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F. P. COLUMBOFILIA
Relatório de Actividades - 2008
Considerações Finais
Estatutariamente o ano em análise antecede as eleições que deverão ocorrer,
nos termos do artigo décimo quarto, número quatro, “…quadrienalmente, de
acordo com a Lei e no período que medeia o final das Olimpíadas Columbófilas
e o final do ano civil respectivo”.
Assim, cumpre agora efectuar, mais do que o balanço de um ano de
actividades, uma análise ainda que sucinta aos objectivos traçados no inicio de
mandato e à sua execução.
Relembremos as principais linhas estratégicas de acção e os vectores de
desenvolvimento então definidos.
1. UMA NOVA VISÃO DO DESPORTO E DA COLUMBOFILIA
A actividade desportiva assume progressivamente uma maior presença e protagonismo nas
sociedades modernas.
Cada vez mais os cidadãos procuram na prática desportiva o bem-estar físico, a saúde e a
ocupação dos tempos livres.
No desporto prevalecem, por outro lado, aspectos de grande significado para a formação física,
cultural e cívica da generalidade dos cidadãos e que assumem particular importância para a
juventude.
Sendo uma área de grande capacidade mobilizadora das populações, o desporto é também um
espaço privilegiado para o desenvolvimento de uma cultura assente na tolerância e no respeito
pelo adversário, valores essenciais à prática desportiva.
A columbofilia, enquanto segunda maior modalidade desportiva, tem responsabilidades
acrescidas neste processo. A Federação ao definir as suas principais linhas de acção deverá
acolher esta noção de serviço público, abrindo-se à sociedade civil, cooperando activamente
não só com o movimento associativo próprio, corporizado nos clubes e Associações, mas
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também estabelecendo parcerias com as autarquias, organizações diversas de cidadãos,
escolas, instituições de solidariedade social e organismos públicos ou privados.
Esta dimensão moderna do desporto como meio privilegiado para atingir o bem-estar físico, a
saúde e a ocupação dos tempos livres, torna a columbofilia uma modalidade ainda mais
aliciante.
Daí que incumba um especial dever à Federação na promoção da columbofilia enquanto
modalidade capaz de exercer um importante papel social para além do campo estritamente
competitivo.
O fomento da actividade desportiva infanto-juvenil, o reforço da sustentabilidade organizativa
dos clubes e Associações, a luta contra as práticas irregulares na competição, a luta contra a
dopagem, a garantia de transparência e verdade na gestão desportiva são alguns dos eixos
prioritários a desenvolver, no respeito pelos valores próprios da prática desportiva na
sociedade livre e democrática em que vivemos.
2. PROGRAMA DE PROMOÇÃO E DIVULGAÇÃO DA COLUMBOFILIA
Neste âmbito, a Federação iniciou uma campanha de âmbito nacional cujo principal objectivo é
dar a conhecer a nossa modalidade nas suas várias vertentes.
Este programa visa contribuir para a afirmação, desenvolvimento e consolidação da
columbofilia, de forma continuada e consequente. Assenta em parcerias envolvendo, por um
lado, a Federação, as Associações e os Clubes, e, por outro, os organismos públicos ou
privados interessados ou susceptíveis de se vir a interessar pela sua promoção.
Contemplou-se fundamentalmente a vertente de iniciação e formação, não descurando a
dimensão competitiva, entendida como corolário da primeira.
Lançaram-se já várias iniciativas (estando previstas ainda outras) visando:
O apoio à prática desportiva entre a juventude, de modo a propiciar a formação
desportiva e a ocupação dos tempos livres;
A defesa dos valores desportivos, nomeadamente através de campanhas de combate
às práticas irregulares na competição.
Apoio à formação dos quadros dirigentes e a programas para a formação desportiva de
jovens dirigentes associativos;
Estimular e apoiar o recurso às novas tecnologias de transmissão de conhecimentos,
tendo em vista os ganhos daí resultantes para o desenvolvimento das diversas
vertentes desportivas, e em especial da área da investigação associada à modalidade.
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Transformar a columbofilia e especialmente as soltas, num acontecimento público,
pleno de espectacularidade, que rompa o círculo fechado dos seus praticantes.
Para a execução deste programa criou-se um Gabinete de Promoção e Divulgação no seio
da Federação.
O programa é coordenado por um elemento da Direcção da FPC e conta, entre outros, com a
participação de um jornalista, um especialista em marketing e outro na área da formação.
Algumas iniciativas previstas neste quadro:
a.Eleger uma solta do calendário desportivo de cada Associação, de tal forma que os
locais (estrategicamente) escolhidos cubram as várias regiões do País.
Operacionalizar cada uma destas soltas com as respectivas autarquias locais e
forças vivas da região, proceder à sua prévia divulgação pela imprensa,
transformando o acto solitário da “largada” num espectáculo com público e cobertura
mediática. O envolvimento da Associação e clubes autóctones é fundamental para o
êxito da iniciativa.
b.Criação de uma brochura de iniciação e material diverso de promoção da modalidade.
c. Envio sistemático para toda a imprensa de press-releases.
d.Convites a figuras públicas (ligadas à columbofilia) para cederem a sua imagem para
efeitos promocionais da modalidade, agendando, simultaneamente, acções de
divulgação com a sua presença.
e. Estabelecimento de um plano de formação para jovens dirigentes.
f. Reavaliar com o Ministério da Educação, no domínio das actividades físicas e
desportivas escolares, o papel da columbofilia no Desporto Escolar e as condições
objectivas do seu exercício nos planos curricular e opcional.
3. MODERNIZAR AS ESTRUTURAS E A PRÁTICA DA COLUMBOFILIA
Neste âmbito, a Federação, propõe-se, nomeadamente a:
Estimular a concentração, integração ou fusão de colectividades como forma de reforço
da estrutura através do seu redimensionamento, preparando o futuro numa perspectiva
de algum grau de profissionalização.
Valorizar o estatuto e promover uma formação dos agentes desportivos, ao nível das
competências técnicas e de gestão das organizações desportivas;
Dinamizar o recurso às novas tecnologias de informação / comunicação;
Incluir no site da Federação informação de carácter meteorológico para cada uma das
soltas calendarizadas, assim como, vários modelos de previsão, acompanhados de
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notas explicativas e conceitos primários que auxiliem a sua interpretação e uma
formação de base.
Criação de um Gabinete de Apoio aos Clubes e Associações (GACA).
Entre os serviços a prestar pelo GACA contam-se os seguintes:
Apoio e esclarecimento em candidaturas a programas municipais, regionais e
nacionais de apoio ao movimento associativo;
Informação e aconselhamento sobre matérias como actualização e revisão de
estatutos, patrocínio, fiscalidade e obtenção do estatuto de utilidade pública;
Informação regular sobre a promulgação de medidas legislativas consideradas
de interesse;
Organização de eventos.
Estudar a implementação da “combi-ring” anilha oficial com chip.
Criação de Software para conversão de coordenadas retiradas através de GPS, em
território espanhol e nacional.
Estimular a criação de gabinetes veterinários ligados às Associações Distritais de
forma a garantir a cobertura sanitária em todo o país.
Criação de um grupo de trabalho, em articulação com a Federação Columbófila
Internacional, na área dos sistemas e entradas electrónicas.
Criação de um "Conselho Consultivo" da direcção da FPC, constituída por columbófilos
e personalidades de reconhecida competência em áreas de interesse para a
modalidade como por exemplo: veterinária, direito, jornalismo, marketing, informática e
outras de relevante interesse para a modalidade.
Criação de boletim individual de vacinação, com distribuição gratuita a todos os
columbófilos.
Desenvolver e aprofundar os estudos científicos iniciados com a monitorização de
temperatura e humidade relativa nos meios de transporte de pombos correio.
Estabelecimento de acordos com empresas de transporte especiais (tipo MRW /
SEUR…) para a criação de serviços e tarifários especiais para a recuperação de
pombos extraviados.
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Implementar novos modelos de 2as
vias dos títulos de propriedade.
Incrementar o processamento dos dados do recenseamento via “net”.
4. NO PLANO DESPORTIVO
A Federação propõe-se a desencadear as seguintes acções:
Desenvolver e aperfeiçoar o quadro competitivo dos campeonatos nacionais de forma
a terem uma participação e reconhecimento consentâneo.
Dinamizar a realização de provas clássicas nacionais com grande participação dos
columbófilos.
Realização de campeonatos ibéricos, a partir de 2008, colocando em competição
simultânea os columbófilos portugueses e espanhóis, com soltas a partir do Norte de
África.
Estabelecimento de um regulamento nacional de columbódromos e criação de um
circuito nacional e ibérico de columbódromos.
Candidatura e organização de grandes eventos desportivos de carácter internacional,
nomeadamente campeonatos do Mundo e da Europa.
Reequacionar o modelo competitivo levado a cabo no Columbódromo Internacional
Gaspar Vila Nova, com base no prestígio granjeado internacionalmente, de forma a
introduzir novos motivos interesse.
Regulamentar o Ranking Nacional de Columbófilos de forma a valorizar o pombo-
correio nacional e os seus criadores.
Criação de um manual de procedimentos, destinado aos conselhos técnicos das
colectividades e associações, para a abertura, tramitação e apreciação de processos
técnico-desportivos.
Estabelecer um período de transição para a substituição das actuais coordenadas
(rectangulares militares) em coordenadas geográficas expressas em latitude e
longitude, medidas em graus, minutos e segundos, de forma a permitir a obtenção de
modo exacto a distância mais curta entre dois pontos, recorrendo à leitura directa
possibilitada pelo GPS.
Criar um regulamento de exposições e incentivar da participação dos columbófilos
nesta vertente da columbofilia.
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Reconduzir o conceito de Standard à sua definição original, isto é, julgar a aptidão do
pombo para ser um bom atleta, para obter as melhores performances desportivas,
valorizando as suas propriedades físicas e outras ligadas ao voo, em detrimento de
outras que pouco têm a ver com esta finalidade.
5. PRINCÍPIOS DE ACTUAÇÃO
No Plano Nacional
Reforçar a política de cooperação e diálogo institucional com todas as Associações.
Aperfeiçoar e desenvolver uma política de maior descentralização da actividade
federativa.
Promover reuniões periódicas descentralizadas com as Associações.
Análise e debate alargados dos grandes temas da columbofilia em seminários, fóruns
ou jornadas a realizar anualmente.
Manter e aprofundar a participação da Federação na Confederação do desporto de
Portugal e no Comité Olímpico de Portugal.
Manter contactos permanentes com a tutela, nomeadamente Secretaria de Estado da
Juventude e Desporto, Instituto do Desporto de Portugal e Direcção Geral de
Veterinária.
No Plano Internacional
Manter e se possível reforçar a posição de prestigio alcançados no âmbito
internacional, muito especialmente em sede da Federação Columbófila Internacional,
nomeadamente através da recandidatura do Dr. José Tereso à Presidência da FCI,
pela participação no Comité Director e comissões especializadas.
Aprofundar e desenvolver as relações com os países da área Ibero-Latino-Americana,
especialmente o Brasil.
Manter um diálogo privilegiado e de intercâmbio com a Real Federação Columbófila
Espanhola.
Manter e aprofundar contactos com a Comunidade Europeia, sobretudo através dos
deputados portugueses, nomeadamente em assuntos relativos às questões do bem-
estar e sanidade animal.
Analisando ponderadamente as metas que nos propusemos alcançar para o
quadriénio e as acções desenvolvidas o balanço é, a nosso ver, claramente
positivo. Tal visão não significa que não tenhamos a lucidez e a capacidade de
auto-critica que nos permita concluir que, independentemente do esforço
desenvolvido, houve áreas em que deveríamos ter sido mais acutilantes,
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incisivos e pragmáticos. Referimo-nos concretamente às áreas relativas à
promoção e divulgação da columbofilia e da formação. Noutras situações (por
exemplo, o caso da adopção das “combi-rings”) imperaram claramente
princípios de prudência e sensatez.
Não havendo, por um lado, acordo entre as várias marcas implantadas no
mercado e, por outro, verificando-se que as soluções conhecidas têm
levantado forte polémica quanto à segurança e ao facto de serem elementos
potenciadores da disfunção das leis da livre concorrência (atente-se às
questões legais e judiciais surgidas nalguns países que já avançaram para esta
solução) entendeu o órgão executivo da Federação aguardar por uma maior
clarificação nesta matéria mantendo, no entanto, como essencial a
implementação da anilha oficial com chip pelo que procurará superar com
determinação constrangimentos que nos são alheios.
Este quadriénio foi, infelizmente, fértil em situações muito difíceis e delicadas.
Recordemos, desde logo, no ano de 2006, a interdição das provas nacionais e
internacionais surgida no âmbito das medidas de prevenção e combate à gripe
aviar. Num quadro extremamente difícil, em que a imprensa diariamente
produzia manchetes sensacionalistas sobre a “peste negra” do séc. XXI, num
clima de pânico generalizado relativamente às aves, com as autoridades
sanitárias a introduzir medidas restritivas em todo o mundo, a Federação soube
estar à altura dos acontecimentos e, paulatinamente, sem alardes,
desdobrando-se em contactos e reuniões ao mais alto nível, conseguiu garantir
as condições necessárias para se iniciar a campanha desportiva, numa
primeira fase só em território nacional, mais tarde, já em território espanhol.
Sublinhe-se que Portugal foi o primeiro país europeu a ver desbloqueadas as
soltas mediante o compromisso de toda a estrutura respeitar um conjunto de
normas de segurança previamente estipuladas pela D.G.V. Ainda assim, este
não deixou de ser o “annus horribilis” para a columbofilia nacional. As
estatísticas são esclarecedoras ao situarem no período de 2005/2006, o inicio
da derrapagem dos vários indicadores, nomeadamente número de sócios,
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número de pombos, anilhas…Paralelamente surgem, ainda que timidamente,
os primeiros sinais de uma crise económica e financeira que, desde aí, não tem
parado de aumentar, ao ponto de, presentemente, surgir com contornos
globais, transformando-se na mais difícil crise social desde o pós-guerra. Se
nas várias áreas de intervenção o presente surge pleno de interrogações o
futuro, mesmo o mais imediato, é uma incógnita total.
Em Portugal, se é um facto que temos perdido associados não se verificou
ainda um crescimento acentuado do seu
envelhecimento médio. Em 2004, a idade média
dos columbófilos portugueses foi de 45 anos
enquanto que, em 2008, foi de 47 anos. Os dados do
INE indiciam um crescimento dos índices de
envelhecimento da população portuguesa. Atente-se à distribuição da
população por faixas etárias:
O fenómeno da diminuição do número de sócios pode e deve ser analisado
segundo diversas vertentes.
NO PLANO DEMOGRÁFICO
A população residente em Portugal, em 31 de Dezembro de 2007, foi estimada
em 10 617 575 indivíduos. O aumento de 0,17%, face ao ano anterior, ficou a
dever-se, em exclusivo, à taxa de crescimento migratório (+ 0,18%), enquanto
que a taxa de crescimento natural apresentava um valor negativo (- 0,01%),
resultante do efeito associado do aumento do número de óbitos (+ 1,5%) com a
diminuição de nados-vivos (- 2,8%). O abrandamento do crescimento anual da
população residente resulta da desaceleração do crescimento migratório e da
trajectória descendente do crescimento natural (que se regista desde 2000) (1).
(1) Olhando para os dados disponíveis, nas mais recentes séries cronológicas do INE, que remontam a
1900, não se encontra outro ano em que, em Portugal, tenha acontecido o que agora se sabe que
<14 anos 15,60 % 15 - 24 anos 12,60 % 25 - 49 anos 37,20 % 50 - 64 anos 17,50 % 65 - 79 anos 13,20 %
> 80 anos 3,80 %
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aconteceu em 2007: o número de mortes (103.727) superou o de nascimentos (102.213). A diferença é
de 1514. O crescimento natural da população traduz a diferença entre nados-vivos e óbitos. Nos últimos
anos "o saldo natural tem vindo a reduzir-se" e a tendência que se esboça para o futuro é que Portugal
possa vir a seguir o que já está a acontecer noutros países europeus e apresente um saldo natural
negativo. Dois factores de enorme peso contribuem para esse rumo: por um lado, a natalidade está em
queda e nascem cada vez menos bebés; por outro, o envelhecimento da população vai fazendo aumentar
o número de óbitos (há mais "candidatos", uma vez que o grupo dos mais velhos tem um peso cada vez
maior).
NO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL
Actualmente Portugal enfrenta actualmente um flagelo social ao nível do
desemprego e da precariedade das relações laborais (2). Tal situação tem
consequências directas para largas franjas da população portuguesa sendo
sinónimo de dificuldades económicas para as famílias, de dificuldades no
acesso a bens e serviços essenciais, de degradação das condições de vida, de
endividamento e de situações de pobreza e exclusão social.
A população dispõe de menos meios obrigando as famílias a rigorosos critérios
de gestão dos orçamentos familiares com naturais cortes em todas as
despesas não essenciais. Por último mas não menos importante, os níveis de
exigência e absorção profissional intensificaram-se de forma brutal eliminando,
em muitos casos, o espaço e a oportunidade para o exercício de actividades
lúdicas. São os reflexos directos de uma economia que teimosamente persiste
em não sair do vermelho cruzando os vários tecidos e estruturas sociais, desde
as famílias, empresas e instituições, até ao próprio Estado.
DESADEQUAÇÃO DOS MODELOS ORGANIZACIONAIS DA COLUMBOFILIA
Contudo, como já afirmámos no passado, parte dos problemas com que nos
defrontamos são igualmente fruto de alguma desadequação dos modelos
organizacionais da columbofilia, nas suas várias vertentes, aos tempos e
exigências actuais.
Neste cenário, é absolutamente imprescindível uma atitude de maior
racionalidade na utilização dos meios disponíveis.
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(2) O desemprego continua a aumentar, atingindo os níveis mais elevados das últimas duas décadas,
ultrapassando a média europeia e colocando o nosso país no quinto lugar, com maior taxa de
desemprego (7,9% em Dezembro de 2008 e 8,1% em Janeiro de 2009).
A precariedade, segundo os dados oficiais, atinge já 23% dos trabalhadores por conta de outrem, sendo
de 54% entre os jovens. Cresceu o recurso ao trabalho temporário, não apenas nos serviços, mas
também na indústria e na Administração Pública.
Segundo os dados disponíveis do INE a taxa de desemprego em Portugal é hoje mais alta do que em
1998, sendo também mais elevado o desemprego de longa duração e a precariedade; a situação dos
jovens no desemprego piorou, bem como a das mulheres e dos trabalhadores com mais de 55 anos.
De uma vez por todas há que dar passos decisivos para a integração ou fusão
de colectividades, para a regionalização no plano das Associações, para a
criação de calendários e campanhas desportivas que sejam suportáveis para
as pequenas e médias colónias de pombos-correio.
No nosso entender há que fazer um esforço colectivo de adaptação a uma
nova realidade económica e social – que está para durar – procurando por
esse meio atenuar encargos que, em última análise, serão sempre suportados
pelos columbófilos.
Há que ter a coragem de ultrapassar rivalidades loco-regionais, guerrinhas
pessoais, politiquices (no sentido mesquinho da palavra) e olhar
definitivamente mais longe do que o próprio umbigo.
A situação assim o exige, a situação assim o obriga.
Ou há a capacidade de cada um, nas diversas formas de envolvimento com a
modalidade (dirigente local, distrital, nacional e/ou praticante) passar a assumir
uma atitude positiva e construtiva, contribuindo com ideias, apresentando
projectos, estando solidário nas acções, acabando por um lado com os
radicalismos do “contra tudo e contra todos” e, por outro, com as acções
individualistas ou corremos o risco sério de estando cada um com os olhos
postos apenas na “sua quinta” perdermos a oportunidade de, senão inverter
pelo menos suster o movimento de queda dos vários indicadores.
É prioritária, a criação e estabelecimento de medidas que, se não inverterem a
situação, pelo menos a estabilizem.
ADOPÇÃO DE MEDIDAS ESTRUTURANTES PARA A COLUMBOFILIA
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Assim, do nosso ponto de vista, assume cada vez mais relevância a opção por:
Uma planificação estratégica tendo por base um diagnóstico sério e
claro dos problemas.
Tomada de resoluções com impacto positivo no presente e lançamento
de politicas de sustentabilidade no médio e longo prazo.
Uma gestão criteriosa e de grande rigor dos meios existentes.
Uma maior descentralização em pessoas, equipas e estruturas
capazes.
Uma assumpção clara por parte do Estado das suas obrigações com o
associativismo desportivo, dotando-o dos meios mínimos para continuar
a desenvolver o papel de promotor e dinamizador do desporto.
MUDANÇA DE ATITUDE: UNIÃO DE VONTADES, CONVERGÊNCIA NA ACTUAÇÃO!
É necessário e premente estarmos unidos e enfrentarmos as dificuldades com
firmeza, mas igualmente com serenidade e esperança.
Em tempo de tormentas ninguém pode ter a veleidade de “lançar homens ao
mar”. Estamos todos no mesmo barco ou nos salvamos ou nos afundamos…
Todos temos um papel importante a desempenhar, todos temos a obrigação de
contribuir para uma columbofilia melhor e mais forte.
A estrutura associativa já antes deu provas de saber enfrentar as dificuldades,
com criatividade, capacidade de mobilização e de organização, pelo que,
mesmo conhecendo a difícil tarefa que nos espera, saibamos unir vontades e
esforços.
SOBRE AS CONTAS
Uma análise às contas ora apresentadas, demonstrará, entre outros aspectos,
esforços de contenção de custos e, simultaneamente, a incessante busca de
rentabilizar os meios disponíveis.
A direcção da Federação, em estreita interacção com o revisor oficial de contas
e o conselho fiscal, deu no ano a que se reporta o presente relatório um passo
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decisivo no cumprimento do principio da especialização do exercício (3)
aplicando esta regra às quotas federativas.
(3) Princípio geral por força do qual os proveitos e os custos de um período devem ser registados
contabilisticamente no exercício a que dizem respeito, independentemente do momento em que são
pagos ou recebidos)
A direcção da Federação agiu no plano financeiro, com equilíbrio e
ponderação, pautando todos os actos de gestão pelos princípios da
transparência e do rigor.
Relativamente ao resultado liquido apurado no exercício de 2008, no valor de
quarenta e um mil, cento e sessenta e três euros e noventa e um cêntimos,
propomos ao Congresso, a exemplo do realizado em anos anteriores, que o
mesmo seja transferido para reservas livres.
É o fruto deste trabalho e a avaliação do nosso desempenho que agora se
submete à consideração e apreciação de todas as Associações.
Coimbra, 2 de Março de 2009
A Direcção