3 Maio - PÚBLICO

52
cc942328-80b6-411b-8d1e-a8c92f9f4b83 Série Ípsilon: 9.º vol. Louise-Michel, de Benoît Delépine e Gustave Kerven Hoje Por + 1,99€ n H H H H o + + + + 1 Horário de trabalho na função pública e idade da reforma aumentam Passos Coelho adiou para hoje anúncio de cortes estruturais na despesa pública. Revisão da estrutura salarial do Estado vai estar no terreno em 2014 e mobilidade especial terá um limite temporal Destaque, 2/3 Quase 70% dos concelhos do país pagaram mais no ano passado p10/11 Presidente do Conselho Europeu apoia Governo e ideias defendidas pelo PS p6 Analistas acreditam que medida não chega para resolver a crise p18/19 Mais próxima do custo real, factura da água subiu 8,4% Rompuy elogia Portugal e dá razão a Passos e a Seguro ‘Frustrado’, BCE baixa taxas de juro para animar economia LIGA EUROPA BENFICA DEU “BANHO TURCO” NA LUZ Desporto, 42/43 HUGO CORREIA/REUTERS PUBLICIDADE PUBLICIDADE SEX 3 MAI 2013 EDIÇÃO LISBOA Ano XXIV | n.º 8423 | 1,60€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Manuel Carvalho, Miguel Gaspar | Directora executiva Online: Simone Duarte | Directora de Arte: Sónia Matos VIAGEM DE FINALISTAS: OS NOVOS KIDS DE HARMONY KORINE CINEMA ípsilon OPINIÃO “Ainda alguém leva a sério Passos?” Mário Soares, p49 io 49 Tissot Classic Dream 159

Transcript of 3 Maio - PÚBLICO

Page 1: 3 Maio - PÚBLICO

cc942328-80b6-411b-8d1e-a8c92f9f4b83

Série Ípsilon: 9.º vol. Louise-Michel, de Benoît Delépine e Gustave Kerven Hoje Por+ 1,99€n HHHHHo++++ 1

Horário de trabalho na função pública e idade da reforma aumentamPassos Coelho adiou para hoje anúncio de cortes estruturais na despesa pública. Revisão da estrutura salarial do Estado vai estar no terreno em 2014 e mobilidade especial terá um limite temporal Destaque, 2/3

Quase 70% dos concelhos do país pagaram mais no ano passado p10/11

Presidente do Conselho Europeu apoia Governo e ideias defendidas pelo PS p6

Analistas acreditam que medida não chega para resolver a crise p18/19

Mais próxima do custo real, factura da água subiu 8,4%

Rompuy elogia Portugal e dá razãoa Passos e a Seguro

‘Frustrado’, BCE baixa taxas de juro para animar economia

LIGA EUROPABENFICA DEU “BANHO TURCO”NA LUZ Desporto, 42/43

HUGO CORREIA/REUTERS

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

SEX 3 MAI 2013EDIÇÃO LISBOA

Ano XXIV | n.º 8423 | 1,60€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Manuel Carvalho, Miguel Gaspar | Directora executiva Online: Simone Duarte | Directora de Arte: Sónia Matos

VIAGEM DE FINALISTAS: OSNOVOS KIDS DE HARMONY KORINECINEMA

ípsilon

OPINIÃO

“Ainda alguém leva a sério Passos?”Mário Soares, p49

gio

49

TissotClassic Dream

159

Page 2: 3 Maio - PÚBLICO

2 | DESTAQUE | PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013

MAIS AUSTERIDADE

Função pública, pensionistas e beneficiários de apoios sociais são alvo principal

Variação da despesacom salários

Fonte: DEO

Em milhões de euros

-1200

-1000

-800

-600

-400

-200

0

200

2017201620152014

Aumento do horário de traba-

lho para 40 horas semanais,

limite temporal na mobi-

lidade especial, rescisões

amigáveis, revisão da estru-

tura salarial, aumento da

idade da reforma e mais descontos

para a ADSE (o subsistema de saúde

dos funcionários públicos). Estas são

algumas das medidas que o primeiro-

ministro, Pedro Passos Coelho, anun-

ciará esta noite aos portugueses e que

irão contribuir para o corte estrutural

da despesa do Estado na ordem dos

4700 milhões de euros até 2017.

Parte destas medidas terá efeitos

orçamentais já este ano; outras só a

partir de 2014. Os funcionários pú-

blicos, os pensionistas e os benefi ci-

ários de prestações sociais serão os

principais visados pelas medidas que

serão anunciadas hoje às 20h pelo

primeiro-ministro, pois grande parte

do corte será feito à custa dos salários

e das prestações sociais.

Depois de vários Conselhos de Mi-

nistros para decidir os cortes na des-

pesa estrutural, o Governo fechou

ontem o dossier e Passos apresenta

hoje as medidas. A comunicação ao

país chegou a estar marcada para

ontem, mas foi adiada no próprio

dia por causa da agenda carregada

de Passos (teve mais uma reunião

de Conselho de Ministros e almo-

çou com Herman von Rompoy, pre-

sidente do Conselho Europeu), mas

também porque o primeiro-ministro

quis mais tempo para ponderar o que

considera ser um discurso importan-

te e complexo, no qual há peças do

contexto interno e externo a juntar e

que exige explicações claras.

O pacote poderá não estar 100%

fechado. Ontem no fi nal do Conse-

lho de Ministros, o Governo voltou a

mostrar abertura para negociar com

os parceiros sociais e os partidos. “Da

parte do Governo há toda essa dispo-

nibilidade”, sublinhou o ministro da

Presidência, Luís Marques Guedes,

acrescentando que algumas medidas

poderão ser substituídas por outras

“com a mesma dimensão e impacto”.

A função pública estará na linha

da frente dos cortes na despesa,

que começam a ser discutidos com

os sindicatos na segunda-feira. No

Documento de Estratégia Orçamen-

tal, o Governo prevê um corte de

2000 milhões até 2017 na factura

salarial do Estado. O maior esforço

será feito em 2014, ano em que a

factura deverá reduzir-se em 858 mi-

lhões, e em 2015, quando se prevê

um corte de 928 milhões. A massa

salarial estabilizará apenas em 2017.

Sendo o salário médio mensal

entre os funcionários públicos de

1405,3 euros — e assumindo como

hipótese que toda a redução de des-

pesa seria feita através da diminuição

de efectivos —, em 2014 teria de haver

uma saída líquida de cerca de 43 mil

funcionários. Em 2015, esse número

subiria para 47 mil. Estas saídas po-

derão ser conseguidas à custa da não

renovação de contratos a termo, apo-

sentações e despedimentos, seja por

rescisões amigáveis ou por licenças

sem vencimento compulsivas.

Mas as medidas serão mais abran-

gentes e terão impactos já em 2013. O

Governo prevê que as despesas ainda

aumentem este ano, infl uenciadas

pela obrigatoriedade de repor os

subsídios de férias e de Natal. Mas

o aumento do horário de trabalho

para as 40 horas, o aumento das

contribuições para a ADSE — que

deverão passar de 1,5% para 2,25%

— ou a reformulação da mobilidade

especial permitirão cortes na despe-

sa já este ano. Segundo a TSF estas

medidas poderão contribuir com

200 milhões.

O PÚBLICO apurou que o horário

de trabalho vai mesmo subir das 35

para as 40 horas já este ano, permi-

tindo poupanças ao nível do trabalho

extraordinário e das novas contrata-

ções. A medida já tinha sido discutida

com a troika durante a sexta avalia-

ção e avança agora, igualando o horá-

rio praticado no sector privado.

Ontem o Governo aprovou dois

diplomas que também irão con-

tribuir para a redução da factura

salarial do Estado: o novo mo-

delo da mobilidade especial e o

programa de rescisões amigáveis.

O actual sistema de mobilidade

especial será reestruturado e os tra-

balhadores excedentários terão um

limite de permanência nessa situação

e um corte na subvenção. Marques

Guedes reconheceu que o modelo

criado pelo anterior Governo foi um

“insucesso” e “já faz pouco sentido”

na realidade actual. Por isso, será

substituído por outro, assente na

“requalifi cação dos trabalhadores”.

Ao contrário do que acontece ago-

ra, em que os funcionários exceden-

tários podem fi car em mobilidade a

receber metade do salário até chega-

rem à reforma, passará a haver um

limite de permanência de 18 meses,

como avançou ontem o Económico.

Já a subvenção, passa a ser de 66% do

salário nos primeiros seis meses, cai

para 50% nos seis meses seguinte e

fi ca nos 33% até chegar aos 18 meses.

Passado este tempo e caso não en-

contrem lugar nos serviços públicos,

os funcionários terão duas hipóteses:

pedir uma rescisão amigável ou pas-

sar a licença sem vencimento.

Os cerca de 1000 funcionários que

estão na mobilidade serão abrangi-

dos pelas novas regras e logo que

o diploma entre em vigor — o que

deverá acontecer ainda este ano —

terão mais 18 meses de mobilidade.

Depois disso terão que abandonar o

sistema. As rescisões amigáveis, tam-

bém aprovadas ontem, dirigem-se

aos assistentes técnicos e operacio-

nais. Apenas se sabe que o Governo

está disposto a oferecer 1,5 salários

por cada ano de antiguidade, sem

limite. A intenção é que o programa

arranque no segundo semestre deste

ano. com Bárbara Reis

Passos Coelho anuncia hoje às 20h novos cortes, depois do chumbo do Tribunal Constitucional. Primeiro-ministro adiou comunicação para ponderar discurso

Raquel Martinse Sérgio Aníbal

Page 3: 3 Maio - PÚBLICO

PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013 | DESTAQUE | 3

DANIEL ROCHAPassos ontem no Palácio de São Bento. Hoje às 20h, o primeiro-ministro anuncia as novas medidas de austeridade

Idade da reforma

Aumento será progressivo

A idade da reforma vai mesmo aumentar, mas só hoje o primeiro-ministro irá

desvendar exactamente como. Uma coisa parece certa: qualquer que seja o aumento, será progressivo e continuará a depender da “sustentabilidade”.

Ontem, o Governo escusou-se a comentar as medidas que têm vindo a ser avançadas, como o aumento da idade da reforma, que, segundo o Diário Económico, passará a depender obrigatoriamente do factor de sustentabilidade (criado em 2008), sem que os trabalhadores possam reformar-se aos 65 com penalização, como acontece agora.

Apesar de ainda não terem sido apresentadas quaisquer medidas oficialmente, o Documento de Estratégia Orçamental mostra que as prestações sociais – compostas maioritariamente pelas pensões – serão um dos principais alvos do programa que irá ser conhecido hoje. O executivo prevê uma redução da despesa de 1300 milhões de euros só em 2014. A concretizar-se, será o maior corte alguma vez registado desde 1977 nas prestações sociais em Portugal.

A dimensão das medidas a aplicar ganha ainda maior volume se considerarmos que a Contribuição Extraordinária de Solidariedade é temporária e deverá ser substituída por outra de valor idêntico.

O Governo terá de avançar com medidas noutras áreas ou optar por uma taxa social única sobre as pensões. O estudo sobre a reforma do Estado feito com o FMI recomenda um tecto máximo para as prestações sociais pagas a cada família e novos cortes na duração e valor do subsídio de desemprego. R.M. e S.A.

No início do próximo ano,

o Governo conta ter já no

terreno uma nova estrutu-

ra das remunerações dos

funcionários e trabalhado-

res do Estado. O Conselho

de Ministros deu ontem luz verde

ao diploma que obriga todos os

organismos públicos a prestarem

informação sobre remunerações,

suplementos e outras componentes

remuneratórias.

A aprovação do diploma “marca o

início do processo de revisão global

dos suplementos remuneratórios e

outras regalias ou benefícios suple-

mentares aplicados por entidades

públicas”, que deverá estar conclu-

ída “o mais tardar” em Janeiro de

2014, anunciou ontem o ministro da

Presidência, Luís Marques Guedes.

Este levantamento será também fun-

damental para uma possível revisão

das tabelas salariais do Estado, de

forma a permitir que os cortes efec-

tuados entre 2011 e hoje possam, de

alguma forma, ser mantidos.

Além dos serviços públicos, ga-

binetes de ministro, autarquias, re-

guladores e fundações, também as

empresas públicas serão obrigadas

a divulgar todas as remunerações

pagas aos trabalhadores, nomeada-

mente o salário-base, suplementos,

horas extraordinárias, pagamentos

em espécie ou o uso de cartões de

crédito.

Marques Guedes destacou que

a medida tem como intenção pro-

mover os entendimentos sociais e

políticos necessários para que se

obtenham “soluções estáveis e du-

radouras que possam ser mantidas

além de uma legislatura”. Para já, o

diploma será discutido com os sindi-

catos na função pública na próxima

segunda-feira.

Mal a lei seja publicada, os ser-

viços terão 30 dias para preencher

um inquérito disponibilizado pelo

Ministério das Finanças na Internet

e os dirigentes que não o fi zerem

serão sancionados. Depois, o Go-

verno tem 90 dias para apresentar

uma proposta de lei para a revisão

do sistema remuneratório do Esta-

do. O objectivo, precisou Marques

Revisão da estrutura salarial do Estado no terreno em 2014

Guedes, é concluir a revisão do sis-

tema remuneratório “o mais tardar”

até 1 de Janeiro de 2014, altura em

que o novo sistema deverá estar no

terreno.

A revisão dos suplementos es-

tá prevista desde 2008, mas não

foi totalmente concretizada. Estas

componentes pesam 15% na massa

salarial do Estado, mas o Governo

decidiu ir mais longe e ordenar um

levantamento de todas as remunera-

ções pagas, seja a que título for.

No preâmbulo de uma versão ini-

cial do diploma, enviado aos sindi-

catos há duas semanas, o executivo

reconhece que há “lacunas relevan-

tes de informação” que inviabilizam

quaisquer medidas no sistema re-

muneratório da função pública. As

Finanças desconhecem a totalidade

dos suplementos pagos, pois mui-

tos estão previstos em regulamen-

tos internos dos serviços e não há

qualquer controlo. Os dirigentes que

não prestem a informação ou que

não insiram todos os dados no siste-

ma correm o risco de ver cessada a

comissão de serviço ou o mandato.

As Finanças poderão ainda travar

pedidos de abertura de concursos

nos serviços que não divulguem os

dados sobre remunerações.

Já durante a quinta avaliação do

memorando de entendimento, a

troika tinha sinalizado a necessidade

de reduzir o peso dos suplementos

nas remunerações. Na sétima avalia-

ção, os técnicos voltaram a insistir

neste mesmo ponto.

Raquel Martins

Selassie em Abril, durante a sétima avaliação da troika

Page 4: 3 Maio - PÚBLICO

4 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013

Consenso, essa ideia “arriscada” e de “utilidade questionável”

Enquanto os cientistas sociais apontaram as fragilidades dos consensos em democracia, Poiares Maduro insistiu na sua necessidade e o PS descartou a hipótese e pediu debate no Parlamento

MIGUEL MANSO

Miguel Poiares Maduro insistiu na negociação para “procurar as melhores soluções”

Os consensos e as coligações têm uti-

lidade questionável, comportam ris-

cos para os partidos e a evolução do

sistema político português seguiu ao

longo dos anos o sentido contrário. É

esta a principal ideia deixada ontem

por cientistas sociais no debate Con-

sensos Políticos em Tempos de Crise,

ontem promovido pelo Instituto de

Ciências Sociais, em Lisboa. Dois po-

líticos no activo estiveram presentes

mas com outras mensagens. Tanto

o líder parlamentar do PS, Carlos

Zorrinho, como o ministro adjunto,

Poiares Maduro, pouco trouxeram

à discussão. O primeiro defi niu as

condições do PS para o diálogo e

por que é que este não iria aconte-

cer. E o recém-nomeado governante

defendeu as vantagens da procura

do consenso, manifestando abertura

para o acordo.

Mas o tom das intervenções dos es-

pecialistas, no entanto, foi diferente.

Quem os ouviu — Zorrinho saiu logo

após a sua intervenção, na abertura,

e Poiares Maduro chegou já o segun-

do painel decorria — percebeu que

se impunha pôr água na fervura à

defesa de governos alargados.

Numa análise ao caso português,

Marina Costa Lobo explicou por que

é que a actual conjuntura era adversa

a esses acordos. Primeiro identifi cou

os tipos de democracia existentes:

a adversarial — onde existiam dois

partidos principais, com posiciona-

mentos claros cujo combate político

se fazia na escolha entre dois primei-

ros-ministros — e a consensual, que

dava primazia às alianças entre parti-

dos por necessidade de inclusão para

assim legitimar a comunidade.

Foi depois da contextualização que

rematou que Portugal sofreu “mu-

danças” ao passar de um “modelo

consensual” para a “bipartidariza-

ção”. Uma “evolução” em sentido

exactamente contrário à coligação

governamental, uma vez que, no pro-

cesso, “o PS e o PSD perderam capa-

cidade de consenso e negociação”.

Depois havia os riscos e a utilidade.

Para os quais António Costa Pinto e

Andres Malamud e Riccardo Marchi

alertaram. Costa Pinto lembrou que a

“erosão do sistema partidário” não ti-

nha chegado a níveis sufi cientes que

justifi cassem esse tipo de soluções. E

purrando este para outsiders.

Nem de propósito, Riccardo Mar-

chi falou de Itália. Para dizer que os

governos “técnicos” de iniciativa pre-

sidencial e apoiados pelos grandes

partidos — como o anterior de Mario

Monti —, se tinham a utilidade de ser-

vir como “salvação para os partidos

para tomar decisões impopulares”,

não tinham “resolvido os problemas

institucionais ou económicos” com

que se defrontavam.

As cartas, Zorrinho e MaduroO único dos políticos que escutou,

em parte, o cenário retratado admi-

tiu não ter gostado do que ouvira.

Mesmo assim, Poiares Maduro em-

punhou a sua bandeira com orgulho.

Anunciou desde logo com humor que

usaria palavra “consenso” 49 vezes.

E sustentou que o consenso não im-

plicava “identidade total”, apesar de

ser “útil” por obrigar a “ouvir o outro

lado” e a negociação para “ajudar a

chegar mais próximo das melhores

soluções”. Zorrinho, por seu turno,

até defendeu o consenso a “médio

prazo”. Mas para temas diferentes

dos propostos: energia, políticas de

terceira idade e a ideia de Portugal

enquanto “país-conceito”. Sobre o

presente, avisou que não faz “sentido

continuar a alimentar ilusões”.

Debate Nuno Sá Lourenço

disse mesmo que, “do ponto de vis-

ta da qualidade da democracia”, era

preferível que o PS dissesse “não” ao

apelo do consenso. Devia, rematou,

fazer “pactos” em algumas áreas, ao

mesmo tempo que tentava canalizar

o descontentamento do eleitorado.

Andres Malamud explicou porquê.

“Os consensos, por vezes, são conser-

vadores e inefi cientes”, começou por

dizer. E depois alertou para o risco.

“Se [uma coligação PS/PSD] não fosse

bem sucedida, colocaria em causa o

sistema partidário”, uma vez que a

inclusão dos dois grandes partidos no

mesmo Governo fechava a percepção

de alternativas para o eleitorado, em-

Orçamento

Maduro quer uma “Europa diferente”

Foi no debate sobre o consenso que Poiares Maduro se aproximou do PS do discurso socialista

a propósito da Europa. O ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional defendeu ontem que “Portugal necessita de uma Europa diferente”.

“A flexibilização do nosso processo de ajustamento passa, em grande medida, pela alteração das condições políticas e económicas na Europa”, lançou o governante.

Falou de “solidariedade europeia” e de “partilha de risco” para concretizar a defesa de “recursos genuinamente próprios” para a UE. À disciplina orçamental, acrescentou, tinha que corresponder “capacidade orçamental” para se atingir a “estabilização financeira da Europa e possibilitar o crescimento”.

E Maduro depois acrescentou que, para exigir essa “Europa diferente”, Portugal necessitava de duas condições: “Um largo consenso interno sobre essas matérias”, além do trunfo de “estar a cumprir o seu ajustamento”. N.S.L.

Posição que se manifestou na res-

posta do PS à carta de Maduro ape-

lando ao diálogo sobre propostas

para o crescimento. O debate sobre

o tema deve ocorrer na comissão

parlamentar de Economia e Obras

Públicas, resumiu o PS, através do

porta-voz, João Ribeiro. Mas, se esse

debate existir e o Governo insistir,

o PS aceita reunir com o executivo.

E frisou: “O Governo sabe que este

convite surge 22 meses após a sua

posse e depois de ter fechado as

portas a qualquer contributo do PS

para dinamizar a economia nacional

e preservar o emprego”. com Rita Brandão Guerra

Page 5: 3 Maio - PÚBLICO

www.millenniumbcp.pt

CRÉDITOEMPRESAS

SEM INVESTIMENTO AS EMPRESAS NÃO CRESCEM.FALE CONNOSCO

No Millennium, sabemos que sem financiamento não é possível crescer. Por isso, reservámos 4.200 milhões

de euros até 2015 para apoiar os seus projetos, através de soluções específicas para cada tipo de negócio.

Porque exportar é muito diferente de fornecer o mercado nacional, venha falar connosco. Estamos preparados para financiar o seu sucesso!Sujeito a decisão de risco de crédito. Informe-se no Millennium bcp

4.200 MILHÕES DE EUROSATÉ 2015 PARA FAZER CRESCER A SUA EMPRESA

As nossas Soluções de Créditoincluem Linhas de Crédito Protocolado

707 50 24 24Atendimento Personalizado 24H

Custo Máximo por minuto: 0,10€ para chamadas a partir da rede fixa e 0,25€ para chamadas a partir da rede móvel. Acresce IVA.

Page 6: 3 Maio - PÚBLICO

6 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013

Rompuy veio dar razão à austeridade de Passos e ao crescimento de Seguro

Presidente do Conselho Europeu esteve ontem em Portugal. Aplaudiu a estratégia cumpridora do Governo, mas avisou que é preciso também trabalhar desde já no crescimento e no emprego

DANIEL ROCHA

RUI GAUDÊNCIO

Herman Van Rompuy almoçou com Passos e encontrou-se com Seguro nas Conferências do Estoril

Herman Van Rompuy é economista,

mas ontem veio a Lisboa e ao Esto-

ril vestindo o fato de engenheiro. De

pontes. O presidente do Conselho

Europeu deu razão a Pedro Passos

Coelho por não se querer desviar um

milímetro do rumo traçado com os

credores internacionais. Mas também

apoiou as reivindicações de António

José Seguro quando defendeu que se

deve neste momento enveredar por

uma estratégia de crescimento eco-

nómico e fomento do emprego.

Do primeiro-ministro, o respon-

sável europeu recebeu a promessa

de que o plano de médio prazo que

está a preparar vai procurar aliar a

consolidação orçamental com uma

política de crescimento e emprego.

Do líder da oposição, Rompuy ou-

viu que é imprescindível que a zona

euro assuma uma “dimensão eco-

nómica e política” sufi cientemente

forte que lhe permita enfrentar as

consequências da crise económica

e fi nanceira que a assola. Seguro de-

fendeu a “necessidade de o BCE po-

der emitir moeda, a criação de um

fundo de mutualização da parte da

dívida dos Estados superior a 60%”,

a possibilidade de Portugal “benefi -

ciar de rácios bancários semelhantes

à Espanha ou Alemanha”. Portugal

precisa de “estabilizar a economia,

de criar condições de fi nanciamento

para as empresas” e de criar empre-

go, afi rmou Seguro à saída do en-

contro de meia hora que teve, a seu

pedido, com Van Rompuy à margem

das Conferências do Estoril, onde o

responsável europeu foi orador. Na

conferência estava também prevista

a intervenção de Paulo Portas, mas

esta foi cancelada duas horas antes,

devido ao Conselho de Ministros

Rompuy elogiou o comportamento

de Portugal nos últimos dois anos. O

país é “um bom exemplo” pelos re-

sultados alcançados no “trabalho que

tem sido feito nas fi nanças públicas e

na implementação de reformas”, dis-

se. “O mais importante é mantermos

o nosso rumo”, vincou, defendendo

mesmo que isso é “imprescindível

para a credibilidade” externa dos pa-

íses. Até porque, “se formos bem-su-

cedidos, a crise acabará por nos tor-

nar mais fortes”. Foi, aliás, esse bom

comportamento que permitiu que os

credores internacionais alargassem

o prazo para o pagamento da dívida

portuguesa há algumas semanas,

fez questão de vincar o presidente

do Conselho Europeu. E também por

isso aligeiraram o cumprimento das

metas do défi ce, no ano passado.

Porém, há ainda um longo cami-

nho a percorrer – os “ajustamentos

são difíceis, demoram muito tempo

até parecerem fazer efeito” e é pre-

ciso “coragem política”, avisou, mes-

mo que as sondagens mostrem que o

Governo é cada vez menos querido

pela população. Essa é, aliás, uma

situação que Rompuy desvaloriza.

“É tempo de coragem política e

muitos líderes, tal como os do vosso

país, mostram coragem. Estão con-

vencidos de que têm que agir como

agem. E é assim que tem que ser.”

“Hoje em dia, tanto a nível nacio-

nal como europeu, temos que nos

concentrar em medidas que tenham

um impacto imediato e directo no

combate ao desemprego”, disse,

avisando que é preciso estimular a

confi ança empresarial e interligar

a acção a vários níveis. A uma eco-

nomia resiliente e fi nanças públicas

sólidas é necessário somar medidas

para o crescimento e o emprego,

assim como uma maior competi-

tividade e, ao nível europeu, uma

união económica e monetária forte.

“Portugal seguirá um caminho

que procura conciliar o objectivo de

consolidação orçamental (...) com a

atitude mais pró-activa relativamen-

te ao crescimento e ao emprego”,

prometeu Passos Coelho. Ao lado

de Rompuy, em São Bento, antes de

um almoço conjunto, numa declara-

ção sem direito a perguntas, Passos

referiu-se ainda à decisão do BCE de

baixar a taxa de juro para um míni-

mo histórico de 0,5% e de reforçar

as operações não-convencionais de

política monetária. “É um sinal im-

portante, nomeadamente para a cor-

recção da grande fragmentação que

temos vindo a constatar dos merca-

dos fi nanceiros na Europa, e de que

Portugal tem sido uma vítima maior”.

Perante Passos, Rompuy destacou

a “forte credibilidade” alcançada por

Portugal e considerou que os investi-

dores estão “gradualmente” a regres-

sar. Mas reconheceu que isso ainda

não se refl ectiu no emprego e disse

estar consciente do efeito de pobreza

causado pela austeridade.

Governo Maria Lopese Sofia Rodrigues

Page 7: 3 Maio - PÚBLICO

PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013 | PORTUGAL | 7

Conselho Europeu

Mais apoio para políticas de emprego

Os países submersos na crise “estão cansados das reformas”, admite o presidente do Conselho

Europeu. Mas sair dessa crise não está apenas nas mãos dos Estados-membros, ainda que a sua performance seja essencial para o caminho do sucesso. A Europa também tem que fazer o seu papel, defendeu Herman Van Rompuy na sua intervenção nas Conferências do Estoril, sobretudo nas políticas de emprego. Porque a crise, está provado, não se contém com as fronteiras geográficas. Às instâncias europeias compete também mostrar trabalho. Por isso, o presidente promete fazer a sua parte na cimeira de Junho, onde irá apresentar propostas e reforçar orçamentos para combater o desemprego jovem. Serão mais seis mil milhões de euros recanalizados dos fundos europeus que não foram utilizados. Portugal, avisou Rompuy, também irá beneficiar desses apoios, agora que relançou o Impulso Jovem. “O desemprego está a atingir níveis chocantes e inimagináveis. Temos que ser mais imaginativos. Peço a todos que sejam criativos, que coloquem as diferenças de parte. Esta é a prioridade máxima para todos os membros do Conselho Europeu”, assegurou Herman Van Rompuy.

Acerca de uma eventual saída do euro como solução para a crise que afecta vários países como Portugal, o presidente do Conselho Europeu é claro: “Seria dramático [qualquer país deixar o euro] para qualquer economia, incluindo as fortes. Seria um desastre.” E citou a chanceler Angela Merkel para defender que “o euro e a zona euro estão no coração da União Europeia. O colapso do euro seria o colapso da zona euro e da Europa.” M.L.

O Tribunal Administrativo e Fiscal

do Funchal (TAFF) determinou que

“o Município do Funchal se abste-

nha de publicar no Jornal da Ma-

deira (JM) as deliberações dos seus

órgãos, bem como as decisões dos

Tribunal proíbe Câmara do Funchal de fazer publicidade no Jornal da Madeira

em Diário da República, em edital,

no boletim da autarquia e nos jor-

nais regionais editados na área do

município, desde que, entre outros

pressupostos, “não sejam distribuí-

dos a título gratuito”.

Na sentença, em que dá como

provado que o Jornal da Madeira “é

distribuído gratuitamente”, o juiz do

TAFF constata, “no próprio dia da

audiência e momentos antes da rea-

lização da mesma, a sua distribuição

à população na rua adjacente ao tri-

bunal, sem qualquer contrapartida”.

Contra a concorrência “desleal” da

EJM, empresa pública declarada pelo

Tribunal de Contas “tecnicamente

respectivos titulares, destinadas a ter

efi cácia externa”. A decisão tomada

na terça-feira surge na sequência de

uma acção administrativa especial in-

terposta por dirigentes regionais do

PND. O tribunal deu como provado

que o JM, apesar de afi xar um preço

de capa de 10 cêntimos, é distribuí-

do gratuitamente em toda a região,

concluindo assim que a inserção de

publicidade da câmara contraria a

lei das autarquias locais.

A Lei n.º 169/99 determina que as

deliberações dos órgãos autárquicos

bem como as decisões dos respecti-

vos titulares, destinadas a ter efi cá-

cia externa, só devem ser publicadas

Autonomias Tolentino de Nóbrega

Publicação oficial do Governo regional é distribuída gratuitamente, o que torna ilegal a publicidade autárquica

falida”, incorrem acções judiciais, na

ERC e na Autoridade da Concorrên-

cia, interpostas pelo Diário de Notí-

cias, do Funchal.

Antes de formar Governo, Passos

Coelho defendeu a privatização do

Jornal da Madeira, contra a vontade

de Jardim. Em 2007, o Governo de

José Sócrates aprovou um diploma

que proibia as entidades públicas,

incluindo as regiões autónomas, de

terem meios de comunicação social,

mas foi vetada pelo Presidente da Re-

pública. Idêntica iniciativa faz parte

do pacote de leis para o sector que o

novo ministro Miguel Poiares Madu-

ro herdou de Miguel Relvas.

PUBLICIDADE

*Redução Early Booking Bonus por pessoa, para uma estadia de 7 noites. Oferta sujeita a disponibilidade com limite de quartos por datas de partida. As reservas devem ser efectuadas a 28 dias da data de partida.

E VOCÊ, COMO IMAGINA A FELICIDADE?

Reserve até 29 de Maio de 2013

EARLY BOOKING BONUS

REDUÇÃO DE 200€* POR PESSOA

Visite clubmed.pt, contacte-nos para o 21 330 96 96 ou contacte o seu agente de viagem.

Gregolimano, Grécia 4∑ Da Balaia, Portugal 4∑

Clu

b M

ed V

iag

ens,

Uni

pes

soal

, Ld

a. -

So

cied

ade

po

r Q

uota

s Ru

a A

ndra

de C

orvo

Nº 3

3 B

105

0-00

8 Li

sboa

• C

onse

rvat

ória

do

Regi

sto

Com

erci

al d

e Li

sboa

Sec

ção

M

atric

ula

nº 2

61/1

9910

131

/ N

IPC

: 502

5027

20 •

Cap

ital s

oci

al: 9

9.75

9.58

Eur

os

CA

E (C

ód

igo

Act

ivid

ade

da

Em

pre

sa):

7911

0-R

3 •

de

Alv

ará:

592

/91

Page 8: 3 Maio - PÚBLICO

8 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013

Guilherme Aguiar anunciou ontem a

candidatura independente à Câmara

de Gaia, no mesmo dia em que se

desvinculou do PSD, garantindo que

foi o “candidato escolhido” pelo ac-

tual presidente, Luís Filipe Menezes,

cuja decisão foi impedida por uma

“minoria”.

Ex-vice-presidente da Câmara de

Gaia, Guilherme Aguiar chegou a ser

escolhido como candidato a esta au-

tarquia num confronto com o verea-

dor do PSD Firmino Pereira. A esco-

lha não foi, no entanto, consensual,

acabando o partido por candidatar o

deputado Carlos Abreu Amorim.

Ontem, em Miramar, freguesia de

Arcozelo – da qual foi presidente da

junta – o vereador eleito pelo PSD,

em 2009, à Câmara de Matosinhos

anunciou a sua candidatura indepen-

dente à autarquia de Gaia porque a

isso o “obriga a herança dos man-

datos de Luís Filipe Menezes”, cuja

dimensão fez questão de enaltecer.

“Sou candidato a presidente da Câ-

mara de Gaia porque a isso me obriga

o facto de ter sido o candidato esco-

lhido pelo ainda presidente da câma-

ra, numa decisão que, tendo frus-

trado uma minoria que a impediu,

gerou uma expectativa que, depois,

me vi impedido de travar”, explicou.

Guilherme Aguiar anunciou-se

como independente “com um senti-

mento misto”, que é, por um lado, de

“desilusão”, que resulta de não avan-

çar pelo “partido de sempre”, o PSD,

do qual se desvinculou ontem. “E de

expectativa, por reconhecer que este

estatuto permite, pela ausência de al-

gumas limitações a que as estruturas

partidárias sempre obrigam, fazer

novo e fazer diferente”, acrescentou.

O independente adiantou ainda

que vai também apresentar lista à

assembleia municipal, mas não às

juntas de freguesia, onde reconhece

“haver excelentes autarcas” que po-

derá apoiar “caso a caso”, avançan-

do ainda a possibilidade de “apoiar

de igual forma listas de cidadãos” às

freguesias, logo que o programa não

colida com as ideias que defende.

“Farei novo e farei diferente, ao in-

centivar comissões políticas de fre-

guesia, a quem competirá indicar os

nomes para a lista à assembleia mu-

nicipal, depois dos cinco primeiros

lugares, que reservo para indicação

de mim próprio”, disse.

O PS candidata em Gaia Eduardo

Vítor, a CDU concorre com Jorge Sa-

rabando e o Bloco de Esquerda apos-

tou em Eduardo Pereira.

PSD: ex-“vice” avança contra o próprio partido

Câmara de Gaia

PEDRO CUNHA/ARQUIVO

Oposição unânime nas críticas ao Documento de Estratégia Orçamental

A maioria PSD/CDS mas também o

PS rejeitaram ontem uma resolução

dos comunistas que defendia uma

alternativa para “resgatar o país do

declínio económico e social” e uma

demarcação do memorando da troi-

ka. A resolução teve os votos a favor

do BE e do PEV, além do PCP.

O debate arrancou com o deputa-

do comunista Francisco Lopes, que

defendeu a renegociação da dívida

pública e a rejeição do memorando

de ajuda externa. Uma solução que

o deputado do PSD Jorge Oliveira re-

jeitou, lembrando que “não são os

devedores que defi nem a regra do

jogo independentemente da vontade

dos credores”.

“O povo tem o direito de dizer

‘não’ a uma dívida ilegítima”, res-

pondeu Francisco Lopes, frisando

que a proposta do PCP para a rene-

gociação da dívida “não é inédita” e

foi aplicada à Alemanha a seguir à

II Guerra Mundial, sendo o “único

caminho realista a seguir”.

A proposta passa pela “defi nição

de moratórias e outras condições de

PSD/CDS e PS chumbam resolução do PCP que defendia rejeição do memorando da troika

pagamento compatíveis com o cresci-

mento económico e as necessidades

sociais, designadamente indexando

o serviço da dívida a uma percenta-

gem das exportações”.

No debate, a oposição parlamentar

afi rmou que as medidas previstas no

Documento de Estratégia Orçamen-

tal (DEO) “matam” qualquer políti-

ca para o crescimento e o emprego

e mostram uma predominância do

ministro das Finanças no Governo.

“Com estas metas e este discurso

aqui na Assembleia da República, o

ministro das Finanças reduziu à insig-

nifi cância política o discurso do mi-

nistro Paulo Portas, de Álvaro Santos

Pereira e do PSD, mas valha a verdade

que isto já é um clássico neste Gover-

no”, disse o deputado socialista Rui

Paulo Figueiredo. E considerou que

“o caminho seguido pelo Governo

nos últimos dois anos tem sido um

desastre” em toda a linha, apesar de

estar “a ir ao bolso dos portugueses

de todas as formas”. “O Governo não

acerta uma previsão e não atinge uma

única das suas metas, já nem no seio

do Governo se acredita no ministro

das Finanças e com este documento

de estratégia orçamental o Governo

acena com a bancarrota”, afi rmou.

O deputado do PS referiu que as no-

vas medidas de austeridade relegam

o ministro dos Negócios Estrangeiros,

Paulo Portas, à “irrelevância política”.

O deputado socialista defendeu co-

mo medidas prioritárias “o aumen-

to do salário mínimo nacional e das

pensões mais baixas através da con-

certação social”, além do prolonga-

mento do subsídio social de desem-

prego em mais seis meses.

Pelo BE, a deputada Mariana Aive-

ca afi rmou que o DEO “matou qual-

quer estratégia de crescimento”,

assinalando que “o desemprego em

2016 estará em 17,5%”.

Já o deputado do PCP João Olivei-

ra acusou o Governo de “fazer um

saque do dinheiro público para sa-

tisfazer as necessidades do capital”

e de enganar os contribuintes com “a

patranha do ‘não há dinheiro’” para

aumentar salários e pensões.

O social-democrata Afonso Oliveira

advogou que a oposição faz propos-

tas “fora do quadro do possível” e

defende “o incumprimento” do me-

morando acordado com a troika. “O

PS tem enormes responsabilidades

no estado das contas públicas e não

assume os erros do passado, até tem

orgulho no seu passado recente, que

foi um desastre”, criticou.

No mesmo tom, o centrista Mi-

chael Seufert acusou o PS de estar

“numa posição muito confortável do

toca e foge” e defendeu que é preciso

diferenciar “entre propostas e inten-

ções”. “O PS negociou as metas e as

maturidades, as bases do programa

de ajustamento, e agora a grande so-

lução é um novo Governo. Ainda nos

lembramos bem do último Governo

do PS...”, ironizou.

Parlamento

Oposição duvida do discurso do Governo que concilia consolidação orçamental com crescimento económico

Breves

Serviço público

Associação da Transparência

Jornalistas da RDP e da RTP recusam fusão das redacções

Crise deve-se à corrupção e não aos excessos na despesa

Os jornalistas da RDP e da RTP recusaram ontem formalmente a fusão das duas redacções do serviço público, justificando que isso coloca em causa “o pluralismo e a diversidade”, assim como a qualidade do trabalho produzido, e também por ser contra a lei laboral.Afirmando-se “favoráveis à evolução e à transformação do serviço público de rádio e TV”, os jornalistas opõem-se, no entanto, “à alteração unilateral dos pressupostos de trabalho” de que nem sequer foram consultados e sem existirem estudos prévios “que comprovem as suas vantagens e exequibilidade”, diz um comunicado à redacção, a que o PÚBLICO teve acesso. A redacção da rádio marcou um referendo sobre o assunto para dia 8 deste mês. M.L.

O vice-presidente da Associação de Integridade e Transparência, Paulo Morais, garantiu ontem que a crise económica em Portugal não se deve ao facto de os portugueses terem vivido acima das suas possibilidades, mas aos fenómenos de corrupção. “Há duas mentiras que têm sido repetidas na sociedade portuguesa: que os portugueses andaram a gastar acima das suas possibilidades e que não há alternativa à austeridade para expiarem os pecados (que não cometeram)”, disse. Segundo Paulo Morais, “grande parte da divida pública e privada é fruto da corrupção e não dos alegados excessos dos portugueses”. E destacou o peso do caso BPN e das parcerias público-privadas (PPP), entre outros.

Page 9: 3 Maio - PÚBLICO

PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013 | 9

A Entidade Reguladora para a Co-

municação Social (ERC) entregou

ontem à presidente da Assembleia

da República, Assunção Esteves,

uma proposta para A “clarifi cação”

e “melhoria” da legislação, de forma

a viabilizar a realização de debates

televisivos entre os candidatos às

próximas eleições autárquicas, no

Outono. A proposta, explicou ao

PÚBLICO o presidente do órgão re-

gulador, Carlos Magno, assenta na

defesa do conceito de “liberdade

editorial”.

Os operadores de televisão já ti-

nham comunicado à ERC a inten-

ção de não realizarem debates, por

considerarem serem impraticáveis

as regras impostas pela lei, que os

obrigariam a realizar encontros en-

tre todos os candidatos. “Os opera-

dores não queriam fazer debates

e nós colocamo-nos do lado dos

operadores”, frisou Carlos Magno,

lembrando que as estações deram

à ERC um “voto de confi ança” para

encontrar uma solução.

Sem querer adiantar pormenores

da proposta entregue a Assunção Es-

teves, Carlos Magno, que defendeu

a importância de ter em conta os

interesses dos pequenos partidos,

argumentou que os debates devem

ser feitos para “esclarecimento do

público” e que “os jornalistas é que

sabem, dentro dos seus critérios edi-

toriais” como deve esse objectivo

ser alcançado.

O responsável acrescentou que

a solução proposta pretende tam-

bém proteger os órgãos de comu-

nicação social de eventuais penali-

zações fi nanceiras ou providências

cautelares interpostas por partidos

ou candidatos descontentes com

a actuação dos operadores. A este

propósito, adiantou a possibilidade

de formação de uma entidade inde-

pendente para lidar com “as difi cul-

dades” que possam surgir.

Nas últimas eleições legislativas,

em 2011, tanto o MEP — Movimento

Esperança Portugal como o PCTP/

MRPP interpuseram providências

cautelares para que as televisões fos-

sem obrigadas a fazer debates entre

estes partidos e todos os outros. A

realização dos debates acabou por

ser imposta judicialmente, mas o lí-

der do PCTP/MRPP não compareceu

nos confrontos e, das forças políti-

cas com presença no Parlamento,

apenas a CDU aceitou participar.

Notando que a lei em causa re-

monta a 1975, o presidente da ERC

considerou haver “na sociedade

portuguesa, uma dinâmica de mo-

vimentos cívicos que põe em cau-

sa algumas das práticas até agora

exercidas”.

A presidente da Assembleia da

República acolheu a proposta com

“simpatia”, notou o responsável da

ERC.

À saída do encontro com Assun-

ção Esteves, Carlos Magno afi rmou

também, citado pela agência Lu-

sa, que a entidade reguladora vai

acompanhar o processo de fusão

das redacções da televisão e da rá-

dio da RTP, que tem estado a ser

contestado pelos jornalistas dos

dois meios.

Comunicação socialJoão Pedro Pereira

Televisões afirmam não ser possível realização de debates entre todos os candidatos nas eleições autárquicas

Carlos Magno entregou no Parlamento proposta para debates na TV

DANIEL ROCHA

Entidade reguladora propõe “clarificação” da lei para viabilizar debates televisivos

Page 10: 3 Maio - PÚBLICO

10 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013

Factura da água, saneamento e resíduos subiu 8,4% em 2012

Os portugueses pagaram, em média,

mais 8,4% na factura da água, sanea-

mento e tratamento de lixo em 2012

do que no ano anterior. Dados da

Entidade Reguladora dos Serviços de

Águas e Resíduos (ERSAR) mostram

que a maioria dos concelhos conti-

nua a aumentar os preços, mas esta

evolução é vista como positiva, por

aproximar as tarifas dos serviços ao

que os mesmos realmente custam

aos cofres das autarquias.

Dos 281 sistemas de abasteci-

mento e tratamento de resíduos

dos 278 municípios do territó-

rio continental abrangidos

por esta nova avaliação da

ERSAR sobre os encargos

dos serviços incluídos na

factura da água, pouco

mais de dois terços (68%)

praticaram, em 2012, ta-

rifas mais elevadas do que

em 2011. Com isso, o valor

médio de uma factura para

um consumo mensal de dez me-

tros cúbicos de água (10.000 li-

tros) chegou aos 20,72 euros, mais

1,61 euros do que no ano anterior.

Os aumentos são muito variados

e, nalguns casos, chegam a mais de

100%. Em Castro Marim, que tinha

a água mais barata do Algarve, a

factura de 2012 foi o triplo da de

2011. O presidente da câmara, Jo-

sé Fernandes Estevens, diz que a

principal razão foi a inclusão dos

custos do saneamento no total a co-

brar aos munícipes. “Conseguimos

durante algum tempo manter os pre-

ços mais baixos da região. Tornou-

se insustentável, até por imposições

da Lei de Finanças Locais”, explica

o autarca. As famílias do concelho

pagam agora 22 euros, em média,

por dez metros cúbicos de consumo,

contra 7,46 euros em 2011.

O exemplo de Castro Marim é um

dos que ilustram como as autarquias

têm vindo a alterar, gradualmente, a

tradição de suportar parte dos custos

dos serviços de água, saneamento e

resíduos, sem os cobrar integralmen-

te aos munícipes. Foi isto o que fez

com que Sousel, no Alentejo, tivesse

o segundo maior aumento percen-

tual destes serviços. O valor médio

era de 9,54 euros e saltou para 24,55

euros (mais 157%).

A subida refl ecte, aqui também,

uma adequação do preço aos custos.

No ano passado, os esgotos do con-

celho passaram a ser geridos pela

Águas do Norte Alentejano — um sis-

tema multimunicipal detido maio-

ritariamente pelo Estado, através

das Águas de Portugal, e ao qual os

municípios, que também são sócios,

têm de pagar por cada tonelada tra-

tada de águas residuais. Nos resídu-

os, as tarifas também se ajustaram

em função dos custos da recolha. E

no abastecimento de água, houve in-

vestimentos signifi cativos na rede do

concelho, que têm de ser pagos.

“A análise que temos de fazer

não é qual concelho aumentou

mais, mas os preços que podemos

praticar”, afi rma Armando Varela,

presidente da autarquia. Segundo

Armando Varela, as tarifas pratica-

das já cobrem 95% dos custos do

saneamento, 70% no caso dos lixos

e 60% na água.

“Temos dois caminhos: o mais fá-

cil é subir as tarifas, o mais difícil é

reduzir as despesas”, diz o presiden-

te da câmara. Em linha com a segun-

da alternativa, o município defende

um reajustamento dos preços que

paga para que os seus lixos sejam

tratados pela Valnor — outro siste-

ma multimunicipal para a área dos

resíduos. A empresa, diz Armando

Varela, tem dois milhões de euros

de lucro por ano. “O lixo não é para

ganhar dinheiro”, defende.

A integração das despesas com

os resíduos e o saneamento na fac-

tura é, segundo a ERSAR, o princi-

pal factor por detrás da subida dos

preços. Em 2011, 17 municípios não

cobravam nada pelo tratamento de

esgotos e 15 não o faziam para os

lixos. Agora são 12 e 14.

Nos demais municípios, tem havi-

do uma aproximação do que era co-

brado ao custo real. “No nosso con-

celho, os custos todos são cobertos

pelos consumidores”, afi rma Pedro

Mendes, vice-presidente da Câmara

Municipal de Paredes, onde a factu-

ra total dos três serviços ronda os 29

euros mensais.

Embora ainda haja uma grande

desproporção entre a maior e me-

nor factura do país (ver infografi a),

tem havido uma harmonização pro-

gressiva dos preços. “Há uma maior

convergência, tudo tem vindo a me-

lhorar, embora a circunstância actu-

al não permita que o seja num ritmo

Mais de dois terços dos municípios do território continental praticaram no ano passado preços mais elevados do que em 2011. Os dados são da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos

AmbienteRicardo Garcia

Fonte: ERSAR Célia Rodrigues, Joaquim Guerreiro e Ricardo Garcia

2,53€até 8€

16€

24€

32€

21

31

92105

110143

103106

40

44

31

8

3

1

Factura total para 10m3 de águapor mês

Terras de BouroFactura mais barata

Água

Saneamento

Resíduos

2009

2011

2012

Municípios quemenos pagam

Municípios quemais pagam

8,25€

MonchiqueNão cobra resíduosnem saneamento

22€

Castro MarimMaior aumentoem 2012

31,43€

Póvoa de VarzimResíduos maiscaros

3%

40,71€

Loulé (Vale do Lobo eQuinta do Lago)Factura mais cara

Var. 2012/2011

1,5€

1,03€

0€

7,25€

4,75€

0,5% 1,4%Vale do Lobo Quinta do Lago

195%

0%

0%

8,25€

10€

8,52€

13,12€

9,79€

21,04€

6,42€

13,25€

Page 11: 3 Maio - PÚBLICO

PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013 | 11

tão rápido quanto queríamos”, afi r-

ma Jaime Melo Baptista, presidente

da ERSAR.

Das capitais de distrito, Aveiro

tem a factura mais cara, com 33,39

euros, seguida de Vila Real (30,73),

Beja (26,82), Guarda (26,65) e Por-

talegre (24,80). No Porto, o valor é

de 20,51 euros, em Coimbra 20,23

euros e em Faro 23,04 euros. Lisboa

é um entre cerca de duas dezenas de

concelhos que não entregaram à ER-

SAR os dados completos dos preços

cobrados aos munícipes. Não é por

isso possível saber qual é a factu-

ra total paga pelos seus munícipes,

mas apenas a do abastecimento de

água – em média, 8,23 euros por dez

metros cúbicos mensais, um valor

que está a meio da tabela.

A factura da água, esgotos e lixos

mais cara em todo o país permanece

em Loulé, Algarve, mas apenas no

Vale do Lobo e na Quinta do Lago,

que são servidos por sistemas autó-

nomos para estes serviços. O valor

— 40,71 euros em ambos os casos

— é infl uenciado pela parte fi xa da

tarifa, independente do consumo,

e que é elevada para compensar a

sazonalidade da população naque-

les locais. Nas partes do concelho

servidas directamente pela câmara

municipal, o valor desce para quase

a metade (22,30 euros).

A subida no preço dos serviços de

água, saneamento e resíduos não de-

ve parar por aqui. Um regulamento

da ERSAR sugere, sem força vincu-

lativa, não só a norma de aproxima-

ção do preço aos custos, como uma

harmonização das tarifas – que ainda

são muito diferentes concelho a con-

celho. Por exemplo, a ERSAR sugere

que as tarifas se dividam em apenas

quatro escalões de consumo.

A voz da ERSAR provavelmente

terá uma força bem maior com a re-

visão da legislação sobre esta e outras

entidades reguladores, que está em

discussão no Parlamento. O regula-

mento tarifário da ERSAR pode trans-

formar-se em norma obrigatória, e

a entidade poderá vir a ter poderes

para verifi car se as câmaras o estão

a cumprir e, caso não estejam, exigir

uma correcção aos preços.

Jaime Melo Baptista diz que não

está nada defi nido, dado que a pro-

posta de lei já apresentada pelo Go-

verno tem ainda de ser discutida e

aprovada. Mas o resultado poderá

ser um ritmo mais acelerado para a

convergência dos preços que os por-

tugueses pagam pela água e outros

serviços. “De um ano para o outro,

pode dar-se um salto enorme”, diz

Melo Baptista.

68%dos 278 concelhos em que está dividido o território continental praticaram no ano passado tarifas mais elevadas do que em 2011.

8,32euros é quanto paga um munícipe lisboeta por dez metros cúbicos mensais, um valor que está a meio da tabela. Mas este valor diz apenas respeito à água, deixando de fora saneamento e lixos.

17Em 2011, 17 municípios não cobravam nada pelo tratamento de esgotos e 15 não o faziam para os lixos. Agora são 12 e 14.

Média nacional

Fonte: ERSAR

201220112009

Resíduos

Saneamento

Água

20,7219,11

12,79

4,01

Em euros

10,29

6,42

3,62

9,80

5,69

2,50

7,27

3,02

BBolsa do EEmpreendedorismo Dia da Europa

Reitoria da Universidade de Lisboa 9 de maio, 9h30 – 19h30 115.000 €€ em prémios • Workshops especializados • Sessões com empreendedores com sucesso • Gabinetes de Apoio ao Empreendedor Inscrição em: eec.europa.eu/pportugal @@CCE_Ptrep 9966 567 655 | [email protected] hhashtag ##99Maio

PPonha a sua ideia a render!!

A BELTR8NICA

Compatível também com as tecnologias anteriores IP (VoIP, SIP/H.323), RDIS (BRI/PRI) e tradicional.DIVISÃO DE SISTEMAS TELEFÓNICOS DIGITAIS

308 802 470Serviço Nacional de Atendimento

Número Nacional/Chamada Local

Estamos em todo o país, informe-se já:AVEIRO � BEJA � BRAGA � BRAGANÇA � COIMBRA � ÉVORA � FUNCHAL FUNDÃO � GUARDA � LEIRIA � LISBOA � LOULÉ � P. DELGADA � PORTALEGRE PORTO � SANTARÉM � SETÚBAL � V. CASTELO � VILA REAL � VISEU

Tenha o Sistema de ComunicaçõesMais Avançado da Atualidade!Aumenta a produtividade e elimina elevados custos mensais

Seja operador de si próprio. Tenha os telemóveis e os telefones a fazerem gratuitamente as chamadas para as redes fixas e móveis nacionais e internacionais através da sua central telefónica. Não pague chamadas nem aluguer de linhas. Tenha mais qualidade nas comunicações e economize muito dinheiro mensalmente.

Page 12: 3 Maio - PÚBLICO

12 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013

Breves

Jogo

Saúde 1

Saúde 2

Novas regras para os mediadores de jogos sociais do Estado

Portugueses poupam 21 milhões de euros na farmácia

Misericórdias podem assumir pacote de hospitais públicos

As regras para seleccionar os mediadores dos jogos sociais do Estado mudaram e entram em vigor no final de Maio. Os mediadores vão passar a ser escolhidos por concurso e segundo critérios como ter o estabelecimento aberto pelo menos oito horas diárias, durante toda a semana e ao sábado de manhã. Ter acesso à Internet, um endereço electrónico e estar aberto 50 semanas por ano são outras das novas exigências.

Em Janeiro e Fevereiro desteano, os portugueses gastarammenos 21 milhões de euros nas farmácias com remédios comparticipados do que em igual período de 2012, revela um relatório do Infarmed. A factura total com a compra destes remédios ascendeu, nesse período, a 107,8 milhões de euros. A quebra continuada do preço dos medicamentos, que tem vindo a ser imposta pelo Governo, é apontada como o motivo da poupança.

A União das Misericórdias Portuguesas (UMA) está em “negociações” com o Governo para assumir “um primeiro pacote” de cerca de dez hospitais nacionalizados no pós-25 de Abril, afirma o presidente da UMA. Em causa estão três hospitais no Centro, um no Alentejo e “dois ou três” no Norte. O Hospital de Santo António, no Porto, não está neste pacote de devolução de hospitais do Estado.

PAULO PIMENTA

Segundo a Polícia Judiciária, não é, para já, possível determinar o valor da arte sacra furtada

O falso padre de Barcelos acusado de

furto de obras de arte e bens cultu-

rais religiosos, burla, falsifi cação de

documentos e usurpação de funções,

foi detido ontem pela Polícia Judiciá-

ria. O homem, de 40 anos, que conta

já com outras detenções por se fazer

passar por sacerdote e pela prática

de burlas, teria regressado recente-

mente a estes crimes, tendo mesmo

motivado a emissão de um alerta pe-

la arquidiocese de Braga.

Na última sexta-feira, o vigário-ge-

ral da arquidiocese de Braga alertou

num comunicado que o falso padre

Agostinho Coutinho Caridade tinha

regressado às igrejas do distrito e

furtado “objectos valiosos”. Numa

das igrejas, a de Senhora-a-Branca,

em Braga, apresentou-se como Ví-

tor, mas a arquidiocese admitiu que

poderia “apresentar outro nome

qualquer”. Aos paroquianos, era

recordado que o homem em causa

já tinha sido acusado e condenado

por “burlar dezenas de pessoas, atra-

vés da realização indevida de várias

Polícia Judiciária detém falso padre suspeito de roubos em igrejas

cerimónias religiosas nas dioceses

do Porto e de Braga”. Entre essas

cerimónias estiveram casamentos e

baptizados.

Agostinho Caridade tem um lon-

go percurso de crimes de usurpação

de funções e de burla. Chegou a ser

condenado em pelo menos duas si-

tuações, em Janeiro de 2010, a três

anos e seis meses de prisão por burla

qualifi cada continuada, depois de ter

burlado um casal de idosos de San-

tão, Felgueiras, e em Outubro de

2011, a dois anos e seis meses de pri-

são, com pena suspensa, no Tribunal

Judicial de Santo Tirso, também por

ter burlado uma idosa.

Desde 1999 que são conhecidas

actividades criminosas ao homem,

natural de Aguiar, Barcelos, que dei-

xou um rasto de mentiras, falsas pro-

messas e furtos em igrejas de Lisboa,

Braga, Valença, Viana do Castelo e

Aveiro. Foi agora detido em Lisboa,

confi rmou ao PÚBLICO João Oliveira,

coordenador de investigação crimi-

nal da Polícia Judiciária.

Várias identidadesNão é, para já, possível determinar

o valor total dos bens culturais e re-

ligiosos furtados por Agostinho Ca-

ridade, nem as quantias angariadas

através de falsos peditórios e falsifi -

cação de assinaturas em cheques. No

caso dos objectos furtados em igre-

jas, “estamos a falar de bens cultu-

rais cujo valor pecuniário nunca foi

calculado”, explicou João Oliveira. O

investigador admite ainda que algu-

mas paróquias só tomaram conheci-

mento de furtos depois de terem sido

contactadas pelas autoridades du-

rante as investigações e que outras,

agora, com a detenção, verifi quem

se perderam alguma peça.

Nessas investigações, que decor-

rem “há alguns meses”, a PJ confi r-

mou que o homem assumiu “várias

falsas qualidades e identidades, de

entre as quais a de padre católico,

introduziu-se em diversas igrejas” e

furtou “dezenas de bens e objectos

afectos ao culto religioso, os quais,

posteriormente, transaccionou, em

maioria no mercado ilícito”.

Através de relações de proximidade

com as futuras vítimas, entre padres

e paroquianos, Agostinho Caridade

criou condições para realizar falsos

peditórios. Um deles tinha como ob-

jectivo levar uma criança defi ciente

a um tratamento em Cuba, o que lhe

terá rendido alguns milhares de eu-

ros. Outro dos crimes de que é sus-

peito é a falsifi cação de cheques para

adquirir bens que depois revendeu.

“Trata-se de uma pessoa com

uma vida errante, sem morada co-

nhecida, que anda à deriva, o que

difi cultou a sua localização”, conta

João Oliveira.

Ouvido ontem à tarde no Tribu-

nal de Instrução Criminal de Lisboa,

Agostinho Caridade fi cou em prisão

preventiva.

Justiça Cláudia Bancaleiro

Desde 1999 que Agostinho Caridade começou a criar um longo caminho de burlas e falsificações e a apresentar-se como padre

Um homem de 43 anos é suspeito

de ter agredido mortalmente a sua

companheira, de 39 anos, e de se

ter suicidado em seguida, na habi-

tação da urbanização de Vila Ver-

de, em que viviam na vila de Mari-

nhais, no concelho de Salvaterra

de Magos.

Na casa encontrava-se a fi lha do

casal, uma menina de 3 anos, que

pode ter assistido às agressões que

terão originado a morte da mãe.

O PÚBLICO sabe que a mulher já

apresentara duas queixas na GNR

por alegada violência doméstica e

que a situação da família estava a

ser, por isso, acompanhada pela Co-

missão de Protecção de Crianças e

Jovens do concelho de Salvaterra

de Magos.

A situação foi detectada depois

de colegas de trabalho terem es-

tranhado a ausência do homem na

empresa da freguesia ribatejana de

Marinhais onde trabalhava e o fac-

to de não responder aos sucessivos

contactos telefónicos.

Alertados, os familiares acabaram

por se aperceber dos contornos de

toda a situação e solicitaram, cerca

das 10h00 de ontem, a presença da

GNR e dos Bombeiros de Salvaterra.

O corpo da mulher estava na casa

de banho, com sinais de uma forte

contusão na cabeça, que lhe terá

originado a morte.

O homem foi encontrado enfor-

cado na garagem da casa. Não fo-

ram detectados outros sinais de vio-

lência com armas de fogo ou armas

brancas e as autoridades procuram

ainda perceber que tipo de objecto

terá sido usado na suposta agressão

sobre a mulher.

A menina estava no quarto e foi,

para já, acolhida por familiares, ca-

bendo depois ao Tribunal de Meno-

res determinar quem fi cará com a

sua tutela.

No local estiveram bombeiros da

corporação de Salvaterra de Magos,

uma equipa do Instituto Nacional

de Emergência Médica, elementos

da GNR de Marinhais e uma equi-

pa da Polícia Judiciária, que fi cará

responsável pela investigação do

caso.

PJ investiga alegado caso de homicídioe suicídio

CrimeJorge Talixa

Casal com queixas de violência doméstica aparece morto em Marinhais, no concelho de Salvaterra de Magos

Page 13: 3 Maio - PÚBLICO

PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013 | 13

Autarca ainda está detido na cadeia anexa à Judiciária

O presidente da Câmara de Oeiras

(CMO), Isaltino Morais, que está pre-

so na cadeia anexa da Polícia Judici-

ária de Lisboa há mais de uma sema-

na, será transferido para a prisão da

Carregueira, em Sintra, até à manhã

da próxima segunda-feira. A garan-

tia foi dada ao PÚBLICO por fonte da

Direcção-Geral da Reinserção e dos

Serviços Prisionais (DGRSP).

Será na Carregueira, depois de ter

interposto 48 recursos das decisões

judiciais, que irá cumprir a conde-

nação de dois anos de prisão, mas

poderá sair mais cedo. A lei prevê

a atribuição de liberdade condicio-

nal para os reclusos que já tenham

cumprido metade da pena e reve-

lem bom comportamento.

A mesma fonte da DGRSP admi-

tiu a possibilidade de o autarca ser

transferido ainda hoje, mas salien-

tou que tal será “muito difícil por

questões logísticas”. A DGRSP asse-

gurou ainda que a ordem de transfe-

rência foi dada no dia da detenção

e apenas não foi cumprida “devido

à greve dos guardas prisionais” que

terminou anteontem.

Isaltino não tem recebido visitas.

Segundo o PÚBLICO apurou, terá

sido alvo de uma primeira avaliação

de técnicos de reinserção social. A

greve dos guardas não admite, entre

os serviços mínimos obrigatórios, o

acompanhamento dos presos nas

Isaltino Morais vai mudar de prisão até segunda-feira

visitas. Só os advogados puderam

levar-lhe medicamentos. E mesmo

os charutos, de que é conhecido

apreciador, tiveram de aguardar

outros dias. Apenas pôde comprar

os cigarros que são vendidos na pri-

são, enquanto a greve durou.

O vice-presidente da CMO, Paulo

Vistas, já sublinhou ter assumido to-

dos os pelouros e competências do

presidente. “Todos os assuntos da

câmara são despachados por mim”,

disse, acrescentando que Isaltino

está “incontactável” desde o dia em

que foi detido. O PÚBLICO tentou,

sem sucesso, contactar o advogado

do autarca, que tem ainda um re-

curso pendente no Tribunal Cons-

titucional.

Isaltino foi detido a 24 de Abril pa-

ra cumprir dois anos de prisão efec-

tiva por branqueamento de capitais

e fraude fi scal. A detenção ocorreu

após o Supremo Tribunal de Justiça

ter rejeitado um recurso extraordi-

nário. A sua defesa alegava existir

uma “oposição de poderes” na Re-

lação de Lisboa. Nesse âmbito, uma

conferência de juízes-conselheiros

teria de decidir se a prisão poderia

ser decretada por despacho da juíza

titular do processo. Em causa, esta-

va saber se a decisão da instância

anterior tinha ou não transitado em

julgado mesmo enquanto o processo

aguardava a decisão da Relação.

Em 2009, o Tribunal de Oeiras

condenou o autarca a sete anos de

prisão efectiva por fraude fi scal,

abuso de poder, corrupção passiva

para acto ilícito e branqueamento

de capitais. A decisão implicava ain-

da a perda de mandato na autarquia

e o pagamento de 463 mil euros ao

Estado. A Relação veio mais tarde a

reduzir a pena. Também a multa foi

reduzida para 197 mil euros.

NUNO FERREIRA SANTOS

Justiça Pedro Sales Dias

Greve dos guardas prisionais atrasou mudança do autarca de Oeiras para a prisão da Carregueira, onde irá cumprir pena

PUBLICIDADE

O EURO NAHORADA VERDADE

ESTÚ

DIO J

OÃO C

AMPO

SEm simultâneo com a apresentação em Bruxelas deum ambicioso plano para o futuro da moeda única europeia, que será acompanhada em direto, alguns especialistas nacionais irão discutir as vias que se abrem a Portugal para resolver a sua relação com o euro. Deveremos sair ou ficar? Se sairmos,em que condições? Ficando,o que temos de fazer? Nuncaa encruzilhada monetária foi tão complexa para nós.Soluções, precisam-se!

Inscrições: [email protected]ções: 213626460 / 916967893

PARCERIA

8H30 — Abertura

8H45 / 10H45 — Transmissão da conferênciaThe Blueprint for a deep and genuine EMU: Debating the future economic, monetary, banking and political union

8H45 — Boas-vindas de Jean-Claude Thibaud, diretor-geral do Gabinete dos Conselheiros em Política Europeia (BEPA) da Comissão Europeia

9H00 — Discurso de José Manuel Durão Barroso, Presidente da Comissão Europeia

9H30 — Mesa-redonda sobre o futuro da UEM com Olli Rehn, Vice-Presidente da Comissão Europeia responsável pelas questões económicas e monetárias, Jeroen Dijsselbloem, Presidente do Eurogrupo e Ministro das Finanças dos Países Baixos, e Vítor Gaspar, Ministro das Finanças de Portugal, moderado por Stephen Fidler, chefe do bureau do Wall Street Journal em Bruxelas

11H00 / 13H00 — Debate sobre o futuro da UEM e do Euro com João Borges de Assunção, Professor da Universidade Católica Portuguesa, João Ferreira do Amaral, Economista,José Pena do Amaral, Administrador do Banco BPI, José Silva Lopes, Economista,e Vítor Bento,Economista, moderado por Nicolau Santos e Helena Garrido

13H00 — Almoço volante

14H00 / 16H00 — Continuação da transmissão da conferência The Blueprint for a deep and genuine EMU: Debating the future economic, monetary, banking and political union

CONFERÊNCIA PARA JORNALISTAS

Page 14: 3 Maio - PÚBLICO

14 | LOCAL | PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013

Vestígios achados em Beja revelam parceria público-privada do séc. XVI

Escavação confi rma fundição e cunhagem de moeda, a cargo de um particular, num edifício cuja construção aproveitou os alicerces de uma casa árabe e as fundações de um templo romano descoberto em 2012

DR

A Casa da Moeda foi achada sob o edifício dos arcos. Em baixo, moedas aí encontradas

O subsolo do centro histórico de Be-

ja continua a revelar-se uma caixa

de surpresas no que diz respeito aos

valores arqueológicos que preserva.

Qualquer movimento de terras colo-

ca a descoberto novos dados sobre

o passado histórico da cidade, que

entre o século I e II depois de Cristo

foi capital do Conventus Pacensis (cir-

cunscrição administrativa com sede

na actual Beja), a partir do qual era

administrada uma das regiões que

constituíam a Lusitânia.

A descrição científi ca desse passa-

do conheceu na última década im-

portantes contributos, na sequência

dos trabalhos coordenados por Con-

ceição Lopes, do Centro de Estudos

Arqueológicos das Universidades de

Coimbra e do Porto. Esses trabalhos

conduziram à localização em 2012,

ao fi m de mais de 400 anos de tenta-

tivas, do fórum romano de Beja.

Foi quando procedia à identifi ca-

ção do espaço envolvente do templo

romano, para aprofundar a análise

interpretativa, que a arqueóloga

descobriu — sem lugar a qualquer

dúvida — vestígios quase intactos e

muito pormenorizados de uma casa

da moeda que remonta ao reinado

de D. João III e ao ano de 1525.

Até Agosto passado, quando os

primeiros indícios dessa estrutura

foram identifi cados pelos arqueólo-

gos, sempre se duvidou da sua exis-

tência, dada a escassa informação

até então produzida, embora o local

se situe na Rua da Moeda. No rés-

do-chão de um edifício camarário,

que já foi centro de formação pro-

fi ssional e foi construído no fi nal do

século XIX, junto a um logradouro

interior onde foi localizado o templo

romano de Beja, a equipa de arque-

ólogos coordenada por Conceição

Lopes, identifi cou então um conjun-

to de elementos que associou clara-

mente a uma casa da moeda.

À medida que os trabalhos de-

corriam, no fi nal do ano passado,

foram surgindo materiais e moedas,

“umas preparadas para a cunhagem

e outras já cunhadas”, bem como

cadinhos usados na fundição do

cobre, descreve a arqueóloga, ao

mesmo tempo que aponta um es-

paço aberto entre os alicerces do

edifício, onde foram descobertos

Universidade de Coimbra. A sua lo-

calização permitia-lhe vigiar todas

as operações, desde a fundição até

à cunhagem das moedas, evitando

assim os furtos de ceitis (moedas

de cobre) que não eram feitos com

moldes, mas sim cunhados em pe-

daços de metal cortados à tesoura,

apresentando-se mais quadrangu-

lares do que redondos.

A dimensão e a importância do

achado já suscitaram o interesse

de arqueólogos espanhóis envolvi-

dos nas escavações de uma casa da

moeda em Valência, que solicitaram

aos colegas portugueses partes de

alguns cadinhos para um estudo que

está a decorrer numa instituição in-

glesa. Margarida Ortigão revelou ao

PÚBLICO o seu interesse pelo acha-

do, lembrando que existem docu-

mentos na Casa da Moeda de Lisboa

que fazem referência a Ruy Lopes,

vedor (administrador na corte) de

D. João III e ao seu projecto da casa

da moeda em Beja.

Parceria público-privadaOs ceitis de Beja poderão consti-

tuir um bom exemplo da produção

de moeda atribuída a privados. Os

especialistas admitem que tenha

sido caso único, pois não é co-

nhecida experiência semelhante.

Conceição Lopes identifi ca na

concessão feita a Ruy Lopes todos

os contornos de uma parceria públi-

co-privada, com uma diferença: “Os

capitais eram totalmente privados”.

Um documento arquivado na Torre

do Tombo confi rma que o vedor do

rei piedoso (fi lho de D. Manuel I) ti-

nha obtido licença para “descobrir

minas de azougue [mercúrio] e co-

bre na cidade de Beja e seu termo,

e, como a exploração destas minas

lhe acarretaria grande despesa, el-

rei lhe concedeu que ele, do cobre

que tivesse, pudesse mandar lavrar

[cunhar] moeda de ceitis em uma

casa que mandaria fazer de muros

adentro daquela cidade.”

As condições da concessão atribu-

ída por diploma assinado em Évora

a 8 de Setembro de 1524 defi niam

que “ele [Ruy Lopes] não pagaria,

em sua vida, nenhum direito da

moeda que lavrasse; que os ofi ciais

empregados neste mister seriam

equiparados aos da Casa da Moeda

de Lisboa; que a mercê seria só du-

rante a vida de Ruy Lopes, e que,

por seu falecimento, el-rei tomaria

conta da casa, com todos os apare-

lhos, pagando tudo aos herdeiros

pelo preço que valesse” ao tempo

da avaliação.

Do acervo arqueológico já recolhi-

do sobre a história da cidade de Beja

do período romano, muçulmano,

medieval e moderno, e descoberto

no perímetro onde foi localizado o

fórum romano, será feita, em breve,

uma exposição pública nas montras

de 25 estabelecimentos comerciais

da cidade. Conceição Lopes justifi ca

a iniciativa com a necessidade de fa-

zer da população o “fi el depositário”

do espólio recolhido.

“Faz-se o que é possível”, argu-

menta a arqueóloga, lamentando a

paragem forçada na pesquisa, tan-

to nos vestígios do fórum romano

como na casa da moeda. O espaço

não está contemplado no projecto

do futuro Centro de Arqueologia e

Artes de Beja, que a Câmara local

vai candidatar no próximo ano aos

fundos comunitários, e não há verba

para continuar os trabalhos.

“Vamos nós tentar obter mais fi -

nanciamento”, adianta Conceição

Lopes, criticando o facto de o espa-

ço que está a ser pesquisado há mais

de uma década ser apenas conside-

rado “reserva arqueológica”.

Arqueologia Carlos Dias

“vários quilos de moedas de cobre”.

O sítio do martelo, ou martele-

te, que cunhava a moeda mesmo

ao lado da fundição e por de cima

de uma casa árabe, completam a

identifi cação dos “vestígios [deste

género] mais completos existentes

em Portugal”, salienta Margarida Or-

tigão Paes Leme, responsável pelo

Arquivo da Casa da Moeda de Lis-

boa, suportando a sua posição na

informações que lhe foram presta-

dos por Conceição Lopes.

Num rectângulo com cerca de 1,5

metros por 70 centímetros, que ain-

da se encontra bem defi nido, “sen-

tava-se o administrador que fazia a

gestão de todo o dinheiro” cunhado

no local, assinala a arqueóloga da

Conceição Lopes identifi ca na concessão feita a Ruy Lopes todos os contornos de uma parceria público-privada, com uma diferença: “Os capitais eram totalmente privados”

Page 15: 3 Maio - PÚBLICO

PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013 | 15

Os vereadores da Mobilidade da

Área Metropolitana de Lisboa vão

apresentar uma proposta de altera-

ção do zonamento tarifário do sis-

tema de transportes, em alternativa

àquela que foi sugerida pela Autori-

dade Metropolitana de Transportes

aos operadores e aos municípios du-

rante o mês passado.

Aquilo que a autoridade propôs

foi um sistema com oito coroas, o

que representa um acréscimo face

às quatro hoje existentes, coroas es-

sas que seriam divididas em oito sec-

tores. Com isto, o passe intermodal

seria alargado até Palmela e Montijo,

a sul, e até Mafra, a norte, e passaria

a incluir a quase totalidade dos ope-

radores de transporte público.

Numa reunião que se realizou on-

tem, os vereadores da Mobilidade

e dos Transportes manifestaram

a sua concordância com a “visão”

subjacente à proposta da Autorida-

de Metropolitana de Transportes de

Lisboa (AMTL), mas defenderam a

necessidade de promover a sua

“simplifi cação”. “Há um exagero no

número de coroas e de sectores”, diz

o coordenador do grupo de autar-

cas. Joaquim Santos acrescenta que,

se for aplicado o modelo proposto,

haverá um agravamento de custos

para alguns dos actuais utilizado-

res, possibilidade que o vereador do

Seixal rejeita. “A chave do sucesso

para nós é o custo para os utentes

não aumentar”, sublinha.

Desde que essa condição se veri-

fi que, entende o autarca, o alarga-

mento da cobertura geográfi ca do

passe intermodal permitirá “trazer

muitos milhares de utentes para o

sistema público de transportes e au-

mentar as suas receitas”. Isso, frisa,

representaria “o inverter de um ci-

clo de perda com 30 anos”.

Quanto a uma outra proposta

apresentada pela AMTL, que prevê

que a repartição das receitas dos

passes pelos operadores passe a

ser feita “de acordo com a utilização

efectiva” (apurada a partir do siste-

ma de bilhética sem contacto), os ve-

readores estão “completamente de

acordo” e pedem que seja aplicada

“o mais urgentemente possível”.

Vereadores querem mudanças nos passes

TransportesInês Boaventura

Autarcas da região de Lisboa defendem simplificação da proposta da Autoridade Metroplitana de Transportes

PUBLICIDADE

A Câmara das Caldas da Rainha che-

gou a acordo com o Ministério da

Saúde para custear e executar as

obras necessárias à reabertura do

Hospital Termal, anunciou ontem o

presidente da autarquia, Fernando

Costa (PSD). “Chegámos a acordo e

o Governo aceitou que se façam as

obras para que o Hospital Termal re-

abra o mais rapidamente possível”,

afi rmou Fernando Costa, no fi nal de

uma reunião com o secretário de Es-

tado da Saúde, Manuel Teixeira. De

acordo com o autarca, o governante

“aceitou a disponibilidade da câma-

Câmara das Caldas vai fazer obras no Hospital Termal

ra para custear as obras” — um in-

vestimento de cerca de meio milhão

de euros na modernização da cana-

lização que transporta a água desde

as captações até ao hospital.

A unidade de saúde suspendeu

mais uma vez os tratamentos em

Março, devido à presença de uma

bactéria que faz com que os parâ-

metros microbiológicos da água mi-

neral não cumpram os requisitos

legais e cujo surgimento se pren-

de com a antiguidade das canali-

zações.

Uma notifi cação do Delegado de

Saúde Regional de Lisboa e Vale do

Tejo, António Tavares, determinou

que os tratamentos não pudessem

ser retomados sem que fosse feita

“a requalifi cação estrutural de to-

do o sistema de aduções e canaliza-

ções”. O Governo quer concessionar

o hospital à autarquia, que por sua

vez poderá entregar a sua gestão a

privados.

Saúde

Governo aceita que o município faça as obras, por forma a que o estabelecimento possa reabrir rapidamente

ADIRA ÀASSINATURA

ANUAL DIGITAL

E RECEBA UMFIM-DE-SEMANA

GRÁTIS PARA 2 PESSOAS

(HOTÉIS DE 4 E 5 ESTRELAS)

(99€)

Quem assina tem mais Público.Ao aderir à assinatura anual digital do Público, além de ter acesso a todos os conteúdos do Público todos os dias da semana, ainda ganha um fim-de-semana para duas pessoas num dos hotéis à escolha (Hotel Aqualuz Tróia, Hotel Aqualuz Lagos ou Hotel Porto Palácio). Esta campanha é válida para novas subscrições e renovações de assinatura para a modalidade digital anual. Oferta limitada às 100 primeiras assinaturas digitais anuais. Não acumulável com outras promoções.

Saiba mais em publico.pt/assinaturas/duasnoites/

Page 16: 3 Maio - PÚBLICO

16 | ECONOMIA | PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013

Governo tenta reduzir perdas de 500 milhões nos swaps de três bancos

Prazo para chegar a acordo com Deutsche Bank, BNP e Goldman, que venderam produtos tóxicos com perdas potenciais de 500 milhões, terminaria hoje, mas as negociações podem estender-se até segunda-feira

NUNO FERREIRA SANTOS

A secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, está a liderar a renegociação com os bancos envolvidos no caso dos swaps

Alcançado um acordo com três ban-

cos que venderam swaps tóxicos a

seis empresas públicas e fracas-

sadas as negociações com outros

dois (Santander e JP Morgan), o

Governo tentará chegar hoje a um

entendimento com as três institui-

ções fi nanceiras que pediram uma

extensão do prazo negocial: Deut-

she Bank, BPN Paribas e Goldman

Sachs. Estes três bancos foram res-

ponsáveis pela comercialização de

produtos especulativos que acumu-

lam perdas potenciais superiores a

500 milhões de euros.

Até ontem, não havia ainda um

acordo entre as partes, admitindo-se

a possibilidade de o prazo, que foi

estendido por uma semana (depois

de a primeira ronda negocial ter ter-

foram consideradas especulativas

(os chamados swaps tradicionais,

contratados apenas para cobrir o

risco de variação da taxa de juro) de

cerca de 140 milhões de euros.

42 swaps tóxicos activosO acordo alcançado na semana pas-

sada permitiu reduzir de 56 para 42

o número de operações tóxicas de-

tectadas por uma auditoria da Agên-

cia de Gestão da Tesouraria e da Dívi-

da Pública (IGCP) em seis empresas

públicas: Metro de Lisboa, Metro do

Porto, Carris, STCP, CP e Egrep. Mas

os 14 swaps liquidados até aqui per-

tenciam todos ao Metro de Lisboa e

à Metro do Porto, como o PÚBLICO

noticiou na quarta-feira.

A redução de cerca de 500 mi-

lhões de euros (400 milhões em pro-

dutos especulativos e 140 milhões

em swaps tradicionais) abateu direc-

tamente as perdas potenciais de três

mil milhões que o Governo estima

estarem associadas às 120 operações

contratadas pelas seis empresas en-

tre 2003 e 2011.

Destes três mil milhões, 2600

milhões dizem respeito a produtos

especulativos, como avançou o PÚ-

BLICO na semana passada. Assim,

as perdas associadas a swaps tóxicos

rondam agora os 2200 milhões de

euros, com o desconto de 400 mi-

lhões conseguido com o Barclays, o

Crédit Suisse e o Nomura.

Retirando os 500 milhões que

são da responsabilidade das três

instituições fi nanceiras com que o

Governo está prestes a encerrar as

negociações, sobram cerca de 1700

milhões que correspondem às per-

das potenciais geradas pelos deriva-

dos comercializados pelo Santander

e o JP Morgan — os bancos que o

executivo decidiu processar judicial-

mente, por não se vislumbrar um

acordo entre as partes.

O Diário Económico noticiou esta

semana que estes dois últimos ban-

cos estariam interessados em vol-

tar à mesa de negociações, mas o

PÚBLICO sabe que não houve mais

contactos desde que o Santander e

o JP Morgan entregaram, na passa-

da sexta-feira, a última proposta de

descontos sobre as perdas poten-

ciais dos produtos que venderam,

que não satisfez o executivo.

Nesse mesmo dia, o Governo en-

viou à Procuradoria-Geral da Repú-

blica todos os elementos para avan-

çar com uma acção judicial contra

as duas instituições fi nanceiras. A in-

formação enviada integra ainda um

relatório e documentos recolhidos

pela Inspecção-Geral de Finanças,

sobre o contexto em que foram subs-

critos estes produtos, no sentido de

apurar responsabilidades políticas

e dos gestores que estavam à frente

das seis empresas públicas.

O caso dos swaps levou, até agora,

à saída de dois secretários de Estado

do actual Governo: Paulo Braga Lino

(Defesa) e Juvenal da Silva Peneda

(adjunto do ministro da Administra-

ção Interna), que estiveram envol-

vidos na contratação de produtos

especulativos na Metro do Porto e na

STCP. O PSD e o CDS anunciaram a

criação de uma comissão parlamen-

tar de inquérito na semana passada,

mas o texto da proposta ainda não

foi apresentado, apesar de o PS já

se ter pronunciado a favor.

Empresas públicasRaquel Almeida Correia

minado a 27 de Abril), só acabar na

próxima segunda-feira. O PÚBLICO

sabe que o executivo não irá opor-

se a um adiamento deste tipo, se tal

permitir concluir com sucesso as

conversações, liquidando contratos

considerados ruinosos com perdas

menores do que as estimadas.

No caso de conseguir chegar a

acordo com os três bancos e num

cenário ideal, o Governo poderá

reduzir as perdas potenciais asso-

ciadas a swaps tóxicos em mais de

500 milhões de euros, já que é este

o valor que corresponde aos produ-

tos especulativos comercializados

pelas três instituições fi nanceiras.

Mas o montante a recuperar deverá

ser inferior, tendo em conta que os

descontos que estão a ser feitos aos

prejuízos rondam, nos casos mais

graves, os 70%.

A redução que for alcançada por

via das negociações com o Deuts-

che Bank, o BNP Paribas e o Gold-

man Sachs vai somar-se ao corte já

garantido de cerca de 400 milhões

de euros nas perdas potenciais dos

swaps tóxicos vendidos por outros

três bancos com os quais o Gover-

no chegou a um entendimento na

semana passada: Barclays, Crédit

Suisse e Nomura.

Durante as negociações com es-

tas três últimas instituições fi nan-

ceiras, conseguiu-se também um

desconto nas operações que não

2600Milhões é o valor das perdas potenciais associadas aos swaps tóxicos subscritos por seis empresas públicas, dos quais 400 milhões foram já reduzidos

Page 17: 3 Maio - PÚBLICO

PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013 | ECONOMIA | 17

As viagens dos turistas portugueses

aumentaram 12,4% no último trimes-

tre de 2012, em termos homólogos,

com “aumentos signifi cativos” das

visitas a familiares e amigos e à que-

da das deslocações por lazer.

No relatório sobre a procura tu-

rística dos residentes no quarto tri-

mestre do ano passado, o Instituto

Nacional de Estatísticas (INE) reve-

la que os portugueses efectuaram

quatro milhões de viagens turísticas,

ou seja, mais 12,4% do que em igual

período de 2011.

A subida fi cou a dever-se “aos au-

mentos signifi cativos” das viagens

de visita a familiares e amigos, que

cresceram 22,5%, e de profi ssionais

e de negócios, que subiram 21,1%,

em contraste com as deslocações

de lazer, recreio ou férias que ca-

Portugueses recorrem mais a casa de familiares para passarem férias

íram 5,9% nos últimos três meses

de 2012.

Face aos resultados de 2012 (pro-

visórios), o motivo mais expressivo

passou a ser a visita a familiares ou

amigos, que reuniu 46% do total

de viagens realizadas durante 2012

(42,7% em 2011), seguido pelo lazer,

recreio ou férias, de 42,1% (45,6% em

2011) e pelas viagens profi ssionais ou

de negócios que concentraram 7,2%

do total de 2012 (6,5% em 2011).

“Estes resultados revelam uma as-

sinalável alteração de estrutura na

motivação dos residentes para viajar

face aos anos anteriores, em que o

lazer, recreio ou férias constituía a

principal motivação para viajar”, as-

sinala o INE. Agora, esse movimento

foi substituído “pela maior impor-

tância dada a visitas a familiares ou

amigos, a que não será alheia a ac-

tual conjuntura económica”, frisa o

instituto. Lusa

Turismo

PUBLICIDADE

DANIEL ROCHA

O Continente fica com 17 supermercados e mantém os trabalhadores dos nove agora adquiridos

A Autoridade da Concorrência deu

ontem luz verde à execução do con-

trato celebrado pela Sonae MC com

o grupo Sá para o trespasse de nove

lojas localizadas na ilha da Madeira.

A decisão, que viabiliza a expansão

da cadeia de supermercados Mo-

delo Continente na ilha, surge na

sequência da aprovação do Plano

Especial de Revitalização (PER) da

empresa madeirense pela maioria

dos credores.

A Autoridade da Concorrência

“adoptou uma decisão de não opo-

sição na operação de concentração”,

por considerar que a compra, por

meio de trespasse, de nove hipermer-

cados Jorge Sá pela Modelo Continen-

te Hipermercados SA, “não é suscep-

tível de criar entraves signifi cativos

à concorrência efectiva no mercado

retalhista de base alimentar nos for-

matos hipermercado, supermercado

e lojas discount” na Madeira.

O Plano Especial de Revitalização

da empresa madeirense detentora da

rede de supermercados Sá foi apro-

vado pela necessária maioria quali-

Concorrência dá luz verde para a Sonae ficar com os “hipers” do grupo Sá

fi cada de dois terços dos credores.

“Do total de votos expressos, 71% dos

credores votaram a favor e 29% con-

tra”, revelou o administrador judicial

Napoleão Duarte.

Votaram cerca de 86% dos 1270

credores reconhecidos que recla-

mam créditos na ordem dos 110 mi-

lhões de euros. A generalidade dos

trabalhadores votou a favor deste

plano, assim como os bancos, a Se-

gurança Social e o Estado, adiantou

o administrador judicial nomeado

pelo Tribunal do Funchal.

Só depois da homologação do PER,

se não ocorrerem impugnações den-

tro do prazo legal previsto, é que o

plano será homologado e poderá ser

formalizada a compra, por trespasse,

de nove lojas da sociedade Jorge Sá

pela Modelo Continente, que tam-

bém estava dependente da não opo-

sição da Autoridade da Concorrência

à operação de concentração.

Ao notifi car a Autoridade da Con-

corrência, em Março passado, a So-

nae MC, dona dos supermercados

Continente, informou que vai asse-

gurar os cerca de 500 postos de tra-

balho nos nove estabelecimentos a

trespassar e reforçar a sua posição

no mercado regional, onde dos ac-

tuais oito estabelecimentos comer-

ciais passa assim para 17 unidades. As

nove lojas distribuem-se pelos con-

celhos do Funchal (Santo António,

São Martinho e Seminário), Ribeira

Brava, Câmara de Lobos (Estreito

de Câmara de Lobos), Santa Cruz

(Camacha e Santa Cruz), Machico e

Santana. Na posse da Jorge Sá conti-

nuarão 14 lojas, de pequena e média

dimensão.

O PER propõe um plano de esca-

lonamento e renegociação da dívida

e respectivos juros, num horizonte

até 2028. Defi ne as condições para o

pagamento dos créditos, num total

de 109,5 milhões de euros, nomea-

damente a redução em 35% do ca-

pital total em dívida. Fixa também

a consignação de um terço do valor

das rendas a receber mensalmente

da empresa Modelo/Continente para

pagamento de capital e juros vincen-

dos, a partir do ano de 2014. E ainda

o pagamento de 36,1% do capital em

dívida em 60 prestações trimestrais,

crescentes e sucessivas, até 2028.

Do valor de 10 milhões da opera-

ção de trespasse, o PER preconiza

o pagamento de 8,5 milhões na da-

ta de entrega das lojas e a retenção

dos restantes 1,5 milhões como ga-

rantia do cumprimento das diversas

obrigações decorrentes do contrato,

nomeadamente o pagamento dos va-

lores em dívida aos trabalhadores.

Dos 8,5 milhões não retidos, 6,2 mi-

lhões serão destinados directamente

ao pagamento a trabalhadores e ao

Estado; 2,3 milhões serão alocados

para amortização de capital em dívi-

da à banca e fornecedores, de acor-

do com o respectivo peso no total de

créditos. As instituições de crédito e

fi nanceiras são os principais credores

do grupo Sá, com 64% da dívida.

DistribuiçãoTolentino de Nóbrega

Maioria do credores, que reclamam um total de 110 milhões de euros, aprovaram o plano especial de revitalização do grupo

Page 18: 3 Maio - PÚBLICO

18 | ECONOMIA | PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013

Depois de baixar taxas, BCE já prepara entrada em território desconhecido

“Frustrado”, é como Mario Draghi

reconhece que se está a sentir, ao

ver o crédito a não chegar com fa-

cilidade às famílias e às empresas

apesar de as taxas de juro do BCE

estarem a mínimos históricos. E,

ontem, talvez para combater essa

frustração, anunciou, passados dez

meses, mais uma descida da taxa

de juro que o banco central aplica

nas operações de fi nanciamento aos

bancos, que passou de 0,75% para

0,5%. Será que isso chega para re-

solver o problema? A maior parte

dos analistas diz que não e está já

a olhar para os próximos passos do

BCE, que se pode ver forçado a en-

trar em território desconhecido.

O próximo passo, todos apos-

tam, deverá ser mais uma descida

da taxa de juro das operações de

refi nanciamento em 0,25 pontos

percentuais. Esta taxa é aquela

que é cobrada aos bancos quando

acedem aos empréstimos do BCE.

Na conferência de imprensa ontem

realizada em Bratislava, Draghi deu

todos os sinais de que isso poderá

acontecer: disse que iria “monitori-

zar muito atentamente a situação”

e que “o BCE está preparado para

agir, caso seja necessário”. Além

disso, revelou que, embora haja

quem não concorde com os cortes

de taxas de juro, a maioria concor-

da, havendo mesmo quem quisesse

mais. “Existiu uma maioria muito

forte com a opinião de que deveria

existir um corte e, dentro destes,

houve uma maioria muito forte

com a opinião de que o corte seria

apenas de 0,25 pontos percentu-

ais”, afi rmou Draghi.

O problema, mais uma vez, é sa-

ber se só isso chega para convencer

os bancos, principalmente os das

economias periféricas, como Por-

tugal, a emprestar dinheiro às em-

presas e às famílias, principalmente

num cenário em que estas, perante

a conjuntura, também têm poucas

motivações para se endividarem.

Ontem, Mario Draghi defendeu

que a descida de taxas, combinada

com um prolongamento até pelo

menos Julho de 2014 dos emprés-

timos do BCE a taxa fi xa (que per-

mitem aos bancos, caso tenham

colaterais para apresentar, aceder

de forma ilimitada ao crédito da

autoridade monetária), terá agora

muito mais impacto na economia

real “do que teria há uns meses”. E

afi rmou que com as medidas agora

tomadas “não é a falta de fi nancia-

mento que pode servir de desculpa

[aos bancos] para não emprestar

dinheiro”.

Ainda assim, a acompanhar uma

futura descida da taxa de juro de

fi nanciamento, o BCE poderá ter de

dar um passo para terrenos que ain-

da não pisou desde que foi criado.

A sua taxa de depósito (aquilo que

paga em juros aos bancos que depo-

sitam os seus excedentes de tesoura-

ria no BCE) está actualmente a zero

e poderá passar a ser negativa, o que

signifi caria que o bancos poderiam

ter de passar a pagar para deixarem

Draghi diz que os bancos não têm razões para não emprestar

Juros mais próximos de zero, taxas de depósito negativas e compra aos bancos de pacotes de créditos concedidos a PME: com as taxas a 0,5%, Mario Draghi tenta estimular a economia

Política monetáriaSérgio Aníbal

O impacto das taxas do BCE na Euribor

Fonte: Banco de Portugal e BCE

A 6 meses (%)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

AMFJDNOSAJJMAMFJDNOSAJJMAM2011 2012 2013

0,5

0,324

Euribor 6 meses

Taxa de refinanciamentodo BCE

o dinheiro no banco central. Este

seria um grande incentivo para que

as instituições fi nanceiras colocas-

sem o dinheiro noutro lugar, talvez

mesmo emprestar mais fundos às

empresas e famílias, mas há quem

tema que o que pode acontecer é

os bancos cobrarem mais pelos de-

pósitos dos seus clientes, conduzin-

do a uma maior fuga de capitais do

euro. Seja como for, Mario Draghi,

ao contrário do que aconteceu em

momento anteriores, mostrou que

o BCE se está a preparar para esse

cenário. “Há várias consequência

indesejáveis que podem surgir des-

sa medida. Nós vamos encarar e re-

solver essas consequências se de-

cidirmos agir”, disse. Os mercados

interpretaram essas palavras como

uma clara intenção de o BCE colocar

a taxa de depósito abaixo de zero,

e o euro caiu de forma signifi cativa

face ao dólar.

Mas não é só aqui que o BCE se

está a preparar para mais inovações.

Embora de forma muito prudente

e garantindo sempre que se estava

ainda numa fase de análise muito

inicial, Mario Draghi abriu a porta a

uma política mais agressiva por par-

te do BCE de compra de activos aos

bancos, uma forma mais directa de

injectar liquidez na economia.

O presidente do BCE anunciou

que a autoridade monetária iria

iniciar consultas com outras entida-

des “para promover um mercado de

títulos baseados em activos (asset-

backed securities) que funcione”.

Os ABS fi caram conhecidos recen-

temente como os produtos fi nancei-

ros que provocaram grande parte da

crise fi nanceira internacional. Era

através deles que várias instituições

fi nanceiras norte-americanas junta-

vam créditos subprime que depois

vendiam em pacote (e com rating

AAA) a outras entidades.

O que o BCE pretende agora, ex-

plicou Draghi, é que, de uma forma

mais transparente, os bancos eu-

ropeus possam juntar em pacotes

os créditos que concedem às PME

e depois vendê-los ao BCE. Desta

forma, o banco central poderia,

não fugindo às suas regras, dar um

passo em frente no estímulo à eco-

nomia, aproximando-se daquilo que

está a ser feito por outros bancos

centrais.

Page 19: 3 Maio - PÚBLICO

PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013 | ECONOMIA | 19

SAMUEL KUBANI/AFP

0,25O Banco Central Europeu, na reunião de ontem, cortou 0,25 pontos percentuais à sua taxa de referência, que estava nos 0,75%

0,313A taxa Euribor a seis meses estabeleceu ontem novo mínimo, nos 0,313%. Nos prazos de três meses, o indicador está nos 0,207%

Pressionado pelos outros bancos centrais

Fed, Banco de Inglaterra e Banco do Japão estão a injectar liquidez nas economia a um ritmo alto

Éuma pergunta a que Mario Draghi tem de responder em todas as conferências de imprensa que faz: por que

é que o Banco Central Europeu não actua de uma forma mais agressiva no estímulo à economia e no combate aos riscos de deflação, tal como o fazem os outros grandes bancos centrais mundiais.

A resposta é sempre a mesma, mas ontem, num dia em que foram dados sinais de que o banco quer, de facto, ser um pouco mais agressivo, a explicação foi mais completa. Draghi, fazendo a comparação especialmente com a Reserva Federal norte-americana, começou por lembrar que o mandato do BCE é diferente, mais limitado. Em Frankfurt, a única preocupação é com a estabilidade de preços, definida como uma taxa de inflação abaixo mas próxima de 2%. Uma intervenção para evitar uma contracção da economia só surge na medida em que possa haver uma ameaça de deflação.

Depois, o BCE não pode, pelas regras dos tratados europeus, financiar os Estados directamente, o que limita aquilo que pode fazer num cenário de crise orçamental grave como a actual em muitos países da zona euro.

Por fim, as empresas financiam-se de forma muito diferente nos EUA e na Europa. Nos EUA, 80% do financiamento vem dos mercados, o que facilita a vida da Reserva Federal quando quer injectar liquidez na economia. Na Europa, 80% do financiamento é feito através dos empréstimos bancários, o que leva o BCE a ter de estudar formas de intervir, comprando títulos em que os bancos agregam os empréstimos que fazem (ver texto ao lado).

Seja quais forem as explicações, a verdade é que aquilo que outros bancos — como a reserva federal norte-americana, o Banco de Inglaterra ou o Banco do

Japão — estão a fazer é, neste momento, muito diferente da acção do BCE, com injecções directas de liquidez na economia muito significativas. Isto coloca uma pressão muito significativa sobre o BCE, quanto mais não seja porque as diferenças de actuação podem fazer o euro apreciar-se face às outras divisas, tornando ainda mais difícil a retoma da economia na zona euro.

A comparação entre a actuação dos outros bancos e a do BCE é impressionante. A Reserva Federal continua a comprar 85 mil milhões de títulos do tesouro e de outros títulos todos os meses.

O Banco de Inglaterra anunciou uma extensão do seu programa de compra de activos recentemente, apesar de se pensar que apenas se vive uma fase de espera enquanto não entra o novo governador proveniente do Canadá, e de quem se espera uma acção ainda mais decidida na injecção de liquidez na economia.

O Banco do Japão, depois das instruções dadas pelo novo Governo, está a utilizar o máximo de artilharia que seria possível imaginar contra a deflação. O programa de compra de obrigações lançado no início do ano equivale a 19% do PIB japonês, o que significa que o banco central irá de forma muito rápida duplicar o seu balanço.

Até agora, para além de descer taxas, o BCE já assumiu acções que poucos julgavam possíveis e contra a vontade do Bundesbank. Mas, no futuro, terá provavelmente de ir mais longe. Sérgio Aníbal

A decisão de corte de juros por par-

te do Banco Central Europeu (BCE)

é uma boa notícia para as famílias.

As reduções nos custos dos emprés-

timos serão ligeiras, mas constituem

uma garantia de que as taxas Euri-

bor vão manter-se em níveis baixos,

possivelmente até ao fi nal de 2014.

Em termos imediatos, a decisão de

ontem terá um impacto reduzido,

porque as taxas Euribor, a que es-

tão associados os empréstimos das

famílias e das empresas, já estão em

níveis muito baixos.

A decisão do BCE também já está

parcialmente incorporada nos valo-

res actuais das taxas Euribor, que

são fi xadas no mercado monetário,

a partir das intenções de emprésti-

mos a realizar entre um conjunto

alargado de bancos. Habitualmen-

te, as taxas Euribor antecipam os

movimentos de descida e de subi-

da das taxas de referência do banco

central.

Em queda desde a chegada de

Mario Draghi à liderança do Banco

Central Europeu, em Outubro de

2011, as taxas Euribor atingiram, na

sessão de ontem, 0,313%, no prazo

a seis meses, o que representa um

Prestação da casa continuará baixa por longos meses

novo mínimo histórico. Nos prazos

de três meses, o indicador está nos

0,207%. Estes prazos, os mais utili-

zados nos empréstimos à habitação

e às empresas, estão cada vez mais

longe dos mais de 5% que atingiram

no Verão de 2008.

Pelo facto de estarem muito bai-

xas, ”a margem para novas desci-

das [das taxas] é reduzida”, admitiu

Paula Carvalho, economista-chefe

do BPI, ao PÚBLICO. A perspectiva

do banco para 2013 é de que a taxa

a seis meses se mantenha nos 0,35%

e a de três meses entre os 0,18% e

0,20%.

Nas declarações após a reunião

do conselho de governadores do

BCE, Mario Draghi não excluiu a

possibilidade de novo corte de ta-

xas: “Vamos olhar para todos os da-

dos e observar com atenção todos

os desenvolvimentos e estamos pre-

parados para actuar, se necessário”,

afi rmou.

Com esta declaração, e perante a

espiral recessiva na zona euro, um

cenário de inversão de política mo-

netária, ou seja, de subida de taxas

de juro, fi ca cada vez mais afastado

no tempo.

Os efeitos da recente descida de

taxas de juro são maiores nos em-

préstimos à habitação contratados

antes de 2008, cujas prestações já

caíram para cerca de metade.

A partir de agora, as quedas são

menores, porque em muitos em-

préstimos o spread ou margem co-

mercial do banco já é mais elevado

do que a taxa de juro. Por outro la-

do, sempre que os juros descem,

a componente de amortização au-

menta. Ou seja, as famílias estão a

amortizar capital a um ritmo maior,

o que é positivo, porque num cená-

rio de subida das taxas de juro, o

montante em dívida será menor.

Neste momento, os spreads míni-

mos praticados pelos bancos estão

acima dos 2% e os máximos chegam

a superar os 6%. A descida das taxas

de juro é negativa para quem tem

poupanças associadas às taxas Eu-

ribor e para as empresas com con-

tratos de protecção de taxas de ju-

ro especulativos, os denominados

swaps de taxas de juro, cujos encar-

gos aumentam signifi cativamente

quando as taxas descem.

Rosa Soares

Com as taxas em queda, as famílias amortizam mais capital

Page 20: 3 Maio - PÚBLICO

20 | ECONOMIA | PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013

Bolsas

PSI-20 Última Sessão Performance (%)Nome da Empresa Var% Fecho Volume Abertura Máximo Mínimo 5 dias 2013

PSI-20 INDEX -0,21 6235,090 195118183 6229,670 6279,600 6202,830 3,66 10,26ALTRI SGPS SA -0,2 1,961 238760 1,965 1,975 1,930 1,55 23,49BANIF SA -1,667 0,118 76716 0,118 0,119 0,118 2,56 -19,18BPI 1,01 1,101 1269703 1,095 1,115 1,083 5,11 16,76BCP 0 0,105 159896318 0,105 0,106 0,104 0,96 40,00BES 1,27 0,880 17921927 0,856 0,894 0,856 4,83 -1,68COFINA SGPS -0,2 0,498 210940 0,500 0,500 0,481 0,6 -15,45EDP 0 2,610 3547625 2,610 2,622 2,578 2,35 13,97EDP RENOVÁVEIS -0,66 3,925 2176599 4,000 4,009 3,903 4,36 -1,73GALP ENERGIA -0,62 12,095 1198287 12,175 12,175 11,980 3,05 2,85J MARTINS SGPS -0,66 17,965 634623 18,100 18,145 17,905 6,7 23,05MOTA-ENGIL -2,76 2,042 438083 2,060 2,150 2,020 6,87 30,31NOVABASE SGPS -1,406 2,805 52808 2,855 2,860 2,775 2,45 21,96PT -0,91 3,925 5367678 3,950 3,953 3,900 2,62 4,69PORTUCEL 0,51 2,771 192537 2,757 2,779 2,733 2,64 21,54REN 0,22 2,319 73344 2,301 2,319 2,301 3,4 12,85SEMAPA -0,71 7,129 15085 7,151 7,205 7,129 3,55 25,29SONAECOM SGPS 0,9 1,794 144735 1,780 1,794 1,770 5,33 21,13SONAE INDÚSTRIA 1,11 0,548 78927 0,549 0,549 0,543 0,74 12,07SONAE -0,54 0,734 1366708 0,738 0,740 0,728 5,28 6,84ZON MULTIMÉDIA 0,29 3,420 216780 3,379 3,430 3,379 3,52 15,15

O DIA NOS MERCADOS

Acções

Divisas Valor por euro

Diário de bolsa

Dinheiro, activos e dívida

Preço do barril de petróleo e da onça, em dólares

MercadoriasPetróleoOuro

ObrigaçõesOT 2 anosOT 10 anos

Taxas de juro Euribor 3 mesesEuribor 6 meses

Euribor 6 meses

Portugal PSI20

Últimos 3 meses

Últimos 3 meses

Obrigações 10 anos

Mais Transaccionadas Volume

Variação

Variação

Melhores

Piores

Últimos 3 meses

Últimos 3 meses

Europa Euro Stoxx 50

BCP 159.896.318BES 17.921.927PT 5.367.678EDP 3.547.625EDP Renováveis 2.176.599

BES 1,27%Sonae Indústria 1,11%BPI 1,01%

Mota Engil -2,76%Banif SA -1,667%Novabase SGPS -1,406%

Euro/DólarEuro/LibraEuro/IeneEuro/RealEuro/Franco Suíço

5,70

5,95

6,20

6,45

6,70

1,30650,8408128,052,62871,2212

0,207%0,313%

100,871466,35

3,412%5,734%

PSI20Euro Stoxx 50Dow Jones

Variação dos índices face à sessão anterior

2500

2575

2650

2725

2800

5500

5750

6000

6250

6500

0,300

0,325

0,350

0,375

0,43

-0,21%0,26%0,80%

O Sindicato dos Pilotos da Aviação

Civil (SPAC) rejeitou ontem que os

interesses dos pilotos da TAP sejam

lesados e disse ir lutar “até às últi-

mas consequências” pelo direito de

participação no capital da empresa

privatizada.

Na sequência do parecer do con-

selho consultivo da Procuradoria-

Geral da República (PGR) publica-

do na terça-feira, segundo o qual

os pilotos da TAP não têm direito

a uma participação no capital da

companhia aérea no âmbito da sua

privatização, porque o acordo que

lhes dá esse direito foi estabelecido

fora da lei, o SPAC reagiu lembran-

do que o parecer da PGR não é vin-

culativo e inclui “lacunas nos seus

pressupostos”.

O acordo entre empresa e pilotos

data de 1999 e prevê a “atribuição de

uma participação até 20% no capi-

tal da empresa privatizada”, tendo

resultado “de um processo de nego-

ciação entre as partes que teve como

pressuposto a decisão favorável ob-

tida pelos pilotos junto do Tribunal

Arbitral e que não pode ser agora

ignorada num Estado de Direito”,

acrescenta o SPAC.

“Os pilotos, tal como a TAP e o Go-

verno bem sabem, aderiram a esse

processo de negociação de boa-fé,

procurando não só salvaguardar os

seus direitos, como também garan-

tir a sustentabilidade fi nanceira da

TAP, motivo pelo qual acordaram

renunciar à produção dos efeitos da

decisão do Tribunal Arbitral, tendo

como contrapartida a participação

no futuro capital privatizado da

TAP”, realça o sindicato.

O SPAC sublinha que “o parecer

não toma em conta a posição assu-

mida pelo Governo aquando da as-

sinatura do acordo, pelo que a tese

sustentada de que o Estado não se

vinculou ou ignorava o documento

não só não é real, como nem sequer

é minimamente plausível em face do

objecto do acordo”.

A decisão do conselho consulti-

vo da PGR, publicada no Diário da

República, resulta de um pedido de

parecer do secretário de Estado das

Obras públicas, Transportes e Co-

municações. Lusa

Pilotos prometem lutar pelos 20% da TAP

Aviação

Procuradoria-Geral da República diz que os pilotos não têm direito a posição no capital da companhia, mas o sindicato contestaGrupo público tem quota de mercado de 29,3%

O Conselho de Ministros aprovou

ontem a venda das três empresas

da Caixa Geral de Depósitos (CGD)

que operam na área dos seguros.

Em causa está a alienação das parti-

cipações na Fidelidade, Multicare e

Cares, uma operação que terá lugar

ao longo deste ano.

As três seguradoras deverão ser

alienadas em conjunto, “um modelo

que assegura a preservação da unida-

de estratégica do grupo segurador”.

Luís Marques Guedes, ministro da

Presidência, adiantou que a venda

poderá ser feita “de forma directa ou

indirecta” a “investidores de referên-

cia nacionais ou estrangeiros”.

O entendimento do Governo é que

haverá vantagens em fazer a aliena-

ção do conjunto das seguradoras,

precisou o ministro da Presidência,

acrescentado que essa via encerra

em si “uma mais-valia global” para

a operação. O ministro vincou, no

entanto, a ideia de que “não é de des-

cartar” outra solução. “Depende da

receptividade dos investidores e do

mercado”, justifi cou.

Marques Guedes destacou ainda

que o processo deverá iniciar-se “no

início do mês de Junho” e que o ob-

jectivo é que esteja concluído antes

do fi nal do ano.

“Consagra-se ainda a alienação de

um máximo de 5% de acções a traba-

lhadores das empresas seguradoras

Governo aprova venda da área de seguros da CGD

do grupo Caixa Geral de Depósitos,

bem como a possibilidade de se pro-

ceder à alienação de participações

minoritárias mediante oferta pública

de venda, que pode ser combinada

com venda directa institucional”, re-

fere o comunicado emitido após a

reunião do Conselho de Ministros.

Em Março, o vice-presidente do

banco público, Norberto Rosa, ti-

nha dito à agência Lusa que a priva-

tização da venda da área seguradora

poderia ser apenas parcial, manten-

do a Caixa Geral de Depósitos uma

participação ainda que minoritária

no grupo segurador.

A área seguradora da Caixa Ge-

ral de Depósitos é constituída pe-

la empresas Fidelidade, Multicare

e Cares, que garantem a liderança

do mercado com uma quota con-

junta de 29,3%, no fi nal de 2012 —

31% no ramo vida e 26,4% no ramo

não vida.

No ano passado, este grupo de

companhias apresentou um resul-

tado líquido de 96 milhões de euros

e um rácio de solvência correspon-

dente a 215% do mínimo legalmente

exigível.

A Caixa Geral de Depósitos já ven-

deu o grupo HPP à brasileira Amil,

por um saldo positivo de 40 milhões

de euros, marcando assim o fi nal da

relação do grupo público com o ra-

mo da saúde. com J.M.R.

GONCALO PORTUGUES

Empresas públicasRaquel Martins

As três seguradoras detidas pelo grupo público deverão ser vendidas em conjunto para garantir a sua unidade estratégica

40A área seguradora será a segunda alienação da Caixa Geral de Depósitos, depois de ter vendido o negócio da saúde por 40 milhões de euros

Page 21: 3 Maio - PÚBLICO
Page 22: 3 Maio - PÚBLICO

22 | MUNDO | PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013

JUAN BARRETO/AFP

Capriles assume ruptura total e impugna resultados eleitorais

Maduro disse a Capriles: “Você não passa de um burguesinho chorão e fascista”

O governador do estado de Miranda

e candidato derrotado nas presiden-

ciais da Venezuela, Henrique Capri-

les, assumiu ontem a ruptura total

com o Presidente Nicolás Maduro e

a bancada chavista na Assembleia

Nacional, e avançou com um pro-

cesso de impugnação dos resultados

eleitorais junto do Tribunal Supre-

mo de Justiça.

Tal como aconteceu com o seu

pedido de recontagem dos votos,

que a Comissão Nacional Eleitoral

(CNE) declinou, Henrique Capriles

não espera que a sua iniciativa alte-

re o estado das coisas na Venezuela

— o candidato “oficialista” Nicolás

Maduro, o delfim do falecido Presi-

dente Hugo Chávez, foi declarado o

vencedor da votação de 14 de Abril e

tomou posse com pompa e circuns-

tância antes de avançar o processo

de “auditoria cidadã” aos 46% dos

boletins de voto que não foram au-

tomaticamente certificados no dia

da eleição.

“Apresentamos a impugnação,

ainda que saibamos qual é a rea-

lidade”, explicou Capriles, que se

apresentou aos venezuelanos como

a alternativa ao homem do chavis-

mo em nome da coligação Mesa

da Unidade Democrática. “Vamos

esgotar todos os canais nacionais,

porque não temos dúvidas de que

isto ainda vai terminar nas instân-

cias internacionais”, acrescentou,

durante uma marcha pelo trabalho

do dia 1 de Maio.

O recurso ao Supremo tornara-se

inevitável perante a acumulação de

“episódios” de alta tensão política,

que, depois da campanha eleitoral,

degeneraram para confrontos e vio-

lência entre as hostes “oficialistas” e

a oposição — e que culminaram com

uma inédita cena de pugilato na As-

sembleia Nacional, que deixou onze

deputados feridos (sete da oposição

e quatro do Partido Socialista Unido

da Venezuela, do Presidente Madu-

ro), na noite de terça-feira.

“Como muitos me têm pergunta-

do, deixem-me informar-vos do meu

estado físico”, escreveu ontem a de-

putada independente María Corina

Machado, que se senta na bancada

da oposição. “Tenho quatro frac-

turas ósseas no nariz com desloca-

mento do septo nasal que requer

uma operação imediata. Também

tenho uma lesão na coluna verte-

bral, por ter batido com a cabeça

contra o chão”, descreveu.

O Presidente Nicolás Maduro refe-

riu-se às agressões sofridas pelo de-

putado e líder do partido Primeiro

Justicia, Julio Borges, lamentando a

violência na Assembleia Nacional.

Mas, na mesma frase, acusou o seu

adversário político de se “fazer de

palhaço” e “armar um show” para as

câmaras televisivas. “Queremos paz

neste país, acabem com a violência”,

disse, dizendo ter na sua posse pro-

vas de que os membros da oposição

usaram “gás paralisante” contra os

deputados da maioria.

Naturalmente, as duas banca-

das opositoras ofereceram versões

contrárias sobre os acontecimentos,

responsabilizando o outro lado por

actos que todos descreveram como

lamentáveis. A Mesa da Unidade

Democrática deplorou, em comu-

nicado, o que descreveu como um

“golpe de Estado virtual” contra o

parlamento, acusando o chavismo

de usar a violência para “consolidar

o desvio do resultado eleitoral”.

A oposição, que não reconhece os

resultados oficiais das presidenciais,

excluiu-se de participar na audito-

ria cidadã aos 46% dos boletins de

voto — a solução de compromisso

encontrada pela CNE para atender

às reclamações de transparência

de Henrique Capriles. O processo

arrancou na segunda-feira, mas,

segundo os consultores da Mesa da

Unidade Democrática, ao excluir a

comparação dos votos com a infor-

mação dos cadernos eleitorais, não

permitirá investigar as alegadas frau-

des e irregularidades denunciadas

pela oposição. Os dois candidatos

ficaram separados por uma curta

diferença de 1,5% de votos.

“Aceite a derrota”, aconselhou Ni-

colás Maduro na sua declaração de

1.º de Maio, transmitida pelos canais

estatais de rádio e televisão. “Deixe

de espernear e de se lamentar, você

não passa de um burguesinho cho-

rão e fascista”, acusou, vociferando

contra “o pequeno grupo que tomou

conta da oposição venezuelana para

impor um projecto fascista, os radi-

cais de extrema-direita, os velhos

burgueses, antigos donos das plan-

tações”, enumerou, perante uma

multidão.

O líder da oposição nunca reconheceu a vitória de Nicolás Maduro e oficializou o pedido de impugnação dos resultados das presidenciais de 14 de Abril. Presidente desvaloriza a iniciativa

Venezuela Rita Siza

Page 23: 3 Maio - PÚBLICO

PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013 | MUNDO | 23

MICHAEL S. WILLIAMSON/THE WASHINGTON POST

Os mais novos testam a facilidade de utilização, a segurança e o “factor cool”

Há revistas dedicadas aos “atirado-

res mais novos”, sites chamados “a

minha primeira espingarda”, testes

de armas feitos por miúdos de 11 a 14

anos em que estes avaliam caracte-

rísticas da arma, incluindo o “factor

cool”. Nos Estados Unidos da Amé-

rica, todos têm direito a ter armas,

mesmo que sejam menores.

Nas páginas de uma destas revis-

tas, um anúncio mostra uma menina

com óculos e um alvo de tiro, uma

pistola em pano de fundo: “Faz in-

veja ao teu pai! Por menos de 300

dólares [220 euros] podes ter uma

reprodução de uma .22 LR e passar

o dia a disparar”. Mas há artigos so-

bre armas maiores: “Mostra ao teu

pai! Quem sabe? Talvez encontres

uma Bushmaster AR-15 debaixo da

tua árvore uma manhã gelada de

Natal!”.

As armas não são brinquedos: são

verdadeiras, embora em versão “jú-

nior” (até há umas espingardas cor-

de-rosa para as meninas).

A questão do acesso de meno-

Fabricantes de armas tentam cada vez mais chegar a jovens e crianças

res a armas de fogo surgiu de novo

com um incidente em Cumberland,

Kentucky: a morte de uma menina

de dois anos, atingida pela arma do

irmão de cinco anos que a tinha re-

cebido de presente no aniversário.

Os pais não se tinham apercebido de

que a arma tinha fi cado a um canto,

carregada. O médico legista comen-

tou que se tratou de “um acidente

estúpido como tantos outros”.

As armas só podem ser compra-

das por adultos, mas nada proíbe o

acesso e a posse por crianças, que

podem frequentar clubes de tiro

desde que com supervisão de adul-

tos. Algumas actividades, como a ca-

ça, têm idades mínimas estabeleci-

das, mas estas têm vindo a baixar ou

mesmo a ser abolidas: no Wisconsin

passou de 12 para dez anos em 2009,

em 2011, no Michigan, deixou de ha-

ver idade mínima.

A “grande tradição”Tudo isto, segundo uma investiga-

ção publicada no início deste ano

pelo diário The New York Times, será

fruto de uma operação agressiva das

empresas de venda de armas que

estão a focar-se em renovar os seus

clientes, temendo pela sua sobrevi-

vência devido a uma baixa da parti-

cipação em desportos de tiro.

Estudos encomendados por asso-

ciações dizem que a resposta está

em recrutar crianças e adolescentes

entre os oito e 17 anos. Poderiam co-

meçar por paintball e a seguir dis-

parar armas reais.

A vantagem de treinar as crianças

para “o uso responsável de armas”

aparece ligado à promoção de va-

lores como responsabilidade, ética

e cidadania, e da continuação de

“uma grande tradição americana”.

O perigo? Não é tão grande como

parece, argumentam as associações

ligadas aos fabricantes, apontando

para estatísticas que mostram um

risco maior nas coreografi as das che-

erleaders ou no softball.

Há revistas especializadas, como

a Junior Shooter, ou não-especializa-

das, como a Outdoor Life, com tes-

tes de armas em que alguns miúdos

de 11 a 14 anos testam espingardas

e avaliam características como a fa-

cilidade de utilização, segurança e

“factor cool”.

O perigo é uma questão de per-

cepção, defende Andy Fink, editor

da revista Junior Shooter, em decla-

rações ao NYTimes. As armas se-

miautomáticas, por exemplo, não

são necessariamente armas, a não

ser que alguém decida magoar ou-

tra pessoa com elas, defendeu. “São

uma ferramenta, tal como um carro

ou um taco de basebol.”

A apoiar as palavras vem o fi nan-

ciamento. Clubes de jovens e grupos

de escuteiros têm recebido milhares

de dólares das associações de armas

para actividades relacionadas com

tiro.

Estados UnidosMaria João Guimarães

Testes para revistas são feitos por atiradores de 11 a 14 anos. Relatórios de fabricantes aconselham começar aos oito

Os amigos levaram uma mochila e um computador de Dzhokhar

Pouco depois de o FBI ter divulgado

as primeiras imagens dos suspeitos

do ataque na maratona de Boston,

na tarde de 18 de Abril, o jovem Dias

Kadyrbayev, nascido no Cazaquis-

tão, recebia um telefonema de um

amigo enquanto conduzia o seu

BMW numa viagem entre Boston

e New Bedford, no estado do Mas-

sachusetts. Do outro lado da linha,

Robel Phillipos pedia-lhe que ligasse

o televisor mal chegasse a casa: um

dos suspeitos era muito parecido

com um amigo comum, chamado

Dzhokhar Tsarnaev. Este foi o mo-

mento que deu início a uma sequên-

cia de eventos que pode revelar-se

dramática para Kadyrbayev, Philli-

pos e Azamat Tazhayakov, os três

amigos de Dzhokhar Tsarnaev acu-

sados pelo FBI de conspirarem para

obstruir a justiça e prestarem falsas

declarações durante a investigação

de um acto de terrorismo.

Ainda ao volante do seu carro,

Kadyrbayev, que reside nos Estados

Unidos com visto de estudante, en-

viou uma mensagem de texto a Tsar-

naev, mas as respostas que recebeu

foram interpretadas como “brinca-

deiras”, de acordo com o seu depoi-

mento nos interrogatórios do FBI.

“Lol” e “É melhor não me enviares

mensagens” foram duas delas, mas

Dzhokhar Tsarnaev escreveu tam-

Amigos de Dzhokhar Tsarnaev “entraram em pânico” e estão a caminho da prisão

bém: “Vai ao meu quarto e leva o

que quiseres.”

Quando se convenceram de que o

seu amigo estava envolvido no ata-

que na maratona de Boston, os três

jovens combinaram encontrar-se

à porta do quarto de Tsarnaev, no

campus da Universidade de Massa-

chusetts-Dartmouth. Lá dentro, en-

contraram uma mochila carregada

com “aproximadamente sete tubos

de fogo-de-artifício”, já sem pólvo-

ra, que decidiram levar, juntamen-

te com um computador portátil. De

acordo com o testemunho de Robel

Phillipos, os seus dois amigos nas-

cidos no Cazaquistão “entraram em

pânico” quando se aperceberam do

possível envolvimento de Dzhokhar

Tsarnaev no ataque em Boston e ti-

veram uma discussão “em russo”.

Mais tarde, todos concordaram que

o melhor a fazer era deitar a mochila

num caixote do lixo, que viria a ser

recuperada pelos agentes da polícia

federal norte-americana.

As autoridades dizem não ter in-

dícios de que os três amigos estives-

sem ao corrente de qualquer plano

com vista a um ataque na maratona

de Boston, mas Dias Kadyrbayev e o

seu compatriota Azamat Tazhayakov

foram acusados de conspirarem pa-

ra obstruir a justiça. Se forem a jul-

gamento, podem ser condenados a

cinco anos de prisão e a uma multa

de 250 mil dólares (190 mil euros)

cada um. O terceiro, Robel Philli-

pos, cidadão norte-americano, foi

acusado de prestar falsas declara-

ções durante a investigação a um

acto de terrorismo – só ao quarto

depoimento admitiu ter entrado no

apartamento de Dzhokhar Tsarnaev.

Se for a julgamento, pode ser conde-

nado a oito anos de prisão e a uma

multa de 250 mil dólares.

Na primeira audiência em tribu-

nal, que decorreu na quarta-feira,

todos alegaram que não tiveram a

mínima participação no ataque na

maratona de Boston e negaram as

acusações de obstrução à justiça. O

advogado de Kadyrbayev afi rma que

o seu cliente “lamenta muito o que

aconteceu em Boston”, mas frisa

que ele não sabia que a mochila e

o portátil podiam constituir provas

para as equipas de investigação. Já o

advogado de Tazhayakov disse que

o jovem ese sentiu “terrivelmente

mal” e “chocado” quando se aper-

cebeu de que um dos seus amigos

era suspeito do ataque na maratona

e frisou que “considera uma honra

estudar nos Estados Unidos”. A se-

gunda audiência está marcada para

a próxima quarta-feira, dia 14.

EUAAlexandre Martins

Jovens entraram no quarto do suspeito do ataque na maratona de Boston e levaram mochila que o poderia incriminar

Page 24: 3 Maio - PÚBLICO

24 | MUNDO | PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013

Itália pede estratégia europeia contra o “pesadelo” do desemprego jovem

“Os cidadãos europeus devem ver a Europa como um instrumento de resposta positivo e não como um instrumento negativo”, disse o primeiro-ministro italiano ao lado de Durão Barroso

FRANÇOIS LENOIR/REUTERS

Letta quer que os líderes europeus dêem “sinais importantes para relançar a esperança”

Enrico Letta, o novo primeiro-mi-

nistro italiano, terminou ontem três

dias de um périplo europeu em que

foi pregar a Berlim, Paris e Bruxelas

a necessidade de lançamento urgen-

te de uma estratégia europeia de luta

contra o “pesadelo” do desemprego

jovem.

Letta, cuja nomeação na semana

passada encerrou mais de dois meses

de impasse na terceira maior econo-

mia da zona euro depois das eleições

legislativas de Fevereiro, encontrou-

se com Angela Merkel, chanceler

alemã, na terça-feira em Berlim, a

que se seguiu o Presidente francês,

François Hollande, na quarta-feira,

em Paris, e ao fi m do dia, já em Bru-

xelas, o primeiro-ministro belga, Elio

Di Rupo, e o presidente do Conselho

Europeu, Herman Van Rompuy.

Ontem de manhã, foi a vez de Du-

rão Barroso, presidente da Comis-

são Europeia, receber o novo chefe

do Governo italiano, que viajará na

segunda-feira até Madrid para reunir

com o primeiro-ministro espanhol,

Mariano Rajoy.

Em cada uma destas etapas euro-

peias, Letta defendeu que a estraté-

gia de saída da actual crise econó-

mica e social que afecta sobretudo

os países do Sul praticamente desde

a crise fi nanceira de 2008, terá de

ser europeia e não cada país por si.

Nesse contexto, os líderes da UE

deverão emitir na cimeira europeia

de Junho “sinais importantes para

relançar a esperança” na Europa

através de estímulos ao crescimento

económico e ao emprego, defendeu

ontem, considerando que “os cida-

dãos europeus devem ver a Europa

como um instrumento de resposta

positivo e não como um instrumen-

to negativo”.

Mesmo se Durão Barroso apoiou

o seu apelo, nenhum dos dois res-

ponsáveis avançou qualquer ideia

concreta sobre a forma de resolver

o velho dilema entre a austeridade a

todo o vapor – acusada de cavar uma

profunda recessão económica nos

países periféricos – e o crescimento

económico e o emprego com que a

UE se debate há anos.

Aliás, no seu périplo pelas princi-

pais capitais europeias, Letta segue

de alguns bancos europeus e evitar

que sejam os orçamentos de Estado

a pagar os seus excessos.

Precisamente para evitar entrar

em confronto com Berlim, Letta

teve aliás a preocupação de aliar o

seu apelo a medidas de estímulo ao

crescimento económico com a rea-

fi rmação da sua intenção de cumprir

a meta de redução do défi ce orça-

mental italiano para 2,9% do PIB este

ano assumida pelo seu antecessor.

Este compromisso obrigará o novo

Governo a realizar economias de pe-

lo menos 10.000 milhões de euros,

nomeadamente para compensar a

suspensão de uma controversa taxa

imobiliária lançada por Monti para,

precisamente, poder cumprir a meta

orçamental.

A tarefa do novo primeiro-minis-

tro anuncia-se, no entanto, ainda

mais árdua do que o previsto: mal

regressou a Roma, foi confrontado

com a publicação de um relatório da

OCDE sobre a economia italiana que

pinta um quadro mais negro do que

o previsto: a contracção do PIB (a

produção de riqueza) será este ano

de 1,5% em vez do valor previsto de

1%, em resultado, nomeadamente

da política de austeridade adopta-

da precisamente para assegurar a

redução do défi ce das contas públi-

cas. Pior: em vez dos 2,9% do PIB

previstos, o défi ce orçamental será

este ano de 3,3%, e continuará a su-

bir para 3,8% do PIB em 2014. Do

mesmo modo, a dívida pública, que

deveria começar a descer este ano,

continuará a aumentar para uns as-

tronómicos 131,5% do PIB e mesmo

134,2% em 2014.

Com estas previsões, Letta, que

esperava um alívio do ritmo da aus-

teridade para poder relançar a eco-

nomia e o emprego, está em risco de

ter de apertar ainda mais o cinto.

União EuropeiaIsabel Arriaga e Cunha, Bruxelas

as pisadas do seu antecessor, Mario

Monti, que assumiu exactamente o

mesmo discurso de conciliação en-

tre austeridade e crescimento, igual-

mente partilhado pelo Presidente

francês. Os esforços dos dois respon-

sáveis desembocaram, há um ano,

num tímido “pacto de crescimen-

to” europeu praticamente limitado

à reafectação para acções contra o

desemprego de parte dos fundos es-

truturais comunitários de apoio às

regiões mais desfavorecidas que já

estavam atribuídos aos países da UE.

Em contrapartida, sobre o alívio do

ritmo da austeridade que era espe-

rado em Paris, Madrid e Roma, nem

uma palavra.

Hoje, tal como há um ano, o gran-

de obstáculo a uma calibragem das

prioridades parte da Alemanha,

cujos responsáveis acreditam que o

crescimento económico e o emprego

serão o resultado quase automático

da correcção dos desequilíbrios or-

çamentais e estruturais dos países

mais frágeis. Em vésperas das elei-

ções legislativas de Setembro, Angela

Merkel não está disposta a mudar

de discurso.

As mesmas resistências alemãs

pendem sobre a “união bancária”

que Letta, em conjunto com a maior

parte dos líderes dos países mais frá-

geis, quer pôr rapidamente de pé

para resolver de vez a fragilidade

Um relatório da OCDE sobre a economia italiana divulgado ontem pinta um quadro mais negro do que o previsto

Page 25: 3 Maio - PÚBLICO

PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013 | MUNDO | 25

Bento XVI vai viver num mosteiro, mas não em reclusão

Dois meses depois da renúncia, Ben-

to XVI regressou ontem ao Vaticano,

dando início a um período inédito na

história da Igreja Católica, em que

um antigo Papa viverá na vizinhan-

ça do seu sucessor naquele que é o

mais pequeno Estado do mundo –

uma convivência que ambos dizem

será tranquila, mas que continua a

suscitar algumas interrogações.

Joseph Ratzinger, que adoptou o

título de Papa emérito, regressou

ao Vaticano da mesma forma que

partiu. A meio da tarde viajou de

helicóptero desde Castel Gandolfo,

a residência de Verão papal, onde

se recolheu após a formalização da

renúncia, a 28 de Fevereiro.

À sua espera no mosteiro que lhe

servirá agora de residência, Bento

XVI tinha o seu sucessor, o Papa

Francisco, numa repetição do históri-

co encontro de 23 de Março, quando

o antigo e o actual Papas se reuniram

pela primeira vez. O Vaticano não

divulgou imagens da reunião, que

garantiu ter sido de “uma grande e

fraternal cordialidade”, adiantando

apenas que os dois rezaram juntos

na capela do mosteiro.

O regresso acontece depois de con-

cluídas as obras de remodelação do

mosteiro Mater Ecclesiae, um edifí-

cio nos jardins do Vaticano, com vista

privilegiada sobre a cúpula da Basí-

lica de São Pedro e que albergou até

há pouco tempo sucessivas ordens

contemplativas. Na nova residência,

Bento XVI vai ter a companhia do seu

secretário pessoal, o arcebispo Georg

Ganswein, e das quatro leigas consa-

gradas que estavam já ao seu serviço

durante o pontifi cado.

Quando, ainda antes da eleição do

Papa Francisco, Bento XVI anunciou

que pretendia passar o resto dos seus

dias no Vaticano, muitos questiona-

ram se a proximidade não seria cons-

trangedora para o seu sucessor. Uma

dúvida que ganhou força ao saber-se

que Ganswein iria permanecer como

secretário de Bento XVI, dividindo o

seu tempo entre o mosteiro e as suas

funções de chefe da Casa Pontifícia,

com a responsabilidade de gerir a

agenda do Papa Francisco. Sabe-se

também que Bento XVI não vai fi car

em clausura e não só vai receber vi-

Bento XVI voltou ao Vaticano para convivência inéditacom o Papa Francisco

sitas como poderá passear-se pelos

jardins do Vaticano.

Ontem, o jornal norte-americano

USA Today escrevia que Ratzinger,

um conservador em termos morais e

doutrinários, poderia servir de porto

de abrigo aos descontentes com as

reformas promovidas por Francis-

co – o Papa nomeou recentemente

uma comissão de oito cardeais para

o aconselharem sobre mudanças a

fazer na estrutura da Cúria, abalada

no último ano por uma sequência de

escândalos, e admite-se que as reco-

mendações possam estender-se a ou-

tras áreas do governo da Igreja.

O Papa emérito procurou afastar

os receios, garantindo que pretende

dedicar-se à oração e ao estudo, “vi-

vendo escondido do mundo”. Uma

promessa que cumpriu nos dois me-

ses que passou em Castel Gandolfo,

recordou a AFP, acrescentando que

as pessoas que lhe são próximas asse-

guram que ele está “muito aliviado”

por ter passado as responsabilidades

a um homem mais novo. Por outro

lado, e apesar dos estilos distintos –

Bento XVI é apegado aos ritos, Fran-

cisco tem inovado pela simplicidade

–, os dois homens são teologicamente

próximos.

O novo Papa não mostra também

ter medo de comparações e disse

publicamente que é um privilégio

contar com o conselho e as orações

de Bento XVI. Além do encontro de

Março, quando rezou lado a lado

com o antecessor, Francisco falou

várias vezes com ele ao telefone e já

o convidou para passar temporadas

em Castel Gandolfo.

O facto de não terem sido divulga-

das imagens do seu regresso poderá

reforçar os rumores sobre a saúde do

Papa emérito, de 86 anos, que em

Março aparentava estar mais magro

e debilitado. O porta-voz do Vatica-

no garantiu, contudo, que Bento

XVI “não sofre de nenhuma doen-

ça”, estando apenas “enfraquecido

pela idade”.

A Coreia do Norte reacendeu a polé-

mica com os Estados Unidos ao con-

denar um cidadão norte-americano

a 15 anos de prisão com trabalhos

pesados.

O cidadão de 44 anos, que tam-

bém tem nacionalidade coreana, e

que tem sido identifi cado tanto como

Kenneth Bae como por Pae Jun-ho,

foi condenado por ter cometido ac-

tos contra o Governo daquele país,

com o objectivo de derrotar o regime

comunista liderado por Kim Jong-un.

Bae é um operador turístico.

O New York Times explica que Ken-

neth Bae foi detido em Novembro de

2012, na cidade de Rason, no Nordes-

te da Coreia do Norte, juntamente

com outros cinco turistas vindos da

China. Foram considerados suspeitos

de praticarem ou planearem actos

Coreia do Norte condena americano a 15 anos de prisão com trabalhos pesados

contra Pyongyang. A BBC, citando

órgãos de comunicação norte-core-

anos, refere que Bae teria confessa-

do “crimes contra a Coreia do Norte,

incluindo a tentativa de derrube do

Governo”.

A condenação surge na mesma se-

mana em que o porta-voz do Depar-

tamento de Estado dos EUA, Patrick

Ventrell, tinha apelado à “libertação

imediata” do suspeito, invocando

“razões humanitárias”. Também em

Janeiro, o embaixador norte-ameri-

cano na ONU, Bill Richardson, enviou

uma carta ao Governo de Kim Jong-

un, mas as autoridades daquele país

não permitiram uma reunião.

Este caso também está a ser visto

pelos observadores como uma for-

ma de Pyongyang conseguir atingir

alguns objectivos. Isto porque desde

Abril que o país tem vindo a impor

condições para retomar o diálogo

com Seul e Washington.

ReligiãoAna Fonseca Pereira

Península Coreana

Pela primeira vez na história, o Vaticano alberga dois Papas. Ambos dizem que tal não será problema

FILIPPO MONTEFORTE/AFP

PUBLICIDADE

Inscreva-se ememprego.publico.pt

Candidate-se às ofertas da maior comunidade de trabalho.

EM PARCERIA COM

Não sabe poronde começara sua carreiraprofissional?

Page 26: 3 Maio - PÚBLICO

www.MINI.pt

Consumo: 3,8 l/100 km. Emissões de CO2: 99 g/km.

MINI ID+ (1.6 90cv Diesel). Condições válidas para MINI Select (36 meses/40.000 km) nos parâmetros apresentados. PVP Edição MINI ID+ 23.880€, inclui despesas preparação, transporte e legalização em Portugal Continental. Viatura contratual. Comissão Abertura Dossier 239,85€. Comissão Finalização 215,25€. Comissão Processamento 2,15€, incluída na mensalidade. Valores com IVA 23%. Sujeito a aprovação BMW Renting Portugal Lda. Condições válidas nos Concessionários aderentes, sujeitas a alterações sem aviso prévio para propostas aprovadas e viaturas matriculadas até 31/05/2013. VFG = Valor Final Garantido. MTIC = Montante Total Imputado ao Consumidor.

A Edição MINI ID+ está equipada com: Bluetooth + USB, Jantes 16’’, Pintura Metalizada, Volante Desportivo Multifunções, Sensor Chuva e Luz, Ar Condicionado Automático, Computador de Bordo, Capas e Faixas Exclusivas... e ainda nem vamos a meio. Achas normal?

*TAN 1,935% TAEG 2,944% PVP EDIÇÃO ID+ 23.880€

ENTRADA 4.990€ VFG 14.366,49€

PRAZO 36 MESES/40.000 KM MTIC 25.376,34€

OMG

MINI ID+ POR 159€/MÊS.NÃO, NÃO É NORMAL.

*

OM

G: Ó

timo

na M

inha

Gar

agem

.

Page 27: 3 Maio - PÚBLICO

PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013 | CIÊNCIA | 27

ENRIC VIVES-RUBIO

Híbridos dos vírus de gripes aviária e humana transmissíveis em mamíferos

Receia-se que os vírus da gripe das aves e o da gripe humana possam um dia combinar-se nos porcos

A revista Science publica hoje dois

estudos sobre manipulações genéti-

cas do vírus da gripe das aves H5N1.

Num deles — talvez o mais preocu-

pante —, os autores mostram que

basta realizar um número sufi cien-

te de misturas diferentes dos genes

de um vírus desta gripe aviária e dos

genes de uma gripe humana para

que alguns dos vírus resultantes se

tornem uma potencial ameaça glo-

bal para a nossa saúde. No outro,

uma outra equipa desvenda algumas

das alterações de estrutura, ao nível

de uma das proteínas do vírus, que

poderão facilitar a entrada, nas cé-

lulas das vias respiratórias humanas,

de um vírus H5N1 mutante, criado

no laboratório e transmissível entre

mamíferos por via aérea.

Ambos os estudos são assinados

por cientistas chineses, país que

tem estado debaixo dos holofotes

das autoridades de saúde interna-

cionais por causa do mais recente

vírus de gripe aviária, o H7N9, sur-

gido há pouco mais de um mês. E a

sua publicação acontece após o fi m

da moratória (auto-imposta pelos

próprios cientistas do mundo in-

teiro envolvidos em manipulações

genéticas do H5N1) que pesava sobre

a criação de mutantes do H5N1 com

uma “preferência” pelos mamíferos

(ver Especialistas retomam investiga-

ção com vírus mutantes da gripe das

aves, PÚBLICO de 24/01/2013).

Diga-se já agora que, apesar de a

moratória ter acabado numa série de

países (entre os quais a China e vá-

rios países europeus), a questão não

está resolvida. Em particular, os EUA

ainda não permitem o fi nanciamen-

to deste tipo de investigações com

dinheiros públicos. E também não é

um assunto pacífi co, com muitos bi-

ólogos a criticar essas experiências,

argumentando que o vírus H5N1 é

altamente letal (mata 60% dos do-

entes) e que é portanto irresponsá-

vel arriscar uma fuga acidental de

vírus mutantes para o ambiente. A

isto, os defensores das controversas

pesquisas respondem que é indis-

pensável fazer este tipo de estudos

para perceber, antes que seja tarde

de mais, em que condições poderá,

um dia, vir a surgir um vírus H5N1

com potencial pandémico.

Todavia, não há por enquanto

qualquer sinal de que este vírus —

transmitido apenas por contactos

entre aves e pessoas — já tenha so-

frido “rearranjos” genéticos na na-

tureza que o tornem mais susceptí-

vel de saltar directamente de uma

pessoa para outra. Mas é um facto

que as pandemias de gripe humana

costumam surgir na sequência de

“rearranjos” de vírus distintos num

hospedeiro comum: o porco. Ora,

como explica a Science, existem indí-

cios de que o H5N1 é capaz de infec-

tar os porcos; e sabe-se que o vírus

H1N1 da gripe humana de 2009 veio

dos porcos. Pergunta: seria possível

que uma mistura desses dois tipos

de vírus se tornasse transmissível

por via aérea entre mamíferos?

À procura de respostas, Ying

Zhang e colegas, da Academia Chi-

nesa de Ciências Agrícolas, criaram

127 “rearranjos” de um vírus H5N1

vindo dos patos e do vírus H1N1 cau-

sador da pandemia de gripe humana

de 2009. E descobriram que alguns

deles eram transmissíveis, pelos es-

pirros, entre porquinhos-da-índia.

Isso não signifi ca que exista um

perigo iminente. Os rearranjos de

genes virais demoram muito mais

a acontecer espontaneamente do

que no laboratório; e os porquinhos-

da-índia não são um bom modelo

para estudar a gripe humana, por

que são mais facilmente infectáveis

pelos vírus naturais da gripe aviária

do que outros mamíferos.

No segundo estudo hoje publica-

do, Wei Zhang, da Academia Chinesa

das Ciências, e colegas, estudaram

por cristalografi a de raios-X a estru-

tura molecular da proteína viral HA,

que estabelece o primeiro contacto

dos vírus da gripe com os tecidos

respiratórios das suas vítimas po-

tenciais. Queriam detectar diferen-

ças entre a proteína HA do H5N1 das

aves e a de um vírus H5N1 mutante,

criado por cientistas na Holanda e

transmissível entre furões por via

aérea (um dos trabalhos, aliás, que

esteve na origem, em 2012, da gran-

de controvérsia que culminou na já

referida moratória). Agora, os cien-

tistas chineses descobriram de facto

diferenças na orientação dos átomos

das duas versões da proteína — um

resultado que, concluem, fornece

pistas para perceber melhor o quão

facilmente um vírus das aves pode-

ria vir a ameaçar a nossa espécie.

Misturem-se de muitas maneiras os genes do temível vírus H5N1 das aves e do vírus H1N1 causador da pandemia de gripe humana de 2009... e alguns desses “rearranjos” poderão ser mesmo perigosos para nós

Manipulações genéticasAna Gerschenfeld

Page 28: 3 Maio - PÚBLICO

28 | MUNDO | PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013

Eric Frattini“Francisco é chefe do Estado do Vaticano. O que é que ele pode fazer?”O novo Papa é um homem que vem de fora da Cúria, do fi m do mundo, mas os primeiros sinais políticos “não são bons”. É muito difícil fazer mudanças, como se viu com Ratzinger, principalmente no banco do Vaticano. Por Sofi a Lorena

Já trabalhou para

jornais e foi

correspondente em

Jerusalém; agora

divide-se entre

as investigações

para os livros e

as conferências

sobre segurança

e terrorismo. Já

escreveu sobre a Mossad, a máfi a

siciliana, a CIA e Osama bin

Laden. Um dia tropeçou num

dossier sobre os serviços secretos

do Vaticano na biblioteca do

quartel-general da CIA, escreveu

a Santa Aliança e nunca mais

parou: “O Vaticano daria para

uns 15 volumes.” O espanhol Eric

Frattini veio a Lisboa para lançar

a edição portuguesa de Os Abutres

do Vaticano (Bertrand), que

escreveu depois de ter recebido 47

cartas do Papa, parte dos milhares

de documentos do escândalo

conhecido como Vatileaks.

Tinha imaginado que o

Vaticano seria um dos seus

temas de trabalho?

Eu já tinha lido muito sobre

o Vaticano. Até João Paulo

II, o enterro de um pontífi ce

era secreto, os leitores que se

interessam sobre o tema, os

católicos, não sabiam que um

Papa estava doente, que tinha

cancro, que lhe doía o estômago.

Um Papa também morre, mas

quando chegava a notícia era uma

grande surpresa. Para o Vaticano,

tudo o que não é sagrado é secreto.

E isso é que me despertou a

curiosidade. Comecei a investigar e

encontrei muitíssimos documentos.

Quais são as diferenças entre os

serviços secretos do Vaticano

e as agências dos países

convencionais?

Os do Vaticano são os mais antigos

e os que têm a maior rede de

informadores. Da Mossad diz-se

que cada judeu é um informador,

agora imagine que cada religioso

colocado em qualquer selva no

mundo… Dizem que o seu lema

não ofi cial é “da Amazónia ao

deserto, do deserto a Nova Iorque,

de Nova Iorque ao Vaticano”.

São mais efi cientes?

Simon Wiesenthal, o famoso caça-

nazis, disse que eram os serviços

secretos mais bem informados.

Mas ocupam-se das mesmas

actividades. Já apoiaram golpes

de Estado, ditaduras.

Claro, vendem armas a ditadores,

têm sociedades fi nanceiras em

paraísos fi scais. A mim acusam-

me de ser anticatólico, o que é

um disparate, não sou crente mas

anticatólico também não. Eu não

falo de religião, os meus livros são

sobre política do Vaticano.

Para mim é igual. Em relação

ao Vaticano, as críticas vêm dos

meios de comunicação católicos

e dos vaticanistas retrógrados.

Ficaram lixados por eu ter escrito

em Outubro que o Papa poderia

renunciar, entraram em histeria, foi

de morrer a rir. Disseram “um Papa

não renuncia, um Papa morre… o

último que renunciou foi Celestino

V”. E eu, “sim, um Papa morre,

morremos todos, mas este está a

dar sinais de que pode renunciar”.

É Francisco que vai reformar o

Governo do Vaticano, a Cúria?

Eu não espero nada.

Porquê?

Por causa do comité [nomeado

pelo Papa para o aconselhar

sobre a reforma], que é presidido

por Giuseppe Bertello [chefe

da Comissão Pontifícia para o

Estado da Cidade do Vaticano].

Em Dezembro de 2010, o Papa

lançou uma lei a dizer que todos

os departamentos fi nanceiros

tinham de abrir os dossiers aos

auditores do Conselho da Europa.

Misteriosamente, em Abril de

2011, o senhor Bertello emitiu um

decreto a determinar que só alguns

livros de contas seriam abertos.

Bertello representa a Cúria no

comité, mas há nomeados muito

diferentes. Acredita que ele vai

controlar o trabalho do comité?

Sim, mas não é só isso. No comité

também está um senhor que

se chama [Francisco Javier]

Errázuriz [Ossa], que encobriu

casos de pedofi lia no Chile. É

este senhor que vai falar de

reforma da Cúria? No comité

está um senhor que se chama

[Oscar Rodríguez] Maradiaga, o

arcebispo de Tegucigalpa, que é

um senhor sodanista [seguidor do

ex-secretário de Estado e actual

decano do Colégio Cardinalício

Angelo Sodano] até ao tutano, só

faz o que lhe diz Sodano.

Francisco é argentino. Disse

várias vezes que só um Papa

italiano poderia realmente

reformar a Cúria. A inclusão

desses nomes não pode fazer

parte das cedências que o Papa

tem de fazer para conseguir

mudar seja o que for? Afi nal,

ele vem do fi m do mundo.

Sim, quando ele disse que vinha

do fi m do mundo não estava a falar

da Argentina, estava a dizer que

vinha de muito longe da Cúria.

Efectivamente, é um homem que

vem de fora da Cúria.

Entrevista

Se ele suspender o banco, se afastar toda a cúpula de Angelo Sodano ou de Tarcisio Bertone, aí sim, vou acreditar

É isso que o Vatileaks mostra,

que o Vaticano é um Estado

como os outros.

Claro, com a sua corrupção, as suas

coisas boas e as suas coisas más, os

seus políticos. São todos políticos.

A diferença é que em Portugal há

milhões de eleitores e ali votam

115 [número de cardeais no

conclave que elegeu Francisco]. As

campanhas são iguais, a diferença

é que os políticos portugueses

gastam em cartazes enquanto eles

passam o tempo em negociações

no pré-conclave. “Tu apoias-me

se eu te apoiar para secretário de

Estado?” As congregações são isso.

É mais fácil lidar com as

críticas quando em causa

está um país qualquer ou o

Vaticano?

Page 29: 3 Maio - PÚBLICO

PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013 | MUNDO | 29

Não pode ser uma estratégia?

Não sei, a reverência com que se

apresenta aos crentes, a pedir-lhes

que o abençoem, é um enorme

sinal de humildade. Mas os sinais

políticos não são bons. Este comité

não é um bom começo.

E é possível mexer no IOR, o

banco do Vaticano? Ratzinger

deixou o seu secretário de

Estado, Tarcisio Bertone,

protagonista do Vatileaks, com

quase todo o poder.

O poder está na AIF, a Autoridade

de Informação Financeira, que

controla tudo, e na mesma semana

em que saiu Bento XVI confi rmou

todo o conselho regulador da AIF,

onde está Bertello, Bertone, e

Attilio Nicora. Assim que assumiu

o cargo de presidente, Bertone

afastou Nicora, nomeando para o

seu lugar Domenico Calcagno, que

é um homem seu, é o presidente

da APSA [Administração do

Património da Santa Sé].

Como é que se explica que

Ratzinger tenha dado esse

poder a Bertone?

Era uma jogada. Ele sabia que

Bertone se reforma em 2014 e

contava que Nicora passaria a

controlar a AIF. Mas Bertone

garantiu que quando isso

acontecer será Calcagno a assumir

o seu lugar.

Sempre que alguém tentou

denunciar os problemas do IOR

foi afastado.

Sim, esperemos que este Papa

não caia no banho, nem tome café

adulterado. Vamos ver. Ele já fez

duas declarações públicas que são

muito complicadas para um Papa.

Disse “Jesus Cristo não precisou

de nenhum banco” e depois

perguntou porque é que o Vaticano

precisa de um banco se pode

trabalhar com bancos italianos.

Francisco tem alguma hipótese

contra Bertone, se realmente

quiser reformar o banco?

O conselho de administração

está dominado pelos homens

de Bertone, [o novo presidente]

Ernst von Freyberg é um homem

chefe do Estado do Vaticano, o que

é que ele pode fazer?

O pouco poder de Ratzinger

é o mais surpreendente nos

documentos?

Sim, o pouco poder e a sua solidão

enquanto tentava fazer reformas.

Eu sou um anti-Ratzinger, mas sou

um apoiante de Bento XVI, penso

que fi cará na História como um

revolucionário. Falhou, porque os

acontecimentos o ultrapassaram

ou porque a pressão da imprensa

com os casos de pedofi lia foi

demasiada. João Paulo II encobriu

tudo, o campesino polaco, como

eu lhe chamava, todos recordamos

a bênção que deu a Marcial Maciel

[acusado de inúmeros crimes de

pedofi lia]. Claro, é fundador dos

Legionários de Cristo, que têm

poder e muito dinheiro. João Paulo

II pensou “o que é que me importa

mais, o dinheiro que me dão os

Legionários ou as 5000 crianças

violadas por padres?”. Teve de vir

Ratzinger para condenar e afastar

Maciel.

BRUNO SIMÕES CASTANHEIRA

Não é um vaticanista. Gianluigi Nuzzi, autor de um livro a partir de centenas de documentos

do Papa, também não é. Os livros que expõem os segredos nunca vêm de vaticanistas.Isso acontece em todos os Estados. O melhor livro sobre corrupção política em Portugal não poderia ser escrito por alguém próximo dos socialistas ou dos sociais-democratas, faz mais sentido que seja escrito por alguém distante, que olha com a mesma frieza para uns e para outros.Mas não são só pessoas que vêm de fora, são jornalistas mais acostumados a investigar corrupção financeira, como Nuzzi, ou, no seu caso, a máfia italiana ou o terrorismo. Para quem está de fora, é sempre mais cómodo. Eu vim de fora, no sentido em que não sou um vaticanista, e continuo fora. É o que me acontece com o próximo livro, o meu próximo livro vai ser uma bomba atómica em Portugal. Sai em Março de 2014, estou a escrevê-lo a meias com o Luís Miguel Rocha, vai ser uma bomba, um choque para os portugueses.Porquê?Por causa das revelações que contém. É um livro de mais de 600 páginas só sobre Portugal. Vai ser um choque para os portugueses, quando descobrirem as coisas que revelamos, e vai ser um problema para os portugueses.Mas de que temas trata?De todos os temas, da política, essencialmente.E ocupa-se de um período específico?De 1943 a Dezembro de 2012. Não digo mais porque a Bertrand não me deixa. Mas vai ser dez vezes a bomba de Hiroxima em Portugal. Vai ser muito problemático para os políticos portugueses e vai ser um choque para os cidadãos de Portugal. Formamos uma grande equipa. Rocha é português e a investigação afecta-o mais. Eu vou notando isso, ele sente-se mais afectado, eu vejo tudo com muito mais distância, eu parei no Mário Soares, nem sequer sigo de perto a política portuguesa. Por isso, trato os acontecimentos mais friamente, o que é normal.

“Vamos publicar uma bombasobre Portugal”

de Bertone e amigo de Domenico

Calcagno. São estas pessoas que

vão regular o banco? Em 2009,

uma senhora com muito poder,

Hillary Clinton, disse ao Papa,

“Santidade, se vocês não resolvem

as coisas vamos ter de incluir

o banco numa lista negra do

Departamento do Tesouro, vocês

não cumprem nenhuma das 46

normativas que exige a legislação

internacional contra fraude,

branqueamento de capitais e

fi nanciamento do terrorismo”. Foi

depois disso que ele aprovou a tal

lei, mas ninguém lhe fez caso.

Faltam os actos, mas todo

o discurso do Papa sobre a

pobreza faz pensar numa

vontade de mudança.

Eu sou velho e pessimista. Se ele

suspender o banco, afastar toda a

cúpula de Sodano ou de Bertone…

aí sim, vou acreditar. Este Papa

é diferente, usa os seus sapatos

velhos, recusa carros blindados,

vai pagar a conta do alojamento

ao centro de Roma. Mas também é

Page 30: 3 Maio - PÚBLICO

30 | CULTURA | PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013

O cinema do futuro já chegou e desenha-se dia a dia nas nossas mãos

A cultura cinematográfi ca atravessa

um período dramático de transfor-

mação. A convergência dos forma-

tos fi lme e vídeo para o digital está a

modifi car o nosso entendimento do

cinema: por exemplo, a morte anun-

ciada do formato analógico.

O museu (de cinema ou de arte con-

temporânea) torna-se o último redu-

to da película e de um tipo de cultu-

ra cinéfi la. O festival de Oberhausen

propõe-se fazer até dia 7 de Maio

uma discussão eclética das questões

actuais do cinema. À semelhança

de outros eventos culturais como a

dOCUMENTA, este festival de curtas-

-metragens, que nasceu em 1954 no

contexto do pós-guerra europeu e se

inseriu numa política de renovação

cultural da Alemanha, é hoje um dos

mais importantes eventos dedicados

à curta-metragem, apresentando to-

dos os anos uma programação que

cruza as linguagens do cinema expe-

rimental com trabalhos em fi lme e

vídeo produzidos por artistas.

Esta capacidade de incorporar lin-

guagens e de resistir à possibilida-

de de se tornar um mega-evento —

o festival dura apenas cinco dias e

ocupa um único cinema — ajudou a

cimentar o seu culto. Atrai um pú-

blico fi el constituído por curadores

e programadores de galerias, centros

culturais, museus e festivais, e, por

isso, tem infl uência no panorama

internacional da imagem em movi-

mento. Para além das competições,

onde, por exemplo, Miguel Gomes

ganhou um dos seus primeiros pré-

mios (Entretanto, em 2000) e onde

Sandro Aguilar também já foi galar-

doado (SA Mercúrio, 2011), apresenta

todos os anos um programa temático

considerado premente pelo comité

do evento.

Se 2012 foi dedicado ao 50º aniver-

sário do manifesto de Oberhausen,

movimento que na década de 1950

possibilitou o aparecimento do Novo

Cinema Alemão (Fassbinder, Werner

Herzog ou Wim Wenders), este ano

observa-se o presente e tenta-se ima-

ginar possibilidades de futuro para a

imagem em movimento.

No interior da indústria, o digital

torna-se sinónimo de avanços tecno-

lógicos como o renovado 3D e a alta-

defi nição, modelos visuais cuja hiper-

realidade, paradoxalmente, torna as

imagens menos reais, mais abstractas

e distantes da vida quotidiana.

A este contexto junta-se a multipli-

cação de plataformas, exponencian-

do questões levantadas no passado

pela introdução do vídeo domésti-

co relativamente ao monopólio do

auditório como espaço privilegiado

de recepção. A novidade, agora, é o

acesso a softwares de edição (Final

Cut ou Adobe Premiere) e instru-

mentos multifunções de captação

e recepção (câmaras, telemóveis,

computadores ou tablets), que, em

simultâneo, possibilitam um acesso

móvel às imagens.

O desenvolvimento da Internet ex-

pande o impacto destas inovações,

possibilita uma troca e acesso que

estimulam uma gramática visual leve

e de fraca qualidade — por exemplo,

o YouTube. Estas imagens “pobres”,

resultado de processos de reconver-

são e disseminação, são também uma

reacção à excelência técnica da alta-

defi nição e do 3D que caracteriza a

cultura visual contemporânea e o

segmento dominante da produção

cinematográfi ca actual.

Que pistas para o futuro?A transformação é estrutural e en-

volve todo o circuito: produção, dis-

seminação/transmissão e consumo.

Somos testemunhas de uma profu-

são de diferentes modelos visuais que

produzem uma nova cultura com ten-

dências divergentes onde se incluem

objectos de fraca qualidade e grandes

produções de estúdio. As imagens são

hoje distribuídas por canais de maior

ou menor alcance, consumidas co-

lectivamente em auditórios e em pe-

quenos ecrãs individuais, projectadas

em grandes dimensões e recebidas

via streaming no caminho para casa.

Esta multiplicação de possibilidades

de consumo alterou o nosso relacio-

namento com a imagem em movi-

mento. O programa de Oberhausen

mergulha nesta coexistência eclética

em busca de pistas para o futuro.

DR DR

Este ano no Festival de Oberhausen, na Alemanha, observa-se o presente e tenta-se imaginar possibilidades de futuro para a imagem em movimento na era da Internet e das redes sociais

Cinema João Laia

A ideia que serve como fi o condu-

tor é Flatness, palavra ambígua que

se pode querer referir à qualidade

daquilo que é “linear”, “plano” ou

“comprimido”. A curadora Shama

Khanna utiliza-a como característica

da gramática visual contemporânea,

já que reúne o lado abstracto da al-

ta-defi nição e a fraca qualidade dos

produtos web. Flat remete imediata-

Monologue,de Laure Provost (2009) e o cartaz do Festival de Oberhausen 2013 (à esquerda).

Page 31: 3 Maio - PÚBLICO

PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013 | CULTURA | 31

mente para o facto de a imagem se ter

transformado em qualquer coisa de

material, uma superfície táctil, o que

é utilizado por diversos artistas que

repensam a imagem em movimen-

to como objecto, materializando-a

através de diversas estratégias rela-

cionadas com o ruído visual onde a

pixelização ou o glitch ( a falha) são

procedimentos habituais.

No contexto do programa, Fla-

tness torna-se também uma ideia

que permite pensar a nossa reacção

mais distanciada, menos atenta ou

mais plana com as imagens. O título

sublinha a dialéctica entre o primei-

ro plano/superfície (foreground) e o

fundo/cenário/representação (back-

ground) da imagem: a sua fraca qua-

lidade (em resultado de manipulação

ou compressão) ou a sua crescente

abstracção (através da referida hi-

per-realidade que diminui a carga

representacional) possibilitam uma

refl exão sobre o contexto da imagem.

Esta pesquisa redirecciona a nossa

atenção para elementos presentes na

imagem, mas que normalmente pas-

sam despercebidos e também para

etapas habitualmente excluídas do

produto fi nal.

Desta forma, Flatness apresenta se-

melhanças com a metodologia de um

cineasta como Robert Bresson (1901-

1999), caracterizada por um ascetis-

mo emocional, uma contenção dos

sentimentos das personagens, o que

expõe o sistema de valores utilizado

durante o acto de olhar: o espaço dei-

xado em aberto pela contenção nar-

rativa e emocional passa a ser preen-

chido pela especulação da audiência

sobre o contexto interno e externo da

imagem e sobre a situação social e cul-

tural em que se encontra. Esta forma

de interacção sublinha a importância

das condições de visionamento, en-

fatizando a diferença entre a experi-

ência colectiva do auditório e os mo-

delos individuais multiplicados pelas

recentes inovações tecnológicas.

Flatness dá importância extrema

ao contexto de recepção, utilizando

o formato colectivo do festival como

forma de oposição à recente indivi-

dualização do consumo de cinema.

Strike, de Hito Steyerl (2010) passa no festival onde há também espaço para performances e conversas, debates e conferências

DRNeste sentido, o programa, concebi-

do em colaboração com os artistas

Ed Atkins, Anthea Hamilton e Oliver

Laric, pode ser incluído na tendência

em curso na arte contemporânea, e

em termos mais gerais no campo so-

cial como um todo, de um regresso

a formas de organização e produção

assentes em formatos cooperativos.

Entre os fi lmes apresentados des-

tacam-se Versions (2012), de Oliver

Laric, que analisa a questão seminal

da originalidade no interior da cultura

visual contemporânea, ou Stopover in

Dubai (2011), de Chris Marker, feito a

partir de gravações das câmaras de

segurança de um hotel no Dubai e re-

tratando os movimentos de um grupo

de assassinos políticos nas horas que

antecedem a morte do comandante

do Hamas Mahmoud Al-Mabhouh.

São ainda exibidos trabalhos de Ga-

briel Abrantes, Martin Arnold, Karl

Holmkvist, Takeshi Murata, Rachel

Reupke, Eric Rohmer, John Smith

ou Stan Vanderbeek. Em paralelo

são apresentados cinco programas

dedicados ao trabalho de um reali-

zador/artista, casos de Laure Provost

e Luther Price, que são exemplos do

ecletismo da produção actual. Há

também espaço para performances e

conversas, debates e conferências que

estendem as questões levantadas na

sala do cinema e pretendem activar o

potencial colectivo das sessões.

Não é a primeira vez que o festi-

val refl ecte sobre o presente e futuro

do cinema. Em 2007, sob a direcção

de Ian White e em colaboração com

Achim Borchardt-Hume, AA Bronson,

Mary Kelly, Mark Leckey e Emily Pe-

thick, o programa Kinomuseum (algo

como Cinemamuseu) propunha um

novo formato de exibição resultan-

te da fusão entre cinema e museu,

refl ectindo o movimento actual de

incorporação de uma parte da cultu-

ra cinematográfi ca na esfera da arte

contemporânea.

Flatness continua esta perspectiva

de especulação, adicionando toda a

parafernália de aparelhos móveis e

as suas consequências em termos

da forma como as imagens são (re)

produzidas e interpretadas. Funciona

como um instrumento para repensar

a imagem em movimento, de olhos

postos no futuro mas com bases só-

lidas no passado, que é aqui reinter-

pretado à luz de desenvolvimentos

actuais. O extenso programa apresen-

ta uma coexistência temporal, temáti-

ca e formal que refl ecte a pluralidade

da cultura visual contemporânea. O

cinema do futuro na realidade já che-

gou e continua a desenhar-se todos

os dias nas nossas mãos.

O misógino, o polémico, o grande

provocador Lars von Trier lançou

nesta semana mais uma acha para a

fogueira em que parece querer trans-

formar o seu iminente Nymphoma-

niac: um poster com dois parêntesis

apenas, encimado pela frase “esque-

ça o amor”, para o novo fi lme com

Charlotte Gainsbourg e Shia LaBeouf.

Nymphomaniac é um dos títulos que

mais expectativa estão a gerar este

ano. O plano do realizador dinamar-

quês é que este seja um projecto em

duas partes – duas longas-metragens

em torno da ninfomaníaca Joe.

Duas semanas antes de começar o

Festival de Cannes, surge a imagem

do que pode ser entendido como

uma alusão gráfi ca à vagina num car-

taz promocional. O fi lme tem estreia

agendada para 30 de Maio na Dina-

marca e, nos meses seguintes, para

os mercados sueco, francês, holan-

dês, brasileiro, alemão e russo. Mas

segundo o site Indiewire, o poster e

a sombra dos parêntesis que evocam

a anatomia feminina poderão andar

por Cannes. Como anuncia o até ago-

ra parco site do fi lme, haverá novida-

des sobre Nymphomaniac, a crónica

na primeira pessoa da vida sexual

da protagonista (Gainsbourg) desde

a infância até aos 50 anos, a 16 de

Maio — o segundo dia do Festival de

Cannes. Talvez um primeiro trailer

de uma campanha que a Zentropa,

a produtora de Von Trier e de Peter

Aalbæk Jensen, prevê que dure oito

meses, segundo a revista Hollywood

Reporter. A ideia dos criadores da

campanha, Maria Biilmann e Phillip

Einstein Lipski, foi “destilar a intimi-

dade e a obscenidade do fi lme até à

sua forma mais simples”. E prome-

tem libertar, citados pela Hollywood

Reporter, “uma peça de arte gráfi ca

sexy de cada vez”.

Lars von Trier e a vagina entre parêntesis

CinemaJoana Amaral Cardoso

Breves

Dança

Prémios

Feira

Companhia de Pina Bausch com nova direcção

Bienal de Veneza premeia música e teatro

Recorde de vendas no Pavilhão de Portugal em Bogotá

Lutz Förster assumirá a direcção da companhia, após o pedido de renúncia do filho da coreógrafa Robert Sturm e do bailarino Dominique Mercy, seu assistente em algumas peças, que haviam assumido a direcção após a morte de Bausch em 2009. A nova direcção apresentará, já em Junho, o programa que celebra os 40 anos da companhia e promete novas criações para a temporada 2015/2016.

A compositora russa Sofia Gubaidulina e o encenador italiano Romeo Castellucci irão receber o Leão de Ouro de carreira. Pelo inconformismo das suas escolhas estéticas, a compositora que definiu a sua música como “irresponsável”, é homenageada pelo modo como lutou contra o poder político na antiga URSS. Castellucci será celebrado por ter “criado estados oníricos em representações de excelência”.

A livraria do Pavilhão de Portugal durante a Feira Internacional do Livro de Bogotá (FILBo) vendeu mais de 10.500 livros de autores portugueses e segundo a organização “bateu todos os recordes de vendas nos 26 anos de FILBo” (o Brasil em 2012 vendeu 8 mil). Entre os mais vendidos: Saramago, seguido de Pessoa, Afonso Cruz e do catálogo da exposição Como as Cerejas.

Page 32: 3 Maio - PÚBLICO

32 PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013CLASSIFICADOS Tel. 21 011 10 10/20 Fax 21 011 10 30De seg a sex das 09H às 19HSábado 11H às 17H

Edif. Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte,1350-352 Lisboa

[email protected]

Mensagens

OBJECTIVO E FUNDAMENTO DA CITAÇÃONos termos e para os efeitos do disposto no art.º 248.º e ss. do Código de Processo Civil (CPC), correm éditos de 30 (trinta) dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, citan-do Luís Correia Pereira e Rosa Maria Pinheiro, com domicílio conhecido na 5 Rue Dr. Menard, 93160 Noisy-Le-Grand, França, para no prazo de 30 (trinta) dias, fi nda a dilação de 30, decorrido que seja o dos éditos, querendo, deduzir oposição ao inventário, impugnar a legitimidade dos interessados citados ou alegar a existência de outros, impugnar a competên-cia do cabeça-de-casal ou as indicações constantes das suas declarações.A cópia dos documentos encontram-se à disposição dos citandos na Secretaria do Tribunal de Torres Novas.Seguindo junta a relação de bens, pode ainda, no mesmo prazo, reclamar da mesma.Ficam advertidos de que só é obrigatória a consti-tuição de advogado caso se suscitem ou discutam questões de direito e ainda em sede de recurso.

A Agente de Execução - Cristina FerreiraRua Engenheiro Duarte Pacheco, n.º 157, 2380 Vila MoreiraTelf. 249 822 158 - Fax 249 811 082 - [email protected]

Público, 03/05/2013 - 2.ª Pub.

CRISTINA FERREIRAAgente de Execução

Cédula 3488

TRIBUNAL JUDICIAL DE TORRES NOVAS

EDITAL DE CITAÇÃOA CITAR: Luís Correia Pereira e Rosa Maria Pinheiro

Processo de InventárioProcesso N.º 760/10.0TBTNV

Requerente: Luís Pereira VieiraInteressados: Luís Correia Pereira e

Rosa Maria Pinheiro

Constrangimentosde trânsito na A24

Lanço: Lamego - Bigorne

KM 104+350 a KM 104+600 (Sul-Norte)

de 06-05-2013 a 31-05-2013

A Norscut informa que o tráfego estará condicionado

no troço e data acima indicados.

Os trabalhos estarão devidamente sinalizados no

local.

Agradecemos a compreensão dos utentes por

eventuais transtornos causados no decorrer dos

trabalhos.

Número de Apoio ao utente: 808 24 00 24

MOMENTSCENTRO MASSAG.P/cavalheiro bom gosto.Amb. clim. Novidades.Tel.: 92 442 50 94 21 354 52 49

MASSG. ANTI-STRESS - Modeladora,atend. domic/ gab. pró-prio. Linha Cascais.Telm: 91 285 55 68 91 700 63 22

PEDRO ACOMP. LUXOAtend mulheres, casais,ap. luxo. Fotos:www.classificadosx.netTelm: 92 732 41 52

DE: PRESIDENTE DA MESA DA ASSEMBLEIA GERALPARA: TODOS OS ASSOCIADOS

Sindicato

Nacional do

Pessoal de

Voo da

Aviação

Civil

Convocatória n.º 05

Dando cumprimento aos Estatutos, nomeadamente no que diz respeito aos Artigos 42º, 43º e alínea a) do Artigo 44º, convoco os Associados do SNPVAC para se reunirem em ASSEMBLEIA GERAL ESPECIAL, no próximo dia 20 DE MAIO, pelas 14H00 no HOTEL VIP EXECUTIVE ZURIQUE, na Rua Ivone Silva, 18, em LISBOA (Junto à 5 de Outubro).

ORDEM DE TRABALHOS

PONTO 1 - Discussão e votação na especialidade dos artigos 72, 74 e 75,

correspondentes às propostas A e B e que não obtiveram consenso pela

Comissão de Redacção.

PONTO 2 - Ratificação dos artigos da proposta de alteração dos Estatutos

redigida e aprovada pela Comissão de Redacção, em conformidade com a

deliberação da AG Especial de 18/07/2012.

DOCUMENTO EM ANEXO

NOTA: Esta Assembleia reunirá no dia e hora designada de acordo com o ponto

2 do Artigo 43º ou uma hora depois em conformidade com o ponto 4 do mesmo

artigo.

[email protected]

A Presidente da Mesa da Assembleia GeralIsabel Maria dos Santos Dente

13.04.22

Publicado em 3 Jornais diários

TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORES E DE

COMARCA DE CASCAIS1.º Juízo Cível

Processo: 5169/11.6TBCSC

ANÚNCIOAção de Processo OrdinárioAutora: Isabel ManuelRéu: António Paes do AmaralNos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, conta-dos da data da segunda e última publicação do anúncio, citando:Réu: António Paes do Amaral, esta-do civil: solteiro, NIF - 207964041, domicílio: Prt. Moçambique Lt. 15, R/c Dt.º, Alcabideche, 2645-270 Alcabideche, com última residên-cia conhecida na(s) morada(s) indicada(s) para, no prazo de 30 dias, decorrido que seja o dos édi-tos, contestar, querendo, a ação, cujos factos articulados pelo(s) autor(es) consistem na dissolução da união de facto entre autora e réu; ser atribuída à autora a casa de morada de família, decidindo a favor da mesma o direito ao arrendamento do imóvel, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.O prazo acima indicado suspende-se, no entanto, nas férias judiciais.Fica advertido de que é obrigató-ria a constituição de mandatário judicial.N/ Referência: 11222325Cascais, 09-04-2013.

A Juíza de DireitoDr.ª Emília Palma

A Ofi cial de JustiçaPaula Teixeira

Público, 03/05/2013 - 2.ª Pub.

JOVEM MASSAGISTA27A. Bonita, simpática,sensual. Mass. oriental/body. Apto. discreto.Hoteis 11/22h. 7Rios.Telm.: 916 142 861

JUÍZOS CÍVEIS DE LISBOA (1.º A 5.º)

3.º Juízo CívelProcesso: 4112/12.0TJLSB

ANÚNCIOAção de Processo SumárioAutor: Urban Science Us, Unipes-soal, LdaRéu: Luís Augusto Marques PaisNos autos acima identifi cados, cor-rem éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publica-ção deste anúncio, citando:Réu: Luís Augusto Marques Pais, NIF - 197724205, domicílio: Rua dos Açores, n.º 1, 1000-001 Lisboa com última residência conhecida na morada indicada para, no prazo de 20 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a ação, com a cominação de que a falta de contestação importa a confi ssão dos factos articulados pela autora e que em substância o pedido consiste na condena-ção do réu ao pagamento de € 7.716,85, tudo como melhor cons-ta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.O prazo acima indicado suspende-se, no entanto, nas férias judiciais.Fica advertido de que é obrigató-ria a constituição de mandatário judicial.

N/ Referência: 13140326

Lisboa, 11-04-2013.

O Juiz de DireitoDr. Carlos Colaço Ferreira

A Ofi cial de JustiçaMaria Amélia Gonçalves Dias

Público, 03/05/2013 - 2.ª Pub.

ANA FONSECA,LICENCIADA - 36 anos,bonita, meiga, convivec/ cavalheiro de nível.Telm: 93 656 90 94

Odalt, Investimentos Imobiliários, Lda.Processo 9183/12.6YYLSB

Bens móveis que se encontram no armazém, sito em Rua dasFazendas Novas, Quinta Verde, Lote 8, Fração C, Benavente.

Verba 1 - Um lote composto por máquina encadernadora CB600DL, má-quina “UNIBINDYS”, ar condicionado “Samsung” (cor branca), 10 mesas com tampo em fórmica branca (formato trapézio), 7 cadeiras forradas a azul, 1 cavalete, 1 cesto plástico para lixo, 1 ventoinha de computador “Intel” (componente), 2 caixas de papel com vários frascos de vidro e embalagens/garrafas plásticas.Verba 2 - Um lote composto por estabilizador de corrente (UPS), máquina de calcular com rolo, 3 quadros de parede, 1 quadro eléctrico, 1 monitor “Samsung”, 1 teclado, rato, 1 secretária, 1 cadeira.Verba 3 - Um lote composto por 15 estantes tipo handy com 4 prateleiras e com centenas de pastas de arquivo, 6 motores de ar condicionado “Sa-msung”, caixa de computador LG (sem alguns componentes), 2 monitores “LG”, impressora “Epson”.Verba 4 - Um lote composto por bengaleiro metálico, 3 estabilizadores de corrente (UPS) “Netway”, 3 computadores “LG”, impressora Epson DFX5000+, 19 secretárias com 2 gavetas, 15 cadeiras com rodízios forradas a azul, 1 cadeira com rodízios forrada a pele preta, 6 módulos metálicos com 5 prateleiras, 6 cestos metálicos, monitor “Videoseven”, 2 monitores “Sam-sung”, 2 monitores “LG”, 2 monitores “Belinea”, 8 teclados, 6 telefones, 6 ratos, 1 calculadora “Casio” com rolo, 8 cestos plásticos para o lixo, bloco com 3 gavetas, bloco plástico com 5 gavetas, aparelho “Nanocolor 400D”, 2 computadores portáteis “Acer” (avariados) com mala, impressora multi-funções HP Laserjet 4345, impressora HP 4250N, 2 fax’s marca “Brother”, diversos livros técnicos/Catálogos, Cd’s, 3 ar condicionados “Samsung” cor branca (incrustados no tecto).Verba 5 - Um lote composto por impressora HP Laserjet 4250, impressora HP Laserjet P2015DN, móvel de apoio, estante metálica com 4 prateleiras, estante metálica com 5 prateleiras, ar condicionado “Samsung” cor branca, 2 secretárias, 2 cadeiras com rodízios, 2 blocos com 3 gavetas, máquina de etiquetas “Dymo”, 2 cestos plásticos, monitor “Flatron”, telefone, rato, teclado, computador “LG”.Serão aceites propostas superiores a 85% do valor-base de 3.305,89€ (três mil, trezentos e cinco euros e oitenta e nove cêntimos).As propostas deverão ser apresentadas junto da fi rma encarregada de ven-da ODALT, Lda, com sede na Praça dos Pescadores, n.º 55-B, Fonte da Telha, 2825-278 Costa da Caparica. Telf/Fax: 212550407. E-mail: [email protected] eventuais interessados na apresentação de propostas e para qualquer assunto relacionado com a anunciada venda, deverá ser contactado o fi el depositário, Dr. Jorge Pinto, com domicílio profi ssional na Av.ª 5 de Outu-bro, n.º 175, 12.º, Lisboa. Telf. 217807940, que a pedido os deve mostrar.

INSOLVÊNCIA DE “João Ricardo & Irmãos – Produtos Agrícolas, Lda”

Tribunal Judicial de Peniche2.º Juízo Competência Cível

Processo de Insolvência nº 57/12.1TBPNI

Vai a Exm.ª Sr.ª Administradora da Insolvência, no supra-referenciado processo, proceder à venda nos termos que abaixo se explanam, do prédio que adiante se especifi ca e que é o seguinte: 1 - Prédio misto composto por armazém de rés-do-chão amplo e terra de cultura arvense, vinha e árvores de fruto, com a área coberta de 800m2 e descoberta de 11720m2, sito em Courela à Boa Vista ou Casal da Boa Vista, na freguesia de Ferrel, concelho de Peniche, des-crito na Conservatória do Registo Predial de Peniche sob o n.º 844 da dita freguesia e inscrito na matriz urba-na sob o art.º 2337.º da freguesia de Ferrel e rústica sob o art.º 29.º secção N da freguesia de Atouguia da Baleia. Valor mínimo: € 172.100,00.Qualquer interessado que pretenda visitar o identifi cado prédio, poderá contactar, para o efeito, a Sra. Administra-dora da Insolvência, telf. 21 446 70 77/8. As propostas de-verão ser formuladas por escrito, em carta registada dirigi-da a “João Ricardo & Irmãos - Produtos Agrícolas, Lda”, Rua Quinta das Palmeiras, n.º 28, 2780-145 Oeiras, até ao dia 17 de Maio de 2013 e deverão conter a identifi cação completa do proponente, acompanhadas de fotocópias do bilhete de identidade, cartão de contribuinte fi scal e/ou cer-tidão comercial da empresa.A Exma. Sra. Administradora da Insolvência e a Comissão de Credores, no dia 20 de Maio de 2013, pelas 15 horas e na indicada morada, apreciarão as ofertas apresentadas, reservando-se o direito de não aceitar as propostas rece-bidas que não atinjam os indicados valores mínimos. Caso existam propostas de igual valor será aberta licitação entre os proponentes.

Nos autos acima identifi cados, foi designado o dia 16-05-2013, pelas 13h45, naquele Tribunal, para abertura de propos-tas que sejam entregues até esse momento na Secretaria do Tribunal, pelos interessados na compra do seguinte bem:Tipo de bem: Imóvel.Descrição: Fracção Autónoma designada pela letra Q, que corresponde ao terceiro andar esquerdo do prédio urbano, constituído em regime de propriedade horizontal, sito Quinta do Amparo, Iote 3, Portimão, freguesia e concelho de Porti-mão, inscrito na respectiva matriz sob o art.º 6627-Q, descrito na Conservatória do Registo Predial de Portimão sob o n.º 04131/040592-Q, com o valor tributário de 66.140,00 euros.Valor-base: 90.600,00 Euros (noventa mil e seiscentos euros).Só serão aceites propostas de melhor preço igual ou superior a 63.420,00 Euros, correspondente a 70% do valor-base.Deve ser junto à proposta um cheque visado à ordem da Agente de Execução, correspondente a 20% do valor-base do bem.É fi el depositário, que o deverá mostrar a pedido, o executa-do Ricardo Manuel Pinto Brissos, solteiro, maior, residente na Quinta do Amparo, Lote n.º 3 - 3.º esq.º, 8500-000 Portimão.

A Agente de Execução - Crisante Vieira LuzParque Empresarial Algarve Bloco 2B, 8400-431 Lagoa

Público, 03/05/2013 - 1.ª Pub.

ANÚNCIO

CRISANTE VIEIRA LUZAgente de Execução

Cédula n.º 2411

Processo n.º 3554/06.4TBPTMEXECUÇÃO COMUM

Exequente: Caixa de Crédito AgrícolaMútuo do Algarve, Crl

Executados: José Manuel Vilhana Brissos, Ricardo Manuel Pinto Brissos e Sulfl orestal -

Sociedade de Exploração Florestal, Lda.Valor: 107.860,27 €

Ref. Int.: PE - 79-2006 ptm

TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORESE DE COMARCA DE PORTIMÃO

1.º Juízo Cível

CENTRO10 MASSAGISTAS -Prof. e sensuais.Av. Berna. C. Peq.www.relax-corpo.comTelm.: 960 347 948

Évora - José Manuel Rebocho RicoRua do Raimundo, 4, 7000-508 - Tel. 266 705 629

Aqui encontra produtos exclusivos Público e Classifi cados

Amadora

Inscreva-se ememprego.publico.pt

Candidate-se às ofertasda maior comunidade de trabalho.

EM PARCERIA COM

Está cansado do seu emprego?

Page 33: 3 Maio - PÚBLICO

33PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013 CLASSIFICADOS

LEILÃOCCP - CASA DE CRÉDITO POPULAR, S.A., irá efetuar na Rua Arco Marquês do Alegrete, n.º 6-A, 1100-034 Lisboa, no dia 27 de maio de 2013, pelas 10H30, leilão de penhores sobre ouro, pratas, jóias e objetos diversos, ao abrigo do art.º 19.º do Decreto-Lei n.º 365/99 de 17 de setembro de 1999.

Os penhores dizem respeito às Agências da CCP - CASA DE CRÉDITO POPULAR, S.A., cujos contratos à data tiverem os juros vencidos e não pagos há mais de três meses.

É facultado ao público o exame dos objetos a leiloar no dito local durante as duas horas que antecedem o leilão.

Os objetos são arrematados no local e no estado em que se encontram.

Após cada licitação, caso o arrematante não liquide a totalidade do lote, ser-lhe-á exigido de imediato um sinal (em dinheiro ou cheque visado) nunca inferior a 40%, no ato da adjudicação.

Os lotes arrematados que não forem totalmente pagos no ato do leilão deverão ser levantados até 24 horas a partir da data do leilão, sob pena de ser anulada a venda com a perda do sinal.

Não serão aceites reclamações após a adjudicação dos lotes.

Lisboa, 29 de abril de 2013

A Administração

www.casacreditopopular.pt Ligue Grátis 800 208 186

Arte Modernae Contemporânea

Lote 142 – JORGE VIEIRA – 1922-1998“Sem título”escultura em terracota,assinada e datada de Julho de 1971Dim.: 31 cm

Leilão 148 – 6 de Maio de 2013 – 19h30Exposição - 1, 2, 3, 4 e 5 Maio 1 e 2: 10h-20h; 3 e 4: 10h-24h; 5: 15h-20hEntrada livre • Catálogos online e disponíveis na leiloeira

Rua Miguel Lupi 12 D1200-725 Lisboa • PortugalTel: (+351) 21 395 47 81Fax: (+351) 21 395 51 [email protected] • www.cml.pt

CABRALMONCADALEILÕES

VARAS CÍVEISDE LISBOA

2.ª Vara CívelProcesso: 7404/03.5TVLSB

ANÚNCIOExecução Ordinária A Mm.ª Juíza de Direito Dr.ª Cristina Isabel Santos Coelho, da 2.ª Vara Cível - Varas Cíveis de Lisboa:Faz saber que correm éditos de 20 dias para citação dos credo-res desconhecidos que gozem de garantia real sobre os bens penhorados ao(s) executado(s) abaixo indicados, para recla-marem o pagamento dos res-petivos créditos pelo produto de tais bens, no prazo de 15 dias, fi ndo o dos éditos, que se começará a contar da data da afi xação do presente edital.Bens penhorados:TIPO DE BEM: VeículoMATRÍCULA: 83-02-QUDESCRIÇÃO: Volkswagen PassatPENHORADO EM: 23-05-2011 00:00:00PENHORADO A EXECUTADA: Teresa Luís Mateus Rainho Dourado. Estado civil: casada. Documentos de identifi cação: BI - 10800024, NIF - 210298677. Endereço: Quinta das Courelas, 20 - Pátio, 2685-000 Camarate.N/ Referência: 18541164Lisboa, 11-04-2013.

A Juíza de DireitoDr.ª Cristina Isabel Santos

CoelhoA Ofi cial de Justiça

Helena SilvaPúblico, 03/05/2013 - 2.ª Pub.

TRIBUNAL JUDICIALDE ELVAS

1.º JuízoProcesso: 232/12.9TBELV

Ação de Processo Ordinário

ANÚNCIOAutor: José Manuel Martins MirandaRéu: Fundo de Garantia Automóvel e outros.Fernando Taínhas, Mm.º Juiz de Direi-to do 1.º Juízo do Tribunal de Elvas:Faz saber que nos autos acima iden-tifi cados, correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação deste anúncio, citando o réu Francisco Bento Rita de Sousa, nascido em 27-09-1952, freguesia de Alvaiade (Santiago do Cacém), NIF - 166223549, BI - 02214707, com última residência conhecida na Rua 8, n.º 28, Ermidas, 7565-228 Ermidas - Sado - Santiago do Cacém, para, no prazo de 30 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a ação, acima indicada, com a cominação de que a falta de contestação importa a confi ssão dos factos articulados pelo autor e que em substância o pedido consiste no pagamento ao autor da quantia de €: 125.250,00, acrescida de juros de mora, à taxa legal, a partir da citação e até integral pagamento, tudo como melhor consta do duplica-do da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.O prazo acima indicado suspende-se, no entanto, nas férias judiciais.Fica advertido de que é obrigatória a constituição de mandatário judicial.N/Referência: 2097792Elvas, 15/04/2013

O Juiz de DireitoFernando Taínhas

A Ofi cial de JustiçaM.ª Anunciação Castanheira

Público, 03/05/2013 - 2.ª Pub.

VENDA POR NEGOCIAÇÃO PARTICULARMEDIANTE PROPOSTAS EM CARTA FECHADA

Insolvência de: CLAUDINA MARIA CORREIA ALEXANDRE FARIA MOURATOProc. N.º 1389/12.4TBCLD – 3.º Juízo do Tribunal Judicial de Caldas da RainhaNo processo acima identifi cado foi designado o dia 13 de Junho de 2013, pelas 10.00 horas, no escritório da Administradora de Insolvência nomeada nos Autos supra iden-tifi cados, para a abertura de propostas que sejam recebidas até esse momento, pelos interessados na compra do seguinte Bem Imóvel:

BEM IMÓVELPrédio Urbano, composto de Edifício de 3 pisos, com 4 divisões em cada piso, com área total de 45m², sito na Rua do Arsário - Santa Maria da Devesa, freguesia de Santa Maria da Devesa, confrontando a Norte e Nascente com António do Carmo Dias, Po-ente com Rua do Arçário e a Sul com Largo da Fonte da Vila, descrito na Conservatória do Registo Predial Castelo de Vide sob o n.º 871/19961114, da freguesia de Santa Maria da Devesa, concelho de Castelo de Vide, e inscrito na respectiva matriz urbana sob o art.º n.º 808, com o valor patrimonial atual de 27.460,00€ determinado no ano de 2012, pelo valor-base de 27.460,00€ [vinte e sete mil quatrocentos e sessenta euros]. NOTAS:O bem pode ser visto mediante prévia marcação, a efectuar ao longo do dia 5 de Junho de 2013, entre as 15:00h e as 17.00h para o telefone 961395718.Não serão aceites propostas inferiores a 85% do valor indicado.As propostas deverão ser enviadas em sobrescrito fechado e lacrado com a indicação do Processo de Insolvência n.º 1389/12.4TBCLD do 3.º Juízo do Tribunal Judicial de Caldas da Rainha, à Administradora de Insolvência do Processo [Rua Conselheiro Luís de Magalhães, n.º 64, 4.º, AJ, 3800 – 239 Aveiro]. As propostas deverão ser recebidas até às 10.00 horas do dia 13 de Junho de 2013 e devem ser acompanhadas de cheque endereçado à ordem da massa insolvente de Claudina Maria Correia Alexandre Faria Mourato, no montante correspondente a 5% do valor-base anunciado, ou garantia ban-cária no mesmo valor. As propostas serão apreciadas pela Comissão de Credores e pelos Credores Hipotecários e, aceite alguma proposta, é o proponente ou preferente notifi cado para, no prazo de 15 dias, depositar a totalidade do preço em falta, sob a cominação de, não o fazendo, ser promovido perante o Juiz o arresto em bens sufi -cientes para garantir o valor em falta, acrescido das custas e despesas, sem prejuízo de procedimento criminal, sendo o proponente ou preferente, simultaneamente, exe-cutado naquele processo para pagamento daquele valor e acréscimos.

A Administradora de Insolvência - Alexina Vila Maior

INSOLVÊNCIA DE “CONSTRUÇÕES MP FREIRE e FILHOS, LDA.”

Tribunal da Comarca da Grande Lisboa-Noroeste SintraJuízo do Comércio

Processo n.º 16962/12.2T2SNT

Vai a Exma. Sra. Administradora da Insolvência, no su-pra referenciado processo, proceder à rectifi cação do anúncio de venda que foi publicado neste jornal, no dia 26 de Abril de 2013, no sentido de dar sem efeito a publicidade da venda referente à verba n.º 6 daquele anúncio que, por lapso, foi anunciada e que por enquan-to não pode ser objecto de venda, correspondendo à seguinte descrição:Fracção autónoma designada pela letra I, para habi-tação do prédio urbano em regime de propriedade horizontal, sito na Av. do Ultramar, lote 14, freguesia de Mina, concelho de Amadora, descrito na Conser-vatória do Registo Predial de Amadora sob o n.º 2611 da dita freguesia e inscrito na respectiva matriz sob o n.º 6231.ºAssim, fi cam avisados todos os interessados de que a fracção supra-identifi cada não é objecto de venda.

TRIBUNAL JUDICIAL DE SETÚBAL

3.º Juízo CívelProcesso: 1754/13.0TBSTB

ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério Pú-blicoRequerida: Joaquina Mar-tins FernandesFaz-se saber que foi distri-buída neste tribunal, a ação de Interdição/Inabilitação em que é requerida Joa-quina Martins Fernandes, com residência em domicí-lio: Av.ª D. Pedro V, N.º 9, 7.º Dt.º, 2900-546 Setúbal, para efeito de ser decre-tada a sua interdição por anomalia psíquica.

N/ Referência: 12095292

Setúbal, 29-04-2013.

A Juíza de DireitoDr.ª Marina Branco Paulino

A Ofi cial de JustiçaMaria Dulce Esteveira

Teixeira

Público, 03/05/2013

TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORES E DE

COMARCA DO SEIXAL3.º Juízo Cível

Processo: 2332/13.9TBSXL

ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério Pú-blico do SeixalRequerido: Nelson Alexandre da Silva RosadoFaz-se saber que foi distribu-ída neste tribunal, a ação de Interdição/Inabilitação em que é requerido Nelson Alexandre da Silva Rosado, com residên-cia em domicílio: Rua Prof. Bento Jesus Caraça, Lote 13, 1.º Dt.º, Paio Pires, 2840-111 Seixal, para efeito de ser de-cretada a sua interdição por ANOMALIA PSÍQUICA.

N/ Referência: 10377616

Seixal, 02-05-2013.

A Juíza de DireitoDr.ª Laura Maria Dias

Godinho RaçõesO Ofi cial de Justiça

Cláudio Nuno Correia Barradas

Público, 03/05/2013

ABERTURA DO PERÍODO DE DISCUSSÃO PÚBLICA DA UNIDADE DE EXECUÇÃODO MONTE DE CAPARICA

A Câmara Municipal de Almada deliberou na Reunião de Câmara de 03/04/2013, aprovar dar início ao procedimento de delimitação da Unidade de Execução do Monte de Caparica e proce-der à abertura de um período de discussão pública da proposta de Unidade de Execução.

Assim nos termos dos n.ºs 3 e 4 do artigo 77.º, conjugado com o n.º 4 do artigo 120.º do Decreto-Lei n.º 380/99 de 22 de setembro (Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Ter-ritorial), com a redação conferida pelo Decreto-Lei n.º 46/2009, de 20/02, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 181/2009, de 07/08, e ainda pelo Decreto-Lei n.º 2/2011, de 06/01, dá-se início ao PERÍODO DE DISCUSSÃO PÚBLICA da Unidade de Execução do Monte de Caparica, de 30 dias contados 10 dias a partir da data de publicação do Aviso n.º 5338/2013 em Diário da República, 2.ª Série - n.º 77, de 19 de abril de 2013, com divulgação na comunica-ção social e na Internet da Câmara Municipal, encontrando-se os documentos disponíveis para consulta nos seguintes locais:

• Nas instalações da Direção Municipal de Planeamento, Administração do Território e Obras (DMPATO) – Avenida D. Nuno Álvares Pereira 67 – 2800-181 Almada, no horário compreen-dido entre as 8h30 e as 15h00;

• Na Junta de Freguesia da Caparica, sita no Largo da Torre, Monte de Caparica, 2829-503 Caparica, no horário das 9h - 12h00 e das 14h - 17h.

A formulação de reclamações, observações ou sugestões deverão ser feitas mediante reque-rimento dirigido à Sr.ª Presidente da Câmara Municipal de Almada, onde deverá constar a identifi cação do assunto, do subscritor, a identifi cação do local acompanhada de planta de localização e o objeto da exposição, até ao termo do referido período.

Nos autos acima identifi cados, foi designado o dia 13 de Maio de 2013 pelas 09H:30 horas naquele tribunal, para venda por abertura de propostas em carta fechada que sejam entregues até esse momento na secretaria, pelos interessa-dos na compra dos seguintes bens: Tipo de bens: Móveis. Verba 1 – 1 Plasma de marca Samsung constituído por 4 colunas, com comandos. O bem será ad-judicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 1.500,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 1.050,00 euros, correspondente a 70% do valor-base e acompanhadas por che-que visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 2 – Conjunto de 3 sofás em pele, com 2 cadeirões, 1 sofá de 2 lugares com os pés de metal. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 1.500,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 1.050,00 euros, correspon-dente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 3 – Mesa de sala de jantar em madeira de castanho com 6 cadeiras. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 500,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 350,00 euros, correspondente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 4 – 1 Aparador em madeira de castanho com 2 portas, 4 gavetas com puxadores de metal. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 600,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 420,00 euros, corres-pondente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 5 – 2 móveis bar em madeira de castanho com portas de vidro e puxado-res de metal com prateleiras de vidro. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 500,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 350,00 euros, correspon-dente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 6 – 1 móvel de sala de jantar constituído por portas de vidro e de madeira, puxadores de metal, 2 gavetas com cerca de 1.70 m largura e 1.95m de altura. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 800,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 560,00 euros, correspondente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 7 – 1 móvel de sala de jantar em madeira de castanho, constituído por 2 colunas com portas de vidros e portas de madeira com cerca de 1.95 m de altura e 2m de largura, com o batente da porta de vidro partido. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 800,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 560,00 euros, correspondente a 70% do valor-base e acompa-nhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 8 – 1 leitor de DVD de marca Pioneer com colunas com fi os de ligação. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 250,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 175,00 euros, correspondente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 9 – 1 móvel de tv em madeira de castanho com 2 portas, 2 gavetas e com puxadores de metal. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fecha-da acima do valor-base de 300,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 210,00 euros, correspondente a 70% do valor-base e acompa-nhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 10 – 1 mesa de apoio quadrada em madeira com 2 tampos em vidro. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 150,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 105,00 euros, correspondente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 11 – 1 mesa de centro em madeira com tampa de vidro duplo. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 200,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 140,00 euros, correspondente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à or-dem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 12 – 1 camiseiro em madeira de castanho com cerca de 1.10 m de altura e 1.20m de largura com 2 portas 5 gavetas com puxadores de metal e com rebordo frontal em metal. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 250,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 175,00 euros, correspondente a 70% do va-lor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 13 – 1 computa-dor de linha branca constituído por monitor de marca LG 900 teclado de marca LOGITECH, rato da mesma marca, gravador de DVD de marca IOMEGE e web-cam de marca CREATIVE. O bem será adjudicado a quem melhor preço ofere-cer em carta fechada acima do valor-base de 900,00 euros. Será aceite a pro-posta de melhor preço acima do valor de 630,00 euros, correspondente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 14 – 1 impres-sora multifunções de marca HP modelo PSC 2210 de cor cinza. O bem será adju-dicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 300,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 210,00 euros, correspondente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 15 – 1 impressora de marca EPSON modelo R300, para impressão de fotográfi cas. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 350,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 245,00 euros, correspondente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no mon-tante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 16 – 1 televisão de marca WOR-TEN com cerca de 55 cm de diâmetro. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 150,00 euros. Será acei-te a proposta de melhor preço acima do valor de 105,00 euros, correspondente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 17 – 1 leitor de DVD de marca MESCOM. O bem será adjudicado a quem melhor preço

oferecer em carta fechada acima do valor-base de 60,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 42,00 euros, correspondente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 18 – 1 máquina fotográfi ca de marca CANON com tripé pequeno, 2 objetivas com cerca de 28-80mm e 58 mm. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 250,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 175,00 euros, correspondente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 19 – 1 máquina fotográfi ca de marca FUJIFILM modelo INTEX 200. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 100,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 70,00 euros, correspondente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 20 – 1 televisor de marca PHILIPS com co-mando. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fecha-da acima do valor-base de 50,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 35,00 euros, correspondente a 70% do valor-base e acompa-nhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 21 – 1 leitor de DVD de marca BEST BUY. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 25,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 17,50 euros, correspondente a 70% do valor-base e acompa-nhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 22 – 1 máquina de fazer comida BIMBY marca VOEWERK. O bem será adjudicado a quem melhor preço ofere-cer em carta fechada acima do valor-base de 300,00 euros. Será aceite a pro-posta de melhor preço acima do valor de 210,00 euros, correspondente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 23 – 1 bate-deira de marca PHILIPS com copo de vidro. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 15,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 10,50 euros, corres-pondente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 24 – 1 máquina de café marca KRUPS de cor creme. O bem será adjudi-cado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 90,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 63,00 euros, correspondente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visa-do à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 25 - 1 caixa de madeira com 2 gavetas e com o tampo em vi-dro, a 1.ª gaveta com 16 canetas e a 2 gaveta com 15 canetas de várias cores e formatos. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 200,00 euros. Será aceite a proposta de me-lhor preço acima do valor de 140,00 euros, correspondente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 26 – 1 caixa de madei-ra com 1 gaveta com o tampo em vidro, com 12 canetas de várias cores e for-matos. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 150,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 105,00 euros, correspondente a 70% do valor-base e acom-panhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montan-te de 5% do valor anunciado da venda. Verba 27 – 1 conjunto de 51 relógios de bolso de vários formatos e cores. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 200,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 140,00 euros, correspondente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 28 – 1 sofá cama de cor laranja de 3 lugares. O bem será adjudicado a quem me-lhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 200,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 140,00 euros, corres-pondente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 29 – 1 caixa de madeira com tampo em vidro com 2 gavetas com 15 canetas cada uma de vários formatos e cores. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 200,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 140,00 euros, corres-pondente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 30 – 1 conjunto de 3 quadros grandes, 2 médios e 3 três de pequenas dimensões, com diversos motivos e cores. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 200,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 140,00 euros, corres-pondente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 31 – 1 aparador com 6 gavetas em madeira com puxadores em madeira com 1.5 m de largura e 0.50 m de altura. O bem será adjudicado a quem me-lhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 400,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 280,00 euros, corres-pondente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. Verba 32 – veículo automóvel de marca e modelo CITROËN C2 com a matrícu-la 65-35-XG com 032016 km de cor Bordeaux de 3 portas com o n.º de chassis VF7DMHFXB97084910 de 1100 cc de cilindrada. O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer em carta fechada acima do valor-base de 10.000,00 euros. Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 7.000,00 euros, correspondente a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da venda. As propostas devem ser entregues em carta opaca e fechada na secretaria do Tribunal supra-identifi cado.É fi el depositário o Sr. Jorge Jesus, o qual deverá mostrar os bens móveis mediante marcação prévia, os mesmos encontram-se na Quinta dos Estrangeiros Pavilhão 110 – Venda do Pinheiro, Malveira.

O Solicitador de ExecuçãoManuel Vaz de São Payo

Público, 01/05/2013 - 1.ª Pub.

Manuel Vaz de São PayoAgente de Execução

Cédula n.º 3611

TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORES E DE COMARCA DE LOURES2.ª VARA DE COMPETÊNCIA MISTA

Palácio da Justiça, LouresProc.: 3839/06.0TALRS-C - Execução Comum

Exequente: SAINT GOBAIN SEKURIT PORTUGAL - VIDRO AUTOMOVÉL SAExecutados: RUI MANUEL DA SILVA COIMBRA E OUTRO(S) …

ANÚNCIO

Page 34: 3 Maio - PÚBLICO

34 | PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013

FICAR

CINEMAMuniqueTítulo original: MunichDe: Steven SpielbergCom: Eric Bana, Daniel Craig e Ciarán HindsEUA, 2005, 164 minHollywood, 23h15Em Setembro de 1972, um ataque

terrorista sem precedentes

desenrola-se perante 900 milhões

de telespectadores por todo

o mundo. Decorre a segunda

semana dos Jogos Olímpicos de

Verão, em Munique, na Alemanha

Ocidental – apelidados Jogos

da Paz e da Alegria – quando,

sem aviso, um grupo extremista

palestiniano, Setembro Negro,

invade a Aldeia Olímpica,

matando dois membros da equipa

israelita e capturando nove

elementos como reféns. A tensa

espera e o trágico massacre que

se segue são transmitidos pela

televisão perante uma audiência

internacional. Em “Munique”,

Steven Spielberg fala não só

dos trágicos acontecimentos de

72, mas também da retaliação

israelita que se seguiu, designada

como Operação Ira de Deus.

Avner é um jovem patriota

israelita, ofi cial dos serviços

secretos, que é contactado

por um ofi cial da Mossad.

É convidado a abandonar a

mulher grávida, abdicar da sua

identidade e embarcar como

infi ltrado numa missão que visa

perseguir e matar os 11 homens

acusados pela secreta israelita de

terem arquitectado o ataque em

Munique.

O Fantástico Homem-Aranha [The Amazing Spider-Man]TVC1, 21h30Peter Parker (Andrew Garfi eld)

é um adolescente inteligente

mas introvertido que iniciou há

pouco uma relação com Gwen

Stacy (Emma Stone), uma colega

de turma que, ao contrário de si,

é alegre e popular. Desde muito

cedo a viver em Nova Iorque,

com os tios May e Ben (Sally Field

e Martin Sheen), Peter cresceu

com o estigma do abandono dos

seus pais, que sente nunca ter

sido sufi cientemente explicado.

Certo dia, encontra uma mala

misteriosa que pertenceu ao

progenitor. Decidido a descobrir

tudo o que se possa relacionar

com o passado da sua família, o

jovem procura o Dr. Curt Connors

(Rhys Ifans), que terá sido

parceiro do pai no laboratório

Oscorp. Porém, essa viagem

ao passado terá o seu preço: o

perigoso confronto com Lagarto,

o terrível alter ego de Connors, e a

descoberta de segredos que mais

valeriam ter fi cado na sombra.

Quarto fi lme da saga Homem-

Aranha pela Columbia Pictures

e o primeiro a não ser realizado

por Sam Raimi, um reboot que nos

chega pelas mãos de Marc Webb

[(500) Days of Summer].

A Calúnia [Absence of Malice]AXN WHITE, 21h50Uma ambiciosa jornalista (Sally

Field) escreve um artigo sobre

Michael Gallagher (Paul Newman),

fi lho de um contrabandista

da máfi a, acusando-o de ser

responsável pelo desaparecimento

de um líder sindical. Gallagher é

um homem honrado, dedicado

a um negócio de importação de

bebidas alcoólicas, mas o poder

da imprensa é muito forte e as

coisas complicam-se... Um fi lme

de Sydney Pollack, com guião de

Kurt Luedtke (vencedor de um

Óscar pelo argumento de África

Minha, em 1986).

Os Noivos Sangrentos [Badlands]RTP2, 22h30Na sua primeira longa-metragem,

Terrence Malick inspirou-se num

caso verídico que ocorreu nos

EUA, nos anos 50. Kit (Martin

Sheen) é um jovem que trabalha

na recolha do lixo e namora

com Holly (Sissy Spacek), uma

adolescente de quinze anos.

O comportamento de Kit não

é propriamente exemplar e,

naturalmente, o pai da rapariga

(Warren Oates) opõe-se à relação

entre os jovens. Kit remove

facilmente esse impedimento,

matando o pai da rapariga,

perante o olhar impávido e sereno

desta. Depois, ambos iniciam

uma fuga de automóvel por vários

estados dos EUA. A história é

narrada parcialmente por Holly,

de forma desapaixonada.

Querido Frankie [Dear Frankie]TVC3, 22h30Para proteger o seu fi lho Frankie,

de nove anos, Lizzie inventou

uma história sobre o seu pai. Para

lhe apaziguar a curiosidade, conta

ao fi lho que o pai trabalha a bordo

de um navio e escreve-lhe cartas

em seu nome. No entanto, chega

fi nalmente o dia em que Lizzie

já não consegue fugir e terá de

escolher entre contar a verdade a

Frankie sobre o pai ou encontrar

o homem perfeito para assumir

esse papel. Realizado por Shona

Auerbach, com Emily Mortimer,

Jack McElhone e Mary Riggans.

SÉRIES

Diário de um Jovem MédicoTV Séries, 22h45Estreia. A vida de um jovem

médico (Daniel Radcliff e) numa

pequena vila na Rússia, em 1917.

A personagem contracena com

o seu eu mais velho ( Jon Hamm)

numa turbulenta viagem que

oscila entre a ingenuidade e a

voz da experiência. Obrigado a

lidar com pacientes demasiado

supersticiosos, o jovem médico

questiona a sua competência

e debate-se com o fardo da

responsabilidade. Com algum

humor e nostalgia, a sua

versão mais velha tenta guiá-

lo e aconselhá-lo no seu início

turbulento. Mas a medicina

mudou muito ao longo dos anos.

A série é baseada nas histórias de

Mikhail Bulgakov, que abandonou

Munique

Os mais vistos da TVQuarta-feira, 01

FONTE: CAEM

SICTVITVISICSIC

17,717,414,913,713,3

Aud.% Share

34,232,530,333,226,8

RTP1

2:

SICTVI

Cabo 32,0

Dancin' DaysBig Brother Vip: DiárioDestinos CruzadosAvenida BrasilJornal da Noite

11,2%%

2,3

23,4

22,7

30,7

Page 35: 3 Maio - PÚBLICO

PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013 | 35

a medicina para se dedicar à

escrita.

The Mob DoctorAXN, 20h36As inúmeras aventuras de Grace

( Jordana Spiro), dividida entre

a medicina e a máfi a. Desta vez,

a conhecida cirurgiã é arrastada

para uma discussão entre

Constantine (William Forsythe)

e o polícia à paisana, Franco

( James Carpinello), depois de

um mafi oso exilado regressar a

Chicago.

Roma CriminalAXN Black, 20h40Baseada no sucesso Romanzo

Criminale, a série narra a

ascensão e queda de um

grupo de jovens delinquentes

que dominam o mundo do

narcotráfi co em Roma, no fi nal

dos anos 70. Neste episódio,

Freddo acaba novamente na

prisão, após ser acusado de

roubar, e Libanês é o único que

acredita na sua inocência. Na

tentativa de descobrir a verdade,

pede ajuda a Nero. Freddo é

posto em liberdade e o grupo

ganha um novo aliado.

INFANTIL

Esquadrão da MonstromáticaPanda, 19h30Não tenham medo, o esquadrão

da Monstromática chegou. Max,

Lily e Goo são três adoráveis

monstrinhos apaixonados pela

matemática. Adoram tudo o que

está relacionado com números,

medições, formas e padrões e

gostam de usar as suas aptidões

matemáticas de monstros para

vencer qualquer obstáculo e

ajudar os amigos.

Phineas e FerbDisney, 21h50É dia de festa! No dia do Festival

de Rolo de Carne de Danville, a

mãe prepara-se para decidir qual

é o melhor e o mais

saboroso. O rufi a

Buford estraga o

insufl ável da feira,

mas

os

incansáveis Phineas e Ferb

conseguem construir um

insufl ável gigante para o

substituir. Entretanto, o Dr.

Doofenshmirtz constrói um

“apodrece-inator” para sabotar os

outros concorrentes.

ENTRETENIMENTO

5 Para a Meia-NoiteRTP1, 00h15Directo. Numa noite dominada

pelo verbo desencravar, Nilton

convida Helena Sacadura Cabral,

economista, jornalista, escritora e

mãe de Miguel e Paulo Portas.

DOCUMENTÁRIOS

Expedição à Nova GuinéOdisseia, 16h44

Estreia. Um documentário

com o selo da BBC que mostra

a variedade de espécies vivas

existentes na Nova Guiné. Os

segredos desta ilha, outrora

inatingível, são revelados por

especialistas em espeleologia e

pela experiência de tribos locais.

Cruzando o rio Sepik, paraíso de

crocodilos, entrando nas suas

profundezas e explorando os seus

labirínticos rios subterrâneos,

esta equipa está determinada

a conhecer a verdadeira Nova

Guiné.

DESPORTO

Futebol: I LigaSPTV1, 20h00Directo. Arranca a 28.ª jornada

do campeonato nacional de

futebol com o encontro entre o

Moreirense e o SC Braga. A três

jornadas do fi m do campeonato,

os bracarenses vão a Moreira de

Cónegos num jogo pressionado

pela conquista urgente de pontos:

o Moreirense é 15.º classifi cado

com 21 pontos e o Sporting de

Braga está em 4.º com 46 pontos.

RTP16.30 Bom Dia Portugal 10.00 Praça da Alegria 13.00 Jornal da Tarde 14.15 Windeck - O Preço da Ambição 15.04 Éramos Seis 15.44 Portugal no Coração 18.00 Portugal em Directo 19.08 O Preço Certo 20.00 Telejornal - Inclui 360º 20.55 A Semana de Nuno Morais Sarmento - Directo 21.20 Sexta às 9 21.57 AntiCrise 22.20 Sinais de Vida 23.22 Portugueses Pelo Mundo - Belfast 0.15 5 Para a Meia-Noite 1.37 True Justice 2.19 Californication - 4.ª série 2.51 Vidas em Jogo - 2 episódios

RTP27.00 Zig Zag 13.00 As Cobras mais Venenosas da Índia 13.51 Iniciativa 13.55 Ténis: Portugal Open 18.30 A Fé dos Homens 19.02 Consigo 19.29 Iniciativa 19.32 A Entrevista de Maria Flor Pedroso 20.08 Zig Zag 21.03 Como Funciona a Natureza 21.56 24 - Sumário 22.00 Código de Bairro 22.30 Cinco Noites, Cinco Filmes - Os Noivos Sangrentos 0.00 24 Horas - Directo 1.07 Teatro em Casa 1.53 A Entrevista de Maria Flor Pedroso 2.29 Euronews

SIC7.00 Edição da Manhã 8.40 A Vida nas Cartas - O Dilema 10.15 Querida Júlia - Sextas Mágicas 13.00 Primeiro Jornal 14.25 Querida Júlia - Sextas Mágicas 19.10 Cheias de Charme 20.00 Jornal da Noite 21.55 Dancin´ Days 22.55 Avenida Brasil 23.55 Páginas da Vida 1.00 Mentes Criminosas - 8.ª série 1.40 C.S.I. Miami - 9.ª série 2.50 Volante 3.10 Podia Acabar o Mundo

TVI 6.30 Diário da Manhã 10.07 Você na TV! - Directo 13.00 Jornal da Uma 14.42 Ninguém Como Tu 16.00 A Tarde é Sua - Directo 18.14 Doce Fugitiva 19.13 Doida Por Ti 20.00 Jornal das 8 21.36 Euromilhões 21.53 Big Brother Vip - Diário 22.28 Destinos Cruzados 23.30 Mundo ao Contrário 0.35 Big Brother Vip - Extra 2.00 Filme: Stop-Loss - Negócio de Sangue 3.52 Amanhecer 4.58 É a Vida Alvim!

TVC1 10.40 Império do Sol 13.10 O Ditador 14.35 Bad Ass 16.05 TT Ilha de Man - No Limite 17.50 Coriolano 19.55 Gone - 12 Horas Para Viver 21.30 O Fantástico Homem-Aranha 23.50 Enterrado 1.25 Bad Ass

FOX MOVIES10.41 Maverick 12.45 Levity - Redenção 15.23 A Verdadeira História de Jack, o Estripador 17.22 Pânico a Bordo 18.58 Scooby Doo 2 - Monstros à Solta 20.28 Admitido 22.00 Virgem aos 40 Anos 23.54 Espia... Como Puderes! 1.15 Belas Criaturas

HOLLYWOOD11.10 Enquanto Estiveres Aí 12.45 Parque Jurássico 14.50 O Caso do Colar 16.45 Caos 18.30 Espião Acidental 19.55 Taxi 4 21.30 Estreia da Semana 23.15 Munique 1.55 Assassino Virtual

AXN18.06 Mentes Criminosas 18.56 Jogo de Audazes 19.46 Inesquecível 20.36 The Mob Doctor 21.30 Era Uma Vez 22.26 Castle 23.20 Jogo de Audazes 0.15 MemphisBeat 1.10 Alerta Cobra

AXN BLACK14.25 Filme: Bem-Vindo a Casa Roscoe Jenkins 16.18 Torchwood 17.12 Chuck 18.46 Torchwood 19.40 Sangue Fresco 20.40 Roma Criminal 21.35 A Rainha das Sombras 22.24 Filme: Os Reis de Dogtown 0.13 A Rainha das Sombras 1.02 Sangue Fresco

AXN WHITE15.00 Melissa e Joey 15.46 Filme: Dança Feroz 17.51 As Ginastas 18.38 Gossip Girl 19.25 Las Vegas 20.12 Melissa e Joey 21.00 Descobrindo Nina 21.50 Filme: A Calúnia 23.46 Descobrindo Nina 0.33 Medium 1.20 Melissa e Joey

FOX 14.10 Family Guy 14.35 Os Simpson 15.20 Foi Assim Que Aconteceu 16.10 Ossos 17.40 Lei e Ordem: Los Angeles 19.15 Family Guy 20.00 Os Simpson 20.50 Foi Assim Que Aconteceu 21.20 Casos Arquivados 22.20 Em Contacto 1.50 Dexter

FOX LIFE 14.10 90210 14.57 Um Homem Entre Mulheres 15.20 Um Homem Entre Mulheres 15.43 Body of Proof 16.25 No Meio do Nada 16.50 Uma Família Muito Moderna 17.34 Um Homem Entre Mulheres 18.17 90210 19.01 Masterchef

USA 19.47 Masterchef USA 20.31 O Sexo e a Cidade 21.25 Filme: Don Juan DeMarco 23.15 O Sexo e a Cidade 0.13 Body of Proof 0.57 Medium 1.43 Glee

DISNEY15.20 Casper – O Fantasminha 15.45 Rekkit Rabbit 16.10 Timon e Pumba 17.00 Phineas e Ferb 17.50 Monster High 17.52 Minnie & You 17.55 Lab Rats 18.45 Shake It Up 19.10 Jessie 19.35 O Meu Cão Tem Um Blog 20.00 Camp Rock

DISCOVERY18.20 O Segredo das Coisas 19.10 Titãs Mecânicos: World’s Top 5 - Mega Carros 20.05 Ed Staff ord: Sozinho na Ilha 21.00 Amish Mafia: Fogo de Deus 22.00 Destiladores Ilegais: Caça ao Tesouro 22.55 Impérios Fora-da-Lei: Máfia Italiana 23.45 Fanáticos por Armas 0.35 Negócio Fechado

HISTÓRIA 16.00 O Preço da História: Uma Chave Que Dispara 16.25 O Preço da História: A Máquina de Pinball 16.50 Piri Reis 17.45 Monstros Lendários: O Ladrão dos Pântanos 18.35 Caçadores do Pântano: A Aposta de Troy 19.25 O Preço da História: Uma Chave Que Dispara 19.50 O Preço da História: A Máquina de Pinball 20.15 O Preço da História: Tatuagens 20.35 O Preço da História: O Helicóptero 21.00 A História da Electricidade: Luz e Energia 22.00 Sliced: Golfe 22.25 Sliced: Carro de Espião 22.50 O Preço da História: Material de Altos Voos 23.15 Loucos por Carros: em Busca do Soul 23.40 Loucos por Carros: Ponto de Ebulição 0.05 O Preço da História: Dispara! 0.30 O Preço da História: Tatuagens

ODISSEIA15.47 Mundos de Água: Um Mundo de Água 16.16 Mundos de Água: A Água Viajante 16.44 Expedição a Nova Guiné: Ep.1 17.37 Odisseia Tribal: Os Dinka do Sudão 18.28 Ligação Selvagem: Pontes entre Dois Mundos 19.20 O Desejo pelo Desejo 20.11 A Maquinaria da Terra: Terra 21.02 1000 Formas de Morrer 22.05 A Origem da Humanidade. A Odisseia da Espécie: Ep.1 22.54 Hobbit, o Homem de Flores 23.50 1000 Formas de Morrer

Televisã[email protected]

AXN White, 20.12Melissa e Joey,

saboroso. O rufi a

Buford estraga o

insufl ável da feira,

mas

os

Page 36: 3 Maio - PÚBLICO

36 | PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013

SAIR

CINEMALisboa CinemaCity Campo PequenoC. Lazer do Campo Pequeno. T. 217981420Homem de Ferro 3 M12. Sala 1 - 13h30, 16h10, 18h50, 21h40, 00h20 (3D) ; O Grande Dia M12. Sala 2 - 13h40, 15h45, 17h35, 19h25, 21h45, 23h50; Gladiadores M6. Sala 3 - 13h35, 15h35 (V.Port.) ; Fogo Contra Fogo M12. Sala 3 - 17h40, 19h35, 21h30, 23h55; Homem de Ferro 3 M12. Sala 4 - 17h50, 21h20, 24h; Fogo Contra Fogo M12. Sala 4 - 13h50, 15h50; Homem de Ferro 3 M12. Sala 5 - 13h20, 19h20; Transe M16. Sala 5 - 16h, 22h, 00h05; Esquecido Sala 6 - 21h35, 00h10; Gladiadores M6. Sala 6 - 13h25, 15h25, 17h30 (V.Port./3D), 19h35 (V.Port.) ; Comboio Nocturno Para Lisboa M12. Sala 7 - 21h25; Os Amantes Passageiros M16. Sala 7 - 19h30; Scary Movie 5: Um Mítico Susto de Filme M12. Sala 7 - 13h25, 23h45; Homem de Ferro 3 M12. Sala 7 - 15h35; Esquecido Sala 8 - 13h20; Os Amantes Passageiros M16. Sala 8 - 15h40; Nome de Código Paulette M12. Sala 8 - 17h45, 21h50, 23h40; O Caçador: Último Tigre da Tasmânia M12. Sala 8 - 19h50 CinemaCity Classic AlvaladeAvª de Roma, nº 100, Lisboa . T. 218413045Comboio Nocturno Para Lisboa M12. Sala 1 - 15h30, 17h40; Os Amantes Passageiros M16. Sala 1 - 13h30, 19h50, 21h40, 23h30; Não Sala 2 - 13h20, 15h40, 23h40; Sinais de Serenidade Por Coisas Sem Sentido + As Ondas + Solo M12. Sala 2 - 19h, 21h30; O Capital M12. Sala 3 - 13h10, 15h20, 17h30, 19h40, 21h50, 00h05; Não Sala 4 - 18h35, 21h35; Regra de Silêncio M12. Sala 4 - 13h25, 16h, 23h55 Cinemateca PortuguesaR. Barata Salgueiro, 39 . T. 213596200O Beijo da Mulher Aranha Sala Félix Ribeiro - 15h30; Drácula, Príncipe das Trevas Sala Félix Ribeiro - 21h30; Os Amantes de Ilha do Diabo Sala Félix Ribeiro - 15h30; O Diabo São Elas / Cinco Lobitos Sala Luís de Pina - 19h30; O Amor Não Se Vende Sala Luís de Pina - 22h Medeia Fonte NovaEst. Benfica, 503. T. 217145088O Grande Dia M12. Sala 1 - 14h10, 16h30, 19h, 21h30; Os Amantes Passageiros M16. Sala 2 - 17h, 19h30; Nome de Código Paulette M12. Sala 2 - 14h30, 22h; Homem de Ferro 3 M12. Sala 3 - 14h20, 16h45, 19h15, 21h45 Medeia MonumentalAv. Praia da Vitória, 72. T. 213142223Viagem de Finalistas M16. Sala 4 - Cine Teatro - 14h, 16h, 18h, 20h, 22h, 00h30; O Grande Dia M12. Sala 1 - 13h40, 15h45, 17h45, 19h45, 21h45, 00h15; Fintar o AmorM12. Sala 2 - 13h20; Os Amantes PassageirosM16. Sala 2 - 15h30, 17h30, 21h30, 24h;Professor Lazhar M12. Sala 2 - 19h30;Não Sala 3 - 13h50, 16h30, 21h30, 24h;Nome de Código Paulette M12. Sala 3 - 19h NimasAv. 5 Outubro, 42B. T. 213574362Fausto M12. Sala 1 - 15h30, 18h30, 21h30 UCI Cinemas - El Corte InglésAv. Ant. Aug. Aguiar, 31. T. 707232221A Noite dos Mortos-Vivos M18. Sala 1 - 14h20, 16h45, 19h15, 21h50, 00h15; Transe M16. Sala 2 - 14h10, 16h30, 21h35, 00h05; A Melhor Oferta M12. Sala 2 - 18h50; Comboio Nocturno Para Lisboa M12. Sala 3 - 21h40, 00h10; Gladiadores M6. Sala 3 - 14h15, 18h35 (V.Port./2D), 16h25 (V.Port./3D); Taxi Driver M16. Sala 4 - 19h15; Fintar o Amor M12. Sala 4 -

14h15, 16h50, 21h45, 00h15; Viagem de Finalistas M16. Sala 5 - 14h10, 16h35, 19h15, 21h50, 00h10; Esquecido Sala 6 - 14h05, 16h40, 19h15, 21h55, 00h30; Um Homem a Abater M16. Sala 7 - 00h25; É o Amor M16. Sala 7 - 15h, 18h15, 21h30; Não Sala 8 - 14h05, 16h40, 19h15, 21h50, 00h25; Homem de Ferro 3 M12. Sala 9 - 14h, 19h15, 00h30 (2D), 16h35, 21h50 (3D) ; Os Amantes Passageiros M16. Sala 10 - 19h, 21h40, 23h55; Professor Lazhar M12. Sala 10 - 14h05, 16h30; Dou-lhes Um Ano M12. Sala 11 - 18h55; Nome de Código Paulette M12. Sala 11 - 14h20, 16h30, 21h30, 23h40; O Capital M12. Sala 12 - 14h15, 16h45, 19h15, 21h45, 00h20; O Grande Dia M12. Sala 13 - 14h15, 16h45, 19h05, 21h40, 00h05; Regra de Silêncio M12. Sala 14 - 14h, 16h35, 19h10, 21h45, 00h20 ZON Lusomundo AlvaláxiaEstádio José Alvalade. T. 16996Nome de Código Paulette M12. 15h20, 17h30, 19h40, 21h50, 00h10; O Grande Dia M12. 16h20, 18h30, 21h30, 23h50; Homem de Ferro 3 M12. 16h, 18h50, 21h40, 00h30; Fintar o Amor M12. 21h45, 00h10; Os Croods M6. 15h40, 18h10 (V.Port.); Esquecido 15h50, 18h40, 21h20, 00h05; Scary Movie 5: Um Mítico Susto de Filme M12. 17h; Um Homem a Abater M16. 21h35, 00h25; Gladiadores M6. 16h10, 18h20 (V.Port.); Homem de Ferro 3 M12. 16h50, 21h, 24h (3D); Transe M16. 16h25, 19h, 21h25, 23h55; Viagem de Finalistas M16. 16h40, 19h, 21h10, 23h30; Fogo Contra Fogo M12. 16h30, 18h55, 21h20, 23h40; A Noite dos Mortos-Vivos M18. 15h30, 18h, 22h, 00h15 ZON Lusomundo AmoreirasAv. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996Homem de Ferro 3 M12. 12h50, 15h40, 18h30, 21h20, 00h15 (3D) ; Um Pedacinho do Paraíso 13h15, 15h40, 21h50, 00h20; A Oportunidade da Minha Vida M12. 13h45, 16h10, 18h30; Os Amantes Passageiros M16. 20h50, 23h30; O Frágil Som do Meu Motor 18h; Gladiadores M6. 13h30, 15h55, 18h15 (V.Port.) ; Transe M16. 21h30, 00h05; O Capital M12. 12h55, 15h25, 18h45, 21h10, 23h45 ZON Lusomundo ColomboAv. Lusíada. T. 16996Nome de Código Paulette M12. 13h10, 15h45, 18h, 21h, 23h35; Gladiadores M6. 13h20, 15h50, 18h10 (V.Port.) ; Transe M16. 21h15, 00h05; Fogo Contra Fogo M12. 13h30, 16h, 18h20, 21h10, 23h45; Fintar o Amor M12. 18h45 ; Esquecido 12h50, 15h40, 21h40, 00h30; Homem de Ferro 3 M12. 12h40, 15h30, 18h25 (2D), 21h30, 00h25 (3D) ; O Grande Dia M12. 13h, 15h20, 17h50, 21h20, 23h55; Viagem de Finalistas M16. 12h55, 16h20, 18h40, 21h50, 00h15; A Noite dos Mortos-Vivos M18. 13h25, 16h10, 18h30, 21h25, 00h10 ZON Lusomundo Vasco da GamaParque das Nações. T. 16996Nome de Código Paulette M12. 13h20, 15h50,18h20, 21h10, 23h40; Gladiadores M6. 13h10, 15h20, 17h30, 19h40 (V.Port.);Homem de Ferro 3 M12. 12h40, 15h40, 18h30, 21h20, 00h10 (3D); Transe M16. 22h, 00h30; O Grande Dia M12. 13h, 15h30, 17h40, 19h50, 21h50, 24h; Viagem de Finalistas M16. 12h50, 15h10, 17h20, 19h30, 21h40, 23h50; A Noite dos Mortos-Vivos M18. 13h30, 16h, 18h40, 21h30, 00h20

Almada ZON Lusomundo Almada FórumEstr. Caminho Municipal. T. 16996Homem de Ferro 3 M12. 12h25, 15h15, 18h10, 21h05, 24h (3D) ; O Grande Dia M12. 13h, 15h45, 18h, 21h15, 23h45; Viagem de

Viagem de FinalistasDe Harmony Korine. Com Vanessa Hudgens, Selena Gomez, Ashley Benson. EUA. 2012. 94m. Comédia, Thriller. M16. Para fi nanciar a viagem de fi nalistas

e viver a aventura das suas vidas,

quatro raparigas decidem assaltar

um pequeno restaurante da

zona. Após conseguirem dinheiro

sufi ciente para concretizar os

seus planos, seguem para Miami,

onde, depois de uma noite de

farra, são apanhadas pela polícia

e apresentadas perante um juiz.

É então que descobrem que a sua

fi ança foi paga por um criminoso

local que, em troca de momentos

de adrenalina, as inicia numa vida

de crime, droga e todo o género de

perversidade.

Fogo Contra FogoDe David Barrett. Com Josh Duhamel, Bruce Willis, Rosario Dawson, 50 Cent, Vincent D’Onofrio. EUA. 2012. 97m. Drama, Crime. M12. Jeremy Coleman, bombeiro

de profi ssão, presencia um

crime brutal numa loja de

conveniência. Como única

testemunha, é convencido a

depor contra Neil Hagan, o

autor dos disparos. Quando a

sua vida é ameaçada, Jeremy

é colocado sob o programa de

protecção de testemunhas.

Porém, enquanto se esforça por

recomeçar a sua vida sob outra

identidade, um erro judicial põe

Hagan de novo em liberdade.

Revoltado e cheio de desejo de

vingança, o assassino apenas

deseja encontrar o homem que

testemunhou contra si...

O Grande DiaDe Justin Zackham. Com Robert De Niro, Diane Keaton, Katherine Heigl. EUA. 2012. 90m. Comédia. M12. Já há muitos anos que Don e

Ellie decidiram divorciar-se.

Essa circunstância parecia

perfeitamente ultrapassada até ao

dia em que Jared, o fi lho adoptivo

de ambos, decide casar e convidar

a sua mãe biológica. De forma a

manter as aparências e provar

àquela mãe que foram a escolha

acertada para cuidar do seu fi lho,

Don e Ellie resolvem fi ngir que,

durante todos esses anos, a família

nada mais foi do que um grande

exemplo de união e felicidade.

Porém, parece que nada vai

acontecer como esperado...

Sinais de Serenidade Por Coisas Sem Sentido + As Ondas + SoloDe Sandro Aguilar, Miguel Fonseca, Mariana Gaivão. POR. 2013. m. M12. O Som e Fúria apresenta três

curtas-metragens de três

realizadores distintos: Sinais

de Serenidade por Coisas Sem

Sentido, de Sandro Aguilar, As

Ondas, de Miguel Fonseca e

“Solo“, de Mariana Gaivão.

Um Pedacinho do ParaísoDe Nicole Kassell. Com Kate Hudson, Gael García Bernal, Kathy Bates. EUA. 2011. 106m. Comédia Romântica. Apesar da sua alegria de viver,

Marley sempre optou por

relações que não implicassem

grande proximidade emocional.

Um dia, é-lhe diagnosticado um

cancro no colo do útero em fase

terminal. Consciente do fi m que

se aproxima, a jovem decide

aproveitar os meses que lhe restam

da maneira mais intensa possível,

fazendo tudo o que que nunca

teve tempo, ou coragem, de fazer.

É com esse espírito que Marley se

liga emocionalmente ao Dr. Julian

Goldstein, o seu ginecologista, que

se apaixona pela sua personalidade

alegre e pela forma digna e cheia

de humor com que ela aceita a sua

condição. Juntos vão viver uma

grande história de amor.

Em [email protected]@publico.pt O Grande Dia

Finalistas M16. 13h15, 15h50, 18h20, 21h40, 00h10; Os Croods M6. 13h35, 16h10, 18h40 (V.Port.) ; Esquecido 12h35, 15h20, 18h15, 21h15, 00h10; Homem de Ferro 3 M12. 12h40, 15h35, 18h30, 21h30, 00h25 (2D) ; Um Pedacinho do Paraíso 13h05, 15h50, 18h30, 21h15, 23h50; Fintar o Amor M12. 12h50, 15h25, 21h10, 23h55; Scary Movie 5: Um Mítico Susto de Filme M12. 12h55, 15h10, 17h20, 19h35, 21h45, 00h20; Um Homem a Abater M16. 21h20, 00h15; Nome de Código Paulette M12. 13h, 15h30, 18h40, 21h20, 00h15; O Frágil Som do Meu Motor 18h05; Gladiadores M6. 13h25, 15h50, 18h45 (V.Port.) ; Transe M16. 21h, 23h45; Fogo Contra Fogo M12. 12h50, 15h20, 18h, 21h05, 23h50; O Capital M12. 12h55, 15h40, 18h25, 21h25, 00h10; A Noite dos Mortos-Vivos M18. 13h05, 15h55, 18h15, 21h, 23h30

Amadora CinemaCity Alegro AlfragideC.C. Alegro Alfragide. T. 214221030O Grande Dia M12. Cinemax - 13h35, 17h20, 19h10, 21h40, 23h50; Homem de Ferro 3 M12. Sala 2 - 17h45, 21h20, 24h; Viagem de Finalistas M16. Sala 2 - 13h45, 15h50; Scary Movie 5: Um Mítico Susto de Filme M12. Sala 3 - 16h10; Homem de Ferro 3 M12. Sala 3 - 13h30; Viagem de Finalistas M16. Sala 3 - 17h55, 19h50, 21h45, 00h05; Os Amantes Passageiros M16. Sala 4 - 21h35; Scary Movie 5: Um Mítico Susto de Filme M12. Sala 4 - 19h45; O Caçador: Último Tigre da Tasmânia M12. Sala 4 - 23h40; Gladiadores M6. Sala 4 - 13h35, 15h40, 17h45 (V.Port./3D) ; A Noite dos Mortos Vivos Sala 5 - 13h50, 15h35, 17h30, 19h30, 21h35, 00h10; Esquecido Sala 6 - 17h25, 21h50, 00h25; Gladiadores M6. Sala 6 - 13h20, 15h20, 19h45 (V.Port.) ; Homem de Ferro 3 M12. Sala 7 - 13h20, 16h, 18h40, 21h40, 00h20 (3D) ; O Capital M12. Sala 8 - 13h45, 15h55, 18h30, 21h30, 23h45; Dou-lhes Um Ano M12. Sala 9 - 23h55; Homem de Ferro 3 M12. Sala 9 - 15h45; Transe M16. Sala 9 - 13h40, 19h35, 21h55; Os Croods M6. Sala 10 - 13h40, 15h45, 19h55 (V.Port.) ; Um Homem a Abater M16. Sala 10 - 17h50, 22h05, 00h30 UCI Dolce Vita TejoC.C. da Amadora, EN 249/1. T. 707232221Os Croods M6. Sala 1 - 14h, 16h35 (V.Port.); Um Homem a Abater M16. Sala 1 - 19h15, 21h45, 00h25; Homem de Ferro 3 M12. Sala 2 - 13h45, 16h20, 19h, 21h40, 00h20; Um Refúgio para a Vida M12. Sala 3 - 21h55, 00h25; Gladiadores M6. Sala 3 - 13h45, 17h50 (V.Port./2D), 15h45, 19h55 (V.Port./3D); Fogo Contra Fogo M12. Sala 4 - 14h15, 16h25, 19h05, 21h25, 23h50; Fintar o Amor M12. Sala 5 - 13h50, 16h15, 18h55, 21h25, 23h55; Transe M16. Sala 6 - 14h, 16h30, 19h05, 21h35, 00h10; Esquecido Sala 7 - 14h05, 16h35, 19h10, 21h45, 00h25; Scary Movie 5: Um Mítico Susto de Filme M12. Sala 8 - 14h20, 16h45, 19h20, 21h50, 23h50; A Noite dos Mortos-Vivos M18. Sala 9 - 13h50, 16h15, 18h55, 21h25, 23h55; O Grande Dia M12. Sala 10 - 14h, 16h30, 19h05, 21h35, 00h10; Nome de Código Paulette M12. Sala 11 - 13h55, 16h25, 18h55, 21h35, 24h

Barreiro Castello Lopes - Fórum BarreiroCampo das Cordoarias. T. 760789789Homem de Ferro 3 M12. Sala 1 - 15h30 (2D), 18h30, 21h20, 23h50 (3D); Scary Movie 5: Um Mítico Susto de Filme M12. Sala 2 - 21h40, 23h55; Gladiadores M6.

Page 37: 3 Maio - PÚBLICO

PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013 | 37

A decorrer até ao dia 11, esta mostra não competitiva dá a conhecer diversos documentários de origem nacional. Na rubrica Percursos no Documentário Português, o PANORAMA revisita momentos cruciais da cinematografia portuguesa, centrando-se no tema Documentário no Cinema Novo e na produção documental da década de

1960 e inícios de 1970. Este ano, a programação inclui ainda um espaço denominado Lisboa, que dá visibilidade aos vários olhares sobre as componentes sociais, culturais e arquitectónicas da capital. As sessões decorrem no São Jorge, Cinemateca Portuguesa e Teatro do Bairro. Bilhetes: 3€ (normal), 1,5 € (estudantes), 6€ (diário).

PANORAMA

AS ESTRELAS DO PÚBLICO

JorgeMourinha

Luís M. Oliveira

Vasco Câmara

a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente

Os Amantes Passageiros mmmmm – mmmmm

O Capital mmmmm – –Cativos mmmmm mmmmm mmmmm

É o Amor mmmmm mmmmm mmmmm

Fausto mmmmm mmmmm mmmmm

O Frágil Som do Meu Motor mmmmm – –Não mmmmm mmmmm mmmmm

Professor Lazhar – – mmmmm

A Rapariga de Parte Nenhuma – mmmmm –Transe mmmmm – –

Sala 2 - 15h10, 17h20, 19h30 (V.Port.); Gladiadores M6. Sala 2 - 17h20 (V.Port.); Dou-lhes Um Ano M12. Sala 3 - 15h20, 18h10, 21h10, 23h40; O Grande Dia M12. Sala 4 - 15h40, 18h20, 21h30, 23h45

Cascais ZON Lusomundo CascaiShoppingEN 9, Alcabideche. T. 16996Fintar o Amor M12. 21h45, 24h; Esquecido12h35, 15h10, 17h50, 21h05, 00h10; Nome de Código Paulette M12. 12h40, 15h20, 18h10, 21h10, 23h20; Gladiadores M6. 13h20, 16h, 18h (V.Port./3D) ; Homem de Ferro 3 M12. 12h30, 15h30, 18h30, 21h30, 00h20 (3D) ; O Grande Dia M12. 13h, 15h50, 18h40, 21h, 23h30; Viagem de Finalistas M16. 12h50, 15h40, 18h20, 21h20, 23h40; A Noite dos Mortos-Vivos M18. 13h10, 16h10, 18h50, 21h40, 23h50

Caldas da Rainha Vivacine - Caldas da RainhaC.C. Vivaci. T. 262840197Comboio Nocturno Para Lisboa M12. Sala 1 - 21h15, 23h45; Gladiadores M6. Sala 1 - 15h25, 18h (V.Port.); Nome de Código Paulette M12. Sala 2 - 15h20, 18h, 21h30, 23h40; Homem de Ferro 3 M12. Sala 3 - 15h25, 18h15, 21h05, 00h10; O Grande Dia M12. Sala 4 - 15h40, 18h20, 21h25, 23h50; Esquecido Sala 5 - 15h30, 18h10, 21h20, 23h55

Carcavelos Atlântida-CineCentro Comercial Carcavelos. T. 214565653Professor Lazhar M12. Sala 1 - 15h30, 21h30; Comboio Nocturno Para Lisboa M12. Sala 2 - 15h45, 21h45

Montijo ZON Lusomundo Fórum MontijoC. C. Fórum Montijo. T. 16996Gladiadores M6. 15h50, 18h10 (V.Port.); Homem de Ferro 3 M12. 15h30, 18h20 (2D), 21h10, 00h05 (3D); Transe M16. 21h, 23h40; Esquecido 15h40, 18h30, 21h15, 24h; Viagem de Finalistas M16. 16h, 18h15, 21h20, 23h50; A Noite dos Mortos-Vivos M18. 16h20, 18h40, 21h40, 00h10; Nome de Código Paulette M12. 16h10, 18h50, 21h30, 23h45

Sintra CinemaCity Beloura ShoppingEst. Nac. nº 9 - Quinta Beloura. T. 219247643Homem de Ferro 3 M12. Cinemax - 17h40, 21h20, 24h; O Grande Dia M12. Cinemax - 15h50; Esquecido Sala 1 - 21h45, 00h25; Homem de Ferro 3 M12. Sala 1 - 15h40, 19h; Gladiadores M6. Sala 2 - 15h30 (V.Port.); O Grande Dia M12. Sala 2 - 17h35, 19h25, 21h30, 23h35; Fogo Contra Fogo M12. Sala 3 - 15h35, 17h30, 19h35, 21h35, 23h40; Homem de Ferro 3 M12. Sala 4 - 16h05, 18h45, 21h40, 00h20 (3D) ; Dou-lhes Um Ano M12. Sala 5 - 15h45, 21h55, 23h50; Gladiadores M6. Sala 5 - 17h45, 19h50 (V.Port.) ; Nome de Código Paulette M12. Sala 6 - 15h25, 17h30, 19h40, 21h25, 23h30; Comboio Nocturno Para Lisboa M12. Sala 7 - 15h20, 17h25, 19h30, 21h50, 00h15 Castello Lopes - Fórum SintraLoja 2.21 - Alto do Forte. T. 760789789Nome de Código Paulette M12. Sala 1 - 21h35, 00h10; Gladiadores M6. Sala 1 - 15h, 17h10, 19h20 (V.Port.); Homem de

Ferro 3 M12. Sala 2 - 15h40, 18h30, 21h30, 23h40; A Noite dos Mortos-Vivos M18. Sala 3 - 15h10, 17h20, 19h30, 21h30, 00h15; O Grande Dia M12. Sala 4 - 15h20, 17h30, 19h35, 21h40, 23h50; Esquecido Sala 5 - 15h30, 18h10, 21h, 24h; Scary Movie 5: Um Mítico Susto de Filme M12. Sala 6 - 18h40; Transe M16. Sala 6 - 15h50, 21h10, 23h20; Viagem de Finalistas M16. Sala 7 - 16h, 18h50, 21h50, 00h05

Leiria CinemaCity LeiriaR. Dr. Virgílio Vieira da Cunha. T. 244845071Homem de Ferro 3 M12. Sala 1 - 16h10, 19h, 21h40, 00h20 (3D) ; Esquecido Sala 2 - 21h50, 00h25; Gladiadores M6. Sala 2 - 15h35, 17h40, 19h45 (V.Port./3D) ; O Grande Dia M12. Sala 3 - 15h40, 17h40, 19h40, 21h35, 23h50; Homem de Ferro 3 M12. Sala 4 - 15h50, 18h40, 21h30, 00h10; G. I. Joe Retaliação M12. Sala 5 - 00h05; Os Croods M6. Sala 5 - 15h25 (V.Port.) ; Scary Movie 5: Um Mítico Susto de Filme M12. Sala 5 - 17h35, 19h30; Um Homem a Abater M16. Sala 5 - 21h35; A Noite dos Mortos Vivos Sala 6 - 15h55, 17h55, 19h55, 21h55, 24h;

Odivelas ZON Lusomundo Odivelas ParqueC. C. Odivelasparque. T. 16996Esquecido 15h40, 18h15, 21h, 23h45; Scary Movie 5: Um Mítico Susto de Filme M12. 21h35, 23h50; Nome de Código Paulette M12. 16h, 18h30, 21h30, 23h30; Gladiadores M6. 15h50, 18h10 (V.Port.); Homem de Ferro 3 M12. 15h30, 18h20, 21h10, 24h; O Grande Dia M12. 15h20, 18h, 21h20, 23h40

Oeiras ZON Lusomundo Oeiras ParqueC. C. Oeirashopping. T. 16996Homem de Ferro 3 M12. 12h40, 15h30, 21h30, 00h25 (2D), 18h30 (3D) ; O Capital M12. 12h55, 15h45, 18h25, 21h05, 23h55; Esquecido 12h50, 15h50, 21h40, 00h30; Nome de Código Paulette M12. 13h, 15h15, 17h25, 19h40, 21h50, 00h10; O Frágil Som do Meu Motor 18h40; Gladiadores M6. 13h05, 15h20, 18h10 (V.Port.) ; Transe M16. 21h20, 24h; O Grande Dia M12. 13h10, 15h40, 18h15, 21h10, 23h50; Viagem de Finalistas M16. 13h15, 16h, 18h20, 21h45, 00h15

Miraflores ZON Lusomundo Dolce Vita MirafloresAv. das Túlipas. T. 707 CINEMAOs Croods M6. 15h, 18h (V.Port.); Comboio Nocturno Para Lisboa M12. 21h, 24h; Esquecido 21h10, 00h10; Nome de Código Paulette M12. 15h30, 18h30, 21h30, 00h30; Gladiadores M6. 15h10, 18h10 (V.Port.); Homem de Ferro 3 M12. 15h20, 18h20, 21h20, 00h20

Torres Vedras ZON Lusomundo Torres VedrasC.C. Arena Shopping. T. 16996Homem de Ferro 3 M12. 15h30, 18h30 (2D), 21h25, 00h20 (3D); O Grande Dia M12. 16h, 18h15, 21h, 23h20; Esquecido 21h10, 24h; Nome de Código Paulette M12. 15h10, 17h15, 19h20, 21h40, 23h50; Gladiadores M6. 16h15, 18h45 (V.Port.); A Noite dos Mortos-Vivos M18. 15h45, 18h, 21h50, 00h10

Torres Novas

Castello Lopes - TorreShoppingBairro Nicho - Ponte Nova. T. 707220220Homem de Ferro 3 M12. Sala 1 - 12h50, 15h20 (2D), 18h10, 21h10, 23h50 (3D); Um Refúgio para a Vida M12. Sala 2 - 13h, 15h40, 18h30, 21h30, 00h10; Esquecido Sala 3 - 21h20, 24h; Gladiadores M6. Sala 3 - 12h40, 15h, 17h05, 19h10 (V.Port.)

Santarém Castello Lopes - SantarémLargo Cândido dos Reis. T. 760789789Nómada M12. Sala 1 - 16h, 18h40, 21h15, 23h50; Dou-lhes Um Ano M12. Sala 2 - 16h10, 18h50, 21h, 23h40; Homem de Ferro 3 M12. Sala 3 - 15h50, 18h35, 21h20, 24h; Esquecido Sala 4 - 21h40, 00h20; Gladiadores M6. Sala 4 - 15h10, 17h20, 19h30 (V.Port.); G. I. Joe Retaliação M12. Sala 5 - 15h40, 18h20, 21h50, 00h10; O Grande Dia M12. Sala 6 - 15h, 17h10, 19h15, 21h30, 00h30

Setúbal Auditório CharlotAv. Dr. Ant. Manuel Gamito, 11. T. 265522446A Rapariga de Parte Nenhuma M12. Sala 1 - 21h30

Tomar Cine-Teatro Paraíso - TomarRua Infantaria, 15. T. 249329190Nómada M12. Sala 1 - 21h30

Faro SBC-International CinemasC. C. Fórum Algarve. T. 289887212Esquecido Sala 1 - 13h15, 16h, 18h40, 21h20, 24h; Um Homem a Abater M16. Sala 2 - 13h40, 16h15, 18h50, 21h30, 00h10; Homem de Ferro 3 M12. Sala 3 - 15h30, 18h15, 21h, 23h45; Gladiadores M6. Sala 4 - 13h20, 15h30, 17h40 (V.Port.); Viagem de Finalistas M16. Sala 4 - 19h50, 22h, 00h15; Homem de Ferro 3 M12. Sala 5 - 13h25, 16h10, 18h55, 21h40, 00h25 (3D); A Noite dos Mortos-Vivos M18. Sala 6 - 13h50, 15h55, 18h, 20h05, 22h10, 00h20; O Grande Dia M12. Sala 7 - 14h35, 16h40, 19h05, 21h10, 23h20; O Expatriado M12. Sala 8 - 19h40; Scary Movie 5: Um Mítico Susto

de Filme M12. Sala 8 - 15h40, 17h40, 21h55, 23h55; G. I. Joe Retaliação M12. Sala 9 - 14h40, 17h05, 21h45, 00h10; Dou-lhes Um Ano M12. Sala 9 - 19h30

Olhão Algarcine - Cinemas de OlhãoC.C. Ria Shopping. T. 289703332Homem de Ferro 3 M12. Sala 1 - 15h30, 18h30, 21h30, 23h45; Sangue Quente M12. Sala 2 - 15h20, 18h30, 21h30, 23h45; Snitch - Infiltrado Sala 3 - 15h15, 18h15, 21h15

Portimão Algarcine - Cinemas de PortimãoAv. Miguel Bombarda. T. 282411888Homem de Ferro 3 M12. Sala 1 - 15h, 17h30, 19h30, 21h30, 24h; As Fantásticas Aventuras de Tad M6. Sala 2 - 14h (V.Port.); Fogo Contra Fogo M12. Sala 2 - 15h45, 18h, 21h45, 24h

Tavira Zon Lusomundo TaviraR. Almirante Cândido dos Reis. T. 16996Nome de Código Paulette M12. 15h35, 18h20, 21h10, 23h55; Homem de Ferro 3 M12. 15h35, 18h20, 21h10, 23h55; Esquecido 15h45, 18h30, 21h15, 23h55; Scary Movie 5: Um Mítico Susto de Filme M12. 21h40, 23h45; Scary Movie 5: Um Mítico Susto de Filme M12. 15h15, 17h20, 19h20, 21h25, 23h35; Gladiadores M6. 17h20, 19h30 (V.Port.); O Grande Dia M12. 15h05, 17h10, 19h25, 21h20, 23h30

TEATROLisboaBiblioteca Municipal Orlando RibeiroEstrada de Telheiras, 146. T. 217549030 A Fanfarra Grupo: TeatroÀParte. Enc. Sandra Faleiro. De 3/5 a 11/5. 6ª e Sáb às 21h30. Informações: 926440574. Casa da GalhetaBeco da Galheta. T. 929422513 Manifesto Antropófago Teatro Alardiário. Enc. Ricardo Bargão. De 3/5 a 31/5. 6ª às 21h.Casa de GoaCalçada do Livramento, 17. T. 213930078 Colaboracionistas De John Hodge. De 3/5 a 23/5. 6ª e Sáb às 19h19 (inclui jantar).

Casa do Artista - Teatro Armando CortezEstrada da Pontinha, 7. T. 217110890 A Curva da Felicidade Grupo: Centro de Artes Dramáticas de Oeiras. De 2/5 a 8/6. 5ª e 6ª às 21h30. Sáb às 16h e 21h30. M/12.Casino LisboaParque das Nações. T. 218929000 Guru Enc. José Pedro Gomes. A partir de 2/5. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12. Centro Cultural de BelémPraça do Império. T. 213612400 A Estalajadeira Enc. Jorge Silva Melo. De 26/4 a 4/5. 2ª, 3ª, 5ª, 6ª e Sáb às 21h. Dom às 16h.Estrela HallRua da Estrela, 10. T. 213961946 When Were You Happiest Enc. Robert Clowes. De 3/5 a 5/5. 6ª e Sáb às 21h. Dom às 16h.Mini Teatro da CalçadaCalçada do Combro, 147. Auricolérica e Teleufórica Com Alexandra Freudenthal, Susana Palmerston. De 2/5 a 27/7. 5ª a Sáb às 21h30. Teatro do BairroR. Luz Soriano, 63 (Bairro Alto). T. 213473358 Pequenas Comédias Enc. António Pires. De 10/4 a 19/5. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. Teatro RápidoRua Serpa Pinto, 14. T. 213479138 A-Bor-Todas! Enc. Alberto Sogorb Jover. De 2/5 a 31/5. 2ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom às 18h20, 18h50, 19h20, 19h50 e 20h25 (na Sala 4). M/12. Duração: 15m. Debaixo de Água Enc. Eduardo Frazão. De 2/5 a 31/5. 2ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom às 18h, 18h30, 19h, 19h30 e 20h (na Sala 1). M/16. Duração: 15m. Gisberta Enc. Eduardo Gaspar. De 2/5 a 31/5. 2ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom às 18h15, 18h45, 19h15, 19h45 e 20h15 (na Sala 3). M/12. Duração: 15m. Nana (Canção de Embalar) Enc. Silvina Pereira. De 2/5 a 31/5. 2ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom às 18h05, 18h35, 19h05, 19h35 e 20h05 (na Sala 2).Teatro Tivoli BBVAAvenida da Liberdade, 182. T. 213572025 TOC TOC Enc. António Pires. A partir de 13/3. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. M/16. Teatro TurimEstrada de Benfica, 723A. T. 217606666 TimeLine Com Cecília Henriques, Raimundo Cosme, Carlos Gomez, Joaquin Mendez. De 25/4 a 5/5. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. M/16. Teatro VillaretAv.Fontes Pereira Melo, 30A. T. 213538586 Isto É Que Me Dói! Enc. Francisco Nicholson. De 2/5 a 19/5. 5ª e 6ª às 21h30. Dom às 16h. M/12. Teatro-Estúdio Mário Viegas Largo do Picadeiro. T. 213257641 No Escuro Damos as Mãos Enc. Juvenal Garcês. A partir de 18/4. 5ª e 6ª às 21h30.

AlmadaTeatro Municipal Joaquim BeniteAvenida Professor Egas Moniz. T. 212739360 A Elegante Melancolia do Crepúsculo Enc. Luísa Pinto. Dia 3/5 às 21h30. M/12.

BejaTeatro Municipal Pax-JúliaLargo de São João. T. 284315090 Vamos lá então perceber as mulheres. Só um bocadinho... Enc. Sofia Bernardo. Com Marta Gautier. Dia 3/5 às 21h30.

CascaisTeatro Maria Helena TorradoRua Freitas Reis, 25. T. 913439938 Broad What? Broadway!! Enc. Pessoa Júnior. De 3/5 a 18/5. 6ª e Sáb às 21h30. Teatro Municipal Mirita CasimiroAvenida Fausto Figueiredo. T. 214670320

Page 38: 3 Maio - PÚBLICO

38 | PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013

SAIRViagem à Roda da Parvónia Grupo: Teatro Experimental de Cascais. Enc. Carlos Avilez. De 13/4 a 26/5. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h.

FaroTeatro LethesRua de Portugal, 59. T. 289820300 Um Dia os Réus Serão Vocês: O Julgamento de Álvaro Cunhal Comp. de Teatro de Almada. Enc. Rodrigo Francisco. De 1/5 a 4/5. 4ª a Sáb às 21h30. M/12. Duração: 60m.

Olival BastoCentro Cultural da MalapostaRua Angola. T. 219383100 Felizmente há Luar! Enc. Jorge Estreia. De 1/3 a 5/5. 6ª e Sáb às 21h30. Dom às 16h. Os Maias Enc. Jorge Estreia. De 12/4 a 5/5. 6ª e Sáb às 21h. Dom às 16h. M/12.

SintraCentro Cultural Olga CadavalPraça Dr. Francisco Sá Carneiro. T. 219107110 Chico em Pessoa Enc. Carlos Paulo. Com Valéria Carvalho. Dia 3/5 às 22h. M/12.

EXPOSIÇÕESLisboa3 + 1 Arte ContemporâneaRua António Maria Cardoso, 31. T. 210170765 What You Had and What You Lost De Anthony Arrobo. De 22/3 a 11/5. 3ª a Sáb das 14h às 20h. Pintura. Alecrim 50R. do Alecrim, 48-50. T. 213465258 O Teatro De Luís Silveirinha. De 2/5 a 29/6. 3ª a 6ª das 11h às 19h. Sáb das 11h às 14h.Appleton SquareRua Acácio Paiva, 27 - r/c. T. 210993660 Um Dia de Chuva De João Seguro. De 4/4 a 4/5. 3ª a Sáb das 15h às 20h. Arquivo FotográficoRua da Palma, 246. T. 218844060 Imagem entre Imagens De Alberto Carlos Lima, António Júlio Duarte, Daniel Antunes Pinheiro, Daniel Blaufuks, Eurico Lino do Vale, Paulo Catrica, entre outros. De 14/3 a 11/5. 2ª a Sáb das 10h às 19h. Fotografia. Atelier-Museu Júlio PomarRua do Vale, 7. T. 218172111 Em torno do Acervo De Júlio Pomar. De 5/4 a 29/9. 3ª a Dom das 10h às 18h.Baginski Galeria/ProjectosR. Capitão Leitão, 51/53. T. 213970719 2013 Rebuild_01 [Projecto Convidado] De Tomaz Hipólito. De 17/4 a 15/5. 3ª a Sáb às 14h. LPS (La Place du Spectateur #2) De Carlos Correia. De 17/4 a 15/5. 3ª a Sáb às 14h.BES Arte & FinançaPraça Marquês Pombal, 3-B. T. 213508975 BES Revelação 2012 De Diana Carvalho, Joana Escoval, Tiago Casanova, Mariana Calé + Francisco Queimadela. De 19/4 a 31/5. 2ª a 6ª das 09h às 19h. Fotografia. Biblioteca Nacional de PortugalCampo Grande, 83. T. 217982000 Dos Céus ao Universo De 2/5 a 26/7. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30. Documental. Bloco103 Contemporary ArtR. Rodrigues da Fonseca, 103B. T. 213823131 Paisagens Improváveis De Ana Tecedeiro, Tiago Mourão. De 21/3 a 12/5. 3ª a 6ª das 13h às 19h30. Sáb das 15h às 19h.Caixa de Crédito AgrícolaR. do Castilho, 233. T. 213805510 International Surrealism Now De

Horizon De Matt Keegan. De 12/4 a 1/6. 3ª a 6ª das 10h às 13h30 e das 14h30 às 19h. Sáb das 14h30 às 19h. Fotografia, Outros. Galeria Quadrado Azul - LisboaR. Reinaldo Ferreira, 20-A. T. 213476280 Gloom De Paulo Nozolino. De 4/4 a 25/5. 3ª a Sáb das 13h às 20h. Fotografia. Galeria QuadrumR. Alberto Oliveira, 52. T. 218170534 Ciclo Budapeste: Diogo Evangelista De 23/4 a 5/5. 3ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb e Dom das 14h às 18h.Galeria RattonR. Academia das Ciências, 2C. T. 213460948 Que Procura Vmê De Júlio Pomar. De 7/3 a 3/5. 2ª a 6ª das 10h às 13h30 e das 15h às 19h30.GiefarteRua Arrábida, 54B. T. 213880381 We May Not Be Perfect But Heaven Knows We Try De Manuel Caldeira. De 19/3 a 17/5. 2ª a 6ª das 11h às 14h e das 15h às 20h.Jardim Botânico de LisboaRua da Escola Politécnica, 58. T. 213921800 Adaptações Botânicas De 22/10 a 31/12. Todos os dias das 09h às 20h. As Plantas do Tempo dos Dinossáurios A partir de 23/11. Todos os dias das 09h às 20h. Kunsthalle LissabonAv. da Liberdade, 211 - 1º. T. 912045650 I dreamt the work of another artist De Mona Vatamanu, Florin Tudor. De 27/3 a 1/6. 5ª a Sáb das 15h às 19h.Lagartagis - BorboletárioRua Escola Politécnica, 54-56. T. 210443510 Lagartagis - Exposição de Borboletas Vivas Todos os dias das 10h às 17h. Lisboa Story Centre Terreiro do Paço. T. 916440827 Memórias da Cidade A partir de 11/9. Todos os dias das 10h às 20h (última admissão às 19h). Documental, Interactivo, Outros. Livraria Sá da CostaRua Garrett, 100. T. 213460702 Ilha De Bárbara Assís Pacheco, Cláudia Varejão, Edvinas Grin, Frauke Frech, Joana Linda, José Miguel Vitorino, Lara Torres + Diogo Melo, Miguel Bonneville, Sara Pazos, Sofia Arriscado, Sónia Baptista, Vicky Sabourin. De 20/4 a 18/5. 2ª a Sáb das 15h às 19h. Lumiar CitéR. Tomás del Negro, 8-A. T. 213521155 Labour in a Single Shot De Antje Ehmann e Harun Farocki. De 2/5 a 16/6. 4ª a Dom das 15h às 19h.MNAC - Museu do ChiadoRua Serpa Pinto, 4. T. 213432148 Arte Portuguesa 1850-1975 De João Cristino da Silva, Columbano Bordalo Pinheiro, João Marques de Oliveira, António Carneiro, Amadeo de Souza-Cardoso, Eduardo Viana, Mário Eloy, entre outros. De 20/2 a 31/12. 3ª a Dom das 10h às 18h. Hetero Q.B. De Ana Bezelga, Ana Pérez-Quiroga + Patrícia Guerreiro, Carla Cruz, Elisabetta di Sopra, Lilibeth Cuenca Rasmussen, Mare Tralla, Oreet Ashery, Rachel Korman, Roberta Lima, Zanele Muholi, entre outros. De 9/4 a 30/6. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h30).Módulo - Centro Difusor de ArteCalçada dos Mestres, 34A/B. T. 213885570 Tito Mouraz De 23/3 a 11/5. 2ª a Sáb das 15h às 20h. Fotografia. MUDE - Museu do Design e da ModaRua Augusta, 24. T. 218886117

Percursos. Barro Negro/ Castanho/Ferro/ Granito De Linde Burkhardt. De 11/4 a 18/8. 3ª a Dom às 10h (últ. admissão às 17h45). Único e Múltiplo. 2 Séculos de Design A partir de 27/5. 3ª a Dom das 10h às 20h. Museu Colecção BerardoPraça do Império - CCB. T. 213612878 BES Photo 2013 De Albano Silva Pereira, Filipe Branquinho, Pedro Motta, Sofia Borges. De 17/4 a 2/6. Todos os dias das 10h às 19h. Exposição Permanente do Museu Colecção Berardo (1960-2010) De Vito Acconci, Carl Andre, Alan Charlton, Louise Bourgeois, José Pedro Croft, Antony Gormley, Jeff Koons, Allan McCollum, William Wegman, entre outros. A partir de 9/11. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30).Museu da CervejaTerreiro do Paço. T. 210987656 Contos Murais De Júlio Pomar. A partir de 3/4. Todos os dias das 12h às 23h.Museu da Cidade de LisboaCampo Grande, 245. T. 217513200 Lisboa 1755. A Cidade à Beira do Terramoto - Reconstituição virtual da Lisboa pré-pombalina A partir de 25/11. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h. Pedra, Papel ou Tesoura De Belén Uriel. De 16/3 a 19/5. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h.Museu da ElectricidadeAv. Brasília - Edif. Central Tejo. T. 210028190 Coração Aventuroso De Inez Teixeira. De 21/2 a 26/5. 3ª a Dom das 10h às 18h. World Press Photo 13 De vários autores. De 2/5 a 26/5. 3ª a 5ª das 10h às 18h. 6ª, Sáb e Dom das 10h às 00h. Fotografia. Museu da MarionetaRua da Esperança, 146. T. 213942810 Marionetas A partir de 7/11. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h (última admissão às 12h30 e 17h30).Museu das ComunicaçõesRua do Instituto Industrial, 16. T. 213935000 Casa do Futuro A partir de 1/3. 2ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb às 16h. Mala Posta A partir de 1/12. 2ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb das 14h às 18h. Vencer a Distância - Cinco Séculos de Comunicações em Portugal A partir de 2/5. 2ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb das 14h às 18h.Museu de Artes Decorativas PortuguesasLargo das Portas do Sol, 2 (Palácio Azurara). T. 218814600 i em pessoa De Teresa Gonçalves Lobo. De 13/3 a 24/6. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 17h. Desenho, Objectos, Outros. Museu de São RoqueLargo Trindade Coelho. T. 213235065 Exposição Permanente A partir de 20/12. 3ª, 4ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 5ª das 14h às 21h.Museu do CombatenteForte do Bom Sucesso. T. 213017225 A História da Aviação Militar A partir de 16/10. Todos os dias das 10h às 17h. Engenharia e Tecnologia Militar na Antiguidade: Catapultas e Máquinas de Cerco De 1/3 a 30/1. Todos os dias das 10h às 18h. Guerra do Ultramar - 50 anos depois A partir de 11/2. 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb, Dom e feriados das 10h às 17h. O Combatente Português do Século XX A partir de 10/12. Todos os dias das 10h às 17h. Museu do FadoLargo do Chafariz de Dentro, 1. T. 218823470 Acordem as Guitarras De Ana Vidigal, Siza Vieira, Catarina Pestana, Alexandre Farto aka VHILS, entre outros. De 19/4 a 31/5. 3ª a Dom das 10h às 18h. Museu do Fado (1998-2008) De José Malhoa, Rafael Bordalo Pinheiro, Constantino Fernandes, Cândido da Costa Pinto, Arnaldo Louro de Almeida, João Vieira, Júlio Pomar, entre outros. A partir de 2/10. 3ª a Dom das 10h às 18h.

SAIRAlexander Varganov, Andrew Nekrasov, Egill Eibsen, Héctor Pineda, Steve Smith, Vu Huyen Thuong, entre outros. De 10/4 a 6/5. 2ª a 6ª das 09h às 19h30. Caroline Pagès GalleryR. Ten. Ferreira Durão, 12 - 1Dto. T. 213873376 Pulsar De Jesus Alberto Benitez. De 18/4 a 15/6. 2ª a Sáb das 15h às 18h. Carpe Diem Arte e PesquisaR. de O Século, 79. T. 211924175 Colectiva De Gabriela Albergaria, Irit Batsry, João Pedro Vale + Nuno Alexandre Ferreira, Nelson Leirner, Valter Ventura, Alex Gabassi. De 9/3 a 25/5. Todos os dias.Casa da América LatinaAvenida 24 de Julho, 118B. O Lugar das Cores De Flávio Caporali, Inês Correia, Jorge Costa, Jorge Filipe Teixeira, Judith Klein, Rita Portugal Lima, Saíra Fátima Kleinhans Inoue. De 10/4 a 28/6. Todos os dias das 09h30 às 13h e das 14h às 18h30.Casa Museu Dr. Anastácio GonçalvesAvenida 5 de Outubro, 6/8. T. 213540823 Nuno Sousa Vieira: Sala de Exposição De 5/4 a 18/5. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h.Casa-Museu da Fundação António Medeiros e AlmeidaRua Rosa Araújo, 41. T. 213547892 Intromissões De Eduardo Nery. De 2/4 a 4/5. 2ª a 6ª das 13h às 17h. Sáb das 10h às 17h30. Peças com história... A partir de 25/3. 2ª a 6ª das 13h às 17h30. Sáb das 10h às 17h30. Centro Cultural de BelémPraça do Império. T. 213612400 ARX Arquivo/Archive De Nuno Mateus + José Mateus. De 21/3 a 21/7. 3ª a Dom das 10h às 18h.Centro de Arte Moderna - José de Azeredo PerdigãoRua Dr. Nicolau Bettencourt. T. 217823474 A obra perdida de Emmerico Nunes De Emmerico Nunes. De 19/4 a 7/7. 3ª a Dom das 10h às 18h. Galápagos De Paulo Catrica, Kaffe Matthews, Jyll Bradley, Jeremy Deller, Dorothy Cross, Alison Turnbull, Filipa César. De 19/4 a 7/7. 3ª a Dom das 10h às 18h. Razões Imprevistas - Retrospectiva de Fernando de Azevedo De 19/4 a 7/7. 3ª a Dom das 10h às 18h.Chiado 8 - Arte ContemporâneaLargo do Chiado, 8. T. 213237335 Vraum De Gonçalo Barreiros. De 1/3 a 10/5. 2ª a 6ª das 12h às 20h.Cristina Guerra - Contemporary ArtR. Santo António à Estrela, 33. T. 213959559 Duet De Julião Sarmento e Salma Cheddadi, Jaime Pitarch e Rui Toscano, Filipa César e Lisa Tan, Eric Baudelaire e Pablo Pijnappel, Duncan Campbell e Raphaël Zarka. De 23/4 a 11/5. 3ª a 6ª das 12h às 20h. Sáb das 15h às 20h. CulturgestRua Arco do Cego - CGD. T. 217905155 Esculturas Sonoras 1994-2013 De Rui Toscano. De 8/2 a 19/5. 2ª, 4ª, 5ª e 6ª das 11h às 19h. Sáb, Dom e feriados das 14h às 20h. Retrato de Michel Auder De Michel Auder. De 8/2 a 19/5. 2ª, 4ª, 5ª e 6ª das 11h às 19h. Sáb, Dom e feriados das 14h às 20h. Ermida de Nossa Senhora da ConceiçãoTravessa do Marta Pinto, 12. T. 213637700 As Far As I Can See De Rui Calçada Bastos. De 13/4 a 26/5. 3ª a 6ª das 11h às 17h. Sáb e Dom das 14h às 18h. Vídeo. Espaço Tranquilidade - Projectos EspeciaisR. Rodrigues Sampaio, 95. T. 213503500 Instructions De Ramiro Guerreiro. De 7/3 a 3/5. 3ª a 6ª das 12h30 às 19h.Fundação Arpad Szenes - Vieira da SilvaPraça das Amoreiras, 56. T. 213880044 Estes e Outros Encontros: Obras da Colecção Fundação Luso-Americana e Fundação Arpad Szenes - Vieira da

Silva Com Ana Hatherly, Vieira da Silva. De Helena Almeida, Lourdes Castro, Rui Chafes, Ana Jotta, Vítor Pomar, António Poppe, Rui Sanches. De 18/4 a 14/7. 4ª a Dom das 10h às 18h. Vieira da Silva, Agora De 14/3 a 16/6. 4ª a Dom das 10h às 18h (grátis ao Dom das 10h às 14h). Pintura. Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 360º Ciência Descoberta De 2/3 a 2/6. 3ª a Dom das 10h às 18h. Clarice Lispector - A Hora da Estrela De 4/4 a 23/6. 3ª a Dom das 10h às 18h. Ocupações Temporárias De 11/4 a 26/5. 3ª a Dom das 10h às 18h. Galeria 36Rua S. Filipe Nery, 36. T. 918972966 Quadricula Versátil De Pedro Noronha. De 18/4 a 25/5. 2ª a Sáb das 16h às 19h30.Galeria Belo-GalstererR. Castilho 71, RC, Esq. T. 213815891 Juliane Solmsdorf + Mário Macilau De 11/4 a 25/5. 3ª a 6ª das 12h às 19h. Sáb das 14h às 19h.Galeria Bessa Pereira - Design Séc. XXR. Luz Soriano, 15/17. T. 935167270 José Espinho: A diversidade no fazer De 5/4 a 6/6. 3ª a Sáb das 14h30 às 19h30.Galeria BoavistaR. da Boavista, 50. T. 213476335 Mansilla/Tuñón Madrid De Luis M. Mansilla, Emilio Tuñón Alvarez. De 11/4 a 31/5. 3ª a Dom das 15h às 18h. Arquitectura, Outros. Galeria das SalgadeirasRua das Salgadeiras, 24. T. 213460881 Luz De Lucília Monteiro. De 23/3 a 18/5. 4ª, 5ª e 6ª das 17h às 21h. Sáb das 16h às 21h.Galeria de Arte UrbanaCalçada da Glória. T. 213227000 Almada por Se7e De Fidel Évora, João Samina, Mário Belém, Miguel Januário, Pantónio, Pedro Batista, Tamara Alves. De 7/4 a 30/9. Todos os dias (24h).Galeria DiferençaRua São Filipe Neri, 42 - Cave. T. 213832193 Suspensa e leve no horizonte, passava De José Barrias. De 2/5 a 29/6. 3ª a 6ª das 14h às 19h. Sáb das 15h às 20h. Galeria Filomena SoaresRua da Manutenção, 80. T. 218624122 The Sorrows of Electricity De António Olaio. De 14/3 a 25/5. 3ª a Sáb das 10h às 20h. Tranquila ferida do sim, faca do não De Rui Chafes. De 14/3 a 25/5. 3ª a Sáb das 10h às 20h. Escultura. Galeria Graça BrandãoR. Caetanos, 26A (Bairro Alto). T. 213469183 Nuno Sousa Vieira: Sala de Exposição De 5/4 a 18/5. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h.Galeria MillenniumRua Augusta. Baixa em Tempo Real De 2/2 a 24/5. 2ª a Sáb das 10h às 13h e das 14h às 17h.Galeria MøblerR. Nova da Piedade, 49. Rui Gaiola De 2/5 a 2/6. 4ª, 5ª e 6ª às 14h. Sáb às 11h. Fotografia. Galeria Novo SéculoRua do Século, 23A/B. T. 213427712 Pinturas no Atelier De Carlos Barroco, Heitor Figueiredo, Júlio Pomar, Jorge Varanda, Manuel João Vieira, entre outros. De 4/4 a 4/5. 3ª a Sáb das 14h às 19h. Galeria Pedro CeraRua do Patrocínio, 67E. T. 218162032

Chico em Pessoa, com Valéria Carvalho

MARIIS CAPELA

Page 39: 3 Maio - PÚBLICO

PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013 | 39

SAIRMuseu do OrienteAv. Brasília. T. 213585200 Cartazes de Propaganda Chinesa - A Arte ao Serviço da Política De 25/1 a 27/10. 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (entrada gratuita a partir das 18h). Deuses da Ásia A partir de 9/5. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (última admissão 17h30). 6ª das 10h às 22h (última admissão 21h30) (gratuito 18h às 22h). Do Vasto e Belo Porto de Lisboa De 1/3 a 27/5. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (entrada gratuita a partir das 18h). Macau. Memórias a Tinta-da-China De Charles Chauderlot. De 1/2 a 30/6. 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (entrada gratuita a partir das 18h). Presença Portuguesa na Ásia. O Coleccionismo de arte do Extremo Oriente A partir de 9/5. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (última admissão 17h30). 6ª das 10h às 22h (última admissão 21h30) (gratuito das 18h às 22h). Museu Nacional de ArqueologiaPraça do Império. T. 213620000 Antiguidades Egípcias A partir de 18/4. 3ª a Dom das 10h às 18h. Tesouros da Arqueologia Portuguesa A partir de 1/1. 3ª a Dom das 10h às 18h.Museu Nacional de Arte AntigaRua das Janelas Verdes, 1249. T. 213912800 Deambulações. Desenhadores Franceses em Portugal nos séculos XVIII e XIX De 28/2 a 5/5. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Ilusionismos - Os Tectos Pintados do Palácio Alvor De 8/3 a 26/5. 3ª das 14h às 17h30. 4ª a Dom das 10h às 17h30. Pintura e Artes Decorativas do Século XII ao XIX A partir de 16/12. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Museu Nacional de História Natural e da CiênciaRua Escola Politécnica, 58/60. T. 213921800 A Aventura da Terra: um Planeta em Evolução A partir de 19/11. 3ª a 6ª das 10h às 17h (última admissão às 16h). Sáb e Dom das 11h às 18h (última admissão às 17h). Allosaurus: Um Dinossáurio, Dois Continentes? De 6/2 a 31/12. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Azul De Sofia Areal. De 2/5 a 2/6. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Jóias da Terra - O Minério da Panasqueira A partir de 1/8. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h.

MusicBoxRua Nova do Carvalho, 24. T. 213430107 Coldfinger Dia 3/5 às 23h30.Onda JazzArco de Jesus, 7. T. 919184867 Paulo de Carvalho De 3/5 a 4/5. 6ª e Sáb às 22h30. Teatro Municipal de S. LuizR. António Maria Cardoso, 38. T. 213257650 Hélder Moutinho Dia 3/5 às 21h. Teatro Nacional de São CarlosLargo de São Carlos, 17. T. 213253045 Rigoletto Orq. Sinfónica Portuguesa. Enc. Francesco Esposito. De 3/5 a 11/5. 5ª a Sáb às 20h (dias 3, 9 e 11). Dom às 16h.Universidade Nova de LisboaCampus de Campolide. T. 213715600 Orquestra Metropolitana de Lisboa Dia 3/5 às 21h.

Caldas da RainhaCentro Cultural e CongressosRua Dr. Leonel Sotto Mayor. T. 262889650 Kaki King & Frankie Chavez Dia 3/5 às 21h30.

FaroCampo do Complexo Desportivo da PenhaFaro. T. 289807293 XXVIII Semana Académica do Algarve De 2/5 a 11/5. Todos os dias às 20h. Dia 3: Ricardo Sousa, Melomeno-Rítmica, DJ Daniel D, Oscar L, DJ Chus. Inf: 289818606. Teatro Municipal de FaroHorta das Figuras (EN 125). T. 289888110 Luísa Sobral Dia 3/5 às 21h30 (M/3).

LagoaAuditório Municipal de LagoaUrbanização Lagoa Sol. T. 282380452 Orquestra do Algarve Dia 3/5 às 21h30.

Leiria

Teatro José Lúcio da SilvaAvenida Heróis de Angola. T. 244834117 Julie & The Carjackers Dia 3/5 às 21h30.

SintraPalácio Nacional de SintraLargo da Rainha Dona Amélia. T. 219106840 Divino Sospiro Dia 3/5 às 21h.

Torres VedrasTeatro-Cine de Torres VedrasAvenida Tenente Valadim, 19. T. 261338131 Patricia Barber Dia 3/5 às 21h30 (M/12).

Valado dos FradesBiblioteca de Instrução e RecreioR. Prof. Xavier Coelho. T. 262577302 Daerr + Bica + Stick Dia 3/5 às 22h (16.º Festival de Jazz de Valado dos Frades).

DANÇALisboaTeatro CamõesParque das Nações. T. 218923470 Dance Bailarina Dance Coreog. Clara Andermatt. De 26/4 a 5/5. 6ª, Sáb e 2ª às 21h. Dom às 16h. M/3.

LeiriaTeatro Miguel Franco (C. C. de Leiria)Largo de Santana. T. 244839680 Burlesque Urbano Coreog. Ana do Vale, Emma Sabria, Célia Portela, Cecília Soares, Gael Duarte, Chilitéki Crew, Nellys Ferreira. Dia 3/5 às 21h30.

Olival BastoCentro Cultural da MalapostaRua Angola. T. 219383100 Krishna ou O Amante Divino Paulo Sousa (sitarista), Tarikavalli. Dia 3/5 às 21h30. M/6.

SAIRMemória da Politécnica: Quatro Séculos de Educação, Ciência e Cultura De 17/4 a 31/12. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Memórias da Politécnica - Quatro séculos de Educação, Ciência e Cultura De 16/2 a 31/12. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Zoom - Uma Planta, Três Olhares De 18/4 a 20/10. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h.Museu Nacional do TrajeLargo Júlio Castilho. T. 217567620 Pele sobre Pele De 24/2 a 30/5. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h.Museu Nacional dos CochesPraça Afonso de Albuquerque. T. 213610850 Exposição Permanente de Coches Reais A partir de 1/1. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h30). Objectos, Documental. Museu Rafael Bordalo PinheiroCampo Grande, 382. T. 218170667 Através do Traço - Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro De 19/4 a 20/9. 3ª a Sáb das 10h às 18h.Oceanário de LisboaDoca dos Olivais. T. 218917002 Tartarugas Marinhas. A Viagem A partir de 7/4. Todos os dias das 10h às 19h. Padrão dos DescobrimentosAv. Brasília . T. 213031950 Fotógrafos do Mundo Português 1940 De Mário e Horácio Novais, Eduardo Portugal, Paulo Guedes, Kurt Pinto, António Passaporte, Casimiro Vinagre, entre outros. De 24/2 a 26/5. Todos os dias das 10h às 19h. Palácio Nacional da AjudaLargo da Ajuda. T. 213637095 Joana Vasconcelos - Palácio Nacional da Ajuda De 22/3 a 25/8. 2ª, 3ª, 5ª, 6ª e Dom das 10h às 19h. Sáb das 10h às 21h.Páteo da Galé Praça do Comércio (Terreiro do Paço). Vida, pensamento e luta: exemplo que se projecta na actualidade e no futuro De 27/4 a 2/6. 3ª a 5ª das 10h às 20h. 6ª e Sáb das 10h às 22h. Dom das 10h às 20h.Picadeiro do Antigo Colégio dos NobresR. Escola Politécnica, 60. The Devil’s Breath - Parte I De Pedro Valdez Cardoso. De 21/3 a 27/4. 5ª a Sáb das 14h às 19h.Vera Cortês - Agência de ArteAvenida 24 de Julho, 54 - 1ºE. T. 213950177 If I were you I’d paint it pink and place a chair upside down De Joana Bastos. De 22/3 a 4/5. 3ª a Sáb das 14h às 19h.

MÚSICALisboaColiseu dos RecreiosR. Portas de Santo Antão, 96. T. 213240580 Deolinda Dia 3/5 às 21h30 (M/3).Espaço Brasil (Lx Factory)Rua Rodrigues de Faria, 103. T. 213143399 Eduardo Gallotti & Luís Filipe de Lima + Casuarina Dia 3/5 às 22h. Fábrica do Braço de PrataR. Fábrica Material Guerra, 1. T. 965518068 Jazz Solidário Com Selma Uamusse, Elisa Rodrigues, Júlio Resende, Daniel Hewson, Cicero Lee, Mick Trovoada, Manu Teixeira, Tiago Oliveira. Dia 3/5 às 22h.Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 Paul Lewis e Orquestra Gulbenkian Com Paul Lewis (piano). De 2/5 a 3/5. 6ª às 19h. Hot Clube de PortugalPraça da Alegria, 48. T. 213619740 Bruno Santos Quinteto De 2/5 a 4/5. 5ª a Sáb às 22h30. Jardim do Príncipe RealPríncipe Real. Meo Out Jazz 2013 Dia 3/5 às 18h (com Metamorfose + Nery). Inf: 213421546. Lux FrágilAv. Infante D. Henrique. T. 218820890 Hard Ass Sessions (Addison Groove + Branko + Rastronaut + Surfing Lions) + Yen Sung + Tiago Dia 3/5 às 23h. Museu do OrienteAv. Brasília. T. 213585200 Rhythm Yatra Dia 3/5 às 21h30 (M/3). Museu Nacional do AzulejoRua Madre de Deus, 4. T. 218100340 Quarteto Colonial Dia 3/5 às 18h30 (Festival de Música Clássica Brasileira).

Patricia Barber apresenta Smash

JIMMY KATZ

FARMÁCIAS

LisboaServiço PermanenteCartaxo (Alvalade) - Av. da Igreja, 21 - C - Tel. 218470726 Castro Fonseca (Campo de Ourique) - Rua 4 de Infantaria, 28 - A - Tel. 213888857 Figueiras (Avenidas Novas) - Av. Conde Valbom, 29 A - Tel. 213560223 Lusitana (Areeiro) - Av. de Roma, 18 - A - Tel. 218485443 Onilda (João XXI) - Av. João Xxi, 13 - A - Tel. 218486848 Nova dos Olivais (Santa Maria dos Olivais) - Rua de Manhiça, Lote 469-A - Tel. 218516402

Outras LocalidadesServiço PermanenteAbrantes - Ondalux Alandroal - Santiago Maior, Alandroalense Albufeira - Santos Pinto Alcácer do Sal - Alcacerense Alcanena - Ramalho Alcobaça - Campeão, Alves (Benedita), Nova (Benedita) Alcochete - Cavaquinha, Póvoas (Samouco) Alenquer - Cuco, Matos Coelho Aljustrel - Pereira Almada - Nita (Charneca de Caparica), Cerqueira (Cova da Piedade), Tovar Chaves (Feijó), Pepo (Vila Nova da Caparica) Almeirim - Mendonça

Almodôvar - Ramos Alpiarça - Leitão Alter do Chão - Alter, Portugal (Chança) Alvaiázere - Ferreira da Gama, Castro Machado (Alvorge), Pacheco Pereira (Cabaços), Anubis (Maçãs D. Maria) Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - Damaia, Melo, Tavares Matos Ansião - Teixeira Botelho, Medeiros (Avelar), Rego (Chão de Couce), Pires (Santiago da Guarda) Arraiolos - Vieira Arronches - Batista, Esperança (Esperança/Arronches) Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia Avis - Nova de Aviz Azambuja - Dias da Silva, Nova Barrancos - Barranquense Barreiro - Piçarra Batalha - Ferraz, Silva Fernandes (Golpilheira) Beja - J. A. Pacheco Belmonte - Costa, Central (Caria) Benavente - Miguens, Martins (Samora Correia) Bombarral - Miguel Borba - Carvalho Cortes Cadaval - Misericórdia, Figueiros (Figueiros Cadaval (Jan,Mar,Maio)), Luso (Fev,Abr,Jun) (Vilar Cadaval (Fev,Abr,Jun)) Caldas da Rainha - Caldense Campo Maior - Campo Maior Cartaxo - Abílio Guerra Cascais - Carvalho (Alcabideche), Cascais, do Junqueiro (Parede) Castanheira de Pera

- Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo Branco - Ferrer Castelo de Vide - Roque Castro Verde - Alentejana Chamusca - S. José Constância - Carrasqueira (Montalvo) Coruche - Frazão Covilhã - São Cosme Crato - Misericórdia Cuba - Da Misericórdia Entroncamento - Carlos Pereira Lucas Estremoz - Grijó Évora - Central Faro - Higiene Ferreira do Alentejo - Salgado Ferreira do Zêzere - Moderna (Frazoeira/Ferreira do Zezere) Figueiró dos Vinhos - Campos (Aguda), Vidigal Fronteira - Vaz (Cabeço de Vide) Fundão - Taborda Gavião - Gavionense, Pimentel Golegã - Salgado Grândola - Costa Idanha-a-Nova - Andrade (Idanha A Nova), Serrasqueiro Cabral (Ladoeiro), Freitas (Zebreira) Lagoa - José Maceta Lagos - Neves Leiria - Central Loulé - Chagas, Algarve (Quarteira), Paula (Salir) Loures - Fátima, Lourenço (Sacavém), Pedro Santos (Vale Figueira) Lourinhã - Correia Mendes (Moita dos Ferreiros), Leal (Rio Tinto) Mação - Catarino Mafra - Marques (Azueira), Costa Maximiano (Sobreiro) Marinha Grande - Roldão

Marvão - Roque Pinto Mértola - Pancada Moita - Gusmão (Alhos Vedros) Monchique - Moderna Monforte - Jardim Montemor-o-Novo - Novalentejo Montijo - Borges da Cruz Mora - Canelas Pais (Cabeção), Falcão, Central (Pavia) Moura - Rodrigues Mourão - Central Nazaré - Silvério, Maria Orlanda (Sitio da Nazaré) Nisa - Ferreira Pinto Odemira - Confiança Odivelas - Serra, Tanara Oeiras - Branco, Lealdade, Seixas Martins Oleiros - Martins Gonçalves (Estreito - Oleiros), Garcia Guerra, Xavier Gomes (Orvalho-Oleiros) Olhão - Nobre Sousa Ourém - Fonseca (Atouguia), Moderna Ourique - Nova (Garvão), Ouriquense Palmela - Tavares de Matos (Pinhal Novo) Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Melo Peniche - Proença Pombal - Vilhena Ponte de Sor - Cruz Bucho Portalegre - Esteves Abreu Lda Portel - Misericordia Portimão - Pedra Mourinha Porto de Mós - Lopes Proença-a-Nova - Roda, Daniel de Matos (Sobreira Formosa) Redondo - Xavier da Cunha Reguengos de Monsaraz - Moderna Rio Maior - Ferraria Paulino Salvaterra

de Magos - Martins Santarém - Vitorino Santiago do Cacém - Corte Real Sardoal - Passarinho Seixal - Nova de Corroios Serpa - Oliveira Carrasco Sertã - Lima da Silva, Farinha (Cernache do Bonjardim), Confiança (Pedrogão Pequeno) Sesimbra - Bio-Latina, Leão Setúbal - Marques, Monte Belo Silves - Dias Neves, Ass. Soc. Mutuos João de Deus Sines - Monteiro Telhada (Porto Covo), Central Sintra - O´Neill Pedrosa, Vitor Manuel, Silva Duarte (Cacém), De Colares (Colares), Correia (Queluz), Serra Das Minas (Rio de Mouro) Sobral Monte Agraço - Costa Sousel - Mendes Dordio (Cano), Andrade Tavira - Maria Aboim Tomar - Dos Olivais Torres Novas - Aliança (Lamarosa/Torres Novas) Torres Vedras - Calquinha (Carvoeiro-Runa) Vendas Novas - Ribeiro Viana do Alentejo - Nova Vidigueira - Pulido Suc. Vila de Rei - Silva Domingos Vila Franca de Xira - Botto e Sousa, Do Forte, Mercado (Alverca), Roldão Vila Nova da Barquinha - Carvalho (Praia do Ribatejo) Vila Real de Santo António - Carrilho Vila Velha de Rodão - Pinto Vila Viçosa - Torrinha

Page 40: 3 Maio - PÚBLICO

40 | PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013

JOGOSCRUZADAS 8423

BRIDGE SUDOKU

TEMPO PARA HOJE

A M A N H Ã

Açores

Madeira

Lua

NascentePoente

Marés

Preia-mar

Leixões Cascais Faro

Baixa-mar

Fonte: www.AccuWeather.com

PontaDelgada

Funchal

Sol

16º

Viana do Castelo

Braga9º 24º

Porto11º 22º

Vila Real6º 19º

9º 22º

Bragança3º 18º

Guarda4º 16º

Penhas Douradas3º 14º

Viseu8º 20º

Aveiro10º 22º

Coimbra10º 24º

Leiria8º 24º

Santarém10º 25º

Portalegre12º 21º

Lisboa13º 24º

Setúbal11º 25º Évora

9º 23º

Beja12º 24º

Castelo Branco10º 22º

Sines12º 22º

Sagres13º 22º

Faro13º 22º

Corvo

Graciosa

FaialPico

S. Jorge

S. Miguel

Porto Santo

Sta Maria

15º 18º

15º 18º

Flores

Terceira15º 18º

14º 19º

14º 21º

15º 18º

15º

17º

06h37

Nova

20h31

1h2810 Maio

0,5-1m

1-2m

16º

2m

19º0,5-1m

18º2-2,5m

10h37 2,823h01 3,0

04h14 1,116h42 1,2

10h12 2,822h37 3,0

03h52 1,216h18 1,4

10h10 2,722h38 2,9

03h41 1,116h07 1,3

1,5-2m

1,5-2m

2m

13º

15º

Horizontais 1. Vento brando. Parte da pele subjacente à epiderme. 2. Diz-se do terreno em que existe talco. 3. Pedir socorro. Por a. 4. O tio dos americanos. Palavra que designa o número, a ordem numa série ou a proporcionalidade nu-mérica. 5. Elas. Submeter à acção do lume (substâncias que estão dentro de um líquido). Nome da letra grega cor-respondente a n. 6. Cinco mais um. Não religioso. 7. Divindade. Fora de tempo. 8. Autores (abrev.). Ter por costume (ant.). Rio suíço. 9. Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de nervo. Prefixo (repetição). 10. Acrescentar. Nocivo. 11. Colocar-se em posição con-veniente para ser pintado ou fotografa-do. Martelo sem unhas nem orelhas.

Verticais: 1. Carvão incandescente. Contracção da prep. “de” com o pron. dem. “a”. Armada Portuguesa (sigla). 2. Percorrendo devagar. 3. Parcela. A minha pessoa. Aqui está. 4. Cloreto de sódio. Fenda natural na superfí-cie de certos órgãos. 5. Bárbaros da Sarmácia que no século V invadiram e dominaram a Gália e a Península Ibérica. Sufixo (agente). 6. O sinal do cristão. Texto ou conteúdo de um escrito. 7. República Dominicana (domínio de Internet). Adoçar com mel. A unidade. 8. Aguardar. Caminho. 9. Ratar. Viagem. Mililitro (abrev.). 10. Ferir com lança. 11. Aprecio o merecimento de. Digo ora-ções.

Depois do problema resolvido encon-tre o título de uma obra de Mário de Carvalho (7 palavras).

Solução do problema anterior:Horizontais: 1. Pavio. Vagem. 2. Cuia. Libelo. 3. Teteia. Lat. 4. HOMENS. Re. 5. Aro. FAZEM. 6. Ser. Eno. 7. El. Neblina. 8. Rasga. Erica. 9. Touro. Anel. 10. Dial. Carola. 11. Erros. Rasar. Verticais: 1. PC. Haver. DE. 2. Autor. Latir. 3. Viemos. Soar. 4. Iate. Engulo. 5. Enfrear. 6. Lisa. Oc. 7. Via. Zele. Ar. 8. Ab. SE. Irara. 9. Gel. MENINOS. 10. Elar. Nacela. 11. Motejo. Alar.Provérbio:De meninos se fazem homens.

Oeste Norte Este Sul1♠ passo passo 3♥

passo 4♥ Todos passam

Leilão: Qualquer forma de Bridge.

Carteio: Saída: A♠. O jogador em Este assiste com o 3 de espadas. Qual o seu plano de jogo?

Solução: A voz de 3 copas de Sul, em posição de reabertura, promete uma boa abertura e seis boas cartas de co-pas. Na realidade Sul tem um naipe mais comprido do que o esperado e um pon-to ou dois a menos do que seria normal, tudo se equilibra.Agora, o carteio. O declarante tem du-as perdentes a espadas e duas a ouros. O 3 de espadas de Este diz-nos que as espadas deverão estar 5-3, portanto a Dama de espadas poderá ser a chave do jogo, a vaza que permitirá a balda de um dos ouros perdentes da mão. Mas, se a defesa atacar ouros logo à segunda va-za as coisas podem complicar-se. Mas, ainda assim é possível cumprir. Como? Se Oeste tiver exatamente duas cartas

Dador: OesteVul: Todos

Problema 4834 Dificuldade: fácil

Problema 4835 Dificuldade: muito difícil

Solução do problema 4832

Solução do problema 4833

NORTE♠ Q86♥ Q8♦ A954♣ Q654

SUL♠ 42♥ AKJ10763♦ 762♣ A

OESTE♠ AKJ109♥ 92♦ QJ♣ KJ97

ESTE♠ 753♥ 54♦ K1083♣ 10832

João Fanha/Luís A.Teixeira ([email protected]) © Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com

de ouros (ou o Rei seco) podemos ainda cumprir a nossa missão, desde que re-cuemos uma vez o Ás de ouros. Quando jogarmos outra espada, preservando a Dama de trunfo no morto como entrada, se Oeste não tiver outro ouro para jogar tudo acabará em bem.No entanto, existe um pormenor im-portante. Se na primeira vaza do jogo ocultarmos o 2 de espadas, jogando o 4, o jogador em Oeste irá ter muitas dú-vidas quanto ao que jogar de seguida, pois pode achar que o seu parceiro tem exatamente 32 de espadas e que está a mostrar um doubleton, poderá com isso ser dissuadido a bater o Rei de espadas à segunda vaza, o que facilitará e muito a nossa tarefa!Tome nota: esconder a carta mais baixa do declarante, sobre a vaza de saída, po-de dificultar a vida à defesa.

Oeste Norte Este Sul 1♥ 2ST* passo?*- Bicolor menor

O que marca com a seguinte mão?♠AJ74 ♥J832 ♦K852 ♣3

Resposta: Um fit de 9 cartas é sempre uma mais-valia, sobretudo quando te-mos também um singleton no segundo naipe do parceiro. Se a intervenção do parceiro tiver sido feita estando o nosso campo vulnerável, considere o salto pa-ra partida, pois será de certeza uma óti-ma aposta. Mas, se a intervenção for não vulnerável não deve ser tão otimista, um salto para 4 ouros será o mais apropria-do, o parceiro fechará em partida se ti-ver uma boa mão. A boa voz: 4 ouros não vulnerável; 5 ouros vulnerável.

MeteorologiaVer mais emwww.publico.pt

Page 41: 3 Maio - PÚBLICO
Page 42: 3 Maio - PÚBLICO

42 | DESPORTO | PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013

Oscar Cardozo festeja com André Almeida um dos dois golos apontados a

Defi nição de “banho turco”: tipo

de banho que consiste em perma-

necer num ambiente quente e hú-

mido, cheio de vapor. Após algum

tempo nesse ambiente, o banhista

mergulha em água fria. O procedi-

mento pode repetir-se várias vezes

mas não é aconselhável a quem te-

nha tensão alta ou sofra de doenças

cardíacas.

Ora, foi precisamente um delicio-

so banho turco que o Benfi ca soube

tomar na segunda mão da meia-fi nal

da Liga Europa, frente ao Fener-

bahçe. Os “encarnados” começa-

ram por sentir os vapores quentes

de um golo marcado cedo, depois

arrepiaram-se com a água fria do

empate turco, mas não se deixaram

congelar e ligaram a tempo a água

quente, saindo reconfortados.

O Benfi ca entrou um nadinha ner-

voso. O ambiente que se vivia na

Luz no arranque da partida pareceu

intimidar até os jogadores da casa.

Mas foi o Fenerbahçe, sem alguns

dos seus habituais titulares devido

a lesão ou castigo (Meireles e Topal,

por exemplo), que mais se ressen-

tiu. A disputar a sua primeira meia-

fi nal da história, o Fenerbahçe co-

meçou cedo a perceber como seria

o resto da sua noite na Luz.

Não tinham ainda passado dez

minutos e Gaitán igualava a elimi-

natória. Veloz e prático, o argentino

desviou para a baliza um cruzamen-

to de Lima, incendiando ainda mais

o estádio.

O mais difícil estava feito. Estava-

se na parte do banho em que o am-

biente estava escaldante e a pele

parecia ferver. A sensação era a de

que bastava esperar mais um pouco

e surgiria o golo que colocaria o Ben-

fi ca em vantagem na eliminatória.

Só que, de repente, veio a parte

da água fria. Um penálti assinala-

do por mão de Garay, num lance

que parecia controlado pela defesa

“encarnada”, deu a Kuyt a hipótese

de igualar o marcador e recolocar a

equipa turca em Amesterdão.

O Benfi ca sentiu a diferença de

temperatura. Ainda teve um cala-

frio numa iniciativa de Moussa Sow.

Foi nesta altura que os benfi quistas

Crónica de jogoJorge Miguel Matias

A delícia de um bBenfi ca está na fi nal da Liga Europa após vencer o Fenerbahçe no Estádio da Luz por 3-1, dando a volta a uma derrota fora de 1-0. Em Amesterdão, dia 15 de Maio, terá pela frente o Chelsea

Positivo/Negativo

Jogo no Estádio da Luz, em Lisboa

Assistência 55402 espectadores

Benfica Artur; M. Pereira a 29’, Garay, Luisão, A. Almeida; Salvio, Matic, E. Peréz a 33’, Gaitán (Roderick, 90’); Lima e Cardozo (Urreta, 88’). Treinador Jorge Jesus

Fenerbahçe, Demirel; Gonul (Bekir, 61’), Korkmaz, Yobo (Stoch, 75’), Ziegler; Sahin (Topuz, 45’), Baroni a 31’, Uçan; Kuyt, Sow e Erkin a 85’. Treinador Aykut Kocaman

Golos Gaitán 9’, Kuyt 23’ (g.p.), Cardozo 35’ e 66’.

Árbitro Stéphane Lannoy (França)

LimaFoi um dos mais movimentados na frente de ataque do Benfica. Desta vez ficou em branco, mas foi fundamental a dar dinamismo à equipa.

GaitánMarcou com um toque de classe o primeiro golo da partida, que tirou as dúvidas sobre as hipóteses de o Benfica dar a volta à eliminatória. E esteve imparável até ao intervalo.

Maxi PereiraEstá uma sombra do jogador que foi noutras épocas. Lento e faltoso. Viu cartão amarelo e não jogará a final.

SalvioCostuma ser um dos jogadores mais desequilibradores da equipa, mas esteve muito apagado.

BENFICA FENERBAHÇE

3 1tornaram o árbitro o seu principal

adversário em campo. Muitos pro-

testos, alguns deles com razão, mas,

acima de tudo, a novela só servia

para desviar as atenções do que

precisavam fazer.

Foi preciso Cardozo “abrir a tor-

neira da água quente” e recentrar o

foco na baliza de Demirel, aprovei-

tando uma falta marcada com rapi-

dez. O paraguaio voltou aos golos na

Liga Europa e colocou o Benfi ca na

frente do resultado mas ainda fora

da fi nal da Liga Europa (na Turquia

o Fenerbahçe tinha ganho por 1-0 e

fazia valer o golo que Kuyt marcara

na Luz).

Mas o Benfi ca voltava à sala de

vapores. O ambiente aquecia mais

uma vez e a segunda parte foi uma

imersão completa. Os “encarnados”

recomeçaram a partida com “fogo

no rabo”. Benefi ciando ainda das

saídas, devido a lesão, de Sahin e

Gonul, a segunda parte manteve

o ascendente do clube da casa. E

a temperatura atingiu o máximo

quando Cardozo benefi ciou de um

ressalto de bola e fez o 3-1. Estava

consumada a reviravolta na elimina-

tória e o Benfi ca garantia a sua nona

fi nal de uma competição europeia,

regressando a um jogo decisivo 23

anos depois da última vez e após de

ter estado muito perto de o conse-

guir há apenas dois anos, quando

perdeu na meia-fi nal com o Spor-

ting de Braga.

Até ao último apito do árbitro,

o Fenerbahçe ainda tentou reagir,

mas não havia ânimo na equipa tur-

ca, que foi assumindo a derrota e a

eliminação com resignação.

No fi nal, a festa no meio do relva-

do com Jorge Jesus aos saltos com os

jogadores foi de arromba. O treina-

dor português, com o bilhete na mão

para a fi nal da Liga Europa, também

tem um motivo muito especial pa-

ra festejar, pois torna-se o treinador

português com mais jogos europeus

à frente de uma equipa portuguesa,

ultrapassando Pedroto. Já os jogado-

res tiveram direito a volta de honra,

uma espécie de aperitivo para o que

os “encarnados” esperam que seja o

resto da época. Para já, duas fi nais

estão garantidas (à da Liga Europa

junta-se a da Taça de Portugal) e foi

dado mais um passo para a época de

sonho que o técnico prometeu.

Page 43: 3 Maio - PÚBLICO

PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013 | DESPORTO | 43

o Fenerbahçe

FRANCISCO LEONG/AFP

A FIGURA DO JOGOCardozoAntes do encontro tinha afirmado que este era o jogo da sua vida e o avançado paraguaio fez por se tornar a figura da partida. Marcou dois

golos decisivos e elevou para seis o número de remates certeiros que soma nesta edição da Liga Europa. Muitas

vezes incompreendido por alguns adeptos do Benfica, que o acusam de ser muito perdulário e lento para avançado, Cardozo continua a responder às críticas que, de quando em vez, surgem com golos. Só esta época já soma 31 em todas as provas. Há seis temporadas no clube, ciclicamente surgem dúvidas quanto à continuidade de Cardozo. Mas a marcar assim, é difícil encontrar argumentos para que o número 7 não seja mimado na Luz. É como diz a letra: “Tenham cuidado, ele é perigoso, é o Oscar ‘Tacuara’ Cardozo.”

banho turco

Vinte e três anos depois, o Benfi ca

está na fi nal de uma competição eu-

ropeia. A última vez havia sido em

1990, ano em que foi derrotado pelo

AC Milan em Viena, por 1-0, no jo-

go decisivo da Taça dos Campeões

Europeus. O jogo de Amesterdão a

15 de Maio frente ao Chelsea será a

nona presença dos “encarnados”

em fi nais europeias (sete na Taça

dos Campeões, uma na Taça UEFA

e uma na Liga Europa) e a primeira

de Jorge Jesus, que consegue lá che-

gar à segunda tentativa, depois de

ter sido eliminado pelo Sporting de

Braga há dois anos.

Será a segunda vez que o Benfi ca

encontra uma equipa inglesa numa

fi nal. A primeira não foi de boa me-

mória para os “encarnados”. A 29 de

Maio de 1968, o Benfi ca orientado

por Otto Glória encontrou-se com o

Manchester United, em Londres, e,

depois de ter aguentado o empate

(1-1) no tempo regulamentar - Bobby

Charlton marcou para o United aos

53’, Jaime Graça empatou aos 79’ –,

não conseguiu resistir aos red de-

vils no prolongamento, perdendo

por 4-1, com golos de Best, Kidd e

Charlton, naquele que foi o primeiro

título de campeão europeu para os

britânicos.

Os anos 1960 foram de ouro pa-

ra o Benfi ca, com cinco presenças

em fi nais. As duas primeiras resul-

taram em triunfos, que quebraram

o domínio, até então total do Real

Madrid. Primeiro, a 31 de Maio de

1961, os “encarnados” derrotaram

o Barcelona em Berna, por 3-2, com

golos de Águas, Coluna e um autogo-

lo de Ramallets. Na época seguinte,

em Amesterdão, o Benfi ca, já com

Eusébio, conquistou o seu segundo

título europeu frente ao Real Madrid,

triunfando por 5-3. Os merengues es-

tiveram a vencer por 2-0, com dois

golos de Puskas, permitiram o em-

pate, por Águas e Cavém, ainda re-

cuperaram o comando do jogo, de

novo por Puskas, mas Coluna nive-

lou o resultado e, depois, o “Pantera

Negra” entrou em acção, marcando

os dois golos do triunfo na capital

holandesa.

Esse foi o último título europeu do

A primeira final europeia de Jorge Jesus será a nona para o Benfica

Benfi ca. Os lisboetas voltam à fi nal no

ano seguinte, mas são derrotados pe-

lo AC Milan em Wembley por 2-1. Em

1965, o Inter de Milão é o carrasco dos

“encarnados”, triunfando por 1-0 em

San Siro, seguindo-se, depois, a der-

rota em 1968 com o Manchester Uni-

ted. Depois disto, o Benfi ca regressa

às fi nais na edição de 1983 da Taça

UEFA, com triunfo do Anderlecht

no conjunto das duas mãos – vitória

belga por 1-0 em Bruxelas e empate

1-1 na Luz. Em 1988, o Benfi ca só caiu

nos penáltis frente ao PSV Eindoven

em Estugarda e, em 1990, um golo de

Rijkaard deu o título ao AC Milan.

Marco Vaza

REACÇÕES

Os jogadores tinham de estar serenos e confiantes porque os golos iam aparecer. A dinâmica foi forte e o adversário não teve argumentos

Estamos em três frentes e queremos ganhar as três. Tudo me correu bem. Estamos na final e estamos tranquilos. Mas temos de pensar já no campeonato

Jorge Jesus

Oscar Cardozo

PUBLICIDADE

As finais

TCE: Taça dos Campeões Europeus

Nota: a vermelho finais ganhas pelo Benfica

1961 BARCELONA 3-2 Berna TCE1962 REAL MADRID 5-3 Amesterdão TCE1963 AC MILAN 1-2 Londres TCE1965 INTER 1-0 Milão TCE1968 MAN. UNITED 4-1 Londres TCE1983 ANDERLECHT 1-0 Bruxelas UEFA ANDERLECHT 1-1 Lisboa UEFA1988 PSV 0-0 Estugarda TCE (6-5 nos penáltis)1990 AC MILAN 1-0 Viena TCE

o o

tos

JOÃOGALAMBA

FRANCISCOMENDES DA SILVA

SEM MODERAÇÃOSEM SENADORES, SEM PANOS QUENTES

O CANAL 15 DA SUA TELEVISÃO

Page 44: 3 Maio - PÚBLICO

44 | DESPORTO | PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013

David Luiz marcou um dos golos do Chelsea em Londres

O Chelsea já disputou duas fi nais

da extinta Taça das Taças e depois

duas fi nais da Liga dos Campeões,

mas agora vai estrear-se no jogo do

título da Liga Europa. Será também

a primeira fi nal dos blues contra

uma equipa portuguesa. No dia 25,

o clube de Londres vai perder o seu

reinado de campeão europeu, mas

pelo menos ontem colocou-se em

posição de vencer outra prova da

UEFA, depois de voltar a derrotar

o Basileia, desta vez em casa e por

3-1. Mas terá de ultrapassar o Benfi ca

para o conseguir.

Victor Moses e o ex-benfi quista

David Luiz, autores dos golos do

triunfo na Suíça na primeira mão

(1-2 ), voltaram a facturar, já depois

de Fernando Torres ter anulado a

vantagem do Basileia, que tinha

inaugurado o marcador através do

egípcio Mohamed Salah no fi nal da

primeira metade.

Apesar do resultado agregado fa-

vorável de 5-2 na meia-fi nal, a elimi-

natória chegou a estar lançada du-

rante uma parte do jogo em Stamford

Bridge, em Londres. O campeão su-

íço entrou melhor no encontro e lo-

go aos 51 segundos o capitão Marco

Streller fi cou em posição de colocar

os visitantes na frente, mas chutou

precipitadamente quando poderia

preparar melhor o remate.

As equipas dividiram as oportuni-

O ainda campeão europeu regressa a uma final

dades no primeiro tempo, embora o

único lucro tenha sido do Basileia.

Aos 9’, Torres assistiu Frank Lam-

pard, mas o internacional inglês

acertou no poste da baliza defendi-

da por Yann Sommer.

Depois foi o próprio espanhol

que, após uma boa combinação

com o belga Eden Hazard, rema-

tou para uma boa intervenção do

guarda-redes suíço. Streller, na

sequência de um cruzamento de

Markus Steinhöfer, disparou forte

de primeira, com a bola a sair um

pouco ao lado. E aos 30’, na área

visitante, foi Ramires, outro jogador

que vai reencontrar o Benfi ca, quem

desperdiçou um lance que começou

com um toque de calcanhar soberbo

de Hazard.

Depois o perigo passou para a ba-

liza de Petr Cech, que aos 39’ teve

de se aplicar perante Salah. O egíp-

cio, contudo, não falhou na próxima

oportunidade: servido por Valentin

Stocker, atirou a contar nos descon-

tos (45+1’).

O Basileia tinha de marcar pelo

menos mais uma vez, mas a forma-

ção de Rafa Benítez, que já disputou

(e ganhou) uma fi nal da Taça UEFA

em 2003-04 ao serviço do Valência,

valeu-se de uma entrada forte após o

intervalo para evitar surpresas. Tor-

res, aos 50’ e numa recarga depois

de um remate de Lampard, marcou

pela sétima vez nos últimos seis jogos

europeus. Dois minutos depois, foi

Moses que aproveitou um primeiro

remate de Torres para bater Sommer.

E não muito depois (57’) surgiu a me-

lhor fi nalização da noite: David Luiz

rematou de fora da área com o pé

esquerdo e fez um grande golo.

O Chelsea tornou-se o primeiro

campeão europeu em título a apu-

rar-se para a fi nal da Liga Europa.

STEFAN WERMUTH/REUTERS

Liga EuropaManuel Assunção

O Chelsea voltou a bater os suíços do Basileia e vai disputar a final da Liga Europa com o Benfica, em Amesterdão

Breves

Espanha

Inglaterra

Irão

Suspeita após goleada ofende técnico do Deportivo

Villas-Boas satisfeito com possível regresso de Mourinho

Toni admite abandonar o Tractor no final desta época

O treinador do Deportivo da Corunha, Fernando Vásquez, disse ontem que o “‘deportivismo’ está ofendido” perante as suspeitas levantadas na goleada de 4-0 ao Levante, cujo jogo estará sob investigação da Liga de futebol. “Não fizemos nada de especial”, referiu o treinador da equipa galega, na qual jogam os portugueses Pizzi, Bruno Gama, Sílvio, Nélson Oliveira, André Santos, Diogo Salomão e Zé Castro.

O português André Villas-Boas, treinador do Tottenham, defendeu ontem que “seria espectacular” o regresso a Inglaterra de José Mourinho, actual técnico do Real Madrid, lembrando que o compatriota tem “uma história fantástica” neste campeonato britânico. “Tê-lo de volta seria espectacular e uma grande aquisição para a Premier League, onde tem uma história fantástica”, sustentou Villas-Boas.

Toni, treinador português do Tractor, deverá abandonar o clube iraniano no final da época, depois de ter praticamente assegurado o terceiro lugar no campeonato e a qualificação para a Liga dos Campeões asiática de futebol. Ontem, o técnico admitiu à Lusa antecipar o regresso a Portugal, apesar de sublinhar que ainda não recebeu qualquer carta de despedimento.

Vítor Pereira acredita que o título já não irá escapar ao rival Benfica

Continuam as trocas de golpes en-

tre FC Porto e Benfi ca. Ontem, na

conferência de imprensa de Vítor

Pereira para a antevisão do jogo

com o Nacional, que se disputará

amanhã, os temas dominantes vol-

taram a ser o Benfi ca-Sporting de

há duas semanas e as arbitragens.

“Gostava que fosse limpinho, lim-

pinho, limpinho, mas é um campe-

onato que fi ca manchado e passa a

sujinho, sujinho, sujinho, por um

jogo inadmissível há duas jornadas

atrás”, referiu o técnico portista, ci-

tado pela agência Lusa.

Pelo meio, Vítor Pereira atirou a

toalha ao chão e considerou que o

título já não escapará ao rival Benfi -

ca. O FC Porto já não depende de si

próprio e o seu treinador sugere que

as “águias” não perderão pontos nas

recepções a Estoril e Moreirense. “O

Estoril pode exibir-se num grande

nível, mas de uma forma ou de outra

os três pontos vão lá fi car”, referiu

Vítor Pereira.

O que o treinador reconheceu foi

que FC Porto e Benfi ca se destacam

dos restantes 14 clubes da Liga “em

termos de resultados, regularidade

e qualidade de jogo”. “Há duas jor-

nadas, diria, com legitimidade, que

o título ia ser discutido até ao fi m,

mas, neste momento, e depois das

duas últimas rondas, já não acredi-

to nisso.”

Vítor Pereira atira a toalha ao chão e fala em campeonato “sujinho, sujinho”

Vítor Pereira pode não ser favorito

para revalidar o título, mas mostrou-

se orgulhoso com o seu trabalho e

com o estilo da equipa. “Há gente

que gosta de muitos golos e desde

que marque mais golos do que o ad-

versário não se importa de sofrer

muitos. Eu não sou assim. Gosto de

um futebol de domínio com bola,

não gosto que a minha equipa pas-

se a maior parte do tempo a correr

atrás da bola e isso é uma identidade

deste FC Porto: domina o adversá-

rio, domina com bola e retira-lhe a

iniciativa.”

E Vítor Pereira prosseguiu nos

méritos da qualidade do seu plan-

tel: “Muitos golos marcados, mui-

tos poucos golos sofridos e muito

mais posse de bola do que os ad-

versários.”

Amanhã, os “azuis e brancos”

deslocam-se ao Funchal, onde só

um triunfo lhes interessa na pers-

pectiva de manter possibilidades de

chegar ao tricampeonato. Se, pelo

contrário, não somarem qualquer

ponto, deixam o título à mercê do

Benfi ca já nesta 28.ª jornada.

Pereira realça a difi culdade que

os clubes visitantes costumam en-

contrar no Estádio da Madeira, casa

do Nacional. “Vamos encontrar um

adversário difícil, num campo difí-

cil, que possui jogadores de qualida-

de, mas vamos para honrar o nosso

trabalho, a nossa qualidade de jo-

go e conquistar os três pontos. De

outro modo, não seria admissível”,

sublinhou.

Alex Sandro é a grande dúvida dos

portistas para esta deslocação à Ma-

deira. No treino de ontem, o lateral

esquerdo brasileiro, que teve de ser

substituído no intervalo do jogo do

FC Porto com o Vitória de Setúbal,

não trabalhou a 100%.

FutebolManuel Assunção

Treinador do FC Porto não acredita que o título escape ao Benfica e volta a falar de arbitragens antes da viagem ao Funchal

JOSÉ MANUEL RIBEIRO/REUTERS

Page 45: 3 Maio - PÚBLICO

PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013 | 45

Ricardo Santos começou a sua par-

ticipação no Volvo China Open em

bom plano, com uma volta inaugu-

ral de 70 pancadas ao campo Binhai

Golf Club (Par 72), em Tianjin, 130

quilómetros a sudeste de Pequim. O

que lhe deu o 11.º lugar, empatado

com 14 jogadores. Quatro panca-

das separam-no do líder isolado – o

holandês Robert-Jan Derksen (66)

– e apenas duas do trio de segun-

dos classifi cados, composto pelo

tailandês Kiradech Aphibarnrat,

o francês Raphaël Jacquelin e o

australiano Brett Rumford, todos

com 68.

O português, que ocupa a 31.ª po-

sição na Corrida ao Dubai, a ordem

de mérito do European Tour, pro-

cura regressar aos bons resultados

depois de ter falhado o cut nos seus

últimos três torneios – em Nova Deli,

Malásia e Valência. A volta de on-

tem é um primeiro passado nesse

sentido.

A jogar as duas primeiras voltas

num grupo com o australiano Ma-

rk Brown (75 a abrir) e o chinês Yi

Cao (78), Santos teve um bom iní-

cio, com birdies nos buracos 2, 3 e

6 que o deixaram com 3 abaixo do

par. No entanto, jogou o resto do

percurso em 1 acima do par, com

dois bogeys (no 9 e no 13) contra só

mais um birdie (18).

Robert-Jan Derksen, o coman-

dante, não consegue nenhum top

10 há mais de dois anos e não vence

há mais de oito, ele que soma dois

triunfos no circuito europeu – Du-

bai Desert Classic de 2003 e Open

da Madeira de 2005. No seu encal-

ço directo, Raphaël Jaquelin e Brett

Rumford mostram-se em grande

forma, tendo o primeiro vencido o

Open de Espanha há duas semanas

e o segundo o Ballantine’s Cham-

pionship (Coreia do Sul) domingo

passado.

Uma das atracções do Volvo Chi-

na Open é o chinês Wo-cheng Ye,

que, com 12 anos e 242 dias, tornou-

se ontem o mais novo de sempre a

competir numa prova do European

Tour, superando assim o seu compa-

triota Tianlang Guan, com 13 anos

e 177 dias.

Ricardo Santos estreia-se em 11.º na China

Golfe Rodrigo Cordoeiro

Português esteve em bom plano no primeiro dia, com uma volta inaugural de 70 pancadas no Volvo China Open

Gastão Elias vai agora defrontar o suíço Stanislas Wawrinka

João Cunha Silva (em 1992), Nuno

Marques (1995), Frederico Gil (2006,

2008 e 2010), Rui Machado (2010),

João Sousa (2012) e Gastão Elias.

O tenista nascido há 22 anos nas

Caldas da Rainha é o sexto tenista

português a atingir os quartos-de-

fi nal do Portugal Open. Ao obter a

segunda vitória consecutiva sobre

um top 50 no Jamor, Elias confi rmou

igualmente o estatuto de número

um português no próximo ranking

ATP; no torneio luso, ainda quer

mais.

“Sem dúvida que é um orgulho

muito grande fazer parte desse le-

que de portugueses a chegar aos

‘quartos’. Tenho de aproveitar a

onda e tentar ir mais longe”, frisou

Elias (113.º ATP) após eliminar o uz-

beque Denis Istomin (50.º), por 3-6,

6-1 e 6-4, em pouco menos de duas

horas. Após um primeiro set domi-

nado por Istomin, o tenista portu-

guês aproveitou o maior número de

apoiantes nas bancadas para reagir

e soltar o seu ténis. Tudo estava bem

encaminhado quando, no terceiro

set, liderou por 4-3, cometeu duas

duplas-faltas e sofreu o break, mas

emendou de imediato e serviu para

fechar.

“Comecei um pouco nervoso, não

tão agressivo, ao contrário do Denis.

No segundo set, o primeiro jogo foi

muito importante, pois recuperei

Elias também é quarto-finalistano Portugal Open

de 0-40 e esse talvez tenha sido o

ponto de viragem. A partir daí, tive o

controlo dos pontos e do jogo. Mes-

mo quando perdi o serviço no fi nal

do set, estive confi ante porque sabia

que tinha o ascendente no encon-

tro”, esclareceu Elias, para quem os

recentes resultados estão assentes

na melhoria do seu jogo defensivo.

“Saía dos pontos muito rapidamente

e como estou mais forte fi sicamente,

aguento-me mais tempo no ponto”,

explicou.

Hoje, às 13h50, Elias defronta o

segundo jogador mais cotado do

torneio, o suíço Stanislas Wawrinka

(16.º) que se estreou ontem no Por-

tugal Open – fi cou isento da ronda

inicial – com uma dura vitória sobre

o espanhol Albert Ramos (57.º), só

concretizada ao fi m de uma hora e

45 minutos: 1-6, 6-3 e 6-4.

“Vamos ver se é desta que ele pa-

ga um jantar. É um pouco forreta”,

brincou Pedro Sousa. Nem o núme-

ro três português nem Frederico Gil

puderam acompanhar a exibição do

compatriota, pois estavam a discutir

um lugar nas meias-fi nais de pares

com Fabio Fognini e Daniele Brac-

ciali. Mas Fognini desequilibrou o

encontro a favor dos italianos, que

venceram, por 6-3, 6-4.

A fechar a jornada, o número três

da lista de favoritos, o italiano An-

dreas Seppi (18.º) ganhou o primei-

ro encontro no Jamor, derrotando o

colombiano Alejandro Falla (65.º),

por 6-4, 6-0.

No torneio feminino, Anastasia

Pavlyuchenkova (19.ª) deu um pas-

so importante rumo à fi nal ao ven-

cer a também russa Elena Vesnina

(28.ª), por 6-3, 6-7 (3/7) e 7-6 (7/3). A

adversária de hoje (10h25) da pupila

de Martina Hingis é a suíça Romina

Oprandi (53.ª).

JOSÉ SARMENTO MATOS

TénisPedro Keul

Jogador português eliminou o uzbeque Denis Istomin, 50.º do ranking mundial, em pouco menos de duas horas

fugas.publico.pt

Disponível em formato digital

Publico.pt/digital/assinaturas

Capa

Passeio

Dormir

Epic Sana Algarve

Um épico na natureza

algarvia

Vila Velha do Ródão Portas e varandas do Tejo

Animação turística Lisboa e Porto como nunca as tínhamos visto antes

SÁBADO

Page 46: 3 Maio - PÚBLICO

46 | PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013

ESPAÇOPÚBLICO

EDITORIAL

Bons exemplos, contas amargas

Écomo se os líderes europeus tivessem

aderido a uma nova religião: a

do crescimento e do combate ao

desemprego. A homilia faz-se ouvir

em todos os horizontes do continente.

Em Bruxelas, o novo primeiro-ministro

italiano, Enrico Letta, ouviu uma resposta

meramente consoladora do presidente da

Comissão Europeia, Durão Barroso, aos

seus apelos para uma estratégia europeia

contra o pesadelo do “desemprego jovem”.

Em Lisboa, o presidente do Conselho

Europeu, Herman Van Rompuy, honrou

a sua reputação de homem de diálogo ao

aplaudir ao mesmo tempo a austeridade de

Passos Coelho e a defesa do crescimento

de António José Seguro. Somos o “bom

exemplo”, disse Rompuy. Na próxima

fase todos teremos que pensar mais no

A Europa continua presa no labirinto da sua indecisão e a evitar estratégias consequentes

crescimento e no emprego, acrescentou.

Onde fi ca a próxima fase? Ninguém sabe.

Porque as belas frases parecem colidir

continuamente na barreira das contas

amargas. Letta regressou a Roma para

encontrar um relatório preocupante da

OCDE sobre a economia italiana. Passos

Coelho prepara-se para apresentar hoje

mais cortes. E aos belos gestos parece

estar reservado um destino idêntico. Mario

Draghi, presidente do BCE, anunciou a

descida para um novo mínimo histórico

das taxas de juro. Mas o próprio Draghi

teme que a medida não venha a ter efeitos

reais na economia. Tal como os apelos

ao crescimento que não se traduzem em

estratégias efectivas, também esta mexida

nas taxas de juro não chega para reanimar

a economia. E a pergunta continua a ser

a mesma: por que não segue o BCE o

exemplo de outros bancos centrais, como a

Reserva Federal norte-americana? Noutra

dimensão, poder-se-ia perguntar: por que

é que uma preocupação comum com o

desemprego não se traduz em políticas

concretas? E por quanto tempo poderá a

Europa permanecer bloqueada no labirinto

das suas indecisões?

Nos EUA a loucura das armas continua

Uma menina foi morta a tiro pelo

irmão, em Cumberland, Kentucky.

Não foi nenhuma vingança nem um

ajuste de contas, porque a menina

tinha dois anos e o rapaz cinco (ver

pág. 23). Foi aquilo a que o médico legista

resolveu chamar “um acidente estúpido

como tantos outros”. Mas o médico

legista não escolheu bem as palavras. Se

o menino tivesse recebido de presente

uma bicicleta ou mesmo uma arma de

plástico, a irmã estaria viva. Mas recebeu

uma arma verdadeira. E estava carregada.

E ele, naturalmente, quis experimentá-la.

É mais um episódio inominável na velha

saga americana da posse de armas a todo o

custo. Mesmo com “acidentes” destes, os

americanos continuam a incentivar a posse

de armas a menores. Há até espingardas

cor-de-rosa para as meninas e nada garante

que uma qualquer delas não sirva para

matar, certamente noutro “acidente

estúpido”, mais crianças. Abrirão algum

dia os olhos os fanáticos do armamento?

Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores

CARTAS À DIRECTORA

O PÚBLICO ERROU

Fátima Felgueiras???

Fiquei indignado, confesso, quando

soube que o PS convidou Fátima

Felgueiras para ser candidata à

Assembleia Municipal de Felgueiras

para as eleições autarquicas de

2013. Não há dúvida de que para

o PS, como para os outros, a

honestidade, a rectidão, o carácter,

o amor à verdade, a existência de

escrúpulos, o ser incorruptível e

a não-fuga à justiça (não esquecer

que Fátima Felgueiras fugiu para

o Brasil) são valores que nada

valem. Fátima Felgueiras até já

foi expulsa do PS, mas para o

PS, como agora se vê, a lógica da

política é igual á do futebol mais

mesquinho, isto é, o importante é

ganhar, sem levar em consideração

os métodos utilizados. Como é que

a pensar desta forma será possível

ao PS, uma vez governo, valorizar

os valores das pessoas e colocar

Portugal a ser governado por

As cartas destinadas a esta secção

devem indicar o nome e a morada

do autor, bem como um número

telefónico de contacto. O PÚBLICO

reserva-se o direito de seleccionar

e eventualmente reduzir os textos

não solicitados e não prestará

informação postal sobre eles.

Email: [email protected]

Contactos do provedor do Leitor

Email: [email protected]

Telefone: 210 111 000

pessoas honestas e tecnicamente

capazes? Pobre Portugal!

Infelizmente, não tens ninguém

que seja capaz de te governar com

verticalidade. Os que o seriam

não têm coragem nem estão

dispostos para tal, ou por medo ou,

principalmente, porque a politica

tem estado entregue, há vários

anos, aos incompetentes e, por tal

facto, não querem comparações.

Manuel Morato Gomes

Senhora da Hora

Finórios

Gostaria imenso de contar aqui

uma habilidade que ouvi há muitos

anos e que resumidamente, pois

não me consigo lembrar com

exactidão mas tratava-se de

um indivíduo que entrava num

estabelecimento e no acto de

pagamento dava uma nota ao

comerciante, recebia o troco,

voltava a devolver o artigo, recebia

a nota, devolvia o troco e isto

repetido e executado com tal

mestria que no fi m abandonava o

estabelecimento com o artigo e com

mais dinheiro com que entrara.

Não pensem que o meu lamento é

não vos poder ensinar a habilidade,

pois apesar de atravessarmos

uma época de necessidades, sei

que quem me lê seria incapaz de

cometer tal desonestidade. O que

me fez recordar tal habilidade

é simplesmente a situação que

pensionistas e funcionários

públicos estarem sujeitos a uma

safadeza semelhante. É que o

Governo, em tão pouco tempo,

inventou o subsídio de Natal em

duodécimos e logo de seguida

converteu-o em duodécimos mas

de férias. Como se não bastasse,

são as mudanças contínuas no

calendário de acordos concertados

e as ameaças de alterações com

efeitos retroactivos em direitos

adquiridos, fazendo-me temer

o pior. Ou seja, tal como o

comerciante do início desta carta,

antevejo que no fi m, e com as

contas já fechadas, o mais certo

será sermos também vítimas de

tanta trapalhice. Será que esta

gente tem prazer em castigar quem

não merece?

Jorge Morais, Porto

No trabalho publicado ontem com

o título “Enfermeiros querem ser

os primeiros a avaliar utentes nos

centros de saúde”, o actual rácio

é de um enfermeiro e meio por

cada médico em Portugal (como

está no gráfi co) e não cinco, como

se refere no artigo, por erro. Além

disso, a localidade dos Açores onde

arrancou uma experiência-piloto

de criação de fi gura de enfermeiro

de família é Vila Franca do Campo e

não Vila do Campo.

Page 47: 3 Maio - PÚBLICO

PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013 | 47

“Desaparece, idiota”, disse Sarkozy...

Estávamos em Fevereiro de

2008. Nicolas Sarkozy era

Presidente da República

Francesa e estava numa visita

ofi cial ao Salão da Agricultura.

Como todos os políticos que

se prezam, ia distribuindo

sorrisos e apertos de mão. Um

dos visitantes recusou apertar-

lhe a mãe e disse-lhe: “Não me

toques. Sujas-me!” (“Ne me touche pas, tu

me salis!”). Sarkozy rosnou: “Desaparece,

idiota !” (“Casse-toi alors, pauvre con!”).

Este curto diálogo político entre

governante e governado foi fi lmado e

correu mundo na altura. Passados cinco

anos, ganhou, de novo, actualidade, graças

ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos

(TEDH), que se debruçou, no passado dia

14 de Março, sobre esta réplica de Sarkozy

na sua decisão no caso Eon c. França.

Hervé Eon era um cidadão francês que,

cerca de seis meses depois da breve troca

de palavras referida, decidiu aproveitar

a ida de Sarkozy a Laval para exibir um

pequeno cartaz à sua passagem com a

mesma expressão: “Casse toi pov’con!”.

Foi imediatamente interpelado por

polícias e, posteriormente, levado a

julgamento pelo Ministério Público,

pelo crime de ofensa ao Presidente da

República. Foi julgado pelo Tribunal

de Grande Instância de Laval que, na

sentença, fez as seguintes considerações:

“(...) No dia da visita do Presidente (...)

Eon ( ... ) achou uma boa ideia exibir um

cartaz em que estava escrita uma cópia,

servida a frio, de uma célebre réplica e

inspirada por uma afronta imediata. Se o

réu não tivesse tido a intenção de ofender,

mas apenas a intenção de dar uma lição

de boa educação incongruente, não teria

deixado de, no cartaz, fazer preceder

a frase “Desaparece, idiota!” por uma

fórmula do tipo “Não se diz:”.

E acrescentou o tribunal de Laval: “Ao

fazer estritamente sua a réplica, o réu

não pode validamente sustentar que não

tinha a intenção de ofender. A questão de

dois pesos, duas medidas, evidentemente

subjacente, não se coloca, já que a

lei protege a função de Presidente da

República e o senhor Eon não pode ter a

pretensão, como simples cidadão, de ser

tratado de igual para igual. O crime de

ofensa ao Presidente da República está

assim perfeitamente caracterizado”.

E Eon, dados os seus 450 euros de

rendimento mensal, foi condenado numa

pena de multa de 30 euros, suspensa na

sua aplicação.

Nem Eon nem o Ministério Público

fi caram contentes, tendo ambos recorrido

para o Tribunal de 2.ª Instância de Angers,

que, no entanto, confi rmou a sentença

da 1.ª instância. Para este tribunal de

recurso, dúvidas não existiam do carácter

ofensivo da expressão em causa, sendo

certo que Eon não podia invocar qualquer

boa-fé, já que era um militante socialista

de longa data que tinha perdido, dias

antes, a luta que travara em defesa de

uma família turca que se encontrava

em França em situação irregular e que

acabara por ser expulsa. No entender

do tribunal de recurso, estes factos e a

própria natureza da expressão utilizada

no cartaz revelavam uma premeditação

incompatível com a falta de intenção de

ofender ou qualquer boa-fé. Acrescia,

ainda, o facto de Eon se ter recusado a

pedir desculpas.

O caso foi parar ao TEDH. Eon queixou-

se de ter sido violada a sua liberdade de

expressão consagrada na Convenção

Europeia dos Direitos Humanos (CEDH).

O Estado francês, pelo seu lado, defendeu

a justeza da condenação de Eon, já que

ofendera o Presidente da República com

expressões que em nada contribuíam

para um debate de interesse público e

a condenação tinha sido extremamente

moderada.

O TEDH considerou que a condenação

de Eon constituía uma interferência na sua

liberdade de expressão, mas que estava

prevista na lei e era legítima, já que visava

proteger a reputação de terceiro, pelo que

só havia que apurar se tal interferência

era “necessária numa sociedade

democrática”.

E para o TEDH aquilo que para as

instâncias nacionais francesas constituía a

prova da “culpabilidade” de Eon – o facto

de ser um militante político que dias antes

fora derrotado na sua luta em defesa de

uma família turca – era, pelo contrário, a

prova do carácter político da expressão

utilizada e da

desnecessidade

da sua supressão

numa sociedade

democrática.

Sendo certo que

Eon ao utilizar

a expressão em

causa tinha optado

por exprimir a

sua crítica sob

a forma de uma

“impertinência

satírica”; e a sátira,

como forma de

comentário social

e de expressão

artística, dada

a deformação e

o exagero que a

caracterizam, visa exactamente “provocar

e agitar”, pelo que qualquer interferência

na mesma deve ser analisada com especial

cuidado, de forma a evitar “um efeito

dissuasor” sobre tais intervenções que

podem ter um importante papel numa

sociedade democrática.

E, assim, o TEDH considerou que a

condenação penal de Eon, embora numa

pequena multa, constituía uma violação

da liberdade de expressão consagrada na

CEDH.

Advogado. Escreve à [email protected]

O debate politico também inclui a sátira e a provocação

Francisco Teixeira da MotaEscrever direito

Quem conta um conto

Começaram ontem a circular

as novas notas de cinco

euros. Vêm mesmo a calhar.

Estávamos todos fartos das

velhas, a que antigamente

chamávamos notas de um

conto de réis. Simpaticamente,

o Banco de Portugal emitiu

um PDF aliciante chamado

“Fique a conhecer a nova nota

de 5 euros”. Pouparam-nos um ponto de

exclamação, graças à contenção.

Gastou-se uma fortuna não só a desenhar

como a imprimir as novas notas de conto.

Parece que se está a falar de um papel

erótico: “Toque e sinta a nota. O papel é

fi rme e ligeiramente sonoro”. Ou de uma

obra de arte: “Observe a nota contra a luz.

Torna-se visível uma imagem esbatida, que

apresenta os algarismos representativos

do valor da nota e uma janela”. Note-se

que estas dez últimas palavras reduzem-se

a um único carácter: 5. Nos “Elementos

novos” gaba-se que “no fi lete de segurança

da nova nota vê-se o símbolo do euro (€),

ao passo que no fi lete de segurança das

notas da primeira série fi gura a palavra

‘EURO’”. Vejam só, que selvagens e literais

que nós éramos. E não só: “Na nova nota,

o holograma inclui também um retrato da

Europa e uma janela”. É lindo.

Mais: “O número brilhante no canto

inferior esquerdo apresenta um efeito

luminoso de movimento ascendente e

descendente. Dependendo do ângulo de

observação, o número também muda de

cor, passando de verde-esmeralda a azul-

escuro”. É como o mar, descrito por um

mau crítico de arte, a nova nota de conto.

Só é pena não dar para comer um bitoque.

Miguel Esteves CardosoAinda ontem

BARTOON LUÍS AFONSO

Page 48: 3 Maio - PÚBLICO

48 | PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013

Nem consenso, nem dissenso, isto é mais “sonsenso”

Não se preocupem. Afi nal estamos

todos de acordo. O que é preciso

é dar prioridade ao crescimento

e ao emprego. A austeridade é

uma coisa do passado, ou quase

do passado. Não fossem alguns

teimosos — a Merkel, o Gaspar

— e já estaríamos de novo no

paraíso. Até o Cavaco voltaria a

ser bem-amado.

Numa altura em que tanto se fala de

“consenso”, este é o consenso vigente. Basta

ler os jornais e olhar para as televisões.

Só não se percebe é por que continuam

todos a gritar uns com os outros, a trocar

cartas de amor e desamor e a dar murros

na mesa. Talvez porque as aparências

iludem, e porque todo este discurso sobre

o “consenso” não passa de uma ilusão.

De uma dupla ilusão. Primeiro, a de que

sabemos do que falamos quando falamos de

“crescimento e emprego”. Depois, a de que o

melhor da política é a convergência, a união,

o sermos todos muito amigos e estarmos

todos de mãos dadas.

UM DOS PRIMEIROS alçapões do

“consenso” sobre o crescimento e o emprego

é a ideia de que se houver mais crédito

na economia haverá mais investimento

e mais desenvolvimento. É esse o ponto

comum entre as propostas do ministro da

Economia e as apresentadas no Congresso

do PS. É um “consenso” simpático, não

magoa ninguém, mas que esbarra em duas

difi culdades. Por um lado, Portugal teve

crédito abundantíssimo durante os dez anos

sem crescimento que antecederam a crise.

Nessa altura não foi por falta de dinheiro que

não houve bons investimentos, antes foi por

abundância de dinheiro que se realizaram

investimentos desastrosos e se estimulou o

consumo até níveis que levaram aos actuais

níveis de endividamento público e privado.

Por outro lado, os bancos, cujo negócio é

emprestarem dinheiro, têm referido que

faltam é boas propostas de investimento, e

ainda não os vi serem desmentidos.

Ou seja, há “consensos” que pouco nos

adiantam, pois seguem o caminho fácil de

tentar agradar a todos. São consensos moles

que não levam a parte alguma, ou então

levam de regresso aos hábitos desastrados

das últimas décadas. São consensos que não

nos servem.

HÁ UM OUTRO TIPO de “consenso” que

também tem vindo a fazer o seu caminho.

É o que coloca a resolução de boa parte dos

nossos problemas não em Lisboa, mas em

Berlim e em Bruxelas. É o consenso que

diz que não está nas nossas mãos a solução

dos problemas que enfrentamos, mas

sim nas mãos daqueles com quem temos

de renegociar os nossos compromissos.

Se olharmos para as propostas saídas do

congresso do PS, verifi camos que a maioria

delas depende ou da boa vontade dos

nossos credores ou de mudanças radicais

e pouco prováveis de políticas europeias.

Uma parte do discurso do Presidente no

25 de Abril também foi por esse caminho

e o PS até o teria aplaudido se não tivesse

reagido de forma tão sobreexcitada à

reafi rmação por Cavaco daquilo que devia

ser uma evidência para todos os actores

políticos: que ele não interromperá a

legislatura enquanto houver um governo

com maioria parlamentar.

Esta forma de criar consensos e fazer

política não deixa de ser curiosa. Face

às agruras do presente, promete-se um

amanhã radioso que não depende de nós

mas de quem nos empresta o dinheiro de

que continuamos a necessitar para salários

e pensões. Tudo sem sequer tentar perceber

se Berlim ou Bruxelas mostram a mais

pequena vontade de nos fazer a vontade. É

um consenso fácil, sem custos políticos.

MAS O MAIS ANGUSTIANTE em todo este

debate sobre o “consenso” é que ninguém

parece preocupado com o facto de não

existirem sequer bases para construir esses

desejados consensos. Nem para o consenso

sobre o “crescimento e o emprego”,

reivindicado pelo

PS, nem para o

consenso sobre

a “reforma do

Estado”, pedido

pela maioria.

Não existem bases

para os desejados

“consensos”

porque, na

verdade, nem

sequer conhecemos

os pontos de

partida, isso é,

as plataformas

negociais do

Governo e das

oposições. No

domínio das

políticas de

crescimento, por

exemplo, de um

lado e do outro

parece existir

acordo em que

não será possível

baixar os impostos

num horizonte

temporal curto, quando o acordo devia

ser exactamente o contrário, ou seja, que

sem baixa da carga fi scal será sempre

difícil estimular o crescimento económico,

pelo que a discussão devia ser sobre como

tornar possível a descida de impostos.

Mas não: com base na esperança de que o

crescimento permita aumentar as receitas

e, depois, diminuir os impostos, não se

tomam as únicas medidas capazes de

possibilitar esse mesmo crescimento. Isto

sim é uma espiral recessiva.

MAIS SIGNIFICATIVO é o que se passa com

o tema da reforma do Estado. Na retórica,

todos estão de acordo. Governo e oposição.

Colunistas e “senadores” de todos os

matizes. Mas muito poucos, ou nenhuns,

dizem o que entendem por “reforma do

Estado”. Apenas cruzam acusações sobre o

“Estado mínimo” e o “Estado social”.

Em Portugal (mas não só, não só)

há a ideia de que tudo é um problema

tecnocrático ou, então, um problema de

abusos. De que os problemas dos sistemas

de ensino ou de saúde se resolvem com

uma melhor gestão ou com o fi m dos

privilégios. À esquerda ou à direita poucos

põem em causa os modelos existentes e

quase ninguém diz aquilo que devia ser

óbvio: sem questionarmos esses modelos

não seremos capazes de realizar os “cortes

estruturais na despesa” que todos parecem

reclamar – até mesmo os que barafustam

contra o “fi m do Estado social”.

QUANDO FALAMOS de questionar

os modelos existentes falamos de

discutir o actual equilíbrio entre o

que é responsabilidade do Estado e o

que é responsabilidade dos cidadãos e

das famílias. No nosso modelo actual

existe a ideia subjacente de que tudo é

responsabilidade do Estado. E o que ainda

não é (como a compra de medicamentos

Alguém conhece as propostas sobre a reforma do Estado do PS, do PSD ou do CDS? Então querem consensualizar o quê?

ou de livros escolares), um dia há-de ser.

Não custa a perceber que assim a despesa

pública em funções sociais só pode

continuar a subir de forma exponencial.

Mesmo os melhores gestores do mundo só

conseguiriam conter esse crescimento, não

invertê-lo.

Reformar o Estado tem pois de passar por

saber que peso e função deve ter o Estado

em todas as áreas sociais. E onde deve haver

um maior envolvimento dos cidadãos e das

famílias. Quer através de mais liberdade

de escolha, quer de novos sistemas de

fi nanciamento das funções sociais. No

entanto, qual é a posição do PSD sobre,

por exemplo, a liberdade de escolha na

Educação? E a do PS? E o que pensam esses

partidos de seguros de saúde inspirados

no modelo da ADSE? Nada. Quando

muito pensam o que pensa o responsável

do momento para essa área. O mesmo

podemos dizer de 99% dos comentadores

que enxameiam o espaço público. Todos

pedem a “reforma do Estado”, ninguém

diz o que entende por isso. Por medo, por

ignorância ou por conformismo.

NUMA DEMOCRACIA menos histérica

do que a nossa não estaríamos a discutir

o “consenso”. Ou pelo menos não

discutiríamos o consenso pelo consenso.

Estaríamos, isso sim, a negociar e a tentar

chegar a acordos equilibrados. Os partidos

negociariam a partir de posições que

lhe conheceríamos com antecedência.

Cederiam numas coisas, ganhariam

noutras. Fariam compromissos algures a

meio caminho porque conheceriam o seu

ponto de partida. Mas não. O único ponto

de partida dos partidos portugueses é o de

agradarem ao maior número possível de

eleitores, por isso tudo o que aceitarem em

tempos difíceis será para eles uma perda.

De votos. E depois de lugares.

Neste quadro, o “consenso” acaba

facilmente por se transformar na razão

de dissenso. Basta pensar no discurso do

Presidente. Antes de começar a falar, as

bancadas da maioria tremiam de ansiedade;

quando começou a falar, percebeu-se

que, sempre que dava uma no cravo,

acrescentava outra na ferradura, mas só

estas eram recebidas com palmas; no fi nal,

as palmas de uma maioria antes ansiosa

tinham irritado a tal ponto o PS que este

decretou o fi m do “consenso” exactamente

quando o Presidente o tentava. E este, que

enviara recados em todas as direcções,

ainda não deve ter percebido bem o que lhe

aconteceu.

Tudo isto mostra até que ponto a retórica

do “consenso” é antes de tudo o mais

fruto de tempos que mais propriamente

poderíamos chamar de “sonsenso”. Ou de

sonsice.

Jornalista. Escreve à [email protected]

DANIEL ROCHA

Em Portugal procuram-se acordos sem querer discutir nada de essencial. Talvez porque não se sabe o que é mesmo essencial

José Manuel FernandesExtremo Ocidental

Page 49: 3 Maio - PÚBLICO

PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013 | 49

DANIEL ROCHA

O Dia do Trabalhador

Foi, realmente, o dia dos

desempregados. Porque é

provável que, nas manifestações

da UGT e da Intersindical,

houvesse mais desempregados,

que vivem nas maiores

difi culdades e muitas vezes com

fome, do que trabalhadores. E

isto não só em Lisboa mas por

todo o país.

A insensibilidade moral deste malfadado

Governo, cada vez mais indiferente ao

povo, cujos ministros, agarrados ao poder,

como as lapas às rochas, não podem sair

à rua, apesar de rodeados de seguranças,

sem serem vaiados, é uma situação

verdadeiramente alarmante, intolerável e a

que nunca tínhamos assistido antes.

Que pensam o primeiro-ministro e os

ministros e secretários de Estado quanto ao

futuro? Certamente julgam que vão poder

fugir para o estrangeiro, porventura bem

providos com o dinheiro que amealharam,

enquanto o tiraram ao povo? Ao mesmo

tempo, foram conscientemente destruindo

a classe média.

O Paulinho das feiras pensará que é

tão responsável ou mais do que os outros

ministros do Governo a que pertence, que

pode voltar a dar beijinhos às peixeiras

e a fazer-lhes promessas? Julgará que as

mulheres dos mercados e das feiras são

parvas? E que continuarão a acreditar

nele, quando aceitou todas as humilhações

que o primeiro-ministro lhe fez e nunca

teve coragem para se demitir do Governo?

Porque as ameaças são palavras. Não são

actos, e, esses, nunca teve coragem de os

praticar...

No dia em que os desempregados e os

trabalhadores se manifestaram em nome

das duas centrais sindicais, o primeiro-

ministro, com a desfaçatez absoluta que

o caracteriza, falava à televisão, acusando

os seus adversários de demagogia. Ele, o

grande demagogo, que cada vez que fala

diz coisas diferentes e que tem prometido

tudo e o seu contrário, ignorando os

milhares de portugueses — mulheres

e homens — que têm fome e alguns,

infelizmente, são obrigados a ir buscar

alimentos aos caixotes do lixo e outros

a emigrarem, em busca de trabalho, as

crianças que têm fome, quando não vão às

escolas, os doentes que não têm dinheiro

para chegar aos hospitais que restam e

para pagarem o que agora lhes impõem?

Em que país vive este homem que ignora

as pessoas, só sabe — e mal — falar de

dinheiro e só diz aos portugueses coisas

contraditórias em que já ninguém de bom

senso acredita?

Será que, sendo assim, ainda algum

responsável o pode respeitar ou sequer

tomar a sério quanto ao que diz? Não é

provável. Faça o que lhe gritou o povo:

“Está na hora, está na hora, de o Governo

se ir embora”. Enquanto é tempo. Tenha

vergonha! A única

pessoa que lhe disse

para fi car — e ao

seu desacreditado

ministro das

Finanças — foi

o Presidente da

República — que

nunca gostou de si,

nem o Senhor dele,

como toda a gente

sabe...

Não ignora,

seguramente, que

o seu partido, na

sua esmagadora

maioria, não gosta

de si e não esquece

isso, porque

muitos o dizem

continuamente e

sem medo.

Os seus ministros

não se entendem

entre si, como

se tem visto

ultimamente.

Começam alguns

a dizer isso,

abertamente, e sem

medo. Sabem que

o Senhor não tem

ninguém, com um

mínimo de crédito,

É provável que, nas manifestações da UGT e da Intersindical, houvesse mais desempregados, que vivem nas maiores dificuldades e muitas vezes com fome, do que trabalhadores

para os substituir. Por isso só foi capaz

de mudar alguns secretários de Estado,

porque pensam que o título lhes dará

algum prestígio. São jovens e ingénuos.

É o contrário que os vai marcar, com um

ferrete ignóbil...

O Governo está paralisado há muito

tempo. Não tem rumo nem sabe o que quer

e o que faz. Passos Coelho, agora, diz que

a alternativa é abandonar o euro. Quem

tal diria? O ministro das Finanças, Vítor

Gaspar, prepara-se para destruir mais 208

mil empregos até ao próximo ano. Para

quê? Ao que parece, para agradar à troika,

da qual depende.

Ao que diz o jornal PÚBLICO, “o Governo

prepara-se para lançar em 2014 o maior

corte na despesa social de que há registo”.

Debate 1.º de MaioMário Soares

É de loucos. E há quem pense que este

Governo, anticonstitucional, está a destruir

o país, o Estado social e a democracia,

como é evidente, é legítimo porque foi

eleito. Esquecerá, essa luminária, que

Hitler e Mussolini também foram eleitos e

isso não os impediu de produzir os estragos

que são conhecidos?

Como gritou o povo no dia do

desemprego: “Está na hora de o Governo se

ir embora”. E nesse dia, que espero, para

bem de todos, que não tarde, haverá uma

explosão de alegria pacífi ca como sucedeu

com a Revolução dos Cravos. Se assim

não for, rapidamente, estamos mal... E o

Governo, pior.

Presidente da República de 1986 a 1996

Page 50: 3 Maio - PÚBLICO

50 | INICIATIVAS | PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013

Dizia Tony Bennett, que “os artistas

americanos são os melhores artistas

do mundo”. A afi rmação está longe

de ser imparcial, uma vez que o can-

tor é norte-americano – a que é de-

dicado o quinto volume da colecção

Grandes Vozes Americanas – é bem

conhecida, mas o certo é que de fac-

to, no início do século passado os

Estados Unidos, serviram de berço

a um conjunto de cantores que con-

quistaram um lugar de destaque na

história da música e cuja voz pode

ser quase considerada património

de humanidade.

A colecção, que o PÚBLICO agora

edita, presta pois homenagem a 16

desses artistas. Cada volume da co-

lecção é composto por um booklet

com textos de jornalistas e críticos

de música que relembram episó-

dios da vida pessoal e profi ssional

de cada intérprete, refl ectindo so-

bre as infl uências musicais que os

ajudaram a compor sua obra, bem

como por um CD que recupera al-

Colecção Grandes Vozes Americanas. Dos EUA para o mundo

O PÚBLICO presta homenagem a 16 dos mais famosos artistas americanos de sempre, cujas vozes podiam ser consideradas património da humanidade

Louis ArmstrongVolume 1 Terça-feira, 14 de MaioPor apenas + 3,90 €

Felps é um agricultor que está em-

penhado em ver crescer vegetais

nas suas terras. Cass Casey é um

criador de gado que se entretém

a conduzir as suas manadas atra-

vés dos campos cultivados. É a luta

aberta entre ganadeiros e agricul-

tores pela hegemonia da terra no

Oeste americano.

Furioso, Felps pede a Lucky

Luke que o proteja do seu adversá-

rio. Entretanto, o confl ito sobe de

tom quando decide erguer arame

Ganadeiros e agricultores incendeiam a pradaria

Banda Desenhada

Arame Farpado na Pradaria14º álbum da colecção Lucky LukeQuarta-feira, 8 de MaioPor apenas + 4,95 €

Música

AGENDA

Sábado, 4Geração 25 Abril, 3º vol, ep. 5 e 610 artistas nascidos depois do 25 de Abril, em 5 livros/DVD inéditos

Quarta, 814.º vol., Arame Farpado na PradariaColecção Lucky Luke15 álbuns das primeiras e mais emblemáticas aventuras do herói.

Sexta, 1010.º DVD, Os Famosos e os Duendes da Morte, por Esmir FilhoColecção Ípsilon, Novos Talentos da Realização10 DVD com grandes filmes de uma nova geração de realizadores.

Lojas PÚBLICOLisboaEdifício Diogo Cão – Doca de Alcântara-norte1350-352 Lisboa (Junto ao Museu do Oriente)horário: Seg. a Sex., das 9h às 19h, sáb., das 11h às 17hTelf: 210 111 010Centro Comercial ColomboPiso zero. Horário: seg. a dom., das 10h às 24hAvenida das Índias, junto à Praça Central

Mulembeira IICentro Comercial Portela, Lj 33, 2685

Loja online http://loja.Publico.Pt/

PONTOS DE VENDA

////////////

Sem as parvoíces dos Dalton,

a estupidez de Rantanplan e as

confusões provocadas pe-

los índios, poderia

pensar-se que esta

aventura estaria

condenada a

ser um episódio

menor na histó-

ria da série. Para mais, as

situações, sempre có-

guns dos maiores sucessos de cada

artista, extraídos dos seus álbuns

mais emblemáticos.

Louis Armstrong, o “Sr. Jazz”,

intérprete de temas como What a

Wonderful World, Stardust e La Vie

en Rose, foi o músico escolhido pa-

ra inaugurar a colecção mas nesta

“dream team” seleccionada pelo

PÚBLICO não poderiam faltar ainda

artistas como Tony Benett, Fred As-

taire, Bing Crosby, Nat King Cole e

os membros do famoso “Rat Pack”:

Dean Martin, Sammy Davis, Jr. e,

é claro, Frank Sinatra, o homem a

que a imprensa denominou como

“The Voice”.

Mas não só de vozes masculinas

se faz esta colecção. A “Sassy” Sarah

Vaughan é a primeira cantora “cha-

mada ao palco” no terceiro volume

da colecção mas todas as grandes

senhoras do jazz e da canção ame-

ricana marcam presença no seu

ç ,

O ÁLBUMNascido em Nova Orleães, em 1901, Louis Armstrong é considerado como um dos artistas mais influentes em termos musicais no início do século XX. A sua voz única, o seu carisma em palco e, sobretudo, a forma como tocava o trompete, o seu instrumento de eleição, fizeram com que se tornasse num figura incontornável não só do jazz mas da música popular a nível mundial. No primeiro volume da colecção pode recordar temas como

Dream A Little Dream Of Me, La Vie En Rose, When The Saints Go Marching In ou Mack The Knife.

micas e trepidantes, passadas nos

saloons, estão também ausentes —

de facto, só quando a série transita

das Éditions Dupuis (editora mais

conservadora) para a Dargaud

(passando a ser publicada na ir-

reverente revista Pilote) é que os

autores terão mão livre para

as incluir no enredo das his-

tórias.

Sem esses recursos, a du-

pla Goscinny-Morris optou por

desenvolver uma série de situ-

ações divertidas ou dramáticas

que mantêm a dinâmica narra-

tiva da primeira à última

pranchas. Arame Farpado

na Pradaria revela-se, as-

sim, uma pequena obra-

prima da BD de humor,

cuja leitura será um pra-

zer para todos.

farpado em torno das suas terras,

um gesto que é considerado como

a suprema provocação pelos cria-

dores de gado e vaqueiros. O clima

é de guerra aberta entre as duas

facções e o herói terá de usar toda

a sua diplomacia para reconciliar

os dois bandos.

Arame Farpado na Pradaria,

com argumento de René Gos-

cinny e desenho de Morris, é o

14º álbum da colecção

Lucky Luke, que esta-

rá à venda na próxima

semana. Esta história

surgiu pela primeira

vez na revista Spirou

no ano de 1965, ten-

do sido publicada

em álbum no ano

imediatamente a

seguir.

alinhamento desde Billie Holiday

a Judy Garland, passando por Nina

Simone, Etta James, Anita O’Day, Di-

nah Washington ou Ella Fitzgerald,

“the First Lady of Song”.

A colecção Grandes Vozes Ameri-

canas é, pois, uma compilação úni-

ca que passeia pela vida e obra dos

grandes artistas clássicos america-

nos, que com sua voz, sensibilida-

de e talento ajudaram a redefi nir a

história da música.

© LUCKY COMICS 2013

DR

Page 51: 3 Maio - PÚBLICO

PÚBLICO, SEX 3 MAI 2013 | INICIATIVAS | 51

Foi no Dia da Mulher, 8 de Março,

que Márcia apresentou a primeira

amostra do seu novo álbum Casulo.

“Em forma de celebração”, disse na

altura, “uma mão cheia de coisas

que deixei nesta canção”. Deixa-me

ir foi o nome do single e o álbum

está pronto a sair nestes primeiros

dias de Maio. Com a ajuda do PÚ-

BLICO.

Primeiro, não pode perder o

artigo de hoje no Ípsilon nem es-

quecer-se de ouvir em streaming

todas as músicas do novo álbum

Casulo que estão exclusivamente

no site do seu jornal. Paralelamen-

Compre o novo álbum de Márcia com desconto e oiça o Streaming em ípsilon.pt

Casulo, de MárciaNovidade mês de Maio

Um jovem de 16 anos, residente nu-

ma pequena cidade rural do sul do

Brasil, relaciona-se com o resto do

mundo através da Internet. Fã de

Bob Dylan, refugia-se em blogs e sa-

las de chat, mas a chegada à cidade

de um misterioso rapaz que se asse-

melha ao seu ídolo fá-lo mergulhar

Se a colecção Geração 25 de Abril,

que o PÚBLICO agora edita, pro-

curou reunir 10 olhares diferentes

sobre a vida e a arte de 10 artistas

nacionais nascidos depois da “revo-

lução dos cravos”, o olhar tem tam-

bém um papel central na obra de

Filipa César, uma das artistas cujo

trabalho está em destaque no ter-

ceiro volume da colecção.

Natural do Porto, cidade onde ini-

ciou os estudos de Belas Artes, Fili-

A adolescência no décimo volume da colecção Novos Talentos da Realização

O olhar de uma geração, no terceiro volume da colecção Geração 25 de Abril

Documentário

Música

Os Famosos e os Duendes da Morte, por Esmir Filho10.º DVDSexta-feira, 10 de MaioPor apenas + €1,99

Filipa César e João Onofre 3.º Volume – Episódios 5 e 6Sábado, 4 de MaioPor apenas + 4,90 €

te, visite o Facebook do PÚBLICO

e habilite-se a ganhar CDs autogra-

fados e bilhetes para o concerto de

apresentação que acontecerá no

Cinema S. Jorge, em Lisboa, no dia

que mais a assustava, disse certa vez

em entrevista ao jornal i. “Acho que

não me livro facilmente da timidez;

aquela pressão de sentir toda a gente

a olhar para mim”, explicou. “Ainda

assim, acalmo-me imenso com a mi-

nha voz, devo ter começado a cantar

por causa disso”.

O primeiro EP a solo chegou em

2010, lançado pela Optimus Discos.

Numa das faixas do disco faz um

dueto com JP Simões — A Pele Que

Há Em Mim (Quando o Dia Entarte-

ceu) — que rapidamente se tornou

num sucesso de vendas digitais e no

YouTube, ultrapassado rapidamente

a barreira do meio milhão de visu-

alizações. O álbum surgiu no ano

seguindo. Em Dá, Márcia deu tudo

mas também recebeu de volta, in-

cluindo uma nova versão d’A Pele

Que Há Em Mim.

em lembranças e num mundo para

além da realidade.

Realizado por Esmil Filho, Os Fa-

mosos e os Duendes da Morte baseia-

CinemaVera Monteiro

Esmir Filhos três prémios artísticos

em festivais da América do Sul, tendo

ainda integrado a Selecção Ofi cial de

Berlim, Locarno, São Paulo, Buenos

Aires e Rio de Janeiro.

Natural de São Paulo, Esmir Filho

é um bem sucedido realizador de

curtas-metragens. A sua curta-metra-

gem Alguma Coisa Assim conquistou

o prémio para Melhor Argumento no

Festival de Cannes em 2004 e ganhou

o prémio para Melhor Filme no Festi-

val de Biarritz. A sua curta-metragem

mais recente, Saliva, foi seleccionada

para a Semana Internacional da Crí-

tica do Festival de Cannes, em 2007.

Os Famosos e os Duendes da Morte é a

sua primeira longa-metragem.

pa César cedo descobriu no cinema

um meio fundamental para o seu

trabalho. Nos últimos anos concen-

trou grande parte da sua pesquisa

na relação entre a fi cção e o docu-

mentário, explorando as afi nidades

e limites de ambas. “É através do

cinema que aborda a relação entre

observador e observado, por vezes

atendendo à dimensão comporta-

mental no espaço público, por ve-

zes questionando o ecrã-fronteira”,

afi rma o guionista Alexandre Melo

no booklet do volume.

O que são e signifi cam os olhares?

Qual é o ponto de vista certo? São

algumas das perguntas levantadas

pela artista que nos obriga “a saber

que somos responsáveis pelo uso do

nosso olhar e que a realidade que

vemos e em que vivemos é o produ-

to do trabalho realizado pela nossa

imaginação, a partir daquilo que lhe

oferecemos”, conclui o guionista.

Perante o percurso de João Ono-

fre, cuja obra é também explorada

no terceiro volume da Geração 25 de

Abril, em particular no episódio Ver

a Escuridão, é fácil também surgi-

rem perguntas. A primeira: como é

que com apenas 25 anos, conseguiu

realizar a sua primeira exposição in-

dividual numa galeria em Chelsea,

Nova Iorque?

O documentário Ver na Es-

curidão apresenta algumas

obras mais marcantes de

Onofre, explorando o seus

locais e metodologias de

trabalho. Ressalta também

a importância que o vídeo

assume na sua obra, bem co-

mo o cruzamento com uma

dimensão performativa, que testa

frequentemente os limites físicos e

emocionais dos intervenientes.

14 de Maio pelas 21 horas. Se não

quiser perder tempo, pode ainda re-

servar o seu CD na loja online, por

um preço promocional de 9,99 €.

Nascida Márcia Santos, a cantora

perdeu o apelido no nome artístico

quando encontrou João Paulo Feli-

ciano e começou a cantar nos Real

Combo Lisbonense. Ex-estudante de

pintura, deixou os pincéis para trás e

cimentou os conhecimentos de mú-

sica com os outros músicos. Na al-

tura, subir para cima do palco era o

se no livro homónimo de Ismael Ca-

neppele. “Quando o li pela primeira

vez, a poesia e a sensibilidade do

texto me fascinaram”, explica Es-

mir Filho. “A história era incrível e

mostrou-me o verdadeiro sentimento

de ser um adolescente nos dias de

hoje com o mundo virtual”. Repleto

de factos autobiográfi cos do escritor,

o fi lme desenrola-se no Sul do Brasil,

durante o Inverno austral. “Fui à ci-

dade natal [de Cane-

pple] e aí tu-

do se tornou

realidade”,

acrescenta o

realizador.

As perso-

nagens fortes

e a estética do

filme acaba-

ram por valer a

dade nata

p

do

re

acr

rea

A

nag

e a e

film

ram p

DR

DR

DR

Page 52: 3 Maio - PÚBLICO

PUBLICIDADE

ESCRITO NA PEDRA

“O que tem sido acreditado por todos, e sempre, e em toda a parte, tem toda a probabilidade de ser falso” Paul Valery (1871-1945), poeta e ensaísta francês

I S S N : 0 8 7 2 - 1 5 4 8

SEX 3 MAI 2013

Contribuinte n.º 502265094 | Depósito legal n.º 45458/91 | Registo ERC n.º 114410 | Conselho de Administração - Presidente: Ângelo Paupério Vogais: António Lobo Xavier, Cláudia Azevedo, Cristina Soares, Miguel Almeida, Pedro Nunes Pedro E-mail [email protected] Lisboa Edifício Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte, 1350-352 Lisboa; Telef.:210111000 (PPCA); Fax: Dir. Empresa 210111015; Dir. Editorial 210111006; Agenda 210111007; Redacção 210111008; Publicidade 210111013/210111014 Porto Praça do Coronel Pacheco, nº 2, 4050-453 Porto; Telef: 226151000 (PPCA) / 226103214; Fax: Redacção 226151099 / 226102213; Publicidade, Distribuição 226151011 Madeira Telef.: 934250100; Fax: 707100049 Proprietário PÚBLICO, Comunicação Social, SA. Sede: Lugar do Espido, Via Norte, Maia. Capital Social €50.000,00. Detentor de mais de 10% do capital: Sonae Telecom, BV Impressão Unipress, Travessa de Anselmo Braancamp, 220, 4410-350 Arcozelo, Valadares; Telef.: 227537030; Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, SA, Estrada Consiglieri Pedroso, 90, Queluz de Baixo, 2730-053 Barcarena. Telf.: 214345400 Distribuição Logista Portugal – Distribuição de Publicações, SA; Lisboa: Telef.: 219267800, Fax: 219267866; Porto: Telef.: 227169600/1; Fax: 227162123; Algarve: Telef.: 289363380; Fax: 289363388; Coimbra: Telef.: 239980350; Fax: 239983605. Assinaturas 808200095 Tiragem média total de Abril 41.267 exemplares Membro da APCT – Associação Portuguesa do Controlo de Tiragem

Casa da Moeda descoberta em Beja é um antepassado das modernas PPP Local

Em entrevista, Eric Frattini diz que os primeiros sinais “não são bons” p28/29

Uma parceria público-privada do século XVI

O Inimigo PúblicoPara passar a nova nota de 5 euros a escudos basta pôr no micro-ondas

E se o Papa Francisco não conseguir mudar o Vaticano?

SOBE E DESCEOscar Cardozo

Ao marcar o segundo e o terceiro golos do Benfica na Luz, o avançado

paraguaio abriu caminho à nona presença dos “encarnados” numa final europeia. Cardozo foi decisivo primeiro ao desfazer a igualdade no jogo, após o penalty convertido pelo Fenerbahçe, e depois ao colocar o Benfica na frente da eliminatória. Foi o instrumento da reacção da equipa de Jorge Jesus que a conduziu a um mais do que merecido apuramento. (Pág. 42/43)

Gastão Elias

O tenista das Caldas da Rainha juntou-se ontem ao clube restrito dos

portugueses que já conseguiram chegar aos quartos-de-final do Estoril Open, onde figuram

nomes como Cunha Silva, Nuno Marques ou Frederico Gil. Após derrotar o uzbeque Denis Istomin (50.º do ranking

mundial), o tenista português enfrenta hoje uma das principais figuras do torneio, Stanislas Wawrinka. Chegar às meias-finais já é um triunfo para Gastão Elias, que quer contrariar o favoritismo do suíço. (Pág. 45)

Mario Draghi

Numa Europa sem respostas para a crise, o presidente do Banco

Central Europeu continua a remar contra a maré. A decisão de baixar as taxas de juro para um novo mínimo histórico é um testemunho dessa determinação, mas tudo indica que será insuficiente. Ao BCE pedem-se medidas mais fortes. Draghi terá que demonstrar que está disposto a cumprir a promessa de agir. (Pág. 18/19)

Herman Van Rompuy

O presidente do Conselho Europeu é conhecido como

um excelente construtor de consensos. Provou-o nesta visita a Portugal, ao encontrar pontes entre as posições de Passos e de Seguro. Mas essa capacidade de ligar o que parece antagónico tem um reverso. Se bem que Herman Van Rompuy tenha feito a defesa do crescimento e anunciado políticas para o emprego, não descola um milímetro do discurso da austeridade e mantém uma posição ambígua. (Pág. 6)

OPINIÃO

Como de costume

Não há ninguém em

Portugal que não peça

“crescimento”: da direita

à esquerda e à extrema-

esquerda. Mas, desde o

fi m do século XVIII até

hoje, e tirando uns 15 anos no

fi m da Ditadura, a economia

não cresceu ou não cresceu

tanto como se esperava e era

preciso. O público informado

atribuía geralmente a culpa desse

perpétuo fracasso à organização

política do país. Basta ler o que

se escreveu sobre o assunto de

1820 para diante para constatar

Vasco Pulido Valente

o desespero que o nosso

melancólico “atraso” inspirava a

toda a gente e a fúria com que se

tratavam os sucessivos partidos

do liberalismo. Isto levou

primeiro à República e, a seguir,

a Salazar. Infelizmente, nada

mudou substancialmente com a

experiência. A República preferiu

fazer uma guerra inútil contra

a Alemanha e Salazar achava a

pobreza um dom do Altíssimo.

Qual é a razão última desta

desgraça? O simples facto de que

Portugal não tinha, e não tem,

capital e um mercado doméstico

capaz de absorver e fundar

uma expansão a sério. Mesmo o

progresso superfi cial da segunda

metade do século XIX (estradas,

comboios, algum melhoramento

dos portos) foi pago pela

Inglaterra e a França e criou uma

dívida colossal, que iria explodir

em 1891-92. Resultado: a indústria

portuguesa acabou por se refugiar

em cantinhos protegidos pelo

desinteresse internacional:

tecidos de má qualidade, como

por exemplo a chita, a construção

civil e, em muito menor escala,

as conservas de Setúbal. E na

agricultura, fora os cereais que o

Estado indirectamente subsidiava

e, como de costume, o vinho,

a miséria continuava. Nenhum

destes negócios (e a mercearia

por grosso) chegava infelizmente

para sustentar aventuras de outra

dimensão.

Em 2013, a situação básica

permanece. Falta o capital no

Estado, na banca e também na

esmagadora maioria de empresas,

que a custo sobreviveram à

crise. O mercado interno está na

agonia, por causa do programa de

“austeridade” que o Governo nos

resolveu aplicar. E, como se isto

não bastasse, a dívida aumenta

e os juros são excessivamente

altos. Coisa que não impede os

peritos de recomendar, como

aliás sempre se recomendou,

que se recorra à putativa ajuda,

aos fundos da “Europa”, ao

BEI e, de quando em quando, à

mãozinha caridosa do BCE. Não

se percebe que fruto trarão estas

patéticas manigâncias, excepto o

de alimentar fraudulentamente

a esperança dos portugueses.

Depois do som e da fúria da

democracia, da sua enésima

“modernização”, Portugal voltou

ao seu velho e lúgubre destino.

MIGUEL MANSO

Negociações com três bancos podem estender-se até segunda-feira p16

Governo quer reduzir perdas de 500 milhões em swaps

À venda naslojas Continente

com 50%de desconto

em cartão.

Agoratambém no

seu quiosque!