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Ano 61 | jul/ago de 2011 | Nº 04 58º Congresso Brasileiro de Anestesiologia 10 a 14 de novembro de 2011 Centro de Convenções Fortaleza / CE

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Ano 61 | jul/ago de 2011 | Nº 04

58º Congresso Brasileiro de Anestesiologia

10 a 14 de novembro de 2011Centro de ConvençõesFortaleza / CE

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18 de outubro - Dia do Médico16 de outubro - Dia da Anestesia

O século da cirurgia moderna começou, no ano de 1846, na sala de operações do

Hospital Geral de Massachusetts, em Boston.A 16 de outubro desse ano, surgiu à luz do mundo a narcose, a anestesia da dor, mediante a inalação de gases químicos.Graças a uma operação que durou um

minuto, transformou-se o mundoem que vivemos.

Uma luz jorrou das trevas, naquele dia, um clarão tão vivo, que a princípio nos

deslumbrou.Por isto, neste dia 16 de outubro,

parabenizamos todos os colegas pelo“Dia da Anestesia”

Uma homenagem da

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Nota da Redação | 3

SBA Nota da RedaçãoPor Airton Bagatini*

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Notícias, conhecimentos e satisfação dos associados

com o intuito de distensionar um tema que é uma preocupação mundial: a qualidade com que tratamos nossos pacientes. Apesar de ser uma sátira, tivemos a oportunidade de pensar sobre esse processo e lembrar o foco da acreditação: o paciente, e não a burocracia.

Recebemos várias críticas pela publicação da matéria, uma delas exemplificada neste número, mas a Anestesia em Revista continuará expressando os pensamentos de nossos sócios, por mais polêmicos que possam ser. Podemos não concordar com uma palavra do que foi publicado, mas defenderemos até a morte o direito dos sócios de manifestá-la.

Quem ainda não se inscreveu para o Congresso Brasileiro de Anestesiologia terá a oportunidade de verificar sua programação e rapidamente fazer sua inscrição através da página eletrônica do CBA.

Na seção “Prata da Casa” deste número, o Dr. Rômulo justifica a busca por um bom vinho pelo desejo de se consumir um produto capaz de ratificar uma sensação imediata e complexa, no plano visual, olfativo, gustativo e, por que não dizer, auditivo. Auditivo? Vamos tentar entender!

Também, teremos matérias como segurança em anestesia regional, novas áreas de atuação, explicações sobre o temor da anestesia, uma entrevista enriquecedora com o ex-diretor científico da SBA e muito mais.Uma excelente leitura! ■* Editor responsável por esta publicação

• “O cliente satisfeito é aquele que percebe que o atendimento de suas necessidades pela organização é, pelo menos, igual àquele que se esperava.” Para isso, necessitamos saber exatamente quais as expectativas do cliente e, em seguida, suas percepções em relação ao cumprimento dessas expectativas. É aqui que encontramos um desafio, porque as expectativas e as percepções são dinâmicas por serem essencialmente subjetivas e mutantes e, portanto, difíceis de validar.

Neste quarto número da Anestesia em Revista temos a alegria de informar que finalizamos a pesquisa de satisfação dos associados da SBA. Com seu resultado, poderemos mensurar o que os sócios estão pensando, sentindo e esperando dos processos, produtos e serviços oferecidos pela diretoria e, assim, adotar práticas que tenderão a melhorar continuamente a satisfação dos anestesistas brasileiros.

A satisfação dos sócios não é uma opção, é uma questão de sobrevivência para qualquer organização. Philip Crosby escreveu a seguinte metáfora: “Os relacionamentos de uma organização representam sua alma, a qualidade, seu esqueleto e as finanças, seu sangue.” O objetivo principal de qualquer organização é a satisfação de seus clientes. Sem seus clientes, a organização não tem propósito, aliás, nem existirá por muito tempo.

E como estamos falando de satisfação dos clientes, na última Anestesia em Revista publicamos, na seção “Prata da Casa”, uma crônica bem-humorada sobre o processo de acreditação nos hospitais, obviamente

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Os artigos publicados na Anestesia em revista são de inteira responsabilidade dos seus respectivos autores

Foto do Sumário: Marca Gráfica da SBA utilizada desde 1980. Foto da capa: India Iracema, por Hamarilton Sales - praia de Iracema, Fortaleza / CE.Conselho Editorial: Nádia Maria da Conceição Duarte, José Mariano Soares de Moraes, Ricardo Almeida de Azevedo, Sylvio Valença de Lemos Neto, Oscar César Pires, Antônio Fernando Carneiro e Airton BagatiniDiretor Responsável: Airton BagatiniProjeto Gráfico: ag.totemDiagramação: Marcelo Marinho Equipe Editorial: José Bredariol Jr., Marcelo Marinho, Mercedes Azevedo e Rodrigo MatosJornalista Responsável: Iara CruzImpressão e Acabamento: Walprint Gráfica e Editora - Tiragem 9500 - Distribuição Gratuita

Importante: Cadastre seu e-mail na SBARua Professor Alfredo Gomes, 36 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJCEP 22251-080 | Tel.: (21) 3528-1050 / 2537-8100 - Fax: (21) 3528-1099

Expediente

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EditorialA SBA e o anestesista

Artigos CientíficosE a viagem continua: a cetamina desembarca no território mental

ArtigosImportante notícia sobre segurança em anestesia regional

NotíciasSBA tem nova área de atuação - cuidados paliativosÁrea de atuação em dor acrescentada a novas sociedades de especialidadesSBA na composição da diretoria da AMB gestão 2011 – 2014

Calendário Científico

Regionais e CooperativasXLII JABC em Campo Grande, MS58º Congresso Brasileiro de Anestesiologia

OpiniãoEdno Magalhães assume cadeira 10 da Academia de Medicina de BrasíliaAnestesia: por que os pacientes ainda a temem?Ao amigo André Santiago, com carinhoVerdadeiro e eterno amigoRéplica da matéria publicada na Anestesia em revista 3/2011

Prata da CasaVinho, a Arte de Degustar

Responsabilidade SocialSalve uma Vida chega às comunidades pacificadas cariocas

Informações gerais

Sumário

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A SBA e o anestesista •Quantos somos? Quantos precisamos ser? Essas perguntas feitas inúmeras vezes sempre ficam sem resposta. Claro que a SBA sabe que, atualmente, somos 9.040 sócios, entre remidos, honorários, estrangeiros, ativos e aspirantes. Mas esse número reflete a realidade brasileira? Quantos estão sem nenhum vínculo associativo? E por que estão fora da sociedade? Na busca por respostas, a SBA vem desenvolvendo ações com os órgãos representativos e formadores para tentar achá-las. Só com um número real em mãos poderemos questionar os gestores de saúde, que afirmam existir um déficit de anestesistas no Brasil, e inibir o aparecimento de números cabalísticos, que não possuem nenhum grau de evidência e geram especulações para justificar a abertura de novas vagas de residência sem os critérios de qualidade exigidos pela SBA. Mas será que o sócio está satisfeito com a sociedade da qual faz parte? Para isso, há foi realizada uma pesquisa online em que o sócio respondeu algumas questões que ajudarão a SBA a chegar a uma resposta, pois é importante saber se o rumo escolhido está certo e se os serviços oferecidos estão sendo bem prestados e bem recebidos por aqueles que os utilizam.

O trabalho associativo, por ser voluntário, muitas vezes precisa de indicadores para que as pessoas que o exercem possam saber se estão na direção certa. Portanto, ajude a SBA respondendo sempre o que for solicitado, pois o resultado dessas pesquisas trará um grande benefício. Os resultados sempre serão devidamente publicados e divulgados. Quanto maior o número de participantes, mais fidedigna será a

conclusão.

No Brasil, nenhuma outra sociedade de especialidade assume uma postura de responsabilidade na formação dos novos especialistas como a SBA, que visa, com isso, manter um padrão de qualidade. A prova de que essa conduta é a correta, apesar de trazer grande responsabilidade e exigir investimentos, é a preferência, por parte dos médicos que desejam a especialidade, pelos centros filiados à SBA, pois sabem que terão não só a melhor avaliação no mercado como também uma formação profissional mais garantida e qualificada.

A sociedade está consciente de suas responsabilidades e propõe ao anestesista brasileiro um compromisso com o aprimoramento científico e educacional e com a defesa profissional, para que a especialidade se transforme e evolua continuamente, para que possamos usufruir serviços com mais qualidade. Então, participe sempre, ajude a SBA a se tornar cada vez mais forte, só assim alcançaremos nossos objetivos.

A secretaria da SBA constitui a base da logística para que essas atividades possam ser desenvolvidas com prontidão e correção e sejam devidamente informadas não só ao sócio, mas à sociedade em geral, por meio de ações de marketing que buscam dar visibilidade positiva à especialidade que, muitas vezes, sofre com a falta de informação da população. Para isso, contamos com profissionais competentes e compromissados com os sócios e que exercem com dedicação seu trabalho. ■*O autor é secretário geral da SBA

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SBA EditorialPor Ricardo Almeida de Azevedo *

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E a viagem continua: a cetamina desembarca no território mental

A cetamina, que não é uma, mas duas entidades, pois gêmeas univitelinas que são, exibe diferenças farmacológicas. São, portanto, duas moléculas, sendo uma delas mais provocativa para o sistema nervoso quanto aos efeitos psicoestimulantes, enquanto a outra é mais discreta, embora mais potente quanto à atividade anestésica geral. Em nosso laboratório, podemos constatar essa assertiva.1 Em razão disso, o mundo passou a preferir a “menina de melhor índole” que, na linguagem quiral, se chama S(+) cetamina em oposição ao antípode R(-) cetamina, de acordo com o sistema S/R (do latim sinistro e rectus), em obediência a sua geometria espacial e à propriedade óptica quanto ao desvio da luz polarizada.

A anestesia dissociativa promovida pelo composto racêmico As ações produzidas pela cetamina na estrutura cerebral são dissociadas de modo a serem identificados os lócus dessas ações através das respostas captadas. Daí ter sido cunhado o termo anestesia dissociativa. Em linhas gerais, ela parece agir seletivamente na função normal da associação do córtex e do tálamo, aumentando a atividade do sistema límbico e produzindo um efeito analgésico e amnéstico, em que ocorrem a perda sensorial, a analgesia, a perda dos movimentos e a amnésia sem perda da consciência. É o único anestésico completo, pois sozinho preenche os requisitos que conceituam a anestesia geral ao induzir: a) hipnose; b) analgesia poderosa; c)

SBA Artigos CientíficosPor Maria P.B.Simonetti *

• Faz alguns anos que narramos o itinerário da viagem da cetamina pelas estradas da farmacologia. Essa narrativa terminou com a descoberta de sua ação no sistema glutamatérgico, através da ligação com o receptor NMDA. E quando parecia que o fim da viagem havia chegado, eis que a condição racêmica passou a ser um atributo nos efeitos psicotomiméticos indesejáveis.1

A cetamina, filha da fenciclidina, tem tudo a ver com alterações mentais, pois a fenciclidina-mãe foi abandonada para fins médicos como anestésico geral em razão de a atividade psicomimética ser de duração bastante prolongada. Restou à fenciclidina ganhar o território recreacional na forma de peace pill, angel dust, pó de anjo etc.

A modificação da estrutura molecular que redundou na cetamina manteve as vantagens da fenciclidina quanto à depressão dos centros nervosos responsáveis pela dor e pelo impedimento de a percepção corporal chegar às funções cerebrais. Em contrapartida, seu tempo de ação foi encurtado para permitir o uso clínico. Pari passo, graças a sua natureza racêmica, a seletividade de um dos isômeros para as estruturas cerebrais foi demonstrada. Em razão disso, essas irmãs siamesas foram separadas (diz-se que o termo siamês surgiu em referência aos irmãos Eng e Chang Bunker, nascidos no Sião, atual Tailândia, em 1811; os gêmeos não foram separados, viraram atração de circo e fizeram shows ao redor do mundo).

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proteção neuroendócrina; d) além de uma amnésia considerável.

A cetamina como droga recreacional ou recreativa

Mesmo com o comércio ilícito da fenciclidina-mãe, ou PCP, ou, ainda, cicloexilpiperidina, a cetamina vem sendo também traficada para fins recreativos sob os nomes: K, Special K etc. (extraído da palavra ketamina, nome de origem inglesa). O uso de substâncias psicotrópicas é uma tradição da humanidade e remonta há tempos imemoriais. Nesse sentido, desde os primórdios da criação, buscam-se substâncias que causem alteração do psiquismo, pela indução da euforia e sensação de bem-estar. Assim, aconteceu com o álcool e o ópio, sendo o primeiro o responsável pela citação bíblica sobre a embriaguês de Noé (o da Arca).

O impacto psíquico causado pelo uso da cetamina e a associação aos benzodiazepínicos

Com a administração da cetamina (ou a quetamina daqueles tempos) induzíamos, nos pacientes, um estado de indiferença e ausência de sensibilidade dolorosa. Ainda que esta seja uma condição favorável, o paciente (principalmente o pediátrico) exibia aparência desagradável, repulsiva até, pois estando imóvel e com as fácies sem expressão e emolduradas pelos olhos abertos e lacrimejantes, a indiferença aos estímulos nos apavorava diante daquela aparência horripilante. Estava mais para uma pintura surrealista do que para um estado de anestesia, que, via de regra, mostra um semblante tranquilo – a aparente paz que outros compostos anestésicos em geral conferem.

Acrescente-se ainda que no despertar ocorria agitação, alucinação ou síndrome de despertar (emergence

syndrome) provocada por sonhos terrificantes causadores de angústia. Não bastasse esse cortejo de desespero, acontecia, por vezes, a incontinência verbal e comprometedora. Tudo isso, na verdade, representava a antítese do que se buscava, desde os primórdios da civilização, que justificava o aforismo: “O homem talvez tenha sido farmacologista antes de ser fazendeiro”, de Aldous Huxley, a propósito da procura da humanidade por substâncias que promovessem euforia e bem-estar.

O perigo de morbidade e até mortalidade diante das alucinações ao despertar Nossas primeiras experiências com o uso da cetamina na clínica foi marcada por dois episódios desagradáveis e inesquecíveis: o despertar de um rapaz (soldado) que teve delírios e alucinações “de estar na Lua“ (esse fato coincidiu com a chegada do homem à Lua). O quanto dramática foi a angústia “para voltar para a casa”. Sua narrativa era rica em detalhes e por demais sofrida, desesperadora. Não menor foi o desespero de uma jovem casada que confessou adultério e arrependimento, fatos por demais desagradáveis, posto que comprometedores, num hospital onde todos se conheciam.

Logo surgiu a benfazeja associação com os benzodiazepínicos, o que minimizou os inconvenientes do despertar que causava tanto sofrimento às vítimas e grande acabrunhamento à equipe e, principalmente, ao anestesiologista, que sempre se valia da máscara com a mistura O2/N2O (o protóxido de nitrogênio, como se chamava o óxido nitroso naquela época) para silenciar a verbalização de certas intimidades. E se verdadeiras ou frutos de imaginação, só Deus sabe. Nessas circunstâncias, a

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indução inalatória se impunha à guisa de um keep your mouth shut, ou fique de bico calado, literalmente.

Esses dois casos ilustram os perigos potenciais que corríamos com o uso único da cetamina em pacientes cardíacos e psicologicamente instáveis. Será que deixou sequelas, mesmo em pacientes pediátricos? (Há referências na literatura sobre sequelas em crianças.) E em deixando sequelas, até onde vai nossa responsabilidade?

A cetamina estacionou nos caminhos da anestesia por um interregno de alguns anos em razão da introdução de novos compostos anestésicos gerais. Enquanto isso, nos subterfúgios da neurociência, as descobertas fizeram-na despontar para trilhar as estradas da dor e do psiquismo.

O ressurgimento da cetamina e sua colaboração com a psiquiatria

Na esteira dos acontecimentos atuais, em que a depressão tem se difundido por todas as classes sociais, com grave desfecho – o suicídio –, a cetamina ressurge como um antidepressivo de ação rápida na depressão aguda.

Entendemos por suicídio “o fato de pôr fim à vida”. Porém, não deve ser comum alguém encomendar a outrem a própria morte e pagar para isso. A que ponto chegou a gravidade da doença de modo a causar tanto desespero e desinteresse pelo bem maior, a vida? Dada a gravidade e o aumento da prevalência dos transtornos do humor (doença bipolar), urge rápida intervenção, pois a dualidade de comportamento pode ser fatal. A propósito: “Há dias em que a euforia

bate no céu. Em outros, a depressão leva ao fundo do poço. A novidade sobre essa gangorra de emoções é que os cientistas confirmam a suspeita de que uma molécula presente no cérebro e no sangue pode apontar a predisposição para a doença (sim, é doença!) com boa margem de segurança.” (Figura 1) Essa descrição tão fidedigna e poética, sobre as faces do humor no transtorno bipolar, escrita pelo jornalista Tito Montenegro, deveu-se às pesquisas de um grupo do Rio Grande do Sul que detectou alterações no teor do BNDF, um neurotransmissor cerebral que diminui, no sangue, a vigência do transtorno depressivo.2 Com

base nessas evidências, os autores têm sugerido a dosagem de BNDF como um meio de diagnóstico da doença depressiva a ser adotado rotineiramente e com abrangência nacional.

As bases bioquímicas da depressão. A novidade da participação da cetamina como antidepressivo

Com o desvendamento da etiologia da depressão à luz da modernidade da neurofarmacologia, comprovou-se que a depressão está calcada na bioquímica, além de nos componentes genético e ambiental. Não é o escopo deste artigo discutir a engrenagem bioquímica que responde pela depressão. Mesmo assim, como corolário, devemos enfatizar o papel que estimula o BDNF (brain-derived neurotrophic factor), neurotransmissor que está intimamente ligado à depressão, conforme constataram os autores brasileiros. Tudo se passa graças ao encadeamento entre os receptores pós-sinápticos que, ao receber as ordens do sistema glutamatérgico, iniciam a cascata de

Figura 1 - A doença bipolar

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eventos dos quais resulta a formação do BDNF.

O glutamato é o principal neurotransmissor excitatório no sistema nervoso central (SNC) e seu papel é vital na mediação da transmissão sináptica excitatória. Esse processo explica a comunicação entre as células, no cérebro. Na vigência de um impulso elétrico, ocorrem, na célula, o influxo de cálcio e a liberação subsequente de neurotransmissores. Ao sistema glutamatérgico são atribuídas a plasticidade e a memória. E os antidepressivos convencionais dependem da cascata para exercer a plasticidade neuronal – um processo bastante demorado para surtir efeito, enquanto a cetamina, que é um antagonista não competitivo do receptor glutamatérgico NMDA, é capaz de induzir, de forma rápida, a plasticidade sináptica desgastada pelo estresse. As proteínas envolvidas são a G e todo o seu cortejo de atividade pós-sinápticas, com a participação dos receptores NMDA e AMPA.

O risco de suicídio iminente e a salvação pela a cetamina. Há perspectivas?

A doença depressiva vem aumentando, principalmente nos países desenvolvidos. O distúrbio de comportamento visto na psicose maníaco-depressiva, hoje doença bipolar, é responsável pela dualidade de vida no que se constitui um problema de saúde pública, conforme referido.

As evidências clínicas apontam para os sistemas monoaminérgico e glutamatérgico, e sobre esses se estriba o tratamento. O alvo terapêutico se direciona para o bloqueio do receptor NMDA, no qual a cetamina demonstrou ser eficaz ao atuar como antidepressiva, como já vimos.

Recentemente, para comprovar a eficácia da cetamina, pesquisadores da Universidade do Texas testaram-na no modelo animal de depressão (o chamado roedor triste). Camundongos em depressão induzida foram tratados com cetamina e foi avaliado o potencial antidepressivo. Mais importante ainda, foi observado que o efeito ocorria após 30 minutos. Como contraprova, os camundongos geneticamente modificados (para não produzir BNDF) não foram beneficiados, indicando que esse fator é o alvo da cetamina no cérebro. Esses estudos foram publicados, recentemente, na conceituadíssima revista Nature.

A cetamina mantém ainda um componente desagradável, mesmo com o isômero dito “bom”, o que torna as fácies do paciente sem suavidade, sem paz e sem aquela aparência angelical de quando sob seu efeito. Diferente, porém, das fácies daqueles cujo sono foi induzido por outros agentes anestésicos gerais. Mesmo assim, a cetamina chega a se tornar bela, posto que salvadora e benfazeja pelo poder potencial de livrar criaturas do abismo, do desespero da doença que as torna profundamente melancólicas e sem razão de viver, vítimas da inclemência da modernidade. Porque sempre: “Hay fealdades que son verdaderas prolongaciones de belleza...” no dizer da grande Gabriela Mistral em La Raiz del Rosal. ■Referências1- Simonetti, MPB. Os trinta anos da cetamina: o itinerário de uma viagem farmacológica. Rev Bras Anest. Carta ao Editor, 1998; 525-527.2- Kapczinski PJ et al. Peripheral biomarkers and illness activity in bipolar disorder. Journal of Psychiatry Research, 2011; 45:156-161.

* A autora é professora aposentada de Farmacologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo

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sEntendemos por suicídio “o fato de pôr fim à vida”. Porém, não deve ser comum alguém encomendar a outrem a própria morte e pagar para isso.‘

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Importante notícia sobre segurança em anestesia regional

as anestesias realizadas na raque somente seriam executadas com equipamento especial, com seringas e agulhas com conectores específicos, o que torna impossível o uso de modelos comuns com conexões luer lock.Assim, no último número que recebemos da Anesthesia, de 7 de julho de 2011, existe um anúncio da firma Flexicare que coloca à venda unidades com esse novo desenho de seringas/agulhas, que seguem as determinações que passaram a se tornar regra na Inglaterra.Devemos, então, aproveitar esse avanço para pressionar nossos órgãos de classe e a Anvisa para que determinem a fabricação desses produtos no Brasil e que proíbam, a partir de uma data, o uso de seringas comuns (luer lock) nesses tipos de bloqueio (raque e peridural). ■REFERÊNCIAS1) Fortuna A. Primum non nocere. Congresso Virtual de Anestesiologia. México, 2009. 2) Cunha GN, Gomes RR, Ricardo R. Injeção subaracnóidea acidental de tri-etil-iodeto de galamina. Rev Bras Anest. 1962; 12:188-191. 3) Cronenberg PA, Tetener J, Brandão GS. Introdução inadvertida de agente curarizante no espaço subaracnoide (relato de um caso). Rev Bras Anest. 1974; 24:552-555. 4) Branco JL, Geretto P. Introdução inadvertida de flaxedil na raque. Rev. Paulista Medicina. 1958; 52:389-391. 5) Barbosa VL, Pinho I, Cremonessi E. Introdução inadvertida de agente curarizante no espaço subaracnóideo (miscelânea). Rev Bras Anest. 1975; 25:316-318.

*O autor é professor aposentado, TSA, DA (Ing), DA (Dk), FACA (USA)- (Ret.); Advogado (OAB-SP)- Ret.

SBA ArtigosPor Armando Fortuna *

•Numa conferência enviada para o Congresso Virtual Mexicano de Anestesiologia de 2008, intitulado Primum non nocere, assinalamos um absurdo número de acidentes graves ou mortais em razão da troca de agentes anestésicos em bloqueios peridurais e subdurais.O mais significativo e, sem dúvida, pior desastre já relatado na prática da anestesiologia regional foi a estúpida e indefensável falha que ocorreu em Manchester, Inglaterra, onde 200 casos de analgesia obstétrica, manejados por bloqueio peridural contínuo, continuado no pós-operatório imediato, resultaram em convulsões generalizadas, com três mortes, graças a aplicação indevida de soluções de bupivacaína confundidas com as de soro glicosado, introduzidas na veia (Sunday Times, 18 de junho de 2006). Naquela apresentação, sugerimos que o único modo de acabar com essas tragédias seria uma mudança fundamental no equipamento utilizado, que substituísse os terminais luer lock das seringas por outros de diferente calibre, modificação que deveria ser estendida também para as agulhas utilizadas nos bloqueios vertebrais.Desse modo, seria impossível uma injeção errada de qualquer outro agente que não o preparado para isso, pois as seringas não se adaptariam às agulhas. Está claro que poderia haver ainda uma troca de substância, mas nunca por confusão de seringas.Agora observamos que outros também atentaram para o problema e tomaram necessárias e urgentes providências para que isso não se repetisse.A partir desse evento, os órgãos que controlam a prática médica na Inglaterra determinaram que

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SBA Notícias

•A resolução nº 1.973/11 foi aprovada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e entra em vigor na data de sua publicação.

Medicina paliativa – A resolução do CFM associa a área de medicina paliativa às especialidades clínica médica, cancerologia, geriatria e gerontologia, medicina de família e comunidade, pediatria e anestesiologia. De acordo com a médica Maria Goretti Sales Maciel, diretora do Serviço de Cuidados Paliativos do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) de São Paulo, a criação da área traz mais visibilidade a um tipo de trabalho médico que já existe e é realizado com rigor científico.

“A medicina paliativa foi reconhecida no Reino Unido em 1987. A assistência e os estudos da área avançaram muito desde então; processo análogo deve ocorrer aqui”, ressalta Maciel, que é membro da Câmara Técnica sobre Terminalidade da Vida e Cuidados Paliativos do CFM e foi a primeira presidente da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP).

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que 65% dos portadores de doenças crônicas que ameaçam a vida necessitam de cuidados paliativos. Em reunião a ser convocada pela AMB, com as sociedades de especialidades clínica médica, cancerologia, geriatria e gerontologia, medicina de família e comunidade, pediatria e anestesiologia,

SBA tem nova área de atuação - cuidados paliativos

serão discutidos e definidos os critérios para o reconhecimento dos primeiros paliativistas titulados do país.A SBA deverá fazer o mapeamento dos serviços e dos associados que já praticam os cuidados paliativos e traçará um planejamento quanto à ênfase a ser dada nesse item, no currículo de ensino dos novos especialistas nos seus CET, bem como as questões que dizem respeito à formação, certificação e atualização nessa nova área de atuação. ■

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA RESOLUÇÃO CFM Nº 1.973/2011

(Publicada no D.O.U. de 1º de agosto de 2011, Seção I, p. 144-147)

Dispõe sobre a nova redação do Anexo II da Resolução CFM nº 1.845/08, que celebra o convênio de reconhecimento de especialidades médicas fir-mado entre o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).

O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, no uso das atribuições conferi-das pela Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, alterada pela Lei nº 11.000, de 15 de dezembro de 2004, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958, e

CONSIDERANDO o convênio celebrado em 11 de abril de 2002 entre o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), visando es-tabelecer critérios para o reconhecimento e denominação de especialidades e áreas de atuação na Medicina, bem como a forma de concessão e registros de títulos de especialista;

CONSIDERANDO o disposto no art. 2º da Resolução CFM nº 1.634/02, de 11 de abril de 2004, que prevê o reconhecimento de outras especialidades e áreas de atuação dispostas no Anexo II da referida resolução;

CONSIDERANDO a aprovação do novo relatório da Comissão Mista de Es-pecialidades (CME), que modifica a relação de especialidades e áreas de atu-ação dispostas no Anexo II da Resolução nº 1.845/08, de 15 de julho de 2008;

CONSIDERANDO, finalmente, o decidido em reunião plenária de 14/7/2011,

RESOLVE: ....

acesse a resolução na íntegra no link: http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2011/1973_2011.htm

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• A nova resolução nº 1.973/11, do Conselho Federal de Medicina (CFM), reconhece que a área de atuação em dor, antes associada somente às especialidades anestesiologia e neurologia, passa a ser associada adicionalmente a acupuntura, medicina física e reabilitação, neurocirurgia, ortopedia e traumatologia e reumatologia.*

Para a definição das questões referentes à formação, certificação e atualização dos títulos, será convocada, pela Associação Médica Brasileira (AMB), uma reunião com representantes de cada uma dessas sociedades de especialidades.

A Comissão de Dor da SBA, através de suas reuniões ordinárias nas Jornadas Oficiais e CBA, com responsáveis pelos Centros de Dor da SBA e profissionais interessados e atuantes na área, vai coordenar as discussões internas da SBA sobre essa questão, a fim de que tenhamos um posicionamento consensual para levarmos às reuniões futuramente organizadas pela AMB.

*A indicação das especialidades às quais a área de atuação dor passa a ser associada foi retificada às 15h10 de 3/8/2011, com a inclusão da especialidade reumatologia. ■

Diretoria da SBA

Área de atuação em dor acrescentada a novas sociedades de especialidades

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA RESOLUÇÃO CFM Nº 1.973/2011

(Publicada no D.O.U. de 1º de agosto de 2011, Seção I, p. 144-147)

Dispõe sobre a nova redação do Anexo II da Resolução CFM nº 1.845/08, que celebra o convênio de reconhecimento de especialidades médicas firmado en-tre o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).

O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, no uso das atribuições conferi-das pela Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, alterada pela Lei nº 11.000, de 15 de dezembro de 2004, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958, e

CONSIDERANDO o convênio celebrado em 11 de abril de 2002 entre o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), visando es-tabelecer critérios para o reconhecimento e denominação de especialidades e áreas de atuação na Medicina, bem como a forma de concessão e registros de títulos de especialista;

CONSIDERANDO o disposto no art. 2º da Resolução CFM nº 1.634/02, de 11 de abril de 2004, que prevê o reconhecimento de outras especialidades e áreas de atuação dispostas no Anexo II da referida resolução;

CONSIDERANDO a aprovação do novo relatório da Comissão Mista de Es-pecialidades (CME), que modifica a relação de especialidades e áreas de atua-ção dispostas no Anexo II da Resolução nº 1.845/08, de 15 de julho de 2008;

CONSIDERANDO, finalmente, o decidido em reunião plenária de 14/7/2011,

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar a nova redação do Anexo II da Resolução CFM nº 1.845/08.

Art. 2º Revogam-se todas as disposições em contrário.

Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília-DF, 14 de julho de 2011

ROBERTO LUIZ D’AVILA HENRIQUE BATISTA E SILVAPresidente Secretário-geral

acesse a resolução na íntegra no link: http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2011/1973_2011.htm

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•Na chapa única que concorre à nova diretoria da AMB para o próximo triênio, após a participação ativa nas discussões dos conselhos científico e deliberativo, dois associados da SBA foram confirmados:

Dr. Jurandir Coan Turazzi (SC): diretor de defesa profissional;

Dr. Antônio Fernando Carneiro (GO): vice-presidente Centro-Oeste.

A diretoria da SBA acredita que é de suma relevância a inclusão associativa do anestesista brasileiro nas instituições que defendem a boa prática da medicina e a qualidade de vida pessoal e profissional do médico. Assim, em consequência à sua ativa participação na gestão que se encerra, esteve presente nas discussões que definiram os rumos para a construção da candidatura consensual à direção da gestão seguinte, sendo agraciada com a indicação de dois diretores.

Para a diretoria que se encerra, deixamos nossos cumprimentos e agradecimentos pelos serviços prestados à classe médica brasileira, em especial ao Dr. José Luiz Gomes do Amaral, ilustre associado da SBA que deixa a AMB e assume, neste mesmo ano, a presidência da Associação Médica Mundial.

Para a nova diretoria, nossos desejos de profícua gestão e a certeza de que a SBA estará sempre a postos para contribuir com essa associação no que necessário

SBA na composição da diretoria da AMB gestão 2011 – 2014

for para o fortalecimento e aprimoramento da classe médica e a garantia da excelência dos serviços prestados à população.

DIRETORIA PLENA – GESTÃO 2011-2014

Florentino de Araújo Cardoso Filho (CE)

Presidente

Aldemir Humberto Soares (SP) Secretário-Geral Antonio Jorge Salomão (SP) 1º Secretário Luc Louis Maurice Weckx (SP) 1º Tesoureiro José Luiz Bonamigo Filho (SP) 2º Tesoureiro Jorge Carlos Machado Curi (SP) 1º Vice-presidente Newton Monteiro de Barros (RS) 2º Vice-presidente Lairson Vilar Rabelo (DF) Vice-presidente Centro Antonio Fernando Carneiro (GO) Vice-presidente Centro-Oeste Carlos David Araújo Bichara (PA) Vice-presidente Norte Maria Sidneuma Melo Ventura (CE)

Vice-presidente Norte-Nordeste

Álvaro Roberto Barros Costa (RN) Vice-presidente Nordeste Petrônio Andrade Gomes (SE) Vice-presidente Leste-Nordeste José Luiz Weffort (MG) Vice-presidente Leste-Centro Celso Ferreira Ramos Filho (RJ) Vice-presidente Leste-Sul José Fernando Macedo (PR) Vice-presidente Centro-Sul Murillo Ronald Capella (SC) Vice-presidente Sul Robson Freitas de Moura (BA) Diretor do D.A.P. Hélio Barroso dos Reis (ES) Diretor Cultural Jurandir Coan Turazzi (SC) Diretor de Defesa Profissional Miguel Roberto Jorge (SP) Diretor de Relações

Internacionais Edmund Chada Baracat (SP) Diretor Científico Roberto Queiroz Gurgel (SE) Diretor de Economia Médica Modesto Antonio de Oliveira Jacobino (BA)

Diretor de Saúde Pública

Jane Maria Cordeiro Lemos (PE) Diretora de Comunicações Marcos Pereira de Ávila (GO) Diretor Acadêmico Guilherme Benjamin Brandão Pitta (AL)

Dir. de Atendimento ao Associado

Rogério Toledo Júnior (SP) Diretor de Proteção ao Paciente José Carlos Vianna Collares Filho (MG)

Diretor de Marketing

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Calendário Científico | 15

2011Curso SAVA17 a 18 de setembro de 2011Goiânia - GO

Workshop: Uso de USG em Anestesia (08h50 às 15h30) - Turma A08h às 12h - LMA - Turma A (30 vagas)09 de setembro de 2011Porto de Galinhas - PE

Curso Via Aérea23 de setembro de 2011Salvador - BA – 24ª Jorba

24ª JORBA – Jornada Baiana de Anestesiologia24 a 25 de setembro de 2011Salvador - BA

Asa Annual Meeting 201115-19 de outubro de 2011Chicago, IL – USA

XXXI Congresso Latinoamericano de AnestesiologiaXVI Congresso Nacional de AnestesiologiaXXV Assembleia Ordinaria de la CLASA24 a 27 de outubro de 2011Panamá

Curso SAVA09 e 10 de novembro de 2011Fortaleza - CE - 58º CBA

Curso Salve uma Vida12 de novembro de 2011Fortaleza - CE - 58º CBA

58º Congresso Brasileiro de Anestesiologia10 a 14 de novembro de 2011Fortaleza - CE

201236ª JONNA- Jornada Norte Nordeste de Anestesiologia08 a 10 de março de 2012Salvador - BA

15th World Congress of Anaesthesiologists25 a 30 de março de 2012Buenos Aires - Argentina

47ª JOSULBRA - Jornada Sul Brasileira de Anestesiologia28 a 30 de abril de 2012Canela - RS

46ª JASB - Jornada de Anestesiologia do Sudeste Brasileiro15 e 16 de junho de 2012Vitória / ES

43ª JABC - Jornada de Anestesiologia do Brasil Central09 a 12 de agosto de 2012Brasília / DF

Asa Annual Meeting - 201213-17 de outubro de 2012Washington, DC - USA

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SBA Regionais e CooperativasPor Luiz Cesar Anzoategui *

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• 42ª Jornada de Anestesiologia do Brasil Central-Campo Grande, MS.

Nos dias 25 a 27 de agosto, foi realizada a 42ª Jornada de Anestesiologia do Brasil Central em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

A Diretoria da SAEMS e a Comissão Organizadora da Jornada programaram uma jornada com atividades científicas em formato de conferências de atualização com duração de 50 minutos acrescidas de mais 10 minutos para discussão com o plenário. Houve uma excelente resposta por parte do público presente. As demais Mesas Redondas com representantes de todo o centro-oeste debateram assuntos de interesse para todos os participantes.

XLII JABC em Campo Grande, MS

As atividades associativas e sociais tiveram uma repercussão positiva entre os presentes.

Durante a solenidade oficial de abertura, que contou com a presença da Presidente da SBA Dra. Nádia

Da esquerda para a direita: Drs. Tadeu Palmieri (Pres.SADIF), Jeferson Pereira (Pres.JABC), Nádia Duarte (Pres.SBA), Luiz Anzoategui (Pres.SAEMS), Ricardo Prado (Pres.SOMA), André Braga (Pres.SAEGO)

Dra. Nádia Duarte

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Maria da Conceição Duarte e demais presidentes das Regionais do Centro Oeste, foi feita pela diretoria da SAEMS uma homenagem especial aos anestesistas decanos da Sociedade de Anestesiologia de Mato

Grosso do Sul, onde os agraciados receberam uma placa com os agradecimentos pelos serviços prestados ao desenvolvimento da anestesia no Estado de Mato Grosso do Sul. Foi uma homenagem que realmente deixou todos os presentes na solenidade de abertura felizes com a lembrança.

Na programação social foi oferecido um coquetel a todos os participantes no parque das Nações Indígenas

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que se constitui hoje em um marco ecológico na cidade de Campo Grande.

Estiveram presentes no encontro, 274 anestesiologistas

de todo o país, número acima do esperado pela organização da Jornada. Contamos com a presença de ex-residentes bem como de anestesiologistas do interior do Centro-Oeste e de outros estados do país.

Sentimo-nos felizes em ter tido a oportunidade de proporcionar a todos os que participaram da Jornada, um evento científico e social de alta qualidade.

Obrigado a todos que puderam comparecer! ■

* A autor é presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado do Mato Grosso do Sul..

Execução do Hino Nacional Brasileiro Platéia presente à solenidade

Momento da Homenagem

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Fortaleza-CE10 a 14 de novembro de 2011Resumo da Programação Científica*

• PROGraMAçãO

11 DE NOvEMBRO DE 2011 – SExTA-FEIra

MÓDULO: REANIMAçãOParada Cardíaca durante a RaquianestesiaParada Cardíaca após a Realização de Anestesia PeriduralParada Cardíaca em OrtopediaParada Cardíaca em Cirurgia Plástica

MÓDULO: DORProcessos Fisiopatológicos Relacionados à DorDor em PediatriaFarmacologia na DorDor Pós-operatória

MÓDULO: ANESTESIA EM OBSTETRÍCIAReanimação Cardiopulmonar na GestanteCefaleia Pós-raquianestesiaBloqueio na Gestante AnticoaguladaAnalgesia de PartoControvérsias em Anestesia Obstétrica

MÓDULO: ANESTESIA vENOSAAnestesia Venosa Total (AVT): Maximizando Qualidade e Minimizando RiscosSegurança na Infusão Alvo-controlada de Propofol e

58º Congresso Brasileiro de Anestesiologia

OpioidesBenefícios Não Anestésicos dos Agentes VenososMonitoração Farmacocinética e Farmacodinâmica na AVTFuturos Fármacos em Anestesia VenosaImpacto Clínico e Prevenção no Risco de Contaminação do PropofolAdjuvantes em Anestesia Venosa Total

MÓDULO: ANESTESIA EM NEUROCIRURGIAEvidências para o Melhor Desfecho Anestésico-cirúrgicoProteção CerebralAvanços na Monitorização Cerebral e Função MedularManuseio Volêmico e da PICNeurointensivismo

MÓDULO: ANESTESIA EM TraNSPLANTESManejo Anestésico no Transplante HepáticoOrganizando um Serviço para o Transplante de ÓrgãosImplante de Coração ArtificialAnestesia para o DoadorSangramento e Reoperação do Paciente TransplantadoManejo Intraoperatório no Transplante Renal, no Transplante Pulmonar e no Transplante de Pâncreas

MÓDULO: ANESTESIA EM CIRURGIA AMBULATORIALAvaliação Pré-operatóriaMedicação Pré-anestésica

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MonitorizaçãoPós-operatórioAnalgesia Pós-operatória

MÓDULO: ANESTESIA EM CIRURGIA ORTOPÉDICAAnestesia para Cirurgia de QuadrilAnestesia para Cirurgia de ColunaRiscos e Prevenção de TromboembolismoPapel da Anestesia Regional nas Cirurgias Ortopédicas de Grande PorteUso dos Inibidores Seletivos da COX-2Reposição Volêmica nas Cirurgias de QuadrilCirurgias do OmbroCirurgia em Posição de Cadeira de PraiaAnestesia para Cirurgias de JoelhoLesão Nervosa Relacionada ao TorniqueteProcedimentos Artroscópicos e Bloqueios de Nervos Periféricos

MÓDULO: ANESTESIA EM TraUMAMonitorização CerebralVPS, ∆PP e VVSIndicadores de Perfusão TecidualAbordagem Inicial no QueimadoSituações Críticas na Anestesia do TraumaCoagulopatia no TraumaObstrução de Via Aérea na CriançaEncefalopatia Hipóxica Pós-reanimaçãoHipotensão Refratária

MÓDULO: ANESTESIA EM GERIATRIAHipotermia Não IntencionalDistúrbios CognitivosDisfunção RenalImpacto do Envelhecimento sobre a AnestesiaPaciente Não Cooperativo

Procedimentos EndoscópicosValor Preditivo dos Exames Pré-operatóriosManuseio dos Fluidos IntraoperatóriosDisfunção Diastólica e Insuficiência Cardíaca Diastólica

12 DE NOvEMBRO DE 2011 – SÁBADO

MÓDULO: REANIMAçãOParada Cardíaca durante a Anestesia GeralTV/FV durante a Anestesia GeralAbordagem de Familiares após Evento AdversoIsquemia no IntraoperatórioUso de Drogas VasoativasInfarto Agudo do MiocárdioReanimação CerebralUso de Adrenalina e Vasopressina na RCPQualidade da ReanimaçãoUso do Desfibrilador Elétrico e CardioversorIndicações de Cardiversão nas TaquiarritmiasDesfibriladores Monofásico e Bifásico

MÓDULO: DORDesafios na PráticaImplementação do Quinto Sinal VitalEpiduroscopia: Técnicas e IndicaçõesTolerância aos Opioides e HiperalgesiaOpioides em Dor Crônica Não NeoplásicaDor Oncológica e Cuidados PaliativosTratamento Domiciliar da Dor Oncológica AvançadaDor Orofacial OncológicaUso de Opioides: Avanços e Desafios (Novo Guideline da OMS)Peculiaridades do Paciente Oncológico na Terapêutica da DorUso de AntidepressivosDor Miofascial

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Medicações IncomunsSíndromes Dolorosas RarasEfeito Placebo: Proveito Clínico e Aspecto ÉticoCefaleiasDor Orofacial: Abordagem do Cirurgião-dentista

MÓDULO: BLOQUEIOS DO NEUROEIxOEm ValvulopatasPara ColecistectomiaCom Grandes Deformidades de Coluna ou Cirurgia PréviaUso de AdjuvantesAnestesia EpiduralUso da Solução Lipídica em RessuscitaçãoRaquianestesia: Otimização do UsoUso de Anestésicos Hiper, Iso ou HipobáricoUltrassonografia nos Bloqueios do Neuroeixo

MÓDULO: ANESTESIA EM PEDIATRIADoenças Coexistentes em CriançasUso de Anestésicos Inalatórios em Neonatos e LactentesCriança DiabéticaCriança ObesaVentilação MonopulmonarHemoterapia em Crianças

MÓDULO: ANESTESIA EM CIRURGIA TORÁCICAAvaliação e Cuidados PerioperatóriosBroncoscopia em Criança: Cuidados EspeciaisDispositivos para Ventilação MonopulmonarAnestesia para EBUS-TBNA (Endobronquial Ultrasound Trans Bronchial Node Aspiration)Novidades nas Estratégias de AnalgesiaEntubação Seletiva em Paciente com Via Aérea DifícilCirurgia de Estenose Traqueal e Stents Pulmonares

Ventilação Mecânica em Cirurgia Torácica

MÓDULO: ANESTESIA EM CIRURGIA vASCULARAvaliação Pré-operatória e PreparoProteção Cardiovascular no Pré-operatórioEvolução da Cirurgia EndovascularEndarterectomia de CarótidaManejo Anestésico de Procedimentos sobre a Aorta

MÓDULO: ANESTESIA EM CIRURGIA PLÁSTICAAbordagem do Paciente QueimadoNovos Desafios em Cirurgia PlásticaTromboembolismo em Cirurgia PlásticaUso da Peridural Anestésica Torácica AltaEvitando ComplicaçõesExames Pré-operatóriosHidratação em LipoaspiraçãoRiscos na Mudança de Posição Operatória

MÓDULO: vIAS AÉREAS – SITUAçÕES ESPECIAISVia Aérea Difícil na EmergênciaUso de Dispositivos SupraglóticosFibroscopia para EntubaçãoManejo da Via Aérea DifícilVia Aérea Difícil na CriançaNão Ventilo, Não EntuboVideolaringoscópiosAbordagem InfraglóticaGuias de Entubação

MÓDULO: MEDICINA PERIOPEraTÓRIAReduzindo Eventos Adversos no PerioperatórioMedicina Perioperatória – Construção do Conceito e Mudança da Prática Clínica

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O Anestesiologista no Processo PerioperatórioImplicações das Práticas Perioperatórias nos ResultadosControle da Temperatura e Terapia TransfusionalResposta Endócrino-metabólica ao Trauma e Morte CelularControle da Reposta Imunológica e InfecçãoInterdisciplinaridadeGestão da Qualidade e SegurançaTratamento da Dor e Reabilitação Precoce

MÓDULO: ANESTESIA EM UROLOGIACondutas Anestésicas em Situações EspeciaisCirurgia Prostática no CardiopataCálculo Renal na GestanteNa RTU e Prostatectomia Radical em Paciente Renal Crônico Não DialíticoCirurgia Robótica e AnestesiaVideocirurgias UrológicasCirurgia Abdominal de Grande Porte em Paciente Transplantado RenalComplicações em Cirurgias Urológicas

13 DE NOvEMBRO DE 2011 – DOMINGO

MÓDULO: REANIMAçãOPolitraumatismo: Panorama Atual e Ensino da Especialidade no BrasilAnestesiologista como Médico Reanimador no Atendimento Pré-hospitalar e na Sala de EmergênciaReanimação do Paciente Politraumatizado no IntraoperatórioReanimação Volêmica de ResgatePrevenção da HipotermiaTreinamento em Ambientes de Simulação Realística nos Países DesenvolvidosPrincipais Mudanças nas Diretrizes de PCR

MÓDULO: DORAbordagem da Dor NeuropáticaFórum de Ensino e Mercado de Trabalho em Dor no BrasilO Ensino de Dor na GraduaçãoPolíticas Públicas em DorTerapia Intervencionista da Dor em Saúde SuplementarBloqueio Terapêutico com UltrassomUso de Corticoide EspinhalBloqueios FacetáriosBloqueios Neurolíticos para a Dor OncológicaNoções de RadiofrequênciaTratamento da Neuralgia do TrigêmeoTratamento Intervencionista da Dor DiscogênicaComplicações Mais Comuns da Terapêutica Invasiva da Dor

MÓDULO: BLOQUEIOS PERIFÉRICOSBloqueio Periférico em Paciente com Lesão NervosaAdjuvantes em Anestesia Regional PeriféricaAnestesia Regional em Paciente AnestesiadoDose Tóxica dos Anestésicos Locais nos Bloqueios de Nervo PeriféricoA Anestesia Regional além do Procedimento CirúrgicoBloqueio Regional ContínuoUltrassom em Anestesia RegionalEstimulador de Nervos Associado ao Ultrassom

MÓDULO: ANESTESIA EM OFTALMOLOGIA/ OTORRINOLARINGOLOGIASituações Peculiares em Anestesia para OftalmologiaSegurança Mínima para Anestesia em Clínicas OftalmológicasManuseio em Situações EspeciaisVias Aéreas: Área de Risco para o AnestesistaAnestesia para Apneia do Sono GraveAbordagem dos Tumores de LaringeManuseio de Laringoespasmo e/ou Edema de LaringeSangramentosDificuldade Respiratória Pós-tireoidectomia

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MÓDULO: ANESTESIA EM CIRURGIA CARDÍACAAbordagem em Cardiopatias CongênitasAvanços na Cirurgia Cardíaca: o Que Está Mudando para o Anestesiologista?Bloqueios do Neuroeixo em Cirurgia CardíacaSituações Adversas em Cirurgia Cardíaca: Evitando ComplicaçõesExtubação na Sala (Ultra-fast track)Monitorização Hemodinâmica Minimamente InvasivaFármacos Vasoativos na Saída de CEC

MÓDULO: ANESTESIA INALATÓRIAO Hoje e o Amanhã da Anestesia InalatóriaAlterações na Membrana NeuronalProteção de ÓrgãosMinimizando a ToxicidadeAvanços TecnológicosAdministração Alvo-controlada

MÓDULO: ÉTICA MÉDICAO Anestesista Frente aos Processos Administrativos e JudiciaisO Futuro do Anestesiologista nas Questões Éticas e LegaisA Recusa do Paciente na Escolha da Técnica AnestésicaCuidados Médicos em Pacientes TerminaisAspectos Éticos da Atuação do AnestesistaO Termo de Consentimento Pós-informadoValoração do Prontuário Médico

MÓDULO: ANESTESIA CONSTRUINDO O FUTUROSegurança em Anestesia e Risco ProfissionalTecnologia e Segurança da AnestesiaA Cultura da SegurançaAmeaças Futuras em Saúde OcupacionalResultados Negativos em Pesquisa Clínica

Perspectivas Futuras de Ferramentas de Auxílio à Pesquisa em AnestesiaRedes Sociais e Conectividade como Ferramentas de AprendizadoO Futuro do Mercado de Trabalho para o AnestesiologistaA Formação do Anestesista do Futuro

MÓDULO: RELAxANTES MUSCULARESBloqueio Neuromuscular SeguroMonitorização do BNMEvidências de Segurança no Uso de RelaxantesNão Entubo/Não Ventilo com Uso de BNM DespolarizanteLimitações Atuais da Reversão de BNMSuccinilcolina: Solução ou Complicação?Papel dos BNM na Prática ClínicaReversão do BNM

MÓDULO: ANESTESIA E OBESIDADEConheça Seu Paciente ObesoAspectos FisiopatológicosOtimizando as Doses dos FármacosAbordagem Adequada da Via AéreaBloqueio de Plexo e Neuroeixo em ObesosAnestesia Venosa Total ou Balanceada para Obeso MórbidoGrávida Obesa e Analgesia/Anestesia ObstétricaCirurgia Plástica em Pacientes Ex-obesosAnalgesia Pós-operatória em GastroplastiaVentilação Difícil em ObesidadeSuperobesos para Gastroplastia RedutoraInfusão Alvo-controlada de Propofol no Obeso

14 DE NOvEMBRO DE 2011 – SEGUNDA-FEIra

MÓDULO: REANIMAçãOReanimação em Obstetrícia e no Neonato

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Cardiopata Portador de Dispositivos Cardíacos (Marca-passo, Ressincronizador e Desfibrilador) e com Disritmias VentricularesUso de Marca-passo Externo Transcutâneo no IntraoperatórioParada Cardíaca no Cardiopata Portador de Dispositivos Cardíacos

MÓDULO: DORDor Musculoesquelética e AcupunturaFibromialgia: Novos Conceitos e Possibilidades TerapêuticasAcupuntura TermoguiadaAcupuntura NeurofuncionalAbordagem da Dor em Situações Especiais

MÓDULO: ANESTESIA EM vIDEOLAPAraSCOPIAMonitorização versus Estado Físico do PacienteRepercussão da Evolução das Técnicas LaparoscópicasVantagens e Desvantagens da Anestesia Balanceada e Venosa Total

MÓDULO: QUALIDADE EM ANESTESIAGestão da Qualidade Total e a Prática AnestesiológicaIndicadores em um Serviço de AnestesiologiaQualidade É Segurança?Conceito de Qualidade Total no AssistencialismoProgramas de Acreditação na Prática AnestesiológicaAnálise Crítica em Hospitais Públicos e Privados

MÓDULO: ATUALIDADESNovidades sobre ou Novas Indicações de Opioides, Dexemedetomidina e Antagonistas NMDANovidades na Terapêutica TransfusionalEvitando Eventos Adversos

MÓDULO: COMPLICAçÕES EM ANESTESIANovos Desafios na Anestesia GeralHipoxemia e HipercarbiaArritmias CardíacasDisfunção Cognitiva Pós-operatóriaReações Anafiláticas e AnafilactoidesRiscos Relacionados a Equipamentos BiomédicosReações TransfusionaisEdema Pulmonar

MÓDULO: MONITORIZAçãOMonitorização HemodinâmicaOpções para Monitorizar o Débito CardíacoParâmetros Dinâmicos na Monitorização da VolemiaMonitorização da MicrocirculaçãoMonitorização da Perfusão TissularMonitorização CerebralOximetria Cerebral

MÓDULO: QUALIDADE DE vIDA E RISCO PROFISSIONALDrogadiçãoDepressão e SuicídioSíndrome de BurnoutQualidade de VidaEvitando Problemas: Prevenir É Melhor Que RemediarEventos Adversos Advindos de um Ambiente de EstresseExposição a Ambientes ou Situações Insalubres

MÓDULO: ECOCARDIOGraFIA NO TraNSOPEraTÓRIOPrincípios Básicos e IndicaçõesEstudo de Casos em Cirurgia Cardíaca e Não Cardíaca

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Formação de Anestesiologistas para a Ecocardiografia

PROGRAMAÇÃO SOCIAL

SOLENIDADE E COQUETEL DE ABERTURA10 de novembro de 2011 – 19h30La Maison Coliseu

HAPPY HOUR13 de novembro de 2011 – 17h30Centro de Convenções do Ceará

FESTA DE ENCERRAMENTO14 de novembro de 2011 – 20h30Marina Park Hotel

*Programação sujeita a alteração.

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Praia de Iracema

Centro de Convenções

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Opinião | 25

• “No século XVI, ao defender a importância do método na ciência moderna, Francis Bacon propôs que a meta da ciência fosse a melhoria da vida do homem na terra. A aquisição sistemática e reprodutível do conhecimento tem sido a meta comum de todos aqueles que dedicaram suas vidas à prática da Medicina. A dinâmica dos cenários dessa prática e a transitoriedade da verdade científica exigem contínua revisão de conceitos. Sem a união entre a Ciência, a ética e a dedicação ao próximo, desaparece o caráter humano, essencial à verdadeira Medicina.

A saúde seria mais facilmente cuidada se a prática da Medicina não dependesse das tendências políticas do País. Em países com sistema de saúde pública universal como Espanha, França, Alemanha, os governos são responsáveis pelo menos por 70% de todo o gasto sanitário nacional. No Brasil, esse percentual corresponde a 45%. No investimento per capita em saúde, o nosso País gasta menos que Argentina, Chile e México. No Brasil, a política de saúde fica fora do desenvolvimento econômico tão divulgado e até festejado nos últimos anos, o que é, sem dúvida, lamentável.

Prezados colegas novos acadêmicos: após muito batalhar na Medicina, ganhamos hoje, nesta Academia, um novo foro para pensar, discutir e continuar batalhando, lembrando Bertold Brecht, segundo o qual os homens que laboram por todo o tempo são aqueles imprescindíveis.

Ressalto, finalmente, a sabedoria do monge tibetano

Edno Magalhães assume cadeira 10 da Academia de Medicina de Brasília

Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama. Diz ele: “Só há dois dias no ano em que nada pode ser feito. Um se chama ontem, e o outro se chama amanhã. Portanto, HOJE é o dia certo para amar, fazer e, principalmente, viver”. Colegas, vamos acreditar, vamos fazer. Vamos viver a Academia!”

AR - Como o senhor descreve o papel das Academias de Medicina? E a emoção de se tornar um Acadêmico?

As academias de medicina têm o papel fundamental de pugnar pela melhoria da qualidade de vida da população, atuando nas áreas social e política nas quais deve estar marcado o seu papel. Trata-se de um foro independente do ponto de vista funcional e político no qual médicos que já prestaram serviços importantes à comunidade, encontram a oportunidade de continuar colaborando para melhoria das condições sociais da sua cidade e do país como um todo.

AR – Como um profissional do ensino, que análise o senhor faz da especialização em Anestesia no Brasil hoje?

Após ter dedicado grande parte da vida ao ensino da anestesiologia, é muito triste presenciar o deserviço que o Ministério da Educação, através da Comissão Nacional de Residência Médica, vem prestando ao ensino na área de especialização em anestesiologia no Brasil desde 2003. No ensino de especialização as sociedades de especialidades sempre constituíram os pilares fundamentais dessa atividade. Graças a isso, o país vinha mantendo bons padrões de qualidade em especialização. A partir de 2003, o Governo passou

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SBA OpiniãoPor Edno Magalhães*

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Sem a união entre a Ciência, a ética e a dedicação ao próximo, desaparece o caráter humano, essencial à verdadeira Medicina. ‘

a preocupar-se muito mais com a quantidade em detrimento da qualidade. Está tentando “fabricar” especialistas do mesmo modo como vem fabricando médicos em virtude da abertura indiscriminada de escolas médicas sem as devidas exigências necessárias à boa formação de um médico.

O papel das sociedades de especialidades vem sendo altamente prejudicado pela pressão do governo em função da influencia do Ministério da Saúde sobre as atividades da CNRM/ MEC, influencia essa que só tem atrapalhado as atividades de ensino, pois a visão desse ministério se fundamenta única e exclusivamente em quantidades que possam fazer parte da sua promoção política.

Tomando como exemplo a relação CNRM SBA, no que concerne ao ensino de especialização, alguns dados adiante descritos podem demonstrar as disparidades em termos de qualidade entre as atividades de cada uma das duas entidades:

• Número de programas de especialização em anestesiologia da CNRM/ MEC em 2010 = 113, sendo que 81 destes programas são também credenciados pela SBA. 32 programas não são credenciados pela SBA. Em 2011 o MEC já deve ter aumentado o número de programa de especialização.

• Número de programas da SBA = 90, sendo que 81 destes programas são também credenciados pelo MEC

• Para cada grupo de 03 médicos em especialização a SBA exige que o centro possua 01 portador do Título Superior em Anestesiologia entre os seus instrutores. Assim para 30 especializandos devem existir 10 TSA.

Nos programas do MEC exige-se 01 especialista

(médico que terminou a residência) para cada 06 especializandos.

Chama a atenção. Os programas do MEC não exigem titulação dos instrutores e aceita 06 candidatos a especialização para cada médico instrutor.

• A análise dos dados que apresentamos abaixo demonstra o esforço e a qualidade dos serviços prestados à comunidade pela SBA em relação ao preparo de profissionais bem formados:

AR - Entre as centenas de trabalhos publicados ao longo da sua vida acadêmica, quais o senhor destaca?

• Avaliação da influencia do polimorfismo do codon 16 do receptor Beta-2 Adrenergico na incidencia de hipotensão arterial e uso de efedrina em grávidas submetidas a anestesia subaracnoidea – Revista Brasileira de Anestesiologia 2010.

• Tratamento Conservador de Hematoma Pós Anestesia Peridural – Revista Brasileira de Anestesiologia 2007.

• Anestesia – Casos Clínicos – Editor. SBA, 2010. ISBN: 9788598632094

AR – Que mensagem o senhor deixa para os jovens e as jovens médicos/as que escolheram a especialização em anestesiologia?

“Comece por escolher adequadamente o local onde fará especialização. Procure se informar ao máximo.”

“Não esqueça nunca de que a pessoa mais importante no centro cirúrgico é o paciente. Respeite-o e exija que o respeitem.” ■

* Professor, pesquisador, colaborador pleno associado da UnB, especialista em anestesiologia pelo CET/SBA da UnB, doutor pela Universidade Federal de São Paulo.

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SBA OpiniãoPor Daniel Volquind*

•A anestesia permanece como um mito entre a população. Medos, fantasias e relatos dramáticos povoam a mente dos pacientes que chegam ao consultório de avaliação pré-anestésica.

No século XIX, alguns pacientes, quando tinham a notícia de que deveriam ser submetidos a uma cirurgia, cometiam suicídio. Antes do surgimento da anestesia, os relatos de cirurgia eram como sessões de horror, com dor, gritos e, inevitavelmente, a morte.

Mesmo passados 160 anos da demonstração pública da primeira anestesia, alguns pacientes chegam com fácies de pavor para conversar com o profissional que vai administrar-lhes a anestesia.

No ano de 1846, mais precisamente em 16 de outubro, um jovem dentista demonstrou, publicamente, a primeira cirurgia sem dor, dando início à era moderna da cirurgia e ao nascimento da anestesia. Ao utilizar éter sulfúrico, através de um inalador desenvolvido por ele mesmo, W. T. Green Morton deixou perplexa a plateia que assistia à intervenção cirúrgica, na qual o paciente

Anestesia: por que os pacientes ainda a temem?

não esboçou nenhuma reação à incisão na região cervical.

Cem anos depois, em 1946, Bertrand Gosset escreveu: “A história da cirurgia é uma história dos últimos cem anos. Iniciou-se em 1846, com a descoberta da anestesia, e, portanto, com a possibilidade da operação indolor. Tudo que existia antes eram apenas trevas de ignorância, de tentativas infrutíferas na escuridão.”

Sem sombra de dúvida, esse foi um dos fatos mais emblemáticos da medicina moderna, que possibilitou o avanço em diversas especialidades médicas e aumentou a longevidade e a qualidade de vida da humanidade.

Em meados do século XX, a anestesiologia passou a ser reconhecida como uma especialidade,

principalmente após o surgimento de entidades que tinham, e ainda têm, como objetivo o desenvolvimento, a atualização e a divulgação da anestesiologia não só na classe médica, mas também na sociedade leiga. Destacam-se aqui a Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) e suas regionais.

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Antes do surgimento da anestesia, os relatos de cirurgias eram como sessões de horrores com dor, gritos e inevitavelmente a morte. ‘

A SBA promove a anestesiologia entre seus associados e na sociedade leiga através de um trabalho dirigido para o aperfeiçoamento profissional e de informação para a sociedade sobre a especialidade que representa.

A anestesiologia — apesar dos inúmeros avanços tecnológicos hoje a ela incorporados, da modernização de medicamentos e da ampliação dos conhecimentos relacionados às diversas áreas das ciências médicas —ainda permanece como um temor entre os pacientes.

Há muito já não existe o nexo causal entre o ato anestésico e o desfecho desfavorável, mas é evidente ainda o medo e a desconfiança que os pacientes têm em relação à anestesia. Como podemos explicar esse fato?

Parece que a explicação está vinculada à própria história da anestesia. Se questionarmos um paciente que foi submetido à anestesia há 40 anos, veremos que o retrato parece de um “filme de terror”. Desconforto, dor, lembranças da cirurgia etc. Lógico, os fármacos, os dispositivos intravenosos, a monitorização e os riscos eram diferentes. Hoje oferecemos uma anestesia confortável, segura e agradável ao paciente. Podemos monitorizar o nível de consciência, a pressão arterial, a frequência cardíaca, a saturação de oxigênio junto com a hemoglobina e, caso necessário, outras variáveis fisiológicas mais complexas, desse modo, oferecendo mais segurança no período perioperatório.

Na conjuntura atual, o médico anestesiologista deixou

de ser anônimo para ser parte atuante no tratamento do paciente. A anestesia passou a ser componente do plano terapêutico dos pacientes. Vejamos o tratamento da dor. Como seria o manejo clínico dos pacientes com dor crônica se não houvesse a intervenção do anestesista? E a contribuição dos agentes anestésicos na proteção de órgãos como o coração e o cérebro em determinados procedimentos cirúrgicos de alta complexidade?

O transplante de órgãos só é possível graças aos avanços da anestesiologia, ou seja, quantas vidas são salvas por essa especialidade cuja história se confunde com a própria medicina?

Hoje a presença do médico anestesista em diversos procedimentos médicos é sinônimo de segurança, conforto e de que a anestesia não é mais um mito, e sim uma realidade, que mantém seu encantamento como um fino balanço entre a ciência e a arte, cada vez mais segura e confiável.

Devemos, então, atingir a população e desmistificar essa nebulosa imagem que a anestesia parece ter para os pacientes. ■

* O autor é membro da Comissão de Educação Continuada da SBA

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Ao amigo André Santiago, com carinho• É impressionante como algumas pessoas entram em nossas vidas e saem delas: como um beija-flor, dão um beijo e vão embora. E, mesmo assim, registram e assinam sua visita de forma profunda e irreversível, como um arco-íris, marcando para sempre na alma sua fugaz e bela existência.Como muitos membros da SAEPE e da Cooopanest-PE, tive, por muitos anos, a felicidade de ter um grande amigo, o querido André Santiago, que, sem quase nenhum preâmbulo, nos deixou perplexos e entristecidos, saltando desta vida para algum outra forma de existência. Para onde foi, fazer o quê, tão precocemente, menino aloprado? Amigo fiel, sempre com um largo sorriso e palavras amistosas e de incentivo para seu interlocutor, André cativava todos. Possuía inteligência acima da média, que sempre o diferenciou e impôs seu respeito como bom profissional. Foi graduado médico na Universidade Federal de Pernambuco, onde também se especializou como anestesiologista – CET/SBA do Hospital das Clínicas da UFPE. Obteve rapidamente o TSA, pertencendo, desde então, ao corpo de instrutores desse centro.Exercia, atualmente, a espinhosa função de chefe do Serviço de Anestesiologia do HC-UFPE. O peso desse cargo lhe roubou alguns sorrisos e muitas horas junto dos amigos. Recentemente, não ouvia mais suas histórias de fins de semana fantásticos, como os que, pessoalmente, compartilhei a seu lado, de sol, cerveja e praia em Porto de Galinhas. Quem sabe o que mais a vida andava lhe suprimindo? Mas com o que tinha,

foi feliz até o fim. Confessou a um amigo, dias antes de sua partida, que vivia um momento especial, como nunca antes na vida.Era assim, um paradoxo. Mulato chamado de Galego pelos mais chegados, André não permitiu que sua criança interna fosse abafada. Fiu, também apelidado por muitos, foi um cara do bem e não passou inerte pela vida. Deixou marcas de sua personalidade forte, de sua inquietude, tentando vasculhar e espreitar cada recanto de vida, interagindo e curtindo com tudo e todos em ritmo frenético, como se cada momento fosse o último. Fez muitas e belas viagens, meu amigo. Solidarizo-me com aqueles que deixou, especialmente a mãe, a filha, os irmãos e os sobrinhos, família que tinha como um porto seguro, que cuidava com discrição e zelo.Permito-me sofrer, lamentar e chorar, com todos os seus amigos, sua ausência. Obrigo-me a sonhar que um dia todos nos reuniremos outra vez, para celebrar a beleza e a pureza de nossa amizade.A todos que conheceram e amaram o menino André, Fiu ou Galego e conviveram com ele, peço que reúnam o que têm de força, fé e esperança e lhes envie as mais brilhantes e positivas emanações energéticas. Para que, onde estiver, saiba que continua tendo os mesmos velhos amigos a vibrar, amar e torcer por ele.Quando estiver em dia luminoso de sol, de preferência em uma branca areia de praia, brindando com amigos por qualquer boa causa, como tantas vezes fizemos juntos, não me esquecerei de que um dia ele esteve ali também. A imagem do menino dentuço, gargalhando e brincando, mais uma vez surgirá. E ele continuará a ser amado. ■*A autora é Presidente da SBA

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SBA OpiniãoPor Nádia Duarte *

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Verdadeiro e eterno amigo• Faleceu no dia 15 de julho de 2011, em Santa Maria, Rio Grande do Sul, o Dr. Manoel Antônio Pereira Álvarez, carinhosamente conhecido por todos como Neco. Manoel Alvarez nasceu em 4 de abril de 1938, na cidade de São Borja, tendo se formado em medicina pela Universidade Federal de Santa Maria no ano de 1962. Teve a vida profissional voltada para o ensino médico. Ainda muito jovem, tornou-se professor de fisiologia na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Santa Maria. Depois de se especializar em anestesiologia, passou a ministrar aulas na especialidade, chegando a professor titular do Departamento de Cirurgia da UFSM na década de 1980.

Em 1967, fundou o primeiro programa de Residência Médica do Hospital Universitário de Santa Maria, credenciado pela SBA, como CET do HUSM/UFSM. Foi responsável pelo CET por mais de 25 anos e, seguramente, foi, entre os médicos em especialização e os acadêmicos de medicina, o que se realizou profissionalmente, pois ensinar foi sempre sua grande paixão.

Em 1991, ciente da importância do conhecimento da dor e de seu tratamento, foi aprimorar-se em

Barcelona, no serviço do prof. Nalda Felipe, lá permanecendo por 12 meses. Ao regressar, implantou o Ambulatório de Dor do HUSM.

Teve seu trabalho reconhecido em vida por seus pares, quando, em 1997, viu seu nome perpetuado no serviço que criou: “seu” CET trocou de nome e passou a chamar-se Centro de Ensino e Treinamento Prof. Manoel Alvarez. Em entrevista, realizada poucos meses antes de sua morte, verbalizou que essa homenagem havia representado, para ele, uma das grandes alegrias e emoções de sua vida profissional. A vocação docente, os laços com “seu” CET e o amor pela anestesiologia fizeram com que, mesmo aposentado por tempo de serviço na UFSM, continuasse

colaborando, como voluntário, na formação de médicos anestesiologistas por mais de 20 anos.

Com todas as suas atribuições, não deixou de contribuir com sua sociedade, tendo sido membro da Comissão de Ensino e Treinamento por três anos e presidente da SARGS por dois anos.

O modo especial de transmitir conhecimento; a

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SBA OpiniãoPor Miriam Seligman e Armando Fortuna *

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simplicidade; o excelente relacionamento médico-paciente; os valores éticos; o carisma; a valorização do ser sobre o ter; o carinho paternal com seus “residentes” e com seus colegas marcaram, de maneira indelével, as várias gerações de anestesiologistas que, nesse momento, já estão lamentando sua ausência.

Descansa em paz, querido amigo. Sua missão foi cumprida! ■

Dra. Míriam Seligman Menezes

• Tive a honra e o prazer de receber o Dr. Manoel Álvarez, na década de 1960, para um estágio no CET da Santa Casa de Santos, onde impressionou a todos com seu conhecimento de fisiologia e a facilidade que tinha em ministrar aulas sobre o assunto.

Enquanto esteve conosco, nos disse do desejo de prestar o exame para o título de especialista em anestesia, mas que achava que deveria estudar mais um ano para isso. Para convencê-lo, fizemos, à sua revelia, sua inscrição para a prova, através de um telegrama, onde assinamos seu nome... Nessas circunstâncias, decidiu fazer o exame, no qual foi aprovado com uma das melhores notas do ano.

Mais tarde, quando era presidente da Comissão de Ensino e Treinamento da SBA, visitei o Serviço de Anestesia em Santa Maria, que chefiava, aprovando o credenciamento pedido para a abertura de um CET, que logo se tornou um dos mais procurados e conhecidos do país. Formou muitos anestesiologistas,

e alguns, como a profa. Míriam Seligman, seguiram seus passos e exemplos com grande brilhantismo.

Mais tarde, ao saber de seu interesse em assuntos de dor e como já havia sido professor visitante em Barcelona, Espanha, tive a oportunidade de indicá-lo para um estágio no Serviço do Prof. Miguel Nalda Felipe, no qual foi aceito e teve uma atuação de grande destaque, lembrada até hoje. Além de aprender, também transmitiu muitas informações aos colegas de lá, especialmente em seu assunto favorito: Ph, equilíbrio ácido-básico e hidroeletrolítico e sua importância na medicina moderna.

Um dos maiores prazeres que tive, em viagem, foi ter desfrutado sua companhia, junto com a Dra. Marlene, sua esposa, numa excursão a Kioto, Japão, para um congresso mundial de anestesia, seguido de uma volta ao mundo, excursão em que compartilhamos muitas experiências curiosas e agradáveis.

Sentimos muita tristeza com a morte de um amigo sincero e de tão alto gabarito. Tanto nós como a anestesia brasileira perdemos um homem e um colega que teve suma importância na evolução de nossa especialidade.

Que descanse em paz: RIP. ■

Dr. Armando Fortuna

*Os autores são médicos anestesistas

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Réplica da matéria publicada na Anestesia em revista 3/2011• Seção: Prata da Casa

Título: Não! Eu não acredito!

Prezados senhores,

Gostaria de manifestar que vivemos, presumivelmente, em um estado democrático de direito.

Felizmente, o direito do colega dr. Leonel Santos Pereira de manifestar sua opinião foi exercido, inclusive com a anuência dos editores da revista, que, por isso, publicaram o artigo.

Cabe a quem discordar, sob minha ótica, emitir sua opinião também acerca do assunto, inclusive para os editores da aludida revista, se assim achar conveniente. E esta revista e seus editores a publicarão se também anuírem.

É notório observar que o referido estado democrático de direito a que me referi faculta ao colega dr. Rogério Cesar Bruno a opção de criticar o dr. Leonel, de maneira justa e no foro adequado, da mesma maneira que também estou fazendo. E que bom que assim é!

Acho que a documentação cada vez mais se fará necessária, sob o ponto de vista legal e da segurança. Entretanto, realmente, está havendo a cobrança do preenchimento de montanhas de papéis

inúteis e fúteis, sem fins definidos ou totalmente desnecessários.

Atenciosamente, ■

José Roberto de Rezende Costa2º tesoureiro da SAMGTSA, SBA; mestre em farmacologiaLegista integrante da diretoria do IML/BHIntegrante da Câmara Técnica de Anestesiologia do CRMMGIntegrante da CERR/SBA

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SBA OpiniãoPor José Roberto de Rezende Costa e Rogério César Bruno

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• Estou escrevendo aos editores da revista Anestesia em revista da SBA, pois, em 2011, em que vivemos em um mercado extremamente competitivo e em plena evolução, li o artigo “Não! Eu não acredito”, escrito por um professor de anestesiologia, e não acreditei em suas palavras.

Trabalho em um hospital no interior de Minas Gerais que, recentemente, implementou as bases para obter a acreditação, o que exigiu muito trabalho sério e honesto. Todo o corpo clínico e colaboradores fizeram parte do processo. Elaboramos protocolos médicos atualizados e com base na literatura médica para as principais patologias atendidas no hospital.

A base fundamental da acreditação hospitalar – ONA – é a segurança do paciente, elemento que faz parte do cotidiano de todo anestesiologista, desde sua formação na residência médica.

Implementamos a cirurgia segura – por meio da qual lembramos assuntos cruciais, como o nome do paciente, o procedimento e a importante questão da lateralidade, causa comum de erros cirúrgicos – baseada nas recomendações da OMS e sobre a qual, recentemente, um artigo publicado no New England mostrou sua eficácia comprovada, em um estudo de grande escala realizado em vários hospitais em diferentes países.

Nosso trabalho aumenta, mas a segurança e os benefícios para médicos, pacientes e hospitais valem

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muito a pena. Conseguimos, agora em julho de 2011, a acreditação hospitalar nível 1, com muito esforço e trabalho sério de todos. É uma vitória importante, principalmente para nós, anestesiologistas, que lutamos sempre pela segurança, qualidade e bem-estar dos pacientes.

Obrigado

EU ACREDITO!!! ■

Rogério César Bruno TEA pelo Hospital das Clínicas da UFMGSócio ativo da SBA e da SAMG.

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• A busca por um bom vinho é justificada pelo desejo de se consumir um produto capaz de ratificar uma sensação imediata e complexa, nos planos visual, olfativo, gustativo e, por que não dizer?, auditivo.O apreciador de vinhos deve ter habilidade suficiente para ignorar, com muito respeito, o que é transmitido pela propaganda, não se deixando levar por pretensos influentes conhecedores de vinho que acreditam que os produtos caros são os melhores. Portanto, fica uma dica: não beba rótulos, procure ser o mais honesto possível na avaliação de um produto e relate o que realmente é capaz de sentir quando degusta um vinho.Degustar um vinho é, no dicionário de um bom enófilo, bebê-lo com atenção, explorando todos os sentidos. Basicamente, a degustação se divide em exames visual, olfativo, gustativo e auditivo. Esse último é contestado por alguns, mas já é descrito por outros.1. Exame visualA visão é um sentido rápido e que produz sensações seguras, diferente do olfato e do paladar, que, muitas vezes, nos remetem a sensações fugazes e flutuantes. Segure a taça pela haste, incline-a contra uma superfície branca na altura dos olhos e procure partículas em suspensão. A limpidez de um vinho é a ausência dessas partículas; caso contrário, é um vinho turvo.

Vinho, a arte de degustarQuanto à cor, ela serve para definir os tipos de vinho: tinto, branco e rosado. Podemos também descrevê-los por suas nuanças, como púrpura, rubi, granada e atijolado, para os tintos, e esverdeado, palha, dourado, âmbar e marrom, para os brancos. Há mudança de cor à medida que os vinhos envelhecem, ou seja, a cor nos dá uma ideia da evolução do vinho. À medida que os tintos vão evoluindo, se tornam mais claros, e os brancos, com a passar do tempo, vão ganhando cor, ficando mais escuros. Como perceberam, no exame visual já podemos ter uma ideia da idade do vinho.Outro ponto que se avalia no exame visual é o halo. Inclinando-se a taça sobre uma superfície branca veremos, principalmente com o vinho tinto, que ele é bem escuro no centro e, à medida que observamos as bordas da taça, o vinho vai clareando. Esse clareamento na borda do copo é o que chamamos de halo. Nos tintos, ele vai perdendo a cor com o passar da idade. Quando descrevemos que um vinho tinto tem cor púrpura com halo violáceo, estamos dizendo, em outras palavras, que nos deparamos com um vinho tinto jovem. Já um vermelho terracota com halo tijolo, significa que estamos diante de um vinho bem evoluído. Outro ponto a ser observado é a transparência, ou seja, a capacidade de o vinho deixar passar a luz através de si. De um modo geral, os tintos muito transparentes são mais leves ou mais diluídos. Um vinho de cor intensa não permite a passagem da luz, portanto, um vinho com boa intensidade é geralmente um vinho encorpado.

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SBA Prata da CasaPor Rômulo Frota Lôbo *

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As lágrimas abundante e lentas traduzem a maior complexidade do vinho e em última análise maior qualidade.‘

Ao inclinar e girar a taça, percebemos pequenas gotas que deslizam de cima para baixo como se fossem lágrimas ou pernas, como chamam os portugueses. Isso se deve ao fato de que o álcool evapora mais rápido que a água que fica nas paredes da taça. Com essa manobra, avaliamos a viscosidade e o teor alcoólico do vinho. As lágrimas abundantes e lentas traduzem a maior complexidade do vinho e, em última análise, maior qualidade. Os portugueses costumam dizer: “Se o vinho não chora, choro eu.”Ao analisar visualmente uma taça de vinho, podemos também dizer se esse produto é um vinho tranquilo ou um espumante. Os espumantes possuem efervescência, que é o desprendimento de gás carbônico visto através de pequenas bolhas que chamamos perlage. Vinho sem efervescência é chamado de vinho tranquilo.2. Exame OlfativoAspectos tão vitais como a alimentação e o impulso sexual são regulados, em grande parte, consciente ou inconscientemente, pelo sentido do olfato. A avaliação do olfato é a segunda e imprescindível etapa na apreciação de um vinho e consiste no ato de cheirá-lo. Não tenha medo nem vergonha – ponha o nariz literalmente dentro do copo. Na espécie humana, os cheiros despertam lembranças e reações emocionais muito mais intensas do que o fazem as imagens, os sons e os sabores.Com o vinho ocupando mais ou menos um terço da taça, coloca-se o nariz e, com aspirações rápidas, verifica-se o aroma. Inicialmente, cheiramos com a taça parada e, em seguida, fazemos movimentos giratórios para que as moléculas se agitem, aumentando a superfície de evaporação do vinho. Não se preocupe com aromas sobre os quais você ouviu falar ou leu em algum lugar, deixe a vida levar você e

aceite aquilo que o aroma do vinho lhe lembrar.Primeiro, avaliamos a qualidade do aroma – bons vinhos possuem aroma agradável. Aroma desagradável indica que o vinho é de má qualidade ou está com defeito, como cheiro de mofo proveniente de uma rolha defeituosa.A seguir, se procuram a intensidade e a complexidade do aroma – um bom vinho tem seu aroma bem perceptível, agradável e intenso. Os vinhos inferiores, de um modo geral, têm aroma pouco intenso e sem complexidade ou intenso porém de má qualidade. A complexidade nada mais é do que a quantidade de essências que podem ser conhecidas em uma análise olfativa.Por último, analisamos e tipificamos o aroma, verificando o tipo e a característica de cada um. O aroma é dividido em primário, secundário e terciário.2.1 Aroma PrimárioÉ proveniente das uvas e, geralmente, não persiste no vinho, pois, durante a fermentação, surge aroma que mascara o aroma das uvas. Geralmente encontrado em vinhos de uva moscatel e no tinto brachetto. Por isso, vale o aforismo: vinho com cheiro e gosto de uva não é vinho, é suco de uva com álcool.2.2 Aroma SecundárioEsse aroma é formado no processo de fermentação alcoólica e reflete a atividade biológica das leveduras. Ele nos remete ao cheiro de frutas brancas, como abacaxi, pêra e goiaba branca, para os vinhos brancos, e morango, cereja e framboesa, para os tintos. Como vimos, os brancos lembram mais as frutas brancas e nos tintos estão presentes as vermelhas. A conversão malolática, que se caracteriza pela transformação do ácido málico em ácido lático, um produto mais suave e aveludado, nos oferece um

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aroma amanteigado e lácteo, também considerado secundário, presente nos vinhos de uva chardonay.2.3 Aroma TerciárioO aroma terciário é o que chamamos de buquê. Portanto, um vinho só pode ser considerado com buquê se pronunciar suas notas terciárias, que são adquiridas por ocasião da evolução do vinho em barricas de carvalho e produzidas pela incorporação controlada do oxigênio ao vinho. A característica das notas terciárias são os chamados aromas em pireumáticos, traduzidos por notas tostadas, de nozes, couro, café e pão torrado. Esses aromas são produzidos por uma oxidação lenta e benéfica ao vinho. Todo esse processo ocorre graças a fenômenos de oxirredução dos componentes do vinho.3. Exame GustativoO principal órgão do palato é a língua. Nela estão presentes papilas gustativas responsáveis pelas sensações e sabores básicos do vinho. Eles incluem doce, amargo, salgado, ácido ou azedo e umami. O doce é detectado, principalmente, na ponta da língua; o amargo, na parte posterior; o ácido, nas partes laterais superiores; e o sabor salgado, nas laterais, atrás da ponta. O salgado é praticamente ausente nos vinhos. Umami é uma palavra de origem japonesa que significa bom sabor. Recentemente, mostrou-se que esse sabor está relacionado com a sensação forte e agradável causada por um grupo de aminoácidos encontrados, por exemplo, no queijo parmesão, no molho de soja e no ajinomoto. 3.1 Técnicas de DegustaçãoO grande lance é provar o vinho em pequenas quantidades e deixá-lo passear pela boca. O excesso de vinho torna a degustação rápida e cansativa. Com o

vinho na boca, além de percebermos o gosto, podemos notar sensações térmicas (álcool) e táteis. As sensações táteis são produzidas pelo contato mecânico do vinho com as bochechas, os lábios, a gengiva e a língua. A maneira menos eficiente de degustarmos um vinho é engoli-lo e, rapidamente, enviá-lo ao estômago. Devemos colocar uma pequena quantidade de vinho na boca e movimentá-lo, para perceber melhor o sabor. Na realidade, para sentir o gosto do vinho basta que ele permaneça na boca algum tempo; não é necessário enviá-lo ao estômago.Se você pensa que a degustação termina ao engolir o vinho, está redondamente enganado. Depois de ingeri-lo, seus vapores continuam impressionando o olfato e o gosto. Essa última sensação se chama retrogosto, através da qual se analisa a persistência do vinho na boca, um sinal certo de qualidade.Recomendamos seguir uma sequência natural e tentar nomear o que está saboreando, avaliando a doçura, a acidez, o tanino e o corpo do vinho. A doçura é notada assim que botamos o vinho na boca e podemos sentir o doce ou a falta dele. Quanto à doçura, o vinho pode ser seco, meio seco (pouco doce) e doce.A acidez é sentida nas laterais da língua. É a espinha dorsal dos brancos e confere a eles firmeza na boca. Um vinho sem acidez é monótono, chato e, normalmente, não se consegue beber mais que duas taças. O ácido faz você salivar, pois a saliva é alcalina e flui para neutralizá-lo.O tanino é uma substância presente nas cascas e nas sementes das uvas, portanto, como os vinhos tintos são fermentados com a casca e a semente, os níveis de tanino são muitos mais altos nos tintos do que nos brancos. As barricas de carvalho também podem aumentar o tanino tantos dos tintos quanto dos brancos.

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As lágrimas abundante e lentas traduzem a maior complexidade do vinho e em última análise maior qualidade.‘

Você já tomou um gole de vinho tinto e teve uma sensação de ressecamento na boca, como se a saliva tivesse sumido? Essa é a sensação provocada pelo tanino. Podemos afirmar que o tanino é, para o vinho tinto, o que a acidez é para o branco, também a espinha dorsal. O tanino é sentido, sobretudo, na parte posterior da boca, mas o notamos ainda nas bochechas e na gengiva. Dependendo da quantidade e da natureza do tanino, descrevemos um vinho tinto como adstringente firme ou suave. O corpo é aquilo que se obtém do vinho como um todo, é uma impressão do peso e do tamanho do vinho na boca. Essa sensação é atribuída, principalmente, ao álcool contido no vinho, portanto, com a mesma quantidade de vinho na boca, uns parecem mais plenos, maiores ou mais pesados que outros. Quanto ao corpo, classificam-se os vinhos como magro, encorpado ou muito encorpado. Um vinho chileno, na grande maioria, é mais encorpado que um vinho nacional, por exemplo.Todos os sabores do vinho têm que estar em equilíbrio. Experimente beber um chá bem forte e frio. Ao bebê-lo, vai parecer amargo e áspero, pois está muito tânico. Agora, adicione suco de limão: o chá ficará adstringente, pois o ácido do limão e o tanino do chá estão acentuando um ao outro. Agora, adicione bastante açúcar ao chá. A doçura deve contrabalancear o impacto ácido-tânico e o chá ficará mais suave do que antes. A adição de açúcar ao chá fez com que o equilíbrio entrasse em ação.4. Exame AuditivoSobre a avaliação auditiva, falam os poetas que ela se pronuncia quando brindamos o precioso líquido e promovemos o tilintar do brinde. Porém, os mais fanáticos descrevem que é possível avaliar a viscosidade do vinho pelo som, quando é colocado

na taça. Um vinho mais viscoso produz um som mais fechado ao ser despejado no copo. O mesmo acontece com os vinhos mais encorpados em relação aos mais ralos. É simples: despeje uma vitamina de banana em um copo e em outro despeje água. Notará que a vitamina de banana produz um som bem mais fechado que o som produzido pela água. Por fim, devemos analisar a harmonia, que nada mais é que o equilíbrio entre a doçura, a acidez, o corpo e o tanino. Cada um desses elementos não deve se sobressair ao outro. Em um vinho equilibrado, nada se destaca na degustação, como um tanino grosseiro, doçura ou acidez demais. Ninguém gosta dos mesmos prazeres, é fato. Portanto, durante uma degustação, nunca há unanimidade. O melhor vinho, quase sempre, é definido por maioria simples, pois a avaliação é subjetiva. Um bom vinho é, acima de tudo, um vinho do qual você goste o suficiente para bebê-lo com prazer. Depois disso, a qualidade de um vinho depende da maneira como ele atende a um conjunto de padrões acordados e estabelecidos por especialistas. Nesses padrões estão embutidos conceitos de equilíbrio, persistência, profundidade, complexidade e tipicidade. No entanto, nenhum desses conceitos é objetivamente mensurável.Tenha sempre em mente que os instrumentos que medem a qualidade de um vinho são os olhos, o nariz, a boca e o cérebro e, como todos somos diferentes, não é raro termos opiniões distintas sobre vinhos. ■

* TSA/SBA, Presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado do Ceará, Presidente do Comitê de Anestesia Obstétrica da SBA, Proprietário do Blog Goles & Dicas

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• O projeto de responsabilidade social da SBA continua a pleno vapor. E o carro-chefe dele é o curso que ensina a população leiga a realizar manobras de reanimação cardiorrespiratórias, denominado Salve

uma Vida. Esse treinamento parte do princípio de que a maioria das paradas cardíacas ocorre longe de equipes de saúde treinadas, e se um cidadão que a presenciar não proceder da forma correta nessa situação, a consequência, em cerca de cinco minutos, é a morte.

Assim como os profissionais treinados, que lidam diariamente com a manutenção dos sinais vitais dos pacientes, o médico anestesista está apto a realizar a reanimação e também a ensinar, ajudando a preservar o que a humanidade tem de mais precioso, que é a própria vida.

A caminhada do curso de reanimação para não médicos começou pela região Sul, em Curitiba, PR, durante a JOSULBRA, em 2010, e, depois, foi a vez do Rio de Janeiro. Em seguida, foi para o Nordeste, em Recife, PE. O Salve uma Vida só foi lançado oficialmente em abril deste ano, em Joinvile, SC, quando foram treinados cem adolescentes do balé

Salve uma Vida chega às comunidades pacificadas cariocas

Bolshoi, e seguiu até o Pará, na região Norte.

De volta ao Rio de Janeiro, treinou funcionários da Petrobras, da própria SBA e, em 1º de outubro, a equipe, com todos os apetrechos, sobe as escadarias que levam às comunidades do Pavão, Pavãozinho e

Cantagalo, na Zona Sul do Rio, para ministrar o curso para a população, com o apoio das associações de moradores

locais. Até o fechamento deste número da AR, já tinham sido preenchidas cem fichas de inscrição, e a procura, segundo a presidente da Associação de Moradores do Pavão Pavãozinho, continua tão grande que ela teve que fazer uma lista de espera para garantir vaga para possíveis substituições de faltosos.

Mas, ainda em setembro, o Salve uma Vida estará presente na Jornada de Anestesiologia de Pernambuco

para treinar funcionários e hóspedes do Hotel Summerville, em Porto de Galinhas, onde ocorrerá a JAEPE. ■

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SBA Responsabilidade Social

Desenho elaborado pela comunidade

Treinamento dos funcionários da SBA

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PROVAS DURANTE O CBA

Data das provas escritas:Prova TEA - dia 13/8/2011;Prova de Dor - dia 9/11/2011;Prova TSA - dia 10/11/2011.

Provas orais:Comunicação individual aos inscritos.

Prova nacional para médicos em especialização em centros de ensino

e treinamento:

10 de dezembro de 2011 – sábado;horário único: das 9h às 13h.

Prova obrigatória para médicos em especialização em CET/SBA - membros aspirantes da SBA:

• Para o membro aspirante (ME2 e ME3) que não quitou a anuidade até a data de vencimento (30/4/2011), o valor a pagar é de R$ 428,00;

• Data-limite para o pagamento da anuidade de membro aspirante com o valor acima – 01/10/2011;

• Os membros aspirantes em situação irregular não poderão realizar a prova nacional.

Solicitação de realização de prova fora da regional na qual o ME se encontra cadastrado e horário especial por motivos religiosos deverão ser encaminhados para a secretaria da SBA, por escrito, pelo(a) responsável pelo CET, até 01/10/2011.

Mais informações, acesse o portal da SBA:

www.sba.com.br

ELEIÇÕES DA DIRETORIA E DO CONSELHO FISCAL – SBA

9/11/2011Eleições da Diretoria e do Conselho Fiscal – limite para o recebimento de votos na caixa postal.

ASSEMBLEIA GERAL (AG)

11/11/2011 – 11h30Assembleia geral, eleição da Diretoria e do Conselho Fiscal e aprovação das contas.

11/11/2011Limite para a regularização, com a SBA e a regional, dos membros ativos e remidos (situação anterior ativo) que queiram participar da assembleia geral.

ASSEMBLEIA DE REPRESENTANTES (AR)

10/11/2011 – até 13hEntrega à secretaria da SBA, no CBA, pelos presidentes das regionais, da lista de representantes e suplentes de suas regionais.

11/11/2011 – até 11hDisponibilização das credenciais dos representantes e suplentes para os presidentes das regionais.

11/11/2011 – 13hSessão de instalação da AR.

11/11/2011 – 13hDevolução, à mesa da AR, da lista de representantes e suplentes, assinada por eles, para a liberação da ban-cada.

13/11/2011 – até 17hDisponibilização do material da AR para os presiden-tes, na secretaria da SBA, no CBA.

14/11/2011 – 13hSessão de ordem do dia da AR.

Informações gerais.

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