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41 Set/Out - 2012 - SBCC 1. Introdução Biolmes microbianos têm sido estudados nos mais diferentes segmentos industriais, onde são os principais causadores de contaminações de difícil controle. O histórico de problemas com biolmes está invaria- velmente presente em todos os segmentos industriais que possuem água em seu sistema, tais como: torres de resfriamento, sistemas de tratamento de água (resinas de troca iônica, osmose reversa) e em todos os demais sistemas que tenham quaisquer uidos em circulação. Biolmes microbianos são denidos como associa - ções de células bacterianas e de fungos [1], inclusas em uma complexa matriz polimérica extracelular (MPE). A MPE possui variada composição química, e não somen- te provê a estrutura orgânica do biolme, como também facilita o arranjo espacial das diferentes espécies que o compõem. Dentre os principais componentes da MPE Eliane Gama Lucchesi  Sílvia Yuko Eguchi  Ângela Maria Moraes Autores: Eliane Gama Lucchesi 1 , Sílvia Yuko Eguchi 2  e Ângela Maria Moraes 1 1 Departamento de Processos Biotecnológicos, Faculdade de Engenharia Química, Universidade Estadual de Campinas 2 Dosage Pesquisas Laboratoriais, Investiga Institutos de Pesquisa Contato: [email protected] nicamp.br podem-se citar polissacarídeos, proteínas, ácidos nu- cléicos e fosfolipídios [2]. Assim, esta matriz extracelular é formada em parte pelas próprias células, podendo tam- bém incluir componentes do ambiente, como detritos, materiais inorgânicos e até mesmo outros organismos. Os biolmes asssociados a doenças têm sido deta- lhadamente estudados nas áreas de medicina e odonto- logia, nas quais os problemas gerados são mais críticos por envolver diretamente vidas humanas. Nestes casos, ocorrem principalmente porque os uidos corpóreos são excelentes meios de cultivos, provendo nutrientes varia- dos para os micro- organismos. Estima-se que os biol - mes estejam envolvidos em 65% dos casos de infecções humanas de origem bacteriana [3]. Dispositivos médicos propícios à colonização por biolmes, como catéteres, são responsáveis diretos pelo fracasso de muitos trata - mentos tradicionais [4], pois permitem a instalação de micro-organismos de difícil controle e que apresentam maior resistência à erradicação por agentes antimicro- Ecácia de agentes antimicrobianos em biolmes para o controle de contaminação na indústria de domissanitários

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    Set/Out - 2012 - SBCC

    1. Introduo

    Biolmes microbianos tm sido estudados nos mais

    diferentes segmentos industriais, onde so os principais

    causadores de contaminaes de difcil controle.

    O histrico de problemas com biolmes est invaria-

    velmente presente em todos os segmentos industriais

    que possuem gua em seu sistema, tais como: torres deresfriamento, sistemas de tratamento de gua (resinas

    de troca inica, osmose reversa) e em todos os demais

    sistemas que tenham quaisquer uidos em circulao.

    Biolmes microbianos so denidos como associa-

    es de clulas bacterianas e de fungos [1], inclusas em

    uma complexa matriz polimrica extracelular (MPE). A

    MPE possui variada composio qumica, e no somen-

    te prov a estrutura orgnica do biolme, como tambm

    facilita o arranjo espacial das diferentes espcies que o

    compem. Dentre os principais componentes da MPE

    Eliane Gama LucchesiSlvia Yuko Eguchi

    ngela Maria Moraes

    Autores: Eliane Gama Lucchesi1, Slvia Yuko Eguchi2

    e ngela Maria Moraes1

    1Departamento de Processos Biotecnolgicos,

    Faculdade de Engenharia Qumica,

    Universidade Estadual de Campinas2Dosage Pesquisas Laboratoriais, Investiga Institutos

    de Pesquisa

    Contato:[email protected]

    podem-se citar polissacardeos, protenas, cidos nu-

    clicos e fosfolipdios [2]. Assim, esta matriz extracelular

    formada em parte pelas prprias clulas, podendo tam-

    bm incluir componentes do ambiente, como detritos,

    materiais inorgnicos e at mesmo outros organismos.

    Os biolmes asssociados a doenas tm sido deta-

    lhadamente estudados nas reas de medicina e odonto-

    logia, nas quais os problemas gerados so mais crticos

    por envolver diretamente vidas humanas. Nestes casos,ocorrem principalmente porque os uidos corpreos so

    excelentes meios de cultivos, provendo nutrientes varia-

    dos para os micro-organismos. Estima-se que os biol-

    mes estejam envolvidos em 65% dos casos de infeces

    humanas de origem bacteriana [3]. Dispositivos mdicos

    propcios colonizao por biolmes, como catteres,

    so responsveis diretos pelo fracasso de muitos trata-

    mentos tradicionais [4], pois permitem a instalao de

    micro-organismos de difcil controle e que apresentam

    maior resistncia erradicao por agentes antimicro-

    Eficcia de agentes

    antimicrobianos embiofilmes para o controle decontaminao na indstriade domissanitrios

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    ARTIGO TCNICO

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    bianos como antibiticos, biocidas e desinfetantes [5] do

    que as clulas planctnicas, pioneiras na formao de

    biolmes.

    Supe-se que menos de 10% dos micro-organismos

    presentes num sistema sejam, de fato, clulas planct-

    nicas, estando mais de 90% na forma de biolmes [6].

    Nas comunidades microbianas possvel observar in-

    teraes de mutualismo, comensalismo, antagonismo e

    saprosmo, responsveis pela estabilizao do sistema,

    podendo ocorrer entre micro-organismomicro-organis-

    mo ou micro-organismoorganismo multicelular [2].

    A formao do biolme est diretamente relacionada

    adeso celular. Dentre os fatores que do incio ao pro-

    cesso de adeso esto as cargas superciais da parede

    celular das bactrias. A presena de fmbrias e pilis efatores genticos inerentes possibilitam sua interao

    com variados tipos de superfcies [7], [8].

    Segundo a American Society for Microbiology[9], a

    formao do biolme divide-se em cinco etapas conse-

    cutivas. A etapa inicial, de adsoro reversvel, ocorre

    em segundos, e nela predominam as foras fracas de

    atrao. Em seguida, ocorre uma etapa de adeso ir-

    reversvel, na qual predominam foras fsicas e qumi -

    cas, que duram de segundos a horas. Aps esta etapa,

    por perodos de horas a dias, ocorrem o crescimento e

    a diviso celular, seguidos da formao da MPE [10].

    Finalmente, na quinta e ltima etapa, ocorre a adeso

    de outros organismos e a liberao de micro-colnias

    microbianas, que prolongam por perodos de dias as

    meses [10].

    Durante a adeso, as clulas modicam seu fenti-

    po em funo da proximidade do suporte, respondendo

    s condies ambientais com padres de crescimento

    diferentes dos observados em clulas livres [8]. Alm

    da maior resistncia a agentes antimicrobianos, outros

    problemas esto associados presena dos biolmes,dentre estes, maior populao em comparao de

    clulas planctnicas (podendo chegar a valores de at

    1011a 1012UCF/mL), maior diculdade de remoo das

    clulas do sistema, limpeza, manuteno de equipamen-

    tos, chegando at os efeitos deletrios sobre o produto

    nal [10].

    A anlise da concentrao inibitria mnima (CIM) e

    da concentrao de morte mnima (CMM) muito utiliza-

    da na rea mdica e veterinria com intuito de se veri-

    car a dosagem mnima de antimicrobianos necessrios

    para inibir ou erradicar cepas causadoras de infeces.

    Os testes da CIM e da CMM so ensaios padres para

    vericar a susceptibilidade de clulas planctnicas a an-

    tibiticos. Devido reprodutibilidade, os testes de CIM

    e CMM passaram a ser utilizados para auxiliar na de -

    nio de dosagem mnima de outros antimicrobianos,

    tais como conservantes necessrios para preservao

    de produtos com gua em sua composio.

    Entretanto, em se tratando de biolmes, este mtodo

    no deve ser aplicado, pois os ensaios de susceptibilida-

    de mostram que a concentrao de agente ativo para a

    erradicao do biolme de 100 a 1.000 vezes maior do

    que a determinada para clulas planctnicas [6]. Esta re-

    sistncia d-se principalmente pela MPE e pela compo-

    sio da membrana externa e da parede celular, e ocor-

    re predominantemente com bactrias Gram-negativas

    [10]. Degradao e inativao dos biocidas por enzimas

    e metablitos das clulas do biolme podem ocorrer [11],

    diminuindo drasticamente a sua eccia na erradicao

    das clulas.

    Variados sistemas vm sendo utilizados para o de-

    senvolvimento controlado de biolmes in vitropara que

    se possa testar, de forma mais precisa e reprodutvel,

    sua susceptibilidade aos antimicrobianos, determinando

    a concentrao inibitria mnima para clulas ssseis

    e da concentrao inibitria mnima de erradicao de

    biolmes (CIMEB) [12]. Sistemas como a imobilizao

    de clulas em hidrogis, o cultivo celular em quimios-

    tatos, o uso de fermentador de lme com espessura

    constante, reatores de uxo simples, o dispositivo de

    Robbin modicado e o cultivo de clulas em placas

    com micro-poos como o dispositivo MBEC podem

    ser empregados [1]. Entretanto, questes frequentes

    como a diculdade de operao e os custos elevados

    limitam seu emprego como mtodos de uso rpido para

    o diagnstico de problemas e a proposio de possveissolues.

    Como alternativa aos sistemas citados anteriormen-

    te, foi desenvolvida uma estratgia baseada no uso

    de esferas de vidro como suporte para a formao de

    biolmes sob condies cisalhantes e em sua utilizao

    para a determinao da CIM e da CIMEB em processos

    contaminados com micro-organismos ssseis [13]. Tal

    estratgia permite gerar biolmes in vitrode foram rpi-

    da e simultnea, de forma a possibilitar a realizao de

    testes com variados tipos de agentes antimicrobianos,

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    Solues integradaparaseu projeto d

    sala limp

    Produtos SweDivisrias / Portas/ Visores / Pass-trou

    Acessrios / Sistema de ar condicionado para re

    classificadas/ Controles de temperatu

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    de forma simples, rpida, verstil, reprodutiva e menos

    dispendiosa em comparao aos dispositivos encon-

    trados no mercado. Esta abordagem j foi testada com

    sucesso na determinao da CIM e da CIMEB em amos-

    tras de uido de corte provenientes de processos de usi-

    nagem de metais contaminados por micro-organismos

    formadores de biolmes [13]. Alm do vidro, outros tipos

    de materiais podem ser utilizados como suporte para

    o desenvolvimento de biolmes, como ao inoxidvel e

    PVC, de uso comum em processos industriais.

    Um dos setores industriais que apresenta proble-

    mas com contaminao microbiana disseminada por

    biolmes o da produo de domissanitrios. Este seg-

    mento passou por grandes mudanas em 2009, quando

    a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA),atravs da RDC 035/2008, proibiu a utilizao de formal-

    dedo como conservante nestas formulaes.

    Devido ao microbicida e microbiosttica do for-

    maldedo, a maior parte das ocorrncias de contamina-

    o no processo fabril de domissanitrios era, de certa

    forma, corrigida com suplementao do conservante,

    uma vez que o baixo custo do formaldedo permitia o

    aumento na dosagem usada. Com a proibio do uso

    de formol, buscar alternativas de preservao passou a

    ser premente.

    Devido intensa contaminao por biolmes nos

    processos de fabricao, proveniente de vrios fatores,

    a simples troca do formaldedo por outros agentes anti-

    microbianos foi, num primeiro momento inecaz, criando

    a necessidade de repensar todos os conceitos no que

    se refere contaminao microbiana neste segmento.

    No presente estudo, o uso da tcnica de esferas de

    vidro foi avaliada para o estabelecimento da dosagem

    de erradicao de biolmes e da estratgia de tratamen-

    to para o controle da contaminao em duas indstrias

    do setor domissanitrio, que apresentavam gravesproblemas de contaminao microbiana. A eccia dos

    antimicrobianos em clulas ssseis, pela abordagem de

    desenvolvimento dos biolmes em de esferas de vidro,

    foi comparada com a erradicao das clulas planctni -

    cas pela anlise da CIM tanto em detergentes quanto em

    amaciantes de roupas, que apresentaram problemas de

    contaminao. Testes comparativos, empregando a me-

    todologia j estabelecida baseada no sistema MBEC,

    foram realizados, assim como ensaios empregando es-

    feras de ao inoxidvel em substituio s de vidro.

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    2. Material e mtodos

    2.1. Material

    No caso de detergentes, para efetuar os ensaios de

    formao de biolme e anlise de sua susceptibilidade

    a biocidas foi utilizado como inculo uma alquota de

    detergente contaminado misturada a micro-organismos

    coletados na superfcie dos tanques, na forma de pool,

    tendo-se por objetivo obter um consrcio microbiano em

    que foram preservadas as interaes entre os micro-

    -organismos e o meio ao qual estavam adaptados. Os

    micro-organismos foram coletados, com o auxlio de uma

    haste exvel com ponta de algodo estril (Swab), nassuperfcies dos tanques de ao inoxidvel utilizados na

    fabricao de detergente e transferidos para meio de cul-

    tura para crescimento de bactrias. Aps a proliferao

    celular, a cultura foi dividida em cinco partes iguais, em

    frascos de vidro para reagentes (tipo Schott) contendo

    meio de cultura lquido e estril. Este inculo foi mantido

    refrigerado. Nos estudos enfocando o amaciante, o incu-

    lo consistiu do prprio amaciante de roupas contaminado.

    No foi possvel efetuar a proliferao e a manuteno do

    inculo em meios de cultura, pois os micro-organismos

    contaminantes deste produto no se multiplicavam na au-

    sncia do amaciante. Foram estudadas duas empresas

    situadas no Estado de So Paulo (Brasil).

    Para a propagao celular, a anlise de bactrias

    heterotrcas totais, a formao de biolmes e para os

    ensaios de susceptibilidade microbiana aos biocidas

    foram utilizados os meios de cultivos Tryptic Soy Agar

    (TSA) eTryptic Soy Broth (TSB), ambos da Difco. Para

    o desenvolvimento dos biolmes foram utilizados tubos

    de ensaio com tampa de rosquevel de 16mm x 100mm

    contendo esferas de vidro de 0,85mm de dimetro m-dio (modelo U 20, S Esferas, So Paulo, SP, Brasil) ou

    esferas de ao inoxidvel de 1,0mm de dimetro mdio

    (AISI 304L - Nacional Esferas Ltda.).

    Para o estudo foram utilizados biocidas comercial-

    mente disponveis: BHD-208 (soluo aquosa de 2-bro-

    mo-2nitropropano-1,3-diol, 5-cloro-2-metil-4isotiazolin-

    -3ona e 2-metil-4-isotiazolin-3-ona), BP-600 (soluo

    aquosa de 1,5-pentanodial), BP-610 (soluo aquosa

    de cloreto de alquildimetil benzil amnio, polihexameti-

    lenoguanidina hidroclorada e 1,5-pentanodial) e BHD-

    235 (soluo aquosa de cloreto de alquil dimetil benzil

    amnio), gentilmente cedidos pela empresa IPEL Itibanyl

    Produtos Especiais Ltda. (Jarinu, SP, Brasil). O produto

    BHD-208 empregado como agente preservante de

    formulaes, enquanto o BP-600 e o BP-610 so utili-

    zados como sanitizantes industriais e o BHD-235, como

    desinfetante domstico.

    Como diluente e soluo de lavagem foram utilizadas

    gua destilada estril e/ou soluo de NaCl a 0,9% (m/v),

    conforme sugerido por Capelletti et al. (2005)[14].

    2.2. Determinao da concentrao inibitria

    mnima (CIM) e da concentrao mnima de morte

    (CMM) para clulas planctnicas

    Todos os ensaios de anlise de eccia de agentespara o controle de biolmes e clulas planctnicas con-

    taminantes foram realizados nos Laboratrios da IPEL

    Itibanyl Produtos Especiais Ltda. Os testes foram exe-

    cutados em cabine de segurana biolgica (VLFS-12,

    Veco), em sala controlada com presso positiva.

    Para a determinao da CIM, foi utilizado como in-

    culo, em ambos os casos, suspenses microbianas com

    concentraes ajustadas em 1,0x108 UFC/mL com TSB.

    Foram preparadas, isoladamente, solues dos qua-

    tro antimicrobianos com concentraes iniciais ao dobro

    das concentraes normalmente utilizadas. Estas solu-

    es foram diludas de forma seriada, na proporo de

    1:1 (v/v), com meio TSB previamente contaminado com

    1% (v/v) de cada inculo, at que se atingisse 1,56%

    da concentrao inicial de cada biocida. Para tal, foram

    empregados 3mL de soluo de biocida e 3mL do meio

    de cultura TSB em cada etapa da diluio, totalizando

    sete transferncias. Os tubos controle continham: meio

    de cultura TSB como controle negativo, meio de cultura

    com o inculo como controle positivo, e meio de cultura

    contendo biocida para o controle da turbidez. O cresci-mento bacteriano foi evidenciado pela turbidez do meio

    de cultura. A menor concentrao na qual no houve

    crescimento foi assumida como a concentrao inibit-

    ria mnima.

    Aps a leitura dos resultados da CIM, de cada um

    dos tubos que no apresentaram crescimento microbia-

    no visvel a olho nu, foi retirada uma alquota de 10L

    com uma ala de inoculao calibrada, que foi estriada

    na superfcie do meio de cultivo TSA solidicado em pla-

    cas de Petri, para a vericao de crescimento celular. A

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    menor concentrao de cada agente antimicrobiano na

    qual no se vericou crescimento celular foi assumida

    como a CMM.

    2.3. Formao de biolme na superfcie de

    esferas de vidro ou ao inoxidvel e anlise de sua

    susceptibilidade aos antimicrobianos

    Os ensaios foram realizados com base na metodolo-

    gia descrita por Lucchesi [15]. Para cada tipo de contami-

    nante os ensaios foram efetuados em triplicata, empre-

    gando os quatro biocidas em diferentes concentraes.

    Alquotas de 0,3g de esferas de vidro ou ao inoxidvel

    previamente lavadas foram acondicionadas em tubos de

    ensaio com tampa de rosca (16mm x 100mm) e a cada

    um dos tubos foram adicionados 4,5mL de cada suspen-

    so microbiana contaminante (contendo 1,0 x 108UFC/

    mL), alm de 0,5mL de meio de cultivo TSB. Os tubos fo-

    ram colocados em um homogeneizador (modelo AP-22,

    Phoenix) e foram agitados por movimentos rotacionais

    (4 a 5 rpm) em estufa (modelo 320 L, Tecnal) ajustada

    temperatura de 361C por 48 horas para a gerao dos

    biolmes em condies cisalhantes.

    Aps a incubao, as esferas de vidro ou ao ino-

    xidvel foram removidas com o auxlio de uma cureta,

    transferidas para novos tubos de ensaios estreis, e la -

    vadas por duas vezes com gua destilada estril para a

    remoo das clulas no aderidas e dos nutrientes em

    contato com as partculas. Aps a lavagem foram adicio-

    nados 2,5mL do meio de cultura TSB e 2,5mL de soluo

    aquosa dos quatro biocidas testados nas concentraes

    de 1%, 5%, 10%, 15% e 20% (em massa) de cada produ-

    to. Os tubos foram ento incubados em estufa a 361C

    por mais 24 horas, no caso das amostras provenientes

    do processo de produo de detergente, e por 3 horas

    no caso da amostra de amaciante contaminado. Aps

    o perodo de incubao, as solues de biocidas foramdrenadas e as esferas lavadas com gua destilada estril

    por duas vezes. Em cada tubo foi adicionado 5mL de meio

    de cultivo TSB, que foram sonicados (modelo USC1450,

    25 khz, Thornton) por 30 minutos para a desagregao

    dos biolmes e, aps 24 horas de incubao, a turvao

    ou no dos meios de cultivo foi analisada visando deter-

    minar a menor concentrao de cada microbicida capaz

    de inibir o crescimento das clulas ssseis, ou seja, a

    concentrao inibitria mnima de biolme (CIMB). Para

    os tubos sem turvao, as suspenses celulares resul-

    tantes foram semeadas (por estrias) em meio de cultivo

    TSA devidamente distribudo e solidicado em placas

    de Petri. A menor concentrao na qual no se vericou

    crescimento de clulas foi denominada concentrao

    mnima de erradicao de biolme (CMEB).

    2.4. Formao de biolmes no dispositivo

    MBECHTP e anlise de sua susceptibilidade aos

    antimicrobianos

    Assim como no procedimento envolvendo esferas de

    vidro, o ensaio com o dispositivo MBEC-HTP, produzido

    em poliestireno, foi realizado em duas etapas, onde numa

    se inocula o contaminante formador de biolme e nou-

    tra onde se avalia seu comportamento frente a agentes

    antimicrobianos. A primeira etapa envolve um dispositivoformado por uma base retangular escavada provida de

    8 canais, onde colocada a populao contaminante, e

    uma tampa com 96 pinos onde as clulas se xam, for-

    mando o biolme. Na segunda etapa, a tampa contendo

    os pinos transferida para uma nova base onde se en-

    contram 96 poos preenchidos com solues de biocidas

    e de amostras para a realizao de ensaios controle.

    Assim, para a primeira etapa, em bases distintas

    foram adicionados 22 mL de cada um dos inculos pa-

    dronizados (1,0x108UFC/mL), e 2 mL de meio de cultura

    TSB. Os dispositivos foram tampados e transferidos para

    uma mesa agitadora com movimentos oscilatrios (4 a 5

    oscilaes por minuto e inclinao de 5), posicionando-

    -os de forma que o uxo do meio de cultura na base do

    dispositivo casse direcionado no sentido dos canais. O

    crescimento microbiano foi efetuado em estufa (modelo

    320 L, Tecnal) a 361C, por 48 horas para permitir a for-

    mao dos lmes em cada um dos pinos com populao

    microbiana superior a 1,0x106UFC/pino.

    Aps a incubao, a tampa do dispositivo MBEC

    foi retirada e lavada por duas vezes com soluo salina,para remoo das clulas planctnicas. Esta lavagem foi

    efetuada colocando-se a tampa do dispositivo em uma

    placa do tipo ELISA com 96 poos, contendo 0,2mL de

    soluo salina estril por poo. Aps a lavagem, a tampa

    do dispositivo foi encaixada em outra microplaca do tipo

    ELISA com 96 orifcios, cada um contendo 0,1mL das di-

    ferentes concentraes dos biocidas e 0,1mL do meio de

    cultura TSB, de modo a encaixar um pino em cada poo.

    As placas foram incubadas a 361C por 24 horas. Aps

    o perodo de incubao, a tampa foi novamente lavada

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    com soluo salina e colocada em uma nova microplaca

    contendo 200L de meio TSB fresco por poo. Aps 30

    minutos de sonicao, a placa foi incubada por mais 24

    horas, quando, ento, foi analisado o crescimento celu-

    lar por turbidez ou por estrias em meio TSA. A menor

    concentrao na qual no foi vericado o crescimento de

    clulas foi denominada concentrao mnima de erradi-

    cao do biolme (CMEB).

    2.5. Caracterizao das clulas contaminantes do

    amaciante

    A identicao dos micro-organismos contaminan-

    tes do amaciante foi efetuada pela equipe do Prof. Dr.

    Welington Luiz de Arajo, da Universidade de Mogi das

    Cruzes (So Paulo). Uma amostra representativa doamaciante contaminado foi inoculada em meio de cultura

    TSB a 10% e aps 72 h, foi realizada a extrao de DNA

    total. O gene 16S rRNA foi parcialmente amplicado por

    PCR e os fragmentos amplicados foram clonados em

    E.coli. A biblioteca de clones resultante foi caracteriza-

    da por ARDRA, utilizando-se as enzimas de restrio

    HaeIII e HhaI. Clones divergentes foram identicados

    por sequenciamento. A anlise fentica foi realizada

    com o programa MEGA 4.0 e a rvore de similaridade foi

    construda pelo mtodo de neighbour-joining.

    3. Resultados e discusso

    Agentes microbicidas com ao preservante (ou

    conservante) so aqueles que impedem ou retardam a

    deteriorao de um produto acabado [16], normalmente

    possuindo como caractersticas a dupla ao de redu-

    zir a contaminao inicial e de preservar o material de

    interesse por longos perodos. Os agentes sanitizantes,

    por outro lado, reduzem o nmero de contaminantesbacterianos a nveis relativamente seguros [17], geral-

    mente apresentando ao de morte microbiana rpida

    (da ordem de horas). A clara diferenciao entre estes

    dois tipos de produtos de relevncia na discusso de

    resultados como os apresentados a seguir.

    3.1. Formao e teste de susceptibilidade do

    biolme desenvolvido na superfcie das esferas de

    vidro a partir de detergente contaminado

    No caso dos produtos testados, as concentraes

    recomendadas pelo fabricante [18] (estabelecidas com

    base em valores superiores CIM e CMM, na tentativa

    de antever e prevenir contaminaes em produtos aca-

    bados e que variam de acordo com o tipo de aplicao)

    so de 1.000 a 2.000 ppm para o produto BHD-208, de

    10.000 a 50.000 ppm para o BP-600 e o BP-610, e de

    5.000 a 10.500 ppm para o BHD-235.

    Os resultados apresentados nas Tabelas 1 e 2 cor-

    roboram as armaes anteriores para as amostras de

    detergente contaminado tratadas com os antimicrobia-

    nos testados. Enquanto os dados coletados para micro-

    -organismos planctnicos (Tabela 1) apontam eccia

    dos quatro microbicidas utilizados em concentraes

    muito abaixo das indicadas pelo fabricante, os resulta-

    dos obtidos para clulas em biolmes mostram que asconcentraes requeridas para o controle da contamina-

    o so, de fato, muito superiores.

    Quando comparados os resultados das duas tabelas

    pode-se vericar o aumento signicativo das dosagens

    para erradicao dos biolmes formados em relao aos

    Tabela 2

    Agente antimicrobiano CIMB (ppm deagente ativo) CMEB (ppm deagente ativo)

    BHD-208 16.200 40.250

    BP-600 10.005 10.005

    BP-610 10.000 10.000

    BHD-235 10.800 10.800

    Tabela 1

    Agente antimicrobianoCIM (ppm deagente ativo)

    CMM (ppm deagente ativo)

    BHD-208 13,5 13,5

    BP-600 10,5 10,5

    BP-610 10,0 10,0

    BHD-235 9,0 9,0

    Resistncia dos micro-organismos oriundos doprocesso de produo de detergente aos agentesantimicrobianos testados, para clulas planctnicas,em termos de concentrao inibitria mnima (CIM)e concentrao mnima de morte (CMM).

    Resistncia de biofilmes formados na superfcie deesferas de vidro a partir de micro-organismos oriundosdo processo de produo de detergente aos agentesantimicrobianos em termos de concentrao inibitriamnima para biofilmes (CIMB) e concentrao mnimade erradicao de biofilmes (CMEB).

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    resultados obtidos para as clulas planctnicas. Varia-

    es de 953 a 1200 vezes foram notadas na CIMB em

    relao CIM, e de 953 a 2981 para a CMEB em com -

    parao CMM para os variados agentes microbicidas

    avaliados. As menores concentraes requeridas para

    o controle dos biolmes foram obtidas com os produtos

    BP-600 e BP-610. A maior discrepncia foi observada

    para o microbicida BHD-208, que atua como um exce-

    lente preservante, porm apresentou-se pouco ecaz

    como agente sanitizante.

    A Tabela 3 mostra os resultados do teste de erra-

    dicao de biolmes efetuados empregando o sistema

    MBEC. A total correlao nos dados obtidos no sistema

    MBECem relao aos biolmes produzidos na super-

    fcie das esferas de vidro conrma e valida de uso datcnica de esferas para este tipo de aplicao.

    3.2. Formao e susceptibilidade do biolme

    desenvolvido na superfcie das esferas de

    vidro ou ao de inoxidvel a partir de amaciante

    contaminado

    Os resultados da CIM e da CMM obtidos para as

    amostras de amaciante contaminado esto apresenta-

    dos na Tabela 4, enquanto que o comportamento quanto

    CIMB e CMEB vericado em esferas de vidro e de

    ao inoxidvel apresentados na Tabela 5.

    Assim como vericado para as amostras de deter-

    gente, os testes da CIM e da CMM com o amaciante

    de roupas contaminado mostraram a eccia dos an-

    timicrobianos para o controle dos micro-organismos

    planctnicos, foram em concentraes muito inferio-

    res s indicadas pelo fabricante.

    No foram observadas diferenas quanto s concen-

    traes necessrias para a erradicao dos biolmes

    formados nos dois tipos de materiais (Tabela 5). Pos -

    sivelmente, os biolmes formados em vidro e em ao

    inoxidvel possuem caractersticas similares.

    Variaes idnticas, de 1009 a 1020 para a CIMB em

    relao CIM, e de 1009 a 2032 para a CMEB em com-

    parao CMM foram obtidos tanto para o vidro quanto

    para o ao inoxidvel. Para todos os agentes microbicidas

    Tabela 4

    Agente antimicrobianoCIM (ppm deagente ativo)

    CMM (ppm deagente ativo)

    BHD-208 25,8 51,6

    BP-600 12,2 24,4

    BP-610 10,05 10,05

    BHD-235 12,2 12,2

    Resistncia dos micro-organismos oriundos doprocesso de produo de amaciante aos agentesantimicrobianos testados, para clulas planctnicas,em termos de concentrao inibitria mnima (CIM)e concentrao mnima de morte (CMM).

    Resistncia de biofilmes formados, no dispositivoMBEC, a partir de micro-organismos oriundos doprocesso de produo de detergente aos agentesantimicrobianos em termos de concentrao inibitriamnima para biofilmes (CIMB) e concentrao mnimade erradicao de biofilmes (CMEB).

    Tabela 3

    Agente antimicrobianoCIMB (ppm deagente ativo)

    CMEB (ppm deagente ativo)

    BHD-208 13,5 13,5

    BP-600 10,5 10,5

    BP-610 10,0 10,0

    BHD-235 9,0 9,0

    Resistncia de biofilmes formados na superfcie de esferas de vidro e de ao inoxidvel a partir de micro-organismosoriundos do processo de produo de amaciante aos agentes antimicrobianos em termos de concentrao inibitriamnima para biofilmes (CIMB) e concentrao mnima de erradicao de biofilmes (CMEB).

    Tabela 5

    Agente antimicrobianoCIMB (ppm de agente ativo) CMEB (ppm de agente ativo)

    Vidro Ao Inoxidvel Vidro Ao Inoxidvel

    BHD-208 26.300 26.300 52.600 52.600

    BP-600 12.322 12.322 24.644 24.644

    BP-610 10.150 10.150 10.150 10.150

    BHD-235 12.440 12.440 24.800 24.800

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    ARTIGO TCNICO

    SBCC - Set/Out - 2012

    plexo Burkholderia cepacia, Buttiauxella sp., Acidobac-

    teriaceae e Gemmatimonadaceae, sendo que nestes

    dois ltimos no foi possvel avanar na identicao,

    o que sugere que estas possam ser espcies ainda no

    descritas na literatura.

    4. Concluses

    Os resultados deste estudo mostram que caso o

    tratamento para eliminar a contaminao dos sistemas

    de fabricao do detergente e do amaciante de roupas

    fosse baseado somente nos testes de CIM utilizando

    clulas planctnicas, a ecincia seria comprometida

    necessitando rever toda a sistemtica de sanitizao epreservao.

    Na prtica, denir o preservante mais ecaz, recupe -

    rar os produtos devolvidos e aumentar a dosagem de mi-

    crobicida no foram aes que solucionaram o problema

    de contaminao. Foi necessrio, concomitantemente,

    efetuar um procedimento de limpeza mecnica com pos-

    terior sanitizao, para que as empresas erradicassem

    a contaminao.

    O sistema de esferas mostrou-se simples, eciente,

    com a vantagem de permitir a medida CIMB, alm de

    representar um custo 40% inferior ao MBEC.

    observa-se que as concentraes requeridas para o con-

    trole dos biolmes foram maiores no caso das amostras

    de amaciante que das de detergente contaminado, o que

    indica que a microbiota do amaciante contaminado mais

    resistente, possivelmente por resultar de uma populao

    pr-existente que j havia sido exposta, por prolongado

    perodo, a microbicidas com baixa ao residual, como

    o formol.

    Durante os testes com amaciante de roupas

    contaminado, verificou-se que os micro-organismos

    possuam um comportamento peculiar. Mesmo utili -

    zando-se diversas tcnicas de manuteno e recupe-

    rao de micro-organismos, no foi possvel efetuar

    a propagao deste consrcio microbiano em meios

    de cultivo tradicionais. Observou-se que estes micro-

    -organismos somente se multiplicavam na presena

    do amaciante de roupas, e que quando se retirava o

    produto, no havia crescimento de colnias em meio

    slido distribudo nas placas de Petri ou no meio de

    cultivo lquido. Este compor tamento levou ao inte-

    resse de identificar a populao microbiana presente

    nesta amostra, atravs da caracterizao molecular

    destes contaminantes. Os resultados obtidos so

    apresentados na Figura 1.

    A comunidade bacteriana encontrada neste ama-

    ciante de roupas foi composta por organismos do com-

    Figura 1 Padro de bandas dos isolados da amostra de amaciante, obtida por meio da tcnica de ARDRA. A:resultados obtidos com a enzima HaeIII; B: resultados obtidos com a enzima Enzima HhaI; M: marcador molecular de100pb; A01 a A18: isolados.

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    Set/Out - 2012 - SBCC

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