30ª edição do Voz do Nicéia

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Jornal Comunitário do Bairro Jardim Nicéia Bauru Ano VIII Edição nº 30 Maio de 2016 O que é parto humanizado? Pág. 6 www.vozdoniceia.wordpress.com Entulho acumula água e causa dengue e queimadas Pág. 4 Vazamento na Rua 4 é consertado, mas problema continua Pág. 6 Luisa Volpe/Voz do Nicéia Guilherme Sette/Voz do Nicéia Giovanna Castro e Gabriela Arruda/Voz do Nicéia "Mostre seu Talento" agita o bairro em sábado ensolarado Pág. 3

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O Voz do Nicéia é um projeto que tem como principal objetivo dar visibilidade social aos moradores do Jardim Nicéia, um bairro da cidade de Bauru. A 30ª edição traz matérias de denúncia sobre o acúmulo de entulho do bairro e vazamentos de água, a cobertura de um evento realizado pelo projeto e uma entrevista ping-pong com uma doula que elucida os leitores sobre o parto humanizado.

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Jornal Comunitário do Bairro Jardim Nicéia Bauru Ano VIII Edição nº 30 Maio de 2016

O que é parto humanizado? Pág. 6 www.vozdoniceia.wordpress.com

Entulho acumula água e causadengue e queimadas Pág. 4

Vazamento na Rua 4 é consertado, mas problema continua Pág. 6

Luisa Volpe/Voz do Nicéia

Guilherm

e Sette/Voz do Nicéia

Giovanna C

astro e Gabriela A

rruda/Voz do Nicéia

"Mostre seu Talento"agita o bairro em sábado

ensolarado Pág. 3

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Maio de 20162

Jornal comunitário bimestraldo bairro Jardim Nicéia,

em Bauru-SP

Projeto de Extensão Universitária

Jornalista responsável:Angelo Sottovia Aranha MTB-12870

Editora-chefe:Daniela Arcanjo

Edição geral:Angelo Sottovia AranhaMTB-12870

Equipe do Blog:

Gabriel Andrade, Gabriela Arruda, Giovanna Castro

Equipe de Eventos:

Amanda Araújo, Beatriz Lima, Camila Gabrielle, Caroline Amélia, Daniele Fernandes, Gabriela Silva de Carvalho, Gabryella Ferrari, Giovanna Romagnoli, Lorenzo Santiago, Matheus Rodrigo, Rafael de Toledo

Equipe de Reportagem e Fotografia:

Ana Carolina Montoro, Ana Cristina Marsiglia, Ariely Polidoro, Bárbara Alcântara, Beatriz Ribeiro, Daiane Tadeu, Daniele Olímpio, Douglas Françoza, Giovana Moraes, Giovana Murça Pastori, Guilherme Hansen, Guilherme Sette, Helena Ortega, Luisa Volpe, Maria Clara Novais, Maria Gabriela Zanotti, Mariana Soraes, Matheus Dias, Tatiany Garcia, Victor Barreto, Victória Rangel, Vitor Soares

Créditos dos ícones de mídias sociais: Alexei Ryazancev / Site InconfiderFAAC - Unesp BauruDepartamento de Comunicação SocialEndereço: Av. Engenheiro Luiz Edmundo Carrijo Coube, 14-01 - Vargem Limpa - Bauru/SP

Tiragem: 1000 exemplares

Impressão: Full Graphics

Distribuição Gratuita

Neste domingo comemora-se o Dia das Mães e, em lembrança a essa data, fi-zemos uma edição para elas, nossas mães!

Você vai poder conferir o que as crian-ças do bairro mais gostam em suas mães no "Fala, morador!" e saber quais são os direitos da gestante em um "Tira-dúvidas" sobre parto humanizado.

Na página ao lado, poderá ler como foi feito o evento do dia 30 de abril, o Mostre Seu Talendo, realizado pelo Voz do Nicéia. Relembre o que acharam da festa morado-res e as principais atrações e não perca a sessão de fotos de sábado no mural!

Temos ainda informações sobre anti-gas reclamações dos moradores do bairro: o acúmulo de entulho, que provocou ca-sos de dengue e queimadas no bairro no último verão, e o vazamento de água, por conta do mais recente caso desse proble-ma na Rua 4.

Para finalizar, saiba um pouco mais, na sessão "Perfil", sobre Nair Martins, uma das primeiras moradoras do bairro e mãe de quatro filhos.

Boa leitura!

Equipe Voz do Nicéia

Editorial

Unip / Makro Horário de saída do CENTRO - Dia útil05h35 05h50 06h14 06h48 07h16 08h10 08h48 09h23 10h07 10h42 11h27 12h05 12h51 13h29 14h10 14h23 14h49 15h32 16h04 16h46 17h22 18h05 18h15 18h42 18h50 19h18 19h50 20h20 21h23 22h35

Sábado05h45 06h10 06h28 06h59 07h33 08h05 08h38 09h13 09h46 10h22 10h57 11h38 12h19 12h49 13h29 14h03 14h20 15h17 16h31 17h45 19h00 20h11 21h21 22h30 Domingo/Feriado06h20 07h24 08h32 09h40 10h48 11h56 13h04 14h12 15h20 16h28 17h36 18h44 19h52 21h00 22h08

Câmpus /CTI: Horários saída do Campus - CTI - Dia útil06h20 06h40 07h20 07h40 08h20 08h40 09h02 09h39 10h00 10h30 11h00 11h20 12h16 12h36 12h56 13h16 13h33 13h56 14h26 14h56 15h26 16h20 16h26 17h16 17h36 18h00 18h22 18h36 18h56 19h36 20h00 20h36 21h00 21h26 22h00 22h27 23h05

Sábado06h25 07h17 07h45 08h10 08h35 09h30 10h20 11h15 12h32 13h00 13h25 14h17 15h10 16h02 18h40 19h33 20h25 21h18 23h03

Horário de ônibus

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MOTO TÁXI NICÉIA Transporte de passageiros

e encomendas

(14) 3203 - 2683

DEPARTAMENTO DE ÁGUA E ESGOTO Para problemas com vazamentos, ligue:

0800-7710195 (fixo gratuito)

(14) 3235-6140 / 3235-6179 (celular)

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O evento Mostre seu Ta-lento, organizado pelo Voz do Nicéia, agitou o bairro no último sábado. Com o objetivo de ser um espaço para que os moradores pu-dessem manifestar as suas criações, contou com artis-tas convidados e também do próprio bairro. Todos puderam se apresentar em um palco montado na pra-ça do Nicéia durante toda a tarde.

A festa teve apresenta-ções musicais para todos os gostos, dança, grafite, cortes de cabelo gratuitos, oficina de turbante e doces doados pela Rede de Su-permercados Tauste.

As amarrações de tur-bante foram ensinadas por Greice Luiz. Ela é jornalista e explica que os turbantes são usados para "reafirmar a identidade cultural afri-cana, além de valorizarem os cabelos crespos e eleva-rem a autoestima de quem os usa".

As cabeleireiras Bruna Gonçalves, Adélia Maria e Débora Florentino e o ca-beleireiro Lut Borges, do salão Beauty Club Brunex & Barbearia Borges fica-ram responsáveis por fazer penteados em quem estava no evento.

A cabeleireira Bruna explicou o significado das tranças, o principal pentea-do pedido pelo pessoal do

bairro: remetem à cultura africana e reforçam a esté-tica dos povos descenden-tes da África. “Com o meu talento eu ajudo o próxi-mo”, afirmou a cabeleirei-ra. Quem quiser repetir a dose pode ir a uma das duas unidades do salão: uma fica na Rodrigues Al-ves, 3-37, no centro de Bau-ru, e a outra fica na Andra-de Neves, 5-96, no bairro Santa Cecília, em Agudos.

Bastante gente do bairro teve vez na hora de mudar o visual: catorze pessoas cortaram o cabelo, mais de 20 meninas fizeram tranças e cerca de 30 pessoas colo-caram turbantes.

Para ninguém ficar paradoNo caminhão-palco vá-

rios artistas se apresenta-ram. Os primeiros foram os rappers Betin MC, Tia-go NGO e MOONBeat's, que agitaram o público com letras contestadoras. Os artistas disseram que o evento “possibilita aos moradores aprendizados diferentes e geram uma conscientização sobre a re-alidade da periferia”.

O morador da Rua 2 Sidney Braz também apro-vou o evento: “o Nicéia está precisando de even-tos assim. Se pudesse fazer mais seria ótimo”.

O grupo Maracatu Abayomi, que se apresen-tou logo em seguida, ani-mou a galera com música e dança. Alberto Pereira, um dos fundadores do grupo, contou no palco

que o gênero musical sur-giu no estado de Pernam-buco como uma forma de resistência à escravidão imposta ao povo negro. Ele estende a luta até os dias de hoje: “nós busca-mos igualdade”, afirmou, na apresentação, antes de convidar quem quisesse a participar do Maracatu. Os ensaios acontecem na Casa da Capoeira (Rua Sebas-tião Pregnolato, 4 - Jardim Auri Verde), às 18h, nos domingos. A oficina para integrantes é no mesmo dia, das 16h às 18h.

As crianças trouxeram graça ao palco nas Batalhas do Passinho e nos shows do Mensageiro, Fernando Godoy, um cantor de RAP Gospel, e do MC Lúcio, que mostrou o seu som do gênero Funk Ostentação. Ambos são artistas e mora-dores do Nicéia.

O grupo de RAP Habitat Urbano, que conta com um membro do bairro, avaliou o evento como importante para reunir a comunidade do Nicéia. Já o pessoal do Renegados MC'S disse que festas como essas facilitam o acesso à diversão por le-var atrações à periferia, já que, na maioria das vezes, é necessário ir ao centro da cidade para assistir a uma atração musical.

Enquanto aconteciam os shows, os grafitei-ros Luis Enrique Frabetti (Major) e Patrícia Garrido (Awe) contribuíram com um novo grafite para colo-rir o bairro, que você pode conferir em um trailer que fica ao lado da praça do bairro. Ao final do evento, todos puderam se refrescar com uma deliciosa salada de frutas cedida pelos va-rejistas do CEASA.

Lazer e cultura movimentam Jardim Nicéia"Mostre Seu Talento", no dia 30 de abril, teve dança, música e muita diversão

O cantor MC Lúcio fechou o evento, que começou às 14h e só acabou às 19h. Houve atrações para todos os gostos

Gabriel AndradeGabriela ArrudaGiovanna Castro

Giovanna C

astro e Gabriela A

rruda/Voz do Nicéia

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O acúmulo de lixo e entulho é um problema re-corrente no Jardim Nicéia. Esse tema já foi abordado diversas vezes pelo jornal devido às reclamações dos moradores. Nos últimos meses, o entulho e os deje-tos que são depositados na lateral do bairro contribu-íram para o agravamento de problemas de saúde. Di-versos casos de dengue fo-ram relatados pelos mora-dores, além da ocorrência de problemas respiratórios devido às queimadas no bairro.

Fumaça tóxicaApesar de ser, muitas

vezes, a única saída para os moradores, queimar o entulho pode ser um tanto prejudicial à saúde da po-pulação do bairro. A mora-dora da Rua 5, Ana Maria Ananias, reclamou do des-caso dos moradores ao dei-xarem o lixo fora da lixeira e contou como esse proble-ma afeta sua vida: “eu te-nho um bebê de dois anos e toda semana tenho que levar o menino no posto de saúde. Por causa da bron-quite, ele acaba passando mal com as queimadas".

Ela acrescenta que seus dois netos também passam mal com a fumaça. Na Rua 6, a moradora Maria Apa-

recida de Oliveira confirma esse problema: "as crianças têm bronquite, tenho uma sobrinha que é asmática e as fumaças a prejudicam muito", afirma.

Dengue no NicéiaO lixo amontoado no

bairro pode acumular água, tornando-se um local propício para a procriação do mosquito da dengue, o Aedes Aegypti. Apesar dos moradores confirmarem diversos casos da doença, a Secretaria Municipal de Saúde afirma não haver nenhuma notificação.

Isso pode ter ocorrido possivelmente porque os moradores não estão pro-curando atendimento, su-gere a diretora do Depar-tamento de Saúde Coletiva Meire Belchior, já que no bairro não tem nenhum posto de saúde. Alguns moradores relataram ain-da que se automedicam em caso de sintomas, o que pode agravar ainda mais a doença e levar à morte, segundo informações do site do Conselho Regional de Farmácia do estado de São Paulo. Medicamentos como Ibuprofeno e Para-cetamol, por exemplo, não devem ser consumidos sem uma avaliação médica e o mal uso desses remé-dios pode causar graves danos ao fígado.

A Dona Gislaine Batista contou, em entrevista que ela e sua sogra já contraí-ram dengue. No entanto, apenas sua sogra, Dona Maria, procurou ajuda mé-

dica. “Eu não fui, me medi-quei em casa mesmo, mas ela foi e tomou paraceta-mol e soro em casa”, expli-ca Gislaine.

A Dona Maria Cristina Souza contou que foi ao posto, mas não ficou satis-feita com o atendimento. Ela critica que no posto há muita burocracia: a comer-ciante chegou a demorar até três meses para marcar a consulta. Ela disse que preferiu ir à UPA do Gei-sel, pois lá ela recebeu me-dicamento.

Parceria entre prefeitura e moradores

Em entrevista com Da-nilo Tarcinalli, Diretor da Divisão do Departamento de Vigilância Ambiental vinculado ao Departamen-to de Saúde Coletiva, foi destacada tanto a impor-tância do órgão para lidar com questões ambientais quanto a conscientização

por parte da população, que deve zelar pela quali-dade do seu ambiente.

Para Danilo, “toda al-teração no meio ambiente prejudica a saúde das pes-soas’’. No Jardim Nicéia não é diferente. Com o pro-blema do entulho, o bairro enfrenta obstáculos, como doenças e queimadas. A falta de lixeiras adequa-das e as queimadas podem acarretar doenças e conta-minar o solo e a água.

A equipe de Tarcinalli conta com oitenta agentes de saúde, sendo cinco re-manejados para o setor de educação e conscientiza-ção. Porém, o departamen-to está em uma situação de sobrecarga; ainda falta gente para trabalhar.

Há muito trabalho para poucas pessoas, o que difi-culta a ação mais frequen-te das equipes nos bairros. Essa ausência acaba faci-litando a propagação de

Acúmulo de lixo no bairro leva a casos de dengue e queimadasMoradores afirmam que o descaso dos órgãos públicos responsáveis agravam os problemas

As queimadas geram fumaças tóxicas decorrentes da queima de plásticos e restos de produtos químicos de limpeza

Guilherm

e Sette/Voz do Nicéia

Ariely Polidoro Daniele OlimpioDouglas FrançozaLuisa VolpeMaria Gabriela ZanottiMariana SoaresTatiany Garcia

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Acúmulo de lixo no bairro leva a casos de dengue e queimadasMoradores afirmam que o descaso dos órgãos públicos responsáveis agravam os problemas

doenças como a dengue, já que não há programas de conscientização sobre como evitar criadouros do mosquito – tudo o que pode acumular água e de-senvolver larvas – na co-munidade.

Tarcinalli mapeou um novo roteiro de trabalho para aumentar a frequên-cia das visitas no bairro, consistindo em um agente de saúde que vai mensal-mente às casas do Nicéia, cria uma relação de con-fiança com os moradores e separa os territórios onde haja maior risco, para focar diretamente na solução do problema. A partir disso, o agente de saúde vai até a casa do indivíduo, elimina os criadouros existentes e geralmente aplica o larvi-cida, muito aceito pela so-ciedade, que acredita ser a solução para o problema

da dengue.Entretanto, ele expli-

ca que não funciona dessa forma. O larvicida, após sua aplicação no ar, tem um tempo para efetivar sua ação de combate: cerca de vinte minutos. O produto elimina o que está presen-te no ar somente naquele momento, não surte mais efeito depois desse tempo.

A vigilância, como afir-ma Daniel, trabalha muito com a associação de mo-radores, por uma melhor aceitação do programa pela comunidade e incen-tivo à participação. Por ser uma população pequena, ele acredita que o Nicéia se adaptaria muito bem a esse programa.

Daniel Tarcinalli reve-la estar disposto a ir em busca de firmar parcerias com a associação de mora-dores. “Me comprometo, a

ir atrás da associação para fazer atividades que cons-cientizem a população”, afirma o diretor.

O Cidade Limpa, res-ponsável pela retirada de entulhos, passará também no Nicéia entre os dias 16 e 25 de maio de 2016.

Limpeza é um direitoSegundo a Lei Nº 5.837

que estabelece a Política Municipal de Limpeza Ur-bana e de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, cabe ao Município a gestão dos resíduos sólidos em Bauru. Essa gestão é feita pela Em-presa Municipal de Desen-volvimento Urbano e Ru-ral de Bauru, a EMDURB.

Porém, em relação ao problema do lixo no Bair-ro Jardim Nicéia, o geren-te de limpeza pública Ni-valdo Peres afirma que a EMDURB está cumprindo

a sua parte para manter o bairro limpo. Segundo ele, o caminhão do lixo passa três vezes na semana (na terça-feira, na quinta-feira e no sábado) e percorre todo o bairro recolhendo os lixos residenciais, como em toda a cidade.

Apesar da lei reconhe-cer que é um direito de toda a população ser aten-dida com serviços eficien-tes de limpeza pública, a retirada de entulho no bairro não é realizada pela prefeitura. Isso só pode ser feito por intermédio da contratação de caçam-bas alugadas por empresas particulares, o que além de ir contra os princípios da Lei Municipal, fere um dos Direitos Humanos, o que diz respeito à necessidade de se assegurar a saúde e o bem-estar ao indivíduo e a sua família.

Quais as diferenças entre Dengue, Chikungunya e Zica?Dengue Chikungunya Zika

• Febre• Dores musculares• Dor de cabeça e nos olhos• Falta de ar• Manchas na pele• Indisposição• Náuseas e vômitos• Manchas e erupções

cutâneas

• Febre acima de 39 graus• Dores nas articulações• Dores de cabeça• Manchas vermelhas na

pele

• Dores nas articulações e atrás dos olhos

• Febre mais baixa que em pacientes com dengue e chikungunya

• Perda de apetite• Dor de cabeça• Erupções cutâneas• Olhos avermelhados

Estudos recentes têm relacionado a Zika a casos de microcefalia e da Síndrome de Guillain-Barré, uma síndrome neurológica e autoimune que faz com que o sistema imunológico do corpo ataque o

próprio sistema nervoso, inflamando os nervos e provocando fraqueza muscular.

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???? ??

Parto Humanizado

Ana Carolina MontoroBárbara AlcântaraGiovana Murça

O parto é uma experi-ência especial na vida de muitas mulheres. Infeliz-mente, por causa de trata-mentos hospitalares ina-dequados, esse momento pode se tornar traumático. Para evitar esse tipo de si-tuação e garantir um parto confortável à mãe, vem se popularizando o parto hu-manizado. Para celebrar o Dia das Mães, fizemos uma entrevista com a psi-cóloga e doula Paula Ro-berta Garcia Naldi. Ela ex-plica um pouco sobre esse tipo de parto.

O que é parto humanizado?É o parto com uma assis-

tência humanizada, uma forma de amparar a ges-tante e sua família. O ob-jetivo é devolver o coman-do desse momento para a mulher, já que o nasci-mento em hospitais trouxe consequências como o alto número de cesáreas, que elevam o risco de compli-cações. Hoje há uma média de 56% de cesáreas no to-tal de partos no Brasil. O recomendado pela Organi-zação Mundial da Saúde é que seja, no máximo, 15%.

Qual a diferença entre parto normal e cesáreana?

O parto por operação cesáreana é uma cirurgia

de grande porte na qual a mulher recebe uma anes-tesia. Já o parto normal é um processo que o corpo da mulher foi programado para realizar. É um direito da mulher escolher qual tipo de parto quer fazer.

O que é violência obstétrica?É toda violência cometi-

da contra a gestante e sua família durante a assistên-cia hospitalar. Ela pode ser verbal, física, psicológica ou sexual.

Quais os tipos de violên-cia mais comuns?

Impedir que a mulher em trabalho de parto ou pós-parto seja acompanha-da por alguém de sua pre-

Tira Dúvidas

Os vazamentos de água têm sido um problema constante no cotidiano dos habitantes do Jardim Nicéia. O mais recente ocorreu no meio do mês de abril, dessa vez, na Rua 4.

A moradora Eliana dos Santos Giordano contou que o último vazamento durou 15 dias e fez com que toda a da rua ficasse alagada, prejudicando o trânsito dos moradores e desperdiçando água potável. Após muita

insistência ligando para o Departamento de Água e Esgoto (DAE), o problema foi solucionado.

Porém, é grande a recor-rência dos vazamentos no Jardim Nicéia. Foram maté-rias do jornal duas vezes no ano de 2014. Em novembro daquele ano, a assessoria de imprensa do DAE atribuiu o problema à tubulação do bairro, que é antiga, de fer-ro e cerâmica. O material, na época, estava sendo tro-cado por canos de PVC, que são mais resistentes. Mas, o bairro continua enfrentando situações semelhantes.

Em relação aos vaza-mentos recentes, o jornal, ao

Vazamento nas ruas atrapalha os moradoresEncanamento precário pode ser a causa do desperdício de água

Guilherme HansenGuilherme Sette Victor BarretoDaiane TadeuVitor Soares

tentar contato com o DAE e com a Secretaria de Obras, não obteve sucesso. A secre-taria informou por telefone que o diretor responsável do departamento estava em fé-rias e voltaria ao trabalho no

dia 2 de maio. Ao realizar a ligação novamente, foi dito que o órgão responsável para cuidar dos vazamentos é o DAE, que, por sua vez, não respondeu às tentativas de contato dos repórteres.

ferência; tratar a mulher de forma que a faça se sentir mal, por agressões ou dis-criminações; fazer procedi-mentos sem explicar antes o que serão e sem pedir a permissão à mãe. Um exemplo de procedimentos inadequados é a episioto-mia (cortar a vagina) sem a autorização da gestante, ou outros procedimentos dolorosos, desnecessários ou humilhantes.

Como evitar a violência obstétrica?

As mulheres e seus acompanhantes podem se informar sobre todos os direitos da mãe e do bebê e conversar com a equipe médica.

De acordo com os moradores, os canos costumam vazar por semanas antes do conserto, desperdiçando muita água potável

Guilherm

e Sette/Voz do Nicéia

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"O que você mais gosta na sua mãe?"

Maria Clara NovaisGiovana Moraes

Ana Cristina MarsigliaVictória Rangel

Mãe é mãe, não importa o bairro. Seja nas comidas, nos passeios, todo filho tem uma coisa boapra falar de sua mãe. Neste Dia das Mães, saiba um pouquinho mais sobre o que as crianças

do bairro pensam das suas mães.

“Eu não moro com a minha mãe, mas quando a visito brincamos de cosqui-nha e assistimos vários desenhos jun-tas. Eu gosto do jeito da minha mãe, ela é boa e engraçada. Gosto que ela sempre compra lanche para eu levar para a escola.” Ana Paula, 11 anos

Fotos: Ana Cristina Marsiglia

“Gostamos da comida de nossas mães e de quando vamos ao zoológico com elas. Brincamos de fazer cosquinha e, no dia das mães, vamos fazer um churrasco para comemorar. De presente, daremos desenhos com muitos corações, flores e borboletas, porque elas são muito cari-nhosas e merecem.” Miguel, 5 anos; Lu-cas, 11 anos; Lucas Rodrigo, 11 anos

“Eu gosto muito do arroz e do feijão que a minha mãe faz. Nos momentos livres eu gosto de jogar dominó e me-mória com o meu pai e com a minha mãe e nos dias das mãe vamos ao shopping as-sistir filme.” Erick Leandro, 13 anos

“Gosto do amor, da lasanha que ela faz e do carinho que ela me dá. Ela geralmente trabalha muito, mas quando estamos em casa a gente gosta de assistir TV juntos.” André Fernando, 14 anos

“Gosto de brin-car de casinha com a minha mãe e sempre ajudo a limpar a casa, mas ela não me deixa fazer muita coisa. Amo o ma-carrão com carne moída dela, e, no dia das mães, vou abraçar e falar que amo ela.” Mi-lena, 6 anos

“Eu gosto de dan-çar a música da Peppa Pig junto com ela. Sempre dormimos juntas e adoramos ver de-senho.” Nadielly, 5 anos

“Gostamos de brincar de lutinha e jo-gar futebol na praça com ela. Dança-mos e assistimos novela e Chaves jun-tas. A nossa mãe é muito carinhosa." Flaviana, 9 anos; Milena, 4 anos

“Amo o carinho da minha mãe e gosto muito de passear com ela. A gente sempre cozinha e eu corto os legumes. Ela cozinha muito bem. Daniel, 9 anos

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Perfil

Helena O

rtega/Voz do Nicéia

Beatriz RibeiroHelena OrtegaMetheus Dias

Nair Martins

Numa sexta-feira à tarde, uma semana antes do Dia das Mães, a equipe do Voz do Nicéia foi con-versar com uma das mães mais antigas do bairro: Dona Nair Martins, da Rua 4, de 83 anos. Com muito bom humor, apesar de termos interrompido seu des-canso, ela nos atendeu enquanto assistia a sua novela.

Dona Nair contou o quanto batalharam ela e seu falecido ma-rido, o senhor João Gordiano, na criação de seus filhos Amarildo, Almir, Paulo e Márcio. Nair disse que na época em que trabalhava mais como dona de casa, Márcio, o caçula, tinha apenas 8 anos.

Ela e seu marido trabalharam durante muitos anos na Fazen-da e Usina São José. O trabalho a acompanhava até em casa, onde a rotina se dividia entre cuidar dos filhos e realizar tarefas domésti-cas que incluíam: pegar água no poço e lenha pro fogão, e cuidar de sua horta. Ela comenta: “mui-tas mães reclamam, mas não pas-

sam nem a metade do que a gente passou. Não era fácil. Não tinha tanque, água ou luz, nós pegávamos a água lá de cima e trazía-mos na cabeça”. Apesar dessas dificuldades, Nair acredita que seus filhos tiveram uma boa infância.

Infelizmente, ela sofre com algumas do-enças como labirintite, diabetes e o cansa-ço nas pernas, que a mantêm boa parte do dia em repouso. Ela já não vai tanto à igreja quanto gostaria, por exemplo. “Vou à Igreja quando Deus ajuda, quando eu estou boa”, afirma.

Também reclama de não poder ajudar tanto seu filho, Amarildo, o mais velho. Ele está de cama há três anos, devido a um aci-dente que o deixou paraplégico. A sua maior angústia em relação a Amarildo é o descaso do poder público, que não lhe dá nenhum

tipo de auxílio ou amparo. “Já faz três anos. Não tem ajuda de nin-guém para terapia ou algo assim. Eu, doente, não posso andar di-reito. Não consigo procurar auxí-lio”, protesta Nair.

Enquanto conversávamos, a nora da Dona Nair, Eliana dos Santos Gordiano, 41 anos, en-trou no quarto para pentear seus cabelos e prepará-la para a foto-grafia. Eliana ajuda a sogra como pode. Ela lava suas roupas, cuida de sua casa, zela por sua saúde. Eliana, que é casada com Paulo Aparecido Gordiano da Silva, re-vela a sua admiração pela sogra: “ela foi uma pessoa que lutou bastante na vida e defendeu seus filhos. Estou aqui fazendo papel de filha mesmo”.

Enquanto nos despedíamos, Nair nos revela sua enorme pai-xão por doces, e conta seu maior sonho: ter um carrinho de doce só seu. Sua nora nitidamente re-prova, mas não poderíamos sair sem que antes ela nos fizesse, secretamente, um pedido: levar junto com a próxima edição do ‘Voz do Nicéia’ alguns docinhos (sem que sua nora veja, claro). Dona Eliana ouve a solicitação e dá uma bronca, rindo, assim como Nair: “Não pode né Dona Nair! Essa aí é uma formiga, não pode ver doce”.

MuralMostre Seu Talento

Fotos: Giovanna Castro e Gabriela Arruda/Voz do Nicéia