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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

    FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS

    Resumo do livro tica Profissional

    MANAUS

    2010

  • PAULO SRGIO COELHO MONTEIRO

    TUANNY GUIMARES

    RICKY LUS PINTO S

    Resumo do livro tica Profissional

    Resumo solicitado pela Prof. Leonor Bernadete Aleixo Dos Santos, da disciplina tica Profissional do Contador e Auditor, do 6 Perodo do Curso de Cincias Contbeis da Universidade Federal do Amazonas.

    MANAUS

    2010

  • I INTRODUO

    Este trabalho visa resumir todos os tpicos relacionados sobre os elementos de tica do livro tica Profissional, do autor Antnio Lopes de S.

    II DESENVOLVIMENTO

    INTRODUO GERAL E PRIMEIRA CONCEPO DE TICA

    SENTIDO AMPLO DE TICA

    Em seu sentido de maior amplitude, a tica tem sido entendida como a cincia da conduta humana perante seus semelhantes. Ela envolve os estudos de aprovao ou desaprovao das aes dos homens, encara a virtude como prtica do bem e como promotora da felicidade dos seres, quer individualmente, quer coletivamente, e analisa a vontade e o desempenho virtuoso do ser em face de suas intenes e atuaes, relativos prpria pessoa ou em face da comunidade.

    VARIADOS ASPECTOS DE ANLISE DA TICA NO ENTENDIMENTO DOS PENSADORES CLSSICOS

    Aps as idias genricas sobre tica, preciso esclarecer sobre dois aspectos aceitos pelos estudiosos:

    1 - Como cincia que estuda a conduta dos seres humanos, que cuida das formas ideais da ao humana e busca a essncia do Ser, procurando conexes entre o material e o espiritual.

    2 - Como cincia que busca os modelos da conduta conveniente, objetiva, dos seres humanos.

    O primeiro situa-se no campo do ideal e o segundo das foras que determinam a conduta, um estuda a essncia e outro as relaes que influenciam a conduta.

  • Comum entre tais aspectos , todavia, a anlise do bem, como prtica de amor em suas variadas formas; igualmente relevante destaca-se o da conduta respeitosa que evita prejudicar a terceiros, bem como o prprio ser.

    ESTUDOS DA TICA PELOS PENSADORES MODERNOS

    Os filsofos modernos buscaram inspiraes remotas para seus estudos, mas, aplicaram alguns, certas doses de radicalismo, de acordo com suas preferncias em entender o ideal do bem e a conduta do ser. No pensamento moderno, todavia merecem destaque alguns filsofos que se dedicaram ao assunto.

    TICA DE BERGSON

    Henri Bergson enfocou os estudos morais e ticos sob dois ngulos distintos a que denominou de moral fechada e moral aberta, como conceitos de suas razes.

    Moral fechada a derivada do instinto, na preservao das sociedades em que se grupam os seres.

    Admitindo a necessidade ou ideal de uma renovao moral, terminou ele por deduzir que existem foras que se destinam a promover essa mesma renovao, fazendo a apologia da intuio.

    TICA DO VALOR DE SCHELER, HARTMANN E WAGNER

    Os referidos autores desenvolveram estudos de rara expresso sobre o conceito de valor e que, segundo Abbagnano, veio substituir a noo de bem que era a predominante nos domnios da tica, mas poucos filsofos tiveram a virtude da clareza e da facilidade de expresso que Wagner empregou em seu trabalho premiado. Wagner enfoca a conquista da energia, o preo da vida, a obedincia, a simplicidade, a guarda interior, a educao herica, os comeos difceis, o esforo e o trabalho, a fidelidade, a jovialidade, a honra viril, o medo, o combate, o esprito de defesa, a bondade reparadora, formas comportamentais que considerou relevantes e o faz de maneira a ressaltar em tudo o valor como o que se deve eleger para a qualidade de vida.

    O trabalho de Scheler centrou-se no combate a uma tica material do bem, ou seja, aquela que considera este apenas como desejo ou vontade prpria, sem que isto possa

  • representar um efeito perante os agregados humanos. Para ele, a tica no se baseia nem na noo de bem, nem em aspiraes desejadas, mas na intuio emotiva dos valores, observados em suas diversas hierarquias.

    Hartmann segue, nesse pensamento, o que Scheler tambm defendeu como princpio: concebe uma esfera ideal tica. A defesa da hierarquia de valores no s defendida por estes pensadores, mas tambm outras questes sobre o valor, na tica, surgiram atravs dos estudos dos seus aspectos, ou seja, se algo conectado com o homem ou se algo independente; se fundando no ressentimento, ou no vital, ou seja, qual o parmetro para a atribuio do valor.

    TICA COMO DOUTRINA DA CONDUTA HUMANA

    Como mvel da conduta humana, a tica tem uma concepo de objeto da vontade ou das regras que a direcionam.

    CONDUTA HUMANA

    A conduta do ser sua resposta a um estmulo mental, ou seja, uma ao que se segue ao comando do crebro e que, manifestando-se varivel, tambm pode ser observada e avaliada. A evoluo conceptual natural nas cincias e at no campo emprico; quanto mais evolui um conhecimento, tanto mais tende a ter mais e melhores conceitos.

    TICA CONCEBIDA COMO DOUTRINA DA CONDUTA

    O estudo doutrinrio a respeito do motivo que leva a produzir a conduta um especfico esforo intelectual; buscar conhecer o que promove a satisfao, prazer ou felicidade , nessa forma de entender a questo, mais que analisar o bem como uma coisa isolada ou ideal, simplesmente.

    A tica, como estudo da conduta, todavia, j percebida em Protgoras, quando em seus ensinamentos pregava o que fazer para ser virtuoso perante terceiros.

    Xenofonte indicou caminhos de ao do homem para que fossem observados de forma adequada, perante cada um dos aspectos de sua presena. Apresentou

  • entendimentos de condutas que realmente nos parecem de uma lgica irrepreensvel, como o que diz respeito gesto do bem pbico, quando sugeriu que aquele que no sabe administrar sua casa no sabe, tambm, administrar o Estado.

    TICA CIENTFICA E GRANDES PENSADORES

    THOMAS HOBBES

    Hobbes entendeu que o bsico na conduta a conservao de si mesmo, como o bem maior. Escreveu o seguinte: os homens no tiram prazer algum da companhia uns dos outros (e sim pelo contrrio, enorme desprazer), quando no existe um poder capaz de manter a todos em respeito.

    Conclui sobre a existncia de trs causas fundamentais da discrdia entre os participantes de um grupo: Primeiro, a competio, segundo, a desconfiana, e terceiro, a glria.

    REN DESCARTES

    Poucas inteligncias se equipararam de Descartes no sculo XVII e raras dele se nivelaram at hoje. Ensinou que a maioria das vontades determinao anmica e que esta independe do corpo, afirmando, todavia, que a alma de uma natureza que nenhuma relao tem com a extenso, dimenses e outras propriedades da matria de que compe o corpo, mas, apenas com todo o conjunto dos rgos deste.

    Consagra, pois, o sentido da benevolncia como base tica, ou seja, reconhece que a conscincia deve moldar-se pela agregao em relao ao que nos cerca, afirmando que nos consideramos unidos ao que amamos, de tal sorte que imaginamos um todo do qual acreditamos ser apenas uma parte, sendo a outra o objeto amado.

    Sugere tambm os deveres ticos perante terceiros, ou seja, os de praticar o bem e o de evitar o mal a ns mesmos e tambm aos nossos semelhantes.

    Lecionou que jamais devemos menosprezar algum, assim como devemos estar sempre mais dispostos a desculpar que a censurar, sendo sempre recomendvel a humildade virtuosa, sem o vcio do orgulho.

  • Em suma, proclamou a inteligncia emocional como o caminho para um

    procedimento tico competente.

    JOHN LOCKE

    Locke acompanha a tendncia de conservao do ser e acrescenta que se deve evitar a tristeza, auxiliando a experincia pelas sensaes e reflexes, buscando-se, ao mximo, a alegria de viver. Conservar-se em prazer, como mvel, como conduta tica preponderante, foi uma forma de apresentar, com roupagem nova, velhos pensamentos. Isso permite a deduo de que a conduta, movida pelo crebro, pelo esprito, fruto de algo adquirido, excludos, pois, para o filsofo, as causas naturais.

    Partindo de suas premissas defende a percepo como fonte da idia: a alma comea a ter idias quando comea a perceber, a alma nem sempre pensa, por isto necessita de provas.

    GOTTFRIED WILHELM LEIBNIZ

    Leibniz entendeu que as normas da moral no so inatas, mas que existem verdades inatas; de uma forma extremamente singela apresentou a que lhe pareceu a mais importante: no faais aos outros seno aquilo que gostareis fosse feito a vs

    mesmos.

    Entendeu ele, tambm, que muitos mundos existem e que Deus age dentro de uma razo lgica, havendo, pois, razo para tudo o que acontece e que o bem sempre prevalece sobre o mal.

    Complementa afirmando que os limites da justia nem sempre so assimilveis pela sociedade e que a conduta humana absolutamente justa termina por conflitar-se com aquela do grupo social.

    DAVID HUME

    Hume destaca-se no campo da tica pelo seu posicionamento utilitarista, como um questionador das causas promotoras das virtudes, dos vcios, da verdade, da falsidade, da beleza e da feldade e como um precursor de conceitos sobre os mveis da conduta humana.

  • Coerente com sua posio, admitiu a percepo como fundamento, ou seja, como formadora de idias e, obviamente, da prpria conscincia tica, repudiando a idia do eu como substncia. Quando trata, todavia, da liberdade e da necessidade, penetra no campo que diz diretamente respeito tica, tratando da paz e da segurana da sociedade humana atravs da conduta.

    Hume ressalta que a conduta, nas sociedades, nem sempre est de acordo com a virtude, com o padro ideal a ser alcanado; os atos de corrupo no Poder, as mentiras habituais dos homens pblicos, a conduo da imprensa ao sabor dos interesses econmicos da maioria em detrimento da minoria, so transgresses da tica que comprovam a verdade enunciada pelo ilustre filsofo, h tanto tempo.

    IMMANUEL KANT

    Kant afirma que a razo guia a moral e que trs so os pilares em que se sustenta:

    Deus, liberdade e imortalidade. Entende que a razo quando no se aplica moral, deixa de ter sentidos e se sujeita a produzir sofismas.

    Atribui razo a exclusiva responsabilidade da origem das aes ticas e admite que s existe valor quando o homem age sob o impulso de um sentimento de dever, daquela dinamado.

    A lei da vontade tica a que, entende ele, sobre todas prevalece.

    JEREMY BENTHAM

    Apologista do dualismo dor e prazer -, nele resumiu toda sua doutrina tica, impregnada fortemente de uma tendncia para o maior proveito que a conduta possa oferecer como veculo de felicidade.

    A Contabilidade de Prazeres e Dores, sugerida por Bentham, procura um grau de exatido , segundo ele mesmo sugere; escreve que se ocorrer um resultado positivo do prazer, a tendncia boa; se houver prevalncia da dor, a tendncia ser m.

    No desenvolvimento maior de seu trabalho sobre motivos (causa mvel da conduta), chegou concluso de que os que impelem ao ato so os impulsionantes e

  • os que repelem o ato so demoventes e termina por acolher a coexistncia desses, ou seja, o querer e o no querer, como estmulos iguais e contrrios.

    CONCEITO DE TICA CIENTFICA DE GIOVANNI VIDARI

    Vidari escreveu que a tica cincia e que seu objeto composto de juzos formados pela aprovao ou no de condutas humanas, estudadas sob o prisma de seus efeitos.

    Na verdade, tudo que pode ser objeto de conhecimento pode ser objeto tambm de cincia, desde que se condicione disciplina do mtodo e tenha por meta encontrar realidades ou sustentaes lgicas.

    GNESE, FORMAO E EVOLUO TICA

    Em que razes se sustentam as condutas humanas, quais os fundamentos do que tico, s podemos encontrar respostas remontando aos aspectos da gnese ou das formaes originrias de tal fenmeno.

    BASES MENTAIS E CONDUTA

    Os estudos cientficos da mente chegaram a concluses comuns no que tange influncia dos conhecimentos adquiridos nas primeiras idades, em relao s estruturas dos pensamentos, logo, das aes. Parece no haver dvida de que a fonte das estruturas mentais, destinadas a seguirem, ao longo da vida, como predominantes, so havidas no passado.

    A educao deve dedicar-se a implantao de tais bases, quer no lar, quer na escola e da a importncia mxima de ambos; em que pesem as teses e doutrinas do valor e que discutem sobre as estruturas educacionais do lar e da escola, sempre a famlia que se afirma com uma grande usina de moldagem das conscincias.

    DETERMINISMO GENTICO E EDUCAO TICA

    uma crena antiga e vencida no campo da cincia que o ser j nasce bom ou mau; podem ocorrer casos eventuais de seres resistentes educao, por uma determinao gentica ou inexplicvel, mas que hoje aceitamos como correto moldar a

  • infncia e os iniciados em qualquer atividade, atravs de uma slida educao. a educao a principal responsvel pela estrutura da conscincia, logo, da vontade e, em decorrncia, da conduta humana.

    Na impossibilidade de afirmar, prefervel admitir que a educao e as ambicincias que so competentes para construir as conscincias; a inteligncia do ser que vai dar maior ou menor efeito quelas.

    INFLUNCIAS AMBIENTAIS

    A educao , todavia, vulnervel a um meio ambiente adverso, especialmente se ministrada com deficincias ou se enseja espaos para incompreenses.

    Vivemos em uma poca em que proliferam veculos de m qualidade e, sob o pretexto de liberdade, praticada uma corroso moral educacional, tudo com a complacncia de muitos pais, professores e especialmente do Poder Pblico. Na infncia, pequenos erros podem representar grandes desastres na vida futura do ser, sendo imprescindvel adotar muita cautela desde o primeiro ano de vida.

    Quando no ocorre a produo educacional bsica, competente para influir mais que a m qualidade da mdia eletrnica, a tendncia de que os elementos difundidos formem modelos mentais contrrios s virtudes.

    Com isso no se deseja afirmar ser impossvel a reeducao, mas, sim, ser imprescindvel a vigilncia das famlias e das classes sociais sobre o aperfeioamento das virtudes e responsabilidades ou deveres ticos.

    ACUMULAO DOS PROBLEMAS NO CURSO DA EXISTNCIA

    Tudo o que forma opinio tem condies de contribuir ou de destruir modelos de conduta, de acordo com as diferentes estruturas mentais, mas sempre, subliminarmente, podendo motivar aes.

    A formao tica depende de ambincia sadia, virtuosa, inspiradora de uma conscincia no sentido de no prejudicar quem se forma moralmente e nem a terceiros, ou seja, lastrada na prtica do bem.

  • EDUCAO NA FAMLIA, COMO SUSTENTCULO

    O processo psicolgico da vida do lar pode ser realista, sem ser autocrtico; o critrio de estimular as virtudes melhor que o de imp-las. A educao baseada em um imenso amor, com austeridade, parece-me ser o ideal e foi o que me inspirou na orientao de meus filhos e netos, todos, hoje, encaminhados positivamente na sociedade como educadores, empresrios e profissionais.

    CONTROLE NA FORMAO DA CONSCINCIA TICA

    No basta educar, sendo necessrio controlar o educando para observar se ele cumpre corretamente o que lhe foi ministrado e aplicando os corretivos racionais e humanos. As advertncias, os corretivos no devem ser motivadores de pavor, de medo ou covardia, mas sim, apenas inspirar a lembrana amarga da transgresso. Os erros no se corrigem com outros erros e a educao no deve seguir o caminho da intimidao, mas sim, do estmulo, do chamamento realidade da vida.

    GNESE TICA VOLVIDA AOS IDEAIS E IMAGINAES CONSTRUTIVAS

    Ensejar uma estrutura mental idealstica, imaginosa, ajuda ao desenvolvimento da conduta virtuosa, quando induzida a associar o prazenteiro com o til.

    Todos os meios em educao se justificam quando a finalidade a motivao, o estmulo, para as prticas virtuosas, dentro de uma realidade de que no torne vulnervel o educando, no mundo to conturbado em que vivemos, onde a moral parece estar descuidada, envolvida por uma falsa liberdade de veiculao de idias.

    AMBINCIA DESPREOCUPADA COM A MORAL

    O choque entre a moral que a norma prescreve e exige como modelo e a prtica da imoralidade, situam-se, tambm, no problema ambiental.

    Muito contribui para a quebra dos princpios morais o verdadeiro bombardeio de informaes imorais e deformadoras das virtudes que se realizam, com naturalidade. A leso aos bons costumes, quando se consagra como prtica aceita socialmente,

  • compromete o futuro das geraes futuras, por desrespeito ao passado e negligncia ao presente.

    Todos sabemos que as modificaes sociais foram grandes nos ltimos trinta anos e que a face do mundo alterou-se quanto a costumes, mas preciso almejar uma nova civilizao, sem destruir as razes da virtude e que so perenes.

    CONSCINCIA TICA

    No campo da tica, a conscincia possui um aspecto peculiar de observao que vai desde seu conceito ate os ngulos de seus conflitos com as praticas scias. Os conceitos so evolutivos e possuem o sabor de onde so aplicados, ou seja, existem os vulgares os tecnolgicos, os cientficos, os filosficos etc.

    Para a filosofia, em nossos dias, a conscincia resulta da relao intima do homem consigo mesmo, ou seja, fruto da conexo entre as capacidades do ego (eu) e aquelas das energias espirituais, responsveis pela vida.

    Reside, pois, no interior de nos mesmos, um elo cujos limites no esto demarcados no campo da cincia e que liga o que de mais intimo possumos com o que de mais exterior de nos se relaciona com o mundo ambiental; para a filosofia, simplesmente, reconhece-se que dessa conduo resulta um estado que o de conscincia.

    A conscincia tica, portanto, esse estado decorrente de mente e esprito, atravs do qual no s aceitamos modelos para a conduta, como efetivamos julgamentos prprios; ou ainda, nos condicionamos, mentalmente, para a realizao dos fatos inspirados na conduta sadia para com nossos semelhantes em geral e os de nosso grupo em particular e tambm realizamos criticas a tais condicionamentos.

    Se desejarmos parafrasear, contabilmente, podemos dizer que a conscincia a nossa disponvel, ou seja, um fundo que se encontra em plena circulao, com entradas e sadas de recursos.

  • ESPRITO, EGO E CONSCINCIA

    Nosso ego, para ns, acaba por confundir-se com nossa conscincia ,assim como o esprito com nosso eu, embora sejam coisas distintas quando nos preocupamos em estud-las.

    O esprito parece nos suprir de elementos energticos que se distribuem atravs do crebro, para atenderem as necessidades biognicas e estas se cumprem mesmo sem a participao de nossa conscincia.

    Ter fome, ter sede, fechar uma ferida etc. so coisas que acontecem independentemente de nossa vontade, automaticamente, programadamente, para manter o organismo em plena atividade e tais manifestaes esto arraigadas ao regime da vida do corpo.

    Os sentimentos de enriquecimento, poder,prestigio,pratica da virtude, satisfao artstica e intelectual etc., entretanto, so formas da busca de uma felicidade interior e que se situam em outro estagio de nossos pensamentos.

    nessa relao entre o esprito e a sensibilidade da mente captadora de tais condies ou necessidades ultimas referidas que se instala e age a conscincia.

    No campo da tica, todavia, tal forma de conquistar a felicidade egosta no encontra apoio e nem considervel. Esta a razo pela qual a conscincia tica peculiar. Coisa alguma tica se produzida com o prejuzo de algum, com a inteno de um subjetivismo acentuado e pernicioso.

    No se trata de uma renncia ao esprito e nem ao ego, mas de uma adaptao que se processa de forma natural pelo reconhecimento do amor como condio essencial da existncia; a prtica do amor inicia-se pelo amor prprio e complementa-se pelo amor ao semelhante, ao grupo, a classe, a sociedade.

    No podemos perceber uma verdade que se fundamente na afirmativa de que nos mesmos nos criamos, mas conseguimos aceitar e verificar que a conscincia algo que

    foi criado por nossa aceitao ou assimilao de elementos recebidos na vida que cumprimos.

  • Quando ento consideramos a conscincia tica ai sim vamos perceber que todo o universo da existncia se acomoda a uma norma do consensual, na direo do que se entende como virtuoso.

    ASPECTOS DA CONSCINCIA TICA

    No campo tico, diferentemente do que ocorre em outros, a questo se prende a uma conduta objetiva de comportamento de grupo que exclui subjetivismo. ai que nossa conduta, como fruto de nossa conscincia, passa por julgamentos prprios, mas,tambm,de terceiros e , neste particular, torna-se genuinamente tica.

    Usando as expresses contbeis para figurar um exemplo, diramos que estamos permanentemente sujeitos a uma normalizao contbil que nos estabelece como registrar,classificar e demonstrar os atos da riqueza,mas,tambm, de uma auditoria contbil interna que revista fiscaliza, critica e orienta nossas aes.

    CONSCINCIA SUBJETIVA E CONSCINCIA TICA

    Sendo a conscincia formada, adicionada a estrutura mental de cada um e como cada ser parece comporta-se como um universo prprio, a conduta que dimana da vontade gerada na conscincia pode no ser aquela julgada como boa, para terceiros.

    Isto pode levar a conflitos de diferentes naturezas, tanto para o ser, como entre seu grupo, sua classe, sua sociedade, seu estado. A conscincia tica especifica, pois forma-se para o exerccio de vontades que geram condutas que se submetem ao julgamento de terceiros.

    Uma conscincia virtuosa, opostamente, fica isenta de conflitos, em geral, pois, esse o estado de valor que se tem objetivado conseguir, ao longo dos milnios, na sociedade humana.

    Entre a realidade geral e aquela da minoria dominante, podem ocorrer divergncias de pontos de vista que levam a posies antagnicas, nos domnios da conscincia.

  • REFLEXO TRANSCENDENTAL E CONSCINCIA TICA.

    A conscincia tica forma, pois, tambm, como toda conscincia, uma opinio, derivada da reflexo, ou seja, desse confronto entre a realidade percebida e aquela que se insere no intimo do ser.

    Essas posies interiores que atribumos a nossa mente so, todavia, parecem-me, transcendentais, provenientes ou de partes recnditas e desconhecidas do crebro, pela cincia, ou dessa energia ainda to pouco conhecida pelo homem e que denominamos espritos.

    O fato que existe, dentro de cada um, consoante a sua capacidade, um fluxo de julgamentos e de intuies para o que admitimos como as normalizaes, com as leis, sob certas condies.

    Ningum pode negar que existe, dentro de cada um de nos, esse fluxo de ligaes entre nossas percepes da vida e o que interiormente nos sugerido por essas energias.

    Admitem alguns filsofos e religiosos que todos possumos a centelha de uma inteligncia superior que tudo criou e tudo formou razo que nos atribui, como naturais, todas as verdades.

    Embora tal forma de entender tenha rigor lgico, sendo, por conseguinte, aceitvel no campo da cincia, carece de provas, para os materialistas.

    Seja como for, o aspecto da conscincia tica bem palpvel para nos e tem sua forma objetiva de ser aceita, como j se descreveu.

    MUNDO INTERIOR E MUNDO EXTERIOR PERANTE A CONSCINCIA TICA

    Os princpios de conscincia tm indicado, por exemplo, na classe contbil, como manifestao geral, a tendncia para um conservadorismo moral, para um comedimento compatvel com a prpria funo de pessoa de confiana, como o profissional.

    Ao absorver os segredos da empresa, ao obrigar-se a mant-los em sigilo, por uma forca tica, o contador, em geral, um homem de comedimento no falar e no agir.

  • O normal que a sabedoria derivada da experincia melhore a conduta, mas as ambies que residem nos egosmos que o id entende como prazer, como felicidade, podem ser canalizadas para um materialismo exacerbado e condenvel.

    Tambm pode ocorrer que o profissional se volte contra medidas provenientes dos poderes que geram o estado e que foram medidas em nome do social, mas, em verdade, com leses ao interesse individual dos cidados que exercem seus trabalhos.

    Se nosso cdigo civil protege o sigilo e se a lei fiscal obriga sua quebra, o conflito da prpria legislao desmoraliza a posio legal e a opo profissional fcil, em favor da empresa. A questo de conscincia, no caso, tem como mais forte, o dever de no trair, de no insurgir-se contra aquele que tem o dever de proteger.

    O profissional da contabilidade, no caso, segue os mesmos preceitos do advogado que, mesmo sabendo que seu constituinte criminoso, o defende ou, ento, do medico que, mesmo sabendo que seu cliente um adultero, o protege contra a doena que adquiriu sexualmente.

    No se trata, pois, de defender a omisso, o crime ou o adultrio, mas a pessoa que se deixou vitimar por tais eventos.A conscincia enseja um exerccio de vida que busca fundamentos nas virtudes do esprito e estas seguem a parametria das essncias.

    Quando o tal exerccio o profissional, a conscincia tica, como especifica, tem como virtudes tambm fatores especficos e, neste caso, preciso seguir-se a razo fundamental que a do suprimento das necessidades dos indivduos e a das clulas sociais; no caso do contabilista, seu exerccio se objetiva na defesa das clulas sociais, atravs da riqueza, em sua relativa interao com o social.

    No se trata de um egocentrismo, nem de privilgios de classe, mas sim do exerccio especifico das virtudes, quando e como se fazem necessrias ara a utilidade humana.

    Husserl, e seus adeptos da fenomenologia, entendem que tudo intencional nas relaes entre o ser e a sociedade a qual pertence e com isto defendem uma superautonomia do esprito e, logo, uma independncia absoluta deste, em relao ao todo em que habita.

  • Isto explica os conflitos, mas no exclui o dever de um esforo no sentido de uma harmoniosa convivncia com o grupo, no caso tico.

    Os diversos aspectos aplicveis ao estudo da conscincia tica so todos de grande importncia, pois focalizam partes de realidades que constituem mosaicos de uma viso ate agora formada sobre o que nos foi possvel entender sobre to complexo e profundo assunto.

    inequvoco que, entre o ideal, o real, o eu, o tico, um expressivo numero de variveis discordantes pode ocorrer.

    Os juzos que povoam o consciente, o pr-consciente, o inconsciente,assim como as energias espirituais que sobre nos atuam, criam, muitas vezes, mirades de variaes competentes, para alterarem os modelos j aceitos pela conscincia.

    Entre o eu e a conscincia, pois, h um vasto campo de estudos inexplorado.

    ESTADOS ESPECIAIS DE MANIFESTAO DA CONSCINCIA ETICA

    O ego, envolvido pela crena, pelo preconceito, pela forte emoo, pelo desenfreado interesse, pelo descontrole do IF, tende a deturpar o racional, podendo neg-lo, alter-lo ou superestim-lo, de acordo com a circunstncia.

    Pode ocorrer entre um grupo e uma sociedade e ate com a aceitao do estado, uma posio fantica, logo irracional, que se torna moral perante o coletivo, mas no se

    torna tica perante a doutrina.

    Pode ocorrer tambm que paixes e sentimentos profundos alterem as vises de um ser, tais situaes so notrias, porem, ainda no amplamente dominadas pelo conhecimento humano.

    A cincia, tambm, ainda no conseguiu uma valorimetria da paixo, da dor, da tristeza e da melancolia que fosse confivel e comprovvel quanto a fixao quantitativa de sua intensidade e elasticidade.

  • Quanto menos culto o ser, mais susceptvel de influencias; quanto menos culta uma sociedade, mais facilmente se deixa levar por prticas enganosas dos que detm o poder, inclusive as do fanatismo.

    A ignorncia facilita o enfraquecimento da virtude e o erro pode consagrar-se como conduta aceitvel ate perante o social; o q se tornar tico na pratica, todavia, jamais se poder aceitar como verdade na doutrina da tica e ai se diferenciam as qualidades das conscincias.

    Sob determinadas circunstancias, todavia, de tal forma as leses contra a virtude se consagram. De tal forma so motivadas inteligente e propositadamente, que o que vem a parecer tico no passa de um estado especial de conscincia, tratvel perante o conhecimento da tica como na medicina se cuidam os casos patolgicos.

    VIRTUDE COMO SUBSTNCIA TICA

    Para Aristteles as virtudes so chamadas de hbitos dignos de louvor. O autor entende essa colocao analisando de forma particular de ver as coisas, ou seja, um olhar particular de um grupo. Mas ele entende tambm que os atos, para serem virtuosos, tm que estarem de acordo com a prtica do amor, no causando malefcios a si e nem a seu semelhante, havendo sempre respeito a si a aos seus semelhantes.

    CONCEITO GENRICO DE VIRTUDE TICA

    A virtude a uma propriedade do esprito envolvida pelo amor, pela sabedoria, pela ao e a prtica do bem. Na tica a virtude um princpio, uma condio essencial, basilar conduta.

    O ser humano nasce com caractersticas que no se pode definir, mas podemos mold-las com a educao no lar, nas escolas, nas igrejas, nos clubes, nas diversas convivncias. Assim, com tudo isso, a virtude em um ser definida na pratica de atos morais, essenciais, ntimos da alma.

  • EVOLUO CONCEPTUAL DE VIRTUDE E SUAS RELATIVIDADES

    Com a mudana e evoluo do pensamento humano, o conceito de virtude foi se modificando , sofrendo transformaes na prpria forma de encarar a aplicao de certos princpios, que antes eram demasiadamente rgidos. Essa evoluo parece ser uma constante mudana, de modo que no sabemos se futuramente esses mesmos conceitos sero aceitos.

    No campo escolar a hierarquia era preservada de modo que, apesar da liberdade que os professores davam aos seus alunos, eles no a confundiam com libertinagem. hoje em dia essa liberdade ofusca a hierarquia do professor para com o aluno.

    Apesar de muitas alteraes, h mudanas que so proveitosas, como a liberdade do ser humano e a aproximao verdade. Essas alteraes no mudam a conduta tica de um profissional.

    Os valores sociais, as normas, o comportamento humano, tudo mudou em razo do progresso do conhecimento humano, mas apesar disso, no abalaram os ncleos referentes aos alicerces da virtude. Embora a conduta humana esteja de acordo com a mudana da sociedade, no ha como desvincul-la, em nenhuma circunstancia, da virtude.

    Vrios ngulos devem ser analisados para destacarmos as mudanas, para a operacionalizao do progresso, que muitos filsofos afirmam que foi mais materialmente que espiritualmente.

    Em muitas reas de trabalho h a tentao da corrupo, como na rea de contabilidade, que preza pelo tesouro de terceiro. O contabilista tem que, alem de seguir o seu cdigo de tica, ter convico de que no tem que construir sua fortuna custa de prejuzo de terceiros.

    EFEITOS E RESPONSABILIDADES NA PRATICA DA VIRTUDE

    A virtude consagra profissionais que usam a virtude no pela conscincia, mas pela convenincia. Fazendo com que sejam beneficiados, na ordem material e social, quando no mereciam, pois fazem isso por interesse.

  • A virtude, por ser algo raro, vista como uma qualidade que traz confiana s pessoas. Apesar de ser uma qualidade, a virtude tambm motivo de desconfiana devido muitas pessoas a utilizarem para atingir seus interesses e no para uma causa humano-social.

    Nessa terrvel onda de corrupo, dificilmente um contabilista est envolvido em algum caso. H muitos e muitos anos os contabilistas so os homens de confiana dos empresrios e dos homens pblicos, por isso sempre preservaram a virtude. A compensao pela virtude nem sempre material, mas moral, um beneficio de ordem ntima, espiritual, mental, de conscincia, que traz vibraes positivas que evidencia algo mais prazeroso que o dinheiro, o amor.

    PERFEIO E VIRTUDE

    Com a pregao da existncia de um ser supremo, perfeito, fonte da verdade, do saber, da bondade, do amor, um ser transcendental, vem influenciando o homem milnios. Esse ser perfeito influencia o homem que acredita nele porque ele criou o homem a sua imagem, ento a presena de Deus em cada homem exerce uma forca que o conduz para algo que representado pelo amor, sabedoria, presena, ao. Assim, Scrates, cristo, So Francisco de Assis e muitos outros homens coincidiram em seus pontos de vista.

    Apesar de, na pr-histria, no ter existido a idia da perfeio, do amor, da sabedoria, no homem sempre existiu propriedades divinas que inspiram a virtude, independente da vontade humana. Por isso nos sentimos satisfeitos quando encontramos a essncia da virtude que por nascimento parecemos trazer.

    CARTER E VIRTUDE

    Por mais que sejamos semelhantes, nunca seremos idnticos. O homem tem virtudes e defeitos que so adquiridos no decorrer da vida, o carter. Para que o homem construa a virtude em si depende da sua vontade que querer. De acordo com os espiritualistas, a humanidade tende a evoluir, pois com os principio da conservao e da evoluo do esprito. Essa evoluo vem da sabedoria que adicionada entidade espiritual e que tem que ser reconquistada a cada reencarnao.

  • O carter originado da energia desse esprito e beneficiado pela educao e pela qualidade do ambiente em que se vive. Carter um sistema energtico consubstanciado em virtudes que regem a ao do homem. Essa energia contagiante e inspiradora. Quando existe lideres virtuosos, a virtude se propaga pelos membros da sociedade. Assim como a virtude, corporificada em pessoas, inspira outras para a conduta perfeita. O carter de uma pessoa pode ser desenvolvido a partir da virtude.

    Apesar de muitos estudos, ainda no possvel definir se o carter de uma pessoa depende da educao ou do meio em que nasce ou vive. Existem pessoas que nascem na prosperidade e chegam a situaes adversas, e tem gente que nasce em situaes adversas e chegam a prosperidade. O carter o destino que cada pessoa tem, que cada um traa.

    O livre arbtrio foi dado ao homem para ele escolher entre o bem e o mal, por seguir ou no suas intuies, assim definindo seu destino. Mudanas de ambiente podem operar mudanas, mas a deciso de mudar ou no do homem. Muitas pessoas j nasceram em locais de adversidade e chegaram ao pice da sabedoria, e para o autor essa vitoria foi causada pela evoluo do esprito que encarnou naquela pessoa. Mas o carter mutvel e amoldvel, por isso depende da escolha de cada um.

    DEVER PERANTE A TICA

    O dever tico cumprir o que se faz til e necessrio sobrevivncia harmnica.

    GNESES E A NATUREZA NTIMA DO DEVER

    A reencarnao de um esprito pode nos trazer lembranas fortes que influenciam no comportamento. A histria j registrou muitos casos de homens de inteligncia muito superior, bem acima da media dos outros. O eletro encefalograma mostra atividades cerebrais, que no diferem de uma pessoa para outra, por isso muito se acredita que a inteligncia tem ligao com o esprito da pessoa.

    A conscincia do homem faz com que ele pense no errado e no certo, no tico e no antitico, no justo e no injusto, e quem decide as aes o prprio homem.

  • SENDIBILIDADE PARA COM O DEVER

    Quando praticamos algo que achamos normal tendemos a normalizar essas aes como leis. Tem vezes que a lei contraria a tica e tem vezes que a tica contraria a lei,

    mas se existir coincidncia de princpios, a desobedincia desses acarretara em violao. A tica humana um sentimento que nos modela para o dever pelas vias de uma conscincia tica. Aquele que no tem sensibilidade tica termina, quase sempre, marginalizado, embora possa iludir e tirar proveitos dos outro, temporariamente.

    COMPULSORIEDADE DO DEVER

    A conduta virtuosa torna-se tambm, uma obrigao compulsria, por se consagrar nos costumes e consubstanciar em normas, regulamentos e leis. Isto porque representa algo que no se sujeita a opes, nem a alternativas, mas a um necessrio cumprimento.

    O no cumprimento do dever assume carter de violao, ou seja, de transgresso de obrigao da norma, mas, intimamente, mais que isto, por representar uma antipropriedade do esprito.

    Logo, a violao torna-se objeto de sano ou punio, quer natura, quer do grupo prximo, quer legal, quer profissional, quer social.

    Nenhum desses aspectos se confunde, pois a natureza das obrigaes so diferentes diante de tambm diferentes condies de analise.

    EDUCAO E DEVER

    Para os que possuem formao educacional de qualidade, que so dotados de ndole boa, o cumprimento dos deveres ticos torna-se um efeito natural, egresso de estruturas espiritual e mental sadias.

    Muitos so os estudiosos que recusam o conceito de dever moral ou tico, como efeito da presso social ou de imposio legal, por entenderem que o ser humano pode possu-lo como formao prpria e recebida , independentemente do que possa estabelecer um cdigo, um decreto, um regulamento etc.

  • Os efeitos da educao bsica de qualidade, sobre a comunidade e o prprio ser, tem a historia comprovado serem eficazes meios de gerao de condutas positivas.

    A orientao para o cumprimento do dever tico tarefa educacional permanentemente, quer dos lares, quer das escolas, quer das universidades, quer do estado, quer das demais instituies.

    Educar para o dever contribuir para a harmonia social e para o xito do ser que recebe os modelos de conduta.

    ESPRITO E DEVER

    O dever se encontra, em suas razes, no esprito, como uma tendncia originaria, mais que como uma obrigao formal, mas s tem condies de refinar-se e de consubstanciar-se como modelo de conduta pelas vias de educao.

    determinante, relevante, a qualidade da educao, pois esta, paralelamente a boa ndole, ao ambiente sadio em que se forma o ser, enseja tambm a conscincia tica de qualidade, e esta o firme conceito de dever. Mesmo os bem dotados no podem prescindir desse polimento, desse acrscimo ao natural.

    VOCAO PARA O DEVER E CONFLITOS ENTRE VONTADE E COMPULSRIO

    Partindo de uma conscincia vocacionada para o dever, o homem age de acordo com essa determinao intima que o impele a uma conduta sadia, como um modelo de boa vontade. Esta no se confunde com a lei, com a norma, com o regulamento, pois estes podem, inclusive, provocar resistncias subjetivas.

    O normativo pode ser gerado de experincias sadias e consagradas e pode estar impregnado de interesses de grupos dominantes do poder, que decidem sobre suas aprovaes para um uso compulsrio.

    Devido a ambincia social a vida impe-nos condutas que parecem, algumas discrepar daquelas a que somos instrudos por efeitos naturais.

  • Devido a isso podemos ento, discordar da lei, por entend-la contraria ao que nossa conscincia tica determina, especialmente quando esta, impregnada pela pureza das propriedades espirituais, se contrape aquela, contaminada por convenincias de grupos dominantes.

    O dever tico natural o que a tica acolhe como categrico, como especifico da natureza da conduta. Desta forma, nasce e se desenvolve por uma voluntaria manifestao de vontade, sem que exista a obrigao de cumprir, mas como cumprimento de uma determinao que fluiu sem esforos.

    O DEVER E O SOCIAL

    Apesar de muitos socilogos terem opinies diferentes, o autor entende que a sociedade no nos impe, mas nos impele, transcendentemente, a aceitao do dever como principio. Logo, parece no ser a imitao ou a obrigao por efeitos ambientais que nos conduz a entender o dever tico, em seu sentido natural.

    Torna-se contraditrio aceitar que o homem tenha um instinto gregrio e que o gregrio possa reger seu instinto. Sendo assim a causa no pode ser o efeito assim como este no pode ser a causa.

    Apesar das dimenses poderem ocorrer simultaneamente, no podem ser confundidas, causando-nos assim perda a tica das percepes exigveis racionalmente.

    DEVER E RACIONALIDADE

    Historicamente, as normas ticas passaram do domnio das religies ao poder do estado, das classes, ate que, como cincia, fosse possvel um estudo insuspeito das mesmas. Isso no significa afirmar que houve sempre coincidncia de tais esforos com o sentimento dos indivduos, quer isoladamente, quer em grupo, mas inegvel que assim tudo aconteceu.

    O autor admite que o dever no deva ser encarado com tamanho rigor, como o fez Kant, mas no pode deixar de acolher a utilidade do reconhecimento do mesmo como associado ao do bem, e este como pratica do amor a si mesmo e a nossos semelhantes.

  • Assim como a ao racional, parece-lhe ser manifestao suprema que associa o

    dimanado da energia espiritual com a estrutura do crebro. Sendo assim associando a sensibilidade para o bem a racionalidade de sua pratica, parece completar o circuito, que competente para fazer do dever uma conseqncia natural de to importantes causas.

    Somos parte de uma sociedade que apesar de nos oferecer grandes convenincias nos requerem como participantes ativos de sua organizao. Servir a ela deixa de ser um dever imposto ou mesmo sugervel, para emergir do racional e do sensvel.

    Existem, todavia, situaes em que o negar uma doao. A inteno mesmo na negativa ser sempre uma doao, em sentido relativo, se teve o bem como motivao. O que nos solicitado pode transformar-se, se cedido, em um mal para quem recebe nossa concesso.

    O bem tem face de relatividades que precisam ser observadas sob a gide da racionalidade, para que a conscincia tica no se forme somente na base da doao, mas tambm na da negao, quando a recusa que enseja um bem.

    INTELIGNCIA EMOCIONAL E TICA

    A competitividade e as mudanas no ritmo da economia tm afetado, de forma marcante, o comportamento do homem que atingido pela ao direta das mais diferentes tendncias que ocorrem no mbito de sua atuao, sendo alvo portanto, de desgastes fsicos e psicolgicos tendo de resistir s presses, buscando fora em sua auto-estima fundamentada em valores ticos que impulsionam a um permanente processo de revitalizao das energias para suportar os desafios.

    O nvel de competitividade se acentua de forma preocupante em todas as reas de atividades, os clientes reconhecendo os seus direitos exigem qualidade, prestao de servios, eficincia e preo.

    A lenta desintegrao da vida em sociedade, a forte necessidade de auto-afirmao e as presses economico-sociais chegam a exercer influncia sobre o comportamento de muitas pessoas que, inadvertidamente, acabam cometendo algum tipo de deslize na expectativa de levar vantagem, o que na certa estar comprometendo a prpria reputao e o prestgio da classe a que pertencem.

  • A inteligncia emocional tem influncia direta no comportamento tico das pessoas, pela dependncia e ligao com os sentimentos, carter, instinto e moralidade. Quando a emoo no contida a inteligncia age de maneira impulsiva, levando a pessoa a perder o senso de responsabilidade.

    O comportamento no se fundamenta em um simples problema de educao ou de responsabilidade. muito mais que isso, pois exigem pessoas que so dominadas por um verdadeiro turbilho emocional a ponto de banir da conscincia o mais elementar senso de tica nas relaes de trabalho, de negcios e tambm sociais.

    O impulso com que a pessoa age movida pela emoo revela um sentimento que explode, transformando-se em ao.

    Essa ao pode ser positiva, o que magnfico, mas pode se manifestar tambm de forma negativa, o que revela desequilbrio, deficincia moral, fraqueza de esprito e desajuste no meio em que vive e atua. A capacidade de controlar os impulsos a base da fora de vontade e do temperamento do indivduo.

    H duas posies morais, dentre tantas, que o ser humano procura resgatar, de maneira at obstinada, que so o autocontrole e a fora de carter, no se dando conta de que as pulsaes do crebro so um fenmeno soberano e determinante do comportamento emocional que desafia os princpios da lgica e da racionalidade.

    A inteligncia emocional estudada e valorizada em praticamente todos os ciclos de treinamento e dinmica de grupo em vrias partes do mundo est transformando a vida profissional e social das pessoas que precisam se ajustar aos novos tempos e globalizao, pois quem no se preocupar com o aprimoramento pessoal, valorizando a atividade e o reconhecimento dos princpios ticos, pode sucumbir prejudicando no s a qualidade do trabalho e a sade, mas a prpria estrutura familiar, onde a infncia e a adolescncia forjam os hbitos emocionais bsicos que serviro para toda a vida. A tica a cincia da moral e se ocupa com uma srie de princpios pelos quais a pessoa deve guiar sua conduta em sociedade e na profisso que exerce de acordo com a lei, os regulamentos e o dever. A tica visa a amoldar os ideais de cada pessoa a um padro moral, a uma conduta comportamental, em funo de um modelo de vida e atitudes para evitar qualquer tipo de envolvimento que possa causar prejuzos a terceiros e denegrir a

  • imagem da classe profissional a que pertence. Ao raciocinar sobre o comportamento tico de uma profisso, luz de uma conduta certa ou errada, no h como deixar de associar essa conduta ao comportamento moral do homem que chega a adotar certas regras para si, prticas e diretas, sem se dar conta das conseqncias de seus atos, movidos que so pela emoo sobre a inteligncia.

    Toda classe profissional necessita de um sistema tico a ser seguido, embora se reconhea em princpio a lisura de cada um de seus membros at que, dentre tantos outros, surja algum que prove o contrrio.

    O preceito estabelece uma doutrina tica que se amolde de maneira prtica e objetiva atividade diria e vida moral e sistemtica do profissional. A tica, assim, pode ser entendida como um alerta para que o homem reflita sobre a sua conduta em relao ao mnimo que se exige para o bom desempenho da atividade.

    CONDUTA DO SER HUMANO EM SUA COMUNIDADE E EM SUA CLASSE

    Razo para a exigncia da disciplina do homem para com o seu grupo, decorre do fato de que as associaes necessitam de equilbrio, o que s encontrado quando a autonomia dos seres se coordena com a finalidade do todo.

    Os seres humanos no fogem tendncia de organizarem-se. No entanto todo sistema depende de uma disciplina comportamental.

    Cada ser, ou classe profissional, por exemplo, tem o seu comportamento especfico.

    Um conjunto de profissionais deve seguir uma ordem que permita a evoluo harmnica do trabalho de todos, partindo da conduta individual, atravs de uma tutela no trabalho que conduza a regulao, ao equilbrio do individualismo frente ao coletivo.

    Esta tal conduta especial denominada tica, e do exerccio de virtudes dela defluistes.

  • muito importante o sentimento social para a construo dos princpios ticos, e tais princpios so incompreensveis sem aquele sentimento.

    O bem geral precisa ser preservado na homogeneizao perante a classe, e at mesmo o prprio ser como unidade, pois e este um regime de interao benfico.

    INDIVIDUALISMO E TICA PROFISSIONAL

    O ser humano tende a defender seus prprios interesses em primeiro lugar, e quando estes interesses, no so recomendados, isso pode vir a trazer muitos problemas.

    O trabalho passa a ter apenas um valor restrito quando executado apenas no intuito de auferir renda. E nos servios feitos com amor, com vistas ao beneficiamento de terceiros, trazendo como conseqncia o bem comum, passa a existir a expresso social do mesmo.

    O valor tico do esforo humano, pois, varivel de acordo com seu alcance em face da comunidade.

    Quem s se preocupa com lucros, geralmente tende a ter menor conscincia de grupo. O fascnio pelo dinheiro, faz com que haja total desinteresse pelo que ocorre com sua comunidade e com a sociedade da qual faz parte.

    A conscincia de grupo tem surgido mais por interesse da defesa que por altrusmo, pois garantida a liberdade de trabalho, se no se regular e tutelar a conduta, o individualismo pode transformar a vida dos profissionais em reciprocidade de agresso.

    Esta luta acontece atravs do aviltamento de preos, com propagandas enganosas, calnias, difamaes, tudo na nsia de ganhar o mercado e subtrair a clientela do colega, reduzindo a concorrncia.

    Diversos atos ilcitos podem surgir em nome de ambies, deixando de existir limite para os desonestos, traidores e ambiciosos.

    A tutela do trabalho se processa pelo caminho da existncia de um tica, imposta pelos conselhos profissionais e de agremiaes de classe.

  • Mas, seja em que profisso se considere esta questo de organizao, o interesse apenas pessoal pode chegar a nveis altssimos. E como no existem limites para ambies humanas, no campo da riqueza, a conduta pode tornar-se agressiva e inconveniente, e esta uma das fortes razes pelas quais os cdigos de tica quase sempre buscam maior abrangncia.

    A fora do favoritismo pode assumir propores asfixiantes para os profissionais menores, ou seja, a maioria.

    A ausncia de tica pode levar a discriminaes e at a polticas desumanas em mbito internacional.

    Portanto quando se referem classe, ao social, no nos reportamos apenas a situaes isoladas, a modelos particulares, mas a modelos gerais.

    Como assevera Carrel: Uma sociedade que reconhece o primado do econmico no se d a virtude, porque a virtude consiste em obedecer as leis da vida, e quando o homem se reduz atividade econmica, logo deixa de obedecer, quase que de todo, as regras da natureza.

    Para que os interesses de uma classe predomine, preciso que se acomode s normas, pois estas devem estar apoiadas em princpios de virtude, pois s a virtuosa tem condies de garantir o bem comum, a tica tem sido ento o caminho justo, adequado, para o benefcio de todos.

    VOCAO PARA O COLETIVO

    O homem ao longo dos tempos foi abdicando de parcelas do individualismo para se beneficiar da unio, da diviso do trabalho, da proteo da vida em comum.

    G. Vidari escreveu que a formao de classes sociais um fato de grande importncia tica e se completa no momento exato em que o homem sai de sua homogeneidade instvel de origem primitiva e forma grupamentos mais estveis e determinados.

    A vocao para o coletivo j no encontra nos dias de hoje a mesma pujana nos centros maiores.

  • A vitria do egosmo parece vigorar ainda, e a sua reverso no parece ser fcil.

    O homem no deve construir seu bem a custa de destruir o de outros, e nem pensar que o centro do universo.

    CLASSES PROFISSIONAIS

    Uma classe profissional caracteriza-se pela homogeneidade do trabalho executado, pela natureza do conhecimento exigido para tal execuo e pela habilitao para o exerccio da mesma.

    A classe profissional um grupo dentro da sociedade, definido por sua especialidade de desempenho de tarefa.

    A formao de classes foi ocorrendo de forma natural h milnios, e dividindo-se cada vez mais.

    A diviso do trabalho antiga, ligada que est vocao de cada um para determinadas tarefas e s circunstancias que obrigam s vezes a assumir esse ou aquele trabalho, transferir tarefas e executar a sua.

    Essa unio dos que realizam o mesmo trabalho ocorreu de forma natural e hoje regulada por lei e consolidada em fortes instituies de classe.

    CDIGO DE TICA PROFISSIONAL

    um Instrumento regulador, um conjunto racional com o propsito de estabelecer linhas ticas, j uma aplicao desta cincia que se substancia em uma pea magna, como se uma lei fosse entre partes pertencentes a grupamentos sociais.

    O cdigo de tica profissional gerado por uma espcie de contrato de classe e os rgos de fiscalizao do exerccio passam a controlar a execuo de tal pea magna.

    Estando tudo derivado de critrios de condutas de um indivduo perante seu grupo e todo social.

  • O interesse de cumprimento deste passa a ser de todos. Devendo existir para tanto uma ordem no intuito de se conseguir eliminar conflitos e especialmente evitar que se macule o bom nome e o conceito social de uma categoria.

    Portanto, se muitos exercem uma mesma profisso preciso que uma disciplina de conduta ocorra.

    BASE FILOSFICA DOS CDIGOS DE TICA PROFISSIONAL

    Para que um cdigo de tica profissional seja organizado preciso que se trace a sua base filosfica, que deve estribar-se nas virtudes exigveis a serem respeitadas no exerccio da profisso e em geral abrange as relaes com os ostentes dos servios, os colegas, a classe e a nao.

    Exemplos de virtudes:

    O zelo exigvel em qualquer profisso, tendo em vista a importncia na execuo do trabalho.

    O sigilo_ Deixa de ser imprescindvel em profisses que no lidam com confidncias. Um contador, por exemplo precisa guardar segredos que conhece sobre os negcios da empresa a qual presta servio.

    Logo, traar as linhas mestras de um cdigo compor a filosofia que ser seguida e que forma a base essencial do mesmo.

    As linhas de um cdigo de tica, sero sempre linhas de virtude a serem seguidas., e a base filosfica necessria para que se forme a estrutura.

    PECULIARIDADES EM UM CDIGO DE TICA PROFISSIONAL

    Estas peculiaridades dependem de uma srie de fatores. No podendo existir um padro universal que seja aplicvel com eficcia a todos os casos.

    Por isso existem cdigos de tica, no plural.

    As classes devem gerar estes estatutos.

  • Os deveres e obrigaes do indivduo devem ser coletados com pacincia.

    A evoluo ocorrida nas profisses atravs da mudana de costumes, avano da tecnologia, alteraes nas polticas sociais exerce influencia nas condutas e os cdigos se desajustam, mesmo que suas elaboraes tenha sido extremamente cuidadosas.

    PURITANISMO E TICA PROFISSIONAL

    antinatural uma atitude exagerada em relao s virtudes, enfraquecendo seus valores ticos.

    A virtude constantemente confundida com hipocrisia, intolerncia, dureza; segundo Carrel.

    No se deve prender a detalhes de mnima relevncia. Isso extremismo.

    A intransigncia no virtude. No se deve ver m-f em tudo. Este comportamento no tico.E quando isso ocorre nas profisses a tendncia que o indivduo termine isolado em seu grupo.

    Os atos devem ser julgados relativamente.

    Quando prejudica terceiros, o puritanismo um vcio

    Tais indivduos, em nome de sua tica particular, lesam quase sempre, a verdadeira tica.

    CONDUTA INDIVIDUAL E SUCESSO

    A conduta sadia do ser, consigo mesmo e com seu ambiente, habilita ao sucesso.

    grande o nmero de pessoas que enriquecem e passam a desfrutar de prestigio, tendo alcanado o sucesso pelas vias da corrupo.

    O enriquecimento pode ser conseguido s custas da ausncia de virtude, mas o sucesso, desta depende. O sucesso tal qual admitido para um homem integral jamais poder ser alcanado sem a prtica da tica.

  • O sucesso tem ligao com o amor e a sabedoria, somado ao e constante reflexo sobre tudo o que se faz.

    Quando se ama o que se faz, o fruto do trabalho ser de boa qualidade. E se o homem valoriza-se pela sabedoria aufere melhores rendimentos

    JULGAMENTO DA CONDUTA TICA NA CLASSE

    Estabelecido um cdigo de tica, para uma classe, cada indivduo a ele passa a subordinar-se, sob pena de incorrer-se em transgresso punvel pelo rgo competente, incumbido de fiscalizar o exerccio profissional.

    Muitos erros ocorrem por falta de conhecimento da conduta.

    muito importante a fiscalizao para garantir a qualidade dos servios prestados e a conduta humana dos profissionais.

    III CONCLUSO

    Seguindo a atual tendncia das cincias de se embasarem no s na lgica, mas tambm na metafsica, o livro estuda a conscincia tica e o dever tico sempre com base em filsofos clssicos e modernos significativos no que diz respeito tica profissional na sociedade contempornea.

    IV BIBLIOGRAFIA

    S, Antonio Lopes de. tica Profissional. So Paulo: Editora Atlas, 2005.