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3ª série EM - Questões para a RECUPERAÇÃO FINAL RF 2016 PORTUGUÊS Reproduzimos abaixo a chamada de capa e a notícia publicadas em um jornal brasileiro que apresenta um estilo mais informal. Governo quer fazer a galera pendurar a chuteira mais tarde Duro de parar Como a vovozada vive até mais tarde, a intenção, agora, é criar regra para aumentar a idade mínima exigida para a aposentadoria; objetivo é impedir que o INSS quebre de vez Página 12 Descanso mais longe O brasileiro tá vivendo cada vez mais o que é bom. Só que quanto mais ele vive, mais a situação do INSS se complica, e mais o governo trata de dificultar a aposentadoria do pessoal pelo teto (o valor integral que a pessoa teria direito de receber quando pendura as chuteiras) o que não é tão bom. A última novidade que já tá em discussão lá em Brasília é botar pra funcionar a regra 85/95, que diz que só se aposenta ganhando o teto quem somar 85 anos entre idade e tempo de contribuição (se for mulher) e 95 anos (se for homem). Ou seja, uma mulher de 60 anos só levaria a grana toda se tivesse trampado registrada por 25 anos (60+25=85) e um homem da mesma idade, se tivesse contribuído por 35 (60+35=95). Quem quiser se aposentar antes, pode só que vai receber menos do que teria direito com a conta fechada. (notícia JÁ, Campinas, 30/06/2012, p.1 e 12.) 01. Retire dos textos duas marcas que caracterizariam a informalidade pretendida pela publicação, explicitando de que tipo elas são (sintáticas, morfológicas, fonológicas ou lexicais, isto é, de vocabulário). 02. Pode-se afirmar que certas expressões empregadas no texto, como “tá” e “botar”, se diferenciam de outras, como “galera” e “grana”, quanto ao modo como funcionam na sociedade brasileira. Explique que diferença é essa. 03. Considere o seguinte texto, para atender ao que se pede: O orgulho é a consciência (certa ou errada) do nosso próprio mérito; a vaidade, a consciência (certa ou errada) da evidência do nosso próprio mérito para os outros. Um homem pode ser orgulhoso sem ser vaidoso, pode ser ambas as coisas, vaidoso e orgulhoso, pode ser pois tal é a natureza humana vaidoso sem ser orgulhoso. É difícil à primeira vista compreender como podemos ter consciência da evidência do nosso mérito para os outros, sem a consciência do nosso próprio mérito. Se a natureza humana fosse racional, não haveria explicação alguma. Contudo, o homem vive a princípio uma vida exterior, e mais tarde uma interior; a noção de efeito precede, na evolução da mente, a noção de causa interior desse mesmo efeito. O homem prefere ser exaltado por aquilo que não é, a ser tido em menor conta por aquilo que é. É a vaidade em ação. Fernando Pessoa, Da literatura europeia. a) Considerando-a no contexto em que ocorre, explique a frase “o homem vive a princípio uma vida exterior, e mais tarde uma interior”. b) Reescreva a frase “O homem prefere ser exaltado por aquilo que não é, a ser tido em menor conta por aquilo que é”, substituindo por sinônimos as expressões sublinhadas. 04. Nessa tira de Laerte a graça é produzida por um deslizamento de sentido. Qual é ele? Descreva esse deslizamento quadro a quadro, mostrando a relação das imagens com o que é dito.

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3ª série EM - Questões para a RECUPERAÇÃO FINAL – RF 2016 – PORTUGUÊS Reproduzimos abaixo a chamada de capa e a notícia publicadas em um jornal brasileiro que apresenta um estilo mais informal. Governo quer fazer a galera pendurar a chuteira mais tarde Duro de parar Como a vovozada vive até mais tarde, a intenção, agora, é criar regra para aumentar a idade mínima exigida para a aposentadoria; objetivo é impedir que o INSS quebre de vez Página 12 Descanso mais longe

O brasileiro tá vivendo cada vez mais – o que é bom. Só que quanto mais ele vive, mais a situação do INSS se complica, e mais o governo trata de dificultar a aposentadoria do pessoal pelo teto (o valor integral que a pessoa teria direito de receber quando pendura as chuteiras) – o que não é tão bom.

A última novidade que já tá em discussão lá em Brasília é botar pra funcionar a regra 85/95, que diz que só se aposenta ganhando o teto quem somar 85 anos entre idade e tempo de contribuição (se for mulher) e 95 anos (se for homem).

Ou seja, uma mulher de 60 anos só levaria a grana toda se tivesse trampado registrada por 25 anos (60+25=85) e um homem da mesma idade, se tivesse contribuído por 35 (60+35=95).

Quem quiser se aposentar antes, pode – só que vai receber menos do que teria direito com a conta fechada. (notícia JÁ, Campinas, 30/06/2012, p.1 e 12.)

01. Retire dos textos duas marcas que caracterizariam a informalidade pretendida pela publicação, explicitando de

que tipo elas são (sintáticas, morfológicas, fonológicas ou lexicais, isto é, de vocabulário). 02. Pode-se afirmar que certas expressões empregadas no texto, como “tá” e “botar”, se diferenciam de outras, como

“galera” e “grana”, quanto ao modo como funcionam na sociedade brasileira. Explique que diferença é essa.

03. Considere o seguinte texto, para atender ao que se pede: O orgulho é a consciência (certa ou errada) do nosso próprio mérito; a vaidade, a consciência (certa ou errada) da evidência do nosso próprio mérito para os outros. Um homem pode ser orgulhoso sem ser vaidoso, pode ser ambas as coisas, vaidoso e orgulhoso, pode ser — pois tal é a natureza humana — vaidoso sem ser orgulhoso. É difícil à primeira vista compreender como podemos ter consciência da evidência do nosso mérito para os outros, sem a consciência do nosso próprio mérito. Se a natureza humana fosse racional, não haveria explicação alguma. Contudo, o homem vive a princípio uma vida exterior, e mais tarde uma interior; a noção de efeito precede, na evolução da mente, a noção de causa interior desse mesmo efeito. O homem prefere ser exaltado por aquilo que não é, a ser tido em menor conta por aquilo que é. É a vaidade em ação.

Fernando Pessoa, Da literatura europeia. a) Considerando-a no contexto em que ocorre, explique a frase “o homem vive a princípio uma vida exterior, e mais

tarde uma interior”. b) Reescreva a frase “O homem prefere ser exaltado por aquilo que não é, a ser tido em menor conta por aquilo que

é”, substituindo por sinônimos as expressões sublinhadas. 04.

Nessa tira de Laerte a graça é produzida por um deslizamento de sentido. Qual é ele? Descreva esse deslizamento

quadro a quadro, mostrando a relação das imagens com o que é dito.

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Tablets nas escolas [...]

Não é suficiente entregar equipamentos tecnológicos cada vez mais modernos sem uma perspectiva de formação de qualidade e significativa, e sem avaliar os programas anteriores. O risco é de cometer os mesmos equívocos e não potencializar as boas práticas, pois muda a tecnologia, mas as práticas continuam quase as mesmas.

Com isso, podemos nos perguntar pelos desafios da didática diante da cultura digital: o tablet na sala de aula modifica a prática dos professores e o cotidiano escolar? Em que medida ele modifica as condições de aprendizagem dos estudantes? Evidentemente isso pode se desdobrar em inúmeras outras questões sobre a convergência de tecnologias e linguagens, sobre o acesso às redes na sala de aula e sobre a necessidade de mediações na perspectiva dos novos letramentos e alfabetismos nas múltiplas linguagens.

Outra questão que é preciso pensar diz respeito aos conteúdos digitais. Os conteúdos que estão sendo produzidos para os tablets realmente oferecem a potencialidade do meio e sua arquitetura multimídia ou apenas estão servindo como leitores de textos com os mesmos conteúdos dos livros didáticos? Quem está produzindo tais conteúdos digitais? De que forma são escolhidos e compartilhados?

Ou seja, pensar na potencialidade que o tablet oferece na escola — acessar e produzir imagens, vídeos, textos na diversidade de formas e conteúdos digitais — implica em repensar a didática e as possibilidades de experiências e práticas educativas, midiáticas e culturais na escola ao lado de questões econômicas e sociais mais amplas. E isso necessariamente envolve a reflexão crítica sobre os saberes e fazeres que estamos produzindo e compartilhando na cultura digital. (Mônica Fantin, Tablets nas escolas. www.gazetadopovo.com.br. Acesso em 16.05.2013. Adaptado.) 05.A que gênero textual pertence o texto acima? Justifique. (Para isso, indique a finalidade do gênero e pelo menos 3 características que compõem a estrutura do texto) 06.No último período do texto “Tablets nas escolas”, como são classificados morfologicamente termos saberes e fazeres? Explique que processo lingüístico eles sofreram neste contexto. Pesquisa da Faculdade de Educação da USP mostrou que quase metade dos alunos que ingressam nos cursos de licenciatura em Física e Matemática da universidade não estão dispostos a tornar-se professores. O detalhe inquietante é que licenciaturas foram criadas exatamente para formar docentes. A dificuldade é que, se os estudantes não querem virar professores, fica difícil conseguir bons profissionais. Resolver essa encrenca é o desafio. Salários são por certo uma parte importante do problema, mas outros elementos, como estabilidade na carreira e prestígio social, também influem.

SCHWARTSMAN, H. Folha de S. Paulo, 13 out. 2012. 07.Identificar o gênero do texto é um passo importante na caminhada interpretativa do leitor. Para isso, é preciso observar elementos ligados à sua produção e recepção. Porque se reconhece que esse texto pertence ao gênero artigo de opinião? Justifique. CIÊNCIA DO PALAVRÃO

Por que diabos m... é palavrão? Aliás, por que a palavra diabos, indizível décadas atrás, deixou de ser um?

Outra: você já deve ter tropeçado numa pedra e, para revidar, xingou-a de algo como filha da ..., mesmo sabendo que

a dita nem mãe tem.

Pois é: há mais mistérios no universo dos palavrões do que o senso comum imagina. Mas a ciência ajuda a

desvendá-los. Pesquisas recentes mostram que as palavras sujas nascem em um mundo à parte dentro do cérebro.

Enquanto a linguagem comum e o pensamento consciente ficam a cargo da parte mais sofisticada da massa cinzenta,

o neocórtex, os palavrões moram nos porões da cabeça. Mais exatamente no sistema límbico. Nossa parte animal fica

lá. [...]

(www.super.abril.com.br/revista/. Adaptado.)

Observe o emprego do termo “palavrão” no texto. Explique o sentido adquirido pela palavra ao usar o sufixo “ão” e

compare aos outros usos do sufixo, como em “casarão” e “cabeção”.

08. Observe as afirmações sobre o padre José de Anchieta:

a) cultivou especialmente os autos, buscando, na alegoria, tornar mais acessíveis às mentes indígenas os conceitos e

os dogmas do cristianismo.

c) na poesia lírica encontram-se suas mais belas composições, expressivas de uma fé profunda.

d) apesar de pautada na língua e na cultura do índio, sua produção literária não se caracteriza como literatura já

tipicamente brasileira.

e) sua obra teatral, marcadamente alegórica e antirreligiosa, moldou-se nos padrões renascentistas.

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Uma das asserções acima é claramente incorreta. Cite qual é.

09. Ainda com base em sua resposta correta à questão acima, explique porque a escolhida por você está errada.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO

(...) A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam

nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixar de encobrir suas vergonhas do que de mostrar

a cara. Acerca disso são de grande inocência. Ambos traziam o beiço de baixo furado e metido nele um osso

verdadeiro, de comprimento de uma mão travessa, e da grossura de um fuso de algodão, agudo na ponta como um

furador.(...)

O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, aos pés uma alcatifa por estrado; e bem

vestido, com um colar de ouro, mui grande, ao pescoço (...)

Acenderam-se tochas. E eles entraram. Mas nem sinal de cortesia fizeram, nem de falar ao Capitão; nem a

alguém. Todavia um deles fitou o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois

para o colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. E também olhou para um castiçal de prata e assim

mesmo acenava para a terra e novamente para o castiçal, como se lá também houvesse prata!

Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a

terra, como se os houvesse ali.

Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele.

Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram,

mas como espantados.

Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel, figos passados. Não quiseram comer

daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa, logo a lançavam fora.

Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram dele nada, nem quiseram mais.

Trouxeram-lhes água em uma albarrada (aguardente) provaram cada um o seu bochecho, mas não beberam; apenas

lavaram as bocas e lançaram-na fora.

Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas dessem, e folgou muito com elas, e lançou-

as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço, e acenava para a terra e novamente para as contas e

para o colar do Capitão, como se dariam ouro por aquilo.”

10. O trecho acima descreve o primeiro contato efetivo entre índios e a esquadra portuguesa de Pedro Álvares Cabral.

Sabendo disso, responda: Este primeiro contato foi amigável ou conflituoso? Comprove sua resposta com uma

passagem do texto.

11. Há neste trecho alguma prova de preocupação mercantilista dos portugueses? Comprove sua resposta com um

trecho.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.

Recreios Campestres na Companhia de Marília

Olha, Marília, as flautas dos pastores

Que bem que soam, como estão cadentes!

Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes

Os Zéfiros brincar por entre as flores?

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Vê como ali beijando-se os Amores

Incitam nossos ósculos ardentes!

Ei-las de planta em planta as inocentes,

As vagas borboletas de mil cores!

Naquele arbusto o rouxinol suspira,

Ora nas folhas a abelhinha pára,

Ora nos ares sussurrando gira:

Que alegre campo! Que manhã tão clara!

Mas ah! Tudo o que vêz, se eu te não vira,

Mais tristeza que a morte me causara.

(Bocage, OBRAS DE BOCAGE)

12. No soneto acima citado de Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805), verificam-se características do estilo

neoclássico, de que Bocage é o máximo representante em Portugal. Indique duas dessas características,

exemplificando cada uma delas com palavras, expressões ou passagens do poema.

13. Podemos afirmar, sem exagero, que este soneto de Bocage, pelas características formais e pelo conteúdo, poderia

ser assinado por poetas do neoclassicismo brasileiro. Encontra-se no poema aliás, uma palavra que remete ao título

de um livro de poemas de um dos mais destacados neoclássicos do Brasil. Depois de avaliar no soneto de Bocage o

dado que mencionamos,

a) aponte o nome do poeta e da obra do neoclassicismo brasileiro a que nos referimos;

b) faça um breve comentário sobre o que representa o título com relação ao conteúdo dessa obra.

TEXTOS PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.

I.

"Pálida, à luz da lâmpada sombria

Sobre o leito de flores reclinada,

Como a lua por noite embalsamada,

Entre as nuvens do amor, ela dormia!"

II.

"Uma noite, eu me lembro... Ela dormia

Numa rede encostada molemente..

Quase aberto o roupão... solto o cabelo

E o pé descalço no tapete rente. "

14.Os dois textos apresentam diferentes concepções da figura da mulher. Sabendo disso, aponte nos dois textos

situações contrastantes que revelam essas diferentes concepções.

15. Se ambos os textos são românticos, como explicar a diferença no tratamento do tema?

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16.Leia o texto e responda:

A invasão A divisão ciência/humanismo se reflete na maneira como as pessoas, hoje, encaram o computador. Resiste-

se ao computador, e a toda a cultura cibernética, como uma forma de ser fiel ao livro e à palavra impressa. Mas o computador não eliminará o papel. Ao contrário do que se pensava há alguns anos, o computador não salvará as florestas. Aumentou o uso do papel em todo o mundo, e não apenas porque a cada novidade eletrônica lançada no mercado corresponde um manual de instrução, sem falar numa embalagem de papelão e num embrulho para presente. O computador estimula as pessoas a escreverem e imprimirem o que escrevem. Como hoje qualquer um pode ser seu próprio editor, paginador e ilustrador sem largar o mouse, a tentação de passar sua obra para o papel é quase irresistível.

Desconfio que o que salvará o livro será o supérfluo, o que não tem nada a ver com conteúdo ou conveniência. Até que lancem computadores com cheiro sintetizado, nada substituirá o cheiro de papel e tinta nas suas duas categorias inimitáveis, livro novo e livro velho. E nenhuma coleção de gravações ornamentará uma sala com o calor e a dignidade de uma estante de livros. A tudo que falta ao admirável mundo da informática, da cibernética, do virtual e do instantâneo acrescente-se isso: falta lombada. No fim, o livro deverá sua sobrevida à decoração de interiores.

(O Estado de S. Paulo, 31.05.2015.) Em “falta lombada” (2º parágrafo), qual a figura de linguagem usada pelo cronista? Explique o sentido criado pela figura de linguagem junto ao trecho. 17. Leia o texto abaixo e responda: AUTO-ESTIMA "Fiz a cirurgia com 16 anos. Não fiz pelas outras pessoas, fiz para me olhar no espelho e me sentir

bem (...) Eu sinto como se o meu corpo tivesse absorvido o silicone, como se o peito fosse meu mesmo. E é: meu pai

pagou e ele é meu." C. S., 17, sobre cirurgia plástica que fez nos seios, ontem na Folha.

(Folha de S. Paulo, 03.08.2004.)

Refletindo sobre o emprego dos pronomes possessivos em português, responda:

a) Como, no texto, pode ser definido o sentido de posse presente na expressão "como se o peito fosse meu

mesmo"?

b) E como pode ser definido o sentido de posse na expressão "E é: meu pai pagou e ele é meu"?

Leia o texto e responda Nosso andar é elegante e gracioso, e também extremamente eficiente do ponto de vista energético. Somos

capazes de andar dezenas de quilômetros por quilo de feijão ingerido. Até agora, nenhum sapato, nenhuma técnica especial de balançar os braços, ou qualquer outro truque foram capazes de melhorar o número de quilômetros caminhados por quilo de feijão consumido. Mas, agora, depois de anos investigando o funcionamento de nossas pernas, um grupo de cientistas construiu uma traquitana simples, mas extremamente sofisticada, que é capaz de

diminuir o consumo de energia de uma caminhada em até 10%.

Trata-se de um pequeno exoesqueleto que recobre nosso pé e fica preso logo abaixo do joelho. Ele mimetiza o funcionamento do tendão de Aquiles e dos músculos ligados ao tendão. Uma haste na altura do tornozelo, a qual se projeta para trás, segura uma ponta de uma mola. Outra haste, logo abaixo do joelho, segura uma espécie de embreagem (...).

Fernando Reinach, www.estadao.com.br, 13/06/2015. Adaptado. 18.Transcreva o trecho do texto em que o autor explora, com fins expressivos, o emprego de termos contraditórios, sublinhando-os. 19.Esse excerto provém de um artigo de divulgação científica. Aponte duas características da linguagem nele empregada que o diferenciam de um artigo científico especializado.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO

CAPÍTULO LXVIII / O VERGALHO

Tais eram as reflexões que eu vinha fazendo, por aquele Valongo fora, logo depois de ver e ajustar a casa.

Interrompeu-mas um ajuntamento; era um preto que vergalhava outro na praça. O outro não se atrevia a fugir; gemia

somente estas únicas palavras: - "Não, perdão, meu senhor; meu senhor, perdão!" Mas o primeiro não fazia caso, e, a

cada súplica, respondia com uma vergalhada nova.

- Toma, diabo! dizia ele; toma mais perdão, bêbado!

- Meu senhor! gemia o outro.

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- Cala a boca, besta! replicava o vergalho.

Parei, olhei... Justos céus! Quem havia de ser o do vergalho? Nada menos que o meu moleque Prudêncio, - o

que meu pai libertara alguns anos antes. Cheguei-me; ele deteve-se logo e pediu-me a bênção; perguntei-lhe se aquele

preto era escravo dele.

- É, sim, nhonhô.

- Fez-te alguma cousa?

- É um vadio e um bêbado muito grande. Ainda hoje deixei ele na quitanda, enquanto eu ia lá embaixo na

cidade, e ele deixou a quitanda para ir na venda beber.

- Está bom, perdoa-lhe, disse eu.

- Pois não, nhonhô. Nhonhô manda, não pede. Entra para casa, bêbado!

Machado de Assis, "Memórias póstumas de Brás Cubas".

20.Este trecho remete a episódio anterior, da mesma obra, no qual interagem Brás Cubas e Prudêncio, então crianças.

Comparando os papéis que as personagens desempenham nesses episódios, explique por que a atitude de Brás

Cubas no trecho acima é, ao mesmo tempo, típica de sua posição, mas contraditória com seu passado.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO

Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir

alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho,

cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu,

leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e

fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam,

urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...

21. O trecho apresentado faz parte de "Memórias póstumas de Brás Cubas", obra que tem como narrador o falecido

Brás Cubas. Daí poder-se entender que escrever distrai um pouco da eternidade. O narrador comenta que tem toda a

eternidade para escrever. O leitor, porém, tem um tempo diferente. De posse dessas informações:

a) Como se chama a função da linguagem presente, ao se comentar o próprio processo criativo?

b) O narrador faz largo uso da técnica do “leitor incluso”. Cite uma palavra do texto que o comprove.

22. No romance MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS, o narrador fornece ao leitor uma visão nada lisonjeira

das personagens, especialmente quando se trata das personagens femininas.

Referindo-se a D. Plácida, afirma o narrador: "Foi assim que lhe acabou o nojo". Qual a função exercida por

essa personagem na trama do citado romance? De que nojo se trata e de que modo ele teria acabado?

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO

Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos. Meu pai, logo que teve aragem

dos onze contos, sobressaltou-se deveras; achou que o caso excedia as raias de um capricho juvenil.

- Desta vez, disse ele, vais para a Europa; vais cursar uma universidade, provavelmente Coimbra; quero-te

para homem sério e não para arruador e gatuno. E como eu fizesse um gesto de espanto:

- Gatuno, sim senhor. Não é outra coisa um filho que me faz isto...

Sacou da algibeira os meus títulos de dívida, já resgatados por ele, e sacudiu-mos na cara. - Vês, peralta? é

assim que um moço deve zelar o nome dos seus? Pensas que eu e meus avós ganhamos o dinheiro em casas de jogo

ou a vadiar pelas ruas? Pelintra! Desta vez ou tomas juízo, ou ficas sem coisa nenhuma.

Machado de Assis

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23. A partir da leitura do trecho acima, retirado de Memórias póstumas de Brás Cubas:

a) Cite o exato trecho em que há ironia por parte do narrador

b) Explique por que o trecho correto citado por você é irônico.

24. Podemos primeiramente distinguir dois grandes sentidos da palavra liberdade. Quando tratamos das relações entre “democracia e liberdade”, ou quando nos perguntamos se em tal país se é livre, ou quando invocamos as liberdades políticas, as liberdades fundamentais, ou ainda quando dizemos de um homem que ele é livre (por oposição a um escravo ou a um preso), referimo-nos ao que se pode chamar liberdade de direito, isto é, em linhas gerais, a ausência de coerções externas – as interdições e as obrigações – nascidas do Estado, da coletividade ou da sociedade. [...] Há um segundo sentido, que se pode chamar liberdade de fato, por oposição à de direito: não se trata mais de perguntar “é permitido fazer (dizer, pensar)?”, mas “é possível fazer (pensar querer...)?”. Não nos referimos mais à ausência de coerções extrínsecas (as leis civis, as obrigações sociais, as regras coletivas, as interdições...), mas intrínsecas – aquelas que concernem ao próprio sujeito. [...] Com efeito, não basta, por exemplo, que eu viva num país onde há liberdade de viajar ao exterior para poder fazê-lo, mesmo se eu quiser. Posso ser impedido por minha situação social ou simplesmente por meus recursos financeiros: passamos aqui do problema formal da liberdade política (a questão do regime) ao problema da justiça econômica (o sistema social), e desta não depende mais apenas a questão da liberdade “formal” (temos o direito de fazer?), e sim a questão da liberdade “material” (temos o meio de fazer?). Pode haver também outros obstáculos para exercer um direito política e juridicamente reconhecido; posso, por exemplo, ser deficiente físico, estar doente etc. Seja como for, a característica mais geral dessa liberdade como “capacidade de fazer o que se quer” é ser gradual – ao contrário da precedente que existe ou não existe – e proporcional aos meios de que dispõe o sujeito – de qualquer ordem que sejam: meios econômicos, físicos, culturais etc. Quanto maiores os meios (riqueza, cultura, saúde, força etc.), mais se pode fazer o que se quer, e portanto se é mais, nesse sentido. Texto adaptado de WOLFF, Francis. “A invenção materialista da liberdade”. In: NOVAES, Adauto (org.). O avesso da

liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 16-17

a) O texto reporta-se a dois conceitos distintos de liberdade. Identifique-os e, usando suas próprias palavras, explique

a diferença que existe entre eles. b) Sem que haja alteração de sentido, reescreva cada trecho abaixo, observando o início proposto a seguir e fazendo

as modificações necessárias.

i. Não basta que eu viva num país onde há liberdade de viajar ao exterior para poder fazê-lo, mesmo se eu quiser. Não bastava ................................................................................................................................................................

ii. Posso ser impedido de viajar ao exterior por minha situação social. Minha situação social ................................................................................................................................................

25. Na edição 2177, de 11/08/2010, a revista Veja publicou a reportagem Falar e escrever bem: rumo à vitória, com dicas para não “tropeçar” no idioma durante uma entrevista de emprego. 10 erros de português que acabam com qualquer entrevista de emprego: - Deixei meu emprego porque houveram algumas dificuldades na empresa em que eu trabalhava. - Agora já fazem cinco anos que trabalho nesta área Reescreva os enunciados de modo adequado à norma padrão.

26. A amizade, nos séculos XVIII e XIX, é aceita, valorizada, mas não está em evidência. O amor, o casal e a família ocupam o primeiro plano. As práticas de amizade acrescentam-se a eles, desempenhando muitas vezes papéis secundários. A amizade é alegria suplementar, marca de uma eleição, não é uma instituição. Ela estabelece redes de influência, inventa lugares de convivência e laços de resistência enquanto se multiplicam para a maioria as oportunidades de encontros e de interações. Todos a dizem essencial: na verdade, é “acessória”. Seu exercício voluntário torna-lhe a existência mais frágil, mais submetida ao acaso. Os valores da amizade parecem tanto mais invocados quanto mais outras obrigações, outras injunções tendem a limitar de fato a possibilidade do seu exercício. A amizade no entanto se exerce, ela ocupa, é atuante. Esse exercício da amizade forma e transforma: praticando-o, elaboram-se tanto o si mesmo quanto o entre-

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si. Indo ao encontro dos outros, é ao encontro de si mesma que a pessoa se lança. Nela se conjugam a alegria comum e o ethos, que eu gostaria de traduzir ao mesmo tempo como uso e como fragmento de ética.

VINCENT-BUFFAULT, Anne. Da amizade: uma história do exercício da amizade nos séculos XVIII e XIX. Trad. de Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1996. p. 9.

a) O texto revela o caráter secundário da amizade nos séculos XVIII e XIX, o que fica explícito em “O amor, o casal e

a família ocupam o primeiro plano. As práticas de amizade acrescentam-se a eles, desempenhando muitas vezes papéis secundários.” Transcreva do 2º parágrafo do texto o adjetivo que reitera essa ideia.

b) Tendo em vista a regra básica de concordância verbal, identifique o sujeito de “se multiplicam”, no último período

do 1º parágrafo do texto. c) No texto, há o predomínio de um determinado tempo verbal. Identifique-o e explique o seu emprego.

27. Crianças brincando

Uma psicóloga da PM-SP defende que crianças de oito anos podem manusear armas de fogo, “desde que acompanhadas pelos pais”. É normal, diz ela, que o filho de um policial tenha curiosidade sobre o instrumento de trabalho de seu pai, “assim como o filho do médico tem sobre o estetoscópio”. A recente tragédia em São Paulo, envolvendo o menino Marcelo Pesseghini, 13, suspeito de matar seus pais (ambos, policiais militares), a avó e a tia-avó, e que se matou em seguida, tudo a tiros, não abalou sua convicção.

Vejamos. É normal que o filho de oito anos de um piloto de aviação tenha curiosidade sobre o instrumento de trabalho do pai - o avião. Isso autoriza o piloto a pôr o filho na cadeira do copiloto e “acompanhá-lo” enquanto ele pousa o aparelho levando 300 passageiros? O filho de um madeireiro, apenas por ser quem é, estará autorizado a brincar com uma motosserra? E o filho de um proctologista estará apto a manipular o instrumento de trabalho de seu pai? (...)

A professora Maria de Lourdes Trassi, da Faculdade de Psicologia da PUC-SP, rebate o argumento da psicóloga da PM, dizendo: “O cirurgião pode até dar o estetoscópio ou a luva [para o filho brincar]. Mas não vai lhe apresentar o bisturi”.

Também acho. E há muitas coisas com que o filho de um PM pode brincar - gás de mostarda, bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha -, sem ter de apelar para armas de fogo.

(Ruy Castro, Folha de S. Paulo, 19.08.2013)

Levando em conta o aspecto do verbo na frase: “crianças de oito anos podem manusear armas de fogo”, afirma-se que a forma verbal está no Presente: a) momentâneo, pois se refere ao manuseio de armas no momento da fala. b) histórico, pois se refere a fatos sobre crimes ocorridos nos passado. c) frequentativo, pois se refere a um fato que se repete ao longo do tempo no noticiário criminal. d) universal, pois se refere à permissão do manuseio tida como uma verdade supostamente aceita por todos. e) no lugar do futuro, pois a permissão para o manuseio de armas se dará em época próxima.

IMAGEM PARA A PRÓXIMA QUESTÃO

28. Em 1924, houve na Europa uma vanguarda que produziu obras como a pintura

reproduzida acima.

a) Que Vanguarda é esta?

b) Por que suas obras distanciavam-se do real, comum, cotidiano?

29 Assinale a alternativa correta para as características do Modernismo de 1922, também chamado de “fase heróica”.

a) espírito polêmico e destruidor, valorização poética do cotidiano, nacionalismo, busca da originalidade a qualquer

preço.

b) Temática ampla com preocupação filosófica, predomínio do romance regionalista, valorização do cotidiano,

nacionalismo.

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c) Espírito polêmico, busca da originalidade, predomínio do romance psicológico, valorização da cidade e das

máquinas.

d) Visão futurista, espírito polêmico e destruidor, predomínio da prosa poética, valorização da cidade e das máquinas.

e) Valorização poética do cotidiano, linguagem repleta de neologismos, nacionalismo e busca da poesia na natureza.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO

Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito à energia e à temeridade.

Os elementos essenciais da nossa poesias são a coragem, a audácia e a revolta.

Tendo a literatura até aqui enaltecido a imobilidade pensativa, o êxtase e o sono, nós queremos exaltar o

movimento agressivo, a insônia febril, o passo ginástico, o salto mortal, a bofetada o soco.

30. Observando-se o trecho acima, a qual vanguarda artística pertence esse manifesto? Explique sua resposta.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES

Eu, filho do carbono e do amoníaco,

Monstro de escuridão e rutilância,

Sofro, desde a epigênese da infância,

A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,

Este ambiente me causa repugnância...

Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia

Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme - este operário das ruínas –

Que o sangue podre das carnificinas

Come, e á vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,

E há de deixar-me apenas os cabelos,

Na frialdade inorgânica da terra!

31. Pelo estilo e características da poesia acima, percebe-se que ela pertence a Augusto dos Anjos, um dos mais

importantes poetas do início do século XX no Brasil. Sabendo disso, como se chama a estrutura desta poesia? A qual

estilo artístico do século XIX está mais ligada?

32. Qual a característica que aproxima o texto acima do movimento modernista? Cite um termo que comprove sua

resposta correta.

33. A questão a seguir toma por base o “Soneto LXVII” (“Considera a vantagem que os brutos fazem aos homens em obedecer a Deus”), de Dom Francisco Manuel de Melo (1608-1666).

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Quando vejo, Senhor, que às alimárias1 Da terra, da água, do ar, – peixe, ave, bruto –, Não lhe esquece jamais o alto estatuto Das leis que lhes pusestes ordinárias; E logo vejo quantas artes2 várias O homem racional, próvido3 e astuto, Põe em obrar, ingrato e resoluto, Obras que a vossas leis são tão contrárias: Ou me esquece quem sois ou quem eu era; Pois do que me mandais tanto me esqueço, Como se a vós e a mi não conhecera. Com razão logo por favor vos peço Que, pois homem tal sou, me façais fera, A ver se assi melhor vos obedeço.

(A tuba de Calíope, 1988.) 1alimária: animal irracional. 2arte: astúcia, ardil. 3 próvido: providente, que se previne, previdente, precavido. No primeiro verso, a que classe de palavras pertence o termo “que” e qual sua função na frase? No quarto verso, a que classe de palavras pertence o termo “que” e qual sua função na frase?

34. O yuan cai – na nossa cabeça

Assim que a China anunciou, no dia 11 [11.08.2015], que permitira uma queda de 1,9% no valor de sua moeda,

o yuan, Bolsas e moedas de outros países desabaram. Foi a maior desvalorização cambial na China desde 1994. Ao baratear sua moeda e, como consequência, seus salários e seus produtos, os chineses impulsionaram suas exportações. Mas dificultam a vida da concorrência e a recuperação econômica em outros países. Entre esses sofredores, está o Brasil.

O Brasil já vinha sentindo um baque duplo: a China em desaceleração consome menos de nossa soja e de nosso minério de ferro, e os preços desses produtos no mercado internacional estão em baixa. O Brasil normalmente vende para a China mais do que compra.

(Época, 17.08.2015) Analise o período inicial do texto: “Assim que a China anunciou, no dia 11 [11.08.2015], que permitira uma queda de

1,9% no valor de sua moeda, o yuan, Bolsas e moedas de outros países desabaram.”

a) Justifique o uso das formas verbais “anunciou” e “permitira” e reescreva o período, utilizando o tempo verbal

composto que pode substituir esta última, no contexto, conforme a norma-padrão da língua portuguesa. b) Qual o valor semântico explorado pelo conectivo “assim que”?

Quando o falante de uma língua depara um conjunto de duas palavras, intuitivamente é levado a sentir entre elas uma relação sintática, mesmo que estejam fora de um contexto mais esclarecedor. Assim, além de captar o sentido básico das duas palavras, o receptor atribui-lhes uma gramática – formas e conexões. Isso acontece porque ele traz registrada em sua mente toda a sintaxe, todos os padrões conexionais possíveis em sua língua, o que o torna capaz de reconhecê-los e identificá-los. As duas palavras não estão, para ele, apenas dispostas em ordem linear: estão organizadas em uma ordem estrutural. A diferença entre ordem estrutural e ordem linear torna-se clara se elas não coincidem, como nesta frase que um aluno criou em aula de redação, quando todos deviam compor um texto para outdoor, sobre uma fotografia da célebre cabra de Picasso: “Beba leite de cabra em pó!”. Como todos rissem, o autor da frase emendou: “Beba leite em pó de cabra!”. Pior a emenda do que o soneto.

(Flávia de Barros Carone. Morfossintaxe, 1986. Adaptado.) 35.Considere as seguintes passagens do texto: — [...] é levado a sentir entre elas uma relação sintática, mesmo que estejam fora de um contexto mais esclarecedor. — Como todos rissem, o autor da frase emendou [...]. As conjunções destacadas expressam, respectivamente, relação de...

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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO

MEMÓRIA

Amar o perdido

deixa confundido

este coração.

Nada pode o olvido

contra o sem sentido

apelo do Não.

As coisas tangíveis

tornam-se insensíveis

à palma da mão.

Mas as coisas findas,

muito mais que lindas,

essas ficarão.

36. Neste poema de Drummond, presente no livro Claro enigma, nota-se um dos pressupostos fundamentais do seu

estilo nesta obra. Sabendo disso, explique o sentido da palavra “Não” com letra maiúscula no sexto verso.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO

Que pode uma criatura senão,

Entre criaturas, amar?

Amar e esquecer, amar e malamar,

Amar, desamar, amar?

Sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,

Sozinho, em rotação universal, senão

Rodar também, e amar?

(...)

Este o nosso destino: Amor sem conta,

Distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,

Doação ilimitada a uma completa ingratidão,

E na concha vazia do amor à procura medrosa,

Paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor,

E na secura nossa, amar a água implícita,

E o beijo tácito, e a sede infinita.

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37. Pela perspectiva amorosa apresentada no poema acima, responda:

a) O amor é visto como um sentimento controlável pela razão humana ou não?

b) Cite exatamente as duas palavras que, juntas, comprovam sua resposta correta à questão a).

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO

ENCONTRO

Meu pai perdi no tempo e ganho em sonho.

Se a noite me atribui poder de fuga,

sinto logo meu pai e nele ponho

o olhar, lendo-lhe a face, ruga a ruga.

Está morto, que importa? Inda madruga

e seu rosto, nem triste nem risonho,

é o rosto, antigo, o mesmo. E não enxuga

suor algum, na calma de meu sonho.

Oh meu pai arquiteto e fazendeiro!

Faz casas de silêncio, e suas roças

de cinza estão maduras, orvalhadas

por um rio que corre o tempo inteiro,

e corre além do tempo, enquanto as nossas

murcham num sopro fontes represadas.

38. Observando-se o poema acima, de Drummond, responda: Qual o nome de sua estrutura e de sua métrica?

A MÁQUINA DO MUNDO (fragmento)

em si mesmas abertas e fechadas;

como se um dom tardio já não fora

apetecível, antes despiciendo,

baixei os olhos, incurioso, lasso,

desdenhando colher a coisa oferta

que se abria gratuita a meu engenho.

A treva mais estrita já pousara

sobre a estrada de Minas, pedregosa,

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e a máquina do mundo, repelida,

se foi miudamente recompondo,

enquanto eu, avaliando o que perdera,

seguia vagaroso, de mãos pensas.

39. No poema acima, o título refere-se a algo associado a uma outra obra literária de grande impacto na Língua

Portuguesa. Sabendo disso, diga qual a obra em que aparece inicialmente a “Máquina do Mundo” e o que ela significa

em ambos os poemas.

40. Leia um trecho da canção de Legião Urbana, “meninos e meninas” e responda:

Quero me encontrar, mas não sei onde estou Vem comigo procurar algum lugar mais calmo

Longe dessa confusão e dessa gente que não se respeita Tenho quase certeza que eu não sou daqui

De acordo com a regra, há um desvio gramatical no emprego da oração subordinada substantiva. Identifique e explique o desvio. Depois, reescreva o trecho de forma adequada. (1.0) 20.Observe o trecho a seguir: “O projeto de lei conhecido como Marco Civil da Internet já foi aprovado pela Câmara dos Deputados, embora ainda apresente algumas polêmicas. É preocupante que a legislação possibilite a retirada de conteúdos publicados na internet. Dependendo da situação, seria interpretado como censura.”

a) Qual o valor da oração destacada? b) Transforme a oração acima em um complemento que tenha como núcleo um substantivo do mesmo radical do verbo,

sem que haja perda de sentido.

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Orientações:

1. A avaliação de RECUPERAÇÃO FINAL será compostas por 10 questões,

retiradas desta lista de 40 questões. Não haverá necessidade de realização

de trabalho complementar.

2. A média necessária para aprovação nas Avaliações de RECUPERAÇÃO

FINAL será 5,0 (cinco) pontos.

3. O aluno que NÃO atingir a média necessária nas Avaliações de RECUPERAÇÃO

FINAL será encaminhado para a realização das Avaliações de EXAME

FINAL.

4. Os resultados da RECUPERAÇÃO FINAL serão divulgados no dia 13 de

dezembro, a partir das 16h; assim como, os dias e horários das avaliações de

EXAME FINAL.

5. O calendário abaixo poderá sofrer alterações por razões técnicas ou

pedagógicas.

Calendário - RF - Recuperação Final - 2016 Ensino Médio

02/dez 6ª feira

05/dez 2ª feira

06/dez 3ª feira

07/dez 4ª feira

08/dez 5ª feira

09/dez 6ª feira

8h 8h 8h 8h 8h 8h

INGLÊS REDAÇÃO

PORTUGUÊS BIOLOGIA

QUÍMICA SOCIOLOGIA

MATEMÁTICA GEOGRAFIA

FÍSICA HISTÓRIA FILOSOFIA