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ROSIVETE COAN NIEHEUS AUTOCLAVES VERTICAIS: UMA PROPOSTA DE SISTEMA PARA GARANTIA DO PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO FLORIANÓPOLIS 2004

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  • ROSIVETE COAN NIEHEUS

    AUTOCLAVES VERTICAIS: UMA PROPOSTA DE

    SISTEMA PARA GARANTIA DO PROCESSO DE

    ESTERILIZAO

    FLORIANPOLIS

    2004

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO

    EM ENGENHARIA ELTRICA

    AUTOCLAVES VERTICAIS: UMA PROPOSTA DE

    SISTEMA PARA GARANTIA DO PROCESSO DE

    ESTERILIZAO

    Dissertao submetida

    Universidade Federal de Santa Catarina

    como parte dos requisitos para a

    obteno do grau de Mestre em Engenharia Eltrica.

    ROSIVETE COAN NIEHEUS

    Florianpolis, agosto de 2004.

  • AUTOCLAVES VERTICAIS: UMA PROPOSTA DE

    SISTEMA PARA GARANTIA DO PROCESSO DE

    ESTERILIZAO

    ROSIVETE COAN NIEHEUS

    Esta Dissertao foi julgada adequada para obteno do Ttulo de Mestre em Engenharia Eltrica, rea de Concentrao em Engenharia Biomdica, e aprovada em sua forma final

    pelo Programa de Ps-Graduao em Engenharia Eltrica da Universidade Federal de Santa Catarina.

    ______________________________________ Prof. Fernando Mendes de Azevedo, DSc.

    Orientador

    ______________________________________ Prof. Denizar Cruz Martins, DSc.

    Coordenador do Programa de Ps-Graduao em Engenharia Eltrica Banca Examinadora:

    ______________________________________ Prof. Fernando Mendes de Azevedo, DSc.

    Presidente

    ______________________________________ Prof. Ana Paula Soares Fernandes, DSc.

    ______________________________________ Prof. Fernanda Isabel Marques Argoud, DSc.

    ______________________________________ Prof. Jefferson Luiz Brum Marques,PhD.

    ______________________________________ Prof. Raimes Moraes, PhD.

    ii

  • Agradecimentos

    Um dos gestos mais nobres do ser humano a gratido.

    A Deus o dom da vida.

    Aos meus pais pelo testemunho de persistncia diante dos desafios da vida.

    Aos colegas pelo companheirismo.

    Aos amigos pelo incentivo.

    Aos professores da banca examinadora por terem aceitado o convite.

    Aos professores do mestrado por partilharem o conhecimento.

    Ao professor Fernando Mendes de Azevedo pela maestria dispensada na

    orientao deste trabalho.

    iii

  • Resumo da Dissertao apresentada UFSC como parte dos requisitos necessrios para a

    obteno do grau de Mestre em Engenharia Eltrica.

    AUTOCLAVES VERTICAIS: UMA PROPOSTA DE SISTEMA PARA GARANTIA DO PROCESSO DE

    ESTERILIZAO

    Rosivete Coan Nieheus

    Agosto / 2004

    Orientador: Fernando Mendes de Azevedo, DSc. rea de Concentrao: Engenharia Biomdica. Palavras-chave: bactria, infeco, esterilizao, autoclave vertical Nmero de Pginas: 63

    RESUMO:

    Os microrganismos podem ser agentes causadores de infeces. A fim de prevenir e diminuir os riscos de aquisio de infeces, a esterilizao permite descontaminar equipamentos e materiais atravs da destruio de todas as formas de vida microbiana viveis.

    A esterilizao a vapor um dos processos de descontaminao mais utilizados, podendo ser efetuada atravs de autoclaves verticais e horizontais. Nestes equipamentos, os microrganismos so destrudos pela ao combinada da temperatura, presso e umidade.

    Um estudo comparativo entre as caractersticas de autoclaves verticais e horizontais indica que, nas autoclaves verticais, alguns requisitos mnimos exigveis para esterilizao no so completamente atendidos, sendo estas susceptveis recontaminao dos materiais esterilizados, pois no efetuam a secagem dos mesmos aps o ciclo de esterilizao. Embora as autoclaves horizontais sejam mais eficientes, estas apresentam custos elevados quando comparadas s autoclaves verticais.

    Este trabalho apresenta a proposta de um sistema eletro-mecnico de baixo custo adaptvel autoclaves verticais, permitindo garantir o controle da temperatura e presso necessrias ao ciclo de esterilizao, e na secagem dos materiais, sem a interveno do operador em todas as etapas do processo.

    Para assegurar a eficcia da esterilizao da autoclave com o sistema eletro-mecnico implementado, testes biolgicos foram aplicados antes e posteriormente a adaptao do sistema proposto, indicando que os requisitos necessrios a uma esterilizao eficiente foram atendidos.

    iv

  • Abstract of Dissertation presented to UFSC as a partial fulfillment of the

    Requirements for the degree of Master in Electrical Engineering.

    VERTICAL AUTOCLAVES: A SYSTEM PROPOSAL TO

    ASSURE THE STERILIZATION PROCESS

    Rosivete Coan Nieheus

    August / 2004

    Advisor: Fernando Mendes de Azevedo, DSc. Area of Concentration: Biomedical Engineering. Keywords: bacteria, infection, sterilization, vertical autoclave. Number of Pages: 63 ABSTRACT:

    Microorganisms are agents that can cause infections. In case to prevent and reduce the risks of acquisition of infections the sterilization allows to decontaminate equipments and materials through the destruction of all forms of microbial life.

    Steam sterilization is the most used decontamination process and can be made through vertical and horizontal autoclaves. In these equipments, microorganisms are destroyed by the combined action of temperature, pressure and humidity.

    A comparative study among the characteristics of vertical and horizontal autoclaves indicates that in vertical autoclaves some demandable minimum requirements for sterilization are not completely assisted, making them susceptible to contamine the materials after the sterilization process because they don't dry the same ones. Horizontal autoclaves are more efficient and more expensive when compared to the vertical autoclaves.

    This work proposes a low cost eletro-mechanical system to be adapted to the vertical autoclaves, allowing the guarantee the control of the drying of the materials and necessaries temperature and pressure to the sterilization cycle without the intervention of the operator in all stages of the process.

    Biological tests were applied before and after the adaptation of the eletro-mechanical system to the vertical autoclave indicating that the necessary requirements to an efficient sterilization were assisted.

    v

  • SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS......................................................................................................... ix

    LISTA DE TABELAS........................................................................................................ xi

    ACRNIMOS....................................................................................................................xii

    CAPTULO 1 ....................................................................................................................... 1

    1 Introduo ......................................................................................................................... 1

    1.1 Esterilizao................................................................................................................ 2

    1.2 Morte Microbiana ....................................................................................................... 4

    1.3 Equipamentos para a Esterilizao ............................................................................. 6

    1.3.1 Custos de autoclaves verticais e horizontais .................................................... 7

    1.4 Objetivo geral ............................................................................................................. 7

    1.5 Objetivos especficos .................................................................................................. 8

    1.6 Justificativa ................................................................................................................. 9

    CAPTULO 2 ..................................................................................................................... 10

    2 Esterilizao .................................................................................................................... 10

    2.1 Ciclo de vida da bactria........................................................................................... 10

    2.1.1 Morte trmica da bactria ............................................................................... 10

    2.1.2 Calor e umidade.............................................................................................. 11

    2.2 Autoclaves ................................................................................................................ 11

    2.2.1 Autoclave Vertical.......................................................................................... 12

    2.2.2 Autoclave Horizontal...................................................................................... 12

    2.2.3 Causas de Esterilizao Ineficiente ................................................................ 13

    2.3 Programa de monitorizao para controle de qualidade de esterilizao ................. 14

    CAPTULO 3 ...................................................................................................................... 17

    3 Normas Tcnicas Para Autoclaves................................................................................ 17

    3.1 Condies Gerais ...................................................................................................... 17

    3.2 Caractersticas de Funcionamento ............................................................................ 18

    3.3 Material e Manufatura .............................................................................................. 18

    3.4 Local de Montagem .................................................................................................. 21

    vi

  • 3.5 Condies de Operao ............................................................................................ 21

    3.6 Aceitao e Rejeio................................................................................................. 22

    3.7 Comparao entre as Autoclaves Vertical e Horizontal .......................................... 23

    CAPTULO 4 ...................................................................................................................... 25

    4 Testes aplicveis na validao da esterilizao ............................................................ 25

    4.1 Indicadores biolgicos .............................................................................................. 25

    4.2 Tipos de indicadores biolgicos ............................................................................... 26

    4.2.1 Testes de cultura ............................................................................................. 26

    4.2.2 Indicador Biolgico Sportest .......................................................................... 27

    4.2.3 Indicador Biolgico Auto-Contido ATI-Test ................................................. 27

    4.3 Indicadores qumicos ................................................................................................ 28

    4.3.1 Indicadores de esterilizao............................................................................ 28

    4.3.2 Indicadores de processo.................................................................................. 29

    4.3.3 Fita Adesiva Tecil........................................................................................... 29

    4.3.4 Folhas de Teste Bowie & Dick Diatest-Tecil ................................................. 29

    4.4 Modelo semilogartmico para curvas de sobreviventes........................................... 30

    4.4.1 Crescimento microbiano................................................................................. 32

    4.5 Tcnicas microbiolgicas ......................................................................................... 33

    4.5.1 Isolamento ...................................................................................................... 33

    4.5.2 Semeadura em superfcie................................................................................ 34

    4.5.3 Contagem direta por microscopia................................................................... 34

    CAPTULO 5 ..................................................................................................................... 35

    5 Desenvolvimento ............................................................................................................. 35

    5.1 Operao de autoclaves verticais.............................................................................. 35

    5.2 Sistema proposto....................................................................................................... 41

    5.3 Diagrama eltrico...................................................................................................... 42

    5.3.1 Acionamento e proteo ................................................................................. 43

    5.3.2 Temporizao e controle ................................................................................ 44

    5.3.3 Pr-aquecimento e esterilizao ..................................................................... 45

    5.3.4 Expurgo .......................................................................................................... 46

    5.3.5 Secagem.......................................................................................................... 47

    5.4 Teste de validao..................................................................................................... 48

    vii

  • 5.4.1 Teste de cultura............................................................................................... 48

    5.5 Resultados do teste de cultura para a autoclave vertical e o sistema proposto......... 52

    CAPTULO 6 ...................................................................................................................... 54

    6 Concluses e Discusses ................................................................................................. 54

    6.1 Discusses................................................................................................................. 54

    6.2 Concluses ................................................................................................................ 55

    6.3 Trabalhos Futuros ..................................................................................................... 56

    7 GLOSSRIO .................................................................................................................. 59

    8 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ......................................................................... 61

    viii

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1.1 - Indivduo contaminado por bactrias................................................................. 3

    Figura 1.2 - Bactrias do tipo Escherichia colli e Pseudomonas aeruginosas. .................... 5

    Figura 2.1 - Curva de morte trmica para microrganismos................................................. 11

    Figura 2.2 - Autoclaves verticais......................................................................................... 12

    Figura 2.3 - Autoclaves horizontais..................................................................................... 13

    Figura 4.1 - Indicadores de esterilizao. ............................................................................ 28

    Figura 4.2 - Indicador de processo. ..................................................................................... 29

    Figura 4.3 - Folhas de Teste Bowie & Dick Diatest-Tecil. ................................................. 30

    Figura 4.4 - Curva de sobrevivente. .................................................................................... 31

    Figura 5.1 - Autoclave vertical ............................................................................................ 36

    Figura 5.2 - Cmara da autoclave vertical........................................................................... 36

    Figura 5.3 - Cesto da autoclave vertical .............................................................................. 37

    Figura 5.4 - Manmetro e vlvula de segurana da autoclave vertical. .............................. 38

    Figura 5.5 - Resistncias da autoclave vertical.................................................................... 38

    Figura 5.6 - Registro de escoamento. .................................................................................. 39

    Figura 5.7 - Ciclo de esterilizao de autoclaves verticais.................................................. 39

    Figura 5.8 - Operao da autoclave vertical. ....................................................................... 40

    Figura 5.9 - Fluxo de execuo do processo de esterilizao do sistema proposto............. 41

    Figura 5.9 - Interligao dos componentes do sistema desenvolvido ................................. 42

    Figura 5.10 - Mdulos do sistema desenvolvido................................................................. 43

    Figura 5.11 - Montagem do pressostato de segurana......................................................... 44

    Figura 5.12 - Timer.............................................................................................................. 45

    Figura 5.13 - Vlvula de expurgo do sistema proposto....................................................... 46

    Figura 5.14 - Resistncia externa. ....................................................................................... 47

    ix

  • Figura 5.15 - Colnia de bactrias de Echerichia colli. ...................................................... 49

    Figura 5.16 - Cepas de bactrias em bales de vidro. ......................................................... 50

    Figura 5.17 - Placas de Petri contendo bactrias semeadas................................................. 50

    Figura 5.18 - Placas de Petri contendo bactrias na geladeira............................................. 51

    x

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1.1 - Custos de autoclaves verticais para diferentes capacidades. ............................. 7

    Tabela 1.2 - Custos de autoclaves horizontais para diferentes capacidades.......................... 7

    Tabela 3.1 - Requisitos mnimos para esterilizao. ........................................................... 23

    Tabela 5.1 - Teste de cultura para autoclave vertical .......................................................... 52

    Tabela 5.2 - Teste de cultura para o sistema proposto......................................................... 53

    xi

  • ACRNIMOS

    APECIH Associao Paulista de Estudos e Controle de Infeco Hospitalar

    AS gar Sangue

    BHI Brain Heart Infusion (infuso de crebro e corao)

    CME Centro de Materiais Estreis

    EPI Equipamento de Proteo Individual

    MS Ministrio da Sade

    OMS Organizao Mundial da Sade

    xii

  • CAPTULO 1

    1 Introduo

    Nas ltimas dcadas, tem-se vivenciado avanos cientficos e tecnolgicos na

    assistncia sade. Paralelamente, so atendidos nos hospitais indivduos com patologias

    cada vez mais graves que requerem teraputica altamente agressiva e invasiva. Ao mesmo

    tempo que se tm obtido excelentes resultados teraputicos , tambm tem-se observado um

    aumento dos riscos reais de aquisio de infeces.

    A infeco hospitalar qualquer infeco adquirida aps a internao do

    paciente e que se manifesta durante a internao ou mesmo aps a alta. As infeces

    hospitalares podem ser classificadas como endgenas, isto , quando os agentes causadores

    de infeco esto presentes no prprio indivduo, ou exgenas, quando os microrganismos

    so provenientes de equipamentos, artigos hospitalares, pessoal de sade e, eventualmente,

    alimentos, gua ou outras fontes ambientais. As infeces hospitalares no Brasil so a

    quarta causa de mortalidade, sendo um dos principais problemas encontrados a nvel

    hospitalar que provoca graves repercusses econmicas e sociais (Costa, et al., 1990).

    As infeces de origem exgena merecem ateno dos profissionais da rea da

    sade. A no observncia das boas prticas de preveno de infeco hospitalar e falhas no

    processamento de artigos hospitalares so os principais responsveis pelas infeces de

    origem exgenas. Os artigos inadequadamente limpos, desinfetados ou esterilizados podem

    se tornar uma fonte de contaminao aumentando o risco de aquisio de seres

    patognicos, tanto para o paciente como para o profissional da rea de sade (Stanier et al.,

    1969).

    A OMS aponta as principais razes pelas quais algumas doenas infecciosas

    no so controladas/erradicadas, como sendo:

    Disseminao da pobreza;

    Crescimento populacional desordenado;

    Aumento das concentraes urbanas;

  • Captulo 1 Introduo 2

    Degradao ambiental (desmatamento desenfreado, mudanas ecolgicas,

    expondo o ser humano a um contato mais freqente com os agentes

    transmissores);

    Globalizao das economias;

    Aumento das viagens internacionais;

    Resistncia a antibiticos.

    A esterilizao a completa eliminao ou destruio de todas as formas de

    vida microbiana viveis, podendo ser realizada por meio de processos fsicos ou qumicos

    (Rutala, 1997). As formas microbianas de vida consideradas mais resistentes a processos

    fsicos e qumicos e que podem ser manuseadas laboratorialmente so os esporos

    bacterianos. Portanto, os esporos so utilizados para estabelecer parmetros para os

    processos de esterilizao.

    Um dos processos fsicos de esterilizao mais utilizados a esterilizao a

    vapor, sendo considerado eficiente na morte trmica das bactrias (NBR 9804), podendo

    ser efetuada por autoclave vertical ou horizontal. As autoclaves horizontais possuem custo

    elevado em relao as autoclaves verticais, contudo seu ciclo de esterilizao dispensa a

    interveno do operador, atendendo os requisitos mnimos para esterilizao eficiente de

    materiais.

    Assim, este captulo contextualiza o uso das autoclaves no processo de

    esterilizao, apresentando tambm o objetivo e as justificativas para o desenvolvimento

    deste trabalho. No final do captulo mostrada a organizao do trabalho para os captulos

    subseqentes.

    1.1 Esterilizao

    Com a introduo da anestesia em 1842 por Long e em 1846 por Morton, as

    cirurgias eletivas comearam a surgir, pois at esta poca os procedimentos cirrgicos

    realizados eram principalmente os executados em perodo de guerras. Assim, ocorreu um

    aprimoramento nas tcnicas e procedimentos cirrgicos, porm a mortalidade por infeco

    de ferida era muito alta. A descoberta das bactrias como causadoras de doenas foi uma

    das principais descobertas da clnica mdica (De Carli, 2001). A Figura 1.1 mostra o corpo

    de um indivduo contaminado por bactrias.

  • Captulo 1 Introduo 3

    Figura 1.1 - Indivduo contaminado por bactrias.

    As observaes realizadas antes do sculo XIX verificavam que pessoas sadias

    ficavam doentes se entravam em contato mais ntimo com uma pessoa doente,

    especialmente em ambiente hospitalar.

    Na metade do sculo XVI, Girolamo Fracastoro publicou "De Contagione",

    delineando a transmisso de doenas atravs do contato direto, da manipulao de

    pertences de pessoas infetadas ou atravs de transmisso a distncia. A importncia de

    limpeza, particularmente a lavagem das mos, comeou a ser especulada.

    No final do sculo XVII, no Hospital Manchester Lying, os mdicos Charles

    White e Thomas Kirkland tentaram implantar controles de engenharia, limpeza e

    ventilao adequados para os pacientes. Vrios anos depois, no Hospital de Rotunda em

    Dublin, Robert Collins introduziu o tratamento com calor para as roupas de cama, o que

    resultou em uma diminuio das infeces.

    A influncia de microbiologia comeou a ser sentida em meados do sculo

    XVII quando foram descritos organismos muito pequenos para serem vistos a olho nu.

    Em 1861, quando Louis Pasteur demonstrou que a putrefao uma

    fermentao causada pelo crescimento de microrganismos, que a doutrina de gerao

    espontnea foi finalmente contestada. Os cientistas perceberam que havia uma analogia

    entre a fermentao dos experimentos de Pasteur e o processo de putrefao que se dava

    aps amputao dos membros.

  • Captulo 1 Introduo 4

    Em 1877, John Tyndall, um fsico ingls, reconheceu a forma calor-resistente

    das bactrias, o esporo, e desenvolveu mtodos de esterilizao para lidar com isto. O

    bacteriologista francs e colaborador de Louis Pasteur, Charles Chamberland, construiu o

    primeiro esterilizador a vapor em 1880. Semelhante a um "fogo de presso", ficou

    conhecido como a "Autoclave de Chamberland". Em 1880, Robert Koch descobriu o uso

    de culturas slidas, as bactrias isoladas em colnias puras e as associou com doenas

    especficas.

    A esterilizao fundamentada com base cientfica uma tecnologia recente

    (Vessoni, 1997), datando de 1993, tendo como marco a construo de uma autoclave com

    temperatura e presso controladas durante o processamento. At ento, as mquinas

    esterilizadoras eram operadas tendo a presso como nico indicador de controle, sem

    considerar os outros parmetros do processo.

    1.2 Morte Microbiana

    Os microrganismos podem ser classificados de acordo com sua patogenicidade,

    podendo assim serem considerados patognicos ou no patognicos.

    Os organismos unicelulares podem ter algumas ou todas suas atividades

    biolgicas suspensas por um longo perodo de tempo, o que impossibilita a avaliao por

    alterao das atividades fisiolgicas, da morte destes organismos. Esta suspenso nas

    atividades dos microrganismos pode ocorrer quando as bactrias formam esporos ou ainda

    quando a clula bacteriana seca ou congelada, assim elas perdem suas atividades biolgicas mas mantm a capacidade de reproduo em ambiente adequado (Trabulsi et al.,

    2004).

    O esporo bacteriano a forma microbiana mais resistente aos agentes

    esterilizantes, sendo utilizado como parmetro para o estudo microbiolgico da

    esterilizao. Um microrganismo considerado morto se no formar colnia em nenhum

    meio de cultura (Costa, 1980).

    A Figura 1.2a mostra bactrias do tipo Escherichia colli e a Figura 1.2b

    apresenta bactrias do tipo Pseudomonas aeruginosas.

  • Captulo 1 Introduo 5

    (a) (b)

    Figura 1.2 - Bactrias do tipo Escherichia colli e Pseudomonas aeruginosas.

    A prtica da esterilizao visa a incapacidade de reproduo de todos os

    organismos presentes no material a ser esterilizado, causando a morte microbiana at que a

    probabilidade de sobrevivncia do agente contaminante seja menor que 1:1.000.000,

    quando um objeto pode ento ser considerado estril (Costa, 1990). Um dos avanos na

    prtica da esterilizao a compreenso de que os microrganismos submetidos a maioria

    dos processos de esterilizao no morrem todos ao mesmo tempo, mas de uma forma

    progressiva.

    A esterilidade ou nvel de segurana a incapacidade de desenvolvimento das

    formas sobreviventes ao processo de esterilizao, durante a conservao e utilizao de

    um produto. A manuteno do nvel de esterilidade conferido a um produto garante o

    prolongamento da sua vida til de prateleira e depende das operaes de pr-esterilizao,

    da esterilizao e ps-esterilizao.

    Os mtodos de esterilizao permitem assegurar nveis de esterilidade

    compatveis s caractersticas exigidas em produtos farmacuticos (United, 1990), mdico-

    hospitalares e alimentcios, sendo o mtodo escolhido dependente da natureza e da carga

    microbiana inicialmente presente no item considerado.

  • Captulo 1 Introduo 6

    1.3 Equipamentos para a Esterilizao

    O projeto e fabricao de esterilizadores a vapor tem sido desenvolvido

    consideravelmente nos ltimos 40 anos. Existem dois modelos bsicos, sendo as

    autoclaves verticais e as autoclaves horizontais. Estas constituem-se basicamente de uma

    cmara em ao inox, com uma ou duas portas, possui vlvula de segurana, manmetros de

    presso e um indicador de temperatura.

    Nas autoclaves verticais o ar removido por gravidade, assim quando o vapor

    admitido na cmara, o ar no interior desta, que mais frio (mais denso), sai por uma

    vlvula na superfcie inferior da cmara. Pode ocorrer a permanncia de ar residual neste

    processo, sendo a esterilizao comprometida principalmente para materiais densos ou

    porosos. Estas autoclaves no so adequadas pois dificultam a circulao do vapor, a

    drenagem do ar e a penetrao do vapor devido distribuio dos pacotes a serem

    esterilizados, que ficam sobrepostos.

    Nas autoclaves horizontais o ar removido pela formao de vcuo, antes da

    entrada do vapor, assim quando este admitido, penetra instantaneamente nos pacotes a

    serem esterilizados. Este tipo de autoclave possui paredes duplas, separadas por um espao

    onde o vapor circula para manter o calor na cmara interna durante a esterilizao (Costa,

    1990).

    A eficcia da esterilizao pode ser afetada pela capacidade de penetrao do

    agente esterilizante por meio, tanto da embalagem, quanto das estruturas dos artigos, bem

    como pelo desempenho do equipamento. Alm disto, no basta garantir a eficcia do

    processo, so necessrias medidas que evitem a recontaminao do artigo aps o

    processamento, seja no armazenamento e transporte ou durante a manipulao.

    Para a esterilizao o tipo de vapor utilizado o vapor saturado seco, uma vez

    que o vapor mido tem um excesso de gua que torna midos os materiais dentro da

    esterilizadora; j o vapor super aquecido deficiente de umidade necessria para a

    esterilizao. O vapor saturado seco capaz de circular por conveco permitindo sua

    penetrao em materiais porosos.

    A produo do vapor utilizado na esterilizao tambm requer alguns cuidados

    com a gua utilizada para a produo do vapor, pois esta deve estar livre de contaminantes

    em concentrao que possa interferir no processo de esterilizao, danificar o aparelho ou

    os produtos a serem esterilizados.

  • Captulo 1 Introduo 7

    1.3.1 Custos de autoclaves verticais e horizontais

    Esta seo apresenta um levantamento de custos referente aos tipos de

    autoclaves encontrados no mercado para diferentes capacidades. A Tabela 1.1 e a Tabela

    1.2 mostram os custos para as autoclaves do tipo vertical e horizontal, respectivamente.

    Tabela 1.1 - Custos de autoclaves verticais para diferentes capacidades.

    Capacidade (em litros) Custo (em Reais)

    18 L R$ 1.900,00

    30 L R$ 2.200,00

    50 L R$ 2.800,00

    75 L R$ 3.450,00

    225 L R$ 7.500,00

    Tabela 1.2 - Custos de autoclaves horizontais para diferentes capacidades.

    Capacidade (em litros) Custo (em Reais)

    21 L R$ 4.100,00

    42 L R$ 5.800,00

    54 L R$ 9.345,00

    76 L R$ 11.655,00

    200 L R$ 40.000,00 Fonte: www.fanem.com.br.

    1.4 Objetivo geral

    Implementar um novo sistema de baixo custo, que melhore o desempenho dos

    equipamentos (autoclaves verticais), fazendo com que realmente este equipamento

    esterilize e seque o material de forma a atender os requisitos mnimos exigveis no

    processo de esterilizao.

  • Captulo 1 Introduo 8

    1.5 Objetivos especficos

    Este trabalho tem por objetivos especficos:

    Estudar as autoclaves verticais e horizontais, propondo um sistema que

    modifique as caractersticas da autoclave vertical.

    Revisar as normas tcnicas brasileiras com o intuito de propor uma

    adaptao dos requisitos mnimos exigveis normatizados aplicveis

    esterilizao das autoclaves horizontais nas autoclaves verticais.

    Revisar os tipos de testes que podem ser utilizados para avaliar a eficincia

    da esterilizao.

    Propor um sistema eletro-mecnico que modifique as caractersticas da

    autoclave vertical, executando as etapas do processo de esterilizao sem a

    interveno do operador.

    Aplicar testes bacteriolgicos na autoclave vertical e tambm no sistema

    proposto de forma a validar a eficincia do mesmo, comprovando a hiptese

    que a autoclave vertical no atende totalmente os requisitos exigveis para a

    esterilizao de materiais.

    A estrutura desta dissertao segue praticamente o delineamento dos objetivos

    especficos apresentados acima, no que se constitui o Captulo 1.

    No Captulo 2 ser apresentado o problema da esterilizao, ou seja, conceito,

    tipos, modelos de equipamentos. O Captulo 3 abordar uma reviso das normas tcnicas

    que regem os problemas da esterilizao das autoclaves. Ainda neste captulo, como uma

    primeira contribuio deste trabalho, sero propostas possveis adaptaes de normas

    tcnicas das autoclaves horizontais, para as verticais.

    O Captulo 4 apresenta os testes que podem ser aplicados na verificao da

    eficincia da esterilizao por meio das autoclaves verticais e horizontais.

    O Captulo 5 apresenta uma proposta de modificao de autoclaves verticais,

    atravs da utilizao de um sistema eletro-mecnico que, conforme ser mostrado

    posteriormente, dever executar as etapas do processo de esterilizao dispensando a

    interveno do operador, garantindo a secagem dos materiais. Tambm ser mostrado em

    detalhes o sistema eletromecnico de baixo custo que consiste na terceira contribuio

  • Captulo 1 Introduo 9

    deste trabalho, juntamente com os testes biolgicos realizados na autoclave vertical sem o

    sistema proposto e aps a implementao do sistema.

    Finalizando o trabalho, no captulo 6 apresentam-se as principais concluses e

    sugestes de futuros trabalhos.

    1.6 Justificativa

    A efetividade das modernas unidades de sade dependem, em parte, da

    monitorao e segurana dos processos de esterilizao. Para tal imprescindvel que os

    equipamentos de esterilizao utilizados atendam as exigncias da norma NBR 9804.

    Visando construir um sistema verstil, a implementao do sistema eletro-

    mecnico se justifica por apresentar baixo custo otimizando o uso de autoclaves verticais.

    O ciclo de operao do sistema implementado dispensa a interveno do operador,

    atendendo os requisitos mnimos para esterilizao eficiente de materiais. Estes requisitos

    so contemplados somente nas autoclaves horizontais, contudo estas apresentam custo

    elevado (seo 1.3.1) quando comparadas as autoclaves verticais.

    Pretende-se desta forma contribuir para uma melhor prestao de servios em

    sade no Brasil.

  • CAPTULO 2

    2 Esterilizao

    O objetivo da esterilizao destruir completamente todos os organismos

    vivos, incluindo esporos e vrus, os quais podem estar presentes nos materiais a serem

    esterilizados. O processo deve destruir ou matar todos os microrganismos, pois no

    existem materiais quase estreis ou parcialmente estreis. Todos os microrganismos e seus

    esporos devem ser destrudos para assegurar a esterilizao (NBRISO 11134 -

    Esterilizao de produtos hospitalares).

    Existem atualmente em uso uma srie de mtodos de esterilizao, sendo o

    mais comum a esterilizao vapor, pois ainda considerado o mtodo mais eficiente

    (NBR ISO 11134 - Esterilizao de produtos hospitalares).

    2.1 Ciclo de vida da bactria

    As bactrias no seu estado ativo podem ser facilmente destrudas por um

    mtodo correto de esterilizao. A forma esporulada um mecanismo protetor atravs do

    qual a bactria capaz de permanecer latente por um grande perodo de tempo. Neste

    estado ela pode sobreviver s condies nas quais morreria rapidamente em seu estado

    ativo. Entretanto, quando estes esporos so colocados novamente em uma condio

    favorvel para seu desenvolvimento, eles tornam-se bactrias ativas. Para que a

    esterilizao seja um processo absoluto necessrio conhecer o ciclo de vida das bactrias

    e as condies necessrias sua destruio, bem como de seus esporos.

    2.1.1 Morte trmica da bactria

    Os dois fatores principais de esterilizao que devem ser medidos quando do

    uso de vapor saturado so a temperatura do vapor e o tempo de exposio.

    A Figura 2.1 mostra a curva de morte trmica para a destruio de

    microrganismos. Acrscimos na temperatura de exposio implicam na reduo do tempo

    do ciclo de esterilizao. De acordo com a Norma NBR 9804 a temperatura do vapor na

  • Captulo 2 Esterilizao 11

    cmara de esterilizao das autoclaves deve corresponder de 121C para 110 kPa a 127C

    para 150 kPa.

    Figura 2.1 - Curva de morte trmica para microrganismos.

    Para o caso da esterilizao cirrgica, recomendado um mnimo de 12

    minutos de exposio direta ao vapor 121C, sendo na prtica utilizados padres maiores

    de exposio direta, de forma a garantir a esterilizao (Russel, 1982).

    2.1.2 Calor e umidade

    Para que a destruio dos microrganismos seja absoluta, o processo de

    esterilizao a vapor deve permitir o controle do calor, umidade e temperatura. O calor

    pode matar prontamente as bactrias mas, alm disso, necessrio que o vapor circule por

    conveco, de forma a penetrar nos objetos porosos (Rutala, 1997).

    2.2 Autoclaves

    Autoclaves so aparelho que mediante a aplicao do vapor, sob presso

    superior a atmosfrica, tem por finalidade obter a esterilizao (NBR 9804).

  • Captulo 2 Esterilizao 12

    2.2.1 Autoclave Vertical

    Na autoclave vertical (Figura 2.2) o ar dentro dos pacotes e da cmara interna

    removido por gravidade. A colocao de gua na cmara feita de forma manual. Ao

    injetar vapor na cmara de esterilizao, o ar sendo mais denso removido para baixo pelo

    prprio vapor e, atravs de uma vlvula de drenagem, deslocado para fora (NBR 9804).

    um processo lento e que favorece a presena e permanncia do ar residual (NBR ISO

    11.134), (Norma ISO 11.134 1).

    Os modelos convencionais de autoclaves verticais operam com temperaturas de

    121C para 1 kPa e 127C para 1,5 kPa. A principal limitao para seu uso o longo tempo

    necessrio para esterilizao e a no secagem do material aps o ciclo de esterilizao.

    Figura 2.2 - Autoclaves verticais

    2.2.2 Autoclave Horizontal

    Na autoclave horizontal o ar removido previamente, com formao de vcuo

    por meio de uma bomba de vcuo que deve ter uma capacidade suficiente e adequada,

    dependendo do tamanho da cmara. O vcuo pode ser obtido por meio de formao de um

    nico pulso (altovcuo) ou por meio de seguidas entradas e sadas de vapor em

  • Captulo 2 Esterilizao 13

    temperaturas mais baixas que a temperatura do processo. Em mdia so dados de 3 a 5

    pulsos de pressurizao, sendo que esta variao depende da potncia da bomba de vcuo e

    da qualidade do vapor.

    As autoclaves horizontais operam com temperaturas de 121C para 1 kPa e

    127C para 1,5 kPa. O alto-vcuo reduz o tempo necessrio para processamento e

    penetrao mais rpida do vapor nos materiais a esterilizar. Os materiais so aquecidos por

    tempo menor e, conseqentemente, os danos aos materiais e tempo de secagem so

    reduzidos. Uma desvantagem neste modelo a possibilidade de mau funcionamento na

    bomba de vcuo, o que pode causar a existncia de bolsas de ar nos pacotes. O vapor no

    penetra nas regies do pacote aonde haja bolsas de ar.

    Figura 2.3 - Autoclaves horizontais.

    2.2.3 Causas de Esterilizao Ineficiente

    As causas de falhas na esterilizao so decorrentes de eventuais problemas no

    funcionamento do esterilizador ou erro na tcnica de esterilizao. A anlise das falhas

    requer um exame minucioso em todas as partes do esterilizador, dos procedimentos de

  • Captulo 2 Esterilizao 14

    empacotamento, carga ou tcnicas utilizadas (International Federation of the

    pharmaucetical industries, 1989). Alguns dos problemas mais comuns seguem listados

    abaixo:

    Carga Incorreta do Esterilizador: os pacotes nunca devem ser empilhados

    um sobre o outro, nem tocar quaisquer das paredes da cmara e as

    prateleiras devem ser vazadas. Como regra geral, colocar todos os potes no

    esterilizador de maneira que caso contenham gua, ela escorra para fora e

    que o vapor possa circular entre os pacotes.

    Ar no esterilizador: a presena de ar na cmara interna retarda a penetrao do vapor nos pacotes, sendo a mistura resultante de ar e vapor menos efetiva

    como agente esterilizante. Como o ar um mal condutor de calor, uma

    pequena poro de ar presente no esterilizador aumentar substancialmente

    o tempo necessrio para a penetrao do calor no pacote a esterilizar. As

    autoclaves horizontais so equipadas com vlvula de expurgo de ar e

    condensado, enquanto as autoclaves verticais no possuem tal vlvula. Vapor mido: ocorre normalmente no comeo do ciclo de esterilizao

    reduzindo a efetividade do vapor. A no secagem do material favorece a

    contaminao pelos microrganismos transportados pelo ar.

    2.3 Programa de monitorizao para controle de qualidade de esterilizao

    As tcnicas corretas de esterilizao so essenciais para a destruio de

    microrganismos e esporos bacterianos. A normalizao das tcnicas de esterilizao so

    um aspecto importante no controle de infeces, sendo uma responsabilidade do centro de

    materiais esterilizados (CME). Os tcnicos bem treinados so essenciais para o sucesso de

    qualquer programa de controle de infeces, porque eles tm a responsabilidade diria no

    empacotamento, processamento e monitorizao das cargas.

    A padronizao de rotinas tcnicas necessria para permitir a uniformizao

    das atividades do CME. A existncia de rotinas e procedimentos escritos para a prtica de

    descontaminao e esterilizao, e relatrios de performance das atividades do CME,

    devem atender os principais requisitos de controle (APECIH, 1998), como segue:

  • Captulo 2 Esterilizao 15

    Cada item ou pacote a ser utilizado como um produto estril deve ter uma

    etiqueta/identificao para o controle do lote de esterilizao.

    Para cada ciclo deve-se manter um registro com as seguintes informaes:

    a) Nmero de lote;

    b) Contedo geral do lote ou carga (pacote, tecido, instrumentos, etc.);

    c) Tempo de exposio;

    d) Temperatura de exposio;

    e) Nome/inicial do operador;

    f) Resultados do teste biolgico, caso tenha sido feito;

    g) Resultados do indicador qumico colocado no pacote de teste, caso tenha

    sido feito;

    h) Quaisquer relatrios no concludos ou com falhas de respostas de

    indicadores qumicos encontrados posteriormente na carga.

    Cada item a ser utilizado como estril deve ter uma etiqueta com o prazo de

    expirao da validade da esterilizao.

    Instrumentos mecnicos como registradores de tempo, temperatura ou

    presso bem como os manmetros e termmetros devem ser monitorados

    durante os ciclos, e os registros dos dados devem ser mantidos.

    Indicadores internos podem ser posicionados no interior de cada pacote a ser

    esterilizado, na regio de mais difcil acesso de agente esterilizante.

    Indicadores externos, como fitas adesivas indicadoras ou etiquetas devem

    estar em todos os pacotes de produtos estreis distribudos pelo hospital.

    Pacotes de testes contendo indicadores biolgicos devem ser utilizados

    durante os testes aps a instalao dos esterilizadores e sempre que grandes

    consertos/reformas tenham sido feitos nos equipamentos.

    Pacotes contendo indicadores biolgicos devem ser utilizados

    rotineiramente nas cargas dos esterilizadores no mnimo semanalmente.

    Cada carga contendo implantveis deve ser monitorada; sempre que

    possvel, os implantveis devem ser mantidos em quarentena at o resultado

    final do teste biolgico.

    Indicadores biolgicos devem tambm ser utilizados para garantia peridica

    da qualidade dos ciclos de esterilizao aplicados aos produtos.

  • Captulo 2 Esterilizao 16

    Todos os esterilizadores a vapor devem ser biologicamente testados por

    ocasio da instalao e rotineiramente.

    Teste de ar residual deve ser feito a cada dia que o esterilizador for

    utilizado, antes do primeiro ciclo para determinar a eficincia do sistema de

    pr-vcuo do esterilizador.

  • CAPTULO 3

    3 Normas Tcnicas Para Autoclaves

    O objetivo deste captulo revisar as normas tcnicas que fixam condies

    mnimas exigveis para a secagem e a esterilizao eficiente de materiais sem a

    recontaminao microbiana.

    Vale salientar que nas normas tcnicas NBR 9804 - Autoclave hospitalar, EB-

    2115 - Esterilizao-Esterilizadores a vapor-Esterilizadores grandes - Requisitos, NBR

    11817 - Esterilizao-Esterilizador a vapor-Esterilizadores pequenos - Requisitos, NBR

    ISO 11134 - Esterilizao de produtos hospitalares - Requisitos para validao e controle

    de rotina - Esterilizao por calor mido, encontradas na pesquisa bibliogrfica, a norma

    NBR 9804 refere-se apenas s autoclaves horizontais.

    H tambm uma descrio dos requisitos mnimos desta norma, visando sua

    adaptao ao processo de esterilizao e secagem para autoclaves verticais. Para tal, ao

    final deste captulo, um estudo comparativo aponta as diferenas entre as autoclaves

    vertical e horizontal.

    3.1 Condies Gerais

    A seguir so especificadas as condies gerais para autoclaves:

    As autoclaves de funcionamento com gerador de vapor prprio, acoplado ou

    no ao corpo principal, devem ter aquecimento eltrico, ou outras fontes de

    gerao de vapor, como combustvel lquido, gasoso, ou conforme

    especificaes do usurio.

    A instrumentao relativa a comandos e controles devem ficar em lugar

    visvel e de fcil manuseio.

    A autoclave deve ser fornecida acompanhada de instrues impressas para

    seu uso, devendo trazer em lugar visvel e indelvel uma placa identificativa

    contendo, pelo menos, as seguintes indicaes:

  • Captulo 3 Normas Tcnicas Para Autoclaves 18

    a) nome e endereo do fabricante;

    b) ano do fim da construo da autoclave;

    c) nmero de ordem, dado pelo fabricante da autoclave;

    d) temperatura mxima admissvel do vapor, quando superaquecido.

    3.2 Caractersticas de Funcionamento

    As caractersticas de operao para autoclaves de acordo com a norma NBR

    9804 devem ser:

    As autoclaves convencionais devem funcionar sob presso efetiva de vapor

    saturado de 110 kPa a 150 kPa na cmara de esterilizao correspondendo

    de 121C a 127C de temperatura. As autoclaves rpidas com sistema

    mecnico ou remoo de ar, de 200 kPa a 220 kPa correspondendo de 133C

    a 135C.

    Tempo de exposio pode ser contado automaticamente ou manualmente,

    dependendo do material e da temperatura escolhida para esterilizao, aps

    a cmara de esterilizao atingir tal valor na parte mais fria.

    Na autoclave, a sada de vapor condensado e de ar, da cmara interna, ou

    seja a drenagem, deve ser pela parte inferior oposta ao lado que injetado o

    vapor.

    As autoclaves podem ser construdas com comandos automticos ou

    manuais.

    3.3 Material e Manufatura

    Quanto aos seus aspectos construtivos, as autoclaves devem apresentar as

    seguintes caractersticas:

    A cmara interna e a cmara externa que a envolve, devem ser soldadas

    entre si de tal forma que o bloco compacto resista, no mnimo, ao dobro da

    presso mxima de trabalho permitida da autoclave.

  • Captulo 3 Normas Tcnicas Para Autoclaves 19

    O corpo principal da autoclave, ou seja, a cmara interna e externa, deve ser

    construda com material resistente presso de vapor saturado, ensaiado a

    uma presso hidrosttica igual ao dobro da presso de trabalho, e processos

    que dificultem o desgaste atravs da corroso. Comumente so utilizadas

    chapas de ao inoxidvel classe 300 (NBR 5601 ou ao 1010/1020, NBR

    6006), eventualmente protegidas com material resistente ao processo.

    A cmara interna e externa que a envolve, devem ser soldadas entre si de tal

    forma que o bloco compacto resista, no mnimo, ao dobro da presso

    mxima de trabalho permitida da autoclave.

    As paredes da cmara interna da autoclave em ao inoxidvel devem possuir

    acabamento polido, utilizando-se para polimento material compatvel ao da

    cmara, para que resista melhor a corroso.

    A abertura da porta deve ser em dois estgios correspondendo primeiro ao

    desaperto, e o segundo sua abertura, evitando assim a possibilidade de

    jatos de vapor sobre o operador.

    A porta da cmara de esterilizao hermeticamente fechada e resistente,

    deve possuir no volante, maanetas ou dispositivos destinados ao manejo

    que entram em contato com a mo do operador, material de baixa

    condutibilidade trmica, resultando numa isolao que no permita

    temperaturas superiores s do ambiente.

    A autoclave deve possuir isolao trmica no corpo principal que permita

    no ultrapassar, nas paredes externas, temperaturas superiores a 45C,

    quando em funcionamento, exceo feita a porta.

    As autoclaves devem possuir os seguintes requisitos:

    a) manmetro para a cmara externa para registro ou indicao da presso,

    com escala mnima do dobro da presso de trabalho;

    b) vlvulas de segurana de alvio com o mnimo do dobro da vazo de

    entrada, nas cmaras externa e interna;

    c) purgadores automticos, termostticos, eliminadores de ar e condensados

    ligado ao dreno das cmaras externa e interna para eliminao de ar e condensados;

    d) termmetro com escala para temperaturas de, no mnimo, 150C calibrado

    para operar na faixa de 100C e 138C de fcil leitura, com graduaes de grau em grau;

  • Captulo 3 Normas Tcnicas Para Autoclaves 20

    e) vlvulas de reteno na linha de sada da cmara de esterilizao para evitar

    contaminao provocada pelo retorno do ponto de drenagem;

    f) pressostatos ou termoreguladores para controle da presso ou temperatura,

    ajustveis, com diferencial mximo de 10 kPa 2C;

    g) quando a secagem for com vcuo, deve ter dispositivo para colocao de

    filtro esterilizante na admisso do ar;

    h) a descarga das canalizaes da linha de drenagem deve estar colocada em

    um funil que evite a contaminao provocada pelo retorno do ponto de drenagem.

    Gerador de vapor das autoclaves, deve possuir os seguintes requisitos:

    a) aquecimento eltrico ou aquecimento por combustvel lquido ou gasoso

    (NBR 9804);

    b) eliminador de ar e descarga de limpeza;

    c) capacidade de gerar vapor para, no mnimo, duas esterilizaes completas

    na autoclave sem reposio de gua;

    d) quando o aquecimento for eltrico os elementos aquecedores devem ser do

    tipo de imerso, apropriados a voltagem especfica e com potncia adequada para atingir a

    temperatura no tempo mximo de 45 minutos sem carga. Os elementos aquecedores devem

    ser facilmente substituveis.

    A autoclave deve ser montada sobre armao de tubos ou cantoneiras de

    ao, formando uma estrutura rgida que permita o manuseio da mesma, com

    toda a segurana.

    As tubulaes da autoclave devem suportar a sada do vapor e da gua.

    As autoclaves devem ser revestidas nas partes visveis aps a montagem, e

    este revestimento deve permitir o acesso para fins de manuteno.

    Chapas de ao para revestimento no precisam ter mais de 1,25 mm de

    espessura (NBR 9804).

    Podem ser colocadas, no revestimento, aberturas para ventilao das partes

    crticas.

    Os elementos de manejo e instrumentos de indicao colocados no

    revestimento, devem ser identificados de acordo com sua serventia e serem

    facilmente acessveis e manejveis. As escalas devem ser montadas de

    modo a permitir leitura cmoda.

  • Captulo 3 Normas Tcnicas Para Autoclaves 21

    A porta deve possuir nos dispositivos de manejo que entram em contato com

    a mo do operador, material de baixa condutibilidade trmica resultando

    numa isolao que no permita temperaturas superiores s do ambiente.

    Quando no forem feitas exigncias especiais, quanto ao revestimento das

    partes externas de autoclave, deve ser feita pintura de esmalte sinttico.

    3.4 Local de Montagem

    Em relao ao local de montagem, para assegurar a correta operao e

    manuseio, as autoclaves devem:

    Para assegurar manejo e manuteno corretos, deve ser observada a

    distncia mnima de 100 cm entre equipamentos e paredes em funo da

    necessidade de manuteno.

    Calor irradiado pela autoclave, despressurizao ou pelo calor de

    reevaporao de vapor condensado, devem ser evitados ou dissipados para

    no proporcionar aumento sensvel de temperatura no ambiente de trabalho.

    No local da instalao da autoclave deve ser previsto um ponto de descarga

    de vapor para a atmosfera, resultante da despressurizao da cmara interna

    de autoclaves que necessitam desse processo.

    Os controles da fonte de risco, como registros de vapor, chaves eltricas,

    descargas de vapor, emergncia, etc., devem estar posicionados em local de

    fcil acesso, permitindo imediata ao dos operadores da autoclave.

    3.5 Condies de Operao

    Para a correta operao e segurana no manuseio das autoclaves deve-se

    cumprir os seguintes requisitos:

    Considerando que o vapor age diretamente sobre o material a ser

    esterilizado, o vapor disponvel deve ser saturado seco, isento de ar, leo ou

    outras impurezas (como: areia, ferrugem, produtos qumicos, etc.).

  • Captulo 3 Normas Tcnicas Para Autoclaves 22

    A tubulao de vapor deve ser drenada com purgadores no mnimo cada

    25 m, e tambm na entrada para a autoclave, alm da sangria e do purgador,

    separador de umidade para obteno do vapor saturado em condies

    normais de utilizao.

    Para refrigerao direta ou indireta da autoclave, abastecimento de gerador

    de vapor ou outra finalidade de transferncia de calor, pode ser usada a gua

    livre de impurezas e incua. Qualidade de gua potvel suficiente.

    Para cada autoclave deve ser instalado um interruptor capaz de ligar e

    desligar todas as fases necessrias.

    Interruptor deve ser colocado em local de fcil acesso e prximo da

    autoclave. Deve ser sinalizado e de fcil operao.

    Quanto aos fusveis e condutores, devem estar apropriados potncia do

    equipamento.

    3.6 Aceitao e Rejeio

    As autoclaves devem estar em conformidade com os seguintes critrios de

    aceitao e rejeio:

    A temperatura em qualquer ponto da cmara de esterilizao no pode ser

    inferior a 121C - 110 kPa para autoclaves convencionais e 133C - 200 kPa

    para autoclaves rpidas.

    Tempo requerido para atingir a temperatura de esterilizao nas autoclaves

    eltricas, sem carga, de, no mximo, 45 minutos.

    A temperatura em qualquer ponto das paredes externas no deve exceder a

    45C, com exceo feita porta.

    Quando a autoclave atingir a temperatura mnima de operao, a diferena

    de temperatura entre diferentes pontos da cmara de esterilizao no deve

    exceder a 2C.

    Verificao da secagem do material esterilizado, com tempo e

    acondicionamento do material na autoclave.

    Devem ser feitos testes bacteriolgicos com cultura de Bacillus subtilis,

    prvia e propriamente preparadas e colocadas no ncleo dos materiais a

  • Captulo 3 Normas Tcnicas Para Autoclaves 23

    serem esterilizados, com um ou mais testes por prateleira, para

    comprovao de esterilizao, com tempo e temperatura de exposio.

    3.7 Comparao entre as Autoclaves Vertical e Horizontal

    A Tabela 3.1 apresenta as diferenas entre as autoclaves vertical e horizontal

    quanto ao atendimento aos principais requisitos mnimos exigveis para a esterilizao e

    secagem de materiais, conforme a norma NBR 9804.

    Tabela 3.1 - Requisitos mnimos para esterilizao.

    Principais requisitos para autoclaves

    conforme a norma NBR 9804

    Autoclave

    Horizontal

    Autoclave

    Vertical

    Cmara externa com resistncia externa (camisa) X

    Purgador automtico X

    Vlvulas de reteno de gua e vapor X

    Secagem do material aps o ciclo de esterilizao X

    Gerao de vapor para no mnimo duas esterilizaes

    completas sem reposio de gua

    X

    Entrada de gua automaticamente na cmara interna X

    Filtro na passagem de gua na entrada da cmara

    interna

    X

    Vlvulas interruptoras de fluxo de vapor e gua X

    Monovacumetro X X

    Termmetro X X

    Cmara interna X X

    Resistncia eltrica interna X X

    Material da cmara interna - ao inoxidvel X X

    Conforme a Tabela 3.1, as autoclaves horizontais efetuam a secagem do

    material, no colocando em risco o processo de esterilizao.

  • Captulo 3 Normas Tcnicas Para Autoclaves 24

    Neste sentido a cmara externa da autoclave horizontal contem uma resistncia

    externa (camisa) tendo por finalidade o pr-aquecimento, a manuteno da temperatura das

    paredes da cmara interna e tambm a secagem do material esterilizado. Alm disso, um

    purgador automtico conectado ao dreno das cmaras externa e interna da autoclave

    permite eliminar ar e condensados existentes na cmara interna e vlvulas de reteno na

    linha de sada da cmara de esterilizao evitam a contaminao provocada pelo retorno

    * X = contm

    do ponto de drenagem efetuada pelo purgador. Aliada a estas caractersticas, a autoclave

    horizontal permite a gerao de vapor para, no mnimo, duas esterilizaes completas sem

    reposio de gua.

    As autoclaves verticais no efetuam a secagem do material esterilizado, sendo

    que estes ficam molhados aps o ciclo de esterilizao, necessitando de uma estufa para

    efetuar a secagem. Isto implica em transporte do material da autoclave para a estufa, o que

    pode colocar em risco o processo de esterilizao pois o ambiente mido favorece a

    contaminao por bactrias (NBR ISO 11134).

    A implementao do sistema proposto implica na incluso de um sistema

    eletro-mecnico uma autoclave vertical de forma a atender os requisitos mnimos no

    processo de esterilizao descritos na Tabela 3.1.

  • CAPTULO 4

    4 Testes aplicveis na validao da esterilizao

    Este captulo aborda os diferentes tipos de testes aplicveis na verificao da

    eficincia do processo de esterilizao.

    Recomenda-se que esterilizadores vapor e ar quente devem ser testados com

    indicadores biolgicos semanalmente e devem ser usados indicadores qumicos em cada

    pacote a ser esterilizado (NBR 9804).

    4.1 Indicadores biolgicos

    O indicador biolgico consiste de um preparado de um microrganismo

    especfico, resistente a um determinado processo de esterilizao. usado para

    qualificao de uma operao fsica de um aparelho de esterilizao, no desenvolvimento e

    estabelecimento de processo de esterilizao validado para um artigo especfico, e na

    esterilizao de equipamento, material e embalagens para processamento assptico.

    usado tambm para monitorar um ciclo de esterilizao uma vez estabelecido (Pinto,

    2000).

    O indicador biolgico apresenta-se em duas formas principais, cada uma das

    quais incorpora uma cultura vivel de uma espcie conhecida de microrganismo. Em uma,

    os esporos so adicionados a um veculo (disco ou tira de papel de filtro, vidro ou plstico)

    e embalado de modo que mantenha a integridade da carga inoculada e que o agente

    esterilizante exera seu efeito quando necessrio. Em outra, os esporos de bactrias so

    adicionados a unidades representativas do lote a ser esterilizado (produto inoculado), ou a

    unidades similares (produto similar inoculado).

    O indicador biolgico ou bioindicador pode ser definido como preparao

    caracterizada de microrganismos especficos, e portadores de grande resistncia a um

    particular processo de esterilizao. Bioindicadores de conhecidos nveis de populao

    microbiana so utilizados com o propsito de dar segurana ao processo de esterilizao

    executado (Brasil, 2000).

  • Captulo 4 Testes Aplicveis na Validao da Esterilizao 26

    Um produto inoculado no deve afetar adversamente as caractersticas de

    performance dos esporos viveis. Se o material a ser esterilizado um lquido, e se for

    impraticvel adicionar um indicador biolgico a unidades selecionadas do lote, esporos

    viveis podem ser adicionados a um produto similar, mas com a condio de que a

    resistncia do produto ao processo de esterilizao seja a mesma do produto original a ser

    esterilizado.

    Um indicador biolgico usado para monitoramento de um processo de

    esterilizao pode ser inadequado, e pode tambm ser insatisfatrio para validao de

    ciclos de esterilizao que podem diferir em suas necessidades para aplicaes especficas.

    O uso eficiente dos indicadores biolgicos para o monitoramento de um

    processo de esterilizao requer profundo conhecimento do produto a ser esterilizado e

    suas partes componentes (material e embalagens) e no mnimo uma idia geral dos

    provveis tipos e nmero de microrganismos constituintes da carga microbiana do produto

    antes da esterilizao. As principais vantagens dos bioindicadores em fitas de papel de filtro so:

    baixo custo, pequeno tamanho e facilidade no manuseio.

    4.2 Tipos de indicadores biolgicos

    O indicador biolgico o parmetro escolhido para certificar-se de que o nvel

    de esterilidade estabelecido para o produto alcanado, conferindo a certeza de

    esterilidade frente margem de segurana mnima definida de apenas 1 unidade

    contaminada em 106 unidades do produto processado (Vessoni, 1994).

    4.2.1 Testes de cultura

    Os testes de cultura semanais so recomendados pelas normas NBR ISO 11134

    e NBR 9804. A principal vantagem seu alto nvel de confiabilidade. Estes testes so

    realizados atravs da escolha de microrganismos em funo de sua resistncia s condies

    de esterilizao a serem verificadas, pois estas devem ser suficientes para matar os esporos

    especficos selecionados.

    Os esporos de Bacillus stearothermophilus so os indicadores mais comumente

    usados para o teste de esterilizadores vapor. O tempo de morte trmica pode ser obtido

  • Captulo 4 Testes Aplicveis na Validao da Esterilizao 27

    para os diferentes esporos testados e representa o tempo necessrio para matar todos os

    esporos na temperatura obtida. Embora tiras de esporos sejam parte integrante do controle

    de qualidade, elas tm limitaes prticas que incluem:

    Resultados demorados: o resultado dos testes normalmente no

    disponvel antes de 24 horas (ou at 7 dias). impraticvel manter em

    quarentena todos os materiais neste perodo.

    Problemas de amostragem: o nmero e a freqncia requeridos de testes

    para assegurar a deteco de falhas no esterilizador no economicamente

    vivel pois necessrio uma grande quantidade de testes para se obter

    confiabilidade.

    Falso positivo: a tcnica de cultura importante para evitar a contaminao

    de tiras de esporos esterilizadas, as quais pode causar o crescimento de

    organismos estranhos, o que pode resultar em falso positivo.

    4.2.2 Indicador Biolgico Sportest

    As tiras de esporos Sportest contem Bacillus stearothermophilus para ciclos de

    esterilizao vapor e Bacillus subtilis para ciclos de esterilizao de xido de etileno e ar

    quente. Seu uso dentro das rotinas de monitorao do ciclo indicado para:

    Validar os equipamentos de esterilizao;

    Comprovar periodicamente a validade dos ciclos de esterilizao;

    Determinar novos tempos de esterilizao sempre que houver mudana no

    processo de esterilizao, de contedo, de indicativo de presso e

    temperatura, ou substituio de equipamento de monitorao fsica dos

    esterilizadores.

    4.2.3 Indicador Biolgico Auto-Contido ATI-Test

    Os indicadores biolgicos auto-contidos ATI-Test, alm da tira de esporos,

    incluem o material prprio para incubao e indicao colorida para leitura negativa ou

    positiva. Para ciclos de esterilizao vapor este indicador contm Bacillus

  • Captulo 4 Testes Aplicveis na Validao da Esterilizao 28

    stearothermophilus e para a esterilizao de xido etileno Bacilus subtilis. As suas

    principais vantagens so:

    A leitura preliminar em 12 horas e incubao completa em 48 horas;

    A sua forma construtiva impede a recontaminao, pois evita o crescimento

    do micro organismo estranho, conseqentemente eliminando a possibilidade

    de leitura falso-positiva.

    4.3 Indicadores qumicos

    Estes tipos de indicadores so um sistema qumico aplicado um substrato,

    sendo normalmente tiras de papel, cuja colorao ou estado fsico mudam quando

    submetidos s condies de esterilizao vapor. Sua funo indicar que as condies

    corretas de esterilizao foram atingidas durante o ciclo de esterilizao.

    4.3.1 Indicadores de esterilizao

    Os indicadores de esterilizao (Figura 4.1) so sensveis cada um dos trs

    parmetros necessrios para a esterilizao vapor (tempo, temperatura e presena de

    vapor). A Figura 4.1 mostra a ocorrncia da esterilizao atravs da mudana de cor do

    indicador.

    Figura 4.1 - Indicadores de esterilizao.

  • Captulo 4 Testes Aplicveis na Validao da Esterilizao 29

    4.3.2 Indicadores de processo

    Os indicadores de processo (Figura 4.2) so sensveis somente um ou dois

    destes trs parmetros, sendo usado para evidenciar a passagem do material pelo

    esterilizador, porm no assegurando que este foi exposto a todos os trs parmetros

    necessrios para a esterilizao. A Figura 4.2 mostra a ocorrncia da esterilizao atravs

    da mudana de cor do indicador.

    Figura 4.2 - Indicador de processo.

    4.3.3 Fita Adesiva Tecil

    As fitas auto-aderentes Tecil, simplificam e auxiliam o fechamento de todos os

    tipos de pacotes que sero colocados no esterilizador. Possuem tratamento qumico com

    uma tinta que muda de cor ao ser submetida ao dos agentes esterilizantes.

    4.3.4 Folhas de Teste Bowie & Dick Diatest-Tecil

    O teste Bowie & Dick foi desenvolvido para verificar a eficincia na remoo

    do ar em esterilizao com alto-vcuo. Este requer um pacote contendo uma folha

    indicadora (Figura 4.3a), a ser colocada sobre o dreno com a cmara vazia. Processa-se

    ento um ciclo 132 C por 3 a 4 minutos. Caso o esterilizador no esteja funcionando

    adequadamente e a remoo do ar no seja efetiva, obtm-se a indicao na folha de teste,

    observada por uma mudana incompleta de cor (Figura 4.3b), evidenciando a falha no

    equipamento. Caso a autoclave esteja funcionando corretamente, a mudana de cor das

    folhas Diatest ser uniforme (Figura 4.3c). Este teste dever ser feito no primeiro ciclo de

    esterilizao do dia.

  • Captulo 4 Testes Aplicveis na Validao da Esterilizao 30

    (a) (b) (c)

    Figura 4.3 - Folhas de Teste Bowie & Dick Diatest-Tecil.

    4.4 Modelo semilogartmico para curvas de sobreviventes

    O produto se mantm conservado se no houver a manifestao dos

    microrganismos presentes; isto significa dizer que, aps a exposio ao calor mido,

    poder haver microrganismos dormentes ou em estado latente de sobrevivncia, que no se

    multiplicaro durante a vida til de prateleira, porque o produto no oferece condies

    favorveis de germinao e reproduo (Trabulsi et al., 2004).

    Os procedimentos de esterilizao, de pasteurizao e de higienizao utilizam

    o calor mido no controle da carga microbiana presente no produto.

    O nmero final de microrganismos sobreviventes expostos ao calor mido

    representa o efeito do processo. A destruio trmica de uma populao homognea de

    microrganismos considerada logartmica. O fenmeno de destruio trmica pode ser

    representado pelo modelo de curva linearizada, semi-logartmica de sobreviventes. A

    representao grfica do logaritmo decimal de sobreviventes, em relao ao tempo de

    exposio temperatura constante resulta em curva linearizada decrescente (Figura 4.4).

  • Captulo 4 Testes Aplicveis na Validao da Esterilizao 31

    Figura 4.4 - Curva de sobrevivente.

    A variao do nmero de sobreviventes, com o tempo de exposio, funo

    do nmero de microrganismos inicialmente presentes, e representada pela Equao 5.1:

    303.2t.kLogLog NN 0f = 5.1

    Onde:

    NfLog = logaritmo decimal da populao sobrevivente aps um tempo (t) de

    exposio;

  • Captulo 4 Testes Aplicveis na Validao da Esterilizao 32

    N0Log = logaritmo decimal da populao no tempo inicial (t=0);

    k = constante de velocidade especfica de destruio por unidade de tempo (t).

    Para um mesmo microrganismo todos os parmetros de tratamento devem ser

    mantidos constantes durante o tempo de exposio estabelecido; pois a resistncia trmica

    funo da concentrao de vapor mido presente.

    O valor D ou Tempo de Reduo Decimal o intervalo de tempo temperatura

    constante de tratamento para uma reduo de 90% da populao microbiana, inicialmente

    presente no produto. O valor D o inverso negativo do coeficiente angular da equao da

    reta calculada utilizando-se do mtodo da regresso linear, atravs dos mnimos quadrados,

    aplicado regio linear da curva de sobrevivncia. O valor D relaciona-se constante

    especfica de reao atravs da Equao 5.2:

    k303.2D = 5.2

    Substituindo o valor D na Equao 5.1, resulta na Equao 5.3, sendo:

    DtLogLog NN 0f =

    5.3

    A Equao 5.3 representa o nmero total de bactrias sobreviventes em funo

    do tempo de exposio ao ciclo de esterilizao.

    O bioindicador adequado deve apresentar uma populao de esporos e uma

    termoresistncia ao processo de esterilizao superiores quelas dos microrganismos

    originalmente presentes no produto a ser esterilizado.

    4.4.1 Crescimento microbiano

    s condies favorveis de crescimento, os microrganismos presentes nos

    produtos, iniciam sua multiplicao. Se forem realizadas contagens microbianas

    peridicas, estas podem ser representadas graficamente colocando o logaritmo decimal do

    nmero de microrganismos viveis por mililitro de diluio do produto em questo no eixo

    das ordenadas e a unidade de tempo de crescimento no eixo das abcissas. Obtm-se assim a

  • Captulo 4 Testes Aplicveis na Validao da Esterilizao 33

    curva de crescimento, que caracterizada por quatro fases distintas, denominadas de fase

    de latncia, exponencial ou logartmica, estacionria e de declnio ou morte (Vessoni et al.,

    1997).

    A fase de latncia caracteriza o tempo necessrio ao ajuste dos microrganismos

    ao novo ambiente fsico-qumico. O prolongamento mximo dessa fase aumenta a vida til

    de prateleira do produto.

    Durante a fase logartmica ou exponencial, as clulas se dividem em ritmo

    constante, e o incremento do nmero de clulas diretamente proporcional ao tempo de

    gerao.

    Durante a fase de morte ou inibio do crescimento o nmero de clulas

    viveis decresce em ritmo constante, e logaritmicamente, frente s condies desfavorveis

    do meio ambiente, embora o processo de esporulao continue.

    4.5 Tcnicas microbiolgicas

    A base do trabalho microbiolgico principalmente o isolamento,

    quantificao e estocagem de microrganismos. No existe um nico processo que possa ser

    recomendado em todas as situaes. A escolha da tcnica mais adequada para cada caso s

    pode ser feita aps considerao cuidadosa de todos os fatores positivos e negativos que

    envolvem o processo em questo. Na seqncia, sero apresentadas as tcnicas utilizadas

    neste trabalho.

    4.5.1 Isolamento

    Geralmente, a obteno de uma espcie particular de microrganismo exige seu

    prvio isolamento laboratorial a partir de uma cultura mista, de modo a formar uma cultura

    pura. A cultura pura formada por uma populao derivada de uma nica clula original, e

    apresenta colnias aparentemente semelhantes e clulas com a mesma aparncia e mesma

    colorao de Gram quando observadas ao microscpio. Algumas culturas puras exibem

    colnias lisas e rugosas na mesma superfcie de crescimento em meio slido; cistos e

    esporos podem ocorrer junto com outras formas em culturas de vrios organismos e

    algumas podem apresentar variaes na colorao de Gram.

  • Captulo 4 Testes Aplicveis na Validao da Esterilizao 34

    No sempre que a obteno de uma colnia isolada assegura a pureza da

    cultura, pois as colnias podem se desenvolver a partir de agregados celulares, tanto

    quanto a partir de uma nica clula (Veronesi et al., 2002).

    Entre as vrias tcnicas de isolamento, uma das mais utilizadas a semeadura

    em superfcie.

    4.5.2 Semeadura em superfcie

    Primeiramente preparam-se placas de Petri com Agar nutritivo apropriado ao

    microrganismo a ser isolado. O meio de cultura esterilizado, resfriado at temperatura de

    aproximadamente 50 C e acrescido dos ingredientes termolbeis necessrios, distribudo

    em placas de Petri esterilizadas (Trabulsi et al., 2004).

    A secagem das placas deve ser feita temperatura ambiente durante 24 horas.

    Recomenda-se executar todo o procedimento em cmara de fluxo laminar. O

    armazenamento das placas deve ser feito a 4C, porm no momento do uso estas devem

    estar temperatura ambiente. Com uma ala de nquel cromo, coloca-se uma poro

    reduzida da amostra bacteriana na superfcie do agar e arrasta-se a ala por toda a extenso

    do agar, cuidadosamente, para no imergi-la dentro do meio, distribuindo desta forma a

    amostra.

    Este procedimento separa as clulas umas das outras e, aps incubao, em

    algumas reas da placa haver a formao de colnias isoladas, cada uma delas

    provavelmente descendente de uma nica clula, e sendo portanto uma cultura pura. A ala

    deve ser flambada corretamente e esfriada antes do uso, encostando-a no interior da placa

    de Petri. O crescimento de cada cultura deve ser examinado, microscpica e culturalmente,

    a fim de confirmar sua pureza.

    4.5.3 Contagem direta por microscopia

    uma tcnica rpida e barata e utiliza equipamento facilmente disponvel em

    laboratrios microbiolgicos. As suspenses muito concentradas devem ser diludas em

    gua destilada, de forma que se observem as clulas isoladamente. A principal

    desvantagem destes mtodos que no permitem a contagem de clulas viveis, apenas do

    total de clulas presentes na amostra.

  • CAPTULO 5

    5 Desenvolvimento

    O presente captulo descreve um sistema eletro-mecnico desenvolvido para

    executar seqencialmente todos os ciclos do processo de esterilizao vapor de uma

    autoclave vertical. O sistema implementado dispensa a interveno de um operador para

    controlar todas as etapas do processo, eliminando tambm a necessidade de uma estufa

    para a secagem dos materiais esterilizados. Para tal, necessrio descrever os princpios de

    operao de autoclaves verticais, permitindo assim o entendimento das adequaes que se

    fazem necessrias implementao do novo sistema. Este captulo tambm abordar os

    testes biolgicos realizados nas autoclaves verticais e no sistema proposto, de forma a

    verificar a eficincia no processo de esterilizao.

    5.1 Operao de autoclaves verticais

    Esta seo apresenta uma descrio das peas que compem as autoclaves

    verticais, sendo:

    Painel: possui lmpada liga/desliga e chave seletora de calor para os nveis

    mnimo, mdio e mximo.

    Manpulos: permite a abertura e o fechamento com segurana da tampa da

    cmara.

    Tampa: permite o fechamento da cmara de esterilizao.

    Gabinete: compartimento que aloja todas as peas do equipamento.

    A Figura 5.1 mostra o gabinete de uma autoclave, onde possvel visualizar

    painel, a tampa e os manpulos.

  • Captulo 5 Desenvolvimento ............................................................................................36

    Figura 5.1 - Autoclave vertical

    Cmara: compartimento cuja seco transversal, de formato cilndrico ou

    retangular, destina-se a receber o material a ser esterilizado (Figura 5.2).

    a

    CmarFigura 5.2 - Cmara da autoclave vertical

  • Captulo 5 Desenvolvimento ............................................................................................37

    Cesto: conter o material a ser esterilizado, sendo feito em ao inox,

    conforme Figura 5.3.

    Cesto

    Figura 5.3 - Cesto da autoclave vertical

    Vlvula de segurana: apresenta sistema de peso e contra-peso para

    regulagem da presso da cmara interna.

    Manmetro: apresenta duas escalas, sendo uma para temperatura (100C a

    143C) e outra para presso (0 a 3 kgf/cm).

    A Figura 5.4 mostra a vlvula de segurana e o manmetro da autoclave

    vertical.

  • Captulo 5 Desenvolvimento ............................................................................................38

    a

    o Manmetr

    Figura 5.4 - Manmetro e vlvula de segurana da autoclave vertical.

    Resistncias: permitem o aquecimento da gua dentro da cmara (Figura

    5.5).

    ResistnciaFigura 5.5 - Resistncias da aVlvula de Seguranutoclave vertical.

  • Captulo 5 Desenvolvimento ............................................................................................39

    Registro de escoamento: permite a drenagem da gua aps o trmino do

    ciclo de esterilizao (Figura 5.6).

    Registro

    Figura 5.6 - Registro de escoamento.

    A Figura 5.7 apresenta as etapas para o processo de esterilizao atravs de

    autoclaves verticais.

    Pr-aquecimento

    Secagem em estufa

    Retirada de gua e vapor

    Ciclo esterilizao

    Figura 5.7 - Ciclo de esterilizao de autoclaves verticais.

  • Captulo 5 Desenvolvimento ............................................................................................40

    Para dar incio a etapa do pr-aquecimento necessrio que o operador

    posicione a chave de seleo de temperatura na posio mxima, implicando no

    aquecimento da gua dentro cmara devido a atuao de uma resistncia (Figura 5.8). O

    controle da temperatura e presso na cmara feito manualmente pelo operador, em

    funo dos nveis indicados por um manmetro. Quando a temperatura e presso atingirem

    os nveis necessrios esterilizao, o operador deve posicionar a chave de seleo de

    temperatura para o nvel mnimo fazendo com que duas resistncias fiquem ligadas em

    srie no circuito (Figura 5.8), de forma a manter as condies de temperatura e presso

    durante o tempo necessrio ao ciclo de esterilizao. A durao do ciclo de esterilizao

    estipulada e controlada pelo operador dependendo do tipo de material a ser esterilizado. Ao

    trmino deste ciclo o operador deve desligar o equipamento, abrir a vlvula de segurana

    para a sada do vapor e abrir o registro para o escoamento da gua presente no interior da

    cmara. Em seguida o material deve ser retirado da autoclave e encaminhado para a estufa,

    devendo a temperatura e o tempo de secagem serem estipulados pelo operador dependendo

    do tipo de material.

    Figura 5.8 - Operao da autoclave vertical.

  • Captulo 5 Desenvolvimento ............................................................................................41

    5.2 Sistema proposto

    A implementao do sistema proposto implica na incluso de um sistema

    eletro-mecnico uma autoclave vertical de forma a atender os requisitos mnimos no

    processo de esterilizao. A Figura 5.9 representa as etapas de execuo para o processo de

    esterilizao, usando o novo sistema adaptado.

    Pr-aquecimento

    Terceiro ciclo Secagem

    Segundo ciclo Expurgo

    Primeiro ciclo Esterilizao

    Figura 5.9 - Fluxo de execuo do processo de esterilizao do sistema proposto.

    A adaptao do novo sistema autoclave vertical deve permitir:

    Ligar o equipamento e controlar automaticamente o aquecimento da cmara

    at atingir a temperatura de incio do ciclo de esterilizao.

    Manter automaticamente a temperatura e presso na cmara durante o ciclo

    de esterilizao.

    Desligar automaticamente a resistncia interna e iniciar o ciclo de expurgo

    do vapor e da gua contido na cmara.

    Ligar automaticamente a resistncia externa, terminado o ciclo de expurgo,

    permitindo o incio do ciclo de secagem dos materiais esterilizados e do

    prprio equipamento.

    Desligar a resistncia externa e todo o equipamento, fechando o ciclo

    completo de esterilizao.

  • Captulo 5 Desenvolvimento ............................................................................................42

    5.3 Diagrama eltrico

    A Figura 5.10 mostra o diagrama de blocos do hardware do sistema eletro-

    mecnico desenvolvido bem como os componentes utilizados.

    Figura 5.9 - Interligao dos componentes do sistema desenvolvido

  • Captulo 5 Desenvolvimento ............................................................................................43

    Para melhor compreenso do sistema desenvolvido, a Figura 5.10 apresenta os

    mdulos que compem o hardware, sendo estes: acionamento e proteo, temporizao e

    controle, pr-aquecimento e esterilizao,expurgo e secagem.

    Figura 5.10 - Mdulos do sistema desenvolvido

    5.3.1 Acionamento e proteo

    composto por uma chave que permite ligar e desligar o equipamento tenso

    de alimentao de 220 V AC.A proteo contra a sobrecorrente feita por fusveis. O

    Fusvel 2 (de 20 A), atua na proteo das resistncias externa e interna interrompendo o

    circuito que leva alimentao s resistncias atravs dos Contatores 2 e 3. O Fusvel 3 (de

    10 A), atua exclusivamente na proteo do circuito da resistncia externa e lmpada piloto

    L2 e o Fusvel 4 (de 10 A) protege o circuito da resistncia interna e lmpada piloto L3. A

    proteo do Timer e Contatores 1,2 e 3 implementada atravs do Fusvel 1, sendo este de

    2 A.

    O Pressostato 1 atua no desligamento do equipamento caso o nvel de presso

    no interior da cmara ultrapasse o dobro da presso de operao do ciclo de esterilizao.

    A Figura 5.11 apresenta a montagem deste pressostato na autoclave vertical.

  • Captulo 5 Desenvolvimento ............................................................................................44

    Pressostato

    Figura 5.11 - Montagem do pressostato de segurana.

    5.3.2 Temporizao e controle

    O Timer controla o ciclo de operao do sistema (Figura 5.12). Em repouso, o

    contato das chaves CH2 e CH3 estaro fechados e os demais abertos. Aps o equipamento

    ser ligado, a chave CH3 alimenta o Pressostato 2, acionando o Contator 3 de forma a

    alimentar a resistncia interna. Quando atingir a temperatura e presso desejadas no pr-

    aquecimento, o Pressostato 2 comanda o Contator 1, que fica auto-alimentado energizando

    o Timer e dando incio temporizao do ciclo de estererilizao. Durante este ciclo, o

    Pressostato 2 comanda o Contator 3 para ligar e desligar a resistncia interna cmara de

    esterilizao de forma a manter a temperatura e presso necessrias. Aps o trmino do

    ciclo de esterilizao, o Timer abre os contatos da chave CH3 (desligando a resistncia

    interna) e fecha os contatos da chave CH4 ligando a vlvula de expurgo. Terminado o ciclo

  • Captulo 5 Desenvolvimento ............................................................................................45

    de expurgo, o Timer abre os contatos da chave CH4 (desligando a vlvula) e inicia o ciclo

    de secagem fechando os contatos da chave CH5, acionando o Contator 2 de forma a

    alimentar a resistncia externa cmara de esterilizao. Ao fim do ciclo de secagem, o

    Timer volta ao estado de repouso, mantendo os contatos das chaves CH2 e CH3 fechados,

    e os demais abertos.

    Figura 5.12 - Timer.

    5.3.3 Pr-aquecimento e esterilizao

    Durante a fase de pr-aquecimento e esterilizao o Contator 3 alimenta a

    resistncia interna (Figura 5.5), sendo control