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Capítulo 3: Comportamento do consumidor PARTE II PRODUTORES, CONSUMIDORES E MERCADOS COMPETITIVOS CAPÍTULO 3 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Prof.: Leonardo Calixto Economia Aplicada à Administração Data: 25/09/2008 1º Ano Administração - UEG QUESTÕES PARA REVISÃO 1. Quais são as quatro premissas básicas sobre as preferências individuais? Explique o que cada uma significa. (1) As preferências são completas: significa que o consumidor pode comparar e ordenar todas as cestas possíveis; (2) as preferências são transitivas: significa que as preferências são consistentes, no sentido de que, se é preferível a cesta A à B e a B à C, então podemos concluir que é preferível a cesta A à C; (3) é melhor mais do que menos: significa que todas as mercadorias são desejáveis e que o consumidor sempre vai preferir uma quantidade maior de uma mercadoria; (4) taxa marginal de substituição decrescente: significa que as curvas de indiferença são convexas e que a inclinação da curva de indiferença aumenta (torna-se menos negativa) à medida que nos movimentamos para baixo ao longo da curva. À medida que o consumidor se move para baixo ao longo de sua curva de indiferença, deseja abrir mão de menos unidades da mercadoria no eixo vertical em troca de mais unidades da mercadoria no eixo horizontal. Essa premissa implica também que são preferíveis cestas de mercado balanceadas a cestas com uma quantidade maior de uma mercadoria e menor de outra. 28

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Capítulo 3: Comportamento do consumidor

PARTE II

PRODUTORES, CONSUMIDORES E MERCADOS COMPETITIVOS

CAPÍTULO 3

COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR

Prof.: Leonardo Calixto

Economia Aplicada à Administração

Data: 25/09/2008

1º Ano Administração - UEG

QUESTÕES PARA REVISÃO

1. Quais são as quatro premissas básicas sobre as preferências individuais? Explique o que cada uma significa.

(1) As preferências são completas: significa que o consumidor pode comparar e ordenar todas as cestas possíveis; (2) as preferências são transitivas: significa que as preferências são consistentes, no sentido de que, se é preferível a cesta A à B e a B à C, então podemos concluir que é preferível a cesta A à C; (3) é melhor mais do que menos: significa que todas as mercadorias são desejáveis e que o consumidor sempre vai preferir uma quantidade maior de uma mercadoria; (4) taxa marginal de substituição decrescente: significa que as curvas de indiferença são convexas e que a inclinação da curva de indiferença aumenta (torna-se menos negativa) à medida que nos movimentamos para baixo ao longo da curva. À medida que o consumidor se move para baixo ao longo de sua curva de indiferença, deseja abrir mão de menos unidades da mercadoria no eixo vertical em troca de mais unidades da mercadoria no eixo horizontal. Essa premissa implica também que são preferíveis cestas de mercado balanceadas a cestas com uma quantidade maior de uma mercadoria e menor de outra.

2. Um conjunto de curvas de indiferença pode ser inclinado para cima? Em caso positivo, o que isso lhe diria sobre as duas mercadorias em questão?

Um conjunto de curvas de indiferença pode ser inclinado para cima se violarmos a premissa número três — é melhor mais do que menos. Quando um conjunto de curvas de indiferença é inclinado para cima, significa que uma das mercadorias é ‘ruim’, pois o consumidor prefere uma quantidade menor a uma quantidade maior dessa mercadoria. A inclinação positiva significa que o consumidor aceitará mais da mercadoria boa apenas se também receber mais da outra. Ao nos movermos para cima ao longo da curva de indiferença, o consumidor tem uma quantidade maior da mercadoria de que gosta e menor da que não gosta.

3. Explique por que não pode haver intersecção entre duas curvas de indiferença.

A resposta pode ser apresentada mais facilmente com a ajuda de um gráfico como o da Figura 3.1, que mostra duas curvas de indiferença com intersecção no ponto A. A partir da definição de uma curva de indiferença, sabemos que um consumidor

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obtém o mesmo nível de utilidade em qualquer ponto sobre uma determinada curva. Nesse caso, o consumidor é indiferente às cestas A e B, pois ambas estão localizadas sobre a curva de indiferença U1. Analogamente, o consumidor é indiferente às cestas A e C porque ambas estão localizadas sobre a curva de indiferença U2. A propriedade de transitividade das preferências implica que tal consumidor também deverá ser indiferente a C e B. No entanto, de acordo com o gráfico, C está situada acima de B, de modo que deve ser preferível C a B. Assim, está provado que não pode haver intersecção entre duas curvas de indiferença.

Figura 3.1

4. Jon está sempre disposto a trocar uma lata de Coca-Cola por uma lata de Sprite, ou uma lata de Sprite por uma de Coca-Cola.

a. O que você pode dizer sobre a taxa marginal de substituição de Jon?

A taxa de marginal de substituição de Jon pode ser definida como o número de latas de Coca-Cola de que ele deseja abrir mão em troca de uma lata de Sprite. Uma vez que ele sempre deseja trocar uma pela outra, sua TMS é igual a 1.

b. Trace um conjunto de curvas de indiferença para Jon.

Uma vez que Jon sempre deseja trocar uma lata de Coca-Cola por uma de Sprite, suas curvas de indiferença são lineares com inclinação de –1.

c. Trace duas linhas de orçamento com diferentes inclinações e explique a escolha maximizadora da satisfação. A que conclusão você pode chegar?

As curvas de indiferença de Jon são lineares com inclinação de –1. A linha do orçamento de Jon também é linear e tem uma inclinação que reflete a razão entre os dois preços. Se a linha do orçamento de Jon for mais inclinada do que suas curvas de indiferença, então ele escolherá consumir apenas o bem do eixo vertical. Se a linha do orçamento de Jon for menos inclinada do que suas curvas de indiferença, então ele escolherá consumir apenas o bem do eixo horizontal. Jon só não escolherá uma solução de canto se sua linha do orçamento tiver a mesma inclinação de suas curvas de indiferença. Neste caso, qualquer combinação de Sprite e Coca-Cola que consuma toda a sua renda vai maximizar sua satisfação.

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5. O que acontece com a taxa marginal de substituição à medida que você se desloca ao longo de uma curva de indiferença convexa? E de uma curva de indiferença reta?

A TMS mede a quantidade de um bem de que você está disposto a abrir mão em troca de mais uma unidade do outro bem, mantendo a utilidade constante. A TMS diminui ao longo de uma curva de indiferença convexa, pois, à medida que você se move para baixo ao longo da curva de indiferença, deseja abrir mão de uma quantidade cada vez menor do bem em troca do outro. A TMS é também a inclinação da curva de indiferença, que aumenta (torna-se menos negativa) à medida que você se move para baixo ao longo da curva de indiferença. A TMS é constante ao longo de uma curva de indiferença reta, pois, neste caso, a inclinação não muda. O consumidor deseja sempre trocar o mesmo número de unidades de um bem pelo outro.

6. Explique por que a taxa marginal de substituição entre duas mercadorias deve ser igual à razão entre os preços das mercadorias para que o consumidor possa obter máxima satisfação.

A TMS representa a taxa à qual o consumidor está disposto a trocar uma mercadoria por outra para manter o mesmo nível de satisfação. A razão entre os preços representa o trade-off das duas mercadorias que o mercado está disposto a realizar. A tangência da curva de indiferença com a linha do orçamento representa o ponto no qual os trade-off são iguais e o consumidor obtém máxima satisfação. Se a TMS entre duas mercadorias não é igual à razão entre os preços, o consumidor pode trocar uma mercadoria pela outra aos preços de mercado para obter níveis de satisfação mais elevados. Por exemplo, se a inclinação da linha do orçamento (a razão entre os preços) é –4, então o consumidor pode trocar 4 unidades da mercadoria 2 por uma unidade da mercadoria 1. Se a TMS na cesta atual é –6, então o consumidor deseja trocar 6 unidades da mercadoria 2 por uma unidade da 1. Uma vez que as duas inclinações não são iguais, o consumidor não está tendo máxima satisfação. Ele deseja trocar 6, mas só precisa mudar 4, então fará a troca. Esse processo continuará até que o nível de satisfação mais alto possível seja atingido. Conforme as trocas forem feitas, a TMS mudará e se tornará igual à razão dos preços.

7. Descreva as curvas de indiferença associadas a dois bens que sejam substitutos perfeitos. E como elas seriam se os bens fossem complementos perfeitos.

Dois bens são substitutos perfeitos se a TMS de um pelo outro é um número constante. Dado que a TMS seja um número constante, a inclinação das curvas de indiferença será constante e, portanto, as curvas de indiferença serão retas. Se dois bens são complementos perfeitos, as curvas de indiferença têm forma de L. Neste caso, o consumidor quer os dois bens em uma proporção fixa, digamos que uma unidade do bem 1 para cada uma unidade do bem 2. Se ele adquirir uma quantidade maior de um bem e não adquirir uma quantidade maior do outro, não obterá maior satisfação.

8. Qual é a diferença entre utilidade ordinal e utilidade cardinal? Explique por que a suposição de utilidade cardinal não se faz necessária para a classificação das preferências do consumidor.

A utilidade ordinal implica um ordenamento das alternativas que não leva em consideração a intensidade das preferências. Por exemplo, se prefere-se a primeira à

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segunda escolha do consumidor, então a utilidade da primeira é maior do que a da segunda, mas não importa quanto. Uma função de utilidade ordinal gera uma classificação de cestas e o número de utilidade não ganha nenhum significado. A utilidade cardinal implica que a intensidade das preferências pode ser quantificada e que o número de utilidade tem significado. Uma classificação ordinal é suficiente para ordenar as escolhas do consumidor de acordo com suas preferências. Não é necessário saber quão intensamente um consumidor prefere a cesta A à cesta B; é suficiente saber que prefere A a B.

9. Após a fusão com a economia da Alemanha Ocidental, os consumidores da Alemanha Oriental demonstravam preferência por automóveis Mercedes-Benz em relação a automóveis Volkswagen. Entretanto, depois de terem convertido suas economias para marcos alemães, muitos consumidores da Alemanha Oriental correram até os revendedores Volkswagen. Como você explicaria esse aparente paradoxo?

Para responder a essa questão, são necessárias três hipóteses: 1) de que um Mercedes custa mais do que um Volkswagen; 2) de que a função de utilidade dos consumidores da antiga Alemanha Oriental inclui duas mercadorias: automóveis e todas as outras mercadorias avaliadas em marcos alemães, e 3) de que os consumidores da antiga Alemanha Oriental têm alguma renda. Com base nessas hipóteses, podemos supor que, ainda que os consumidores da antiga Alemanha Oriental prefiram um Mercedes a um Volkswagen, é possível que eles não tenham renda suficiente para comprar um Mercedes ou, então, que eles prefiram uma cesta composta por um Volkswagen e outras mercadorias a uma cesta que inclua apenas um Mercedes. Embora a utilidade marginal de adquirir um Mercedes exceda a utilidade marginal de adquirir um Volkswagen, o consumidor vai considerar a utilidade marginal por dólar para cada mercadoria. O fato dos consumidores terem se dirigido aos revendedores Volkswagen, e não aos revendedores Mercedes, indica que a utilidade marginal por dólar deve ter sido mais elevada para os Volkswagen.

10. Trace uma linha do orçamento e, em seguida, uma curva de indiferença para ilustrar a escolha maximizadora da satisfação associada a dois produtos. Use seu gráfico para responder às seguintes questões.

a. Suponhamos que um dos produtos esteja racionado. Explique por que o consumidor provavelmente sairá perdendo.

Quando produtos são racionados, o consumidor pode escolher a cesta maximizadora de satisfação onde a inclinação da linha do orçamento ou a razão dos preços é igual à TMS. Isso ocorre no ponto A do gráfico a seguir. Se o produto 1 está racionado agora, o consumidor não será capaz de alcançar o ponto de maximização de utilidade. Em vez disso, ele terá de consumir uma quantidade maior do outro bem. Esse é o ponto B indicado no gráfico.

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b. Suponhamos que o preço de um dos produtos seja fixado num nível abaixo do preço corrente. Conseqüentemente, o consumidor não poderá comprar tanto quanto gostaria. Você pode dizer se esse consumidor sairá perdendo ou ganhando?

Quando o preço do produto é fixado a um nível menor do que o do preço corrente (de equilíbrio), haverá uma escassez do produto e este terá de ser efetivamente racionado. Como na questão anterior, o consumidor sai perdendo, pois não é capaz de alcançar o ponto de maximização de utilidade.

EXERCÍCIOS

1. Neste capítulo, não foram consideradas mudanças nas preferências do consumidor por diversas mercadorias. Todavia, em determinadas situações, as preferências realmente se modificam à medida que ocorre o consumo. Discuta por que e como as preferências poderiam se alterar ao longo do tempo, tomando como referência o consumo dos seguintes itens:

a. Cigarros

A hipótese de que as preferências não se alteram é razoável se as escolhas do consumidor são independentes ao longo do tempo. Mas essa hipótese não é válida nas situações em que o consumo do bem envolve hábitos ou vícios, como no caso dos cigarros: o consumo de cigarros em um período influencia seu consumo no período seguinte.

b. Jantar pela primeira vez em um restaurante de culinária típica.

Este exemplo é paralelo aos exemplos de busca de aventura. Para alguns, uma nova experiência de jantar gera entusiasmo para buscar culinárias e pratos mais atraentes e diferentes. Outros desenvolvem preferência pela regularidade e estabilidade ou medo do novo e desconhecido. Em ambos os casos, as preferências mudam à medida que ocorre o consumo.

2. Trace curvas de indiferença que representem as seguintes preferências de um consumidor por duas mercadorias: hambúrguer e refrigerante. Indique a direção na qual a satisfação (ou a utilidade) da pessoa está crescendo.

a. Joe tem curvas de indiferença convexas e não gosta nem de hambúrguer nem de refrigerante.

Uma vez que Joe não gosta de nenhuma das duas mercadorias, seu conjunto de curvas de indiferença será voltado para dentro em direção à origem, em vez de

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voltado para fora, como no caso normal em que se prefere mais a menos. Uma vez que ele não gosta de ambas as mercadorias, sua satisfação é crescente na direção da origem. A convexidade de preferências implica que suas curvas de indiferença terão o formato normal, pois elas são voltadas na direção da satisfação crescente. A convexidade também implica que, dadas quaisquer duas cestas às quais o consumidor seja indiferente, a ‘média’ das duas cestas estará no conjunto preferido ou deixará o consumidor no mínimo em uma situação tão satisfatória.

b. Jane adora hambúrgueres e não gosta de refrigerantes. Se lhe servirem um refrigerante, é mais provável que ela o despeje no ralo do que o beba.

Uma vez que Jane pode fazer o que quiser com o refrigerante que sirvam a ela, ela o considera uma mercadoria neutra. Isso significa que para ela tanto faz lhe darem refrigerante ou não. Com hambúrgueres no eixo vertical, suas curvas de indiferença são linhas horizontais. Sua satisfação aumenta para cima.

c. Bob adora hambúrgueres e não gosta de refrigerantes. Se lhe servirem um refrigerante, ele aceitará por educação.

Uma vez que Bob beberá o refrigerante por educação, pode-se considerar que este é um ‘mal’. Quando for servido outro refrigerante a Bob, ele vai querer, ao mesmo tempo, mais hambúrgueres para manter constante sua satisfação. Mais refrigerantes sem mais hambúrgueres vão piorar sua utilidade. Mais hambúrgueres e menos refrigerantes vão aumentar sua utilidade.

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d. Molly adora hambúrgueres e refrigerantes, mas insiste em consumir exatamente um refrigerante para cada dois hambúrgueres que come.

Molly quer consumir as duas mercadorias em uma proporção fixa, de modo que suas curvas de indiferença têm forma de L. Para qualquer dada quantidade de uma mercadoria, ela não obtém nenhuma satisfação extra do consumo da outra mercadoria. Ela apenas aumentará sua satisfação se obtiver mais das duas mercadorias.

e. Bill gosta de hambúrgueres e é indiferente aos refrigerantes.

Assim como Jane, Bill considera os refrigerantes uma mercadoria neutra. Uma vez que para ele tanto faz obter ou não refrigerante, podemos presumir que, independentemente de quantos refrigerantes ele obtenha, sua utilidade será a mesma. Seu nível de satisfação depende totalmente de quantos hambúrgueres ele obtenha.

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f. Para Mary, um hambúrguer extra proporciona o dobro de satisfação que um refrigerante extra.

O grau de satisfação que Mary obtém de um hambúrguer ou refrigerante extra nos diz algo sobre a utilidade marginal das duas mercadorias ou sobre a TMS dela. Se Mary sempre obtém o dobro de satisfação com um hambúrguer extra, então sua utilidade marginal do consumo de uma hambúrguer extra é o dobro de sua utilidade marginal do consumo de um refrigerante extra. Sua TMS, com hambúrgueres no eixo vertical, é 1/2. Suas curvas de indiferença são retas com inclinação de 1/2.

3. Se atualmente Jane está disposta a trocar quatro ingressos para o cinema por um ingresso para o basquete, ela deve gostar mais de basquete do que de cinema. Verdadeiro ou falso? Explique.

Essa afirmação não é necessariamente verdadeira. Se ela sempre deseja trocar quatro ingressos para o cinema por um ingresso para o basquete, gosta mais de basquete, pois sempre obterá de quatro ingressos para o cinema a mesma satisfação que obtém de um ingresso para o basquete. Entretanto pode ser que ela tenha preferências convexas (taxa marginal de substituição decrescente) e tenha uma cesta em que haja mais ingressos para o cinema do que para o basquete. Isso faria com que ela desejasse desistir de mais ingressos para o cinema para obter outro ingresso para o basquete. Entretanto, isso não significa que ela gosta mais de basquete. Neste caso, sua vontade de desistir de um bem depende da quantidade de cada bem na cesta corrente.

4. Nos carros que pretendem comprar, tanto Janelle quanto Brian planejam investir $20.000 dólares em atributos relacionados a estilo e consumo de combustível. Eles podem escolher investir tudo em estilo ou tudo em consumo de combustível, ou ainda em alguma combinação desses dois atributos. Janelle não dá a mínima para estilo e deseja um carro que consuma o mínimo possível de combustível. Já Brian valoriza os dois itens igualmente e quer investir neles quantias iguais. Usando curvas de indiferença e linhas de orçamento, ilustre a escolha que cada consumidor fará.

Consideremos que o estilo está no eixo vertical e o consumo de combustível, no horizontal. Janelle tem curvas de indiferença verticais. Se o estilo estiver à sua disposição, ela vai adquiri-lo, mas, se não estiver, para ela não importa. À medida que suas curvas de indiferençase movem para a direita, ela obtém maior quantidade do item consumo de combustível e mais satisfação. Ela vai gastar os $20.000 nesse item. Brian tem curvas de indiferença com formato de L. Ele não vai gastar mais em um item do que no outro. Ele vai gastar $10.000 em estilo e $10.000 em consumo de combustível.

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5. Suponhamos que Bridget e Erin gastem sua renda em duas mercadorias, alimento, A, e vestuário, V. As preferências de Bridget são representadas pela função de utilidade U(A,V) = 10AV, enquanto as de Erin são representadas pela função de utilidade U(A,V) = 0,2A2V2.

a. Colocando alimentos no eixo horizontal e vestuário no eixo vertical, identifique num gráfico o conjunto de pontos que dão a Bridget o mesmo nível de utilidade que a cesta (10,5). Em outro gráfico, faça o mesmo para Erin.

Bridget obtém uma utilidade de 10*10*5=500 de sua cesta. A curva de indiferença é representada pela equação 10FC=500 ou FC=50. Algumas cestas nessa curva de indiferença são (5,10), (10,5), (25,2) e (2,25). Erin obtém uma utilidade de 0,2*10*10*5*5=500 da cesta (10,5). Sua curva de indiferença é representada pela equação 500=0,2F2C2, ou 50=FC. Essa curva de indiferença é a mesma que a de Bridget. Ambas as curvas de indiferença tê forma normal e convexa.

b. Nesses mesmos gráficos, identifique o conjunto de cestas que dariam a Bridget e Erin o mesmo nível de utilidade que a cesta (15,8).

Tanto para Bridget quanto para Erin, ligue F=15 e C=8 nas respectivas funções de utilidade. Para Bridget, isso dá a ela uma utilidade de 1.200, portanto sua curva de indiferença é dada pela equação 10FC=1.200, ou FC=120. Algumas cestas nessa curva de indiferença são (12,10), (10,12), (3,40) e 40,3). Para Erin, essa cesta dá a ela uma utilidade de 2.880, portanto sua curva de indiferença é dada pela equação 2.880=0,2F2C2, ou FC=120. Essa é a mesma curva de indiferença que a de Bridget.

c. Você acha que Bridget e Erin têm preferências iguais ou diferentes? Explique.

Elas têm as mesmas preferências, pois, para qualquer dada cesta, elas têm o mesmo nível de utilidade. Isso significa que elas classificarão as cestas na mesma ordem. Observe, entretanto, que não é necessário que elas obtenham o mesmo nível de utilidade para ter o mesmo conjunto de preferências. Tudo que é necessário é elas classificarem as cestas na mesma ordem.

6. Suponhamos que tanto Jones quanto Smith tenham decidido reservar $1.000 por ano para uma verba de lazer, na forma de jogos de hóquei ou shows de rock. Ambos apreciam os dois itens e escolherão consumir quantidades positivas dos dois. Entretanto eles têm preferências substancialmente diferentes por quanto aos dois programas. Jones prefere os jogos de hóquei, e Smith, os shows de rock.

a. Trace um conjunto de curvas de indiferença para Jones e um segundo conjunto para Smith.

Dado que cada um deles gosta dos dois bens e que escolherá consumir quantidades positivas de ambos, podemos presumir que suas curvas de indiferença têm forma normal convexa. Entretanto, uma vez que Jones prefere hóquei e Smith prefere shows de rock, os dois conjuntos de curvas de indiferença deles terão inclinações diferentes. Se colocarmos os shows de rock no eixo vertical e os jogos de hóquei no horizontal, Jones terá um TMS maior do que Smith. Jones deseja desistir de mais shows de rock em troca de um jogo de hóquei uma vez que ele prefere estes. As curvas de indiferença de Jones serão menos inclinadas.

b. Utilizando o conceito de taxa marginal de substituição, discuta por que os dois conjuntos de curvas de indiferença diferem entre si.

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Para qualquer combinação de jogos de hóquei e shows de rock, Jones está disposto a abrir mão de uma quantidade maior de shows de rock para obter uma unidade adicional de jogos de hóquei, enquanto Smith está disposto a abrir mão de uma quantidade menor de shows de rock para obter uma unidade adicional de jogos de hóquei. Uma vez que a TMS é a medida da quantidade de um bem (shows de rock) de que um indivíduo deseja abrir mão para obter uma unidade adicional do outro bem (jogo de hóquei), então a TMS e, portanto, a inclinação das curvas de indiferença serão diferentes para os dois indivíduos.

7. Um DVD, D, custa $20 e um CD, C, $10. Philip tem uma verba de $100 para gastar nos dois produtos. Suponhamos que ele já tenha comprado um DVD e um CD. Além disso, suponhamos que ainda existam 3 DVDs e 5 CDs que ele gostaria de comprar.

a. Dados os preços e a renda que acabamos de mencionar, trace a linha do orçamento num gráfico com CDs no eixo horizontal.

A linha do orçamento dele é PDD + PCC = I, ou 20D+10C=100. Se ele gasta toda a sua renda em DVDs, ele tem condições de comprar 5. Se gasta toda a sua renda em CDs, tem condições de comprar 10.

b. Considerando o que Philip já comprou e o que ainda quer comprar, identifique as três diferentes cestas de CDs e DVDs que ele poderia escolher. Para esta parte da questão, parte da premissa de que ele não pode comprar unidades fracionadas.

Dado que ele já adquiriu uma unidade de cada, gastando $30, ele ainda tem $70. Uma vez que ele quer mais três DVDs, pode comprá-los por $60 e gastar os $10 restantes em um CD. Essa é a primeira cesta indicada a seguir. Ele também pode escolher comprar apenas dois DVDs por $40 e gastar os $30 restantes em 3 CDs. Ele pode escolher as seguintes cestas:

Quantidades adquiridas Quantidades totais

D C D C

3 1 2 6

2 3 3 4

1 5 4 2

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