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ROSIVETE COAN NIEHEUS
AUTOCLAVES VERTICAIS: UMA PROPOSTA DE
SISTEMA PARA GARANTIA DO PROCESSO DE
ESTERILIZAO
FLORIANPOLIS
2004
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
PROGRAMA DE PS-GRADUAO
EM ENGENHARIA ELTRICA
AUTOCLAVES VERTICAIS: UMA PROPOSTA DE
SISTEMA PARA GARANTIA DO PROCESSO DE
ESTERILIZAO
Dissertao submetida
Universidade Federal de Santa Catarina
como parte dos requisitos para a
obteno do grau de Mestre em Engenharia Eltrica.
ROSIVETE COAN NIEHEUS
Florianpolis, agosto de 2004.
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AUTOCLAVES VERTICAIS: UMA PROPOSTA DE
SISTEMA PARA GARANTIA DO PROCESSO DE
ESTERILIZAO
ROSIVETE COAN NIEHEUS
Esta Dissertao foi julgada adequada para obteno do Ttulo de Mestre em Engenharia Eltrica, rea de Concentrao em Engenharia Biomdica, e aprovada em sua forma final
pelo Programa de Ps-Graduao em Engenharia Eltrica da Universidade Federal de Santa Catarina.
______________________________________ Prof. Fernando Mendes de Azevedo, DSc.
Orientador
______________________________________ Prof. Denizar Cruz Martins, DSc.
Coordenador do Programa de Ps-Graduao em Engenharia Eltrica Banca Examinadora:
______________________________________ Prof. Fernando Mendes de Azevedo, DSc.
Presidente
______________________________________ Prof. Ana Paula Soares Fernandes, DSc.
______________________________________ Prof. Fernanda Isabel Marques Argoud, DSc.
______________________________________ Prof. Jefferson Luiz Brum Marques,PhD.
______________________________________ Prof. Raimes Moraes, PhD.
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Agradecimentos
Um dos gestos mais nobres do ser humano a gratido.
A Deus o dom da vida.
Aos meus pais pelo testemunho de persistncia diante dos desafios da vida.
Aos colegas pelo companheirismo.
Aos amigos pelo incentivo.
Aos professores da banca examinadora por terem aceitado o convite.
Aos professores do mestrado por partilharem o conhecimento.
Ao professor Fernando Mendes de Azevedo pela maestria dispensada na
orientao deste trabalho.
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Resumo da Dissertao apresentada UFSC como parte dos requisitos necessrios para a
obteno do grau de Mestre em Engenharia Eltrica.
AUTOCLAVES VERTICAIS: UMA PROPOSTA DE SISTEMA PARA GARANTIA DO PROCESSO DE
ESTERILIZAO
Rosivete Coan Nieheus
Agosto / 2004
Orientador: Fernando Mendes de Azevedo, DSc. rea de Concentrao: Engenharia Biomdica. Palavras-chave: bactria, infeco, esterilizao, autoclave vertical Nmero de Pginas: 63
RESUMO:
Os microrganismos podem ser agentes causadores de infeces. A fim de prevenir e diminuir os riscos de aquisio de infeces, a esterilizao permite descontaminar equipamentos e materiais atravs da destruio de todas as formas de vida microbiana viveis.
A esterilizao a vapor um dos processos de descontaminao mais utilizados, podendo ser efetuada atravs de autoclaves verticais e horizontais. Nestes equipamentos, os microrganismos so destrudos pela ao combinada da temperatura, presso e umidade.
Um estudo comparativo entre as caractersticas de autoclaves verticais e horizontais indica que, nas autoclaves verticais, alguns requisitos mnimos exigveis para esterilizao no so completamente atendidos, sendo estas susceptveis recontaminao dos materiais esterilizados, pois no efetuam a secagem dos mesmos aps o ciclo de esterilizao. Embora as autoclaves horizontais sejam mais eficientes, estas apresentam custos elevados quando comparadas s autoclaves verticais.
Este trabalho apresenta a proposta de um sistema eletro-mecnico de baixo custo adaptvel autoclaves verticais, permitindo garantir o controle da temperatura e presso necessrias ao ciclo de esterilizao, e na secagem dos materiais, sem a interveno do operador em todas as etapas do processo.
Para assegurar a eficcia da esterilizao da autoclave com o sistema eletro-mecnico implementado, testes biolgicos foram aplicados antes e posteriormente a adaptao do sistema proposto, indicando que os requisitos necessrios a uma esterilizao eficiente foram atendidos.
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Abstract of Dissertation presented to UFSC as a partial fulfillment of the
Requirements for the degree of Master in Electrical Engineering.
VERTICAL AUTOCLAVES: A SYSTEM PROPOSAL TO
ASSURE THE STERILIZATION PROCESS
Rosivete Coan Nieheus
August / 2004
Advisor: Fernando Mendes de Azevedo, DSc. Area of Concentration: Biomedical Engineering. Keywords: bacteria, infection, sterilization, vertical autoclave. Number of Pages: 63 ABSTRACT:
Microorganisms are agents that can cause infections. In case to prevent and reduce the risks of acquisition of infections the sterilization allows to decontaminate equipments and materials through the destruction of all forms of microbial life.
Steam sterilization is the most used decontamination process and can be made through vertical and horizontal autoclaves. In these equipments, microorganisms are destroyed by the combined action of temperature, pressure and humidity.
A comparative study among the characteristics of vertical and horizontal autoclaves indicates that in vertical autoclaves some demandable minimum requirements for sterilization are not completely assisted, making them susceptible to contamine the materials after the sterilization process because they don't dry the same ones. Horizontal autoclaves are more efficient and more expensive when compared to the vertical autoclaves.
This work proposes a low cost eletro-mechanical system to be adapted to the vertical autoclaves, allowing the guarantee the control of the drying of the materials and necessaries temperature and pressure to the sterilization cycle without the intervention of the operator in all stages of the process.
Biological tests were applied before and after the adaptation of the eletro-mechanical system to the vertical autoclave indicating that the necessary requirements to an efficient sterilization were assisted.
v
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SUMRIO
LISTA DE FIGURAS......................................................................................................... ix
LISTA DE TABELAS........................................................................................................ xi
ACRNIMOS....................................................................................................................xii
CAPTULO 1 ....................................................................................................................... 1
1 Introduo ......................................................................................................................... 1
1.1 Esterilizao................................................................................................................ 2
1.2 Morte Microbiana ....................................................................................................... 4
1.3 Equipamentos para a Esterilizao ............................................................................. 6
1.3.1 Custos de autoclaves verticais e horizontais .................................................... 7
1.4 Objetivo geral ............................................................................................................. 7
1.5 Objetivos especficos .................................................................................................. 8
1.6 Justificativa ................................................................................................................. 9
CAPTULO 2 ..................................................................................................................... 10
2 Esterilizao .................................................................................................................... 10
2.1 Ciclo de vida da bactria........................................................................................... 10
2.1.1 Morte trmica da bactria ............................................................................... 10
2.1.2 Calor e umidade.............................................................................................. 11
2.2 Autoclaves ................................................................................................................ 11
2.2.1 Autoclave Vertical.......................................................................................... 12
2.2.2 Autoclave Horizontal...................................................................................... 12
2.2.3 Causas de Esterilizao Ineficiente ................................................................ 13
2.3 Programa de monitorizao para controle de qualidade de esterilizao ................. 14
CAPTULO 3 ...................................................................................................................... 17
3 Normas Tcnicas Para Autoclaves................................................................................ 17
3.1 Condies Gerais ...................................................................................................... 17
3.2 Caractersticas de Funcionamento ............................................................................ 18
3.3 Material e Manufatura .............................................................................................. 18
3.4 Local de Montagem .................................................................................................. 21
vi
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3.5 Condies de Operao ............................................................................................ 21
3.6 Aceitao e Rejeio................................................................................................. 22
3.7 Comparao entre as Autoclaves Vertical e Horizontal .......................................... 23
CAPTULO 4 ...................................................................................................................... 25
4 Testes aplicveis na validao da esterilizao ............................................................ 25
4.1 Indicadores biolgicos .............................................................................................. 25
4.2 Tipos de indicadores biolgicos ............................................................................... 26
4.2.1 Testes de cultura ............................................................................................. 26
4.2.2 Indicador Biolgico Sportest .......................................................................... 27
4.2.3 Indicador Biolgico Auto-Contido ATI-Test ................................................. 27
4.3 Indicadores qumicos ................................................................................................ 28
4.3.1 Indicadores de esterilizao............................................................................ 28
4.3.2 Indicadores de processo.................................................................................. 29
4.3.3 Fita Adesiva Tecil........................................................................................... 29
4.3.4 Folhas de Teste Bowie & Dick Diatest-Tecil ................................................. 29
4.4 Modelo semilogartmico para curvas de sobreviventes........................................... 30
4.4.1 Crescimento microbiano................................................................................. 32
4.5 Tcnicas microbiolgicas ......................................................................................... 33
4.5.1 Isolamento ...................................................................................................... 33
4.5.2 Semeadura em superfcie................................................................................ 34
4.5.3 Contagem direta por microscopia................................................................... 34
CAPTULO 5 ..................................................................................................................... 35
5 Desenvolvimento ............................................................................................................. 35
5.1 Operao de autoclaves verticais.............................................................................. 35
5.2 Sistema proposto....................................................................................................... 41
5.3 Diagrama eltrico...................................................................................................... 42
5.3.1 Acionamento e proteo ................................................................................. 43
5.3.2 Temporizao e controle ................................................................................ 44
5.3.3 Pr-aquecimento e esterilizao ..................................................................... 45
5.3.4 Expurgo .......................................................................................................... 46
5.3.5 Secagem.......................................................................................................... 47
5.4 Teste de validao..................................................................................................... 48
vii
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5.4.1 Teste de cultura............................................................................................... 48
5.5 Resultados do teste de cultura para a autoclave vertical e o sistema proposto......... 52
CAPTULO 6 ...................................................................................................................... 54
6 Concluses e Discusses ................................................................................................. 54
6.1 Discusses................................................................................................................. 54
6.2 Concluses ................................................................................................................ 55
6.3 Trabalhos Futuros ..................................................................................................... 56
7 GLOSSRIO .................................................................................................................. 59
8 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ......................................................................... 61
viii
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 - Indivduo contaminado por bactrias................................................................. 3
Figura 1.2 - Bactrias do tipo Escherichia colli e Pseudomonas aeruginosas. .................... 5
Figura 2.1 - Curva de morte trmica para microrganismos................................................. 11
Figura 2.2 - Autoclaves verticais......................................................................................... 12
Figura 2.3 - Autoclaves horizontais..................................................................................... 13
Figura 4.1 - Indicadores de esterilizao. ............................................................................ 28
Figura 4.2 - Indicador de processo. ..................................................................................... 29
Figura 4.3 - Folhas de Teste Bowie & Dick Diatest-Tecil. ................................................. 30
Figura 4.4 - Curva de sobrevivente. .................................................................................... 31
Figura 5.1 - Autoclave vertical ............................................................................................ 36
Figura 5.2 - Cmara da autoclave vertical........................................................................... 36
Figura 5.3 - Cesto da autoclave vertical .............................................................................. 37
Figura 5.4 - Manmetro e vlvula de segurana da autoclave vertical. .............................. 38
Figura 5.5 - Resistncias da autoclave vertical.................................................................... 38
Figura 5.6 - Registro de escoamento. .................................................................................. 39
Figura 5.7 - Ciclo de esterilizao de autoclaves verticais.................................................. 39
Figura 5.8 - Operao da autoclave vertical. ....................................................................... 40
Figura 5.9 - Fluxo de execuo do processo de esterilizao do sistema proposto............. 41
Figura 5.9 - Interligao dos componentes do sistema desenvolvido ................................. 42
Figura 5.10 - Mdulos do sistema desenvolvido................................................................. 43
Figura 5.11 - Montagem do pressostato de segurana......................................................... 44
Figura 5.12 - Timer.............................................................................................................. 45
Figura 5.13 - Vlvula de expurgo do sistema proposto....................................................... 46
Figura 5.14 - Resistncia externa. ....................................................................................... 47
ix
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Figura 5.15 - Colnia de bactrias de Echerichia colli. ...................................................... 49
Figura 5.16 - Cepas de bactrias em bales de vidro. ......................................................... 50
Figura 5.17 - Placas de Petri contendo bactrias semeadas................................................. 50
Figura 5.18 - Placas de Petri contendo bactrias na geladeira............................................. 51
x
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1.1 - Custos de autoclaves verticais para diferentes capacidades. ............................. 7
Tabela 1.2 - Custos de autoclaves horizontais para diferentes capacidades.......................... 7
Tabela 3.1 - Requisitos mnimos para esterilizao. ........................................................... 23
Tabela 5.1 - Teste de cultura para autoclave vertical .......................................................... 52
Tabela 5.2 - Teste de cultura para o sistema proposto......................................................... 53
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ACRNIMOS
APECIH Associao Paulista de Estudos e Controle de Infeco Hospitalar
AS gar Sangue
BHI Brain Heart Infusion (infuso de crebro e corao)
CME Centro de Materiais Estreis
EPI Equipamento de Proteo Individual
MS Ministrio da Sade
OMS Organizao Mundial da Sade
xii
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CAPTULO 1
1 Introduo
Nas ltimas dcadas, tem-se vivenciado avanos cientficos e tecnolgicos na
assistncia sade. Paralelamente, so atendidos nos hospitais indivduos com patologias
cada vez mais graves que requerem teraputica altamente agressiva e invasiva. Ao mesmo
tempo que se tm obtido excelentes resultados teraputicos , tambm tem-se observado um
aumento dos riscos reais de aquisio de infeces.
A infeco hospitalar qualquer infeco adquirida aps a internao do
paciente e que se manifesta durante a internao ou mesmo aps a alta. As infeces
hospitalares podem ser classificadas como endgenas, isto , quando os agentes causadores
de infeco esto presentes no prprio indivduo, ou exgenas, quando os microrganismos
so provenientes de equipamentos, artigos hospitalares, pessoal de sade e, eventualmente,
alimentos, gua ou outras fontes ambientais. As infeces hospitalares no Brasil so a
quarta causa de mortalidade, sendo um dos principais problemas encontrados a nvel
hospitalar que provoca graves repercusses econmicas e sociais (Costa, et al., 1990).
As infeces de origem exgena merecem ateno dos profissionais da rea da
sade. A no observncia das boas prticas de preveno de infeco hospitalar e falhas no
processamento de artigos hospitalares so os principais responsveis pelas infeces de
origem exgenas. Os artigos inadequadamente limpos, desinfetados ou esterilizados podem
se tornar uma fonte de contaminao aumentando o risco de aquisio de seres
patognicos, tanto para o paciente como para o profissional da rea de sade (Stanier et al.,
1969).
A OMS aponta as principais razes pelas quais algumas doenas infecciosas
no so controladas/erradicadas, como sendo:
Disseminao da pobreza;
Crescimento populacional desordenado;
Aumento das concentraes urbanas;
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Captulo 1 Introduo 2
Degradao ambiental (desmatamento desenfreado, mudanas ecolgicas,
expondo o ser humano a um contato mais freqente com os agentes
transmissores);
Globalizao das economias;
Aumento das viagens internacionais;
Resistncia a antibiticos.
A esterilizao a completa eliminao ou destruio de todas as formas de
vida microbiana viveis, podendo ser realizada por meio de processos fsicos ou qumicos
(Rutala, 1997). As formas microbianas de vida consideradas mais resistentes a processos
fsicos e qumicos e que podem ser manuseadas laboratorialmente so os esporos
bacterianos. Portanto, os esporos so utilizados para estabelecer parmetros para os
processos de esterilizao.
Um dos processos fsicos de esterilizao mais utilizados a esterilizao a
vapor, sendo considerado eficiente na morte trmica das bactrias (NBR 9804), podendo
ser efetuada por autoclave vertical ou horizontal. As autoclaves horizontais possuem custo
elevado em relao as autoclaves verticais, contudo seu ciclo de esterilizao dispensa a
interveno do operador, atendendo os requisitos mnimos para esterilizao eficiente de
materiais.
Assim, este captulo contextualiza o uso das autoclaves no processo de
esterilizao, apresentando tambm o objetivo e as justificativas para o desenvolvimento
deste trabalho. No final do captulo mostrada a organizao do trabalho para os captulos
subseqentes.
1.1 Esterilizao
Com a introduo da anestesia em 1842 por Long e em 1846 por Morton, as
cirurgias eletivas comearam a surgir, pois at esta poca os procedimentos cirrgicos
realizados eram principalmente os executados em perodo de guerras. Assim, ocorreu um
aprimoramento nas tcnicas e procedimentos cirrgicos, porm a mortalidade por infeco
de ferida era muito alta. A descoberta das bactrias como causadoras de doenas foi uma
das principais descobertas da clnica mdica (De Carli, 2001). A Figura 1.1 mostra o corpo
de um indivduo contaminado por bactrias.
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Captulo 1 Introduo 3
Figura 1.1 - Indivduo contaminado por bactrias.
As observaes realizadas antes do sculo XIX verificavam que pessoas sadias
ficavam doentes se entravam em contato mais ntimo com uma pessoa doente,
especialmente em ambiente hospitalar.
Na metade do sculo XVI, Girolamo Fracastoro publicou "De Contagione",
delineando a transmisso de doenas atravs do contato direto, da manipulao de
pertences de pessoas infetadas ou atravs de transmisso a distncia. A importncia de
limpeza, particularmente a lavagem das mos, comeou a ser especulada.
No final do sculo XVII, no Hospital Manchester Lying, os mdicos Charles
White e Thomas Kirkland tentaram implantar controles de engenharia, limpeza e
ventilao adequados para os pacientes. Vrios anos depois, no Hospital de Rotunda em
Dublin, Robert Collins introduziu o tratamento com calor para as roupas de cama, o que
resultou em uma diminuio das infeces.
A influncia de microbiologia comeou a ser sentida em meados do sculo
XVII quando foram descritos organismos muito pequenos para serem vistos a olho nu.
Em 1861, quando Louis Pasteur demonstrou que a putrefao uma
fermentao causada pelo crescimento de microrganismos, que a doutrina de gerao
espontnea foi finalmente contestada. Os cientistas perceberam que havia uma analogia
entre a fermentao dos experimentos de Pasteur e o processo de putrefao que se dava
aps amputao dos membros.
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Captulo 1 Introduo 4
Em 1877, John Tyndall, um fsico ingls, reconheceu a forma calor-resistente
das bactrias, o esporo, e desenvolveu mtodos de esterilizao para lidar com isto. O
bacteriologista francs e colaborador de Louis Pasteur, Charles Chamberland, construiu o
primeiro esterilizador a vapor em 1880. Semelhante a um "fogo de presso", ficou
conhecido como a "Autoclave de Chamberland". Em 1880, Robert Koch descobriu o uso
de culturas slidas, as bactrias isoladas em colnias puras e as associou com doenas
especficas.
A esterilizao fundamentada com base cientfica uma tecnologia recente
(Vessoni, 1997), datando de 1993, tendo como marco a construo de uma autoclave com
temperatura e presso controladas durante o processamento. At ento, as mquinas
esterilizadoras eram operadas tendo a presso como nico indicador de controle, sem
considerar os outros parmetros do processo.
1.2 Morte Microbiana
Os microrganismos podem ser classificados de acordo com sua patogenicidade,
podendo assim serem considerados patognicos ou no patognicos.
Os organismos unicelulares podem ter algumas ou todas suas atividades
biolgicas suspensas por um longo perodo de tempo, o que impossibilita a avaliao por
alterao das atividades fisiolgicas, da morte destes organismos. Esta suspenso nas
atividades dos microrganismos pode ocorrer quando as bactrias formam esporos ou ainda
quando a clula bacteriana seca ou congelada, assim elas perdem suas atividades biolgicas mas mantm a capacidade de reproduo em ambiente adequado (Trabulsi et al.,
2004).
O esporo bacteriano a forma microbiana mais resistente aos agentes
esterilizantes, sendo utilizado como parmetro para o estudo microbiolgico da
esterilizao. Um microrganismo considerado morto se no formar colnia em nenhum
meio de cultura (Costa, 1980).
A Figura 1.2a mostra bactrias do tipo Escherichia colli e a Figura 1.2b
apresenta bactrias do tipo Pseudomonas aeruginosas.
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Captulo 1 Introduo 5
(a) (b)
Figura 1.2 - Bactrias do tipo Escherichia colli e Pseudomonas aeruginosas.
A prtica da esterilizao visa a incapacidade de reproduo de todos os
organismos presentes no material a ser esterilizado, causando a morte microbiana at que a
probabilidade de sobrevivncia do agente contaminante seja menor que 1:1.000.000,
quando um objeto pode ento ser considerado estril (Costa, 1990). Um dos avanos na
prtica da esterilizao a compreenso de que os microrganismos submetidos a maioria
dos processos de esterilizao no morrem todos ao mesmo tempo, mas de uma forma
progressiva.
A esterilidade ou nvel de segurana a incapacidade de desenvolvimento das
formas sobreviventes ao processo de esterilizao, durante a conservao e utilizao de
um produto. A manuteno do nvel de esterilidade conferido a um produto garante o
prolongamento da sua vida til de prateleira e depende das operaes de pr-esterilizao,
da esterilizao e ps-esterilizao.
Os mtodos de esterilizao permitem assegurar nveis de esterilidade
compatveis s caractersticas exigidas em produtos farmacuticos (United, 1990), mdico-
hospitalares e alimentcios, sendo o mtodo escolhido dependente da natureza e da carga
microbiana inicialmente presente no item considerado.
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Captulo 1 Introduo 6
1.3 Equipamentos para a Esterilizao
O projeto e fabricao de esterilizadores a vapor tem sido desenvolvido
consideravelmente nos ltimos 40 anos. Existem dois modelos bsicos, sendo as
autoclaves verticais e as autoclaves horizontais. Estas constituem-se basicamente de uma
cmara em ao inox, com uma ou duas portas, possui vlvula de segurana, manmetros de
presso e um indicador de temperatura.
Nas autoclaves verticais o ar removido por gravidade, assim quando o vapor
admitido na cmara, o ar no interior desta, que mais frio (mais denso), sai por uma
vlvula na superfcie inferior da cmara. Pode ocorrer a permanncia de ar residual neste
processo, sendo a esterilizao comprometida principalmente para materiais densos ou
porosos. Estas autoclaves no so adequadas pois dificultam a circulao do vapor, a
drenagem do ar e a penetrao do vapor devido distribuio dos pacotes a serem
esterilizados, que ficam sobrepostos.
Nas autoclaves horizontais o ar removido pela formao de vcuo, antes da
entrada do vapor, assim quando este admitido, penetra instantaneamente nos pacotes a
serem esterilizados. Este tipo de autoclave possui paredes duplas, separadas por um espao
onde o vapor circula para manter o calor na cmara interna durante a esterilizao (Costa,
1990).
A eficcia da esterilizao pode ser afetada pela capacidade de penetrao do
agente esterilizante por meio, tanto da embalagem, quanto das estruturas dos artigos, bem
como pelo desempenho do equipamento. Alm disto, no basta garantir a eficcia do
processo, so necessrias medidas que evitem a recontaminao do artigo aps o
processamento, seja no armazenamento e transporte ou durante a manipulao.
Para a esterilizao o tipo de vapor utilizado o vapor saturado seco, uma vez
que o vapor mido tem um excesso de gua que torna midos os materiais dentro da
esterilizadora; j o vapor super aquecido deficiente de umidade necessria para a
esterilizao. O vapor saturado seco capaz de circular por conveco permitindo sua
penetrao em materiais porosos.
A produo do vapor utilizado na esterilizao tambm requer alguns cuidados
com a gua utilizada para a produo do vapor, pois esta deve estar livre de contaminantes
em concentrao que possa interferir no processo de esterilizao, danificar o aparelho ou
os produtos a serem esterilizados.
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Captulo 1 Introduo 7
1.3.1 Custos de autoclaves verticais e horizontais
Esta seo apresenta um levantamento de custos referente aos tipos de
autoclaves encontrados no mercado para diferentes capacidades. A Tabela 1.1 e a Tabela
1.2 mostram os custos para as autoclaves do tipo vertical e horizontal, respectivamente.
Tabela 1.1 - Custos de autoclaves verticais para diferentes capacidades.
Capacidade (em litros) Custo (em Reais)
18 L R$ 1.900,00
30 L R$ 2.200,00
50 L R$ 2.800,00
75 L R$ 3.450,00
225 L R$ 7.500,00
Tabela 1.2 - Custos de autoclaves horizontais para diferentes capacidades.
Capacidade (em litros) Custo (em Reais)
21 L R$ 4.100,00
42 L R$ 5.800,00
54 L R$ 9.345,00
76 L R$ 11.655,00
200 L R$ 40.000,00 Fonte: www.fanem.com.br.
1.4 Objetivo geral
Implementar um novo sistema de baixo custo, que melhore o desempenho dos
equipamentos (autoclaves verticais), fazendo com que realmente este equipamento
esterilize e seque o material de forma a atender os requisitos mnimos exigveis no
processo de esterilizao.
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Captulo 1 Introduo 8
1.5 Objetivos especficos
Este trabalho tem por objetivos especficos:
Estudar as autoclaves verticais e horizontais, propondo um sistema que
modifique as caractersticas da autoclave vertical.
Revisar as normas tcnicas brasileiras com o intuito de propor uma
adaptao dos requisitos mnimos exigveis normatizados aplicveis
esterilizao das autoclaves horizontais nas autoclaves verticais.
Revisar os tipos de testes que podem ser utilizados para avaliar a eficincia
da esterilizao.
Propor um sistema eletro-mecnico que modifique as caractersticas da
autoclave vertical, executando as etapas do processo de esterilizao sem a
interveno do operador.
Aplicar testes bacteriolgicos na autoclave vertical e tambm no sistema
proposto de forma a validar a eficincia do mesmo, comprovando a hiptese
que a autoclave vertical no atende totalmente os requisitos exigveis para a
esterilizao de materiais.
A estrutura desta dissertao segue praticamente o delineamento dos objetivos
especficos apresentados acima, no que se constitui o Captulo 1.
No Captulo 2 ser apresentado o problema da esterilizao, ou seja, conceito,
tipos, modelos de equipamentos. O Captulo 3 abordar uma reviso das normas tcnicas
que regem os problemas da esterilizao das autoclaves. Ainda neste captulo, como uma
primeira contribuio deste trabalho, sero propostas possveis adaptaes de normas
tcnicas das autoclaves horizontais, para as verticais.
O Captulo 4 apresenta os testes que podem ser aplicados na verificao da
eficincia da esterilizao por meio das autoclaves verticais e horizontais.
O Captulo 5 apresenta uma proposta de modificao de autoclaves verticais,
atravs da utilizao de um sistema eletro-mecnico que, conforme ser mostrado
posteriormente, dever executar as etapas do processo de esterilizao dispensando a
interveno do operador, garantindo a secagem dos materiais. Tambm ser mostrado em
detalhes o sistema eletromecnico de baixo custo que consiste na terceira contribuio
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Captulo 1 Introduo 9
deste trabalho, juntamente com os testes biolgicos realizados na autoclave vertical sem o
sistema proposto e aps a implementao do sistema.
Finalizando o trabalho, no captulo 6 apresentam-se as principais concluses e
sugestes de futuros trabalhos.
1.6 Justificativa
A efetividade das modernas unidades de sade dependem, em parte, da
monitorao e segurana dos processos de esterilizao. Para tal imprescindvel que os
equipamentos de esterilizao utilizados atendam as exigncias da norma NBR 9804.
Visando construir um sistema verstil, a implementao do sistema eletro-
mecnico se justifica por apresentar baixo custo otimizando o uso de autoclaves verticais.
O ciclo de operao do sistema implementado dispensa a interveno do operador,
atendendo os requisitos mnimos para esterilizao eficiente de materiais. Estes requisitos
so contemplados somente nas autoclaves horizontais, contudo estas apresentam custo
elevado (seo 1.3.1) quando comparadas as autoclaves verticais.
Pretende-se desta forma contribuir para uma melhor prestao de servios em
sade no Brasil.
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CAPTULO 2
2 Esterilizao
O objetivo da esterilizao destruir completamente todos os organismos
vivos, incluindo esporos e vrus, os quais podem estar presentes nos materiais a serem
esterilizados. O processo deve destruir ou matar todos os microrganismos, pois no
existem materiais quase estreis ou parcialmente estreis. Todos os microrganismos e seus
esporos devem ser destrudos para assegurar a esterilizao (NBRISO 11134 -
Esterilizao de produtos hospitalares).
Existem atualmente em uso uma srie de mtodos de esterilizao, sendo o
mais comum a esterilizao vapor, pois ainda considerado o mtodo mais eficiente
(NBR ISO 11134 - Esterilizao de produtos hospitalares).
2.1 Ciclo de vida da bactria
As bactrias no seu estado ativo podem ser facilmente destrudas por um
mtodo correto de esterilizao. A forma esporulada um mecanismo protetor atravs do
qual a bactria capaz de permanecer latente por um grande perodo de tempo. Neste
estado ela pode sobreviver s condies nas quais morreria rapidamente em seu estado
ativo. Entretanto, quando estes esporos so colocados novamente em uma condio
favorvel para seu desenvolvimento, eles tornam-se bactrias ativas. Para que a
esterilizao seja um processo absoluto necessrio conhecer o ciclo de vida das bactrias
e as condies necessrias sua destruio, bem como de seus esporos.
2.1.1 Morte trmica da bactria
Os dois fatores principais de esterilizao que devem ser medidos quando do
uso de vapor saturado so a temperatura do vapor e o tempo de exposio.
A Figura 2.1 mostra a curva de morte trmica para a destruio de
microrganismos. Acrscimos na temperatura de exposio implicam na reduo do tempo
do ciclo de esterilizao. De acordo com a Norma NBR 9804 a temperatura do vapor na
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Captulo 2 Esterilizao 11
cmara de esterilizao das autoclaves deve corresponder de 121C para 110 kPa a 127C
para 150 kPa.
Figura 2.1 - Curva de morte trmica para microrganismos.
Para o caso da esterilizao cirrgica, recomendado um mnimo de 12
minutos de exposio direta ao vapor 121C, sendo na prtica utilizados padres maiores
de exposio direta, de forma a garantir a esterilizao (Russel, 1982).
2.1.2 Calor e umidade
Para que a destruio dos microrganismos seja absoluta, o processo de
esterilizao a vapor deve permitir o controle do calor, umidade e temperatura. O calor
pode matar prontamente as bactrias mas, alm disso, necessrio que o vapor circule por
conveco, de forma a penetrar nos objetos porosos (Rutala, 1997).
2.2 Autoclaves
Autoclaves so aparelho que mediante a aplicao do vapor, sob presso
superior a atmosfrica, tem por finalidade obter a esterilizao (NBR 9804).
-
Captulo 2 Esterilizao 12
2.2.1 Autoclave Vertical
Na autoclave vertical (Figura 2.2) o ar dentro dos pacotes e da cmara interna
removido por gravidade. A colocao de gua na cmara feita de forma manual. Ao
injetar vapor na cmara de esterilizao, o ar sendo mais denso removido para baixo pelo
prprio vapor e, atravs de uma vlvula de drenagem, deslocado para fora (NBR 9804).
um processo lento e que favorece a presena e permanncia do ar residual (NBR ISO
11.134), (Norma ISO 11.134 1).
Os modelos convencionais de autoclaves verticais operam com temperaturas de
121C para 1 kPa e 127C para 1,5 kPa. A principal limitao para seu uso o longo tempo
necessrio para esterilizao e a no secagem do material aps o ciclo de esterilizao.
Figura 2.2 - Autoclaves verticais
2.2.2 Autoclave Horizontal
Na autoclave horizontal o ar removido previamente, com formao de vcuo
por meio de uma bomba de vcuo que deve ter uma capacidade suficiente e adequada,
dependendo do tamanho da cmara. O vcuo pode ser obtido por meio de formao de um
nico pulso (altovcuo) ou por meio de seguidas entradas e sadas de vapor em
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Captulo 2 Esterilizao 13
temperaturas mais baixas que a temperatura do processo. Em mdia so dados de 3 a 5
pulsos de pressurizao, sendo que esta variao depende da potncia da bomba de vcuo e
da qualidade do vapor.
As autoclaves horizontais operam com temperaturas de 121C para 1 kPa e
127C para 1,5 kPa. O alto-vcuo reduz o tempo necessrio para processamento e
penetrao mais rpida do vapor nos materiais a esterilizar. Os materiais so aquecidos por
tempo menor e, conseqentemente, os danos aos materiais e tempo de secagem so
reduzidos. Uma desvantagem neste modelo a possibilidade de mau funcionamento na
bomba de vcuo, o que pode causar a existncia de bolsas de ar nos pacotes. O vapor no
penetra nas regies do pacote aonde haja bolsas de ar.
Figura 2.3 - Autoclaves horizontais.
2.2.3 Causas de Esterilizao Ineficiente
As causas de falhas na esterilizao so decorrentes de eventuais problemas no
funcionamento do esterilizador ou erro na tcnica de esterilizao. A anlise das falhas
requer um exame minucioso em todas as partes do esterilizador, dos procedimentos de
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Captulo 2 Esterilizao 14
empacotamento, carga ou tcnicas utilizadas (International Federation of the
pharmaucetical industries, 1989). Alguns dos problemas mais comuns seguem listados
abaixo:
Carga Incorreta do Esterilizador: os pacotes nunca devem ser empilhados
um sobre o outro, nem tocar quaisquer das paredes da cmara e as
prateleiras devem ser vazadas. Como regra geral, colocar todos os potes no
esterilizador de maneira que caso contenham gua, ela escorra para fora e
que o vapor possa circular entre os pacotes.
Ar no esterilizador: a presena de ar na cmara interna retarda a penetrao do vapor nos pacotes, sendo a mistura resultante de ar e vapor menos efetiva
como agente esterilizante. Como o ar um mal condutor de calor, uma
pequena poro de ar presente no esterilizador aumentar substancialmente
o tempo necessrio para a penetrao do calor no pacote a esterilizar. As
autoclaves horizontais so equipadas com vlvula de expurgo de ar e
condensado, enquanto as autoclaves verticais no possuem tal vlvula. Vapor mido: ocorre normalmente no comeo do ciclo de esterilizao
reduzindo a efetividade do vapor. A no secagem do material favorece a
contaminao pelos microrganismos transportados pelo ar.
2.3 Programa de monitorizao para controle de qualidade de esterilizao
As tcnicas corretas de esterilizao so essenciais para a destruio de
microrganismos e esporos bacterianos. A normalizao das tcnicas de esterilizao so
um aspecto importante no controle de infeces, sendo uma responsabilidade do centro de
materiais esterilizados (CME). Os tcnicos bem treinados so essenciais para o sucesso de
qualquer programa de controle de infeces, porque eles tm a responsabilidade diria no
empacotamento, processamento e monitorizao das cargas.
A padronizao de rotinas tcnicas necessria para permitir a uniformizao
das atividades do CME. A existncia de rotinas e procedimentos escritos para a prtica de
descontaminao e esterilizao, e relatrios de performance das atividades do CME,
devem atender os principais requisitos de controle (APECIH, 1998), como segue:
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Captulo 2 Esterilizao 15
Cada item ou pacote a ser utilizado como um produto estril deve ter uma
etiqueta/identificao para o controle do lote de esterilizao.
Para cada ciclo deve-se manter um registro com as seguintes informaes:
a) Nmero de lote;
b) Contedo geral do lote ou carga (pacote, tecido, instrumentos, etc.);
c) Tempo de exposio;
d) Temperatura de exposio;
e) Nome/inicial do operador;
f) Resultados do teste biolgico, caso tenha sido feito;
g) Resultados do indicador qumico colocado no pacote de teste, caso tenha
sido feito;
h) Quaisquer relatrios no concludos ou com falhas de respostas de
indicadores qumicos encontrados posteriormente na carga.
Cada item a ser utilizado como estril deve ter uma etiqueta com o prazo de
expirao da validade da esterilizao.
Instrumentos mecnicos como registradores de tempo, temperatura ou
presso bem como os manmetros e termmetros devem ser monitorados
durante os ciclos, e os registros dos dados devem ser mantidos.
Indicadores internos podem ser posicionados no interior de cada pacote a ser
esterilizado, na regio de mais difcil acesso de agente esterilizante.
Indicadores externos, como fitas adesivas indicadoras ou etiquetas devem
estar em todos os pacotes de produtos estreis distribudos pelo hospital.
Pacotes de testes contendo indicadores biolgicos devem ser utilizados
durante os testes aps a instalao dos esterilizadores e sempre que grandes
consertos/reformas tenham sido feitos nos equipamentos.
Pacotes contendo indicadores biolgicos devem ser utilizados
rotineiramente nas cargas dos esterilizadores no mnimo semanalmente.
Cada carga contendo implantveis deve ser monitorada; sempre que
possvel, os implantveis devem ser mantidos em quarentena at o resultado
final do teste biolgico.
Indicadores biolgicos devem tambm ser utilizados para garantia peridica
da qualidade dos ciclos de esterilizao aplicados aos produtos.
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Captulo 2 Esterilizao 16
Todos os esterilizadores a vapor devem ser biologicamente testados por
ocasio da instalao e rotineiramente.
Teste de ar residual deve ser feito a cada dia que o esterilizador for
utilizado, antes do primeiro ciclo para determinar a eficincia do sistema de
pr-vcuo do esterilizador.
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CAPTULO 3
3 Normas Tcnicas Para Autoclaves
O objetivo deste captulo revisar as normas tcnicas que fixam condies
mnimas exigveis para a secagem e a esterilizao eficiente de materiais sem a
recontaminao microbiana.
Vale salientar que nas normas tcnicas NBR 9804 - Autoclave hospitalar, EB-
2115 - Esterilizao-Esterilizadores a vapor-Esterilizadores grandes - Requisitos, NBR
11817 - Esterilizao-Esterilizador a vapor-Esterilizadores pequenos - Requisitos, NBR
ISO 11134 - Esterilizao de produtos hospitalares - Requisitos para validao e controle
de rotina - Esterilizao por calor mido, encontradas na pesquisa bibliogrfica, a norma
NBR 9804 refere-se apenas s autoclaves horizontais.
H tambm uma descrio dos requisitos mnimos desta norma, visando sua
adaptao ao processo de esterilizao e secagem para autoclaves verticais. Para tal, ao
final deste captulo, um estudo comparativo aponta as diferenas entre as autoclaves
vertical e horizontal.
3.1 Condies Gerais
A seguir so especificadas as condies gerais para autoclaves:
As autoclaves de funcionamento com gerador de vapor prprio, acoplado ou
no ao corpo principal, devem ter aquecimento eltrico, ou outras fontes de
gerao de vapor, como combustvel lquido, gasoso, ou conforme
especificaes do usurio.
A instrumentao relativa a comandos e controles devem ficar em lugar
visvel e de fcil manuseio.
A autoclave deve ser fornecida acompanhada de instrues impressas para
seu uso, devendo trazer em lugar visvel e indelvel uma placa identificativa
contendo, pelo menos, as seguintes indicaes:
-
Captulo 3 Normas Tcnicas Para Autoclaves 18
a) nome e endereo do fabricante;
b) ano do fim da construo da autoclave;
c) nmero de ordem, dado pelo fabricante da autoclave;
d) temperatura mxima admissvel do vapor, quando superaquecido.
3.2 Caractersticas de Funcionamento
As caractersticas de operao para autoclaves de acordo com a norma NBR
9804 devem ser:
As autoclaves convencionais devem funcionar sob presso efetiva de vapor
saturado de 110 kPa a 150 kPa na cmara de esterilizao correspondendo
de 121C a 127C de temperatura. As autoclaves rpidas com sistema
mecnico ou remoo de ar, de 200 kPa a 220 kPa correspondendo de 133C
a 135C.
Tempo de exposio pode ser contado automaticamente ou manualmente,
dependendo do material e da temperatura escolhida para esterilizao, aps
a cmara de esterilizao atingir tal valor na parte mais fria.
Na autoclave, a sada de vapor condensado e de ar, da cmara interna, ou
seja a drenagem, deve ser pela parte inferior oposta ao lado que injetado o
vapor.
As autoclaves podem ser construdas com comandos automticos ou
manuais.
3.3 Material e Manufatura
Quanto aos seus aspectos construtivos, as autoclaves devem apresentar as
seguintes caractersticas:
A cmara interna e a cmara externa que a envolve, devem ser soldadas
entre si de tal forma que o bloco compacto resista, no mnimo, ao dobro da
presso mxima de trabalho permitida da autoclave.
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Captulo 3 Normas Tcnicas Para Autoclaves 19
O corpo principal da autoclave, ou seja, a cmara interna e externa, deve ser
construda com material resistente presso de vapor saturado, ensaiado a
uma presso hidrosttica igual ao dobro da presso de trabalho, e processos
que dificultem o desgaste atravs da corroso. Comumente so utilizadas
chapas de ao inoxidvel classe 300 (NBR 5601 ou ao 1010/1020, NBR
6006), eventualmente protegidas com material resistente ao processo.
A cmara interna e externa que a envolve, devem ser soldadas entre si de tal
forma que o bloco compacto resista, no mnimo, ao dobro da presso
mxima de trabalho permitida da autoclave.
As paredes da cmara interna da autoclave em ao inoxidvel devem possuir
acabamento polido, utilizando-se para polimento material compatvel ao da
cmara, para que resista melhor a corroso.
A abertura da porta deve ser em dois estgios correspondendo primeiro ao
desaperto, e o segundo sua abertura, evitando assim a possibilidade de
jatos de vapor sobre o operador.
A porta da cmara de esterilizao hermeticamente fechada e resistente,
deve possuir no volante, maanetas ou dispositivos destinados ao manejo
que entram em contato com a mo do operador, material de baixa
condutibilidade trmica, resultando numa isolao que no permita
temperaturas superiores s do ambiente.
A autoclave deve possuir isolao trmica no corpo principal que permita
no ultrapassar, nas paredes externas, temperaturas superiores a 45C,
quando em funcionamento, exceo feita a porta.
As autoclaves devem possuir os seguintes requisitos:
a) manmetro para a cmara externa para registro ou indicao da presso,
com escala mnima do dobro da presso de trabalho;
b) vlvulas de segurana de alvio com o mnimo do dobro da vazo de
entrada, nas cmaras externa e interna;
c) purgadores automticos, termostticos, eliminadores de ar e condensados
ligado ao dreno das cmaras externa e interna para eliminao de ar e condensados;
d) termmetro com escala para temperaturas de, no mnimo, 150C calibrado
para operar na faixa de 100C e 138C de fcil leitura, com graduaes de grau em grau;
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Captulo 3 Normas Tcnicas Para Autoclaves 20
e) vlvulas de reteno na linha de sada da cmara de esterilizao para evitar
contaminao provocada pelo retorno do ponto de drenagem;
f) pressostatos ou termoreguladores para controle da presso ou temperatura,
ajustveis, com diferencial mximo de 10 kPa 2C;
g) quando a secagem for com vcuo, deve ter dispositivo para colocao de
filtro esterilizante na admisso do ar;
h) a descarga das canalizaes da linha de drenagem deve estar colocada em
um funil que evite a contaminao provocada pelo retorno do ponto de drenagem.
Gerador de vapor das autoclaves, deve possuir os seguintes requisitos:
a) aquecimento eltrico ou aquecimento por combustvel lquido ou gasoso
(NBR 9804);
b) eliminador de ar e descarga de limpeza;
c) capacidade de gerar vapor para, no mnimo, duas esterilizaes completas
na autoclave sem reposio de gua;
d) quando o aquecimento for eltrico os elementos aquecedores devem ser do
tipo de imerso, apropriados a voltagem especfica e com potncia adequada para atingir a
temperatura no tempo mximo de 45 minutos sem carga. Os elementos aquecedores devem
ser facilmente substituveis.
A autoclave deve ser montada sobre armao de tubos ou cantoneiras de
ao, formando uma estrutura rgida que permita o manuseio da mesma, com
toda a segurana.
As tubulaes da autoclave devem suportar a sada do vapor e da gua.
As autoclaves devem ser revestidas nas partes visveis aps a montagem, e
este revestimento deve permitir o acesso para fins de manuteno.
Chapas de ao para revestimento no precisam ter mais de 1,25 mm de
espessura (NBR 9804).
Podem ser colocadas, no revestimento, aberturas para ventilao das partes
crticas.
Os elementos de manejo e instrumentos de indicao colocados no
revestimento, devem ser identificados de acordo com sua serventia e serem
facilmente acessveis e manejveis. As escalas devem ser montadas de
modo a permitir leitura cmoda.
-
Captulo 3 Normas Tcnicas Para Autoclaves 21
A porta deve possuir nos dispositivos de manejo que entram em contato com
a mo do operador, material de baixa condutibilidade trmica resultando
numa isolao que no permita temperaturas superiores s do ambiente.
Quando no forem feitas exigncias especiais, quanto ao revestimento das
partes externas de autoclave, deve ser feita pintura de esmalte sinttico.
3.4 Local de Montagem
Em relao ao local de montagem, para assegurar a correta operao e
manuseio, as autoclaves devem:
Para assegurar manejo e manuteno corretos, deve ser observada a
distncia mnima de 100 cm entre equipamentos e paredes em funo da
necessidade de manuteno.
Calor irradiado pela autoclave, despressurizao ou pelo calor de
reevaporao de vapor condensado, devem ser evitados ou dissipados para
no proporcionar aumento sensvel de temperatura no ambiente de trabalho.
No local da instalao da autoclave deve ser previsto um ponto de descarga
de vapor para a atmosfera, resultante da despressurizao da cmara interna
de autoclaves que necessitam desse processo.
Os controles da fonte de risco, como registros de vapor, chaves eltricas,
descargas de vapor, emergncia, etc., devem estar posicionados em local de
fcil acesso, permitindo imediata ao dos operadores da autoclave.
3.5 Condies de Operao
Para a correta operao e segurana no manuseio das autoclaves deve-se
cumprir os seguintes requisitos:
Considerando que o vapor age diretamente sobre o material a ser
esterilizado, o vapor disponvel deve ser saturado seco, isento de ar, leo ou
outras impurezas (como: areia, ferrugem, produtos qumicos, etc.).
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Captulo 3 Normas Tcnicas Para Autoclaves 22
A tubulao de vapor deve ser drenada com purgadores no mnimo cada
25 m, e tambm na entrada para a autoclave, alm da sangria e do purgador,
separador de umidade para obteno do vapor saturado em condies
normais de utilizao.
Para refrigerao direta ou indireta da autoclave, abastecimento de gerador
de vapor ou outra finalidade de transferncia de calor, pode ser usada a gua
livre de impurezas e incua. Qualidade de gua potvel suficiente.
Para cada autoclave deve ser instalado um interruptor capaz de ligar e
desligar todas as fases necessrias.
Interruptor deve ser colocado em local de fcil acesso e prximo da
autoclave. Deve ser sinalizado e de fcil operao.
Quanto aos fusveis e condutores, devem estar apropriados potncia do
equipamento.
3.6 Aceitao e Rejeio
As autoclaves devem estar em conformidade com os seguintes critrios de
aceitao e rejeio:
A temperatura em qualquer ponto da cmara de esterilizao no pode ser
inferior a 121C - 110 kPa para autoclaves convencionais e 133C - 200 kPa
para autoclaves rpidas.
Tempo requerido para atingir a temperatura de esterilizao nas autoclaves
eltricas, sem carga, de, no mximo, 45 minutos.
A temperatura em qualquer ponto das paredes externas no deve exceder a
45C, com exceo feita porta.
Quando a autoclave atingir a temperatura mnima de operao, a diferena
de temperatura entre diferentes pontos da cmara de esterilizao no deve
exceder a 2C.
Verificao da secagem do material esterilizado, com tempo e
acondicionamento do material na autoclave.
Devem ser feitos testes bacteriolgicos com cultura de Bacillus subtilis,
prvia e propriamente preparadas e colocadas no ncleo dos materiais a
-
Captulo 3 Normas Tcnicas Para Autoclaves 23
serem esterilizados, com um ou mais testes por prateleira, para
comprovao de esterilizao, com tempo e temperatura de exposio.
3.7 Comparao entre as Autoclaves Vertical e Horizontal
A Tabela 3.1 apresenta as diferenas entre as autoclaves vertical e horizontal
quanto ao atendimento aos principais requisitos mnimos exigveis para a esterilizao e
secagem de materiais, conforme a norma NBR 9804.
Tabela 3.1 - Requisitos mnimos para esterilizao.
Principais requisitos para autoclaves
conforme a norma NBR 9804
Autoclave
Horizontal
Autoclave
Vertical
Cmara externa com resistncia externa (camisa) X
Purgador automtico X
Vlvulas de reteno de gua e vapor X
Secagem do material aps o ciclo de esterilizao X
Gerao de vapor para no mnimo duas esterilizaes
completas sem reposio de gua
X
Entrada de gua automaticamente na cmara interna X
Filtro na passagem de gua na entrada da cmara
interna
X
Vlvulas interruptoras de fluxo de vapor e gua X
Monovacumetro X X
Termmetro X X
Cmara interna X X
Resistncia eltrica interna X X
Material da cmara interna - ao inoxidvel X X
Conforme a Tabela 3.1, as autoclaves horizontais efetuam a secagem do
material, no colocando em risco o processo de esterilizao.
-
Captulo 3 Normas Tcnicas Para Autoclaves 24
Neste sentido a cmara externa da autoclave horizontal contem uma resistncia
externa (camisa) tendo por finalidade o pr-aquecimento, a manuteno da temperatura das
paredes da cmara interna e tambm a secagem do material esterilizado. Alm disso, um
purgador automtico conectado ao dreno das cmaras externa e interna da autoclave
permite eliminar ar e condensados existentes na cmara interna e vlvulas de reteno na
linha de sada da cmara de esterilizao evitam a contaminao provocada pelo retorno
* X = contm
do ponto de drenagem efetuada pelo purgador. Aliada a estas caractersticas, a autoclave
horizontal permite a gerao de vapor para, no mnimo, duas esterilizaes completas sem
reposio de gua.
As autoclaves verticais no efetuam a secagem do material esterilizado, sendo
que estes ficam molhados aps o ciclo de esterilizao, necessitando de uma estufa para
efetuar a secagem. Isto implica em transporte do material da autoclave para a estufa, o que
pode colocar em risco o processo de esterilizao pois o ambiente mido favorece a
contaminao por bactrias (NBR ISO 11134).
A implementao do sistema proposto implica na incluso de um sistema
eletro-mecnico uma autoclave vertical de forma a atender os requisitos mnimos no
processo de esterilizao descritos na Tabela 3.1.
-
CAPTULO 4
4 Testes aplicveis na validao da esterilizao
Este captulo aborda os diferentes tipos de testes aplicveis na verificao da
eficincia do processo de esterilizao.
Recomenda-se que esterilizadores vapor e ar quente devem ser testados com
indicadores biolgicos semanalmente e devem ser usados indicadores qumicos em cada
pacote a ser esterilizado (NBR 9804).
4.1 Indicadores biolgicos
O indicador biolgico consiste de um preparado de um microrganismo
especfico, resistente a um determinado processo de esterilizao. usado para
qualificao de uma operao fsica de um aparelho de esterilizao, no desenvolvimento e
estabelecimento de processo de esterilizao validado para um artigo especfico, e na
esterilizao de equipamento, material e embalagens para processamento assptico.
usado tambm para monitorar um ciclo de esterilizao uma vez estabelecido (Pinto,
2000).
O indicador biolgico apresenta-se em duas formas principais, cada uma das
quais incorpora uma cultura vivel de uma espcie conhecida de microrganismo. Em uma,
os esporos so adicionados a um veculo (disco ou tira de papel de filtro, vidro ou plstico)
e embalado de modo que mantenha a integridade da carga inoculada e que o agente
esterilizante exera seu efeito quando necessrio. Em outra, os esporos de bactrias so
adicionados a unidades representativas do lote a ser esterilizado (produto inoculado), ou a
unidades similares (produto similar inoculado).
O indicador biolgico ou bioindicador pode ser definido como preparao
caracterizada de microrganismos especficos, e portadores de grande resistncia a um
particular processo de esterilizao. Bioindicadores de conhecidos nveis de populao
microbiana so utilizados com o propsito de dar segurana ao processo de esterilizao
executado (Brasil, 2000).
-
Captulo 4 Testes Aplicveis na Validao da Esterilizao 26
Um produto inoculado no deve afetar adversamente as caractersticas de
performance dos esporos viveis. Se o material a ser esterilizado um lquido, e se for
impraticvel adicionar um indicador biolgico a unidades selecionadas do lote, esporos
viveis podem ser adicionados a um produto similar, mas com a condio de que a
resistncia do produto ao processo de esterilizao seja a mesma do produto original a ser
esterilizado.
Um indicador biolgico usado para monitoramento de um processo de
esterilizao pode ser inadequado, e pode tambm ser insatisfatrio para validao de
ciclos de esterilizao que podem diferir em suas necessidades para aplicaes especficas.
O uso eficiente dos indicadores biolgicos para o monitoramento de um
processo de esterilizao requer profundo conhecimento do produto a ser esterilizado e
suas partes componentes (material e embalagens) e no mnimo uma idia geral dos
provveis tipos e nmero de microrganismos constituintes da carga microbiana do produto
antes da esterilizao. As principais vantagens dos bioindicadores em fitas de papel de filtro so:
baixo custo, pequeno tamanho e facilidade no manuseio.
4.2 Tipos de indicadores biolgicos
O indicador biolgico o parmetro escolhido para certificar-se de que o nvel
de esterilidade estabelecido para o produto alcanado, conferindo a certeza de
esterilidade frente margem de segurana mnima definida de apenas 1 unidade
contaminada em 106 unidades do produto processado (Vessoni, 1994).
4.2.1 Testes de cultura
Os testes de cultura semanais so recomendados pelas normas NBR ISO 11134
e NBR 9804. A principal vantagem seu alto nvel de confiabilidade. Estes testes so
realizados atravs da escolha de microrganismos em funo de sua resistncia s condies
de esterilizao a serem verificadas, pois estas devem ser suficientes para matar os esporos
especficos selecionados.
Os esporos de Bacillus stearothermophilus so os indicadores mais comumente
usados para o teste de esterilizadores vapor. O tempo de morte trmica pode ser obtido
-
Captulo 4 Testes Aplicveis na Validao da Esterilizao 27
para os diferentes esporos testados e representa o tempo necessrio para matar todos os
esporos na temperatura obtida. Embora tiras de esporos sejam parte integrante do controle
de qualidade, elas tm limitaes prticas que incluem:
Resultados demorados: o resultado dos testes normalmente no
disponvel antes de 24 horas (ou at 7 dias). impraticvel manter em
quarentena todos os materiais neste perodo.
Problemas de amostragem: o nmero e a freqncia requeridos de testes
para assegurar a deteco de falhas no esterilizador no economicamente
vivel pois necessrio uma grande quantidade de testes para se obter
confiabilidade.
Falso positivo: a tcnica de cultura importante para evitar a contaminao
de tiras de esporos esterilizadas, as quais pode causar o crescimento de
organismos estranhos, o que pode resultar em falso positivo.
4.2.2 Indicador Biolgico Sportest
As tiras de esporos Sportest contem Bacillus stearothermophilus para ciclos de
esterilizao vapor e Bacillus subtilis para ciclos de esterilizao de xido de etileno e ar
quente. Seu uso dentro das rotinas de monitorao do ciclo indicado para:
Validar os equipamentos de esterilizao;
Comprovar periodicamente a validade dos ciclos de esterilizao;
Determinar novos tempos de esterilizao sempre que houver mudana no
processo de esterilizao, de contedo, de indicativo de presso e
temperatura, ou substituio de equipamento de monitorao fsica dos
esterilizadores.
4.2.3 Indicador Biolgico Auto-Contido ATI-Test
Os indicadores biolgicos auto-contidos ATI-Test, alm da tira de esporos,
incluem o material prprio para incubao e indicao colorida para leitura negativa ou
positiva. Para ciclos de esterilizao vapor este indicador contm Bacillus
-
Captulo 4 Testes Aplicveis na Validao da Esterilizao 28
stearothermophilus e para a esterilizao de xido etileno Bacilus subtilis. As suas
principais vantagens so:
A leitura preliminar em 12 horas e incubao completa em 48 horas;
A sua forma construtiva impede a recontaminao, pois evita o crescimento
do micro organismo estranho, conseqentemente eliminando a possibilidade
de leitura falso-positiva.
4.3 Indicadores qumicos
Estes tipos de indicadores so um sistema qumico aplicado um substrato,
sendo normalmente tiras de papel, cuja colorao ou estado fsico mudam quando
submetidos s condies de esterilizao vapor. Sua funo indicar que as condies
corretas de esterilizao foram atingidas durante o ciclo de esterilizao.
4.3.1 Indicadores de esterilizao
Os indicadores de esterilizao (Figura 4.1) so sensveis cada um dos trs
parmetros necessrios para a esterilizao vapor (tempo, temperatura e presena de
vapor). A Figura 4.1 mostra a ocorrncia da esterilizao atravs da mudana de cor do
indicador.
Figura 4.1 - Indicadores de esterilizao.
-
Captulo 4 Testes Aplicveis na Validao da Esterilizao 29
4.3.2 Indicadores de processo
Os indicadores de processo (Figura 4.2) so sensveis somente um ou dois
destes trs parmetros, sendo usado para evidenciar a passagem do material pelo
esterilizador, porm no assegurando que este foi exposto a todos os trs parmetros
necessrios para a esterilizao. A Figura 4.2 mostra a ocorrncia da esterilizao atravs
da mudana de cor do indicador.
Figura 4.2 - Indicador de processo.
4.3.3 Fita Adesiva Tecil
As fitas auto-aderentes Tecil, simplificam e auxiliam o fechamento de todos os
tipos de pacotes que sero colocados no esterilizador. Possuem tratamento qumico com
uma tinta que muda de cor ao ser submetida ao dos agentes esterilizantes.
4.3.4 Folhas de Teste Bowie & Dick Diatest-Tecil
O teste Bowie & Dick foi desenvolvido para verificar a eficincia na remoo
do ar em esterilizao com alto-vcuo. Este requer um pacote contendo uma folha
indicadora (Figura 4.3a), a ser colocada sobre o dreno com a cmara vazia. Processa-se
ento um ciclo 132 C por 3 a 4 minutos. Caso o esterilizador no esteja funcionando
adequadamente e a remoo do ar no seja efetiva, obtm-se a indicao na folha de teste,
observada por uma mudana incompleta de cor (Figura 4.3b), evidenciando a falha no
equipamento. Caso a autoclave esteja funcionando corretamente, a mudana de cor das
folhas Diatest ser uniforme (Figura 4.3c). Este teste dever ser feito no primeiro ciclo de
esterilizao do dia.
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Captulo 4 Testes Aplicveis na Validao da Esterilizao 30
(a) (b) (c)
Figura 4.3 - Folhas de Teste Bowie & Dick Diatest-Tecil.
4.4 Modelo semilogartmico para curvas de sobreviventes
O produto se mantm conservado se no houver a manifestao dos
microrganismos presentes; isto significa dizer que, aps a exposio ao calor mido,
poder haver microrganismos dormentes ou em estado latente de sobrevivncia, que no se
multiplicaro durante a vida til de prateleira, porque o produto no oferece condies
favorveis de germinao e reproduo (Trabulsi et al., 2004).
Os procedimentos de esterilizao, de pasteurizao e de higienizao utilizam
o calor mido no controle da carga microbiana presente no produto.
O nmero final de microrganismos sobreviventes expostos ao calor mido
representa o efeito do processo. A destruio trmica de uma populao homognea de
microrganismos considerada logartmica. O fenmeno de destruio trmica pode ser
representado pelo modelo de curva linearizada, semi-logartmica de sobreviventes. A
representao grfica do logaritmo decimal de sobreviventes, em relao ao tempo de
exposio temperatura constante resulta em curva linearizada decrescente (Figura 4.4).
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Captulo 4 Testes Aplicveis na Validao da Esterilizao 31
Figura 4.4 - Curva de sobrevivente.
A variao do nmero de sobreviventes, com o tempo de exposio, funo
do nmero de microrganismos inicialmente presentes, e representada pela Equao 5.1:
303.2t.kLogLog NN 0f = 5.1
Onde:
NfLog = logaritmo decimal da populao sobrevivente aps um tempo (t) de
exposio;
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Captulo 4 Testes Aplicveis na Validao da Esterilizao 32
N0Log = logaritmo decimal da populao no tempo inicial (t=0);
k = constante de velocidade especfica de destruio por unidade de tempo (t).
Para um mesmo microrganismo todos os parmetros de tratamento devem ser
mantidos constantes durante o tempo de exposio estabelecido; pois a resistncia trmica
funo da concentrao de vapor mido presente.
O valor D ou Tempo de Reduo Decimal o intervalo de tempo temperatura
constante de tratamento para uma reduo de 90% da populao microbiana, inicialmente
presente no produto. O valor D o inverso negativo do coeficiente angular da equao da
reta calculada utilizando-se do mtodo da regresso linear, atravs dos mnimos quadrados,
aplicado regio linear da curva de sobrevivncia. O valor D relaciona-se constante
especfica de reao atravs da Equao 5.2:
k303.2D = 5.2
Substituindo o valor D na Equao 5.1, resulta na Equao 5.3, sendo:
DtLogLog NN 0f =
5.3
A Equao 5.3 representa o nmero total de bactrias sobreviventes em funo
do tempo de exposio ao ciclo de esterilizao.
O bioindicador adequado deve apresentar uma populao de esporos e uma
termoresistncia ao processo de esterilizao superiores quelas dos microrganismos
originalmente presentes no produto a ser esterilizado.
4.4.1 Crescimento microbiano
s condies favorveis de crescimento, os microrganismos presentes nos
produtos, iniciam sua multiplicao. Se forem realizadas contagens microbianas
peridicas, estas podem ser representadas graficamente colocando o logaritmo decimal do
nmero de microrganismos viveis por mililitro de diluio do produto em questo no eixo
das ordenadas e a unidade de tempo de crescimento no eixo das abcissas. Obtm-se assim a
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Captulo 4 Testes Aplicveis na Validao da Esterilizao 33
curva de crescimento, que caracterizada por quatro fases distintas, denominadas de fase
de latncia, exponencial ou logartmica, estacionria e de declnio ou morte (Vessoni et al.,
1997).
A fase de latncia caracteriza o tempo necessrio ao ajuste dos microrganismos
ao novo ambiente fsico-qumico. O prolongamento mximo dessa fase aumenta a vida til
de prateleira do produto.
Durante a fase logartmica ou exponencial, as clulas se dividem em ritmo
constante, e o incremento do nmero de clulas diretamente proporcional ao tempo de
gerao.
Durante a fase de morte ou inibio do crescimento o nmero de clulas
viveis decresce em ritmo constante, e logaritmicamente, frente s condies desfavorveis
do meio ambiente, embora o processo de esporulao continue.
4.5 Tcnicas microbiolgicas
A base do trabalho microbiolgico principalmente o isolamento,
quantificao e estocagem de microrganismos. No existe um nico processo que possa ser
recomendado em todas as situaes. A escolha da tcnica mais adequada para cada caso s
pode ser feita aps considerao cuidadosa de todos os fatores positivos e negativos que
envolvem o processo em questo. Na seqncia, sero apresentadas as tcnicas utilizadas
neste trabalho.
4.5.1 Isolamento
Geralmente, a obteno de uma espcie particular de microrganismo exige seu
prvio isolamento laboratorial a partir de uma cultura mista, de modo a formar uma cultura
pura. A cultura pura formada por uma populao derivada de uma nica clula original, e
apresenta colnias aparentemente semelhantes e clulas com a mesma aparncia e mesma
colorao de Gram quando observadas ao microscpio. Algumas culturas puras exibem
colnias lisas e rugosas na mesma superfcie de crescimento em meio slido; cistos e
esporos podem ocorrer junto com outras formas em culturas de vrios organismos e
algumas podem apresentar variaes na colorao de Gram.
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Captulo 4 Testes Aplicveis na Validao da Esterilizao 34
No sempre que a obteno de uma colnia isolada assegura a pureza da
cultura, pois as colnias podem se desenvolver a partir de agregados celulares, tanto
quanto a partir de uma nica clula (Veronesi et al., 2002).
Entre as vrias tcnicas de isolamento, uma das mais utilizadas a semeadura
em superfcie.
4.5.2 Semeadura em superfcie
Primeiramente preparam-se placas de Petri com Agar nutritivo apropriado ao
microrganismo a ser isolado. O meio de cultura esterilizado, resfriado at temperatura de
aproximadamente 50 C e acrescido dos ingredientes termolbeis necessrios, distribudo
em placas de Petri esterilizadas (Trabulsi et al., 2004).
A secagem das placas deve ser feita temperatura ambiente durante 24 horas.
Recomenda-se executar todo o procedimento em cmara de fluxo laminar. O
armazenamento das placas deve ser feito a 4C, porm no momento do uso estas devem
estar temperatura ambiente. Com uma ala de nquel cromo, coloca-se uma poro
reduzida da amostra bacteriana na superfcie do agar e arrasta-se a ala por toda a extenso
do agar, cuidadosamente, para no imergi-la dentro do meio, distribuindo desta forma a
amostra.
Este procedimento separa as clulas umas das outras e, aps incubao, em
algumas reas da placa haver a formao de colnias isoladas, cada uma delas
provavelmente descendente de uma nica clula, e sendo portanto uma cultura pura. A ala
deve ser flambada corretamente e esfriada antes do uso, encostando-a no interior da placa
de Petri. O crescimento de cada cultura deve ser examinado, microscpica e culturalmente,
a fim de confirmar sua pureza.
4.5.3 Contagem direta por microscopia
uma tcnica rpida e barata e utiliza equipamento facilmente disponvel em
laboratrios microbiolgicos. As suspenses muito concentradas devem ser diludas em
gua destilada, de forma que se observem as clulas isoladamente. A principal
desvantagem destes mtodos que no permitem a contagem de clulas viveis, apenas do
total de clulas presentes na amostra.
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CAPTULO 5
5 Desenvolvimento
O presente captulo descreve um sistema eletro-mecnico desenvolvido para
executar seqencialmente todos os ciclos do processo de esterilizao vapor de uma
autoclave vertical. O sistema implementado dispensa a interveno de um operador para
controlar todas as etapas do processo, eliminando tambm a necessidade de uma estufa
para a secagem dos materiais esterilizados. Para tal, necessrio descrever os princpios de
operao de autoclaves verticais, permitindo assim o entendimento das adequaes que se
fazem necessrias implementao do novo sistema. Este captulo tambm abordar os
testes biolgicos realizados nas autoclaves verticais e no sistema proposto, de forma a
verificar a eficincia no processo de esterilizao.
5.1 Operao de autoclaves verticais
Esta seo apresenta uma descrio das peas que compem as autoclaves
verticais, sendo:
Painel: possui lmpada liga/desliga e chave seletora de calor para os nveis
mnimo, mdio e mximo.
Manpulos: permite a abertura e o fechamento com segurana da tampa da
cmara.
Tampa: permite o fechamento da cmara de esterilizao.
Gabinete: compartimento que aloja todas as peas do equipamento.
A Figura 5.1 mostra o gabinete de uma autoclave, onde possvel visualizar
painel, a tampa e os manpulos.
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Captulo 5 Desenvolvimento ............................................................................................36
Figura 5.1 - Autoclave vertical
Cmara: compartimento cuja seco transversal, de formato cilndrico ou
retangular, destina-se a receber o material a ser esterilizado (Figura 5.2).
a
CmarFigura 5.2 - Cmara da autoclave vertical
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Captulo 5 Desenvolvimento ............................................................................................37
Cesto: conter o material a ser esterilizado, sendo feito em ao inox,
conforme Figura 5.3.
Cesto
Figura 5.3 - Cesto da autoclave vertical
Vlvula de segurana: apresenta sistema de peso e contra-peso para
regulagem da presso da cmara interna.
Manmetro: apresenta duas escalas, sendo uma para temperatura (100C a
143C) e outra para presso (0 a 3 kgf/cm).
A Figura 5.4 mostra a vlvula de segurana e o manmetro da autoclave
vertical.
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Captulo 5 Desenvolvimento ............................................................................................38
a
o Manmetr
Figura 5.4 - Manmetro e vlvula de segurana da autoclave vertical.
Resistncias: permitem o aquecimento da gua dentro da cmara (Figura
5.5).
ResistnciaFigura 5.5 - Resistncias da aVlvula de Seguranutoclave vertical.
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Captulo 5 Desenvolvimento ............................................................................................39
Registro de escoamento: permite a drenagem da gua aps o trmino do
ciclo de esterilizao (Figura 5.6).
Registro
Figura 5.6 - Registro de escoamento.
A Figura 5.7 apresenta as etapas para o processo de esterilizao atravs de
autoclaves verticais.
Pr-aquecimento
Secagem em estufa
Retirada de gua e vapor
Ciclo esterilizao
Figura 5.7 - Ciclo de esterilizao de autoclaves verticais.
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Captulo 5 Desenvolvimento ............................................................................................40
Para dar incio a etapa do pr-aquecimento necessrio que o operador
posicione a chave de seleo de temperatura na posio mxima, implicando no
aquecimento da gua dentro cmara devido a atuao de uma resistncia (Figura 5.8). O
controle da temperatura e presso na cmara feito manualmente pelo operador, em
funo dos nveis indicados por um manmetro. Quando a temperatura e presso atingirem
os nveis necessrios esterilizao, o operador deve posicionar a chave de seleo de
temperatura para o nvel mnimo fazendo com que duas resistncias fiquem ligadas em
srie no circuito (Figura 5.8), de forma a manter as condies de temperatura e presso
durante o tempo necessrio ao ciclo de esterilizao. A durao do ciclo de esterilizao
estipulada e controlada pelo operador dependendo do tipo de material a ser esterilizado. Ao
trmino deste ciclo o operador deve desligar o equipamento, abrir a vlvula de segurana
para a sada do vapor e abrir o registro para o escoamento da gua presente no interior da
cmara. Em seguida o material deve ser retirado da autoclave e encaminhado para a estufa,
devendo a temperatura e o tempo de secagem serem estipulados pelo operador dependendo
do tipo de material.
Figura 5.8 - Operao da autoclave vertical.
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Captulo 5 Desenvolvimento ............................................................................................41
5.2 Sistema proposto
A implementao do sistema proposto implica na incluso de um sistema
eletro-mecnico uma autoclave vertical de forma a atender os requisitos mnimos no
processo de esterilizao. A Figura 5.9 representa as etapas de execuo para o processo de
esterilizao, usando o novo sistema adaptado.
Pr-aquecimento
Terceiro ciclo Secagem
Segundo ciclo Expurgo
Primeiro ciclo Esterilizao
Figura 5.9 - Fluxo de execuo do processo de esterilizao do sistema proposto.
A adaptao do novo sistema autoclave vertical deve permitir:
Ligar o equipamento e controlar automaticamente o aquecimento da cmara
at atingir a temperatura de incio do ciclo de esterilizao.
Manter automaticamente a temperatura e presso na cmara durante o ciclo
de esterilizao.
Desligar automaticamente a resistncia interna e iniciar o ciclo de expurgo
do vapor e da gua contido na cmara.
Ligar automaticamente a resistncia externa, terminado o ciclo de expurgo,
permitindo o incio do ciclo de secagem dos materiais esterilizados e do
prprio equipamento.
Desligar a resistncia externa e todo o equipamento, fechando o ciclo
completo de esterilizao.
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Captulo 5 Desenvolvimento ............................................................................................42
5.3 Diagrama eltrico
A Figura 5.10 mostra o diagrama de blocos do hardware do sistema eletro-
mecnico desenvolvido bem como os componentes utilizados.
Figura 5.9 - Interligao dos componentes do sistema desenvolvido
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Captulo 5 Desenvolvimento ............................................................................................43
Para melhor compreenso do sistema desenvolvido, a Figura 5.10 apresenta os
mdulos que compem o hardware, sendo estes: acionamento e proteo, temporizao e
controle, pr-aquecimento e esterilizao,expurgo e secagem.
Figura 5.10 - Mdulos do sistema desenvolvido
5.3.1 Acionamento e proteo
composto por uma chave que permite ligar e desligar o equipamento tenso
de alimentao de 220 V AC.A proteo contra a sobrecorrente feita por fusveis. O
Fusvel 2 (de 20 A), atua na proteo das resistncias externa e interna interrompendo o
circuito que leva alimentao s resistncias atravs dos Contatores 2 e 3. O Fusvel 3 (de
10 A), atua exclusivamente na proteo do circuito da resistncia externa e lmpada piloto
L2 e o Fusvel 4 (de 10 A) protege o circuito da resistncia interna e lmpada piloto L3. A
proteo do Timer e Contatores 1,2 e 3 implementada atravs do Fusvel 1, sendo este de
2 A.
O Pressostato 1 atua no desligamento do equipamento caso o nvel de presso
no interior da cmara ultrapasse o dobro da presso de operao do ciclo de esterilizao.
A Figura 5.11 apresenta a montagem deste pressostato na autoclave vertical.
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Captulo 5 Desenvolvimento ............................................................................................44
Pressostato
Figura 5.11 - Montagem do pressostato de segurana.
5.3.2 Temporizao e controle
O Timer controla o ciclo de operao do sistema (Figura 5.12). Em repouso, o
contato das chaves CH2 e CH3 estaro fechados e os demais abertos. Aps o equipamento
ser ligado, a chave CH3 alimenta o Pressostato 2, acionando o Contator 3 de forma a
alimentar a resistncia interna. Quando atingir a temperatura e presso desejadas no pr-
aquecimento, o Pressostato 2 comanda o Contator 1, que fica auto-alimentado energizando
o Timer e dando incio temporizao do ciclo de estererilizao. Durante este ciclo, o
Pressostato 2 comanda o Contator 3 para ligar e desligar a resistncia interna cmara de
esterilizao de forma a manter a temperatura e presso necessrias. Aps o trmino do
ciclo de esterilizao, o Timer abre os contatos da chave CH3 (desligando a resistncia
interna) e fecha os contatos da chave CH4 ligando a vlvula de expurgo. Terminado o ciclo
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Captulo 5 Desenvolvimento ............................................................................................45
de expurgo, o Timer abre os contatos da chave CH4 (desligando a vlvula) e inicia o ciclo
de secagem fechando os contatos da chave CH5, acionando o Contator 2 de forma a
alimentar a resistncia externa cmara de esterilizao. Ao fim do ciclo de secagem, o
Timer volta ao estado de repouso, mantendo os contatos das chaves CH2 e CH3 fechados,
e os demais abertos.
Figura 5.12 - Timer.
5.3.3 Pr-aquecimento e esterilizao
Durante a fase de pr-aquecimento e esterilizao o Contator 3 alimenta a
resistncia interna (Figura 5.5), sendo control