4. Econômia e Gestão Farmaceutica

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ECONÔMIA E GESTÃO FARMACÊUTICA 2012 1º SEMESTRE HISTÓRIA DA FARMÁCIA ...................... 116 MESOPOTÂMIA E EGITO ...................... 116 GRÉCIA ................................................ 116 Alcméon ............................................ 116 Asclépio ............................................ 116 ROMA .................................................. 117 ARABIA ................................................ 117 Cosme e Damião ............................... 117 FARMÁCIA NA IDADE MÉDIA ............... 117 Doença e pecado .............................. 117 Farmácia monástica ......................... 117 Portugal ............................................ 118 BRASIL ................................................. 118 INDÚSTRIA FARMACÊUTICA ................. 119 BRASIL ................................................. 120 ECONOMIA ........................................... 120 ECONOMIA FARMACEUTICA ............... 120 Economia Brasileira .......................... 120 FUSÕES ................................................ 121 Sanofi-Synthelab + Aventis Pharma . 121 Fusões no Brasil ................................ 121 Profarma e CSB ..................................... 121 Merck e Schering-plough .................. 121 CONCEITOS FARMACÊUTICOS .............. 122 Droga ................................................ 122 Órgão sanitário competente ............ 122 Laboratório oficial ............................ 122 Análise fiscal ..................................... 122 Estabelecimento ............................... 122 Farmácia .......................................... 122 Drogaria ........................................... 122 Dispensário de medicamentos ......... 122 Dispensação ..................................... 122 CLASSIFICAÇÃO DA ANVISA ..................122 Medicamente de referência ............. 122 Medicamento similar ....................... 122 Medicamento genérico .................... 123 Medicamento inovador .................... 123 ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE PADRONIZAÇÃO (ISO) .....................124 ISO 9000 ........................................... 124 ISO 14000 ......................................... 124 PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL (PCMSO) ....................................... 124 PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS (PPRA) ............124 RDC 44/2009 ....................................... 124 RDC 96/08 ........................................... 124 CUSTO ..................................................125 Custo fixo.......................................... 125 Custo variável ................................... 125 Custo direto ...................................... 125 Custo indireto ................................... 125 ORGANOGRAMA, FLUXOGRAMA E LAYOUT .......................................... 126 Organograma ................................... 126 Fluxograma ...................................... 126 Layout .............................................. 127 CURVA ABC.......................................... 128 Técnica de montagem ...................... 128 Construção do gráfico ...................... 128 CLASSIFICAÇÃO DE ESTOQUE ............... 129 ESTOQUE ............................................. 129 Gestão de estoque ........................... 129 Funções de estoque .......................... 129 Tipos. ................................................ 130 Estoque mínimo ................................... 130 Estoque de segurança .......................... 130 Estoque máximo .................................. 130 Estoque de antecipação ....................... 130 Estoque de ciclo ................................... 130

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ECONÔMIA E GESTÃO FARMACÊUTICA 2012 1º SEMESTRE

HISTÓRIA DA FARMÁCIA ...................... 116

MESOPOTÂMIA E EGITO ...................... 116

GRÉCIA ................................................ 116

Alcméon ............................................ 116

Asclépio ............................................ 116

ROMA .................................................. 117

ARABIA ................................................ 117

Cosme e Damião ............................... 117

FARMÁCIA NA IDADE MÉDIA ............... 117

Doença e pecado .............................. 117

Farmácia monástica ......................... 117

Portugal ............................................ 118

BRASIL ................................................. 118

INDÚSTRIA FARMACÊUTICA ................. 119

BRASIL ................................................. 120

ECONOMIA ........................................... 120

ECONOMIA FARMACEUTICA ............... 120

Economia Brasileira .......................... 120

FUSÕES ................................................ 121

Sanofi-Synthelab + Aventis Pharma . 121

Fusões no Brasil ................................ 121 Profarma e CSB ..................................... 121

Merck e Schering-plough .................. 121

CONCEITOS FARMACÊUTICOS .............. 122

Droga ................................................ 122

Órgão sanitário competente ............ 122

Laboratório oficial ............................ 122

Análise fiscal ..................................... 122

Estabelecimento ............................... 122

Farmácia .......................................... 122

Drogaria ........................................... 122

Dispensário de medicamentos ......... 122

Dispensação ..................................... 122

CLASSIFICAÇÃO DA ANVISA ..................122

Medicamente de referência ............. 122

Medicamento similar ....................... 122

Medicamento genérico .................... 123

Medicamento inovador .................... 123

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE

PADRONIZAÇÃO (ISO) .....................124

ISO 9000 ........................................... 124

ISO 14000 ......................................... 124

PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO

DE SAÚDE OCUPACIONAL

(PCMSO) ....................................... 124

PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE

RISCOS AMBIENTAIS (PPRA) ............124

RDC 44/2009 ....................................... 124

RDC 96/08 ........................................... 124

CUSTO ..................................................125

Custo fixo.......................................... 125

Custo variável ................................... 125

Custo direto ...................................... 125

Custo indireto ................................... 125

ORGANOGRAMA, FLUXOGRAMA E

LAYOUT .......................................... 126

Organograma ................................... 126

Fluxograma ...................................... 126

Layout .............................................. 127

CURVA ABC .......................................... 128

Técnica de montagem ...................... 128

Construção do gráfico ...................... 128

CLASSIFICAÇÃO DE ESTOQUE ............... 129

ESTOQUE ............................................. 129

Gestão de estoque ........................... 129

Funções de estoque .......................... 129

Tipos. ................................................ 130 Estoque mínimo ................................... 130 Estoque de segurança .......................... 130 Estoque máximo .................................. 130 Estoque de antecipação ....................... 130 Estoque de ciclo ................................... 130

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HISTÓRIA DA FARMÁCIA O emprego de plantas e substâncias de origem animal data do Paleolítico. Com o fim do período glacial, a humanidade começou a compensar a escassez de caça, com o cultivo de alimentos e domesticação de animais. Essa nova utilização dos recursos originou uma explosão demográfica trazendo as sociedades urbanas, com novas divisões de trabalhos e uma estrutura social mais complexa. A domesticação dos animais também trouxe novas doenças.

MESOPOTÂMIA E EGITO Essas duas civilizações forneceram as mais antigas escritas médicos-farmacêuticos da história. Na Mesopotâmia, os registros eram feitos em tabuinhas de argila, escritas com estilete, em uma escrita chamada de Cuneiforme. O documento farmacêutico mais antigo conhecido foi escrito em tabuinhas sumérias, por volta de 4000 a.C. As civilizações antigas acreditavam que todos os fenômenos naturais eram subordinados à vontade dos deuses. Todas as doenças e curas se explicavam através de relações com deuses e demônios. Os sumérios acreditavam que as doenças eram causadas por espíritos malignos, os Demônios, que se aproveitavam da falta de proteção divina dos deuses e causavam as doenças. Esse conceito de deuses e demônios como causadores de doenças e curas, deu origem ao duplo significado da palavra grega Pharmakon, do qual derivou as palavras fármaco e farmácia, que simultaneamente significa medicamento e veneno. No Egito as fontes de escritas eram principalmente o papiro. Para a história da farmácia o mais importante é o papiro de Ebér datado de 1550 a.C.

GRÉCIA Alcméon

O filósofo Alcméon foi o primeiro a caracterizar a saúde, como sendo um equilíbrio entre os elementos como, o frio e quente, o úmido e o seco, o doce e o amargo. Para os gregos as doenças eram derivadas de um desequilíbrio entre os elementos. Na Grécia deram várias denominações para os profissionais que lidavam com medicamentos, o mais comum era o Pharmakopoloi que significa os vendedores de medicamentos.

Asclépio Filho do Deus Apolo e da ninfa Coronis. Asclépio foi retirado do ventre de sua mãe quando ela estava em uma pira funerária, obtendo sua primeira vitória sobre a morte. Ele aprendeu medicina com um centauro chamado Quirón, uma serpente ensinou que certa planta poderia ressuscitar os mortos. Ele provocou a ira de Zeus, porque estava reduzindo o número de mortos. Por isso, Zeus o matou com um raio. Suas filhas Panaceia e Higeia, também foram consideradas deusas.

Figura 1: (a) Alcméon (5 .a.C) Filósofo pré-socrático e medico grego, foi discípulo de Pitágoras. Dedicou-se a medicina e a ciências naturais, foi o primeiro a dissecar um cadáver para fins científicos; (b) Asclépio ou Esculápio Deus da medicina e cura, da mitologia grego-romana. Seu culto se disseminou por toda a Europa, pelo norte da áfrica e pelo oriente próximo; (c) Apolo Filho de Zeus e Leto, e irmão gêmeo de Ártemis, presidiam sobre as leis

da Religião e as constituições das cidades.

Figura 2: (a) Zeus Filho de Titans, irmão dos Deuses e pai dos Homens. Exercia total autoridade sobre todos os deuses do olimpo. Na adolescência cortou o pênis do próprio pai; (b) Higeia (Higiene) Filha de Asclépio e deusa da saúde, limpeza e sanidade. Seu pai era associado a cura, ela era associada a prevenção da doença e a continuação da boa saúde; (c) Panaceia Filha de Asclépio, deus da cura, o seu nome também é usado com significado de remédio para todos os males.

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ROMA Esculápio foi o nome que os romanos deram para Asclépio. Em Roma ser médico não dava muitos privilégios. Muitos médicos influentes em Roma eram de origem grega, nos primeiros tempos eram levados como escravos e depois eram homens livres. Os preparadores e vendedores de medicamentos, drogas e cosméticos eram conhecidos como Pharmacopol. Forma latinizada dos Pharmakopoloi dos gregos.

ARABIA O mundo árabe foi o primeiro a fazer uma divisão entre médicos e farmacêuticos. Na cidade de Bagdá estabeleceram-se comércios de vendas de drogas e medicamentos. Deste o séc. 8 também passou a existir outro profissional de mais elevada formação, o Sayadilah.

Cosme e Damião Originários da Arábia, de uma família nobre de pais cristãos, no séc. 3. Seus nomes verdadeiros eram Acta e Passio Diziam "Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo seu poder”. Exerciam a medicina e farmácia na Síria, em Egéia e na Ásia Menor, sem receber qualquer pagamento. Por isso, eram chamados de anárgiros, ou seja, inimigos do dinheiro. Cosme, como médico, diagnosticava e prescrevia o tratamento. Enquanto Damião, desempenhando o papel de farmacêutico, preparava os medicamentos que deveriam ser administrados. Padroeiros dos Farmacêuticos com a história de cura e milagres que teriam intermediado, os Santos Cosme e Damião são considerados padroeiros dos médicos e farmacêuticos. Por conta dos seus conhecimentos científicos aliados à fé, os santos são muito queridos, principalmente, nas promessas dedicadas à obtenção da saúde. Caixa de unguentos, frascos de medicamentos e folhas de palmeiras são seus tradicionais emblemas. Como acontece com vários santos, a vida de São Cosme e São Damião é cercada de lendas. Inúmeras também são as versões sobre a morte dos “Santos Gêmeos”, conhecidos ainda como “Santos dos Pobres”. Perseguidos pelo Imperador Diocleciano, implacável perseguidor do povo cristão, Cosme e Damião foram acusados de feitiçaria e de usarem meios diabólicos em suas curas. Condenados à morte, resistiram milagrosamente a inúmeras torturas e por fim, foram decapitados, em cerca de 300 d.C. em Ciro, na Síria.

FARMÁCIA NA IDADE MÉDIA Doença e pecado

Na idade média a associação entre doença e pecado era a base da medicina da época, acreditava-se que algumas doenças eram causadas por possessões demoníacas. Dando uma nova dimensão ao pecado como sendo causa da doença. A crença que as doenças eram causadas por intervenção divina reaparece, mas agora nos moldes do Cristianismo. O sofrimento e a dor não eram vistos como um mal absoluto, mas sim como um meio para o bem e a maturidade do espírito, para corrigir certos pecados ou fraqueza. Então o Cristianismo surgiu como religião curativa.

Farmácia monástica Seu início foi marcado com a fundação em 529, do Mosteiro Monte cassino por São Bento, e pela relação, por ele estabelecida que dissesse que era de alta importância cuidar dos enfermos. Até existia um local próprio onde os monges cuidavam de seus enfermos. Esse mosteiro se destacou como centro de cultura e prática médico-farmacêutico, onde também se desenvolveram escolas médicas.

Figura 3: São Bento (480-547) Monge italiano, fundador da Ordem

dos Beneditinos. Era irmão gêmeo da Santa Escolástica.

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Portugal Os primeiros boticários de Portugal surgiram-no séc. 13. Mas, antes já havia profissionais chamados de especieiros. As especiarias na idade média tiveram uma utilização generalizada, para fins terapêuticos. Sua importância pode ser vista na literatura medieval nomeada de Thesaurus Paiperun, atribuída a Pedro Hispanio, falecido como Papa João 21. O primeiro documento conhecido sobre farmácia em Portugal é um diploma promulgado por D. Afonso 4º, em 1338 que estatuía a obrigatoriedade de serem examinados pelos médicos do rei todos os que exerciam os ofícios de médico, cirurgião e boticário na cidade de Lisboa.

Figura 4: (a) Pedro Hispanio (480-547) Monge italiano fundador da ordem dos Beneditinos, era irmão gêmeo da santa Escolástica; (b) D. Afonso 4º (o Bravo) Apesar de herdeiro legitimo, seu pai D. Dinis I gostava mais de seu filho bastardo, criando uma rivalidade, que as vezes terminava em confronto armado, após torná-se rei sua primeira ordem foi exilar o irmão.

BRASIL A história da farmácia no Brasil é anterior à chegada dos portugueses. Os índios brasileiros usavam plantas medicinais para curar algumas enfermidades. Os primeiros portugueses aqui deixados, sem opção, tiveram que usar dos conhecimentos dos pajés, usando erva para combater suas chagas. Apenas com a chegada de Tomé de Souza que trouxe ao Brasil com o primeiro boticário, Diogo de Castro, único boticário da armada. Os jesuítas assumiram o papel de enfermeiros e boticários. A botica no Brasil foi autorizada como comércio em 1640, a partir daí elas se multiplicaram por toda a colônia. Muitos boticários eram analfabetos que tinham conhecimentos apenas em medicamentos de diagnósticos simples e habitual. Os jesuítas fundaram a mais importante botica do Brasil na Bahia, tornando-se um centro de distribuição de medicamento para várias regiões do Brasil. Os padres mantinham umas boticas bem sortidas e aparelhadas para o preparo de medicamentos, utilizando-se de matérias primas indígenas. O padre José de Anchieta foi considerado o primeiro boticário de São Paulo. Mais tarde surgiram boticas comerciais de drogas e medicamento. Somente em 1931, a profissão de farmacêutico foi regulamentada passando a ser exercido apenas por profissional diplomado em instituições de ensino.

Figura 5: (a) Tomé de Souza (1503-1579) Militar e político português, primeiro governador geral do Brasil chegou em 1549, após o fracasso das capitanias hereditárias; (b) José de Anchieta (1534-1597) Padre jesuíta espanhol. Chegou ao Brasil em 1553 com menos de 20 anos. Foi um dos fundadores de São Paulo, ele cuidava, educava, catequizava e protegia os índios dos abusos dos colonizadores.

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INDÚSTRIA FARMACÊUTICA A cadeia farmacêutica transforma intermediários químicos e extratos vegetais em princípios ativos, chamados farmoquimicos, os quais, em seguida. São convertidos em medicamentos finais para o tratamento e prevenção de doenças do ser humano. Para a produção de medicamentos é necessário o licenciamento e patente para a pesquisa, desenvolvimento, comercialização e distribuição de substâncias farmacêuticas. O setor farmacêutico foi um dos primeiros a difundir a produção e comercialização por todo o mundo, processo iniciado nos anos 1920, possibilitando que, nos dias de hoje, este tenha se tornado uma das indústrias mais globalizadas. A produção de medicamentos é usualmente dividida em quatro estágios principais. As grandes empresas multinacionais da indústria farmacêutica operam em todos os quatro estágios: 1º estágio: pesquisa e desenvolvimento de novos princípios ativos (fármacos) 2º estágio: produção em escala industrial dos fármacos; 3º estágio: produção de especialidades farmacêuticas (medicamentos acabados); 4º estágio: marketing, distribuição e comercialização das especialidades. A maioria das empresas farmacêuticas surgiu no final do séc. 19 e no início do séc.20. As grandes descobertas favoráveis a medicamentos mais eficazes seriam alcançadas a partir dos anos 1920 e 1930. No Brasil e em outros países emergentes, a quebra de algumas patentes exclusivas sobre determinadas substâncias permitiu o surgimento da comercialização de medicamentos genéricos no final do séc. 20. Porém, no processo de desenvolvimento de produtos, a fabricação e comercialização e de insumos para a produção e venda dos medicamentos ocorrem depois de um longo processo de pesquisa, testes e liberação por parte dos órgãos do governo. As pesquisas para a descoberta de novas substâncias envolvem milhões de dólares aplicados nos principais laboratórios e transnacionais do setor. Esse fator justifica o alto preço de vários medicamentos. Quando um laboratório descobre um novo medicamento, o mesmo necessita de receber uma patente de sua fórmula concedida, na maioria dos casos, a grupos e empresas privadas. As demais empresas que queiram fabricar o mesmo medicamento necessitam pagar royalties, exceto em casos de medicamentos genéricos. A cadeia farmacêutica tem se destacado como uma das mais inovadoras entre os setores produtores, com empresas multinacionais de grande porte capazes de estimular e incorporar aos seus produtos, os principais avanços de ponta, ocorridas nas ciências biomédicas, biológicas e químicas.

A contrapartida verifica-se nos resultados econômicos financeiro dessas empresas colocando-se entre as mais rentáveis em escala global. A indústria farmacêutica mundial é composta por mais de 10 mil empresas. Os EUA são o maior produtor e consumidor desse mercado. As maiores multinacionais exportadoras estão sediadas na Suíça, Alemanha, Grã-Bretanha e Suécia. A Bélgica, Dinamarca e Irlanda também apresentam superávits em suas balanças comerciais de medicamentos, por outro lado, países do leste europeu, Coreia, Austrália, Itália, Finlândia, Noruega e Japão são importadores. As oito maiores empresas contribuem com cerca de 40% do faturamento mundial num processo de concentração crescente.

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BRASIL O estado de São Paulo concentra grande parte das empresas desse setor, principalmente nas Regiões Metropolitanas de São Paulo e de Campinas. A partir do início da década de 90 a indústria farmacêutica brasileira vem passando por grandes transformações, que originaram modificações na produção da indústria. Antes da lei do medicamento genérico ser aprovada no Brasil o capital estrangeiro era dominante nas indústrias. O Brasil não detinha conhecimento dos primeiros estágios da produção, que eram todos realizados nos países de origem das empresas, deixando cada vez mais frágil as indústrias nacionais. A lei de medicamentos genéricos, que teve origem através das políticas publicas de integração dos setores da saúde e da indústria farmacêutica, desempenhou um papel importante, proporcionando a ampliação da oferta de medicamentos, a redução do preço dos medicamentos através da concorrência no mercado. Mas, principalmente, a mudança no capital da indústria farmacêutica nacional. Com a implantação dos genéricos, a indústria passou a ter mais participação do capital nacional. Ao mesmo tempo em que ocorreu a ampliação do número de indústrias no país. Gerando uma base mais forte para o crescimento do setor, e possibilitando a criação de políticas para tentar reduzir a dependência de importações. A indústria farmacêutica é considerada um setor oligopolista, pois embora abriguem mais de 10 mil empresas, apenas cerca de 100 controlam 90% do mercado de produtos farmacêuticos para consumo humano. Trata-se também de um dos setores mais lucrativos da nova economia e também o que mais tem valorizado a pesquisa e desenvolvimento (P&D), cujos investimentos têm se mantido a níveis crescentes, especialmente nos grandes centros produtores. No Brasil, a indústria farmacêutica possui estrutura concentrada, no Brasil é representado por multinacionais e é dominada pelo investimento de capital estrangeiro. Porém, há a presença de empresas de pequeno porte de capital nacional e laboratórios públicos.

ECONOMIA Essa palavra é de origem grega Oikos, que significa casa, riqueza, fortuna, patrimônio, e Nomos, que significa estudo da administração. Economia é o processo que combina fatores de produção para criar bens e serviços. Como ciência e economia tratam das relações econômicas entre os indivíduos na sociedade.

ECONOMIA FARMACEUTICA Aspectos econômicos, nos campos da farmácia e farmacologia, aplicados ao desenvolvimento e estudo da economia médica da quimioterapia e ao impacto dos medicamentos no custo dos cuidados médicos. Economia farmacêutica também inclui considerações econômicas do sistema de distribuição da assistência farmacêutica e da prescrição dos remédios, especialmente quanto ao custo-benefício.

Economia Brasileira O Brasil é o nono maior mercado de fármacos e medicamentos do mundo e conta com importantes indústrias do setor em seu território. A indústria nacional lidera as vendas no mercado interno e reforça os investimentos em pesquisa, respaldada pela força dos genéricos. O mercado farmacêutico no país movimenta anualmente R$ 28 bilhões, Segundo dados do Ministério da Saúde, e a tendência é de expansão. Entre as seis maiores empresas farmacêuticas do mundo, quatro são brasileiras e apresentam crescimento acelerado na produção de genéricos. Atualmente, existem cerca de 540 indústrias farmacêuticas cadastradas no Brasil, sendo 90 produtoras do medicamento similar. As indústrias nacionais têm maior produção de medicamentos similares, que possuem as mesmas características e qualidades do produto de referência, mas não são intercambiáveis. Os genéricos correspondem a 20,6% das vendas em unidades no conjunto do mercado farmacêutico brasileiro. Apesar dos avanços na comercialização do produto desde o lançamento do programa no país, de 1999 a 2009, a fabricação de medicamentos de referência produzidos por indústrias estrangeiras ou multinacionais instaladas no Brasil ainda sobrepõe a produção de genéricos e similares. Isso se deve ao grande investimento em pesquisas nos centros de alta tecnologia localizados nas sedes destas empresas.

Figura 6: Pelo menos um setor da economia brasileira pode comemorar, esse ano (2014) , a manutenção do ritmo de crescimento acima da média de mercado: a produção de produtos farmacêuticos. Segundo o IBGE , o segmento mostrou uma evolução de 5,2% no primeiro semestre de 2014.

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FUSÕES A pressão por redução de custos, a necessidade de expansão dos mercados e a otimização das estruturas de vendas para enfrentar o aumento da competitividade no mercado globalizado, foram alguns dos motivos que levaram a um intenso processo de fusões e aquisições entre empresas do setor ao longo da década de 1990. No entanto, a principal causa dessa concentração ainda maior da produção em um pequeno grupo de grandes empresas transnacionais, certamente está na necessidade de altíssimos investimentos em P&D, que correspondem em média a 14% do faturamento das grandes empresas. Cabe a ressalva que a mensuração adequada da inovação tecnológica na indústria farmacêutica é complexa, porque uma grande parte de P&D é destinada a duplicar o trabalho de concorrentes, como por exemplo, pequenas mudanças estruturais em compostos já conhecidos e uma estratégia de patenteamento defensivo. Com a finalidade de aumentar a rentabilidade e o poder de investimento em P&D, as grandes corporações farmacêuticas passaram, desde meados dos anos 80, por sucessivas fusões ou aquisições no setor, apesar de ter sido mais intenso na década de 90 contínua ocorrendo.

Sanofi-Synthelab + Aventis Pharma essa fusão resultou no surgimento do terceiro maior laboratório farmacêutico do mundo e primeiro na Europa o Sanofi-Aventis.

Fusões no Brasil em 2005 a maior empresa nacional do setor, a Aché, adquiriu outro laboratório nacional, a Biossintética, tornando-se líder de mercado. no mesmo ano, o laboratório farmacêutico nacional Biolab anunciou a compra de 80% da Sintefina, farmoquimica e o laboratório nacional libbs adquiriu as operações da multinacional australiana Mayne Pharma do Brasil, importante fabricante de medicamentos ontológicos.

Profarma e CSB A Profarma, distribuidora de produtos farmacêuticos comprou 100% das ações da CSB, companhia que detém as bandeiras Drogasmil e Farma Life, do Rio de Janeiro. A aquisição foi fechada por 87 milhões de reais e vai permitir que a Profarma começasse a atuar em um novo mercado: o varejo. Segundo a companhia, as duas redes operam no varejo farmacêutico do Rio de Janeiro com aproximadamente 85 lojas utilizando as marcas. A rede concentra sua atuação na região do Rio de janeiro e Rio grande do sul, com presença de destaque nos principais Shoppings da cidade, totalizando um faturamento de mais de 330 milhões de reais em 2011.

Por meio desta aquisição, a Profarma passa a operar em um segmento com grandes perspectivas de crescimento e oportunidades de consolidação, além de apresentar margens substancialmente maiores. “Também são esperadas sinergias com a integração das operações de atacado e varejo, especialmente nas áreas de logística e na sede corporativa”, afirmou a companhia, em nota.

Merck e Schering-plough Os conselhos de administração dos grupos farmacêuticos americanos Merck e Schering-Plough, concluirão um acordo para uma fusão, em uma transação que envolve troca de ações e pagamento em dinheiro, por um total de US$ 41,1 bilhões. Segundo as companhias, cerca de 44% do pagamento será feito em dinheiro e 56% em ações. Da porção em dinheiro, US$ 9,8 bilhões virão de recursos próprios, enquanto US$ 8,5 bilhões serão financiados pelo banco J.P. Morgan. A nova empresa terá o nome de Merck ao fim da transação, que foi aprovada por unanimidade pelos conselhos de administração dos dois gigantes, segundo um comunicado conjunto. O acordo determina que os acionistas da Schering-Plough recebam 0,5767 ações e US$ 10,50 em pagamento por cada ação da Schering-Plough.

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CONCEITOS FARMACÊUTICOS Droga

Substância ou matéria-prima que tenha a finalidade medicamentosa ou sanitária.

Órgão sanitário competente Órgão de fiscalização do Ministério da Saúde, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.

Laboratório oficial O laboratório do Ministério da Saúde ou congênere da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, com competência delegada através de convênio ou credenciamento, destinado à análise de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos.

Análise fiscal A efetuada em drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, destinada a comprovar a sua conformidade com a fórmula que deu origem ao registro.

Estabelecimento Unidade da empresa destinada ao comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos.

Farmácia Estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e oficinais, de comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, compreendendo o de dispensação e o de atendimento privativo de unidade hospitalar ou de qualquer outra equivalente de assistência médica.

Figura 7: Farmácia.

Drogaria

Estabelecimento de dispensação e comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos em suas embalagens originais.

Dispensário de medicamentos Setor de fornecimento de medicamentos industrializados, privativo de pequena unidade hospitalar ou equivalente.

Figura 8: Dispensário de medicamentos.

Dispensação

Ato de fornecimento ao consumidor de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, a título remunerado ou não.

CLASSIFICAÇÃO DA ANVISA

O ministério da saúde através da Agência Nacional de Vigilância sanitária (ANVISA) regulamenta e fiscaliza a produção da indústria farmacêutica brasileira. Segundo a ANVISA:

Medicamente de referência

É o produto novo registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária e comercializado no Brasil, sua eficácia e qualidade foram comprovadas cientificamente junto, aos órgãos federais competentes, por ocasião do registro. São medicamentos encontrados no mercado e tem uma marca comercial conhecida, somente empresas estrangeiras os produz.

Medicamento similar

São os que têm os mesmos princípios ativos, com a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, indicação terapêutica, preventiva ou diagnóstico do medicamento de referência registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, diferindo somente em características relativas ao tamanho, forma, prazo de validade, embalagem, rotulagem, recipiente e veículos, devendo ser sempre identificado por nome comercial ou marca.

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Medicamento genérico A classe de medicamentos genéricos no Brasil foi criada pela lei 9.787 de 1999, e, em 2000, surgiram os primeiros produtos no mercado. É similar a um produto de referencia ou inovador, pretende com esse ser intercambiáveis geralmente produzidos após a expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade. As vantagens na compra do medicamento genérico vão desde o preço, no mínimo 35% mais baratos que os medicamentos de referência, ao fortalecimento e desenvolvimento da indústria nacional, com o crescimento do mercado. Como resultados da política de incentivo ao medicamento genérico estão o aumento das vendas e no crescimento de registros de novos produtos. Em 2009, os remédios similares representavam 19,2% do mercado de medicamentos brasileiro. Entre 2002 e 2009, o total de vendas saltou de R$ 588 milhões para R$ 4,8 bilhões. Neste mesmo período, o número de registros desses medicamentos passou de 213 para 2.972. O mercado brasileiro oferece hoje medicamentos genéricos para o tratamento dos mais variados problemas de saúde, como doenças do sistema cardiocirculatório, anti-infecciosos, aparelho digestivo, metabolismo e sistema nervoso central. A indústria nacional produz ainda anti-inflamatórios hormonais e não hormonais, dermatológicos, doenças respiratórias, sistema urinário, sexual, oftalmológicos, antitrombose, anemia, anti-helmínticos, parasitários, oncológicos e contraceptivos. As empresas interessadas em fabricar e importar medicamentos genéricos no Brasil devem atender os requisitos básicos. A documentação necessária para solicitar o registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está prevista na Resolução n° 135, de 29 de maio de 2003.

Medicamento inovador Apresenta em sua composição química ao menos um fármaco ativo que tenha sido objeto de patente, em geral é considerado medicamento de referência.

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ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE PADRONIZAÇÃO (ISO)

A sigla ISO significa Organização Internacional de Padronização, é uma organização não governamental que está presente em cerca de 120 países. Foi fundada em 1947 em Genebra e a sua função é promover a normalização de produtos e serviços, utilizando determinadas normas, para que a qualidade dos produtos seja sempre melhorada.

ISO 9000 É um conjunto de normas que formam um modelo de gestão da qualidade para organizações que desejam certificar, seus sistemas de gestão através de organismos de certificação. Foi elaborada através de um consenso internacional sobre as práticas que uma empresa pode tomar a fim de atender plenamente os requisitos de qualidade do cliente. A ISO 9000 não fixa metas a serem atingidas pelas empresas a serem certificadas, mas sim a própria empresa quem estabelece as metas a serem atingidas.

ISO 14000 Os impactos ambientais gerados pelo desenvolvimento industrial e econômico do mundo atual constitui um grande problema para autoridades e organizações ambientais, assim no início da década de 90, a ISO viu a necessidade de desenvolver normas que falasse da questão ambiental e tivesse como intuito a padronização dos processos de empresas que utilizassem recursos tirados da natureza e causassem algum dano ambiental decorrente de suas atividades. Em Setembro de 1996, foi aprovada a norma ISO 14000/ 14001. Esta norma estabelece as diretrizes básicas para o desenvolvimento de um sistema que gere a questão ambiental dentro da empresa, ou seja, um sistema de gestão ambiental. A norma 14000 não define de forma detalhada um conjunto de prescrições para a administração de um sistema, mas sim os requisitos estruturais para a sua implementação.

PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE

SAÚDE OCUPACIONAL (PCMSO) É um procedimento legal estabelecido pela Consolidação das Leis do Trabalho, no Brasil, mediante a Norma Regulamentadora 7, visando proteger a Saúde Ocupacional dos trabalhadores. Algumas de suas exigências básicas são a realização e registros dos seguintes exames em todos os empregados de uma empresa:

Exame admissional;

Exame periódico;

Exame de retorno ao trabalho (após afastamento por doença ou acidente);

Exame de mudança de função;

PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS (PPRA)

Esta NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e a implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cada estabelecimento da empresa, sob a responsabilidade do empregador, com a participação dos trabalhadores, sendo sua abrangência e profundidade dependentes das características dos riscos e das necessidades de controle.

RDC 44/2009 Ela estabelece os critérios e condições mínimas para o cumprimento das Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias. Entende-se por Boas Práticas Farmacêuticas o conjunto de técnicas e medidas que visam assegurar a manutenção da qualidade e segurança dos produtos disponibilizados e dos serviços prestados em farmácias e drogarias, com o fim de contribuir para o uso racional desses produtos e a melhoria da qualidade de vida dos usuários. A Resolução se aplica às farmácias e drogarias em todo território nacional e, no que couber, às farmácias públicas, aos postos de medicamentos e às unidades volantes.

RDC 96/08

A norma restringe a participação de “celebridades” leiga em medicina ou farmácia nas propagandas de medicamentos isentos de prescrição. Atores, jogadores e outros famosos não poderão mais exibir seu nome, imagem ou voz recomendando o medicamento ou sugerindo que fazem uso dele. A prática de distribuir brindes também sofreu restrições: de agora em diante serão permitidos apenas os institucionais. A referência aos produtos, nos brindes, está proibida. Mudanças: A resolução também atualiza as regras para a propaganda de medicamentos sob prescrição e traz condições para a veiculação em eventos científicos e campanhas sociais, além de estabelecer critérios para a distribuição de amostras grátis. O objetivo é garantir que as informações veiculadas sejam corretas, equilibradas e acessíveis.

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CUSTO Custo fixo

O custo com a supervisão de uma fábrica pode manter-se constante até que se atinja, por exemplo, 50% da sua capacidade; a partir daí, provavelmente precisará de um acréscimo para conseguir desempenhar bem sua função. Alguns tipos de custos podem mesmo só se alterar se houver uma modificação na capacidade produtiva como um todo, sendo os mesmos de 0 a 100% da capacidade, mas são exceções. Podemos começar por verificar que uma planta parada, sem atividade alguma, já é responsável pela existência de alguns tipos de custo e despesas fixas (vigia, lubrificação das máquinas, depreciação, etc...). Ex.: Mão de obra indireta, contas do telefone da fábrica, depreciação das máquinas da produção, aluguel do prédio utilizado para produção da fábrica, etc.

Custo variável Em inúmeras empresas, os únicos custos realmente variáveis no verdadeiro sentido da palavra são as matérias-primas. Mesmo assim pode acontecer de o grau de consumo delas, em algum tipo de empresa, não ser exatamente proporcional ao grau de produção. Por exemplo, certas indústrias têm perdas no processamento da matéria-prima que, quando o volume produzindo é baixo, são altas, tendendo a diminuir percentualmente quando a produção cresce. Pode a mão de obra direta, noutro exemplo, crescer à medida que se produz mais, mas não de forma exatamente proporcional, devido à produtividade que tenderia a aumentar até certo ponto, para depois começar a cair. Se o pessoal tem oito horas para produzir 60 unidades, quando normalmente levaria seis para tal volume, provavelmente gastará as oito horas todas trabalhando de forma um pouco mais calma. Se o volume passar para 80 unidades, trabalharão as mesmas oito horas; se for de 90 unidades, talvez levem pouco mais de nove horas, em função do cansaço, que faz decrescer a produtividade. Ex.: Matéria prima, mão de obra direta, embalagens, energia elétrica (consumida na fabricação direta do produto)etc.

Custo direto Custos diretos a um objeto de custeio são os custos diretamente relacionados a esse objeto, isto é, que podem ser fácil e economicamente identificados ao objeto de custeio, sem qualquer rateio, entende-se por rateio a distribuição arbitrária dos custos que não são diretamente identificados e apropriados aos objetos de custeio. São exemplos de custos diretos aqueles com matéria-prima consumida e mão de obra dos operários, em algumas situações, a mão de obra pode ser um custo indireto. O salário do supervisor da produção corresponde a um custo indireto, por exemplo. Em outras palavras, pode-se dizer que, em alguns casos, as parcelas de recursos são consumidas apenas por um tipo de produto, e esse fato é fácil e objetivamente identificado, seja devido à observação simples ou a sistemas automatizados, como controle eletrônico de vazão, quadros de distribuição de energia etc. Nesses casos, pode-se assumir que aquele produto é o responsável por aquela parcela de recurso consumido. A mensuração desse consumo se dá então de forma direta, daí à informação desse consumo de recurso se dá o nome de “custo direto”. Dessa forma, para gerar essa informação não é necessário nenhum tipo de aproximação ou julgamento sobre qual produto consome qual parcela de recursos, ou seja, não são necessárias distribuições arbitrárias, ou, como se chamam, “rateios”. Esse tipo de custo, por isso, é mais crivei por representar de forma mais objetiva e fidedigna a realidade sobre o consumo de recursos.

Custo indireto Custos indiretos a um objeto de custeio são aqueles que não podem ser identificados com o objeto de custeio de maneira economicamente viável, pois são comuns a dois ou mais objetos de custeio (áreas ou produtos). Os custos indiretos são alocados ao objeto de custo por meio de um método de alocação de custo denominado rateio. Logo, são aqueles que não oferecem condição de medida objetiva e dos quais qualquer tentativa de alocação tem de ser feita de maneira estimada e, algumas vezes, arbitrária. São exemplos de custos indiretos a depreciação, a manutenção, o seguro e o aluguel do parque fabril.

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ORGANOGRAMA, FLUXOGRAMA E LAYOUT

Organograma Organograma é um gráfico que representa a estrutura formal de uma organização. Credita-se a criação dos primeiros organogramas ao norte-americano Daniel C. McCallum, administrador de ferrovias, no ano de 1856.

Figura 9:Daniel C. McCallum (1815-1878) Nasceu na Escócia, e emigrou para Nova York quando menino. Foi um dos primeiros defensores do organograma como forma de gerenciar as operações de negócio.

Os organogramas mostram como estão dispostas unidades funcionais, a hierarquia e as relações de comunicação existentes entre estes. Os órgãos são unidades administrativas com funções bem definidas. Exemplos de órgãos: Tesouraria, Departamento de Compras, Portaria, Biblioteca, Setor de Produção, Gerência, Administrativa, Diretoria Técnica, Secretaria, etc. Os órgãos possuem um responsável, cujo cargo pode ser chefe, supervisor, gerente, coordenador, diretor, secretário, governador, presidente, etc. Normalmente tem colaboradores (funcionários) e espaço físico definido. Num organograma, os órgãos são dispostos em níveis que representam a hierarquia existente entre eles. Em um organograma vertical, quanto mais alto estiver o órgão, maior a autoridade e a abrangência da atividade.

Tabela 1: exemplo de organograma.

Fluxograma Fluxograma é um tipo de diagrama, e pode ser entendido como uma representação esquemática de um processo, muitas vezes feito através de gráficos que ilustram de forma descomplicada a transição de informações entre os elementos que o compõem, ou seja, fluxograma é um gráfico que demonstra a sequência operacional do desenvolvimento de um processo, o qual caracteriza: o trabalho que está sendo realizado, o tempo necessário para sua realização, a distância percorrida pelos documentos, quem está realizando o trabalho e como ele flui entre os participantes deste processo. O termo Fluxograma designa uma representação gráfica de um determinado processo ou fluxo de trabalho, efetuado geralmente com recurso a figuras geométricas normalizadas e as setas unindo essas figuras geométricas. Através desta representação gráfica é possível compreender de forma rápida e fácil a transição de informações ou documentos entre os elementos que participam no processo em causa. A existência de fluxogramas para cada um dos processos é fundamental para a simplificação e racionalização do trabalho, permitindo a compreensão e posterior optimização dos processos desenvolvidos em cada departamento ou área da organização.

Tabela 2: fluxograma para domingo.

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Layout É a configuração de estabelecer a relação física entre as várias atividades. O layout pode ser simplesmente o arranjar ou o rearranjar das várias máquinas ou equipamentos até se obter a disposição mais agradável. No entanto, numa grande indústria este procedimento não é tão simples, pois um simples erro pode levar a sérios problemas na utilização dos locais, pode originar a demolição de estruturas, paredes e até mesmo edifícios e consequentemente causar custos altíssimos no rearranjo. Para evitar tudo isto é necessário realizar um estudo, encontrando assim o melhor planejamento de layout. Pois, os custos relativos ao planejamento de um layout são inferiores aos custos relativos ao rearranjo de um layout defeituoso.

Tabela 3: representação de um simples Layout.

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CURVA ABC O método da análise de classificação ABC é uma ferramenta que auxilia no gerenciamento de estoque, proporcionando informações relevantes sobre aqueles produtos que tem maior ou menor giro, relacionados com o custo de obtenção. É utilizada, também, para definição de política de vendas, planejamento da distribuição, programação da produção e resolução de uma série de problemas usuais de empresas industriais, comerciais ou de prestação de serviços.

Técnica de montagem A construção da curva ABC compreende três fases distintas:

1. Elaboração da tabela mestra; 2. Construção do gráfico; 3. Interpretação do gráfico, com identificação

plena de percentuais e quantidades de itens envolvidos em cada classe, bem como de suas respectivas faixa de valores.

Tabela 4: tabelas de uma curva ABC destacando a quantidade

de materiais.

Na tabela anterior observa-se que os materiais estão ordenados por código, o que não interessa, pois pretendemos interpretar o valor deles, motivo pelo qual será necessária a sua transformação:

Ordenar o total do consumo por ordem decrescente de valor;

Obter o total do consumo acumulado;

Determinar as percentagens com relação ao valor total do consumo acumulado.

Tabela 5 tabela com valor acumulado total.

Construção do gráfico Obedece às seguintes etapas, com base na tabela mestra: 1. Ordenadas e abscissas: formação do

quadrado. Para o eixo das ordenadas, fica reservado o percentual de valores e, para o eixo das abscissas, o percentual de quantidade;

2. Marcação de pontos: os pontos percentuais obtidos na tabela mestra devem ser transpostos para o gráfico no eixo das ordenadas;

3. Traçado da curva: os pontos marcados devem ser unidos por meio do auxílio de uma curva francesa, delineando-se, assim, o perfil da curva ABC.

A representação gráfica demonstrada na figura a seguir, trás o conceito usado pelo cálculo da curva ABC.

Figura 10: curva ABC.

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CLASSIFICAÇÃO DE ESTOQUE Em várias empresas, uma análise ABC é preparada frequentemente para determinar o método mais econômico para controlar itens de estoque, pois, através dela torna-se possível reconhecer que nem todos os itens estocados merecem a mesma atenção por parte da administração ou precisam manter a mesma disponibilidade para satisfazer os clientes. Assim, conduzir uma análise ABC é com frequência um passo muito útil no projeto de um programa de ação para melhorar a performance dos estoques, reduzindo tanto o capital investido em estoques como os custos operacionais. Dentro do critério ABC, podem-se estabelecer níveis de serviços diferenciados para as diversas classes, por exemplo: 99% para itens A, 95% para itens B e 85% para itens C, de forma a reduzir o capital empregado em estoques, ou podem-se usar métodos diferentes para controlar o estoque e, assim, minimizar o esforço total de gestão. Do exposto acima, decorre que os materiais considerados como classe A merecem um tratamento administrativo preferencial no que diz respeito à aplicação de políticas de controle de estoques, já que o custo adicional para um estudo mais minucioso destes itens é compensado. Em contrapartida, os itens tidos como classe C não justificam a introdução de controles muito precisos, devendo receber tratamento administrativo mais simples. Já os itens que foram classificados como B poderão ser submetidos a um sistema de controle administrativo intermediário entre aqueles classificados como A e C.

ESTOQUE Representa a quantidade de bens físicos que são mantidos à espera da venda, por um determinado tempo. São considerados como bens em estoques, as matérias-primas, os produtos semiacabados, os produtos acabados e as mercadorias compradas de terceiros. Os estoques são os materiais que não são utilizados em determinado momento, mas que existe em função de futuras necessidades. Logo, estocar é reservar as mercadorias para utilização futura. Estoque é como a acumulação armazenada de recursos materiais em um sistema de transformação. Algumas vezes o estoque também é usado para descrever qualquer recurso armazenado. Todavia apesar de esses recursos de transformação ser tecnicamente considerado como estoque, não são obtido sempre que um consumidor faz uma solicitação, eles não são o que normalmente se quer dizer com o termo estoque.

Gestão de estoque Define que a gestão de estoque constitui uma série de ações que permitem ao administrador verificar se os estoques estão sendo bem utilizados, bem localizados em relação aos setores que deles utilizam, bem manuseados e bem controlados. A gestão de estoque é, basicamente o ato de gerir recursos ociosos possuidores de valor econômico e destinado ao suprimento das necessidades futuras de material, numa organização. A gestão de estoque visa, portanto, numa primeira abordagem, manter os recursos ociosos expressos pelo inventário em constante equilíbrio em relação ao nível econômico ótimo dos investimentos. Pode ser entendido ainda, como certa quantidade de itens mantidos em disponibilidade constante e renovados, permanentemente, para produzir lucros e serviços.

Funções de estoque

Os estoques constituem um vínculo entre as etapas do processo de compra e venda, no processo de comercialização em empresas comércios, e entre as etapas de compra, transformação e venda, no processo de produção em empresas industriais. Em qualquer ponto do processo formado por essas etapas, os estoques desempenham um papel importante na flexibilidade operacional da empresa. Funcionam como amortecedores das entradas e saídas entre as duas etapas os processos de comercialização e de produção, pois minimizam os efeitos de erros de planejamento e as oscilações inesperadas de oferta e procura ao mesmo tempo em que isolam ou diminuem as interdependências das diversas partes da organização empresarial. As principais funções do estoque são:

Garantir o abastecimento de materiais à empresa, neutralizando os efeitos;

Demora ou atraso no fornecimento de materiais;

Sazonalidade no suprimento;

Riscos de dificuldade no fornecimento;

Proporcionar economias de escala, Através da compra ou produção em e. lotes econômicos;

Pela flexibilidade do processo produtivo;

Pela rapidez e eficiência;

No atendimento às necessidades.

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Tipos A determinação dos níveis de estoque, na fase do planejamento, consiste basicamente na fixação do estoque mínimo, estoque de segurança, do lote de suprimento e do estoque máximo.

Estoque mínimo O estoque mínimo também é conhecido como Ponto de pedido, é a quantidade de itens estocados a partir das quais são efetuados os pedidos de reposição. São fundamentais: o estoque de segurança e os tempos de entrega e consumo diário. Os Pontos de Pedidos, isto é, os pedidos de compra de materiais devem ser emitidos quando as quantidades estocadas atingirem níveis suficientes apenas para cobrir os estoques de segurança (reserva) fixados e os consumos (ou vendas) previstos para os períodos correspondentes aos prazos de entrega dos fornecedores.

Estoque de segurança O consumo médio mensal dos itens de estoque e o tempo de reposição variam muito; variam muito de item para item, de uma época para outra, que leva as empresas a manter os estoques de segurança. O estoque de segurança é um amortecedor destinado a minorar os efeitos de variações, do consumo médio mensal do tempo de reposição ou de ambos conjuntamente. A determinação de seu nível deve receber planejamento criterioso, pois é responsável pela imobilização de capital em estoque. Essa ação concentra-se em determinar uma reserva de estoque que equilibre tanto os custos de oportunidade das possíveis faltas de estoque como os custos de estocagens de maiores quantidades de materiais no almoxarifado. Tem como objetivo compensar as incertezas inerentes ao fornecimento e demanda e permite manter um fluxo regular de produção.

Estoque máximo O estoque máximo é igual à soma do estoque de segurança mais o lote de suprimento, seja ele o lote econômico ou não. Sofrem limitações de ordem física, manuseio, custos, inventários e riscos. Como os componentes desse tipo de estoque são o suprimento e o estoque de reserva variará todas as vezes que um ou outro ou ambos variarem.

Estoque de antecipação O estoque de antecipação pode ser usado para compensar diferenças de ritmo de fornecimento e demanda. É mais comumente usado quando as flutuações de demanda são significativas, mas relativamente previsíveis. Ele também pode ser usado quando as variações de fornecimento são significativas.

Estoque de ciclo Ocorre quando um ou mais estágios na operação não podem oferecer simultaneamente todos os itens que produzem.