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FOTO JTM Administrador José Rocha Dinis • Director Sérgio Terra • Nº 4701 • Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015 10 PATACAS PUB Parlamento da Mongólia vota autorização de casinos para impulsionar a economia O Parlamento da Mongólia pode votar ainda esta sema- na um projecto de lei tendo em vista o desenvolvimento de vários casinos para atrair e estimular uma economia em declínio. Em cima da mesa está a construção de pelo me- nos dois casinos, em projec- tos que envolvem parcerias privadas, e que se focam em atrair grandes apostadores chineses, refere o Ministério da Justiça do país, numa de- claração enviada à Reuters. A lei deverá introduzir res- trições ao jogo por parte dos locais, regras semelhantes às que existem em países como o Vietname, a Coreia do Sul e o Camboja. O projecto de lei não especifica as possí- veis localizações dos casinos mas uma das opções é a área do Aeroporto Internacional Khushigt, actualmente em construção. “O Presidente Chinês, Xi Jinping, tem pla- nos para impor restrições em Macau, desta forma espero que possamos captar turistas que até agora viajam para o território chinês”, referiu um membro do grupo de traba- lho que esteve envolvido no projecto de lei, citado pela Reuters. A RAEM sob o signo da Cabra Relatório da IFJ alvo de repúdio do presidente da TDM O presidente da Comissão Executiva da TDM, Manuel Pi- res, escreveu uma carta à direcção da Federação Interna- cional de Jornalistas, sedeada em Bruxelas, onde lamenta as referências à estação televisiva que constam do último relatório sobre a liberdade de imprensa no território. Pág. 7 Pág. 9 Pág. 21 Associação da Administração Pública propõe instituto para formar funcionários Cozinha portuguesa conquista paladares na China Continental Alexis Tam reconhece ser necessário optimizar apoios e segurança social Pág. 6 JTM regressa na terça-feira Devido às comemorações do Ano Novo Lunar, o JORNAL TRIBUNA DE MACAU não se publica nos próximos dias, regressando às bancas na ter- ça-feira, dia 24 de Fevereiro. Desejamos um Feliz e Prós- pero Ano da Cabra a todos os leitores, colaboradores e anun- ciantes. Kung Hei Fat Choi! MGM China fecha 2014 com uma subida de 7% nos lucros líquidos Pág. 8 Falso assistente social detido por violar menina de 12 anos Pág. 11 Lídia Lourenço quer elevar nome de Macau com bolos em 3D Pág. 15 Págs. 2 e 3 A tendência de queda do Jogo é para continuar e as sortes distintas dos Secretários são algumas das previsões do adi- vinho Chio Iat Sin para o ano da Cabra. Personalidades locais partilham também os rituais associados à festa.

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JTM

Administrador José Rocha Dinis • Director Sérgio Terra • Nº 4701 • Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015 10 PATACAS

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Parlamentoda Mongólia vota autorizaçãode casinos para impulsionara economiaO Parlamento da Mongólia pode votar ainda esta sema-na um projecto de lei tendo em vista o desenvolvimento de vários casinos para atrair e estimular uma economia em declínio. Em cima da mesa está a construção de pelo me-nos dois casinos, em projec-tos que envolvem parcerias privadas, e que se focam em atrair grandes apostadores chineses, refere o Ministério da Justiça do país, numa de-claração enviada à Reuters. A lei deverá introduzir res-trições ao jogo por parte dos locais, regras semelhantes às que existem em países como o Vietname, a Coreia do Sul e o Camboja. O projecto de lei não especifica as possí-veis localizações dos casinos mas uma das opções é a área do Aeroporto Internacional Khushigt, actualmente em construção. “O Presidente Chinês, Xi Jinping, tem pla-nos para impor restrições em Macau, desta forma espero que possamos captar turistas que até agora viajam para o território chinês”, referiu um membro do grupo de traba-lho que esteve envolvido no projecto de lei, citado pela Reuters.

A RAEM sobo signo da Cabra

Relatório da IFJ alvo de repúdiodo presidente da TDMO presidente da Comissão Executiva da TDM, Manuel Pi-res, escreveu uma carta à direcção da Federação Interna-cional de Jornalistas, sedeada em Bruxelas, onde lamenta

as referências à estação televisiva que constam do último relatório sobre a liberdade de imprensa no território.

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Associação da AdministraçãoPública propõe institutopara formar funcionários

Cozinha portuguesaconquista paladaresna China Continental

Alexis Tam reconheceser necessário optimizarapoios e segurança social

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JTM regressa na terça-feira

Devido às comemorações do Ano Novo Lunar, o JORNAL TRIBUNA DE MACAU não se publica nos próximos dias, regressando às bancas na ter-ça-feira, dia 24 de Fevereiro. Desejamos um Feliz e Prós-pero Ano da Cabra a todos os leitores, colaboradores e anun-ciantes. Kung Hei Fat Choi!

MGM China fecha 2014com uma subida de 7%nos lucros líquidos

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Falso assistente socialdetido por violarmenina de 12 anos

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Lídia Lourenço querelevar nome de Macaucom bolos em 3D

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Págs. 2 e 3

A tendência de queda do Jogo é para continuar e as sortes

distintas dos Secretários são algumas das previsões do adi-vinho Chio Iat Sin para o ano

da Cabra. Personalidades locais partilham também os rituais

associados à festa.

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02 JTM | LOCAL Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015

JORNAL TRIBUNA DE MACAUPropriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administrador: José Rocha Dinis • Director: Sérgio Terra • Grande Repórter: Fátima Almeida • Redacção: André Jegundo e Pedro André Santos (Editores), Liane Ferreira e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal), João Pimenta (Pequim) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Helder Fernando, Raquel Carvalho e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Rita Cameselle e Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

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Ano Novo Chinês é uma festa para todosAlguns dos rituais chineses estão associados à superstição, mas mesmo quem não crê totalmente na má sorte celebra o Ano Novo Chinês, uma festa à qual parece impossível ficar indiferente quando se vive neste lado do mundo. Três personalidades locais contam ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU como vivem esta quadra e quais as tradições que não deixam de seguir na esperança de que as profecias se cumpram e o ano, que rompe hoje à meia-noite, seja próspero

Entrar com o pé direito no Ano Novo Chinês impli-ca uma série de rituais e

tradições que vão desde arru-mar a casa a dar “lai sis” ou pa-gar as dívidas para não entrar num novo ciclo a dever ao pró-ximo. São muitas as etapas a seguir na esperança de atingir a tão desejada prosperidade. O vermelho nas ruas e portas das casas é apenas um dos sinais de quem anseia fortuna e sorte. A mesa também se quer farta. Com mais ou menos crenças sobre os ritos desta quadra, ninguém consegue ficar indi-ferente à festa que a cada ano celebra um animal do zodíaco. Mesmo quem foi educado na religião católica dá-se por si nos templos a agradecer os 12 meses que findaram. As cultu-ras cruzaram-se e os laços não se desfazem com o passar dos anos, ainda que, às vezes, as melhores memórias sejam de tempos já longínquos, quando a população era mais próxima.

Miguel de Senna Fernandes ainda se recorda do ritual do chá, que fazia para os pais em forma de respeito quando entravam num Novo Ano Lunar. “De-monstra o amor filial. Oferecía-mos chá e este gesto numa data festiva era muito importante para os chineses. Era apenas um símbolo. E havia quem colocasse alguns elementos para adocicar”, descreve ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU. “Tentamos man-ter o quanto possível aquilo que me foi transmitido em garoto”, acrescenta.

Embora o costume do chá se tenha perdido, uma vez que as novas gerações já não o fazem, há outros rituais, como o convívio familiar, a queima de panchões e a ida aos templos que ainda se mantêm, refere o presidente da Associação dos Macaenses. Esta data também faz parte da cultu-ra do que é ser-se macaense. “O Ano Novo Chinês é uma festi-vidade a que o macaense não é alheio, é outra faceta do macaen-se, que tem a sua costela chinesa. Por mais católico que seja não ignora o Ano Novo Chinês, não só não ignora como faz parte da sua cultura”, expressa Miguel de Senna Fernandes.

Neste época, “o macaense gosta de rebentar os panchões crente que está a afastar os que estão no seu caminho”. Já os empresários “vão comprar os panchões em série, centenas de petardos, como se fosse um sinal

de bom agoiro”. “O macaense vai visitar a família como reza a tradição chinesa. Dar o ‘lai si’. Eu cresci assim. A minha mãe era chinesa, sei alguns rituais”, conta Miguel de Senna Fernandes.

Augusto Lizardo, filho de pai chinês e mãe espanhola, também cresceu em Macau num ambiente multicultural, que não o deixa indiferente às celebrações do Ano Lunar, que decorrem poucos meses depois do Natal, a festa que também celebra devido à educação ca-tólica. “Nós, os macaenses, temos 50% de sangue chinês e por isso observamos certas éticas chinesas”, refere ao JOR-NAL TRIBUNA DE MACAU dando alguns exemplos. “A nossa família junta-se toda no Ano Novo Chinês. É uma al-tura em que há férias, por isso, temos um almoço ou jantar e partilhamos o que fizemos du-rante o ano, conversamos sobre quem casou, quem teve filhos. Não vamos aos templos, nem colocamos os pivetes, mas é uma oportunidade de organi-zarmos uma reunião familiar”.

Nestas ocasiões, a mesa quer--se farta tanto com os pratos chi-neses mais auspiciosos para a época como com os sabores da gastronomia portuguesa e de Macau. “É mistura. Há comida chinesa, galinha, o peixe - que tem símbolo próprio de amizade - mas também temos feijoada, o tacho, que é macaense, leitão in-teiro assado, que significa rique-za. Sei lá, é uma mistura”, conta sorridente.

Algumas tradições são segui-das durante esta época, outras apenas sabidas de cor de tanto as ouvir. “Uma coisa muito especial é que quem emprestou dinheiro

tem que pagar, porque não é bom levar dívidas para o ano seguinte. Por isso os ladrões são mais acti-vos, uma vez que precisam de ar-ranjar dinheiro para pagar essas dívidas. Até vemos a polícia a co-locar mais anúncios para alertar as pessoas”, avisou Lizardo. “É uma superstição que têm”, refere.

Outro dos grandes rituais do Ano Novo Chinês é queimar panchões para espantar os ma-les. “As pessoas também que-rem afugentar os demónios. Eu não o faço, mas os netos fazem, queimam panchões, aqueles pequenos que não fazem tanto barulho”, explicou.

Nostalgia dos tempos idosPara Lúcia Lemos que che-

gou de Portugal há muitos anos, o Ano Novo Chinês tornou-se uma tradição com significado sobretudo quando os filhos eram pequenos. O encanto de mostrar aos mais pequenos a vivência com uma cultura alargava o sen-timento de festa. “Estamos aqui por isso apreciamos esta cultura, que na altura era absolutamente diferente”, referiu ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

O ritual incluía “levar as crianças para a festa da rua”, numa época em que havia terre-nos baldios, ou ir aos casinos pu-xar pela sorte. “Antes tínhamos também aquela ideia fixa de ir jogar nem que fosse para apos-tar 200 patacas. Havia apostas de 20 patacas, era muito divertido e controlávamo-nos até às 200 pa-tacas. Antes era uma festa, hoje é mais comercial”, compara Lúcia Lemos, coordenadora da “Crea-tive Macau”.

Olhando para as comemora-ções do passado, Lúcia Lemos recorda ainda como decorava

a casa. Embora não se deixasse levar pelas superstições, às ve-zes sentia que era melhor preve-nir do que remediar. “Antes ia buscar um pessegueiro porque, como se costuma dizer, eu não acredito em bruxas, mas que as há, há”. Fazia o centro de mesa com lírios”, relembra, notan-do que hoje em dia aproveita a quadra sobretudo para descan-sar, ler, ir ao cinema. “Se um dia tiver crianças em casa, ou vier a ter que conviver com elas numa festa aqui em casa, irei voltar a fazer essas coisas, introduzir-lhe a cultura. As coisas boas devem ser transmitidas”, notou.

Miguel de Senna Fernandes, que ainda continua a decorar a casa com as cores do Ano Novo Chinês - que dão lugar aos arran-jos de Natal - e a saudar as pes-soas com um pujante Kung Hei Fat Choi também recorda com saudade os tempos de criança. “Antes era muito animado, sen-tíamo-nos ricos quando chegava o Ano Novo Chinês, por receber-mos lai si. Eu, o meu irmão e a minha irmã fazíamos uma com-petição para ver quem recebia mais. Uma vez cheguei a ter 140 patacas, o que na altura era mui-to”, recorda.

Apesar de Macau ter cresci-do em densidade, nos rituais da família de Miguel de Senna Fer-nandes não se vêem muitas mu-danças. “As minhas filhas vivem todas estas tradições. Faz parte do ritual do ano, não há nada que seja um sacrilégio, mas sei que é importantíssimo”, referiu.

Augusto Lizardo, por seu tur-no, nota que “antigamente não havia tanta gente” e nem tanto poder de compra. “Éramos cer-ca de 100 mil pessoas em Macau, mas agora na San Ma Lo mal se

pode andar. Antigamente as pes-soas não tinham possibilidade de fazer grandes compras, mas no Ano Novo Chinês tem que haver muita comida, como peixe, gali-nha, porco, vários tipos de comi-da. Já viajei pelo mundo inteiro e vejo que noutros países, como na América e na Alemanha, é diferente, preferem, por exem-plo, comer uma grande quanti-dade de um tipo de carne, como vaca, ao invés dos 12 pratos que os chineses têm”, compara, para sublinhar que as grandes festas exigem sempre mesas fartas.

Quando Lizardo ainda traba-lhava no terminal marítimo, as noites de Ano Novo Chinês eram passadas num jantar oferecido por Stanley Ho, de quem os em-pregados recebiam lai si. “Tinha um maço de notas de 100 dólares de Hong Kong e a mulher dele entregava dois lai si para simbo-lizar marido e mulher”.

Embora as festividades, como o Natal, se revistam de maior sig-nificado para a comunidade ca-tólica, o Ano Novo Chinês tam-bém se assume como uma marca importante. Mesmo quem chega de outros países para viver neste lado do mundo sente-se tocado por estas tradições tão vivas e fortes para os chineses. “É bonito entrar na rede cultural de Macau, é importante que as pessoas que vêm de fora vivam a cultura. É um sinal de respeito. Mesmo que não se tenha aquela convicção que os chineses têm é importan-te. Há portugueses que também chegam aqui e dão o lai si, faz parte e é um forma de aprofun-dar amizades. Nada é mau no Ano Novo Chinês”, remata Mi-guel de Senna Fernandes, em forma de bom agoiro para o ano da Cabra.

Fátima Almeida

Miguel Senna Fernandes, Lúcia Lemos e Augusto Lizardo destacam significado da tradição do Ano Novo Lunar

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015 JTM | LOCAL 03

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A partir da meia-noite de hoje, quando o Cavalo sair de cena e entrar a Cabra, podemos esperar por quebras nas rendas e a manutenção da tendência descendente nas receitas do jogo durante o Ano da Cabra. Essas são pelo menos as previsões do adivinho Chio Iat Sin, que antevê ainda que a mudança de Secretários será benéfica, mas espera especiais dificuldades para Raimundo do Rosário. Já sobre o Metro, admite que não consegue ver a luz ao fundo do túnel

Liane Ferreira e Viviana Chan

À entrada do Ano da Cabra, que segundo o Zodíaco Chinês possui a energia do Yin, símbolo de Paz, Harmonia e Tranquilidade,

o JORNAL TRIBUNA DE MACAU foi ao encontro do adivinho Chio Iat Sin para saber o que poderá estar reservado à RAEM neste Novo Ano Lunar.

Debaixo de um guarda-sol no Jardim de Camões, Chio Iat Sin analisou fotografias e dados como datas de nascimento antes de apontar, com forte convic-ção, que a mudança de secretários vai ser benéfica para o desenvolvimento do território. No entanto, antevê que Raimundo do Rosário venha a ser o Se-cretário que mais dificuldades encontrará em ter-mos gerais.

“Prevêem-se relações pouco harmoniosas com as pessoas. [O Secretário Raimundo do Rosário] vai encontrar muitas dificuldades”, afirmou, destacan-do que poderá ter “dificuldades nas relações” com os funcionários da sua tutela. “Por exemplo, até pode mandar fazer, mas eles ignoram e não cum-prem a ordem”.

Apesar de considerar que o Secretário para os Transportes e Obras Públicas “acredita que pode resolver os problemas” e “é uma pessoa séria que vai querer trabalhar bem”, Chio Iat Sin prevê que, “provavelmente, não conseguirá resolver esses pro-blemas que encontrou quando assumiu o cargo”.

Ainda assim, relativamente ao tópico da habi-tação, que constitui um dos assuntos “quentes” da pasta de Raimundo do Rosário, o adivinho está con-fiante que os preços das casas vão cair. “Está ligado aos rendimentos e aos salários. Se as pessoas arreca-dam menos, as rendas têm de baixar”, disse.

Já sobre o Metro Ligeiro, foi incapaz de apresen-tar uma data para a conclusão do projecto, parti-lhando da postura do Governo neste assunto. “É muito longe em termos temporais, é incerto arriscar uma data”, confessou.

Virando agulhas para a pasta da Economia e Fi-nanças, deixou um aviso ao Secretário Lionel Leong: “Não se deve gastar tanto dinheiro como antes na área das Finanças”.

“Macau é como uma grande família rica, mas se continuarem a gastar como Francis Tam, a situação poderá não continuar da mesma maneira”, frisou Chio Iat Sin, acrescentando que será benéfico se Lionel Leong se dedicar totalmente à Função Pú-blica, esquecendo o seu passado como homem de negócios.

No entanto, não antevê muitos problemas para o Secretário para a Economia e Finanças, Tigre de signo, notando inclusive que Lionel Leong “está a subir no poder e tem capacidade para acabar os tra-balhos que começar”. “De acordo com os escritos, ele é confiante e transmite essa confiança às pessoas pelo que não excluo a possibilidade de que venha a ser o próximo Chefe do Executivo”.

Em termos do sector do jogo, ligado intrinseca-mente à pasta de Lionel Leong, Chio Iat Sin prevê que as “receitas vão diminuir, não muito, mas algu-ma coisa”. Daí que o Governo deva gastar menos e poupar mais, em sintonia com a evolução das recei-tas do jogo.

Por outro lado, encara Alexis Tam, nascido sob o

ADIVINHO PREVÊ QUEBRAS NAS RENDAS E NÃO ARRISCA VATICÍNIOS SOBRE O METRO

Cabra traz “sortes” distintas para Secretários

signo do Boi no Zodíaco Chinês, como alguém “rá-pido a pensar e a falar, com um pensamento muito profundo e que sabe comunicar com as pessoas”. Explicando que o signo do Boi está associado à so-lidez e liderança nata, o adivinho acha que o Secre-tário para os Assuntos Sociais e Cultura não fala em vão, possui confiança suficiente para realizar um bom trabalho no Governo e “também tem possibili-dades de ser Chefe do Executivo”.

Após uma análise cuidada das linhas do rosto de Sónia Chan e de saber que é nascida em 1964, sendo por isso do Ano do Dragão, o adivinho traçou um cenário positivo para a Secretária para a Adminis-tração e Justiça. “Para além do Ano da Cabra ser favorável ao Dragão, ela tem capacidade. Vai ser justa e séria”.

Para Chio Iat Sin, a sucessora de Florinda Chan é “uma pessoa decidida e assertiva” e “tem coragem para aplicar as suas ideias”.

Tais virtudes não se estendem ao Procurador Ip Son Sang, considera o especialista na arte da adi-vinhação. “De acordo com a curvatura das orelhas em relação aos olhos, ele [Ip Son Sang] não tem co-ragem e, por isso, pode ter medo de fazer algumas coisas”, afirmou, ressalvando por outro lado que é “recto e tem capacidade”.

É também seriedade aquilo que vê em Wong Sio Chak, Secretário para a Segurança, nascido sob o signo Macaco. “É uma pessoa mais séria, não se ri tanto e não é muito aberto. Talvez seja porque sofre muito com a pressão do trabalho, podendo ter pro-blemas de saúde”, disse.

Deixando Chui Sai On para último, Chio Iat Sin apontou que o Chefe do Executivo é muito depen-dente da sua equipa de conselheiros, que dão ideias e orientações. “Chui Sai On tem sorte, ouve os ou-tros e tem muito apoio. E vai continuar a ter sor-te até ao resto da vida, mas não é comparável a Xi Jinping que, para além de ter sorte, tem talento e capacidade”, justificou.

Em termos gerais, “o Ano da Cabra vai ser me-lhor do que o anterior, mais pacífico, sem tantos desastres, como quedas de aviões ou inundações”, concluiu Chio Iat Sin, explicando que o Cavalo é um signo associado ao fogo e logo a “queimadu-ras”, daí que as crianças nascidas sob este signo não sejam “fáceis de criar”.

De acordo com o vidente, os signos do Porco e do Coelho vão ter um ano auspicioso, ao contrário do Boi que será o animal do Zodíaco com menos sorte. “Para o resto dos signos vai ser normal”, con-cluiu.

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 201504 JTM | LOCAL

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O dilema da gripe das aves no Ano Novo chinêsA galinha, comprada fresca em Macau, é um dos pratos principais na gastronomia chinesa e no Ano Novo Lunar assume um papel especial, mas a gripe das aves pode levar, no futuro, a que esteja apenas disponível congelada

Nos mercados de Macau, a azá-fama é grande: procuram-se aves vivas e de qualidade para

confeccionar os pratos especiais do Ano Novo Lunar, a maior e mais importante celebração das famílias chinesas que esta quarta-feira à meia-noite se começa a as-sinalar na Ásia.

“Os primeiros dez dias do Ano Novo Lunar chinês são dedicados a alguns ani-mais, produtos alimentares e às pessoas e à galinha foi atribuído o primeiro dia do ano, o que bem evidencia a sua importân-cia na cultura chinesa”, explicou Fernan-do Sales Lopes, jornalista e investigador, salientando que a galinha está presente na “mesa dos vivos e no culto aos ante-passados e aos espíritos”.

Sales Lopes lembrou também que “na antiguidade os galináceos eram conside-rados aves com cinco virtudes”, com a crista a representar a “dignidade civil”, o esporão nas pernas a “dignidade militar” e a “valentia no combate aos inimigos” e a forma como compartilha os alimentos traduziam a “virtude da benevolência”, qualidades que, segundo se incutia, “pas-savam para quem as comesse”.

No Ano Novo Lunar, a galinha, ou galo, de papel vermelho recortado e co-lado nas janelas no primeiro dia do ano, o seu dia, atrai a sorte e as virtudes das

aves e nos “pratos dos vivos” representa a união familiar, acrescentou.

Já nos casamentos, outra cerimónia que não dispensa a galinha, a ave repre-senta a mulher e a família e “num prato especial de patas de galinha, a ave as-cende a figura mitológica” com o prato a designar-se “patas de Fénix”. No entanto, no caso de ser cozinhada com a “comida de dragão” - um crustáceo, por exemplo - então a galinha assume ainda a “unidade no casamento”.

Radicado em Macau desde 1986, Fer-nando Sales Lopes tem estudado a cul-tura chinesa, hábitos e as raízes do sim-bolismo oriental e seus objectivos, mas recordou que a tradição de comprar vivo é, acima de tudo, uma maneira de “ates-tar a qualidade do que se compra, asse-gurar a sua condição e saúde, no fundo, garantir a sua pureza”.

“Isto é o que se passava em todo o mundo antes do progressivo afastamen-to das populações do meio rural para o

urbano e antes do desenvolvimento das sociedades de consumo ter abarcado também, os produtos alimentares”, disse.

É que, explicou, nas “sociedades ru-rais, ou naquelas mesmo urbanas, mas de fortes tradições culturais ainda ligadas à terra, como é a chinesa e a quem tem sido assegurado o fornecimento do ani-mal vivo, as condições do alimento puro, limpo, afinal fresco, impõem-se”.

“Um alimento, e neste caso falando da galinha, congelada, cria desconfiança do consumidor porque desconhece a sua origem, a forma e os meios utilizados na sua conservação, nomeadamente numa época em que não raras vezes se conhe-cem casos de adulteração de produtos, alguns dos quais provocaram mortes”, recordou.

Sales Lopes considerou, contudo, que a proliferação da gripe das aves, nos vá-rios subtipos “poderá levar a uma altera-ção de comportamento das populações por exigência da defesa da saúde dos ci-dadãos”.

Uma coisa, sublinhou, é certa: “re-frigerada ou congelada, a galinha conti-nuará a cumprir todas as funções que lhe cabem, e a sua simbologia continuará a ser respeitada pelos chineses, nomeada-mente no cumprimento dos rituais mile-nares”, muito embora os mais velhos se-jam aqueles que mais resistência poderão colocar à sua compra.

* Jornalista da agência Lusa

José Costa Santos*

Av. de Sidónio Pais, Nº 49B, r/c, Edf. China Plaza, Macau.Tel: 28788813 Fax: 28788223

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015 JTM | LOCAL 05

HO ION SANG ALERTA PARA RESSENTIMENTO CRESCENTE NA POPULAÇÃO

Pedido estudo sobre capacidade turísticaAdvertindo para o aumento da insatisfação na população da RAEM devido ao decréscimo da qualidade de vida originada pelos crescentes fluxos turísticos, Ho Ion Seng exortou o Governo a estudar a situação. Para o deputado, importa melhorar as estruturas e acelerar as obras do Metro Ligeiro

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ARQ

UIVOHo Ion Sang, deputado e membro da União Ge-

ral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM), considera que tem vindo a crescer

o sentimento de insatisfação e ressentimento da popula-ção em relação à capacidade turística, sendo por isso ne-cessário que o Governo avalie e desenvolva um estudo sobre este aspecto.

No programa matutino do “Ou Mun Tin Toi”, o deputado destacou que o problema da capacidade do território para receber turistas preocupa os residentes e afecta a qualidade de vida e a felicidade em cá viver. Assim, defendeu que se os residentes pagam o preço do crescimento económico também devem usufruir dos respectivos frutos.

Estabelecendo uma comparação com Hong Kong, Ho Ion Sang recordou que a região vizinha é 36 vezes maior do que Macau mas mesmo assim não prescindiu de realizar um estudo sobre a capacidade de acolhimen-to de turistas.

Questionando porque é que a RAEM não promoveu um estudo similar, para assim poder melhorar as insta-lações turísticas e não só, Ho Ion Sang salientou que a ca-pacidade diária dos autocarros é de 590 mil passageiros

mas o Executivo deve antever quando é que este limite vai ser ultrapassado. Além disso, frisou a necessidade de exercer pressão para que as obras do Metro Ligeiro sejam concluídas rapidamente.

O deputado referiu ainda que o rápido crescimento

económico do território nos últimos 10 anos conduziu ao aumento dos preços das casas e das rendas, bem como dos problemas de trânsito, deixando o Governo de “mãos atadas” em diversas áreas. Esta situação estará também a ajudar ao aumento da insatisfação, alertou.

Em termos de obras públicas, Ho Ion Sang descreveu um panorama terrível de orçamentos fora do controlo, atrasos na conclusão das obras e má gestão, problemas que associou a deficiências na supervisão dos contratos das empreitadas e ausência de cláusulas sobre incumpri-mento de prazos que salvaguardem o interesse público.

Assim, defendeu que todo o processo de concessão das obras públicas deve ser melhorado, desde o concur-so público até à supervisão de cada segmento.

Em relação aos 48 terrenos adjudicados sem concurso público e que não estão a ser aproveitados, o deputado exortou o Governo a explicar na Assembleia Legislativa o progresso dos procedimentos legais desses lotes.

Considerando que essas parcelas podem ser utiliza-das para a construção de casas públicas, Ho Ion Seng apontou que podem ajudar a resolver os problemas de habitação dos residentes.

L.F.

WONG SIO CHAK GARANTE QUE AUTORIDADES ESTÃO PRONTAS PARA A SEMANA DOURADA

Medidas de contingência já arrancaramConsciente de que o fluxo de turistas é cada vez mais significativo na altura das festividades, o Secretário para a Segurança sublinhou que as medidas de controlo de pessoas já estão em curso. Desde a PSP aos Serviços de Imigração todos estão alerta e ninguém está de férias. A DSAT e as companhias de autocarros também definiram o planeamento para o período do Ano Novo Chinês, prometendo mais viaturas em circulação e o destacamento de inspectores para as paragens

O Secretário para a Seguran-ça assegurou ontem que está tudo preparado para as espe-

radas enchentes do Ano Novo, que já se fazem sentir nos principais pontos de Macau.

Em declarações ao “Ou Mun Tin Toi”, Wong Sio Chak sublinhou que o fluxo de turistas tem vindo a au-mentar nos últimos anos, devido à ex-tensão do período de festividades do Ano Novo Lunar. Apontando o sába-do como o dia que poderá assinalar o maior número de entradas na RAEM, o Secretário considerou que o pico nos movimentos de saída apenas deverá registar-se a partir do próximo dia 26, quinta-feira.

O responsável pela tutela da Segu-rança garantiu que a PSP já colocou em prática planos de controlo para multidões, recorrendo ao reforço dos efectivos destacados para a Avenida Almeida Ribeiro, Ruínas de São Paulo e Portas do Cerco. Nos dois primeiros locais vão ser aplicadas medidas de controlo de multidões de nível três, sem prejuízo da aplicação de diferen-tes níveis de resposta consoante as si-tuações.

Reiterando que o Governo está atento ao aumento de pessoas durante as festividades, o Secretário frisou que foram dadas instruções para manter a segurança pública nas zonas turísticas e fronteiras.

Nesse sentido, adiantou que os Serviços de Imigração alocaram mais recursos humanos, tendo todos os funcionários daquele departamento

cancelado os períodos de férias. Para além disso, as Portas do Cerco vão ser alvo de atenções redobradas, com a colocação de agentes para manter a ordem nas escadas rolantes.

Por outro lado, as autoridades de Macau permanecerão em contacto di-recto com as congéneres de Zhuhai, para que em caso de necessidade pos-sam ser activadas simultaneamente medidas de controlo de multidões.

DSAT afina planos para autocarrosAinda no âmbito dos preparativos

para a Semana Dourada, a Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) reuniu-se com representantes das três companhias de autocarros, no sentido de coordenarem esforços para um melhor planeamento do serviço público de transporte de passageiros.

Segundo o jornal “Ou Mun”, o organismo exortou as três empresas a estarem atentas ao volume de pas-sageiros por forma a responderem às necessidades das diferentes linhas e ajustarem a frequência dos autocarros e o destacamento de recursos huma-nos e veículos de forma atempada. Nesse sentido, está prevista a disponi-bilização de autocarros especiais.

Os representantes das transporta-doras asseveraram que estão a coor-denar esforços para destacar inspec-tores para as paragens de autocarros e os próprios veículos, para poderem acompanhar a situação em tempo real. Assim, não existem funcionários de férias, de modo a garantir recursos humanos suficientes para o funciona-

mento adequado do serviço.A DSAT e as empresas implemen-

taram um mecanismo de contingência para a Avenida Almeida Ribeiro, local crítico em termos de tráfego rodoviá-rio, para acompanharem as diversas medidas de controlo de multidões das autoridades policiais.

Para que os utentes tenham as in-formações mais actualizadas possíveis sobre os autocarros, incluindo as medi-das de controlo aplicadas no momento e as rotas em funcionamento, a DSAT vai ter mais pessoas a trabalhar no we-bsite e na aplicação para telemóveis.

L.F.

Secretário frisou que foram dadas instruções para mantera segurança pública nas zonas turísticas e fronteiras

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ARQ

UIVO

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 201506 JTM | LOCAL

ALEXIS TAM PROMETE OPTIMIZAR APOIOS SOCIAIS

Camadas carenciadas “não estão esquecidas”Os assuntos ligados à vida da população constituem a prioridade do trabalho que tem desenvolvido, afirma Alexis Tam, acrescentando que as camadas carenciadas “não estão de todo esquecidas ou abandonadas pelo Governo”

O Banco

Nacional Ultramarino

Deseja

à população de Macau

um bom

Ano Novo Lunar

“Kung Hei Fat Choi”

Deseja à população de Macau

um bom Ano Novo Lunar“Kung Hei Fat Choi”

Deseja à população de Macau

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“Kung Hei Fat Choi”

G-8 ground floor, Hotel Lisboa, Macau

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ARQ

UIVOO Secretário para os Assuntos So-

ciais e Cultura, Alexis Tam, reco-nhece ser necessário “optimizar”

os apoios sociais e o sistema de segurança social e promete “dedicar mais tempo às camadas mais carenciadas”.

“Não estão de todo esquecidas ou abandonadas pelo Governo. Queremos que sintam que Macau é, também, o seu lar repleto de felicidade”, afirma Alexis Tam, numa mensagem publicada no seu blogue, a propósito do Ano Novo Chinês.

Desde a tomada de posse no dia 20 de Dezembro de 2014, Alexis Tam refere que tem “contando com o apoio e estímulo dos residentes” e que o trabalho de exe-cução das acções governativas “têm-se vindo a desenvolver de forma estável”. Os assuntos ligados à vida da população constituem a prioridade do trabalho que tem desenvolvido, acrescenta.

Tendo como objectivo a “articulação

dos trabalhos entre o Governo e a Assem-bleia Legislativa”, Alexis Tam lembra ter instruído os serviços sob a sua tutela para “responder, sem demoras, às interpela-ções dos deputados”, medida que alcan-çou “já uma melhoria acentuada”.

Na área de saúde, o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura refere que as primeiras medidas tomadas mostraram “resultados satisfatórios”. “O tempo de espera para consultas médicas foi visi-velmente reduzido; o processo de recru-tamento dos profissionais de saúde e o processo administrativo para a aquisição dos equipamentos médicos estão a correr bem e estes resultados foram reconheci-dos pela maioria de população”, descre-ve o governante. No futuro, acrescenta, estará concentrado no “aprofundamento da reforma do sistema de saúde, elevan-do o nível de gestão” e oferecendo um melhor serviço aos residentes.

Na educação, que Alexis Tam classifi-ca como a “pedra basilar para o desenvol-vimento contínuo de Macau”, a formação de recursos humanos qualificados é uma prioridade. O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura promete continuar a dis-ponibilizar recursos para a educação, por forma a “formar os jovens para que estes se tornem nos pilares da construção do futuro de Macau”.

No que toca ao projecto de transfor-

mar Macau num centro internacional de turismo e de lazer, Alexis Tam destaca que a RAEM “possui as suas particula-ridades e vantagens, nomeadamente a herança cultural deixada pela fusão das culturas chinesa e portuguesa”. “É neces-sário reunir os elementos culturais, turís-ticos e desportivos potenciando sinergias para que Macau se torne uma cidade cul-turalmente mais rica, mais conhecida e atractiva”, acrescenta. A.J.

Consultas externas encerradas até segunda-feira

As consultas externas de especialidade e a farmácia do hospital do Centro Hospitalar Conde de São Januário vão encerrar entre quinta-feira e segunda-feira, devido aos fe-riados do Ano Novo Lunar. Por seu turno, os serviços de urgência (incluindo as consul-tas externas de 24 horas) e de internamento hospitalar do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o Posto de Urgência das Ilhas vão manter o normal funcionamento durante 24 horas. A Unidade de Hemodiálise encontrar-se-á encerrada no Domingo, mantendo o normal funcionamento, nos dias 18, 19, 20 e 23 de Fevereiro.

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015 JTM | LOCAL 07

MANUEL PIRES ESCREVEU CARTA À FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE JORNALISTAS

TDM protesta contra relatório da IFJIncomodado com as referências à estação televisiva no último relatório sobre a liberdade de imprensa em Macau, Manuel Pires escreveu aos responsáveis da Federação Internacional de Jornalistas lamentando que o documento omita informação relevante em relação aos casos denunciados que envolvem a TDM. Em declarações ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, Manuel Pires acrescenta que no primeiro ano de mandato, que agora completa, nunca precisou de defender a liberdade de imprensa dentro da empresa, apesar das muitas explicações e declarações públicas que teve que fazer sobre a matéria

O presidente da Comissão Exe-cutiva da TDM, Manuel Pires, escreveu uma carta à direcção

da Federação Internacional de Jorna-listas (IFJ, na sigla inglesa), sedeada em Bruxelas, onde lamenta o conteú-do do último relatório da organização sobre a liberdade de imprensa no ter-ritório. Na missiva, Manuel Pires frisa que a informação veiculada pelo do-cumento é incompleta e omite dados relevantes em relação aos casos que são referidos e que envolvem jornalis-tas da TDM.

“Enviei a carta porque entendi que perante a minha consciência devia mani-festar a posição de que falta lá qualquer coisa. (...) Falta ali a outra parte da his-tória”, afirma Manuel Pires ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

No relatório, que concluiu que a situa-ção da liberdade de imprensa em Macau “piorou” em 2014, a IFJ fazia referência ao facto de o Governo ter escolhido um funcionário público para suceder a Leong Kam-Chun na presidência da empresa.

Manuel Pires diz ter-se sentido “in-comodado” com a referência, “como se os funcionários públicos fossem menos pessoas que as outras”. “Quando o rela-tório afirma que o Governo nomeou um funcionário público para a administração da empresa, o que eu pensei logo é que,

pelos vistos, os funcionários públicos são cidadãos de segunda”, lamenta.

Em relação aos casos denunciados que envolvem o departamento de in-formação do canal chinês, Manuel Pires diz que no relatório falta “a outra parte da história”. O documento faz referência ao episódio das cartas anónimas de fun-cionários que, alegadamente, denuncia-vam atropelos à liberdade de imprensa na emissora. Manuel Pires lembra que o caso é anterior à sua chegada à empresa, acrescentando que do levantamento in-terno levado a cabo após a sua nomeação não houve nenhuma referência a proble-mas relacionados com a liberdade de im-prensa.

Quando chegou à empresa, e peran-te as alegações que tinham sido tornadas públicas, frisa que a primeira prioridade que teve foi “reunir-se internamente para ouvir o que os colegas tivessem a dizer”, em particular o departamento de infor-mação do canal chinês. “(...)Disse-lhes que estava disponível para ouvir toda a gente e não apenas as chefias. Vieram chefias e jornalistas. (...) Mas ninguém me colocou qualquer questão relaciona-da com a liberdade de imprensa e nunca vi quaisquer cartas”, declara.

Em relação ao caso dos dois apresen-tadores do programa “Bom Dia, Macau” que, segundo refere o relatório da IFJ, terão sido alvo de uma reprimenda por terem usado peças de roupa negras no dia em que se assinalava o aniversário

Manuel Pires frisa que relatório da IFJ é “incompleto”

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ARQ

UIVOAndré Jegundo

do massacre de Tiananmen, Manuel Pires lamenta que a IFJ não faça referência às conclusões do relatório de averiguações realizado pela empresa e que concluiu pela inexistência de qualquer sanção ou represália aos profissionais em causa.

“Não é uma forma correcta e feliz de abordar estas questões e o que transmiti à Federação é que lamentava profunda-mente esta postura”, adianta Manuel Pires.

O presidente da comissão executiva,

que está a completar um ano de mandato à frente da TDM, garante ainda que nun-ca precisou de defender a liberdade de imprensa no interior da empresa, apesar dos muitos esclarecimentos e declarações que teve que fazer publicamente sobre a matéria. “No interior da empresa, não precisei de defender a liberdade de im-prensa. Mas é verdade que tive que me defender publicamente muitas vezes no sentido de estar a explicar e a repetir as mesmas explicações”, refere.

O total dos activos internacionais do sector bancário de Macau superou um bilhão de patacas no final de Dezembro de 2014, revelam dados estatísticos oficiais

Activos externos da bancacresceram um quinto

No final de 2014, o total dos ac-tivos internacionais do sector bancário de Macau atingiu

1.009,8 mil milhões de patacas, mais 19,6% que no final de 2013, divul-gou ontem a Autoridade Monetária (AMCM). Em termos trimestrais, os ac-tivos internacionais registaram apenas uma ligeira subida de 0,1%.

As disponibilidades sobre o exte-rior aumentaram 14,8% para 749, 8 mil milhões de patacas, ao passo que os activos locais em moeda estrangeira subiram 35,9% para 260 mil milhões de patacas.

Os empréstimos de entidades não bancárias sobre o exterior constituí-ram a maior parte dos activos, atingin-do 350,6 mil milhões de patacas, mais 26,4%.

O total das responsabilidades inter-nacionais do sector bancário de Macau cifrou-se em 957,8 mil milhões de pa-tacas, registando uma subida de 19,8% em relação ao ano anterior.

As responsabilidades para com o

exterior e as responsabilidades internas em moedas estrangeiras ascenderam a 495,4 mil milhões e 462,4 mil milhões de patacas, respectivamente, face às do ano anterior, crescendo 25,2% e 14,4%, de acordo com a AMCM.

Os depósitos em moedas estrangei-ras dos residentes e do Governo de Ma-cau nos bancos locais continuaram a re-presentar a maior componente no total das responsabilidades internacionais. Esses depósitos aumentaram 13,3% para 425,9 mil milhões de patacas no final de Dezembro, em termos anuais.

A actividade bancária internacio-nal de Macau distribuiu-se principal-mente pela Ásia e Europa. Até final de Dezembro de 2014 as quotas das disponibilidades do sistema bancário de Macau em Hong Kong, no Interior da China e Singapura eram de 33,3%, 33,1% e 1,8%, respectivamente. Em relação a Portugal, Reino Unido e Lu-xemburgo, as quotas situaram-se em 6,0%, 1,5% e 1,1%, respectivamente, no total de activo exterior.

O preço médio do metro quadrado das fracções autónomas destina-das à habitação em Macau subiu

22% em 2014, para 99.795 patacas, mas o número de casas vendidas caiu 36,7%, para 7.625 unidades.

De acordo com dados dos Serviços de Estatística e Censos, com base no imposto de selo de transmissão de bens cobrado, as 7.626 unidades foram transaccionadas pelo valor de 49,80 mil milhões de pata-cas, menos 27% do que em 2013. Entre as casas alienadas constam 1.282 fracções autónomas de edifícios em construção e 6.343 de edifícios construídos, tendo os respectivos valores totais das transacções atingidos 15,61 mil milhões e 34,18 mil milhões de patacas.

Ao longo de 2014, o valor médio do metro quadrado das fracções autónomas destinadas à habitação subiu na penínsu-la de Macau 19,8% para 95.576 patacas, na ilha da Taipa 29,6% para 106.316 patacas e em Coloane 20% para 122.697 patacas.

No entanto, no quarto trimestre de 2014, o metro quadrado das unidades ha-bitacionais desceu 5,2% para 94.788 pata-

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JTM

Preço médio das casas subiu 22% em 2014No cômputo geral de 2014, o valor médio por metro quadrado das casas vendidas em Macau atingiu quase 100 mil patacas

cas, em termos trimestrais, enquanto que o número de transacções baixou 20,1% para 1.414 em relação ao período compreendi-do entre Julho e Setembro.

De acordo com os mesmos dados, o preço médio por metro quadrado das frac-ções autónomas habitacionais de edifícios em construção (156.164 patacas) e já cons-truídos (85.219 patacas), aumentou 48,1% e 28,8% em 2014, respectivamente, em ter-mos anuais.

Por outro lado, os preços médios por metro quadrado das fracções autónomas destinadas a escritórios e à indústria atin-giram 121.112 e 54.250 patacas, respectiva-mente, equivalente a acréscimos de 62,5% e 60,9% comparativamente a 2013.

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 201508 JTM | LOCAL

Proc. Acção Ordinária nº CV3-14-0068-CAO 3° Juízo Cível

Autor: TONG CHI NUNG, residente em Macau, na Rua de Marques de Oliveira, nº 47C, 2º andar.Réu: KAM KAI SAN, MULHER DE KAM KAI SAN, KAM SIU MENG, com última residência conhecida em Macau, na Rua da Barca, nº 59, ausente em parte incerta; e HERDEIROS DESCONHECIDOS DE KAM KAI SAN.

FAZ-SE SABER que, pelo Tribunal, Juízo e processo acima referidos, correm ÉDITOS DE TRINTA (30) DIAS, a contar da data da segunda e última publicação dos respectivos anúncios, citanda os Réus, para no prazo de TRINTA (30) DIAS, decorridos que sejam os dos éditos, contestarem, querendo, a Acção Ordinária, acima identificada, conforme tudo melhor consta da petição inicial, cujos duplicados se encontram neste 3º Juízo Cível à sua disposição e que poderão ser levantados nesta secretaria, sob pena de não o fazendo no dito prazo, seguir o processo os ulteriores termos até final à sua revelia. Se não contestarem, não consideram reconhecidos os factos articulados pelos Autores.

Consigna-se que é obrigatória a constituição de advogado, no caso de quererem contestar.

Caso seja requerido o apoio judiciário na modalidade de nomeação de patrono, o prazo da contestação/oposição interrompe-se desde a data em que o requerente junte aos autos o documento comprovativo do pedido de apoio judiciário (artº 20º da Lei nº 13/2012).

Em síntese, os Autores, pedem que a presente acção deve ser julgada procedente por provada e em consequência:

O Autor TONG CHI NUNG, reconhecido, nos termos do artigo 1212º do Código Civil de Macau, pela ocupação consecutiva, ininterrupta, efectiva, de má-fé, pacífica, pública em seu nome, como legítimo proprietário do prédio nº 78 da Rus da Alegria, descrito na Conservatória do Registo Predial de Macau sob o nº 11278, a inscrição a seu favor.

Macau, 10 de Fevereiro de 2015.

O Juiz a) Carlos Armando da Cunha Rodrigues de Carvalho

A Escrivã Judicial Adjuntaa) Chan U Wai

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

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• • • BREVESCTM admite responsabilidadesem falha no site do GITO problema que afectou o site do Gabinete para as In-fra-estruturas de Transportes (GIT) não se deveu afi-nal a um ataque de “hackers”, como foi inicialmente apontado, mas a um problema de software no sistema de memória “cache” da CTM, referiu ontem a compa-nhia de telecomunicações em comunicado. A CTM in-dicou ainda que já entregou um relatório sobre o caso à Direcção dos Serviços de Regulação de Telecomuni-cações (DSRT). O caso ocorreu na passada semana na página do GIT, através do qual os utilizadores foram reencaminhados para um site de conteúdos obscenos.

Novo Banco Ásia perde 86,7% dos depósitosApós a queda do Banco Espírito Santo em Portugal, dando lugar ao Novo Banco, a sucursal de Macau do Novo Banco Ásia perdeu 86,7%. Segundo o Business Daily, um extracto oficial mostra que o banco tinha cerca de 478,8 milhões de patacas em depósitos no fi-nal de 2014. No ano anterior, o seu antecessor, Banco Espírito Santo, contava com 3,68 mil milhões de pa-tacas.

Banco Alimentar quer chegar até às ilhasO Banco Alimentar gerido pela Caritas está à procura de espaços na Taipa e Coloane onde possa fixar no-vos centros de distribuição de comida, pretendendo aceitar como beneficiários pessoas de todas as idades. Devido à falta de enfermeiros e outros profissionais de saúde, a instituição está também a preparar pro-gramas de formação para pessoas que queiram me-lhorar as suas competências de tratamento de pessoas incapacitadas. A Caritas tem actualmente mais de 200 voluntários, tendo já ajudado mais de 4.000 pessoas através do Banco Alimentar.

Proposto fim do Secretariado do Conselho UrbanísticoO Executivo propôs a extinção do secretariado perma-nente do Conselho do Planeamento Urbanístico como forma de simplificar o seu funcionamento. A medida consta de um projecto de regulamento administrativo que recebeu “luz verde” do Conselho Executivo e é justificada com a “racionalização de quadros e simpli-ficação administrativa”.

LUCROS LÍQUIDOS SUBIRAM 7% EM 2014

MGM distribui bónusa trabalhadores Os lucros líquidos da MGM ascenderam em 2014 a 5,7 mil milhões de dólares de Hong Kong, mais 7% do que no ano anterior. Ontem, a companhia anunciou que vai pagar um mês de salário extra a todos os trabalhadores que não ocupam cargos de gestão

A operadora de casinos MGM Macau anun-ciou ontem que vai atribuir um bónus, no valor de um salário mensal, aos trabalhado-

res que não ocupam cargos de gestão. Em comu-nicado, a MGM Macau explica que o prémio, uma recompensa pelos resultados pela primeira metade de 2014, será pago em Julho deste ano.

“Queremos mostrar o nosso compromisso em partilhar [os resultados do] sucesso com a nossa equipa sempre que os objectivos sejam atingidos. Esta é também uma forma de a empresa mostrar o seu sincero agradecimento à equipa pelo seu tra-balho árduo”, afirma Grant Bowie, CEO da MGM, citado no comunicado da operadora.

No exercício financeiro anual encerrado a 31 de Dezembro de 2014, a MGM China Holdings re-gistou receitas globais de 25.454 milhões de Hong Kong, menos 1% do que os 25.728 milhões regis-tados em 2013. Os lucros líquidos, por seu turno, ascenderam a 5.707 milhões de dólares de Hong Kong, mais 7% do que no ano anterior. O EBITDA ajustado da empresa (resultados antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) ascendeu a 6.998 milhões de dólares de Hong Kong, mais 5% do que o registado em 2013.

Os ganhos do segmento de jogo VIP sofreram uma quebra de 15% e os das slot machines desce-ram 10%, informa a operadora, salientando que, por outro lado, o hotel em Macau registou uma taxa de ocupação de 98,7% ao longo de 2014.

“Estes resultados foram alcançados apesar de vários desafios que enfrentámos em Macau, e que exigiram adaptação e respostas prontas para as mudanças constantes que foram ocorrendo ao lon-go do ano”, refere a empresa em comunicado.

Em relação ao projecto no COTAI, a MGM ga-rante que está a decorrer “a todo o vapor” preven-do-se que possa abrir em 2016.

Desde Junho de 2014 que os casinos de Macau

registam quedas homólogas nas receitas e as mais recentes previsões apontam mesmo para perdas na ordem dos 50% em Fevereiro.

JTM com Lusa

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MGM

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015 JTM | LOCAL 09

HABITAÇÃO, SAÚDE E TRANSPORTES NO CENTRO DAS PREOCUPAÇÕES

Chefe recebe reivindicações da ATFPMChui Sai On recebeu a Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) que apresentou várias medidas para solucionar problemas relacionados com a habitação, os transportes e até a democratização do sistema político de Macau. Pereira Coutinho destacou que o Chefe do Executivo afirmou que irá haver uma reforma na função pública, porém, “ela não pode ser feita de uma vez só”

INSTITUIÇÃO DEVE OCUPAR ANTIGAS INSTALAÇÕES DA UNIVERSIDADE DE MACAU

Um instituto para formar funcionários públicosRepresentantes da Associação dos Técnicos da Administração Pública de Macau (ATEC) reuniram ontem com o Chefe do Executivo para apresentar as reivindicações que esperam que sejam tidas em conta nas Linhas de Acção Governativa. A criação do Instituto Administrativo do Governo da RAEM foi uma das medidas propostas pela ATEC que reiterou a importância da educação especializada para a eficiência dos profissionais

Coutinho contesta Metro em Macau

A Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) propôs ontem ao Chefe do Executivo a eliminação do Metro Ligeiro em Macau, mantendo ape-nas o trecho das ilhas. Pereira Coutinho considera que o Metro será útil apenas para o transporte de turistas entre o Posto Fronteiriço das Portas do Cerco e os casinos do COTAI, não sendo utilizado pelos residentes de Macau no dia-a-dia. No encontro com Chui Sai On foi proposto como alternativa a melhoria dos transportes públicos e dos táxis. O deputado admite, ainda assim, que “ter cora-gem para acabar com o metro não é fácil”, ainda que isso evite “que os cidadãos sofram com as obras”.

O Chefe do Executivo, Chui Sai On, reuniu ontem com repre-sentantes da Associação dos

Técnicos da Administração Pública de Macau (ATEC) que apresentaram cinco pontos a ter em conta nas Linhas de Ac-ção Governativa, disse o presidente da associação, Kun Sai Hoi. A formação e a aquisição de competências por parte dos funcionários públicos mereceram destaque no encontro em que Kun Sai Hoi voltou a debater a criação de um instituto de formação especializado.

Em declarações ao JORNAL TRIBU-NA DE MACAU, o presidente da ATEC revelou que a associação pretende criar o Instituto Administrativo do Governo da RAEM nas antigas instalações da Universidade de Macau, na Taipa. O objectivo é fomentar o desenvolvimen-to das competências dos funcionários públicos do território. “Nós queremos novas oportunidades de formação para os funcionários porque para serem mais eficientes têm de ter algum treino e o que existe no mercado actualmen-te não é suficiente”, destacou Kun Sai Hoi, que quer ver a nova instituição aberta “o mais depressa possível”.

Para o presidente da ATEC devia ainda ser criada uma prova de avalia-

ção das competências para os funcioná-rios públicos. Os resultados do exame seriam determinantes para eventuais promoções e para a progressão na car-reira. “Era importante para garantir que as pessoas são promovidas pelas suas capacidades e não pelas pessoas que conhecem”, sublinhou.

As questões da habitação e dos salá-rios na função pública mereceram tam-bém a atenção de Kun Sai Hoi que re-

cordou o facto de antes da transferência de soberania, em 1999, os funcionários públicos terem oportunidade de reque-rer moradias.

No âmbito da remuneração, o mes-mo responsável considera que o Exe-cutivo devia conceder um subsídio equivalente a 110 pontos do salário que “está abaixo das 16.000 patacas”, disse.

A ATEC pretende ainda que a con-tagem da antiguidade dos trabalhado-

res da função pública seja feita a par-tir do momento em que começaram a trabalhar nos serviços públicos, já que muitos funcionários empregados há mais de 20 anos vêem actualmente o seu tempo de serviço contado apenas a partir de 2007. “Alguns acabam por ter que se reformar mais tarde ou por não ter tantos benefícios”, referiu o respon-sável.

Kun Sai Hoi destacou que o Chefe do Executivo se mostrou disposto a levar em consideração as propostas da ATEC, ressalvando, porém, que isso não repre-sentava uma certeza no que diz respeito a pôr as medidas em prática.

Chui Sai On reuniu-se também com a Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Origem Chinesa du-rante a qual o Chefe do Executivo re-conheceu que o crescimento acelerado da economia traz novas pressões para os funcionários de categoria mais baixa.

Por sua vez, o presidente da direc-ção da associação, Cheong Koc Iun apresentou cinco sugestões, incluindo aumentar a base de referencia de todos os vencimentos para índice 140, de for-ma a ajudar as classes mais baixas a en-frentar o peso da inflação.

I.A.

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GCS

ATEC foi recebida por Chui Sai On

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ATF

PMO Chefe do Executivo, Chui Sai On, reuniu ontem com a Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) que apresentou pro-

postas de soluções para problemas que se prendem com a habitação, transportes e até a corrupção política.

Chui Sai On disse que vai haver uma reforma na fun-ção pública mas que ela não pode ser feita toda de uma vez, tem de ser posta em prática de acordo com prio-ridades, sendo necessário que algumas medidas sejam tomadas com brevidade. Não foi dado, no entanto, ne-nhum prazo.

Pereira Coutinho destacou na reunião a necessidade de criar 40 mil fracções de habitação social, que a ATFPM prevê que correspondam às necessidades da população, por ser “cada vez mais difícil” suportar os preços impos-tos pelo sector imobiliário. A utilização da Ilha da Mon-tanha para o efeito foi uma das sugestões deixadas ao Chefe do Executivo durante o encontro.

Em declarações ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, o deputado e presidente da ATFPM salientou que utili-zar a Ilha da Montanha “permitiria maior circulação de pessoas e veículos” resolvendo, assim, “alguns dos pro-blemas de trânsito e de concentração de pessoas”. O ter-ritório chinês podia ainda representar uma solução para quem tenta abrir um negócio e se depara com valores de arrendamento de espaço muito elevados.

O deputado que adjectivou a problemática do tráfe-go de “sem solução” considera que o Metro Ligeiro não devia circular em Macau (ver caixa), sugerindo ainda o fomento do ciclismo. “Devíamos fomentar o ciclismo. Há cada vez mais pessoas que se deslocam à Taipa para passear de bicicleta mas aqui temos condições, se hou-

ver boa vontade”, afirmou.No mesmo encontro a associação sugeriu o aumento

do Programa de Comparticipação Pecuniária de 9.000 patacas para 12.000, “devido ao aumento do custo de vida, nomeadamente no que diz respeito à habitação”.

Em cima da mesa de conversações esteve ainda o cancelamento do limite de 300 horas extraordinárias para os motoristas da função pública porque a barreira é sempre ultrapassada.

A maior democratização do sistema político foi ou-tras das reivindicações da ATFPM que defendeu o au-mento do número de assentos por sufrágio directo, reduzindo o de deputados nomeados ou eleitos por su-frágio indirecto.

Pereira Coutinho disse ainda que era necessário “um

combate mais forte à corrupção eleitoral”, com restrições “aos jantares e viagens de borla e aos cupões oferecidos em período de campanha com o objectivo de conseguir votos”.

A Secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, esteve presente na reunião. O deputado da As-sembleia Legislativa espera que a ATFPM possa debater as suas preocupações com cada um dos Secretários em breve.

Referindo-se às Leis de Acção Governativa e ao im-pacto das reivindicações da associação, Pereira Couti-nho disse que seria necessário “ver para crer”.

I.A.

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 201510 JTM | PUBLICIDADE

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015 JTM | LOCAL 11

INSTITUIÇÃO SOCIAL DE MONG HÁ PALCO DO CRIME

Fez-se passar por assistente social e violou menina de 12 anosUm residente de 22 anos confessou ter violado em 2013 uma menor de 12 anos, depois de a ter convencido de que era um assistente social, anunciou ontem a PJ. As autoridades avançaram que o detido admitiu a existência de mais vítimas, embora tenha garantido que todas as relações sexuais foram consentidas

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ARQ

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A Polícia Judiciária (PJ) deteve um residente de 22 anos, por suspei-tas de violação de uma menina,

que na altura do crime tinha 12 anos. O suspeito fez-se passar por assistente social, tendo levado a vítima para uma instituição de acolhimento de jovens con-denados que funciona no complexo de Habitação Social de Mong Há, onde já ti-nha habitado por ordem judicial, após ter sido sentenciado por furto quando ainda era menor.

De acordo com as autoridades, o caso foi denunciado pelos pais da me-nor recentemente, porém, o crime terá sido cometido em Dezembro de 2013.

Na noite do alegado crime, a vítima que vive no seio de uma família proble-mática, andava a vaguear sozinha no Jardim de Mong Há, não tendo ido dor-mir a casa. Nessa altura, foi abordada pelo suspeito, que começou por pedir orientações. Durante a conversa que se

seguiu, o suspeito garantiu ser assisten-te social e alertou que era muito perigo-so para ela andar sozinha àquelas horas da noite.

Afirmando que conhecia uma insti-tuição, onde ela podia pernoitar de forma segura, convenceu-a a ir para o Bairro So-cial de Mong Há.

Porém, chegados ao local, o suspei-to levou a vítima para uma arrecadação onde a terá violado. Após o acto, amea-çou-a, caso ela revelasse o que ali se tinha passado. Esta ameaça terá motivado a jovem a manter segredo, tendo apenas contado recentemente aos pais o que se passou naquela noite.

Na segunda-feira, a PJ interceptou o suspeito na Rotunda Carlos da Maia, tendo admitido que teve relações sexuais com a rapariga, porém, sublinhando que não a forçou. Nas mesmas declarações, reconheceu ainda que não foi um aconte-cimento isolado, pelo que as autoridades exortaram potenciais vítimas a apresen-tar queixa.

O detido vai ser encaminhado ao Mi-

nistério Público, podendo vir a ser acusa-do formalmente de violação qualificada.

Ao “Ou Mun Tin Toi”, a directora dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), Leong Lai, lamentou o sucedido e afirmou que contactou de imediato o estabelecimento de ensino onde a vítima estuda.

Destacando que as autoridades de-vem condenar fortemente este tipo de casos, Leong Lai realçou que o facto de

uma criança não ir dormir a casa é algo de extrema importância para uma famí-lia, cabendo aos pais a responsabilidade não só de cuidar dos filhos, mas também de os tentar compreender e ajudar, para que aprendam a proteger-se.

A directora da DSEJ admitiu também que há espaço para melhorias no que diz respeito à educação sexual nas escolas da RAEM, destacando a importância da pre-venção.

Duas situações de furto de cabos eléctricos em obras no Terminal Marítimo do Pac On e na Doca dos Pescadores causaram prejuízos totais superiores a quatro milhões de patacas. O estaleiro de construção na Doca dos Pescadores já tinha sido alvo de furto em duas ocasiões anteriores

CASOS EM PAC ON E DOCA DOS PESCADORES

Furtos de cabos rendem 4,3 milhões

A Polícia Judiciária (PJ) foi infor-mada na segunda-feira de dois casos de furto de cabos eléc-

tricos em construções, que resultaram em prejuízos totais de 4,3 milhões de patacas.

Uma das ocorrências deu-se no es-taleiro do Terminal Marítimo da Taipa, na zona de Pac On, pelo meio-dia. Um funcionário da obra disse à PJ que ao chegar ao local deu conta do desapa-recimento dos materiais. Alegou ainda ter visto, poucos minutos depois, três homens desconhecidos - que suposta-mente terão furtado os cabos eléctricos avaliados em três milhões de patacas, com comprimentos distintos - a fugir da

zona, com recurso a um barco a motor. Até ontem à tarde a polícia não tinha conseguido interceptar os suspeitos.

No mesmo dia, pelas 15:00 as au-toridades receberam uma participação do trabalhador de uma obra num esta-leiro situado na Doca dos Pescadores que dava conta do furto de seis cabos eléctricos de diferentes comprimentos. Responsáveis pela construção aponta-ram para um prejuízo na ordem dos 1,3 milhões de patacas.

A polícia ainda não conseguiu iden-tificar quaisquer suspeitos do crime. Esta foi já a terceira situação de furto de cabos naquela obra.

I.A.

A recusa de pagamento de uma dí-vida acumulada que ultrapassa mil milhões de patacas foi um dos

episódios que alertaram as autoridades chinesas para a situação de Shao Dong-ming, reconhecido empresário de Xangai. Os incidentes remontam ao Ano Novo Lunar de 2012, altura em que terá vindo a Macau, onde alegadamente jogou no casi-no StarWorld durante três dias seguidos. Em Março de 2013, Dongming terá ainda organizado um grupo de pessoas para atacar os seus credores quando estes pre-tendiam negociar um meio de pagamento da dívida.

Segundo o jornal “Business Daily”, o conhecido empresário de Xangai deve ao casino StarWorld cerca de mil milhões de yuan (1,3 mil milhões de patacas ao câm-bio actual).

A recusa de pagamento da dívida le-vou a que o casino instaurasse um pro-cesso judicial contra Shao Dongming, referiram alguns meios de comunicação do Continente. Porém, em declarações ao “Business Daily”, o vice-presidente das Relações Públicas do grupo Galaxy En-

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SHAO DONGMING TERÁ JOGADO TRÊS DIAS CONSECUTIVOS EM MACAU

Empresário de Xangaicom dívida milionária a casinoUm empresário de Xangai estará a ser investigado no Continente por alegadamente ter contraído uma dívida que atinge 1,3 mil milhões de patacas. O caso remonta a 2012, durante a época de Ano Novo Lunar, altura em que Shao Dongming terá jogado no StarWorld, em Macau, por três dias consecutivos

tertainment, Buddy Lam, afirmou que “o StarWorld não instaurou qualquer acção judicial contra Shao Dongming”.

Um relatório a que a publicação teve acesso diz que o empresário chinês cos-tumava gabar-se da relação próxima que tinha com diversas personalidades de Xangai, incluindo o presidente da Câma-ra, Yang Xiong.

De acordo com o “Macau Daily Ti-mes”, o empresário costuma jogar em Ma-cau desde 2011, tendo sido apelidado de “o rei vermelho do jogo” devido às suas dívidas milionárias.

I.A.

Caso de violação ocorreu no Bairro Social de Mong Há

Liane Ferreira

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ESTUDO MOSTRA QUE NOVA GERAÇÃO TEM NOVA PERCEPÇÃO SOBRE RELAÇÕES SEXUAIS

Jovens não condenam sexo antes do casamentoUm estudo da Associação de Jovens Fu Lun revela que 80% dos inquiridos, entre os 13 e 29 anos, não se opõem ao sexo antes do casamento, e cerca de metade não considera que a parceira tenha que ser a pessoa com quem dão o nó. De acordo com o responsável da associação, os jovens estão muito curiosos sobre o sexo oposto e a vida amorosa, o que só os afecta nos estudos

As atitudes dos jovens em relação ao casamento e às relações se-xuais estão a mudar. É pelo me-

nos o que mostra um estudo da Associa-ção de Jovens Fu Lun. Entre os inquiridos - com idades dos 13 aos 29 anos - 80% disseram não se opor ao sexo antes do matrimónio.

O casamento parece o que menos importa quando os jovens decidem dar o passo de ter relações sexuais, uma vez que a maioria dos que concordam com o sexo antes do matrimónio, não conside-ram que a parceira tenha que vir a ser a pessoa com quem dão o nó.

Segundo a presidente da Fu Lun, os jovens são curiosos pelo sexo oposto e estão ansiosos para experienciar a vida amorosa. Contudo, esta fantasia e o facto de “perseguirem” essas ideias apenas os afecta no desempenho na escola.

O estudo, citado pelo jornal “Ou Mun”, mostra que metade dos inquiridos já esteve envolvido em pelo menos uma relação amorosa, sendo que a maioria (80%) tinha na altura entre 14 e 17 anos. Estes jovens disseram ter-se conhecido na escola ou em actividades no exterior e mostraram-se ansiosos por ter uma pessoa que os acompanhe, despertando curiosidade pelo sexo oposto.

A associação disse que irá promover a educação sexual para que os jovens tenham conhecimentos sobre o que en-volve uma relação sexual “e não tenham sexo apenas por curiosidade”.

A pesquisa da Associação de Jovens Fu Lun foi realizada sob quatro perspec-tivas. Além de avaliar as atitudes dos jo-vens sobre o casamento/amor e as rela-ções sexuais, questionou ainda os valores

em relação ao dinheiro, passar de ano na escola, procurar emprego e situação de consumo.

A maior parte dos inquiridos escolheu continuar os estudos depois do secundá-rio, tendo como área de eleição a gestão de empresas (13%), seguida da hotelaria, turismo e medicina. Cerca de dois por cento optaram por trabalhar no sector do Jogo.

Na altura de escolher uma profissão, 47% afirmam que têm em consideração o ordenado e o seu interesse pessoal, segui-do de elementos como as horas de traba-lho e o ambiente profissional.

Perto de 10% admitiram que têm tam-bém em conta a dimensão da empresa, as oportunidades para subir na carreira e os desafios que o trabalho lhes pode propor-cionar.

A maior parte dos participantes acre-dita ter “dinheiro suficiente para fazer” as suas “coisas”, sendo que as despesas mensais não vão além das mais de 3.000 patacas. O estudo mostra que são muito poucos aqueles que ficam tristes por cau-sa do dinheiro.

O dinheiro pode não causar infelicida-de, mas na hora de definirem a amizade e o que vestem, o inquérito descobriu que mais de 70% dos jovens consideram que as marcas são símbolos de identidade e 80% alimentam a ideia que sem dinheiro não se conquistam amigos. Também 80% afirmaram, por isso, que não se importam de emprestar dinheiro aos amigos mais próximos.

A poupança parece não ser um hábito muito comum entre os mais novos. Mais de 28% apresentam situações de consu-

mo excessivo, sendo que na altura de comprar perdem a capacidade de contro-lo, adquirindo produtos sem utilidade ou que nunca vão usar.

Face a estes resultados, a presiden-te da Fu Lun afirmou que a “moda dos cartões de crédito” e das compras online facilita a que os jovens percam o controlo, pelo que é necessário estar atento a estes comportamentos de compras compulsi-vas. Ng Chi Leng alerta que alguns não consideram este comportamento como uma espécie de doença até ao momento em que as dívidas se acumulam e ficam deprimidos, ansiosos, estados que po-dendo levar ao suicídio.

No total, foram inquiridos mais de 2.400 jovens entre os 13 e os 29 anos, em-pregados ou a estudar.

F.A./L.F.

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JTM

Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 201512 JTM | LOCAL

REGULAMENTAÇÃO DA LICENÇA DE PATERNIDADE EM CIMA DA MESA

Políticas de apoio familiar devem ser prioritáriasO Chefe do Executivo reuniu com as novas dirigentes da Associação Geral das Mulheres de Macau que apontaram a “promoção das políticas de harmonia na família” como uma das principais prioridades. O Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, já se comprometeu a avançar com a regulamentação da licença de paternidade

A Associação Geral das Mulheres transmitiu ao Chefe do Executivo que a promoção de políticas de harmonia familiar deve ser uma das princi-

pais prioridades do Governo. Ontem, Chui Sai On reuniu com as novas dirigentes

da Associação para ouvir opiniões para a elaboração do relatório das linhas de acção governativa. A presidente da associação, Tina Ho Teng Yat, apresentou oito suges-tões para as LAG, entre as quais legislar “sobre a protec-ção de crianças e mulheres”, “promover as políticas de harmonia na família”, “optimizar os cuidados de saúde maternal e garantir os serviços e cuidados médicos”, “aperfeiçoar o regime de segurança social”, “promover a diversificação da economia e intensificar a formação de quadros qualificados” e “melhorar o sistema dos transportes colectivos”.

Chui Sai On agradeceu as opiniões apresentadas e prometeu que o Governo vai considerar a matéria apre-sentada aquando da elaboração das linhas de acção go-vernativa. Frisou que tudo fará para que as políticas se-jam em benefício da população.

Por sua vez, o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, elogiou o trabalho efectuado pela associação e afirmou que o esforço desta resultou na

melhoria dos direitos das mulheres. Acrescentou que o Governo terá como referência as opiniões da associação

para optimizar as linhas de acção governativa, particu-larmente no que se refere às garantias e direitos das mu-lheres.

O encontro contou ainda com a presença da chefe de Gabinete do Chefe do Executivo, O Lam, e de elementos da equipa dirigente da Associação Geral das Mulheres.

Num encontro anterior com a liderança da mesma associação, o Secretário para a Economia e Finanças de Macau comprometeu-se a avançar com a regulamenta-ção da licença de paternidade, adicionando a questão aos pontos de revisão da lei laboral.

Lionel Leong garantiu que o Governo vai também incluir o regime de trabalho a tempo parcial, outra rei-vindicação da associação para permitir que as mulheres reintegrem com mais facilidade o mercado de trabalho após terem filhos.

Actualmente, a lei permite apenas que os pais pos-sam ter dois dias de faltas justificadas depois do nasci-mento dos filhos. Já as mães gozam de uma licença de 56 dias desde 2009.

A discussão sobre a licença de paternidade e o traba-lho a tempo parcial vão, assim, ser discutidas no Con-selho Permanente de Concertação Social, no âmbito das alterações à Lei das Relações de Trabalho.

Chui Sai On recebeu Associação Geral das Mulheres

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GCS

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015 JTM | PUBLICIDADE 13

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015 JTM | LOCAL 15

LÍDIA LOURENÇO, A ESCULTORA DE AÇÚCAR

De Macau para o Mundo a adoçar bocasJá fez um bolo de aniversário para o cantor sul-coreano Rain e ganhou medalhas de ouro e bronze no concurso “Cake International”. Além dos troféus, Lídia Lourenço adoça as bocas de Macau há quatro anos, sem parar de melhorar a sua técnica

A mestria de Lídia Lourenço na doçaria chegou a todos os re-sidentes gulosos primeiro pela

internet, com a sua loja online, e depois pela televisão, onde teve um programa de culinária com 24 episódios na TDM. Constantemente em formação, a artista dos bolos 3D pretende elevar o nome da RAEM nesta área, participando em mais competições internacionais.

“Tenho de organizar bem o tempo e o meu calendário, porque gostava de par-ticipar em mais competições internacio-nais. É muito bom para aprender e retirar experiência”, contou Lídia Lourenço ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, con-fessando que as competições de desenho de bolos em Hong Kong “são muito fra-quinhas e não têm piada”.

Nos concursos em Inglaterra a “com-petição é mais forte”, explicou a doceira, ao destacar o facto de reunirem pessoas de uma maior variedade de locais, com visões e experiências diferentes.

Na competição “Cake International” em Birmingham, onde ganhou a meda-lha de ouro na categoria de bolos de ca-samento, Lídia Lourenço apresentou dois pavões, simbolizando um casal. “Dis-seram que era especial, porque normal-mente um bolo de casamento tem flores e andares, mas o meu tinha uma forma diferente”, afirmou.

“Nestas competições não avaliam apenas o design e a ideia, mas também a técnica e as cores e achei mais seguro que fosse tudo branco”, justificou a artis-ta, admitindo que receava que o júri não gostasse das cores escolhidas. “Como não tinha experiência nestas competições não quis arriscar”, confessou.

Atendendo a que o bolo era bastante pesado, apesar de parecer pequeno, Lídia Lourenço teve de pedir ajuda num super-mercado chinês situado nas redondezas. “Pedi um carrinho emprestado para transportar o bolo. A senhora disse que no dia seguinte viria um homem entregar hortaliças e que podia levá-lo empresta-do para ajudar a carregar o bolo e foi o que fiz”, referiu.

No mesmo concurso apresentou tam-bém uma estátua da Deusa Kun Iam, um trabalho difícil que lhe valeu a conquista de uma medalha de bronze.

Lídia Lourenço começou a traba-lhar na área da pastelaria em Setembro de 2010, embora no início se dedicasse apenas a bolos mais simples. “Tive sorte no início, porque comecei logo a ter en-comendas. Nessa altura fazia bolos de chocolate, ‘cheesecakes’ e coisas assim, mas todos os dias tinha encomendas”, recorda.

“Depois os clientes começaram a pe-dir bolos em forma de carros e bonecos e, como não sabia como fazer, decidi co-meçar a aprender”, contou a “designer” de bolos, que inicialmente aprendeu sozinha, através de um livro de Debbie Brown, reconhecida pasteleira interna-cional de bolos em 3D.

Dois anos depois de ter começado a trabalhar nesta área da doçaria, conside-rou que tinha desenvolvido a sua técnica, mas “estava estagnada e queria melho-rar”. Por isso, começou a participar em acções de formação e “workshops” no Reino Unido.

“Comecei a procurar professores com níveis de exigência muito superiores”, afirmou, recordando que já fez quatro cursos em Inglaterra, nos Estados Uni-dos, Espanha, Irlanda.

A formação nos Estados Unidos foi feita na conceituada Wilton. Apesar de existirem cursos desta escola em Macau e Hong Kong, Lídia Lourenço optou por ir directamente à “fonte”, por ser uma ver-tente de formação mais profissional.

De todos os workshops em que par-ticipou destaca o da Irlanda, onde criou um busto. “A escultura é o trabalho mais difícil. O busto da Irlanda demorou três dias a fazer e não pude parar”, indicou.

Encomendas quase todos os diasActualmente, o seu negócio não deixa

margem para folgas. “Recebo encomen-das quase todos os dias”, disse, explican-do que, no caso de se tratar de um bolo 3D, faz um rascunho do bolo em papel, com as características solicitadas pelo cliente, para que seja previamente apro-vado.

“Para um bolo de casamento é preciso dois dias, mas se for um bolo de quase um quilo, demoro entre seis a oito horas de trabalho”, afirmou Lídia Lourenço, sublinhando que “os bolos de criança são engraçados e simples, mas os de ca-samento são para um momento muito importante”.

Loja para abrir a 21 de Março

Lídia Lourenço planeia abrir a sua primeira loja no próximo mês. Localizado em Macau, o espaço comercial será destinado à venda de materiais de pastelaria importados de Inglaterra, que normalmente estão disponíveis em Hong Kong. “É muito importante termos confiança naquilo que comemos, por isso os produtos não são da China”, reve-lou a “cake designer” ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, explicando que conseguiu reu-nir agora a confiança necessária para concretizar uma ideia que nasceu há três anos. O espaço está em fase de obras, sendo que a decoração vai ser em tons de branco, com alguns apontamentos de rosa claro. “Gostava de manter em segredo o local, porque quero que seja a surpresa total, quando as pessoas virem o espaço”, afirmou. Para além de vender materiais, a pasteleira planeia dentro de seis meses começar a leccionar cursos de formação em pastelaria e, antes disso, começar a vender para restaurantes. A inauguração da loja está agendada para 21 de Março e contará com a presença de Karen Portaleo, reconhecida “cake designer” norte-americana que nos dois dias se-guintes irá leccionar aulas sobre a confecção de bolos em 3D.

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ENÇOLiane Ferreira

Referindo que os bolos de casamento podem chegar a pesar mais de 22 quilos, “porque o açúcar é muito pesado”, a ar-tista confessa que o seu maior receio é que sejam difíceis de transportar e não os consiga entregar ao cliente ou que caiam ao chão.

“Normalmente, não há pedidos es-tranhos. Mas o mais caro custou quase 10.000 patacas e foi uma boa memória”, indicou, revelando ter criado um bolo de aniversário do cantor sul-coreano Rain. “Ele estava em Macau para a inaugura-ção de uma loja e era o seu aniversário. Uma assistente da loja telefonou e enco-

mendou o bolo, que demorou quase dois dias a fazer”, disse.

A doceira foi responsável por trazer a Macau em Janeiro “a cake designer” Ka-ren Portoleo, para leccionar duas acções de formação, uma para fazer um bolo em forma de zombie e outra replicando um panda.

O programa que protagoniza na TDM, intitulado “Lina Dessert” também continua na agenda, provavelmente para o final do ano. “Ainda tenho de organizar o calendário e fazer um plano de episó-dios. Depois deste ser aprovado, pode-mos avançar”, indicou.

Rascunho de bolo para o cliente aprovar Resultado final

Lidia Lourenço e o bolo em 3Dmais dificil que fez

No programa da TDMBolo de aniversário do cantor Rain

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 201516 JTM | LOCAL

EXPOSIÇÃO REVELA COSTUMES DO ANO NOVO CHINÊS EM TIANJIN E CHONGQING

“Maior diferença” nas tradições está na comidaAs tradições de Tianjin e Chongqing no período do Ano Novo Chinês são desvendadas numa exposição patente no Jardim Lou Lim Ioc

O pavilhão do Jardim Lou Lim Ioc acolhe até 12 de Março a “Exposição das Tradições do

Ano Novo Lunar nos Municípios de Tianjin e Chongqing”. Esta iniciativa tem vindo a ser realizada todos os anos desde 2001, sendo que anualmente são escolhidas duas províncias ou muni-cípios distintos, tendo sido já contem-plados 28.

Em Chongqing, o maior dos quatros grandes municípios chineses, a popula-ção comemora o Festival da Primavera a partir do oitavo dia do décimo segun-do mês lunar até ao décimo quinto dia do primeiro mês. Durante o período das preparações realizam-se actividades como saborear a papa “Laba”, a matan-ça do porco, a preparação da carne de porco para conserva, a limpeza da casa e a veneração ao Deus da Cozinha no 23º dia do Ano Novo, uma tradição que dei-xou de existir em Macau, segundo expli-caram os responsáveis pela exposição. “Comem mais carne”, sublinhou Wang Jing, vice-directora do Centro para o Desenvolvimento das Artes e Literatu-ras Étnicas e Populares do Ministério da Cultura da China, à margem da inaugu-ração da mostra.

No primeiro dia do Ano Novo Lunar, as pessoas de Chongqing comem ainda pastéis de manhã e não varrem as casas nem fazem visitas.

Por sua vez, em Tianjin, destacam-se duas palavras: “requinte” e “esforço”. A

sua cultura é rica e diversificada, estando cada costume ligado ao povo. “No dia de Ano Novo reúnem a família e fazem um jantar em casa”, explicou a vice-directora. Ao contrário de Chongqing, durante esta época festiva, é tradição varrer-se a casa, bem como assistir a óperas em manda-rim, um costume que Wang Jing diz “não existir em Macau”.

A responsável mesma disse ainda que, comparando Macau com os dois municí-

pios chineses com estatuto de províncias, “a maior diferença está na comida”. “Em Macau é tudo importado enquanto que nestas províncias pode haver sempre al-guma coisa local”, salientou.

Várias gravuras, adereços, trajes e fi-guras tradicionais compõem a exposição que tem entrada livre.

A cerimónia de abertura contou com a presença de membros do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, Instituto

Cultural, Centro para o Desenvolvimento das Artes e Literaturas Étnicas e Popula-res do Ministério da Cultura da República Popular da China, Administração Muni-cipal da Cultura, Rádio, Cinema e Televi-são de Tianjin, assim como da Comissão Municipal para a Cultura de Chongqing e do Departamento de Cultura e Educa-ção do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM.

B.M.

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Análise de Rui Cardoso*

Figurada jornada:

LEI KA MAN“Um jogador local, no meio de muitos bons jogadores,

tanto do Sporting como do CPK, sobressaiu, pelo golo e pelos bons pormenores que teve”

Empate comprometedor entre Sporting e CPKSporting de Macau e CPK defrontaram-se na última ronda da Liga de Elite naquele que foi o desafio mais aliciante da jornada, e que acabou num empate a uma bola que penaliza as ambições das duas equipas

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MCom várias contrariedades no plantel, o Sporting de Macau não conseguiu ultrapassar o

CPK na última jornada, empatando a uma bola. O jogo contou com a pre-sença a tempo inteiro do último re-forço leonino, Mayckol Sabino, mas o brasileiro não conseguiu ajudar o Sporting a levar a melhor sobre a equipa que representou na tempora-da passada.

“Penso que estas duas equipas fi-cam um pouco afastadas da luta pelo título, podem tentar tirar alguns pon-tos às equipas que vão na frente, mas é um campeonato muito curto e o lí-der, o Benfica, está forte, tal como o Ka I”, considera Rui Cardoso.

A equipa leonina até “entrou bem”, já que esteve na frente do marcador, mas acabou por fazer um jogo “não muito bem conseguido”. “Na época passada havia um ou outro jogador

que era o pilar do resto equipa. Este Sporting tem novas aquisições que poderão vir a dar frutos no futuro, mas são ‘pedras’ que ainda não encai-xaram muito bem. O Sporting deverá continuar a lutar para preparar o res-to da época e num futuro campeonato entrar com mais força”, prosseguiu Rui Cardoso, considerando que “fal-ta um pouco mais daquele coração de equipa” em relação à temporada pas-sada.

Em relação ao CPK, Rui Cardoso considera que “poderia ter ganho o jogo” devido às oportunidades que teve, numa partida em que o relvado também não ajudou ao espectáculo.

Destaque ainda nesta ronda para a goleada de 8-0 imposta pelo Ben-fica à Casa de Portugal, sendo um resultado “esperado”, segundo Rui Cardoso, face à diferença entre as duas equipas.

Jornada para ver quem tem“pedalada” para o BenficaKa I e Monte Carlo protagonizam o jogo “grande” da próxima jornada da Liga de Elite, uma partida que poderá decidir quem irá lutar com o Benfica de Macau pelo título de campeão

No próximo fim-de--semana não há campeonato, por

ocasião das celebrações do Ano Novo Lunar, mas no se-guinte há novo jogo “gran-de” na Liga de Elite, com o Ka I a medir forças com o Monte Carlo.

A formação orientada por Josecler tem vindo a fazer um bom início de temporada, per-dendo apenas frente ao Ben-fica de Macau, estando agora na segunda posição, a apenas um ponto dos encarnados. No mesmo lugar estão os “canari-nhos”, que partilham da mes-ma “sina” do Ka I, ao terem perdido apenas frente ao Ben-fica nesta temporada.

“Temos um bom incenti-vo para ir ver futebol, que é o Monte Carlo contra o Ka I. Tanto o Monte Carlo como o Ka I ainda podem sonhar e lutar para serem campeões, vai-se decidir aqui qual deles vai ter pedalada para acom-panhar o Benfica”, referiu Rui Cardoso.

“O Ka I está moralizado, em construção, mas com mui-ta força e vontade, contra um Monte Carlo que não entrou muito bem no campeonato e

que poderá agora galvanizar--se se ganhar”, acrescentou.

Tanto Ka I como Monte Carlo aparecem este ano na Liga de Elite com muitas ca-ras novas, tendo nesta pausa do campeonato a oportunida-de de “afinar agulhas” e pre-parar um jogo que poderá ser fundamental para as aspira-ções dos dois emblemas nesta temporada.

Em relação aos outros

“candidatos”, o Sporting de Macau “tem argumentos su-ficientes para vencer” um Lai Chi que “poderá surpreen-der”, enquanto o CPK vai defrontar a tradicionalmente difícil equipa da Polícia. A equipa da Casa de Portugal deverá somar a segunda vi-tória na temporada frente ao “lanterna vermelha” Chuac Lun.

*com Pedro André Santos

Ka I e Monte Carlo apenas perderam frente ao Benfica esta temporada

JTM | LOCAL 17 Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015

Sporting e CPK não foram além de uma igualdade a uma bola

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 201518 JTM | DESPORTO

LIGA DOS CAMPEÕES

Dragão em Basileia à procura dos “quartos”O FC Porto regressa hoje aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, partindo como favorito para a eliminatória frente ao Basileia, treinado por Paulo Sousa

JORNADADE EQUILÍBRIOLúcia Santos está na frente do “Baró-metro” mas Marques da Silva segue logo atrás, a dois pontos, com o “duo” a distanciar-se já um pouco do resto da concorrência. A ronda de palpites para a próxima jornada da liga portuguesa de futebol destaca-se pelo equilíbrio, com o painel do campeonato das pre-visões do JTM a apostar na vitória dos “grandes” do futebol português. João D’Assumpção é excepção, ao considerar que o FC Porto será travado na curta deslocação ao terreno do Boavista. Em relação aos restantes jogos resta saber quem irá acertar “em cheio” no resulta-do para assim amealhar mais pontos.

BARÓMETRO DA LIGA Classificação

LúciaSantos

87

Moreirense vsBenfica

0-2 2-0 0-2

Sporting vsGil Vicente

Boavista vsFC Porto

1-2 2-0 0-2

0-2 2-0 0-2

0-1 2-0 0-2

0-2 3-0 1-2

1-2 1-0 0-2

0-2 2-0 0-3

0-2 2-0 1-2

0-1 2-1 1-1

PalpiteJTM

74

JoãoD’Assumpção

51

Marquesda Silva

85

65

VictorMarreiros

71

SérgioPerez

71

HelenaBrandão

SandraBártolo

75

NairCardoso

72

1-0

Sp. Braga vs Nacional

3-1

1-0

2-0

1-0

1-0

2-0

2-1

2-0

Depois de ter vencido o Grupo H, à frente de Shakhtar Donetsk, Athletic Bilbau e BATE Borisov,

o conjunto luso foi “feliz” no sorteio e pode voltar a atingir os quartos-de--final, seis épocas depois. Os “dragões” falharam na última temporada o aces-so à segunda fase da competição e não chegam aos quartos-de-final desde 2008/09, época em que foram elimina-dos pelo Manchester United, graças a um remate de Cristiano Ronaldo, que viria a ser eleito o melhor golo do ano.

Os azuis-e-brancos, nonos do ranking europeu de clubes, partem como favori-tos perante o Basileia, 17.º e que está ape-nas pela segunda vez nesta fase da prova, novamente depois de afastar um “gigan-te” inglês – este ano eliminou o Liverpool e em 2011/12 o Manchester United.

Também nos plantéis as duas equipas têm grandes diferenças, com os “dra-gões” a terem uma equipa com um va-lor aproximado de quase 180 milhões de euros, contra os cerca de 55 milhões dos suíços.

Na primeira fase da “Champions”, o FC Porto teve no colombiano Jackson Martínez, com cinco golos (um dos tercei-ros melhores marcadores), e no argelino Brahimi, com quatro, os jogadores mais em destaque.

De destacar ainda que o FC Porto tem o segundo melhor ataque da prova, com 16 golos, menos um do que o Chelsea e

em igualdade com Real Madrid e Bayern Munique, tendo igualmente uma das me-lhores defesas da competição, com qua-tro golos sofridos em seis jogos, numa vertente em que é apenas superado por quatro equipas.

O conjunto suíço, que tem no ex-ben-fiquista Derlis Gonzalez o único jogador com mais de um golo marcado, apenas acertou nas redes contrárias sete vezes na fase de grupos, tendo o segundo pior ataque dos 16 conjuntos ainda em prova, apenas superado pelo Mónaco (apenas quatro).

A nível interno, o Basileia caminha a passos largos para o sexto título con-secutivo na liga suíça e o 10.º no século XXI, tendo oito pontos de avanço sobre

o Young Boys. Mais complicada é a si-tuação do FC Porto, que está a quatro pontos do Benfica na I Liga portugue-sa, e chega a este jogo depois de um triunfo por 1-0 sobre o Vitória de Gui-marães.

Sem grandes alterações na equipa du-rante o mercado de Inverno, o FC Porto apenas contratou Hernâni ao Vitória de Guimarães, com o extremo luso a ser uma das alterações na lista de inscritos, ao lado do guarda-redes Helton e do defesa Diego Reyes. De fora da lista, ficaram o avançado Adrián López, que se lesionou com alguma gravidade, e o guarda-redes Andrès Fernández.

Os comandados de Paulo Sousa refor-çaram-se em Portugal, com a contratação

do lateral-esquerdo Adama Traoré ao Vi-tória de Guimarães, embora o costa-mar-finense esteja em dúvida para o encontro com os “dragões”.

Igualmente hoje, o Schalke04 vai re-ceber o Real Madrid, partida que poderá ser acompanhada nos canais de desporto e HD da TDM a partir das 03:45.

Sporting com vida difícil na Alemanha Amanhã será a vez dos compromis-

sos a contar para a Liga Europa, onde está em prova o Sporting. Os “leões” não terão, contudo, vida fácil na Alemanha, onde vão defrontar o Wolfsburgo, ac-tual segundo classificado da liga alemã onde é apenas superado pelo “poderoso” Bayern de Munique.

O Sevilha, detentor do troféu, joga o acesso aos oitavos-de-final da Liga Europa também frente a um conjunto alemão, o Borussia Mönchengladbach. A ronda conta com mais duelos que prometem, entre eles o que opõe o Tot-tenham aos italianos da Fiorentina, en-quanto o Celtic contra o Inter de Milão será uma reedição da fina da Taça dos Campeões de 1966/67, em Lisboa, ga-nha pelos escoceses.

Longe da frente em Inglaterra, o Li-verpool, que começa em Anfield Road, é favorito face ao Besiktas, tal como ou-tro histórico, o Nápoles, adversário do Trabzonspor, onde alinham Bosingwa e Cardozo.

FC Porto joga hoje na Suiça frente ao Basileira

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015 JTM | DESPORTO 19

• • • POLIDESPORTIVO

Manchester United ganha e passa aos “quartos” da TaçaO Manchester United venceu em Preston, por 3-1, para se tornar a última equipa a apurar-se para os quartos--de-final da Taça de Inglaterra em futebol. O United não teve a vida facilitada, já que chegou ao intervalo empatado sem golos e viu-se a perder aos 47 minutos, com o golo de Leard. O Preston North End, do terceiro escalão, ainda acreditou que poderia protagonizar a surpresa da ronda, mas no último terço do jogo a qua-lidade do Manchester United veio ao de cima, com os golos de Ander Herrera, Fellaini e Wayne Rooney.

Courtois, Hazard, Origi e Mirallas na mira do fiscoA administração fiscal da Bélgica esta a investigar Thibaut Courtois, Eden Hazard (ambos do Chelsea), Divock Origi (emprestado ao Lille pelo Liverpool) e Kevin Mirallas (Everton) por suspeita de fuga a im-postos, escreve o jornal belga “De Morgen”. Os ele-mentos dos quarteto que habitualmente faz parte dos convocados da selecção belga está na mira do fisco porque criaram empresas com sede no Luxemburgo, sem que sejam residentes naquele país, o que levanta a hipótese de o terem feito para fugir ao pagamento de impostos.

Armstrong condenado a pagar nove milhõesO ex-ciclista norte-americano Lance Armstrong foi condenado a pagar cerca de nove milhões de euros à SCA Promotions Inc, que lhe deu uma bonificação de patrocínio de 4,5 milhões após vencer o Tour em 2004. A decisão foi tomada por um painel de arbitra-gem de três juízes, sendo que dois votaram a favor da empresa texana, bem como dos ex-proprietários da equipa US Postal Service, a Tailwind Sports, formação pela qual competia, também lesada no escândalo de doping do ciclista.

LIGA PORTUGUESA

Vídeo polémico da Sagres “agita” futebol portuguêsA Liga Portuguesa de Futebol Profissional considerou “inaceitável” o vídeo publicitário que parodiou com o golo sofrido por Rui Patrício na visita do Sporting ao Belenenses, no sábado, na 21.ª jornada da I Liga

Lance infeliz de Rui Patríciodeu origem ao vídeo publicitário da Sagres

A Liga Portugal repudia o vídeo publicitário da Sagres referente ao Rui Patrício, atleta de um dos associados da Liga Portuguesa de Futebol

Profissional. É inaceitável que um parceiro oficial da Liga desenvolva uma campanha de ‘marketing’ deste tipo”, disse à Agência Lusa fonte da Liga.

A Liga diz ainda que se sente na necessidade de “rever o quadro da relação com a Sagres”, que, além da Liga, também é parceira oficial da Federação Por-tuguesa de Futebol (FPF).

A FPF condenou igualmente o vídeo publicitário da Sagres, o que levou a cervejeira a retirar o anúncio da sua página oficial do Facebook, na qual tinha sido publicado no domingo.

O vídeo satírico retrata as principais incidências do Belenenses-Sporting (1-1), onde dá ênfase ao erro do guarda-redes do Sporting Rui Patrício que deu origem ao golo de Rui Fonte. O vídeo não caiu bem nas hostes leoninas, com vários adeptos a condenar o conteúdo do mesmo nas redes sociais.

A Sagres retratou-se e retirou o vídeo da sua pági-na, considerando que o mesmo “não foi interpretado da forma” que a marca queria.

“Não foi nunca nosso intuito ofender, denegrir ou gozar com os intervenientes de um desporto que nos é tão querido. Daremos mais explicações sobre este as-sunto para que não restem dúvidas da nossa intenção aquando da criação deste conteúdo especificamente”, lê-se na página da marca.

O presidente do Sporting reagiu também ao vídeo elaborado pela Sagres sobre Rui Patrício, lançando o

voto para que em breve surja também um outro vídeo sobre jogos do Benfica na presente época.

Através de mensagem publicada na rede social Fa-cebook, Bruno de Carvalho referiu que recebeu um pe-dido de desculpas formal por parte da Sagres, lamen-tando, contudo, que o vídeo continue em circulação.

Assim, Bruno de Carvalho deseja que nos próxi-mos dias surja também “um vídeo promocional da marca sobre os vários erros cometidos esta época nos jogos do Benfica”.

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 201520 JTM | ACTUAL

FOTO

ARQ

UIVO

COREIAS

Norte-coreanos “condenados” à precariedade no SulOs refugiados norte-coreanos que procuram uma vida melhor na Coreia do Sul acabam por trabalhar três vezes mais do que a população local e auferir salários muito aquém da média. A maioria enfrenta barreiras económicas e culturais ou situações de discriminação, mas manifesta-se satisfeita com o país de acolhimento

Os norte-coreanos que deixam para trás a fome e a repressão da ditadura dos Kim vêem-se

amiúde confrontados com um cenário desolador no mercado laboral da compe-titiva Coreia do Sul: trabalhos precários, salários abaixo da média e discriminação. Segundo um estudo divulgado esta se-mana em Seul pela Fundação Hana, es-ses refugiados estabelecidos no Sul obti-veram em 2014 um salário médio mensal de 1,47 milhões de wons (cerca de 10.600 patacas), valor 33% inferior ao auferido pelos sul-coreanos.

O estudo financiado pelo Governo de Seul revela também que os norte--coreanos trabalham em média 47 horas por semana, o que equivale ao triplo dos empregados nascidos na Coreia do Sul. A pesquisa evidencia as dificuldades de adaptação dos refugiados do Norte devi-do a factores como as barreiras económi-cas e culturais ou a discriminação legal e social no país de acolhimento.

“Assim, os norte-coreanos costumam acabar nos postos de trabalho de pior qualidade, com salários baixos e precá-rias condições”, explicou à Agência EFE Katty Young Sun Chi, do departamen-to de assuntos internacionais da NKSC (“North Korea Strategy Center”), organi-zação não governamental que organiza em Seul um programa de formação para facilitar a integração profissional daque-

les trabalhadores.Um dos principais obstáculos é de

carácter legal. Embora uma parcela sig-nificativa dos norte-coreanos possua for-mação superior, as autoridades do Sul re-cusam reconhecer os seus diplomas, pelo que acabam por ter de trabalhar na cons-trução civil, como empregados de mesa ou a limpar casas.

Dados provisórios do Ministério da Unificação, que actualizará os números oficiais em Março, indicam que, desde a

Guerra da Coreia (1950-1953) até Dezem-bro do ano passado, 27.518 refugiados norte-coreanos conseguiram instalar-se na próspera Coreia do Sul.

As discrepâncias culturais entre o sis-tema comunista do Norte, ancorado nos tempos da Guerra Fria, e o capitalista do Sul, onde a competitividade é notória em cada aspecto da vida, pesam sobre os ombros dos refugiados. “No Norte, tanto faz trabalhar muito ou pouco, porque re-cebem o mesmo. Além do mais, eles não

estão habituados a ter um chefe, a calcu-lar as despesas ou chegar ao trabalho no horário certo”, explicou Katty Young Sun Chi.

Por isso, muitos norte-coreanos sen-tem dificuldades em manter-se nos seus postos de trabalho e alguns patrões da Coreia do Sul preferem não contratá-los para diminuir os problemas. Ainda as-sim, um dado positivo resulta do facto de apenas 6,2% terem permanecido desem-pregados em 2014, em comparação com os 9,7% de 2013. O relatório da Fundação Hana revela ainda que 67,6% dos entre-vistados consideram-se satisfeitos com a sua nova vida no Sul.

As suas aspirações profissionais en-frentam, contudo, outra grande barrei-ra, talvez a mais cruel de todas: a dis-criminação social. Com o materialismo como principal bandeira e o orgulho de ter passado da pobreza à opulência em apenas 50 anos, na Coreia do Sul a população “olha de nariz em pé” para os famintos irmãos de sangue do Nor-te. “O sotaque e a maneira de pensar também são diferentes, por isso é difícil construir relações e contactos, algo fun-damental na hora de crescer profissio-nalmente no Sul”, alertou Katty Young Sun Chi, lembrando a dificuldade que os cidadãos do Norte têm em aprender inglês num dos países mais avançados no âmbito educacional.

POLÍCIA JUDICIÁRIA

Édito de 30 dias

Faz-se público que tendo Lio Ka Ian requerido os subsídios por morte, de funeral e outras compensações pecuniárias, por falecimento do seu cônjuge, Kuok Chan Mou, que foi técnico de 1ª. classe, 1º escalão da Polícia Judiciária, todos os que se julgam com direito à percepção dos subsídios e outras compensações acima referidos, devem requerer a esta Polícia, no prazo de trinta dias, a contar da data da publicação do presente édito no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, a fim de deduzirem os seus direitos, pois que não havendo impugnação, será resolvida a pretensão da requerente, findo que seja esse prazo.

Polícia Judiciária, aos 09 de Fevereiro de 2015.

O Director,Chau Wai Kuong

EDITAL

Procedimento administrativo relativo à notificação da reparação do prédio em mau estado de conservaçãoEdital n.º : 4/E-AR/2015Processo n.º : 62/AR/2014/FLocal : Estrada de Sete Tanques n.º 545, Taipa.

Chan Pou Ha, subdirectora da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, faz saber por este meio aos proprietários – CHAO WA KAM e sua mulher WONG KIN FONG, inquilinos ou demais ocupantes do edifício acima indicado, o seguinte:

Em conformidade com o Auto de Vistoria da Comissão de Vistoria constante do processo em curso nesta Direcção de Serviços, o prédio acima indicado encontra-se em mau estado de conservação, pelo que, nos termos do n.º 2 do artigo 54.º do Decreto-Lei n.º 79/85/M (Regulamento Geral da Construção Urbana) de 21 de Agosto, foi instaurado o procedimento administrativo relativo à notificação da reparação do prédio acima indicado.

Por meu despacho de 13/02/2015, foi confirmado o Auto de Vistoria acima indicado.

Notificam-se os interessados que, no prazo de 10 (dez) dias a contar a partir da data de publicação do presente edital, devem dar cumprimento à ordem no Auto de Vistoria, ou apresentar no mesmo prazo, conforme o disposto no artigo 94.º do Código do Procedimento Administrativo(CPA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, as alegações escritas relativas à decisão do procedimento da reparação do prédio acima indicado, podendo requerer diligências complementares acompanhadas de documentos.

Se findo o prazo acima referido os interessados não derem cumprimento à respectiva ordem nem apresentarem alegações escritas, tal não afecta a decisão tomada por esta Direcção de Serviços .

Além disso, caso necessário, esta Direcção de Serviços pode aplicar aos infractores a multa estabelecida nos artigos 66.º e 67.º do citado diploma legal.

Os interessados podem consultar o processo durante as horas normais de expediente nas instalações do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, n.º 33, 14.º andar, Macau.

RAEM, aos 13 de Fevereiro de 2015

Pelo Director dos ServiçosA Subdirectora

Engª Chan Pou Ha

Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 201520 JTM | ACTUAL

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COREIAS

Norte-coreanos “condenados” à precariedade no SulOs refugiados norte-coreanos que procuram uma vida melhor na Coreia do Sul acabam por trabalhar três vezes mais do que a população local e auferir salários muito aquém da média. A maioria enfrenta barreiras económicas e culturais ou situações de discriminação, mas manifesta-se satisfeita com o país de acolhimento

Os norte-coreanos que deixam para trás a fome e a repressão da ditadura dos Kim vêem-se

amiúde confrontados com um cenário desolador no mercado laboral da compe-titiva Coreia do Sul: trabalhos precários, salários abaixo da média e discriminação. Segundo um estudo divulgado esta se-mana em Seul pela Fundação Hana, es-ses refugiados estabelecidos no Sul obti-veram em 2014 um salário médio mensal de 1,47 milhões de wons (cerca de 10.600 patacas), valor 33% inferior ao auferido pelos sul-coreanos.

O estudo financiado pelo Governo de Seul revela também que os norte--coreanos trabalham em média 47 horas por semana, o que equivale ao triplo dos empregados nascidos na Coreia do Sul. A pesquisa evidencia as dificuldades de adaptação dos refugiados do Norte devi-do a factores como as barreiras económi-cas e culturais ou a discriminação legal e social no país de acolhimento.

“Assim, os norte-coreanos costumam acabar nos postos de trabalho de pior qualidade, com salários baixos e precá-rias condições”, explicou à Agência EFE Katty Young Sun Chi, do departamen-to de assuntos internacionais da NKSC (“North Korea Strategy Center”), organi-zação não governamental que organiza em Seul um programa de formação para facilitar a integração profissional daque-

les trabalhadores.Um dos principais obstáculos é de

carácter legal. Embora uma parcela sig-nificativa dos norte-coreanos possua for-mação superior, as autoridades do Sul re-cusam reconhecer os seus diplomas, pelo que acabam por ter de trabalhar na cons-trução civil, como empregados de mesa ou a limpar casas.

Dados provisórios do Ministério da Unificação, que actualizará os números oficiais em Março, indicam que, desde a

Guerra da Coreia (1950-1953) até Dezem-bro do ano passado, 27.518 refugiados norte-coreanos conseguiram instalar-se na próspera Coreia do Sul.

As discrepâncias culturais entre o sis-tema comunista do Norte, ancorado nos tempos da Guerra Fria, e o capitalista do Sul, onde a competitividade é notória em cada aspecto da vida, pesam sobre os ombros dos refugiados. “No Norte, tanto faz trabalhar muito ou pouco, porque re-cebem o mesmo. Além do mais, eles não

estão habituados a ter um chefe, a calcu-lar as despesas ou chegar ao trabalho no horário certo”, explicou Katty Young Sun Chi.

Por isso, muitos norte-coreanos sen-tem dificuldades em manter-se nos seus postos de trabalho e alguns patrões da Coreia do Sul preferem não contratá-los para diminuir os problemas. Ainda as-sim, um dado positivo resulta do facto de apenas 6,2% terem permanecido desem-pregados em 2014, em comparação com os 9,7% de 2013. O relatório da Fundação Hana revela ainda que 67,6% dos entre-vistados consideram-se satisfeitos com a sua nova vida no Sul.

As suas aspirações profissionais en-frentam, contudo, outra grande barrei-ra, talvez a mais cruel de todas: a dis-criminação social. Com o materialismo como principal bandeira e o orgulho de ter passado da pobreza à opulência em apenas 50 anos, na Coreia do Sul a população “olha de nariz em pé” para os famintos irmãos de sangue do Nor-te. “O sotaque e a maneira de pensar também são diferentes, por isso é difícil construir relações e contactos, algo fun-damental na hora de crescer profissio-nalmente no Sul”, alertou Katty Young Sun Chi, lembrando a dificuldade que os cidadãos do Norte têm em aprender inglês num dos países mais avançados no âmbito educacional.

POLÍCIA JUDICIÁRIA

Édito de 30 dias

Faz-se público que tendo Lio Ka Ian requerido os subsídios por morte, de funeral e outras compensações pecuniárias, por falecimento do seu cônjuge, Kuok Chan Mou, que foi técnico de 1ª. classe, 1º escalão da Polícia Judiciária, todos os que se julgam com direito à percepção dos subsídios e outras compensações acima referidos, devem requerer a esta Polícia, no prazo de trinta dias, a contar da data da publicação do presente édito no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, a fim de deduzirem os seus direitos, pois que não havendo impugnação, será resolvida a pretensão da requerente, findo que seja esse prazo.

Polícia Judiciária, aos 09 de Fevereiro de 2015.

O Director,Chau Wai Kuong

EDITAL

Procedimento administrativo relativo à notificação da reparação do prédio em mau estado de conservaçãoEdital n.º : 4/E-AR/2015Processo n.º : 62/AR/2014/FLocal : Estrada de Sete Tanques n.º 545, Taipa.

Chan Pou Ha, subdirectora da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, faz saber por este meio aos proprietários – CHAO WA KAM e sua mulher WONG KIN FONG, inquilinos ou demais ocupantes do edifício acima indicado, o seguinte:

Em conformidade com o Auto de Vistoria da Comissão de Vistoria constante do processo em curso nesta Direcção de Serviços, o prédio acima indicado encontra-se em mau estado de conservação, pelo que, nos termos do n.º 2 do artigo 54.º do Decreto-Lei n.º 79/85/M (Regulamento Geral da Construção Urbana) de 21 de Agosto, foi instaurado o procedimento administrativo relativo à notificação da reparação do prédio acima indicado.

Por meu despacho de 13/02/2015, foi confirmado o Auto de Vistoria acima indicado.

Notificam-se os interessados que, no prazo de 10 (dez) dias a contar a partir da data de publicação do presente edital, devem dar cumprimento à ordem no Auto de Vistoria, ou apresentar no mesmo prazo, conforme o disposto no artigo 94.º do Código do Procedimento Administrativo(CPA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, as alegações escritas relativas à decisão do procedimento da reparação do prédio acima indicado, podendo requerer diligências complementares acompanhadas de documentos.

Se findo o prazo acima referido os interessados não derem cumprimento à respectiva ordem nem apresentarem alegações escritas, tal não afecta a decisão tomada por esta Direcção de Serviços .

Além disso, caso necessário, esta Direcção de Serviços pode aplicar aos infractores a multa estabelecida nos artigos 66.º e 67.º do citado diploma legal.

Os interessados podem consultar o processo durante as horas normais de expediente nas instalações do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, n.º 33, 14.º andar, Macau.

RAEM, aos 13 de Fevereiro de 2015

Pelo Director dos ServiçosA Subdirectora

Engª Chan Pou Ha

Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes

Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015 JTM | ACTUAL 21

CHINA

Novos sabores portugueses “made in China”Comida portuguesa conquista coração de Xangai com abertura do snack-bar “Viva!”. Em Pequim, serviço de entrega ao domicílio “Lusitana” garante rissóis, pastéis de bacalhau, empadas e sapateira recheada à distância de um telefonema

João PimentaEm Pequim

Localizado em Weihai Lu, próxi-mo de uma das ruas comerciais mais frequentadas do centro de

Xangai, o snack-bar “Viva!” serve bi-fanas, francesinhas, caldo verde e vá-rios petiscos típicos, assegurados por um serviço “à portuguesa”.

“Aqui pode-se vir a qualquer hora comer uma francesinha. Estamos abertos desde as 10 da manhã até ao último cliente sair”, descreve ao JOR-NAL TRIBUNA DE MACAU o jovem chefe de cozinha português, Bruno Magro, radicado na capital financeira da China há cinco anos.

Bruno, formado pela Escola de Ho-telaria e Turismo de Lisboa, chegou à China em 2008 para trabalhar no “Ca-mões”, um dos raros restaurantes de comida portuguesa em Pequim. Em 2010, foi contratado para gerir a cozi-nha do pavilhão de Portugal na Expo Xangai, cidade onde acabaria por se estabelecer como consultor de espa-ços de restauração.

No início deste ano, o ‘chef’ abriu o “Viva!”, em parceria com o luso--chinês André Zhou e o chinês Wang Ruo Dong, para tentar atrair a classe média daquela metrópole com cerca de 24 milhões de habitantes.

“Trata-se de um espaço com capa-cidade para acolher 50 pessoas e com um preço médio por refeição a rondar os 100 yuan [cerca de 128 patacas ao câmbio actual]”, esclarece.

Por enquanto, o snack-bar que se apresenta no portal chinês Dianping como o sítio ideal para degustar baca-lhau, beber uma Super Bock e tomar um expresso da Delta, tem atraído os paladares mais diversos: “metade da clientela é composta por chineses, o restante são estrangeiros de vários países, entre os quais muitos de Por-tugal”.

Segundo dados do Consulado, vi-vem em Xangai cerca de 450 cidadãos portugueses, um número superior ao registado em Pequim. Ainda assim, são raros os restaurantes a servir co-mida portuguesa naquela que é uma das cidades com maior rendimento per capita da China.

Será por falta de procura? “Não, a nossa gastronomia é bem-vinda, mas

temos de ser muito competitivos a nível de preços e qualidade”, avisa Bruno. Afinal, “a nível de reputação estamos longe das cozinhas italiana e francesa”.

Os custos operacionais também não ajudam. A renda mensal de um espaço comercial no centro de Xangai ronda os 16 mil yuan (quase 20.500 patacas), enquanto o salário mínimo no município está fixado nos 1.620 yuan (2.070 patacas), o segundo mais alto do país.

Porém, a clientela da metrópole si-tuada na foz do rio Yangtze “é mais aberta à cozinha internacional do que a de Pequim e come fora com maior frequência, apesar de gastar menos por refeição”, diz o português.

Qi Guojun, editor-chefe da revis-ta chinesa World Cuisine, constata ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU o mesmo fenómeno: “Como grande porto internacional e centro económi-co do país, Xangai está mais familiari-zado com o estilo europeu”.

“Pequim e Xangai são duas cida-des com culturas distintas”, sublinha.

Para os restaurantes que servem cozinha europeia na capital chinesa, o responsável por uma das mais in-fluentes revistas chinesas da especia-lidade aconselha a “incorporação de hábitos locais a nível de serviço, sem desvirtuar o conteúdo gastronómico”.

O chefe Paulo Quaresma, que che-gou a Pequim em 2010 para traba-lhar no “Camões”, sabe bem do que fala Qi: “O que sai melhor é o arroz de marisco, o arroz de pato e o leitão, porque são elementos tradicionais da cozinha chinesa”.

“Já fiz menus com pratos de várias regiões portuguesas e experimentei muita coisa diferente, mas os clientes acabam por pedir sempre o mesmo”, diz Paulo Quaresma.

Localizado no primeiro piso do Legendale, um hotel de cinco estre-las propriedade do empresário Da-vid Chow, o “Camões” distingue-se pela decoração interior, com painéis de azulejo que evocam episódios da biografia do poeta que viveu no sécu-lo XVI. No balcão, ao lado do menu e da carta de vinhos, está pousada a

tradução em chinês de Os Lusíadas. Todavia, sobre o autor da epopeia, o chefe português confessa: “Nunca me perguntaram nada”.

“Lusitana” garantedelícias portuguesas ao domicílio O folheto electrónico da “Lusita-

na”, colocado no serviço de mensagens instantâneas WeChat, anuncia: “Os sa-bores da cozinha portuguesa estão a chegar a sua casa, aqui, em Pequim”.

Não se trata de publicidade enga-nosa. Desde que encomendado com 24 horas de antecedência, Lucília Esteves entrega ao domicílio pratos como o bacalhau com natas, a sapa-teira recheada, ou empadas e rissóis com diversos recheios: “Procuro o endereço no Baidu (o motor chinês de pesquisa na Internet) e vejo qual a melhor maneira de lá chegar”.

Lucília chegou à China em 2012 e desde há um mês arregaça as mangas para promover uma gastronomia que “apesar de boa; é ainda pouco conhe-cida”.

A dimensão de Pequim, sede de um município com cerca de metade do tamanho da Bélgica, não trava esta empreendedora, que cumpre a sua missão deslocando-se em transportes públicos.

Ingredientes como o azeite, sal, chouriço e bacalhau, são produtos que Lucília manda vir de Macau: “Tento usar o máximo possível de produtos genuínos. O resto é tudo comprado no supermercado internacional”.

Internacional tem sido também a clientela da “Lusitana”: “Tenho ven-dido mais à comunidade portuguesa e pessoas dos países de língua oficial portuguesa”. Mas não só: “já recebi encomendas de naturais da África do Sul, Paquistão, Cazaquistão e até de uma senhora das Comores, que vive numa cidade do Sul da China”.

Quanto ao pastel de nata, como se explica a ausência, no menu, da igua-ria portuguesa que mais se vende na China? “Já experimentei fazer, mas não correu bem. Acho que o açúcar daqui é muito mais doce”, justifica.

E se esta primeira fase fica marca-da pela mobilidade no perímetro da capital, Lucília espera no futuro “le-var o barco a bom porto”. Ou seja, “abrir um tasco de comida tradicional portuguesa”.

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Restaurante “Camões”, em Pequim

Snack-bar “Viva!”, em Xangai

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 201522 JTM | ACTUAL

TIMOR-LESTE

Deputados saem em defesa do português e tétumQuase 20 deputados exigem ver cessada a vigência de dois polémicos diplomas que colocam o português como língua principal apenas no 3º ciclo em Timor-Leste

Deputados das principais bancadas do Parlamen-to Nacional de Timor-Leste reiteraram ontem a defesa “intransigente” do português e do tétum

como opção política no país, vincando que isso tem que ser protegido no sistema de ensino timorense.

Os comentários foram feitos à Lusa depois do Par-lamento Nacional timorense admitir para debate, na próxima semana, um texto de Apreciação Parlamentar para cessar a vigência de dois polémicos diplomas que colocam o português como língua principal apenas no 3º ciclo.

Os quase 20 deputados que assinam a Apreciação Parlamentar consideram que os dois diplomas do Go-verno - publicados no Jornal da República em janeiro - são inconstitucionais e “afetam negativamente o ensino da língua portuguesa em Timor-Leste”.

No texto consideram que fazem “prevalecer o recur-so às línguas maternas e ao tétum no ensino das discipli-nas curriculares dos níveis de educação abrangidos pelo âmbito de aplicação material dos diplomas” referentes à educação pré-escolar e escolar.

André Noé (CNRT, o maior partido timorense) disse que os decretos “parecem contradizer alguns dos artigos da Constituição e da lei base” da educação, pelo que na próxima semana esperam ouvir “do Governo o porquê da aprovação” dos diplomas.

“A questão do português foi uma decisão política e

está prevista na Constituição”, disse à Lusa.“Há duas (línguas) oficiais que têm que ser colocadas

em paralelo e desenvolvidas para que a comunidade as possa utilizar adequadamente. Se não avançarmos mais rápido para ensinar a língua portuguesa, a comunidade deixa de a poder usar”, disse.

Francisco Branco (Fretilin) disse que o princípio de defesa das línguas oficiais foi vincado, ainda na segun-da-feira, nos discursos do Presidente da República, Taur Matan Ruak, e do novo Primeiro-Ministro, Rui Maria Araújo, durante a cerimónia de tomada de posse do VI Governo Constitucional. “Recordo (…) a consonância da mensagem: que deve ser esta a nova tomada de posição do Estado, daqui para a frente, em defesa da implemen-tação das duas línguas oficias”, afirmou.

“Se necessário devemos utilizar a palavra de ordem utilizada na nossa resistência pela liberação nacional - pátria ou morte - na implementação da política das duas línguas oficiais neste país”, disse, recordando que o che-fe de Estado “apelou para que não haja vacilação dos po-líticos na implementação desta política”.

Também Lurdes Bessa (PD) defendeu a cessação dos diplomatas porque “põe em risco” o ensino do portu-guês. “Não fizemos esta decisão (das línguas) por ca-pricho. Tem motivos fortes, históricos, sociais, como de identidade nacional. Por outro lado tudo o que está nes-tes dois decretos é contra a Constituição e contra a lei de

bases da educação. Deixam-nos numa situação compli-cada”, afirmou.

“Não investimos numa decisão que nos próprios to-mámos. Como dizia aqui um deputado, andamos aqui aos ziguezagues. O que tem um impacto muito negati-vo na nossa identidade nacional, na decisão política que tomámos e mesmo na aprendizagem, quer da língua portuguesa quer no desenvolvimento da língua tétum”, disse ainda.

Questionada sobre quem deve ser responsabilizado por isto, Bessa recordou que são decretos do anterior Governo, que “não vale a pena atribuir culpas”, mas que vincar a posição é “pertinente” quando acaba de tomar posse um novo Governo. JTM com Lusa

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A oferta pública de aquisição do Caixabank sobre o BPI é 27% superior ao preço de fecho de segunda-feira dos títulos do banco português, sublinhou o banco catalão

PORTUGAL/ESPANHA

Caixabank quercontrolar BPI

O banco catalão Caixabank anunciou ontem a inten-ção de adquirir a maioria

do capital do BPI, do qual já detém 44,1%, oferendo 1,329 euros por ac-ção, num total de 1,082 mil milhões de euros.

A operação foi concertada com o BPI, disse à Lusa fonte do banco espanhol, e está condicionada auto-rização das entidades reguladoras dos dois países e do levantamento de uma restrição sobre os direitos de voto do Caixabank no banco português, que actualmente se si-tuam nos 20%.

De acordo com a mesma fonte do banco catalão, a intenção seria aumentar o capital para pelo menos 50,01%, com o respectivo aumento dos direitos de voto.

O Caixabank já tinha anunciado que está interessado na aquisição do Novo Banco - através do BPI. A fonte oficial ouvida pela Lusa rei-terou essa possibilidade, mas afir-mou que “mesmo sem Novo Banco esta operação seria iniciada”.

“Caso se avance para o Novo Banco, o BPI vai precisar de apoio materializado em capital. É normal que o Caixabank queira o controlo numa operação deste tipo”, subli-nhou.

O jornal espanhol El País noti-

O porta-voz do Governo grego, Gavriil Sakelaridis, rejeitou on-tem o ultimato imposto pelo

Eurogrupo e assegurou que o país “não vai pedir um prolongamento do memo-rando nem com uma pistola apontada à cabeça”.

“O Governo não se deixa chantagear com ultimatos”, disse Sakelaridis em declarações à cadeia privada de televi-são Mega, aludindo ao prazo dado até sexta-feira pelo chefe do Eurogrupo, Je-roen Dijsselbloem, para a Grécia assinar uma prorrogação do acordo vigente, se quer continuar a receber ajuda dos seus parceiros.

Sakelaridis insistiu que “o Governo grego comprometeu-se a chegar a um acordo mutuamente benéfico” e de-monstrou que está à procura de “um terreno comum para dar uma solução comum”.

Mesmo assim, assegurou que o exe-cutivo continuará a fazer contactos e consultas com o objetivo de chegar a uma solução comum.

Na mesma linha, na segunda-feira, em Bruxelas, o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, mostrou-se op-timista de que “nas próximas 48 horas” se poderia chegar a um acordo.

A Grécia negou-se a assinar o acor-do proposto pelo Eurogrupo com o ar-gumento de que mantinha a filosofia do memorando e violava o espírito do esboço realizado previamente pela Co-missão Europeia, que, segundo Varou-fakis, estava disposto a assinar “imedia-tamente”.

Por outro lado, o porta-voz do Go-verno realçou que não haverá proble-

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GRÉCIA

Atenas recusa ultimatosO Governo grego avisou ontem que “não se deixa chantagear com ultimatos” do Eurogrupo

mas com o financiamento dos bancos gregos porque teve essa garantia do Banco Central Europeu.

Entretanto, a Comissão Europeia reiterou ontem a vontade de chegar a acordo com a Grécia sobre o programa de assistência ao país, alertando que um recuo nos progressos conseguidos até agora teria um “efeito muito negativo”.

“É importante para a Grécia cons-truir sobre o crescimento e não o rever-ter, não cair na instabilidade financeira, porque isso teria certamente consequên-cias económicas e sociais muito negati-vas”, disse o comissário europeu para o Euro e o Diálogo Social, Valdis Dombro-vskis.

Dombrovskis, que falava no final de uma reunião dos ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin), salientou que as reformas feitas pela Grécia nos últimos anos começaram a dar fruto em 2014, “quando o país regressou à via do crescimento e da criação de emprego”.

JTM com Lusa

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ciou que o CaixaBank apresentará uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre 100% do capital do banco português BPI, citando fontes do mercado.

Segundo o jornal, o banco es-panhol já tinha comprado cinco bancos desde 2010 (Caixa Girona, Bankpyme, Banca Cívica, Banco de Valencia e o negócio do Barclays em Espanha) e prepara-se agora para adquirir o sexto, desta vez fora de Espanha.

“A entidade presidida por Isidro Fainé, que pretende pagar em di-nheiro, tornar-se-ia assim no quarto maior banco de Portugal, a contro-lar uma instituição com 42.600 mi-lhões em activos”, refere o jornal espanhol.

JTM com Lusa

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015 JTM | ROTEIRO 23

TDM 13:00 TDM News (Repetição) 13:30 Telejornal RTPi (Diferido) 14:30 RTPi Directo 18:10 Avenida Brasil (Repetição) 19:00 TDM Entrevista (Repetição) 19:30 O Teu Olhar 20:28 Mensagem de Sua Excelência o Chefe Executivo, Dr. Chui Sai On, por Ocasião Do Ano Novo Lunar 20:30 Telejornal 21:00 Montra do Lilau 21:40 Arquitectarte 22:10 Avenida Brasil 22:58 Mensagem de Sua Excelência o Chefe Executivo, Dr. Chui Sai On, por Ocasião Do Ano Novo Lunar 23:00 TDM News 23:30 Resumo Liga dos Campeões 23:45 Claridade Incandescente 00:15 Telejornal (Repetição) 00:45 RTPi Directo

30 FOX SPORTS13:00 Planet Speed 13:30 FOX SPORTS Cinema Tin Cup 15:30 Dutch Eredivisie Heracles vs Feyenoord 16:30 AFC Asian Cup 2015 3rd/4th Place Final 18:00 Monster Jam 19:00 Planet Speed 19:30 National Icons 20:00 FOX SPORTS Central 20:30 AFC Asian Cup 2015 3rd/4th Place Final 22:00 FOX SPORTS Central 22:30 FOX SPORTS Cinema Senna 00:30 National Icons

31 FOX SPORTS 213:00 LPGA 2015 Coates Golf Championship Day 4 14:00 Total Rugby 14:30 AFF Suzuki Cup 2014 Singapore vs Malaysia 16:00 Tour Down Under 2015 Stage 6 16:30 Hopman Cup 2015 Highlights Italy vs USA 17:30 MLB Postseason 2014 NLCS: San Francisco Giants vs St. Louis Cardinals 19:00 Beach Sports Network EVP Beach Volleyball Tour 19:30

Dutch Eredivisie Highlights 20:30 Tour Down Under 2015 Stage 6 21:00 Badminton Unlimited 21:30 LPGA 2015 Coates Golf Championship Day 4 22:30 Hopman Cup 2015 Highlights Italy vs USA 23:30 Netball Nations Cup 2014 Highlights 00:00 FOX College Basketball Seton Hall vs Villanova

40 FOX MOVIES12:25 Runner Runner 14:00 Safe Haven 16:00 Streetdance All Stars 17:45 Welcome To The Jungle 19:25 Are We Officially Dating? 21:00 Secret Life Of Walter Mitty 23:00 I Love You, Beth Cooper 00:45 Runner Runner

41 HBO12:30 American Hustle 14:50 Nutty Professor Ii: The Klumps 16:40 Mis-sion: Impossible Iii 18:45 Captain Phillips 21:00 Her 23:05 The Prestige

42 CINEMAX12:45 Perfect Stranger 14:30 Brothers In Arms 16:00 The Taming Of The Shrew 18:00 Macarthur 20:15 The Legend Of Hercules 22:00 Profugos 23:45 The Campaign

50 DISCOVERY13:00 Gold Rush 14:00 Abalone Wars 3 15:00 Gunslingers 16:00 American Chopper 17:00 How Do They Do It? 17:30 How It’s Made 18:00 Deadliest Catch 19:00 Ice Cold Gold 20:00 Alaskan Bush People 21:00 Running Wild With Bear Grylls 22:00 Dual Survival 23:00 Top Hooker 00:00 Alaskan Bush People

51 NGC12:30 World’s Best Chefs 13:25 Nat Geo Amazing! 14:20 Megafish 15:15 Bad Trip 16:10 Air Crash Investigation 17:05 24 Hours In A&E 18:00 Nat Geo Amazing! 19:00 World’s Best Chefs 20:00 Street Genius 21:00 Bad Trip 22:00 Air Crash Investigation 23:00 Inside 00:00 Street Genius i

54 HISTORY13:00 The Pickers 14:00 Pawn Stars 16:00 Counting Cars 17:00 Ancient

Aliens 18:00 Kings Of Restoration 18:30 Pawn Stars 19:00 The Pickers 20:00 Storage Wars 20:30 Storage Wars: Canada 21:00 Storage Wars 22:00 United Stuff Of America 23:00 Pawn Stars UK 00:00 Storage Wars

55 FYI13:00 Flip This House 14:00 Hideous Houses 15:00 House vs House 16:00 Unlivable 17:00 Bondi Vet 18:00 Flipping Boston 19:00 Strangers In Danger 20:00 Taste Of Vietnam 21:00 Far Flung With Gary Mehigan 22:00 Destination Flavour: Down Under 23:00 Strangers In Danger 00:00 Taste Of Vietnam

63 STAR WORLD12:55 The Rachel Zoe Project 13:45 Mistresses 14:35 Benched 15:25 Cristela 16:15 The Crazy Ones 17:05 America’s Next Top Model 18:00 How I Met Your Mother 18:25 New Girl 18:55 Revenge 19:50 Glee 21:40 Mistresses 22:35 Scandal 23:30 Sex and The City 00:25 Mistresses

82 RTPI14:30 Telejornal Madeira 15:00 Bom Dia Portugal - Directo 16:01Os Nossos Dias 16:32 Biosfera - O que fazem as cidades portuguesas para se adaptarem às alterações climáticas? 17:02 Cuidado com a língua! 17:16 Poplusa - A AZA de Jorge Riobom 18:13 Bem-vindos a Beirais 19:00 Telejornal Ásia - Directo 19:31 Ideias que Brilham 19:54 Sabia Que? 20:22 Vida Animal em Portugal e no Mundo 20:28 Água de Mar 21:00 Jornal da Tarde - Directo 22:11 Ana Vieira: E o Que Não é Visto 23:10 Tanto Para Conversar - Inês Meneses e Alice Vieira 23:49 Geração Cientista - Luis Olivera e Silva 00:03 Os Nossos Dias 00:35 O Preço Certo 01:25 Biosfera - O que fazem as cidades portuguesas para se adaptarem às alterações climáticas? 02:00 Portugal em Direto - Directo 03:04 Sabia Que? 03:27 Água de Mar 04:00 Telejornal - Directo

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi 28 283 283Táxi 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866

• • • TEMPO

150C/200C

• • • CÂMBIOSPATACA COMPRA VENDAUS DÓLAR 7.94 8.04EURO 9.07 9.19YUAN (RPC) 1.270 1.290

SOCIEDADE PROTECTORA

DOS ANIMAIS DE MACAU

TEL: 28715732/63018939ANIMA

TELEFONES ÚTEIS

CLUBE MILITAR DE MACAUAvenida da Praia Grande, 975, Macau

TEL: 28714000

• • • AMANHÃ 19/01

• • • HOJE 18/01160C/210C

WWW.SMG.GOV.MO

A programação é da responsabilidade das estações emissoras

03:45TDM SPORT/ HD

Schalke04 Vs Real Madrid

CINETEATROS1 Blackhat14:15 • 16:45 • 19:15 • 21:45

S2 Nightcrawler14:30 • 16:45 • 19:15 • 21:30

TORRE DE MACAUTaken 314:30 • 16:30 • 19:30 • 21.30

GALAXYThe Hobbit : The Battle of the Five Armies (3D)13:40 • 16:10 • 19:50 • 21:00 • 22:00 • 00:35

Taken 316:10 • 15:35 • 19:00 • 20:00 • 22:45 • 23:40

Paddington14:20 • 18:10

Big Hero 6 (3D)14:06 • 20:40

Exodus: Gods and Kings (3D)12:30

Night at the Museum: Secret of the Tomb (2D) - 15:05 • 17:10 • 19:05 • 21:00 • 23:00

Seventh Son (3D)14:10 • 16:05 • 17:50 • 18:00 • 20:00 • 22:30

The Theory of Everything13:10

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 201524 JTM | OPINIÃO

EDITORIALSérgio Terra

Provas de fogoNo período em que se celebra a maior fes-

ta das famílias chinesas, Macau deverá receber cerca de 2,2 milhões de turistas,

segundo estimativas das autoridades alfande-gárias de Zhuhai. Impressionante em qualquer parte do mundo, é um número que ganha ainda maior grandeza se tivermos em conta que, no intervalo de cerca de uma semana, iremos aco-lher quase tantos turistas como a média mensal do ano passado (2,6 milhões).

Naturalmente, a dimensão desta nova “inva-são” humana faz reavivar questões sempre pre-mentes numa cidade que pretende afirmar-se como destino de referência no panorama do tu-rismo mundial, desde a eterna discussão sobre a capacidade de acolhimento à qualidade dos serviços ou ao impacto no quotidiano da popu-lação residente. Embora não sejam problemas novos, suscitam este ano cuidados acrescidos, por um lado, face ao contínuo crescimento do número de visitantes da Continente chinês e, por outro, porque estes passaram a beneficiar recentemente do prolongamento dos horários dos postos fronteiriços.

Por estes dias intensifica-se assim a forte pressão a que a RAEM está sujeita diariamente. Para isso contribuem os constrangimentos do espaço físico, os erros e hesitações de um or-denamento urbanístico que continua a carecer de um plano director, as crónicas insuficiências dos sistemas de transportes públicos e, de uma forma cada vez mais notória, os reflexos nega-tivos do elevado fluxo de pessoas na qualidade de vida da população.

Numa cidade a “rebentar pelas costuras” em

tantos aspectos, as entidades decisoras man-têm-se fiéis à ideia de que a lotação ainda está longe do ponto de esgotamento, sem prejuízo de testarem medidas para controlar as multi-dões e incentivar os turistas a explorarem ou-tras zonas, de que é exemplo mais flagrante o programa dos roteiros turísticos a pé “Sentir Macau passo-a-passo”. Simpática na sua essên-cia, a ideia de desenvolver esse “turismo comu-nitário” torna-se, porém, numa missão quase impossível quando nessas zonas ainda escas-seiam pólos de atracção com potencial para ca-tivar muitos dos que nos visitam.

É certo que parecem existir hoje planos de contingência mais elaborados, nomeadamente ao nível do controlo de fluxo de pessoas nas zo-nas turísticas, e uma maior coordenação entre os organismos governamentais, no entanto, os verdadeiros engarrafamentos humanos a que já assistimos esta semana na zona central da ci-dade não constituem bom augúrio para aquilo que nos espera nos próximos dias. Quando re-sidentes e turistas necessitam de 10 a 15 minu-tos para percorrer as poucas dezenas de metros que separam as sedes dos Correios e do BNU,

não estamos a fomentar seguramente uma ima-gem que se possa associar a um verdadeiro “Centro Mundial de Turismo e Lazer”.

Longe de padrões satisfatórios continuam também os transportes públicos, com as car-reiras de autocarros a operarem num sistema parco em lógica e os táxis a desafiarem cons-tantemente os limites da legalidade, ainda que agora - finalmente! - sob vigilância mais estrei-ta da PSP. Será, aliás, especialmente interessan-te acompanhar o comportamento dos taxistas na Semana Dourada do Ano Novo Lunar, pe-ríodo de grande tentação para os infractores do volante.

Para já, resta-nos o conforto de constatar que todas estas preocupações não passaram ao lado do Chefe do Executivo, que teve a feliz iniciativa de convocar uma reunião com direc-ções de Serviços para se inteirar sobre as di-versas medidas implementadas. Este empenho pessoal de Chui Sai On é louvável e representa um estímulo adicional para os funcionários pú-blicos que se vão manter nos seus postos nesta quadra festiva.

O problema é que, à entrada no Ano da Ca-bra, ainda há demasiadas provas de fogo por superar e muitas delas envolvem imponderá-veis próprios dos grandes movimentos de mas-sas humanas. Esperemos pelo menos que nin-guém se queime e não tenhamos de recordar a lenda de Ícaro, cuja queda nos faz evocar os riscos subjacentes à ambição, por vezes desme-surada, de desafiar limites quando ainda não estamos capacitados para o fazer.

Kung Hei Fat Choi!

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015 JTM | OPINIÃO 25

Dito“Deve haver um esforço conjunto entre as diferentes autoridades de Macau para encontrar um equilíbrio entre ‘a cidade mundial de turismo e lazer’ e uma cidade também ‘feita à medida’ para ser habitada pelos seus próprios cidadãos. Afinal de contas, os residentes nunca devem ter que se sentir compelidos a evitar as ruas das suas próprias cidades”

• • • HÁ 20 ANOS

In “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau” 18/02/1995

JANTAR DE PRIMAVERA DA AUTORIDADE MONETÁRIAOntem teve lugar num hotel da ci-dade, o já tradicional Jantar de Pri-mavera da Autoridade Monetária e Cambial de Macau. Entre muitas outras figuras de relevo do territó-rio estiveram presentes o secretá-rio-adjunto para a Economia e Fi-nanças Vítor Pessoa, o director da AMCM, Rodrigues Nunes, o presi-dente da Associação de Bancos de Macau, Edmund Ho, o presidente da Associação das Seguradoras, Si Chi Hock e o presidente da Asso-ciação dos Mediadores de Segu-ros, David Kong. Os convidados foram saudados pelo presidente do AMCM, Rodrigues Nunes, que em seguida, faria uma breve alo-cução em que agradeceu o apoio prestado àquela instituição pela secretaria-adjunta liderada por Vítor Pessoa, focando depois al-gumas questões relacionadas com o sistema financeiro do Território. Começando por explicar que “ac-tualmente o sistema financeiro de Macau é composto por 18 bancos com licença plena, uma unidade banqueira “off-shore”, duas so-ciedades financeiras, uma Caixa Económica Fiscal, cinco casas de câmbio, 19 companhias de segu-ros e 526 mediadores de seguros, Rodrigues Nunes acrescentaria: “Pode considerar-se razoável a co-bertura bancária do espaço físico do Território, não só pelo citado número de bancos mas, também, pelas 100 dependências existen-tes e pelas 144 ATM’s. A análise dos principais indicadores permi-te concluir que o sector bancário registou, em 1994, um comporta-mento globalmente positivo, em-bora o seu desempenho não tenha sido uniforme ao longo do ano”. E Rodrigues Nunes adiantou, em seguida, algumas esclarecedoras referencias: “De facto, ocorreram durante o ano dois períodos de algum modo diferentes: o primei-ro, coincidente com o primeiro semestre, durante o qual se refor-çam as tendências de crescimento já evidenciadas no ano anterior, e um segundo período, menos bom, que terá correspondido a uma fase de ajustamento face a importantes alterações ditadas pelo próprio mercado, sendo importante, as que ocorreram em consequência da evolução das taxas de juro”.

Do hemisfério Norte ao hemisfério Sul, as notícias cruzam os ares com as mais inesperadas contra-

dições: em Roma, entre os novos 29 car-deais, três falam Português - o Patriarca de Lisboa, o Bispo Arlindo Fortado, de Cabo Verde (foi bonito ver-se a represen-tação dos cabo-verdianos residentes em Macau) e o Bispo Emérito de Xai-Xai, em Moçambique; enquanto isso, no outro lado do mundo - bem nos antípodas de Roma - a Prefeitura do Rio de Janeiro dis-tribuiu pela população 50milhões de pre-servativos! Imaginem se Deus não fosse brasileiro…

Já em Macau, neste fim do ano do Cavalo, com a Cabrinha já a espreitar do outro lado da ponte, uma notícia furou as outras: a Associação Comercial (que, em Macau, é sempre precedida do ad-jectivo poderosa) a direcção da poderosa Associação Comercial foi recebida pelo Chefe do Executivo a quem, entre outras intervenções, pediu a regulação do mer-cado imobiliário; ora, como na semana anterior, os não menos poderosos Kai Fong tinham feito o mesmo, é válida a suposição de que vai, finalmente, haver uma mexida nesse pantanal. Até porque o Secretário para a Economia e Finanças, Leonel Leong, (a quem também costuma juntar-se o apreciativo “empresário de sucesso”) assistiu a ambas as audiências.

Assim, neste momento, mais ou me-nos desde duas semanas depois da entra-da em funções do novo Executivo, a sen-sação é de que assistimos a uma corrida de estafetas.

A largada foi dada por Alexis Tam com a sua inesquecível visita ao São Ja-nuário; seguida, com alguma surpresa nossa - logo seguida de um grande de-sapontamento - pelo seu colega da Segu-rança com um raid pelos corredores do

Corrida de estafetas

Lisboa e as instruções aos agentes da PSP para meterem na ordem os gangs dos condutores de táxis. Só que, os corredores dos outros hotéis-casinos continuaram cheios de “meninas rodando as bolsi-nhas” e a Polícia voltou a fechar os olhos às traficâncias dos táxis. A parecer que, depois de uma partida “à tigre” numa corrida de Fórmula 1, o Ferrari de Wong Sio Chak gripou logo à saída da curva do antigo Mandarim. Unhas curtas? Falta de treino?

Por seu turno, o Eng. Raimundo do Rosário, já quase livre dos processos que herdou do seu antecessor (diz-se que al-guns vindos já de 2008!) resolveu “pegar de caras” o toiro dos transportes públi-cos. E isto nas bochechas do director dos Serviços da área, que certamente teria preferido ir para alguma assessoria a ter de fazer agora o que não conseguira cora-gem para fazer antes. Ao mesmo tempo que a Secretária para a Administração e Justiça, que recebeu a mesa limpa de pro-cessos atrasados pelo bom desempenho da sua antecessora, deu agora um ar de sua graça criando uma obviamente des-necessária Comissão para a Reforma do Direito Criminal. Como se a Lei Básica não tivesse determinado qual o Sistema Jurídico de Macau e os seus componen-tes, e a Associação dos Advogados não estivesse atenta...

Mas, voltando ao tal “empresário de sucesso” que tem a seu cargo a Econo-mia e as Finanças. Cheguei à conclusão

de que as audiências de que os 8 (os Kai Fong) e os 80 (a poderosa Associação Co-mercial) foram um sinal dado pelo Chefe do Executivo às até agora imbatíveis for-ças que, na Assembleia e no Conselho do Executivo, têm impedido a regulamen-tação do mercado imobiliário. Mais ou menos como se o governo dissesse - “até agora fizemos o que pudemos mas, da-qui em diante, é convosco”. Se o conse-guir, ultrapassará imediatamente os seus colegas dos Assuntos Sociais e das Obras Públicas que, nesta corrida de estafetas, continuam a acelerar desabaladamente.

E sem perda de tempo pois que Alexis e Raimundo ainda têm muita terra para lavrar, fruto da inércia dos seus anteces-sores. A comprová-lo, o primeiro já man-dou abrir concurso para a contratação de mais 500 profissionais de Saúde, ao contrário de que muitos coscuvilhavam. Ainda me lembro de um, especialmente responsabilizado, dizer em meia-voz: “Se ao menos conseguir 50”… E depois…depois porque tem agora um osso du-ríssimo de roer com as gravíssimas irre-gularidades de toda a ordem cometidas pelo Reitor da Universidade da Ilha da Montanha, reveladas pelo último rela-tório do Comissariado de Auditoria. É tempo de passar tudo para o Ministério Público; como para o Eng. Rosário resol-ver finalmente mandar para o CCAC as sucessivas derrapagens das empreitadas do Metro Ligeiro.

Entretanto, a continuar com este rit-mo, a corrida acabará por nos trazer al-guns lai-sis. Os deste ano e os dos anos anteriores. Em que, apesar dos cheques, os envelopes continuaram a ficar vazios do que mais precisávamos.

*Docente. Anterior presidente do Instituto Politécnico de Macau.

POSTAIS DAS ILHASLuiz Oliveira Dias*

Catarina Pinto, in “Macau Daily Times”

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JTM/DN

POBRE DE TODA AEUROPA ADOPTAM OESTILO VAROUFAKIS

É UM...“BLACKBERRY”.

Kung Hei Fat Choi

Por ocasião da passagem do Ano Novo Lunar, temos recebido votos de várias instituições e persona-lidades, o que muito nos apraz registar.

Nesta edição salientamos os votos que nos foram enviados por: Maria José de Freitas, “manager” da AE TEC-MO -“Architecture and Engineering Ltd”; Universi-

dade de Macau; Casa de Macau em Portugal; Instituto Confúcio da Universidade de Lisboa; Jasmine Cheong, directora de Comunicações da Macao Water; Mabel Wu, Simpson Lei, Mildred Wong, Josie Ho e Felicia Im, do Departamento de Relações Públicas da Sands China; StarWorld Macau; Departamento de Relações Públicas da Melco Crown Entertainment; Departamento de Relações Públicas da Wynn Ma-cau; G2E Asia; Lester Chau, directora de operações da Summergate Fine Wines; Anita Yu, das Relações Públicas da Mazarine Macau Limited; Carol Shu, da LT (Macau) Ltd; Conde Group; MSS Recruitment; Arlinda Frota; António Ribeiro Martins.

A todos, agradecemos e retribuímos com os melhores votos de prosperidade no Ano Novo Lunar. KUNG HEI FAT CHOI!

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 201526 JTM | LAZER

MagicValongo: homenagem além fronteira

• A Câmara Municipal de Valongo reuniu, no dia 11 de Fevereiro, com elementos da Organização do MagicValongo a fim de garantir-se que “em Setembro, Valongo tem mais magia” pelo 24º ano consecutivo. O Festival Internacional de Ilusionismo/MagicValongo é um evento reconhecido internacionalmente que, há mais anos e de forma consecutiva, se vem realizando, em Portugal, com o apoio do Município de Valongo. Dezenas de premiados FISM, campeões do Mun-do e Grandes Prémios, têm por lá passado e alguns lá nascido.

• Em França, no final da semana passada, no decorrer de uma Feira Internacional Têxtil, Pires de Lima, ministro da Economia, não resistiu brindar os portugueses, diante das câmaras da RTP e, lá nos deixou mais uma graçola: “não estou a meter água, estou só a deitar água”. Sorriu às câmaras, virou costas e lá se foi o “soldado” entre stands de representa-ção portuguesa que ali investiam para promover a exportação dos têxteis, produto nacional. Dúvida de Mágico: Cá por nós, ó Pires, é Carnaval, ninguém leva a mal.

ENTRADA LIVREACardinal*

Dicas

No dia 1 de Fevereiro foi apresenta-do no “Salón de Actos del Ayun-tamiento de Tamarite de Litera”

a XVI edição do “Encuentro Nacional de Magos Florences Gil”.

Coube à jornalista Beatriz Abillá essa apresentação acompanhada de Pili Puso, ambas membros do Colectivo Pro-Tama-rite que, desde o ano de 2000 organiza o “Encuentro”.

Tamarite de Litera é um município de Espanha, reconhecido como capital his-tórico-cultural da comarca de La Litera, situado na província de Huesca, comu-nidade autónoma de Aragón, constituída por uma população que ronda, segundo estatísticas de 2008, os 3.800 habitantes. “Tamaritano” é a língua (?) falada pelos habitantes locais de Tamarite, uma mis-tura do catalão com influências de caste-lhano e aragonés.

Esta XVI edição terá lugar nos dias 6, 7 e 8 de Março e, entre os vários convidados de um extenso e variado programa como Galas de Palco, Close-up, Magia de Rua e Conferên-cias, estará o ilusionista português, vice-campeão do Mundo/FISM, David Sousa, enquanto que o Ma-gicValongo, Associação de Ilusionismo, mereceu hon-ras de convidado, por parte da Organiza-ção nos termos que a seguir se documen-ta: “Cada año invitamos a una asociación o

festival de magia para que puedan conocer nuestro Encuentro y así estrechar lazos entre dos asociaciones que trabajan con objetivos si-milares: que la magia sea un arte cada vez más valorado y reconocido. Sería un honor que en

2015, su Associaçao Magic Valongo aceptara ser nuestra asociación invitada en Tamarite y que dos de ustedes pudieran acompañarnos durante ese fin de semana tan especial”.

O MagicValongo não deixará de estar presente e de se associar à homenagem a José Florences Gil (1872-1944) “Rey de los Prestidigitadores /Prestidigitador de los Reyz”, fundador da primeira associação de Ilusionismo em Espanha - Sociedade Espanhola de Ilusionismo, legalizada em Fevereiro de 1943. Florences Gil partilha o estatuto de “figuras de destaque” nas-cidas em Tamarite, a par de nomes como Victor Manuel Noguera, médico do Rei espanhol Afonso XIII, ou, do casal Jean de Paul e Bertrand de Moras, pais de Vicente de Paulo, declarado Santo pelo Papa Cle-mente XII, em 1737.

Sendo os “Encuentros Mágicos” con-siderados e confirmados como a segunda actividade cultural mais importante da região, logo a seguir às chamadas Festas Maiores, os primeiros dias de Março se-rão uma anunciada antecipação da Pri-mavera destacando-se mais uma vez, o acto simbólico de imortalizar, com uma estrela e nome uma figura da Arte do Ilu-sionismo, no já célebre “Passeio Mágico” instalado em Tamarite.

Em 2014, ano da comemoração dos 70

anos da morte de José Florences Gil, os “Encuentros”, programaram mais de três dezenas de actos mágicos, tendo como convidado especial o mentalista Anthony Blake, além de outros como Daniel Ka, Mago Murphy e o conceituado Jammes Garibo. Na altura, cerca de uma centena de mágicos estiveram reunidos, durante três dias, em Tamarite.

O programa deste ano, tem um atrac-tivo novo e diferente. A antecipar o início dos “Encuentros”, será projectado, nos dias 28 de Fevereiro e 1 de Março, o último filme de Woody Allen, “Magia a la luz de la Luna”. A “Grande Gala Internacional de Ilusionismo” será na noite de sábado, 7 de Março, dirigida por Joan Gimeno e, contará com as actuações de Willy Mon-roe, Justo Thaus, Jaime Figueroa, David Sousa e Mag Marin. No domingo, 8 de Março, encerram-se os “Encuentros” com a actuação do ilusionista catalão Xavier Giró, distinguido em 2010 com o “Mer-lin Magic Award”. A Escuela Infantil “El Tamarindo” terá em Glória Rey o espaço dedicado à Magia Infantil. A organização espera juntar nestes “Encuentros” cente-na e meia de ilusionistas.

* Ilusionista - Coordenador do MagicVa-longo Festival Internacional de Ilusionismo

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ARQ

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Helena Bonham Carterposa nua… com um atumHelena Bonham Carter posou nua com um atum para uma campanha da “Fish Love”, organização não governamental contra a pesca descontrolada. Mesmo tendo fobia de peixes, a actriz de 48 anos aceitou o desafio proposto pela amiga Greta Scacchi, que também já tinha posado nua com peixes. “Tenho uma grande fobia a peixes, por isso, quando a Greta me pediu para ser fotografada nua com um atum de 27 quilos estava mais preocupada com o tocar no peixe do que com o facto de me despir”, contou Bonham Carter. As campanhas da Fishlove começaram em 2011 e já envolveram estrelas como Jerry Hall, Lizzie Jagger, Terry Gilliam, Ben Kingsley ou Richard Branson.

“50 Shades of Grey” arrasa nas bilheteirasA esperada estreia de “50 Shades of Grey”, filme baseado no “bestseller” de E.L. James, arrecadou 158 milhões de dólares nas bilheteiras de todo o mundo e 81,7 milhões nos Estados Unidos, segundo dados divulgados pelo portal “Box Office Mojo”. A primeira parte da trilogia erótica interpretada por Dakota Johnson e Jamie Dornan foi exibida em 3.646 salas de cinema americanas, a maior estreia de um filme com classificação “R” (Restrito) da Associação Cinematográfica dos EUA.

Porno perdepara

o “Fitness”Zuzana “Zuzka”

Light é uma instrutora checa de

“fitness”, modelo e até actriz. Gere

actualmente um dos canais mais populares

de “fitness” no YouTube e atraiu mais de

500 milhões de visualizações em

todo o mundo. No entanto, antes de iniciar a carreira no YouTube, foi

actriz pornográfica, fazendo aparições em vários filmes.

Cartaz oficial dos XVI“Encuentros de Magos de Tamarite”

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015 JTM | LAZER 27

Gente Gira Envie as suas fotos para: [email protected]

O que falta em Macau? por Jo Lin

Em Macau, estão constantemente a cuspir para o chão e a deixar o lixo por todo o lado. Isso não acontece

em regiões como Singapura, onde está sempre tudo limpo porque as pessoas não se querem su-

jeitar a pagar 600 patacas de multa. Se calhar aqui deve-riam tomar outro tipo de medidas que ajudassem a evitar isso, tendo em conta que as multas não são suficientes e o seu aumento não iria fazer grande diferença, uma vez que as pessoas têm dinheiro. Outro grande problema é

chegar a uma loja ou a um restaurante e constatarmos que os funcionários não têm qualquer conhecimento da língua inglesa. Deviam fazer um esforço para aprender a falar inglês uma vez que há tantos turistas em Macau que não falam chinês.

Duas valentes pernas de carneiroVizinhos e moradores da mesma rua de Leonor Rosário têm por hábito celebrar juntos os dias especiais e festivos. Antes do Ano Novo Chinês (Tun Nin Fán), fizeram um jantar de convívio, durante o qual posaram com duas belíssimas pernas de carneiro, de fazer salivar qualquer um. Leonor confessa ainda que “é esta relação de proximidade” que a

tem feito ficar no bairro.

Despedida divertidaSegundo Mafalda Mesquita conta ao GENE GIRA, Maria vai estudar hotelaria na Suíça. Como todos os momentos são preciosos, nada de lágrimas e toca

a fazer uma sessão fotográfica bombástica. Assim quando as saudades apertarem é só olhar para as fotos e sorrir. A imaginação também não ficou

de lado, pelo que podemos verificar.

Almoço de domingoLuana adora os avós e não gosta de perder nenhuma oportunidade para tirar uma foto com eles. Por isso, a princesa Luana (como se pode ver pela coroa) fez questão

de tirar esta foto num almoço de domingo, no Clube Militar, para mais tarde recordar.

O par perfeito!Kitty Chang, conta

ao GENTE GIRA que, não podia estar mais feliz do que ter como

companhia no Dia de São Valentim o

seu amigo de quatro patas, “豆豆” (Bean).

Kitty e Bean passaram o Dia dos Namorados

em Coloane.

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28 JTM | PUBLICIDADE Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015 • Fecho da Edição • 01:50 horas