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Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4455 • Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2014 10 PATACAS PUB PENÍNSULA DE MACAU FOI A ZONA QUE MAIS ENCARECEU EM 2013 Preço das casas aumentou 43% por metro quadrado Pág. 5 China acha “ingénuo” apelo de Kerry pela liberdade na internet Pequim considerou ontem como “ingénuo” o pedido do Secre- tário de Estado norte-americano em prol do reforço da liberdade na Internet na China e questionou o motivo que levou John Ker- ry a ignorar o caso Edward Snowden no encontro que manteve com bloguistas chineses. “Se a Internet da China não tivesse pas- sado por um enorme desenvolvimento nos últimos anos, então de onde teriam vindo esses bloguistas?”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, frisando que “os assuntos da China devem ser decididos pelo povo chinês”. Passos Coelho afasta segundo resgate e nega tentações eleitorais O Primeiro-ministro português excluiu ontem a necessidade de um segundo resgate e negou que tentações eleitorais influenciem a decisão sobre a forma de saída do Programa de Assistência Econó- mica e Financeira. “Temos, por exemplo, praticamente assegura- do o financiamento para o ano de 2014 e estamos já a preparar-nos para fazer pré-financiamento para 2015. Portanto, não podemos comparar a situação em que o país esteve mergulhado em 2011 com aquela em que estamos hoje”, declarou Pedro Passos Coelho, ao frisar que “nós não precisamos de um segundo resgate”. Enchentes no turismo “esvaziam” qualidade de vida Lei sobre animais à espera do Governo A Assembleia Legislativa chumbou uma nova proposta para criminalizar os maus-tratos e a tortura de animais. Pereira Coutinho e Leong Veng Chai foram acusados de “abuso de poder legislativo” e de “acto de obstrucionismo” por insistirem na proposta. Pág. 2 Céus abertos para Taiwan Macau e Taiwan vão eliminar as restrições aéreas numa altura em que o número de passageiros que tem a RAEM como destino final atinge 92%. Pág. 7 30 vagas para curso bilingue de Direito Com início agendado para o pró- ximo ano lectivo, a licenciatura bilingue em Direito da Universi- dade de Macau poderá receber cerca de 30 alunos. Centrais “Voucher” simplifica matrículas nas escolas A DSEJ planeia criar um sistema de inscrição através de um “vou- cher”, para evitar múltiplas ma- trículas e reduzir as despesas dos encarregados de educação. Pág. 9 Pág. 3 FOTO WONG SANG DEPUTADOS PEDEM PLANEAMENTO GLOBAL PARA O SECTOR

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Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4455 • Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2014 10 PATACAS

PUB

PENÍNSULA DE MACAU FOI A ZONA QUE MAIS ENCARECEU EM 2013

Preço das casas aumentou43% por metro quadrado Pág. 5

China acha “ingénuo” apelo de Kerry pela liberdade na internetPequim considerou ontem como “ingénuo” o pedido do Secre-tário de Estado norte-americano em prol do reforço da liberdade na Internet na China e questionou o motivo que levou John Ker-ry a ignorar o caso Edward Snowden no encontro que manteve com bloguistas chineses. “Se a Internet da China não tivesse pas-sado por um enorme desenvolvimento nos últimos anos, então de onde teriam vindo esses bloguistas?”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, frisando que “os assuntos da China devem ser decididos pelo povo chinês”.

Passos Coelho afasta segundo resgate e nega tentações eleitoraisO Primeiro-ministro português excluiu ontem a necessidade de um segundo resgate e negou que tentações eleitorais influenciem a decisão sobre a forma de saída do Programa de Assistência Econó-mica e Financeira. “Temos, por exemplo, praticamente assegura-do o financiamento para o ano de 2014 e estamos já a preparar-nos para fazer pré-financiamento para 2015. Portanto, não podemos comparar a situação em que o país esteve mergulhado em 2011 com aquela em que estamos hoje”, declarou Pedro Passos Coelho, ao frisar que “nós não precisamos de um segundo resgate”.

Enchentes no turismo “esvaziam” qualidade de vida

Lei sobre animais à espera do GovernoA Assembleia Legislativa chumbou uma nova proposta para criminalizar os maus-tratos e a tortura de animais. Pereira Coutinho e Leong Veng Chai foram acusados de “abuso de poder legislativo” e de “acto de obstrucionismo” por insistirem na proposta. Pág. 2

Céus abertospara TaiwanMacau e Taiwan vão eliminar as restrições aéreas numa altura em que o número de passageiros que tem a RAEM como destino final atinge 92%. Pág. 7

30 vagas para cursobilingue de DireitoCom início agendado para o pró-ximo ano lectivo, a licenciatura bilingue em Direito da Universi-dade de Macau poderá receber cerca de 30 alunos. Centrais

“Voucher” simplificamatrículas nas escolasA DSEJ planeia criar um sistema de inscrição através de um “vou-cher”, para evitar múltiplas ma-trículas e reduzir as despesas dos encarregados de educação. Pág. 9

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DEPUTADOS PEDEM PLANEAMENTO GLOBAL PARA O SECTOR

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02 JTM | LOCAL Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2014

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grandes Repórteres: Fátima Almeida e Raquel Carvalho • Redacção: Sandra Lobo Pimentel (editora), André Jegundo, Liane Ferreira, Pedro André Santos, Susana Diniz e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaborador: Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, António Ribeiro Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, Helder Fernando, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Rita Cameselle e Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

JORNAL TRIBUNA DE MACAU

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PROPOSTA DE COUTINHO E LEONG VENG CHAI CHUMBADA COM 14 VOTOS CONTRA

Lei para proteger animais novamente rejeitadaPereira Coutinho e Leong Veng Chai apresentaram nova proposta para criminalizar os maus-tratos e a tortura de animais, mas o diploma foi outra vez rejeitado. Deputados proponentes foram acusados de “abuso de poder legislativo” e de “acto de obstrucionismo” por insistirem na proposta, antes de o Governo apresentar um diploma sobre a matéria

André Jegundo

PROPOSTA DE NG KUOK CHEONG FOI CHUMBADA

Debate sobre plano para a Taipa “desnecessário” Para além da proposta de debate, Ng Kuok Cheong, exortou também o Governo a “suspender a alteração do plano urbanístico para a zona norte da Taipa”. A maioria dos deputados da AL considerou que o debate era inoportuno

Ng Kuok Cheong pretendia que o Governo fosse à Assembleia Legislativa explicar o plano ur-

banístico para a zona Norte da Taipa, no entanto, a maioria dos deputados rejeitou a proposta, que consideraram “fora de tempo” e “desnecessária”, depois das garantias dadas pelo Che-fe do Executivo de que nenhum pro-jecto será aprovado para a zona antes da entrada em vigor, a 1 de Março, da nova Lei do Planeamento Urbanístico.

A proposta de Ng Kuok Cheong, que exortava também o Governo a “suspender a alteração do plano urba-

nístico para a zona norte da Taipa”, foi rejeitada com 17 votos contra, seis a favor e cinco abstenções. “Votei contra a proposta de debate porque os argu-mentos apresentados não são suficien-tes. Para além disso, se realizarmos um debate isso pode dar uma má ima-gem para a sociedade e é injusto para os deputados’, referiu Tsui Wai Kwan.

Melinda Chan também considerou o debate “desnecessário”, depois das garantias dadas pelo Chefe do Execu-tivo em relação à aprovação de projec-tos para o local. Pereira Coutinho, por seu turno, justificou o voto favorável

por considerar que é necessário “mais debate e transparência”. “O Governo perdeu uma boa oportunidade de ex-plicar à população que neste caso do Plano Norte da Taipa não está a haver batota. E não é pelo facto de a Lei do Planeamento Urbanístico estar quase a entrar em vigor que não devemos debater”, apontou.

Também Kwan Tsui Hang defen-deu a presença do Governo na Assem-bleia Legislativa por considerar que a população ficou com “muitas dúvi-das” em relação à actuação do Execu-tivo.

“A população suspeita da existên-cia de clientelismo pois não se efec-tuou nenhuma consulta pública para alteração do plano de ordenamento urbanístico da zona Norte da Taipa. Aumentou-se, de repente e em gran-de escala, a altura dos prédios que vão ser construídos. (…) O Governo da RAEM deve, no respeito pelos pro-cedimentos jurídicos, suspender a re-ferida alteração do plano (..)”, referiu Ng kuok Cheong na intervenção em que defendeu a realização do debate.

A.J.

Pela segunda vez em menos de um ano, a Assembleia Legislativa (AL) chum-

bou um projecto de lei de pro-tecção dos direitos dos animais, apresentado pelos deputados Pereira Coutinho e Leong Veng Chai. Pereira Coutinho justifi-cou a necessidade de apresentar novamente um diploma pelo facto de o Governo “tardar” em apresentar um projecto de lei próprio, que já é falado desde 2004. A maioria dos deputados considerou, no entanto, que se deve aguardar pelo diploma do Executivo.

O diploma foi rejeitado com 14 votos contra, 9 abstenções e 7 votos a favor de Ng Kuok Cheong, Au Kam San, Ho Ion Sang, Melinda Chan e Si Ka Lon, para além dos proponentes Pereira Coutinho e Leong Veng Chai. Na votação anterior, que aconteceu em Abril de 2013, a proposta tinha contado apenas com quatro votos favoráveis.

Por não compreender a “de-mora” do Governo e por consi-derar que se trata de um “assun-to urgente”, Pereira Coutinho apresentou ontem novamente o “Estatuto Jurídico e Protecção dos Animais”, que contempla penas de prisão até três anos para actos de maus-tratos e

crueldade contra animais. “Há uma grande urgência na apre-sentação destas medidas e não podemos esperar por uma lei do Governo, há animais que são torturados diariamente. Não se percebe porque é que o Governo está a demorar tanto”, afirmou Pereira Coutinho.

Os argumentos não conven-ceram a maioria dos deputados que pretendem analisar primei-ro o projecto de lei do Executi-

vo. Na declaração de voto, Vong Fin Hai acusou mesmo Pereira Coutinho e Leong Veng Chai de “abuso de poder legislativo” e de “acto de obstrucionismo” por insistirem em apresentar uma proposta, depois de o Instituto para os Assuntos Cívicos e Mu-nicipais já ter comunicado, em Outubro do ano passado, que a redacção do projecto de lei de protecção dos animais já estava concluída.

A acusação exasperou Perei-ra Coutinho, que considerou ser “dever” dos deputados “dar voz às preocupações da população”. “É incrível e absurdo virem di-zer que estamos a abusar da nossa posição de deputados por apresentarmos esta proposta. (…) Não posso concordar com a ideia de que a nossa proposta não é oportuna, é nosso dever e atribuição definida pela Lei Bá-sica. Não podemos ficar aqui de braços cruzados sentados, sem fazer nada”, defendeu.

Deputados como Cheung Lup Kwan questionaram a ne-cessidade de legislação sobre a matéria, considerando existirem outros assuntos mais prioritá-rios. “Não conseguimos ainda dar melhores condições de vida aos idosos e já estamos a falar dos direitos dos animais? Para mim é difícil chegar a uma con-clusão sobre este assunto, talvez no futuro seja possível concreti-zar a medida”, afirmou, numa ideia que também foi corrobora-da por Mak Soi Kun.

A deputada Song Pek Kei manifestou-se preocupada com as consequências que a alte-ração do estatuto jurídico dos animais produzirá nos restantes diplomas legais como o Código Civil. “No decreto-lei Pereira Coutinho e Leong Veng Chai dizem querer ‘descoisificar’ o estatuto jurídico dos animais para que possam ser portadores

de direitos. No entanto, se um animal não é uma coisa, então o que é?”, questionou. A deputa-da manifestou ainda preocupa-ção com as dúvidas que possam surgir na aplicação da lei e com o facto de não haver distinção entre animais domésticos e ou-tros: “Se eu matar uma galinha posso ser acusada de maus--tratos? Quem apanhar um rato com uma armadilha, está sujeito a penalizações?”, questionou.

Em sentido inverso, Melinda Chan justificou o voto favorável pela “demora de vários anos” do Governo em apresentar uma proposta sobre o assunto. “Uma lei de protecção dos animais faz parte das prioridades das so-ciedades desenvolvidas. Espe-ramos há vários anos por uma proposta do Governo e não há novidades. O Hemiciclo deve ter a responsabilidade de pre-parar uma lei ou de pressionar o Governo a apresentar um pro-jecto lei”, declarou.

Na nota justificativa do diploma, Pereira Coutinho e Leong Veng Chai tentaram per-suadir os restantes deputados da necessidade “ética” de legis-lação que conceda direitos de protecção aos animais, recorren-do a citações de filósofos e pen-sadores de épocas e tradições distintas, como Confúcio, Pitá-goras, John Locke, Jean-Jacques Rousseau, Charles Darwin ou o contemporâneo Peter Singer.

Coutinho considerou “incrível e absurda” a acusação de “abuso de poder legislativo”

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Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2014 JTM | LOCAL 03

• • • NA AGENDA DOS DEPUTADOS

Seac Pai Van. Para colmatar as “insuficiências” urbanísticas na zona de Seac Pai Van, Ho Ion Sang apelou ao Governo para desenvolver um plano integra-do que contemple a criação de instalações de saúde e infra--estruturas de transportes de modo a dar mais vida à nova zona residencial. “Já que a in-tenção do Governo é criar um grande bairro comunitário para 60 mil moradores, deve então mostrar a sua determinação permitindo que os moradores aí vivam em paz”, referiu o de-putado, lembrando que muitos dos moradores desta zona são “idosos com dificuldades de mobilidade”.

Formação de quadros. Song Pek Kei defendeu a introdução de mais medidas na área do en-sino superior que promovam a formação de talentos em Ma-cau. Estas políticas, defendeu, são essenciais para garantir que “todos progridem de forma justa”, independentemente do “background” e das “relações” que cada um tem. “É necessá-rio permitir que os residentes, em particular os jovens, tomem consciência de que podem ter um “sonho de Macau”, isto é, seja qual for o background, to-dos têm oportunidade igual para progressão à custa do pró-prio esforço”, referiu.

Política de Juventude. Para resolver as várias questões re-lacionadas com a juventude de Macau, Chan Hong propôs a criação de um grupo inter-departamental, que estimule a cooperação entre o Governo e a sociedade. A deputada conside-rou que a política de juventude do Governo da RAEM “não é ainda suficientemente concre-ta nem pormenorizada”. Lem-brando que o Governo apresen-tou um documento intitulado “Política de Juventude de Ma-cau”, com um período de im-plementação entre 2012 e 2020, Chan Hong quer que o Executi-vo crie mecanismos que permi-tam a avaliar a concretização da referida política.

Indústrias Culturais. A cria-ção de um parque das indústrias culturais foi uma ideia defen-dida por Melinda Chan como forma de promover o trabalho desenvolvido por muitos ama-dores e associações do territó-rio. De acordo com a deputada, esta plataforma serviria para acolher vários tipos de espectá-culos e exposições, para além de poder servir de laboratório para muitos criativos. Neste parque, Melinda Chan considera que seria importante que o Governo pudesse promover uma políti-ca de rendas baixas de modo a contribuir para a consolidação destas actividades.

André Jegundo

DEPUTADOS PEDEM “PLANEAMENTO GLOBAL” PARA O SECTOR

Turismo ameaça “qualidade de vida” Depois de mais um Ano Novo Lunar, os deputados mostraram-se preocupados com o impacto que o aumento no número de visitantes está a ter no dia-a-dia dos residentes

Agentes à paisana para vigiar taxistasA introdução de fiscais à “paisana” e de sistemas de gravação vídeo e áudio no interior de todos os táxis são algumas das propostas dos deputados para apertar o cerco às infracções praticadas por taxistas

Depois de o Governo ter anuncia-do o prolongamento do contrato com a companhia dos táxis ama-

relos, os deputados insistiram ontem na necessidade do Executivo aumentar sig-nificativamente o número de táxis mas também de reforçar as acções de fiscaliza-ção junto dos taxistas, com a introdução de agentes à paisana no terreno e de câ-maras de filmar no interior dos veículos.

Ng Kuok Cheong considerou que a renovação do contrato com a companhia dos táxis amarelos é uma “opção errada”, pedindo ao Governo para comparecer na Assembleia Legislativa de modo a escla-recer os cidadãos sobre os contornos do acordo. “O novo contrato estipula que apenas 60%dos táxis amarelos são verda-deiros radiotáxis, mas os residentes estão preocupados, não só com a respectiva fis-calização e execução, como também com a impossibilidade de implementar este serviço a 100%”, referiu.

Chan Meng Kam criticou a política de atribuição de alvarás de táxis que são con-

cedidos como se “o Governo espremesse uma pasta dentífrica”. Lembrando que em Macau existem “1.180 táxis”, Chan Meng Kam considerou que o número é “evidentemente insuficiente” e apelou ao Governo para lançar novas licenças e rever os regulamentos de modo a definir “normas sancionatórias rigorosas” para os taxistas que cometam infracções, como a recusa de um serviço ou a cobrança de tarifas indevidas.

Angela Leong apelou ao Governo para “efectuar uma boa fiscalização sobre os táxis amarelos que prestem serviço de transporte exclusivamente por chamada telefónica”. “Os serviços competentes devem pensar em introduzir o regime de operação com agentes disfarçados e controlo através de GPS de modo a refor-çar a fiscalização de infracções. Devem também simplificar os procedimentos relativos à apresentação de queixas de infracções relativas aos serviços de táxis”, propôs Angela Leong.

Lei Cheng I foi ainda mais longe e de-

fendeu que o Executivo devia aproveitar o momento da renovação da licença dos táxis amarelos para criar táxis especiais só para residentes.

Para resolver as infracções praticadas por taxistas, Au Kam San defendeu que o mecanismo mais eficaz passa pela ins-talação de “caixas-pretas” que permitam a gravação audiovisual e que possam servir de prova sempre que houver uma queixa. “A caixa-preta identifica o infrac-tor e não permite qualquer fuga sempre que os motoristas recusarem transportar passageiros, seleccionarem os passagei-ros, cobrarem tarifas abusivas ou actua-rem sem cortesia”, referiu.

De acordo com as proposta, a caixa só poderia ser aberta pelos serviços da DSAT, para efeitos de produção de prova e mediante a existência de uma queixa. Au Kam San considerou, no entanto, que só o aumento de licenças de táxis permiti-rá resolver o problema por completo.

A.J.

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Preocupados com o crescimento explosivo no número de visitantes e com o impacto produzido na vida dos resi-dentes, vários deputados desafiaram ontem o Governo a

ultimar propostas que permitiam conciliar o desenvolvimento do turismo com a qualidade de vida dos que vivem e trabalham no território. Com a abertura dos novos empreendimentos no COTAI e a inauguração da nova ponte Zhuhai-Macau-Hong Kong, Kwan Tsui Hang considerou premente que o Executivo faça um “planeamento global” para a indústria do turismo e que analise questões como a “capacidade de acolhimento de turistas e a diversificação” da sua proveniência.

Kou Hoi In, por seu turno, sugeriu às autoridades para es-tudarem a possibilidade de se transformar a Avenida de Almei-da Ribeiro numa zona pedonal aos feriados e fins-de-semana, uma medida que tem por objectivo “melhorar o ambiente de negócio, beneficiar as pequenas e médias empresas e dinamizar os bairros antigos”. O deputado sugeriu também a introdução de mais sinalização de forma a encaminhar turistas para locais menos visitados como o Jardim de Camões, a Igreja de Santo António, a Rua da Palha, Mercado de S. Domingos ou a Rua da Felicidade.

Si Ka Lon chamou a atenção para o facto de muitos residentes terem já “dificuldade em sair de casa” em dias de feriado e que o número “excessivo de visitantes” tem “grande impacto para a locomoção e para a vida normal dos residentes”. “Olhem: na ruas, não há espaço para passar, nos autocarros não se encontra nem espaço nem lugar para sentar; regista-se cobrança de taxas excessivas pelos taxistas (…) Tudo isto tem já um impacto muito negativo para os visitantes e para a vida dos residentes”, referiu.

Por esse motivo, o deputado defende a criação de um “me-canismo integrado de alerta e de resposta que abranja áreas como os transportes, hotelaria e restauração” e que permita monitorizar a capacidade de resposta dos diferentes sectores. “Muitos residentes esperam que o Governo tome medidas, de forma mais activa, para garantir um ambiente de vida e repouso normal”, referiu.

Prevendo que o fluxo de passageiros e mercadorias venha a aumentar ainda mais nos próximos anos, Sio Chi Wai conside-rou que o Governo “deve ter capacidade para preparar atempa-damente estas transformações”. “A nova conjuntura vai trazer oportunidades e desafios. Se não se conseguir resolver quanto antes os actuais problemas sociais, quando aparecerem no fu-turo novos problemas estes vão tornar-se ainda mais complica-dos, o que não será de forma alguma benéfico para o desenvol-vimento de Macau”, avisou.

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Terça-feira, 18 de Fevereiro de 201404 JTM | LOCAL

EMPRESA ESPECIALIZADA TESTOU EQUIPAMENTOS

Só um terço dos elevadores tem manutenção atestadaDurante uma inspecção realizada de forma aleatória a elevadores, verificou-se que apenas 4.200 tinham um registo de manutenção, o que significa um terço de todos os existentes. O Governo delegou numa instituição especializada uma perícia aleatória para melhorar a segurança a aumentar a concorrência saudável entre empresas do sectorSALDO POSITIVO DE 12 MIL MILHÕES EM JANEIRO

Receitas públicas crescem 19% O saldo orçamental da RAEM ascendeu a 12,6 mil milhões de patacas em Janeiro, com as receitas a subirem 19% e as despesas a aumentarem 10,4%

A Administração de Ma-cau recolheu receitas de 14.486 milhões de patacas

em Janeiro, mais 19,3% face ao mesmo mês do ano passado e cor-respondente a 10,3% do previsto para todo o ano.

Dados provisórios da execução orçamental relativos a Janeiro de 2014, disponíveis na página dos Serviços de Finanças de Macau, indicam que só as receitas cor-rentes da Administração foram de 14.453,7 milhões de patacas, mais 19,6% do que no mesmo mês de 2013 e a traduzir os mesmos 10,3% de execução anual.

Na receita pública, os impostos directos valeram 12.598,8 milhões de patacas - mais 18,5% e com uma execução de 10,2% - sendo que os impostos directos sobre o jogo, no valor 12.075,4 milhões de patacas subiram 18% e estavam executados em 10,2% face ao pre-visto para 2014.

Os impostos directos sobre o jogo contabilizados em Janeiro referem-se às receitas brutas dos casinos apuradas em Dezembro, dado que estes são pagos no mês seguinte ao mês de referência e para efeitos fiscais são contabili-zados de Dezembro de um ano até Novembro do ano seguinte.

Já no campo da despesa, a Administração de Macau gastou 1.874,5 milhões de patacas em despesas totais e correntes, mais 10,4% do que em Janeiro de 2013 e correspondente a 2,4% do ins-crito na proposta de orçamento no campo da despesa global e de 3,1% das despesas correntes.

Entre receitas e despesas, o sal-do orçamental encerrou Janeiro de forma positiva em 12.611,5 milhões de patacas, mais 20,9% do que no mesmo mês de 2013 e a traduzir 19,7% dos 64.160,7 milhões de pa-tacas previstos para 2014.

JTM com Lusa

Depois de ter sido levantada a preocupação sobre a segurança dos elevadores, o Governo en-

carregou, em Dezembro do ano passado, uma instituição especializada de reali-zar um estudo sobre a qualidade destes equipamentos através do método de inspecção aleatória. Segundo os dados, revelados pelo jornal “Ou Mun”, exis-tem em Macau cerca de 4.200 elevadores com registo de manutenção, o que cor-responde a um terço dos equipamentos existentes.

De acordo com a Direcção dos Servi-ços de Solos, e Obras Públicas e Trans-portes (DSSOPT), o estudo contou com uma taxa de amostragem de cinco por cento e pretende melhorar o processo de manutenção das várias empresas que asseguram esse serviço. O ponto de par-tida foi dado pelo Governo, sem que os custos da inspecção de que foram alvo os elevadores escolhidos aleatoriamente recaíssem nos ombros dos particulares.

Os responsáveis dos elevadores que não passaram na inspecção receberam pedidos de suspensão de funcionamen-to, seguidos de exigências de reparação e manutenção imediata. Depois desta acção, a DSSOPT acredita que o traba-lho de supervisão do Governo será me-lhorado bem como impulsionará a con-corrência positiva entre as empresas de manutenção.

Com o lançamento das directrizes para os elevadores, em Maio do ano pas-sado, o Governo frisa que vai reforçar as

inspecções de elevadores com mais de 10 anos e estará atento às infracções come-tidas. A responsabilidade por aparelhos que tenham um certificado de segurança mas não passem na inspecção vai recair na empresa que passou a certificação, avisou o organismo.

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Inspecção envolveu cerca de 4.200 elevadores

2ª Vez

Acção Ordinária nº CV3-13-0032-CAO 3° Juízo CívelAutor: COMPANHIA DE CONSTRUÇÃO E ENGENHARIA IEONG KONG (MACAU) LIMITADA, com sede na Avenida da Praia Grande, 8l5, Edifício Centro Comercial Talento 4° em Macau.Rés: REALGAIN DEVELOPMENT INC., com último domicílio em Macau na Avenida da Praia Grande, 405, Edifício China Law Building, 27° C; LAM MAU MARINA COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO PREDIAL LIMITADA, com úlitima sede na Avenida da Praia Grande, 405, 27° C em Macau; NAM, ALAN CHEUNG WING, com último endereço em Macau, na Avenida da Praia Grande, 405, Edifício China Law Building, 27° C e Outros, ora ausentes em parte incerta.

FAZ-SE SABER QUE, por esta Secção, correm éditos de TRINTA DIAS, contados da segunda e última publicação do anúncio, cintado os Réus acima identificados, para no prazo de TRINTA DIAS, decorrido que seja os dos éditos, contestarem a Acção Ordinária, cujo pedido resumidamente consiste em:a) Serem os réus condenados solidariamente a pagar à Autora a quantia total de

MOP$19.693.799,00 (dezanove milhões seiscentas e noventa e três mil setecentas e noventa e nove patacas), acrescida de juros a taxa legal, caso não seja julgada procedente esta pretensão:

b) Serem os três primeiros réus condenados solidáriamente a pagar à Autora a quantia total de MOP$6.52l.410,00 (seis milhões quinhentas e vinte e uma mil quatrocentas e dez patacas), acrescida de juros à taxa legal, caso não seja julgada procedente esta pretensão:

c) Ser a primeira ré condenada a pagar à Autora a quantia total de MOP$6.607.430,00 (seis milhões seiscentas e sete mil quatrocentas e trinta patacas), acrescida de juros à taxa legal, caso não seja julgada procecente esta pretensão:

d) Ser a primeira ré condenada a pagar à Autora a quantia total de MOP$6.521.410,00 (seis milhões quinhentas e vinte e uma mil quatrocentas e dez patacas), acrescida de juros à taxa legal.Pelos fundamentos constantes da petição inicial que se encontram à disposição dos

citandos neste Juízo. A intervenção dos citandos nos autos implica a constituição de advogado - art° 74°

do Código Processo Civil de Macau.RAEM, I5 de Janeiro de 2014.

O Juiz de Direito a) Carlos Armando da Cunha Rodrigues de Carvalho

O Escrivão Judicial Principala) Acácio Coelho

“JTM” - 18 de Fevereiro de 2014

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

2ª Vez

Execução Ordinária nº CV2-12-0082-CEO 2° Juízo Cível

Exequente: LAM SOl IENG, de sexo feminino, solteira, nacionalidade chinesa, residente em Macau, na Av. Marginal do Lam Mau, edf. “Chong Ut Hin”, 22° andar A.Executada: LEI CHONG MAN, do sexo feminino, divorciada, residen-te em Macau, na Taipa, na Rua Cinco dos Jardins do Oceano, n° 64, edf. Kapok, edf, Cherry e edf. Syringa, 8° andar K.

Faz-se saber que nos autos acima indicados são citados os credores desconhecidos da executada para, no prazo de quinze dias, que começa a correr depois de finda a dilação de vinte dias, contada da data da segunda e última publicação do anúncio, reclamar o pagamento dos seus créditos pelo produto do bem penhorado à executada, sobre que tenham garantia real e que é o seguinte:

Bem Penhorado (Pertencente à executada LEI CHONG MAN)

Denominação da fracção autónoma: 1/513 avos por AR/C, do rés-do -chão.Situação: Em Macau, Taipa, nºs 2 a 154 da Rua Cinco dos Jardins do Oceano, nºs 16 a 36 da Rua Seis dos Jardins do Oceano e nºs 303 a 145 da Avenida dos Jardins do Oceano.Fim: Para estacionamente.Número de matriz: n° 040809.Número de descrição na Conservatória do Registo Preidal: n° 22825, a fls. 263 do Livro B121K.

Aos 12 de Fevereiro de 2014.

O Juiz,Jerónimo Alberto Gonçalves Santos

A Escrivã Judicial Auxiliar,Leung Ngan Kuan

“JTM” - 18 de Fevereiro de 2014

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

1ª Vez

Acção Ordinária nº CV1-04-0006-CAO 1º Juízo CívelAutora/Requerente: MACAU KNITTERS LIMITADA, com sede em Macau, na Avenida do Coronel Mesquita, n.º 48, R/C.Réus/Requeridos: TODOS OS CONDÓMINOS DO EDIFÍCIO JARDIM DO MAR DO SUL, sito em Macau no Istmo de Ferreira do Amaral, nº 313, nomeadamente, COMPANHIA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LUEN TAK, LIMITADA, LIAN XIAONAM, ZHAO YAOQING e outros.

FAZ-SE SABER que pelo 1º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base da R.A.E.M., correm éditos de TRINTA DIAS, contados da segunda e última publicação este anúncio, citando os Réus/Requeridos CHEUNG PIK KUEN, proprietário(a) da fracção “D-RC”, IEONG WAI CHON e WONG SOU CHI, proprietários da fracção “M5”, NG SEK MENG, proprietário da fracção “A11”, HOI CHI ON, proprietário da fracção “F15”, LEI KUAN, proprietário da fracção “D16”, todos do Bloco I do Edifício Jardim do Mar do Sul e WONG KUOK CHENG, proprietário da fracção “E8”, do Bloco II do mesmo edifício, para no prazo de TRINTA DIAS, decorrido que sejam os dos éditos, apresentar articulado próprio ou declarar que fazem seus os articulados apresentados pelas partes, conforme o disposto no art. 269º, nº 1 e 3, do C.P.C., com a advertência de que, se intervierem no processo findo tal prazo, têm de aceitar os articulados da parte, cujo duplicados se encontram na secretaria do 1º Juízo Cível à disposição do citando, a que se associam e todos os actos e termos já praticados - art. 269º, nº 4, do CPC, sendo que nesta hipótese, a sentença apreciará o seu direito e constituirá caso julgado - art. 270º, n.º 1, do CPC.

Mais se citam para, no mesmo prazo, contestarem, querendo, os autos de Habilitação de Herdeiros de IEONG PAK NGONG, registados sob o n.º CV1-04-0006-CAO-C, de LAM PAN, registados sob o n.º CV1-04-0006-CAO-D, de LAM CHEONG TONG, registados sob o n.º CV1-04-0006-CAO-E, de SOU CHI SAN, registados sob o n.º CV1-04-0006-CAO-F, de JOÃO LEI e de CHAN KIO WAN, que correm nos autos principais, e que lhes são movidos pela Autora/Requerente acima referenciada, com os fundamentos constantes dos respectivos requerimentos iniciais, cujos duplicados se encontram na secretaria do 1º Juízo Cível à disposição do citando, devendo, juntamente com a eventual contestação, apresentar o rol de testemunhas e requerer quaisquer outras provas - art. 302º, n.º 1, e 245º, ambos do C.P.C. de Macau.

A intervenção dos citandos e apresentação da contestação nos autos implica a constituição de advogado - art. 74º do C.P.C. de Macau.

Caso os citados pretendam beneficiar do regime geral de apoio judiciário, deverá dirigir-se ao balcão de atendimento da Comissão de Apoio Judiciário, sito na Rua do Campo, n.º 162, Edifício da Administração Pública, 1.º andar, Macau, para apresentar o seu pedido, sendo que poderão pedir esclarecimentos através do telefone n.º 2853 3540 ou correio electrónico [email protected].

Para o efeito, terão de comunicar ao processo a apresentação do pedido àquela Comissão, para beneficiar da interrupção do prazo processual que estiver em curso, nos termos do n.º 1, do art.º 20.º, da Lei 13/2012, de 10 de Setembro.

Tribunal Judicial de Base da R.A.E.M., aos 10 de Fevereiro de 2014.

A Juiz de Direito,Ana Meireles

A Escrivã Judicial Adjunta,Tou Ka Pou

“JTM” - 18 de Fevereiro de 2014

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

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Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2014 JTM | LOCAL 05Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2014 JTM | LOCAL 05

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VISITA PROMOVIDA PELA ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL

Xangai e RAE’s atraem imobiliárias portuguesasUma delegação de empresas do sector imobiliário português estará em Macau a 18 de Março, em busca de oportunidades de investimentos. A missão inclui ainda passagens por Xangai e Hong Kong

O contínuo aumento do volume de investimen-to privado chinês no imobiliário de luxo em Portugal, parcela importante do investimento

directo estrangeiro, motivou a Associação Industrial Portuguesa (AIP) a promover uma missão à China, noticiou o portal “Macauhub”. O crescente interesse pela China está associado ao programa de vistos dou-rados - autorizações de residência válidas para todo o Espaço Schengen para particulares que invistam mais de 500 mil euros na aquisição de imóveis - que desper-tou a atenção de agências imobiliárias e escritórios de advogados nos dois países e outras empresas especia-lizadas nessa procura.

De acordo com o mesmo portal, a delegação portu-guesa estará em Macau a 18 de Março, para um encon-tro com empresários locais que servirá para a apresen-tação de oportunidades de investimentos recíprocos. No dia seguinte, será a vez de Hong Kong acolher um

encontro com empresários locais no Clube Lusitano e na representação da União Europeia em Hong Kong.

Antes da passagem por Macau e Hong Kong, a comitiva lusa participará na “Semana do Imobiliário China Portugal/SIL”, cujo programa incluirá a pre-sença no salão “10th Shanghai Overseas Property & Investment Immigration Show”. Organizado pela Fundação AIP, através da AIP – Feiras, Congressos e Eventos, este evento conta com o apoio da Confedera-ção da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa, Câmara de Comércio e Indústria Luso--Chinesa e Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

Apontado pela página electrónica Diário Imobiliá-rio como “um dos mais importantes eventos na China para captação de investimento directo chinês neste sector”, o certame decorrerá de 14 a 17 de Março em Xangai, com “cerca de 12 empresas portuguesas repre-

sentando o que de melhor se faz no mercado imobiliá-rio/turístico em Portugal.”

“O mercado chinês e o francês têm sido dos que mais têm olhado para Portugal como uma oportuni-dade de investimento seguro e rentável, sendo por isso dois dos mercados escolhidos como destinos es-tratégicos para a internacionalização do Salão Imobi-liário de Portugal”, salientou Luís Lima, presidente do Conselho Estratégico do SIL 2014.

O grande objectivo desta missão assenta na capta-ção de investimento estrangeiro para Portugal, atrain-do novos investidores para o SIL – Salão Imobiliário de Portugal 2014 (8 a 12 de Outubro em Lisboa) e a internacionalização do sector imobiliário. A edição de 2013 do Salão reuniu cerca de 100 investidores euro-peus, chineses e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, o que possibilitou a realização de 750 reu-niões com mais de 150 empresários portugueses.

PREÇOS NA PENÍNSULA DE MACAU CRESCERAM ACIMA DA MÉDIA GERAL

Casas encareceram 43% por metro quadradoOs números e os montantes das transacções de fracções habitacionais caíram em 2013, mas o preço por metro quadrado das casas alienadas cresceu ainda mais do que no ano anterior na RAEM. O maior aumento (52%) verificou-se na península de Macau

O preço do metro qua-drado da área útil das fracções autónomas ha-

bitacionais transaccionadas na RAEM ao longo de 2013 ascen-deu a 81.811 patacas, o que re-presenta um acréscimo de 43% face ao ano anterior. Os dados ontem divulgados pela Direc-ção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que a aceleração dos preços foi ainda mais evidente do que em 2012, ano em que o valor por metro quadrado cresceu 38% compa-rativamente a 2011.

Só na península de Macau, os preços cobrados por metro qua-drado subiram 52% para 79.770 patacas no intervalo de um ano, com o NAPE e os aterros da Baía da Praia Grande a constituírem a zona mais cara (110.971 pata-cas). Os preços também atingi-ram valores elevados noutras áreas da península, incluindo os Novos Aterros da Areia Preta (NATAP), com 100.062 patacas, Praia Grande e Penha (87.792) e Doca do Lamau (81.284).

Na ilha da Taipa, o panora-ma também não foi favorável para os compradores, que ti-veram de pagar 82.022 patacas (mais 27%) por metro quadra-do. Entre as áreas especificadas pela DSEC, as mais caras foram a da “Cidade e Hipódromo da Taipa” (102.638 patacas) e “Pac On e Taipa Grande” (96.244). No pólo oposto surgem os “Jardins do Oceano e Taipa Pequena”, com 59.250 patacas por metro quadrado.

Os dados estatísticos ofi-ciais revelam ainda que o pre-ço por metro quadrado das unidades habitacionais vendi-

das em 2013 em Coloane regis-tou um acréscimo de 26% para 102.273 patacas.

Em termos globais, os preços médios das fracções autónomas habitacionais de edifícios em construção e acabados aumen-taram 27% e 30% para 105.452 patacas e 66.175 patacas, respec-tivamente.

Menos negóciosA subida dos preços por me-

tro quadrado das casas não teve, no entanto, correspondência no volume de negócios do imobi-liário, uma vez que o número de fracções autónomas e lugares de estacionamento transaccio-nados na RAEM com base no imposto de selo caiu 24% para 19.237 unidades ao longo do

20.687 imóveis comprados por locais

Os imóveis transaccionados em Macau ao longo do ano passado foram adquiridos por 20.524 pessoas sin-gulares, 656 sociedades e 221 por outras pessoas colectivas, revelam as estatísticas oficiais, que colocam os residentes da RAEM como principais protagonistas dos negócios consumados. Segundo os mesmos da-dos, 20.687 transacções envolveram compradores com residência ou sede em Macau, contra 450 da China Continental, 177 de Hong Kong e 87 de outros países ou regiões. Em termos de vendedores, as estatísticas incluem 16.683 de Macau, 695 do Continente Chinês, 745 de Hong Kong e 513 de outros territórios.

ano passado, face a 2012. A ten-dência decrescente também se entendeu ao valor das transac-ções, que desceu 5% em termos anuais para 96,05 mil milhões de patacas.

Analisando apenas as frac-ções autónomas habitacionais, foram transaccionadas 12.046 por um total de 68,2 mil milhões

de patacas, o que traduz recuos homólogos de 29% e 8%. Neste rol incluem-se 3.868 fracções de edifícios em construção e 8.178 de prédios acabados, cujos valo-res de venda atingiram 33,74 mil milhões e 34,46 mil milhões de patacas, respectivamente.

Em alta evoluíram também os preços médios por metro

quadrado das fracções autóno-mas destinadas a escritórios e industriais, que se situaram em 74.525 e 33.721 patacas, o que equivalente a subidas anuais de 61% e 62%, respectivamente.

A DSEC indicou ainda que, só no quarto trimestre de 2013, o preço médio por metro qua-drado das fracções autónomas habitacionais atingiu 85.974 patacas, evidenciando um aumento de 28% em termos trimestrais. Na Península de Macau e na Taipa as subidas situaram-se nos 22% e 12%, res-pectivamente.

O organismo destacou tam-bém o facto do preço médio das fracções autónomas habi-tacionais de edifícios em cons-trução ter aumentado 24% para 121.019 patacas na comparação trimestral, devido ao facto dos valores referentes a unidades situadas em edifícios em cons-trução na Taipa terem crescido 54%. Entre Outubro e Dezem-bro, efectuaram-se mais tran-sacções de fracções autónomas na Baixa da Taipa (129), Coloa-ne (95), Pac On e Taipa Grande (30), tendo os respectivos pre-ços médios por metro quadra-do ascendido a 146.398, 108.715 e 120.437 patacas. S.T.

Preços por metro quadrado em 2013:Península: 79.770 patacas (+52%)

Taipa: 82.022 patacas (+27%)Coloane: 102.273 patacas (+26%)

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Terça-feira, 18 de Fevereiro de 201406 JTM | LOCAL

Liane Ferreira

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SUSPEITO QUERIA TROCAR DINHEIRO FALSO POR FICHAS

Casino detectanotas “fotocopiadas”O olhar atento do funcionário de um casino detectou de imediato a má qualidade da falsificação da nota de 1.000 dólares de Hong Kong apresentada por um apostador sul-coreano. O suspeito tinha mais 23 em sua posse

CASOS OCORRERAM ENTRE CANAL DAS HORTAS E O COTAI

Ataque à droga originamais 10 detençõesAs autoridades policiais da RAEM detiveram um total de dez pessoas por suspeitas de consumo de estupefacientes, durante o fim-de-semana. “Ice” e metanfetamina foram as drogas de “eleição”

Um residente de 51 anos es-tava a “descansar” dentro da viatura estacionada,

depois de ter consumido mari-juana e metanfetaminas, quando foi detido pela Polícia de Segu-rança Pública (PSP).

Uma chamada anónima de-nunciou o caso de consumo de drogas na Rua Norte do Canal das Hortas. Quando as autorida-des policiais chegaram ao local encontraram o homem deitado e os instrumentos usados para con-sumo no chão do veículo.

Já sob custódia policial, o sus-peito admitiu ter comprado as drogas num estabelecimento de Karaoke em Zhuhai por 300 ren-minbis.

O exame toxicológico acusou positivo para o consumo de ma-rijuana e metanfetaminas.

Noutro caso também relacio-nado com estupefacientes, a PSP deteve um homem de 30 anos, passageiro de um táxi, que seguia na Avenida da Amizade, por pos-se de 3.06 gramas de ketamina. O detido confessou ter comprado a droga num casino da zona cen-tral da cidade.

Já no COTAI a Polícia Judiciá-ria fez oito detenções, incluindo sete homens e uma mulher, todos oriundos da China Continental e

com idades que variam entre os 33 e 40 anos, no âmbito de dois casos de consumo de “ice” em quartos de hotel. A mulher en-volvida, para além de ser suspei-ta de consumo de drogas, tinha também o documento de autori-zação de permanência expirado.

Tentou furtar mala, mas acabou a discutir com marido da queixosa

Noutro caso, a PSP deteve um homem de 26 anos, de nacionali-dade nepalesa que tentou furtar a mala de uma mulher, enquanto esta esperava que o marido tiras-se o carro do estacionamento. O assalto acabou em discussão en-tre o ladrão e o marido.

O caso ocorreu na Travessa Terceira do Pátio do Jardim, no sábado à tarde. Quando a mu-lher resistiu ao assaltante, o ma-rido da vítima saiu do carro, que estava a estacionar e enfrentou o assaltante, iniciando-se assim uma discussão quente, que só terminou com a chegada da PSP ao local.

Segundo a queixosa, se o as-salto tivesse ido “avante” teria perdido uma mala avaliada em 42.000 patacas e outros itens que tinha no seu interior.

L.F.

A Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem de nacionalidade sul--coreana, de 39 anos, que tentou

comprar fichas de jogo com uma nota falsificada.

O alerta foi dado por um hotel-casino situado no COTAI, após ter sido detec-tada uma nota forjada de mil dólares de Hong Kong na posse de um indivíduo que tentava comprar fichas de jogo.

De acordo com informações divulga-das pela PJ, o suspeito tinha mais 23 no-tas, sendo que todas elas apresentavam um aspecto grosseiro, parecendo sim-ples fotocópias.

O detido, que disse ser comercian-te, declarou ter vindo para a RAEM em Dezembro com o objectivo de jogar, mas garantiu que as notas apreendidas ti-nham sido obtidas através do jogo.

Suspeito de caso de sequestro apanhado a tentar sair da RAEMNoutro caso, a Polícia de Segurança

Pública (PSP) deteve um indivíduo de 25 anos, oriundo do Continente Chinês, mais especificamente da província de Hubei, que se encontrava a monte des-de a semana passada, por envolvimento num caso de sequestro e empréstimos para jogo.

Segundo as autoridades, o detido faz parte de um grupo de seis indivíduos

que sequestraram um cidadão da China Continental depois de este não conseguir pagar um empréstimo para jogo no valor de 100 mil dólares de Hong Kong. A víti-ma pediu ainda um segundo empréstimo de 300 mil dólares de Hong Kong a um amigo para poder continuar a apostar e devolver o dinheiro ao grupo crimino-so. Recorde-se que, conforme noticiou o JTM, o queixoso estava prestes a con-trair um terceiro empréstimo, quando foi “resgatado” pelas autoridades.

Inicialmente foram detidos dois ho-mens, aos quais se junta o suspeito agora interceptado pela PSP, quando tentava sair de Macau pelo posto fronteiriço das Portas do Cerco.

TRIBUNAL DEU COMO PROVADO CRIME DE FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS

Docente forjou compra de livros para justificar apoio de 3.300 patacasApesar de reduzir em dois meses a pena de prisão aplicada a um docente de uma instituição de ensino superior, o Tribunal de Segunda Instância deu como provado o crime de falsificação de documentos

O Tribunal de Segunda Instância reduziu de nove para sete meses a pena de prisão aplica-da a um professor de uma instituição de ensi-

no superior, pelo facto do arguido já ter devolvido o apoio financeiro que recebeu com vista a uma investi-gação científica, mas manteve inalteradas a suspensão da execução da pena por dois anos e a condição de suspensão.

De acordo com um comunicado ontem divulgado, em 2009, o arguido requereu e obteve junto da sua ins-tituição um apoio financeiro no valor de 3.300 patacas para custear as despesas de estudos científicos, tendo sido posteriormente notificado para tratar dos trâmi-tes de liquidação financeira relacionados com o pro-jecto de investigação. A 8 de Junho de 2011, comprou dois livros, pelos quais pagou, respectivamente, 68 e 60 patacas, mas solicitou ao empregado da livraria que lhe passasse duas facturas deixando em branco os espaços das facturas destinados ao nome do consumi-

dor, designação do livro, data e quantidade. O empregado da livraria acabou por emitir duas

vendas a dinheiro, sendo que numa delas apenas preen-cheu o espaço de valor com “MOP$68,00” e o de ob-servações com “Registo no computador n.º 40191704”. Segundo o mesmo comunicado, o arguido decidiu acrescentar a data “2009.1.17” e o número “37” no espa-ço reservado à quantidade de artigos adquiridos.

Além disso, no espaço de valor já preenchido com “68”, colocou “2” à esquerda e “1” à direita, transfor-mando o montante de “MOP$68” em “MOP$2681”, e alterou o número do registo no computador.

Dois dias depois, o docente foi à instituição entre-gar diversos documentos para efeitos de reembolso das despesas com o projecto de investigação científica, inclusive a venda a dinheiro relativa à alegada compra de 37 livros. No entanto, após investigação, a institui-ção duvidou da autenticidade do documento e enviou uma carta à livraria com vista a verificação, o que le-

vou à descoberta dos factos em causa. O arguido foi condenado pelo Tribunal Judicial

de Base, pela prática do crime de falsificação de do-cumentos, a uma pena de nove meses de prisão, sus-pensa na sua execução por dois anos, com o dever de entregar à RAEM uma contribuição de 10.000 patacas no prazo de um mês depois do trânsito em julgado da sentença.

No entanto, o arguido recorreu para o Tribunal de Segunda Instância, alegando que a decisão condenató-ria violou o princípio “in dubio pro reo”, sustentando, de acordo com a perícia caligráfica, é “bem provável” (70-85%) que a data e a quantidade na venda a dinhei-ro tenham sido escritas pelo próprio arguido, e é “pro-vável” (50-70%) que os números “2” e “1” tenham sido escritos por ele. No seu entendimento, não havendo “quase certeza (95-99%)”, as provas deveriam ser va-loradas em favor do arguido, mas os seus argumentos também não vingaram em Segunda Instância.

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Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2014 JTM | LOCAL 07

Representantes da Delegação Económica e Cultural de Macau em Taiwan e da Delegação Económica e Cultural de Taipé assinaram ontem um acordo que elimina as restrições de transporte aéreo entre as duas regiões. O acordo foi celebrado numa altura em que o número de passageiros que tem Macau como destino final continua a crescer, havendo apenas uma pequena percentagem que faz trânsito no território

ACORDO ASSINADO ONTEM ELIMINA RESTRIÇÕES AÉREAS COM TAIWAN

92% dos passageiros do Aeroporto ficam na RAEM

Do número total de pas-sageiros que utilizam o Aeroporto de Ma-

cau, 92% acaba por atravessar a fronteira e entrar no territó-rio, uma diferença significa-tiva face há uns anos. “Antes, cerca de 60 por cento dos pas-sageiros que passavam pelo Aeroporto de Macau eram de Taiwan. A maioria deles che-gava a Macau e ia para outras cidades na China Continental, não entravam no território para gastar dinheiro”, disse ao JTM o presidente da Autorida-de de Aviação Civil de Macau (AACM), ao sublinhar que, ac-tualmente, “92% daqueles que entram em Macau passam na fronteira para o território”.

Simon Chan recordou os valores do ano passado, em que “apenas 8% estiveram em trânsito” no aeroporto, para de-fender que se trata de uma alte-ração “mais saudável” e que se tornou possível graças ao cres-cimento do território. “Macau

tem um historial de atrair pes-soas, enquanto que os residen-tes locais sentem necessidade de viajar. As infraestruturas estão a melhorar, como nos hotéis, por isso as pessoas fazem uma pa-ragem e aqui e depois seguem

para outro lado”, acrescentou.O presidente da Autorida-

de de Aviação Civil falava à margem da assinatura de um acordo de transporte aéreo en-tre representantes da Delegação Económica e Cultural de Ma-

cau em Taiwan e da Delegação Económica e Cultural de Taipé. A medida vem colocar um pon-to final nas restrições de voo entre os dois territórios, per-mitindo que mais companhias aéreas possam aterrar e levan-tar do Aeroporto de Macau. O acordo acaba com as restrições nas ligações entre Macau e as cidades formosinas de Taipe e Kaohsiung, ao mesmo tempo que permite a operação de voos charter periódicos para outros pontos de Taiwan.

“O mercado de Taiwan tem sido muito estável para nós, é o terceiro maior, com cerca de 1,4 milhões de pessoas a viajarem de um lado para o outro a cada

ano, e por isso é muito impor-tante esta nova medida, abrin-do e liberalizando o mercado”, referiu o presidente da AACM.

O acordo, assinado por Leong Kit Chi, chefe da Dele-gação Económica e Cultural de Macau em Taiwan, e Lu Chang Shui, chefe da Delegação Econó-mica e Cultural de Taipé, ainda não tem uma data específica para entrar em vigor, pois exis-tem “processos administrativos para serem tratados”. No en-tanto, o presidente da AACM garantiu que será ainda durante este ano.

Mercado indianotem potencial, mas...

A Índia continua a ser um mercado que é visto com bons olhos pelos responsáveis da AACM, mas a possibilidade de voos directos continua ainda sem data prevista. “Muitas pes-soas falam do mercado indiano, mas, olhando para a realidade, muitos indianos vêm [para Ma-cau] através de Hong Kong, que apresenta um mercado muito maior e mais maduro. As com-panhias aéreas claro que optam por mercados mais comerciais, é um processo natural. A indús-tria indiana está também numa fase financeira delicada nos úl-timos dois anos”, referiu Simon Chan.

O responsável reconhece que é “um mercado com potencial”, mas salienta que “irá demorar até que este momento seja ultra-passado e as companhias come-cem a interessar-se por Macau”.

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Macau e Taiwan assinaram acordo que elimina as restrições de transporte aéreo entre as duas regiões

Pedro André Santos

O processo em torno da demissão (ou não) de Leong Kam Chun do cargo de administrador e presidente da Comissão Executiva da Teledi-

fusão de Macau (TDM) parece estar longe de terminar. Desta vez foi Alexis Tam, que revelou ter na sua posse a carta da demissão do responsável, contrariando Leong Kam Chun, que se tinha mostrado disponível para con-tinuar no cargo.

“Leong Kam Chun disse que o Governo não tinha fa-lado com ele sobre a questão de renovação do contrato, mas isso não foi verdade. No mês passado tinha com-binado com ele para abordarmos essa questão de reno-vação, e Leong Kam Chun tinha-me dito que, devido a razões de ordem pessoal, gostava de voltar a tomar conta da sua empresa. Falou comigo e disse que já não queria continuar na TDM”, disse Alexis Tam.

O chefe de gabinete do Chefe do Executivo prosse-guiu, revelando que “depois de ponderado”, o pedido foi aceite por Chui Sai On, estranhando a reacção de Leong Kam Chun. “Fiquei surpreendido porque no dia

11 de Fevereiro ele fez uma declaração a dizer que o Go-verno não tinha falado nada com ele, mas não foi verda-de. (...) O que Leong Kam Chun disse junto da comuni-cação social é um bocado diferente da razão que tinha mencionado na carta, que está comigo”, acrescentou.

Alexis Tam falou à margem da assinatura de um acordo que elimina as restrições de transporte aéreo en-tre Macau e Taiwan, que decorreu ontem, no Centro Cul-tural de Macau.

Sobre a chegada de Manuel Pires, o porta-voz do Governo acredita que é uma pessoa com “rica experiên-cia”, à qual se deve “dar tempo para mostrar as suas competências”. Para hoje está prevista uma conferência de imprensa “quanto ao novo presidente da comissão e também fazer a apresentação da nova pessoa que vai representar este cargo”, onde poderão surgir novos de-senvolvimentos sobre o processo.

Futuro espaço da TDM continua em estudoA TDM submeteu um pedido ao Governo para

construir um complexo com estúdios e escritórios na zona dos novos aterros urbanísticos, estando a propos-ta a ser analisada pela Direcção dos Serviços de Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). A Ilha da Montanha continua a ser também uma das hipóteses em aberto, lembrou Alexis Tam. “Podemos pedir ao Governo a concessão de terrenos para montar edifícios da TDM, ou talvez um estúdio de produção, é uma hipótese. Outra é ir para a Ilha da Montanha para montar este centro ou estúdio, por temos cooperação com o Go-verno de Guangdong, e podemos convidar, uma vez que a TDM é também uma companhia de indústrias criativas e cultural. Podemos pensar, mas não significa a mudança do departamento de notícias. Temos várias hipóteses”, disse.

O porta-voz do Executivo acrescentou ainda que é “essencial fazer um estudo entre as partes e ouvir as opiniões dos trabalhadores e da sociedade”.

P.A.S.

PORTA-VOZ DO GOVERNO DIZ QUE RECEBEU CARTA DE DEMISSÃO DO ADMINISTRADOR DA TDM

Alexis Tam contradiz Leong Kam ChunO porta-voz do Governo negou ontem que o Executivo não tenha falado com o presidente da comissão executiva da TDM sobre a continuidade de Leong Kam Chun na empresa. Alexis Tam afirma mesmo que tem na sua posse a carta de demissão que foi apresentada por Leong

Rota triangular para o Vietname em Março

A Autoridade de Aviação Civil de Macau já recebeu um pedido oficial para a criação de novas rotas para o Vietname, que deverão começar no próximo mês. A revelação foi feita ao JTM pelo presidente da AACM, Simon Chan, sendo este o único pedido, pelo menos em termos oficiais, que a entidade tem em mãos nesta altura. “Neste momento recebemos oficialmente um pedido que aproveitámos, que é do Vietname (Jetstar), para começar a disponibilizar três voos entre Macau e Danang, Hanoi e Ho Chi Minh, numa rota triangular com três serviços diários”, referiu o responsável. As novas rotas estão previstas para começar em finais de Março.

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Terça-feira, 18 de Fevereiro de 201408 JTM | LOCAL

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A SAAM irá realizar obras de manutenção na rede de abastecimento durante o período abaixo indicado, pelo que o abastecimento de água será interrompido nos locais abaixo indicados: Data da Interrupção: 2014/02/19 Quarta-feira Horário da Interrupção: Entre as 09.30 e as 17.30 Local da Obra: Rua de João Lecaros Locais Afectados: Nº 2 e Nº 30, Rua de João Lecaros (Todas as residência & lojas)Nº 16 e Nº 28, Rua dos Armazens (Area Construção)Nº 27, Patio da Papaia Edf. Cheong Seng Local de Abastecimento Temporário: Rua da Praia do Manduco HIDRANTE Nº. 1169 Linha Aberta de Informação: 28220088 Atenção: O abastecimento de água será restabelecido a qual-quer momento, dependendo do progresso dos trabalhos A SAAM irá afixar este aviso nas portas dos locais onde o abastecimento de água será interrompido, antes das 17.30 do dia que precede a interrupção do abastecimento, no sentido de confirmar o período de interrupção.

Pedimos desculpas por qualquer inconveniente causado!

• • • BREVES

Associações preparam carta contra corridas de galgosChui Sai On vai receber uma carta ainda este mês, assinada por 150 as-sociações de defesa dos animais, soli-citando o fim das corridas de galgos no Canídromo, noticiou a TDM. Em causa está a morte dos cães quan-do ficam velhos ou incapacitados. A campanha contra as corridas de galgos ganhou, nos últimos tempos, um apoiante de peso. Ricky Gervais, actor britânico, pediu no “Facebook” o fim da morte de galgos no Canídro-mo em Macau, e mais tarde apelou à assinatura de uma petição. Em menos de 24 horas o número de assinantes passou de 40 para 57 mil assinaturas.

SmarTone com prejuízosno valor de 9,3 milhõesA operadora de telecomunicações SmarTone anunciou, pela primei-ra vez nos últimos quatro anos, um prejuízo no valor de 9,3 milhões de dólares de Hong Kong. O montante refere-se ao período de seis meses que terminou em Dezembro de 2013, referiu o “Business Daily”. A quebra de receitas provenientes de serviços “roaming” estará na origem do pre-juízo, acrescenta a publicação.

Reservas cambiais subiram 0,4% em JaneiroAs reservas cambiais da RAEM ci-fraram-se em 129,5 mil milhões de patacas no final de Janeiro de 2014, o que traduz um aumento de 0,4% rela-tivamente aos dados rectificados do mês anterior, que atingiram 129 mil milhões. No entanto, de acordo com estimativas preliminares da Autori-dade Monetária de Macau, em com-paração com os valores em Janeiro de 2013, as reservas tiveram uma dimi-nuição de 7,5 mil milhões.

DSSOPT FEZ ACÇÃO DE DESPEJO

Revertidos terrenos na Ilha VerdeDecorreu ontem a primeira acção de reversão de terrenos na Ilha Verde. Com uma área total de 7.800 metros quadrados, os terrenos irão beneficiar o alargamento dos acessos viários e rede de drenagem, com vista a melhorar as condições sanitárias e do trânsito

Segundo a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Pú-blicas e Transporte (DSSOPT), os terrenos ontem re-vertidos tinham sido utilizados para a colocação de

veículos de transporte de combustíveis sem carga e mate-riais de construção, contando ainda com construções ile-gais. Apesar de alguns dos ocupantes terem cooperado e mostrado iniciativa própria para desocupar os terrenos, outros não procederam da mesma forma, sendo necessá-rio a reversão e vedação do espaço.

Os fiscais da DSSOPT, através de acções de fiscaliza-ção, verificaram que foram edificadas nos terrenos várias construções ilegais de cobertura de zinco ou alumínio e parede de alvenaria e tijolo. Os locais sem construções ilegais foram utilizados para a colocação de contentores, materiais de construção e máquinas de construção civil e estacionamento de veículos, acrescentou a DSSOPT em comunicado.

Da inspecção realizada registaram-se cinco ocupantes, alguns com licença de ocupação temporária já expirada. Três dos ocupantes são empresas de combustíveis que utilizaram os terrenos principalmente para a colocação de veículos de transporte de combustíveis sem carga.

Os terrenos encontram-se localizados juntos da Estra-da Marginal da Ilha Verde, Travessa das Dálias, Rua das Camélias e Estrada Nova da Ilha Verde. Um deles está si-tuado junto do depósito provisório de combustíveis e o Edifício Industrial Man Seng, enquanto que o outro terre-no de menor área consiste num acesso improvisado.

Desde 2009, foram revertidos na RAEM 56 terrenos, perfazendo uma área global de cerca de 233.000 metros quadrados. Estes foram aproveitados para a construção de habitações públicas, equipamentos sociais, execução de acessos viários e execução de zonas verdes.

Segundo a nova Lei de Terras, que irá entrar em vigor a 1 de Março, está definido que a DSSOPT procederá a uma fiscalização periódica dos terrenos e instaurar um proces-so contra a ocupação ilegal ou outras infracções definidas neste diploma legal.

A fim de combater a ocupação ilegal dos terrenos, será introduzida na nova legislação a figura de crime de deso-bediência, sendo agravado o valor da multa para a ocu-pação ilegal dolosa dos terrenos do domínio público ou privado do Governo, cujo valor será indexado à área do terreno ocupada.

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Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2014 JTM | LOCAL 09

ORGANISMO PRETENDE EVITAR INSCRIÇÕES MÚLTIPLAS DE ALUNOS

DSEJ planeia “voucher” para simplificar matrículasPara diminuir os trâmites burocráticos na primeira inscrição dos alunos nas escolas e ajudar as instituições a perceber com antecedência o número de candidatos, está a ser planeada a atribuição de um “voucher” a cada criança. O plano da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude pretende evitar múltiplas inscrições através de um vale, que só pode ser utilizado numa escola

A Direcção dos Serviços de Edu-cação e Juventude (DSEJ) está a planear a implementação de

um sistema de inscrição nas escolas através de um “voucher”, para pou-par no tempo e nas despesas dos en-carregados de educação, estimulando--os a desistir das múltiplas inscrições. O novo modelo pretende ainda que as instituições de ensino consigam pre-ver o número de alunos candidatos.

Segundo o jornal “Ou Mun”, a DSEJ está a estudar a execução deste plano para os estudantes que entram pela primeira vez na escola. Para uti-lizar o denominado “voucher” os pais terão um prazo para escolher o estabe-lecimento de ensino onde pretendem matricular os filhos e depois decidir se pretendem formalizar o processo de inscrição. Este modelo tem como objectivo reduzir a multiplicidade de inscrições de uma criança em várias escolas.

Com o “vale”, que é descrito como tendo uma utilização semelhante ao fornecido pelos Serviços de Saúde, os pais poderão inscrever-se apenas numa escola e passar por um período

de experimentação. De acordo com o jornal “Ou Mun”, estas medidas são “mais confortáveis” para os encarre-gados de educação que assim podem

inscrever “mais cedo as crianças nas escolas e [ao mesmo tempo] poupar nas despesas”.

“As escolas conseguem ainda sa-

ber atempadamente quantos alunos se pretendem inscrever”, o que auto-maticamente permite também conhe-cer com antecedência os resultados das candidaturas. O efeito final englo-ba ainda a simplificação dos procedi-mentos administrativos e financeiros, no âmbito do pagamento das propi-nas.

O JTM contactou a DSEJ para obter mais detalhes sobre o funcionamento, os valores e os benefícios deste novo sistema, mas o organismo relegou informações sobre essa matéria para uma conferência de imprensa que será realizada na próxima semana e que visa a apresentação oficial do an-damento dos trabalhos do plano de “voucher”.

Já de acordo com o “Ou Mun”, a DSEJ disse que compreende o proble-ma que decorre do processo de matrí-culas nas escolas em Macau pelo que pretende auxiliar cada instituição “no planeamento racional e na alocação dos trabalho de inscrição em todas as áreas”.

F.A./L.F

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ARQ

UIVO

DSPA sugere mais 30 produtos para eco-aquisição dos serviços públicosA Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) adicionou 30 novos produtos “amigos do ambiente” ao con-junto existente na lista de sugestões para eco-aquisição por parte dos serviços do governamentais e privados. Este projecto, que pretende ser uma referência na aqui-sição de bens e serviços, tem sido também impulsionado nas entidades privadas, no sentido dos fornecedores e emprei-teiros considerarem a utilização desses produtos “verdes”. Da lista de produtos aconselhados fazem parte materiais de escritório, equipamentos electrónicos, detergentes de limpeza, materiais de revestimento e produtos economizado-res de água. Para além destas sugestões de produtos, a DSPA também elaborou, juntamente com a Direcção dos Servi-ços de Administração e Função Pública e a Direcção dos Serviços de Finanças um conjunto de instruções de utilização para que os serviços públicos adquiram primeiramente os produtos e materiais com menor impacto ambiental, que se-jam recicláveis e tenham um modelo de consumo mais económico. Para consoli-dar este projecto foram já realizados cerca de 34 seminários, direccionados aos res-ponsáveis pela aquisição de material nos serviços públicos da Administração e em entidades privadas. Estas acções que con-taram com a participação de cerca de um milhar de pessoas têm como objectivos cultivar a preocupação com o ambiente e o aproveitamento dos recursos.

EXECUTIVO INSTADO A EXPLICAR ESTRATÉGIA

Incerteza de plano televisivo afecta credibilidade do GovernoO Centro de Política da Sabedoria Colectiva apelou ao Governo para publicar atempadamente o plano que pretende implementar após terminar o contrato de concessão de serviços televisivos com a TV Cabo. O responsável do grupo alerta para a necessidade de clarificar as intenções governativas, sob pena de uma falha poder custar a credibilidade do Governo e elevar a preocupação dos residentes

Para evitar que o término do contrato de concessão da TV Cabo se revista de problemas, o Centro de Política da Sabedoria Colectiva exortou o Gover-

no a divulgar claramente quais são os planos para este mercado com o fim do prometido monopólio. Lei Min Quiang, responsável do Centro, justifica a necessidade de explicar com antecedência os trabalhos de transição que serão desenvolvidos para impedir “que os residen-tes fiquem preocupados com a possibilidade de o novo plano não ser operacional”.

Na perspectiva de Lei Min Quiang, a Direcção dos Serviços de Regulação e Telecomunicações (DSRT) deve-ria definir um plano concreto para evitar ter de “reme-diar” este problema “com um plano temporário e feito à pressa”, o que a acontecer irá “suscitar dúvidas no mer-cado”.

A acção do Executivo na resolução de questões rela-cionadas com o fim de contratos de concessão tem deixa-do a desejar, pelo que o Centro de Política da Sabedoria Colectiva teme que com a TV Cabo se repita um episódio semelhante aos dos táxis amarelos, em que foi lançado um “programa temporário”, o que na verdade, consiste em “disfarçadamente voltar ao modelo de monopólio”.

Tendo em conta que a abertura do mercado dos servi-ços de televisão foi um objectivo assumido pelo Gover-no, uma falha neste sentido poderá custar ao Governo a sua credibilidade, advertiu Lei Lei Min Quiang, em

declarações citadas pelo jornal “Ou Mun”. O mais im-portante, frisa o responsável do Centro, é garantir “a fre-quência de transmissão” para os residentes a partir de 21 de Abril, permitindo o desenvolvimento saudável do mercado.

O risco de as medidas a implementar resultarem no “inverso” do pretendido é uma possibilidade que deve merecer atenção do Governo e tal só poderá ser comba-tido se houver uma apresentação pública do processo, estabelecendo as várias etapas para a conclusão de um plano global “de forma mais eficaz”. Por outro lado, é necessário que as medidas com antecedência para que accionistas, residentes e todos os envolvidos possam estar preparados para as mudanças, afirmou Lei Min Quiang.

Recorde-se que o Governo referiu que haverá uma divisão de canais sendo que os básicos ficarão a cargo de uma associação sem fins lucrativos, cuja identidade é desconhecida. Revelar qual a associação responsável por este conjunto de canais também deve ser prioridade de Governo neste processo. “Não revelar nesta fase essas recomendações ao público poderá fazer com que as pes-soas pensem que o plano não se irá concretizar ou não será operacional. E isso faz com que as pessoas criem uma especulação não necessária”, alertou.

F.A./L.F.

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10 JTM | LOCAL Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2014Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2014

40% DO CURSO TERÁ QUE SER FEITO EM LÍNGUA NÃO MATERNA

Licenciatura bilingue em Direito mais “inclinada” para alunos chinesesTerá início já em Setembro a licenciatura bilingue em Direito da Universidade de Macau, que terá a particularidade de dar a oportunidade aos alunos de frequentarem as aulas do primeiro ano em Portugal ou no Continente chinês. Para além desta novidade, a instituição de ensino apresentou também um mestrado em Estudos de Macau em dois programas de doutoramento

Com início agendado para o próximo ano lectivo, a licenciatura bilingue em Direito da Universidade de Macau (UM) poderá

vir a receber cerca de 30 alunos e terá a duração de cinco anos. “O primeiro ano é destinado à apren-dizagem intensiva da língua não materna”, expli-cou John Shijian Mo.

O director da Faculdade de Direito da Univer-sidade de Macau revelou que a instituição já tem acordos com seis universidades portuguesas para o programa de intercâmbio previsto para o pri-meiro ano. “O objectivo é que os alunos consigam aprender português de uma maneira correcta para conseguirem completar 40 por cento das discipli-nas nessa língua”, afirmou John Shijian Mo.

Para os alunos cuja língua materna é o portu-guês, a situação parece afigurar-se mais complica-da. “Não conseguimos garantir que um aluno sem bases de chinês consiga aprender a língua num ano”, referiu o director da Faculdade de Direito. No entanto, o intercâmbio também é válido para universidades no Continente.

Durante o período de estudos em Portugal ou no Continente chinês, a UM irá subsidiar na totali-dade as propinas da universidade onde decorrerá o intercâmbio, bem como as passagens aéreas e os seguros. Para os estudantes cuja língua materna é o chinês, será necessário obter aproveitamento no “Centro de Avaliação de Português como Língua Estrangeira”.

A licenciatura é composta por um grupo de dis-ciplinas obrigatórias e outro de opcionais, ambas leccionadas em português e em chinês. Os estu-dantes serão, desta forma, obrigados a completar 40 por cento das disciplinas obrigatórias na língua oposta à sua língua materna.

Apesar do curso ser leccionado nas duas lín-guas “para impulsionar a convivência entre as duas culturas” e dos alunos terem que completar parte das disciplinas na língua oposta à principal,

deverão ainda eleger as disciplinas opcionais de duas listas, uma no âmbito de Prática Jurídica e outra das Ciências Jurídicas.

Para completar a licenciatura, os estudantes te-rão que acumular no mínimo 164 créditos.

Para além da licenciatura bilingue em Direi-to, a Universidade de Macau terá também dis-

Susana Diniz

A “Quality Assurance Agency for Higher Education (QAA)”, uma instituição britânica que avalia ins-tituições de ensino em todo o mundo, “aprovou”

a qualidade dos programas oferecidos pelo Instituto Po-litécnico de Macau (IPM), atribuindo-lhe a classificação “confidence”.

Sublinhando que esta é a primeira vez que uma insti-tuição de ensino superior de Macau obtém o reconheci-mento internacional numa avaliação destinada a institui-ções de ensino superior, o Politécnico frisou que a mesma classificação foi concedida às Universidades de Oxford e Queen Mary, em Londres, e congratulou-se com o facto da QAA ter manifestado “a sua satisfação não só com o nível pedagógico e científico do IPM, mas também com a alta qualidade do estudo dos alunos”.

Para o IPM, os resultados da avaliação demonstram que as suas actividades pedagógicas atingiram “nível in-ternacional”.

A proposta para convidar a instituição britânica a rea-

lizar uma avaliação foi apresentada formalmente à tutela do IPM em 2013, refere um comunicado do Politécnico, acrescentando que “a instituição britânica utilizou rigo-rosamente normas internacionais”. As áreas de avaliação abrangeram o “objectivo”, a “missão”, as “características” das actividades pedagógicas do IPM, incluindo programa-ção de cursos, metodologias de ensino e aprendizagem, resultados científicos, gestão de alunos, capacidade de auto-aperfeiçoamento do Instituto, actividades de alunos fora das aulas no campus, capacidade de alunos gradua-dos e o grau de satisfação de empregadores, entre outras.

No mesmo comunicado, a instituição salienta ainda que, desde 2011, vários cursos do IPM têm sido reconhe-cidos por algumas instituições de avaliação internacional, e promete continuar a desenvolver trabalhos do mesmo género para outros cursos. O objectivo final assenta na for-mação de mais quadros qualificados, seguindo o lema do Instituto: “Dilatar o conhecimento técnico-científico com base nas culturas da China e do Ocidente”.

Politécnico com “confiança” britânica e nível internacionalO Instituto Politécnico de Macau (IPM) recebeu a classificação de “confiança” no âmbito de uma avaliação feita por uma instituição britânica aos seus programas de ensino

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JTM | LOCAL 11Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2014 JTM | LOCAL 11Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2014

40% DO CURSO TERÁ QUE SER FEITO EM LÍNGUA NÃO MATERNA

Licenciatura bilingue em Direito mais “inclinada” para alunos chinesesTerá início já em Setembro a licenciatura bilingue em Direito da Universidade de Macau, que terá a particularidade de dar a oportunidade aos alunos de frequentarem as aulas do primeiro ano em Portugal ou no Continente chinês. Para além desta novidade, a instituição de ensino apresentou também um mestrado em Estudos de Macau em dois programas de doutoramento

deverão ainda eleger as disciplinas opcionais de duas listas, uma no âmbito de Prática Jurídica e outra das Ciências Jurídicas.

Para completar a licenciatura, os estudantes te-rão que acumular no mínimo 164 créditos.

Para além da licenciatura bilingue em Direi-to, a Universidade de Macau terá também dis-

ponível dois cursos de mestrado. Cerca de 15 va-gas estarão disponíveis no início do ano lectivo 2014/2015 para o mestrado em Tradução Jurídica e entre 25 e 30 para o mestrado de Prática Jurídica em Macau.

Ambos os cursos têm duração de dois anos e são leccionados em português e chinês.

Novo mestrado em Estudos de MacauPara além das novidades na Faculdade de Di-

reito, a UM apresentou também um mestrado de Ciências Sociais em Estudos de Macau. Hao Yufan referiu que o curso, que vai começar em Setembro e terá a duração de dois anos, abrirá cerca de 25 vagas.

Alunos de Direito poderão fazer primeiro ano do curso em Portugal ou no Continente

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JTM “As aulas serão dadas em chinês e em inglês,

dependendo da língua falada por professores e alunos”, disse o director da Faculdade de Ciências Sociais. No entanto, pode haver a opção de entre-ga da tese em português, mas mediante aprovação prévia. O curso engloba disciplinas como História de Macau, Literatura e Artes em Macau e ainda Macau sob as Perspectivas da China e do Mundo.

Os estudantes terão que completar no mínimo 24 créditos, podendo optar por uma tese mais prá-tica ou mais académica.

Quanto aos programas de doutoramento, tanto a Faculdade de Ciências da Saúde como a Faculdade de Ciências e Tecnologia também apre-sentaram novidades.

O director da Faculdade de Ciências da Saúde apresentou o curso de doutoramento em Ciências Biomédicas com um novo sentido. “O objectivo é tornar a Universidade de Macau num centro de pesquisa reconhecido internacionalmente”, refe-riu o professor Ge Wei.

Referindo-se à dificuldade em “encontrar alu-nos de alto calibre” no território, o director frisou a importância do recrutamento de recursos hu-manos. “Neste momento temos 60 investigadores nos vários programas de doutoramento em Ciên-cias Biomédicas, mas vamos precisar de mais”, afirmou. A área de estudos deste doutoramento renovado assentará em doenças infecto-contagio-sas, cancro e estudo de células estaminais, entre outros.

Quanto ao doutoramento disponibilizado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia, o novo pro-grama assenta no estudo de Física Aplicada e En-genharia de Materiais.

Philip Chen, director daquela Faculdade, apre-sentou as novas matérias que serão leccionadas neste programa de doutoramento, com destaque para a física integrada, bio e nano tecnologia, en-tre outras.

Para os programas de doutoramento, podem candidatar-se alunos com licenciatura ou mestra-do. A duração dos programas é de três anos.

lizar uma avaliação foi apresentada formalmente à tutela do IPM em 2013, refere um comunicado do Politécnico, acrescentando que “a instituição britânica utilizou rigo-rosamente normas internacionais”. As áreas de avaliação abrangeram o “objectivo”, a “missão”, as “características” das actividades pedagógicas do IPM, incluindo programa-ção de cursos, metodologias de ensino e aprendizagem, resultados científicos, gestão de alunos, capacidade de auto-aperfeiçoamento do Instituto, actividades de alunos fora das aulas no campus, capacidade de alunos gradua-dos e o grau de satisfação de empregadores, entre outras.

No mesmo comunicado, a instituição salienta ainda que, desde 2011, vários cursos do IPM têm sido reconhe-cidos por algumas instituições de avaliação internacional, e promete continuar a desenvolver trabalhos do mesmo género para outros cursos. O objectivo final assenta na for-mação de mais quadros qualificados, seguindo o lema do Instituto: “Dilatar o conhecimento técnico-científico com base nas culturas da China e do Ocidente”.

Politécnico com “confiança” britânica e nível internacionalO Instituto Politécnico de Macau (IPM) recebeu a classificação de “confiança” no âmbito de uma avaliação feita por uma instituição britânica aos seus programas de ensino

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Terça-feira, 18 de Fevereiro de 201412 JTM | PUBLICIDADE

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Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2014 JTM | DESPORTO 13

Manuel Queiroz

LIGA DOS CAMPEÕES

Inglaterra com dois jogos “enormes”A pátria do futebol vai ser palco hoje e amanhã dos grandes jogos da regressada Liga dos Campeões, com o Manchester City a receber o FC Barcelona e o Arsenal como anfitrião do Bayern Munique

FC Porto renovado

HOJE Bayer Leverkusen - Paris Saint Germain

Manchester City - Barcelona

AMANHÃAC Milan - Atletico Madrid

Arsenal - Bayern Munich

*Em Macau, os jogos iniciam-se às 3 e 45 da madrugada seguinte

Partida por quatro dias e duas semanas, a primei-ra mão dois oitavos de

final, o primeiro passo a eli-minar rumo à final do Estádio da Luz, a 24 de Maio, arranca os dois “duelos” mais aguar-dados. Como vencedores dos seus grupos, FC Barcelona e Bayern Munique têm a vanta-gem de jogar a segunda mão em casa, mas é a única, já que o sorteio lhes colocou no ca-minho os mais complicados dos segundos classificados.

Face ao seu potencial, o “onze” de Tata Martino parte com favoritismo, mas muito

ligeiro, face a um conjunto também moralizado. Mesmo sem o argentino Sergio “Kun” Aguero, o City, do chileno Ma-nuel Pellegrini, é muito forte no Etihad, onde o FC Barcelo-na terá de ter todos os cuida-dos defensivos.

O embate entre os ingle-ses e os espanhóis marca o arranque da fase da eliminar, na terça-feira, dia em que os “novos-ricos” do Paris Saint--Germain vão tentar começar a confirmar o seu claro fa-voritismo face ao Bayer Le-verkusen, na Alemanha. Sem Mundial2014, o sueco Zlatan

Ibrahimovic vai querer fazer certamente da “Champions” o seu palco para brilhar, embora o PSG também tenha Edinson Cavani, sem esquecer Thiago Silva ou Ezequiel Lavezzi.

Por seu lado, o Bayer Le-verkusen, segundo no cam-peonato alemão, a “longín-quos” 16 pontos do campeão

Bayern Munique, “aposta tudo” em Stefan Kiessling, numa altura em que o colecti-vo parece “curto” para poder lutar com o PSG.

Na quarta-feira, será a vez dos bávaros, que, depois de uma época sensacional com Jupp Heyckes, estão ainda melhor com Pep Guardiola,

sendo que já ganharam a Su-pertaça Europeia, o Mundial de clubes e terão já encomen-dado as faixas de campeões germânicos.

Face a um conjunto que pa-rece em quebra, mesmo tendo afastado da Taça de Inglater-ra o Liverpool, o Bayern Mu-nique é claramente favorito a repetir o que fez em igual fase da edição transacta, apesar da ausência de Franck Ribéry e do seu substituto habitual, Xherdan Shaqiri, ambos lesio-nados.

No mesmo dia, é a vez do Atlético de Madrid tentar mostrar em San Siro, face ao AC Milan, que “pertence” à elite, numa época em que tem conseguido lutar de igual para igual com os “todos podero-sos” FC Barcelona e Real Ma-drid na Liga espanhola.

A primeira mão dos oita-vos de final da Liga dos Cam-peões apenas fica concluída na semana seguinte.

Que Manchester City vai aparecer no Emirates Stadium?

O FC Porto teve vitória justa em Barcelos, mas só por 2-1, numa partida em que a equipa de Paulo Fonseca mereceu bastante mais, tantas as oportunidades e os remates perigosos dos seus jogadores. Valeram os dois golos de Varela, contra um de Hugo Vieira

Depois de três jogos sem ga-nhar fora – e sem marcar qualquer golo – o campeão

dominou, controlou e teve talvez a sua melhor exibição fora de casa de toda a temporada. Faltaram mais golos, como faltou na segunda parte mais capacidade para gerir a partida sem partir o jogo, como aconteceu. Se Varela foi o homem do jogo, Herrera e Abdoulaye formaram uma corrente que nunca deu hipóteses ao Gil.

A primeira parte foi mesmo mui-to boa, mas só rendeu um golo apesar de um domínio intenso e de meia dú-zia de boas oportunidades de golo, que foram sendo falhadas por vários jogadores. Com dois centrais rápidos – Abdoulaye e Mangala – a equipa alugou meio- campo e permitiu que Herrera fizesse a diferença pelo mo-vimento ora em profundidade ora longitudinal, mas também pelas ace-lerações de Varela e Danilo ou pela segurança transmitida por Fernando.

O 4-2-3-1 funcionava também por-que o meio-campo do Gil não conse-guia responder. Luan, Luís Silva e João Vilela não tinham andamento para os adversários, apesar de Brito e Diogo Viana serem sempre mais médios do

que avançados para tentar conter a avalancha de futebol portista. Mas os passes precisos, em progressão, conse-guiam dar uma enorme vantagem ao campeão nacional.

O Gil tentou que o seu 4-3-3 (4-5-1 em muitos momentos, claro) fosse a organização certa, mas a verdade é que Herrera e Fernando foram fazen-do toda a diferença, porque correram 90 minutos e sempre como se o jogo tivesse começado naquele momento. Na segunda parte não foi diferente, mesmo quando João de Deus tentou apostar em 4-4-2, com Mosquera e Hugo Vieira como pontas de lança, Caetano e Briton nas alas.

Foi bonita a tentativa, mas um FC Porto a desperdiçar menos teria cha-mado um figo à ousadia de um Gil que vai em 15 jogos sem ganhar.

JTM/DN

Águia soube trabalharSem hipótese de jogar para a nota artística, o Benfica venceu em Paços de Ferreira graças a uma segunda parte inteligente e de combate. E assim a liderança mantém-se bem segura

Carlos Nogueira

Não se pense que a tarefa da equipa de Jorge Jesus foi fácil diante de um dos últimos classificados. A

prova disso foi a forma como os pacenses bloquearam a primeira fase de construção do Benfica no primeiro tempo, com os ho-mens mais adiantados a fazer uso da velo-cidade para impedir que Luisão, Garay e Fejsa pudessem imprimir ritmo ao jogo. É verdade que o Paços de Ferreira não con-seguiu incomodar Oblak, mas não deu li-berdade aos criativos do Benfica, que nem através das alas conseguiam abrir a defesa nortenha.

Sem possibilidade de praticar um fu-tebol de nota artística, até porque o relva-do pesado não o permitia, era preciso um Benfica operário e foi isso que aconteceu, sobretudo após o intervalo. O mérito é das alterações tácticas promovidas por Jesus. Rúben Amorim passou então a vir mais atrás buscar a bola e Gaitán apoiou mais na zona central do meio-campo. Era pre-ciso continuar a ser paciente. Amorim viu aumentar a sua influência, tornando-se um “todo-o-terreno”, sempre com a retaguar-da bem protegida por Fejsa.

Jesus sabia que era impossível aos pa-censes manterem a mesma concentração durante todo o jogo. E foi precisamente num desequilíbrio provocado por Rúben Amorim e consequente falha de posicio-

namento do Paços de Ferreira, que Garay abriu o marcador.

O mais difícil estava feito. O Paços ti-nha de ir à procura do empate e, como tal, deixou mais espaços para as cavalgadas atacantes dos benfiquistas. O segundo golo acabou por ser uma questão de tempo e surgiu graças a Markovic, o jogador mais veloz em campo.

As águias desferiram o golpe fatal e só era preciso amarrar a presa para que os três pontos não fugissem. E o que se pode dizer é que Oblak continuou a ser um espectador. Aliás, o Benfica exibe agora uma consistên-cia defensiva difícil de imaginar até há dois meses, quando sofria golos em quase todos os jogos. É que nos últimos 11 jogos oficiais só encaixou um.

JTM/DN

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Terça-feira, 18 de Fevereiro de 201414 JTM | ACTUAL

O ministro da Defesa do governo interi-no do Egipto, general Al Sisi, o (prati-camente certo) próximo presidente da

República, foi a Moscovo para concretizar a compra de equipamento militar de que as suas Forças Armadas necessitam, após a suspensão parcial da cooperação norte-americana.

Tal suspensão, como se sabe, constituiu forma de reacção de Washington ao golpe que destronou Morsi, o primeiro presidente livre-mente eleito na História política do país.

Os novos dirigentes do Cairo não ficaram parados e procuraram alternativas, como acon-tece sempre em casos análogos.

Por “mero acaso”, o general avistou-se com o presidente russo Vladimir Putin que “não se esqueceu” de lhe desejar boa sorte para o seu próximo futuro, desde logo como candidato presidencial...(e presidente, acrescento eu).

Estas coisas não acontecem por acaso e é interessante analisar o respectivo significado.

O Egipto é uma peça demasiado importan-te no xadrez do Médio Oriente para ser reques-tado apenas por um só parceiro internacional, a nível das grandes potências, ou de se permi-tir ficar refém de apenas uma delas.

Os objectivos dos EUA na região são conhe-cidos: manutenção do status quo global, com preferência para a parceria com a Arábia Sau-dita; defesa de Israel: e como consequência das duas prioridades anteriores, inviabilização das tentativas de o Irão se tornar potência nuclear.

Recorde-se que, no actual conflito sírio, os americanos apoiam grosso modo o sunismo saudita, representado pela facção mais mode-rada da oposição a Assad, contra o xiismo ira-niano, em que se apoia o regime de Damasco.

Mas nem sequer isto é rigoroso, porque a al-Qaeda e seus afiliados não são xiitas; e são esses que americanos e europeus estão a ex-cluir de uma solução política final, com as di-ficuldades conhecidas de os radicais estarem a lutar no terreno e os outros quase só na mesa das negociações...

Isto, tendo como pano de fundo a preser-vação da segurança energética dos EUA, des-de logo pela estabilidade do fornecimento do “crude” por Riade.

Os objectivos da Federação Russa no Mé-dio Oriente poderiam ser resumidos da forma seguinte: de um modo geral, reconquista da influência da antiga União Soviética na região, e consolidação do mercado regional para a sua indústria de armamento.

Recorde-se que, no contexto da Guerra Fria, os soviéticos foram os amigos naturais do na-cionalismo árabe, tendo em Nasser - para falar do Egipto - um compagnon de route, gerado na reacção contra europeus e americanos, nas es-colas do anti-colonialismo.

E essa ligação histórica, esse capital de uma amizade antiga, quebrada desde a viragem pro-ocidental de Sadat - que o presidente Vla-dimir Putin não querer perder mas, pelo con-trário, reinventar, à luz dos interesses actuais do seu país, na presente configuração federa-tiva. O Egipto terá assim, na era al-Sisi, dois amigos, em vez de um, na navegação que terá que fazer em política externa.

Mas a China terá também uma palavra a di-zer, interessada que está na região.

*Ex-embaixador de Portugal nas Coreias, ASEAN e Indonésia.

Docente da Universidade de S. José.

O generalem Moscovo

OBSERVATÓRIOCarlos Frota*

GUINÉ-BISSAU

Mais crianças para a rua?

Cansada de ver crianças abandonadas na Guiné--Bissau, Francisca Conceição criou um orfana-to há quatro anos onde já acolhe 42 menores, só

que a falta de apoios ameaça deixá-los na rua, onde a maioria foi deixada.

É o caso da pequena Bissanta, de 12 meses, uma das mais novas residentes. Foi deixada na instituição sem nada que a protegesse: “eram 06:00 da manhã e ouvi um bebé chorar. Alguém a tinha deixado aqui à porta”.

O mais novo é Joel, com poucas semanas, entregue por vizinhos da família que o rejeitou, porque a mãe morreu no parto - é vítima da crença de que o filho carrega uma maldição.

Bissanta, Joel e outras crianças até aos 14 anos têm uma casa com várias refeições ao dia, pré-escolar, en-sino numa escola privada a partir do básico (as es-colas públicas não funcionam), cama, roupa lavada e um pátio para brincar, tudo com o apoio de 10 fun-cionárias.

Dormem aos pares, porque não há camas para to-dos, e partilham instalações sanitárias, construídas de raiz, oferecidas por uma empresa da capital.

Francisca até já recebeu um terreno para dar largas à obra social, mas não tem dinheiro para lá construir nada, pelo que o Lar Bethel funciona em instalações alugadas.

O orfanato ainda não conseguiu reunir um gru-po de doadores fixos e vive das ajudas pontuais de amigos e algumas entidades - o único apoio regular consiste na entrega de alimentos pela Parceria Inter-nacional para o Desenvolvimento Humano (IPHD, sigla inglesa).

Depois, há quem entregue sacos de arroz de vez em quando, roupa ou calçado, mas tudo junto já não chega, nem mesmo somando a prestação que Fran-cisca, 59 anos, recebe mensalmente como missionária evangélica brasileira e que entrega para o orfanato - sem pendor religioso.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNI-CEF) apoiou pela primeira vez o Lar Bethel há algu-mas semanas, com um carregamento de roupas.

A falta de doações regulares está a deixar marcas: um tanque de esgoto já vaza ao fundo do quintal, há crianças a faltar à escola por falta de verbas e as ren-das em atraso começam a acumular-se.

Sem apoios públicos e com poucos privados, um orfanato de Bissau teme o inevitável: que mais 42 crianças vão para a rua. Uma história arrepiante

“Não quero imaginar o que pode acontecer. Não sei quem são os parentes da maioria das crianças, nem um tio. Foram abandonadas ou recebidas de hospitais”, refere Francisca. “Tenho batido a várias portas, mas até agora nenhuma se abriu. Isto está insuportável”.

A cada dia que passa, as despesas aumentam e a fundadora do Lar Bethel reza para que não lhe deixem mais crianças à porta, porque, se por um lado, não tem condições para acolher mais, por outro, não consegue dizer que não. “O que queremos? É simples: profis-sionalizar a instituição e entregar os filhos da Guiné--Bissau ao seu próprio país”, conclui.

No país estima-se que apenas 24% por cento dos nascimentos sejam registados, de acordo com os últi-mos dados disponíveis, ou seja, o Inquérito aos Indica-dores Múltiplos (MICS, sigla inglesa) de 2010, dinami-zado pela UNICEF e instituições públicas.

No inquérito, 10 por cento das mães ou tutoras apresentou documentos dos bebés, enquanto 14 por cento disse ter registado os filhos, mas não mostrou comprovativos.

*Jornalista da Lusa

VOLTA AOMUND

CHINAA policia chinesa atribuiu a “extremistas religiosos” o último “ataque terrorista” no Xinjiang, que elevou para mais de 200 o número de incidentes registados desde 2012 naquela região de maioria muçulmana, anunciou a imprensa oficial no fim--de-semana. Um homem identificado como Mehmut Tohti, aparentemente de etnia uigure, “começou a propagar o extre-mismo religioso há três anos” e “liderava uma grupo de treze suspeitos terroristas desde setembro de 2013”, disse a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua citando a polícia local.

FILIPINASUm sismo de magnitude 5,8 abalou ontem o noroeste da ilha

de Luzon, com o epicentro do sismo localizado a 10 qui-lómetros de profundidade, a 18 quilómetros a oeste no-roeste da cidade de Davila e a 441 quilómetros a norte de Manila, sem que tenham sido reportadas vítimas ou lançado o alerta de tsunami.

JAPÃOMilhares de pessoas continuavam “presas” ontem nas es-tradas do país e linhas de caminho-de-ferro nas prefei-turas de Yamanashi e Nagano, centro do país, devido ao forte nevão de 14 de Fevereiro. A queda de neve ‘fechou’ 47 troços de estrada deixando cerca de mil condutores sem poderem regressar a casa desde sexta-feira, revelou a cadeia NHK.

COREIA DO NORTEO líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, prestou tributo em Pyongyang ao seu falecido pai, Kim Jong-il, por oca-sião do 72.º aniversário do seu nascimento. O jovem diri-gente depositou flores junto ao corpo embalsamado do conhecido “querido líder” no Palácio do Sol de Kumusan da capital norte-coreana, informou a agência de notícias oficial KCNA.

Luís Fonseca*

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Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2014 JTM | ROTEIRO 15

TDM 13:00 TDM News (Repetição) 13:30 Telejornal RTPi (Diferido) 14:30 RTPi Directo 17:50 Caminho das Índias (Repetição) 18:30 TDM Desporto 19:30 Baía das Mulheres 20:30 Telejornal 21:00 TDM Entrevista 21:30 Irmãos e Irmãs Sr.5 22:00 Caminho das Índias 23:00 TDM News 23:30 Portugal Aqui Tão Perto 00:00 Telejornal (Repetição) 00:30 RTPi Directo

30 FOX SPORTS13:00 Liga Bbva 2013/14 Villarreal CF vs. Celta de Vigo 14:30 Liga Bbva 2013/14 Athletic Club de Bilbao vs. RCD Espanyol 16:00 Dutch Eredivisie 2013/14 Twente Enschede vs. Vitesse Arnhem 17:30 Archery World Cup 2013 18:00 La Liga Review 19:00 (LIVE) FOX SPORTS Central 19:30 Dutch Eredivisie 2013/14 Highlights 20:30 FOX SPORTS Central 21:00 Singha Football Crazy 21:30 BWF Badminton World Magazine Show 22:00 UFC Unleashed 23:00 (LIVE) FOX SPORTS Central

31 STAR SPORTS13:00 Australian Open 2014 Men’s / Women’s 1st Round 16:00 Copa Lagos Beach Soccer 2013 Senegal vs. Germany 17:00 30 For 30: June 17th 1994 18:00 Rolex Spirit Of Yachting 2013 18:30 FIM Fmx World Champs 2013 19:30 Australian Open 2014 Day #9 Highlights 20:30 Australian Open 2014 Night #9 Highlights 21:30 (LIVE) Score Tonight 2014 22:00 Singha Football Crazy 22:30 BWF Badminton World Magazine Show 23:00 0NE Fighting Championship

40 FOX MOVIES11:55 Signs 13:45 The Proposal 15:35 Act Of Valor 17:25 Pretty Woman

19:25 Bullet To The Head 21:00 Ultraviolet 22:30 The Walking Dead 23:20 Evidence 00:55 Silver Linings Playbook

41 HBO11:30 Step Up Revolution 13:10 Like Crazy 14:40 Seeking Justice 16:30 Ferris Bueller’S Day Off 18:10 Bewitched (2005) 19:55 The Interpreter 22:00 Premium Rush 23:30 Final Destination 5

42 CINEMAX11:25 Contraband 13:10 Shaft 14:45 Eden 16:00 The Guns Of Navarone 18:30 Justice League: Doom 20:00 The Three Musketeers 22:00 Banshee 23:00 30: Minutes Or Less 00:30 Waterworld

50 DISCOVERY13:00 Get Out Alive With Bear Grylls 14:00 Lobstermen 15:00 The Detonators 16:00 Abalone Wars 17:00 Dirty Jobs 18:00 How Do They Do It? 18:30 How It’s Made 19:00 Deadliest Catch 20:00 Auction Hunters 21:00 You Have Been Warned 22:00 Naked Castaway 23:00 Dirty Jobs 00:00 Auction Hunters

51 NGC12:30 Dog Whisperer 13:25 Car SOS 14:20 Somewhere In China 15:15 Kung Fu Motion 16:10 Scam City 17:05 The Border 18:00 Strippers: Cars For Cash 19:00 Dog Whisperer 20:00 None of the Above 21:00 Kung Fu Motion 22:00 Scam City 23:00 Drugs Inc. 00:00 Kung Fu Motion

54 HISTORY13:00 The Pickers 14:00 Aussie Pickers 15:00 Pawn Stars 16:00 Count-ing Cars 17:00 Ancient Aliens 18:00 Kings Of Restoration 18:30 Pawn Stars 19:00 The Pickers 20:00 10 Things You Don’t Know About 21:00 Storage Wars 22:00 Hidden Cities Extreme 23:00 Duck Dynasty 00:00 Storage Wars

55 BIOGRAPHY13:00 Confessions: Animal Hoarding 14:00 Storage Wars 15:00 Flip This

House 16:00 Billy The Exterminator 17:00 Child Of Our Time 18:00 Flip-ping Vegas 19:00 Baggage Battles 21:00 Flipped Off 22:00 Barter Kings 23:00 Confessions: Animal Hoarding 00:00 Baggage Battles

62 AXN13:00 Total Blackout 13:55 Bloopers 14:50 The Amazing Race 15:45 The Voice 16:40 Wipeout 17:30 Common Law 18:20 Hawaii Five-0 19:15 Ncis: Los Angeles 20:10 Bloopers 21:05 101 Ways To Leave A Game Show 22:00 Csi: Miami 22:55 Common Law 23:50 Bloopers 00:45 Csi: Miami

63 STAR WORLD12:55 Glee 13:45 Million Dollar Decorators 14:35 How I Met Your Mother 15:25 New Girl 16:15 Desperate Housewives 17:05 Million Dollar Decora-tors 18:00 Mistresses 18:55 Glee 21:40 Revenge 22:35 Once Upon A Time In Wonderland 23:30 Glee

82 RTPI14:30 Telejornal Madeira 15:01 Os Nossos Dias 15:46 Ler , Ler Melhor 15:53 5 Minutos Com Um Cientista - Manuel Graça 16:00 Bom Dia Portu-gal Directo 17:01 Novos Autores 17:59 Ler , Ler Melhor 18:06 5 Minutos Com Um Cientista(R) 18:13 Bem-vindos a Beirais 19:00 Telejornal Ásia Directo 19:34 Uma Mesa Portuguesa... Com Certeza - Madrid 20:07 João Semana 21:00 Jornal da Tarde Directo 22:15 5 Para a Meia-Noite 23:27 Os Nossos Dias 00:12 O Preço Certo 01:05 Novos Autores 02:00 Portugal em Directo 03:01 Ler , Ler Melhor 03:13 Bem-vindos a Beirais 04:00 Telejornal Directo 05:00 Tec@Net 05:20 Praça da Alegria

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi (Amarelo) 28 519 519Táxi (Preto) 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866

• • • TEMPO

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SOCIEDADE PROTECTORA

DOS ANIMAIS DE MACAU

TEL: 28715732/63018939ANIMA

TELEFONES ÚTEIS

CLUBE MILITAR DE MACAUAvenida da Praia Grande, 975, Macau

TEL: 28714000

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• • • HOJE 18/02130C/220C

WWW.SMG.GOV.MOA programação é da responsabilidade das estações emissoras

03:45TDM SPORT

Man City vs Barcelona

CINETEATROS1 Robocop14:00 • 16:00 •18:00• 21:45

S2 Winter’s Tale14:30 •16:30 • 21:30

TORRE DE MACAUJack Ryan: Shadow Recruit14:30 • 16:30 • 19:30• 21.30

GALAXY

THEATER VÁRIOSThe Lego Movie (3D)-15:15 • 19:10

THEATER VÁRIOSGolden Chickensss-13:00 • 14:10 • 14:35 • 17:10 • 17:30 • 19:00 • 21:15• 21:20 • 23:15 • 23:25

THEATER VÁRIOSFrom Vegas to Macau -12:20 • 13:00 • 13:40 • 14:50 • 16:05 • 16:40 • 18:30 • 19:25 • 19:55 • 21:10 • 23:10 • 23:40

THEATER VÁRIOSSaving Mr. Banks (3D) -15:20 • 18:50

THEATER VÁRIOSThe Monkey King (3D) -12:20 • 12:40 • 14:55 • 16:30 • 19:05 • 21:00 • 23:15

THEATER 6Justin and the Knights of the Valour -17:40

THEATER VÁRIOSHello Babies - 19:35 • 21:25 • 23:15

ADMITE: Funcionário de Secretaria

Condições: Ser portador de BIRFalar Português e CantonenseQualificação na áreaDomínio de Excell e Word

Envie C.V. detalhado para [email protected]

Mais informações Tel: 28533544

Jardim de Infância D. José da Costa Nunes

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Terça-feira, 18 de Fevereiro de 201416 JTM | OPINIÃO

Breve ensaio sobre o que PodemosPodemos - é um verbo, uma certe-

za, uma intenção. Podemos não é, aqui, a versão traduzida do conhe-

cido “yes we can” da primeira candida-tura de Obama à Casa Branca. Podemos, aqui e agora, é outra coisa. É um sonho, uma vontade, um contágio, uma irreve-rência, um projecto, um manifesto, uma incomodidade. Uma diferença.

Em que circunstâncias diríamos “Podemos”? Até onde cada um de nós - eventual leitor e eu - estaremos dispo-níveis para podermos fazer o que deve ser feito, que a nossa consciência exige? E estando disponíveis, “Podemos”?

Podemos também pode ser uma for-ma de poder no plural, no sentido colec-tivo, comunitário, afectivo e solidário. Sempre que podemos o poder é nosso, é como disséssemos em coro ou em gru-po que só assim podemos, enquanto um todo - como o lobo cuja força está na al-cateia.

Podemos pode também ser a reinven-ção da velha frase que reivindicava, nos idos de 68, “a imaginação ao poder”. O líder dessa juventude irrequieta que vi-rou Paris do avesso é deputado europeu e milita num partido ecologista na Ale-manha. Podemos é ainda uma forma de vida, de afirmação, de resistência, de re-cusa. Por isso Podemos ambicionar a mu-dança e a transformação. Podemos igual-mente vencer o cansaço, a desconfiança, a inacção, o conformismo, a mediocridade. Podemos querer mais e melhor. Podemos dizer basta. Podemos não gostar de sopa - da dos pobres - nem de esmola e menos

ainda de caridade. Podemos ir e vir, falar e calar, dobrar a coluna ou ter dignidade. Podemos é diferente de se nós pudésse-mos. Podemos é a certeza de poder, do poder que cada um tem à sua dimensão, como o pequeno colibri que ao ver a flo-resta a arder cumpria o seu papel de ave comprometida com o seu meio e despe-java sobre as chamas a míngua de água que o seu bico podia transportar a partir do rio mais próximo.

Podemos é, pois, uma forma de nos comprometermos com uma ideia, um verbo, uma intenção, um sonho, uma responsabilidade. A partir do momen-to em que dizemos Podemos já estamos em acção, a desejar, a lutar - o inverso do desinteresse, do marasmo, da alienação. Do encolher de ombros. Da preguiça feita modo ou vício de vida. E não poder não é vida que se tenha ou se deseje. Porque é a negação de tudo, é a desistência, a inexis-tência, é o buraco negro.

Em breve, Podemos vai dar que fa-lar. Vai ser uma forma de expressão, um ponto de vista, um projecto de vida, um modo de agitar as pessoas e as cidades, de incomodar a comodidade instalada, alguma dela bafienta. Podemos vai agitar consciências, provocar debates e discus-

sões; vai ser controverso dizer Podemos e mais ainda quando perguntar aos outros porque não fazem o mesmo.

As próximas eleições para o Parla-mento Europeu vão contar, em Espanha, com a Plataforma Podemos, que um gru-po de jovens irrequietos, mas de pensa-mento muito consistente, lançaram há menos de um mês. O objectivo é agitar as águas chocas de uma democracia mori-bunda, em que uma das suas palavras de ordem é a de reclamar a genuína ideia de que a democracia é o poder do povo e não de uma minoria.

Não sei o que podemos esperar. Mas sei que Podemos fazer com que as coisas não sejam sempre como nós não quere-mos. Basta querermos. E podemos? Pablo Iglésias, um jovem professor de Ciência Política da Universidade Complutense de Madrid e um dos líderes e fundadores

da Plataforma, acredita que sim e que é crucial chegarem ao Parlamento Europeu ideias diferentes. O que pensará o jovem “Dany vermelho”, designação que a im-prensa deu a Daniel Cohn-Bendit no pico da crise de 68 e que ficou para sempre como o principal rosto desse movimento de contestação?

Dany era estudante de Sociologia, Pa-blo, de Ciência Política. Mais uma vez se comprova que o saber pensar é subver-sivo, que as Ciências Sociais e Humanas - que até não criam riqueza nem geram mais-valias - devem ser reduzidas aos serviços mínimos, como nas greves. A não ser que se decida que podemos mu-dar de rumo. Mas como podemos pensar diferente se nos dizem que não há alter-nativa?

* Professor de Jornalismo na Universidade de Coimbra e ex-residente em Macau.

CHOVER NO MOLHADOJoão Figueira*

Em breve, Podemos vai dar que falar. Vai ser uma forma de expressão, um ponto de vista, um projecto de vida, um modo de agitar as pessoas e as cidades, de incomodar a comodidade instalada, alguma dela bafienta. Podemos vai agitar consciências, provocar debates e discussões; vai ser controverso dizer Podemos e mais ainda quando per-

guntar aos outros porque não fazem o mesmo

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Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2014 JTM | OPINIÃO 17

Dito

(...) “Nada tenho contra a autonomia das escolas, mas em Macau essa liberdade é tal que se torna prejudi-cial à qualidade do ensino” (...)

• • • HÁ 20 ANOS

In “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau” 18/02/1994

PIDDA ATINGE NÍVEL MAIS ELEVADO DE SEMPREO Plano de Investimento e Despesas de Desenvolvimen-to da Administração (PIDDA) de Macau atingiu um nível de execução de 89,3 por cento du-rante o ano de 1993, indica um estudo oficial a que a agência Lusa teve acesso. Segundo o documento, as verbas cativas no PIDDA durante o exercício de 1993 totalizaram 1647,7 mi-lhões de patacas, 89,3 por cen-to foram liquidadas. Cerca de 32,1 por cento das liquidações, a que corresponde uma verba de 516,1 milhões de patacas, ocorreram no mês de Dezembro do ano transacto ou em período complementar. A percentagem de execução do PIDDA é a mais elevada desde sempre em Ma-cau. Ao nível da concentração de investimentos da adminis-tração pública, a área dos trans-portes e obras públicas lide-rou no ano passado a lista dos montantes recebidos, com 1209 milhões de patacas. Seguiram--se as áreas da segurança, 101,6 milhões de patacas, administra-ção, educação e juventude, 99,2 milhões de patacas, e saúde e assuntos sociais, 75 milhões de patacas.

IMAGEM DE MACAU FASCINA TURISMOMacau é um dos quatro desti-nos turísticos sugeridos na ru-brica “Traveler’s Adviser” da última edição da revista norte--americana “Time”, ontem pos-ta à venda no Território. A par da Austrália, Vietname, Japão e Reino Unido, que são também destinos sugeridos pelo jorna-lista Sinting Lai, Macau é apre-sentado como a “Las Vegas do Oriente”. O jornalista saliente que, apesar dos seus 17 quiló-metros quadrados, Macau foi visitado no último ano por cer-ca de 7,5 milhões de pessoas, a maior parte das quais deman-dou o Território, ainda adminis-trado por Portugal para jogar nos seus casinos. Finalmente, o jornalista sublinha a existência de um novo terminal marítimo para a ligações entre Macau e Hong Kong com capacidade para 30 milhões de passagei-ros/ano, cuja entrada em fun-cionamento introduziu signifi-cativas melhorias no trânsito de pessoas entre os dois territórios.

Inês Santinhos Gonçalves, in “Ponto Final”

Ficou famosa em 2012 por opor-se ao “obsceno” salário de 18 milhões de libras do CEO do Barclays, quando integrava o comité de remunerações do banco britâni-

co. Agora faz furor por defender a licença de maternidade de seis anos. Alison Carnwath assume-se mulher de causas, mas é também uma figura respeitadíssima no mundo dos negócios. Lidera a Land Securities, imobiliária dona de boa parte de Londres, incluindo as muito fotografadas luzes em Piccadilly.

O que defende então esta dame do Império Britânico, o equivalente feminino a sir? Que as empresas aceitem que por um período até seis anos as mulheres “possam dedicar-se a ter filhos e a cuidar deles sem obrigação de trabalho a tempo inteiro”. E acrescenta que os próprios empregadores ficarão a ganhar, pois muitas vezes investem na formação das mu-lheres e depois assistem à sua partida, quando a escolha tem de ser entre família e profissão.

Única mulher chairman das empresas do FTSE 100, o ín-dice bolsista londrino, Carnwath sempre lutou contra o ma-chismo no trabalho. E em entrevista ao Financial Times até refere O Lobo de Wall Street como um filme que retrata bem o que enfrentam as mulheres no sector financeiro. Coeren-te, a gestora acrescenta que na Land Securities um terço das posições de topo escapam já aos homens. No Reino Unido, a média é de 17%.

Há em Carnwath óbvia preocupação com as mulheres e a importância de conciliar carreira e filhos. Mas o que sur-preende é a certeza de que do ponto de vista da produtivida-de, a médio prazo, há ganhos, sobretudo via lealdade. E se isso se aplica a altos quadros, porque não às trabalhadoras

em geral?Entre os países desenvolvidos, hoje só os Estados Unidos

não garantem uma licença de maternidade paga. No resto da OCDE, as famílias têm vindo a conquistar cada vez mais direitos, com a Suécia a ser a líder: 480 dias de licença a parti-lhar por mãe e pai e com a possibilidade de serem usados até a criança fazer 8 anos.

A proposta de Carnwath, de 61 anos e sem filhos, vem somar-se aos alertas do FMI sobre a vantagem de trazer mais mulheres para a força de trabalho: afirma a instituição lide-rada por Christine Lagarde (a francesa é a primeira directora--geral!) que uma maior presença feminina na população ac-tiva significaria um acréscimo de riqueza de 34% num país como o Egipto, 13% na Índia e 9% no Japão. E até nos Estados Unidos, pioneiros logo na Primeira Guerra Mundial a subs-tituir por mulheres nas fábricas os operários mandados com-bater, o PIB aumentaria 5%.

Claro que haverá quem argumente que nestes tempos de crise económica na Europa a prioridade terá de ser a criação de riqueza. É esquecer que, se a crise demográfica não co-meçar a ser já combatida, vencer a outra será ilusório, basta pensar na sustentabilidade da segurança social.

JTM/DN

TRIBUNALeonídio Paulo Ferreira

1Declaração de interesse - sou parte interessada nesta questão da TDM porque trabalho na em-

presa.Uma sugestão de um membro

do governo pode vir a ser a solução para as novas instalações da empre-sa de televisão e rádio do território.

A ideia foi aflorada por Alexis Tam, porta-voz do governo, um ho-mem inteligente e competente que há muito já deveria ter sido promo-vido a Secretário dos executivos da RAEM.

Segundo Tam, a TDM poderia transferir-se para a...Ilha da Monta-nha, a nova descoberta dos nossos governantes, a panaceia para resol-ver a falta de espaço no território.

Falta de espaço? Ainda há, que eu saiba, terrenos devolutos em Ma-cau, ainda há aterros que estão para ser construídos e ainda há Coloane, e que se está a ser esventrado para habitação, porque não para a TDM?

Aqui escrevi, nesta coluna, que a Ilha da Montanha é um enorme equívoco, mesmo que ali prevaleça legislação e jurisdição da RAEM. As instituições mais importantes de um país, de uma cidade ou de uma capi-tal não devem ser transferidas para zonas exteriores à delimitação terri-torial.

Isto é, o palácio do governo, o hospital público, os tribunais, as es-colas e a Universidade, sim a Uni-versidade, a televisão e a rádio, os serviços públicos e administrativos, devem ficar em Macau porque per-tencem a Macau.

A autonomia negociada dá essa responsabilidade ao território. Os novos aterros vão acolher apenas prédios e mais prédios para mais do

Mais ideias peregrinas...

mesmo? A especulação imobiliária que este governo não só não impede como, até, incentiva devido à total ausência de políticas e ideias para essa área?

Nestes novos aterros, não há um lugar para uma torre para a televisão e rádio?

O que disse o dr. Alexis Tam não é anúncio de uma decisão, mas é uma ideia que, provavelmente, foi defen-dida no interior do executivo. Como confio no reconhecido bom senso do dr. Alexis Tam, julgo que a ideia não irá para a frente.

Aqui vão, de seguida, alguns dos argumentos contra a transferência da TDM para a Ilha da Montanha.

Sendo um serviço público, a TDM deve ficar onde nasceu e pertence - exactamente a Macau. O jornalismo implica um contacto permanente com as fontes e com o ambiente onde está inserido, isto é, a cidade ou o território a que está ligado.

E implica mobilidade permanen-te e instantânea que a Ilha da Mon-tanha não permite. E implica deslo-cações de automóvel constantes, em liberdade, algo que um túnel e mil e uma autorizações de circulação im-pedem.

Basta ver o que se passa com a re-cém-criada Universidade de Macau naquela zona, onde, para se lá che-gar, é só de autocarro e com cercas

que barram a entrada nas instalações.Uma recente e excelente reporta-

gem, publicada no diário Hoje Ma-cau, confirma o isolamento, eu diria prisão...a que estão votados os es-tudantes que não contactam com o meio ambiente porque simplesmente não existe, nada existe à volta...

Estudantes e jornalistas, e é ape-nas um exemplo, devem e têm de estar em contacto com pessoas, com a cidade, com aquilo que os rodeia e inspira.

Este governo que tanto gosta de consultas públicas, e nós nada temos contra elas, tem a obrigação de ouvir os jornalistas, os técnicos e os admi-nistradores ligados à informação, an-tes de tomar qualquer decisão sobre a futura sede da TDM.

Mais do que saber se todos os serviços ficam integrados no mesmo edifício, é fundamental saber para onde vamos.

Ilha da Montanha? Não, obrigado.Mas é, apenas, a minha opinião.

2Dos muitos portugueses e es-trangeiros que aqui aportaram, o engenheiro Henrique Novais é

um caso à parte. A condecoração de que foi alvo, por parte do presidente da República Cavaco Silva, foi abso-lutamente justa e acertada. Passada a barreira dos 90 anos, este homem continua a trabalhar com afinco e grande dignidade, transmitindo a sua sabedoria a várias gerações, em estreito convívio com a população chinesa de Macau que o engenheiro, aliás, muito elogiou na cerimónia de atribuição da distinção.

Um grande representante de Por-tugal que muito deu e recebeu de Macau.

* Jornalista

UM OUTRO OLHARJorge Silva*

Licença de maternidade de seis anos, exige ela

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Terça-feira, 18 de Fevereiro de 201418 JTM | LAZER

Esquiadora libanesaestá arrependida de “topless”

Jackie Chamoun, de 22 anos, só agora iniciou a sua participação nos Jogos Olímpicos de Sochi, Rússia, mas a es-

quiadora libanesa, que vive na Suíça, tem sido o centro das atenções nos últimos dias. Uma sessão fotográfica e um vídeo, onde surge em topless e em poses sensuais, es-tão no centro da polémica no Líbano. Ao mesmo tempo, aumentam as mensagens de apoio à atleta nas redes sociais.

Antes de embarcar na aventura olímpi-ca, Jackie Chamoun fez frente ao frio e ti-rou a roupa para o Ski Instructor Calendar 2014, na estância de esqui de Faraya, pró-ximo de Beirute, capital do Líbano. Além da sessão fotográfica, Jackie Chamoun

protagonizou um vídeo onde evidenciou toda a sua sensualidade.

Esse vídeo foi divulgado na semana passada pela estação de TV libanesa Al Jadeed e rapidamente se tornou viral. En-quanto os fãs apreciavam o lado mais sexy da esquiadora, as críticas subiam de tom e tornou-se mesmo assunto de Estado no Lí-bano. O ministro do Desporto, Faysal Ka-rami, exigiu ao Comité Olímpico Libanês uma explicação sobre o caso para “pre-servar a reputação do Líbano”, segundo a Agência Nacional de Notícias.

A atleta prontamente usou a sua pági-na oficial do Facebook para se desculpar pelas fotografias e pelo vídeo. “Quero pe-dir desculpas a todos. Sei que o Líbano é um país conservador e a imagem que dei não reflecte a sua cultura”, escreveu Jackie

Chamoun, acrescentando: “Pensei que o vídeo não fosse divulgado, nem que fos-sem reveladas as fotografias porque fa-ziam parte do making off da sessão foto-gráfica.”

Na fotografia do calendário, que foi apresentado em novembro de 2013, Cha-moun aparece deitada na neve, envergan-do roupa desportiva, que apenas deixa parte das pernas a descoberto e um decote mais ousado.

Depois das críticas, Chamoun come-çou a receber mensagens de apoio nas re-des sociais. Dezenas de jovens colocaram imagens nas redes sociais onde aparecem nus ou seminus e com cartazes onde es-creveram frases como “não estou nu” ou “despida por Jackie”.

JTM/DN

Atleta tirou a roupa para calendário e é assunto de Estado no Líbano. Nas redes sociais cresce o apoio e há quem se dispa por ela

Filomena Araújo

De ginasta a modelo Jewel Santini nasceu na Tailândia, mas radicou-se em Inglaterra. Foi em Londres que cresceu e se tornou numa das manequins mais requisitadas dos últimos tempos. Razões profissionais levaram-na, porém, para Tampa Bay, na Florida. Aos 24 anos, soma presenças em várias capas de revistas e catálogos de moda pelo mundo inteiro. Com um olhar exótico, sorriso cativante e um corpo bem delineado, Santini descreve-se como uma modelo de “fitness” possuidora de uma flexibilidade fora do comum, ou não tivesse sido ginasta antes de se lançar na moda.

Ben Affleck e Matt Damon “sorteados” por uma boa causaBen Affleck e Matt Damon decidiram usar a amizade que os une há vários anos para recolher fundos para as duas instituições solidárias que apoiam: a “Eastwern Congo Initiative” e a “Water.org”. Os actores gravaram um vídeo onde pedem aos fãs para doarem dez dólares (cerca de 75 patacas) para as respetivas organizações, no site da Omaze. Em troca, o vencedor terá a oportunidade de acompanhá-los a um evento de Hollywood.

Companhia aérea usa modelos para vídeo de segurançaOs vídeos de segurança são cada vez mais frequentes para substituir as demonstrações das hospedeiras de bordo nos voos, mas a “Air New Zealand” foi mais longe para cativar os passageiros. A companhia aérea convidou modelos da “Sports Illustrated Swimsuit” para serem as estrelas do vídeo “Safety in Paradise”. Chrissy Teigen, Hannah Davis, Jessica Gomes, Ariel Meredith e a veterana Christie Brinkley explicaram as instruções de segurança dos voos em cadeiras de praia, todas em biquíni, nas paisagens paradisíacas de Aitutaki, nas Ilhas Cook.

DiCaprio “acidentalmente” anunciado como vencedor do ÓscarLeonardo DiCaprio foi apontado pela CNN como vencedor do Óscar na categoria de melhor actor quase três semanas antes da premiação da Academia. A “revelação”, que gerou inúmeros comentários nas redes sociais, foi feita pela emissora americana durante uma reportagem sobre a forma como as famosas estatuetas são produzidas. Durante a peça, o jornalista mostrou, acidentalmente, uma placa em que o nome do actor aparece como o escolhido para o maior prémio do cinema mundial. “Esta placa é a de Leonardo DiCaprio. Esperamos que vença”, disse, visivelmente nervoso o jornalista, ao aperceber-se da situação.

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Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2014 JTM | LAZER 19

O que falta em Macau? por Tou

Na minha opinião, Macau tem muitos problemas sociais. Pen-so que estes problemas surgi-

ram devido a mudanças bruscas na sociedade, às quais as pessoas não estavam prepara-das. Por exemplo, é difícil encontrar uma zona calma para passar uma tarde tranquila. O Governo deveria

pensar no bem-estar da população em vez de apenas dar importância à economia. Quanto aos transportes públicos, penso que são insuficientes para a quantida-de de pessoas que entra em Macau todos os dias. Era necessário fazer uma revisão neste âmbito e adequar a oferta de autocarros ao número de utilizadores. Em Macau há muita oferta de lazer, mas muita é para os tu-

ristas e não para os residentes locais. Penso que faltam campos de jogos para os jovens e um plano urbanístico para aproveitar melhor o espaço. Acho que a maioria da população concorda que os melhores terrenos são atribuídos às operadoras de jogo em vez de pensarem em construir bairros com mais zonas verdes e de lazer para a população.

Gente Gira

No nevão de Nova IorqueSara Hung não podia estar mais feliz pelo momento que atravessa. A estudar em Nova Iorque desde o início do ano lectivo, tirou esta fotografia para assinalar um

nevão. Na fotografia surge com os amigos Miranda, Ron e Martin, todos estudantes da Universidade de Macau.

Envie as suas fotos para: [email protected]

Gargalhadas e boa

disposiçãoLúcia Leitão aproveitou os anos da tia Cristiana

para juntar a família. Segundo contou ao

GENTE GIRA, as filhas fizeram questão de tirar

esta fotografia com o tio para assinalar a data.

Encontros deste tipo são bastante comuns

na família Leitão já que aproveitam para pôr a conversa em dia e dar

umas boas gargalhadas!

Homenagem especial

no diado amor

Isabel Sousa Nunes publicou esta fotografia nas redes

sociais para homenagear o pai. No dia de São Valentim, recebeu um ramo de rosas oferecidas por ele. Isabel

contou ao GENTE GIRA que Fernando Duque é o seu

melhor amigo e que sempre esteve presente em todos os

momentos da sua vida!

O especialista dos “Fai Chi”André tem apenas cinco

anos mas já domina quase na perfeição a

técnica de comer com pauzinhos. A mãe,

Joana Ferreira contou ao GENTE GIRA que só

vivem em Macau há um ano, mas o André já está perfeitamente adaptado!

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20 JTM | ÚLTIMA Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2014 • Fecho da Edição • 00:20 horas

Em Macau fala-se muito. E desde que tenha um sentido crítico, ganha sempre di-mensão pública. Mesmo que o seu conteúdo não tenha qualquer razão.

Uma das críticas que aparece, também regularmente neste jornal, é sobre a venda dos terrenos às empresas concessionárias do jogo. Deputados e outros homens e mulhe-res públicos, velhos e novos, residentes per-manentes e não permanentes são comuns em ressaltar que apesar da falta de terrenos, o Governo de Macau, o anterior e o actual, “reservam os melhores para as empresas do jogo”.

Ora eu não sei do que as pessoas estão a falar.

O que a história diz é que, desde os anos 70, o Hotel Lisboa encontra-se em zona de aterros e as construções da SJM na península estão todas em terrenos per-tença da STDM, SJM, Stanley Ho ou fami-liares.

Ainda dentro da península, e já após a li-beralização, o Sands nasceu e cresceu numa zona alagada junto ao então Mandarin e o Wynn em aterro no NAPE, aliás em parte substituindo um mal amanhado centro de actividades chinesas, cujo nome todos apa-gámos da memória e que envergonhou se-riamente o primeiro mandato de Edmund Ho como Chefe do Executivo.

E depois há o Cotai. Que não tinha terre-nos. Era água com excepção de uma estreita estrada, denominada de istmo em que os automobilistas iam acelerar entre a Taipa e Coloane.

Ao longo da década de 90, o istmo foi alargado, mas só com a RAEM o plano de aterros ganhou a dimensão actual, precisa-mente por causa da liberalização do jogo.

Isto é, o Cotai, cuja designação oficial é ainda “Zona do Aterro de COTAI” nasceu, fundamentalmente, para albergar os novos empreendimentos da indústria do jogo. Cla-ro que com os empreendimentos vieram as infra-estruturas de apoio, mas por mais que custe às pessoas (e se calhar até a mim), sem o dinheiro do jogo, o Cotai pura e simples-mente não existiria, nem a RAEM poderia pensar em fazer instalações desportivas ou recreativas...

ENPASSANTJosé Rocha Dinis

Por muito quecuste às pessoas...

China revela abertura para realizarcimeira histórica com TaiwanA China manifestou-se ontem disponível para uma cimeira com Tai-wan, no que poderá ser o primeiro encontro entre os líderes dos parti-dos comunista e nacionalista desde o fim da guerra civil no Continente chinês, há mais de 60 anos. “Os compatriotas de ambos os lados espe-ram que tal encontro ocorra numa data próxima, para impulsionar o pacífico desenvolvimento dos laços através do Estreito de Taiwan e be-neficiar a nação chinesa”, disse a porta-voz do Gabinete do Conselho de Estado chinês para os Assuntos de Taiwan, Fan Liqing (na foto). A porta-voz respondia a uma pergunta sobre a data de um possível en-contro entre Xi Jinping, secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCC), e Ma Ying-jeou, presidente do Kuomintang (Partido Nacionalista), no poder em Taiwan. Se a cimeira se concretizar, Xi Jinping e Ma Ying-jeou, de 63 anos, participa-rão na qualidade de líderes partidários. Pequim e Taipé ainda não assinaram um acordo de paz que termine formalmente o estado de guerra civil e as Forças Armadas do Continente continuam a denominar-se “Exército Popular de Libertação”, mas as relações melhoraram muito nos últimos anos e a República Popular da China tornou-se o maior mercado de Tai-wan. Esta semana, o presidente honorário do Koumintang, Lien Chan, vai encontrar-se em Pequim com Xi Jinping.

ONU acusa Coreia do Norte de crimes contra a HumanidadeO regime da Coreia do Norte comete crimes contra a Humanidade, subme-tendo a sua população ao extermínio, fome e escravidão, e a sua liderança merece ser julgada por um tribunal internacional, afirma um relatório de uma comissão formada em Maio de 2013 pelo Conselho de Direitos Huma-nos das Nações Unidas. “Em muitos níveis, as violações dos direitos hu-manos encontradas pela comissão constituem crimes contra a Humanida-de. Não são meros excessos do Estado, são componentes essenciais de um sistema político que se afasta dos ideais nos quais alega ter sido fundado”, afirmou a comissão num comunicado citado pela agência AFP. Segundo o chefe da comissão, Michael Kirby, o mundo não pode alegar ignorância como desculpa pela sua falha em impedir as violações dos direitos humanos na Coreia do Norte. “No fim da Segunda Guerra Mundial, muitas pessoas disseram: se nós soubéssemos... Agora a comunidade internacional sabe”, afirmou, sublinhando que centenas de pessoas poderão ser responsabilizadas pelos crimes cometidos por Pyongyang.

Manifestantes cercam sede do Governo tailandêsManifestantes antigovernamentais na Tailândia cercaram ontem o ga-binete da Primeira-Ministra, Yingluck Shinawatra, para evitar que o Governo o utilize novamente, apesar das tentativas da polícia para dis-persar os ativistas. O líder dos protestos, Suthep Thaugsuban, contra quem pesam várias ordens de detenção, liderou a marcha que partiu dos acampamentos que os manifestantes ocupam há cerca de um mês no centro comercial de Banguecoque para forçar a demissão do Execu-tivo. A manifestação terminou em frente à Casa do Governo, onde os esperavam vários seguidores de uma fação radical dos manifestantes, cujo acampamento instalado na zona desde Dezembro foi parcialmente desmantelado há três dias pela polícia. “Yingluck Shinawatra não tem nenhuma possibilidade de regressar à Casa do Governo, nem nesta vida nem na próxima”, disse Suthep no final da marcha. Os manifestantes bloquearam duas portas de acesso ao recinto com cimento sem nenhuma oposição da polícia, que na sexta-feira iniciou uma operação para desocupar vários edifícios go-vernamentais, que entretanto suspendeu. Entretanto, vários agricultores irromperam pelo recinto do Ministério da Defe-sa que a primeira-ministra utiliza desde o bloqueio do seu gabinete para reclamar uma reunião com a Chefe do Governo.

Co-piloto desviou avião etíope para pedir asilo na SuíçaO alegado sequestrador de um avião da Ethio-pian Airlines que ontem foi forçado a aterrar em Genebra era o co-piloto do voo, informou o aero-porto. O suspeito, de origem etíope e nascido em 1983, terá aproveitado a oportunidade quando o piloto foi à casa de banho, disse aos jornalistas o porta-voz do aeroporto, Bertrand Staempfli. “Ele disse que se sentia ameaçado no seu país e que queria pedir asilo na Suíça”, acrescentou. O por-ta-voz da polícia, citado pelo jornal “Tribune de Genève”, acrescentou que o sequestrador não tinha armas consigo. Após imobilizar o aparelho, o co-piloto abriu uma janela no cock-pit e desceu com a ajuda de uma corda, tendo sido imediatamente detido pelas autoridades, acrescentou a mesma fonte. Os passageiros do Boeing 767 saíram do avião com as mãos no ar, numa altura em que o aparelho estava cercado de dezenas de polícias e tropas de elite. O voo, que fazia a ligação Addis-Abeba/Roma, foi desviado quando sobrevoava o Sudão.

Escola britânica quer multar pais de alunos atrasadosA “Emerson Valley School”, no sudeste da Inglaterra, quer multar num valor equivalente a cerca de 800 patacas, os pais das crianças que chegam atrasa-das à escola dez vezes num período de 12 semanas, noticiou a BBC. Se a multa não for paga é aumentada para 1.600 patacas. A escola espera que a medida aumente a pontualidade dos alunos. O Conselho Municipal de Milton Key-nes, localidade onde se situa a escola, explicou que existe uma política de aplicação de multas aos pais de alunos atrasados, mas a decisão final cabe às escolas. O plano foi criticado por alguns pais que afirmaram que devem ser tidas em conta situações em que as famílias têm filhos noutros estabe-lecimentos de ensino.