602Educação e nOvas tecnologias

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Glaucia da Silva Brito Ivonélia da Purificação SÉRIE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

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Um repensar

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  • Glaucia da Silva BritoIvonlia da Purificao

    Educao e novas tecnologias: um (re)pensar

    Glaucia da Silva B

    ritoIvonlia da Purificao

    Situada entre as grandes realizaes da humanidade, a tecnolo-gia, sem dvida, est entre as reas que mais rapidamente se desenvolveram. A exemplo do que ocorreu em todos os demais setores, os instrumentos tecnolgicos tambm ocuparam um espao significativo na educao, e sua presena nas escolas constitui-se num diferencial, capaz acredita-se de operar saltos qualitativos nesse campo.

    Com o objetivo de investigar as relaes entre tecnologia e educao, este livro focaliza o processo histrico de incluso das novas tecnologias da informao e da comunicao (ntic) no contexto educacional brasileiro e mundial. A partir dessa perspectiva, as autoras discutem a necessidade de redefinio das prticas pedaggicas escolares numa poca em que professo-res e alunos podem dispor de computadores e do acesso internet.

    Em linguagem clara e objetiva, esta obra oferece a professores e pedagogos importantes subsdios para pensar os alcances e os limites da informtica na educao, chamando a ateno para os equvocos que devem ser evitados e para as aes que devem ser engendradas, a fim de poderem tornar, de fato, o uso das tecnologias mais eficaz nas escolas.

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  • 2 Educao e novas tecnologias: um (re)pensar

    O selo DIALGICA da Editora InterSaberes faz referncia s publicaes que privilegiam uma lin-guagem na qual o autor dialoga com o leitor por meio de recursos textuais e visuais, o que torna o contedo muito mais dinmico. So livros que criam um ambiente de interao com o leitor seu universo cultural, social e de elaborao de conhecimentos , possibilitando um real processo de interlocuo para que a comunicao se efetive.

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  • Av. Vicente Machado, 317 14 andar Centro CEP 80420-010 Curitiba PR BrasilFone: (41) 2103-7306 www.editoraintersaberes.com.br [email protected]

    ___________________________________________________________________

    Brito, Glaucia da Silva

    Educao e novas tecnologias: um (re)pensar [livro eletrnico] /

    Glaucia da Silva Brito, Ivonlia da Purificao. Curitiba: InterSaberes,

    2012. (Srie Tecnologias Educacionais).

    2 MB / PDF

    Bibliografia.

    ISBN 978-85-8212-021-7

    1. Comunicao 2. Educao Finalidades e objetivos 3. Inovaes

    educacionais 4. Inovaes tecnolgicas 5. Tecnologia da informao 6.

    Tecnologia educacional I. Purificao, Ivonlia da. II. Ttulo. III. Srie.

    12-07599 CDD-371.33___________________________________________________________________

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    (Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    ndices para catlogo sistemtico:

    1. Educao e tecnologias 371.33

    Foi feito o depsito legal.

    Informamos que de inteira responsabilidade das autoras a emisso de

    conceitos.

    Nenhuma parte desta publicao poder ser reproduzida por qualquer

    meio ou forma sem a prvia autorizao da Editora InterSaberes.

    A violao dos direitos autorais crime estabelecido na Lei n 9.610/1998

    e punido pelo art. 184 do Cdigo Penal.

    1 edio, 2012.

    Conselho editorialDr. Ivo Jos Both (presidente)

    Dr. Elena Godoy Dr. Nelson Lus Dias

    Dr. Ulf Gregor Baranow

    Editor-chefeLindsay Azambuja

    Editor-assistenteAriadne Nunes Wenger

    Editor de arte Raphael Bernadelli

    Preparao de originaisGabriel Plcido Teixeira da Silva

    CapaDenis Kaio Tanaami

    Projeto grficoBruno Palma e Silva

    DiagramaoRegiane Rosa

    IconografiaDanielle Scholtz

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  • 1 Cincia, tecnologia e educao, 192 Inovao e tecnologias educacionais, 353 E o professor?, 434 Tecnologias educacionais, 515 Histria do computador, 616 Histria da informtica na educao, 677 O computador como tecnologia educacional, 818 Internet, 105

    Consideraes finais, 117 Referncias, 123 Apndice, 137

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  • Esta terceira edio

    dedicada Ana Paula, filha

    da Ivonlia, que com sua

    pouca idade, seu jeito de

    sorrir e de olhar o mundo me

    motiva a voltar sempre para

    este texto e reinvent-lo.

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  • Apresentao da primeira edio

    Para amPliar o debate sobre informtica na educao, consideramos nossa trajetria profissional e nossas reflexes a respeito das tecnologias da informao e da comunicao (TICs) no contexto educacional, bem como nossa preocu-pao quanto insero desses recursos na educao.

    Apresentamos primeiramente uma inter-relao entre cincia, tecnologia e educao. Cincia e tecnologia in-terferem de forma marcante nos rumos das sociedades, e a educao se v no mnimo pressionada a reestruturar-se num processo inovador na formao de um ser humano universal. Entendemos que o profissional competente deve no apenas saber manipular as ferramentas tecnolgicas, mas incluir sempre em suas reflexes e aes didticas a conscin cia de seu papel em uma sociedade tecnolgica.

    Esse estado de coisas exige, portanto, um novo aprender, uma reestruturao na formao do professor, que se depara com uma gama imensurvel de informaes. Como bem expressa DAmbrsio (1989), as qualidades de um professor esto diretamente relacionadas ao aspecto emocional e afe-tivo, assim como s contingncias polticas e arquitetura do conhecimento.

    Considerando os caminhos trilhados no uso que se faz dos instrumentos e processos tecnolgicos, ao fazermos um breve relato da histria do computador e da histria da informtica na educao, queremos mostrar as trilhas que tecem o caminho dessa tecnologia, tanto no contexto mundial quanto no contexto brasileiro, com as iniciativas Nen

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  • Educao e novas tecnologias: um (re)pensar

    dos programas governamentais e as aes em nvel social do mercado financeiro.

    Trazemos, tambm, nossa assertiva de que o compu tador uma tecnologia educacional, quando seu uso se faz na for-mao de um ser no/para o mundo em transformao e que possa desencadear uma mudana de atitude em relao ao problema do conhecimento, superando a viso fragmentria e restrita de mundo. A realidade brasileira mostra que o uso do computador est fincado em laboratrios de inform-tica, os quais disponibilizam os mais diversificados softwares. Inegavelmente, essa uma situao histrica mundial e, em razo disso, destacamos a necessidade de realizar um esfor-o acadmico por uma maior compreenso da significao desses recursos no contexto escolar vinculados aos compro-missos sociais da atividade cientfico-tecnolgica.

    Reconhecemos que a internet tem interferido nas es-truturas sociais, econmicas e educacionais em diferentes vertentes. Entretanto, apontamos que a escola, nesse con-texto, ainda se encontra calcada no paradigma edificado por procedimentos dedutivos e lineares, desconhecendo o substrato tecnol gico do mundo contemporneo. Portanto, estar atenta s novas formas de aprender, propiciadas pelas tecnologias da informao e da comunicao, e criar novas formas de ensi nar so prescries imprescindveis para a es-cola, sob pena de ela tornar-se obsoleta.

    Enfim, destacamos a necessidade da formao de pro-fessores e de novas tecnologias, como j tm apontado di-versos pesquisadores, nas seguintes questes prioritrias: co-nhecimento das implicaes sociais e ticas das tecnologias; Ne

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  • Glaucia da Silva Brito e Ivonlia da Purificao

    capacidade de uso do computador e do software utilitrio; capacidade de uso e avaliao de software educativo; capaci-dade de uso das tecnologias da informao e da comunica-o em situaes de ensino-aprendizagem.

    Defendemos, na formao inicial e continuada do pro-fessor, o uso dos recursos tecnolgicos que possam apoi-lo em sua prtica de sala de aula e na dinmica de investigao de suas prprias prticas. Assim, o docente poder buscar caminhos de valorizao de suas vivncias e experincias, possibilitando-lhe, em parceria com outros professores, efe-tivar uma metodologia interdisciplinar, discutindo a relao entre os saberes profissionais, a experincia, a criatividade e a reflexo crtico-cientfica a respeito da evoluo humana e dos arte fatos tecnolgicos.

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  • Apresentao da segunda edio

    em novembro de 2007, ns nos reunimos Para Pensar um segundo livro sobre tecnologias na educao. Antes, porm, cada uma fez um relato outra sobre os e-mails recebidos em resposta ao lanamento da primeira edio. Ficamos surpresas com o nmero de contatos, que incluam: pro-fessores de todos os nveis, alunos de graduao e ps-gra-duao. Muitos professo res comentaram, nesses e-mails, sobre como utilizavam o livro nas suas aulas de cursos de Pedagogia, Normal Superior e ps-graduao, e nos solici-taram sugestes de atividades para dinamizar o uso do livro. Depois de uma boa gargalhada, decidimos no pensar num segundo livro naquele momento e unicamente nos dedicar a conceber a segunda edio do Educao e novas tecnolo-gias: um (re)pensar.

    Em fevereiro de 2008, logo aps o carnaval, comeamos a esboar a segunda edio. Aprofundamos o conceito de tecnologias, atualizamos vrios dados, trouxemos outros autores para nos apoiar, mas mantivemos a linguagem e o estilo do livro, muito elogiados pelos leitores em seus e-mails: Parabns pela conversa que vocs mantm co-nosco. Nos esclarecem de maneira simples questes srias e necessrias para a educao atual (e-mail recebido em outubro de 2007). Decidimos que a ltima parte a ser acres-centada seria em atendimento solicitao feita pelos pro-fessores: atividades para dinamizar o uso do livro.

    Digo a vocs que a ltima parte eu, Glaucia, tive de fi-nalizar sozinha, pois a Ivonlia nos foi tirada pelo destino,

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  • Glaucia da Silva Brito e Ivonlia da Purificao

    condicionado a uma trgica eventualidade. Para essa finali-zao, busquei na memria todas as nossas conversas sobre a formao do professor, olhei todos os nossos arquivos eletr-nicos, sempre nomeados no meu computador como ivo e Gal e no da Ivonlia como Gal e ivo.

    Tenham certeza, leitores, professores e alunos, que nestas pginas vocs encontraro um pouco do encantamento que compartilhei com minha grande amiga/irm Ivonlia.

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  • Educao e novas tecnologias: um (re)pensar

    Apresentao da terceira edio

    nesta terceira edio, mantivemos a estrutura da primeira edio. Voc perceber que aprofundamos vrios conceitos, atualizamos vrios dados e mantivemos a linguagem e o es-tilo do livro.

    Sabemos que muitas escolas j adquiriram as ferramen-tas mais modernas que se encontram no mercado, mas estas no so utilizadas como se deveria, ficando muitas vezes trancadas em salas isoladas, em armrios e longe do ma-nuseio de alunos e professores. Existem, conforme estudos recentes, professores que no conseguem conectar esses instrumentos s atividades do dia a dia da sala de aula.

    Portanto, pesquisar sobre tecnologias se torna cada vez mais urgente, pois somente a pesquisa trar respostas para algumas questes sobre seu uso na sala de aula: O que usar? Como usar? Quando usar?

    Esperamos que este livro leve voc a desenvolver pes-quisas sobre tecnologias na sala de aula, que pode ser na educao bsica, no ensino mdio, no ensino superior ou na educao a distncia.

    Glaucia da Silva Brito

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  • 21Glaucia da Silva Brito e Ivonlia da Purificao

    Qual a imbricao entre cincia, tecnologia e educao?

    o ser humano, ao lonGo do seu desenvolvimento, Pro-duz conhecimento e o sistematiza, modificando e alterando aquilo que necessrio sua sobrevivncia. Suas aes no so somente biologicamente determinadas do-se tam-bm pela apropriao das experincias e dos conhecimentos produzidos e transmitidos de gerao a gerao. O conheci-mento humano nas suas diferentes formas senso comum, cien tfico, filosfico, esttico etc. est entrelaado numa rede de concepes de mundo e de vida.

    Quando ouvimos falar de cincia ou de cientista, vem nossa mente que a cincia verdade absoluta; ela represen-ta a cura de doenas e a inveno de novos instrumentos. Da mesma forma, ao escutarmos a palavra cientista, pen-samos no gnio louco, que inventa coisas, o tipo excntri-co e distrado, bem como no indivduo que pensa o tempo todo sobre frmulas incompreensveis ao comum dos mor-tais, em algum que fala com autoridade, que sabe sobre o que est falando, a quem os outros devem ouvir e obedecer (Alves, 2002). Essas relaes esto ligadas ao conhecimento em nvel do senso comum, pois este se baseia em conheci-mentos espontneos e intuitivos, uma forma do saber que fica no limite das nossas crenas, das nossas experincias de vida, ou seja, do nosso dia a dia.

    O ser humano usa o conhecimento do senso comum e a cincia para compreender o mundo, para viver melhor, para sobreviver. Mas, insatisfeito com os argumentos que o senso

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  • 22 Educao e novas tecnologias: um (re)pensar

    comum cria para explicar os fenmenos da natureza, num caminho evolutivo, o ser humano estrutura a cincia num saber met dico e rigoroso que sistematicamente organiza-do e suscetvel de ser transmitido por meio de um proces-so peda ggico. Ou seja, a cincia a modalidade do saber constituda por um conjunto de aquisies intelectuais, que tm por finali dade propor uma explicao racional e obje-tiva da realidade.

    Em seu processo de produzir cincia, o homem a organi-zou em reas que podem ser classificadas em duas grandes dimenses: pura versus aplicada (que trata do desenvolvi-mento de teorias e da aplicao de teorias s necessidades humanas) e natural versus social (que o estudo do mundo natural, do comportamento humano e da sociedade).

    O desenvolvimento da cincia se associou ao desenvolvi-mento tecnolgico, isto , a tecnologia a aplicao do co-nhecimento cientfico para se obter um resultado prtico. O homem criou cincias e tecnologias (desde a roda at o com putador) que trouxeram mudanas significativas em suas relaes com outros seres humanos e com a natureza. Concordamos com Bastos (2000), quando diz que a presen-a da tecnologia em todos os setores da sociedade constitui um dos argumentos que comprovam a necessidade de sua presena na escola e, tambm, na formao de um cida-do competente quanto ao seu instrumental tcnico, mas, principalmente, no que se refere interao humana e aos valores ticos.

    Na totalidade das formas de existncia do ser humano, os grupos sociais criam, de gerao em gerao, formas de Ne

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  • 23Glaucia da Silva Brito e Ivonlia da Purificao

    continuidade de transmisso de conhecimento, valores, re-gras, normas, procedimentos, com o intuito de garantir o convvio entre os homens e difundir a cultura de cada socie-dade, o que ocorre por meio da educao.

    Quando nos referimos educao, queremos expressar nosso entendimento de que ningum escapa dela. Ela est sempre entrelaada vida cotidiana na rua, na igreja ou na escola , no ato de aprender, de ensinar, de aprender e ensinar, de saber, de fazer ou de conviver. Todos os dias misturamos vida e educao.

    Devemos observar tambm que vivemos em uma socie-dade tecnologizada. No cotidiano do indivduo do campo ou do urbano, ocorrem situaes em que a tecnologia se faz presente e necessria. Assumimos, ento, educao e tecno-logia como ferramentas que podem proporcionar ao sujeito a construo de conhecimento, preparando-o para que te-nha condies de criar artefatos tecnolgicos, operacionali-z-los e desenvol v-los. Ou seja, estamos em um mundo no qual as tecnologias interferem no dia a dia e, por isso, im-portante que a educa o tambm envolva a democratizao do acesso ao conhecimento, produo e interpretao das tecnologias (Sampaio; Leite, 1999).

    Sabemos que o cenrio tecnolgico e informacional re-quer novos hbitos, uma nova gesto do conhecimento, na forma de conceber, armazenar e transmitir o saber, dando origem, assim, a novas formas de simbolizao e represen-tao do conhecimento. Para tanto, necessitamos ter au-tonomia e criatividade, bem como refletir, analisar e fazer inferncias sobre nossa sociedade. Ne

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  • 24 Educao e novas tecnologias: um (re)pensar

    Para Moraes (1999), vivemos num mundo ao mesmo tempo pequeno e grande, tecido nos fios das redes de compu- tadores, em que no mais possvel controlar o fluxo de informaes. Entretanto, o maior desafio est justamente em produzir conhecimento e realizar um manejo criativo e crtico sobre esse mundo. A autora ainda argumenta que, dependendo do paradigma, tanto a informtica como qual-quer outro recurso tecnolgico aplicado educao podem ser apenas instrumentos reprodutores dos velhos vcios e er-ros dos sistemas, favorecendo o que pssimo.

    Neste incio de sculo, um rol de novos instrumentos vem sendo apresentado: so novas ferramentas que esto possibilitando transformaes na sociedade, pois oferecem novas formas de conhecer, de fazer e talvez de criar. A socie-dade atual, permeada pela cincia ps-moderna, encontra-

    -se em um processo de transio na busca por uma civili-zao mais harmoniosa, que se preocupe com as prximas geraes e se responsabilize por elas. Para Santos (2001), a cincia ps-moderna no despreza o conhecimento que produz tecnologia, mas entende que esta, tal como o conhe-cimento, deve tradu zir-se em autoconhecimento. Ou seja, o desenvolvimento tecnolgico deve traduzir-se em sabedoria de vida, pois, como afirma Lvy (2000), as tecnologias so produto de uma sociedade e de uma cultura que convivem no ciberespao, lugar de comunicao, de sociabilidade, onde se cria uma nova modalidade de contato social que extrapola os limites naturais de espao e tempo, aos quais a humanidade, at ento, estava acostumada. Essa nova for-ma de sociabilidade permitiu e estimulou o surgimento da Ne

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  • 25Glaucia da Silva Brito e Ivonlia da Purificao

    cibercultura, que, para Lemos (2002), tem como principal caracterstica o compartilhamento de arquivos, msicas, fo-tos, filmes etc., construindo processos coletivos.

    Nesse contexto, a educao, como as demais organiza-es, est sendo muito pressionada por mudanas. No momento atual, todos devemos (re)aprender a conhecer, a comunicar, a ensinar; a integrar o humano e o tecnolgi-co; a integrar o individual, o grupal e o social.

    Os Parmetros Curriculares Nacionais PCN (Brasil, 1998) estabelecem que a educao para este sculo se sustenta em quatro pilares, que so:

    1) aprender a conhecer: pressupe combinar uma cul-tura geral suficientemente extensa e a possibilidade de trabalhar alguns assuntos em profundidade;

    2) aprender a fazer: em que cada pessoa deve adquirir competncia que a torne apta para enfrentar diferen-tes situaes;

    3) aprender a viver com os outros: implica trabalhar em equipe, compreender o outro, perceber a interdepen-dncia, rea lizar projetos comuns e se preparar para gerir conflitos;

    4) aprender a ser: pretende que cada pessoa possa desen-vol ver melhor sua personalidade, suas capacidades e sua auto nomia.

    Esse novo cidado do mundo se insere cada vez mais na sociedade das tecnologias, portanto, faz-se necessrio propi-ciar-lhe o acesso a elas. Contudo, ele deve estar consciente das potencialidades dessas tecnologias e do seu uso para o bem de todos.

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  • 26 Educao e novas tecnologias: um (re)pensar

    Nesse contexto, onde se encontram as novas tecnologias e como elas se relacionam com a educao?

    A comunidade escolar se depara com trs caminhos: re-pelir as tecnologias e tentar ficar fora do processo; apropriar-

    -se da tcnica e transformar a vida em uma corrida atrs do novo; ou apropriar-se dos processos, desenvolvendo habilida-des que permitam o controle das tecnologias e de seus efeitos.

    Consideramos a terceira opo como a que melhor via-biliza uma formao intelectual, emocional e corporal do cidado, que lhe permita criar, planejar e interferir na so-ciedade. Pensamos na importncia de um trabalho pedag-gico em que o professor reflita sobre sua ao escolar e efe-tivamente elabore e operacionalize projetos educacionais, com a insero das Novas Tecnologias da Informao e da Comunicao (doravante, NTIC) no processo educacional, buscando integr-las ao pedaggica na comunidade intra e extraescolar e expli cit-las claramente na proposta educativa da escola.

    Como em outras pocas, neste incio de sculo, h uma expectativa grande de que as novas tecnologias nos traro solues rpidas para a melhoria da qualidade na educao. Porm, se esta dependesse somente de tecnologias, j tera-mos encontrado as solues h muito tempo. Consideramos que a escola, em relao s ntic, precisa estar inserida num projeto de reflexo e ao, utilizando-as de forma significati-va, tendo uma viso aberta do mundo contemporneo, bem como realizando um trabalho de incentivo s mais diversas

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  • 27Glaucia da Silva Brito e Ivonlia da Purificao

    experincias, pois a diversidade de situaes pedaggicas permite a reelaborao e a reconstruo do processo ensino-

    -aprendizagem.Afirmamos isso ao nos reportarmos a Bazzo (2011), quando

    o autor argu menta que,

    para no tomarmos posies impensadas de supervalorizar ou

    no os pontos positivos ou negativos, os efeitos e repercusses

    da cincia e da tecnologia no comportamento humano,

    importante que tenhamos claras as diferentes faces que elas

    assumem nas suas estreitas relaes com a vida cotidiana

    de todos ns. Os aparatos, mquinas ou instrumentos, pro-

    dutos da atividade cientfica, no so maus nem bons, nem

    positivos nem negativos em si mesmos.

    Ampliando essa ideia, Garcia-Vera (2000) apresenta ques-tes rele vantes na sua reflexo sobre a formao de professores e tecnologias: Que modelos de desenvolvimento orientam o caminho que segue a tecnologia? Que implicaes tm cada um deles quando so introduzidas as ntic nas esco-las? Para o autor, essas so questes que devem permear a formao de professores, tanto inicial quanto continuada. Ele prope, ainda, que as dimenses econmico-laboral, poltico-

    -governamental e sociocultural devem ser includas na for-mao de professores e no desenvolvimento de tecnologias, descrevendo-as da seguinte maneira:

    ~ dimenso econmico-laboral Conhecer, pensar historicamente as lutas, os interesses, as alianas e os desencontros que tm existido entre os diferen-tes elementos humanos e materiais at se chegar aos

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  • 28 Educao e novas tecnologias: um (re)pensar

    produtos tecnolgicos, ou seja, o poder econmico tem controle sobre as funes essenciais de cada nova tecnologia no mundo do trabalho. Essas anli-ses podem levar o professor a refletir historicamente a origem das questes do trabalho e as estratgias econmicas seguidas por quem controla os meios de produo.

    ~ dimenso Poltico-Governamental Conhecer o impacto das polticas e governos no que diz respeito a legislar, regular, orientar e controlar os processos e produtos do mundo do trabalho e o desenvolvimento tecnolgico. O professor deve conhecer as ideias so-bre os fatores de controle e de governo que residem no desenvolvimento tecnolgico. A tecnologia tem sido uma estratgia e um instrumento usados por grupos econmicos dos mais diferentes estados para se manterem no governo.

    ~ dimenso sociocultural Conhecer as mudanas produzidas pelo desenvolvimento tecnolgico no mundo do trabalho que levaram a novas relaes en-tre espao e tempo. O ser humano produz e utiliza os produtos tecnolgicos e termina incor porando-os s suas atividades e ao seu pensamento. Com isso, desenvolve ativi dades de maneira diferente quela que fazia antes e, consequentemente, muda sua for-ma de vida, ou seja, muda seu modo de se relacionar com os meios natural, social e cultural.

    Garcia-Vera (2000) ainda destaca que os artefatos tecno-lgicos no so neutros, esto a servio de quem toma as

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  • 29Glaucia da Silva Brito e Ivonlia da Purificao

    decises sobre qual tecnologia preciso desenvolver. Urge, ento, que a formao de professores inicial ou continua-da proporcione uma reflexo sobre as dimenses citadas, visto que o professor um interlocutor essencial na forma-o da cidadania.

    Corroborando esse autor, Bazzo (2011) afirma que

    H muitos anos a cincia e a tecnologia vm ditando os

    rumos e alternncias do comportamento social, tanto no

    plano industrial quanto nos setores individuais das pessoas.

    Este fato, por mais paradoxal que possa parecer, pouco tem

    produzido de mudanas substanciais na forma de construir

    conhecimentos neste campo. Esta mudana, decorrente de

    satisfazer as necessidades cotidianas nas questes de sobre-

    vivncia, desenvolvimento, lazer, gerao de suprfluos, vem

    entupindo a sociedade de aparatos tecnolgicos que na

    maioria das vezes os usurios nem sequer imaginam como

    operar. Grande parcela dos cidados os adquire mas geral-

    mente ignora suas caractersticas de funcionamento, os seus

    riscos, as suas vantagens ou outras possveis consequncias

    ou inconvenientes. Estas situaes contraditrias de riscos e

    vantagens que a cincia e a tecnologia apresentam requerem

    que se tenha um maior conhecimento sobre os processos en-

    volvidos no seu desenvolvimento e produo.

    Para isso, a educao necessita de um sentido, e os educadores precisam acreditar neles mesmos, nos valores que defendem, ou seja, ter convico de suas ideias. Assim, tornam-se primordiais a formao e a transformao do professor, que deve estar aberto s mudanas, aos novos paradigmas, os quais o obrigaro a aceitar as diversidades,

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  • 30 Educao e novas tecnologias: um (re)pensar

    as exigncias impostas por uma sociedade que se comuni-ca atravs de um universo cultural cada vez mais amplo e tecnolgico.

    Sem dvida, uma das novas tecnologias que tm recebi-do destaque, tanto no meio social como nas propostas e nas aes didticas, o computador. O que temos observado so discusses e discursos sobre os benefcios e os malefcios que o uso dessa tecnologia engendra no processo educacional. Consideramos, porm, que no isso que deveria ser o foco principal dessas dicusses, mas, sim, a forma de utilizao das tecnologias no pro cesso de ensino-aprendizagem, pois essa ao que passa necessa riamente por um trabalho de formao continuada do Pro fessor.

    Mas, o que tecnologia mesmo?

    Procurando por autores que especificam os fundamen-tos da tecnologia, percebemos que eles partem primeira-mente do conceito de tcnica para depois descreverem os fundamentos da tecnologia. Bueno (1999) nos apresenta a tcnica como integrante e precursora da tecnologia como a conhecemos hoje, a tecnologia moderna em suas vrias facetas. De acordo com essa autora, o homem sem tcnica seria abstrao to grande como tcnica sem homem e s humano aquele ser que possui a capacidade de se comuni-car pela linguagem e habilidade de fabricar utenslios pela tcnica (Vargas, citada por Bueno, 1999, p. 81). A autora retoma e complementa essa ideia de Vargas quando destaca

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  • 31Glaucia da Silva Brito e Ivonlia da Purificao

    que a tcnica faz parte do cotidiano do ser humano, no agir, no pensar, pois este ao intervir na natureza est produzindo um trabalho que, eventualmente, buscou para isso uma tc-nica que faz parte do ser humano e tambm, faz parte de seu conhecimento (Bueno, 1999, p. 81).

    Vargas (1994) explica que o termo tecnologia surgiu com os gregos e foi muito confundido com a techn:

    a techn no se limitava pura contemplao da reali-

    dade. Era uma atividade cujo interesse estava em resolver

    problemas prticos, guiar os homens em suas questes vi-

    tais, curar doenas, construir instrumentos e edifcios, etc. As

    techn gregas, eram, em princpio, constitudas por conjun-

    tos de conhecimentos e habilidades transmissveis de gera-

    o a gerao. [...] O que, entretanto, designamos hoje, de

    forma geral, por tcnica no exatamente a techn grega.

    A tcnica, no sentido geral, to antiga quanto o homem;

    pois aparece com a fabricao de instrumentos... E essa fa-

    bricao j corresponderia a um saber fazer: uma tcnica.

    Gama (1986) descreve o que no seria tecnologia:

    ~ No um conjunto de tcnicas ou de todas as tcnicas, e nem

    uma sofisticao da tcnica. A passagem da tcnica para a

    tecnologia (e esta no exclui a primeira) no a questo da

    gradao ou desenvolvimento interno ao campo das tcnicas:

    a questo que se refere formao socioeconmica em que se

    realiza.

    ~ No a maneira como os homens fazem as coisas por-

    que, em primeiro lugar, no se distingue desse modo

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  • 32 Educao e novas tecnologias: um (re)pensar

    tcnica de tecnologia e, em segundo lugar, h muitas coi-

    sas que os homens fazem que no so tcnicas.

    ~ No o conjunto de ferramentas, mquinas, aparelhos ou

    dispositivos quer mecnicos, quer eletrnicos, quer manuais,

    quer automticos.

    ~ No o conjunto de invenes ou qualquer uma delas in-

    dividualmente. O avio no uma tecnologia, como no

    o rdio, o radar ou a televiso, muito embora seja esta a

    acepo mais difundida em marketing.

    As duas ltimas afirmaes convergem com o pensa-mento de Vargas (citada por Bueno, 1999, p. 85):

    o uso da palavra tecnologia referindo-se a mquinas, equi-

    pamentos, instrumentos e sua fabricao, ou a utilizao ou

    manejo deles. verdade que h uma tecnologia embutida

    em qualquer instrumento e implcita em sua fabricao; mas

    isto no razo para se considerar o saber embutido num

    objeto, ou implcito na sua produo, com o prprio objeto

    da indstria. Um derivado desse mal [sic] uso o emprego da

    palavra tecnologia para significar a organizao, o gerencia-

    mento e, mesmo, o comrcio desses aparelhos. Por uma razo

    ou outra essa confuso apareceu na rea da computao e

    da informtica, onde a mquina to importante quanto

    o saber de onde ela se originou. H, ento, o perigo de se

    confundir toda a tecnologia, isto , o conhecimento cientfi-

    co aplicado s tcnicas e aos seus materiais e processos com

    uma particular indstria ou comrcio.

    Bueno (1999 , p. 87), por sua vez, conceitua tecnoloGia como:

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  • 33Glaucia da Silva Brito e Ivonlia da Purificao

    um processo contnuo atravs do qual a humanidade molda,

    modifica e gera a sua qualidade de vida. H uma constante

    necessidade do ser humano de criar a sua capacidade de

    interagir com a natureza, produzindo instrumentos desde os

    mais primitivos at os mais modernos, utilizando-se de um

    conhecimento cientfico para aplicar a tcnica e modificar,

    melhorar, aprimorar os produtos oriundos do processo de in-

    terao deste com a natureza e com os demais seres humanos.

    A tecnologia vai muito alm de meros equipamentos. Ela permeia toda a nossa vida, inclusive em questes no tangveis. Assim, as tecnologias so classificadas didatica-mente por Sancho (2001) em trs grandes grupos:

    1) fsicas So as inovaes de instrumentais fsicos, tais como: caneta esferogrfica, livro, telefone, apare-lho celular, satlites, computadores.

    2) orGanizadoras So as formas de como nos rela-cionamos com o mundo e como os diversos sistemas produtivos esto organizados.

    3) simblicas Esto relacionadas com a forma de comunicao entre as pessoas, desde o modo como esto estruturados os idiomas escritos e falados at como as pessoas se comunicam.

    Consideramos que essas tecnologias esto intimamente interligadas e so interdependentes. Ao escolhermos uma tecnologia, optamos por um tipo de cultura, que est rela-cionada com o momento social, poltico e econmico no qual estamos inseridos.

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  • 37Glaucia da Silva Brito e Ivonlia da Purificao

    Se a inovao o ato de inovar ou renovar, por que, sendo a educao reconhecidamente motor fundamental de mudana e inovao, tende a cristalizar-se como lugar de fossilizao e de atraso?

    consideramos que a anlise do conceito de inovao de uma perspectiva pedaggica depender do particular con-ceito de educao que orienta o procedimento inovador e que, portanto, deve ser tomado como parmetro. H uma necessi dade real de que os educadores comprometidos com o processo educativo se lancem produo ou assimilao crtica de inovaes de carter pedaggico, podendo, assim, aproveitar o estreito espao de movimento existente no cam-po educacional para gerar mudanas que no sejam simples expresses da modernidade. Dessa forma, no conceito de inovao que se prope na atualidade, est envolvida a utili-zao de novas tecnologias em sala de aula, o que implicar novos projetos fundamentados em concepes de ensinar e aprender diferentes daquelas das propostas j existentes.

    Gatti (1993), a respeito da inovao na educao, afirma que,

    quando uma inovao surge no horizonte dos educadores,

    observa-se, em alguns, deslumbramento em funo das

    possi bilidades aventadas por essas inovaes e, em outros,

    ceticismo crnico provocado quer pela decepo que pro-

    fessores, diretores e tcnicos em educao vm acumulando

    com as polticas e propostas de inovaes educacionais mal

    implementadas ou descontinuadas pelos sucessivos governos,

    quer pela acomodao natural que temos a nossas funes

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  • 38 Educao e novas tecnologias: um (re)pensar

    e pelo incmodo que inovaes podem provocar, na medida

    em que estas exigem alteraes de comportamentos e uso de

    espaos e tempo j bem cristalizados.

    Temos observado que a inovao na educao escolar que trata das novas tecnologias educacionais tem causado progressivamente uma srie de confuses. Esse fato, no en-tanto, no impede que essas inovaes sejam aceitas passi-vamente por grande parte dos educadores, pois existe uma viso incompleta sobre a questo da tecnologia, levando-os a pensar somente na ferramenta tecnolgica.

    Voc sabe o que so as novas tecnologias da informao e da comunicao?

    Fazendo referncia aos Parmetros Curriculares Nacio- nais Pcn (Brasil, 1998), as novas tecnologias da informa-o e da comunicao so relativas

    aos recursos tecnolgicos que permitem o trnsito de infor-

    maes, que podem ser os diferentes meios de comunicao

    (jornalismo impresso, rdio e televiso), os livros, os compu-

    tadores, etc. [...] Os meios eletrnicos incluem as tecnologias

    mais tradicionais, como rdio, televiso, gravao de udio

    e vdeo, alm de sistemas multimdias, redes telemticas, ro-

    btica e outros.

    Quando falamos em tecnologia educacional, considera-mos todos esses recursos tecnolgicos, desde que em interao com o ambiente escolar no processo ensino-aprendizagem.

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  • 39Glaucia da Silva Brito e Ivonlia da Purificao

    O uso das tecnologias educacionais foi caracterizado com base em dois pontos de vista: o primeiro vinculado utilizao dos meios pelos meios, e o segundo como uma

    frmula para atender aos problemas educacionais. O se-gundo ponto de vista foi amplamente difundido no Brasil at meados dos anos 1980, quando a tecnologia educacional era entendida fundamentalmente como a relao entre a tecnologia e a educao, que se concretizava em um con-junto dinmico e aberto de princpios e processos de ao educativa, resultantes da aplicao do conhecimento cien-tfico e organizados para a soluo ou encaminhamento de solues para Problemas educacionais. Ainda na dcada de 1980, sob a denominao de novas tecnologias de informao e comunicao (ntic), as tecnologias educacionais foram utilizadas como instrumentos de apoio e interatividade com outros meios.

    Poderamos prosseguir argumentando com diversos au-tores, mas o que temos percebido que, s vezes, dada uma nova roupagem para a conceitualizao de tecnologia educacional, embora o enfoque principal permanea na uti-lizao dos meios. Por isso, concordamos com Niskier (1993, p. 11), ao citar Napoleo, quando diz que

    a tecnologia educacional, sabiamente, no se reduz utiliza-

    o de meios. Ela precisa necessariamente ser um instrumento

    mediador entre o homem e o mundo, o homem e a educao,

    servindo de mecanismo pelo qual o educando se apropria de

    um saber, redescobrindo e reconstruindo o conhecimento.

    Alguns educadores consideram que a simples utilizao des-ses meios suficiente para garantir um avano na educao.

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  • 40 Educao e novas tecnologias: um (re)pensar

    Entretanto, acreditamos que s o uso no basta; se as tecno-logias educacionais no forem bem utilizadas, garantem a novidade por algum tempo, mas no acontece, realmente, uma melhoria significativa na educao.

    Dessa forma, o simples uso das tecnologias educacionais no implica a eficincia do processo ensino-aprendizagem nem uma inovao ou renovao deste, principalmente se a forma desse uso se limitar a tentativas de introduo da novidade, sem compromisso do professor que a utiliza com a inteligncia de quem aprende. Gatti (1993) adverte que

    as novas tecnologias podem ser vistas como Panaceia para a educao e como destruidoras de um processo de socializa-o fundamental ao ser humano. Por um lado, a panaceia est em acreditar que as novas tecnologias possibilitaro mi-lagres na educao e, por outro, em acreditar que seu uso pode ser destruidor, restringindo as relaes humanas.

    Voc usa sempre o quadro de giz? E o retroprojetor? De que forma voc tem utilizado esses recursos?

    Infelizmente, uma parte dos educadores adota uma tec-nologia apenas num momento determinado de sua carreira, ou seja, no incorporando-a ao seu ofcio: a televiso, o r-dio, o retroprojetor, o projetor de slides e, mais recentemen-te, o computador, recursos que acabam sendo parafern-lias eletrnicas que o professor utiliza apenas para no ser considerado um quadrado, ou para ter maior segurana, ou para obter status perante seus colegas. E a outra parte

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  • 41Glaucia da Silva Brito e Ivonlia da Purificao

    lamenta-se por no ter em sua escola tecnologias dispon-veis: eu quero me atualizar, mas no me do condies.... Notamos, na maioria dos casos em que esses equipamentos so adquiridos, que acabam sendo jogados em um depsito, onde, por fim, deterioram-se. Frequentemente, lamenta-se pela sorte dessa aparelhagem eletrnica to generosamen-te cedida pelo Estado ou adquirida com tantos sacrifcios pelas associaes de pais e mestres. Fala-se em desperdcio, mas raramente se pergunta sobre o porqu desse destino.

    Grande parte da m utilizao das tecnologias educacio-nais, ao nosso ver, deve-se ao fato de muitos professores ainda estarem presos preocupao com equipamentos e mate-riais em detrimento de suas implicaes na aprendizagem. De um lado, as inovaes referentes a novos mtodos de ensino ou ao emprego da televiso, de slides, de vdeo e, ago-ra, do computador tm esse apelo de deslumbramento; de outro, elas no so integradas facilmente ao cotidiano escolar.

    Para que as tecnologias na sala de aula no se consti- tuam apenas em uma novidade e no se prestem ao disfarce dos reais problemas existentes, julgamos conveniente que os professores compreendam e aceitem que, atualmente, as mudanas tecnolgicas nos propor cionam os instrumentos necessrios para respondermos exigncia quantitativa e qualitativa de educao. O que precisamos saber como re-conhecer essas tecnologias e adapt-las s nossas finalidades educacionais.

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  • 45Glaucia da Silva Brito e Ivonlia da Purificao

    E o professor? Qual deve ser o seu perfil neste incio de sculo? Qual o seu papel neste momento?

    o Professor, na condio de ser humano, construtor de si mesmo e da sua histria. Essa construo ocorre pelas aes, num processo interativo permeado pelas condies e pelas circunstncias que o envolvem. Portanto, o docente criador e criatura ao mesmo tempo: sofre as influncias do meio em que vive e atravs delas deve autoconstruir-se. Quando se fala em prtica pedaggica, o professor aque-le que, tendo adquirido o nvel de cultura necessrio para o desempenho de sua atividade, d direo ao ensino e aprendizagem.

    Alguns autores (Demo, 1993; Giroux, 1997; Imbernn, 2000; Perrenoud, 2001; La Torre; Barrios, 2002) que abordam a formao de professores destacam que:

    ~ o professor no tem um domnio slido dos conte-dos que transmite, se bem que isso o que ele co-nhece melhor;

    ~ o professor no consegue relacionar os conhecimen-tos que transmite experincia do aluno e realidade social mais ampla;

    ~ a remunerao do professor baixa, o que o obriga a ter vrios empregos, fato que traz graves consequn-cias para o processo de ensino-aprendizagem;

    ~ o professor tem lidado com o aluno ideal, com o aluno padro, e no com o aluno concreto, como Nen

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  • 46 Educao e novas tecnologias: um (re)pensar

    se todos fossem homogneos e tivessem o mesmo ritmo de aprendizagem;

    ~ a diviso tcnica do trabalho no interior da escola, com a multiplicao das funes e das especialidades, tem feito com que o trabalho pedaggico se fragmen-te cada vez mais;

    ~ os conhecimentos transmitidos pela escola, s vezes se le cionados pelos professores, no so remetidos sua historicidade; so trabalhados como se estivessem prontos e acabados, e no relacionados vida dos alu-nos e realidade histrico-social mais ampla;

    ~ os alunos, em geral, no tm se apropriado slida e dura douramente dos conhecimentos transmitidos pela escola.

    Podemos explicar a existncia desses problemas pelas seguintes colocaes: ausncia de uma poltica clara para a educao como um todo; falta de recursos financeiros; ps-simas condies materiais das escolas; salrios baixos para o professor; precria formao do professor em razo da es-trutura tradicional dos cursos de licenciaturas, entre outras.

    Conforme Behrens (1995, p. 15), neste momento de globalizao mun dial, continuamos a tratar a formao do professor com discursos vazios de uma prtica apropriada e significativa. Reverter este papel perante a sociedade uma tarefa rdua.

    Nesta aldeia global, o professor ainda se considera um ser superior que ensina ignorantes. Isso forma uma conscin cia

    bancria* o aluno recebe passivamente os conhecimentos,

    * Expresso utilizada por Paulo Freire.

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  • 47Glaucia da Silva Brito e Ivonlia da Purificao

    tornando-se um depsito do professor. Apontamos como ca-minho para o docente, que ele recupere o seu lugar na forma-o continuada, entendida aqui como aes tanto na direo de busca de conhecimento formal quanto, principalmente, de tomada de conscincia de seu prprio fazer pedaggico, pois no podemos mais admitir aquele professor que

    arquiva conhecimentos porque no os concebe como bus-

    ca e no busca, porque no desafiado pelos seus alunos.

    O professor, como sujeito direcionador da prxis pedaggica

    escolar, tem que, no seu trabalho, estar atento a todos os

    elementos necessrios para que o aluno efetivamente aprenda

    e se desenvolva. Para isso, o professor dever ter presentes os

    resultados das cincias pedaggicas, da didtica e das me-

    todologias especficas de cada disciplina, ou seja, um profis-

    sional que estar sempre se atualizando. (Freire, 1994, p. 29)

    Para alcanar essa atualizao, como j observado por Brito e Vermelho (1996b),

    o professor dever tambm utilizar as tec nologias educacio-

    nais: televiso, vdeo, retroprojetor, projetor de slides, compu-

    tador etc., os quais podero ajud-lo na elaborao de mate-

    riais de apoio, bem como ser valiosos recursos para o ensino

    de diversas disciplinas do curr culo, seja em sala de aula, num

    trabalho coletivo, seja na din mica do trabalho desenvolvido

    em laboratrios.

    Saviani (1991, p. 87) diz que a educao hoje j no pode mais man ter-se somente como acadmica ou profis-sionalizante, por isso necessitamos de professores que co-nheam o sistema produ tivo e principalmente as inovaes

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  • 48 Educao e novas tecnologias: um (re)pensar

    tecnolgicas. Se o compromisso do professor competente realmente com o ser humano concreto, com a causa de sua humanizao, de sua libertao, o profissional docente no deve prescindir da cincia nem da tecnologia, com as quais deve instrumentalizar-se para melhor lutar por sua causa.

    Vermelho, Brito e Purificao (1998) j constataram que

    tanto escolas pblicas como particulares, com algumas ra-

    ras excees, quando se fala em tecnologias na escola, tm

    se preocupado muito com questes tcnicas, relativas aos

    equipamentos, deixando de lado o elemento central de qual-

    quer ato pedaggico, que o professor. Em muitas dessas

    situaes, a escola acaba responsabilizando o professor pelo

    fracasso do projeto, pois imaginava que com um curso de 20,

    40 horas ele estaria apto a usar essa tecnologia no seu coti-

    diano. Porm, a incorporao das tecnologias educacionais

    no fazer dirio do professor bem mais complexa do que se

    supunha e depende de outras variveis.

    Para essas autoras (Britto; Vermelho; Purificao, 1998), nenhuma interveno pedaggica harmonizada com a so-ciedade contempornea e com inova es ser eficaz sem a colaborao consciente do professor e sua participao na busca por emancipao social, pois o professor o

    elemento humano responsvel pelo ambiente de aprendiza-

    gem, origem das interaes e inter-relaes entre os indivduos

    participantes do ambiente educacional testemunhas de ou-

    tras mudanas e experincias , condicionado por uma educa-

    o do passado e marcado por ela, o professor dever, segun-

    do Demo (1993, p. 19), firmar um novo compromisso com a

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  • 49Glaucia da Silva Brito e Ivonlia da Purificao

    pesquisa, com a elaborao prpria, com o desenvolvimento

    da crtica e da criatividade, superando a cpia, o mero ensi-

    no e a mera aprendizagem, uma postura que dever manter

    quando estiver trabalhando com as tecnologias educacionais.

    Voc um professor includo digitalmente?

    Para firmar esses compromissos, o professor tem de ser includo digitalmente e, como afirma Brito (2006a), essa incluso digital tem de acontecer numa perspectiva da par-ticipao ativa, da produo de cultura e conhecimento, o que implica vontade e ao poltica e um amplo programa de formao continuada dos professores. Isso tudo devido aos professores serem os agentes promotores de processos educativos, capazes de dar populao a oportunidade de participao na dinmica contempornea como sujeitos cr-ticos, criativos, ticos, autnomos e com poder de deciso e de produo.

    Apenas saber ligar e desligar um equipamento no im-plica uma verdadeira incluso digital. Para ser considerado includo, necessrio que o professor compreenda que:

    ~ uma boa utilizao das tecnologias na educao pode propiciar a criao de novas formas de relao pedaggica, de novas formas de pensar o currculo e, portanto, pode tambm conduzir a mudanas no ambiente escolar;

    ~ o uso das tecnologias na educao tem um poten-cial enorme, que no est diretamente relacionado

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  • 50 Educao e novas tecnologias: um (re)pensar

    presena da mquina, mas, sim, do professor que firmou um compromisso com a pesquisa, com a ela-borao prpria, com o desenvolvimento da crtica e da criatividade, superando, assim, a cpia, o mero ensino e a mera aprendizagem.

    Nesse sentido, necessrio que o professor entenda a tecnologia como um instrumento de interveno na cons-truo da sociedade democrtica, que se contrape a qual-quer tendncia que a direcione ao tecnicismo, coisificao do saber e do ser humano.

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  • 53Glaucia da Silva Brito e Ivonlia da Purificao

    Tudo o que eu utilizo em sala de aula tecnologia educacional?

    quando se fala em tecnoloGia educacional, temos Perce-bido que h uma tendncia dos profissionais da educao, de diversos nveis, a pensar apenas na ferramenta comPutador, da qual admitem abertamente sentir medo. Entretanto, no momento em que se desenvolve uma atividade na qual esse profissional se depara com o manuseio de um outro re-curso tecnolgico, como, por exemplo, o retroprojetor, esse

    medo no explicitado. Alguns professores demonstram at um certo desdm por esse recurso, ao mesmo tempo em que no conseguem manuse-lo (ligar/desligar/ajustar o foco) e explor-lo de forma criativa na sala de aula.

    Quais as velhas e quais as novas tecnologias na escola?

    Na verdade, consideramos que uma tecnologia educa-cional, por mais velha que seja, nunca ser obsoleta, pois ela jamais cair em absoluto desuso, pois haver sempre um professor ou uma professora em algum lugar desse nosso grande pas que estar fazendo uso, na sua escola (grande ou pequena), daquilo que j no mais est sendo usado em outras escolas.

    Comearamos aqui um interessante embate psicosso-cial, mas deixemo-lo de lado para destacarmos a importncia

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  • 54 Educao e novas tecnologias: um (re)pensar

    do resgate de alguns recursos considerados como velhos por muitos professores, que no justificam nem emprica nem cientificamente essa sua considerao.

    Poderamos perguntar quem j usou na sala de aula o projetor de slides, o retroprojetor e o episcpio. Certamente, ouviramos respostas como: Ah! Minha escola no tem!,

    Temos episcpio e projetor de slides, mas esto estragados. Alm do mais, ningum sabe mexer com eles! e O retro-projetor est na sala da direo, no d vontade de peg-lo e, depois, carreg-lo por essas escadas.... Poderamos aqui listar mais de 100 motivos dados por professores de diversas reas e sries dos ensinos fundamental e mdio para no usarem os recursos audiovisuais em sala de aula. No obstante, mesmo as tecnologias consideradas menos atuais so igualmente fundamentais para o bom desen volvimento do pro cesso edu-cacional. Independentemente de o professor atuar em uma escola com maior ou menor nmero de tecnologias, quere-mos ressaltar que o alcance de cada uma delas est relaciona-do, em geral, ao seu domnio pelo professor e pelo aluno e criatividade para inovar em suas formas de utilizao.

    Cinema e sala de aula combinam? Isso recente?

    E o cinema na escola? Pfromm Netto (1998, p. 11) rela-ta que Adalberto Maria Ribeiro datou de 1910 a utilizao pioneira do cinema a servio do ensino no Brasil, com o nascimento da filmoteca do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Em 1936, foi criado o Instituto Nacional do Cinema

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  • 55Glaucia da Silva Brito e Ivonlia da Purificao

    Educativo Ince, que deu incio aos planos de produo, distribuio, projeo e divul gao do cinema educativo em nosso pas. Nos estados unidos, no Canad, no Japo e em outros pases, podemos encontrar catlogos de equipamen-tos audiovisuais editados que contm em suas pginas uma variedade de projetores de cinema (predominantemente de 16 mm) para uso em escolas. No faltam, nesses mesmos pa ses, catlogos extensos e atuais de filmes cinematogrfi-cos para serem usados por professores e estudantes.

    O mesmo no acontece no Brasil: o cinema est vincula-do ao vdeo e televiso, ou seja, o professor passa na video-locadora, escolhe um filme que, consequentemente, no teve a sua realizao voltada para o alcance dos objetivos especficos da sua aula e utiliza-o na escola. Muitas vezes, esse professor esquece que cinema divertimento e arte, um meio de comu nicao por transmitir mensagem e, princi-palmente, som e imagem. comum a seguinte cena: alunos indo para a sala de vdeo com caderno e caneta, depois de o professor ter dado a seguinte ordem: Anotem tudo porque depois eu quero um relatrio. Nessa situao, o professor esquece o que cinema, e torna o filme uma experin cia enfadonha para os alunos.

    Quando trabalhamos com filmes, podemos planejar a nossa aula de duas formas:

    ~ aula em funo do filme, na qual se utiliza um filme j preparado, que, consequentemente, no teve a sua realizao voltada para o alcance dos objetivos especficos da aula em que ser utilizado;

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  • 56 Educao e novas tecnologias: um (re)pensar

    ~ filme em funo da aula, na qual o filme realizado tendo em vista os objetivos especficos da aula.

    importante ressaltar aqui: o professor tem de primeiro assistir ao filme que ir utilizar com seus alunos para, em seguida, planejar as estratgias de desenvolvimento da aula, de motivao e, principalmente, deixar seus alunos assisti-rem ao filme.

    E a televiso? um meio de comunicao que hoje est no centro da vida domstica, como meio de entretenimento e fonte de informao permanente para toda a famlia, atua- lizando adultos e crianas sobre os mais diferentes aspectos do mundo que os rodeia.

    No Brasil, a televiso e o videocassete tiveram uma grande expanso na metade do sculo passado, fato que, no entanto, ocorreu predominantemente a servio do entrete-nimento e da publicidade. O professor que afirma Eu no assisto televiso comercial esquece que seus alunos assis-tem. Como poder ento trabalhar em sala de aula uma das competncias bsicas para a formao do cidado do sculo xxi, que, segundo Toro (citado por Bencini e Gentile, 2000), trata-se de receber criticamente os meios de comunicao?

    Nossos alunos esto mais expostos aos conhecimentos que a televiso proporciona que queles advindos da escola-ridade ou das relaes familiares. Por meio desse recurso, os alunos entram em contato com novos e diferentes conte- dos e encontram estmulos para criar novas relaes entre temas j conhecidos. Com isso, sucumbem luminosida-de animada da tela e aprendem sobre o mundo em que vi-vem; informam-se sobre as ltimas conquistas das cincias,

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  • 57Glaucia da Silva Brito e Ivonlia da Purificao

    as guerras, os gestos polticos do mundo todo, entre tantos outros fatos; aprendem com a fico dos filmes e das novelas, com os telejornais e com os documentrios.

    Do que os alunos veem no entendem muito; nem sempre se divertem, mas compartilham com milhares de pessoas um nmero incalculvel de informaes sono-ras e visuais, que progressivamente vo ganhando sentido, transformando-se em aprendizagens significativas, incorpo-radas realidade cotidiana. O professor no pode ignorar esse fato: deve reconhec-lo e integr-lo s suas aulas. Deve se questionar: Como o mundo contemporneo chega a cada aluno?, Qual a qualidade dos contedos a que eles tm acesso?, Por meio de que programaes eles se ins-trumentalizam para atuar no espao social em que esto integrados?.

    Os professores podem aprender a utilizar os programas televisivos de qualidade que j existem para alimentar sua ao na sala de aula, para atualizar suas fontes de informa-es, como as veiculadas por livros didticos anacrnicos. O professor tem de se conscientizar de que, na contempo-raneidade, educar implica necessariamente educar para assistir criticamente televiso.

    Voc sabe quantas rdios am e fm existem na sua cidade?

    O rdio um dos veculos de comunicao de maior pene-trao na populao brasileira. Seus programas atingem uma Nen

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  • 58 Educao e novas tecnologias: um (re)pensar

    larga faixa etria, alm de serem aceitos por todas as classes sociais. Essa uma caracterstica que torna o rdio capaz de exercer funo educativa, alm de servir como fonte de entre tenimento. Outras caractersticas que lhe conferem essa capa cidade so o baixo custo do aparelho e o seu carter local, somadas ao fato de utilizar uma linguagem clara e objetiva. O rdio na escola pode ser usado para desenvolver uma ati-tude que possibilite aos alunos uma escuta crtica e reflexiva. Os nossos alunos, muitas vezes, no sabem da existncia de ondas am e fm, por isso importante utilizar pedagogica-mente toda a programao, e no apenas os programas edu-cativos, incitando a anlise de tudo aquilo que ouvirem.

    Poderamos continuar aqui enumerando diversos recur-sos que podem ser utilizados em sala de aula, mas preferimos destacar que tecnologias na educao so todos os artefatos que fazem parte da realidade de muitas escolas do nosso pas, e que so utilizados no processo ensino-aprendizagem. Os autores Thiagarajan e Pasigna, citados por Leite (2003), dividem as tecnologias na escola em dois grandes grupos: independentes e dependentes. Estes consideram a depen-dncia ou no dos elementos eltricos ou eletrnicos para a sua produo e/ou execuo. Assim, no campo das tec-nologias independentes, temos: cartaz, lbum seriado, fla-nelgrafo, mural, quadro de giz, entre outros; e, no campo das tecnologias dependentes, temos: retroprojetor, televiso, videocassete, gravador, computador, rdio etc. As tecnolo-gias dependentes podem ser caracterizadas como mediti-cas, isto , so mais do que simples suportes. Por exemplo, a televiso e o computador interferem em nosso modo de Ne

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