27042010 grupo 03 tr22 vania toledo

10

Click here to load reader

Transcript of 27042010 grupo 03 tr22 vania toledo

Page 1: 27042010 grupo 03 tr22 vania toledo

Educomunicação – Grupo 03 – TR22

El derecho a la pantalla: de la educación en medios a la educomunicación en Brasil

Ismar de Oliveira Soares

Comunicar, nº 30, v. XV, 2008, Revista Cientifica de Comunicación y Educación Vania de Toledo Piza

paginadocinema.com.br

Page 2: 27042010 grupo 03 tr22 vania toledo

O texto trata sobre o reconhecimento, por significativa parte de crianças e jovens brasileiros, do seu “direito à tela - um direito de expressão” no que tange ao acesso às novas tecnologias para a livre criação e produção de mensagens de acordo com a sua criatividade, interesses e participação social.

Aborda ainda o confronto entre organizações sociais, governo e meios de comunicação para se estabelecer horários e programas apropriados a essa faixa etária da população.

O autor desenvolve o texto de forma holística e apresenta

os diferentes atores frente ao tema, baseado em cinco

referenciais:

1. Nada melhor do que os pais1. Nada melhor do que os pais

2. As diferentes visões da educação em oposição à “tela da TV” 2. As diferentes visões da educação em oposição à “tela da TV”

3. Os jovens dialogam com a tela, mas os professores resistem3. Os jovens dialogam com a tela, mas os professores resistem

4. A leitura crítica altera a sensibilidade da mídia 4. A leitura crítica altera a sensibilidade da mídia

5. O direito à tela: a educomunicação5. O direito à tela: a educomunicação

Page 3: 27042010 grupo 03 tr22 vania toledo

1. Nada melhor do que os pais1. Nada melhor do que os pais

Esta abordagem apresenta a dualidade entre o “direito de expressão” considerado como algo natural, exercido sob a lei do mercado, versus o “direito das crianças” de dispor de um material audiovisual que contribua para a sua formação.

. desde 2002 o assunto passa a ganhar visibilidade e é gerido pelo Ministério da Justiça - ministro José Gregori.

. no final de 2006, na gestão do ministro Marcos Thomas Bastos, é apresentado um documento legal que estabelece uma classificação indicativa.

. grupos de intelectuais e parte significativa de produtores culturais mostram-se a favor da medida. . os meios de comunicação e, principalmente, a televisão, rejeitam a interferência do poder público e, ao mesmo tempo, reconhecem, pela primeira

vez, a possibilidade de sua oferta provocar efeitos negativos.

. surpreendentemente, afirmam que cabe aos pais controlar o acesso das crianças à programação oferecida. O meio jornal apoia o meio TV.. em 12 de julho de 2007 o Ministério da Justiça estabelece as novas

regras de classificação de programas de TV e lhes permite determinar a produção e a faixa horária de exibição de sua programação. Em caso de dissonância, as emissoras de TV têm o direito de apresentar recurso.

projetodecolar.com.br

projetodecolar.com.br

Page 4: 27042010 grupo 03 tr22 vania toledo

. enfraquecido, o Ministério da Justiça decide financiar uma pesquisa sobre o impacto da exibição de cenas de sexo e violência com dois objetivos: verificar se o critérios estabelecidos são pertinentes e identificar peculiaridades locais e regionais para “nortear” a elaboração de uma política nacional que promova a análise crítica dos meios nas escolas.. entra em cena o Ministério da Cultura – ministro Gilberto Gil,

que propõe uma “política nacional de educação para os meios”, apoiado pela Radiobrás.

. Surpreendentemente, o Ministério da Educação não se manifesta publicamente sobre o assunto.

2. As diferentes visões da educação em oposição à “tela da TV” 2. As diferentes visões da educação em oposição à “tela da TV”

Tendo como referência a sua tese de livre-docência – “A contribuição das ciências sociais para a avaliação dos programas de Educação para a Comunicação”, o autor identifica três diferentes vertentes relacionadas à gestão de programas de educação para a televisão: a vertente moralista, a culturalista e a dialética ou educomunicativa.

- - Vertente moralista Vertente moralista . adulto como condutor da boa formação das novas gerações, baseada na

“teoria dos efeitos” – criança como um ser absolutamente influenciado pelos estímulos dos meios. Forte inspiração religiosa – dos anos 30 aos 50.

www.planetaeducacao.com.br

Page 5: 27042010 grupo 03 tr22 vania toledo

- - Vertente culturalista Vertente culturalista . a partir da década de 70, difusão da semiótica e sociologia crítica /

produção acadêmica passa a oferecer instrumentos de análise / papel preponderante das organizações não governamentais junto às crianças e jovens na formação de espectadores críticos

. em 1996, a nova lei da educação nacional permitiu o ingresso da educação para a comunicação – a linguagem e suas tecnologias, principalmente para o ensino médio / dirigentes e professores não foram preparados para atender aos objetivos previstos na legislação

- - Vertente Dialética Vertente Dialética . Resulta de uma combinação de interesses – mais políticos que acadêmicos

de uma luta por uma comunicação democrática e horizontal, a partir da chamada “leitura crítica” . Década de 80, na América Latina, coordenadores de programas por convocação da UNESCO se reúnem por quatro vezes – Santiago (1985), Curitiba (1986), Buenos Aires (1988) e Las Vertientes – Chile (1991) para compartilhar experiências e metodologias facilitadoras de trabalho mais participativo . A teoria das mediações culturais (Kaplun, Martín Barbero e Orozco) oferece alternativas para o exercício da prática pedagógica dos educadores projetodecolar.com.br

Page 6: 27042010 grupo 03 tr22 vania toledo

. A pergunta básica deixa de ser “qual é o impacto dos meios sobre uma comunidade de receptores?” para converter-se em “ como colaborar para que uma comunidade de receptores se transforme em agentes culturais autônomos frente à tela?”

. Dessa forma, valoriza-se o criar e o produzir e a partir do exame da própria Dessa forma, valoriza-se o criar e o produzir e a partir do exame da própria produção criam-se parâmetros de análise que possibilitam a educação para a produção criam-se parâmetros de análise que possibilitam a educação para a intervenção cultural a partir da perspectiva de maior interesse: a do próprio intervenção cultural a partir da perspectiva de maior interesse: a do próprio grupo. É esta a essência da proposta educomunicativa. grupo. É esta a essência da proposta educomunicativa.

3. Os jovens dialogam com a tela, mas os professores resistem3. Os jovens dialogam com a tela, mas os professores resistem

O texto informa que estão em desenvolvimento recentes iniciativas do poder público em conjunto com certas organizações governamentais que se organizam para discutir esses paradigmas e para criar articulações, porém, não se caracteriza de forma hegemônica.

O autor cita uma pesquisa desenvolvida por Cláudia de Almeida Mogadouro, pesquisadora do Núcleo de Investigação da Telenovela (NPTN) da USP, que constatou que os professores não se preocupam com a relação das crianças e jovens com os meios de comunicação, especificamente nesta pesquisa, com a telenovela.

projetodecolar.com.br

Page 7: 27042010 grupo 03 tr22 vania toledo

Por sua vez, a pesquisa identificou que a telenovela é o produto cultural com mais forte presença na vida dos jovens, que compartilham em família comentários e reflexões sobre a trama e seus personagens.

Ao se aprofundar este debate, os jovens ressignificam a novela de acordo com o seu universo. A maior parte dos professores não compartilha essa experiência com os seus alunos. Para atender a esta lacuna e aos poucos professores que reconhecem a telenovela como um produto cultural, foi criada a Agência Nacional de Notícias dos Direitos da Infância – ANDI, em Brasília, que oferece um serviço de informação sobre a produção midiática e sua relação com a infância e a educação, por meio da classificação sistemática da produção dos jornais e emissoras de TV.

4. A leitura crítica altera a sensibilidade da mídia4. A leitura crítica altera a sensibilidade da mídia

O autor menciona que a dialética da relação entre receptores e a mídia passou a sensibilizar a mídia. Cita três estudos desenvolvidos pela ANDI:

1. “A mídia dos jovens” – 20052. “Remoto Control” – 20053. “Classificação Indicativa” - 2006 projetodecolar.com.br

Page 8: 27042010 grupo 03 tr22 vania toledo

O primeiro estudo primeiro estudo indicou que os veículos dedicados à adolescência e juventude passaram a apresentar positiva avaliação qualitativa de seu conteúdo.

O segundo estudo segundo estudo tem como objeto a televisão, sob a ótica do artigo 17 da Convenção sobre os Direitos das Crianças e Adolescentes da ONU, que parte do princípio que somente uma programação de qualidade pode contemplar os direitos de informação desse público.

Conclui que há dificuldade dos programas contemplarem a diversidade social, ética e cultural da juventude brasileira.

Levanta certa iniciativa da mídia ao apresentar programas que privilegiam a educação e entretenimento - “edutainment” e o merchandising social, que trata da utilização parcial e pontual de temas sociais em uma estória, no caso, o programa “Malhação” da Rede Globo.

O terceiro estudo terceiro estudo é um completo documentário sobre as razões pelas quais a sociedade civil apóia o Ministério da Justiça com relação à classificação indicativa.

Os três estudos da ANDI são permeados pelo conceito da educomunicação no Os três estudos da ANDI são permeados pelo conceito da educomunicação no que se refere à uma indispensável educação frente à tela da TV.que se refere à uma indispensável educação frente à tela da TV.

joaokepler.zip.net

Page 9: 27042010 grupo 03 tr22 vania toledo

5. O direito à tela: a educomunicação 5. O direito à tela: a educomunicação

O direito das crianças e dos jovens construírem a sua própria comunicação trata sobre o direito à tela.

Em 2004, no Rio de Janeiro, reuniram-se na Cúpula da Mídia para as Crianças mais de 2000 produtores, pesquisadores e representantes de organismos internacionais para discutir o tema da qualidade dos meios para crianças e adolescentes.Faziam parte também 150 jovens de 40 países

que, em dado momento se retiraram e se reuniram para produzir um documento próprio que reafirmava o seu “direito à tela”, informando que consideravam mídia de qualidade “somente o que eles produziam ou o que os adultos decidissem produzir em colaboração com os jovens”. Para eles, a participação se convertia em qualidade da produção.

Por fim, o autor retoma ao tema educomunicação reafirmando que a Por fim, o autor retoma ao tema educomunicação reafirmando que a “educação frente à tela” deve ser precedida por esforços de educação para a “educação frente à tela” deve ser precedida por esforços de educação para a comunicação.comunicação.

blog3.opovo.com.br

projetodecolar.com.br

Page 10: 27042010 grupo 03 tr22 vania toledo

Reafirma a perspectiva assumida pelo NCE/USP quando propõe, como um Reafirma a perspectiva assumida pelo NCE/USP quando propõe, como um marco de sua definição de educomunicação, uma gestão democrática dos marco de sua definição de educomunicação, uma gestão democrática dos processos comunicacionais nos espaços educativos. processos comunicacionais nos espaços educativos.

Destaca que, em termos práticos, a adoção do conceito da educomunicação Destaca que, em termos práticos, a adoção do conceito da educomunicação facilitou as autoridades escolares e, especialmente, os professores, à facilitou as autoridades escolares e, especialmente, os professores, à compreensão do tema educação para a mídia.compreensão do tema educação para a mídia.

Cita experiências da prática educomunicativa adotadas pelo canal “Futura” e Cita experiências da prática educomunicativa adotadas pelo canal “Futura” e Jornal da Tarde com a coluna “Pais & Mestres”.Jornal da Tarde com a coluna “Pais & Mestres”.

Finaliza citando a declaração de um jovem de 16 anos, Ariel – morador da periferia da cidade e com dois irmãos presos - quando solicitada a sua opinião ao término do curso Educom.rádio: “eu gostaria de ser ... Paulo Freire ... um professor de educomunicação

... e ter o rádio para me ajudar...”

www.planetaeducacao.com.br

www.vilaesperanca.org

www.planetaeducacao.com.br