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454 ANÁLISE DA GRADE DE PROGRAMAÇÃO DAS EMISSORAS BRASILEIRAS DE TELEVISÃO ABERTA – ETVA - EM RELAÇÃO AO CONTEÚDO ESPORTIVO Tatiana Zuardi Ushinohama¹ Letícia Passos Affini² Dr. Mauro Betti³ RESUMO Introdução. Emissoras brasileiras de Televisão Aberta (ETVA), através da grade de programação atual, buscam se adaptar às alterações presentes na relação do telespectador com o televisor devi- do à ampliação da oferta no setor televisivo. A multiplicidade de oferta provoca uma desconcen- tração da audiência, o que não está diretamente ligado ao aumento da diversidade dos conteúdos. Por tratar-se de um discurso autônomo e pertencente à cultura humana, o esporte apresenta-se como uma opção para a grade televisiva. Objetivo. Analisar a grade de programação das emis- soras brasileiras de TV aberta em relação ao conteúdo esportivo. Metodologia. A quantidade de programas esportivos na grade semanal da emissora e a audiência definiram quais ETVA teriam as suas grades de programação analisadas. A coleta da programação aconteceu no domingo, por tratar-se do dia em que às pessoas têm maior possibilidade de assistir televisão. Durante 24 ho- ras, gravou-se a programação das ETVA, iniciando às zero hora e finalizando às 24 horas. O material gravado foi fichado, selecionando-se apenas os programas com elementos esportivo em _____________________________________ ¹Graduada pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) como bacharel em Comunicação Social: habilitação em Radio e TV e Licenciada em Educação Física. E-mail: [email protected] ²Professora Assistente Doutora do Departamento de Comunicação Social da Faculdade de Arquitetura, Artes e Co- municação da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Doutora em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Desenvolve pesquisa na área de produção de conteúdo audiovisual. Líder do Grupo de Estudo em Audiovisual da UNESP, www.cnpq.br. E-mail: affi[email protected] ³Doutor em Filosofia da Educação (UNICAMP), Livre Docente pela UNESP; Professor do Departamento de Educação Física da Faculdade de Ciências/UNESP de Bauru e da Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia/UNESP de Presidente Prudente. E-mail: [email protected] 4 E-mail: saraholiveira@ pg.ffclrp.usp.br

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Análise dA grAde de progrAmAção dAs emissorAs brAsileirAs de Televisão AberTA – eTvA - em relAção Ao conTeúdo esporTivo

Tatiana Zuardi Ushinohama¹ Letícia Passos Affini²

Dr. Mauro Betti³

resUmo Introdução. Emissoras brasileiras de Televisão Aberta (ETVA), através da grade de programação atual, buscam se adaptar às alterações presentes na relação do telespectador com o televisor devi-do à ampliação da oferta no setor televisivo. A multiplicidade de oferta provoca uma desconcen-tração da audiência, o que não está diretamente ligado ao aumento da diversidade dos conteúdos. Por tratar-se de um discurso autônomo e pertencente à cultura humana, o esporte apresenta-se como uma opção para a grade televisiva. Objetivo. Analisar a grade de programação das emis-soras brasileiras de TV aberta em relação ao conteúdo esportivo. Metodologia. A quantidade de programas esportivos na grade semanal da emissora e a audiência definiram quais ETVA teriam as suas grades de programação analisadas. A coleta da programação aconteceu no domingo, por tratar-se do dia em que às pessoas têm maior possibilidade de assistir televisão. Durante 24 ho-ras, gravou-se a programação das ETVA, iniciando às zero hora e finalizando às 24 horas. O material gravado foi fichado, selecionando-se apenas os programas com elementos esportivo em _____________________________________¹Graduada pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) como bacharel em Comunicação Social: habilitação em Radio e TV e Licenciada em Educação Física. E-mail: [email protected]²Professora Assistente Doutora do Departamento de Comunicação Social da Faculdade de Arquitetura, Artes e Co-municação da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Doutora em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Desenvolve pesquisa na área de produção de conteúdo audiovisual. Líder do Grupo de Estudo em Audiovisual da UNESP, www.cnpq.br. E-mail: [email protected]³Doutor em Filosofia da Educação (UNICAMP), Livre Docente pela UNESP; Professor do Departamento de Educação Física da Faculdade de Ciências/UNESP de Bauru e da Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia/UNESP de Presidente Prudente. E-mail: [email protected] 4E-mail: [email protected]

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seu conteúdo, o que determinou: o número de peças audiovisuais esportivas, o tempo que cada emissora dedicou à programação esportiva e a porcentagem de programação esportiva na pro-gramação diária. Os programas foram classificados em categorias a partir dos gêneros e formato do conteúdo esportivo: Chamada (CH; publicidade dos próprios programas ou eventos da emis-sora); Propaganda (PP; publicidade de produtos ou serviços de empresas privadas ou estatais); Programas (PG; material audiovisual com roteiro definido e organizado previamente); Jogo (JG; transmissão de evento esportivo isolado de qualquer roteiro pré-definido). Uma peça audiovisual comum entre as emissoras foi comparada a partir dos elementos da linguagem visual com a inten-ção de compreender o discurso transmitido, relacionando-o com a receptividade da audiência por meio dos dados do IBOPE. Resultados. A TV Bandeirantes (Band) e a TV Globo (Globo) foram, conforme os critérios citados, selecionadas para analise da sua programação. O conteúdo espor-tivo esteve presente em 88 peças. A Band apresentou 50 peças audiovisuais, totalizando 9hs-30min, o que correspondeu a 39,6% da grade de programação, sendo: CH, 0,66%(9min30seg); PP, 0,26%(3min45seg); PG, 18,40%(4hs25min); e JG, 20,28%(4hs52min). Ressaltamos que 28,12%(6hs45min) da grade de programação da emissora são terceirizadas. A Globo apresentou 38 peças audiovisuais, totalizando 5hs48min, o que correspondeu a 24,81% da grade, sendo: CH, 0,55%(8min); PP, 0,10%(1min36seg); PG, 15,83%(3hs39min); e JG, 8,33%(2hs). A categoria JG concentrou-se apenas na modalidade futebol. Considerações finais: As duas ETVA utilizam-se do esporte para oferecer ao telespectador a idéia de diversidade na grade de programas. Porém, o conteúdo dos programas resume-se em especulações e descrições das ações ocorridas no evento agregados a um juízo de valor emitido por pessoas reconhecidas pelo público. Notamos a presen-ça de características específicas de cada emissora: a Globo visa construir uma narrativa ideal atra-vés dos recursos técnicos; e a Band, promove uma narrativa contextualizada como diferencial, no entanto a audiência prefere a transmissões com maiores recursos visuais, já que os elementos inseridos na transmissão da narrativa contextualizada não possuem tanta relevância para evento esportivo.

palavras-chave: Audiovisual. Esporte. Televisão. Comunicação.

introdução

A televisão é o meio de comunicação com maior investimento publicitário nos anos de 2007 e em 2008, o correspondente a R$ 29.837.983 (51%), segundo dados do IBOPE. Isso faz com que ocorra uma disputa cada vez maior entre as emissoras brasileiras de televisão por fatias do mercado publicitário.

Essa concorrência entre as emissoras é visualizada através dos seus produtos, os programas de televisão; e a forma com que é distribuído, a grade de programação.

A partir de 2001, com a abertura do mercado de comunicação para o capital estrangeiro e a evo-lução constante nos equipamentos de comunicação, um número maior de emissoras brasileiras entraram no mercado televisivo de sinal aberto, disputando uma parcela da audiência e mudando a relação do telespectador com o televisor devido ao aumento de programas oferecidos.

A pergunta que fica é: a multiplicidade de oferta oferecida ao receptor pelas diversas emissoras é traduzida em diversidade de programas. A resposta pode ser encontrada nas palavras de Bour-dieu (1997):

A televisão tem uma espécie de monopólio de fato sobre a formação das cabeças de uma parcela muito importante da população. Ora, ao insistir nas variedades,

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preenchendo esse tempo raro com o vazio, com nada ou quase nada, afastam-se as informações pertinentes que deveria possuir o cidadão para exercer seus direitos democráticos. (BOURDIEU, 1997, p.23-24).

Dentre os diversos tipos de conteúdo presentes na grade de programação, o esporte sempre teve sua parcela de importância, pois é um fenômeno social, que ao ser incorporado pelas mídias transformou-se e ganhou novas características, ampliando as dimensões do evento esportivo, principalmente devido à convergência de diversos setores e interesses da sociedade em torno da união esporte/mídia.

No início das produções midiáticas esportivas não havia um modelo de quais e como as infor-mações que deveriam ser transmitidas ao público. Não havia um conhecimento prévio de como deveria ser transmitidas as informações a respeito do tema esporte. Na medida em que o setor de comunicação foi se fortalecendo, as transmissões das informações tornavam-se mais agradáveis e interessantes ao público, possibilitadas principalmente pelo surgimento de novos equipamentos e técnicas de difusão da mensagem. Segundo Betti (1999), as mídias passaram a compartilhar um conhecimento publicamente reconhecido e determinado.

E a consolidação do elo esporte e mídia, fez com que a mídia passa-se a interferir no esporte, alterando regras, uniformes, espaço físico, status; de forma a adaptar o evento, transformando o esporte em um espetáculo e em um bom entretenimento, no qual o público se sente parte do acontecimento, proporcionando assim boa audiência.

O produto midiático esportivo passou a produzir muitos outros produtos esportivos (propa-gandas, telejornalismo, jornais, fotos, internet) que o completavam ou mantinham o interesse do público no assunto, ampliando o número de fontes e quantidade de informações.

A televisão, em particular, é um dos meios de comunicação de massa que mais influência no universo esportivo, proporcionando alterações e transformações na cultura esportiva. Na socie-dade brasileira atualmente, a televisão é o principal veículo de informação, segundo o IBOPE, a TV encontra-se presente em todos os domicílios com ao menos um aparelho de televisão, um terço da população possui dois ou mais. Por isso, transmissão da informação adequada através dos meios de comunicação de massa, como a televisão, seria fundamental para a formação de uma sociedade bem informada.

O uso de uma sintaxe audiovisual ditada pelas emissoras brasileiras de televisão aberta muitas vezes isolam o evento ou o fato esportivo “do seu contexto histórico, sociológico e antropoló-gico”4 fazendo com que “o telespectador tem a falsa sensação de estar olhando por uma janela de vidro, quando, na verdade, aprecia uma interpretação da realidade, mediada pelas câmeras televisivas”5 montado por profissionais do entretenimento. Diante disso, surgem alguns questio-namentos: como se apresenta a programação esportiva na grade das televisões abertas no Brasil? Qual a sua importância na comparação com outros gêneros televisivos? Como se dá o consumo dos produtos audiovisuais esportivos pelos brasileiros? Como se caracterizam o conteúdo e o formato desses produtos audiovisuais?

Assim, o objetivo deste estudo é analisar a grade de programação das emissoras brasileiras de TV aberta em relação ao conteúdo esportivo.

_____________________________________4BETTI, 2005, p.89.5BETTI, 2005, p.89.

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metodologia

Esse estudo trata-se de uma pesquisa descritiva e observacional, com coleta de dados para pos-terior análise. A amostra das Emissoras de TV Aberta (ETVA) foi selecionada a partir da maior quantidade de programas esportivos presentes na grade semanal da emissora que estivessem entre os 5 com maior audiência e/ou que possuísse o programa esportivo com maior audiência, confor-me dados divulgados pelo IBOPE utilizando a cidade de São Paulo como referência, uma semana antes da coleta de dados.

Tabela 03 - Dados Pesquisa de Audiência e Grade de Programação

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TOP 5: SÃO PAULO - SEMANA 23 - 01/06 A 07/06/2009Descritivo: Fonte: Media Workstation. Programas de maior audiência na Região GSP. Todos os dias das 06:00 às 05:59 hs. Universos: 5.728.442 domicílios e 17.701.760 indivíduos. Um ponto de audiência cor-responde a 1% destes respectivos universos.informações referente ao período: 01/jun/2009 a 07/jun/2009Data de Publicação: 15/jun/2009

Para desenvolver a pesquisa, gravamos em VHS a programação das emissoras de sinal aberto, na cidade de Jaú – SP, no dia 14 de junho de 2009, durante 24 horas, tendo início às 0h e término às 24h.

O dia da semana utilizado para a realização da coleta foi o domingo, por ser considerado o dia de descanso de uma grande parcela da população, a qual possui tempo disponível de obrigações: profissionais, escolares, sociais; permitindo as pessoas terem uma possibilidade maior de assistir televisão.

O material gravado foi fichado, totalizando 48 horas conteúdo. Selecionou-se apenas os pro-gramas com elementos esportivos (regras, atletas, conceitos) em seu conteúdo, determinando: o número de peças audiovisuais esportivas, o tempo que cada emissora dedicou à programação esportiva e a porcentagem de programação esportiva dentro da programação diária.

Tabela 04 - Grade de programação - ETVA 01

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Tabela 05 - Grade de programação – ETVA 02

Para uma melhor análise, os programas foram classificados em categorias a partir dos gêneros e formatos do conteúdo esportivo: Chamada (publicidade dos próprios programas ou eventos da emissora); Propaganda (publicidade de produtos ou serviços de empresas privadas ou estatais); Programas (material audiovisual com roteiro definido e organizado previamente); Jogo (trans-missão de evento esportivo isolado de qualquer roteiro pré-definido).

Uma peça audiovisual em comum entre as emissoras brasileiras de Televisão Aberta foi se-lecionada para compararmos os elementos da linguagem televisual: narração, movimentos de câmera, imagens, movimentos de lente, reportagens, comentarista, replay; de forma a compre-ender o discurso transmitido interligando com a receptividade da audiência através dos dados do IBOPE.

resultados

A amostra do universo das Emissoras brasileiras de TV Aberta foi composta pela: TV Bandei-rantes e a TV Globo. A TV Bandeirantes apresentou duas peças audiovisuais com conteúdo es-portivo (Futebol Not., 6% e Futebol Vesp, 6%) entre os 5 programas da emissora mais assistidos na semana e com audiência maior que as peças apresentadas pela TV Gazeta (Gazeta Esportiva, 3% e Mesa Redonda, 2%). A TV Globo transmitiu uma peça audiovisual esportiva que obteve o maior índice de audiência da semana entre todas as ETVA (Corinthians X Vasco, 32%).

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No dia 14 de junho de 2009, na programação das emissoras brasileiras de televisão aberta contabilizou-se um total de 88 peças audiovisuais envolvendo o conteúdo esportivo, sendo 38 peças correspondentes a Rede Globo de Televisão e 50 peças à Rede Bandeirantes de Televisão.

A Rede Globo de Televisão dedicou à programação esportiva um tempo total de 5 horas e 48 minutos, durante todo o domingo, aproximadamente. O que totalizou 24,81% da programação do dia, em todas as categorias proposta por esse trabalho.

Tabela 06 – Rede Globo de Televisão: descrição da programação esportiva

Na Globo foram transmitidos 2 jogos “ao vivo”. O jogo de vôlei internacional, “Brasil e Po-lônia”, válido pela Liga Mundial Masculina, que por estar inserido dentro do programa Esporte Espetacular não entrou na categoria jogo e sim, programas. E o jogo de futebol masculino, Corin-thians e Goiás, válido pelo Campeonato Brasileiro.

Esportes radicais, triátlon, tênis, automobilismo tiveram pequenas matérias jornalísticas den-tro do seu programa esportivo. Houve um quadro no programa humorístico “Turma do Didi” em que promoveu um jogo de basquete, devido à presença dos Globetrotters no Brasil.

Ao final do dia, no programa do Fantástico, um resumo das atividades esportivas do final de semana são mostrados (gols dos principais campeonatos e resultados envolvendo brasileiros em competições no exterior).

A Rede Bandeirantes de Televisão destinou um tempo total de 9 horas e 30 minutos para a programação com conteúdo esportivo, totalizando 39,6% da programação diária. Ressaltamos que, dentro dessa programação exibida pela Rede Bandeirantes de Televisão, no dia 14, o corres-pondente a 28,12% não era de responsabilidade da emissora, totalizando 6 horas e 45 minutos de horário terceirizado.

Tabela 07 – Rede Bandeirantes de Televisão: descrição da programação esportiva

A “Band” transmitiu 3 jogos “ao vivo”, sendo 1 jogo nacional, Corinthians e Goiás, e 2 jogos

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internacionais pertencentes a um evento promocional da Copa do Mundo de 2010 (África do Sul x Iraque; Nova Zelândia x Espanha).

Antes do jogo do campeonato brasileiro, a “Band” exibiu o programa: Band Esporte Clube, no qual tinha como conteúdo principal acontecimentos ou fatos que envolviam o evento esportivo que seria transmitido na seqüência da programação, com audiência média de 3,6 pontos.

Após a partida, a “Band” exibiu o programa: Terceiro Tempo, no qual informava e atualizava o telespectador dos fatos resultantes do evento esportivo, obtendo uma média de audiência de 4,3 pontos com picos de 7,2.

O outro esporte apresentado durante a programação com exibição de imagens por mais de uma hora foi uma competição de automobilismo de caminhões, com transmissão direta do evento.

As propagandas envolvendo o esporte não apareceram de forma significativa ao longo da pro-gramação (0,36% em 48 horas), apenas grandes empresas privadas (Coca-cola, Fila, Olympikus, Lance, Brahma, Sky) e estatais (Petrobras e Banco do Brasil) vincularam-se ao esporte. Esse trabalho não analisou o número de empresas patrocinadoras de esporte, empresas que destinam verbas regulares para o crescimento do esporte, no entanto, observamos que a Petrobras e o Ban-co do Brasil, além de realizarem propagandas nos intervalos comerciais dos eventos esportivos, tinham suas marcas exibidas nos uniformes dos atletas e na carroceria dos caminhões, por serem patrocinadores brasileiros oficiais desses esportes.

Dentre os esportes representados nas propagandas, a predominância foi para o futebol (Coca-Cola; Lance; Brahma; Sky); em segundo lugar, o vôlei (Banco do Brasil, Olympikus); em tercei-ro, automobilismo (Petrobras); seguido de corrida como atividade de lazer e saúde (Fila) e tênis, através do Guga, símbolo do tênis brasileiro (Banco do Brasil).

O produto audiovisual esportivo selecionado comum das duas emissoras brasileiras de televi-são aberta foi o Campeonato Brasileiro Futebol Masculino com o jogo Corinthians e Goiás que apresentou uma média de audiência de: 20,6 pontos, pela Rede Globo de Televisão e 6,6 pontos, pela Rede Bandeirantes de Televisão, com cada ponto representando cerca de 60 mil domicílios na Grande São Paulo.

discussão

O setor televisivo brasileiro, nos últimos tempos, vem sofrendo constante alterações, “provo-cando mudanças na relação do telespectador com o televisor e conteúdo por ele transmitido, tais movimentos ligam-se diretamente com as estratégias implementadas pelas corporações midiá-ticas” . Atualmente dispomos de 2 tipos de televisão no Brasil: TV por assinatura e TV aberta; operando em dois sistemas diferentes: analógico e digital.

A TV por assinatura apresenta ao telespectador a oportunidade de um elevado número de ca-nais, imagens sem interferência, inclusão de emissoras locais, a possibilidade de serviços intera-tivos, no entanto, segundo Bolaños (2007), essa TV no Brasil encontra-se em 15,8% dos domicí-lios, tendo como “o principal problema do setor, a renda média do brasileiro, incompatível com os custeios das mensalidades” , isso fez com que o setor estagnasse.

Portanto no Brasil, a TV aberta continua sendo a detentora da maior parcela de espectadores no _____________________________________6BOLAÑOS, 2007, p.213.7BOLAÑOS, 2007, p.189.

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setor televisivo e a principal influenciadora na cultura brasileira. No ano de 2001, em decorrência da alteração constitucional, ocorreu a presença do capital estrangeiro nas organizações da TV aberta. Conforme Bolaños (2007), em um país como o Brasil em que o mercado de comunicação de massa é concentrado, isso provocou uma nova situação entre as empresas operadoras de sinal aberto, com: o desenvolvimento de novos conteúdos, reformas administrativas e uma disputa com um número crescente de empresas pela audiência.

O que provocou um aumento na oferta de produtos audiovisuais na televisão brasileira, propor-cionando ao “receptor dispor da possibilidade de construir sua própria grade, funcionando cada canal como fornecedor de um determinado conteúdo”8, e mais do que nunca, o controle remoto tornou-se um elemento contrário da fidelização da audiência, um filtro ativo do receptor por pro-gramas mais interessantes em um determinado horário.

O conteúdo esportivo por sua vez, principalmente o esporte espetáculo9, apresenta-se como uma boa opção de conteúdo a ser transmitido pelas emissoras, já que se trata de um discurso autônomo, “ao vivo”, pertencente à cultura do ser humano10, com um tempo de duração relati-vamente definido e do qual as emissoras podem gerar mais notícias sobre o evento na grade de programação.

O esporte é um importante fenômeno social de massa e a competição é um es-petáculo para entreter a massa, sendo o ídolo um dos componentes mais impor-tantes deste processo. (MACEDO, 1999, p.206)

A amostra de emissoras brasileiras de TV aberta selecionadas neste estudo ilustrou duas reali-dades distintas TVs, no entanto com relação ao conteúdo esportivo, ambas as emissoras utilizam-se do conteúdo com o objetivo de oferecer diversidade ao receptor, exibindo modalidades ou eventos esportivos diferentes.

A Rede Globo de Televisão encontra-se na fase de popularização do seu conteúdo, tentando atender multiplicidade de oferta existente no mercado de forma a não diminuir sua audiência. O seu objetivo é atingir todos os públicos simultaneamente, com produtos audiovisuais produzidos para variadas classes sociais, gênero, idade, escolaridade e preferência de consumo. Isso só se torna possível devido à intra-estrutura da empresa Globo de comunicações: com acervo enorme de imagens e reportagens com todos os esportes do mundo, vários funcionários para a cobertura de eventos esportivos, altos investimentos em equipamento, uma rede interligada das suas diver-sas empresas no setor de comunicação, inclusive possuindo canais especializados em esporte na TV por assinatura, permitindo:

maior amplitude de modalidades coberta e algumas matérias de caráter inves-tigativo possibilitam uma visão mais contemporânea, e por vezes mais crítica, da cultura esportiva. Também as matérias que apresentam práticas alternativas e não competitivas, e atribuição de significados e valores que se opõe ao discurso hegemônico sobre o esporte (vitória, esforço máximo, dinheiro etc.). (BETTI,

_____________________________________8BOLAÑOS, 2007, p.227.9BETTI, M. Janela de vidro: esporte, televisão e educação física. Campinas: Papirus, 1998.10Betti (2005) aponta 4 motivos pelos quais assistimos ao esporte na TV: 1º, passar ou gastar o tempo e combater o tédio; 2º, uma nova possibilidade de vivência do esporte; 3º, busca da excitação; 4º, participação na e a apropriação da cultura esportiva.

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1999, p.89).

Assim, os primeiros conteúdos esportivos exibidos pela emissora foram durante a madrugada do sábado para o domingo no programa de auditório “Altas Horas”. Foram exibidas imagens de atividades variadas “ao vivo” de uma academia de ginástica ao final de cada bloco, com tempo de duração de 5 segundos. A intenção era mostrar a atividade noturna das cidades através da participação das pessoas em eventos diferentes, no entanto ficou restrito a um só ambiente, com temáticas diferentes.

“Esporte Espetacular”, exibido na manhã do domingo, teve como grande atração o jogo de vô-lei da seleção masculina do Brasil contra a Polônia, por cerca de uma hora e meia, o que garantiu o aumento do IBOPE para o programa em relação aos outros domingos. O programa criou para o jogo do domingo uma realidade fragmentada/descontextualizada, com uma falsa rivalidade entre os adversários em função da do jogo no dia anterior no qual a Seleção Brasileira teria encontrado grande resistência para vencer a Polônia. No entanto, o resultado demonstra o oposto, vitória do Brasil por 3x0. O que mostra que a modalidade voleibol, nas últimas décadas, vem se transfor-mando em um esporte massificado e popularizado em todo mundo11.

Na seqüência do programa, surgem alguns elementos pertencentes à TV por assinatura, maté-rias que apresentam uma maior variedade de modalidades esportivas e práticas esportivas alter-nativas; dois apresentadores que criam um contexto de aproximação com o público, enquanto um apresenta o contexto e o outro sugere ser o público que não sabe sobre a informação. Rompendo um pouco com as características de prevalência do interesse econômico12 de temas homogêneos do esporte da mídia, no entanto os esportes apresentados são tratados com superficialidade pela mídia.

A Turma do Didi, programa humorístico, mostrou o esporte lúdico, através dos Globbertroters em um jogo proposto entre os brasileiros e os americanos. O conteúdo apresentando trata-se de um dos elementos da cultura esportiva, a diversão e não apenas a busca pela vitória como no esporte alto rendimento e competitivo, o que é transmitido com grande freqüência na televisão.

No período da tarde, houve como de costume a interrupção do programa de auditório “Domin-gão do Faustão’ para a transmissão do jogo de futebol: Corinthians e Goiás. O Corinthians tem seus jogos freqüentemente transmitidos, o time possui a segunda maior torcida do Brasil e tem em seu elenco um atleta (Ronaldo “Fenômeno”) eleito por três vezes (1996, 1997 e 2002) o me-lhor do mundo pela FIFA. Esses elementos tornam-se sinônimo de boa audiência para emissora.

As transmissões de jogos de futebol dessa emissora seguem um padrão, todos os recursos au-diovisuais disponíveis são utilizados a fim de garantir superioridade na audiência (câmera exclusi-va, replay, ângulos invertidos dos lances, repórteres em “campo” com imagens da entrevista com os jogadores, computação gráfica com informação complementares do jogo, etc.) transformando o jogo em um espetáculo televisivo. Há também comentários de personalidades (ex-jogadores, ex-árbitros) reconhecidas no Brasil, reafirmando as informações transmitidas pelo locutor e dan-do credibilidade. Desta forma, quaisquer problemas que possa interferir na “narração” linear do jogo são eliminados. Um exemplo foi o atraso do início do jogo, devido à “tietagem” e a presença uma grande quantidade de pessoas no campo por causa da confirmação da escalação do jogador _____________________________________11MEZZAROBA, 2006, p. 66.12BETTI, 2005, p.87.

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Ronaldo, isso fez com que nenhum dos dois times terminasse seu aquecimento no campo e além de resultar no atraso do inicio da partida. Rede Globo iniciou sua transmissão apenas momentos antes do apito inicial do juiz, não apresentando nenhum problema com a organização do jogo.

Ao final da noite, o programa “Fantástico”13, apresenta ao telespectador os gols marcados nos melhores campeonatos do mundo e junto criou a eleição do melhor gol do final de semana e a eleição da maior falha cometida entre os vídeos enviados pelo público, demonstrando a transfe-rência de valores que o público deposita no esporte de alto rendimento.

A Rede Bandeirantes é uma emissora marcada pela indefinição de seus objetivos, já foi con-siderada “o canal do esporte” na TV aberta. Em 2003, investiu em uma grade generalista e com apelo popular. Paralelamente investiu em um canal pago (Band Sport), retirando, assim, parte do seu conteúdo esportivo variado da TV aberta.

No entanto através da pesquisa, pudemos observar a presença de uma grande quantidade de programação esportiva presente na emissora Bandeirantes no domingo, com monopólio princi-palmente do futebol. Isso nos mostrou uma emissora segmentada em esporte, a qual se apóia em

torneios artificiais e incentivam novas competições, fora do calendário, justa-mente para alimentar o mercado do esporte, assim como para manter as expec-tativas dos telespectdores e dos anunciantes. (...) Hoje, os clubes faturam muito mais com a venda da partida a uma emissora de televisão do que com a venda direta de ingressos. Desta forma, a compra do direito de transmissão dos jogos e disputas pelas emissoras está mercantilizando cada vez mais o esporte. (MA-CEDO, 1999, p.206).

A programação esportiva da Band iniciou-se com a transmissão de um jogo internacional (Áfri-ca do Sul X Iraque) pertencente ao evento esportivo Copa das Confederações. O evento serve para testar a organização do país sede, as instalações, transmissões televisivas principalmente, pois apenas a empresa contratada pela FIFA gera as imagens para o mundo inteiro, ficando a cargo das emissoras que compram as imagens, a narração do jogo. A transmissão iniciou-se logo após o show de abertura do evento e seguiu mostrando todo o cerimonial de inicio do jogo: en-trada das seleções em campo, cumprimento entre os atletas, hino dos países até o apito inicial, a emissora não “cortou” acontecimento nenhum.

A “Fórmula Truck” foi o programa transmitido a seguir. Com um formato de competição por baterias e mais de uma largada, caminhões coloridos, pilotos conhecidos de outras categorias do automobilismo, o evento teve transmissão direta com duração de mais de 4 horas, preenchendo a grade de programação até a metade da tarde. A emissora como inovação estabeleceu um contato direto com um dos pilotos durante toda a corrida, para que este informasse as condições do seu caminhão, dos outros caminhões que estavam na prova e as dificuldades da pista, induzindo a instantaneidade no receptor.

Ao término da corrida, a programação iniciou uma seqüência de programas que “garante a coerência e a continuidade do discurso sobre o esporte; é como uma linha que permite ‘amarrar’ as outras formas da linguagem televisiva”14. Primeiramente com o “Band Esporte Clube”, que _____________________________________13Betti (2005) denomina como ênfase na falação esportiva, uma das características do esporte da mídia contrário a idéia do esporte na mídia.

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trouxe todas as informações a respeito do jogo que aconteceria: Corinthians e Goiás, informações históricas dos jogares, retrospectiva dos times no campeonato, história de campeonatos anterio-res, informações sobre os jogadores, chegada da torcida ao estádio.

A divulgação da imprensa, de que o jogador Ronaldo do Corinthians iria jogar contra o Goiás, na cidade de Goiânia, fez com que os torcedores fizessem filas para comprar os ingressos na hora da partida, pois até então as vendas antecipadas eram insatisfatória, afinal a diretoria do clube do Goiás havia aumenta os valores pelo jogo ser contra um time “grande”.

O esporte ‘midiático’ como fábrica de ídolos assemelha-se a outras formas de espetáculo como cinema e a música, que também empregam recursos para di-vulgar e vender as imagens de seus astros, transformando-se em indústria de entretenimento. (MACEDO, 1999, p.206)

A transmissão do jogo começou um pouco antes do horário marcado para o início da partida, mostrando a chegada do público, a entrada dos times em campo e dos juízes. Após a entrada do jogador Ronaldo, este não se conseguia movimentar pelo campo devido presença de pessoas não autorizadas que estavam a sua volta, fazendo com que os seguranças particulares do Corin-thians realizassem um cordão de isolamento no time do Corinthians. A emissora mostrou todos os problemas na organização do evento e inclusive a irritação dos jogadores e comissão técnica de ambos os times, pois tal fato estava impedindo e prejudicando o aquecimento final dos jogadores. Desta forma, houve uma cobertura ampla do evento na qual trouxe informações que permitiam ao telespectador contextualizar o jogo no seu tempo e espaço, não fragmentando a realidade.

A transmissão da “Band” não conta com tantos recursos técnico-estéticos, apenas replay e ge-radores de caracteres. Na narração há também a presença de personalidades esportivas (ex-juiz e ex-jogador) para dar credibilidade as informações transmitidas.

Para finalizar a seqüência de programas envolvendo o futebol, o “Terceiro Tempo” que apre-sentou as entrevistas com os jogadores e técnicos, de ambos os times; mostrou os melhores mo-mentos do jogo; discutiu os lances polêmicos; a atuação dos jogadores; e apresentou os gols da rodada do campeonato no qual o jogo estava inserido, abrindo a discussão para os demais times, suas colocações e a próxima rodada.

As propagandas envolvendo esporte não foram significantes, pois atualmente as empresas dis-põem de grande diversidade de meios de comunicação para estarem divulgando seus produtos, sem o custo elevado da veiculação de publicidade na televisão. Isso fez com que apenas grandes empresas anunciassem seus produtos vinculando ao esporte.

considerações finais

As televisões abertas brasileira, mesmo com todas as transformações nos meios de comunica-ção, ainda possuem o maior público entre os meios de comunicação. As propostas de conteúdos divulgados pelas emissoras são de diversificar e popularizar as informações, no entanto ao acom-panharmos com este trabalho a grade de programação de uma parcela das emissoras, notamos que a idéia de diversidade utiliza o esporte como recurso, por se tratar de um discurso autônomo que

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se apresenta diversos contextos diferentes. Encontramos um grande percentual (24% na Globo e 39% na Band) de conteúdo destinado

ao esporte na grade de programação das TVs abertas, principalmente a monocultura do futebol (28,61% em 48 horas), reforçando a presença um forte vinculo do esporte com a indústria do entretenimento, o que possibilita as emissoras um bom retorno em audiência e conseqüentemente de investimentos financeiros.

O jogo de futebol é o produto audiovisual esportivo distribuído pelas emissoras de TV aberta mais consumido pela audiência em ambas as emissoras (21 pontos a Globo e 6,6 pontos Band), a questão transfere-se para que tipo de conteúdo as emissoras passam ao telespectador.

Na pesquisa, verificamos que houve diferença entre as emissoras na forma como a informação transmitida para o público. A Rede Globo tem como objetivo criar uma narrativa ideal, trans-formando o esporte em um espetáculo para ser assistido, para isso, ela omite informações que contextualizam a realidade, utilizando de recursos técnicos e personalidades no intuito de dar credibilidade à história contada. A “Band” procura informar e transmitir o evento esportivo de forma mais ampla, a fim de conquistar o público com outros tipos recursos, já que não possui um infra-estrutura (profissionais, equipamento, recursos financeiros) igual da outra emissora. No entanto, como podemos perceber pela audiência, o público tem preferência por uma construção narrativa estética bela, no qual possibilite maior quantidade de informações visuais, já que as informações extras transmitidas pela “Band” não possui tanta relevância no contexto da compre-ensão do evento esportivo.

Outro fato verificado foi que as informações que o público recebe são apenas descritivas, como: o jogador que está com a bola, os jogadores em campo, as regras do jogo e nada mais. Elementos como: as técnicas, as táticas, a preparação física dos jogadores e suas inter-relações; que torna-riam um público mais consciente do esporte visto são mencionadas raramente. Provavelmente, por desconhecimento de quem transmite o evento, ficando as informações especificas sobre o esporte sobre a responsabilidade dos convidados ou comentaristas das emissoras para a narração. Na maioria das vezes, trata-se de ex-profissionais que não entendem do evento como todo.

Uma possibilidade sugerida por esse trabalho para alterar as informações transmitidas pelas TVs abertas em produtos audiovisuais esportivos, sem a necessidade de investimentos técnicos e atendendo às exigências de uma audiência qualificada, seria a integração de profissionais da área esportiva com conhecimentos especifico e cientifico nas equipes de produção esportiva das emissoras e não apenas ex-profissionais da área, fomentando a qualidade das informações vei-culadas, possibilitando difundir a cultura esportiva em suas diversas faces (biológica, técnica, social, antropológica).

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