A IRRADIAÇÃO DA CULTURA DE MASSAS

A generalização do ensino como instrumento de inculcação de valores e de imposição de uma nova disciplina social

• SÉCULO XX

• Progressiva generalização da obrigatoriedade do ensino laico e gratuito.

• Uso da massificação da escolaridade com finalidades políticas diferentes consoante o tipo de regime mas sempre ao serviço da ideologia do Estado.

• Finalidades a atingir com a generalização do ensino:

1- Elevação do nível de vida das populações;

2- Qualificação dos trabalhadores para a execução de um número cada vez maior e mais alargado de tarefas.

WeShow (Edição Brasil) - Vídeo Hitler Fala à Juventunte Alemã Nazista (Legendas em Inglês).url

Imposição dos valores ideológicos dominantes nos Estados:

• Estados Autoritários:- Valores nacionalistas e conservadores para a criação de um novo tipo de cultura geradora de uma nova sociedade.

- Eliminação dos desvios estéticos e sociais que corresponderiam às vanguardas próprias das sociedades democráticas.

- Rigor no ensino tanto para professores como para alunos. Propaganda permanente do regime. Disciplina militar e intolerância.

- Uso dos meios de comunicação como veículos de propaganda e de educação ideológica das massas: rádio, jornais, cinema.

- Os programas, manuais e professores sob apertado controlo de índole nacionalista para estabilizar e fortalecer o regime. Foram exemplos deste tipo os usados na Alemanha Nazi e na Itália Fascista, em que aos programas de ensino se juntaram organizações de juventude para uniformizar comportamentos fiéis ao regime.

• - Na URSS, com

Estaline, a cultura, as

artes e letras ficaram

enquadradas na estética

oficial. Um rigoroso

programa de ensino

praticamente eliminou o

analfabetismo e deste

modo as formas de

elitismo burguês na

cultura.

Nos Estados DemocrNos Estados DemocrNos Estados DemocrNos Estados Democrááááticos:ticos:ticos:ticos:

Aceitação e estímulo ao aparecimento de vanguardas que possam evoluir fazer evoluir a sociedade, a estética e o sistema.

Em todos os tipos de sociedade se procura a integração e estabilização social com comportamentos estandardizados para uma perfeita acalmia social

PORTUGAL E O ESTADO NOVO

• Os professores tinham que assinar um juramento de fidelidade ao regime.

• Estabeleceu-se uma política de livro único para melhor controlo da imposição da ideologia do regime em todo o ensino primário e, no secundário, nas disciplinas de História e de Filosofia.

• A juventude era enquadrada na Mocidade Portuguesa

• Estabeleceu-se a obrigatoriedade da disciplina de Religião e Moral Católica.

• Alargou-se a rede escolar, mas nem sempre os professores eram qualificados e, por isso, o ensino tinha uma qualidade variável.

A Criação da Obra das Mães para reforçar a preparação ideológica do regime,

enquadrando a mulher nos seus papéis de mãe e de pilar do lar.

• Educação Nacional constituiu a contribuição mais original do Estado Novo no capítulo da assistência social à infância. Criada, em 1936, por um decreto de Carneiro Pacheco, a Obra das Mães fazia parte de um plano destina a estabelecer laços entre a escola e a família. O regime esperava solucionar o problema da assistência escolar através deste grupo de senhoras ricas e caridosas, que, segundo se presumiam devotariam os seus ócios a dar conselhos às mães pobre economia doméstica e virtudes morais, além de prestarem igualmente algum auxílio material (particularmente, na criação de cantinas escolares urbanas e no provimento de livros e vestuário).»

• MÓNICA, M.F. (1978) Educação e Sociedade no Portugal de Salazar. Lisboa: Editorial Presença

• “Mãe, esposa e dona-de-casa. Eis o retrato da mulher nos anos que antecederam a revolução de Abril.”

Ensino obrigatório era reduzido: 1º apenas de três anos (1º grau) e depois estendido a quatro (2º grau)

Fazia-se a apologia da vida simples, rural, de pobreza

honesta

Destinava-se a que os portugueses soubessem ler, escrever e contar. Às elites ficavam destinados estudos mais profundos.

A LIÇÃO DE SALAZAR

Catequese

Secretariado de Propaganda Nacional

• Na memória dos portugueses está ainda presente a política do regime do Estado Novo que institucionalizou um estrito controlo dos meios de comunicação, recorrendo, para este efeito, à censura prévia dos periódicos e à apreensão sistemática de livros. De facto, cada regime político teve sempre o cuidado de legislar em relação à liberdade de imprensa - na maior parte dos casos, restringindo-a. Em cinco séculos de história da imprensa portuguesa, quatro foram dominados pela censura. No entanto, a censura entrou também em outros domínios, como no teatro, na rádio, na televisãoe no cinema.

A Censura• É com a constituição de 1933 que a

censura retorna assumidamente e se instala até 1974, até ao fim do Estado Novo. O seu artº 4º reconhece a "liberdade de expressão do pensamento sob qualquer forma". É claro que, no parágrafo segundo se especifica: "a liberdade de expressão éregulada por leis especiais para impedir preventiva ou repressivamente a perversão da opinião pública enquanto força social, salvaguardando a integridade moral dos cidadãos."

• A tal "lei especial" sai no mesmo dia: o Decreto-Lei 24469/33 assume a censura que "terá somente por fim impedir a perversão da opinião pública na sua função de força social e deverá ser exercida por forma a defendê-la de todos os factores que a desorientem contra a verdade, a justiça, a moral, a boa administração e o bem comum, e a evitar que sejam atacados os princípios fundamentais da organização da sociedade".

• O D.L. 22756/33 cria a direcção geral dos serviços de censura com poderes discricionários.

Na fogueira nazista

» (*)A Lista Negra dos Proibidos

• Antes do Feuersprüche, o ato de lançar-se o livro na fogueira, havia a exigência de que houvesse uma Rufer, uma chamada, seguida do motivo daquele autor ser consagrado às chamas purificadoras:

• 1- Chamada: contra a pregação da luta de classes e contra o materialismo (as obras de Marx e Kautsky)2 - Chamada: contra a decadência e a decomposição moral (Heinrich Mann, Ernst Glaeser, E. Kästner)3 - Chamada: contra mentalidade preguiçosa e a traição política (F.Wilhelm Förster)4 - Chamada: contra as angústias morais e a avaliação exagerada dos instintos (S. Freud)5 - Chamada: contra a falsificação da história e o desrespeito ao passado (E. Ludwig e W.Hegemann)6 - Chamada: contra a confraternização com a praga do jornalismo democrático-judeu7 - Chamada: contra a traição literária cometida contra o soldados na Guerra Mundial (Erich Maria Remarque)8 - Chamada: contra o obscurecimento e a estropiamento do idioma alemão (Alfred Kerr)9 - Chamada: contra o atrevimento e a usurpação (Kurt Tucholsky e Ossietzsky)

•

Marx, Freud e

Brecht,

O PAPEL DOS MEDIA NA GENERALIZAÇÃO DE MODELOS SÓCIO-

CULTURAIS• Imprensa:

Alfabetização obrigatória.

Revolução tecnológica e dos transportes

• Grande aumento dos leitores de jornais e notícias.

• Redução no tempo de distribuição dos jornais e revistas e aumento das tiragens em consequência do desenvolvimento tecnológico.

• Aparecimento de um tipo de literatura para o consumo de massas e que se destinava a ocupar os tempos livres: romances policiais, “romances cor-de-rosa”, banda desenhada, ficção científica.

• RÁDIO:

A descoberta da rádio por Marconi e a possibilidade de emitir notícias de forma estável graças ao invento de R. Fesseden tiveram um impacto decisivo nas comunicações.

• Emissão de noticiário radiofónico

• A melhoria da rádio permitiu a difusão das notícias, comentários e discursos políticos para todos os lugares onde houvesse receptores dos seu sinal.

• A rádio teve um imenso impacto entre as duas guerras e foi usada como poderoso instrumento político, principalmente pelo nazismo.

• Em Portugal, tal como todos os tipos de comunicação social, foi reprimida durante o governo de salazar.

• Música:

• A nova música foi generalizada pela rádio e tornou-se também num produto de consumo.

• A popularidade das músicas esteve dependente de diversos factores ligados à rádio e à nova indústria de som:

1- A criação e vulgarização de aparelhos de som como o gramofone, discos …

2- Vulgarização da música ligeira e do consumo.

3- Vulgarização de novos géneros musicais, como ocorreu com o jazz.

Sunrise Musics - História.url

• O cinema:

Generalizou-se com a invenção de um instrumento passível de ser transportado e projectado em qualquer sala. Essa foi a descoberta dos irmãos Lumière.

Foi o maior instrumento da criação de uma cultura de evasão.

• Ainda no tempo do cinema mudo já o impacto desta invenção era imenso. Actores ditavam a moda, influenciavam comportamentos e paixões. Foi fonte de sonho, romantismo e emoção. Durante a Grande Depressão possibilitou a evasão dos problemas, do desemprego e da falta de esperança.

Do tempo do cinema salientaram-

se actores como:

• Rodolfo Pietro Filiberto Raffaello Guglielmi• Rodolfo Valentino - ator italiano

naturalizado • norte-americano• 6 de maio de 1895, Castellaneta, Itália -

23 de agosto de 1926, Nova York•• Rodolfo Valentino, conhecido

mundialmente pelos seus filmes mudos, tornou-se uma lenda devido à sua morte prematura, e foi venerado como o primeiro símbolo sexual da história do cinema. Aos 17 anos, emigrou para Nova York, onde trabalhou como jardineiro, bailarino e figurante. Nos seus filmes, que deixavam entrever um certo magnetismo erótico, interpretou sempre o amante romântico, com um olhar penetrante que o transformou em ídolo do público feminino. Os seus filmes foram pouco apreciados pela crítica, o mesmo sucedendo com as interpretações. Dentre os seus trabalhos, salientam-se: "Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse" (1921), "O Sheik" (1921), "Sangue e Areia" (1922), "A Águia" (1925) e "O Filho do Sheik" (1926), sendo os dois últimos filmes produzidos por ele mesmo. A sua morte provocou o suicídio de numerosas admiradores, e o seu funeral foi seguido por mais de 100 mil pessoas. RODOLFO

VALENTINO

• Cineasta e actor inglês, nasceu em 6 de Abril de 1889 e faleceu em 25 de Dezembro de 1977. Um dos maiores comediantes do cinema. Charles Spencer Chaplin nasce em Londres. Filho de actores, fica órfão de pai cedo e passa a infância em orfanatos. Em 1908 emprega-se em teatros de variedades e faz sucesso como mímico. Vai para os Estados Unidos (EUA) em 1913 e, um ano depois, começa a trabalhar em Hollywood. Em 1915 cria na comédia O Vagabundo o sua mais famoso personagem: o vagabundo Carlitos, de bengala, chapéu-de-coco e calças largas. Tem uma vida sentimental intensa – casa-se quatro vezes, as três primeiras com estrelas do cinema. Com 54 anos, conhece a filha do teatrólogo irlandês Eugene O''Neill, Oona, de 18 anos, que se torna sua quarta mulher e com quem vive atéao fim da vida, tendo seis filhos. Perseguido pelo macarthismo, muda-se em 1952 para Corsier-sur-Vevey, na Suíça. Durante a carreira, envolve-se em mais de 60 filmes, como director e actor. A obra que marcou o seu apogeu é Em Busca do Ouro (1925), em que aparece a conhecida dança dos pães. Alguns de seus filmes são considerados obras-primas da cinematografia mundial, como O Garoto (1921), ainda no tempo do cinema mudo. Depois do advento do cinema sonoro, realiza obras-primas como Luzes da Cidade (1931), em que Carlitos se apaixona por uma florista cega; Tempos Modernos (1936), que satiriza a mecanização da modernidade; e O Grande Ditador (1940), em que toma partido contra Hitler e contra as perseguições raciais na Europa.

O Grande Ditador.htm

WALT DISNEY

Pato DonaldBambi

A Ilha dos Piratas Branca de Neve e os Sete Anões

EM PORTUGAL

• No tempo da ditadura foi uma actividade particularmente visada pela censura dada a popularidade que o género e os actores (Beatriz Costa, António Silva, Vasco Santana …) gozavam entre o público. Entrou em decadência no final dosa anos 40 devido à repressão do Estado Novo.

• Desporto:

A ideia de desporto de massas surgiu com a recriação dos Jogos Olímpicos ainda no século XIX

• Futebol, ciclismo, automobilismo foram desportos que entusiasmaram multidões na Europa.

• O baseball, o atletismo e o boxe moviam multidões nos EUA.

• O futebol tornou-se um dos factores determinantes de uma cultura de evasão e de grande agrado das massas.

• As Olimpíadas de 1936, realizadas em Berlim, capital da Alemanha, entre 1 e 16 de Agosto de 1936, foram organizadas com um cuidado então inigualável em toda a história do desporto, visando demonstrar a superioridade da raça ariana, transformando a competição num evento político.

A lenda de Jesse Owens• De quatro em quatro anos, sempre que se

aproximam os jogos olímpicos, invariavelmente a imprensa pública a história de Jesse Owens e de Hitler. Repetem sempre a mesma e inverídica história: Hitler, o arauto da superioridade racial ariana, teria se negado a cumprimentar o vitorioso velocista norte-americano, por esse ser negro. As quatro medalhas de ouro obtidas por Owens eram uma bofetada no mito de superioridade alemã, coisa que o Führer não poderia aceitar. Essa lenda, que perdura jáhá 60 anos, foi criada por jornalistas desportivos norte-americanos durante os próprios Jogos Olímpicos de 1936, que estavam sendo realizados em Berlim.

Quando Jesse Owens ganhou as medalhas, Hitler já tinha tomado a sua decisão. E, ao contrário de ter-se mostrado indignado, abanou efusivamente para o grande atleta. Nas palavras do próprio Jesse: “Quando eu passei, o Chanceler se ergueu, e acenou com a mão para mim: eu respondi ao aceno...”

Sites na Net• http://memoriavirtual.wordpress.com/2004/07/29/jogos-olimpicos-1936-berlim/• http://educaterra.terra.com.br/voltaire/artigos/alem_hitler_olimpiadas.htm• http://educaterra.terra.com.br/voltaire/artigos/fogueiras3.htm• http://educaterra.terra.com.br/voltaire/artigos/fogueiras.htm• http://www.caiozip.com/decad.htm• http://www.sunrisemusics.com/link2s.htm• http://www.esfcastro.pt:8079/users/franciscosilva/Salazar.html• http://historiaeciencia.weblog.com.pt/arquivo/2004_02.html• http://jpn.icicom.up.pt/2005/04/26/o_retrato_da_mulher_durante_o_estado_novo.html• http://web.educom.pt/margaridabelchior/Ed_Est_Novo/MP.htm• http://hgp6.blogspot.com/2007/03/censura.html• http://www.aminharadio.com/radio/radio_asilva• http://www.mulheres-ps20-ipp.pt/Beatriz_Costa.htm• http://www.Amazon.com• http://e-biografias.net/biografias/charles_cha...rles_chaplin.php• http://www.youtube.com – Vários artigos• http://www.wikipédia – artigos vários• http://www.infopedia – artigos vários

Bibliografia

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• Dacosta, Fernando, Nascido no Estado Novo, Círculo de Leitores,2002.

• Marques, Oliveira A.H., História de Portugal, Palas Editores,1986, v.3

• Serrão, Joel (dir.), Dicionário de História de Portugal, Livraria Figueirinhas, 1985.

• Vários in, Temas de História 12-12ºano,v.2, Porto Editora, 1995.

• Vários, História Geral da Europa, Publicações Europa-América, 1980, v.3

Ficha Técnica

• Autoria:– Isabel Maria Bastos dos Santos Marques

– PQND – Grupo 400