2º Relatório - Separação cations do grupo 3A

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI CAMPUS ALTO PARAOPEBA SEPARAÇÃO DE CÁTIONS DO GRUPO IIIA ALEX JUNIOR (12.450.0054) ANA LUIZA QUEIROZ (10.455.0026) ANDRÉIA SEIXAS LEAL (10.455.0052) Relatório apresentado como parte das exigências da disciplina Química Analítica Experimental, sob orientação do professor Vagner Fernandes Knupp.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI

CAMPUS ALTO PARAOPEBA

SEPARAÇÃO DE CÁTIONS DO GRUPO IIIA

ALEX JUNIOR (12.450.0054)

ANA LUIZA QUEIROZ (10.455.0026)

ANDRÉIA SEIXAS LEAL (10.455.0052)

Ouro Branco - MG

Dezembro de 2012

Relatório apresentado como parte das

exigências da disciplina Química

Analítica Experimental, sob orientação

do professor Vagner Fernandes Knupp.

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Resumo

A precipitação é um método útil para minimizar os erros em uma amostra, já que

a torna livre de potenciais interferentes, ou seja, cátions, como Fe3+, Al3+, Cr3+, Co2+,

Mn2+, Zn2+ e Ni2+. Ao adicionar uma solução tampão de NH3 e NH4Cl a alguma solução

que contenha esses íons, os cátions trivalentes podem precipitar na forma de hidróxidos,

enquanto os divalentes só precipitam como sulfetos, após a adição de H2S. Por isso, há

separação entre subgrupo 3-A (do ferro) e subgrupo 3-B (do zinco). Por serem

elementos de transição, espera-se que o cromo e o ferro apresentem íons coloridos e

formem íons complexos, assim como o Al3+, que tem propriedades semelhantes, e torna-

se possível a separação por precipitação, já que são insolúveis, sendo este o objetivo da

prática.

1. Introdução

O tratamento da amostra realizado por métodos de separação é uma maneira

importante de minimizar os erros devido a possíveis interferências na matriz da amostra.

Técnicas como a precipitação é um método útil para tornar a amostra livre de potenciais

interferentes (BACCAN et al. 2001).

Potenciais interferentes pertencem ao 3o grupo. São eles:

Fe3+, Al3+ e Cr3+

Co2+, Mn2+, Zn2+ e Ni2+

Quando se tem uma solução com os íons descritos acima, ao adicionar uma

solução tampão de NH3 e NH4Cl os cátions trivalentes podem precipitar como

hidróxidos. Os cátions divalentes só precipitam como sulfetos, após adição de H2S. Um

excesso de NH4Cl impede a precipitação dos cátions divalentes como hidróxidos

(VOGEL, 1992).

        Com base nisso, alguns autores costumam dividir o 3o grupo em dois subgrupos:

subgrupo do FERRO ou (subgrupo 3-A), que é constituído pelos cátions que precipitam

sob a forma de hidróxido quando tratados pela amônia em cloreto de amônio, como o

ferro, alumínio e o cromo e subgrupo do ZINCO ou (subgrupo 3-B) (VOGEL, 1992).

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O cromo e o ferro são elementos de transição, por esta razão pode-se esperar que

suas propriedades sejam valência variada, íons coloridos e forte tendência a formar íons

complexos (BACCAN et al., 2001).

O alumínio não é metal de transição, mas o íon Al3+ tem muitas propriedades

semelhantes as dos íons Cr3+ e Fe3+, o que pode ser explicado pelo fato desses íons terem

as mesmas cargas e raios aproximadamente iguais (BACCAN et al., 2001).

2. Objetivos

Separar qualitativamente os cátions Al3+, Fe3+ e Cr3+ em uma amostra por

precipitação com NH4OH/NH4Cl sob a forma de hidróxidos e posterior identificação

individual de cada metal.

3. Materiais e Métodos

3.1. Materiais e Reagentes

- Cloreto de amônio puro;

- Cr(NO3)3 5 M;

- Fe(NO3)3 5 M;

- Al(NO3)3 5 M;

- NH4Cl 1% m/v;

- NH4OH 5 M;

- NaOH 5M;

- H2O2 3% ;

- HCl 5M;

- K4[Fe(CN)6];

- Papel tornassol (Vetec);

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- Fósforo;

- Béquer de 100 mL;

- Papel de filtro (Qualy);

- Suporte universal;

- Lamparina;

- Pisseta;

- Espátula;

- Funil de vidro;

- Pipeta Pasteur;

- Anel;

- Balança.

3.2. Metodologia

Mediu-se 1,0 mL de Cr(NO3)3 5 M, 1,0 mL de Fe(NO3)3 5 M e 1,0 mL de

Al(NO3)3 5 M e transferiu-se para um béquer de 100 mL. Em seguida adicionou-se

0,259 g de NH4Cl 1% m/v e aqueceu-se a mistura até a ebulição. Adicionou-se

NH4OH 5 M (~1,5 mL) até pH alcalino (usou-se papel tornassol) e daí então mais 5

gotas de NH4OH 5 M, em excesso. Ferveu-se por 1 minuto e filtrou-se

imediatamente.

Lavou-se o precipitado com NH4Cl 1% m/v (~1,5mL) e transferiu-se para

outro béquer lavando-o com 5 mL de água. A seguir foi adicionado 1mLde NaOH

5M e 1 mL de H2O2 3%. Ferveu-se suavemente até cessar o desprendimento de O2

(2-3min).

Lavou-se o precipitado com X mL de água quente e o transferiu para outro

béquer. Dissolveu-se o precipitado em 6 mL de HCl 5 M e gotejou-se K4[Fe(CN)6].

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a) Acidificou-se de 0,5 em 0,5 mL de ácido acético 5 mol L-1 (testou-se em papel

tornassol) e gotejou-se sal de acetato de chumbo 1% m/v até haver formação de

precipitado amarelo, indicando a presença de Cr3+.

b) Acidificou-se de 0,5 em 0,5 mL de HCl 5 mol L -1 (testou-se em papel

tornassol). Alcalinizou-se de 0,5 em 0,5 mL de NH4OH 5 mol L-1 (testou-se em papel

tornassol) e adicionou-se mais 2 gotas em excesso. Aqueceu-se à ebulição e filtrou-se.

4. Resultados e Discussão

As soluções aquosas de nitrato de ferro, nitrato de cromo e nitrato de alumínio,

apresentam os seguintes equilíbrios de dissociação:

Fe(NO¿¿3)3(aq)⇌Fe(aq)3+¿+3NO3(aq)

−¿¿ ¿¿ (1.1)

Al(NO¿¿3)3(aq)⇌ Al(aq)3+¿+3 NO3( aq)

−¿ ¿ ¿¿ (1.2)

Cr (NO¿¿3)3 (aq)⇌Cr(aq)3+¿+3NO3(aq )

−¿ ¿ ¿¿ (1.3)

Ao adicionar cloreto de amônio à mistura destas soluções, seguido da adição de

hidróxido de amônio e elevação da temperatura, são formados os hidróxidos de

ferro(III), alumínio(III) e cromo(III) no estado sólido. Isto se deve às constantes de

produto solubilidade destes serem muito baixas, (1.4) a (1.6), ou seja, os hidróxidos

formados por estes metais do grupo III são pouco solúveis.

Fe(aq)3+¿+3OH (aq)

−¿⇌ Fe(OH )3(s ) ¿¿

K ps=¿ (1.4)

Al(aq)3+¿+3OH(aq)

−¿⇌ Al (OH )3(s) ¿ ¿

K ps=¿ (1.5)

Cr(aq)3+¿+3OH (aq)

−¿⇌ Cr (OH )3( s) ¿ ¿

K ps=¿ (1.6)

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Também é levado em conta a tendência destes cátions do grupo IIIA em

precipitar na faixa de pH alcalino, mantida pelo tampão N H 4OH (aq)/N H 4Cl(aq). A

confirmação do meio básico foi obtida com a mudança de coloração no papel de

tornassol. Obteve-se, com excesso de N H 4OH(aq):

Fe(aq)3+¿+3N H 3(aq)+3H 2O(l)⇌Fe(OH )3(s )↓+3NH 4(aq )

+¿¿ ¿ (1.7)

Depois do aquecimento, forma-se o hidróxido de cromo que é um pouco solúvel

em hidróxido de amônio em excesso. Porém, quando a solução é levada à ebulição, há

queda da solubilidade, possibilitando a precipitação (1.8).

Cr(aq)3+¿+3 NH 3( aq)+3 H2O(l)⇌Cr(OH )3( s)↓+3 NH4 (aq)

+¿¿ ¿ (1.8)

Ocorreu também a precipitação da reação (1.9), mas uma pequena parte do sólido

passou para a solução como hidróxido de alumínio coloidal. Ele foi precipitado quando a

solução sofreu ebulição em conjunto.

Al(aq)3+¿+3N H 3(aq)+3H 2O(l)⇌ Al(OH )3( s)↓+3 NH4( aq)

+¿ ¿ ¿ (1.9)

Então, obteve-se um precipitado que contém Fe(OH )3(s), Al(OH )3(s) e

Cr (OH )3 (s) e um sobrenadante livre de cátions que foi descartado. Depois de lavar o

precipitado com N H 4Cl(aq), ao adicionar hidróxido de sódio, obteve-se a dissolução dos

hidróxidos de cromo(III) e de alumínio(III).

Al(OH )3(s)+OH (aq )−¿⇌ (Al (OH )4)(aq)

−¿ ¿¿ (1.10)

Cr (OH )3 (s)+OH (aq)−¿⇌ (Cr(OH )4)(aq)

−¿¿¿ (1.11)

Como o K ps para o Fe(OH )3(s), (1.4), é muito menor que aquele para o

Al(OH )3(s) e Cr (OH )3 (s), (1.5) e (1.6), ele é o último a ser solubilizado a uma

concentração baixa de OH (aq)−¿¿

. Portanto, através de uma filtração foi possível separar o

precipitado, Fe(OH )3(s), que se manteve sólido, de uma solução aquosa que contém

(Al (OH )4 )(aq)−¿¿

e (Cr (OH )4 )(aq )−¿ ¿

.

O precipitado, quando lavado com água quente, (1.12), e em presença de

K4[Fe(CN)6], apresentou coloração avermelhada, (1.13). Isto indica a presença de Fe(aq)3+¿¿

, ou seja, confirma que o precipitado era composto por Fe(OH )3(s).

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Fe(OH )3(s)⇌Fe(aq)3+¿+3OH( aq)

−¿¿ ¿ (1.12)

Fe (Fe(CN )6 )( s)⇌Fe(aq)3+¿+Fe(CN )6(aq)

−4 ¿ (1.13)

Avermelhado

Em seguida, a solução aquosa resultante da filtração que separou o precipitado

utilizado acima desta, foi dividida em duas.

Na primeira parte da solução, a acidificação do meio com ácido acético e adição

de gotas de acetato de chumbo, teve como propósito a precipitação do Cr (OH )3, (1.14).

Pois o hidróxido de cromo tem maior K ps, então precipita primeiro à uma concentração

baixa de H (aq)+¿¿

.

(Cr (OH )4 )(aq )−¿+H( aq)

+¿⇌ Cr (OH )3(s)+H2

O(l) ¿ ¿ (1.14)

Coloração amarela

Na outra parte da solução resultante foi acidificada, (1.15). Apesar da reação

ocorrer com pH alcalino, é preciso acidificar o meio para diminuir a concentração de

hidroxila. Em seguida, a solução é alcalinizada com excesso de N H 4OH(aq), (1.16).

Então, é adicionado hidróxido de amônio ao íon Al(aq)3+¿¿, (1.17). A adição de N H 4OH(aq)

em excesso, (1.18), deveria resultar na precipitação do hidróxido de alumínio presente

na solução, considerando que a adição de hidroxila em excesso desloca o equilíbrio para

esquerda em (1.16), precipitando Al(OH )3(s). Porém, não houve a formação do

precipitado. Os prováveis motivos são: acidificação insuficiente, alcalinização com

NaOH antes de utilizar N H 4OH(aq), porque este estava em falta no laboratório.

(Al (OH )4 )(aq)−¿+H (aq)

+¿⇌ Al (OH )3(s )+H 2

O(l) ¿ ¿ (1.15)

Al(OH )3(s)+OH (aq )−¿⇌ (Al (OH )4)(aq)

−¿+H 2O( l) ¿¿ (1.16)

(Al (OH )4 )(aq)−¿⇌ Al(aq)

3+¿+4OH (aq )−¿ ¿¿

¿ (1.17)

Al(aq)3+¿+3N H 4OH( aq)⇌ Al(OH )3(s )¿ (1.18)

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Sólido branco gelatinoso

5. Conclusão

O experimento realizado evidencia que é possível identificar a presença de íons

do grupo IIIA (Fe3+, Al3+ r Cr3+) em uma amostra desconhecida. A analise qualitativa

das amostras foi feita através da precipitação das mesmas com NH4OH/ NH4Cl sob a

forma de hidróxidos. Posteriormente, ficou simples identificar cada metal

individualmente. Através do experimento foi possível, também, verificar como os

metais do grupo IIIA formam complexos coloridos e estáveis. Além disso, durante a

prática, foi imprescindível ter um conhecimento prévio a cerca das diferentes

solubilidades que os hidróxidos desses metais possuem, além de conhecer a importância

da manutenção do pH do meio na identificação dos íons.

6. Referências Bibliográficas

BACCAN, N.; ANDRADE, J.C.; GODINHO, O.E.S.; BARONE, J.S. Química

Analítica Quantitativa Elementar. 3ª edição. Campinas: Unicamp. 324 p.

VOGEL, A.I. Química Analítica Quantitativa. 5ª edição, Rio de Janeiro:

Guanabara, 1992. 712 p.