7pFQLFDVGHWHUPLQtVWLFDHPDOWDIUHT†rQFLDSDUDRFiOFXOR … · e ortogonal às superfícies...
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7pFQLFDVGHWHUPLQtVWLFDHPDOWD IUHTrQFLDSDUDRFiOFXORGHFDPSRV
As técnicas determinística para analisar o espalhamento
eletromagnético são classificadas levando em conta a relação entre o
comprimento de onda e o tamanho dos obstáculos. Assim, para objetos
pequenos (comprimento de onda maior que os obstáculos), usa-se o
método dos momentos, diferenças finitas no domínio do tempo (FDTD),
etc. Para objetos de dimensões semelhantes ao comprimento de onda
(chamada região de ressonância), o método dos momentos e outras
técnicas podem ser usados com sucesso. As técnicas para altas
freqüências (tamanho dos obstáculos muito maiores que o comprimento
de onda, chamada também região ótica) mais usadas e versáteis são a
Ótica Geométrica (GO), a Teoria Geométrica da Difração (GTD) e sua
extensão, a Teoria Uniforme da Difração (UTD)[23]
Em altas freqüências as técnicas matemáticas utilizadas na análise
de campos eletromagnéticos em alta freqüência são conhecidas por
métodos assintóticos. As técnicas de alta freqüência surgem da
necessidade de empregar aproximações para conseguir uma análise
eficiente da radiação, propagação e espalhamento eletromagnético em
sistemas de grandes dimensões em termos de comprimentos de onda.
ÏWLFD*HRPpWULFD0RGHUQD*2SDUD RFiOFXORGRVFDPSRVGDRQGDGLUHWDHUHIOHWLGD
A ótica geométrica clássica ou ótica de raios surgiu para descrever
matematicamente o comportamento da luz. Ela apresenta uma visão da
luz como sendo composta por raios que estão sujeitos aos fenômenos de
reflexão e refração quando encontram um obstáculo, seja este um
anteparo ou um meio diferente.
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 65
Os raios refletidos e refratados são descritos por esta teoria como
relacionados ao raio incidente através de leis de reflexão e refração,
dedutíveis através do principio de Fermat (ou principio de mínima ação)
que estabelece que o percurso descrito pelo raio corresponde à curva que
minimiza o caminho ótico, onde este é expresso por:
∫= GQ2& "")(..
onde )("Q é o índice de refração ao longo do caminho. A ótica
geométrica clássica se aplica a meios isotrópicos sem perdas,
homogêneos ou não. Fica claro, deste principio, que a trajetória do raio
em um meio homogêneo é uma linha reta.
Com o objetivo de considerar informações de fase, polarização dos
campos eletromagnéticos e de obter resultados quantitativos de amplitude
dos campos, na última parte do século passado a Ótica Geométrica
clássica foi estendida e recebeu a denominação de Ótica Geométrica
moderna (GO). A extensão foi conseguida através do estabelecimento de
uma conexão rigorosa entre as equações de Maxwell e os conceitos
geométricos [55]
A propriedade mais significativa dos campos de alta freqüência da
GO em meios homogêneos e sem perdas é o comportamento de onda
plana, localmente, em qualquer ponto da propagação do raio. Uma
condição para este comportamento é que deve-se trabalhar na região de
campo distante da antena transmissora, pois, nessa região, existem
apenas componentes de campo ortogonais à direção de propagação da
onda. Um parâmetro típico para a definição de campo distante (região de
Fraunhoffer) é :
λ
22'G >
onde :
d - distância entre a antena transmissora e o ponto de
observação
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 66
D - maior dimensão da antena transmissora
λ - comprimento de onda
Satisfeita está condição as equações são reduzidas a equações
mais simples e que retratam a polarização, amplitude, fase e o percurso
de propagação do campo de alta freqüência.[55]
Problemas eletromagnéticos de alta freqüência se utilizam o
conceito de raios. Raios da ótica geométrica são definidos como curvas
tangentes à direção de propagação. A direção de propagação é
determinada pelo vetor diretor do raio, tangente à trajetória em cada ponto
e ortogonal às superfícies equifásicas (frentes de onda). O transporte de
energia ocorre ao longo dessas trajetórias, não havendo transporte de
energia transversalmente a um raio (exceto para ondas evanescentes).
Se considerarmos um raio central (raio axial) e um conjunto de raios
adjacentes a ele (raios paraxiais), é formado o que se denomina tubo de
raios. Devido a esta configuração não há fluxo de energia
transversalmente ao tubo, resultando que o fluxo de potência por qual-
)LJXUD Tubo de raios irradiado por uma fonte pontual.
quer seção transversal do tubo se conserva. Quando é feita referência a
um raio, está se considerando um tubo infinitesimal no entorno do raio,
para que existam seções transversais ao longo da propagação (como na
Figura 4.1) e, assim, seja possível trabalhar de forma quantitativa com o
raio, associando valores de campo aos diversos pontos da propagação,
conforme a divergência (ou convergência) do tubo de raios.
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 67
A origem do conceito de raio pode ser entendida da seguinte
maneira: satisfeitas as condições de alta freqüência, o campo nas
proximidades de um determinado ponto de observação depende
predominantemente do campo em apenas uma porção muito restrita da
frente de onda localizada em uma região de origem no entorno da
trajetória (raio) de propagação. A energia é transportada a partir desse
ponto inicial através de um setor restrito no espaço (o tubo de raios), que
envolve o percurso de propagação [55]. A expressão para calcular o valor
do campo elétrico associado a um raio propagando-se em espaço livre em
um determinado ponto, em função do valor do campo conhecido em um
ponto de referencia, é obtido, segundo a GO, pela conservação de fluxo
de energia através de um tubo de raios. Para demonstrar isto vamos
assumir que uma fonte pontal emana ondas esféricas, isotrópicas.
Dentro de um tubo de raios as áreas das seções transversais em
algum ponto de referencia G e em G são dados por dA0 e dA
respectivamente.
A densidade de radiação 6 em G está relacionada à densidade
de radiação 6 em G por [2,67] :
G$G$
G6G6
=
)()(
6 e 6 são constantes, a través de suas respectivas seções de áreas
transversais G$ e G$e não trocam energia pelos lados do tubo (fig. 4.2).
)LJ Tubo de raios astigmático
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 68
Para ondas eletromagnéticas o campo elétrico (& está relacionado
com a densidade de radiação 6 por :
22E
21
E21
S&&
==
substituindo (4.4) em (4.3)
))(( 21
21
GGG$G$
((
++==
ρρρρ
&
&
Na fig. 4.2 se apresenta o caso mais geral no qual as superfícies
eikonais (dA,dAo) não são esféricas nem planas e onde os raios principais
(ρ1,ρ2) de curvatura da frente de onda são diferentes. Este sistema de
tubo de raios é referido como astigmático e as linhas que unem os focos
são chamadas causticas. Se a frente de ondas é esférico então ρ1 = ρ2
= ρo , se é cilíndrico entãoρ1/2 = ∝, ρ2/1 = 0 e se é planar ρ1 = ρ2 = ∝.
D E F)LJXUDSuperfícies eikonais D cilíndricas E planas F astigmáticas
A equação (4.5) só relaciona a magnitude do campo elétrico em da
uma magnitude referencia em G . Com a finalidade de obter uma
expressão que inclua a fase e a polarização as expansões assintóticas de
Luneburg-Kline[64,13] são adotadas e, restringindo a solução à primeira
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 69
ordem de aproximação, obtém-se a solução da GO para o cálculo do
campo elétrico associado a um raio propagando-se em espaço livre:
( )( ) ( )MNGGGG(G( −++
= exp)()(21
21
ρρρρ&&
onde :
)(G(& = ( )GG( +0
& campo elétrico a uma distância d do ponto de
referência d .
)( G(& campo elétrico no ponto de referência.
k = β = 2π / λ0 [rad/m] número de onda no espaço livre com :
λ0 = c / f - comprimento de onda [m]
c ≅ 3x108 m/s - velocidade da luz no vácuo
f - freqüência [Hz]
ρ1 e ρ2 raios principais de curvatura da frente de
onda associada ao raio, no ponto de
referência d Fig. (4.3c)
&DPSRGDRQGDGLUHWD
Em campo distante, o campo elétrico calculado a uma distância G de
uma antena transmissora é dado por:
de
E)d(Ejkd
A
−
=&
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 70
onde AE&
, correspondendo ao fator 0E&
da expressão(onda éferica), é
dado por:
]/[),(2
),( 00 P9(*3( WW$ φθ
πηφθ
&&=
com :
0
00 ε
µ=η ≅ 120π Ω impedância intrínseca do espaço
livre. εo = 8,854 x 10-12 F/m permissividade elétrica no espaço
livre (vácuo)
µo = 4π x 10-7 H/m permeabilidade magnética no
espaço livre.
Pt [W] potência de transmissão
Gt ganho máximo da antena
transmissora.
),(E 0 φθ&
= ( )D( ˆ,0 φθ
onde :
( )φθ ,0( : obtido a partir do diagrama de radiação da
antena. O par de coordenadas (θ, φ) é relativo ao
sistema de coordenadas esféricas centrado na antena,
como ilustra a Fig. (4.4).
usualmente, o diagrama de radiação é de potência,
expresso da forma :
( ) ( )( )MM ,E
,Elog20,g
φθφθ=φθ
diagrama de radiação normalizado em relação ao
campo na direção de máxima irradiação,
( )MMmax ,EE φθ= .
Dessa forma :
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 71
( ) 20/,0 10),(E φθφθ J=
alternativamente, diagramas de radiação podem estar
normalizados em relação ao campo irradiado por uma
antena isotrópica (diagrama em dBi), onde então :
( ) ( ).cte
E,E
log20,gφθ=φθ
a : polarização do campo elétrico distante
dependente da antena transmissora utilizada. Para
dipolos, por exemplo, o campo distante possui apenas
a componente θa , que será, então, a orientação de
),(E0 φθ&
.
. conforme definido em (4.7)
)LJXUD. Sistema de coordenadas esféricas associadas à antena Transmissora.
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 72
&DPSRGDRQGDUHIOHWLGD
O fenômeno da reflexão causa alteração no campo elétrico
propagante (amplitude e fase) e na direção de propagação da onda
eletromagnética.
As condições para o uso da GO na reflexão são as seguintes [6]
• superfícies de dimensões maiores que um comprimento de
onda λ;
• antena transmissora distante da superfície refletora;
• raio de curvatura da superfície refletora deve ser grande
quando comparado ao comprimento de onda λ, no ponto de
reflexão.
A direção da onda refletida é regida pela Lei de Snell da Reflexão,
segundo a qual:
ri θ=θ onde os ângulos são conforme indicados na Fig. 4.5.
)LJXUD Reflexão e sistema fixo ao raio para a reflexão
Na Fig. (4.5), é possível identificar :
n vetor unitário normal à superfície refletora no ponto de reflexão R.
O cálculo do vetor normal em superfícies arbitrárias é apresentado
em [72].
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 73
( )1.ˆarccos VQ −=θ
iθ kQJXOR GH LQFLGrQFLD : ângulo agudo formado entre o raio
incidente e o vetor normal à superficie ( )2/0 πθ ≤≤ L
rθ kQJXORGHUHIOH[mR : ângulo agudo formado entre o raio refletido
e o vetor normal ( )2/0 πθ ≤≤
3ODQRGH LQFLGrQFLD: plano que contém o raio incidente (direção de
propagação da onda incidente, 1s ) e a normal n .
3ODQR GH UHIOH[mR : plano que contém o raio refletido (direção de
propagação da onda refletida, 2s ) e a normal n .
Os dois planos são coincidentes, ou seja, os raios incidente e
refletido e a normal à superfície no ponto de reflexão estão em um
mesmo plano.
2V YHWRUHV 22211‘1 s , ˆ , ˆ e s , ˆ , ˆ βαβα definem os sistemas de
coordenadas fixos ao raio incidente e ao raio refletido,
respectivamente, conforme explicado adiante.
O campo refletido relaciona-se ao incidente, no ponto de reflexão
R da superfície, através da seguinte expressão :
( ) ( )Rz,y,xEz,y,xE RRRi
RRRr
&&=
onde :
( )RRRr z,y,xE
& : campo refletido, calculado em R
( )RRRi z,y,xE
& campo incidente em R
R matriz de coeficientes de reflexão da
superfície; R é uma matriz 3 x 3 em
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 74
um sistema (x, y, z) global, não fixo
aos raios incidente e refletido.
Os sistemas fixos aos raios (incidente e refletido) são introduzidos
para que R seja uma matriz 2 x 2, simplificando os cálculos. Isso é feito
através da escolha de um dos eixos do sistema ao longo do próprio raio
(incidente ou refletido), e os dois eixos restantes perpendiculares ao raio,
em direções condizentes com a decomposição usual dos coeficientes de
reflexão, para componentes de campo paralela e perpendicular ao plano
de incidência. Como não há componente de campo ao longo da
propagação (onda TEM, em campo distante), a decomposição dos
campos é feita apenas nas duas direções perpendiculares ao raio,
definidas pelo sistema fixo ao raio.
6LVWHPDIL[RDRUDLRSDUDDUHIOH[mR
O sistema fixo ao raio para a reflexão é um sistema de três eixos no
qual:
• um eixo está ao longo do raio; na Fig. (4.5), corresponde aos
unitários 2,1s ao longo dos raios incidente e refletido;
• um eixo é perpendicular ao plano de incidência / reflexão; na
Fig. (4.5), corresponde aos unitários 2,1α ;
• e um terceiro eixo está sobre o plano de incidência / reflexão;
na Fig. (4.5), corresponde aos unitários 2,1β .
As componentes de campo perpendiculares ao plano de incidência /
reflexão são também denominadas componentes soft. As componentes
sobre o plano (componentes paralelas), são conhecidas por hard. Assim:
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 75
2,1,,
ˆ ˆ.2,1
ααULUL (( &&
= componentes VRIW ;
1,2,,
ˆˆ.
1,2ββ
ULUL (( &&= componentes KDUG.
Os vetores unitários envolvidos são dados por :
2
22
1
11 ˆˆ V
VVVVV &
&
&
&
==
onde :
( )ns.n2ss 112 −=&
e, a partir da Fig. (4.5)
2222
22
1111
11
ˆ xsˆ n xsn xsˆ
ˆ xsˆ n xsn xsˆ
α=β=α
α=β=α
Através do uso dos sistemas fixos aos raios incidente e refletido, os
campos podem ser decompostos nas direções dos vetores unitários em
(4.15), e a expressão de campo refletido calculado no ponto de
observação O, descomposto nas suas componentes soft e hard, é :
( ) [ ] 2
22
jkdr2
r2
rr eA)ˆ(E)ˆ(E0E −+=&
onde :
Γ
Γ=
β
α
β
αi
i
h
sr
r
1
1
2
2
EE
00
EE
determina as componentes soft (r
2E α ) e hard (
r2
Eβ ) do campo refletido,
com :
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 76
Γ
Γ
h
s
00 matriz R de coeficientes
de reflexão, composta
pelos coeficientes de
reflexão de Fresnel soft e
hard (Γs,h).
βα
=
β
α
1i
1i
i
i
ˆ).R(E
ˆ).R(EEE
1
1 &
&
vetor campo incidente no
ponto de reflexão, )R(Ei&
,
expresso em suas
componentes soft e hard.
Os vetores unitários 11ˆ e ˆ βα
são conforme definidos em
(4.15)
22ˆ e ˆ βα conforme definidos em
(4.15)
Ar fator de divergência do tubo de raios
refletivos.
k definido em (4.7)
d2 [m] distância entre o ponto de reflexão R e
o ponto de observação O
&RHILFLHQWHVGHUHIOH[mRGH)UHVQHO
Em ambientes RXWGRRU, o meio que constitui a estrutura é considerado
como sendo infinito (interface única). A Fig. (4.6) ilustra o que foi dito e, a
seguir, é apresentada a justificativa.
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 77
Os motivos para que se considere uma estrutura RXWGRRU como
possuindo espessura infinita (uma única interface), não gerando,
portanto, raio transmitido para o seu interior, são os seguintes :
a diversidade de materiais de construção e revestimento das
paredes externas de edifícios, aliada à existência de porções
envidraçadas em algumas construções, faz com que se torne
difícil o conhecimento da espessura d das paredes dos edifícios
em cenários RXWGRRU;
)LJXUD Estrutura para ambientes outdoor
este fato, aliado ao desconhecimento das características do
interior do prédio, especialmente nas proximidades (em termos
de comprimento de onda, ou seja, proximidade elétrica) da
estrutura (como mobiliário encostado na estrutura em questão,
por exemplo), dificulta a determinação de coeficientes de
reflexão e refração que possam ser aplicados ao campo
incidente.
A proposta é, portanto, de que se aplique a expressão de
coeficiente de reflexão em uma interface, onde as
características elétricas a serem utilizadas são as do material
que compõe a maior parte da estrutura considerada. Uma outra
sugestão é de que se utilize coeficientes obtidos a partir de
medições realizadas em diferentes tipos de edificações. Neste
caso, seria possível, inclusive, a consideração de raios
transmitidos, já que coeficientes de transmissão poderiam
também ser obtidos empiricamente. O conhecimento do cenário
indoor seria necessário, para que fosse determinada a
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 78
contribuição de campo que emergeria da edificação (sentido
indoor-outdoor) devido aos raios transmitidos para o interior da
edificação (sentido outdoor-indoor). Como última possibilidade,
poder-se-ia, alternativamente, empregar as expressões de
coeficientes de reflexão e transmissão existentes para o caso
de duas interfaces (com espessura d entre elas), como será
apresentado para ambientes indoor, e inserir alguma adaptação
baseada em dados empíricos, gerando expressões semi-
empíricas para os coeficientes.
&RHILFLHQWHVGHUHIOH[mRGH)UHVQHOSDUDDPELHQWHVRXWGRRUComo apresentado em [6] e [21] e na literatura de forma geral :
( )
( ))(sen)cos(
)(sen)cos(
)(sen)cos(
)(sen)cos(
i2
efriefr
i2
efriefr
ih
i2
efri
i2
efri
is
22
22
2
2
−+
−−=
−+
−−=
onde :
θi ângulo de incidência, definido na Figura 4.5
0
22
efrw
j
2 ε
σ−ε
=ε
permissividade elétrica efetiva relativa do meio 2
ε2 permissividade elétrica do meio 2 [F/m]
σ2 condutividade elétrica do meio 2 [Siemens/m]
w = 2πf freqüência angular [rad/s]
f freqüência [Hz]
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 79
)DWRUGHGLYHUJrQFLDGRWXERGHUDLRVHGLUHoHVSULQFLSDLVGHFXUYDWXUDSDUDDUHIOH[mRO cálculo dos raios e direções principais de curvatura da frente
de onda refletida, a partir dos raios e direções principais de
curvatura da superfície refletora e da frente de qualquer onda
incidente, é apresentado em [55] Nosso interesse se concentra
apenas nas superfícies planas, de forma que as expresões para os
raios principais de curvatura da frente de onda refletida recaem em:
UL
UL H22
11
ρρ
ρρ
=
=
onde :
i2,1ρ raios principais de curvatura da frente de onda
incidente, no ponto de reflexão R r
2,1ρ raios principais de curvatura da frente de onda
refletida, no ponto de reflexão R.
θi ângulo de incidência (0 ≤ iθ ≤ π/2), conforme indicado na
Fig. 4.5.
O fator de divergência Ar da expressão (4.16) é obtido
aplicando-se o conceito de conservação de energia ao tubo de
raios refletidos. Assim :
( )( )2r22
r1
r2
r1r
ddA
+ρ+ρρρ
=
onde :
( )2r1 d+ρ e ( )2
r2 d+ρ raios principais de curvatura da
frente de onda refletida em um ponto
de observação que dista d2 do ponto
de reflexão R.
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 80
A reflexão em uma superfície plana não altera a forma da frente
de onda incidente (seus raios de curvatura não são modificados) e,
quanto à divergência do tubo de raios, o fenômeno é equivalente a
uma fonte localizada na imagem da fonte real em relação à
superfície refletora.
5XJRVLGDGH
Uma das suposições para a aplicação dos coeficentes de Fresnel é
que as superficies refletoras devem ser suaves, neste caso a onda
incidente só é refletida em direções especulares[6]. Se a superficie
refletora não é lisa, o que ocorre é um espalhamento difuso da energia
incidente, em várias direções, causada pela irregularidade (rugosidade)
da superficie refletora.
)LJXUD Reflexão em superficie rugosa (espalhamento)
Uma superfície é considerada rugosa se as variações máximas e
mínimas da superfície K satisfazem [6]:
θλ
cos8>K
e, onde O é o comprimento de onda incidente e T é o ângulo de incidência.
Esta equação é deduzida assumindo que as alturas das superfícies WrPXPDGLVWULEXLomRJDXVVLDQD [6]; este é o critério mais comum e é chamado
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 81
o critério de Rayleigh. Para uma frequencia de 1900 MHz, tipica de um
sistema de comunicações pessoais e ângulo de incidencia igual a 45o
FPFPK 79.2)7071.0(8
789.15cos8
===θ
λ
e como as paredes dos edificios exibem variações maiores que 2.79 cm,
deveriam a rigor ser consideradas rugosas.
Quando dois raios incidem sobre uma superfície rugosa com uma
altura média de irregularidade h, a diferença de percursos entre os dois
raios refletidos U∆ . é )cos(2 θKU =∆ onde UL θθθ == como ilustrado
na fig.(4.8)
)LJXUD Reflexão em superficie rugosa (espalhamento) – Derivação do criterio de Rayleigh.
É fácil observar, comparando o raio 1 com o raio auxiliar 2’, o qual é
idêntico ao raio 2 mas deslocado da posição do raio 1. que a diferença de
fase destas duas ondas refletidas é :
)cos(h4U2 θ==
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 82
Vamos considerar dois casos extremos. No primeiro caso, quando a
superfície é suave, K é zero e a diferença de fase 'I é zero. Todos os
raios são somados coerentemente e produzem uma onda fortemente
refletida na direção especular. Outro caso extremo é quando 'I S, as
duas ondas refletidas estão em oposição de fase e se cancelam uma com
outra; não existe onda refletida na direção especular, e toda a energia
incidente é espalhada em outras direções. O critério de Rayleigh escolhe
a diferença de fase média entre estes dois casos extremos, por exemplo,
'I S quando 'I ! S, a superfície precisa ser tratada como uma
superfície rugosa. Ainda que o critério de Rayleigh esteja baseado em
uma superfície de espalhamento simplificada, este prediz a tendência
básica de uma superfície rugosa de espalhamento. Qualitativamente, o
espalhamento por superfícies rugosas é uma função do ângulo de
incidência, do comprimento de onda e da altura média das irregularidades
da superfície. Uma dada superfície torna-se então rugosa quando se
incrementa a freqüência ou o ângulo de incidência decresce.
Para superfícies rugosas, cujas alturas temXPDGLVWULEXLomRDUELWUDULD uma medida geométrica da rugosidade é dada pelo desvio padrão σh da
altura das superfícies e seu comprimento de correlação L. A primeira é
uma medida da variação da altura em relação a seu valor
)LJXUD Caracterização da superfície rugosa pelo desvio padrão σh da altura da
superfície e por seu comprimento de correlação L.
médio, a segunda é uma simples medida para a dependência estatística
da altura em dois diferentes pontos sobre a superfície. Norton (1947) e
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 83
Kerr (1951) substituíram o fator 8 em (4.20) por 16 e 32
respectivamente[62], resultando a equação:
LK θ
λσ
cos32<
ao exigir que o desvio quadrático médio da diferença de fase entre dois
raios refletidos para duas alturas diferentes da superfície deverá ser
menor que S de forma a combinar coerentemente. Por exemplo, quando
os raios estão quase em fase, como é o caso de uma superfície
perfeitamente lisa.
O que ocorre na prática é que, pela característica irregular do perfil
das rugosidades, o desnivel K é tratado como uma variável aleatoria e seu
desvio padrão passa a ser uma medida de quão acentuada é a
rugosidade da superficie[55].
Em [35] é apresentado um gráfico que mostra que considerando a
rugosidade das superficies, os resultados do cálculo dos níveis do sinal
ao longo de uma rota concordam melhor com os obtidos
experimentalmente.
)LJXUDComparação entre resultados experimentais no cálculo dos níveis do sinal ao longo de uma rota, obtidos com a técnica de traçado de raios sem considerar a rugosidade e considerando a rugosidade.[35]
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 84
Infere-se que as superfícies reais dos edificios são suficientemente
rugosas para ser consideradas no modelamento e que sua inclusão tem
dois impactos importantes sobre o espalhamento da energia a partir das
superficies :
1. A amplitude da componente especular é reduzida
2. A energia é espalhada em outras direções alem da direção da
reflexão especular.
O primeiro efeito é tratado usando um fator de correção tomado de
[69] e o coeficente de reflexão total é expresso por
ρV55 =
onde 5 é o coeficente de reflexão especular (superficie lisa) e ρ é a
constante multiplicativa, a qual varia entre e para superficies rugosas.
De [69,52], obtém-se
−= θ
λπσρ cos
8exp K
Este coeficiente é um fator redutor da amplitude do campo refletido,
devido a seu espalhamento em várias direções quando a superfície não é
lisa. Assim, para V = cm, U = resultando que a amplitude do
campo de refleção especular é reduzido em dB comparado com o
caso da superficie de reflexão lisa.
A obtenção dos coeficentes de reflexão para superficies irregulares foi
alvo de extenso trabalho [62, 68, 10]. Em [10] por exemplo, é propôsto um
coeficente semelhante a ρ na forma
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 85
−
−= θ
λπσθ
λπσρ cos
8expcos
421
0
,
onde , [ é a função de Bessel modificada de ordem zero, que tende a
unidade quando o argumento x da função tende a zero.
O segundo efeito do espalhamento em superfícies rugosas é que a
energia é radiada em todas direções ( ). É importante atentar para o
fato de que, embora esse fator corrija a amplitude do raio refletido, ele
não calcula a energia refletida fora da direção especular (energia
espalhada). Uma função simples de espalhamento de energia é fornecida
em [35], baseada em resultados experimentais e implementada em um
modelo de traçado de raios.
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 86
'LIUDomRHPVLVWHPDVGHFRPXQLFDoHVVHPILR
A difração é, em geral, o mecanismo de espalhamento
eletromagnético na borda de uma superfície, na aresta formada pela
junção (quina) de duas superfícies, no vértice de um sólido ou, ainda,
devido à incidência rasante sobre uma superfície[55]).
Se um raio incide na borda de uma aresta e segue somente as leis
da ótica geométrica (GO), então a área ao redor da aresta pode ser
dividia em três regiões distintas, conforme ilustrado na fig. 4.11.
)LJXUD Raio incidente sobre a borda de uma aresta, dividendo à área ao redor em
três regiões distintas. Na situação de interesse a incidência se dará através de raios oriundos de todas as direções, cada raio incidente na aresta terá suas fronteiras de sombra ISB e RSB associadas.
1. Na primeira região tanto o raio direito como os raios refletidos a
partir da fonte são visíveis. A fronteira desta região é definida pelo
raio refletido na borda da aresta. Esta fronteira é conhecida como
RSB (Reflection Shadow Boundary) .
2. A segunda região é onde só o raio direto alcança. Esta região é
limitada pela face, iluminada do obstáculo e pela fronteira formada
pelo prolongamento do raio incidente sobre a aresta. Esta última
fronteira é conhecida como ISB (Incidence Shadow Boundary).
3. A terceira região está formada entre a fronteira ISB e a face não
iluminada do obstáculo, onde nem os raios diretos nem refletidos
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 87
alcançam, apenas os raios difratados. Esta terceira região é
conhecida como região de sombra e, para calcular a distribuição de
energia nesta região de sombra, a Ótica Geométrica (GO) foi
estendida.
7DEHOD Regiões definidas pelas fronteiras de sombra
5HJLmR, 5HJLmR,, 5HJLmR,,,Espaço azimutal
0 < θ < φ’ π - φ’ < θ < π + φ’ π + φ’ < θ < nπ
Constituição do campo
Incidente, refletido, difratado
Incidente, difratado
Difratado
Se o problema fosse analisado apenas através da GO, o campo na
região não iluminada (3) cairia abruptamente a zero e haveria
também uma variação abrupta entre as regiões (1) e (2) pela
inexistência de campo refletido em (2). Tais fatos não são
observados na natureza e, embora os campos nessas regiões
sejam menores, há uma variação gradual de intensidade ao se
percorrer regiões iluminadas e em sombra[55].
Para comprimentos de onda finitos na presença de mudanças
abruptas nas características do médio, surge o fenômeno da difração[46].
Por exemplo, uma situação típica encontrada em microcélulas urbanas
densas corresponde ao caso em que a base está instalada sobre o teto
de um edifício, com antenas cujos diagramas de radiação apresentam
lobos principais ligeiramente inclinados para baixo (“down tilted”). O
mecanismo predominante, neste caso, passa a ser a difração nas bordas
horizontais dos topos dos edifícios que cercam o móvel.
As extensões da GO mais amplamente usadas em comunicações
sem fio são: GTD (Geometric Theory of Difraction) e sua extensão
UTD(Uniform Theory of Difraction).
A GTD foi desenvolvida em 1951 por J.B. Keller introduzindo
sistematicamente os raios difratados via generalização dos conceitos da
Ótica Geométrica Clássica. Generalizando o principio de Fermat, Keller
desenvolveu a GTD onde estabeleceu uma analogia entre os fenômenos
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 88
de difração e os de reflexão e refração da ótica geométrica. Nesta teoria o
campo difratado é associado a um raio difratado, obtido do raio incidente
através de uma lei de difração. A difração é assim interpretada como um
fenômeno local, de forma que a perturbação que gera o campo difratado é
função unicamente da estrutura do campo incidente e do meio nas
imediações de um ponto de difração.
Em particular, os raios difratados podem penetrar tanto nas regiões
de sombra da GO como nas regiões iluminadas. A GTD tem como base a
suposição de obstáculos lisos e perfeitamente condutores e foi limitada
pela condição de que o ponto de recepção está localizado fora da região
de transição, entre a visibilidade e a sombra. Conseqüentemente, os raios
difratados na região de sombra da GO devem ser tratados usando a GTD.
As amplitudes iniciais dos campos difratados são obtidas em função das
amplitudes dos campos incidentes nos pontos de difração e dos
coeficientes de difração, que podem ser encontrados a partir das soluções
assintóticas, para problemas canônicos apropriados, para os quais se tem
uma solução analítica e a partir daí os campos são rastreados através da
conservação da energia nos tubos de raios difratados; a fase, assim como
na GO, corresponde ao percurso ótico pertinente. A GTD falha nas
regiões de transição adjacentes às fronteiras de sombra (incidente e
refletida da GO) e próximo às causticas dos raios difratados. As falhas da
GTD nas regiões de transição ao redor das fronteiras de sombra incidente
e refletida, se deve à singularidade do coeficiente de difração do problema
canônico (cunha) naquela região (T DS ou T D na Fig 4.12).
Este problema pode ser solucionado através do uso de técnicas uniformes
baseadas na GTD, UTD [43] e UAT [47]. A UTD e a UAT.
Automaticamente se reduzem à GTD fora das regiões de transição das
fronteiras de sombra, permitindo uma continuidade de campo total, além
de produzir valores finitos de campo sobre as fronteiras.
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 89
)LJXUDProjeção dos raios incidente e difratado em um plano normal à borda,
passando pelo ponto de difração.
7HRULD8QLIRUPHGD'LIUDomR87'
A Teoria que será utilizada para o cálculo da difração é a UTD e o
detalhamento dos parâmetros e sistemas de coordenadas envolvidos são
apresentados na Figura 4.13 para faces planas e aresta retas, por
simplicidade de visualização e já que esta será a situação de
interesse em ambientes
)LJXUD Cone de Difração e sistema fixo ao raio para a difração.
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 90
celulares, onde os obstáculos serão representados por facetas planas
tangentes as superfícies. A incidência de um raio em uma aresta gera,
além do(s) raio(s) refletido(s) nas faces, um cone de raios difratados. O
cone assim gerado, denominado Cone de Keller, possui o semi-ângulo de
abertura G igual ao ângulo segundo o qual o raio incidente atinge a
aresta (ângulo G¶) e vértice coincidente com o ponto de difração Q. O cone
pode ser definido da seguinte maneira :
e .s e '.s =
As faces que compõem uma aresta são denominadas “0” e “n”,
escolhidas arbitrariamente. Essa nomenclatura será adotada deste ponto
em diante.
Na Figura 4.14, é possível identificar:
e vetor unitário tangente à aresta no ponto de difração
Q; para arestas retas, o vetor está ao longo da própria
aresta
( )e'.sarccos= ângulo formado entre o raio incidente ( ’s ) e o vetor e
tangente à aresta.
δ = δ’ ângulo agudo formado entre o raio difratado ( s ) e o
vetor e tangente à aresta.
Ψ ângulo de abertura entre as faces
3ODQR GH LQFLGrQFLD IL[R j DUHVWD : plano que contém o raio
incidente (direção de propagação da
onda incidente, ’s ) e o vetor e
3ODQRGHGLIUDomRIL[RjDUHVWD : plano que contém um raio difratado
(direção de propagação da onda
difratada, s ) e o vetor e ; como são
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 91
gerados infinitos raios difratados,
existem infinitos planos de difração
Os vetores ˆ , ,s e ' ,' ,'s fazem parte do sistema fixo ao raio
incidente e do sistema fixo aos raios difratados, respectivamente.
6LVWHPDVIL[RVDRVUDLRVSDUDDGLIUDomR
Os sistemas fixos aos raios para a difração são sistemas de três
eixos nos quais :
¾ um eixo está ao longo do raio; na Figura 4.13, corresponde aos
unitários s e 's ao longo dos raios incidente e difratado;
¾ um eixo é perpendicular aos planos de incidência / difração
fixos à aresta; na Figura 4.13, corresponde aos unitários φφ ˆ e ’ ;
¾ e um terceiro eixo está sobre os planos de incidência / difração
fixos à aresta; na Figura 4.13, corresponde aos unitários ββ ˆ e ’ .
As componentes perpendiculares aos planos de incidência/difração
fixos à aresta são denominadas componentes KDUG. As
componentes sobre os planos (componentes paralelas), são
conhecidas por VRIW. Assim, sejam (& o campo eletrico incidente e
(& o campo elétrico difratado :
ββ ˆ.E e ’.E di&&
componentes VRIW ;
φφ ˆ.E e ’.E di&&
componentes KDUG.
os vetores unitários envolvidos HVV ˆ,’, são deduzidos apartir da fig.
4.13
12
12
PP
PPˆQ-S
Q-S's &&
&&
&&
&&
−−== H
onde :
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 92
( ) ( ) ( )[ ]0ˆcos'ˆ'cosˆ QVHQIVHQHV φφδδ ++=
com :
e ’.s’cos =δ
e x’s’sen =δ
f vetor unitário normal a e , sobre o plano
tangente à face “0” no ponto de difração Q.
Para faces planas, f estará sobre a face “0”
Figura (4.14)
0n normal à face “0” no ponto de difração Q
Figura (4.14)
φ ângulo entre a projeção do raio difratado
sobre o plano normal à aresta no ponto de
difração e o plano tangente à face “0” no
ponto de difração. Para faces planas, φ será
o ângulo entre a projeção descrita e a face
“0” Figura(4.14)
e como já apresentado Figura (4.14)
)LJXUD Vista de um plano normal à aresta
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 93
e, a partir da Figura 4.13,
s x ˆ s x es x eˆ
's x'' 's x e's x e
'
φ=β=φ
φ=β−=φ
'HWHUPLQDomRGRFDPSRGLIUDWDGR
É apresentada agora a expressão de campo para a difração e, em
seguida, é feito comentário mais rigoroso a respeito das fronteiras de
sombra e da solução provida pela UTD.
O campo difratado em uma aresta, observado em um ponto O, é
fruto da contribuição de infinitas ordens de difração. Será aqui descrita a
difração de primeira ordem que é a mais relevante e corresponde, na
maioria dos casos, à principal contribuição ao campo total difratado. A
segunda contribuição (segundo a UTD) é denominada difração de
segunda ordemouslope diffractionnão será aqui considerada).
'LIUDomRGHSULPHLUDRUGHP
O campo difratado relaciona-se ao incidente através da seguinte
expressão :
[ ] 2jkddddd e A EˆE)O(E −φβ φ+β=
&
onde :
)O(Ed&
campo difratado calculado no ponto de observação
O, decomposto nas suas componentes VRIW e KDUG
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 94
−
−=
φ
β
φ
βi
’
i’
h
sd
d
EE
D00D
EE
componentes VRIW ( dEβ ) e KDUG ( dE φ ) do campo
difratado, com :
•
−
−
h
s
D00D
matriz D de coeficientes de
difração, composta pelos coeficientes
de difração VRIW e KDUG. Os
coeficientes de difração Ds,h serão
definidos a seguir
•
φβ=
φ
β
’).Q(E').Q(E
EE
i
i
i’
i’
&
&
vetor campo incidente na
aresta, )Q(Ei&
, expresso em suas
componentes VRIW e KDUG. Os vetores
unitários ’ e ’ φβ são conforme
definidos em (4.30)
φβ ˆ e conforme definidos em (4.30)
Ad fator de divergência do tubo de raios.
Detalhado adiante.
k definido em (4.7)
d2 [m] distância entre o ponto de difração Q e o
ponto de observação O.
&RHILFLHQWHVGHGLIUDomR
No caso de arestas em obstáculos formados por material condutor
perfeito, os coeficientes de difração são obtidos da expressão assintótica
para a solução exata do campo espalhado. Tanto a GTD de Keller, quanto
a UTD de Kouyoumjian e Pathak foram formuladas sob a hipótese de que
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 95
as superfícies dos obstáculos analisados apresentavam condutividade
perfeita. Na prática, portanto, tais métodos deveriam constituir, a princípio,
em boa aproximação apenas para problemas onde os obstáculos
envolvidos fossem “bons” condutores.
&RQGXWLYLGDGHILQLWD
Para o caso de quina formada por semi-planos de condutividade
finita, há uma solução aproximada de comprovada eficiência, cujos
coeficientes de difração muito se assemelham aos da UTD. Luebbers [69]
“inseriu” heuristicamente coeficientes de reflexão de Fresnel aos
coeficientes de difração da UTD.
Serão apresentados a seguir os coeficientes de difração para
arestas formadas por faces de condutividade finita.
Os coeficientes de difração Ds,h , VRIW eKDUG, respectivamente, são
definidos da seguinte forma : [69]
( ) ( )4n3n2o1h,soh,s DDGDDG)n,,’,,L(Dh,sh,sh,s
Γ++Γ+=δφφ
onde :[24]
( ) ( )[ ]( ) ( )[ ]( ) ( )[ ]( ) ( )[ ]’akLF
n2’
cotsenk2n2
eD
’akLFn2
’cot
senk2n2
eD
’akLFn2
’cot
senk2n2
eD
’akLFn2
’cot
senk2n2
eD
rn4/j
4
i4/j
3
ro4/j
2
i4/j
1
φ+φ
φ+φ+π
δπ−=
φ−φ
φ−φ+π
δπ−=
φ+φ
φ+φ−π
δπ−=
φ−φ
φ−φ−π
δπ−=
+π−
+π−
−π−
−π−
Todos os parâmetros envolvidos no cálculo de 4.33 e 4.34 serão
agora descritos. Os elementos envolvidos nos coeficientes de difração
são apresentados a seguir:
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 96
φ ângulo entre a projeção do raio difratado sobre o plano normal
à aresta no ponto de difração e o plano tangente à face “0” no
ponto de difração. Para faces planas, φ será o ângulo entre a
projeção descrita e a face “0” (Figura 4.14); sua determinação é
apresentada em 4.45.
φ’ ângulo entre a projeção do raio incidente sobre o plano normal
à aresta no ponto de difração e o plano tangente à face “0” no
ponto de difração. Para faces planas, φ será o ângulo entre a
projeção descrita e a face “0” (Figura 4.14); sua determinação é
apresentada em 4.43.
δ ângulo agudo formado entre a onda difratada ( s ) e o vetor e
da aresta (Figura4.13)
k definido em (4.7)
n fator de abertura da aresta
πΨ−π= 2
n
onde :
Ψ ângulo interior da aresta, determinado como se segue.
( )21 n.narccos−π=Ψ com :
2,1n vetores unitários normais a cada face da
aresta
• para a correta determinação do quadrante de Ψ, é
necessário que se aplique a seguinte metodologia de
conferência. Se o valor de Ψ calculado por (4.36) for
negativo, esse erro deve ser corrigido subtraindo-se π do
valor calculado, para que Ψ esteja no quadrante correto. Ou
seja, se Ψ (calculado) < 0, então Ψ (correto) = Ψ (calculado)
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 97
- π. Caso contrário, o valor calculado de Ψ está correto e
deverá ser utilizado.
O ângulo externo da aresta se relaciona a n da seguinte
maneira. A partir da expressão (4.36) :
ψ = 2π - nπ ? 2π - ψ = nπ , que é o ângulo externo
da aresta, como indicado na Figura 4.14
F(x) Função de Transição de Fresnel
( )∫∞
ττ−=x
2jx djexpe xj2)x(F
• Na referença [55] são apresentadas funções
aproximadas para a representação de F(x) em três
intervalos distintos do argumento (são usadas
aproximações diferentes para cada intervalo). As
expressões aproximadas são mais simples que (4.37)
(não envolvem o cálculo de integral) e a substituem com
exatidão, sendo interessantes especialmente em regiões
onde a determinação de (4.37) possa ficar lenta (próximo
às chamadas fronteiras de sombra).
L O parâmetro de distância L é dado por : [58]
( )( )( )2
r,i22
r,i1
r,ie
2r,i2
r,i12
r,ie2r,i
dd
senddL
n,on,on,o
n,on,on,o
n,o
+ρ+ρρδρρ+ρ
=
onde :
δ ângulo agudo formado entre a onda difratada
( s ) e o vetor e da aresta Figura4.13
d2 [m] distância entre o ponto de difração Q e o ponto
de observação O
n,or,ieρ raio de curvatura da frente de onda incidente
(refletida) no plano contendo o raio incidente
(refletido) e o vetor e da aresta; no caso do
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 98
raio refletido, de acordo com o coeficiente de
(4.34)
(função de Lro ou Lrn), deve ser calculado reρ
em relação à face “0” ou à face “n”; a
expressão para sua determinação é
apresentada em (4.51), quando da definição do
fator de divergência do tubo de raios para a
difração, Ad
n,or,i2,1ρ raios principais de curvatura das frentes de
onda incidente e refletida.
Conhecida a forma da frente de onda incidente,
seus raios principais de curvatura podem ser
obtidos por procedimento descrito em [72].
a±(β) representa uma medida da separação angular entre
o ponto de observação e uma fronteira de
incidência ou reflexão, e é dado por [70] :
( )
β−π=β±
±
2Nn2
cos2a 2
onde :
β = φ ± φ’ [rd] a representação usual do ângulo β é da forma β± = φ ±
φ’, para denotar a soma e a subtração envolvendo os
ângulos φ e φ’. Na expressão (4.39), entretanto, β é
apresentado sem o sobrescrito “±” apenas para
ressaltar a inexistência de relação entre o sobrescrito de
β e os sobrescritos de a(β) e de N, estes sim,
relacionados.
N± são os inteiros que mais fielmente satisfazem às
seguintes equações :
2πnN+ - (β±) = π
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 99
2πnN- - (β±) = -π
conforme a referência [70], para difração exterior (1< n ≤
2), os valores possíveis de N são N- = -1 ; 0 ; 1 e N+ =
0; 1. Essa referência ilustra, em sua Figura(7), a
variação de N± com β e n
D
- variação de N-
E - variação de N+
)LJXUD N+ e N- como funções de β e n, as linhas tracejadas indicam alteração no valor de N± enquanto que as linhas pontilhadas demarcam fronteiras de transição, conforme serão melhor apresentadas adiante.
(fator de abertura da aresta) e a ilustração é aqui
reproduzida na Figura (4.15) para maior clareza.
-2π -π 0 π 2π 3π 4π β
n
1
1,5
2
N- = 1
φ = π + φ’ φ = π - φ’
N- = 0 N- = -1
-2π -π 0 π 2π 3π 4π β
n
1
1,5
2
N+ = 1
N+ = 0
φ = φ’ - π
φ = (2n-1)π - φ’
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 100
O sobrescrito de a(β) está diretamente relacionado ao
de N, ou seja
a+ → N+
a- → N-
Q é como já definido em (4.35)
Os ângulos φ e φ’ são sempre medidos a partir da
face “0”, e são determinados, conforme a Figura 4.14,
da seguinte forma
−=φ∴−=φ
’s
f.'sarcos'
's
f..'s'cos
.proj
.proj
.proj
.proj&
&
&
&
com :
( )HHVVV SURM ˆ'.'' .
&&& −=
=φ∴=φ
.proj
.proj
.proj
.proj
s
f.sarcos
s
f.scos &
&
&
&
com :
( )HHVVV SURM ˆˆ..
&&& −= Para a correta determinação dos ângulos φ’ e φ, é
necessário que se aplique a seguinte metodologia de
conferência :[58]
φ’ , φ pertence ao intervalo [0,π] se T’, T ≥ 0
φ’ , φ pertence ao intervalo [π,2π] se T’, T < 0
onde :
( )0.proj
0.proj
n.sT
n.'s'T&
&
=
−=
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 101
Se, após aplicada a metodologia, for verificado que o
ângulo φ’ (φ) calculado não está no intervalo correto,
deve-se substituir o valor incorreto de φ’ (φ) obtido, por
2π - (valor incorreto), que será o valor correto do ângulo.
)DWRUGHGLYHUJrQFLDGRWXERGHUDLRVSDUDDGLIUDomR
Quando as interações entre as ondas e os obstáculos do cenário
envolvem apenas reflexões e refrações, a determinação dos raios
principais de curvatura das frentes de onda refletida e transmitida pela
estrutura é trivial e já está inserida nas próprias expressões de fator de
divergência do tubo de raios (4.19), onde esses raios são necessários.
Porém, quando o mecanismo de difração é envolvido, a expressão (4.49)
e as subseqüentes a ela relacionadas, evidenciaram que a determinação
dos raios de curvatura envolvidos no cálculo do fator de divergência do
tubo de raios difratados (raios principais de curvatura da frente de onda
difratada), bem como no cálculo do parâmetro de distância L (expressão
(4.38)) pode não ser tão simplificado, mesmo se considerando apenas
faces planas como é o caso de interesse.
O fator de divergência do tubo de raios difratado é dado por [58]:
)(A
d1
d1d
σ+ρσρ
=
onde :
d1ρ um dos raios de curvatura principais da frente de
onda difratada, no ponto de difração Q [58]
( )’sena
s's.n112
eie
d1 δ
−−ρ
=ρ
ieρ raio de curvatura da frente de onda incidente,
no plano contendo o vetor e (tangente à
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 102
aresta no ponto de difração) e o vetor ’s
(vetor diretor do raio incidente); a expressão
para sua determinação é apresentada em
(4.51)
ae raio de curvatura da aresta em Q
n normal à aresta no ponto de incidência,
orientada afastando-se do centro de curvatura
da aresta. O cálculo do vetor normal em
arestas arbitrárias é apresentado em [7 ]
’s vetor diretor do raio incidente na aresta
s vetor diretor do raio difratado
δ’ conforme já definido
• nos casos de interesse para a aplicação do
Método de Traçado de Raios, as arestas são
retas. Logo, ae → ∞ e a expressão (4.49) fornece :
ie
d1 ρ=ρ
)LJXUD Tubo de raios da frente de onda difratada
.
.
cáustica 1
aresta (cáustica
0
σ =
1σ
2σ
s
d1ρ−=σ
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 103
σ = d2 segundo raio de curvatura principal da frente
de onda difratada (a cáustica do segundo raio de
curvatura está sobre a aresta e o ponto de difração
é escolhido como sendo o ponto de referência e
também o ponto origem).
• o raio de curvatura σ é, portanto, medido a partir
do ponto de difração, sendo nulo sobre esse ponto
(pois a origem é escolhida em Q). A Figura 4.16
esclarece o exposto.
os raios de curvatura da frente de onda difratada, em
um ponto que dista σ do ponto de difração, são dados
por : σ e ( )σ+ρd1 , como no denominador de (4.48).
na fig. 4.16 o vetor unitário 2σ é o próprio vetor φ do sistema fixo ao
raio difratado;
o vetor unitário 1σ é o próprio vetor β do sistema fixo ao
raio difratado.
o par de vetores ( )21 ˆ,ˆ σσ define as direções principais de curvatura
da frente de onda difratada.
5DLRGHFXUYDWXUD ieρ
A seguir é apresentada a determinação de ieρ , necessária ao
cálculo de (4.49) e de (4.38) Seja a Figura 4.17 a seguir[58].
Elementos associados à Figura 4.17 ’s vetor diretor do raio incidente na aresta
e vetor tangente à aresta, no ponto de difração Q
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 104
i1x uma das direções principais de curvatura da frente
de onda incidente
)LJXUD Parâmetros referentes à frente de onda incidente
i2x outra direção principal de curvatura da frente de onda
incidente
se o tubo de raios incidente for de uma onda difratada, os vetores i1x e i
2x são os próprios vetores 1σ e 2σ , como pode ser observado
pela Figura 4.16.
δ’ conforme já definido
O raio de curvatura ieρ é dado por :
i2
i2
i1
i2
ie
sencos1ρ
Ω+ρ
Ω=ρ
onde :
Ωi
δ’
.
.
ponto sobre a cáustica 2 da frente de onda incidente
ponto sobre a cáustica 1 da frente de onda incidente
is
e
i2x
i1x
i2ρ−=σ
i1ρ−=σ
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 105
Ωi ângulo entre o plano de incidência fixo à aresta
(plano formado por e e si ) e o plano formado por is
e i1x . É definido por :
’senx.e
cosi1i
δ=Ω
com :
( ) ( ) ( )( )
[ ]i1
i1 x e e entre ângulocosx.e
)'sen(2/sen 'cos2/cos'2/cos)'sen(
=δπ++δπ=δ−π=δ
sen2Ωi = 1 - cos2Ωi ou
’senx.e
seni2i
δ=Ω
com :
e . i2x = cos[ângulo entre e e i
2x ]
i2,1ρ raios principais de curvatura da frente de onda
incidente na aresta
Para onda esférica incidente na aresta, o raio de curvatura ieρ
é igual ao próprio raio de curvatura da frente de onda esférica.
Na expressão (4.38), que determina o parâmetro L, é
utilizado, além de ieρ , o raio n,or
eρ . O raio de curvatura n,oreρ é
calculado através da mesma expressão (4.51), com as seguintes
modificações :
¾ os raios de curvatura nos denominadores são substituidos
por r1ρ e r
2ρ , em relação à face “0” ou “n”, conforme seja oreρ
ou nreρ , respectivamente;
¾ o ângulo Ωi agora é Ωr, medido entre o plano formado por
n,ors (unitário na direção do raio refletido na face “0” ou “n”,
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 106
conforme se esteja calculando oreρ ou nr
eρ , respectivamente)
e e e o plano formado por n,ors e r1x . O vetor r
1x define uma
das direções principais de curvatura da frente de onda
refletida e é obtido, através da expressão (C-28) do
Apêndice C da referencia [55], onde r11 xx ≡ .
¾ O vetor r2x , que define a segunda direção principal de
curvatura, também necessário ao cálculo de (4.54) adaptada
ao cálculo de n,or
eρ , é calculado pela expressão (C-29) do
Apêndice C da referencia [55], onde r22 xx ≡ . Para faces
planas, as direções principais de curvatura são calculadas
de forma mais simples, através da decomposição nos
sistemas fixos ao raio incidente e refletido, como definido
pela expressão (4.21).
Quando as faces que compõem a aresta são planas, a aresta é reta
(raio de curvatura da aresta é infinito em qualquer ponto da mesma) e
verifica-se que o cálculo de (4.51), considerando as particularidades
envolvidas (simplificações) nessa situação, fornece o seguinte resultado:
ie
re
n,o ρ=ρ
É importante nesse ponto que se faça um maior detalhamento a
respeito do tratamento que deve ser dado aos raios e direções principais
de curvatura de frentes de onda quando estas incidem em superfícies
planas ou em arestas formadas por superfícies planas, que são as
situações de interesse. As expressões envolvidas serão citadas ao longo
do detalhamento, que deve ser visto como um sumário para a
determinação desses dois parâmetros (raios e direções principais de
curvatura de frente de onda), útil para a implementação das várias
situações de interação entre raios e superfícies planas.
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 107
Em um percurso de propagação entre as antenas transmissora e
receptora, quando ocorre difração pela primeira vez, e considerando que
a antena transmissora irradia ondas esféricas, a onda incidente na aresta
será esférica, ainda que a família de raios (antepassados do raio incidente
na aresta) tenha passado por mecanismos de reflexão e refração
(reflexão e refração em faces planas não alteram a forma da onda). Nessa
situação, ieρ , dado pela expressão (4.51), é o próprio raio de curvatura da
frente de onda incidente. Como ie
d1 ρ=ρ (expressão (4.50)) e i
eρ é a
distância percorrida até o ponto de difração na aresta (pois a frente de
onda é esférica), a determinação de (4.49) é simplificada, não requerendo
cálculos adicionais.
Maior cuidado deve ser tomado quando novas difrações ocorrem
após à primeira. O detalhe relevante a ser observado é que, após uma
difração, a frente de onda não é mais uma frente esférica, uma vez que a
frente de onda difratada possui raios principais de curvatura σ e ( )σ+ρd1
como apresenta o denominador de (4.49). Nesse caso, o raio ieρ precisa
ser calculado, o que é feito através das expressões (4.51) a (4.53). Essas
expressões envolvem as direções principais de curvatura de uma frente
de onda, que são parâmetros cuja utilidade não havia sido evidenciada no
tratamento de faces planas até então, e cuja determinação para as
diferentes formas de interação entre ondas propagantes e obstáculos
também merece atenção especial. Antes de prosseguir, é interessante
esclarecer que as expressões (4.51) a (4.53) podem ser utilizadas sempre
que se fizer necessário o cálculo de ieρ , mesmo que a onda incidente na
aresta seja esférica (primeira difração), situação na qual essas
expressões degeneram-se na simplificação descrita no parágrafo anterior.
Outra observação a ser feita é de que, no cálculo do parâmetro L
(expressão (4.52)), é também necessário o raio de curvatura reρ que, para
os casos de interesse (faces planas), é igual a ieρ , como apresentado na
expressão (4.54).
Técnicas determínisticas em alta freqüência para o cálculo de campos 108
Quando há difrações sucessivas após a primeira difração, e sem a
ocorrência de outros mecanismos (reflexão e/ou refração) intermediários
às difrações, as direções principais de curvatura da frente de onda
incidente nas sucessivas arestas são dadas pelos próprios vetores
unitários φ (que será o vetor i2x na expressão (4.53)) e β (que será o
vetor i1x na expressão (4.52)) do sistema de coordenadas fixo ao raio
difratado na aresta imediatamente anterior, como mencionado quando da
apresentação da Figura4.16 e da Figura 4.17. Se ocorrem reflexões ou
refrações (gerando raios transmitidos) intermediárias, deve ser
determinada a nova orientação dos vetores φ e β após a reflexão ou
refração.
&RHILFLHQWHVGHUHIOH[mR*XVDGRVQDGLIUDomR
Os coeficientes de reflexão de Fresnel a serem utilizados na
difração são os mesmos definidos pela expressão (4.17) ou seja, são os
coeficientes para reflexão RXWGRRU. O ângulo de incidência a ser usado é,
para a face iluminada, igual ao já definido para a reflexão. Porém, para
uso no cálculo da difração, o coeficiente de reflexão também é calculado
em relação à face não iluminada. O tratamento do ângulo de incidência
em relação à face não iluminada requer atenção especial e o seu
detalhamento é apresentado na referência[55].