8 de Março | 8 Poemas 2002
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8 D
E M
ARÇO
8 P
OEMAS
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V
G
8
G
8
de
O
poemas
Março
O
Carmem Vasconcelos
Passam-se em mim coisas que ventamtrajando-me de alterações.Crescer é perder o direito às certezas,andar às cegas, lançar-se à bruma,conhecer os distúrbios dos desejos.
Voam por mim coisas que tufame retornam-me à infância repleta de aderências:bolas vermelhas guizos risosfeito palhaço tardio,e aprendo a atravessar enganos, ausências,a compor-me de verdades rarefeitas.
Aventuram-se em mim ventanias promíscuas,para vagar vagar vagarespalhar voantes sussurroscomo vagalhões flutuantescontorcionistas do mar
Compreendo a madureza dos dispersos,aprendo a soltar esporos,sementes incertas,como quem depois de tudo,apenas começa.
canção para o vento
Y
G
k
Diva Cunha
Nesta língua Em que me espraioOndaEm fartas areiasSereiOuvidaSereia?
k
Como se fossem de mármoreos dardos duram dentro de mimperfeitos E aprendi com eles a lançar-mee aprendi com eles a ter medoa me esconder dor nomesfugir das luzes fortese da insensatez dos automóveisAprendi com os dardosuma espécie de vida iluminadauma sutileza para arremessosestratégias de ataquefugasum modo impecável de me abrigar da chuvaE aprendi também uma crueldadee uma coragem toda feita de começos
Iracema Macêdo
Lance de dardos
I
Mar
ia D
olor
es W
ande
rle
y
Caminho na cidadepor corredoresque estão dentro de mim
caminhoa rua terminasurgem outras ruasque terminamoutras cidades
os corredores não terminam
aonde quer que eu váestarei sempreprocurando o mundoem caminhos fora do mundo
for
a do
mundo
I
Marize Castro
Quero tanto as marésque às vezes me surpreendo navegandocom os meus próprios pés.
q
JArdor
Poema XXIIINeste engano que é o tempoEu caminho. Eu me colho.Meu trovar, travo, recolho.Ferida viva eu me agüento.
Neste desdouro eu me encontroE teço minha parábolaEm tear de silêncio e sôbolaQue, tecendo em nu, confronto
Com que sem ser, poderia.Assim caminho, assim canto.Amor, pena que descantoQue amante só ousaria.
Myriam Coeli
G
Nivaldete Ferreira
v
GA vida toca a partitura caótica das coisas.Por invisível janela vemAlguma lavanda do tempo.
Meu filho faz a barba que azula no seu rosto.
E eu levito levadaPor uma boneca de pano....
Tita Mendes
Quanto maisMulherEu sou, maisDeglutivelmenteHumana sinto-me.E devoro
Bicho- Flor
a
G
Ouçamestas oitovozes
femininas. É a
nossa homenagem
àsmulheres neste08 de
março de 2002.