A 4 A5 - CONEXÃO CAPIVARA DUPLA -...

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Fabrício Carareto, Maria Elena Covre e Beck ELEIÇÕES 2018 POLÍTICA A-5 A-4 Jornal São José do Rio Preto, quarta-feira 03 de outubro de 2018 ENTREVISTA Em busca do seu primeiro cargo eletivo, a candidata a deputada federal Gisela Mariana (PTB) não é exatamente uma novata na política. Advogada, ela trabalhou na assessoria jurídica do PSD em Brasília e foi lá que veio a vontade de sair dos bastidores e procurar os holofotes. “Nós não fazemos nada sem a política. Mas nós não podemos confundir políticos com corruptos. Isso que é feio. Isso que a gente não aguenta mais. É isso que nós estamos cansados, nós queremos a renovação por isso, porque não está bom pra ninguém”, afirmou Gisela. Ela resolveu se lançar à Câmara dos Deputados após convite do cacique do PTB Campos Machado. Mas disse que sua veia política tem origem no seu avô: “Ele foi um dos fundadores do PTB no município de Tanabi e ele realmente era um homem progressista”, afirmou. Na série de sabatinas feita pela Conexão Capivara com candidatos a deputado federal por Rio Preto, Gisela disse ainda falou ainda sobre feminismo, aborto e armamento da população. Confira trechos da entrevista abaixo. Nós tivemos um recorde em Rio Preto de candidaturas femininas neste ano e a gente sabe que isso se deve muito por conta da legislação eleitoral. A candidatura da senhora em função dessa necessidade de cotas ou é uma candidatura pra valer mesmo, competitivo? Gisela Mariana - Na verdade, eu acredito que as mulheres chegaram até aqui por suas conquistas. De alguma forma, nós conquistamos esse espaço de 30% de cotas, ninguém nos deu, nós conquistamos. Então independente dessa ser uma realidade, eu tive um convite pelo deputado estadual e secretário geral do PTB, o deputado cacique Campos Machado, e ele me convenceu, me conquistou a participar dessas eleições. Principalmente porque é um momento novo, de renovação, e a mulher tem uma grande sensibilidade pra participar da política. Nós precisamos conversar com a população, precisamos ver na nossa cidade, na nossa região, no nosso Estado, quais são os anseios, porque isso não está sendo feito de forma efetiva e ele acredita que eu posso colaborar muito com isso. Ele é uma pessoa amiga, querida e tem muito a me ajudar. A senhora teve R$ 50 mil destinados pelo PTB à sua campanha. Esse dinheiro é suficiente? Esse valor, comparado ao de outros candidatos que receberam muito mais, faz entender que o partido não acredita tanto na sua candidatura? Gisela - O partido me concedeu esse valor e me concedeu, fora isso, todo o material de campanha e toda a estrutura necessária pra comunicação. O partido foi extremamente leal, principalmente o deputado Campos Machado. Eu acredito que se nós fizermos campanhas honestas como deveria ser, um contato direto com a população, conversar e explicar as nossas vontades, dá perfeitamente. O que às vezes a gente não consegue é concorrer com valores tão absurdos perante os nossos. Eu acredito que o dinheiro não é tudo nessa vida, então cada um faz com aquilo que tem. Eu fiz a minha campanha, tenho orgulho de dizer que faço uma campanha honesta e faço uma campanha mostrando o meu amor por gente, por pessoas, que é isso que eu quero. Quero ter contato com o povo e descobrir os anseios e levar as necessidades pro Congresso Nacional, que é um dever de um deputado federal, fazer o processo legislativo, fiscalizar e realmente ver se aquilo está sendo executado. Porque só você destinar verbas não adianta. Você precisa fiscalizar. Esse é o trabalho verdadeiro de um deputado. A senhora é de direita ou de esquerda? Gisela - Eu não sou nem exatamente de esquerda, nem de direita. Eu concordo com algumas teorias da esquerda, acho linda, mas eu percebo que ela não é executada em nenhum país do mundo. Ela não consegue ser convincente, entendeu? GISELA MARIANA ‘Não podemos confundir políticos com corruptos’ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 “(Sobre o feminismo) Eu acho que elas têm boas ideias, mas eu acho radical. Eu gosto muito da união, eu não gosto da divisão. Eu acho errado essa história de homens contra mulheres” CAPIVARAS PENSANTES Nany Fadil “Meu sonho é ver os políticos brigarem pelo povo com a mesma força com que o povo briga por eles nas redes sociais” POSTADO NO ZONA ELEITORAL por Beck Miga, pra quê? Olar, brazeeel! Voltamos ao ‘hilário eleitoral’ desta quarta (3) para dizer que acabam essas eleições, mas a zoeira não acaba jamais. Um oferecimento, é claro, dos próprios candidatos em si. Sem medo E quando tudo parecia ter se normalizado no horário, ou seja, as piadas e constrangimentos protagonizados pelos políticos seguiam sem novidades, eis que vem dona Dilma, candidata ao Senado lá em Minas Gerais, e ‘sorta’ um número de ‘zap’ para que os eleitores entrem em contato. Pausa para um Rivotril sublingual. Nunca mais eu vou dormir Desenfreadamente zuado e compartilhado desde que o vídeo foi ao ar, o ‘zap’ de Dilma se tornou o assunto do dia nas redes sociais, com milhares de pessoas enviando memes e outras ‘fofuras’ à candidata. Muitos internautas, inclusive, deram prints das mensagens compartilhadas e a zueira só aumentou. Ah, o brasileiro... Teve gente – e não foi pouca - que até incluiu Dilma no ‘grupo da família, do colégio e das mensalidades atrasadas. No Twitter, criaram uma lista de transmissão fictícia, claro, com Sergio Moro, Dilma, Lula, Palocci, Sergio Cabral, Eduardo Cunha, Gilmar Mendes e outras figuras públicas envolvidas na Lava Jato. O resultado segue gerando gigabytes de piadas e comentários maravilhosos. ‘Paga noix, kirida!’ O ‘zap’ de Dilma também teria chegado ao exterior, mais exatamente em Cuba e Venezuela, de onde ‘camaradas’ teriam enviado mensagens de ‘força, guerreira’ e ‘vai, malandra’, além de ‘bom dia, boa tarde, ‘boa noite’ e... “PAGA NOIX, KIRIDA!’ (sim, trata-se de mais uma piada). Por hora é o que temos. Aguardamos o ‘hilário eleitoral’ desta quinta para novos temas e mais zuação. Dilma e o ‘zap’: ideia de se comunicar diretamente com eleitores ‘incendiou’ as redes sociais... Reprodução Doria no HB, mas sem placa A quatro dias da votação em primeiro turno, o tucano João Do- ria arrumou espaço na agenda para tentar recuperar um preciso reduto eleitoral em Rio Preto que anda vi- sivelmente empolgado com seu ad- versário direto, o emedebista Paulo Skaf: o complexo Hospital de Base e Hospital da Criança, ambos sob a gestão da Funfarme. O candidato ao governo de São Paulo pelo PSDB desembarca hoje em Rio Preto. Vai ao HB às 16h e, sem seguida, testará sua populari- dade numa caminhada no Calçadão de Rio Preto. Coincidentemente ou não, a agenda de Doria tornou-se pública somente no final da tarde desta terça (2), pouco depois de a assessoria de Skaf anunciar o can- celamento da visita dele ao HB, que também estava marcada para esta quarta (3), mas na parte da manhã. A atual campanha eleitoral evi- denciou uma inequívoca crise na re- lação entre o grupo HB e o entorno da candidatura tucana ao governo de São Paulo. Nesta coluna, repre- sentantes da diretoria disseram que as portas da instituição estariam abertas a quem quisesse se apre- sentar ou demonstrasse interesse em ajudar a instituição. E isso valia para as candidaturas majoritárias e proporcionais. E foi exatamente as- sim que aconteceu. A nova postura da direção da Funfarme colocou fim, mais especi- ficamente, ao trânsito exclusivo no local de nomes como o do deputa- do estadual Vaz de Lima (PSDB) e do vice-prefeito Eleuses Paiva (PSD), candidato a deputado federal. Tanto que o ex-prefeito Valdomiro Lopes (PSB) e o também deputado estadu- al Itamar Borges (MDB) passaram a receber tratamento VIP e menções sistemáticas de “amigos” do HB pela diretora-executiva Amália Tieco. A relação avançou muito, no entanto, com Skaf, especialmente depois que o Hospital decidiu credi- tar ao emedebista os esforços para a liberação, junto ao governo federal, de R$ 4 milhões para concluir o se- tor de emergência do Hospital. Uma placa chegou a ser confeccionada para ser entregue ao emedebista na visita de hoje. A assessoria de Skaf alegou, para o cancelamento da agenda em Rio Preto, que faltou voz na reta final da campanha para o candidato, que acabou atrasando a gravação dos últimos quatro programas da pro- Em agenda-surpresa, tucano visita hoje o Hospital de Base, que estava à espera de Skaf com placa de “agradecimento por serviços prestados”. Mas o emedebista cancelou a atividade ANÁLISE CARTA DA CÓLERA 2 O burburinho nos bastidores foi grande entre a maioria dos vereadores, mas foi Jorge Menezes (PTB) quem deu voz à indignação coletiva dos colegas em plenário. De posse do microfone e em tom colético, o petebista acusou o autor da carta anônima de “lixo humano”. Disse que quem faz “isso” é um ser que não merece ser levado a sério, entre outros predicados nada elogiosos. E, claro, logo entrou em ação o SSE (serviço secreto de especulações) da Casa sobre quem seria o autor do documento sem nome que desafia os parlamentares a abrirem investigação. Eis que Zé da Academia (DEM), quem diria, surgiu como principal suspeito. ‘SOU INOCENTE’ A teoria é de que ele é o mais interessado, no momento, em derrubar a atual secretária, uma vez que cobiça o cargo. O democrata, que de fato era o mais empolgado com a ideia de abrir investigação, se disse completamente inocente em relação à carta anônima. JUNTOS, MAS SEPARADOS A visita de João Doria (PSDB) ao Hospital de Base nesta quarta (3) foi costurada pessoalmente pelo vice-prefeito Eleuses Paiva (PSD), candidato a deputado federal. E Eleuses deverá ser também o escolhido para caminhar lado a lado com o tucano na agenda pública pelo Calçadão de Rio Preto, como ocorreu na atividade puxada por Rodrigo Garcia (DEM), o vice de Doria, na semana retrasada. O motivo é simples. O prefeito Edinho Araújo (MDB) e Eleuses são aliados por aqui. No entanto, na disputa pelo governo de São Paulo, ambos estão em lados opostos. Edinho é o principal cabo eleitoral de seu correligionário Paulo Skaf na cidade. paganda eleitoral na TV. Daí que a quarta seria tirada para esta finalida- de exclusiva. Doria, por sua vez, decidiu aper- tar o passo numa agenda corrida nesta quarta, que começa em Ma- rília às 10h15, continua em Ribeirão Preto, onde ele chega às 12h30, se- gue para Sertãozinho com atividade às 14h e fecha o dia em Rio Preto. Pela TV, no caso de Skaf, ou no corpo a corpo, caso de Doria, o fato é que os dois sabem que, se o segundo parece certo, segundo as pesquisas de intenção de voto, a virada em primeiro lugar consolida uma condição bastante vantajosa para as negociações da segunda fase do embate. Divulgação Edinho Filho. O denunciante acusa o prefeito de “afrontar a legislação eleitoral (...) com a nítida intenção de beneficiar eleitoralmente seu filho, angariando votos em benefício deste e ao mesmo tempo afetando a igualdade de oportunidade entre os demais candidatos a deputado estadual da cidade e região”. É citado na representação que o assessor especial da Secretaria de Esportes, Rogério Conti Guagliardi, estaria realizando 11 A teoria com a realidade não existe e a direita, às vezes pra mim, excede um pouco. Tem várias coisas que eu concordo, mas eu ainda acredito que a virtude está no centro. Eu prefiro muito mais o equilíbrio. O que a senhora acha do movimento feminista? Gisela - Eu acho que elas têm boas ideias, mas eu acho radical. Eu gosto muito da união, eu não gosto da divisão. Eu acho errado essa história de homens contra mulheres, mulheres contra homens, empregados contra seus patrões. Eu acho que, se nós nos unirmos, seria muito mais interessante, principalmente na política. As necessidades são inerentes a todo ser humano. Nós queremos sim saúde, nós queremos sim educação, nós queremos muito emprego, nós temos muito desempregados hoje. Nós estamos levando essa vertente pro lado errado. Nós precisamos nos unir pra exigirmos do nosso Congresso, do nosso presidente, dos nossos vereadores, dos nossos prefeitos. Todos nós queremos um país melhor, mas nós precisamos exigir um país melhor. Se a gente se divide tanto assim a gente não consegue. Mas não é justamente isso que o movimento feminista faz? Unir para exigir direitos iguais aos homens? Gisela - Leva a isso, mas às vezes é um pouco agressivo. Aí coloca aquele embate de mulheres contra homens. Por que a senhora resolveu entrar na política? Gisela - Na verdade eu tenho uma veia política, porque meu avô foi um grande político na nossa região. Ele foi um dos fundadores do PTB no município de Tanabi e ele realmente era um homem progressista. Ele abriu estradas na enxada, lutou pra ter escolas, levou pra dentro da propriedade uma escola, pagou do bolso professores, levou o transporte pras crianças. É um homem muito humanizado e eu acho que isso foi crescendo dentro de mim. Certo tempo, recentemente, eu tive uma oportunidade de ser convidada pra trabalhar na Câmara Federal, como assessora jurídica e lá eu me envolvi muito com a política. Comecei a estudar muito ciências políticas e tive assim um grande prazer de conhecer de perto o que é a política e eu me apaixonei, porque a política é linda, ela é necessária. Nós não fazemos nada sem a política. Mas nós não podemos confundir políticos com corruptos. Isso que é feio. Isso que a gente não aguenta mais. É isso que nós estamos cansados, nós queremos a renovação por isso, porque não está bom pra ninguém. Nós precisamos dessa renovação. A Polícia Federal é hoje a instituição de maior credibilidade entre os brasileiros e fortaleceu- se por ser imparcial em suas investigações. Nota-se que cada candidato a presidente tem uma ideia mirabolante para a PF, o que pode reconfigurar a instituição. Pergunto: a senhora é a favor ou contra ditar a PF de autonomia administrativa e financeira? A senhora apoiaria a PEC 412/09 que está parada no Congresso? (pergunta feita por André Luiz Previato Kodjaoglanian, delegado da Polícia Federal de Rio Preto) Gisela - Primeiramente eu parabenizo essa instituição que teve uma atuação perfeita na Operação Lava Jato. Eu acredito que quando o juiz Sérgio Moro teve essa felicidade de levar a operação com tanta garra pra frente e fazer esse trabalho legal, foi muito considerável pra população. Eu acho sim que a PF pode e deve ter autonomia como instituição. Deveria ser melhor elaborada, porque se ela ficar na mão do Executivo, como algumas instâncias que nós temos, nós teremos problema. Eu tenho visto no programa de governo de alguns candidatos a presidente na área de segurança pública, muitos falando em um ciclo completo. Então eu queria saber se a senhora é a favor do tal ciclo completo de polícia. Se a senhora é a favor de uma polícia única e se é a favor de uma desmilitarização da polícia. Porque o ciclo completo só funcionaria bem se a gente tivesse uma polícia de natureza civil, mas eu quero saber a opinião da senhora porque nenhum dos presidenciáveis fala como essa questão do ciclo vai ocorrer de fato. Se isso será feito por uma polícia única, se vai ser feito por uma polícia desmilitarizada ou se será feito por uma Polícia Militar. Se for por uma Polícia Militar, teremos esse ciclo completo nos moldes do que ocorria na ditadura (pergunta feita por Eder Galavotti, delegado da Polícia Civil) Gisela - Mesmo que haja separação entre as polícias num âmbito federal, estadual e municipal, o que a polícia faz é um só trabalho. O ciclo deve permanecer o mesmo. Eu acredito que isso não prejudica o trabalho da polícia não e nem é esse realmente o problema. O problema pra mim da polícia é uma valorização, uma estrutura maior pra ela poder desenvolver o trabalho com mais facilidade e realmente eficácia. Além de emendas parlamentares, qual projeto a senhora pretende apresentar no sentido de beneficiar a maior parte da população de Rio Preto? (pergunta feita por Wanderlídia da Silva Araújo, presidente da Associação de Bairro Santa Clara e membro dos conselhos de Habitação e Meio Ambiente) Gisela - Meu grande projeto mesmo é trazer mais empregos pra população. Eu acredito que ninguém sem emprego pode ter dignidade. Você não tem moradia, você não tem saúde, você não tem educação, você não tem segurança, você não tem tranquilidade pra sobreviver. O que nós necessitamos hoje? Todo mundo está com problemas. Os jovens principalmente estão saindo da faculdade e não sabem pra onde vão. Nós temos uma dificuldade enorme hoje no País e isso está gerando o desgaste da economia. Isso está gerando o prejuízo total da economia do nosso País. Até prejuízo na saúde das pessoas. Nós vemos aí o maior problema na saúde hoje: as pessoas com depressão, questão emocional, que isso leva até o suicídio. Então nós temos que fazer algo pra gerar e desenvolver empregos, com parcerias com as empresas, autarquias públicas e incentivo fiscal pra que a gente possa demandar e voltar a ter empregos. Considerando-se o emaranhado de normas tributárias (mais de 5,5 mil) do País, que criam obrigações acessórias em excesso, burocratizam a arrecadação e disfarçam estratégias de aumento de carga tributária, o que, objetivamente a senhora, enquanto deputada, fará para dar clareza e simplificar o ordenamento jurídico, melhorar a segurança do ambiente empreendedor, reduzir a judicialização e a cobrança de impostos e taxas que pesam sobre a comunidade empresarial e toda a sociedade brasileira? (pergunta feita por Paulo Sader, presidente da Acirp) Gisela - Eu recebo esse questionamento dos grandes empresários, dos microempresários, dos pequenos empresários, de toda associação comercial. Ninguém aguenta mais pagar tantos impostos. A desoneração da folha tributária dos micro e pequenos empresários seria essencial porque nós temos hoje no país uma carga tributária muito alta. Com a atual crise que nós passamos, muitas empresas tiveram que dispensar funcionários e não conseguem recontratar, mesmo com a reforma trabalhista. Nós precisamos levar isso em consideração sim, até para melhorar a questão do desemprego, que é o que volta a trabalhar a economia do nosso País. Todo o comércio é essencial pra que volte a ter emprego, mas nós precisamos dar incentivos pros nossos empresários e microempresários. Sem um incentivo do governo, não há possibilidade. Qual sua opinião sobre a descriminalização do aborto? Gisela - Essa pergunta pra mim não tem dificuldade. Serei bem objetiva. Estou com Deus e não abro. E a palavra do Senhor é muito objetiva em relação a isso. Eu sou totalmente contra o aborto. Eu tenho duas filhas. A Maria Eduarda tem 17 anos. Eu tive ela antes do meu casamento com o Rodrigo, que é o pai dela. Eu nunca, nem um dia, pensei em abortar minha filha e não gostaria que ninguém pensasse isso. Eu sou objetiva e sou contra o aborto. E a redução da maioridade penal? Gisela - Eu sou a favor. Nosso deputado Campos Machado tem um projeto em pauta sobre isso. Eu acredito que com 16 anos você já tem bastante noção do que você faz e dos caminhos que você quer. Não que você esteja totalmente preparado para uma vida, mas você sabe o que é bom e o que é ruim, entendeu? E a gente precisa dar incentivo pras nossas crianças, pros nossos jovens, pra que eles estudem, pra que eles trabalhem e pra que eles sejam homens de bem. A senhora é a favor do armamento da população como uma forma de combater a criminalidade? Gisela - Primeiramente eu acredito que nós devemos armar a polícia e as Forças Armadas. Depois a gente precisa orientar a população. Se um pai de família acha interessante ter na casa dele, pra forma de combate ao crime daquele que entra na casa, pode até ser que seja interessante, pra que ele também possa promover a sua segurança, como chefe de família Especificamente sobre privatizações da Petrobras, Correios, Banco do Brasil e Caixa Federal. A senhora vota a favor ou contra cada uma dessas empresas? Gisela - Eu sou contra a privatização dessas empresas. Eu acho que é um bem público, é um bem pro brasileiro e nós ainda não estamos no momento de falar em privatização. Primeiramente nós devemos eliminar políticos corruptos pra que não sejam desviados mais recursos do erário público. Por que a senhora merece o voto do eleitor? Gisela - Quem vai decidir se eu mereço voto ou não é o eleitor. O que eu posso dizer é que eu estou aqui, porque eu quero realmente ajudar a população, trazer realmente os benefícios daquilo que a política deve fazer. Nós não podemos nos omitir mais. Política serve pra trazer o emprego, trazer a saúde pública, trazer a educação, a segurança e o transporte. Nós temos isso na nossa Constituição. Nós precisamos nesse momento é estar todos afinados pra exigirmos isso da nossa política. Não fazemos nada sem política. Poderemos ter os melhores médicos dentro dos hospitais. Poderemos ter os melhores professores e não teremos educação. Precisamos valorizar os nossos professores, porque senão como teremos boa educação? Isso é imprescindível. É por isso que eu preciso do voto de vocês, pra que a gente se una e possa trazer pra nossa cidade, pra nossa região, pro nosso Estado, as melhorias que a política traz. Colaborou com a coluna: Thais Covre ABUSO DE PODER A Procuradoria Regional Eleitoral recebeu denúncia de abuso de poder contra o prefeito Edinho Araújo (MDB) e seu filho, candidato a deputado estadual pelo MDB. A acusação foi feita pelo cidadão Ricardo do Nascimento Gabriel e assinada pela advogada Débora de Carvalho Baptista e trata, sobretudo, do uso da máquina para tentar eleger DESPEDIDA A sessão da Câmara desta terça (3) foi de despedida para os dois vereadores interinos: o médico Renan Marino (PRP), que substituiu Pedro Roberto (PRP), e a sindicalista Celi Regina (PT), que estava no lugar de Marco Rillo (PT). Os dois titulares se licenciaram em função do processo eleitoral. Pedro concorre a cadeira na Câmara Federal e Rillo decidiu se dedicar integralmente à campanha do filho, o deputado estadual João Paulo Rillo (Psol). Dependendo do resultado das urnas no domingo (7), Marino pode voltar para ficar. CARTA DA CÓLERA 1 Uma carta anônima, verdadeiro clássico da política rio-pretense, diga-se de passagem, agitou a sessão da Câmara de Rio Preto nesta terça (3). A missiva encaminhada a todos os vereadores denuncia supostas irregularidades contra a secretária de Esportes, Clea Bernadelli, como usar o tempo de expediente na pasta para preparar sua defesa em investigação relativa ao uso indevido do Auxílio-Atleta. A carta chegou acompanhado de farta “documentação”. E também a citação nominal de todos os funcionários de livre nomeação que atuam na secretaria. E os respectivos vereadores- padrinhos que os bancaram junto ao Executivo. Guilherme BATISTA “reuniões de cunho político e distribuição de materiais de campanha do candidato a deputado estadual” no Ginásio Municipal de Esportes Antonio Natalone. A entrega de material de campanha na repartição pública teria sido confirmada por meio de uma conversa gravada entre o assessor e uma suposta eleitora. Outra acusação tem a ver com o uso de publicidade institucional de programas e obras do governo que, segundo o denunciante, estaria beneficiando Edinho Filho. A representação cita, por exemplo, notícias reproduzidas no site da Prefeitura e “uma verdadeira profusão diária de notícias boas, favoráveis à administração do representado Edinho Araújo”, entre elas o anúncio do plano de revitalização das feiras, a construção de 1,2 mil casas populares e a contratação dos Anjos da Escola. A assessoria de imprensa do prefeito emitiu uma nota sobre o assunto. “Quando notificado, vai apresentar a sua defesa de que em nenhum momento houve uso da máquina. A administração municipal não pode ficar paralisada”, afirma o documento. Caberá à Procuradoria Regional Eleitoral analisar o teor da denúncia e decidir se dá prosseguimento às acusações. 12 13 14 15

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Fabrício Carareto, Maria Elena Covre e Beck

ELEIÇÕES 2018POLÍTICA A-5A-4 Jornal

São José do Rio Preto, quarta-feira03 de outubro de 2018

ENTREVISTA

Em busca do seu primeiro cargo eletivo, a candidata a deputada federal Gisela Mariana (PTB) não é exatamente uma novata na política. Advogada, ela trabalhou na assessoria jurídica do PSD em Brasília e foi lá que veio a vontade de sair dos bastidores e procurar os holofotes. “Nós não fazemos nada sem a política. Mas nós não podemos confundir políticos com corruptos. Isso que é feio. Isso que a gente não aguenta mais. É isso que nós estamos cansados, nós queremos a renovação por isso, porque não está bom pra ninguém”, afi rmou Gisela.

Ela resolveu se lançar à Câmara dos Deputados após convite do cacique do PTB Campos Machado. Mas disse que sua veia política tem origem no seu avô: “Ele foi um dos fundadores do PTB no município de Tanabi e ele realmente era um homem progressista”, afi rmou.

Na série de sabatinas feita pela Conexão Capivara com candidatos a deputado federal por Rio Preto, Gisela disse ainda falou ainda sobre feminismo, aborto e armamento da população. Confi ra trechos da entrevista abaixo.

Nós tivemos um recorde em Rio Preto de candidaturas femininas

neste ano e a gente sabe que isso se deve muito por conta da legislação eleitoral. A candidatura da senhora em função dessa necessidade de cotas ou é uma candidatura pra valer mesmo, competitivo?

Gisela Mariana - Na verdade, eu acredito que as mulheres chegaram até aqui por suas conquistas. De alguma forma, nós conquistamos esse espaço de 30% de cotas, ninguém nos deu, nós conquistamos. Então independente dessa ser uma realidade, eu tive um convite pelo deputado estadual e secretário geral do PTB, o deputado cacique Campos Machado, e ele me convenceu, me conquistou a participar dessas eleições. Principalmente porque é um momento novo, de renovação, e a mulher tem uma grande sensibilidade pra participar da política. Nós precisamos conversar com a população, precisamos ver na nossa cidade, na nossa região, no nosso Estado, quais são os anseios, porque isso não está sendo feito de forma efetiva e ele acredita que eu posso colaborar muito com isso. Ele é uma pessoa amiga, querida e tem muito a me ajudar.

A senhora teve R$ 50 mil destinados pelo PTB à sua campanha.

Esse dinheiro é sufi ciente? Esse valor, comparado ao de outros candidatos que receberam muito mais, faz entender que o partido não acredita tanto na sua candidatura?

Gisela - O partido me concedeu esse valor e me concedeu, fora isso, todo o material de campanha e toda a estrutura necessária pra comunicação. O partido foi extremamente leal, principalmente o deputado Campos Machado. Eu acredito que se nós fi zermos campanhas honestas como deveria ser, um contato direto com a população, conversar e explicar as nossas vontades, dá perfeitamente. O que às vezes a gente não consegue é concorrer com valores tão absurdos perante os nossos. Eu acredito que o dinheiro não é tudo nessa vida, então cada um faz com aquilo que tem. Eu fi z a minha campanha, tenho orgulho de dizer que faço uma campanha honesta e faço uma campanha mostrando o meu amor por gente, por pessoas, que é isso que eu quero. Quero ter contato com o povo e descobrir os anseios e levar as necessidades pro Congresso Nacional, que é um dever de um deputado federal, fazer o processo legislativo, fi scalizar e realmente ver se aquilo está sendo executado. Porque só você destinar verbas não adianta. Você precisa fi scalizar. Esse é o trabalho verdadeiro de um deputado.

A senhora é de direita ou de esquerda?

Gisela - Eu não sou nem exatamente de esquerda, nem

de direita. Eu concordo com algumas teorias da esquerda, acho linda, mas eu percebo que ela não é executada em nenhum país do mundo. Ela não consegue ser convincente, entendeu?

GISELA MARIANA

‘Não podemos confundir políticos com corruptos’

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““(Sobre o feminismo) Eu acho que elas têm boas ideias, mas eu acho radical. Eu gosto muito da união, eu não gosto da divisão. Eu acho errado

essa história de homens contra mulheres”

CAPIVARAS PENSANTES

Nany Fadil“Meu sonho é ver os políticos brigarem pelo povo com a mesma força com que o povo briga por eles nas redes sociais”

POSTADO NO

ZONA ELEITORAL

por Beck

Miga, pra quê?

Olar, brazeeel! Voltamos ao ‘hilário eleitoral’ desta quarta (3) para dizer que acabam essas eleições, mas a zoeira não acaba jamais. Um oferecimento, é claro, dos próprios candidatos em si.

Sem medo

E quando tudo parecia ter se normalizado no horário, ou seja, as piadas e constrangimentos protagonizados pelos políticos seguiam sem novidades, eis que vem dona Dilma, candidata ao Senado lá em Minas Gerais, e ‘sorta’ um número de ‘zap’ para que os eleitores entrem em contato. Pausa para um Rivotril sublingual.

Nunca mais eu vou dormir

Desenfreadamente zuado e compartilhado desde que o vídeo foi ao ar, o ‘zap’ de Dilma se tornou o assunto do dia nas redes sociais, com milhares de pessoas enviando memes e outras ‘fofuras’ à candidata. Muitos internautas, inclusive, deram prints das mensagens compartilhadas e a zueira só aumentou.

Ah, o brasileiro...

Teve gente – e não foi pouca - que até incluiu Dilma no ‘grupo da família, do colégio e das mensalidades atrasadas. No Twitter, criaram uma lista de transmissão � ctícia, claro, com Sergio Moro, Dilma, Lula, Palocci, Sergio Cabral, Eduardo Cunha, Gilmar Mendes e outras � guras públicas envolvidas na Lava Jato. O resultado segue gerando gigabytes de piadas e comentários maravilhosos.

‘Paga noix, kirida!’

O ‘zap’ de Dilma também teria chegado ao exterior, mais exatamente em Cuba e Venezuela, de onde ‘camaradas’ teriam enviado mensagens de ‘força, guerreira’ e ‘vai, malandra’, além de ‘bom dia, boa tarde, ‘boa noite’ e... “PAGA NOIX, KIRIDA!’ (sim, trata-se de mais uma piada). Por hora é o que temos. Aguardamos o ‘hilário eleitoral’ desta quinta para novos temas e mais zuação.

Dilma e o ‘zap’: ideia de se comunicar diretamente com eleitores ‘incendiou’ as redes sociais...

Reprodução

Doria no HB, mas sem placaA quatro dias da votação em

primeiro turno, o tucano João Do-ria arrumou espaço na agenda para tentar recuperar um preciso reduto eleitoral em Rio Preto que anda vi-sivelmente empolgado com seu ad-versário direto, o emedebista Paulo Skaf: o complexo Hospital de Base e Hospital da Criança, ambos sob a gestão da Funfarme.

O candidato ao governo de São Paulo pelo PSDB desembarca hoje em Rio Preto. Vai ao HB às 16h e, sem seguida, testará sua populari-dade numa caminhada no Calçadão de Rio Preto. Coincidentemente ou não, a agenda de Doria tornou-se pública somente no � nal da tarde desta terça (2), pouco depois de a assessoria de Skaf anunciar o can-celamento da visita dele ao HB, que também estava marcada para esta quarta (3), mas na parte da manhã.

A atual campanha eleitoral evi-denciou uma inequívoca crise na re-lação entre o grupo HB e o entorno da candidatura tucana ao governo de São Paulo. Nesta coluna, repre-sentantes da diretoria disseram que as portas da instituição estariam abertas a quem quisesse se apre-sentar ou demonstrasse interesse em ajudar a instituição. E isso valia para as candidaturas majoritárias e proporcionais. E foi exatamente as-sim que aconteceu.

A nova postura da direção da Funfarme colocou � m, mais especi-� camente, ao trânsito exclusivo no local de nomes como o do deputa-do estadual Vaz de Lima (PSDB) e do vice-prefeito Eleuses Paiva (PSD), candidato a deputado federal. Tanto que o ex-prefeito Valdomiro Lopes (PSB) e o também deputado estadu-al Itamar Borges (MDB) passaram a

receber tratamento VIP e menções sistemáticas de “amigos” do HB pela diretora-executiva Amália Tieco.

A relação avançou muito, no entanto, com Skaf, especialmente depois que o Hospital decidiu credi-tar ao emedebista os esforços para a liberação, junto ao governo federal, de R$ 4 milhões para concluir o se-tor de emergência do Hospital. Uma placa chegou a ser confeccionada para ser entregue ao emedebista na visita de hoje.

A assessoria de Skaf alegou, para o cancelamento da agenda em Rio Preto, que faltou voz na reta � nal da campanha para o candidato, que acabou atrasando a gravação dos últimos quatro programas da pro-

“ Em agenda-surpresa, tucano visita hoje o Hospital de Base, que estava à espera de Skaf com placa de “agradecimento por

serviços prestados”. Mas o emedebista cancelou a atividade

ANÁLISE “

CARTA DA CÓLERA 2O burburinho nos bastidores foi grande entre a maioria dos vereadores, mas foi Jorge Menezes (PTB) quem deu voz à indignação coletiva dos colegas em plenário. De posse do microfone e em tom colético, o petebista acusou o autor da carta anônima de “lixo humano”. Disse que quem faz “isso” é um ser que não merece ser levado a sério, entre outros predicados nada elogiosos. E, claro, logo entrou em ação o SSE (serviço secreto de especulações) da Casa sobre quem seria o autor do documento sem nome que desa� a os parlamentares a abrirem investigação. Eis que Zé da Academia (DEM), quem diria, surgiu como principal suspeito.

‘SOU INOCENTE’A teoria é de que ele é o mais interessado, no momento, em derrubar a atual secretária, uma vez que cobiça o cargo. O democrata, que de fato era o mais empolgado com a ideia de abrir investigação, se disse completamente inocente em relação à carta anônima.

JUNTOS, MAS SEPARADOSA visita de João Doria (PSDB) ao Hospital de Base nesta quarta (3) foi costurada pessoalmente pelo vice-prefeito Eleuses Paiva (PSD), candidato a deputado federal. E Eleuses deverá ser também o escolhido para caminhar lado a lado com o tucano na agenda pública pelo Calçadão de Rio Preto, como ocorreu na atividade puxada por Rodrigo Garcia (DEM), o vice de Doria, na semana retrasada. O motivo é simples. O prefeito Edinho Araújo (MDB) e Eleuses são aliados por aqui. No entanto, na disputa pelo governo de São Paulo, ambos estão em lados opostos. Edinho é o principal cabo eleitoral de seu correligionário Paulo Skaf na cidade.

paganda eleitoral na TV. Daí que a quarta seria tirada para esta � nalida-de exclusiva.

Doria, por sua vez, decidiu aper-tar o passo numa agenda corrida nesta quarta, que começa em Ma-rília às 10h15, continua em Ribeirão Preto, onde ele chega às 12h30, se-gue para Sertãozinho com atividade às 14h e fecha o dia em Rio Preto.

Pela TV, no caso de Skaf, ou no corpo a corpo, caso de Doria, o fato é que os dois sabem que, se o segundo parece certo, segundo as pesquisas de intenção de voto, a virada em primeiro lugar consolida uma condição bastante vantajosa para as negociações da segunda fase do embate.

Divulgação

Edinho Filho. O denunciante acusa o prefeito de “afrontar a legislação eleitoral (...) com a nítida intenção de bene� ciar eleitoralmente seu � lho, angariando votos em benefício deste e ao mesmo tempo afetando a igualdade de oportunidade entre os demais candidatos a deputado estadual da cidade e região”. É citado na representação que o assessor especial da Secretaria de Esportes, Rogério Conti Guagliardi, estaria realizando

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A teoria com a realidade não existe e a direita, às vezes pra mim, excede um pouco. Tem várias coisas que eu concordo, mas eu ainda acredito que a virtude está no centro. Eu prefi ro muito mais o equilíbrio.

O que a senhora acha do movimento feminista?

Gisela - Eu acho que elas têm boas ideias, mas eu acho

radical. Eu gosto muito da união, eu não gosto da divisão. Eu acho errado essa história de homens contra mulheres, mulheres contra homens, empregados contra seus patrões. Eu acho que, se nós nos unirmos, seria muito mais interessante, principalmente na política. As necessidades são inerentes a todo ser humano. Nós queremos sim saúde, nós queremos sim educação, nós queremos muito emprego, nós temos muito desempregados hoje. Nós estamos levando essa vertente pro lado errado. Nós precisamos nos unir pra exigirmos do nosso Congresso, do nosso presidente, dos nossos vereadores, dos nossos prefeitos. Todos nós queremos um país melhor, mas nós precisamos exigir um país melhor. Se a gente se divide tanto assim a gente não consegue.

Mas não é justamente isso que o movimento feminista faz? Unir para

exigir direitos iguais aos homens?

Gisela - Leva a isso, mas às vezes é um pouco agressivo. Aí coloca aquele embate de mulheres contra homens.

Por que a senhora resolveu entrar na política?Gisela - Na verdade eu

tenho uma veia política, porque meu avô foi um grande político na nossa região. Ele foi um dos fundadores do PTB no município de Tanabi e ele realmente era um homem progressista. Ele abriu estradas na enxada, lutou pra ter escolas, levou pra dentro da propriedade uma escola, pagou do bolso professores, levou o transporte pras crianças. É um homem muito humanizado e eu acho que isso foi crescendo dentro de mim. Certo tempo, recentemente, eu tive uma oportunidade de ser convidada pra trabalhar na Câmara Federal, como assessora jurídica e lá eu me envolvi muito com a política. Comecei a estudar muito ciências políticas e tive assim um grande prazer de conhecer de perto o que é a política e eu me apaixonei, porque a política é linda, ela é necessária. Nós não fazemos nada sem a política. Mas nós não podemos confundir políticos

com corruptos. Isso que é feio. Isso que a gente não aguenta mais. É isso que nós estamos cansados, nós queremos a renovação por isso, porque não está bom pra ninguém. Nós precisamos dessa renovação.

A Polícia Federal é hoje a instituição de maior credibilidade entre

os brasileiros e fortaleceu-se por ser imparcial em suas investigações. Nota-se que cada candidato a presidente tem uma ideia mirabolante para a PF, o que pode reconfi gurar a instituição. Pergunto: a senhora é a favor ou contra ditar a PF de autonomia administrativa e fi nanceira? A senhora apoiaria a PEC 412/09 que está parada no Congresso? (pergunta feita por André Luiz Previato Kodjaoglanian, delegado da Polícia Federal de Rio Preto)

Gisela - Primeiramente eu parabenizo essa instituição que teve uma atuação perfeita na Operação Lava Jato. Eu acredito que quando o juiz Sérgio Moro teve essa felicidade de levar a operação com tanta garra pra frente e fazer esse trabalho legal, foi muito considerável pra população. Eu acho sim que a PF pode e deve ter autonomia como instituição. Deveria ser melhor elaborada, porque se ela fi car na mão do Executivo, como algumas instâncias que nós temos, nós teremos problema.

Eu tenho visto no programa de governo de alguns candidatos

a presidente na área de segurança pública, muitos falando em um ciclo completo. Então eu queria saber se a senhora é a favor do tal ciclo completo de polícia. Se a senhora é a favor de uma polícia única e se é a favor de uma desmilitarização da polícia. Porque o ciclo completo só funcionaria bem se a gente tivesse uma polícia de natureza civil, mas eu quero saber a opinião da senhora porque nenhum dos presidenciáveis fala como essa questão do ciclo vai ocorrer de fato. Se isso será feito por uma polícia única, se vai ser feito por uma polícia desmilitarizada ou se será feito por uma Polícia Militar. Se for por uma Polícia Militar, teremos esse ciclo completo nos moldes do que ocorria na ditadura (pergunta feita por Eder Galavotti, delegado da Polícia Civil)

Gisela - Mesmo que haja separação entre as polícias num âmbito federal, estadual e municipal, o que a polícia faz é um só trabalho. O ciclo deve permanecer o mesmo. Eu acredito que isso não prejudica o

trabalho da polícia não e nem é esse realmente o problema. O problema pra mim da polícia é uma valorização, uma estrutura maior pra ela poder desenvolver o trabalho com mais facilidade e realmente efi cácia.

Além de emendas parlamentares, qual projeto a senhora pretende

apresentar no sentido de benefi ciar a maior parte da população de Rio Preto? (pergunta feita por Wanderlídia da Silva Araújo, presidente da Associação de Bairro Santa Clara e membro dos conselhos de Habitação e Meio Ambiente)

Gisela - Meu grande projeto mesmo é trazer mais empregos pra população. Eu acredito que ninguém sem emprego pode ter dignidade. Você não tem moradia, você não tem saúde, você não tem educação, você não tem segurança, você não tem tranquilidade pra sobreviver. O que nós necessitamos hoje? Todo mundo está com problemas. Os jovens principalmente estão saindo da faculdade e não sabem pra onde vão. Nós temos uma difi culdade enorme hoje no País e isso está gerando o desgaste da economia. Isso está gerando o prejuízo total da economia do nosso País. Até prejuízo na saúde das pessoas. Nós vemos aí o maior problema na saúde hoje: as pessoas com depressão, questão emocional, que isso leva até o suicídio. Então nós temos que fazer algo pra gerar e desenvolver empregos, com parcerias com as empresas, autarquias públicas e incentivo fi scal pra que a gente possa demandar e voltar a ter empregos.

Considerando-se o emaranhado de normas tributárias (mais de 5,5

mil) do País, que criam obrigações acessórias em excesso, burocratizam a arrecadação e disfarçam estratégias de aumento de carga tributária, o que, objetivamente a senhora, enquanto deputada, fará para dar clareza e simplifi car o ordenamento jurídico, melhorar a segurança do ambiente empreendedor, reduzir a judicialização e a cobrança de impostos e taxas que pesam sobre a comunidade empresarial e toda a sociedade brasileira? (pergunta feita por Paulo Sader, presidente da Acirp)

Gisela - Eu recebo esse questionamento dos grandes empresários, dos microempresários, dos pequenos empresários, de toda associação comercial. Ninguém aguenta mais pagar tantos impostos.

A desoneração da folha tributária dos micro e pequenos empresários seria essencial porque nós temos hoje no país uma carga tributária muito alta. Com a atual crise que nós passamos, muitas empresas tiveram que dispensar funcionários e não conseguem recontratar, mesmo com a reforma trabalhista. Nós precisamos levar isso em consideração sim, até para melhorar a questão do desemprego, que é o que volta a trabalhar a economia do nosso País. Todo o comércio é essencial pra que volte a ter emprego, mas nós precisamos dar incentivos pros nossos empresários e microempresários. Sem um incentivo do governo, não há possibilidade.

Qual sua opinião sobre a descriminalização do aborto?Gisela - Essa pergunta

pra mim não tem difi culdade. Serei bem objetiva. Estou com Deus e não abro. E a palavra do Senhor é muito objetiva em relação a isso. Eu sou totalmente contra o aborto. Eu tenho duas fi lhas. A Maria Eduarda tem 17 anos. Eu tive ela antes do meu casamento com o Rodrigo, que é o pai dela. Eu nunca, nem um dia, pensei em abortar minha fi lha e não gostaria que ninguém pensasse isso. Eu sou objetiva e sou contra o aborto.

E a redução da maioridade penal?

Gisela - Eu sou a favor. Nosso deputado Campos Machado tem um projeto em pauta sobre isso. Eu acredito que com 16 anos você já tem bastante noção do que você faz e dos caminhos que você quer. Não que você esteja totalmente preparado para uma vida, mas você sabe o que é bom e o que é ruim, entendeu? E a gente precisa dar incentivo pras nossas crianças, pros nossos jovens, pra que eles estudem, pra que eles trabalhem e pra que eles sejam homens de bem.

A senhora é a favor do armamento da população como uma forma de

combater a criminalidade?Gisela - Primeiramente eu

acredito que nós devemos armar a polícia e as Forças Armadas. Depois a gente precisa orientar a população. Se um pai de família acha interessante ter na casa dele, pra forma de combate ao crime daquele que entra na casa, pode até ser que seja interessante, pra que ele também possa promover a sua segurança, como chefe de família

Especifi camente sobre privatizações da Petrobras, Correios, Banco do Brasil

e Caixa Federal. A senhora vota a favor ou contra cada uma dessas empresas?

Gisela - Eu sou contra a privatização dessas empresas. Eu acho que é um bem público, é um bem pro brasileiro e nós ainda não estamos no momento de falar em privatização. Primeiramente nós devemos eliminar políticos corruptos pra que não sejam desviados mais recursos do erário público.

Por que a senhora merece o voto do eleitor?

Gisela - Quem vai decidir se eu mereço voto

ou não é o eleitor. O que eu posso dizer é que eu estou aqui, porque eu quero realmente ajudar a população, trazer realmente os benefícios daquilo que a política deve fazer. Nós não podemos nos omitir mais. Política serve pra trazer o emprego, trazer a saúde pública, trazer a educação, a segurança e o transporte. Nós temos isso na nossa Constituição. Nós precisamos nesse momento é estar todos afi nados pra exigirmos isso da nossa política. Não fazemos nada sem política. Poderemos ter os melhores médicos dentro dos hospitais. Poderemos ter os melhores professores e não teremos educação. Precisamos valorizar os nossos professores, porque senão como teremos boa educação? Isso é imprescindível. É por isso que eu preciso do voto de vocês, pra que a gente se una e possa trazer pra nossa cidade, pra nossa região, pro nosso Estado, as melhorias que a política traz. Colaborou com a coluna: Thais Covre

ABUSO DE PODER A Procuradoria Regional Eleitoral recebeu denúncia de abuso de poder contra o prefeito Edinho Araújo (MDB) e seu � lho, candidato a deputado estadual pelo MDB. A acusação foi feita pelo cidadão Ricardo do Nascimento Gabriel e assinada pela advogada Débora de Carvalho Baptista e trata, sobretudo, do uso da máquina para tentar eleger

DESPEDIDA A sessão da Câmara desta terça (3) foi de despedida para os dois vereadores interinos: o médico Renan Marino (PRP), que substituiu Pedro Roberto (PRP), e a sindicalista Celi Regina (PT), que estava no lugar de Marco Rillo (PT). Os dois titulares se licenciaram em função do processo eleitoral. Pedro concorre a cadeira na Câmara Federal e Rillo decidiu se dedicar integralmente à campanha do � lho, o deputado estadual João Paulo Rillo (Psol). Dependendo do resultado das urnas no domingo (7), Marino pode voltar para � car.

CARTA DA CÓLERA 1 Uma carta anônima, verdadeiro clássico da política rio-pretense, diga-se de passagem, agitou a sessão da Câmara de Rio Preto nesta terça (3). A missiva encaminhada a todos os vereadores denuncia supostas irregularidades contra a secretária de Esportes, Clea Bernadelli, como usar o tempo de expediente na pasta para preparar sua defesa em investigação relativa ao uso indevido do Auxílio-Atleta. A carta chegou acompanhado de farta “documentação”. E também a citação nominal de todos os funcionários de livre nomeação que atuam na secretaria. E os respectivos vereadores-padrinhos que os bancaram junto ao Executivo.

Guilherme BATISTA

“reuniões de cunho político e distribuição de materiais de campanha do candidato a deputado estadual” no Ginásio Municipal de Esportes Antonio Natalone. A entrega de material de campanha na repartição pública teria sido con� rmada por meio de uma conversa gravada entre o assessor e uma suposta eleitora. Outra acusação tem a ver com o uso de publicidade institucional de programas e obras do governo que, segundo o denunciante, estaria bene� ciando Edinho Filho. A representação cita, por exemplo, notícias reproduzidas no site da Prefeitura e “uma verdadeira profusão

diária de notícias boas, favoráveis à administração do representado Edinho Araújo”, entre elas o anúncio do plano de revitalização das feiras, a construção de 1,2 mil casas populares e a contratação dos Anjos da Escola. A assessoria de imprensa do prefeito emitiu uma nota sobre o assunto. “Quando noti� cado, vai apresentar a sua defesa de que em nenhum momento houve uso da máquina. A administração municipal não pode � car paralisada”, a� rma o documento. Caberá à Procuradoria Regional Eleitoral analisar o teor da denúncia e decidir se dá prosseguimento às acusações.

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