5º P E DAG O G I A
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5º PEDAGOGIA
NOME: __________________________________ RA: ______________________
Orientações:
1) Enviar as atividades 1 e 2 EM UM MESMO ARQUIVO E SALVAS EM PDF;
2) Entregar IMPRETERÍVELMENTE até o dia: 08/05/2021
3) A atividade poderá ser feita em grupo de ATÉ 6 INTEGRANTES
4) E-mail SOMENTE para o e-mail: [email protected]
5) ENVIAR AS ATIVIDADES CONFORME O MODELO ABAIXO:
MÓDULO: TÓPICOS I
ATIVIDADE 1
Os dois textos acima relacionam a vida a sinais de pontuação, utilizando estes comometáforas do comportamento do ser humano e das suas atitudes. A exatacorrespondência entre a estrofe da poesia e o quadro do texto “Uma Biografia” é:
a) a primeira estrofe e o quarto quadro.
b) a segunda estrofe e o terceiro quadro.
c) a segunda estrofe e o quarto quadro.
d) a segunda estrofe e o quinto quadro.
e) a terceira estrofe e o quinto quadro.
ATIVIDADE 2
Leia o texto e retire os pontos relevantes encontrados pelo grupo.
A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DO TEXTO E A ARTICULAÇÃO ENTRE ASÁREAS DE CONHECIMENTO
Hiliana Alves dos Santos
Soraya Pedrosa B. B. da Silveira
Resumo: A leitura e a escrita são pontes incontestáveis para que haja uma inclusão
do indivíduo dentro da sociedade. Tendo a escola à responsabilidade de sistematizar
esses saberes, salienta-se que não é papel apenas do professor de língua
portuguesa utilizar-se do texto para que haja uma aquisição significativa da
linguagem. Outras disciplinas do Ensino Fundamental deveriam utilizar textos
concretizados através dos gêneros disponíveis na sociedade e tipos formando
conjunto com fim comum: a inserção do aluno no mundo letrado. Reconhecendo sua
importância na sala de aula sugerimos que a utilização do texto aconteça com mais
freqüência e que este uso possa articular-se coerentemente dentro de uma proposta
interdisciplinar articulada entre as áreas de conhecimento.
Diante dos resultados obtidos nos exames que avaliam o nível de leitura dos
como o ENEM, SAEPE entre outros, observar o espaço que essa prática ocupa no
cotidiano escolar faz-se necessário uma vez que, mesmo com tantas pesquisas
dedicadas ao tema, o fantasma do analfabetismo funcional acompanha os
brasileiros em pleno séc. XXI.
No entanto, não podemos atribuir toda a culpa apenas ao professor, pois há
diversos fatores que comprometem o processo de ensino-aprendizagem, como, por
exemplo, os aspectos físicos da escola, condições de trabalho, entre outros.
Todavia, no presente trabalho, deter-nos-emos a observar qual o espaço
dedicado à diversidade textual na sala de aula e, por conseguinte, qual o tratamento
dado à leitura no cotidiano escolar mais especificamente nas aulas de outras
disciplinas, uma vez que o trabalho com a diversidade textual já se incorporou nas
aulas de língua portuguesa e língua estrangeira devido aos apelos dos Parâmetros
Curriculares Nacionais e ao grande número de publicações na área, publicações
estas geralmente divulgadas nos cursos de Letras.
Segundo as orientações apresentadas pelos PCN, todo professor,
independente da sua área de formação, deve ter o texto como instrumento de
trabalho. Este, por sua vez, deveria ocupar lugar de destaque no cotidiano escolar,
pois, através do trabalho orientado para leitura, o aluno deveria conseguir apreender
conceitos, apresentar informações novas, comparar pontos de vista, argumentar,
etc. Dessa forma, o aluno poderá caminhar adiante na conquista de sua autonomia
no processo de aprendizado. No entanto, o que se observa é que construir
habilidades e competências que envolvam a leitura e a produção textual é papel
atribuído apenas e tão somente aos professores de língua, limitando o espaço do
texto na escola.
No presente trabalho, utilizamos o método etnográfico quantitativo através do
qual pudemos verificar o espaço dedicado ao texto em seu cotidiano escolar, assim
como investigar a formação dos professores. Nosso corpus é composto por oito
professores do Ensino Fundamental II de escolas da região metropolitana de Recife.
Para orientar nosso trabalho, tomaremos como base as orientações dos Parâmetros
Curriculares Nacionais apoiar-nos-emos nas contribuições de BAKTHIN (2003),
SCHNEUWLY e DOLZ (1999), CRISTÓVÂO e NASCIMENTO (2006) e MATÊNCIO
(2000).
O texto e seu espaço na sala de aula
Durante muito tempo o espaço do texto ficou relegado ao trabalho com
análise lingüística, o ensino tradicional tomava como unidade de estudo a estrutura
da oração e do período.
A partir da década de oitenta, opondo-se a essa maneira de ensino da língua
portuguesa, começam a despontar propostas de trabalho que tomam o texto como
unidade de estudo essencial e com o reflexo das contribuições da Linguística
Textual, da Teoria dos gêneros, da Sociolinguística, da Análise do Discurso,
passou-se a ver o texto como unidade básica da interação verbal.
Tomamos como base, o conceito de gênero textual apresentado por Bakthin
(1997). Segundo ele, os gêneros textuais são formas relativamente estáveis de
enunciados que se definem por aspectos relacionados ao conteúdo, à composição
estrutural e aos traços linguísticos, extremamente ligados aos contextos (condições
e finalidades) nos quais estão inseridos. É por esta dependência com relação ao
contexto que eles são historicamente variáveis. Assim, a imensa diversidade de
gêneros é que forma a língua.
As práticas pedagógicas de língua materna tem sido alvo de uma constante
preocupação. Afinal, muitas são as dificuldades dos alunos no que diz respeito ao
desenvolvimento da proficiência em leitura e compreensão de texto. No entanto, não
podemos esquecer que é papel da escola como um todo tornar nossos alunos
capazes de utilizar a linguagem como instrumento de aprendizagem, sabendo fazer
uso de informações contidas nos textos, bem como conhecer e analisar criticamente
os usos da língua como veículo de valores e preconceitos de classe, credo, gênero
ou etnia.
Logo, não só o professor de Língua Portuguesa, mas o corpo docente como
um TODO deve ser responsável pela a trajetória de sucessos e de insucessos que
acompanha a formação do alunado. Se nosso objetivo enquanto educadores é
promover o processo de ensino-aprendizagem, devemos perceber que a linguagem
é o meio pelo qual nossa ação se concretiza, por isso devemos
consubstancialmente desenvolvê-la.
Quanto a isso, n os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p.30) afirma-se
que:
“Cabe a escola viabilizar o acesso do aluno ao universo dos textos quecirculam socialmente, ensinar a produzi-los e a interpretá-los. Isso inclui ostextos das diferentes disciplinas, com os quais o aluno se defrontasistematicamente no cotidiano escolar e, mesmo assim, não conseguemanejar, pois não há um trabalho planejado com essa finalidade”. (PCN,1997, p.30)
Dessa forma, se compreendemos o texto como sendo a unidade básica da
linguagem verbal, devemos utilizá-lo como instrumento em nossas aulas e torná-lo
mais presente no cotidiano escolar dos nossos alunos trazendo para o contexto
educacional os diversos gêneros textuais disponíveis na sociedade.
O gênero com meio de articulação entre as áreas de conhecimento
Considerando o que foi acima apresentado, percebemos a necessidade de
um ensino de língua que esteja de acordo com o contexto no qual estão inseridos os
indivíduos presentes no processo ensino-aprendizagem em evidência. Não se
devem artificializar o contato desses indivíduos com sua língua materna. Ao
contrário, a escola deve procurar envolver seus alunos em situações concretas de
uso da língua, de modo que consigam, de forma criativa e consciente, escolher
meios adequados aos fins que se deseja alcançar. Pois, como bem afirma
Schneuwly e Dolz (1999), a escola é sim um lugar original de comunicação.
Ao inserirmos a diversidade de gêneros nas práticas didáticas, colocamos o
aluno em contato com gêneros textuais que são produzidos fora da escola, em
diferentes áreas de conhecimento, para que ele reconheça as particularidades do
maior número possível deles, e possa preparar-se para usá-los de modo competente
quando estiver em espaços sociais não escolares.
Além disso, ao explorar a diversidade textual, o professor aproxima o aluno
das situações originais de produção dos textos não escolares, como situações de
produção de textos jornalísticos, científicos, literários, médicos, jurídicos, etc. Essa
aproximação proporciona condições para que o aluno compreenda como nascem os
diferentes gêneros textuais, apropriando-se, a partir disso, de suas peculiaridades, o
que facilita o domínio que deverá ter sobre eles.
Trabalhar com gêneros textuais permite ainda a articulação das atividades
entre as áreas de conhecimento, contribuindo diretamente para o aprendizado
significativo de prática de leitura, produção e compreensão.
De acordo com os Parâmetros curriculares Nacionais de Língua Portuguesa,
Quando entram na escola, os textos que circulam socialmente cumprem um papel
modelizador, servindo como fonte de referência, repertório textual, suporte de
atividade intertextual. A diversidade textual que existe fora da escola pode e deve
estar a serviço da expansão do conhecimento letrado do aluno. (PCN, 1997, p.34)
Como podemos perceber, o texto deve ser um instrumento que deverá unir os
conteúdos das disciplinas a um contexto social que deverá instigar a leitura,
provocando reflexão, portanto, não tem sentido que aulas de Português,
Matemática, História, Geografia, Ciências e outras tenham como referência para o
ensino apenas o que for fornecido pelos livros didáticos, e também não tem sentido
que mesmo trabalhando com outros gêneros, os utilizemos como pretexto apenas.
Dessa forma, uma seleção variada de gêneros seria muito útil para orientar a
programação curricular, seja enquanto definição de princípios seja enquanto
delimitação de objetivos, conteúdos e atividades. A diversidade textual, que existe
fora da escola, pode e deve estar a serviço da expansão do conhecimento letrado do
aluno (PCN, 1997, p.34).
Faz-se necessário que a inserção dos gêneros textuais nas aulas do ensino
fundamental vise uma articulação com a sua utilização na sociedade e ano restrinja
o ensinamento de LP em situações de análise linguística, mas almeje alcançar
dentro de uma proposta interdisciplinar resultados propícios ao uso do texto dentro e
fora da escola.
Portanto, ressaltamos mais uma vez a importância da utilização dos gêneros
textuais baseados em Cristóvão e Nascimento (2006, p.46) “é papel da escola
assumir-se enquanto espaço oficial de intervenção para proporcionar ao aprendiz
condições para que dominem o funcionamento textual com vistas a sua inserção”.
E se estão todos os professores, seja o de LP ou não, engajados na
concretização dessa inserção, é necessário que credibilizemos o uso dos gêneros
em nossas aulas.
Ao incorporar práticas de leitura e compreensão de textos como as sugeridas
acima, o professor pode encontrar diversos desafios. Ao tomar os gêneros como
ferramenta de reflexão para o trabalho na sala de aula, o professor deve tomar
cuidado para não cair num modismo, mas deve estar consciente do objetivo a ser
atingido.
Além disso, não podemos ignorar que, por mais que se resgate o contexto e a
intenção comunicativa de uso do gênero, este, ao ser inserido em práticas
escolarizadas, passa a ser um instrumento de estudo para construção de objetivos
diversos.
Diante de tudo isso, observa-se que o trabalho com gênero na escola pode
contribuir para a apropriação por parte das formas de dizer que circulam
socialmente. Possuir um domínio maior dessas formas pode assegurar um pouco
mais um exercício mais pleno de cidadania, objetivo maior de quase TODOS os
programas curriculares, mas que, infelizmente, fica no nível da intenção, visto que
na prática ainda é algo, muitas vezes, inatingível.
Para fundamentarmos nossas observações, realizamos uma pesquisa com
alguns professores do Ensino Fundamental (5ª a 8ª série) de uma escola municipal e
outras estaduais, ambas da região metropolitana de Recife, a respeito da utilização
dos textos na sala de aula, das dificuldades encontradas para o ensino de sua
disciplina e que textos utilizavam para ministrá-las.
Dentre os participantes da pesquisa estão oito (08) docentes entre eles dois
(02) de Língua Portuguesa, dois (02) de Ciências, dois (02) de História, um (01) de
Geografia e um (01) de Matemática. Todos graduados em licenciatura plena.
Quando questionados a cerca dos desafios encontrados para ministrar a disciplina,
três (03) apontaram para as limitações na leitura e escrita, três (03) para o
desinteresse do aluno em relação à leitura, um (01) para a dificuldade que os alunos
apresentam para entender assuntos fundamentais e um (01) afirmou que os alunos
não entendiam a necessidade de se aprender aquela disciplina.
Estes são dados que nos reportam as afirmações de Matêncio (2000 p. 97) onde
afirma que
A despeito dessa situação, a escola tem responsabilizado o professor de
língua materna quanto aos problemas de aprendizagem da palavra escrita. São
frequentes as reclamações de outras disciplinas a que estamos sujeitos no nosso
dia a dia. Os demais professores alegam que seus alunos não sabem ler e escrever
e nos perguntam o que podemos fazer por eles. Um aspecto que devemos nos deter
é o fato de que a linguagem da escola tem se distanciado cada vez mais daquela
utilizada pelos alunos. Nesse caso a organização escolar, que não admite a
diferença, impede que se lance um olhar menos avaliativo à produção de nossos
alunos, em que se perceberia as questões de identidade que estão em jogo na
escola: e por isso eles não sabem ‘ler’ nem ‘escrever’.”.
Ou seja, os próprios professores são vítimas da ausência de práticas que
estimulem as práticas de leitura e compreensão, o que nos revela o quão limitado
ainda se encontra o espaço dos textos na escola.
Quando indagados sobre a frequência de utilização dos textos em suas aulas,
dois (02) professores de Língua Portuguesa afirmaram que os utilizavam sempre,
cinco (05) disseram que utilizavam regularmente e apenas um (01) disse que
utilizava com pouca frequência (Matemática).
Ao serem perguntados sobre os gêneros que utilizavam para ministrar suas
aulas em súmula, responderam que utilizavam os textos oferecidos pelo livro
didático e que poderiam utilizar outros textos desde que trouxessem “algum proveito”
para o aluno, complementando ou ilustrando o conteúdo.
Tais dados nos revelam que a importância de se explorar a diversidade de
gêneros em sala está bem consolidada em muitas das práticas dos professores, no
entanto, sabemos que não é a presença dessa diversidade que vai produzir alguma
diferença, mas a utilização adequada dos mesmos em função de uma aquisição
significativa da linguagem, pois de acordo com Schnewly e Dolz (2004 p.75).
A aprendizagem da linguagem se dá, precisamente, no espaço situado entre
as práticas e as atividades de linguagem. Nesse lugar, produzem-se as
transformações sucessivas da atividade do aprendiz, que conduzem à construção
das práticas de linguagem. Os gêneros textuais, por seu caráter genérico, são um
termo de referência intermediário para a aprendizagem. Do ponto de vista do uso e
da aprendizagem, o gênero pode assim, ser considerado um megainstrumento que
fornece um suporte para a atividade, nas situações de comunicação, e uma
referência para os aprendizes.
Muitos professores confessaram que utilizam os gêneros para
“complementar” o Livro didático, o que nos sugere pensar que o LD ainda é usado
como bíblia em sala de aula. Outros alegaram que os textos funcionam como lugar
para os alunos “colherem” informações, o que nos revela um tratamento superficial
do texto, pois ignora diversos fatores acima listados para o aprendizado da leitura e
escrita.
A responsabilidade de todos diante o ensino da língua e promoção da leitura e
escrita.
Mesmo diante de tais observações, não podemos atribuir à culpa tão somente
aos professores, mas principalmente à lacuna existente na formação destes que por
sua vez impede que a prática da leitura seja explorada com maior eficácia.
O desconhecimento de um saber científico acerca do funcionamento da linguagem e
das concepções de língua atuais que norteiam o ensino talvez seja um dos
responsáveis por tais eventualidades observadas.
Dessa forma, faz-se necessária a divulgação de saberes, que a princípio
estão restritos aos estudiosos da linguagem, a fim de que estes sejam apresentados
e divulgados em programas de formação continuada e inclusos nos programas
curriculares dos cursos de licenciatura que deveriam ser revistos, a fim de adotarem
uma outra forma de pensar o fazer pedagógico no que diz respeito ao ensino das
outras disciplinas mantendo uma certa abertura para o ensino da língua visando à
ascensão social dos alunos e, ao mesmo tempo, oferecer possibilidades para a
criação de programas curriculares articulados a sequências e simultaneidades
coerentes, porque todo educador deve tomar para si um pouco da responsabilidade
de consolidar a leitura e a escrita na sala de aula através dos textos, porque mesmo
sendo o papel do professor de língua portuguesa sistematizar o ensino da língua
todas as disciplinas devem ensinar a utilizar os textos de que fazem uso (PCN,
1997, p.30).
REFERÊNCIAS
BAKTHIN, Mikail. Estética da Criação Verbal. Martins Fontes: SP, 2003.
CRISTÓVÂO, V.L.L.; NASCIMENTO, E.L. Gêneros Textuais e ensino:
contribuições do interacionismo sócio-discursivo. In KARWOSKI, A. M.;
GAYDECZKA, B.; BRITO, K. S. (Orgs.). Gêneros Textuais: reflexões e ensino. 2ª ed.
Lucerna: Rio de Janeiro, 2006.
MATÊNCIO, M.L. M; Leitura, produção de textos e a escola: Reflexões sobre o
processo de letramento. Campinas. São Paulo, Mercado de letras, 2000.
Parâmetros curriculares Nacionais. Ensino Fundamental: Língua Portuguesa.
Brasília. MEC/SEF. 1997.
SCHNEUWLY, Bernard e DOLZ, Joaquim Os gêneros escolares: Das práticas de
linguagem aos objetos de ensino. Revista Brasileira de Educação, nº11. 5-17. 1999.
SCHNEUWLY, Bernard e DOLZ, Joaquim, Gêneros orais e escritos na escola/
tradução e organização Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas, SP:
Mercado de Letras, 2004.