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EMPREENDEDORISMO Profª. Ana Carolina Caldas Dias Jordan [email protected] 1. FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO (O empreendedorismo como divisão da Teoria da Administração): Empreendedorismo é o principal fator promotor do desenvolvimento econômico de um país. Empreendedorismo designa os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de atuação. Empreendedor é o termo utilizado para qualificar, ou especificar, principalmente, aquele indivíduo que detém uma forma especial, inovadora, de se dedicar às atividades de organização, administração, execução; principalmente na geração de riquezas, na transformação de conhecimentos e bens em novos produtos mercadorias ou serviços; gerando um novo método com o seu próprio conhecimento. É o profissional inovador que modifica, com sua forma de agir, qualquer área do conhecimento humano. Também é utilizado no cenário econômico para designar o fundador de uma empresa ou entidade, aquele que construiu tudo a duras custas, criando o que ainda não existia. 1.1. CONCEITOS IMPORTANTES: Embora empreendedorismo seja um tema amplamente discutido nos dias atuais, seu conteúdo, ou seja, o que ele representa, varia muito de um lugar para outro, de país para país, de autor para autor. Isso porque, embora tenha se originado a partir de pesquisas em economia, o empreendedorismo (*) recebeu fortes contribuições da psicologia e da sociologia, o que provocou diferentes definições para o termo e, como conseqüência, variações em seu conteúdo. (*) DIFERENTES SIGNIFICADOS DE EMPREENDEDORISMO Dicionário da Língua Portuguesa Aurélio (1999). Empreendedor: que empreende; ativo, arrojado, cometedor. 2. Aquele que empreende. Grande Dicionário Enciclopédico Larousse (1983). Chefe de uma empresa. Chefe de uma empresa especializada na construção, nos trabalhos públicos, nos trabalhos de habitação. Pessoa que, perante contrato de uma empresa, recebe remuneração para executar determinado trabalho ou aufere lucros de uma outra pessoa, chamada mestre-de- obras. Robert Dicionário (1963). Aquele que empreende qualquer coisa. Pessoa que se encarrega da execução de um trabalho por contrato empresarial. Toda pessoa que dirige um negócio por sua própria competência e que coloca em execução os diversos fatores de produção, tendo em vista vender os produtos ou serviços.

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EMPREENDEDORISMO

Profª. Ana Carolina Caldas Dias Jordan [email protected]

1. FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO (O empreendedorismo como divisão da Teoria da Administração):

Empreendedorismo é o principal fator promotor do desenvolvimento econômico de um país. Empreendedorismo designa os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de atuação. Empreendedor é o termo utilizado para qualificar, ou especificar, principalmente, aquele indivíduo que detém uma forma especial, inovadora, de se dedicar às atividades de organização, administração, execução; principalmente na geração de riquezas, na transformação de conhecimentos e bens em novos produtos – mercadorias ou serviços; gerando um novo método com o seu próprio conhecimento. É o profissional inovador que modifica, com sua forma de agir, qualquer área do conhecimento humano. Também é utilizado – no cenário econômico – para designar o fundador de uma empresa ou entidade, aquele que construiu tudo a duras custas, criando o que ainda não existia.

1.1. CONCEITOS IMPORTANTES: Embora empreendedorismo seja um tema amplamente discutido nos dias atuais, seu conteúdo, ou seja, o que ele representa, varia muito de um lugar para outro, de país para país, de autor para autor. Isso porque, embora tenha se originado a partir de pesquisas em economia, o empreendedorismo (*) recebeu fortes contribuições da psicologia e da sociologia, o que provocou diferentes definições para o termo e, como conseqüência, variações em seu conteúdo. (*) DIFERENTES SIGNIFICADOS DE EMPREENDEDORISMO

Dicionário da Língua Portuguesa Aurélio (1999). Empreendedor: que empreende; ativo, arrojado, cometedor. 2. Aquele que empreende.

Grande Dicionário Enciclopédico Larousse (1983). Chefe de uma empresa. Chefe de uma empresa especializada na construção, nos trabalhos públicos, nos trabalhos de habitação. Pessoa que, perante contrato de uma empresa, recebe remuneração para executar determinado trabalho ou aufere lucros de uma outra pessoa, chamada mestre-de-obras.

Robert Dicionário (1963). Aquele que empreende qualquer coisa. Pessoa que se encarrega da execução de um trabalho por contrato empresarial. Toda pessoa que dirige um negócio por sua própria competência e que coloca em execução os diversos fatores de produção, tendo em vista vender os produtos ou serviços.

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Dicionário Webster (1970). Pessoa que organiza e gere um negócio, assumindo o risco em favor do lucro.

Dicionário de Ciências Sociais (1964). "O termo empreendedor denota a pessoa que exercita total ou parcialmente as funções de: iniciar, coordenar, controlar e instituir maiores mudanças no negócio da empresa; e/ou assumir os riscos nessa operação, que decorrem da natureza dinâmica da sociedade e do conhecimento imperfeito do futuro, e que não pode ser convertido em certos custos através de transferência, cálculo ou eliminação."

(*) PENSADORES

Baumol: inovação e liderança. O empreendedor (queira ou não, também exerce a função de gerente) tem uma função diferente. É seu trabalho localizar novas idéias e colocá-las em prática. Ele deve liderar talvez ainda inspirar; ele não pode deixar que as coisas se tornem rotineiras e, para ele, a prática de hoje jamais será suficientemente boa para amanhã.

Drucker: prática: visão de mercado; evolução. "O trabalho específico do empreendedorismo numa empresa de negócios é fazer os negócios de hoje capazes de fazer o futuro, transformando-se em um negócio diferente" (1974). "Empreendedorismo não é nem ciência, nem arte. É uma prática."

1.2. A NOVA ECONOMIA E UM NOVO MODELO PROFISSIONAL

A atitude faz a diferença.

Mercado valoriza quem sabe empreender (inovadores, inquietos, que quebram paradigmas, sabem reconhecer e operacionalizar oportunidades)

Empreendedores estão em alta, estes podem optar.

1.3. PERFIL E HABILIDADES DO EMPREENDEDOR:

Orientado para realizações e desafios,

Não gostam de trabalhos rotineiros e repetitivos,

Possuem alto nível de energia e entusiasmo,

Alto grau de perseverança e de imaginação,

Predisposição para riscos (moderados e calculados),

Capazes de transformar uma idéia em algo concreto,

Alta capacidade de influenciar,

Têm dificuldade de trabalhar em situação estruturada,

Questionadores, curiosos e estão continuamente examinando o ambiente. 1.4. EMPREENDEDORES EM ALTA

INTRAPRENEURS = nas empresas.

ENTREPRENEURS = em negócios próprios.

Cresce o número de negócios próprios:

o EUA - respondem por 90% dos novos empregos. o BRASIL - de cada 8 adultos 1 monta um negócio próprio.

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o 30 fundos de riscos investem 1,6 U$ Bi em novos projetos. 1.5. MOTIVOS PARA INICIAR UM NEGÓCIO PRÓPRIO

vontade de ganhar dinheiro,

desejo de sair da rotina,

vontade de ser seu próprio patrão,

necessidade de provar sua capacidade,

opção de carreira / vida. 1.6. FATORES INIBIDORES DO POTENCIAL EMPREENDEDOR

imagem social,

disposição para assumir riscos,

capital social 1.7. PERÍODO DE LIVRE ESCOLHA DEPENDE DO:

preparo e autoconfiança,

nível de comprometimento com outras obrigações e interesses. 1.8. HABILIDADES / CONDIÇÕES IMPORTANTES

facilidade para negociar e lidar com pessoas,

saber identificar e contornar obstáculos e problemas em potencial,

ter raciocínio rápido,

ser comunicativo,

liderar em vez de ser liderado,

não esmorecer diante de contratempos,

contar com uma boa saúde,

estar preparado para lutar por seu objetivo,

desejar ser bem sucedido.

apoio da família,

uma certa experiência administrativa,

experiência em trabalhar com prazos apertados,

estar acostumado a resolver muitas coisas ao mesmo tempo e imediatamente,

uma família com tradição em negócios,

experiência no campo de negócios escolhido,

muito dinheiro. 2. CARACTERÍSTICAS DO COMPORTAMENTO DO EMPREENDEDOR O que é ser empreendedor?´

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“Empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da organização”. José Carlos Assis Dornelas Eles possuem algo que os diferencia das demais pessoas? Sabe-se que o empreendedor possui atitudes e comportamentos que contribuem para o sucesso nos negócios, mas não se pode afirmar com certeza que uma pessoa com tais características irá alcançar sucesso como empreendedor. As pesquisas sobre empreendedorismo são relativamente recentes e estão ligadas a importância que a pequena empresa exerce na economia mundial. O empreendedor é o “motor da economia”, aquele que produz mudanças. Desde 1980, as maiores empresas citadas pela revista Fortune eliminaram 5 milhões de empregos. Na mesma época mais de 34 milhões de empregos foram criados nas pequenas empresas. No empreendedorismo o SER é mais importante do que o SABER. As características do comportamento do empreendedor:

O empreendedor tem uma pessoa como modelo, que o influencia: Também o meio em que vive é determinante para a decisão da criação do próprio negócio. Se a pessoa pertence a uma comunidade onde o empreendedorismo é uma prática comum entre seus habitantes, ele tem mais possibilidades de criar seu próprio negócio.

Tem iniciativa própria: Sabe tomar decisões corretas na hora certa, tem autoconfiança, autonomia, otimismo e necessidade de realização.

Trabalha sozinho: Embora seja especialista em formar equipes. Planejam cada passo de seu negócio até a apresentação de plano a investidores, tendo sempre a visão de seu futuro negócio.

Tem perseverança e tenacidade.Não desanimam com facilidade.

O fracasso é considerado um resultado como outro qualquer. Ele aprende com os resultados negativos.

Tem grande energia. É um trabalhador incansável.Trabalham 24 horas por dia, 7 dias por semana , comprometendo até seus relacionamentos e a saúde.

Sabe fixar metas e alcança-las. Luta contra padrões impostos, tem capacidade para ocupar espaços deixados por outros.

Tem forte intuição.Pressente quando deve fazer as coisas.

Tem alto comprometimento e acredita no que faz. Acredita que pode fazer a diferença.

Cria feedback sobre seu comportamento. Utiliza estas informações para o seu aprimoramento

Sabe captar, utilizar e controlar recursos.

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É um sonhador realista. Embora racional

É um líder, Sabe valorizar estimar e recompensar seus funcionários e é respeitado por eles. Cria um sistema próprio de relação com empregados.

É orientado para resultado em longo prazo, para o futuro. Aceita o dinheiro como uma das medidas de seu desempenho.

São bem relacionados (networking). Amizades que possam ser utilizados como suporte para alcançar objetivos.

Cultiva imaginação e aprende a definir visões.

Conhece muito bem o ramo em que atua. Procuram aprender continuamente. Este conhecimento pode ser obtido através de publicações, cursos, feira ou através de conselhos de outras pessoas.

Traduz pensamentos em ações.

Define o que deve aprender Para realizar suas visões.

Cria um método próprio de aprendizagem.

Tem alta capacidade de influenciar as pessoas com as quais lida.

Capacidade para assumir riscos moderados. O empreendedor não é um aventureiro, ele assume riscos calculados.

Tem alta tolerância a ambigüidade (indefinição) e à incerteza. É hábil em definir a partir do indefinido.

Mantém alto nível de consciência do ambiente em que vive. É comprometido com a geração de empregos e dinamizando a economia e inovando sempre buscando soluções para melhorar a vida das pessoas.

Você se comporta como um empreendedor?

No jogo dos negócios é muito importante que você identifique suas reais características

empreendedoras, pois um grande número de pessoas tem buscado iniciar negócios próprios, sem,

no entanto, apresentar comportamento adequado. É importante estar consciente de quais são

suas qualidades e suas deficiências. Uma análise de suas experiências práticas, capacidade e

personalidade ajudarão a enfrentar qualquer situação.

É claro que, dificilmente, uma pessoa reunirá todas as características de um empreendedor

em perfeito equilíbrio. Elas não são uma herança genética. Aprendemos a desenvolvê-las ao

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longo da vida, com experiências de trabalho, determinação e estabelecimento de metas pessoais

desafiadoras.

Para que você conheça melhor as características do comportamento empreendedor, a

seguir estaremos trabalhando cada uma delas. Para cada característica do comportamento

empreendedor estarão sendo colocados os principais comportamentos assumidos. Analise cada

um deles pensando em como você se comporta no dia-a-dia.

Busca de oportunidades e iniciativa

Faz as coisas antes de solicitado ou antes de ser forçado pelas circunstâncias;

Age para expandir o negócio em novas áreas, produtos ou serviços;

Aproveita oportunidades fora do comum para começar um negócio, obter financiamentos, equipamentos, terrenos, local de trabalho ou assistência.

Persistência

Age diante de um obstáculo;

Age repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um obstáculo;

Assume responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário para atingir metas e objetivos.

Comprometimento

Faz sacrifícios pessoais ou despende esforços extraordinários para completar uma tarefa;

Colabora com os empregados ou se coloca no lugar deles, se necessário, para terminar um trabalho;

Esmera-se em manter os clientes satisfeitos e coloca em primeiro lugar a boa vontade a longo prazo, acima do lucro a curto prazo.

Exigência de qualidade e eficiência

Encontra maneiras de fazer as coisas melhor, mais rápido ou mais barato;

Age de maneira a fazer coisas que satisfazem ou excedem padrões de excelência;

Desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar que o trabalho seja terminado a tempo ou que o trabalho atenda a padrões de qualidade previamente combinados.

Correr riscos calculados

Avaliam alternativas e calcula riscos deliberadamente;

Age para reduzir os riscos ou controlar os resultados;

Coloca-se em situações que implicam desafios ou riscos moderados.

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Estabelecimento de metas

Estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que têm significado pessoal;

Define metas de longo prazo, claras e específicas;

Estabelece objetivos de curto prazo, mensuráveis.

Busca de informações

Dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores e concorrentes;

Investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um serviço;

Consultam especialistas para obter assessoria técnica ou comercial.

Planejamento e monitoramento sistemáticos

Planeja dividindo tarefas de grande porte em subtarefas com prazos definidos;

Revisa seus planos constantemente, levando em conta os resultados obtidos e as mudanças circunstanciais;

Mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões.

Persuasão e rede de contatos

Utiliza estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir os outros;

Utiliza pessoas-chave como agentes para atingir seus próprios objetivos;

Age para desenvolver e manter relações comerciais.

Independência e autoconfiança

Busca autonomia em relação a normas e controles de outros;

Mantém seu ponto de vista, mesmo diante da oposição ou de resultados inicialmente desanimadores;

Expressa confiança na sua própria capacidade de complementar uma tarefa difícil ou de enfrentar um desafio.

Assim, um empreendedor é motivado pela auto-realização, desejo de assumir

responsabilidades e independência, buscando não e somente a satisfação econômica. Considera

irresistíveis os novos empreendimentos e está sempre propondo novas idéias, que são seguidas

pela ação. O empreendedor está sempre se auto-avaliando, se autocriticando e controlando seu

comportamento, em busca do autodesenvolvimento. Para tornar-se um empreendedor de

sucesso, o indivíduo precisa reunir imaginação, determinação, habilidade de organizar, de liderar

pessoas e de conhecer tecnicamente as etapas e processos do seu negócio.

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Dificilmente vamos encontrar um empreendedor com todas estas características. Elas

representam apenas um referencial que lhe possibilita uma auto-avaliação, a partir da qual você

terá condições de definir seus pontos fortes e fracos e optar por um programa de aperfeiçoamento

pessoal, visando, principalmente, desenvolver aspectos de sua personalidade necessários ao seu

bom desempenho.

DESAFIOS

“A águia empurrou gentilmente os filhotes para a beira do ninho”. Seu coração trepidava com emoções conflitantes enquanto sentia a resistência deles. „Por que será que a emoção de voar precisa começar com o medo de cair? “- pensou. Esta pergunta eterna estava sem resposta para ela. Como na tradição da espécie, seu ninho localizava-se no alto de uma saliência, num rochedo escarpado. Abaixo, havia somente o ar para suportar as asas de cada um de seus filhotes. A despeito de seus medos, a águia sabia que era tempo. Sua missão materna estava praticamente terminada. Restava uma última tarefa: o empurrão. A águia reuniu coragem através de uma sabedoria inata. Enquanto os filhotes não descobrissem suas asas, não haveria objetivos em suas vidas. Enquanto não aprendessem a voar, não compreenderiam o privilégio de terem nascido águias. O empurrão era o maior presente que a águia-mãe tinha para dar-lhes, era seu supremo amor. E por isso, um a um, ela empurrou, e todos voaram!” (Autor desconhecido)

Todos nós somos seres dotados de capacidades potenciais que podem ser desenvolvidas

e aprimoradas. Muitas vezes, esse potencial só é desenvolvido quando nos deparamos com uma

situação difícil, que nos impõe uma postura mais arrojada. Por isso, mesmo que você se depare

com dificuldades ao longo do curso, persista em seu objetivo. Assim como os filhotes da águia, é

preciso vencer as dificuldades e os medos, para depois voar.

Bem, agora que você sabe como se comporta um empreendedor. Vamos fixa alguns

conceitos:

CARACTERÍSTICAS DO COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR

Empreendedores são pessoas capazes de sonhar e transformar sonhos em realidade. Identificam oportunidades, agarram-nas, buscam recursos e transformam tais oportunidades em negócios. São empreendedores todas as pessoas inovadoras, e que estão atentas às mudanças e sabem aproveitá-las, transformando-as em oportunidades de negócios.

a) Busca de oportunidades e iniciativa

Aproveita oportunidades fora do comum para começar um negócio, obter financiamentos, equipamentos, terrenos, local de trabalhos ou assistência.

b) Correr riscos calculados Avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente.

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c) Exigência de qualidade e eficiência

Encontra maneiras de fazer coisas melhor, mais rápidas, ou mais barato.

d) Persistência Age repetidamente ou muda de estratégia para enfrentar um desafio ou superar um obstáculo.

e) Comprometimento Faz um sacrifício pessoal ou despende um esforço extraordinário para completar uma tarefa.

f) Busca de informações Dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores e concorrentes.

g) Estabelecimento de metas Estabelece metas e objetivos que são desafiadores e que têm significado pessoal.

h) Planejamento e monitoramento sistemáticos

Planeja dividindo tarefas de grande porte em subtarefas com prazos definidos.

i) Persuasão e redes de contatos

Utiliza estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir os outros.

j) Independência e autoconfiança

Busca autonomia em relação a normas e controles de outros.

3. EMPREGABILIDADE A empregabilidade baseia-se numa recente nomenclatura dada à capacidade de adequação do profissional às novas necessidades e dinâmica dos novos mercados de trabalho. Com o advento das novas tecnologias, globalização da produção, abertura das economias, internacionalização do capital e as constantes mudanças que vêm afetando o ambiente das organizações, surgem a necessidade de adaptação a tais fatores por parte dos empresários e profissionais. O termo empregabilidade foi criado por José Augusto Minarelli, no fim dos anos 90. Remete à capacidade de um profissional estar empregado, mas muito mais do que isso, à capacidade do profissional de ter a sua carreira protegida dos riscos inerentes ao Mercado de Trabalho. José Augusto Minarelli estabelece o que ele chama de seis pilares da empregabilidade, que garantem a segurança profissional do indivíduo. Os seis pilares Adequação da profissão à vocação Uma vez que para torna-se um bom profissional e um ser humano realizado, o indivíduo deve conciliar a sua função com a capacidade e paixão pelo que faz. Competências

preparo técnico; capacidade de liderar pessoas; habilidade política; habilidade de comunicação oral e escrita em pelo menos dois idiomas; habilidade em marketing; habilidade de vendas; capacidade de utilização dos recursos tecnológicos

Idoneidade

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A idoneidade implica confiança de parte a parte e entre outros fatores, podem-se considerar:

ética; conduta; correção; respeito.

Saúde física e mental Cuidar do equilíbrio, do desgaste exagerado, cuidar do corpo, pessoas saudáveis tem bons relacionamentos e interage de maneira favorável, evitar vícios como fumo, álcool e drogas. Manter sua auto-estima e sua capacidade de realizar projetos. Reserva financeira e fontes alternativas de aquisição de renda A perda do emprego significa a perda da entrada de receita. Você deve fazer uma reserva mês a mês; a reserva é uma defesa, uma garantia que o sustenta. O projeto profissional deve ocorrer paralelamente. Seu negócio próprio de qualquer dimensão, também pode ser uma fonte alternativa de renda. Relacionamentos Quem conhece pessoas, adquirem informações importantes e relevantes, uma pessoa cuidadosa registra seus relacionamentos. Guarda e cuida deles, retorna as ligações, que podem ser oportunidades de trabalho. Em termos profissionais é muito importante ter um networking, uma forma de se manter conectado a sua rede de relacionamentos. Mantenha contato com essas pessoas. Empregabilidade é um tema extremamente dinâmico e a lista de pré-requisitos necessários para ser desejado pelo mercado cresce continuamente. As chamadas competências essenciais vão se tornando mais amplas e mais complexas à medida que o tempo passa. Há algum tempo o capital intelectual era uma vantagem competitiva por excelência. Hoje, sem a presença do capital emocional e do capital ético, apenas para citar duas concepções vigentes, apenas o capital intelectual não garante a contratação e permanência no mercado de trabalho. Quanto mais aumenta o nível da competitividade e, porque não dizer, a histeria corporativa, mais as questões relativas à capacidade de enfrentar e conviver com altos níveis de pressão tornam-se evidentes. Conviver cotidianamente com este nível de pressão não requer apenas intelecto relevante, mas, condições físicas e mentais pra lá de saudáveis. As maiores causas de afastamentos a partir do nível gerencial se devem a transtornos psicológicos, muitos deles potencializados pelo estresse negativo oriundo dos níveis crescentes de pressão e da falta de uma disciplina que permita crescimento na carreira associado à qualidade de vida. Sim, isso é possível! O conceito de empregabilidade é extremamente simples, resume-se nas respostas às seguintes perguntas: 1. Quanto a sua bagagem pessoal e profissional é interessante para o mercado? 2. Que “diferenciais nobres” você possui quando comparado a outros profissionais com uma formação e trajetória parecidas com a sua?

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3. Quais as razões que justificam o desejo de uma empresa em ter você como parte do capital estratégico/competitivo da organização? 4. O quanto a sua história de vida e de carreira falam mais alto que seu currículo. Ou seja, quando você pensa nas pessoas que detêm o poder de contratá-lo você tem que pensar: Afinal por que elas se importariam? Você não vale apenas o quanto sabe, mas vale o quanto “é”. Uma pessoa de grande competência técnica cujas qualidades morais e éticas não sejam comprováveis já não interessa a uma organização lúcida. Ser digno de confiança é um pré-requisito fundamental que sobrepõe o desejo por desafios e a capacidade de trabalhar sobre pressão. Seus diferenciais nobres são aqueles que estão tão associados ao seu ser, e que se tornam difíceis de serem copiados por seus pares: sua personalidade, seu caráter e o seu comportamento estão entre elas. Diferenciais pobres são facilmente copiados. Diferenciais nobres são os verdadeiros diferenciais! Os cases que você ajudou a escrever e que são anteriores à busca atual por emprego falam mais alto que seu currículo. Mesmo que você esteja saindo da universidade, cases que você tenha construído enquanto graduando ou pós-graduando, testemunhos de professores que tenham respeito por seu potencial, tudo isto conta a seu favor. Somos uma sociedade relacional, quem conhece você e o que estas pessoas pensam a seu respeito é de enorme importância! Por isso, não despreze o seu marketing pessoal, estou falando verdadeiramente de marketing pessoal, não de agir como um “marketeiro barato”, destes que pretendem enganar o mundo com uma genialidade que ninguém a não ser sua própria vaidade consegue perceber. Se você tem valor, o mundo precisa ser informado deste valor, até porque os “indivíduos marketeiros” já citados estarão sempre divulgando um valor que não possuem e roubando oportunidades dos competentes omissos. Por isso, você, que é uma pessoa de valor, deve e merece ser reconhecido e as ferramentas de marketing também existem para trabalhar em favor da verdade e da ética! Quanto maiores forem as suas condições de manter a mente aberta para transitar com qualidade por ambientes multiculturais e colaborar na elaboração de cases em cada ambiente que você freqüenta, maior a sua empregabilidade! O mundo demanda por profissionais competentes, éticos, determinados e com visão de futuro. Nenhuma competência acima da média será desprezada se não o for primeiro por quem a possui. Auto-motivação significa acreditar em seus motivos para agir e, com base nesta certeza, cativar a confiança e as oportunidades que dependem daqueles que têm poder de decisão. Sua empregabilidade depende da sua capacidade de gestão da sua própria vida e carreira. E diferenciais, devem por definição, ser DIFERENTES! Gere impacto, torne-se merecedor de ser lembrado e desejado pelo mercado. Empregabilidade é uma questão de uma excelente bagagem e um ótimo marketing pessoal.

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Você deve buscar ser tão bom que até seus concorrentes tenham que admitir em silêncio: Este cara é demais! Esta garota é impossível!

Carlos Hilsdorf Considerado pelo mercado empresarial um dos 10 melhores palestrantes do Brasil. Economista, Pós-

Graduado em Marketing pela FGV, consultor e pesquisador do comportamento humano. Palestrante do Congresso Mundial de Administração (Alemanha) e do Fórum Internacional de Administração (México).

Autor do best seller Atitudes Vencedoras, apontado como uma das 5 melhores obras do gênero. Presença constante nos principais Congressos e Fóruns de Administração, RH, Liderança, Marketing e Vendas do

país e da América Latina. Referência nacional em desenvolvimento humano. www.carloshilsdorf.com.br

Acompanhe as novidades no Twitter: www.twitter.com/carloshilsdorf

4. O EMPREENDEDORISMO NO BRASIL

O ato de empreender em nosso país foi desprezível até a proclamação da república. Do período

colonial e imperial não se tem dados efetivos de ações empreendedoras. Podem-se notar algumas

tentativas empresariais, mas todas recaíam nos interesses do Rei de Portugal ou nos interesses

dos familiares do Imperador.

Com o fim da escravatura o conceito de trabalho foi modificado. De algo destinado a escravos e

sem remuneração para uma atividade humana, remunerada e também estratégica.

A proclamação da republica, no ano seguinte ao processo de libertação dos escravos, permitiu

que surgisse o pensamento liberal, as iniciativas empreendedoras e a criação de empregos.

Surge então o fenômeno de imigração. Os primeiros imigrantes eram europeus. Trouxeram sua

cultura e principalmente a habilidade em lidar com dinheiro e negócios. As regiões Sul e Sudeste

do Brasil ainda apresentam influencia cultural dos europeus.

Posteriormente vieram outras raças e cabe destacar aqui um capitulo importante sobre os

japoneses que se tornaram reféns nos EUA e acabaram por optar em vir trabalhar em nosso país.

E assim encontramos uma gigantesca massa de orientais em algumas cidades do estado de São

Paulo.

Nesse período ainda temos um processo industrial precário. E dessa influencia restou-nos uma

habilidade de país montador por excelência. Podemos influenciar na mudança de um projeto, mas,

não elaboramos um projeto na integra. O nosso parque industrial vive dos sobrevive daquilo que

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outras nações dispensam. Falta-nos um pouco de maturidade técnica para criar modelos. Somos

excelentes reprodutores de modelos e feitores de moldes.

A formação de nossa mão de obra ocorreu em escolas técnicas que ofereciam cursos destinados

aos interesses das empresas multinacionais e agora com a modernização em nível global essas

mesmas escolas não conseguem alunos para cursos que não despertam interesse e procura pela

indústria moderna.

Um outro fenômeno interessante é que paralelamente ao surgimento de novos empregos na mão

de estrangeiros o povo brasileiro de então fica dependente de patrões estrangeiros. Assim surgem

os movimentos migratórios brasileiros onde a massa de migrantes expande o meio urbano através

do êxodo rural.

Atualmente o nosso quadro é um pouco mais otimista. Somos uma miscigenação racial. Essa

diversidade formatou um povo alegre, mas sem noção política e econômica. Assim não fomos

hábeis em desenvolver negócios. Os poucos que se destacam são isoladamente diferenciados da

maioria. O que pensamos em termos de empreendedorismo ainda passa pela possibilidade de um

bom emprego, carteira assinada ou talvez um cargo público.

O quadro pode ser mudado em longo prazo quando se passa a ensinar nas escolas as noções de

empreendedorismo. No Brasil temos o seguinte quadro:

ESCOLAS DE NÍVEL SUPERIOR

FGV 1981

USP 1984

UFSC 1992

UFPE 1992

UNINOVE 2000 (cursos gerencias)

O contexto até aqui verificado pode ser melhor analisado quando consideramos que os fatores

históricos explicam um outro fenômeno que pode ser observado em alguns indivíduos de nossa

sociedade. Os especialistas chamam de “Síndrome do empregado”. Veja algumas características

de que se enquadra nesse perfil:

A pessoa...

É dependente, no sentido de que necessita de alguém para se tornar produtivo, para trabalhar.

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Descuida de outros conhecimentos que não sejam voltados à tecnologia do produto ou a sua

especialidade.

Domina somente parte do processo.

Não é auto suficiente: exige supervisão e espera que alguém lhe ofereça o caminho.

Não busca conhecer o negócio como um todo: a cadeia produtiva, a dinâmica dos mercados, a

evolução do setor.

Não se preocupa com o que não existe ou não é feito: tenta entender e especializar-se somente

no que existe.

Não se preocupa em transformar as necessidades dos clientes em produtos e serviços.

Não percebe a importância do marketing.

Não lê o ambiente externo que oferece ameaças e oportunidades.

Raramente é agente de inovações: não é criativo, não gera mudanças e não muda a si mesma.

Mais faz do que aprende, executando de acordo com o que foi mandado.

Não tem a preocupação em formar sua rede de relações, estabelece baixo nível de comunicação.

Tem medo do erro (que é punido em nosso sistema de ensino e em nossa sociedade) e não o

toma (o erro) como fonte de aprendizado.

5. RETROSPECTIVA DO EMPREENDEDORISMO NO BRASIL E NO MUNDO

Análise histórica

A palavra empreendedor (entrepreneur) surgiu na França por volta dos séculos XVII e XVIII, com o

objetivo de designar aquelas pessoas ousadas que estimulavam o progresso econômico,

mediante novas e melhores formas de agir.

Entretanto, foi o economista francês Jean-Baptiste Say, que no início do século XIX conceituou o

empreendedor como o indivíduo capaz de mover recursos econômicos de uma área de baixa para

outra de maior produtividade e retorno. Mais tarde, o austríaco Joseph Schumpeter, um dos mais

importantes economistas do século XX que definiria esse indivíduo como o que reforma ou

revoluciona o processo “criativo-destrutivo” do capitalismo, por meio do desenvolvimento de nova

tecnologia ou do aprimoramento de uma antiga – o real papel da inovação. Esses indivíduos são

os agentes de mudança na economia.

Posteriormente, Peter Ferdinand Drucker, considerado “o pai da administração moderna”, é que

amplia a definição proposta por Jean-Baptiste Say, descrevendo os empreendedores como

aqueles que aproveitam as oportunidades para criar as mudanças. Os empreendedores não

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devem se limitar aos seus próprios talentos pessoais e intelectuais para levar a cabo o ato de

empreender, mas mobilizar recursos externos, valorizando a interdisciplinaridade do conhecimento

e da experiência, para alcançar seus objetivos.

O conceito de empreendedorismo está também muito relacionado aos pioneiros da alta tecnologia

do Vale do Silício, na Califórnia. Ainda nos EUA, o Babson College tornou-se um dos mais

importantes pólos de dinamização do espírito empreendedor com enfoque no ensino de

empreendedorismo na graduação e pós-graduação, com base na valorização da oportunidade e

da superação de obstáculos, conectando teoria com a prática, introduzindo a educação para o

empreendedorismo através do currículo e das atividades extracurriculares. É notória a atual

ênfase dada ao empreendedorismo e a inovação como temas centrais nas melhores

Universidades Norte-Americanas.

Século XVII

Os primeiros indícios de relação entre assumir riscos e empreendedorismo ocorreram nessa

época, em que o empreendedor estabelecia um acordo contratual com o governo para realizar

algum serviço ou fornecer produtos. Richard Cantillon, importante escritor e economista do século

XVII, é considerado por muitos como um dos criadores do termo empreendedorismo, tendo sido

um dos primeiros a diferenciar o empreendedor (aquele que assume riscos), do capitalista (aquele

que fornecia o capital).

Século XVIII

Nesse século o capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados, provavelmente

devido ao início da industrialização que ocorria no mundo, através da Revolução Industrial.

Século XIX e XX

No final do século XIX e início do século XX, os empreendedores foram frequentemente

confundidos com os administradores (o que ocorre até os dias atuais), sendo analisados

meramente de um ponto de vista econômico, como aqueles que organizam a empresa, pagam

empregados, planejam, dirigem e controlam as ações desenvolvidas na organização, mas sempre

a serviço do capitalista.

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Teorias do Empreendedorismo

A teoria econômica, também conhecida como schumpeteriana, demonstra que os primeiros a

perceberem a importância do empreendedorismo foram os economistas. Estes estavam

primordialmente interessados em compreender o papel do empreendedor e o impacto da sua

atuação na economia. Três nomes destacam-se nessa teoria: Richard Cantillon, Jean Baptiste Say

e Joseph Schumpeter.

Cantillon era um banqueiro que hoje poderia ser descrito como um capitalista de risco, cujo seus

escritos revelam um homem em busca de oportunidades de negócios, preocupado com o

gerenciamento inteligente de negócios e a obtenção de rendimentos otimizados para o capital

investido.

Say dinstiguiu entre empreendedores e capitalistas e os lucros de cada um. Say considerava o

desenvolvimento econômico como resultado da criação de novos empreendimentos e ansiava

pela expansão da Revolução Industrial inglesa na França. Cantillon e Say consideravam os

empreendedores como pessoas que corriam riscos, basicamente porque investiam seu próprio

dinheiro. Na visão de Cantillon, os empreendedores compravam matéria prima, por certo preço

com o objetivo de processá-la e revendê-la por um preço ainda não definido. Os empreendedores

eram, portanto, pessoas que aproveitavam as oportunidades com a perspectiva de obterem lucros,

assumindo riscos inerentes. Say fazia distinção entre empreendedores e capitalistas e entre os

lucros de cada um. Ao fazê-lo, associou os empreendedores à inovação e via-os como os agentes

da mudança.

Porém, Schumpeter foi quem realmente lançou o campo do empreendedorismo, associando-o

claramente à essência da inovação. A essência do empreendedorismo está na percepção e no

aproveitamento das novas oportunidades no âmbito dos negócios, sempre tem a ver com criar

uma nova forma de uso dos recursos nacionais, em que eles sejam deslocados de seu emprego

tradicional e sujeitos a novas combinações. Uma das principais críticas destinadas a esses

economistas é que eles não foram capazes de criar uma ciência comportamentalista.

A segunda teoria, dos comportamentalistas, refere-se a especialista do comportamento humano:

psicólogos, psicanalistas, sociólogos, entre outros. O objetivo desta abordagem do

empreendedorismo foi de ampliar o conhecimento sobre motivação e o comportamento humano.

Um dos primeiros autores desse grupo a demonstrar interesse foi Max Weber (1930). Ele

identificou o sistema de valores como um elemento fundamental para a explicação do

comportamento empreendedor. Via os empreendedores como inovadores, pessoas independentes

cujo papel de liderança nos negócios inferia uma fonte de autoridade formal. Todavia o autor que

realmente deu início à contribuição das ciências do comportamento foi David C. McClelland.

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Nessa linha, McClelland (1972) foi um dos primeiros autores a estudar e destacar o papel dos

homens de negócios na sociedade e suas contribuições para o desenvolvimento econômico. Esse

autor concentra sua atenção sobre o desejo, como uma forca realizadora controlada pela razão.

Para McClelland, um empreendedor é alguém que exerce controle sobre uma produção que não

seja só para o seu consumo pessoal. De acordo com a sua definição, um executivo em uma

unidade produtora de aço na União Soviética é um empreendedor.

De fato o trabalho de McClelland (1971) está concentrado em gerentes de grandes organizações

e, apesar de estar fortemente ligado ao empreendedorismo, uma leitura cuidadosa de seus

escritos mostra que ele nunca fez qualquer elo entre a necessidade de auto realização e a decisão

de lançar, possuir ou até mesmo gerenciar um negócio.

Outros pesquisadores têm estudado a necessidade de realização, porém nenhum deles parece ter

chegado a conclusões definitivas sobre qualquer tipo de conexão com o sucesso dos

empreendedores. Alguns autores acham que a necessidade de realização é insuficiente para a

explicação de novos empreendimentos; enquanto outros acham que ela não é suficiente o

bastante para explicar o sucesso dos empreendedores.

É importante observar que os autores da teoria comportamentalista não se opuseram às teorias

dos economistas, e sim ampliaram as características dos empreendedores.

Empreendedorismo no Brasil

No Brasil, o empreendedorismo começou a ganhar força na década de 1990, durante a abertura

da economia. A entrada de produtos importados ajudou a controlar os preços, uma condição

importante para o país voltar a crescer, mas trouxe problemas para alguns setores que não

conseguiam competir com os importados, como foi o caso dos setores de brinquedos e de

confecções, por exemplo. Para ajustar o passo com o resto do mundo, o país precisou mudar.

Empresas de todos os tamanhos e setores tiveram que se modernizar para poder competir e voltar

a crescer. O governo deu início a uma série de reformas, controlando a inflação e ajustando a

economia, em poucos anos o País ganhou estabilidade, planejamento e respeito. A economia

voltou a crescer. Só no ano 2000, surgiu um milhão de novos postos de trabalho. Investidores de

outros países voltaram a aplicar seu dinheiro no Brasil e as exportações aumentaram. Juntas

essas empresas empregam cerca de 40 milhões de trabalhadores.

As habilidades requeridas de um empreendedor podem ser classificadas em 3 áreas:

Técnicas: Envolve saber escrever, ouvir as pessoas e captar informações, ser organizado,

saber liderar e trabalhar em equipe.

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Gerenciais: Incluem as áreas envolvidas na criação e gerenciamento da empresa

(marketing, administração, finanças, operacional, produção, tomada de decisão,

planejamento e controle).

Características pessoais: Ser disciplinado, assumir riscos, ser inovador, ter ousadia,

persistente, visionário, ter iniciativa, coragem, humildade e principalmente ter paixão pelo

que faz. Pesquisas recentes realizadas nos Estados Unidos mostram que o sucesso nos

negócios depende principalmente de nossos próprios comportamentos, características e

atitudes, e não tanto do conhecimento técnico de gestão quanto se imaginava até pouco

tempo atrás. No Brasil, apenas 14% dos empreendedores têm formação superior e 30%

sequer concluíram o ensino fundamental, enquanto que nos países desenvolvidos, 58%

dos empreendedores possuem formação superior. Quanto mais alto for o nível de

escolaridade de um país, maior será a proporção de empreendedorismo por oportunidade.

6. DESENVOLVIMENTO DE EMPREENDEDORES – APRENDER A EMPREENDER

Num mercado tão dinâmico como o atual é necessário a elaboração de processos que estimulem

o aprendizado e capacitações da população economicamente ativa.

Tais processos são aplicados aos empreendedores. Não importa se é na criação de uma empresa

ou na inovação de um processo, pois o que se torna importante é a preparação para inovar e

transformar uma situação em algo lucrativo.

Indicamos abaixo as fases de processo em criação de negócios e abertura de empresas.

FASE DEFINIÇÃO AÇÃO

1 Da inovação à idéia inicial Estratégias para identificação de uma oportunidade

2 Da idéia inicial ao Plano de Negócios Estratégias para agarrar uma oportunidade

3 Do plano de negócios ao início das operações

Estratégias para buscar e gerenciar os recursos necessários para aproveitar oportunidade

Um empreendedor é caracterizado pelo comportamento e pelo conjunto de ações inovadoras ou

transformadoras que executa em qualquer atividade humana. Destaca-se pelo fato romper como

os modelos tradicionais (padrões preestabelecidos) e a criação de novos modelos, novos

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processos e demais inovações que não descaracterizam o que já existe mas implementa

novidades que melhoram desempenhos e elevam o resultado positivo, ou seja, dão lucro.

Veja o quadro abaixo para comparar o convencional do empreendedor:

Convencional Empreendedor

Ênfase no conteúdo, que é visto como meta Ênfase no processo – aprender a aprender

Conduzido e dominado pelo instrutor Apropriação do aprendizado pelo participante

O instrutor repassa o conhecimento O instrutor como facilitador. Os participantes geram conhecimento

Aquisição de informações “corretas” de uma vez por todas

O que se sabe pode sofrer mudanças

Currículo e sessões fortemente programadas Sessões flexíveis e voltadas a necessidades

Objetivos do ensino são impostos Objetivos do aprendizado são negociados

Rejeição ao desenvolvimento de conjecturas e pensamento divergente

Conjecturas e pensamento divergente são vistos como parte do processo criativo

Ênfase no pensamento analítico e linear usando a parte esquerda do cérebro

Envolvimento de todo o cérebro, aumento da racionalidade

Conhecimento teórico e abstrato Conhecimento teórico amplamente complementado por experimentos

Resistência à influencia da comunidade Encorajar a comunidade em exercer influencias

Ênfase no mundo exterior. A experiência interior é considerada imprópria ao ambiente educacional

Experiência interior serve de contexto para o aprendizado. Sentimentos incorporados à ação

A educação é um processo que ocorre por tempo determinado

A educação é um processo continuo, dentro e fora da escola

Erros não são aceitos Erros são encarados como fonte de conhecimento

A parte instrumental do processo de aprender a empreender é mais uma forma do empreendedor

analisar a si próprio e o meio que o rodeia. Destacam-se aqui sete instrumentos que auxiliam no

processo de aprendizado:

1. O conceito de si – todos nós temos uma idéia formada a nosso respeito. Muitas vezes

somos compelidos a manter certa modéstia ou a falta dela. Entretanto devemos considerar

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o que temos de pontos fortes e mostrá-los ao mundo. Os pontos fracos devem ficar

guardados e tratados de modo a serem superados ou vencidos.

2. Perfil do empreendedor – como já foi visto, os empreendedores possuem comportamento

especifico. Se aquelas qualidades não são totalmente enquadradas em seu modo de agir

então pelo menos considere aquelas que se aproximam, que fazem fronteira sobre suas

ações freqüentes e assim inicia-se a definição de perfil de empreendedor em você.

3. Depoimentos – há uma série de reportagens em revistas e na TV. Muitas histórias de

sucesso através dos tempos. Analise-os e veja o que faria se estivesse no lugar de certos

inventores ou administradores.

4. Entrevistas – procure falar com pessoas que são ativas e inovadoras. O comercio está

cheio desses profissionais. Tente entender o funcionamento de certas lojas. Como

sobrevivem a mais de 15 anos na praça, onde apresentam diferencial de atendimento.

Essa modalidade de entrevistar pessoas vai nos dar a idéia de ações empreendedoras

num mercado competitivo.

5. Desenvolvimento da criatividade – antes de qualquer atitude deve-se entender que

todos os seres humanos são criativos. Existem diferenças no tempo em que cada um

manifesta essa criatividade. É necessário treinar o tempo gasto em apresentações

criativas. Trata-se de um processo mental em resolver problemas do modo mais rápido

possível.

6. Processo visionário e aproveitamento de oportunidades – sempre que possível

compare ações de terceiros com suas ações, num mesmo problema. Tente guardar na

memória o que se fazia no passado e se faz agora. Projete suas ações no futuro. Há

profissões e serviços que desaparecerão e novos serviços surgirão como novos

problemas, portanto, ganha quem souber vender soluções para o futuro.

7. A rede de relações e o padrinho – todo ser humano deve saber que é um ser gregário,

ou seja, que vive em grupo e necessita dos outros ao seu redor. No processo de

empreendedorismo é necessário manter uma rede de pessoas influentes e questionadoras,

que acrescentem em idéias e motivação. Assim também se faz necessário a idéia de um

padrinho. Um empreendedor que atua no mesmo ramo e disponha-se a ser um conselheiro

durante todo o processo de um plano de negócios.

Aprender é um processo continuo da existência humana. Aprendemos em qualquer idade e lugar.

Para alguns é necessário um ambiente que favoreça o aprendizado e para outros basta o

descanso do dia anterior para aprender.

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Para facilitar a compreensão do aprender, vamos considerar o aprendizado como uma fórmula

onde:

APRENDER = COMPREENDER + FIXAR

Se compreendemos apenas e não fixamos então não sabemos explicar.

Se fixamos, decoramos e a qualquer momento podemos esquecer.

O aprendizado é constante e deve ser treinado. Aqueça seus neurônios e bons negócios.

7. VISÃO OPORTUNIDADE E CRIATIVIDADE NO EMPREENDEDORISMO

Visão → Oportunidade → Criatividade

Visão do Empreendedor = Capacidade de ver luz do futuro

O que fazer no futuro?

O que o mercado deseja?

Como pode ser o processo?

Quem dominará a economia?

Que forma de governo predominará no Planeta?

Elementos de suporte para a formação da Visão: Auto-Imagem, Auto-Estima, Julgamento da

capacidade pessoal, Como a pessoa se vê... Em que modelo se enquadra?

Oportunidade

Capacidade de identificar, agarrar e transformar uma situação em algo lucrativo, durante certo

tempo e dar continuidade nesse processo de transformação e lucratividade.

Criatividade

Resultado do treinamento das resoluções mentais para resolver situações desafiadoras em tempo,

espaço e condições adversas.

Bloqueios da Criatividade → Insistir no resultado das seguintes expressões → resposta certa, isso

não tem lógica, siga as normas, seja prático, evite dúvidas, é proibido errar, brincar é falta de

criatividade, não seja bobo, eu não sou criativo.

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ESTUDO DAS OPORTUNIDADES

Em nossa cultura é muito comum lamentarmos a perda de oportunidades. Sempre que

deixamos “escapar” uma oportunidade somos tomados de uma depressão e parece que

acreditamos na impossibilidade de surgir novas oportunidades.

Vamos dar um exemplo onde um jogador de futebol perde um gol fácil aos trinta segundos

do primeiro tempo. Este profissional é tomado de uma tristeza e lamenta-se profundamente,

ignorando que se mantiver o espírito de luta novas oportunidades irão surgir.

Para um empreendedor é preciso acreditar que as oportunidades não passam mas

aparecem de modo diferente e desafiador. Segundo Whitney Young Jr. “é melhor estar preparado

para uma oportunidade e não ter nenhuma do que ter uma oportunidade e não estar preparado”.

Para dirigir a conceituação de oportunidades a um patamar racional e de certa forma

otimista damos a seguir algumas características de oportunidades (empreendedoras):

Surgem em função da identificação de desejos e necessidades insatisfeitos, da

identificação de recursos potencialmente aproveitáveis ou subaproveitáveis, ou quando se

procuram aplicações (problemas) para novas descobertas (soluções);

Estão em qualquer lugar;

É um presente para a mente preparada;

São simples na sua concepção: coisas complicadas raramente dão certo;

As oportunidades exigem grandes esforços, não podem ser tratadas superficialmente;

Devem se ajustar ao empreendedor (o que serve para uma pessoa não serve para outra);

São atraentes, duráveis, tem hora certa, ancoram-se em um produto ou serviço que cria,

ou adiciona valor para o seu comprador;

São alvos móveis: se alguém as vê, ainda há tempo de aproveita-las;

Um empreendedor habilidoso dá forma a uma oportunidade onde outros nada vêem, ou

vêem muito cedo ou tarde demais;

São as fagulhas que detonam a explosão do empreendedorismo;

Boas oportunidades de negócios são menos numerosas que as idéias;

Identifica-las representa um desafio: uma oportunidade pode estar camuflada em dados

contraditórios, sinais inconsistentes, lacunas de informação e outros vácuos, atrasos e

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avanços, barulho e caos do mercado (quanto mais imperfeito o mercado, mais abundantes

são as oportunidades).

“Um otimista vê uma oportunidade em cada calamidade. Um pessimista vê uma calamidade em

cada oportunidade”.

Winston Churchill

Recomenda-se uma auto-análise ao nos depararmos com uma “oportunidade”. Sendo

pessimistas ou otimistas sempre estaremos diante de uma oportunidade. No entanto pode-se cair

no erro de cair no oportunismo: vender guarda-chuva em dia de temporal, vela em dia de finados

etc.

A boa oportunidade deve ser analisada sob alguns prismas: a compatibilidade com o

empreendedor, sua carga de valores éticos e morais, preferências, visões de mundo e sonhos. É

preciso confrontar as exigências sugeridas pela oportunidade e as forças e fraquezas individuais.

Lista de erros a evitar:

Paixão pelo produto (o rato morre porque se apaixona pelo queijo);

Paranóia do negócio: não posso mostrar a idéia, porque será roubada;

Perfeccionismo (a idéia não fica pronta, acabada);

Muito tarde ou muito cedo (a temporalidade);

Não reconhecer a concorrência;

Preço baixo como estratégia de entrada: complexo de comprar caro e vender barato;

Impaciência: 30 dias ou arrebenta;

Desejo e necessidade de obter lucros rapidamente: queime tudo no lançamento.

Frases para pensar:

. Esta geringonça tem inconvenientes demais para ser levada a sério como meio de

comunicação. Ela não tem nenhum valor para nós.

Memorando interno da Western Union, em 1876, a respeito do telefone.

. Quem se interessaria em ouvir os atores?

H.M. Warner, da Warner Brothers, no auge do cinema mudo em 1927.

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8. IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES NUMA ANÁLISE DE MERCADO Como já vimos, oportunidade é a capacidade de identificar, agarrar e transformar uma situação

qualquer em algo lucrativo. Para realizar a identificação de uma oportunidade é necessário que o

empreendedor liberte-se de alguns valores e conceitos prévios a respeito de oportunidade.

Também é necessário diferenciar oportunidade de oportunismo. São condições distintas para

movimentar um negócio qualquer. Ser oportunista não é pecado, mas valer-se dessa prática

também não garante lucro por muito tempo. O oportunismo vicia e limita a criatividade de quem o

pratica, portanto faça a sua escolha.

Para identificar oportunidades são necessários dois ingredientes: predisposição e criatividade.

A predisposição consiste em aproveitar todo e qualquer ensejo para observar negócios. Através

do fato de se dispor previamente a olhar para o mundo, o empreendedor pode identificar

oportunidades. Ir a feiras, convenções, congressos e manter-se informado via rede e demais

canais de publicações a respeito são atitudes que completam a empreitada.

A criatividade é a resolução de problemas no momento em que tudo conspira em sentido

contrário. Encontrar respostas rápidas e oferecer soluções adequadas aos problemas que nos são

apresentados é o papel do agente criativo. Ajuda muito exercer o papel de observador. É

importante que tal papel esteja revestido de caráter analítico pois não adianta observar por um

viés do positivismo apenas.

ELEMENTOS BÁSICOS EMPREENDER A PARTIR DA IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES

A escolha diante da diversidade – descubra o que ainda não foi satisfeito. Onde há

descontentamento há oportunidade de negócio. Ao olhar para as ofertas de mercado é possível

descobrir o que ainda não foi ofertado ou descobrir as críticas feitas pelo mercado consumidor.

Observação das deficiências – quando identificamos oportunidades também estamos propensos a

destruir modelos ou a melhorar o que já existe. A correção de certos produtos é um grande

mercado para oportunidades

Análise de tendências – a mudança é um processo constante e de certo modo imperativo. Ela não

consulta os envolvidos para ocorrer, pois simplesmente ocorre.

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É vital que se desenvolva algum tipo de mecanismo capaz de observar e registrar o que acontece

ao nosso redor. A partir desse registro é que criamos um relatório sobre tendências de mercado

em criar novos negócios.

Devemos considerar que os negócios ocorrem em ciclos. São períodos de crescimento,

estagnação e desaparecimento. Os três momentos antecedem ao que chamamos de tendência.

Derivação da ocupação atual – As oportunidades podem estar escondidas na área em que

atuamos e que por cansaço ou acomodação não percebemos o potencial de negócios ali

embutidos. A maioria dos empreendedores de sucesso conhece muito bem o ramo em que atuam

e ao derivarem a partir do conhecido acabam montando um novo negocio com algum sucesso.

Em menor escala de acontecimento, mas de importância significativa podemos citar outros

elementos que tem gerado negócios interessantes e alavancado a economia.

Exploração de hobbies – a indústria do lazer

Lançamento de moda – a incubação de idéias originais

Imitação criativa – a partir de uma idéia original, surge uma idéia similar e útil para outra

área.

ÁREAS DISPUTADAS PARA IDENTIFICAR OPORTUNIDADES

Setor de energia – pela demanda de produção, distribuição e conceituação. Um dos maiores

desafios para a humanidade é a de atender a demanda de energia para sustentar os interesses da

sociedade que construímos.

Animais domésticos e produtos afins – sobram ações ecologicamente corretas e outras nem tanto

para adquirir e preservar animais domésticos. O mercado de saúde e alimentação para bichos

está longe da exaustão.

Produção de alimentos – O século passado explorou os conceitos da física e da química e neste

século a exploração da biologia parece obvia. Os alimentos transgênicos e bioengenharia

oferecem oportunidade de negócios a serem inventados.

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Substituição de material – quando o primeiro engenheiro petroquímico afirmou que os pára-

choques de carros seriam de plástico, a população leiga não acreditou no que ouvia e hoje

nenhum carro é fabricado com essa peça em aço que aumenta o peso, necessitando de aumento

de potencia no motor.

Controle da poluição – A água é uma substancia de três átomos apenas e quimicamente não

oferece perigo em situação normal, mas quando misturada pode ser letal. A matéria, enquanto

conceito científico pode e deve ser reciclada, portanto nova oportunidade de mercado.

Treinamento em informática – os negócios em informática diminuíram em volume. Isto se deve

muito mais aos fatores econômicos do que a uma possível saturação de mercado. Se forem

baratos os novos equipamentos e seus novos programas serão implantados e para qualquer

situação em informática é necessário o treinamento.

PROBLEMAS A SEREM EVITADOS:

Falta de objetividade com a idéia de negocio

Desconhecimento do mercado

Erro na estimativa das necessidades financeiras

Falta da diferenciação

Desobediência à lei

Falta de critérios para escolha de sócios ou a base de escolha é emocional.

Localização definitivamente inadequada para implantar um negócio

9. O EMPREENDEDOR INTERNO

Para conceituarmos o intra-empreendedor é necessário considerar que, entende-se por empresa

uma unidade socioeconômica que visa lucro através de produção e venda de bens e serviços.

As empresas podem ser públicas ou privadas e ainda as organizações chamadas de terceiro setor

ou as “ONG’s”.

Intra-empreendedor é o individuo que está na situação de colaborador e nas suas atribuições

promove inovações em um processo qualquer e a partir dessa ação dá continuidade em inovações

e promove mudanças.

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As ações deste profissional estão relacionadas com os seguintes aspectos:

Conhecimento do setor/segmento/ramo de atividade

Leitura ideal da empresa, sua missão e demais políticas desenvolvidas pela organização.

Obtenção de uma rede de informações e relacionamentos

Conhecimento dos canais de competência para contar/divulgar/debater idéias e

normatizações.

DIFERENCIAIS SITUACIONAIS

I) Na empresa de um dono apenas.

Poder centralizado na figura de uma única pessoa. Todos os procedimentos passam pelo

aval dele.

Expectativas. Os demais elementos de uma organização de um dono apenas apresentam

a síndrome do empregado e espera sempre as decisões partirem da figura patronal.

Qualquer tentativa de empreender pode sofrer críticas e bloqueios de criatividade. Os

canais de acesso dependem da forma de apresentar idéias e do momento de serem

apresentadas pois há variação de humor todos os dias.

Administração confunde-se com a pessoa. Isso ocorre quando a pessoa é desorganizada

ou movida pela tradição quando age. São traços de personalidade que o individuo carrega

consigo e aplica na empresa em que é o dono.

Custo Brasil. Nosso país é sensível aos movimentos internacionais. Tanto de economia

quanto de produção e consumo movem a economia e os mercados brasileiros. Dessa

forma uma crise no exterior altera o humor de nossas empresas. É preciso estar atento e

não se deixar contaminar. Esses movimentos são especulativos e oportunistas.

Empresas pequenas e de um empreendedor a frente dos negócios implica na ausência de

uma administração profissional constante. Não há lugar para pedir socorro e inovar nesse

clima carece de habilidades ligadas a tenacidade e a perseverança.

II) NAS GRANDES CORPORAÇÕES

Encontramos administração profissional e demais recursos como legislação, suporte em

sindicatos e federações de classe.

Todos os cargos são descritos e geralmente pressupõe funções vinculadas a uma chefia.

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As organizações são hierarquizadas e controlam o fluxo de informações através de

relatórios e dados estatísticos. É freqüente a confecção de gráficos e relatórios de análise

e desempenho.

As empresas têm missão definida e divulgada ao seu grupo de colaboradores. Em alguns

casos encontramos uma cultura instalada. Quando um colaborador muda de empresa

nota-se uma série de citações e até um saudosismo da empresa anterior.

A política da empresa fica explicita através de seus departamentos e pessoal do “staff”.

Nesse detalhe vamos encontrar os departamentos parceiros e até áreas críticas onde o

desempenho de um depende da eficácia do outro e vice-versa.

Orientações ao candidato intra-empreendedor

Ciladas a evitar:

Ir além e não contar ao mundo – muitos profissionais trabalham com muita dedicação

ao time que pertencem, mas sua função não vista pelos demais. Trata-se de um

trabalho importante que não aparece. É preciso se fazer notar, divulgar aos pares que

fez e obter feedback. Se não for deste modo o profissional só aparece nos momentos

das falhas. É o que chamo de síndrome do extintor. (ninguém se importa e na hora do

incêndio ele não tem o direito de falhar e quando acontecem todos dizem que não

prestava).

Manter-se no “mínimo necessário” - este é o conhecido “fazer o feijão com arroz”.

Embora seja necessário fazer o mínimo, torna-se dispensável o colaborar que se

dedica a este único tópico profissional. Em muitas áreas do serviço público tais ações

são comuns por falta profissionalismo, mas sobra “funcionalismo”. Há muitas razões

para se explicar o fato e destaco uma delas: não se ousa para evitar conflitos.

Guardar as idéias para si – Nossa cultura tem a figura do chefe que tem medo da

“sombra” e por conta desse fato não agimos. Neste caso resta-nos a re-ação. Esta

ultima é muito cara em todos os sentidos. A ação é preventiva e custa pouco mas a

reação é cara tem uma falsa impressão de cura e coloca-nos em posição inferiorizada.

Para ser intra-empreendedor é preciso deixar o coração de lado e agir nos preceitos racionais.

A empresa é sempre muito maior que nossas paixões ou amores. Por maior dedicação que

tenhamos a empresa pode optar por fazer cortes ao diminuir custos. O cliente e os

fornecedores precisam de nosso trabalho profissional. Sejamos afetivos no sentido de respeito

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e bons modos mas paixão por este ou aquele departamento não. Aposte suas fichas naquilo

que tem de melhor. Divulgue essas idéias buscando “segundas” opiniões. Arrume energia,

pois muitos irão conspirar no sentido oposto. Não é uma guerra intencional, mas uma cultura

de quem deseja ser o melhor passa a ser estereotipado. Assim são chamados os CDF’s na

escola e depois outros nomes na empresa.

10. PLANO DE MARKETING NO EMPREENDEDORISMO

O conceito: O marketing é o conjunto das idéias e ações que visam descobrir necessidades, carência e valores de um mercado-alvo e adaptar-se para satisfazê-lo de forma mais eficaz e eficiente que os seus concorrentes. O plano: É obrigatório para qualquer empresa competitiva ter mensagens claras de marketing. O tipo de mensagem a ser transmitida ao consumidor deve motivá-lo a comprar produtos ou serviços de quem emite mensagens adequadas. A cada dia os consumidores são mais seletivos e procuram aquilo que satisfaça não apenas uma necessidade imediata, mas que contribua para uma sensação global e duradoura de bem estar. São itens obrigatórios do plano de marketing:

Preço: deve estar de acordo com o mercado e com o valor que o consumidor está disposto a pagar. Sugestões de avaliação:

o Nível de preço praticado o Reação dos clientes em função do preço o Política de descontos e promoções o Política de preços em relação à concorrência o Redução de custos para diminuir preço

Produto: É aquilo que temos para vender, produto ou serviço. Quando nos referimos ao produto, devemos levar em conta o seu aspecto (embalagem), sua qualidade e seus benefícios. Exemplos de itens que podem ser avaliados:

o Razão pela qual esse produto/serviço é consumido o Tipos de produtos que concorrem em vendas

Ponto: o produto deve ser convenientemente distribuído para que possa estar disponível quando o consumidor resolver adquiri-lo. Entre vários aspectos a serem analisados, sugerimos alguns abaixo:

o O produto é vendido em áreas rurais ou urbanas o Tipo de ponto de venda onde é vendido o produto o Tipos de canais de distribuição

Promoção: São esforços de comunicação para incentivar as vendas, ou seja, predispor o consumidor à compra. O termo promoção refere-se a todo o tipo de comunicação com o mercado que a empresa pratica. Portanto, deve-se avaliar:

o A empresa tem utilizado que tipo de comunicação com o mercado? o Como tem sido a freqüência em eventos relacionados ao setor?

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o Quais são os itens sobre esforços em promover a empresa que não tiveram resultado positivo?

11. DEFINIÇÃO DE MERCADOS – NOÇÕES DE ESTRATÉGIA MERCADOLÓGICA: MERCADO CONSUMIDOR, FORNECEDOR E CONCORRENTE

O mercado deve ser entendido como a relação entre oferta e procura. Quando há oferta demais,

temos estoque excessivo, encalhe. Por outro lado, quando a procura é grande há o risco de ágio,

desabastecimento.

Podemos definir oferta como pessoas ou empresas que desejam vender bens e serviços e procura

como o ato de pessoas ou empresas desejarem comprar bens ou serviços.

O mercado em si é um termo generalizado que pode ser dividido em três modalidades:

1. Mercado consumidor

2. Mercado concorrente

3. Mercado fornecedor

1. Mercado Consumidor

O mercado consumidor é o conjunto de pessoas ou organizações que, para satisfazer as suas

necessidades, procuram bens ou serviços que uma empresa vende.

O sucesso de uma empresa depende do que ela definiu como cliente, mercado-alvo, público alvo.

Esta definição permitirá identificar segmentos de mercado e os respectivos caminhos a seguir para

atender ao cliente.

Alguns critérios devem ser observados na formação da definição deste mercado:

Descrição demográfica → É fundamental ao empresário a identificação do perfil estatístico do

público-alvo.

Pessoa física: faixa etária, renda, sexo, profissão, estado civil, tamanho da família, grupo étnico,

escolaridade, etc.

Pessoa jurídica: setor, ramo de atividade, número de anos em operação, faturamento, número de

empregados, número de filiais, etc.

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Descrição geográfica → Planejamento de atendimento mediante a área geográfica. Isto pode

variar do condomínio onde se mora até o planeta onde habitamos.

Descrição psicológica → As atividades – o que os indivíduos fazem nas horas de folga. A

preferência em atividades de lazer.

Os interesses – o que é importante para o nosso mercado consumidor

As opiniões – o que pensam nossos clientes, qual a opinião dos fatos.

A psicologia tem auxiliado muito a entender o mercado consumidor. Não se trata do diagnóstico de

consumo, mas da análise sobre as razões que motivam pessoas a comprar determinados

produtos.

Descrição dos fatores decisivos para a compra:

Preço?

Prazo de pagamento?

Desconto?

Qualidade detectada pelo cliente?

Marca?

Embalagem?

Local de compra?

Garantia?

2. Mercado concorrente

Este mercado é composto - pelas pessoas ou empresas que oferecem mercadorias ou serviços

semelhantes àqueles oferecidos pela empresa que representamos, ao mercado consumidor.

A concorrência incentiva na melhoria dos serviços prestados pelas empresas. Aprende-se muito

observando o mercado concorrente. Devem-se estabelecer prioridades e planejar a melhor

maneira de obter essas informações de forma que possam ser analisados os seguintes critérios:

Quem são os concorrentes.

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Identifique seus concorrentes ao perceber quem estará disputando a preferências dos mesmos

clientes que você.

No caso de uma loja de roupas, não é obrigatório que todas as lojas de roupas sejam

necessariamente concorrentes.

Tamanho dos concorrentes: Estimar o volume de vendas dos principais concorrentes, inclusive o

líder de mercado.

Posição competitiva: Os concorrentes podem ser avaliados apenas pelo fato de que seu produto

ou serviço é melhor. Contudo outros fatores interferem na sua competitividade frente à

concorrência. Talvez eles tenham capacidade de conseguir melhores preços juntos aos

fornecedores em função do volume de compras, ou a marca deles é mais antiga, conhecida e os

clientes optem pela credibilidade em vez do preço.

Fatores de percepção dos clientes:

Qualidade: atributos inerentes ao produto, tais como durabilidade, satisfação das

necessidades, comodidade de embalagem, imagem das empresas no mercado com

relação a este quesito.

Preço: qual a importância do preço para os clientes? Qual a posição de seus preços com

relação a seus concorrentes em média (em %). São mais altos ou mais baixos? Como isso

irá afetar o desempenho das vendas?

Conveniência: Facilidade de acesso aos produtos, horários de atendimento, serviços de

assistência técnica, etc.

Fatores estratégicos

Metas do concorrente: O concorrente está satisfeito com sua posição atual? Possui metas

bem definida? Nossas ações interferirão no alcance destas metas levando os concorrentes

a tomar atitudes defensivas ou retaliações?

Recursos financeiros: capacidade dos concorrentes em conseguir recursos junto a

instituições financeiras

Poder de barganha: qual a capacidade de nossos principais concorrentes de conseguir

condições mais favoráveis nas negociações junto a fornecedores e clientes?

Parcerias estratégicas: as empresas instaladas no mercado alvo apresentam uma

convivência pacífica entre elas, regulamentada por acordos (formais e informais) ou ao

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contrario, há uma disputa entre elas visando melhorar o seu posicionamento estratégico?

Como poderá tirar proveito dessas disputas entre as empresas líderes? Você representará

uma ameaça para as empresas instaladas? Existe possibilidade de eles fazerem acordos

estratégicos para barrar sua entrada no mercado?

Posição no mercado: O principal concorrente é um líder consolidado que procura manter

sua posição? É uma empresa agressiva que deseja aumentar sua participação no

mercado? Em que se baseia a liderança desse concorrente?

3. Mercado Fornecedor

Este mercado é formado pelo conjunto de pessoas ou empresas que abastece de matéria-prima,

equipamentos, mercadorias e outros materiais necessários ao funcionamento de nossa empresa.

É necessário determinar quais são os principais fornecedores, quais as características e de que

maneira esse mercado pode afetar a nossa competitividade e o nosso atendimento aos clientes.

Neste mercado alguns passos são importantes para selecionar e estruturar o lado comprador do

nosso negócio:

Elaboração de uma lista dos produtos fundamentais ao funcionamento de nossa empresa e

de compra obrigatória.

Definir os bens e serviços necessários ao desenvolvimento da empresa.

Saber quais são as condições básicas de negociação que esse mercado impõe aos

compradores (quantidade mínima, prazo de entrega, prazo de pagamento, preço, etc.).

Encontrar formas de se tornar menos vulnerável em termos estratégicos (parcerias, busca

de produtos substitutivos, acessam a novos fornecedores em outros mercados, etc.).

Informações interessantes para consulta:

http://www.fiesp.org.br/

http://apps.fiesp.net/fiesp/newsletter/macro-visao/info-680.htm

http://www.sebrae.com.br/

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http://www.portaldoinvestidor.gov.br/InvestidorEstrangeiro/DadosestatísticoseeconômicosdoBrasil/t

abid/80/Default.aspx

http://www.ibge.gov.br/censo2010/primeiros_dados_divulgados/index.php?uf=00

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/stic/publicacao.pdf

http://academia-ane.blogspot.com/2011/02/pib-ranking-da-economia-mundial-gdp-ppp.html

12. PLANO DE NEGÓCIOS: ESTRUTURAÇÃO / PROCEDIMENTOS

ETAPAS DO CICLO DE CRIAÇÃO DE UM NEGÓCIO PRÓPRIO:

1. Identificação da oportunidade de negócio,

2. Análise dos principais fatores de influência em uma oportunidade de negócio,

3. Identificação das principais barreiras à entrada no negócio,

4. Desenvolvimento do conceito do negócio,

5. Análise da atratividade de um novo negócio.

IDENTIFICAÇÃO DE UMA OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO:

O que é uma oportunidade? Uma idéia, um conceito de negócio que se transformado em um

produto ou serviço tangível oferecido por uma empresa, resultará em lucro financeiro.

Sua identificação depende de:

Predisposição,

Criatividade,

Extensas investigações e análises,

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS:

Devem focar a criação de valor, não necessariamente com redução de custos,

Precisam ser simples, as complexas normalmente falham.

Não existem apenas nos mercados em crescimento.

Normalmente estão relacionadas com a experiência profissional ou o ambiente social.

É raro que alguém tenha uma inspiração do nada e identifique uma nova oportunidade em

um campo com o qual não esteja familiarizado.

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A experiência torna o indivíduo ou equipe mais ou menos capazes de identificar e explorar

uma determinada oportunidade. Nem todos são igualmente preparados para perceber ou

capturar uma oportunidade,

Nem todos exploram oportunidades, mesmo quando são óbvias. Somente aqueles que

demonstram iniciativas exploram oportunidades de negócios, muitos apenas pensam na

oportunidade, especialmente se estiverem satisfeitos com a situação atual.

FÓRMULAS PARA A IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS:

Derivação da ocupação atual,

Identificação de necessidades não adequadamente satisfeitas,

Observação de deficiências.

Observação de tendências,

Exploração de hobbies,

Lançamento de moda,

Imitação de sucesso alheio.

Degen, Cap. 2.

ANÁLISE DOS PRINCIPAIS FATORES DE INFLUÊNCIA EM UMA OPORTUNIDADE DE

NEGÓCIO:

Sazonalidade,

Efeitos da situação econômica,

Controle governamental,

Dependência de elementos de disponibilidade e custos incertos,

Ciclo de vida do setor: expansão, estagnação ou retração,

Lucratividade,

Mudanças que estão ocorrendo no setor,

Efeitos da evolução tecnológica,

Grau de imunidade à concorrência,

Atração pessoal,

IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS BARREIRAS À ENTRADA EM UM NOVO NEGÓCIO:

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Capital,

Legais,

Conhecimentos,

Localização,

Matérias primas,

Relações sociais,

Custos de produção,

Outras. Degen, Cap. 3 DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DO NEGÓCIO Definir o conceito do novo negócio significa:

Identificar necessidades a serem atendidas,

Identificar os grupos de clientes a serem atendidos,

Identificar produtos e serviços a serem oferecidos.

O sucesso do novo negócio depende da conexão:

PRODUTOS E SERVIÇOS

DESEJOS E NECESSIDADES DOS CLIENTES

Pontos chaves para obter esta conexão:

Concentrar-se em necessidades específicas de um grupo de clientes relativamente limitado e identificável;

Oferecer produtos/serviços diferenciados e que funcionem;

Fornecer atendimento personalizado Degen, Cap. 4 ANÁLISE DA ATRATIVIDADE DE UM NOVO NEGÓCIO Atratividade de um novo negócio depende fundamentalmente do seu potencial de:

Lucratividade,

Crescimento. Quanto maior o potencial de lucro e crescimento maior a atratividade do negócio. TIPOS DE NEGÓCIOS QUANTO AO POTENCIAL DE LUCRO E CRESCIMENTO MEDÍOCRES:

Baixo lucro e crescimento limitado,

Sem barreiras à entrada,

Concorrência predatória,

Sem diferenciação,

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O empreendedor trabalha muito e ganha pouco,

Incapacidade de pagar bons salários,

Baixo potencial de venda do negócio.

Ex.: bares de bairro, pequenos bazares, oficinas mecânicas, etc. SUCESSOS PESSOAIS:

Pequenos negócios, de alto lucro e crescimento limitado,

Com barreiras à entrada,

A diferenciação permite cobrar caro,

O empreendedor ganha muito,

Alto potencial de venda do negócio.

Ex.: clínicas prestigiadas, academias, restaurantes e bares badalados, costureiros exclusivos, etc.

SUCESSOS PASSAGEIROS:

Alto lucro e ciclo de vida rápido,

Modismo, desenvolvimento regional,

Não tem barreiras à entrada,

Precisa bom conhecimento de marketing,

Alto risco, dificuldade de se perpetuar o negócio. Ex.: boliches, rinques de patinação, lojas de época, produtos de moda, etc. GRANDES SUCESSOS:

Negócios com possibilidades de em curto prazo serem transformados em grandes empreendimentos,

Grande potencial de lucro e crescimento,

Fortes barreiras à entrada: investimentos, conhecimentos, etc. Ex.: equipamentos de informática, Internet, telefonia, lanchonetes e restaurantes diferenciados, academias de ginásticas, indústrias de alimentos, cosméticos, etc. Degen, Cap. 5. PRINCIPAIS RAZÕES DO SUCESSO E INSUCESSO DE NOVOS NEGÓCIOS Por que as empresas fecham e como sobrevivem? de acordo com pesquisa Sebrae, sabemos que:

80% das novas empresas fecham antes do 1º aniversário, 10% desaparecem antes do 5º ano, e apenas 10% sobrevivem por mais tempo.

Principais causas dos fracassos:

22% falta de recursos financeiros

8% situação econômica do país

8% limitação do mercado

7% problemas pessoais

5% concorrência

5% baixa rentabilidade

4% encargos financeiros

3% desorganização administrativa

3% inadimplência de clientes

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Principais razões da sobrevivência:

20% persistência

14% boa administração

14% dedicação do empresário

6% boa estrutura de vendas

6% uso de capital próprio

5% experiência na área

4% mercado favorável

3,5% qualidade dos produtos

3% boa localização

3% sorte e criatividade

Na abertura de um novo negócio, os empresários que não foram bem sucedidos adotariam:

Procurariam assistência técnica

Efetuariam pesquisa de mercado

Investiriam na administração dos seus negócios,

Ampliariam seus conhecimentos sobre o setor de atuação

Evitariam:

Utilizar recursos de terceiros

Arriscar demais

Seriam mais criteriosos nas vendas a prazo (evitariam maus pagadores)

PLANOS DE NEGÓCIOS Importância:

Formalizar e ordenar idéias,

Avaliar o potencial de lucro e crescimento do negócio,

Identificar necessidades operacionais e financeiras,

Avaliar e administrar eventuais riscos,

Documento indispensável para atrair sócios / investidores,

Testar a motivação, o empenho e os conhecimentos dos empreendedores. Diretrizes para sua Elaboração:

Pense nos propósitos e destinatários do Plano,

Seja sucinto, objetivo, claro, ..

Não diversifique, mantenha foco,

Não use jargões técnicos (se usar explique-os),

Não faça afirmações vagas,

Não “chute”, fundamente com dados e informações os principais aspectos abordados no plano (ex. mercado, vendas, recebimentos, custos, etc;,),

Tópicos do Plano de Negócio:

Introdução,

Conceito do negócio,

Plano de Marketing,

Plano Operacional,

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Avaliação econômica e financeira,

Conclusão.

13. TÉCNICAS DE APRESENTAÇÃO DE UM PLANO DE NEGÓCIOS PLANO DE NEGÓCIO: ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO a) Plano de negócio a ser elaborado em grupos de alunos, para aplicação prática dos conceitos

desenvolvidos em sala de aula. b) Cada item do plano será desenvolvido, seguindo cronograma previamente estabelecido e sob

orientação do professor. c) Este trabalho será considerado item indispensável na avaliação do aproveitamento da

disciplina Empreendedorismo. TÓPICOS DO PLANO: 1. Folha de rosto a ser elaborada de acordo com a metodologia adotada pela trabalhos científicos.

2. Sumário: (no mínimo uma página):

Uma descrição sucinta sobre o setor escolhido,

As razões que o levam a acreditar neste negócio (lembrar das fórmulas para a identificação de oportunidades de negócios)

3. Conceito do negócio:

Descrever sucintamente: que necessidades deseja atender, qual o grupo de clientes (quanto mais focalizado melhor) e quais os produtos e/ou serviços serão objeto do negócio (em linhas gerais).

4. PLANO DE MARKETING: 4.1. Produtos e serviços:

Descrever os produtos e serviços que serão oferecidos, destacando as características principais e em especial os fatores de diferenciação (benefícios desejados pelos clientes e componentes).

4.2. Segmentação e dimensionamento do mercado:

Descrever em linhas gerais o segmento de mercado escolhido, indicando as principais características do grupo de clientes foco e suas delimitações ( geográficas, demográficas, sócio-econômica, outras);

Informar algumas dimensões do mercado (total de clientes em potencial),

4.3. Localização do empreendimento:

Descrever as características da localização e do imóvel ideal para a instalação do negócio, considerando os diversos aspectos abordados (potencial do mercado, áreas e espaços necessários, acesso, visibilidade, etc.),

4.4. Análise da concorrência:

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Identificar os principais concorrentes diretos,

Elaborar quadro comparativo em relação ao atendimento dos fatores de sucesso do setor: fornecedores x empreendimento estudado,

Destacar os pontos fortes e fracos do empreendimento em relação a seus concorrentes, 4.5. Estratégias competitivas:

Definir a política de preços que será praticada (considerar: clientes foco, diferenciação dos produtos e serviços, margens desejadas, etc.),

Definir a política de comercialização (prazos e formas de pagamento, descontos, comissões),

Definir como será efetuada a comercialização e entrega dos produtos (canais de distribuição),

Definir com será efetuada a divulgação do empreendimento e que veículos serão utilizados,

Especificar outras estratégias que você utilizará para competir no mercado. 5. PLANO OPERACIONAL: 5.1. Descrição do fluxo operacional do empreendimento:

Identifique os principais fornecedores: quem são que itens fornecem prazos de entrega, condições de pagamento, localização, etc.

Descreva o processo produtivo, identifique prazos de fabricação, custos de produção e aspectos críticos da operação,

Faça uma análise do processo e prazos de entrega dos produtos serviços, prazo médio de recebimento, despesas comerciais (fretes, comissões, embalagens, etc.).

5.2. Instalações e equipamentos necessários:

Relacione os equipamentos e mobiliários necessários, indicando quantidades e valores,

Relacione as benfeitorias e investimentos necessários, com estimativas de gastos,

Indique outros gastos pré-operacionais,

Anexo: o Cronograma dos principais eventos pré-operacionais contendo para cada atividade:

tempo para a realização, pré-requisitos e cronograma. o Lay out das instalações.

5.3. Estrutura organizacional:

Relacione as principais funções/atividades do empreendimento,

Identifique dentre estas as que são críticas para o sucesso do empreendimento,

Dimensione a equipe necessária: cargos, perfil, quantidades e salários.

Anexo: organograma. 5.4. Estrutura jurídica:

Indique o tipo de entidade jurídica do empreendimento (micro empresa, ltda., etc.),

Informe a composição societária e qualificação dos sócios,

Anexo: minuta de contrato social. 6. AVALIAÇÃO ECONÔMICA E FINANCEIRA 6.1. Relatórios econômicos e financeiros:

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Elabore para o primeiro ano do empreendimento os seguintes relatórios, com valores projetados, mês a mês: Fluxo de caixa e Demonstrativo de resultados.

Elabore para os quatro primeiros anos do negócio os seguintes relatórios, com valores projetados, ano a ano:

o Demonstrativo de Resultados, o Balanço Patrimonial, destacando os valores de Capital de Giro e Capital

Empregado, o Demonstrativo de Origem e Aplicação de Recursos.

Importante:

a) Os valores considerados nos relatórios (estimativas de vendas, recebimentos, investimentos, despesas, etc.) devem estar consistentes com os demais tópicos do Plano de Negócio.

b) Seguir modelos de relatórios desenvolvidos em sala de aula. 6.2. Estudo de viabilidade econômica e financeira:

Com base nos relatórios acima, calcular os seguintes Índices e indicadores de avaliação do empreendimento: ponto de equilíbrio (ano a ano), necessidade máxima de recursos, valor presente líquido, taxa interna de retorno, Roce, Play-back.

7. CONCLUSÃO:

Considerações finais sobre a viabilidade comercial, operacional, econômica e financeira do empreendimento estudado, assim como sobre eventuais riscos identificados.

6. BIBLIOGRAFIA: Citar a bibliografia / fonte consultada para a elaboração do plano de negócio.

Bibliografia:

DEGEN, Ronald Jean. O Empreendedor – Empreender como opção de carreira. São Paulo: Ed. Pearson – Prentice Hall, 2009.

DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo – Transformando Idéias em Negócios. Ed. Campus. São Paulo, 2005.

DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luisa. Cultura Editora Associados. São Paulo, 1999.

DEGEN, Ronald Jean. O Empreendedor – Fundamentos da Iniciativa Empresarial. São Paulo: Ed. McGraw-Hill, 1989.