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Jornal da Associação de Medicina Intensiva Brasileira Nº 52 Filiada à WFSICCM e à FEPIMCTI Jul/Ago/Set 2009 Trabalho em Equipe Os cuidados com as infecções na cavidade bucal Pág. 4 Na Beira do Leito Hantavirose e Doença Respiratória Aguda Grave Pág. 6 Instituição que Faz Santa Casa de Sobral é referência em captação de órgãos no Ceará Pág. 7 Ponto Crítico A busca de qualidade é realidade em muitas UTIs brasileiras Pág. 12

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J o r n a l d a A s s o c i a ç ã o d e M e d i c i n a I n t e n s i v a B r a s i l e i r a

Nº 52

Filiada à WFSICCM e à FEPIMCTI

Jul/Ago/Set 2009

Trabalho em EquipeOs cuidados com as infecções

na cavidade bucalPág. 4

Na Beira do Leito

Hantavirose e Doença Respiratória Aguda Grave

Pág. 6

Instituição que Faz

Santa Casa de Sobral é referência em captação de órgãos no Ceará

Pág. 7

Ponto CríticoA busca de qualidade é realidade

em muitas UTIs brasileirasPág. 12

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2 Jornal da AMIB - Nº 52 - Jul/Ago/Set 2009

DIRETORIA EXECUTIVA (BIênIO 2008-2009) – Presidente Álvaro réa-Neto (Pr) • Vice-Presidente Hélio SaNtoS de Queiroz FilHo (Ba) • 1º secretário ederloN alveS de CarvalHo rezeNde (SP) • 2º secretário JoSé eduardo Couto de CaStro (rJ) • 1º tesoureiro JoSé raimuNdo araúJo de azevedo (ma) • 2º tesoureiro FrederiCo Bruzzi de CarvalHo (mG)

EDITOR DO JORnAl DA AMIB BruNo mazza (SP) • EDITORAçãO GRáfICA mWS deSiGN, FoNe: (11) 3399-3028 • COnTEúDO EDITORIAl PlaNo a ComuNiCação JORnAlIsTAs REspOnsáVEIs luCiaNa mira – mtB 31247/SP e teCa Pereira – mtB 19000/SP

Os ARTIGOs AqUI pUBlICADOs sãO DE REspOnsABIlIDADE DE sEUs AUTOREs E As CARTAs DEVEM sER EnVIADAs à AMIB.

é uma PuBliCação trimeStral da AMiB rua JoaQuim tÁvora, 724 - vila mariaNa

CeP 04015-011 – FoNe (11) 5089-2642

• A PA l Av r A d o P r e S I d e N t e •

• e d I t o r I A l •

Em primeiro lugar, gostaria de parabenizar a nova diretoria eleita para o próximo mandato, assim como todos os asso-

ciados representantes eleitos pelas suas respectivas regionais, fato este ocorrido pela primeira vez, um exemplo de descentralização e democracia. Todo esse processo mostra que estamos no caminho certo. A seriedade e o profissionalismo demonstram o crescimento da nossa sociedade, fazendo com que, no nosso futuro, a AMIB se orgulhe de ser formada por intensivistas. Saiba como ocorreu o processo eleitoral no espaço da Diretoria e as perspectivas da nova gestão na entrevista com o presidente eleito, Dr. Ederlon Rezende.

Vale lembrar que a eleição para o presidente futuro ocorrerá no próximo mês, não se esqueça de votar!

O assunto discutido na seção “Ponto Crítico” desta edição é sobre a qualidade e sua importância dentro da terapia intensiva. Não podemos deixar de acompanhar as notícias dos preparati-vos para o XIV Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva, já estamos quase lá... Inscrevam-se e aproveitem os descontos das

inscrições antecipadas.No espaço “Na Beira do Leito”, o Dr. Marcel Lopes, pre-

sidente do comitê de choque e monitorização hemodinâmica, conta um pouco da sua experiência com a Hantavirose.

Na seção “Trabalho em Equipe”, o departamento de Odon-tologia da AMIB discute um pouco sobre o risco infeccioso da cavidade bucal, assunto menosprezado na grande maioria das Unidades de Terapia Intensiva.

Trazemos também a experiência da Santa Casa de Sobral na captação de órgãos, uma das referências no Nordeste.

E tem muito mais nesse número. Não podia faltar a agenda, Ventilando Notícias, Plantão Brasil etc...

E não se esqueçam, orgulhem-se de serem intensivistas!Boa Leitura...

Bruno Mazza Editor

“AMIB PARA O FUTURO” ou a AMIB do futuro?

Prezados Amigos,

Uma nova diretoria acaba de ser eleita de forma legítima. A primeira eleição

totalmente on-line facilitou a participação de colegas de todo o país. Foram mais de 1.300 associados que nos ajudaram a escolher a chapa vencedora AMIB para o Futuro. O processo eleitoral permitiu que membros de ambas as chapas apresen-tassem suas propostas. No entanto, não importa os vencedores, mas sim as boas ideias desenhadas por todos, que devem ser implantadas ao longo dos próximos dois anos. Afinal, toda sugestão que vise o aprimoramento da Medicina Intensiva sempre será bem vinda.

Nós, membros da gestão 2008-2009, estaremos sempre à disposição dessa nova diretoria. Estamos todos aqui lutando por uma única causa: a evolução da Medicina Intensiva em nosso país, e tornar o Brasil uma importante referência em processos e qualidade em Unidades de Terapia Inten-siva. Esse sempre será um dos objetivos da AMIIB e de cada um de nós que temos orgulho de pertencer a essa entidade.

Confiamos em nossos colegas eleitos. Confiamos que farão uma excelente gestão e que contribuirão com o desen-volvimento de nossa AMIB. No próximo ano, completaremos 30 anos de atividades e o nosso crescimento tem sido constante.

Vitórias foram conquistas ao longo de todas as gestões e essas vitórias só foram possíveis devido ao apoio que sempre tivemos dos nossos associados. Esses sim são nossos principais patrimônios.

Gostaria de aproveita a oportunidade e agradecer o apoio que recebemos para a implantação de nossas propostas nesses dois anos. Estar à frente de uma entidade como a AMIB trouxe uma experiência ímpar para todos nós.

Obrigado e um especial boas vindas à nova diretoria AMIB.

Álvaro Réa-NetoPresidente da AMIB 2008/2009

Associados elegeram a Nova Diretoria AMIB

Sejam Bem-vindos!

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• P l A N tà o B r A S I l •

PLANTÃO BRASIL é uma coluna para integrar as regionais. Mande a notícia da sociedade de seu

Estado para [email protected].

SOCATI realiza pesquisa sobre Terapia Nutricional

O Departamento de Nutrição da So-ciedade Catarinense de Terapia Intensiva (SOCATI), em sintonia com os avanços da área de Terapia Nutricional, decidiu realizar uma pesquisa sobre o tema e desenvolveu um questionário que tem por objetivo levantar informações sobre as práticas adotadas nas UTIs em todo estado de Santa Catarina.

“Nos últimos tempos, a Terapia Nutri-cional passou a desempenhar um importante papel no tratamento do paciente crítico. Vários estudos apontam os benefícios de um suporte nutricional adequado e a adoção de protocolos baseados em referências relevan-tes”, afirma o Dr. Hélio Ortiz, presidente da SOCATI.

O questionário preparado pelos profis-sionais da área de nutrição da SOCATI é direcionado ao profissionais que atuam na área de Terapia Nutricional nas Unidades de Terapia Intensiva.

“Nesta primeira fase, envolvemos 51 UTIs de Santa Catarina, que foram convida-das a responder o questionário. A partir dos resultados, vamos estudar a possibilidade de estender a pesquisa para todo Brasil”, explica Carina Rossoni, uma das coordenadoras do Departamento de Nutrição da SOCATI.

A pesquisa também tem como objetivo mapear a indicação e o uso dos acessos em Terapia Nutricional, contribuindo com informações técnicas para a elaboração de protocolos na área de TN, promovendo, assim, a qualidade na assistência a pacientes em UTIs.

“Tendo em vista o quadro de risco nu-tricional, frequentemente apresentado pelo paciente internado nas UTIs, sentimos a necessidade de elaborar um questionário com o intuito de mapear o uso e a indicação da gastrostomia e jejunostomia como via de administração de dietas”, afirma Paula Mesquita, que também coordena a pesquisa da SOCATI.

Os resultados da pesquisa deverão ser apresentados durante o XIV CBMI e o intuito é exibir o atual cenário da Terapia Nutricional nas UTIs brasileiras, além de apontar a importância de uma suporte nu-tricional adequado ao paciente crítico.

Para o Departamento de Nutrição da SOCATI, ao ter um protocolo em TN, uma

instituição consegue integrar procedimentos, padronizar a assistência, definir diretrizes de conduta das equipes, buscar qualidade e melhor tratamento com eficiência e eficácia. Cabe destacar que deve haver uma melhora contínua destes protocolos a partir de con-sulta em evidências científicas.

 Para ter acesso ao questionário acessehttp://www.socati.org.br/inscricao/questionario.php

SOTIPE e AMIB fecham o II Luso-Brasileiro de Medicina Intensiva

Um dos grandes objetivos da AMIB nesses seus 30 anos de atuação tem sido promover a Medicina Intensiva nacional-mente, e a parceria com as Regionais é uma importante estratégia para que a especiali-dade cresça por todas as regiões do Brasil. Segundo o presidente eleito da AMIB, Dr. Ederlon Rezende, “uma prioridade colo-cada na gestão atual foi de se aproximar, principalmente, das Regionais menores para entender suas necessidades e, assim, ajudar em seu crescimento”. E o resultado dessa ação foi bastante positivo para oito

Regionais, que fecharam o ano de 2009 com mais de cem associados.

Estar presente nos eventos promovidos por elas também tem sido uma constan-te, além trabalharem juntos para novas conquistas, que possam, de certa forma, fortalecer a AMIB, a Regional e, principal-mente, a especialidade. Exemplo disso foi a presença como palestrantes do Dr. Ederlon Rezende e do atual presidente da AMIB, Dr. Álvaro Réa-Neto, no o VI Congresso Pernambucano de Medicina Intensiva e o IV Fórum SEPSE Nordeste, em setembro, promovido pela SOTIPE – Sociedade de Terapia Intensiva de Pernambuco.

Na ocasião, SOTIPE e AMIB fecharam uma importante parceira com a Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos (SPCI), representada pelo seu presidente Dr. Paulo Maia, e com a Sociedade Europeia Medicina Intensiva, com o presidente Rui Moreno: a realização do II Congresso Luso-Brasileiro de Medicina Intensiva. A primeira etapa do encontro acontecerá em março de 2010, em Porto de Galinhas (PE). “Eventos desse porte, onde trazemos experiências de outros continentes para o nosso universo e apresen-tamos o que estamos realizando de positivo em Medicina Intensiva, incentivam nossos associados e promovem uma evolução sig-nificativa para a especialidade”, disse o Dr. Odin Barbosa, presidente brasileiro do II Congresso Luso-Brasileiro.

Dr. Gustavo Trindade, presidente da SOTIPE, também concorda com o colega e acrescenta que o apoio da AMIB às socieda-des regionais tem sido positivo e proporcio-nado grandes conquistas como essa. ”É uma grande satisfação para nós, da SOTIPE e de Pernambuco, termos proporcionado o elo entre a AMIB e a SPCI, desde a realização do I Congresso Luso-Brasileiro de Medicina Intensiva, em 2007, quando sediamos a etapa Brasil. Agora, com o acordo fechado para o II Congresso, este passa a fazer parte do calendário oficial das duas associações nacionais e, novamente, muito nos honra receber em nosso estado a etapa Brasil desse importante evento. Dessa forma, estaremos também contribuindo para a valorização e aprimoramento de nossa especialidade”.

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• t r A B A l H o e M e Q U I P e •

Risco infeccioso da cavidade bucal

TRABALHO EM EQUIPE é uma seção multidisciplinar e é desenvolvida pelos

departamentos não-médicos da AMIB. Se você tem alguma sugestão para ser abordada nessa sessão,

entre em contato com o seu departamento.

Considerando que a infecção é uma mani-festação frequente no paciente internado

em unidade de terapia intensiva (UTI) e constitui-se uma das principais causas de mortalidade, é necessária uma reflexão sobre o risco infeccioso que a cavidade bucal pode representar.

A boca abriga quase que a metade da microbiota do corpo humano e é considerada um incubador microbiano ideal, devido às características de temperatura, umidade, pH, tensão de oxigênio e presença de nutrientes. Adicionalmente, na boca são encontradas superfícies duras, não descamativas, como esmalte, cimento, restaurações, próteses, implantes, entre outros, que favorecem o desenvolvimento de grandes depósitos de microrganismos denominados de biofilme. Apesar deste desenvolvimento ser um pro-cesso natural, fatores comportamentais e am-bientais como tabagismo, alcoolismo, estado nutricional, higiene bucal, antibioticoterapia, corticoterapia e permanência em ambiente hospitalar podem ter reflexos significativos na sua composição, resultando aumento da quantidade e da complexidade do biofilme, estando a condição de higiene bucal intima-mente relacionada ao número e às espécies de microrganismos presentes na boca.

Apesar disto, a literatura tem identificado uma condição de higiene bucal insatisfatória nos pacientes internados em UTI. Além do mais, parece haver uma concordância entre os pesquisadores sobre a possibilidade do biofilme bucal ser colonizado por patógenos respiratórios e os microrganismos associados à pneumonia nosocomial serem provenientes da boca.

Outra ponderação está no fato de que as principais doenças infecciosas presentes na boca (cárie e doença periodontal) afetam um número significativo de indivíduos em todas as faixas etárias e regiões do país. E é essa população, com uma condição bucal muitas vezes insatisfatória, com uma infecção já estabelecida, que dá entrada nos hospitais e UTIs diariamente. É preciso considerar que, no paciente crítico, muitas vezes, estão pre-sentes fatores que alteram a resposta imune, aumentando o risco de uma infecção bucal até então latente se agudizar durante a inter-nação. Somado a isso, a própria higiene bucal deficiente observada neste paciente, pode

agravar uma condição bucal pré-existente, ou contribuir para o estabelecimento de infecções oportunistas, tanto viróticas como fúngicas, destacando-se a candidíase bucal.

A candidíase é uma infecção causada pela Cândida, espécie que faz parte da microbiota bucal habitual. Entretanto, alteração no es-tado imunológico do paciente, modificação da microbiota bucal e a resistência do fungo podem torná-lo patogênico. Alguns fatores como diabetes, imunossupressão, higiene bucal insatisfatória, antibióticoterapia e corti-coterapia, condições comuns em pacientes de UTI, predispõem à candidíase, que se tornou uma das mais frequentes causas de infecção hospitalar.

Também é preciso considerar que deter-minados medicamentos, patologias, estresse, entre outros, podem alterar a qualidade e a quantidade de saliva e, muitas vezes, conduzir à hipossialia. Com a redução do fluxo salivar, ocorre a diminuição na quantidade de enzi-mas responsáveis pela ação bactericida e bacte-riostática da saliva levando a uma considerável queda na defesa local, predispondo o paciente à candidose ou até mesmo ao surgimento de ulcerações na cavidade bucal. A hipossialia também favorece a fixação de matéria orgâ-nica, aumentando de maneira significativa os depósitos de biofilme ao redor dos dentes, do dorso da língua e por toda a boca. Alguns fatores, entre eles a intubação, fazem com que o paciente permaneça com a boca aberta, o que gera maior desidratação da mucosa bu-cal, que, além de aumentar a predisposição a ulcerações, facilita a colonização do biofilme

bucal por patógenos respiratórios originados no meio ambiente hospitalar.

Ainda é preciso atentar-se para os possíveis traumas na cavidade bucal durante a inter-nação em UTI. Pois a mordedura, muitas vezes involuntária, a presença de próteses e as restaurações mal adaptadas, arestas dentais e até mesmo o atrito constante do tubo entotra-queal na mucosa, lábio e língua podem levar a uma solução de continuidade do epitélio. Nestes pacientes ainda estão presentes a hipos-sialia que favorece ulcerações e compromete a capacidade de o sistema estomatognático resistir à colonização de microrganismos. Somado a uma higiene bucal insatisfatória, como dito anteriormente, comum a estes pacientes, aumenta de maneira significativa o risco de ulcerações bucais infectarem e comprometerem o prognóstico do paciente.

O tema apresentado é amplo, o que dificulta a obtenção de uma discussão plena. Mas diante do exposto, justifica-se uma nova postura, já que o controle efetivo do biofilme e a adequação da condição bucal precisam ser considerados na prevenção de infecções hospitalares, na melhora da assistência ao paciente e na redução dos custos hospitalares.

Teresa Márcia Nascimento de Moraispresidente do Departamento de Odontologia AMIB/ABO

Cuidados com a cavidade bucal ajuda a evitar infecções

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• N A B e I r A d o l e I t o •

Os Hantavírus compreendem um grupo de vírus envoltos por um envelope, per-

tencentes à família Bunyaviridae, sendo que os de relevância clínica são transmitidos por roedores da família Muridae e Cricetidae. A transmissão ocorrer por inalação de aerossóis virais de partículas, fezes, urina e secreções de roedores infectados; a transmissão entre humanos é rara, restrita somente à espécie do gênero: Andes vírus, associados a duas graves síndromes febris agudas distintas:

1. Febre Hemorrágica com Síndrome Renal (HFRS): restrita

à Europa e Ásia, é caracterizada por febre, hipotensão, lesão renal e fenôme-nos hemorrágicos, com mortalidade que pode variar entre 0,5% até 15% nos casos mais severos.

2. Síndrome Cardiopulmonar do Han-tavírus (HCPS): causada por vírus do “Novo Mundo”, é uma variante recente e restrita ao nosso continente; foi primeiramente descrita nos EUA em 1993, tem incidência em quase todos os países do continente, com cerca de 2000 casos já levantados; possui uma letalida-de bem superior à 1ª, podendo chegar à 50% nos casos mais severos; é caracterizada por uma doença febril aguda associada a sintomas res-piratórios graves com lesão radiológica que se assemelha a SARA.

O achado laboratorial mais precoce e espe-cífico consiste no rápido declínio da contagem plaquetária, porém sem correlação com a gravi-dade; diferentemente do grau da leucocitose e do número de linfócitos atípicos, que são preditores de má evolução. O achado de trombocitopenia, desvio à esquerda das séries granulocíticas e uma contagem de imunoblastos acima de 10% de linfócitos é conhecida como tríade diagnóstica. Hemoconcentração e queda de albumina sérica ocorrem com frequência, estando associadas ao extravasamento capilar pulmonar.

Um dano funcional ao endotélio vascular é ponto chave na patogênese da HPS, que é complexa, acreditando-se que a depressão mio-cárdica contribua de forma significativa na mortalidade da doença. Dados hemodinâmi-cos nos casos severos evidenciam baixos índices cardíacos associados à hiperlactatemia. A causa da hipoxemia se dá pelo extravasamento capi-lar, uma vez que apresentam pressões de oclu-são de artéria pulmonar baixas.

Este ano, foram admitidos três casos da for-ma cardiopulmonar em nossa UTI, sendo que em um deles houve desfecho desfavorável, evo-luindo ao óbito em menos de 3h da admissão na unidade, e os outros dois casos com boa evolução, apesar da gravidade, e com desfechos favoráveis.

Hantavirose e Doença Respiratória Aguda Grave (DRAG)

Ambos os casos tratavam-se de pacientes homens, adultos jovens, previamente hígidos, com fatores epidemiológicos positivos. Ini-ciaram os sintomas prodrômicos por volta de cinco dias da admissão hospitalar apresentando febre acima de 38º C, calafrios, mialgia, tosse seca e sintomas digestivos, evoluindo dias após, com desconforto respiratório progressivo até um quadro de franca insuficiência respirató-ria aguda de rápida evolução, sendo necessária IOT no momento da admissão hospitalar.

No momento da admissão, além da grave insuficiência respiratória, havia um quadro de choque, com hipotensão refratária a fluídos, acidose metabólica e hiperlactatemia com o lactato duas vezes o valor de corte. Foi introdu-zido um cateter central e iniciado o pacote ini-cial com a terapia precoce baseada em metas.

Os exames laboratoriais revelavam uma leu-cocitose neutrofílica com importante aumento na produção de células imaturas e a presença de linfócitos atípicos, hemoconcentração, plaque-topenia (57mil em 1 dos casos), DHL elevado (média de 560) e aumento discreto das transa-minases com função renal normal. O RX de tórax revelava um infiltrado intersticial difuso bilateral com área cardíaca preservada. Logo após estabilização, foram transferidos para UTI e seguiu-se o manejo do caso.

A admissão na UTI encontravam-se intu-bados em VM – SIMV à pressão, com PEEPs de 10-12mmHg e FIO2=100% mantendo uma relação PO2/FIO2< 70; mantinham ins-tabilidade hemodinâmica em uso de vasopres-sores, e, apesar de compensadas as variáveis macrohemodinâmicas, apresentavam hiperlac-tatemia e SVcO2 bastante reduzidas (< 55%), ainda que subestimadas pela hipoxemia. Os valores dos Apache II acima de 25 indicavam alta probabilidade de óbito.

Foi otimizada a VM e realizada moni-torização invasiva precocemente através do Vigileo, pois se apresentavam apenas com ciclos controlados sem esforços respirató-rios e em ritmo sinusal. A monitorização inicial revelava uma variação de volume sistólico reduzida, indicando a ausência de responsividade a fluídos naquele momen-to, e índices cardíacos reduzidos, abaixo de 2,5ml/min/m², sugerindo uma severa miocardiodepressão, dados que corrobo-ram com a literatura. Assim, foi iniciada Dobutamina, com dose inicial de 5ug/Kg/min, e ajustes subsequentes baseados em dados micro e macrohemodinâmicos (lac-tato, SVcO2, BE, diurese, PAM e o pró-prio DC), chegando a doses de 15ug/Kg/min, com boa resposta. Quanto ao quadro

pulmonar, optou-se por recrutamento alveolar com PEEP até 35cmH2O no caso com menor comprometimento hemodinâmico e pela ma-nobra de prona por 18h no caso subsequente, havendo boa resposta em ambos.

Nas primeiras 24h, houve estabilização do quadro, com compensação hemodinâmica (cla-reamento do lactato, melhora da acidose e op-timização da SVcO2) a despeito de altas doses de noradrenalina e inotrópicos, além de melho-ra na relação PO2/FIO2. Sempre se mantendo uma linha mais restritiva possível em relação a fluídos, baseada na monitorização contínua de fluído responsividade com a variação do volume sistólico e débito cardíaco, após 48 a 72h, houve uma melhora progressiva do quadro, com des-mame de drogas e do suporte ventilatório, evo-luindo para extubação, com tempo médio de internação de seis dias em nossa unidade.

Atualmente, estamos vivenciando um mo-mento importante e bastante delicado, em decorrência da pandemia do novo vírus da influenza, que por esta razão, talvez nos esque-çamos de outros importantes diagnósticos de DRAGs, como a descrita acima. Assim, se na abordagem de qualquer paciente com DRAG, estiver associada a tríade diagnóstica descrita acima, sempre considerar a hantavirose, princi-palmente se houver sinais de falência hemodi-nâmica com componente de depressão miocár-dica associada, nos casos mais severos.

Matheus Castro Médico diarista da Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Passos (MG) e

Marcel R. LopesPres. do Comitê Científico de Choque e

Monitorização Hemodinâmica da AMIB e Coordenador da Unidade de Terapia Intensiva

da Santa Casa de Misericórdia de Passos (MG).

Linfócitos Atípicos

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• I N S t I t U I ç Ã o Q U e fA z •

Localizada na região norte do estado do Ceará, a Santa Casa de Misericórdia de

Sobral foi fundada em 1925 e, desde então, tem focado sua atuação no oferecimento de serviços médico-hospitalar e de assistência social à população de 55 municípios de seu entorno, o que significa mais de 1,5 milhão de habitantes.

O passar dos anos também fez a Santa Casa de Sobral se consolidar como referência em toda a região, atraindo novos profissionais e direcionando a entidade para um novo ca-minho, o de captação de órgãos. Em 1999, a Santa Casa iniciou alguns movimentos para se credenciar como Unidade Captadora de Órgãos. A partir de 2003, foram realizadas algumas captações de múltiplos órgãos, mas a falta de profissionais e de investimentos não permitiu que o projeto avançasse.

Este ano, disposta a voltar a trilhar o ca-minho da captação de órgãos, no dia 30 de abril, a Santa Casa implantou a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Teci-dos para Transplantes. A comissão, presidida pelo médico nefrologista Luiz Derwal Júnior, é formada por uma equipe de 28 profissionais entre médicos, enfermeiros, assistentes sociais e estudantes de enfermagem e medicina, que exercem funções específicas dentro de uma rotina apoiada em protocolos de trabalho.

O grande diferencial é a atuação efetiva da equipe de buscas de órgãos que, diariamente, vai até as UTIs adulta e pediátrica verificar se há suspeitas de morte encefálica.

“A atuação desta equipe, que foi treinada para identificar potenciais doadores, é um dos grandes responsáveis pelo bom desempenho do trabalho de captação de órgãos da Santa Casa de Sobral”, explica o enfermeiro Luiz José de Lima Neto, vice-presidente da comis-são e coordenador da busca ativa de órgãos.

E foi com este procedi-mento que a instituição se qualificou como hospital referência no estado em captação de órgãos, uma vez que no dia 7 de maio um paciente com diagnós-tico de morte encefálica teve a doação de seus ór-gãos (fígado, córneas e rins) autorizada pela família. O procedimento de captação foi feito por uma equipe de 11 profissionais entre médi-

Santa Casa de Sobral: referência em captação de órgãos no Ceará

cos e enfermeiros da Central de Captação de Órgãos de Fortaleza que, comandados pelo Dr. Nelson Gurgel, concluíram o procedi-mento e voaram de volta à capital, onde três pacientes receberam os órgãos.

O procedimento de retirada dos órgãos também foi acompanhado por uma equipe de nove profissionais da Santa Casa de So-bral, além de cinco estudantes de medicina e enfermagem.

Desde então, o trabalho da Santa Casa não parou mais e de maio a setembro a equipe de busca ativa foi responsável por seis captações de córneas em doador com parada cardior-respiratória sem diagnóstico de Morte Ence-fálica e nove captações de múltiplos órgãos, o que fez a Macroregião de Sobral alcançar uma média de 9,37 captações por 1 milhão de habitantes, número superior a de estados vizinhos e que tem contribuído para manter o Ceará na quarta posição entre os estados que mais captam órgãos no país, com uma média de 10,2 captações por 1 milhão de habitantes.

A instituição reforça também o trabalho de sensibilização de familiares e de toda a comunidade com relação à doação de ór-

gãos. “A atuação dos assis-tentes sociais e enfermeiros da Equipe de Busca Ativa junto às famílias vem alcan-çando excelentes resultados. Obtivemos nesses quatro meses uma média de 62% de consentimento familiar”, afirma Lima Neto.

E os planos da Comis-são de Doação de Órgãos da Santa Casa para o pró-ximo ano são ainda mais otimistas. “Queremos im-

plantar um banco de olhos na região norte do estado para que possamos realizar a captação, processamento e transplante de córneas em So-bral. O segundo passo será o credenciamento dos nossos cirurgiões para que realizem a cap-tação de fígado e rins em doadores cadáveres, e, quem sabe, o transplante em nossa unidade Hospitalar”, planeja o enfermeiro Neto.

No Ceará, atualmente, 900 pessoas ne-cessitam de um órgão para transplante, sen-do que 130 precisam de um fígado, 257 de rim, 511 esperam uma córnea e duas pessoas aguardam um coração.

UNIdAdE dE CAPTAçãO dE ÓrgãOSPor meio de um projeto do Ministério da

Saúde que visa incentivar as atividades de bus-ca e captação de doadores, a Santa Casa de So-bral já conta com uma Unidade de Captação de Órgãos para transplantes. Funcionando na Emergência do Hospital, a unidade conta com a atenção dos estudantes de medicina e enfermagem da Universidade Federal do Ce-ará (UFC) e Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), que foram capacitados para prover a manutenção do potencial doador.

A Unidade dispõe de desfibrilador, mo-nitor cardíaco, eletroencefalógrafo, oxímetro de pulso, bomba de infusão, cama hospitalar e ar condicionado. Para participar do pro-jeto do MS a Santa Casa foi habilitada na Central Nacional de Captação e Doação de Órgãos para Transplante, que funciona em Brasília (DF).

INFOrMAçõES SANTA CASA dE MISErICÓrdIA dE SOBrALCAPACIdAdE dE ATENdIMENTO

411 leitos

377 atendimento SUS

34 particulares

40 especialidades médicas

11 salas de cirurgia

1 UTI com 9 leitos

INSTITUIÇÃO QUE FAZ conta histórias empreendedoras de gente que promove muito com poucos recursos. Mande sua história para

[email protected]

Equipe da Central de Captação de Órgãos de Fortaleza durante procedimento em Sobral

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9Jornal da AMIB - Nº 52 - Jul/Ago/Set 2009

• N U t r I N d o o C o N H e C I M e N t o •

Divulgue seu artigo! Essa sessão usa como referência o base da dados PubMed. Caso tenha publicado em alguma revista

dessa base, mande um e-mail com as referências para [email protected].

Vale a pena ler*Confira os principais artigos publicados no último trimestre:

Burtin, C., et al. Early exercise in cri-tically ill patients enhances short-term functional recovery. Critical Care Medi-cine 2009; 37(9): 2499-05.

Treggiari, M., et al. Randomized trial of light versus deep sedation on mental health after critical illness. Critical Care Medicine 2009; 37(9):2527-34.

Marik, P., et al. Dynamic changes in arterial waveform derived variables and fluid responsiveness in mechanically ventilated patients: A systematic review of the literature. Critical Care Medicine 2009;. 37(9):2642-47.

Boyd, J. and Walley, K. The role of echo-cardiography in hemodynamic monito-ring. Current Opinion in Critical Care 2009; 15(3):239-43.

Boniatti, M, et al. Acid–base disorders evaluation in critically ill patients: we can improve our diagnostic ability. In-tensive Care Medicine 2009; 35(8): 1377-82.

Boldt, J. PRO: hydroxyethylstarch can be safely used in the intensive care pa-tient—the renal debate. Intensive Care Medicine 2009; 35(8): 1331- 36.

Hartog, C and Konrad Reinhart, K. CONTRA: Hydroxyethyl starch solu-tions are unsafe in critically ill patients. Intensive Care Medicine 2009; 35(8): 1337- 42. *Artigos disponíveis no www.amib.org.br

Do Brasil para o munDoAcompanhe uma seleção de alguns dos mais destacados artigos que profission-ais brasileiros publicaram em revistas indexadas:

Contrin LM, Lobo SM, Navegantes LC, Orrico SP, Queiroz MM, Cury PM, Lira EC,Carta A, Yamamoto AE, Vincent JL. Faculdade de Medicina São José do Rio Preto. Tyrosine: A Possible Marker of Severe Intestinal Injury During Ische-mia. J Surg Res 2008; 31. [Epub ahead of print]

Soares M, Azoulay E. Instituto Nacional de Câncer,Rio de Janeiro. Critical care management of lung cancer patients to prolong life without prolonging dying. Intensive Care Med. 2009 Sep 19. [Epub ahead of print]

Cesar RG, de Carvalho WB. Santa Casa de São Paulo. l-Epinephrine and dexa-methasone in postextubation airway obstruction: A prospective, randomized, double-blind placebo-controlled study. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2009 Sep 15. [Epub ahead of print]

Fernandes NM, Pinto Pdos S, Lacet TB,

Rodrigues DF, Bastos MG, Stella SR, Cendoroglo Neto M. Universidade Fe-deral de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG. APACHE II and ATN-ISS in acute re-nal failure (ARF) in intensive care unit (ICU) and non-ICU. Rev Assoc Med Bras. 2009 Jul-Aug;55(4):434-41.

da Silva PS, Correia Lau AR. Hospital do Servidor Público Municipal, São Paulo. Massive pericardial effusion in a child: an unusual presentation of hypo-thyroidism. Eur J Emerg Med. 2009 Sep 1. [Epub ahead of print]

Japiassú AM, Salluh JI, Bozza PT, Bo-zza FA, Castro-Faria-Neto HC. Institu-to Oswaldo Cruz, Unidade de Terapia Intensiva, Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas-Fiocruz,Rio de Janeiro. Revisiting steroid treatment for septic shock: molecular actions and clinical effects--a review. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2009 Jul;104(4):531-48.

Dos Santos AM, Guinsburg R, Procia-noy RS, Sadeck LD, Netto AA, Rugolo LM, Luz JH, Bomfim O, Martinez FE, de Almeida MF. Universidade Federal de São Paulo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Centro de Aten-ção à Saúde da Mulher, Universidade Estadual de Campinas, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Pau-lista, Botucatu, SP;Pontifícia Univer-sidade Católica do Rio Grande do Sul, Instituto Fernandes Figueira, Fundação Osvaldo Cruz, Rio de Janeiro, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Univer-sidade de São Paulo. Variability on red blood cell transfusion practices among Brazilian neonatal intensive care units. Transfusion. 2009 Aug 26. [Epub ahead of print]

Noritomi DT, Soriano FG, Kellum JA, Cappi SB, Biselli PJ, Libório AB, Park M. Hospital Universitário e Hospital das Clínicas, USP. Metabolic acidosis in patients with severe sepsis and septic shock: A longitudinal quantitative stu-dy. Crit Care Med. 2009 Aug 24. [Epub ahead of print]

Japur CC, Monteiro JP, Marchini JS, Garcia RW, Basile-Filho A. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP. Can an adequate energy intake be able to reverse the negative nitrogen balan-ce in mechanically ventilated critically ill patients? J Crit Care. 2009 Aug 12. [Epub ahead of print]

Furtado GH, Bergamasco MD, Mene-zes FG, Marques D, Silva A, Perdiz LB, Wey SB, Medeiros EA. Universidade Fe-deral de São Paulo. Imipenem-resistant Pseudomonas aeruginosa infection at a medical-surgical intensive care unit: Risk factors and mortality. J Crit Care. 2009 Jul 8. [Epub ahead of print]

Cavalcanti AB, Silva E, Pereira AJ, Cal-deira-Filho M, Almeida FP, Westphal GA, Beims R, Fernandes CC, Correa TD, Gouvea MR, Eluf-Neto J. Hospital

Israelita Albert Einstein, SP. A randomi-zed controlled trial comparing a com-puter-assisted insulin infusion protocol with a strict and a conventional protocol for glucose control in critically ill pa-tients. J Crit Care. 2009 Sep;24(3):371-8. Epub 2009 Jul 9.

Nassar AP Jr, da Silva FM, de Cleva R. Universidade de São Paulo, SP. Consti-pation in intensive care unit: Incidence and risk factors. J Crit Care. 2009 Jul 8. [Epub ahead of print]

Martins ET, Linhares MN, Sousa DS, Schroeder HK, Meinerz J, Rigo LA, Ber-totti MM,Gullo J, Hohl A, Dal-Pizzol F, Walz R. Hospital Governador Celso Ramos, Florianópolis, SC. Mortality in severe traumatic brain injury: a multiva-riated analysis of 748 Brazilian patients from Florianópolis City. J Trauma. 2009 Jul;67(1):85-90.

Soares M, Salluh JI, Azoulay E. Institu-to Nacional de Câncer, Rio de Janeiro. Noninvasive ventilation in patients with malignancies and hypoxemic acute res-piratory failure: A still pending question. J Crit Care. 2009 Jul 2. [Epub ahead of print]

Salluh JI, Dal-Pizzol F, Mello PV, Frie-dman G, Silva E, Teles JM, Lobo SM, Bozza FA, Soares M; On behalf of the BRICNet (Brazilian Research in Intensi-ve Care Network).Instituto Nacional de Câncer, Rio de Janeiro. Delirium recog-nition and sedation practices in critically ill patients: A survey on the attitudes of 1015 Brazilian critical care physicians. J Crit Care. 2009 Jul 2. [Epub ahead of print]

Marra AR, Rodrigues Cal RG, Silva CV, Caserta RA, Paes AT, Moura DF Jr, Pavão Dos Santos OF, Edmond MB, Durão MS. Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo.Universidade Fede-ral de São Paulo. Successful prevention of ventilator-associated pneumonia in an intensive care setting. Am J Infect Con-trol. 2009 Jun 24. [Epub ahead of print]

Contrin LM, Lobo SM, Navegantes LC, Orrico SP, Queiroz MM, Cury PM, Lira EC, Carta A, Yamamoto AE, Vincent JL. Hospital de Base-Faculdade de Me-dicina, São José do Rio Preto, SP. Tyrosi-ne: a possible marker of severe intestinal injury during ischemia. J Surg Res. 2009 Aug;155(2):268-72. Epub 2008 Jul 31.

Camargo LF, Marra AR, Büchele GL, Sogayar AM, Cal RG, de Sousa JM, Silva E, Knobel E, Edmond MB. Hos-pital Israelita Albert Einstein, São Paulo. Double-lumen central venous catheters impregnated with chlorhexidine and silver sulfadiazine to prevent catheter colonisation in the intensive care unit setting: a prospective randomised study. J Hosp Infect. 2009 Jul;72(3):227-33. Epub 2009 May 13.

Ferreira JC, Chipman DW, Hill NS, Ka-cmarek RM. Hospital das Clinicas, Uni-

versidade de São Paulo. Bilevel vs ICU ventilators providing noninvasive venti-lation: effect of system leaks: a COPD lung model comparison. Chest. 2009 Aug;136(2):448-56. Epub 2009 May 8.

Boniatti MM, Cardoso PR, Castilho RK, Vieira SR. Hospital de Clínicas de Porto Alegre, RS. Acid-base disorders evaluation in critically ill patients: we can improve our diagnostic ability. Intensive Care Med. 2009 Aug;35(8):1377-82. Epub 2009 Apr 15.

Oliveira JF, Silva CA, Barbieri CD, Oli-veira GM, Zanetta DM, Burdmann EA. Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. Prevalence and risk factors for aminoglycoside nephrotoxicity in inten-sive care units. Antimicrob Agents Che-mother. 2009 Jul;53(7):2887-91. Epub 2009 Apr 13.

Nemer SN, Barbas CS, Caldeira JB, Guimarães B, Azeredo LM, Gago R, Souza PC. Hospital de Clínicas de Ni-terói, Rio de Janeiro. Evaluation of maximal inspiratory pressure, tracheal airway occlusion pressure,and its ratio in the weaning outcome. J Crit Care. 2009 Sep;24(3):441-6. Epub 2009 Mar 27.

Silva Hde A, Pereira EM, Schuenck RP, Pinto RC, Abdallah VO, Santos KR, Gontijo-Filho PP. Universidade Federal de Uberlândia, MG. Molecular surveillance of methicillin-susceptible Staphylococcus aureus at a neonatal in-tensive care unit in Brazil. Am J Infect Control. 2009 Sep;37(7):574-9. Epub 2009 Jan 31. Bellissimo-Rodrigues F, Bellissimo-Rodrigues WT, Viana JM, Teixeira GC,  Nicolini E, Auxiliadora-Martins M, Passos AD, Martinez EZ, Basile-Fi-lho A, Martinez R. Faculdade de Medi-cina de Ribeirão Preto, USP, São Paulo. Effectiveness of oral rinse with chlorhe-xidine in preventing nosocomial  respi-ratory tract infections among intensive care unit patients. Infect Control Hosp Epidemiol. 2009 Oct;30(10):952-8.

Japur CC, Penaforte FR, Chiarello PG, Monteiro JP, Vieira MN, Basile-Filho A. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP, São Paulo. Harris-Benedict equation for critically ill patients: Are there differences with indirect calori-metry? J Crit Care. 2009 Feb11. [Epub ahead of print].

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10 Jornal da AMIB - Nº 52 - Jul/Ago/Set 2009

• C A PA •

No dia 29 de setembro, os associados da AMIB conheceram sua nova Diretoria

Executiva, que estará à frente da entidade pelos próximos dois anos e também os novos associa-dos-representantes das Regionais de todo Brasil.

A chapa vencedora, que recebeu 1016 votos, foi a “AMIB para o Futuro”, que é formada pelos membros:

Diretor Presidente: Dr. Ederlon Rezende (SP)Diretor Vice-Presidente: Dr. Werther Brunow de Carvalho (SP)Diretor Secretário Geral: Dr. Fernando Osni Machado (SC)Diretor Tesoureiro: Dr. Alberto José de Barros (PE)Diretor Executivo Fundo AMIB: Dr. Fernando Suparregui (RS)Ao todo, foram 1.359 votantes em todo

Brasil, que ajudaram a escolher os novos re-presentantes que estarão à frente da AMIB no biênio 2010-2011. A chapa “Ética & Transpa-rência” recebeu 305 votos. Os votos brancos e nulos foram, respectivamente, 17 e 21.

Na ocasião, a Comissão Eleitoral também

AMIB tem nova Diretoria Executiva

anunciou o resultado da eleição dos associados-representantes. A relação dos eleitos e seus su-plentes está disponível no site www.amib.org.br

O grande diferencial dessas eleições foi a votação realizada integralmente pela Internet. Cada associado apto a votar cadastrou login e senha no site das eleições e pode registrar seu voto durante nove dias. “A AMIB montou uma ampla estrutura para que os associados pudessem escolher seus candidatos de forma segura e democrática”, afirma a Dra. Mariza D’Agostino Dias, coordenadora da CEL.

Ao término das eleições, a Comissão Eleitoral (CEL) agradece a confiança dos sócios e a

enorme colaboração dos funcionários administra-tivos da AMIB que ajudaram a fazer com que o pleito fosse tranquilo e seguro.

Acreditamos que alguns dados adicionais devem ser divulgados para que nossa comunidade reflita conosco e nos ajude a aperfeiçoar o proces-so. Fazendo-se uma comparação entre a última eleição (2007) e a atual (2009), vemos que os sócios aptos a votar eram 2.966 e passaram a ser 4.893, portanto um aumento de 65%. Por outro lado em 2007 houve uma abstenção de 57% e agora a abstenção foi de 70%, tendo votado quase 30% dos eleitores.(1.359 de 4.893). Se você tiver interesse em verificar o percentual de votação de sua Regional, consulte a tabela a seguir.

Como já foi divulgado, o novo Estatuto da AMIB criou os cargos de Presidente Futuro e Presidente Passado que participarão ativamente assessorando a Diretoria da AMIB. O Presidente Passado é o presidente da atual gestão, Dr. Álvaro Réa-Neto, cujo mandato finaliza neste ano. A Diretoria Eleita, comandada pelo Dr. Ederlon Rezende exercerá suas atividades nos anos de 2010 e 2011. Portanto, nos falta o Presidente Futuro, que trabalhará em conjunto com a Diretoria nos próximos dois anos e que tomará posse efetivamen-te juntamente com toda sua Diretoria em 2012. E essa Diretoria deverá ser eleita agora, antes do

Considerações da Comissão Eleitoralfinal do ano. Isso significa que, de imediato haverá uma nova eleição.

A CEL lembra a todos que pertencer a uma Sociedade Científica não deveria ser entendido como apenas usufruir benefícios em troca de uma anuidade. Nós, profissionais universitários que somos a elite intelectual do país precisamos nos manifestar através do voto, que pode inclusive ser “em branco” ou “nulo”, como aqueles que vota-ram puderam observar. Dessa forma, estaremos exercitando nossa cidadania para também poder escolher melhor nossos representantes nas Insti-tuições do país.

Em parte, acreditamos que alguma dificul-dade tenha surgido em virtude da votação ter sido em sistema eletrônico, com o qual talvez nem todos estejam habituados ou até que possa ter havido alguma desconfiança quanto à segu-rança ou ao sigilo do voto. A CEL garante que o sistema provou ser completamente seguro e o voto é inviolável. Para votar, o sócio que não tem ou esqueceu sua senha pode criá-la na hora, bastando telefonar para a AMIB, portanto é muito fácil para votar, não demora mais que alguns segundos.

A CEL está inteiramente à disposição de qual-quer sócio para outras informações ou orientações que se façam necessárias; agradecemos a todos e faremos todos os esforços para que a participação eleitoral seja cada vez maior.

“Esse processo eleitoral foi muito impor-tante para a AMIB, pois consolidou a rotina democrática por meio da escolha, entre os associados, da melhor alternativa para o biênio 2010-2011”, afirma o candidato eleito Dr. Ederlon Rezende.

Para o Dr. Afonso Celente, candidato pela chapa “Ética & Transparência”, o processo foi interessante e, teoricamente, mais fácil. “A In-ternet é a melhor forma de acessar informações e exercer o direito ao voto”, afirma Celente.

Desta forma, depois do anúncio dos candi-datos eleitos para o biênio 2010-2011, a CEL deu início ao novo processo eleitoral para eleger a diretoria para o biênio 2012-2013, que teve início no dia 6 de outubro.

Assim como o anterior, o novo processo eleitoral se dividirá em quatro fases, com ações específicas para cada uma das etapas. O calendário completo das novas eleições pode ser conferido no site http://www.amib.org.br/eleicao.

O resultado final das eleições para o biênio 2012-2013 será divulgado no dia 7 de dezembro.

CONFIrA OS PErCENTUAIS dE vOTAçãO EM CAdA rEgIONAL

regional Nº de Sócios % de votação

AMIB-AP 9 66,7%

SOTIPI 52 59,6%

SOESTI 139 45,3%

SOTIMA 51 43,1%

SOTIBA 235 41,3%

SOTISE 33 39,4%

SOCATI 151 39,0%

SOPAMI 128 33,5%

SOTIEGO 102 33,4%

SOMITI 573 32,3%

SOSMATI 101 30,7%

SOTIPE 109 30,3%

SOCETI 84 29,7%

SOTIRO 44 29,6%

SOMATI 52 28,8%

SOTIPA 249 24,9%

SOALTI 21 23,8%

SOPATI 1545 22,5%

SOTIRGS 250 22,0%

SOBRAMI 129 21,7%

SOMITO 11 18,2%

SATI 225 16,9%

AMIPA 104 16,3%

SONORTI 43 16,3%

SOTIERJ 843 14,6%

Da esquerda para direta: Dr. Wherter de Carvalho, Dr. Álvaro Réa-Neto e Dr. Ederlon Rezende

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11Jornal da AMIB - Nº 52 - Jul/Ago/Set 2009

• C A PA •

Quais foram as conquistas da gestão 2008-2009 que o senhor gostaria de destacar?

Eu destacaria a aprovação do novo estatuto, que estabelece, entre outras coisas, o impedimento da reeleição de presidentes; a mudança na estrutura da diretoria executiva; e a criação do congresso bra-sileiro anual, gerenciado diretamente pela AMIB.

Outro aspecto foi a profissionalização da gestão interna da associação e a preocupação em oferecer vantagens aos associados, o que resultou em quase 50% de novos sócios, nesses dois anos.

Não poderia deixar de elencar a Campanha “Orgulho de Ser Intensivista”, que tem sido um primeiro passo em um processo de defesa pro-fissional, buscando o reconhecimento de nossa especialidade, pela população, pelos pacientes e classe médica e a mudança no processo para o Título de Especialista. Pela primeira vez, teremos uma prova prática.

E essa gestão dará continuidade a quais ações? Nós continuaremos com as ações que foram

realmente produtivas e apresentaram resultados significativos para a nossa associação e, a partir delas, incrementaremos novas propostas.

Quais são as propostas inovadoras previstas para os próximos dois anos?

Uma de nossas prioridades será aumentar o nosso apoio às Regionais. Daremos continuidade à Campanha “Orgulho de Ser Intensivista”, que tem sido, como já disse, um grande suporte para a nossa defesa profissional. Portanto, nesses próximos dois anos, vamos trabalhar mais por essa defesa. Hoje, nós temos uma relação muito estreita com os principais órgãos do governo, como o Ministério da Saúde e ANVISA. Estamos em curso com um Censo, por meio do qual, pretendemos levantar uma série de informações sobre as UTIs em todo o Brasil. A nossa intenção, com esses dados, é de elaborar propostas e apresentá-las ao governo.

E em relação à capacitação das equipes internas da AMIB. O que será feito?

Nos últimos dois anos, ampliamos a nossa equipe de colaboradores e criamos novos depar-tamentos. Agora, entraremos em uma fase de treinamento e valorização dos nossos funcionários, que têm como missão principal servir os nossos associados.

Qual a importância da parceria entre AMIB e Regionais?

Nós temos trabalhado com o objetivo de promover a Medicina Intensiva nacionalmente, mas isso também precisa acontecer em todas as regiões e nossas representantes estaduais exercem esse papel. Nós queremos, cada vez mais, estreitar esse relacionamento. Também pretendemos criar um espaço em nosso portal, para que haja um site das Regionais, além de continuarmos apoiando os seus eventos locais.

A AMIB estará muito próxima das Regionais. Uma das primeiras iniciativas nesse sentido será a organização do Congresso Luso-Brasileiro, que ocorrerá em março, em Porto de Galinhas (PE), com a parceria da SOTIPE e Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos e essa, com certeza, será apenas uma das formas que a AMIB poderá auxiliar no fortalecimento das Regionais.

Como a nova gestão pretende incentivar o trabalho de pesquisa científica?

Já nessa gestão, foi iniciada uma rede de pesquisa. Pretendemos fortalecer essa rede nos próximos dois anos para que seja um órgão facili-tador à pesquisa em Terapia Intensiva ao oferecer condições aos intensivistas que tenham interesse em desenvolver esse tipo de trabalho que é tão importante para a especialidade.

Quais são as mudanças previstas para os canais de comunicação?

Uma das principais mudanças será na RBTI, que será submetida à Pub Méd ainda esse ano e essa, sem dúvida, será uma conquista muito importante, sendo seguida por várias gestões e, agora, se concretiza. Teremos mudanças no JAMIB, que trarão mais agilidade a esse canal de comunicação e também vamos pensar no que podemos fazer para melhorar o nosso Boletim Express, um dos principais canais de comunicação com os nossos associados.

Há ações previstas para a busca de novos associados?

Sem dúvidas! Sempre pensamos em fortalecer a AMIB por meio do aumento do número de associados e o Congresso Brasileiro anual será um grande aliado nesse sentido, porque pretendemos realizar o nosso congresso predominantemente aos associados. Outra ação importante na busca de sócios será a realização dos eventos regionais gratuitos para os associados e, além disso, estamos tentando elaborar um pacote de benefícios, que inclui, entre outros itens, o acesso a um número maior de títulos de importantes revistas científicas, por meio do nosso portal.

Qual a sua mensagem como presidente eleito aos associados AMIB?

O resultado da eleição para o biênio 2010-2011 sinalizou que temos uma unificação. E como candidato da chapa vencedora, tenho a missão de pedir a todos que respeitem os nossos oponentes e os recebam para juntos trabalharmos, porque todos temos a preocupação com a nossa associa-ção, independentemente de diferenças de ideias. Aproveito para parabenizar o Dr. Afonso Celente e os componentes de sua chapa e convidá-los para trabalharmos juntos pela AMIB.

O presidente eleito, Dr. Ederlon Rezende, apresenta suas ideias

CONFIrA A ENTrEvISTA NA íNTEgrA. Acesse www.amib.org.br

“Uma de nossas prioridades

será aumentar o nosso apoio às

Regionais. Daremos continuidade

à Campanha ‘Orgulho de Ser

Intensivista’, que tem sido, como

já disse, um grande suporte para

a nossa defesa profissional.”

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12 Jornal da AMIB - Nº 52 - Jul/Ago/Set 2009

• PA S S o A PA S S o •

Novembro é o mês do XIV CBMI - Con-gresso Brasileiro de Medicina Intensiva,

que ocorrerá de 11 a 14, em São Paulo, no Palácio das Convenções do Anhembi e Holiday Inn Parque Anhembi. O encontro reunirá importantes profissionais de Medicina Intensiva do país e renomados representantes das principais instituições de saúde do mun-do. “Procuramos apresentar os temas mais significantes do momento da Medicina In-tensiva, para realmente oferecer um congresso de reciclagem”, diz o Dr. Ederlon Rezende, presidente do XIV CBMI.

Antes do evento principal, foram seleciona-dos temas importantes da medicina intensiva para compor a grade dos cursos pré-congresso, que acontecerão nos dias 7, 8, 10 e 11. Um dos grandes destaques da programação será o curso de ‘Pesquisa Clínica Iniciada pelo Investigador no Brasil – Desafios e Estratégias’, com a pre-sença da Dra. Deborah Cook, pesquisadora canadense, uma das maiores autoridades em Medicina Intensiva da atualidade.

TUDO PRONTO PARA O XIV CBMI

As equipes que apoiam o trabalho dos médicos intensivistas não foram esquecidas. Ainda na programação pré-congresso, teremos os cursos para os profissionais da enfermagem e simpósios especialmente desenhados para profissionais da área de psicologia, nutrição e odontologia que atuam nas Unidades de Terapia Intensiva. Além disso, estão progra-mados 11 simpósios satélites e mais de 60 expositores que apresentarão suas novidades em 1.300 metros quadrados.

E para os momentos de confraternização entre os colegas de todas as regiões de nosso país, foi preparada uma agenda social com muitas surpresas. Uma delas já começa na Solenidade de Abertura, na noite do dia 11, com shows da Orquestra Jovem Tom Jobim e Meninos do Morumbi. Não podemos deixar de lembrar que durante a cerimônia teremos a homenagem ao presidente de honra, Dr. Renato Terzi.

TEMAS LIvrES E CASOS CLíNICOS O desenho do XIV CBMI também pres-

tigiou os inscritos nos Temas Livres e buscou trazer os melhores Casos Clínicos do Brasil. A sessão de Temas Livres ganhará uma nova roupagem. Os 55 estudos selecionados, entre mais de 500 recebidos, terão um período do dia 12 (das 9h30 às 11h30) para serem apresentados nos 12 auditórios do espaço, ao mesmo tempo, em formato de plenária, o que possibilitará o debate e explanação sobre cada trabalho.

Já para trazer as melhores práticas aplicadas em nosso país, a organização do congresso convidou os mais respeita-dos Centros de Formação em Medicina Intensiva para exporem seus Casos Clí-nicos. Serão 12 apresentações que trarão aos participantes soluções para as mais variadas situações vivenciadas no dia a dia da Medicina Intensiva. Essas novidades agregarão ainda mais para reciclagem dos participantes do evento. MAIS INFOrMAçõES: www.CBMI.COM.Br

Estudos inéditosUm dos pontos altos da grade científica

será a sessão de Hot Topics, no dia 14, com a moderação da Dra. Flávia Ribeiro Machado, de São Paulo, e do Dr. José Mário Teles, da Bahia. A mesa reunirá nomes internacionais expressivos da Medicina Intensiva, que trarão estudos inéditos para o público brasileiro.

Jean-Charles Preiser (BEL), sub-chefe do departamento de Metabolismo, Endocri-nologia, Nefrologia e Nutrição (MENN) da Sociedade Europeia de Medicina Intensiva, apresentará estudo prospectivo, multicên-trico, randomizado e do controle glicêmico rigoroso pela terapia insulínica intensiva em unidade de terapia intensiva de adultos.

Benny Sorensen (UK), em 2008, foi nomeado Senior Clinical Research Fellow e Professor Honorário do Centro de Hemo-filia e Trombose no Guy’s and St. Thomas NHS Foundation Trust e do King’s College London School of Medicine, Londres, Reino Unido, onde trabalha como coordenador e facilitador de uma nova Unidade de Pesquisa de Homeostase. Seu estudo apresentará a eficácia e segurança do complexo protombí-nico comparado com plasma em pacientes com sangramento agudo grave, causado por terapia anticoagulante.

Peter Kirkpratick (UK), da Universida-de de Cambridge, trará uma avaliação ran-domizada de cirurgia com craniectomia para pressão hipertensão intracraneana refratária

O professor Didier Payen (FRA) é coor-denador de Medicina Intensiva no Hospital Laribosiere, em Paris, e chefe de Seção Sepse e falência múltipla de órgãos em Medicina Intensiva, na Faculdade de Medicina Inten-siva e Emergência. Durante o Congresso, abordará a validação de um biomarcador proteômico precoce para o prognóstico de pacientes com choque séptico.

Pratik Pandharipande, professor assis-tente do Departamento de Anestesiologia da Vanderbilt University School of Medicine, abordará Delirium em UTI: estudo prospec-tivo, randomizado de Haloperidol vs. Placebo vs Ziprasidona.

A Comissão Nacional de Acreditação (CNA), vinculada a Associação Médica Brasi-leira (AMB) e ao Conselho Federal de Medicina (CFM), divulgou a pontuação do CBMI para as especialidades: medicina intensiva, clínica mé-dica, anestesiologia, cardiologia, neurocirurgia, medicina de urgência, medicina intensiva pe-diátrica, neonatologia e cirurgia geral. Confira:

ESPECIAlIDADE PONTUAçãOMedicina Intensiva 20.0Clínica Médica 10.0Anestesiologia 10.0Cardiologia 10.0Neurocirurgia 10.0Cirurgia Geral 10,0

ÁREA DE ATUAçãO PONTUAçãOMedicina De Urgência 10.0Medicina Intensiva Pediátrica 10.0Neonatologia 10.0

CNA divulga pontuação do CBMI

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13Jornal da AMIB - Nº 52 - Jul/Ago/Set 2009

10 de Novembro é o dia Nacional do Intensivista

A AMIB conquistou mais uma vitória: oficializar o dia 10 de novembro como o Dia Nacional do Intensivista. O Projeto de Lei 6367/2005 é de autoria do deputado Rafael Guerra e tem como relator o também deputa-do Eduardo Seabra. A justificativa apresentada pelo autor reforça a missão da entidade de buscar a valorização da especialidade junto à classe médica e à população em geral.

O Projeto de Lei foi apresentado no Plenário e conquistou a unanimidade nas diversas instâncias, até que, em 20 de agosto desse ano, recebeu o parecer do Relator e da Coordenação de Comissões Permanentes para sua publicação e, assim, foi oficializado.

Acesso: http://www.camara.gov.br/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=309455

Primeiros resultados do Censo 2009 no XIv CBMI

Os resultados das duas primeiras fases do Censo 2009, que terá três, serão apre-sentados no XIV CBMI. A primeira delas mapeou todos os hospitais com serviço de UTI cadastrados no CNES e quantificou número de leitos, tanto para UTIs destinadas a adultos, como pediátricas e neonatais, e seus responsáveis. Já em um segundo momento, a pesquisa qualitativa por amostragem iden-tificou os recursos disponíveis e número de pacientes atendidos. E a terceira fase será a disponibilização dos dados na Internet para que possam ser atualizados em tempo real por todas as UTIs brasileiras. Na primeira fase, foram apuradas 2.342 UTIs, totalizando 25.367 leitos em todo o país.

Pós-graduação abre novas turmas

Há seis anos a pós-graduação da AMIB vem se consolidando em todo país e for-mando centenas de alunos, que têm acesso a conteúdos sob medida em cada região, uma vez que 15% da grade enfatiza os problemas de maior incidência local.

Diferenciais como este têm favorecido a abertura de novas turmas no Brasil todo e até o final do ano mais quatro serão iniciadas nas cidades de Fortaleza (CE), Porto Velho (RO), Campina Grande (PB), Curitibanos (SC), Londrina (PR) e São José do Rio Preto (SP).

E os diferenciais não param por aí. Ao fazer a PG AMIB o aluno realiza os cursos de TENUTI, SEPSE, CITIN, Humanização e Hemodinâmica, que o qualifica para atuar com mais segurança na medicina intensiva e o credencia para realizar a prova de título. Em breve também será incorporado o curso de Ventilação Mecânica.

Brasil continua no Conselho da wFSICCM até 2013

Durante o Con-gresso Mundial de Terapia Intensiva, organizado pela Federação Mun-dial das Socieda-

des de Medicina e Terapia Intensiva, ocorreu a eleição do novo Conselho da Federação Mundial das Socieda-des de Medicina Intensiva e Crítica (WFSIC-CM). Este ano, o Brasil estava representado pelos doutores Álvaro Réa-Neto, Ederlon Rezende, Paulo Antoniazzi e o conselheiro Dr. Flávio Maciel.

Após discussões sobre os temas relevan-tes da evolução da Medicina Intensiva, o colegiado de 250 pessoas elegeu oito novos países e reelegeu mais oito, que até 2013, farão parte do Conselho. Foram mantidos o Brasil, Estados Unidos da América, Co-lômbia, Peru, Uruguai, França, Alemanha e Espanha. Na lista dos novos eleitos, temos Itália, Bélgica, Canadá, México, Chile, Índia, China e Inglaterra.

• v e N t I l A N d o N o t Í C I A S •

Novo Código de Ética Médica entrou em vigor

O Conselho Federal de Medicina pu-blicou, no dia 24 de setembro, no Diário Oficial da União, o novo Código de Ética Médica. O texto, uma revisão do Códi-go de Ética Médica, aprovado em 1988 (Resolução CFM nº 1.246), foi discutido durante a IV Conem, em São Paulo, e contou com a participação de entidades médicas. A AMIB estava representada pelo Dr. Nilton Brandão da Silva (RS), presi-dente da Comissão de Ética Profissional. Conhecer o novo documento é impor-tante para todos os profissionais médicos, acesse: http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=90&data=24/09/2009

Pediatras intensivistas ganham programa de educação à distância

O Programa de Atualização em Terapia Intensiva Pediátrica (PROTIPED), desen-volvido com a AMIB e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em parceria com a Artmed Panamericana Editora, chega para complementar o Programa de Medicina Intensiva (PROAMI), atendendo a uma solicitação de pediatras de todo país que necessitam de reciclagem permanente.

Aspectos como a abordagem em Medicina Intensiva, Emergência e atendi-mento integrado foram as preocupações dos diretores acadêmicos, Dr. Werther Brunow e Dr. Jefferson Piva, que também resolveram dar ênfase a aspectos locais, destacando as endemias mais preocupantes de cada região.

É a primeira vez que um único pro-grama é elaborado com a parceria de duas instituições médicas. Os conteúdos do PROTIPED foram definidos pela Asso-ciação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) em conjunto com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Notícias AMIB Etc & tal...

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14 Jornal da AMIB - Nº 52 - Jul/Ago/Set 2009

PONTO CRÍTICO é desenvolvido pelos comitês não-científicos ou departamentos da AMIB

para discutir questões pertinentes à prática da medicina intensiva

• P o N t o C r Í t I C o •

Qualidade não é só uma palavra da moda. Mas uma série de atitudes adotadas por

muitos segmentos. E a Medicina não poderia ficar atrás dessa tendência. Portanto, a busca pela qualidade em diagnóstico e, principal-mente, na assistência ao paciente têm sido elementos comuns em muitas instituições médicas. E ao falar no ambiente das Unidades de Terapias Intensivas, essa é uma premissa constante. “Qualidade deve ser entendida como algo mensurável e reprodutível. Logo, qualquer que seja o nível de uma UTI, deve-se ter indicadores medidos ao longo do tempo e dos procedimentos aplicados”, afirma o Dr. Paulo César de Souza, presidente do Comitê de Gestão e Qualida-de da AMIB.

E para que se possa real-mente mensurar o nível de qualidade é preciso analisar os resultados alcançados compa-rando-os com dados anteriores da própria Unidade de Terapia Intensiva ou mesmo com outra, que já venha aplicando os indi-cadores nas várias dimensões da qualidade. “Evidentemente que um indicador não se basta em si próprio. É necessário que haja uma meta de melhoria, com um número a ser alcançado e num determinado prazo”, explica o Dr. Paulo César. E essa meta traçada deve sempre vir acom-panhada por um plano de ação e coordenada por um profissional que ficará responsável por acompanhar os seus resultados.

No entanto, a mensuração da qualidade em uma UTI não é tão simples, isso porque há unidades com diversos modelos de or-ganização e destinadas a diferentes tipos de pacientes. Assim, os indicadores dependem dessa avaliação anterior. Segundo o Dr. Paulo César, um bom exemplo são as taxas de infec-ção adquiridas na UTI, úlceras de pressão e até mortalidade, que são consideradas baixas nas unidades cardiológicas e de pós-operatório. “Não se pode comparar os números absolutos dessas unidades com o de outras de perfil dife-rente, como as gerais ou as neurológicas, onde

De olho na qualidadeessas taxas são mais altas, sem que isso confira, necessariamente, menor qualidade”, explica.

Os ciclos PDCA – planejar, fazer, checar e revisar ou adotar como padrão – fazem parte de uma importante ferramenta que auxilia na organização dos processos praticados dentro das Unidades de Terapia Intensiva. Já uma das metodologias indicada é a 5W2H, que considera as seguintes questões a serem res-pondidas: “What” (O quê?), “Who” (Quem), “When” (Quando), “Where” (Onde), “Why” (Por que), “How” (Como) e “How Much” (Quanto custa).

Segundo Avedis Donabedian - autor do quadro conceitual fundamental para o enten-dimento da avaliação de qualidade em saúde -, independentemente dos indicadores e méto-dos usados pela Unidade de Terapia Intensiva para essa análise, esses devem contemplar as três principais dimensões de qualidade que são a estrutura, os processos e os resultados. Dessa forma, defini-se qualidade como sinô-nimo de métricas acompanhadas. “Devemos sempre ressaltar esse conceito, pois, mesmo hoje, considera-se qualidade como algo liga-do ao campo da percepção, da sensação e do abstrato”, explica o Dr. Paulo César.

Um bom exemplo dessa percepção é a sa-tisfação do paciente e seus familiares. “Trata-se de um item de avaliação importante, mas que deve ser pesquisado de forma estruturada e

sistematizada para ser realmente considerado como requisito de qualidade”, reforça o pre-sidente do Comitê de Gestão de Qualidade da AMIB. Assim, uma UTI de qualidade é aquela que tem os seus principais processos desenhados, medidos e acompanhados, e os resultados dos indicadores estudados devem ser conhecidos e discutidos por toda a equipe multidisciplinar, com o objetivo de gerar co-nhecimento e permitir melhorias constantes. “É claro que uma UTI pode até apresentar perceptivelmente bons resultados, mas sem medi-los de forma estruturada, as chances de

vieses são imensas.”Outra importante ques-

tão que deve ser levada em consideração é a qualificação dos recursos humanos. Uma UTI que tem em seu quadro especialistas titulados em medicina intensiva deverá ter mais qualidade, se comparada a uma sem especialistas. Além disso, é preciso também ca-pacitar a equipe que atua nas Unidades de Terapia Intensi-va. Os cursos de graduação ou pós-graduação da AMIB já começam a discutir o tema e incentivar o conhecimento de como usar as ferramentas disponíveis no mercado para

a mensuração da qualidade. Em novembro, durante o XIV Congresso

Brasileiro de Medicina Intensiva, em São Paulo, a Comissão de Gestão e Qualidade da AMIB ministrará o curso “Gestão e Qualidade em Terapia Intensiva”, coordenado pelos doutores Paulo César de Souza, José Eduardo de Castro e Marcos Knibel. Temas como Metodologias de Qualidade e Segurança e Mensuração de Desempenho fazem parte da grade.

Fonte: Dr. Paulo César S. P. de Souza, presidente do Comitê Gestão

e Qualidade da AMIB

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15Jornal da AMIB - Nº 52 - Jul/Ago/Set 2009

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Congressos e Palestras Local data Informações

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XI Congresso Brasileiro de Terapia Pediátrica Belo Horizonte (MG) 7 de nov/2009 www.somiti.org.br

XIV Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva São Paulo (SP) 11 a 14 de nov/2009 www.cbmi.com.br

I Congresso Panamericano e Ibérico de Enfermaria Intensiva Santiago (Chile) 12 a 15 de nov/2009 www.amib.org.br

XXVI Congresso Brasileiro de Arritmias Cardíacas Campinas (SP) 25 a 28/nov www.sobrac.org

International Cardiology Metabolism and Thrombosis - ICMTC São Paulo (SP) 20 a 23/jan 2010 www.icmtc-congress.com

VIII Congresso Paulista de Clínica Médica São Paulo (SP) 16 e 17/abr 2010 www.clinicamedicaonline.com.br

XXXI Congresso Mundial de Cardiologia Pequim (China) 16 a 19/jun 2010 www.world-heart-federation.org/congress-and-events/WCC2010

Cursos Local data Informações

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TENUTI São Paulo - SP 10 e 11/nov www.amib.com.br

SEPSE São Paulo - SP 11/nov www.amib.com.br

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FCCS Curitiba - PR 21 e 22/nov www.amib.com.br

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FCCS São Paulo - SP 28 e 29/nov www.amib.com.br

Hemodinâmica Cuiabá - MT 4 e 5/dez www.amib.com.br

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Cursos Local data Informações

FCCS Blumenau - SC 5 e 6/dez www.amib.com.br

CITIN Curitibanos - SC 11 e 12/dez www.amib.com.br

FCCS São Paulo - SP 12 e 13/dez www.amib.com.br

TENUTI Presidente Prudente - SP 12 e 13/dez www.amib.com.br

TENUTI São Luís - MA 18 a 20/dez www.amib.com.br

CITIN Belo Horizonte - MG 19 e 20/dez www.amib.com.br

Humanização Presidente Prudente - SP 09 e 10/jan www.amib.com.br

SEPSE Cuiabá - MT 15 e 16/jan www.amib.com.br

SEPSE Teresina - PI 29 e 30/jan www.amib.com.br

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Page 16: 3.o trimestre 2009

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