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INTRODUÇÃO: O ESPÍRITO DO MINISTÉRIO DE SEMINÁRIO DE VIDA NO ESPÍRITO SANTO O Senhor Deus, na sua infinita misericórdia, quis realizar uma obra nova no meio do seu povo, renovando a face da terra através de uma nova efusão do Seu Espírito. Ele derramou sobre Sua Igreja uma graça especial, que nós chamamos de Renovação Carismática Católica, como cumprimento de uma promessa, como resposta da súplica da própria Igreja. O Espírito Santo é a alma da Igreja. É o motor da Igreja para que ela corresponda aos desafios próprios deste tempo. Deus vai utilizando formas para que a Sua graça penetre dentro da Igreja e atinja toda humanidade. Assim como Stª Teresa, São Francisco, os monges, os eremitas e todos os santos e ordens fundadas são meios que o Senhor se utiliza para penetrar a Sua graça na Igreja e em cada homem, a RCC também é uma graça com características e meios próprios que Deus utiliza para penetrá-la na Igreja e no mundo. Todos nós que tivemos essa nova experiência do batismo no Espírito Santo somos portadores desta graça para comunicá-la a Igreja e ao mundo. E o Seminário de Vida no Espírito Santo é um dos canais para que possamos comunicar esta graça . Tudo devemos fazer para preservá-la. Devemos ter um zelo especial por ela, procurar vivê-la da melhor forma para poder comunicá-la de forma fiel, sem deformá-la, sem abafá-la, sem minimizá-la. “Nós existimos como Shalom para levar esta graça para a Igreja e toda humanidade. Precisamos conhecê-la mais. Ser fiel a ela é ser fiel a nossa vocação. Deformá-la é deformar também a nossa vocação. A dimensão carismática é parte essencial da nossa vocação e faz parte da nossa missão. Se colocarmos isto de lado, nós estaremos sendo inúteis para a Igreja...Na hora que isto não for importante para nós estamos preparados para morrer porque seremos inúteis para a Igreja. Somos zeladores e comunicadores desta graça... Acolher, animar e comunicar esta graça deve ser a nossa atitude. É nossa responsabilidade acolher e viver bem esta graça. Deus nos está dando e precisamos acolhê-la e vivê-la com qualidade, com profundidade. Viver isto no meio da Igreja é a nossa missão e a Igreja reconhece esta graça em nós, por isto ela precisa ser bem acolhida, bem trabalhada e bem comunicada. Ela é muito especial, ela é uma graça com “G” maiúsculo. Todos nós somos responsáveis de vivê-la com qualidade e fazê-la multiplicar. Devemos ter um zelo especial para vivermos esta graça, o batismo no Espírito Santo, o exercício dos carismas do Espírito Santo.” ( Parte da palestra do Moysés no retiro comunitário da Comunidade de Aliança em maio/96). Todas as nossas ações devem estar impregnadas desta graça, porque todas as ações acontecem em vista deste desígnio de Deus, de cumprir este desígnio de Deus. Reter esta graça é como reter uma grande fonte num dique. O desígnio de Deus pode ser frustado. Todos nós precisamos estar atentos para não frustarmos o desígnio de Deus. Deus nos constituiu para esta missão. Comunicar esta graça deve ser a nossa prioridade, tudo o mais passa para segundo plano. Devemos estar mobilizados para isto. O mundo está passando por transformações violentas a nível social, econômico, cultural e Deus nos convocou para comunicarmos esta graça. Precisamos tudo fazer em vista do cumprimento deste desígnio de Deus. A Graça do Espírito Santo é para toda a Igreja e toda a humanidade, não é apenas para um grupo de privilegiados, os místicos, mas de todos os batizados.

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Conteúdo da pregação "Para Crescer na Graça"do seminário de vida no Espírito Santo.

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INTRODUÇÃO: O ESPÍRITO DO MINISTÉRIO DE SEMINÁRIO DE VIDA NO ESPÍRITO SANTO

O Senhor Deus, na sua infinita misericórdia, quis realizar uma obra nova no meio do seu povo, renovando a face da terra através de uma nova efusão do Seu Espírito. Ele derramou sobre Sua Igreja uma graça especial, que nós chamamos de Renovação Carismática Católica, como cumprimento de uma promessa, como resposta da súplica da própria Igreja. O Espírito Santo é a alma da Igreja. É o motor da Igreja para que ela corresponda aos desafios próprios deste tempo.

Deus vai utilizando formas para que a Sua graça penetre dentro da Igreja e atinja toda humanidade. Assim como Stª Teresa, São Francisco, os monges, os eremitas e todos os santos e ordens fundadas são meios que o Senhor se utiliza para penetrar a Sua graça na Igreja e em cada homem, a RCC também é uma graça com características e meios próprios que Deus utiliza para penetrá-la na Igreja e no mundo.

Todos nós que tivemos essa nova experiência do batismo no Espírito Santo somos portadores desta graça para comunicá-la a Igreja e ao mundo. E o Seminário de Vida no Espírito Santo é um dos canais para que possamos comunicar esta graça. Tudo devemos fazer para preservá-la. Devemos ter um zelo especial por ela, procurar vivê-la da melhor forma para poder comunicá-la de forma fiel, sem deformá-la, sem abafá-la, sem minimizá-la. “Nós existimos como Shalom para levar esta graça para a Igreja e toda humanidade. Precisamos conhecê-la mais. Ser fiel a ela é ser fiel a nossa vocação. Deformá-la é deformar também a nossa vocação. A dimensão carismática é parte essencial da nossa vocação e faz parte da nossa missão. Se colocarmos isto de lado, nós estaremos sendo inúteis para a Igreja...Na hora que isto não for importante para nós estamos preparados para morrer porque seremos inúteis para a Igreja. Somos zeladores e comunicadores desta graça... Acolher, animar e comunicar esta graça deve ser a nossa atitude. É nossa responsabilidade acolher e viver bem esta graça. Deus nos está dando e precisamos acolhê-la e vivê-la com qualidade, com profundidade. Viver isto no meio da Igreja é a nossa missão e a Igreja reconhece esta graça em nós, por isto ela precisa ser bem acolhida, bem trabalhada e bem comunicada. Ela é muito especial, ela é uma graça com “G” maiúsculo. Todos nós somos responsáveis de vivê-la com qualidade e fazê-la multiplicar. Devemos ter um zelo especial para vivermos esta graça, o batismo no Espírito Santo, o exercício dos carismas do Espírito Santo.” ( Parte da palestra do Moysés no retiro comunitário da Comunidade de Aliança em maio/96).

Todas as nossas ações devem estar impregnadas desta graça, porque todas as ações acontecem em vista deste desígnio de Deus, de cumprir este desígnio de Deus. Reter esta graça é como reter uma grande fonte num dique. O desígnio de Deus pode ser frustado. Todos nós precisamos estar atentos para não frustarmos o desígnio de Deus. Deus nos constituiu para esta missão. Comunicar esta graça deve ser a nossa prioridade, tudo o mais passa para segundo plano. Devemos estar mobilizados para isto. O mundo está passando por transformações violentas a nível social, econômico, cultural e Deus nos convocou para comunicarmos esta graça. Precisamos tudo fazer em vista do cumprimento deste desígnio de Deus. A Graça do Espírito Santo é para toda a Igreja e toda a humanidade, não é apenas para um grupo de privilegiados, os místicos, mas de todos os batizados.

Nós recebemos uma graça específica: a partir de uma experiência do batismo no Espírito Santo. “O Santo Papa Paulo VI dirigiu aos dez mil participantes reunidos na Basílica de São Pedro ( no dia imediato de Pentecostes de 1975, por ocasião do encerramento do Congresso Mundial da Renovação Carismática na Igreja Católica) um discurso que continua sendo até agora, para a Renovação, o documento mais importante para conhecer o que a hierarquia da Igreja pensa e espera da Renovação. Tendo acabado de ler o discurso oficial, o Papa acrescentou, de improviso, estas palavras: Bebamos com alegria a sóbria embriaguez do Espírito” ( A Poderosa Unção do Espírito Santo, pág. 09, Raniero Cantalamessa, Editora Raboni, Campinas/SP).

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Esta experiência da sóbria embriaguez do Espírito realiza no homem uma purificação dos pecados, um novo fervor para o coração, um entusiasmo espiritual, como que um vulcão aceso e uma elevação da sua mente a um conhecimento especial de Deus, uma certa experiência direta de Deus, que “o leva a um estado no qual o homem se sente possuído e conduzido por Deus; porém um estado que, em vez de nos alienar, dissuadindo-nos do envolvimento com os irmãos, conduz-nos a esse dever, exigindo-o e freqüentemente tornando-o mais fácil e glorioso... um entusiasmo, mas um entusiasmo baseado na cruz e que se alimenta da cruz” ( A Poderosa Unção do Espírito Santo, págs. 15 e 16).

Todos estes fatos nos levam a afirmar que estamos diante de uma vontade e de um pedido exato de Deus, por isto os Seminários de Vida no Espírito Santo devem ser momentos cheios desta experiência concreta de Deus, deste encontro pessoal com Jesus Cristo que transforma, muda, como que divide a nossa vida no meio, que derrama sobre nós o Seu poder, o Seu amor. É um encontro com Jesus Cristo Ressuscitado que traz as marcas da paixão como nos descreve o evangelho de São João no capítulo 20,19-29. É o encontro também com a cruz de Cristo na perspectiva da ressurreição que interpela aquele que encontra. Esta experiência com Jesus é ver Jesus. Não se pode mais negar a Sua ação em nossas vidas. Iniciou-se todo um relacionamento com este Ressuscitado, com Jesus vivo, real. Não é uma idéia, um pensamento, uma doutrina, um relacionamento impessoal, mas sim pessoal, é conhecer Jesus em pessoa. Somos apresentados pessoalmente a Jesus. Ele toca a nossa alma, o nosso coração, o nosso corpo, todo o nosso ser.

Desta experiência brota a intimidade com Jesus. O “eu” e o “Tu”, que nós falamos e somos ouvidos, que nós olhamos e somos olhados , que nós amamos e somos amados. É uma experiência com alguém que nos dá a paz, que nos dá o Seu Espírito e assim a intimidade com Ele começa a se desenvolver. Este encontro íntimo tem o poder de gerar muitos outros encontros, será preciso apenas que nós favoreçamos estes encontros novos. É preciso que esta intimidade seja reavivada contínuamente em nossas vidas. Precisamos alimentar contínuamente a intimidade com Deus, o amor esponsal, a comunhão que nos foi dada neste primeiro encontro.

A partir desta experiência passamos para a segunda etapa desta graça que é testemunhar, anunciar Jesus Cristo para todos aqueles que ainda não tiveram esta experiência com Ele: “Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio. Tendo assim falado, soprou sobre eles e lhes disse: Recebei o Espírito Santo” ( Jo 20, 21-22). A partir da graça recebida, do contato íntimo com Jesus que produz muitas outras graças, nós somos impulsionados a sermos suas autênticas testemunhas, a anunciá-lo para todos os outros que ainda não O conhecem. Somos chamados a ser testemunhas concretas que Deus cura, liberta, transforma a vida dos homens, porque aconteceu em nossas vidas : “Não podemos deixar de falar das coisas que temos visto e ouvido” ( At 4,20)... “O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com nossos próprios olhos, o que temos contemplado e as nossas mãos têm apalpado no tocante ao Verbo da vida - porque a vida se manifestou, e nós a temos visto: damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou -, o que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo” ( I Jo 1,1-3).

O Seminário de Vida no Espírito Santo é um dos meios eficazes para que possamos comunicar esta graça da experiência pessoal com Jesus Cristo, por isso mesmo deve ser ministrado com todo o fervor, com todo o poder do Espírito, com a manifestação dos seus carismas. Devemos anunciar Jesus Cristo com todo entusiasmo capaz de fazer com que as pessoas que nos escutam sintam-se atraídas por Ele, tenham uma experiência com a Sua salvação, a salvação cristã, que antes de tudo “não é apenas algo de negativo, um “tirar”, ainda que seja o pecado. É sobretudo algo de positivo: é um “dar”, um infundir vida nova, vida do Espírito : “Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo” ( Mt 3,11). É um renascimento. A destruição do pecado surge como o caminho e a condição para a doação do Espírito, que é o objetivo último, a doação suprema” (Preparai os Caminhos do Senhor, pág.91, Raniero Cantalamessa, Edições Loyola, São Paulo, Brasil, 1997).

Por esta razão, no Seminário de Vida no Espírito Santo, devemos conscientizar a respeito do pecado, mas nesta perspectiva de condição para a doação do Espírito e não de aprofundar a teologia sobre o pecado. Neste primeiro momento, neste primeiro

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encontro devemos falar mais do amor de Deus, da Sua salvação, do Seu perdão, da Sua ação concreta no mundo, na vida dos homens, devemos proclamar a Boa Nova de Deus que nos salva gratuitamente, pela graça, mediante a fé no Evangelho, para que eles se sintam atraídos a Deus por amor e não por temor. “Inverter essa ordem e pôr as doutrinas e as obrigações do Evangelho na frente da descoberta de Jesus seria como pôr os vagões de um trem adiante da locomotiva que deve puxá-los. A pessoa de Jesus é aquilo que abre caminho no coração à aceitação de tudo o mais. Quem conheceu uma vez Jesus vivo não precisa de outro impulso; é ele mesmo quem arde de desejo de conhecer seu pensamento, sua vontade, sua palavra” (Ungidos pelo Espírito, pág. 80, Raniero Cantalamessa, Edições Loyola). Além de tudo isto, esse primeiro anúncio deve ser também recheado dos dons carismáticos. Não podemos ter medo de exercitá-los, pelo contrário, esses dons devem fluir livre e eficazmente para que este anúncio seja cheio da ação e do poder do Espírito Santo.

O Espírito Santo é a alma de todo anúncio e de toda evangelização. Omitir, deixar de ensinar, não incentivar a ação carismática do Espírito é deixar o anúncio incompleto, é ferir a vontade de Deus, é diminuir os canais da ação de Deus no meio do seu povo: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. Estes milagres acompanharão os que crerem...” ( Mc 16,15-18). Os homens não querem apenas ouvir vozes que falem de Deus, mas ouvir a voz de Deus através de nossas palavras. O Espírito Santo deve passar sem obstáculo por meio de nossas palavras.

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OITAVA PALESTRA: PARA CRESCER NA GRAÇA

OBJETIVO: Levar os fiéis a deixar crescer a intimidade com Deus e a vida divina em suas vidas.

“Crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” ( II Pd 3,18)

1. VIVER PARA SEMPRE A VIDA CONDUZIDA PELO ESPÍRITO SANTO:

O primeiro momento pelo qual temos uma experiência concreta com Jesus vivo e ressuscitado que transforma a nossa vida é fundamental, porém não basta, é necessário que passemos para o segundo momento, onde esta experiência deve ser aprofundada continuamente. Não é suficiente um primeiro e único encontro, devemos abrir novas oportunidades para que esta intimidade que iniciou-se cresça em qualidade e em quantidade, da mesma forma que deve crescer em nós a ação da graça santificante que irá transforrnando a nossa imagem cada vez mais na imagem de Cristo.

Jesus Cristo é a verdadeira videira e nós somos os seus ramos, se os ramos se separam da sua videira em pouco tempo secarão, porque separados não podem ser alimentados pela videira, então não podem crescer e nem dar bons frutos: “O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” ( Jo 15,4-5).

Nós nascemos da água e do Espírito ( Jo3). Jesus nos fez novas criaturas, mas ainda não alcançamos a maturidade que Deus deseja que alcancemos. Não podemos nos conformar em sermos apenas crianças no Senhor, é necessário atingirmos a maturidade de Cristo.

“O importante agora, para a nossa vida, não é ter recebido uma vez o Espírito Santo, mas viver de uma vez para sempre a vida conduzida pelo Espírito Santo”, como nos ensina Prado Flores ( Ide e Evangelizai os batizados, pág. 104, Edições Loyola): “Não extingais o Espírito” ( I Ts 5,19); “Não entristeçais o Espírito” ( Ef 4,30); “Buscai a plenitude do Espírito” ( Ef 5,18).

Deus iniciou sua obra em nós, ela não está terminada, esta obra é um processo que nunca termina, porque Deus quer sempre mais para nós. Se atingimos um determinado nível de intimidade, de condução dócil ao Espírito Santo, de santidade, de frutos do Espírito, não fiquemos acomodados porque Deus tem um plano ainda maior para nós. Ele quer sempre mais. Ele quer que tenhamos contínuas experiências com Ele e com sua ação santificadora em nossa vida, cada vez mais mergulhos no Seu Espírito. O plano de Deus para nós é muito elevado. Nós não podemos nem de longe imaginar qual seja o plano de vida que Deus tem para nós, porque ele é altíssimo, superior a nossa capacidade e previsão. Se imaginamos aonde Deus quer chegar conosco, não esqueçamos que ele quer muito mais. Ele nunca se sacia de nós. Ele é um Deus insaciável das nossas vidas.

Devemos ter sempre uma insatisfação santa em relação a obra de Deus em nossas vidas. Devemos sempre estarmos inquietos, desejosos de mais, porque Deus deseja nos dar uma qualidade de vida que nós nem conseguimos perceber.

Nós somos como um diamante bruto, que Deus começou uma obra de lapidação para torná-lo cada vez mais brilhante, puro, de grande valor. Da mesma forma que uma peça de prata precisa sempre ser polida a ponto de podermos nos ver nela, é a obra de santificação, de transformação que Deus iniciou em nossa vida. Toda a nossa beleza interior vem da ação da graça de Deus em nós, por isto há uma distância infinita entre aqueles que deixam a graça de Deus agir em suas vidas e aqueles que se fecham a esta ação.

2. NÃO PODEMOS DESPREZAR A GRAÇA DE DEUS:

Afirma Raniero Cantalamessa ( pregador oficial da casa pontifícia) que “desprezar a graça de Deus, ou crer loucamente que não se precisa dela, é pois

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renunciar à realização plena; é ficar no primeiro ou segundo nível da humanidade, sem nem suspeitar que existe um outro nível infinitamente superior” ( Maria, um espelho para a Igreja, pág. 20, Editora Santuário).

Há uma responsabilidade que a graça de Deus nos impõe: É preciso não só guardá-la, mas cultivá-la, fazê-la crescer. São Paulo nos ensina que é possível crescer na graça de Deus, frutificar a graça ( I Cor 15,10), não deixá-la ser inútil. Ela inicia-se como uma pequena semente, mas deve se transformar numa grande árvore.

É necessário colaborarmos, tudo fazermos para que a graça de Deus produza muitos frutos de santidade em nossas vidas. Uma árvore boa quando cresce dá bons frutos. A passagem da figueira estéril ( Mt 2, 18-20) é um exemplo de como Jesus espera ansiosamente que demos bons frutos e como ele se decepciona quando não os encontra em nossas vidas.

Esta passagem conta que Jesus viu uma figueira que estava à beira do caminho e só encontrou nela folhas, por causa disto a amaldiçoou. Esta atitude de Jesus demonstra a importância que os frutos tem para Ele: a figueira foi criada para dar figos, se não dar deve secar porque não serve para mais nada. Da mesma forma nós fomos criados para darmos frutos de santidade e fomos salvos, resgatados e verdadeiramente, pela graça de Deus, podemos dar frutos de santidade. Estes frutos significam a nossa adesão à ação da graça dele em nossas vidas. Jesus não procura as possíveis causas para que a figueira não tivesse frutos, e nós sabemos que poderiam existir causas, como por exemplo, poderia ser que ela não tivesse frutos porque era de fácil acesso por se localizar à beira do caminho e um caminhante ter colhido todos os seus frutos; também poderia ser que instantes antes da chegada de Jesus alguém tivesse colhido todos os seus frutos; e poderia ser ainda que não fosse época de figos. Porém Jesus não se importa com nenhuma destas justificativas com o objetivo de demonstrar sua decepção em não encontrar frutos. Da mesma forma ele procura os frutos que a sua graça pode realizar em nossas vidas e que se não os encontra a falha está em nós mesmos que muitas vezes nos fechamos para a ação da sua graça. Outra passagem que narra a atitude de Jesus que demonstra a importância de colaborarmos com a sua graça é a parábola dos talentos ( Mt 25, 14-30).

3. A COMUNIDADE:

Se antes era tempo de perseverança, agora esta perseverança deve ser redobrada e para isto devemos está sempre atentos, vigilantes, para que nada possa nos distrair e desviar desta vida nova com Cristo. Muitos acontecimentos, pessoas, o mundo tentará nos desviar deste caminho novo. Seremos tentados a desistir, a desanimar diante de nossas fraquezas e das fraquezas dos nossos irmãos, por isto esta vida nova, conquistada por Cristo para nós não pode ser vivida longe dos irmãos, da comunidade cristã, da pequena comunidade com os outros irmãos que tiveram a mesma experiência do Espírito que é o grupo de oração, que nos oferece a oportunidade de vivermos unidos, movidos e animados pelo único Espírito de Jesus, da Igreja.

A comunidade cristã não é opcional para o cristão, é imprescindível, porque nela existe a força necessária da graça de Deus para a nossa vida. Na comunidade cristã, isto é, na fidelidade ao grupo de oração e na incorporação na Igreja, recebemos o alimento que irá nos fortificar para correspondermos à graça. Através dos sacramentos, do estudo da Palavra de Deus, de Maria, das orações, dos ensinamentos, da fraternidade, da partilha, a graça de Deus é alimentada adequadamente para que possa crescer sempre mais. “Deus não nos quer salvar isoladamente, mas formando um corpo, uma comunidade a que Ele chama de Seu Povo, onde somos colaboradores na obra salvífica, e interdependentes uns dos outros” ( Ide e Evangelizai os Batizados, pág. 114, Edições Loyola).

Se nos afastamos da comunidade estaremos mais sujeitos a fracassar, a desistir, a voltar a vida velha. A vida do passado começará a abafar a vida nova, o homem velho se levantará com mais fortaleza e o homem novo que recentemente nasceu, sucumbirá. Não se pode viver um cristianismo à nossa maneira. Não se pode viver com Cristo, se vivemos fora da sua Igreja e da comunidade cristã. Não se pode separar Cristo da sua Igreja, eles são uma coisa só. Cristo é a Igreja e a Igreja é Cristo. Quem ama a Cristo ama a Sua Igreja. Quem experimentou verdadeiramente a vida cristã nova não se fecha

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para a comunhão. Se Cristo e a Igreja formam um único corpo, pois Cristo é a cabeça e a Igreja é seus membros, só viveremos a vida cristã com o corpo completo. Não podemos viver com Cristo separados da comunidade porque seria a mesma coisa de degolarmos o Corpo de Cristo ficando só com a Cabeça e desprezando os seus membros.

A vida cristã que acabamos de nascer para ela de um modo novo deve passar pelo processo de crescimento até alcançarmos a vida cristã que Deus planejou para nós. Quanto mais estivermos unidos à Igreja e a comunidade cristã mais cresceremos na intimidade com Deus através de um crescimento na vida de oração, na vivência dos dons infusos e carismáticos, no exercício das virtudes, no conhecimento da Palavra de Deus, na experiência mais profunda com os sacramentos, de maneira especial, o da Eucaristia e Penitência, crescimento na f’é católica, na intimidade com Maria. Se achamos que separados da Igreja e da comunidade cristã podemos continuar o novo caminho aberto para nós, estamos enganados, porque não há vida cristã sem elas.“Na Igreja, comunidade de crentes, se dá o encontro de Deus com o homem. Cristo Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, é o novo e definitivo Templo onde se encontram e se unem para sempre a Divindade com a humanidade. Se não formamos esse Templo, sendo pedras vivas, e se não integrarmos esse Corpo, jamais conseguiremos nossa união com o Senhor” ( Ide e Evangelizai os Batizados, pág. 114, Edições Loyola).

O pregador deve terminar sua palestra fazendo uma oração suplicando a graça da perseverança e da fidelidade à Igreja e à comunidade cristã.

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1. PRIMEIRA PALESTRA: O AMOR DE DEUS

OBJETIVO: Apresentar Deus como Pai amoroso e Levar as pessoas a uma experiência pessoal do amor de Deus.

2. SEGUNDA PALESTRA: PECADO E SALVAÇÃO

OBJETIVO: Levar as pessoas a serem convencidas ( não acusadas) sobre o pecado e que por isto mesmo necessitam de salvação, porque nenhum homem pode, sem a salvação de Jesus, vencer o pecado, que é a causa de todos os males.

3. TERCEIRA PALESTRA: O SENHORIO DE JESUS

OBJETIVO: Levar os fiéis a terem uma resposta de gratidão e coerência ao compreender a enorme graça do amor de Deus e da Salvação.

4. QUARTA PALESTRA: SERÁS INTEIRAMENTE DO SENHOR TEU DEUS

OBJETIVO: Levar as pessoas a darem uma resposta de fidelidade a Jesus e a sua Igreja, rechaçando toda falsa doutrina, superstição ou idolatria. Ministrar a oração de Renúncia.

5. QUINTA PALESTRA: A PROMESSA DO PAIOBJETIVO: Apresentar a Pessoa do Espírito Santo como Dom do Pai e do Filho para cada um de nós, Levar cada um a reconhecer que a sede que tem é uma sede de Amor que só o Espírito Santo pode saciar.

6. SEXTA PALESTRA: BATISMO NO ESPÍRITO SANTOOBJETIVO: Explicar o que é a experiência do Batismo no Espírito Santo, preparar e ministrar a oração clamando a Efusão do Espírito Santo.

7. SÉTIMA PALESTRA: PARA CRESCER NA GRAÇA

OBJETIVO: Levar os fiéis a deixar crescer a intimidade com Deus e a vida divina em suas vidas. Mostrar a importância de perseverar na vida comunitária em um grupo de oração.