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    QUARTOTEMPOM ARILA DEC ASTRO

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    QUEM M ARILA DEC ASTRO

    ramatisiana desde o incio dos anos 60, nesta existncia.Coordena o Grupo de Estudos Ramats de Porto Alegre. Coor-denou o 2 Congresso Ramats, em 1997, em Porto Alegre.

    Sua primeira palestra pblica, com 17 anos, foi sobre Vegetarianismo, que adotara com 16 anos, aps a leitura de Fisiologia da Alma. Trabalhou por 30 anos em grupos

    medinicos. Coordenou o Centro Universalista Karnac, emPorto Alegre, e dirigiu a Grfica e Editora Karnac, bemcomo o Restaurante Vegetariano Irmo Sol, na mesma cida-de, nos anos 70.

    Tem participado como palestrante em grupos, semin-rios e congressos, com temas ligados espiritualidade,incluindo o vegetarianismo. astrloga.

    Alm do opsculo Paz e Amor, Bicho!, publicou Guia

    do Brasileiro Pelado em Paris (Ed. Artes e Ofcios, P. Ale-gre), e editou o jornal Informativo Ramats, em 1997/98.Na vida material, foi professora de portugus e literatu-

    ra e ora conclui o curso de Psicologia. Especialista emHistria da Arte e Literatura Infanto-Juvenil.

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    INTRODUOOs que herdaro a Terra

    Bem-aventurados os mansos, por- que eles herdaro a Terra.

    Jesus

    H tanto que ser mudado, se quisermos construir omundo melhor que necessidade imperiosa de nossas cons-

    cincias, neste limiar da Nova Era...Cdigos, instituies, relacionamentos, a produo e distribuio dos bens da Terra, a educao, a perspectiva dacincia, a religiosidade, as artes curativas, a poltica, asartes...

    Tanto a ser mudado e talvez um nico fator, umachave mgica nos daria entrada nesse mundo novo cujoterritrio, afinal, jaz no interior de nossas conscincias,

    sendo o mundo l fora mero reflexo.Essa pequena chave de acesso chama-se respeito Vida.

    No h uma nica misria, violncia, desonestidade,injustia, desequilbrio individual ou coletivo, neste planeta,que no resulte da ausncia, em qualquer grau, desse valor essencial; comeando pelo respeito incondicional ao ser humano qualquer ser humano, seja como ou qual for e

    estendendo-se a todas as formas de vida.No nos foi ensinado, desde que nascemos, que a Vida

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    sagrada, e divinos todos os seres. Por isso, por nossa falta de reverncia ao divino que habita todas as formas, podemospassar indiferentes por um ser divino jogado na calada,

    podemos conviver com a existncia de crianas com fome e velhos desamparados todos divinos; admitimos a guerra,a pobreza e a desigualdade, a destruio da Terra e de seusfilhos menores. Em suma: assistimos inertes ao desrespeito Vida.

    A Vida, a Vida Divina, chama sagrada que anima atodos os entes, no objeto de nossa reverncia, respeito e amor. Inteis sero todas as nossas religies, rituais e cren-

    as, enquanto no ensinarem a humanidade a vivenciar essasuprema verdade.Por trs de coisas a priori to diversas como um plan-

    tador de arroz envenenando flora e fauna com seus pestici-das, indstrias jogando metais pesados na gua que vamosbeber, um motorista que ignora um idoso no ponto de ni-bus, um traficante com drogas porta de uma escola, umcarroceiro que espanca seu cavalo, um jovem que mata os

    pais, pais que matam filhos, um poltico corrupto desviandoverbas sociais, a mutilao e matana dos jovens nos mata-douros das guerras e dos animais nos matadouros civis uma nica e verdadeira causa: ns no respeitamos a Vida.Ela no para ns um valor supremo (s nos textos).

    Sua sacralidade no basta para deter a mo dos tortu-radores, paralisar os linchadores, inibir os violentadores,coibir os assassinos passionais. Por qu?

    Ningum ensinou aos maridos homicidas que no sodonos da vida; nem aos adolescentes violentados pela misriaque uma vida vale mais que um par de tnis alheio. Por que?

    Porque ns, coletivamente, no respeitamos essa Vida,de modo incondicional. E enquanto permanecermos na ilu-so de que se pode pedir paz e exigir segurana num mundosem esse respeito essencial, enquanto admitirmos a cruelda-de e a destruio de qualquer forma de vida inocente, tudoque fizermos ser incapaz de mudar verdadeiramente omundo.

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    A nica argamassa definitiva capaz de cimentar a cons-truo desse Mundo Melhor ser a consolidao, na cons-cincia coletiva, desse princpio simples e difcil: A Vida

    Sagrada. Um nico artigo. Sem pargrafos. Sem excees.Para as criaturas de boa vontade, que sinceramente desejam colocar-se no rol dos servidores da Vida, dos seresmansos e pacficos nicos que podero renascer, dentro embreve, neste planetinha h uma perplexidade: por onde comear? So to vastas as mudanas requeridas, de atitu-des, comportamentos e hbitos! O que pode fazer um nicoser humano, no mbito de sua singela vida?

    H uma sugesto simples, concreta e acessvel, e contu-do de alcance inimaginvel: pare de matar (ou, retire a pro-curao para que o faam por voc).

    Como? Voc seria incapaz disso?Confira, por favor, no seu prato de cada dia.Se h seres animais sendo mortos para se transforma-

    rem em sua refeio sendo isso, como , to desnecessrioquanto nocivo sade evidentemente o respeito Vida

    no senta mesa junto com voc.No existem vidas maiores ou menores: existe a Vida.E onde existe sensibilidade dor e ao sofrimento, caus-

    los incorrer no pior de todos os carmas: o da crueldade.H uma atitude individual concreta, possvel e infinita-

    mente poderosa, por seu alcance, que qualquer um de ns,que se diga consciente da Lei Evolutiva, pode tomar parainiciar hoje a transformao deste mundo violento e biocida

    num outro, pacfico e fraterno: respeitar a Vida. Comeandopor defender o direito vida de todos os seres indefesos doplaneta, suspendendo a matana daqueles que a humanida-de intitula indevidamente de comida.

    Podemos ensinar a nossos filhos o respeito incondicionala todas as vidas; podemos ensin-los a respeitar e amar ps-saros, insetos, gatos e cachorros, baleias, tartarugas-mari-nhas, golfinhos e micos-lees dourados; mas no podemosdesmentir isso quando nos sentamos mesa. No podemosamar e matar, respeitar e destruir ao mesmo tempo. E se a

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    nossa reverncia Vida for genuna, ser contagiosa. E umacriana nossa defender um caracol de ser pisado, levar gen-tilmente um inseto perdido at a janela e nunca, nunca,

    nunca, poder ferir nenhum ser humano. Como nunca admi-tiu ou viu admitir que nenhum ser vivo fosse ferido.Utopia? No. Existem crianas que foram criadas

    assim. Se houvesse mais, ns poderamos sair tranqilospelas ruas noite. Se houvesse muitas mais, seria imposs-vel a qualquer demente com poder levar pessoas guerra(alis, no haveria dementes no poder). E se elas fossem atotalidade das crianas da Terra, esta j seria aquele Mundo

    Melhor.M. C.

    * * *

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    Por trs da fome do mundo

    Detesto excees e privilgios. O que no pode ser de todos, no o quero para mim.

    Gandhi

    Planeta Terra: 6 bilhes de pessoas 800 milhes comfome crnica.

    Falta de alimentos? No. Falta de conscincia.Voc sabia que, se numa rea de terra qualquer, culti-varmos forrageiras para alimentar o gado, este afinal ir ali-mentar mil pessoas: mas, se nessa mesma rea plantarmosgros, sero alimentadas por elesquatorze mil pessoas?Essa a proporo real: 14 por 1.

    Multiplique isso por milhares. Por milhes. E saber paraonde vai a comida das crianas famintas do planeta Terra.

    O que levou um Diretor do Conselho de Protena da ONUa declarar, com todas as letras:Os gros das classes pobresesto sendo desviados para alimentar o gado dos ricos .

    Mais precisamente,um tero dos gros do mundo viracomida animal!

    E mais: os animais de corte so verdadeiros sumidou-ros de protenas. De toda a protena que um boi consome 100% sabe quanto ele vai devolver? Dez por cento.

    Isso faz da carne o alimento mais antieconmico e eli-tista do planeta. Enquanto milhes de pessoas morrem de

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    fome, utiliza-se imensas extenses de terra, gua e grospara criar e alimentar animais para suprir os consumidoresde carne.

    S o rebanho bovino do Brasil tem 172 milhes de cabeas.Uma para cada brasileiro! Cada um desses bovinosrecebe, com certeza, melhor alimentao do que nossosmilhes de crianas subnutridas e famintas.

    Tomemos a soja, uma fonte magnfica e barata de pro-tenas.O Brasil est coberto de um mar de soja. A Amricado Sul j o maior exportador de soja do mundo Brasile Argentina exportaram86 milhes de toneladas na ltima

    safra. Um pas assim no deveria ter desnutridos nemfamintos. Mas, o que acontece com a nossa soja? Em vez de alimentar pessoas , vai alimentar o gado do PrimeiroMundo, para os que pagam em dlares aos nossos produto-res. Que dormem tranqilos, noite, sem sequer cogitaremdo significado social do alimento que plantam.

    O que nos leva a uma questo igualmente nevrlgica.O alimento, que a Terra generosamente produz para o

    sustento de todos os seus filhos, devia ser um patrimnio de toda a humanidade. So as energias do Sol, armazenadaspelos vegetais que nos so doadasde graa . Por que razo ns permitimos que essa ddiva da Natureza parasustentar a humanidade se transformasse em objeto de lucrode uns poucos, em detrimento de todos?

    O alimento devia ser produzido e consumido por cadacomunidade, para nutrir todos os homens; mas ns o trans-

    formamos em objeto de comrcio. E de lucro! E enquanto asindstrias de alimentos as segundas mais lucrativas domundo enriquecem alguns, o alimento necessrio nega-do s classes miserveis.Transformar os frutos da Terra emobjeto de comrcio, especulao e lucro, to imoral comopretender-se vender a luz do sol ou o ar.

    A Terra pode perfeitamente produzir o suficiente paraalimentar toda sua populao atual e mais ainda. Bastariaque alimentssemos pessoas em vez de gado.Consumir carne nos faz mesmo a contragosto

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    coniventes com a fome, a desnutrio, e a especulao e olucro daqueles que ganham com esse desperdcio energticoque assola o planeta.

    2Nosso modelo original de fbrica

    O conflito no entre o bem e o mal, masentre o conhecimento e a ignorncia.

    Buda

    Se compararmos a mquina humana do Homo Sapienscom dois modelos bsicos carnvoro e herbvoro dif-cil no perceber o bvio: nosso modelono o carnvoro.

    Os carnvoros receberam de fbrica dentes caninos fron-tais, afiados, para rasgar a carne da presa. E no possuemmolares os dentes trituradores. D uma olhada nos dentesdo seu gato). J os herbvorose o homem no tm caninosfrontais. E possuem pr-molares e molares uma eficiente mquina trituradora de gros e sementes. Bem claro, no?

    Alm disso, a saliva: a dos carnvoros no possui ptiali-na uma substncia que promove a pr-digesto, na boca,dos amidos (presentes nos vegetais). A dos herbvoros e dohomem a possuem!

    Os carnvorosno mastigam a carne. Sua digestocomea no estmago, que possui um suco gstrico poderoso

    vinte vzes mais cido que o dos herbvoros, para digerir carnes e ossos.Mas o mais importante distintivo da espcie humana e

    dos herbvoros ointestino .O intestino dos carnvoros se destina a dar trnsito

    carne uma substncia repleta de toxinas. O que fez a enge-nharia da Me Natureza? Um conduto curto trs vzes, nomximo, o tamanho do animal e sem reentrncias, para

    que os resduos venenosos sejam eliminados rapidamente. Jos herbvoros e o homem tm o qu? Longos intestinos

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    dez a doze vzes o tamanho do corpo! E repletos de vilo-sidades reentrncias e salincias que aumentam a superf-cie de absoro dos vegetais. Clarssimo, no ?

    Pois no parece. O que faz o Homo-dito-Sapiens?Coloca no seu motor-a-vegetais o combustvel inadequado e medonho da carne.Toxinas. Essas substncias ficam transi-tando lentamente pelo seu longo intestino herbvoro. E elastm um longo tempo, e uma estrutura infernalmente prop-cia paraabsorv-las ao invs de livrar-se delas!

    Isso pior do que colocar leo diesel queimado nomotor de uma Ferrari.

    Imagine o efeito de anos dcadas desse processode envenenamento lento, e fcil entender porque as pes-soas adoecem tanto, e padecem de priso de ventre, colite,apendicite, pele flcida e envelhecida, as juntas enferruja-das, e tm alergias, gases, halitose e muito mais.

    3O que os olhos no vem ou seu bife ad

    A natureza no tem recompensas nemcastigos: tem conseqncias.

    Voc sabe que diariamente se comete o crime e a irres-ponsabilidade de cultivar lavouras com adubos e pesticidasqumicos.

    Logo, aquelas plantaes verdinhas de forrageiras infec-tadas vo parar claro! no seu bife de cada dia, depoisde terem andado sobre quatro patas durante algum tempo.E vo direto para seu fgado, rins e intestino, mais a pele.

    Mas essa apenas a primeira cena de um filme de ter-ror A Bioqumica Mortal, infelizmente verdadeiro. Hum coquetel de substncias de que o seu bife/churrasco aditivado. Para tornar mais rentvel a produo. Antibiti-

    cos, vacinas, hormnios anabolizantes, estimulantes de ape-tite, dados aos animais.

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    Antibiticos so uma artilharia pesada, destruidora de microrganismos. Mas desde que os rebanhos e aves noadoeam, para serem lucrativos, os efeitos no consumidor

    dela voc no importam. Quais estaro sendo as con-seqncias, depois de dcadas?Mais preocupante ainda o caso dos hormnios. Na deli-

    cada bioqumica natural do corpo, bastam gotas deles paracomandar todas as reaes orgnicas. Imagine doses incon-troladas absorvidas durante anos. Pense nos sintomas ps-menopausa que s tm feito se agravar nas ltimas dcadas.Nos cnceres de mama, de tero e de prstata. Ou seja: vaci-

    nas, antibiticos, hormnios, estimuladores de apetite esse bifinho gostoso uma bomba-relgio que vai deixar estilha-os, lamento dizer, dentro de voc. Mas no tudo.

    A carne demora alguns dias para chegar dos abatedou-ros at o aougue e tende a assumir uma colorao escura e acinzentada que afugentaria os consumidores. O produ-tor ento acrescenta uma bela colorao vermelha:Nitratos .Substncias cancergenas um pequeno detalhe que nin-

    gum comenta.Ainda tem mais.Benzopireno uma substncia qumica que causa

    cncer de estmago e leucemia. Em pouco mais de um quilode carne assada, h mais benzopireno que na fumaa de seiscentos cigarros. E tambm h o metilcolantreno umcancergeno que se forma na alta temperatura, ao cozer agordura da carne.

    Ainda mais. Um organismo sob forte stress como umanimal prestes a ser sacrificado segrega um monte de adrenalina, o hormnio de ataque e defesa. Que, junto comas toxinas metablicas, o cido rico e tudo mais que circu-lava no organismo animal, armazenado na carne e nas vs-ceras, quando se interrompe bruscamente a circulao. Ah,e no esqueamos os microrganismos bactrias e vrus, e vermes e protozorios. Alguns perigosamente presentes nacarne mal passada. Sobretudo de porco.Sem esquecer os animais doentes. Sim, osmanifesta -

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    mente doentes so sacrificados (e os abatedouros clandesti-nos?) Mas se num ser humano a doena grave, s vzes, se instala silenciosamente, o que dizer do animal,que no pode

    descrever o que sente? Ou cada boi, porco, ovelha ou ave passa por um check-up completo antes do abate?

    4Hipcrates sabia das coisas

    Faz do teu alimento o teu remdio Hipcrates O Pai da Medicina

    Se o Homo-dito-Sapiens abastecesse o seu modelo rece-bido zero quilmetro da Natureza somente com o combus-tvel adequado, a maioria esmagadora da humanidade che-garia velhice com uma sade invejvel. A engenharia daMe Natureza tem alto padro de qualidade. Ns que noseguimos o manual de instrues que vem embutido.

    Agora, tome aquele modelo zerinho, e desde cedo, come-ce a intoxicar seu delicado motor com as toxinas da carne e a gordura animal que vem junto. Por volta dos 40-50 anos,os vasos sanguneos estaro como velhos canos dgua de ferro, entupidos pelos depsitos de colesterol. A presso dosangue sobre as paredes aumenta. Hipertenso, medicamen-tos. Os fantasmas do enfarte e do derrame comeam a ron-dar a sua vida.1

    No precisava ser assim. Na realidade, hipertenso e colesterol no so problemas de idosos. So problemas de idosos carnvoros conseqncia de uma vida de consu-mo de mau combustvel.

    Outra falcia universal a o folclrico binmio velhi-nho-reumatismo (e artrite, e gota, e companhia).O que ver-dadeiramente acontece outra vez! o combustvel.

    1 Bem difundido j est o conselho mdico evite a carne vermelha. Mas

    no s ela que contm gordura. Em torno de todas as clulas musculares do teci-do animal existe um revestimento de gordura, essencial para lubrificar o msculo e possibilitar sua contrao e relaxamento. Na verdade, no existe carne sem gordura.

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    Para ser mais exato, as protenas da dieta carnvora. O seufgado no pode aproveitar mais do que o necessrio delas.O excesso, em forma de uria e creatinina, tem que ser

    excretado pelos rins. Se voc insiste em bifes, churrascos e companhia, eles no conseguem mais dar conta, e despa-cham o excesso para armazenamento nas articulaes e ossos.

    Repetimos: reumatismo, artrite,gota e companhia no soinevitveis doenas de idoso. So doenas de carnvoroidoso. A carne contm toxinas e resduos que, alm de prisode ventre e hemorridas, causam uma intoxicao lenta que

    deteriora a pele, afeta todo o organismo e pode levar ao cncer,colite, apendicite e outras coisas desagradveis terminadas emite.

    O Rio Grande do Sul, onde o churrasco cone e o lema,aquela velha frase:sem carne, para mim no comida, oestado campeo nas estatsticas de cncer de mama do Bra-sil. ndices to elevados como os de pases do PrimeiroMundo, tambm os maiores consumidores de carne.Voc

    sabia que pesquisas mdicas j comprovaram (divulgado naimprensa comum) que existe uma relao direta entre oconsumo de carne e cnceres de mama, tero e ovrio e de prstata e intestinos? E ningum sai por a comentando.

    Sade a herana natural do ser humano. Nossos des-mandos fsicos, emocionais e mentais, desta e de outrasvidas alteram isso. Mas quem faz, pode desfazer.

    J tendes provas irrecusveis de que podeisviver e gozar de tima sade sem recorrer ali- mentao carnvora. Para provar o vosso equ- voco, bastaria considerar a existncia, em vossomundo, de animais corpulentos e robustos, deum vigor extraordinrio e que, entretanto, sorigorosamente vegetarianos, tais como o elefan- te, o boi, o camelo, o cavalo e outros.

    Ramats

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    5 assim que as coisas realmente se pass

    Os animais so meus amigos... e eu noconsumo os meus amigos. Isso terrvel! No

    s devido ao sofrimento e morte dos ani- mais, mas tambm devido ao fato de ohomem se privar da mais elevada capacidadeespiritual, que a de sentir simpatia e compai-

    xo por todos os seres vivos, violentando seus prprios sentimentos e se tornando cruel.

    George Bernard Shaw

    Lembro muito bem. Por volta dos seis anos de idade,tive um momento de intensa dor e mal-estar ao pensar que a carne que comamos exigia o sacrifcio dos animais. E aresposta enftica dos adultos: no, a gente no podia viver sem comer carne; iria enfraquecer e morrer. Foi um triste momento, o de ter que soterrar minha dor e compaixonaquela sentena irremovvel. Recordo a acomodao for-ada que me obriguei a fazer, tentando esquecer a dor e opeso na conscincia, mas me sentindo muito mal.

    Relato isso com um objetivo: testemunhar esse movi-mento que ocorre no interior da conscincia das criaturas,quando tm que conciliar sua sensibilidade e compaixopelos animais com o arraigado hbito do carnivorismo.Ten-

    tar esquecer o que se passana realidade

    a nica formade calar a dor da conscincia. Mas se temos coragem de fazer, temos que ter coragem de olhar o que fazemos.

    O animal sente. No apenas sente dor, mas tem senti-mentos. Quando um boi, porco ou ovelha marcha para aexecuo, eles pressentem o que vai ocorrer.

    Ns temos hoje a bno da anestesia at para restau-rar um dente. Os infelizes bovinos so marcados a sangue

    frio com ferro em brasa, tratados com brutalidade, apanhamcom freqncia, e muitas vezes sofrem fome. Para morrer, ao

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    ingressar no brete sinistro quando se rebelam, recebemchoques eltricos nas partes sensveis so contempladoscom um disparo de pistola de ar comprimido na testa que

    deixa o animal desacordado por alguns minutos. Depoisele erguido por uma pata traseira, e cortam sua gargantacom um cutelo.

    O animal tem que ser sangrado vivo, para que o san-gue seja bombeado para fora do corpo, evitando a prolifera-o dos microrganismos, diz um fiscal. Em 1997, a ativistados direitos dos animais americana Gail Eisnitz escreveu olivro Slaughterhouse (Matadouro, indito no Brasil) no

    qual acusava os matadouros de sangrar muitos animaisainda conscientes. O abate a marretadas est proibido noBrasil, o que no quer dizer que no acontea j que quase 50% dos abates so clandestinos. O problema da mar-retada que no fcil acertar o boi com o primeiro golpe.Muitas vezes, so necessrios dezenas para desacord-lo.(Superinteressante, abril/2002, p.48 ) Se que isso acontece completamente. E quando so esfaqueados, no sentem?

    J os porcos,so confinados do nascimento ao abate,diz o agrnomo Lus Carlos Pinheiro Machado Filho, daUFSC. As gestantes so foradas a parir atadas a uma five-la, apertadas na baia. O abate parecido com o de bovinos,com a diferena de que o atordoamento feito com um cho-que eltrico na cabea e que o animal jogado num tanque de gua fervendo aps o sangramento, para facilitar a reti-rada da pele. Gail Eisnitz afirma, em seu livro, que muitos

    porcos caem na gua fervendo ainda vivos (Superinteres -sante, idem, ibidem ).Outros seres indefesos: moluscos, crustceos, polvos e

    lulas so jogados vivos nas panelas em ebulio para retor-narem depois, com apelidos requintados, para atender gula humana. Galinhas e perus so degolados sumariamen-te nos quintais, ou guilhotinados em massa nos avirios e criadouros.

    As infelizes galinhas de postura e os frangos so confi-nados em gaiolas exguas, mal podendo mexer-se, para no

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    desperdiar energia, entupidos de antibiticos para noadoecere de anabolizantes para crescer mais rpido. Tmos bicos cortados para que no se matem uns aos outros,

    nem possam escolher partes da rao. As luzes nesses locais jamais se apagam, para que eles, desesperados pelo stress,no cessem de comer e durmam pouco, produzindo mais e mais. Prisioneiros de guerra nessas condies nos desperta-riam revolta. Mas eles no falam.

    Entretanto, seu desespero e angstia impregnam a carne e os ovos ou voc pensa que as energias astrais do animalso destrudas pelo cozimento? E ningum associa a depres-

    so e a sndrome do pnico de nosso tempo com nada disso.Mas os espiritualistas dizem que acreditam em corpo astral.Os humanos requintam na crueldade com os irmos

    menores. Adoecem os pobres gansos, enfiando um funil emsua garganta e literalmente entupindo-os de comida, hiper-trofiando-lhes o fgado, at que mal possam se arrastar pelocho, para produzir o pat de foie-gras. Submetem os pobressunos ao regime de ceva forado em chiqueiros imundos. E

    criam os mais inocentes e indefesos animais para sacrificar depois, sem piedade.

    Quantas vezes, enquanto o cabrito doms- tico lambe as mos do seu senhor, a quem se afinara inocentemente, recebe o infeliz animal a facada traioeira nas entranhas, apenas porque vspera do Natal de Jesus.

    (Ramats - Fisiologia da Alma).

    Sim, sim, claro: voc, pessoa sensvel, incapaz de mal-tratar um animal, jamais suportaria assistir, que dir prota-gonizar, a matana de um boi, porco, ovelha ou ave. Entre-tanto, a demanda de carne, por parte de materialistas e espiritualistas, que sustenta e expande essas carnificinasdirias que cobrem o planeta de rios de sangue inocente. Oscarnvoros so os acionistas ideolgicos da indstria datortura e da morte.

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    Se as pessoas tivessem que matar, com suas prpriasmos, o animal que fossem consumir, bvio que se reduzi-ria drasticamente o carnivorismo. No o fazendo, passam

    procurao para outros, que se brutalizam no ofcio damorte. Mas a mesma a responsabilidade do mandante e doexecutor.

    Pense nisso. No se violente tentando esquecer o que aquilo realmente ; no cale o protesto de sua sensibilidade,fingindo ignorar que a poro de um ser vivo, que lhe foiarrancada com dor e crueldade. No renuncie ao nvelhumano de seu ser.

    Mas dir voc isso acontece h milnios. No possvel que s agora passe a ser um crime e uma cruelda-de! Mas a guerra, a tortura, a escravido, a perseguio reli-giosa e racial tudo isso tambm milenar, no? Porm sagora quando nossaConscincia Coletiva se sensibilizouo suficiente, isso passou a nos ser inadmissvel!

    Ento a humanidade inteira est diariamente come-tendo uma chacina e ningum diz nada?

    Est. Por que voc acha que este mundo ainda oque ?A mesma crueldade insensvel que leva as criaturas a

    mandarem outras para morrer ou serem mutiladas nos cam-pos de batalha a que autoriza a morte distncia dos ani-mais inocentes: a mesmaInconscincia .

    Felizmente h os que esto acordando, e cada vez emmaior nmero.No em nosso nome , gritam multides em

    protesto contra a guerra insana. isso que se requer paramudar o mundo:No em nosso nome , declararmos, se que-rem matar, torturar e maltratar qualquer ser vivo.

    Mas adiantaeu parar de comer carne? O resto domundo vai continuar. No vai mudar nada...

    No? Pense em quantos restaurantes vegetarianos exis-tiam h 40 anos. Quantos livros ou cursos de culinria vege-tariana. E quantas pessoas voc conhecia que eram vegeta-rianos. E pense em tudo isso hoje. E na quantidade enorme de animais que j no esto sendo consumidos.

    Tudo que vive teu prximo

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    Faz diferena, sim. No mundo inteiro h um nmerocrescente de pessoas acordando, e estendendo essa influn-cia: famlias, amigos, colegas. Cada energia plantada na

    vibrao do vegetarianismo um pilar que fortalece essaponte de inofensividade e paz que um dia h de conduzir ahumanidade para um mundo sem sangue e sem guerras. Omundo que ns precisamosconstruir no apenas sonhar com nossas atitudes.

    Os coraes integralmente bondosos e piedosos no s evitam matar o animal ou

    ave, como ainda no tm coragem de devorar- lhes as entranhas sob os temperos de cebola, sal e pimenta...

    Aqueles que fogem na hora cruel do mas- sacre do irmo bem demonstram compreen- der a perversidade do ato e o reconhecemcomo injusto e brbaro. bvio que, se depoiso devoram cozido ou assado, ainda maior se

    lhes torna a culpa, porque o mesmo ato quecondenam fica justificado na hora famlicada ingesto dos restos mortais do animal.

    Ramats Fisiologia da Alma

    6O baixo Astral fatal ou

    voc come a tristeza da vacaO comportamento do homem para com os

    animais inseparvel do comportamento doshomens entre si.

    Herbert Spencer

    Os animais onda de vida que vem logo depois danossa, portanto literalmente nossos irmos menores pos-

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    suem um duplo etrico e um corpo astral. As energias circu-lantes nesses corpos tm uma vibrao densa, letrgica e agressiva, se comparada ao campo energtico humano.

    Quando o animal sacrificado, os resduos energticosastral-etricos obviamente no destrudos pelo cozimen-to permanecem aderidos sua carne, sendo absorvidosento nos corpos etrico e astral do comedor de carne.

    Esses verdadeiros emplastosde energias animais, que se colam na rede energtica dos corpos sutis do carnvoro, ini-ciam um processo de rebaixamento de vibraese de conta-minao psquica. uma espcie de desaceleraoenergti-

    ca. A energia animal intrusa, que no vibra no mesmo teor da humana, causa uma espcie de curto-circuitoou desacele-rao da rede eletromagntica do organismo,nos nveis denso,etrico e astral. Perturba-se o fluir da energia csmica de fre-qncia mais elevada, que constitui o ser humano. Est prepa-rado o cenrio para o que chamamos de doena.

    Paralelamente, o contgio astralda carne animal des-perta no campo astral do carnvoro as vibraes similares s

    do animal devorado. Que tal ser parceiro das emoes doporco, do boi, do frango...? Pois, sinto dizer, exatamente oque voc estar absorvendo com o astral da carne ingerida.

    Essas emoes primitivas vo reativar as memriasarquivadasnas camadas ancestrais do nosso psiquismo os instintos por onde j transitamos, construindo a nossaconscincia.Todo o lixo emocionalque estamos trabalhan-do duramente para reciclar reativado. Agresso, raiva,

    egosmo, brutalidade, cime, impacincia, crueldade, sexua-lidade instintiva so as contrapartes invisveis ingeridascom a carne animal.

    muito difcil resistir a essa sintonia instintiva que pres-siona o emocional humano. No de admirar que o embrute-cimento das sensaes, uma certa letargia ou indiferenabovina, um egosmo inconsciente, se alastrem e no consigamser vencidos pelo apelo da natureza humana superior.

    Por outro lado, imagine as emoes de medo, desesperoe dor que vibram no campo astral dos animais sacrificados;

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    e a tristeza, a depresso que acomete um animal criado emcondies cruis. O astral desse infeliz animal um pacote de emoes mrbidas, sombrias, desesperadas que inge-

    rido pelos humanos inconscientes.Imagine a delicada fisiologia de uma criana submetidaa isso. uma verdadeira agresso dar carne a uma criana.(Observe que muitas, atualmente, esto, desde pequenas,rejeitando-a com firmeza). Esquea osvelhos e obsoletosconceitos dos sculos anteriores. Muitasnovas crianas doTerceiro Milnio esto a, algumas j adolescentes, esban- jando sade, inteligentes, sensveis e criativas sem jamais

    terem sido submetidas ao embrutecimento da ingesto de cadveres animais.Sim, pois a carne, vamos encarar de frente, no passa

    disso: um cadver, e com-la transforma o seu estmagonum cemitrio onde vai se decompor esse animal morto.

    Mas ningum desejaria o sofrimento dos animais inocentes. Ningum pensa nisso, quando come um sandu- che de presunto ou faz um churrasco com os amigos!

    Sim, esse exatamente o problema.Ningum pensa nisso .Ou, por outra: ningumdeseja pensar sria e honestamente sobre o que est fazendo,porque ningum deseja ser conscien-temente cruel e no mago da conscincia, todos sabemos oque estamos fazendo. O problema que no queremos abdicar de nossos velhos prazeres, por mais mrbidos que sejam, e temos preguia de mudar.2

    Um ltimo lembrete.Voc, se uma pessoa com anseios

    espirituais, considere que sua sintonia com os planos inter-nos da vida fica prejudicada pela cortina de fluidos ani-mais obscuros que se espalham pelos seus corpos etrico e astral, com a ingesto de carne. Se voc for mdium, tenha

    2 Se as pessoas soubessem que prazerosa pode ser a comida vegetariana,que no se resume a folhas e razes cruas! Um suculento strogonoff de carne vege-tal, um bife acebolado idem, um churrasco vegetal, uma carne vegetal de panela,pizza e almndegas, cheese-burger, guizadinho,pastel e croquete de carne vegetal... imenso o universo do prazer vegetariano. Voc pode ser ovo-lcteo-vegetariano;ou s lcteo, sem ovos. Outros nveis mais avanados, no recomendaria para prin-cipiantes (vegetarianos radicais, crudvoros e macrobiticos).

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    certeza de que o astral animal torna o astral do mdiummenos receptivo e mais embotado e com mais janelasvibratrias abertas para o astral inferior. Se voc trabalha

    com passes ou cura espiritual, cromoterapia ou magnetiza-o (isso vale para todos os terapeutas energticos!) tem por dever manter sua energia astral-etrica to pura quantopossvel.Voc vai do-la a pessoas que confiam em voc.

    7O caminho o mesmo para todos,

    ou que Deus seria esse, hein?Os animais so os irmos inferiores dos

    homens.Eles tambm, como ns, vm de longe,atravs de lutas incessantes e redentoras, e

    so, como ns, candidatos a uma posio bri- lhante na espiritualidade.

    Emmanuel

    Faz apenas trezentos anos que, neste pas, autoridadesreligiosas garantiam que os escravos negros no possuamalma, e portanto nada impedia que fossem torturados e mortos por seus donos. As mulheres, tambm, para certareligio do Oriente Mdio, no eram dotadas desse apndi-ce invisvel. A vtima no tem alma, portanto pode sofrer vontade.

    E os animais, tm alma? Sofrem?No h um s reencarnacionista, seja de que corrente

    for hindusta, budista, esprita, umbandista, teosofista,rosa-cruz, esotrico de qualquer corrente que possa ale-gar o desconhecimento da Lei da Evoluo.

    E difcil esconder a verdade a verdade de que ocaminho das Centelhas de Vida divinas ns um s:via reinos mineral, vegetal e animal, humano e super-huma-no, da inconscincia para a Conscincia Csmica. assim

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    que fomos, nos evos da evoluo, aprendendo a ser gente. Oanimal de hoje ser o humano de amanh como o huma-no de hoje esteve no mesmo nvel ontem.

    No fora assim, que espcie de deus seria Deus?Segue-se dessa Regra Geral Csmica que somos todosirmos. E que a nica diferena entre ns e o animal qualquer animal apenas cronolgica. Eles s entraramnuma turma depois da nossa.

    O adepto de uma religio tradicional, ou materialista,pode esconder-se atrs do argumento eles no tm nada aver conosco. Mas como uma pessoa que se diz reencarna-

    cionista e adepta da Lei da Evoluo, concilia essa noo de fraternidade de todos os seres vivos, com o exerccio de crueldade que mat-los e com-los?

    Falta de instruo superior no . O hindusmo clars-simo a respeito. O budismo, idem.Todas as tradies inici-ticas do passado tinham como condio bsica para o disci-pulado, o vegetarianismo. Os essnios, com os quais convi-veu o Mestre Jesus, eram de um vegetarianismo estrito. Ele

    mesmo vide os Manuscritos do Mar Morto3

    era omaior dos vegetarianos.No h sofisma capaz de atenuar o peso dessa contradi-

    o: aqueles que se dizem adeptos da clara Lei Csmica daFraternidade sentarem-se mesa e devorarem os despojos san-grentos do irmo menor, em nome exclusivamente do prazergustativo, porque da sade ou da sobrevivncia no !

    Todos os argumentos pr-carnivorismo dos adeptos

    dessas correntes tm um claro objetivo: tentar justificar de alguma forma a sua dificuldade pessoal de abandonar oconsumo da carne.

    Quanto s doutrinas chamadas esotricas, dispensvelargumentar: qualquer espiritualistahonesto mesmo sabe oque deve fazer a respeito!

    Quanto aos espritas, se verifica com freqncia umafalta de memria sobre os conceitos claros, de Kardec como

    3 Vide O Evangelho Essnio da Paz, org. Edmond B. Szekely, Ed. Pen-samento, SP.

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    dos mais abalizados instrutores da doutrina.No Livro dos Espritos, cap. XI, fica bem explicadinha

    a nossa irmandade com os menores irracionais:

    H nos animais um princpio independen- te da matria, que sobrevive ao corpo: tam- bm uma alma.Esto sujeitos, como o homem,a uma lei progressiva. Emanam de um nico

    princpio a inteligncia do homem e a dos ani- mais; no homem, passou por uma elaborao,numa srie de existncias que precedem o

    perodo a que chamais de Humanidade. Nesses seres o princpio inteligente se indi- vidualiza, e entra ento no perodo de huma- nizao.

    Nessa origem, coisa alguma h de humi- lhante para o homem. Reconhecei a grandezade Deus nessa admirvel harmonia, mediantea qual TUDO SOLIDRIO NA NATUREZA.

    Acreditar que Deus haja criado seres inte- ligentes sem futuro, fora blasfemar da suabondade. (grifamos)

    Ento, Mestre Allan Kardec, o velho iniciado dos tem-plos do passado, deixou bem claro: os animais tm umaalma, que no s sobrevive ao corpo como evolui, destinan-do-se no futuro a ser humana. Viver para evoluir uma

    necessidade deles. Amputar-lhes a vida, alm de cruel, umdbito pesado para com a lei evolutiva. Ns deveramos ser os protetores dessas conscincias pequeninas, j que somos voc j pensou nisso? as nicas divindadesque elesconhecem. Somos os Seres Superioresdeles.

    Mas, ainda acrescenta o Livro dos Espritos:

    medida que o esprito se purifica, o

    corpo que o reveste se aproxima igualmenteda natureza espiritual (...) e menos grosseiras

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    se lhe fazem as necessidades fsicas, no mais sendo preciso que os seres vivos se destruammutuamente para se nutrirem. (Cap. IV, per-

    gunta 82)Ora, no preciso que o homem destrua nenhum ani-

    mal para se nutrir.Deve seguir-se, pela lgica irrefutvel do texto, que

    quando o faz, s pode tratar-se de um esprito pouco purifi-cado, e de grosseiras necessidades fsicas. E mais:

    P Tendo dado ao homem a necessida- de de viver, Deus lhe facultou, em todos ostempos, os meios de o conseguir?

    R Certo. Essa a razo por que faz comque a terra produza de modo a proporcionar o necessrio aos que a habitam, visto que s onecessrio til. O suprfluo nunca o . (gri-

    famos) (Cap.V, pergunta 703).

    Idem, pergunta 737:

    Toda destruio que excede os limites danecessidade uma violao da lei de Deus. Osanimais s destroem para satisfao de suasnecessidades; enquanto que o homem destri

    sem necessidade. Ter que prestar contas do

    abuso da liberdade que lhe foi concedida, poisisso significa que cede aos maus instintos.

    Ateno, pois, espritas: os animais so nossos irmosmenores, destru-los prprio de espritos grosseiros, e umaviolao da lei de Deus, um abuso desnecessrio, fruto dosmaus instintos, e do qual o homem ter que prestar contas,no tendo para isso qualquer desculpa, j que a terra lhe ofe-rece tudo o que necessrio para sobreviver. Bem claro, no?Outro esquecido de muitos espritas o belo texto do

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    Irmo X, intitulado Treino para a Morte:

    Comece a renovao de seus costumes

    pelo prato de cada dia. Diminua gradativa- mente a volpia de comer a carne dos ani- mais. O cemitrio na barriga um tormento,depois da grande transio. O lombo de porcoou o bife de vitela, temperados com sal e

    pimenta, no nos situam muito longe dos nos- sos antepassados, os tamoios e caiaps, que sedevoravam uns aos outros.

    Sugiro encarecidamente que o amigo leitor leia, oureleia, com a maior urgncia possvel, o captulo de Fisiolo-gia da Alma,A alimentao carnvora e o vegetarianismo,de Ramats, inserido nesta obra.Talvez tenha chegado o seumomento ureo de liberdade...

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    O combustvel secreto Enquanto aceitarmos ser tmulos ambu-

    lantes de animais sacrificados, como podere- mos ter condies ideais nesta terra?

    Lon Tolstoi

    O que est em cima como o que est embaixo. Opreceito hermtico o que melhor descreve a constituiodo universo.

    A nutrio processo inevitvel em todos os planos.Nas regies mais elevadas do plano astral, pela absoroconsciente do prana, a energia solar, atravs da respirao.Um tero, talvez, da humanidade atual (encarnada e desen-carnada) habite esses nveis (nem falemos dos superiores). O

    resto, aquilo que se sabe: o Umbral a extensa faixavibratria colada crosta terrestre, com vrios subnveis, e

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    as regies das trevas.E como se nutriro os desencarnados colados cros-

    ta, os milhes que desencarnam imantados s sensaes fsi-

    cas, nicas das quais extraem o seu prazer e razo de viver?Com todas as sensaes e emoes que os alimentavam naTerra mas sem condies de obt-las? Comida, onde?Bebida, drogas, o cigarro inseparvel, o sexo compulsivo e agora, Jos?

    Logo, logo, o desencarnado infeliz, escravo das sensa-es e sem vontade de subir na vida astral, descobre os tris-tes macetes de sobrevivncia e usufruto energtico no

    astral inferior, e se d conta de que a energia vital o famo-so ectoplasma dos corpos vivos a mercadoria maiscobiada do alm, a nefanda moeda de troca em conluios de vinganas e obsesses.

    E, a propsito:Onde se localiza o depsito dessa famo-sa energia vitalnos corpos vivos, animais e humanos? osangue o depositrio ou veculo dessa corrente prnica. Osangue um reservatrio incrvel das mais intensas energias

    da vida.Em conseqncia disso, ocorre o que explica Ramats:

    Em torno da crosta movimenta-se extensamultido de espritos exauridos pelas paixes evcios, famintos de vitalidade e aflitos paraobterem o tnus vital que viceja no sangue.

    Ah, voc acha que exagero? Vejamos uma cena real,vivida por Andr Luiz junto com o mentor Alexandre, e por ele descrita em Missionrios da Luz:

    Diante do local em que se processava amatana dos bovinos, percebi um quadroestarrecedor: grande nmero de desencarna- dos, em lastimveis condies, atiravam-se aos

    borbotes de sangue vivo, como se procuras- sem beber o lquido em sede devoradora.

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    Alexandre esclareceu-me com serenidade: Estes infelizes irmos esto sugando as

    foras do plasma sanguneo dos animais. So

    famintos que causam piedade. Porque tamanha sensao de pavor, meuamigo? No visitvamos ns ambos, na Cros- ta, os aougues mais diversos? Acercam-se osdesencarnados, to inferiores quanto j o

    fomos, dos animais mortos, cujo sangue fume- gante lhes oferece vigorosos elementos vitais.(Ed. FEB, 1965, cap.Intercesso)

    Essa a nossa contribuio para o cenrio astral doplaneta: o fornecimento de sangue de criaturas vivas, que alimenta o primitivismo dos desencarnados e fornece com-bustvel para as maltas obsessoras. E para os lderes daSombra perpetuarem a dominao sobre os encarnados e desencarnados.

    Diariamente, um verdadeiro banho de sangue cobre o

    planeta, pela matana de milhes de animais inocentes. E dolado de l, se repetem os processos de vampirizao energ-tica dos encarnados, de vinganas e obsesses.

    No captulo Vampirismo da mesma obra de Andr Luiz, o mentor Alexandre abre o jogo: existem, sim, e emquantidade, entidades vampirizadoras do astral; e sob oespanto de Andr Luiz, declara:

    Bastar ao desencarnado agarrar-seaos companheiros encarnados, e sugar-lhes a substncia vital.

    Meu Deus! exclamei, sob forte espanto. Porque tamanha estranheza? pergun-

    tou o cuidadoso Orientador. E ns outros,quando ainda nas esferas da carne? Nossasmesas no se mantinham custa das vsceras

    dos touros e das aves? A pretexto de buscar recursos proteicos, exterminvamos frangos e

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    carneiros, leites e cabritos incontveis.Sugva- mos os tecidos musculares, roamos os ossos.(...)

    Contudo, a idia de que muita gente na

    Terra vive merc de vampiros invisveis francamente desagradvel e inquietante. E a proteo das entidades anglicas?

    Andr, meu caro, devemos afirmar averdade, embora contra ns mesmos. Atrever- nos-amos a declarar que fomos bons para os

    seres inferiores? Eles no nos encaram como superiores generosos, mas como verdugos

    cruis. (...) Se no protegemos nem educamosaqueles que o Pai nos confiou, se abusamoslargamente de sua incapacidade de defesa,como exigir o amparo de superiores benevolen- tes e sbios? Se temos sido vampiros insaci- veis dos seres frgeis que nos cercam, no demais que venha a cair a maioria das criatu- ras no vampirismo das entidades que lhes so

    afins, na esfera invisvel.

    a mesma advertncia que faz Ramats:

    Os homens so fornecedores da substn- cia vital atravs do trucidamento de bois, car- neiros, sunos, vitelas, cabritos, coelhos, gali- nhas e gansos, cujo sangue inocente vertido

    no piso de matadouros e frigorficos. E depois sucumbem aos processos de obsesses, vampi- rismo e vingana dos magos das sombras, ali- mentados por essa energia vital.

    Se voc acha isso chocante, devo dizer-lhe que mesmo.No o vampirismo do alm: ele conseqncia. Chocante esse triste quadro de nosso planetinha azul diariamente encharcado de sangue, os pobres animais esquartejadostransportados para os aougues, onde os homens buscam

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    suas pores de carne morta para disfararem com tempe-ros e apelidos, e depois as sepultarem no estmago.

    E como podemos esperar o SANEAMENTO do plane-

    ta, se estamos alimentando incessantemente o astral inferior com esse combustvel detestvel do sangue, mantendo adominao das Sombras?

    Pense nisso. Pense nisso em sua prxima refeio, emsua prxima ida ao supermercado e ao aougue.

    9Como fizerdes a vossos irmos, a vs ser

    Enquanto o homem assassinar animais ecomer sua carne, vamos continuar tendo guerras.

    Bernard Shaw

    Na Idade Mdia se acreditava que esta nossa terrinhaminscula era o centro do universo. Custamos a descobrir que a nossa galxia tampouco era o universo, mas uma dastantas ilhas de estrelas bilhes delas do cosmo. Umacorreo radical de foco em nosso sentimento de arrogncia,mas pelo visto no bastou.

    Recentemente, o mapeamento do genoma humano con-firmou que somos geneticamente irmos da comunidade animal uma linhagem a mais, no os reis da criao.(Quanto tempo at que a mera informao intelectual pro-

    duza efeitos conscienciais?)O que falta para que aqueles que detm a informaodita esotrica ou espiritualista assimilem no corao e naconscincia o que j esto cansados de saber: que no s nosomos a nica humanidade inteligente, mas que tambm aOnda humana atual no nem a primeira, nem a ltima,a se encontrar nesse estgio j que as conscincias, noPlano da Criao, evoluem em Ondas de Vidasucessivas? 4

    Ser que qualquer delas poderia ter menos importncia 4 Diz-nos a Sabedoria Oculta que as Centelhas de Vida so criadas em gran-

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    que outra? Ou a Lei Crmica est dormindo? Ou tem privi-legiados?

    E voc acha sinceramente que uma Lei justa poderia

    nos recompensar com um mundo em paz, sem guerrasfazendo correr o sangue humano, enquanto ns estamosfazendo correr continuamente o sangue da Onda de Vidaseguinte?

    Ramats adverte:

    A divindade no seria to injusta, permitin- do que o homem seja feliz enquanto massacrar

    o irmo menor, indefeso e servial, que tambm sente.Quantas tragdias, angstias e sofrimentosque h sculos afligem a humanidade, so resga- tes crmicos provenientes da culpa espiritual deverter o sangue do irmo menor, a servio doVampirismo da terra e do espao?

    Os lderes da Sombra, fortalecidos pelo derramamento

    dirio dos rios de sangue animal, promovem ento, comsucesso, as guerras, para o fornecimento de sangue humano,de melhor vitalismo para eles:

    Sob a justia implacvel da Lei doCarma, a quantidade de sangue vertida pelosanimais e aves resulta em quantidade igual de sangue humano jorrado nos morticnios

    das guerras e guerrilhas. Infeliz humanidade terrena, escrava deum crculo vicioso, em que os vivos dotados derazo trucidam os vivos irracionais paradevorar-lhes as carnes, e depois enfrentam o

    sofrimento de verem os filhos ou parentes irem

    des levas sucessivas as Ondas de Vida, que passam a evoluir coletivamente. Elasvo ocupando nveis ou degraus sucessivos os reinos mineral, vegetal, animal,humano, etc, seguindo os passos das ondas de vida anteriores e sendo seguidaspelas posteriores.

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    para o massacre dos campos de batalha.Ramats

    S um deus dotado do mesmo egosmo e insensibilida-de do homem terrestre poderia nos recompensar com a Pazna Terra ensanguentada pela tortura e morte de seus filhospequenos, to sagrados e divinos quanto os grandesque oschacinam!

    Enquanto ns conduzimos os indefesos rebanhos de jovens animais para o holocausto, nossos prprios filhos con-tinuam sendo tangidos, como rebanhos indefesos, para o

    matadouro das guerras! E ns permitimos essa monstruosida-de, em nome de sofismas absurdos dos senhores da guerra,com a mesma insensibilidade com que nos escudamos emargumentos absurdos para sancionar o matadouro animal.

    Infeliz humanidade! Quando acordaremos? Quandovamos dizer um bastaa tudo isso?

    10

    Muito bem, mas o que que eu vou comeE tu ters por sustento as ervas da Terra

    Gnese 3:18

    Agora vem a melhor parte.Aquela em que terei o prazer de lhe dizer que voc no

    vai ser um pobre infeliz, tornando-se vegetariano umasceta comedor de folhinhas de alface e cenouras cruas. (Eas protenas? E as protenas???)

    Pois bem as protenas. S o que a carne possui, jque ela um deserto de vitaminas e sais minerais. (Em ferroe clcio, perde longe para a maioria dos vegetais.) Poissaiba, caro companheiro herbvoro, que:

    Os feijes e seus primos soja, lentilha, ervilha e gro-

    de-bico , contmmais protena por peso que as carnes! Emais clcio e ferro!

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    Cem gramas de feijo preto, lentilha ou soja, p.ex., con-tm mais protena que cem gramas de carne. O mesmo parao amendoim, o requeijo, o levedo de cerveja, o germe de

    trigo e o po integral! E a aveia, o arroz integral, as nozes e suas primas, o leite, os ovos, e diversos outros alimentos soricos em protenas. At brcolis e batata, entre outros vege-tais, embora em menor proporo.

    Ou seja: se voc comer diariamente uma poro de fei- jo ou um de seus primos, e requeijo, ou um pouco de germe de trigo ou amendoim (creme de amendoim umadelcia!) j resolveu sua protena.

    A soja um festival de protenas boas e baratas. A pro-tena de soja, tambm conhecida como carne de soja, emflocos, faz pratos deliciosos. Como? Voc j provou e achouhorrvel?Garanto-lhe que foi mal feita! A base para umaprotena irresistvel um reles detalhe que vou revelar-lhe.5Com ela, voc ter centenas de opes, como pastis, croque-tes, lazanhas, bolinhos, cheese-burger, guisadinho com qual-quer vegetal, arroz de carreteiro... e tudo mais.

    A soja em gro se presta para saladas, sopas, etc.O queijo de soja, o tofu, a protena mais nobre dasoja. Parece queijo de minas. Com mel ou gelia, ou com sal,ou em pats, ou receitas deliciosas.

    O leite de soja um achado. Alm de ser usado em recei-tas, pode substituir com vantagem o leite de vaca. Reflita: ohomem o nico mamfero que continua tomando leite depois de desmamado.Parece natural isso? No. O leite pro-

    duz muco (ateno, turma da rinite, da asma e companhia),e o consumo de leite causa ou acentua a depresso! Paramulheres na menopausa, um achado: as isoflavonas dasoja previnem a osteoporose, o colesterol alto, os sintomascalricos. Uma tranqilidade.6

    5 O pequeno segredo da protena de soja gostosa : ao contrrio do que diz a embalagem,no a hidrate em gua antes de usar. Ela fica agada e meiosem graa. Hidrate colocando diretamente no molho um caprichado molho, de tomate com cebola e temperinhos, e/ou cebola com shoyo. O molho de soja oshoyo d um belo sabor e uma cor caprichada (em pequena dose!).

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    No se atire em excesso de ovos, queijo, manteiga e leite, com receio de enfraquecersem a carne. Se voc man-tiver uma dieta equilibrada, com cereais, verduras e frutas,

    isso jamais acontecer. No aconselho ningum a abando-nar os laticnios e os ovos de sada. Mas procure ovos casei-ros, de galinhas criadas soltas, com milho (em lugares que vendem produtos orgnicos).

    Guardei a declarao de uma nutricionista, que me parece lapidar:

    O prato comum do brasileiro, de feijo com arroz, se

    este for integral, j uma refeio quase perfeita, com osnutrientes bsicos necesssios. s acrescentar verduras ea est a refeio ideal.

    Portanto, relaxe. Feijo com arroz integral eis a asua protena!

    A propsito: a base de uma alimentao sadia deveriaser os cereais integrais. Abase . Isso quer dizer, uns 60 por

    cento, mais ou menos. Arroz, trigo, centeio, cevada, aveia.Eles contm protenas, fibras, montes de vitaminas e saisminerais. (Experimente macarro de trigo integral, de vriosformatos).

    Afinal, o que um cereal integral? exatamente umcereal aquilo que a Me Natureza criou para ns: umapequena urna cheia de nutrientes. A, vem o homo-dito-sapiens (homo-stupidus seria mais correto) e faz o qu? Tira

    as camadas externas do cereal o chamado polimento justamente as que contm as protenas, sais minerais e vita-minas em quantidade. Deixa a parte interna, que quase samido (engorda e pouco alimenta), jogando fora a poronobre do cereal. Burrice pouco para qualificar isso.

    Aveia um cereal fantstico.7 Use ao natural, com fru-

    6 A soja contm isoflavonas fito-hormnios, que tm uma estruturaqumica semelhante do estrognio, hormnio sexual feminino. , portanto, umrepositor hormonal, sem efeitos colaterais, e eficiente. Alm da soja, o inhame produz esse efeito.

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    C.W. Leadbeater Mahatma Gandhi Ramats Marila de Castro

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    tas, iogurte, etc, e em receitas biscoitos, bolos, tortas sal-gadas. Uma criana criada com mingau de aveia adoadocom mel um dnamo de sade.

    E finalmente, uma informao consoladora para novos(e velhos) vegetarianos: h uma alternativa de produtos carnes vegetais em formatos e aspectos prprios parasubstituir a carne, que permitem uma culinria prtica e sem grandes traumas saudosistas. (Ah! Um bifinho mila-nesa! Uma carne acebolada! Um churrasquinho! Umcachorro-quente!)

    Refiro-me linha de produtos marca Superbom, em

    latinhas (sem conservantes) intituladas Carne Vegetal,Bife Vegetale Salsicha Vegetal , base de glten de trigo.O bife vem em rodelas, e com ele se faz carne de panela,bife milanesa, strogonoff, churrasco, e dezenas, centenasde variaes. A carne um guisadinho. E a salsicha bem, uma salsicha escrita. Onde se encontram? Nos bonssupermercados, geralmente na prateleira dos dietticos(mas nem sempre: pode ser na vizinhana da salsicha

    comum e das sardinhas). E em alguns armazns de produ-tos naturais. (No, no marquetingue: eles nem sabem que eu existo).

    E conclua: s no vegetariano e feliz quem no quiser.Ah! Voc desejaria abandonar a carne, mas acha to

    difcil... Que fazer? H uma receita infalvel, com dois itens.Primeiro: leia o captulo inicial de Fisiologia da Alma,

    de Ramats.

    Segundo: v por partes. Primeiro, corte a carne suna.Depois de algum tempo, decida cortar a carne bovina.Tam-bm gradualmente diminuindo os dias da semana, insti-tuindo o dia do peixe, e um dia sem carne introduzaas carnes vegetais, p. ex. D-se um tempo; e v constatandocomo fcil. Depois que se libertar das carnes de quatropatas, fique nas aves e peixes por algum tempo, e livre-se

    7 Voc sabe quantos miligramas de ferro existem em 100 gramas de aveia?55. E em cem gramas de carne bovina? Mseros 3. Na carne de galinha,1. No arrozintegral, 50.

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    depois das aves. Esse o grande marco de sua liberdade.Se chegar a s peixe, parabns. Se precisar ficar por a

    algum tempo, j pode respirar aliviado. H uma distncia

    que separa o animal bem individualizado o mamfero, aave do peixe, que obedece ao comando de uma alma-grupo. (O que no significa que no sinta dor, no sofra. Se at os vegetais sentem!)

    Tem gente, porm, que nem titubeia: encerra de repen-te, e de uma s vez, o captulo carnvoro de sua vida. Semsentir saudades. Sem recadas.

    Se voc recair, no se desespere: retorne devagar e recomece.

    Mas o dia chegar, e lhe desejo de todo o corao, em que voc estar liberto. Liberto do condicionamento milenar, liber-to da escravido do hbito, livre do peso da crueldade.

    Sua sade vai melhorar, sua disposio e seu astralidem. Sua concentrao, sua meditao, sua pele, suas arti-culaes, rins, fgado, intestinos, e at (conheo casos!) doresda coluna vo melhorar/curar-se. Seu equilbrio interior vaiinsensivelmente mudar para melhor. Voc estar mais

    leve, mais tranqilo, mais pacfico e provavelmente maisprximo do peso ideal. E muito, muito mais longe dos acha-ques da velhice, da esclerose e da senilidade.

    Um dia chegar, em que voc vai sentar num gramadoverde, olhar o cu, as rvores, os insetinhos nas folhas, ouvin-do as cigarras e os pssaros, sentindo na pele o abrao do sol,vendo uma lagartazinha que avana devagar num talo de grama, e l em cima uma asa preguiosa que plana no siln-

    cio; estendendo a mo, vai sentir o dorso da pedra aquecida,a maciez da grama; vai pressentir, ao seu redor, os milhares de pequenas vidas que se abrigam no regao da Grande Me e voc vai sorrir, sabendo que pode se sentir, como se sente,irmo de todos eles um Filho do Universo.

    * * *

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    S P L I C A F R AT E R N AMeu Irmo:

    Dizes ser criado imagem e semelhana do Senhor da Vida, e afirmas que Ele Amor: estende-me, ento,migalha desse amor.

    Nada te peo alm de uma concesso singela: odireito de viver para evoluir nas formas da matria. amesma que atualmente usufruis.

    s a nica divindade que minha conscincia conhe-ce; serias meu senhor, amparando-me como fazem conti-go teus Irmos Maiores. Entretanto, depois que te sirvocom carinho, exiges meu holocausto. s uma divindade implacvel; porque semeias de dor o teu mundo?

    Diante de meu cadver que vais sepultar no est-mago, transformando-o em cemitrio, a bno da Vidate abandona, porque a violentaste. A doena e o desequi-lbrio so tua herana, enquanto insistes em decompor meus despojos em teu interior.

    Ainda hoje contemplars meu humilde corpo dis-farado em petisco a tua mesa. Olha-me bem: por trazdele percebers meu vulto sacrificado, meu olhar de ago-nia, e meu queixume dolorido na dor atroz do massacre.E lembrars que fui um ser vivo, capaz de sentir, de aprender, de amar!

    Sou, como tu, uma Centelha de Vida alma que ser, um dia, como a tua, na escalada evolutiva. D-me um lugar a teu lado, enquanto sou humilde e indefeso.

    A Terra generosa te oferece o sustento sadio. Rogo-te, por misericrdia, que no escutes a mentira cruel de que necessrio devorar-me para subsistir.

    Meu sangue inocente derramado diariamente bradaaos Cus contra ti; e nunca ters Paz sobre a Terra, IrmoMaior, enquanto a mantiveres encharcada de sangue.

    Tem compaixo de mim, e o Senhor da Vida te recompensar com o mundo fraterno que sonhas hmilnios.

    Obrigado, meu Irmo!Que Nosso Pai te abenoe. Ofereo-te meu amor, e

    as ddivas carinhosas de minha l, meu leite, meu suor e minha dedicao; de minha lealdade para te assistir, e minha ternura para te enfeitar a vida.

    S A i l