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Milton Luiz Torres

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Aristófanes, comediógrafo do V século a.C., viveu em uma época em que o povo grego se encontra-va bastante abatido pelos contínuos e sangrentos confl i-tos decorrentes da Guerra do Peloponeso. Por denunciar os sórdidos interesses por trás da militarização da pólis ateniense, o dramaturgo adquiriu a reputação (merecida ou não) de pacifi cador.

O Aristófanes desta obra, embora diferente da per-sonalidade histórica de Atenas, vivencia experiências co-muns e, de certo modo, retrata a experiência de muitos rapazes e moças que, na senda do amadurecimento, têm que lidar com descobertas e frustações.

Milton Luiz Torres é graduado em Letras e Teologia. Tem mestrado em Filologia Clássica e em Letras e Linguística. É dou-tor em Arqueologia Clássica e pós-doutor em Estudos Literários. Atualmente é professor do Unasp (Engenheiro Coelho-SP), onde coordena o curso de Tradutor e Intérprete.

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Casa Publicadora BrasileiraTatuí – SP

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SUMÁRIO

OS CARVOEIROS DA ACÁRNIA s Capítulo 1 / Página 6

A CAVALARIA DE ATENAS s Capítulo 2 / Página 11

A BATALHA DE POTIDEIA s Capítulo 3 / Página 16

ATENAS VS. ESPARTA s Capítulo 4 / Página 20

O FIM DA PAZ s Capítulo 5 / Página 25

A CIDADE DAS AVES s Capítulo 6 / Página 29

LISÍPOLE s Capítulo 7 / Página 33

A PESTE s Capítulo 8 / Página 39

PÉRICLES s Capítulo 9 / Página 44

A ASSEMBLEIA s Capítulo 10 / Página 48

METAMORFOSE s Capítulo 11 / Página 54

GLOSSÁRIO s Página 58

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O Aristófanes da Antiguidade, dramaturgo que se notabilizou em Atenas, por escrever e encenar 40 comédias em 40 anos de car-

reira, não é, provavelmente, o melhor modelo para os jovens do século XXI. Seu gosto pela obscenidade cômica e a glorificação da bebida como elemento de convívio e socialização ofenderiam, sem dúvida, a sensibili-dade de muitos. No entanto, o Aristófanes deste livro não corresponde à personalidade da história ateniense. Nosso Aristófanes é uma ficção proveniente de um exercício de imaginação, fruto de um interesse tão voltado para a compreensão da natureza humana quanto para a História. Ele vem do desejo de criar as condições filosóficas e literárias para dis-cutir questões como a vida em comunidade, os ideais da política, a bana-lização da guerra, as crenças e superstições, as ideologias, o desabrochar do amor e, acima de tudo, o impacto da educação e dos costumes na cosmovisão que desenvolvemos ao longo da vida. Não se trata, porém, de um esforço moralizante. O objetivo é mais suscitar questionamentos a serem solucionados (ou não), mediante a análise crítica das posturas dos personagens e das consequências de suas escolhas e ações.

O interesse por Aristófanes se justifica principalmente pelo fato de o dramaturgo ter adquirido a reputação (merecida ou não) de pacificador, durante o longo e doloroso confronto com Esparta. Em meio à insani-dade de uma conflagração que assumiu todos os contornos de uma

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dilatada guerra civil, uma voz se ergueu para denunciar os sórdidos inte-resses por trás da militarização de uma cidade-Estado da Hélade, a pólis ateniense, berço da fi losofi a, da música, da poesia e de outras instituições basilares da civilização ocidental.

Como já mencionado, esta obra trata de um Aristófanes diferente – um personagem adolescente, anterior ao percurso literário que escolhe-rá, anterior às decisões fi losófi cas e posicionamentos políticos, apolíticos e antipolíticos pelos quais fi cará conhecido. É um menino que se vê em meio à guerra e, na tentativa de compreender a vida e a morte, o amor e as restrições sociais que impedem a materialização de seus sentimentos, inicia uma caminhada em direção à maturidade.

Portanto, embora se trate de um personagem fi ctício, o Aristófanes desta obra vivencia experiências comuns e, de certo modo, retrata a ex-periência de muitos rapazes e moças que, na senda do amadurecimento, têm que lidar com descobertas e frustações.

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OS CARVOEIROS DE ACÁRNIA

Capítulo 1

Nasci em um ano especialmente auspicioso. Talvez você estranhe que um menino de pouco mais de

14 anos esteja usando uma palavra tão pomposa. Opa, outra palavra inesperada! É que, desde que comecei a balbuciar as primeiras palavras, adquiri o vício de usar palavras pouco conhecidas. Dizem que vou ser escritor ou advogado, mas isso não interessa à minha história. O que interessa é que nasci no terceiro ano da 83a Olimpí-ada, e, nesse ano, nossa cidade assinou uma aguardada trégua com Esparta. Com o acordo, as duas cidades se comprometiam a conter, com mãos fi rmes, por 30 longos anos, as rédeas da guerra. Assim, nunca havia experimentado, até agora, os rigores de um confronto bélico, isto é, as privações, sacrifícios, perdas e deses-pero que geralmente o acompanham. Digo “até agora”