3 ª Edição da Revista Pirituba Acontece

EDIÇÃO ESPECIAL | 2014 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

2 | PIRITUBA ACONTECE | www.clickumolhar.com | 2014 | EDIÇÃO ESPECIAL

PIRITUBA

Foto: Mootiro Maps

EDIÇÃO ESPECIAL | 2014 | www.clickumolhar.com | PIRITUBA ACONTECE | 3

COPIE E DISTRIBUA, MAS DÊ CRÉDITOS À PIRITUBA ACONTECE.

CLICKERS: ADRIANE TOSCANO, ANA LAURA FERRARI, BEATRIZ XAVIER, BRUNNA SEIXAS, CAROLINA TEIXEIRA, CRIS BIBIANO, ANDRÉ MUZETTI, EDSON CALDAS, EVELYN KAZAN, GABRIELA LUCENA, IGOR DOS SANTOS, JULIA REIS, KARINE FERREIRA, LEONARDO LIBEIRO, LILIAN FERRA-RI, LOLLA RODRIGUEZ, LUCAS SENA, MARINA NAGAMINI, MIRELLA NICOLAU, ROBERTA CAROLINE, SAMUEL PARMEGIANI, THALITA XAVIER, THAMIRES CASTANHA, VANESSA COSCIA, VICTHOR FABIANO E YAGO RUDÁ. DIAGRAMAÇÃO: AMANDA SANCHES, EDSON CALDAS, EVELYN KAZAN E VICTHOR FABIANO. RESPONSÁVEIS: EDSON CALDAS E EVELYN KAZAN.

PARA ANUNCIAR, LIGUE: (11) 9.9496.4503 / 3834.7585

Há 29 anos foi lançada uma revista para prestigiar o centenário de Pirituba. A publicação foi o que nos inspirou a fazer essa edição especial.Hoje, com aproximadamente 100 mil habitantes a mais, o bairro cresceu, se desenvolveu e se popu-larizou. A seção “Atualmente” daquela época res-saltava o ar puro proporcionado pela riqueza de áreas verdes e das “excelentes condições de mo-radia”. Se tivéssemos uma seção de mesmo nome, poderíamos dizer que nosso ar já não é tão puro e que com a população que se estabeleceu aqui e com ela chegou a desigualdade social. Moderna como o cidadão piritubano, essa edição traz nova linguagem, novas histórias e novos per-sonagens, no mesmo cenário.

SUMÁRIO04. A HISTÓRIA DE UM BAIRROPirituba tem esse nome graças a sua vegetação

06. PIRITUBA EM NÚMEROSA região abriga mais 400 mil habitantes

10. PARQUESÁreas onde você pode ter contato com a natureza

14. COMIDASLugares para se alimentar bem pertode casa

16. CENTRO DE SAÚDEConheça a UBS que atende os mora-dores da Vila Mirante

20. AVENIDA RAIMUNDOShopping Tietê Plaza, Spama e Condo-mínio Portal dos Bandeirantes

08. A primeira igreja09. Bairro medieval: os castelos piritubanos18. Como surgiu o nome das escolas?19. Projetos que fazem a diferença

Inspiração


Dificilmente você nunca passou pela seguinte situação: durante uma conver-sa com um amigo de outra região, ele pergunta onde você mora. “Pirituba”, você responde. Imediatamente, ele diz: “É outra cidade, no interior?”. Lá vai você explicar que não, é sempre assim. Ex-plicar que Pirituba é um bairro na zona noroeste de São Paulo, que nós temos o mesmo prefeito, que temos até estação de trem e shoppings. Sem contar quan-do enfrentamos as piadinhas com a can-ção “Piritubacity”, do grupo Pollo.

Mas a verdade é que poderia ser dife-rente. Afinal, Pirituba é tão grande e abri-ga tamanha diversidade, que bem que poderia ser mesmo uma cidade. E é jus-

tamente para celebrar tal grandeza úni-ca, de que poucas áreas na cidade des-frutam, que a revista Pirituba Acontece decidiu preparar uma edição especial em comemoração aos 129 anos do bairro de que tanto nos orgulhamos. Sofremos de muitas deficiências, isso é evidente.

Ainda faltam espaços de cultura e op-ções de lazer. Mas aqui, nessa edição, o destaque fica para tudo de bom que a gente tem – e não é pouca coisa, viu?

Só que antes temos de voltar no tem-po para o século XIX, que foi quando nosso bairro nasceu oficialmente. A es-tação de Pirituba, hoje parte da Linha 7, foi inaugurada. Contudo, ela não tinha a ver com o cenário com o qual estamos

acostumados (o que significa que você tem de esquecer aquele grafite com a imagem do Michael Jackson, na parede da estação).

Naquela época, o transporte servia para carregar café. Isso porque essa re-gião era dominada por grandes fazen-das. Mais tarde, com aquisição de terras pela Companhia Armour e a morte de um importante fazendeiro, Luiz Pereira Barreto, esses lugares foram divididos em pequenos sítios e a população come-çou a chegar dos mais diferentes locais.

Hoje, somos mais de 440 mil habi-tantes, segundo dados de 2011 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-tística) – o equivalente a cidades como

Edson Caldas

A HISTÓRIA DE UM BAIRRO


A foto ao lado mostra a estação de trem Pirituba atualmente, parte da linha 7-Rubi da CPTM (a partir da estação Luz a Jundiaí), e abaixo o local antigamente, antes de toda amovimentação da atual grande São Paulo.

Santos, Mauá e São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. A pesquisa leva em conta Jaraguá, Pirituba e São Domin-gos. (Confira mais estatísticas nas duas páginas seguintes.)

O bairro tem todo um jeitinho de viver próprio, áreas verdes e principais pontos de encontro. Tanto é que nomes como “Paula Ferreira”, “Raimundo Pereira de Magalhães”, “Mutinga”, “Edgar Facó” e “Doutor Felipe Pinel” têm presença ga-rantida nas conversas entre amigos que estão a fim de sair, sem ir muito longe de casa.

Na próxima vez em que um amigo te perguntar se Pirituba é uma cidade, que qual mostrar essa revista para ele?

A HISTÓRIA DE UM BAIRRO


NÚMEROS

11,23% dos domicílios são em favelas

HABITAÇÃO

(2011)

Você sabe quantas pessoas moram no bair-ro? E qual a idade delas e a renda média? Juntamos essas e outras informações. Tudo com base nas pesquisas mais recentes, rea-lizadas pelo IBGE (Insituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatítisca), divulgadas pelo Obser-vatório Cidadão Nossa São Paulo.

0 - 14 anos

15 - 29 anos

30 - 59 anos

60...

441.24860...46.444 hab.

30-59 ANOS183.992 hab. 15-29 ANOS

114.326 hab.

0-14 ANOS96.487 hab.

POPULAÇÃO PIRITUBANA

é o total de habitantes

PIRITUBA EM

SAÚDE9,8% das crianças nascidas vivas estão abaixo de 2,5 kg;23,8% dos nascidos são de mães que fiz-eram menos de 7 consultas de pré-natal;11,07 crianças com menos de um ano (a cada mil) morrem;29,19 mães (a cada 100 mil crianças nasci-das vivas) morrem

(2011)

(2011)

14,61% dos nascidos vivos são de

mães com 19 anosou menos

(2012)

INCLUSÃO

3,8% da população com16 anos é analfabeta

4,74% dos telecentros da cidade estão no distrito

(2012)

(2010)

MEIO AMBIENTE

49,9% do território do distritoé coberto por vegetação

18,85% dos domicílios não estão liga-dos à rede de esgoto

(2011)

(2007)


dos adolescentes já se envolveramem ato infracional

foi o número de roubosa cada 100 mil habitantes

2,50%

141,97

VIOLÊNCIA(2006)

TRABALHO E RENDA

1,41% dos empregosna cidade são aqui

10,6% das pessoas acima de16 anos estão desempregadas

é a renda médiapor pessoa

R$ 1.587,17 (2010)

(2012)

(2012)

XCULTURA

0% das 332 salas de cinema, 124 museus, 240 casas de show, 154 teatros e123 pontos de cultura do mu-nicípio estão em Pirituba

1,09% dos centros ou espaços culturais no distritoNenhuma pessoa beneficiada por atividades culturais

Temos 0,21 livro infanto-juvenil por habi-tante no distrito. 0,08 livros para adultos (leitores com mais de 15 anos)

(2012)

(2012)

(2009)

(2011)

EDUCAÇÃOREDE PRIVADA REDE PÚBLICA

dos alunos abandonamo ensino médio

0,05%

apresentam defasagemidade/série

4,61%

de reprovados4,74%

dos alunos abandonamo ensino médio

4,81%

apresentam defasagemidade/série

26,91%

de reprovados21,88%

(2011)


A assistência religiosa aos primeiros moradores de Pirituba só teve seu ini-cio a partir de 1949, quando chegaram ao bairro os primeiros sacerdotes. Vie-ram da Itália e pertenciam à Congre-gação Beneditina Valombrosana.

Um ano antes, em 1948, por fecreto de 22 de agosto, o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, criou a Paróquia

de Nossa Senhora Auxiliadora, a pri-meira da região.

Nesta ano, no dia 22 de agosto, a paróquia pioneira do movimento ca-tólico em Pirituba completa 74 anos.

Os primeiros monges vindos da Itá-lia chegaram a São Paulo no dia 4 de fevereiro de 1949 e foram acolhidos pelo Mosteiro de São Bento, passando poucos dias aguardando a decisão da

Cúria Metropolitana. Pirituba, uma das periferias mais pobres da capital, foi a região escolhida.

Em 5 de fevereiro de 1949, Frei Mar-tinho Friese, franciscano, o padre mais antigo de Pirituba recebeu os primei-ros padres efetivos.

A sede da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora é atualmente localizada na rua Padres Valombrosanos, 126.

Fundada em 1948, a Paróquia de Nossa Senhora Auxiliadora foi a primeira igreja do bairro | Foto: Julia Reis

A PRIMEIRA IGREJA

Thalita Xavier


BAIRROMEDIEVAL

O famoso ‘Castelinho de Pi-rituba’,localizado na altura do número 523 da Av. Mu-tinga, há tempos vem cha-mando a atenção por causa de sua arquitetura com for-te influência inglesa. O pa-lacete conta com 900m² e 21 cômodos, foi construído por volta da década de 1930 e pertenceu ao contador Charles Thomas Chapman, conhecido por ser respon-sável pela implantação da rede ferroviária a partir de 1867. Em 1996, o terrero foi comprado pela Construtora Cozman, que inicialmente tinha o projeto de derru-

bar o imóvel e construir três edifícios no local. Porém, em 2000, o Conselho de Defesa do Patrimônio His-tórico do Estado deu início ao processo de tombamen-to da edificação que resul-tou em um acordo entre as partes e assim a Cozman aceitou construir apenas dois edifícios residenciais e se comprometeu a restau-rar o palacete. Atualmente, com as obras já concluídas, o Castelinho se encontra no centro de um condomínio fechado, não sendo aberto para a visitação, e coberto pelos prédios.

Localizado na Marginal Tietê, no acesso à Rodovia Anhan-guera, o “Casarão do Anastácio” possui uma área de 181 mil m² e chama a atenção por sua arquitetura em estilo hispânico.

O Casarão pertenceu à Marquesa de Santos, amante de Dom Pedro I. Ela também foi mulher do coronel Anastácio de Freitas e herdou a propriedade do brigadeiro Tobias de Aguiar, com quem também se relacionou. Com a morte dos

dois, os herdeiros venderam a área ao frigorífico da Com-panhia Armour do Brasil, que fez a edificação em 1920.

Foi tombado somente após 21 anos da abertura do pro-cesso e já serviu de hospedaria e lugar de criação e trei-namento de cavalos. Seu terreno pertence hoje à empresa Tishman Speyer, que pretende transformá-lo em um centro cultural e construir torres comerciais ao lado.

Adriane Toscano e Vanessa Coscia

CASTELINHO DE PIRITUBA

CASARÃO DO ANASTÁCIO

Castelinho hoje é o salão de festas do condomínio Torres do Castelo | Foto: Lucas Sena

O misterioso Casarão da Anastácio chama a atenção dos paulistanos por se localizar na importante Marginal Tietê | Foto: André Muzetti


PARQUESNO BAIRRO

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Amanda Sanches e Vanessa Coscia


O Parque Jardim Felicidade foi resulta-do de uma luta de 25 anos dos mora-dores locais junto à administração pública de São Paulo. Antes de se tornar em um parque, o local era uti-lizado como lixão, servindo de abrigo para animais e insetos.

Alguns moradores formaram uma comissão que, junto com o Movimen-to Político Comunitário (MPC), lutou para a transformação do lugar em uma área de lazer.

Um grupo musical do bairro fez um show com artistas locais naquele ter-reno baldio, chamando a atenção da população e procurando apoio. Uma petição foi mandada para a Prefeitu-ra e assim começou uma batalha para o surgimento do parque, com várias sugestões de área verde, playground e quadras poliesportivas.

Na época em que Luíza Erundina foi eleita, ela deu apoio aos moradores

interessados no projeto e, em 1990, o parque finalmente foi inaugurado. A festa de inauguração foi no dia 22 de setembro daquele ano, contando com a apresentação de alunos da escola Prof. Raul Antonio Fragoso e de diversos grupos musicais da região.

Hoje, o Parque Jardim Felicidade possui uma área de 28.800 m² e conta com árvores espal-hadas por todas as partes, duas quadras poliesportivas, uma quadra de bocha e um lago, com diversos tipos de aves. O espaço de recreação para as crianças possui brinquedos típicos de parques, como balanço e escorregador. Mas, atualmente, eles são poucos, o que leva à insatis-fação de alguns moradores.

JARDIMFELICIDADE

Monumento na calçada de transição entre as duas áreas do Pq. Jd. Felicidade | Foto: Evelyn Kazan

O Pq. Rodrigo de Gásperi conta com extensa área verde em volta do local de caminhada | Foto: Julia Reis


Localizado ao lado da Rodovia dos Bandeirantes, pos-sui aproximadamente 100 mil m², um lago com várias espécies aquáticas, quadras poliesportivas, pista de ca-minhada, churrasqueiras, playground e outras diversas áreas de lazer.

A região do City América — onde o parque se encon-tra — situa-se sobre uma área de mananciais, sendo o lago, uma das características deste local que, antes da construção, já era ponto de encontro dos moradores e área de lazer. Afogamentos eram comuns na época. In-conformados, os moradores uniram-se e reivindicaram, junto à Prefeitura, a instalação de um parque ou o cerca-mento do lago para evitar novos acidentes.

Após pesquisas, decidiu-se criar um centro de lazer e atividades. Elementos da paisagem canadense foram implementados, como as coníferas e a vegetação ciliar (que protege o ecossistema ali presente). Em 1º de julho de 1992, foi inaugurado o Parque Cidade Toronto que, até hoje, mantém as características do Canadá.

TORONTO

PARQUE JARDIM FELICIDADERua Laudelino Vieira de Campos, 265 (Alt. Nº 3380 da Raimundo Pereira de Magalhães).Tel. (11) 3836-6786

PARQUE CIDADE DE TORONTOAv. Cardeal Motta, 84 – City AméricaTel. (11) 3834-2176

PARQUE JACINTO ABERTORua Talófitos, 16.Tel (11) 3994-0947

PARQUE PINHEIRINHO D’ÁGUAEstrada de Taipas s/ nº - JaraguáTel. (11) 3298-1691

PARQUE SÃO DOMINGOSRua Pedro Sernagiotti, 125Tel. (11) 3831-7083

PARQUE ESTADUAL DO JARAGUÁ | PICO DO JARAGUÁRua Antônio Cardoso Nogueira, 539, km 18 Rod. AnhangueraTel. (11) 3941-2162 / 3943-5222

PARQUE RODRIGO DE GÁSPERI Av. Miguel de Castro, 321 Vila ZattTelefone: (11) 3974-8600 -

*Abertos diariamente das 6h às 18h

Também conhecido como Parque da Área Verde, foi inaugu-rado em 25 de abril de 1982, com o nome “Parque Pirituba”.

Em 1992, foi nomeado “Rodrigo de Gásperi” em homena-gem a um garoto de 13 anos, morador de Pirituba, que foi atingido por uma bomba caseira jogada no confronto de torcidas em um clássico de grandes times. O objetivo era

trazer atenção à crescente violência no futebol.Situado na Avenida Miguel de Castro, o parque hoje pos-

sui 39.000 m² e conta com quadras poliesportivas, campo de futebol, playground, mesas de ping-pong, quadra de bocha e área para caminhada, além de diversos espécies de árvores, como paineira, pau-brasil e eucalipto branco.

RODRIGO DE GÁSPERI

JARDIMFELICIDADE

Foto: Igor dos Santos

CIDADE DE


GASTRONOMIA EM PIRITUBAALGUMAS

OPÇÕES


Comer fora de casa em Pirituba não precisa ser sinônimo de ir para longe ou gastar muito. É possível almoçar ou jantar bem sem perder horas até chegar ao local ou suar frio na hora da conta, pois existem diversos lugares de cardápios va-riados e preços bastante acessíveis.

Os restaurantes do bairro são uma opção de alimentação aos trabalhadores durante a semana e também se apresentam como uma opção de lazer para toda a fa-mília em datas comemorativas ou durante o final de semana. Outro ponto positivo é que estes estabe-lecimentos incentivam a economia local e contribuem para a valoriza-ção das residências próximas.

Grandes redes de fast food, como Mc Donald’s e Habib’s, se localizam nas grandes avenidas. Mas não é só isso. A culinária caseira, caracteriza-da pelo popular feijão com arroz, também é oferecida com grande variedade no bairro em restauran-tes mais tradicionais. Sem contar as pizzarias, lanchonetes e bombonie-res, que são uma alternativa mais saborosa aos moradores.

HMMM...ONDE IR

Em destaque, alguns dos principais restau-rantes que atendem aos diversos gostos dos piritubanos:

• Restaurante Casa da Comida – Av. Mutinga, 2706

• Garrafão Lanches -Av. Raimundo Pereira de Ma-galhães, 4394

• Davis (lanches) -R. Padre Guido Del Toro, 519.

• Marvel Bar e Burger -Av. Elísio Cordeiro de Si-queira, 909.

• O Esfihão Lanchonete - Av Paula Ferreira , 2240.

• Esfiharia A Grande Família - R. Tatsuo Okashi, 251

• Empório do Pastel - R. Emílio Colella, 97.

• Usina do pastel - Av. Benedito Andrade, 60.• Spizzico Pizzeria - R. Pedro Marigliani, 21.

• Sorveteria Frutiquello - Av. do Anastácio, 1789.

• Sorveteria Quatro estações - R. Emílio Colella, 73.

• Sorveteria Tropical - R. Antonio Correia, 11.

• Doceria & Cafeteria Doce Estilo - Rua Lord Clemente Attlee, 50.


UBSDOMINGOSMANTELLI

Assunto das tardes de domingo na casa dos avós, em que são contadas com orgulho por aqueles que viram e viveram o passado — e escutadas com gosto pelos curiosos — as memórias do bairro são a conexão com o início de uma história, de um tempo de radionovela e criança brincando na rua. Um tempo quando ouvir o nome de ruas e praça era também trazer a lembrança de ilustres moradores.

Domingos Mantelli, de descendência italiana, nascido em 9 de junho de 1909, foi uma dessas personalidades que, no início do século passado, fez parte da vida da cidade. For-mado em medicina aos quarenta anos, pela Universidade Capital, no Rio de Janeiro, o otorrinolaringologista e sua história ainda estão presentes na vida da família Mantelli. Seu bisneto Domingos Mantelli Borges Filho atua como gi-necologista e obstetra com mais doze da família numa clí-nica no Jardim Paulista. Não por coincidência, ela também recebe o sobrenome do homem, que foi o primeiro médico da família e o vigésimo nono de São Paulo, como denuncia o número de inscrição no Conselho Regional de Medicina, no documento emoldurado solenemente pelo bisneto.

Mesmo vindo do Belenzinho, onde exercia a medicina de forma caridosa e humanitária, como gosta de dizer o bis-neto, Domingos deixou sua marca em Pirituba e isso não é novidade para os moradores da Vila Mirante, onde está a UBS que recebeu seu nome. Infelizmente, já respondendo a sua pergunta, leitor, não se sabe como a graça de Do-mingos foi parar lá. Antes de 1984, a UBS, com o nome de Centro de Saúde Lagoa, localizava-se próximo ao Parque

Rodrigo de Gasperi, então chamado de Parque da Lagoa. Item de uma gama de homenagens, entre chave da cidade e nome de outros lugares públicos, a hipótese mais pro-vável é que seu trabalho tenha caído no gosto de alguma autoridade (sem esquecer, é claro, que um de seus cinco filhos, Januário Mantelli Neto, foi deputado).

Contudo, nem por isso a figura de Domingos deixa de despertar interesse. A admirável determinação para con-quistar o sonho de se formar médico é exemplar. “É total-mente diferente você falar assim, ‘eu quis me formar mé-dico, meu pai pôde pagar uma faculdade de medicina e eu me formei médico’. Ele foi uma pessoa que veio do nada, sem nada e resolveu ser médico. Numa época em que mé-dico era aquela coisa da elite”, diz Borges. Sem dinheiro para comprar os livros, Mantelli copiava os exemplares da biblioteca, sozinho ou com a ajuda da esposa. Trabalha-va de madrugada, por exemplo, como coletor de sangue e conseguia o dinheiro necessário para a faculdade e para sustentar a família. Passadas as dificuldades do curso, usava o tempo livre para atender os carentes em sua casa e clínica. “Colocavam as pessoas enfileiradas, 25 pessoas. Ele passava operando as amídalas e meu pai ia fazendo os curativos”. Foi ainda médico-chefe de Divisão da Prefeitura Munici-pal e chefe da Clínica Otorrinolaringológica do Hospital da Policlínica de São Paulo. Morreu em 13 de maio de 1992.

De valores e ações tão respeitadas, Domingos continua a inspirar. Na sala da clínica de seu bisneto, os vidros an-tigos onde guardava medicamentos estão na prateleira e,

Samuel Parmegiani


Na imagem principal, UBS Domingos Man-telli, localizada na rua Povoado do Rio Novo, Vila Mirante. À esquerda, Domingos Mantelli que deu nome ao hospital, conhecido por ser o 29º médico da cidade. Ao lado dele, seu bisneto, entrevistado pela PA.

na mesa, está o peso de papel com seu nome. Foi também o escolhido para receber a dedicatória do novo livro do obstetra, em que é chamado de “médico renomado e de bom coração”. Sua filha, Carolina Mantelli, o honrou com um poema de 1949, ano em que terminou a Universidade: “Ser médico é possuir o espírito de um santo/ Que nele se encarna para enxugar o pranto”.

Talvez o maior legado do médico seja a importância e beleza de sua trajetória e esteja no seu nome e sobrenome, carregados por tantas gerações e diferentes pessoas, uni-das sob a projeção do mesmo homem e seus feitos.


ESCOLAS

EMEF Mário Kosel FilhoMário Kosel Filho foi um militar que nasceu em 6 de julho de 1949, em São Paulo. Quando se tornou maior de idade, teve que deixar de frequentar as aulas e de trabalhar para entrar no Exército. Aos 19 anos, morreu em razão de uma explosão perto quartel.

O atentado, supostamente terrorista, só não fez mais víti-mas porque o carro-bomba responsável pelo acidente ba-teu em um poste e não atingiu o seu destino.

O soldado Mário Kozel Filho faleceu no cumprimento do dever. Em decreto de 15 de julho do mesmo ano, foi nome-ado como Cavaleiro da Ordem do Mérito Militar.

A escola que o homenageia fica na rua Uratinga, 144.

Colégio São João GualbertoJoão Gualberto nasceu em 995, em Florença, na Itália. Foi educado num dos castelos do país. Quando seu irmão mais velho foi morto, João decidiu vingá-lo. Na Sexta-Feira San-ta de 1028, ele encontrou o assassino vagando solitário, numa das estradas desertas da cidade. João empunhou sua

espada, mas o adversário implorou por perdão. Ao ouvir seu pedido, ele desceu do cavalo e abraçou o inimigo. Nos anos seguintes, João se tornou um monge. Em 1035, ao descobrir o suborno de um tesoureiro para tornar-se abade em seu mosteiro, indignado, foi para a floresta dos montes Apeninos, onde fundou uma nova comunidade.

Canonizado em 1193, São João Gualberto foi declarado Padroeiro dos Florestais, pelo papa Pio XII, em 1951. O co-légio com seu nome foi fundado em 1966 na rua Lorde Clemente Atle, 195.

E.E. Ermano MarchettiErmano Marchetti nasceu em 1907 e faleceu em 1967. Foi vereador e morador da região da Lapa e idealizou o Mer-cado desse bairro em 1950. Hoje seu nome é dado a uma avenida e a uma escola estadual.

A instituição de ensino foi fundada em 7 de março de 1961, com o nome Grupo Escolar Chácara Inglesa. Contu-do, seis anos depois passou a ser chamada Grupo Escolar Ermano Marchetti. É situada na rua Pedro Marigliani, 192.

ENTENDA O NOME DETRÊS DELAS

Na foto, a escola EMEF Mário Kosel, que homenageia o soldado militar de mesmo nome | Foto: Julia Reis


PROJETOSQUE FAZEM A

DIFERENÇA CLICK, UM OLHARCURIOSO SOBRE OMUNDO

Promove oficinas sema-nais de comunicação para jovens há três anos. Promove ainda eventos culturais e é responsável pela Pirituba Acontece e a Rádio Marchetti.

ENTENDA O NOME DETRÊS DELAS

COLETIVO LITERÁRIO SARAU ELO DA CORRENTE

Transforma o “bar do Santista” em um espaço deencontro da comunidade com arte, literatura e música.Desenvolvem saraus, mantêm uma biblioteca comunitária, um blog (http://migre.me/hFYah) e uma editora independente.

GRUPO TEATRAL ARTE DE VIVER (GTAV)

Grupo teatral religioso que fo-menta, há 17 anos, arte e cultura para jovens da região, oferecendo oficinas e estudos teatrais semanais para a comunidade.

CIA MONTFORT TEATRO

Desenvolvem peças tea-trais e apresentações de dança para a comunida-de. Além de produzirem eventos como: a tradicio-nal festa do Migrante e campeonato de futebol.

TEATRO SILVA

Oferecem oficinas de tea-tro para jovens do bairro, com montagem de peças e exibições públicas para a comunidade. Além de rea-lizarem eventos na região, como: o “Quemcantaokê”, um karaokê ao ar livre, e o “Cine da Quebrada”.


A FAMOSARAIMUNDO

A Avenida Raimundo Pereira de Magalhães (antiga estrada de Campinas) é uma das maiores avenidas de São Paulo, com quase vinte quilômetros de extensão. Inicia-se no bairro da Lapa e termina na divisa com o município de Caieiras. Em todo seu percorrer, encontram-se diversos empreendimentos, escolas, faculdades e até alguns lugares históricos, que a equipe do Pirituba Acontece traz a sua atenção.

Julia Reis

O centro de compras era aguardado com altas espectativas pelos mora-dores locais

TIETÊ PLAZAO mais recente empreendimento da avenida é o Tietê Plaza Shopping. Inaugurado em 18 de dezembro de 2013, o centro comercial se localiza no espaço 1465 da ave-nida. Com o inicio das obras em fevereiro de 2011 e investimento total de R$360 mi, o shopping tem sua área correspondente a 36.060 m², com 230 lojas, sendo que 92% delas já estão funcionando, e um estacionamento com capacidade para até 2400 ve-ículos. Estima-se que o restante das lojas e o cinema estejam prontos e funcionando até março deste ano, trazendo assim, mais variedade ao bairro.

PROJETO (PORTAL) BANDEIRANTEUm dos condomínios mais conhecidos da zona oeste também se localiza nesta avenida, no número 1720. O Projeto Bandeirante é um conjunto de prédios, com obras iniciadas na década de 1980. São 27 torres, quase 3000 apartamentos e mais de 12000 moradores. O Projeto se encontra bem em frente ao acesso da Marginal Tietê.

Fotos: Julia Reis


RAIMUNDO

SPAMAA comunidade Spama é mais um dos pontos desta grande avenida. Construída há 30 anos em um terreno particular, em frente a onde antes funcionava uma metalúrgica, que levava o mesmo nome. Por estar estabe-lecida em um terreno particular, a prefeitura não pode ceder benefícios como instalação de rede de luz, água ou esgoto. A comunidade conta muito com a ajuda de ONGs como a Amora que, junto a parcerias, conquistou o começo da instalação de uma rede de esgoto em 2012; e Um teto para o meu país, ONG que atua em 19 países da América Latina, construindo casas emergenciais, que também prestou auxílio no ano de 2012. Um fato que marcou os moradores da comunidade no ano de 2013 foi um incêndio ocorrido em outubro. Relatos apontam que o fogo começou por causa da explosão de um botijão de gás. Quatro pessoas foram atendidas por inalação de fumaça.

Fotos: Julia Reis


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3 ª Edição da Revista Pirituba Acontece

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