Tamoios (Caraguatatuba – São Sebastião), obra em andamento de responsabi-lidade do Governo do Estado.

E, após as reivindicações do prefeito Antonio Carlos e da popu-lação, o governo do estado anun-ciou a licitação para o Hospital Regional em Caraguá. A unidade hospitalar, que atenderá todo o Li-toral Norte, será construída em uma área de 20.226,96 m², ao lado do shopping Serramar, doada pelo go-verno municipal.

O empreendimento será finan-ciado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que abrirá licitação internacional em março de 2015. A empresa ganha-dora da licitação terá 24 meses para entregar a obra concluída. O Hospi-tal Regional terá cinco pavimentos, 202 leitos, sendo 40 para Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Todas estas conquistas em in-fraestrutura também visam a me-lhoria das instalações, tanto para os usuários que buscam atendimento quanto para os profissionais que tra-balham nas unidades.

Com respeito ao dinheiro pú-blico e comprometimento com o futuro, o governo do prefeito An-tonio Carlos trabalha para fazer de Caraguá uma cidade cada vez me-lhor para visitar, morar e investir.

cos, iguais aos do hospital Albert Einstein, em São Paulo; Raio X móvel, eletrocardiograma, venti-ladores pulmonares e monitores multiparâmetros.

Também na região central da cidade, no bairro Indaiá, está em operação o Ambulatório Médico de Especialidades (AME), implantado pelo Governo do Estado de São Pau-lo. A unidade foi construída no mu-nicípio após solicitação de Antonio Carlos, quando ainda era deputado estadual (2007-2008). O AME atende moradores da região com consultas especializadas e modernos equipa-mentos para diversos exames.

I n f r a e s t r u t u r a

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M e i o A m b i e n t eM e i o A m b i e n t e

O Projeto Oásis, iniciativa pioneira no Brasil no pagamento por serviços ambientais (PSA), foi um dos destaques da 12ª Con-ferência das Partes (COP 12) da Conferência sobre Diversidade Biológica (CDB) das Nações Uni-das, realizado na Coreia do Sul.

O projeto mescla conser-vação da natureza e economia e visa à proteção de mananciais de abastecimento público de água, por meio de parcerias entre insti-tuições públicas e privadas e re-presentantes da sociedade civil. Ele premia financeiramente os proprietários rurais que protegem suas áreas de vegetação nativa e que adotam práticas de conserva-ção de uso e de manejo do solo.

Segundo o coordenador do Oá-sis, Guilherme Karam, da Fundação Boticário de Proteção à Natureza, 226 proprietários de terras brasileiros foram beneficiados até hoje, resultan-do na preservação de quase 2,5 mil hectares de mata nativa.

O projeto foi implantado ini-cialmente em São Paulo (SP), em 2006. Em 2011, devido à deman-da externa de outros municípios interessados em replicar o modelo de PSA, teve sua forma de valora-ção alterada, de modo que pudes-se atender às especificidades de cada cidade.

Além de São Paulo, que no momento discute a renovação do Oásis, as cidades que estão repli-cando o projeto são a região metro-

Projeto brasileiro de conservação ambiental é premiado pela ONU

politana de Curitiba (PR); São Ben-to do Sul (SC); Brumadinho (MG), em parceria com o Ministério Pú-blico estadual; São José dos Cam-pos (SP); o distrito de Taquaruçu, em Palmas (TO); a região da Área de Preservação Ambiental (APA) do Piratigi, no sul da Bahia; Bonito (MS). Em Santa Catarina, se acha também em etapa final consulta pública para inclusão do método do Oásis na legislação estadual, acrescentou Karam.

Quanto vale?

Uma das maiores dificulda-des para a implantação de pro-gramas de PSA é definir quanto deve ser pago por hectare pro-

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M e i o A m b i e n t eM e i o A m b i e n t e

tegido. “A nossa fórmula facilita aos municípios chegarem a essa resposta, porque ela foi construída com apoio do economista Carlos Eduardo Young, professor da Uni-versidade Federal Rural do Rio de Janeiro”, afirma Karan.

Além da quantidade de hec-tares que a pessoa está disposta a deixar conservada ou a recupe-rar, a fórmula considera o custo de oportunidade da região. Ou seja, quando o proprietário decide participar do projeto, ele, “teori-camente”, abdica de uma prática agrícola ou pecuária que poderia desenvolver naquela área.

Somam-se então a quantida-de de hectares disponibilizados, o

custo de oportunidade da região e as práticas conservacionistas que o proprietário está disposto a implan-tar no projeto, e chega-se a um valor sugerido de pagamento para eles.

Fontes

A remuneração aos proprie-tários varia de município para mu-nicípio e depende de fatores como vocação agrícola ou pecuária e valor da terra. Guilherme Karam disse ainda que os proprietários que participam do modelo entram recebendo, pelo menos, 25% do custo de oportunidade da região. Em função de ações que desenvol-ve na área, pode ir melhorando o

índice e chegar a receber até duas vezes o custo de oportunidade da região, “se for uma propriedade perfeita no serviço ambiental”.

As fontes pagadoras podem ser as prefeituras; companhias de águas, que dependem da con-servação das bacias hidrográfi-cas; empresas de mineração, por meio de medidas compensa-tórias acordadas com o Ministé-rio Público, caso de Brumadinho (MG); doações de organizações não-governamentais (ONGs) in-ternacionais, conforme ocorreu em São Paulo; empresas de be-bidas; e o próprio setor agrícola, que depende da água para o seu negócio, entre outras.

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E m p r e e n d e d o r i s m o

Planejar, fiscalizar e viabilizar

apoio especializado para combater prática ilegal e

degradante

O Ministério do Trabalho e Emprego criou um Grupo Móvel de Fiscalização de Combate ao Trabalho Infantil, para promover as articulações iniciais com os par-ceiros integrantes da rede de pro-teção à criança e ao adolescente, especialmente com representantes dos ministérios públicos estaduais e do Trabalho, além dos conselhos tutelares e das prefeituras.

Instituído por instrução nor-mativa, o grupo deverá programar suas ações com base no plane-jamento anual e nas demandas das superintendências regionais do Trabalho e Emprego, conside-rando os indicadores de trabalho infantil e a necessidade de apoio especializado para combater essa prática ilegal e degradante..

O planejamento dos mem-bros do grupo móvel será ela-borado com base nas atividades econômicas classificadas entre as piores formas de trabalho infantil e os focos dessa atividade no país, segundo os dados disponibiliza-dos pelo Instituto Brasileiro de Ge-ografia e Estatística (IBGE).

Detalhamento

Os relatórios produzidos pela equipe deverão conter a descrição detalhada da realidade encontra-da e informar as providências ado-tadas, a relação dos programas de

Parcerias reforçam combate ao trabalho infantil

inclusão social existentes no mu-nicípio e o número de crianças e adolescentes atendidos, bem como gravações de imagens sob qualquer forma e outros docu-mentos que contribuam para ca-racterizar as irregularidades cons-tatadas nas ações de fiscalização.

O grupo será dividido em coordenação nacional, que será exercida pela Divisão de Fiscali-zação de Combate ao Trabalho Infantil do Departamento de Fis-calização do Trabalho da Secre-taria de Inspeção do Trabalho, e equipe operacional, constituída por auditores fiscais do Trabalho. O Ministério do Trabalho já coor-dena ações especiais semelhantes no combate ao trabalho escravo.

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E d u c a ç ã o

O ensino da educação finan-ceira já é realidade em mais de 1.300 escolas públicas e privadas em 20 estados brasileiros. Com materiais didáticos e metodologia própria, crianças, jovens e adultos estão ingressando no mundo do consumo consciente.

Presidente da DSOP Edu-cação Financeira, Reinaldo Domingos explica que a abor-dagem do tema nas escolas vai além da simples matemática fi-nanceira, levando aos alunos noções de consumo consciente, com eixos temáticos: família, di-versidade, sustentabilidade, em-preendedorismo e autonomia.

“Os números são realmen-te muito positivos, demonstrando um crescimento constante da pre-ocupação das escolas por oferecer esse conteúdo, que deixou de ser

um diferencial para se tornar uma necessidade”, ressalta Reinaldo Domingos.

Disseminar a educação fi-nanceira é uma necessidade que já foi detectada pelo Legislativo. A Lei 171/09, que tramita no Se-nado, dispõe sobre a obrigatorie-dade da educação financeira em escolas das redes pública e priva-da de ensino, capacitação de pro-fessores e a integração entre pais, alunos e comunidade.

Poupança

Um dos pontos-chaves da es-tratégia é a questão da poupança. Guardar dinheiro é uma prática que permite a realização de so-nhos e projetos, mas que ainda é pouco difundida no país. “Nós recebemos bastante informação

Educação financeira nas escolas

sobre macroeconomia; no entan-to, quando se trata de microeco-nomia, pouco se sabe”, analisa o professor.

Para ele, o crescimento e o desenvolvimento de uma socie-dade dependem também de edu-car financeiramente os cidadãos, ensiná-los a controlar seus recur-sos e respeitar seu orçamento. “Mais do que instruir sobre como administrar seus bens, a educa-ção financeira promove uma mu-dança de comportamento e de velhos hábitos com relação ao uso do dinheiro”.

Com linguagem adequada para cada faixa etária, é possí-vel mostrar aos alunos como li-dar com as finanças do dia a dia, poupar e planejar o futuro.

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38 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

T r a n s p o r t e

Transporte de cargas ferroviárias pode chegar a 550 milhões de toneladas

Nos últimos 17 anos, o setor ferroviário brasileiro cresceu cer-ca de 80% e ganhou espaço na agenda nacional. Agora, a Asso-ciação Nacional dos Transportes Ferroviários (ANTF) projeta um crescimento de 12,5% na movi-mentação de cargas ferroviárias até 2016, podendo chegar a 550 milhões de toneladas úteis.

Segundo o presidente da ANTF, Gustavo Bambini, o mo-mento é extremamente positivo para o modal ferroviário: “Desde a segunda metade dos anos 1990, com as concessões, as ferrovias não apareciam com tanta força na agenda nacional”.

Os esforços do governo para criar uma política pública efeti-va para o setor, concentrada no Programa de Investimentos em Logística (PIL), fortaleceu os in-vestimentos no modal. Em 1997, o Brasil transportava por meio dos trens cerca de 250 milhões de to-neladas. Hoje este volume é de mais de 450 milhões de TU, qua-se 80% de incremento

Demanda

Alguns segmentos, em parti-cular, como o transporte de carga geral e de grãos, têm demonstrado grande vigor, quando se trata de

Ferrovias ganham espaço na agenda nacional

demanda crescente e vantagens competitivas.

Considerando novos trechos e a manutenção dos investimen-tos das atuais concessionárias, a participação do trem no mix de transporte de cargas tem condi-ções para saltar dos atuais 30% para algo em torno de 45% até 2031, segundo estudos recentes.

Para Bambini, as novas pers-pectivas são uma oportunidade favorável de crescimento para o setor em todos os sentidos.

“Existe um entendimento sobre a importância das ferrovias de carga para a competitivida-de da indústria nacional, para o equilíbrio da balança comercial e para todos os ganhos sociais decorrentes, tanto em termos de geração de emprego e renda, quanto para o desenvolvimento

local da mobilidade urbana de nossas cidades”, avaliou.

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E c o n o m i a

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou a medida pro-visória 651, que trata da desonera-ção da folha de salários de vários setores, entre outras medidas de incentivo à economia do país.

A MP torna definitiva a deso-neração da folha de pagamentos para diversos setores, incluindo automotivo, construção civil e têxtil. A contribuição previdenciá-ria, equivalente a 20% sobre a fo-lha de pagamento, será substituída por uma contribuição de 2% ou de 1%, a depender do setor eco-nômico, sobre o valor da receita bruta da empresa.

Para ser sancionada e virar lei, a matéria terá de ser aprova-da no Senado até 6 de novem-bro, data em que a MP perderá a

validade se não for votada. Pela legislação, as MPs, que são apre-sentadas pelo Executivo, têm pra-zo de até 60 dias (prorrogáveis por mais 80) para serem aprova-das pelo Legislativo e entram em vigor logo após a publicação no “Diário Oficial”.

Câmara desonera folha de pagamento

A MP também propõe que as empresas com dívida com o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) de valor igual ou inferior a R$ 1 mil não serão inscritas no cadastro da dívida ativa da Receita Federal. Diz ain-da que as dívidas de valor igual ou inferior a R$ 20 mil não serão ajuizadas e as de valor igual ou inferior a R$ 100 serão retiradas da dívida ativa , mas continuarão a ser cobradas.

Votação

Anteriormente, a comissão mista, formada por senadores e deputados, havia aprovado a MP, que traz ainda diversas alterações na tributação de investimentos feitos no mercado financeiro.

No plenário, a única alte-ração aprovada em relação ao texto aprovado na comissão mista é sobre a obrigatoriedade para as pequenas e médias em-presas que abrirem capital na Bolsa de Valores de publicar um balancete nos jornais de grande circulação.

O texto do relator Newton Lima (PT-SP) determinava que as empresas divulgassem seus ba-lanços somente no site da Comis-são de Valores Mobiliários (CMV) e no da entidade administradora das ações

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S a n e a m e n t o

O 1º Fórum Internacional de Cooperação Técnica sobre Resíduos Sólidos

do Norte de Minas realizado em Montes Claros foi um marco na construção coletiva de soluções economicamente e ambiental-mente sustentáveis para o desa-fio e atendimento da Lei 12.305/ 2010, que entre suas metas prevê a erradicação dos lixões e aterros controlados em todo o Brasil.

O encontro reuniu dirigen-tes e representantes do Consór-cio Intermunicipal de Desenvol-vimento Ambiental Sustentável do Norte de Minas (Codanorte), da prefeitura de Rivas Vaciama-

drid, da Espanha, e de empresas que atuam no gerenciamento e tratamento de resíduos sólidos.

A holding de empresas es-panholas apresentou um projeto para coleta seletiva, reciclagem, tratamento, plantas de transfe-rências e geração de energia elétrica que contempla todo o Norte de Minas, região que gera aproximadamente 60 milhões de toneladas de resíduos/dia.

A previsão inicial de inves-timentos das empresas é de R$ 200 milhões, que serão empre-gados na aquisição de equipa-mentos e em um sistema misto de transporte, sendo que aqueles

Fórum discute coleta e tratamento de resíduos sólidos municípios com distân-

cias inferiores a 20km utilizarão um sistema de compartilhamento de rota diária; os acima desta distância, siste-ma de contêiner com coleta de 3 em 3 dias.

PPP

O representan-te da prefeitura de Rivas Vaciamadrid, na Espanha, Ros-seu Gomes Fernan-des, explicou que no modelo adotado pelo município espanhol, parte dos custos da

implantação e manutenção do projeto de coleta e reciclagem dos resíduos é paga a partir da venda de produtos reciclados.

Um dos idealizadores do evento e do projeto, o presiden-te do Codanorte e prefeito de Patis, Vinícius Versiani, ressal-tou que a consolidação dessa Parceria Público-Privada (PPP) fortalece os objetivos do con-sórcio municipal de buscar so-luções planejadas e comuns.

Versiani salientou a impor-tância de ações adequadas para solucionar a questão do lixo e combater a contaminação dos lençóis freáticos.

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S o c i a l

Quinze lanchas oceânicas vão atender populações extrativis-tas que vivem em áreas isoladas e de difícil acesso na Amazônia Legal. As embarcações estão sen-do construídas pela Marinha, em parceria com o Ministério do De-senvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

A ministra do Desenvolvi-mento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, conheceu o protótipo da embarcação e ressal-tou a importância desta iniciativa: “Em alguns lugares, se o estado não for até as comunidades, a rede de assistência social não chega como deveria. As lanchas oceânicas vão levar as equipes da assistência so-cial para acolher essa população que também tem direitos”.

Campello lembrou que a Marinha já construiu 123 lanchas fluviais para atender as comuni-dades ribeirinhas. As 15 embar-cações oceânicas, maiores que as lanchas fluviais, irão trafegar por locais que têm influência maríti-ma, sujeitos a correntezas, ventos e marés.

Lanchas oceânicas ajudam populações extrativistas

Segundo a ministra, até então as comunidades tinham que se des-locar para a cidade para receber o auxílio da assistência social. “Ago-ra, as equipes volantes dos Centros de Referência de Assistência Social vão levar um conjunto de políticas sociais até elas”.

Busca

Uma das principais atri-buições das lanchas é encontrar pessoas em situação de extrema pobreza que ainda não foram inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal por meio da busca ativa.

Tereza Campello também destacou a dificuldade de acesso à água potável por parte da popu-lação extrativista da Amazônia e a determinação do governo de ex-pandir a tecnologia social do siste-ma multiuso autônomo da região.

Dezenas de municípios da Amazônia receberão as novas tecnologias sociais e as famílias poderão captar, armazenar e fil-trar até seis mil litros de água da chuva. Já no Multiuso Comuni-tário, além das unidades domi-ciliares, também será instalado um módulo comunitário comple-mentar de abastecimento, com uma rede de distribuição, sendo acionado somente quando esgo-tar as reservas domiciliares.

Marinha já construiu 123 lanchas fluviais para atender as comunidades ribeirinhas

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PEDRO ABELHA [email protected]

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BRASILEIRO PREFERE LIVROS

Um estudo divulgado pelo instituto Datafolha a pedido da TwoSides Brasil, campanha mundial em fa-vor da comunicação impressa, apresentou os resultados da pesquisa “Opinião sobre a Comunicação Impressa”. Nela, foram entrevistadas 2.074 pessoas acima de 16 anos, em 135 municípios. Segundo o instituto, essa amostra garante um nível de confiabilidade de 95%, com margem de erro de dois pontos percentuais.

“Os principais números comprovam uma realida-de que já intuíamos: o brasileiro prefere fazer suas lei-turas e comunicações em papel e também confia mais nessa mídia para conservar seus documentos importan-tes”, constata o country manager da campanha no País, Fabio Arruda Mortara, presidente do Sindicato das In-dústrias Gráficas no Estado de São Paulo (Sindigraf-SP).

Segundo o estudo, a preferência por livros, revistas e cartas em papel é característica, respectivamente, de 59%, 56% e 55% da população. Na mesma sequência, os que preferem o meio eletrônico para essas leituras correspondem a 35%, 37% e 38%. A equação inverte--se, embora com menor margem de diferença, entre os leitores de jornal – 48% preferem o eletrônico contra 46% pró-impresso. Mas 80% afirmam que ler em papel é mais agradável do que ler em uma tela.

Também no que diz respeito à conservação de documentos importantes, o impresso é disparadamente o favorito: 82%, ante apenas 17% de adeptos de mí-dias eletrônicas para esses arquivos. De maneira geral, a percepção do eletrônico como mídia mais sustentável ocorre com maior frequência entre a população jovem (16 a 34 anos), com ensino superior e pertencente às classes A e B.

BOTÃO DE COMPRASO Twitter

começou a testar no final de agos-to um novo re-curso que irá permitir fazer compras direto da rede social. A função já estaria em fase avançada de desen-volvimento, com a ajuda da startup de pagamentos on-line Stripe. Agora, tudo indica que a novidade chegará para todos os usuários no começo de 2015.

De acordo com informações do site VentureBeat, o botão será liberado para todas as varejistas online até o final do primeiro semestre do ano que vem. Procura-do pela equipe do VentureBeat, o Twitter não quis co-mentar sobre quando irá lançar a função. Desde setem-bro, o botão “comprar” (“Buy”, em inglês) já pode ser visualizado por empresas selecionadas, celebridades, organizações sem fins lucrativos e também por uma pe-quena parcela de usuários norte-americanos.

Com a nova opção, o internauta consegue efetu-ar uma compra com apenas poucos cliques. Uma vez selecionado o botão, o usuário visualiza detalhes do produto e os dados para pagamento. Após confirmada a transação, todas as informações do pedido são en-viadas ao comerciante responsável, que, por sua vez, enviará o item comprado ao consumidor.

A Stripe, que trabalha junto com a rede social para implementar as funcionalidades de compra, recebeu um financiamento de US$ 80 mil em fevereiro deste ano. Atualmente, a startup trabalha com cerca de 130 moedas correntes, o que indica que o microblog deve expandir o recurso para outras localidades fora dos Estados Unidos.

Também vale lembrar que, em julho deste ano, o Twitter adquiriu a empresa de pagamento móvel Car-dSpring, outro indicativo de que a entidade está dis-posta a entrar de vez no segmento de e-commerce. O Twitter lembra que todo o processo relacionado ao bo-tão “Buy” foi criado com base na segurança do usuário. Não se sabe se o recurso chegará para a versão brasilei-ra da rede social.

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midia

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MUDANÇAS NO FACEBOOKO Facebook anunciou algumas mudanças em sua plataforma de vídeo que devem acirrar a disputa da

rede social de Mark Zuckerberg com o Youtube. Uma das ferramentas é a recomendação. O Facebook indi-cará vídeos relacionados após o usuário terminar de assistir algo no site. A intenção é promover um compor-tamento de assistir vídeos em cadeia antes de retornar para o conteúdo da timeline. Exatamente como ocorre no Youtube e em outros sites de vídeos.

O Facebook também vai permitir que editores de vídeos e páginas tenham uma análise melhorada sobre seu conteúdo de vídeo, podendo acessar o número de visualizações únicas. Dessa forma, a opção de vídeo também ficará mais trans-parente, tanto para o anunciante, que saberá como investir com mais certeza na elaboração de anúncios em vídeo para a rede social, quando para os usuários, que,

graças ao número de visualizações do vídeo, poderão elaborar novas formas para criar um efeito viral na internet. Aliás, atrair anunciantes que atualmente optam pela televisão na hora de anunciar seus produtos parece

ser um dos objetivos do Facebook. Nesse caso, a ideia é fazer com que essas companhias migrem para plata-formas digitais e decidam investir em publicidade na versão móvel do site de Mark Zuckerberg.

CABO SUBMARINO DO GOOGLE

O Google divulgou a construção de um cabo submarino de fibra ótica para conectar o Brasil aos Estados Unidos. A estrutura tem mais de 10 mil km de ex-tensão e ligará Boca Raton, na Flórida, Estados Unidos, a duas cidades litorâ-neas brasileiras: Fortaleza e Santos. Um consórcio multi-nacional, entre o Google, Algar Telecom (Brasil), Anatel (do Uruguai), e a Angola Cables, irá construir e fazer a manutenção de todo o sistema.

“Com quase 300 milhões de usuários de internet, a América Latina tem hoje um número maior de pessoas online do que offline. A medida em que mais pessoas entram na rede, aumenta a necessidade de adicionar capacidade à infraestrutura que mantém a internet fun-cionando, para que todos possam ter uma experiência online rápida, segura e útil”, declarou Cristian Ramos, gerente de parcerias de desenvolvimento de infraestrutu-ra de internet para a América Latina, no blog do Google.

É a primeira vez que a América Latina recebe este tipo de investimento estrutural. Mas, em 2008, o Google fez um investimento parecido com um sistema de cabo chamado Unity, para conectar os Estados Unidos ao Japão.

APPLE CORTA PREÇOS

Como de costume, ao lançar uma nova linha de aparelhos, a Apple corta preços das versões anterio-res. Não foi diferente com os iPads. A empresa ame-ricana anunciou os novos iPads Air 2 e mini 3, que chegarão aos consumidores nos próximos dias. Mas, se você não tem dinheiro suficiente ou acha desne-cessário investir em um tablet tão potente, as versões anteriores podem ser bem atraentes, principalmente com os descontos anunciados pela empresa.

Alguns modelos de iPads antigos tiveram descontos de até R$ 200 na loja online da empresa no Brasil. Por exemplo, o iPad Air de 16 GB com Wi-Fi teve o preço reduzido de R$ 1.749 para R$ 1.599. Já o modelo de 32 GB sai por R$ 1.799, R$ 200

a menos que os antigos R$ 1.999. As versões que incluem a tecnologia 3G custam mais caro, mas tam-bém sofreram queda nos preços. O iPad Air de 16 GB com 3G, que antes era vendido a R$ 2.049, agora pode ser encontrado por R$ 1.999, enquanto que o de 32 GB com 3G está saindo por R$ 2.199.

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A g r i c u l t u r a

O encontro do ministro da Agricultura, Pecuária e Abaste-cimento, Neri Geller, com em-presários do setor agroindustrial, aproximou o Governo Federal da Associação Brasileira da In-dústria de Máquinas e Equipa-mentos (Abimaq).

Reunido na sede da entida-de, o ministro destacou a reati-vação do Moderfrota (Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implemen-tos Associados e Colheitadeiras), e garantiu que as condições de financiamento valerão até 30 de junho de 2015.

Segundo Geller, as taxas de juros devem ser de 4,5% ao ano, para produtores com renda bruta anual de até R$ 90 milhões. Para aqueles com renda bruta anual acima deste valor, os juros de-vem ser de 6%. Desta forma, se-rão contemplados com taxas de 4,5% a maioria dos produtores, até 95% deles, de acordo com o ministro.

A notícia foi comemorada pelos empresários. “Nossa maior preocupação a curto prazo hoje é o Moderfrota, que foi reativado”, afirmou o presidente da Abimag.

“Não queremos que volte a acontecer o “buraco negro”, dois ou três meses durante os quais os bancos não operam com PSI Fi-

name, aguardando questões bu-rocráticas. O PSI Finame é nos-sa principal arma para financiar equipamentos hoje”, declarou Pastoriza.

Avanços

O ministro também falou sobre os avanços e conquistas do ministério e ouviu as princi-pais demandas dos empresários do segmento agrícola, como a necessidade de um Plano Safra plurianual, fortalecimento do se-

Governo discute agroindústria com empresários do setor

guro de renda, redução da buro-cracia no acesso ao crédito para produção e medidas para benefi-ciar os setores de irrigação e ar-mazenagem no país.

Geller pediu aos empresá-rios que as propostas sejam ofi-cialmente formalizadas para que sejam discutidas no âmbito fede-ral. “O que pudermos fazer, nós vamos fazer, defendendo e via-bilizando a produção. O que o ministério não puder fazer, vamos tentar viabilizar com outros minis-térios”, afirmou o ministro.

“O que pudermos fazer, nós vamos

fazer. O que o ministério

não puder fazer, vamos

tentar viabilizar com outros ministérios”

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A g r i c u l t u r a

No Paraná, a diferença entre o ganho mensal médio do traba-lhador urbano em comparação com o rendimento do rural teve diminuição significativa em pou-co mais de uma década: em 2001, os valores pagos eram de R$ 432 e R$ 216, respectivamente. A di-

ferença de 100% caiu para 62% em 2013, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE).

Os números do IBGE apontam uma evolução de 26,55% na renda do trabalhador do campo entre 2011 e 2013. Com a va-riação positiva, o ganho médio da mão de obra no meio rural passou de R$ 659 para R$ 834 no período. A renda mé-dia urbana está em R$ 1.351.

Segundo o secretário esta-dual da Agricultura e do Abaste-cimento, Norberto Ortigara, as políticas públicas e os avanços tecnológicos do setor agropecuá-rio foram fundamentais para a re-dução da diferença de renda.

“Os programas institucionais têm importante papel para a me-lhoria da qualidade de vida e da renda do pequeno e do agricultor familiar. Com a tecnologia hou-ve aumento de produtividade. O pequeno agricultor passou a pro-duzir resultados, o que reflete em sua renda e estimula a permanên-cia ou o retorno das pessoas ao campo”, avalia Ortigara.

Diferença de renda entre campo e cidade diminui

Micros e pequenos

Entre os vários progra-mas do gover-no voltados à agricultura fa-miliar, Ortiga-ra também cita a retomada do programa de calcário, a melhoria de

manejo e boas práticas com economia no uso de agroquímicos e a readequação das estradas rurais, que gera eco-nomia no frete.

Para Julio Takeshi Suzuki Júnior, diretor do Centro de Pes-quisas do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), a adoção de po-líticas públicas viabiliza econo-micamente os micros e pequenos produtores rurais.

“Esses programas buscam principalmente elevar a renda no campo. Por isso, a queda subs-tancial da diferença entre o ren-dimento médio dos residentes no meio urbano e o da popula-ção rural paranaense, apontada pelo IBGE, sinaliza a redução das desigualdades sociais e regio-nais no Estado”, explica Suzuki.

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S a ú d e

Desde que foram confirma-dos os casos da febre Chikungunya no Caribe, no final de 2013, o Ministério da Saúde elaborou um plano nacional de contingência da doença, que tem como metas a intensificação das atividades de vigilância; a preparação de respos-ta da rede de saúde; o treinamen-to de profissionais e a preparação de laboratórios de referência para diagnósticos da doença.

Este mês, o ministério passou a adotar o critério clínico-epidemio-lógico para confirmação da febre Chikungunya nas localidades que registram casos autóctones (origi-nários no país), conforme recomen-dação da Organização Pan-Ameri-cana de Saúde (OPAS). Onde não há os primeiros casos originários de Chikungunya, a comprovação continuará sendo feita por meio do exame de laboratório.

A confirmação de casos sus-peitos por critério clínico-epide-miológico no cenário de trans-

missão da Chikungunya torna a confirmação mais rápida e eficaz. “Além da rapidez da comprova-ção da febre, o critério clínico--epidemiológico evita a superlota-ção de amostras nos laboratórios onde há transmissão sustentada, na medida em que os exames de sangue só serão realizados em ca-sos atípicos ou óbitos”, esclarece o secretário de vigilância em saú-de, Jarbas Barbosa, ressaltando que os óbitos são raros no caso desta doença.

Tratamento

O tratamento para a febre Chikungunya não depende de exame. Como não existe uma te-rapia específica contra a doença, os sintomas são cuidados com medicação para a febre e antiin-

Plano nacional de combate à Chikungunya

flamatórios, além de repouso ab-soluto do paciente, que deve be-ber líquidos em abundância.

A febre Chikungunya é uma doença causada por vírus do gê-nero Alphavirus, transmitida por mosquitos do gênero Aedes, sen-do o Aedes Aegypti (transmissor da dengue) e o Aedes Albopictus os principais vetores.

Para evitar a transmissão do vírus, é fundamental que as pes-soas reforcem as ações de elimi-nação dos criadouros dos mos-quitos. As medidas são as mesmas para o controle da dengue, ou seja, verificar se a caixa dágua está bem fechada; não acumular

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S a ú d e

vasilhames no quintal; verificar se as calhas não estão entupidas; e colocar areia nos pratos dos vasos de planta, entre outras iniciativas deste tipo.

Os sintomas da doença são febre alta, dor muscular e nas ar-ticulações, cefaleia e exantema, e costumam durar de três a 10 dias. A letalidade da Chikungunya, segun-do a Opas, é rara, sendo menos fre-quente que nos casos de dengue.

LIRAa

Como parte das ações para o combate à dengue e à febre Chikungunya, o Ministério da Saúde, em parceria com estados e municípios, está concluindo o Levantamento Rápido do Índice de Infestação de Aedes aegypti (LIRAa) para identificar as larvas do mosquito Aedes Albopictus e Aedes Aegypti nos locais onde es-tão os focos.

“É um instrumento funda-mental para orientar as ações de controle do mosquito transmissor das duas doenças, o que possibi-lita aos gestores locais de saúde anteciparem as ações de preven-ção”, explica Jarbas Barbosa.

Nas regiões com registro da febre foram constituídas equipes, com técnicos das secretarias locais, para orientar a busca ativa de casos suspeitos e emitir alerta às unidades de saúde e às comunidades.

“Exames de sangue só serão realizados em casos atípicos ou óbitos”

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S a ú d e

O vice-presidente de Am-biente, Atenção e Promoção da Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Vancler Rangel, afirmou que a resposta brasilei-ra ao primeiro caso de suspeita de ebola mostrou que os órgãos envolvidos estão atentos e no ca-minho certo. Segundo ele, com a confirmação de que não se tra-tava de ebola, a Fiocruz volta à “normalidade de alerta”.

“Estamos conseguindo nos manter organizados para en-frentar essa emergência e é fun-damental continuar em alerta e assegurar a privacidade desse paciente [um guineense de 47 anos, que vive há pouco tempo no Paraná]”, disse Rangel.

Ele destacou que a cobertura da imprensa ajuda a esclarecer a população e a evitar pânico e in-

segurança. “A existência de casos suspeitos de ebola é uma possibi-lidade que está colocada no pla-no mundial, e o Brasil certamente não está fora desse cenário”.

Vancler Rangel ressaltou que a constatação de que o pacien-te não estava contaminado pelo ebola traz tranquilidade, mas demonstra a necessidade de nos mantermos em alerta.

Capacitação

A vice-diretora do Insti-tuto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Marília Santi-ni, lembrou que as equipes res-ponsáveis pelo caso passam por treinamento constante, quase diário, e que os planos de con-tingência podem ser adaptados a alterações no cenário.

Fiocruz está atenta contra o ebola

“Esses planos são dinâmicos. São feitos com a situação de hoje e podem ser revistos se houver mais casos. Isso é tudo dinâmico. Amanhã, o planejado pode ser diferente, de acordo com a situa-ção no estado e no país, de acor-do com o planejado em conjunto com as secretarias estaduais e o Ministério da Saúde”, explicou.

A Fiocruz tem hoje dois leitos separados para casos de suspeita de ebola e cerca de 70 profissionais treinados para lidar com eventuais pacientes. Em um quadro de muitas suspeitas no país, todos os 32 leitos da unida-de podem ser convertidos para o atendimento dos pacientes.

Além disso, o Ministério da Saúde está em contato permanente com outros hospitais em caso de necessidade de mais internações.

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E n e r g i a

Com predominância de fontes de ener-gia limpas e renováveis em sua matriz ener-gética, o Brasil registrou, em 2013, emissão de gases do efeito estufa quase 70 vezes me-nor do que a média estimada para os demais países.

Os dados constam do boletim “Energia no Mundo”, divulgado anualmente pela Se-cretaria de Planejamento e Desenvolvimen-to Energético do Ministério de Minas e Ener-gia (MME).

Segundo o boletim, o Brasil emitiu 460 milhões de toneladas de dióxido de carbono (MtCO2) no ano passado, o que represen-ta uma relação de 1,55 toneladas de CO2 a cada tonelada equivalente de petróleo (tep) consumida no País. O indicador é 34% me-nor que o mundial, de 2,37 tCO2/tep, resul-tado da emissão de 32.270 milhões de tone-ladas de dióxido de carbono em 2013.

Consumo mundial

A relação entre o consumo de energia e as emissões de CO2 mundiais piorou nos

últimos dez anos, de acordo com o boletim. Com crescimento de 28% na demanda mun-dial de energia, entre 2003 e 2013, e maior uso relativo de carvão mineral em relação ao petróleo e gás, as emissões de gases do efeito estufa passaram de 2,33 tCO2/tep em 2003 para os atuais 2,37 tCO2/tep.

Quanto ao consumo mundial de petró-leo, o boletim aponta que em 2013 foram consumidos 91,3 milhões de barris por dia (Mbbl/d), equivalente a 31 vezes o consumo do Brasil no mesmo ano.

Já o consumo de gás natural mundial foi de 3.348 bilhões de metros cúbicos (Gm³), volume 89 vezes maior que o consumido no Brasil. No carvão mineral, o consumo mundial foi de 3.827 Mtep no ano passado, montante 232 vezes o do Brasil.

O boletim “Energia no Mundo” é pro-duzido anualmente pelo Núcleo de Estudos Estratégicos de Energia (N3E), e apresenta gráficos e dados sobre as matrizes energéti-ca e elétrica de 89 países, com indicadores sobre produção, consumo e emissões de CO2, entre outros.

EFEITO ESTUFABrasil polui setenta vezes menos que a média mundial

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I n f r a e s t r u t u r a

O Rio de Janeiro conheceu um novo veículo que pode re-volucionar o transporte urbano na cidade: o trem de levitação magnética. A demonstração, rea-lizada na Praia de Copacabana, mostrou que o projeto de levi-tação para veículos sobre trilhos desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) é perfeitamente viável como op-ção de mobilidade urbana.

Segundo Roberto Nikolski, pró-reitor de Extensão da Univer-sidade Estadual da Zona Oeste e diretor da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica, a apli-cação é mais barata que a de ou-tros sistemas de trens rápidos. “O veículo levita sobre uma pista de

ímãs, que gera um campo mag-nético e repele as cerâmicas su-percondutoras que estão no veí-culo”, explica o pesquisador.

Em lugar de rodas, o veícu-lo tem sapatas com cerâmicas supercondutoras resfriadas com nitrogênio liquido, um insumo extremamente barato, segundo o pesquisador. “Esse nitrogênio está a uma temperatura de menos de 196 graus centígrados. Nessa

Trem de levitação magnética faz demonstração no Rio

temperatura, a cerâmica adquire uma propriedade extraordinária. Ela repele um campo magnético que se queira aplicar nela”.

Professor aposentado da UFRJ, onde iniciou o projeto na década de 1970, Nikolski expli-ca que o objetivo da pesquisa foi construir um veículo apropriado para uso urbano, que não emitis-se gás carbônico, não produzis-se ruído e que pudesse virar em uma esquina.

Parâmetros

Os testes técnicos já es-tão em andamento no campus da Universidade, que mon-tou uma pista de ímãs de 200 metros de extensão para que especialistas nacionais e es-trangeiros possam verificar o funcionamento do trem.

Nos próximo três meses, os pesquisadores envolvidos no projeto definirão os parâmetros operacionais, como aceleração, frenagem e rigidez eletromag-nética do carro.

Ele garante que o sistema é totalmente seguro. “Não há risco nenhum, porque os ímãs só atra-em materiais com ferro”, explica o pesquisador, enfatizando que o trem trafega suspenso e em calha fechada, onde nem veículos e nem pessoas podem cruzar.

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Em meio à mata semi-seca da caatinga, um sítio com va-riadas flores, antigos teares

de fabricar redes de dormir, anjos e santos sobrepostos em grandes pedras e um monumental pôr do sol num lajedo. Estas são algumas das vivências que o turista pode ex-perimentar na Paraíba. É o turismo de experiência criativo, mostrando mais um roteiro paraibano em ple-no Cariri, na cidade de Boqueirão.

A produção associada ao tu-rismo aquece o comércio local com atrativos e produtos dos mais variados. Histórias, caminhadas, aulas sobre geologia, mostra de artesanato, redes e tapetes, mo-

mentos de contatos com a natu-reza, passeios de pau de arara, transporte utilizado na zona rural, e contato com as famosas croche-teiras. Tudo isso coroado com a luz alaranjada do pôr do sol, tí-pico do Cariri, num aglomerado de pedras, sobrepostas em outras pedras, os lajedos.

Se o visitante for para Boquei-rão passar um dia, aproveitará, pelo menos, cinco momentos inesque-cíveis. A primeira parada é a visita ao Alto dos Missões, propriedade rural simples, porém com diversos atrativos, no Distrito Tabuado. Tem a deliciosa trufa de rapadura por R$ 2,00 e tapetes de algodão colorido

Tu r i s m o

Roteiro de experiência no Cariri paraibano

Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores

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Tu r i s m o

em funcionamento pela proprie-tária. Ao lado do Memorial fica a produção de redes de dormir da família de Maria Lúcia de Bri-to, que vive desse comércio. Eles fiam, bordam, vendem as redes e moram todos no sítio.

Já na Gruta de Lourdes, o turista pode parar rapidamente para fazer orações. O passeio de pau de arara, um transporte rús-

tico, ainda utilizado na zona rural, é mais uma opção para colaborar com os moradores envolvidos na cadeia produtiva local.

Camping

O 1º Camping fixo da Paraíba também fica no Distrito do Mari-nho. É um local calmo, com espa-ço para dez barracas e uma estru-tura básica para ficar por dois ou três dias em contato com a nature-za do Cariri. Para ficar com barraca própria, o visitante paga apenas R$ 10,00. Com a barraca da Associa-ção, o aluguel custa R$ 25,00.

Na volta para a cidade, o vi-sitante pode se hospedar num dos hotéis da cidade. Se o turista qui-ser aproveitar um fim de semana inteiro, ele poderá curtir uma noite animada, com música ao vivo no Hotel Xique-xique. No domingo, o tradicional banho no famoso Açu-de de Boqueirão e uma pescaria sempre deixam a manhã do Cariri mais refrescante.

por R$ 5,00. Interessante imersão na simplicidade da vida do campo, com trilhas, histórias e café da ma-nhã ao ar livre, longe da poluição e perto do silêncio.

Na volta para a cidade, há o primeiro Memorial do Tear da Pa-raíba, no mesmo sítio. O local é um dos mais regionais e de tradi-ção camponesa no Tabuado, com um tear de mais 100 anos, mantido

Alvorada no Cariri

Pedra do Capacete no Lajedo do Pai Mateus

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M o t o r e s

Esportividade do CivicA Honda do Brasil apresentou o novo Civic Si, que chega como modelo 2014, com carroceria cupê

(duas portas e caimento acentuado do teto) e cores chamativas O modelo também é mais forte e abrutalhado: o motor é um quatro-cilindros aspirado, movido a ga-

solina, de 2,4 litros, 16 válvulas, 206 cavalos de potência e 23,9 kgfm de torque máximos. Seu cabeçote conta com o sistema i-Vtec de válvulas, que varia o tempo de abertura e fechamento tanto na admissão quanto no escape.

Strada HardA Fiat lançou a série especial “Hard Working”

da picape Strada. A edição é restrita à versão de en-trada do modelo, a Working, com opções de cabine curta, estendida e dupla. A série especial vem equi-pada com ar, direção hidráulica, vidros e travas elé-tricos, regulagem de altura do volante, faróis com máscara negra, farol de neblina, abertura elétrica do tanque, janela traseira com corrediça, pneus de uso misto e a inscrição “Hard Working” nas soleiras das portas e laterais traseiras.

O Luxuoso A8LA Audi anunciou a chegada de seu modelo

mais luxuoso ao Brasil. O A8L é a versão alongada do sedã grande A8. O modelo chega com duas mo-torizações: V6 3.0 de 310 cavalos e o12 cilindros em W com 6.3 litros e 500 cavalos.

As duas motorizações são acompanhadas de tração integral, câmbio automático de oito mar-chas, suspensão a ar, faróis com 5 canhões de leds, bancos traseiros com ajustes elétricos, massagem, aquecimento e teto solar panorâmico.

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M o t o r e s

Cherokee de roupa novaEsse é o caso do Jeep Cherokee. Lançado há 40

anos nos EUA, o Jeep Cherocke chega à sua quinta geração com nova roupagem e itens inéditos para recuperar as vendas e voltar a ser referência entre os rivais mais jovens, com as versões Longitude, Limi-ted e Traillhawk.

Um dos destaques do modelo é o novo motor V6 3.2 de 271 cv de potência e 32,2 kgfm de torque acoplado ao câmbio automático de nove marchas

Esse novo conjun-to mecânico, que equipa as três ver-sões do modelo, entrega fôlego de sobra no asfalto, com acelerações vigorosas e baixo ruído na cabine.

Extrapesados da Ford A Ford Caminhões está apostando em dois

modelos extrapesados: Cargo 2842 (6X2) e Cargo 2042 (4x2), com capacidade máxima de tração de 49 e 56 toneladas, respectivamente. Seu conjunto de motor, transmissão, eixo, chassi e suspensão ofe-rece força e resistência para as aplicações severas e permite o reboque de composições para as mais variadas cargas.

Ambos são equipados com câmbio automati-zado ZF ASTronic de 12 marchas, controle automá-tico de tração (ASR) e freios ABS com distribuição eletrônica de frenagem (EBD) de série.

Em novembro, a Honda começa a vender no Bra-sil a inédita CB 650F, que substitui a bem-sucedida CB 600F Hornet. Com uma proposta de menos esportivida-de e preço menor, o modelo chega ao país um ano após sua estreia mundial no Salão de Milão 2013.

Seu motor de 649 cc atinge 87 cavalos a 11.000 rpm e 6,4 kgfm a 8.000 rpm. Números menores que o da CB 600F, porém, superam a XJ6, com sua 4 cilindros de 600 cc, que faz 77,5 cavalos a 10.000 rpm e 6,08 kgfm a 8.500 rpm.

Bem-vinda CB 650F

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RANGEL CAVALCANTE [email protected]

56 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

RANGEL CAVALCANTE [email protected]

Defeito simples É conhecido o bairrismo e o espírito de grandeza

dos cearenses, que o jornalista Hildebrando Espínola dizia ser produto da necessidade que tem esse povo de mostrar a toda hora que é maior do que a adver-sidade, antes de tudo um forte. Virgilio Távora dizia brincando que o cearense tem certeza de que o nosso sistema planetário não é heliocêntrico, mas ceara-cêntrico, com os planetas girando em órbitas em tor-no do Ceará e não do sol.

É por isso que lá tem o maior rio seco do mundo, a maior estátua de padre Cícero do mundo, o maior edifício de alvenaria do mundo, o maior cajueiro do mundo e outras grandiosidades.

Pois nessa linha é que o jornalista Wilson Ibia-pina conta uma historinha surgida lá pela terra dele, que também se chama Ibiapina. Diz que um dia in-ventaram no Vaticano um telefone que permitia li-gações diretas com o paraíso, um sistema chamado DDC – Discagem Direta ao Céu. E todas as dioce-ses do mundo passaram a oferecer aos fiéis o novo serviço, cobrando 100 dólares por uma ligação com duração de três minutos. Foi um sucesso.

No final do ano, todas as igrejas estavam com os cofres abarrotados, graças ao faturamento com o novo serviço. Havia filas para telefonar para o céu. E a grana entrando de enxurrada. Os bispos se reu-niram em Roma para comemorar o sucesso do novo negócio. Em meio à euforia geral, só os cearense es-tavam cabisbaixos, indiferentes à grande festa. Eram os únicos cujas contas estavam no vermelho, com as dioceses praticamente falidas.

Foram então chamados a explicar ao Papa por-que se encontravam com os cofres vazios, mesmo fa-turando com o telefone milagroso. Não foi difícil para eles a explicação:

- Santidade, na verdade não faturamos quase nada com o novo serviço telefônico. O problema é que em todo o mundo as igrejas cobram 100 dólares por liga-ção e lá no Ceará só podemos cobrar 25 centavos.

Diante da surpresa do Sumo Pontífice, explicaram:- É que lá no Ceará a ligação para o céu é local.

Telefônica

José Carlos Bardawil foi um dos mais irrequietos repórteres na imprensa na década de 60. Exercia a profissão como uma espécie de Inspetor Javert, cujos perseguidos eram a notícia e seus protagonistas. Cos-tumava esconder-se até nos banheiros do Congresso e dos ministérios para bisbilhotar reuniões fechadas dos políticos.

Tinha uma obsessão: ser o maior repórter do Brasil. Não conseguiu e morreu aos 58 anos deixan-do uma legião de amigos e inimigos, destes últimos vingando-se num livro publicado depois de sua morte, que é um repositório de mágoas e ajustes de contas.

Na busca da notícia, recorria a todo tipo de ar-timanhas e expedientes. Designado pelo Pompeu de Souza, então chefe da sucursal de “Veja” em Brasília para cobrir uma reunião do alto comando da ARENA - o partido que dava sustentação política à ditadura militar – no gabinete do senador Felinto Muller, que presidia a legenda, encontrou a porta fechada, com um segurança impedindo a entrada de jornalistas.

Não hesitou. Correu à pensão em que morava, pegou uma gravata velha, um boné surrado e uma chave de fenda e logo estava à porta do gabinete do senador. De óculos escuros, meio cabisbaixo, exibiu ferramenta ao guarda, dizendo simplesmente:

- Telefônica! O segurança abriu a porta e ele entrou no salão.

Durante mais de meia hora, desmontou um telefone e enrolou fios, enquanto ouvia atento as conversas reservadas de Filinto com Petrônio Portela, Batista Ramos, Bonifácio de Andrada, Rondon Pacheco e outros generais civis da ditadura. Foi o “furo” da se-mana na imprensa nacional.

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CASOS & CAUSOS

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Chamada localÉ conhecido o bairrismo e o espírito de grandeza dos cearenses, que o jornalista Hildebrando Espínola

dizia ser produto da necessidade que tem esse povo de mostrar a toda hora que é maior do que a adversi-dade, antes de tudo um forte. Virgilio Távora dizia brincando que o cearense tem certeza de que o nosso sistema planetário não é heliocêntrico, mas cearacêntrico, com os planetas girando em órbitas em torno do Ceará e não do sol.

É por isso que lá tem o maior rio seco do mundo, a maior estátua de padre Cícero do mundo, o maior edifício de alvenaria do mundo, o maior cajueiro do mundo e outras grandiosidades. Pois nessa linha é que o Wilson Ibiapina conta uma historinha surgida lá pela terra dele, que também se chama Ibiapina. Diz que um dia inventaram no Vaticano um telefone que permitia ligações diretas com o paraíso, um sistema cha-mado DDC – Discagem Direta ao Céu. E todas as dioceses do mundo passaram a oferecer aos fiéis o novo serviço, cobrando 100 dólares por uma ligação com duração de três minutos. Foi um sucesso. No final do ano todas as igrejas estavam com os cofres abarrotados, graças ao faturamento com o novo serviço, Havia filas para telefonar para o céu.

E a grana entrando de enxurrada. Os bispos se reuniram em Roma para comemorar o sucesso do novo negócio. Em meio á euforia geral, só os cearense estavam cabisbaixos, indi-ferentes à grande festa. Eram os únicos cujas contas estavam no vermelho, as dioceses praticamente falidas. Foram então chamados a explicar ao Papa porque se encontravam com os cofres vazios, mesmo faturando com o telefone milagroso. Não foi difícil para eles a explicação:

- Santidade, na verdade não faturamos quase nada com o novo serviço telefônico. O problema é que em todo o mundo as igrejas cobram 100 dólares por ligação e lá no Ceará só podemos cobrar 25 centavos.

Diante da surpresa do Sumo Pontífice, explicaram:- É que lá no Ceará a ligação para o céu é local.

Uma questão de statusAqui em Brasília, entidades de assistência social buscam dar apoio aos programas

de melhoria da vida dos catadores de lixo, que a cada dia são mais numerosos em todo o Distrito Federal, a maioria vivendo em condições miseráveis, em meio aos lixões, sujeita a doenças e acidentes, sem qualquer segurança previdenciária.

Há poucos dias, um repórter fazia uma matéria sobre um desses lixões, buscando conhecer as dificuldades enfrentadas por aquelas famílias, principalmente as mulheres e crianças que vivem do lixo. Numa das entrevistas, uma das mulheres mostrou a sua con-fiança no trabalho da assistência social, tanto do governo como de entidades privadas.

- É, moço, as coisas começam a mudar por aqui, e para melhor. Na semana passada, uma assistente social esteve aqui e disse que nós vamos deixar de ser catadoras de lixo e vamos passar a ser “agentes de reciclagem”.

Parece com aquilo que ocorreu no Ceará, nos anos 60, quando os engraxates de Fortaleza comemoram a decisão do general Murilo Borges, então prefeito da capital, de promovê-los a “lustradores”.

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58 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

Art igoa r t i g oJulio Eduardo Simões

Capacitação é decisiva para os fornecedores do setor petrolífero

Independentemente das polêmicas sobre o tema que per-mearam a campanha eleitoral deste ano, o setor de petróleo e gás apresenta-se muito promis-sor no País. Em 2013, a partir do retorno das rodadas de licitação para a prospecção das jazidas, que estavam paralisadas desde 2008, multiplicaram-se as opor-tunidades de investimentos, não só para companhias de grande porte, como também empresas pequenas e médias, nos diver-sos segmentos fornecedores de bens e serviços no contexto des-sa imensa cadeia produtiva.

A tendência é de consoli-dação e ampliação do merca-do, considerando que o Brasil produz dois milhões de barris de petróleo por dia e que, até 2020, deverá duplicar esse vo-lume, com a exploração cres-cente do pré-sal. Para a pros-pecção, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bio-combustíveis (ANP) anunciou que será realizada em 2015 a 13ª Rodada de Licitações do Ministério de Minas e Energia.

As expectativas da Petro-bras corroboram as tendências positivas. A companhia espe-ra que a produção de petróleo proveniente do pré-sal (hoje su-perior a 400 mil barris/dia) re-presente 50% dos seus resulta-

dos totais. Atualmente, equivale a 20%. Para o cumprimento da meta, será necessário perfurar mais de 200 poços até 2019 e colocar em operação novas pla-taformas. São 90 destas unida-des de produção, que entrarão em operação até 2025. Somente esses empreendimentos signifi-cam US$ 120 bilhões

A expansão da produção de petróleo no pré-sal dobrará para 20%, até 2020, a participação da indústria de petróleo e gás no Produto Interno Bruto e deverá levar a indústria naval e offshore (exploração em alto mar) brasi-leira a faturar em torno de US$ 17 bilhões por ano no período. Os dados foram recentemente divulgados pela Associação Bra-sileira das Empresas de Constru-ção Naval e Offshore (Abenav), em conteúdo da Agência Brasil.

Portanto, as oportunidades de negócios abertas pelo pré-sal são amplas. O Brasil deverá pas-sar a contar com uma das maio-res reservas petrolíferas do mun-do. Dessa maneira, é importante que as empresas com vocação e capacidade para participar desse mercado estejam bem preparadas para a prestação de serviços, pro-dução e fornecimento de máqui-nas, equipamentos e insumos.

Um dos aspectos funda-mentais para o atendimento ao

crescente mercado de petróleo e gás, além do investimento em gestão, planejamento e tecnolo-gia, é a capacitação dos recur-sos humanos. Como se sabe, o Brasil enfrenta defasagem nesse campo, em especial no tocante a engenheiros e técnicos. As-sim, um diferencial competitivo é conseguir prover o treinamen-to e o desenvolvimento dos pro-fissionais. É necessário investir na formação de um qualificado time de engenheiros, técnicos, mergulhadores e outros profis-sionais.

Nosso país já possui uma das mais desenvolvidas estru-turas de apoio à indústria do petróleo e gás. Isso é positivo, pois oferece uma contrapartida de segurança aos investidores na prospecção e extração, em meio aos antigos problemas do custo Brasil, burocracia e incer-teza jurídica. Por tudo isso, é importante estar atento às opor-tunidades que se abrem. Se as empresas souberem identificar essas chances e se prepararem bem para aproveitá-las, terão excelentes perspectivas de re-sultado e crescimento nos pró-ximos anos.

Julio Eduardo Simões é o presidente da Locar Guindastes & Transportes Intermodais

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