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junho ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA UMA DOENÇA NEUROLÓGICA DEGENERATIVA RARA QUE SE AGRAVA DE MODO PROGRESSIVO. É A FORMA MAIS FREQUENTE DE DOENÇA DO NEURÓNIO MOTOR. TRATAMENTOS | ESPECIALIDADES | DICAS | INFORMAÇÕES JUNHO.2017 revista gratuita A ANALGESIA INALATÓRIA NO PARTO Fernando Manso, coordenador de anestesia da área obstétrica do HFF (Hospital Fernando Fonseca) TESTEMUNHO É possível para um doente respiratório ter uma boa qualidade de vida?

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junhoESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICAUMA DOENÇA NEUROLÓGICA DEGENERATIVA RARA QUE SE AGRAVA DE MODO PROGRESSIVO. É A FORMA MAIS FREQUENTE DE DOENÇA DO NEURÓNIO MOTOR.

TRATAMENTOS | ESPECIALIDADES | DICAS | INFORMAÇÕES

JUNHO.2017 revista gratuita

A ANALGESIA INALATÓRIA NO PARTOFernando Manso, coordenador de

anestesia da área obstétrica do HFF (Hospital Fernando Fonseca)

TESTEMUNHOÉ possível para um doente

respiratório ter uma boa qualidade de vida?

02 . caBEÇA JUNHO.2017

JUNHO.2017 EDITORIAL . 03

A

ficha

técni

casumário

Assinala-se hoje o Dia Mundial da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Em Portugal, a iniciativa é promovida pela Associação Por-tuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica (APELA), entidade que organiza o evento que reúne doentes, cuidadores, académicos e profissionais de saúde. A ideia para a edição deste ano é despertar consciências e levar ao aumento da literacia para a saúde de quem tem esta doença rara.Na linha do que foi feito no ano anterior, em que o Dia Mundial da Esclerose Lateral Amiotrófica foi subordinado ao tema do som (“Até que o som acabe”), em 2017 a APELA privilegia o sentido do tato.Hoje, das 14 às 18 horas, no auditório do Fó-rum Picoas, em Lisboa, estarão em destaque as tecnologias de apoio à comunicação que possam promover a inclusão digital da pes-soa com ELA. Esse será ainda um espaço de reflexão sobre os novos usos do corpo na sociedade atual.Nas páginas desta edição da “Respirar + Saú-de” vai poder saber mais sobre temas como a telemedicina, a analgesia inalatória no parto, e ainda indicações úteis para doentes dependen-tes de oxigénio.

EDITORIAL

Apoio logístico:

Os dados, opiniões e conclusões expressos neste suplemento não refletem necessariamente os pontos de vista da Linde Saúde, mas apenas os dos autores. A Linde Saúde não se responsabiliza pela atualidade da informação, por quaisquer erros, omissões ou imprecisões.Suplemento apoiado pela Linde Saúde - Pessoa Coletiva 500 125 546 | VIDA SAUDÁVEL é uma edição da Unidade de Soluções Comerciais Multimédia do Global Media Group - Para mais informações contacte o Global Media Group, através do telefone 213 187 500 | Coordenação SOFIA SOUSA | Edição HÉLDER PEREIRA | Fotos D.R. | Publicidade LUÍS BARRADAS (diretor comercial diretos), JOSÉ ANTÓNIO CARAJOTE (diretor suplementos), PAULO BRUNHEIM (gestor de conta) | Design e Coordenação de Arte SOFIA SOUSA | Paginação CARLOS VASCONCELOS | Arte Final CRIATIVOS LISBOA

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NOTÍCIAS

Atualidade

OPINIÃO

Sandra Guedes, Responsável pelo Centro de Gestão Clínica da Linde Saúde

VANTAGENS

Os benefícios da telemedicina

ASSOCIAÇÃO DE DOENTES COM APNEIA DO SONO

Apoiar e orientar os doentes

OPINIÃO

Anabela PintoMD, PHD

TESTEMUNHO

Crisálida Neves Reabilitação respiratória

11ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (APELA)

Dia de ação Consciencialização, no auditório do Fórum Picoas - Lisboa

Esclerose Lateral Amiotrófica: Dia Mundial

04

OPINIÃO

Fernando Manso, Coordenador de anestesia da área obstétrica do Hospital Fernando Fonseca

14OPINIÃO

Eurico A. R. Silva, Médico de família na USF João Semana - Ovar

04 . NOTÍCIAS JUNHO.2017

PRIMEIRA PLATAFORMA ONLINE SOBRE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS CRÓNICAS

JORNADAS VENTILAR

No âmbito do Dia da Reabilitação Respiratória, foi lançada a primeira plataforma online dedicada às doenças respiratórias crónicas (www.respirarmelhor.pt). Aqui é possível encontrar testemunhos de doentes, dicas para ajudar a viver melhor com a doença, bem como o aconselhamento de diversos profissionais de saúde dedicados à saúde respiratória.Doentes, familiares, profissionais de saúde e todos os interessados em saber mais sobre as doenças respiratórias que, em Portugal, já constituem a terceira principal causa de morte e atingem mais de 40% da população, têm agora uma plataforma que compila toda a informação relevante. Desenvolvida pela Linde Saúde, empresa líder de mercado mundial nos cuidados respiratórios domiciliários, a nova ferramenta online conta com o apoio científico de várias associações de doentes e sociedades da área. //

REFORÇAR PROIBIÇÕES DE FUMARA partir de 01 de janeiro de 2018, por deliberação do parlamento, será proibido fumar em locais para menores, ainda que ao ar livre, como campos de férias ou parques infantis. A nova lei altera 17 artigos da atual legislação e junta dois novos. Os dois novos artigos estabelecem que os serviços de saúde ocupacional devem promover nos locais de trabalho ações e programas de prevenção e controlo tabágico e apoiar trabalhadores que queiram deixar de fumar, bem como que os medicamentos para deixar de fumar devem ser progressivamente comparticipados. //

Tendo como público-alvo médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e cardiopneumologistas, realizou-se mais uma edição das Jornadas Ventilar no dia 3 de junho, na Escola Superior de Saúde de Santarém. O evento, na sua segunda edição, foi dedicado à pneumologia e aos cuidados respiratórios. //

JUNHO.2017 OPINIÃO . 05

AA equipa do Centro de Gestão Clí-nica da Linde Saúde trabalha, há mais de 10 anos, diariamente com o objetivo de gerir, monitorizar e acompanhar remotamente a terapia de cada doente, de forma individu-al e contínua, para assim melhorar a sua adaptação e adesão à terapia. Os protocolos de acompanhamen-to da terapia incluem não só visitas domiciliárias, mas também contactos telefónicos programados efetuados pelo CGC na fase de adaptação à terapia, com o intuito de detetar e solucionar precocemente as dificul-dades, e assim promover uma me-lhor adesão e eficácia do tratamento.

Adicionalmente, o CGC dá resposta de forma individualizada às situações de inadaptação reportadas pelos doen-tes e presta, ainda, apoio diferenciado ao prescritor, ajudando na tomada de decisão clínica e na implementação das medidas de otimização terapêu-ticas necessárias.O acompanhamento clínico dos do-entes, quer através de tele-assistência, quer através de ferramentas eletróni-cas de tele-saúde de fácil utilização, transmite ao doente e aos seus cui-dadores tranquilidade e segurança.O CGC promove a educação do doente de forma a capacitá-lo para a autogestão da sua patologia, atra-vés de um serviço que combina tecnologia, uma equipa de profis-sionais de saúde especializados e a vasta experiência em cuidados respiratórios domiciliários. A visão do CGC consiste em con-tribuir para a melhoria da qualida-de de vida do doente, conferindo um toque humano à monitorização remota das terapias. //

Centro de Gestão Clínica da Linde Saúde

O Centro de Gestão Clínica da Linde Saúde (CGC) é composto por uma equipa multidisciplinar, que inclui cardiopneumologistas, enfermeiros, fisioterapeutas e farmacêuticos, que realizam a gestão integrada dos doentes respiratórios

domiciliários da Linde Saúde.

SANDRA GUEDES Responsável pelo Centro

de Gestão Clínica da Linde Saúde

ESTA EQUIPA TRABALHA, HÁ MAIS DE 10 ANOS, DIARIAMENTE COM O OBJETIVO DE GERIR, MONITORIZAR E ACOMPANHAR REMOTAMENTE A TERAPIA DE CADA DOENTE, DE FORMA INDIVIDUAL E CONTÍNUA, PARA ASSIM MELHORAR A SUA ADAPTAÇÃO E ADESÃO À TERAPIA

06 . TELEMEDICINA JUNHO.2017

Os benefíciosda telemedicina

NNum país de população maioritariamente envelhe-cida, as despesas na saúde são uma grande preo-cupação do Governo, pelo que importa encontrar estratégias para a sua redução, sem comprometer a qualidade. Assim, o Ministério da Saúde considera a telemedicina como uma tendência irreversível e pro-meteu o apoio do Governo ao seu desenvolvimento – no final de 2016, foi assinado um Acordo Quadro de Telemedicina, pelos Serviços Partilhados do Mi-nistério da Saúde (SPMS), em que foram definidas as áreas a serem contratualizadas pelos Hospitais do SNS para este serviço.

O que é a telemonitorização?A telemonitorização consiste na monitorização de da-dos inseridos por doentes, diariamente, por profissio-nais de saúde qualificados, evitando a agudização das doenças, idas às urgências e internamentos desneces-sários (o que significa uma poupança para o Estado). Ao mesmo tempo, permite poupar tempo aos mé-dicos, pois só se efetuam marcações de consultas em casos que efetivamente o justifiquem.Este serviço baseia-se em três eixos principais:• O doente: num computador, smartphone ou ta-

blet, insere os valores da medição diária da tensão arterial, da oximetria (quantidade de oxigénio no

sangue), da temperatura e do número de passos dados (pedómetro).

• Centro de Gestão Clínica: uma equipa de téc-nicos de cardio-pneumologia, enfermeiros e far-macêuticos fazem a gestão dos dados, em tempo real. Contemplando o estado de saúde do doente, é emitido um alerta no sistema de monitorização e feito o encaminhamento necessário.

Hoje em dia, a telemedicina é um dos principais focos do Ministério da Saúde, numa estratégia de tornar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) cada vez mais

próximo e amigo do cidadão. Mas em que consiste este serviço?

JUNHO.2017 TELEMEDICINA . 07

• Médico especialista: em casos graves, os pro-fissionais de monitorização de dados agilizam uma consulta com o seu médico assistente ou encami-nham para as urgências hospitalares.

Deste modo, os sistemas de telemonitorização permi-tem disponibilizar, de forma precoce, apoio clínico a doentes, à distância, potenciando assim a melhoria

NUM PAÍS DE POPULAÇÃO MAIORITARIAMENTE ENVELHECIDA, AS DESPESAS NA SAÚDE SÃO UMA GRANDE PREOCUPAÇÃO DO GOVERNO, PELO QUE IMPORTA ENCONTRAR ESTRATÉGIAS PARA A SUA REDUÇÃO, SEM COMPROMETER A QUALIDADE

da gestão clínica e a prestação de serviços de saúde, fomentando o acesso, a qualidade, a eficiência e a relação custo-benefício dos cuidados de saúde aos doentes. Estudos sugerem que a demora média do internamento seja assim inferior, porque os sintomas foram reconhecidos mais cedo. Em Portugal, já foram desenvolvidos projetos-piloto nesta área, alguns deles em parceria com o Centro de Gestão Clínica da Linde Saúde. De acordo com João Pereira, Homecare Product Ma-nager da Linde Saúde, uma das principais vantagens da telemedicina é o facto de “ao permitir, por exem-plo, que utentes nas regiões do interior do país, commenos facilidade de deslocação, possam ultrapassar potenciais barreiras geográficas e ter acesso a con-sultas de especialidade nos seus centros de saúde, ou, por exemplo, de serem seguidos em casa, através de programas de telemonitorização, por uma equipa de especialistas, sem necessidade de se deslocarem ao hospital em situações menos graves”. //

08 . OPINIÃO JUNHO.2017

A analgesia inalatória no parto

AA analgesia inalatória é um méto-do eficaz e seguro que consiste na utilização de uma mistura de dois gases, o protóxido de azoto e o oxi-génio. Este método é o indicado para grávidas que desejam manter o controlo da dor durante o traba-lho de parto, garantindo ao mes-mo tempo a experiência do parto “natural”. Esta analgesia pode ser aplicada quando surgem as primei-

ras contrações dolorosas, assim como durante o período expulsivo, permitindo deste modo a experi-

ESTE MÉTODO É O INDICADO PARA GRÁVIDAS QUE DESEJAM MANTER O CONTROLO DA DOR DURANTE O TRABALHO DE PARTO GARANTINDO AO MESMO TEMPO A EXPERIÊNCIA DO PARTO “NATURAL”

ência plena do trabalho de parto. É uma técnica bastante utilizada fora de Portugal (ex: Reino Unido,

diminui o estímulo doloroso de 9 para 3 a 4 pontos. O controlo da dor ajuda a manter a estabilidade emocional da grávi-da de forma a conseguir desfrutar da experiência do nascimento. O efeito levemente sedativo deste método analgésico reduz o estado de ansiedade e stress vivido pela grávida nestes instantes. A sensa-ção de autocontrolo e de poder de

decisão é sem dúvida um proces-so marcante para a mulher, ten-do sido apontado como uma das maiores vantagens desta analgesia. Quanto aos efeitos secundários, embora possam existir ligeiras tonturas, náuseas ou sonolência, é certo que estes efeitos se dissipam rapidamente após a paragem da administração. //

JUNHO.2017 OPINIÃO . 09

FERNANDO MANSO COORDENADOR DE ANESTESIA DA ÁREA OBSTÉTRICA DO HFF

(HOSPITAL FERNANDO FONSECA), ASSISTENTE HOSPITALAR GRADUADO

DE ANESTESIOLOGIA DO HFF, COLABORADOR NA UNIDADE

MATERNO–INFANTIL DA CLISA, COLABORADOR DA MATERNIDADE HSM (HOSPITAL DE SANTA MARIA)

Países Escandinavos, Estados Uni-dos da América) e não apresenta efeitos negativos sobre o feto.

O CONTROLO DA DOR AJUDA A MANTER A ESTABILIDADE EMOCIONALDA GRÁVIDA

Os seus benefícios são sentidos nos primeiros instantes da apli-cação, o que possibilita que a grávida tenha total liberdade de movimentos aquando deste mo-mento. A grávida demora cerca de 30 segundos até sentir os efeitos iniciais, surgindo o alívio máximo ao fim de 2 a 3 minutos. Esta prática analgésica é realizada através de uma válvula unidire-cional, que fica ativa assim que se gera uma pressão negativa induzi-da pela inspiração da grávida. A partir deste momento é libertada a quantidade de gás adequada atra-vés do bucal/máscara. Desta for-ma, a analgesia inalatória permite tornar tolerável a dor da contração embora sem a eliminar por com-pleto. Na escala numérica da dor, de 0-10 (sendo 0 sem dor e 10 dor máxima), pode-se verificar que se

Bibliografia

1.Rooks J.P. Nitrous oxide for pain in labor – Why not in the United States? Birth. 2007 March; 34(1):3-5. 2.Rosen M.A.Nitrous oxide for relief of la-bor pain: a systematic review. Am.J.Obstet.Gynecol.2002 May; 186(5 Suppl.Nature):S110-26.Review 3.Faddy S.C.,Garlick S.R.A systematic review of the safety of analgesia with 50% nitrous oxide. Can lay responders esse anal-gesic gases in the in the prephospital setting? Emerg.Med. J.2005 Dec;22 (12):901-8. Review

10 . Associação de Doentes com Apneia do Sono JUNHO.2017

Atividades Associativas• Promover os direitos e defender os

interesses dos doentes com Apneia do Sono;

• Linha de apoio, cujo principal objetivo é o de prestar informações e esclarecimentos imediatos sobre questões gerais relacionadas com a Apneia do Sono;

• Grupo de Suporte para doentes com Apneia do Sono e seus familiares; O grupo conta com a orientação e dinamização dos Psicólogos da Associação e tem como missão ajudar os doentes e familiares a descobrirem novas formas de estar e de atuar durante o processo de doença e tratamento;

• Realização de ações de informação sobre a Apneia do Sono e suas consequências ao nível da saúde;

• Colaboração com outras instituições, nacionais ou estrangeiras, na prossecução dos propósitos da Associação.

Telf: 213829549/50; 916741103 [email protected] Castilho,59 - 5.º Dto1250-068 Lisboa

Apoiar e orientar os doentes e os seus familiares no processo de doença e tratamentoA Associação de Doentes com Apneia do Sono é uma Instituição sem fins lucrativos, e a neces-sidade de a constituir surgiu face à prevalência cres-cente da Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono, à existência de um número elevado de doentes que ne-cessitam de tratamento, muitas vezes para toda a vida, e devido às inúmeras comorbilidades relacionadas com a doença (doenças cardíacas, diabetes, obesi-dade, alterações cognitivas, quadros depressivos, etc.). Este projecto conta com o apoio da Clínica do Sono em Lisboa, que cedeu as suas instalações para a Associação poder iniciar a sua atividade, que tem como objetivos prioritários: apoiar e orientar os doentes e os seus famili-ares no processo de doença e tratamento, assim como a divulgação da patologia, sua deteção precoce e minimizar os efeitos nocivos da mesma. //

Instalações: Clínica do Sono

JUNHO.2017 Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica . 11

À

ELADia Mundial em contactoA Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica (APELA) assinala,

hoje, o Dia Mundial da ELA, através da realização de uma ação de consciencialização, com lugar no auditório do Fórum Picoas,

entre as 14 e as 18.30 horas.

À semelhança de anos anterio-res, a APELA faz corresponder este Dia a um dos cinco sentidos, como forma de dar a conhecer uma das especificidades da do-ença, caracterizada por compro-meter a funcionalidade do corpo

mantendo intactas a função cogni-tiva e a sensorial. Em 2015 e em 2016 destacaram-se os sentidos da visão e da audição em 2017 privilegia-se o sentido do tato. Subordinado ao mote ‘ELA em ConTaCto’, o evento pretende

E M C O N T A C T O

E S C L E R O S E L A T E R A L

A M I O T R Ó F I C A

D I A M U N D I A L

P E R F O R M A N C E E L A | 1 6 H 3 5 - 1 6 H 5 0

R E G I S T O   - 1 4 H 0 0

ELA: sintomatologia, terapêuticas existentes e investigações em curso, Dra. Bebiana Conde;

Fisioterapia na ELA, Professora Doutora Anabela Pinto, Dr. João Cabrita;

Terapia da Fala: a importância do acompanhamento atempado e personalizado, Dra. Marta Pinto.

M A I S I N F O R M A Ç Õ E S : 2 1 8 4 9 1 7 5 6 |  C O M U N I C A C A O @ A P E L A . P T

A P E L A 2 0 A N O S / / A G R A D E C I M E N T O S | 1 7 H 3 0 - 1 8 HE N T R A D A G R A T U I T A

‘Esclerose Lateral Amiotrófica: Dia Mundial’ , é uma iniciativa promovida pela APELA e assinalada, anualmente, a 21 de Junho. Neste dia, pretende-se reunir doentes, cuidadores, académicos e

profissionais de saúde com experiência nesta área de atuação com o propósito de despertar consciências e de promover uma

maior literacia para a saúde em ELA.

P R O G R A M A

2 1 D E J U N H O

P E D R O C O R R E I A R A M O S | B A I L A R I N O , O R D E M D O O

P A I N E L I N F O R M A L - E L A E M C O N T A C T O

Quando o corpo se transforma - uma estória sobre readaptação, Diana Bastos;

Corpo e expressão corporal na criação artística pós-moderna, Rui Horta, coreógrafo;

ELA em movimento: A expressão corporal como forma de conhecer e viver o real; Pedro Ramos, bailarino e coreógrafo;

Do Real ao Ficcional. ELA na pele de Miguel Ferreira da Fonseca: O caso da novela Ouro Verde; Luís Esparteiro, ator

M O D E R A Ç Ã O : F E R N A N D O A L V I M

E N C E R R A M E N T O - 1 8 H 3 0

C O F F E E - B R E A K   | 1 8 H   - 1 8 H 3 0

P A I N E L   T É C N I C O - C I E N T Í F I C O   | 1 5 H 3 0 - 1 6 H 3 0

A P O I O S

F Ó R U M P I C O A S

1 7 H - 1 7 H 3 0

A tecnologia como mecanismo de inclusão: da necessidade à solução Dra. Graça Rebôcho, Fundação PT;

ELA em contacto, do presencial ao digital (do conceito do Dia, da proximidade que se estabelece através do toque, da reinvenção do corpo) Pedro Souto, Presidente da APELA.

S E S S Ã O D E A B E R T U R A | 1 4 H 3 0 - 1 5 H

M O D E R A Ç Ã O :  A N A R I T A L O N D R A L

Os 20 anos da APELA na voz de quem lançou as primeiras sementes, Professora Doutora Sales Luís

I N S C R I Ç Õ E S E M : H T T P : / / W W W . A P E L A . P T / D I A M U N D I A L E L A 2 0 1 7 /

reunir doentes, familiares, cui-dadores, civis, corpo clínico e academia com o propósito de consciencializar os portugueses para o impacto provocado pela ELA: uma doença neurodegene-rativa, sem cura e de causas in-definidas, que se caracteriza pela fraqueza e pela atrofia muscular progressivas. Nesta iniciativa, a partilha de co-nhecimento clínico surge aliada a uma conversa informal, através da qual serão discutidos o lugar e o significado daquilo que se entende por ‘corpo’, e explicado o processo criativo subjacente ao solo performativo, que inter-mediará os dois painéis. O Dia Mundial da ELA coincide com o vigésimo aniversário da APE-LA, contando também com a voz daqueles que estiveram na génese do projeto, em 1997. //

Entrada gratuita. Inscrições em: http://www.apela.pt/diamundialela2017/

12 . Opinião JUNHO.2017

A

A Reabilitação Respiratória do doente com ELA

A fraqueza dos músculos respiratórios pode manifestar-se em qualquer fase da evolução clínica. Caracteriza-se por fadiga e dispneia, tosse ineficaz, retenção de secreção e progride para a insuficiência respiratória (IR), o even-

ANABELA PINTO MD, PHD

A ELA é uma doença neurológica, degenerativa e progressiva que afeta todos os músculos voluntários de uma forma aditiva e assimétrica.

JUNHO.2017 Opinião . 13

A VNI PROLONGA A SOBREVIDA, REDUZ O DECLÍNIO FUNCIONAL, MELHORA A QUALIDADE DO SONO E A TOLERÂNCIA AO ESFORÇO

to terminal mais frequente. Medidas como a capacidade vital, pressões inspiratórias e expiratórias máximas, pressão inspiratória nasal, pico de fluxo de tosse e oximetria de pulso noturna, realizadas a cada 3 meses, são recomendadas para monitorizar a função respiratória com o objetivo de detectar precocemente os primei-ros sinais de IR e iniciar a terapêutica mais adequada. Os pacientes devem ser acompanhados por uma equipa multidisciplinar que procure a me-lhoria funcional e a qualidade de vida, promovendo o exercício moderado e as melhores estratégias para lidar com

os sintomas respiratórios, que incluem técnicas de limpeza brônquica, tosse assistida mecanicamente e ventilação não-invasiva (VNI). A vacinação e suporte farmacológico também são recomendados. Até ao momento, não existem provas suficientes que suportem o treino muscular inspira-tório e a estimulação diafragmática. A VNI prolonga a sobrevida, reduz o de-

clínio funcional, melhora a qualidade do sono e a tolerância ao esforço, tem sofrido avanços notáveis em termos de conforto, segurança e eficácia, sem aumentar a dependência, pelo contrá-rio, permitindo um maior número de horas livres do ventilador e inclusive a aferição a distância, com redução significativa nos cuidados de saúde e custos associados. //

OS PACIENTES DEVEM SER ACOMPANHADOS POR UMA EQUIPA MULTIDISCIPLINAR QUE PROCURE A MELHORIA FUNCIONAL E A QUALIDADE DE VIDA, PROMOVENDO O EXERCÍCIO MODERADO E AS MELHORES ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM OS SINTOMAS RESPIRATÓRIOS, QUE INCLUEM TÉCNICAS DE LIMPEZA BRÔNQUICA, TOSSE ASSISTIDA MECANICAMENTE E VENTILAÇÃO NÃO-INVASIVA (VNI)

14 . OPINIÃO JUNHO.2017

NO DECORRER DA REABILITAÇÃO, QUE É DURA E INTENSIVA, MAS NA QUAL ESTAMOS PERMANENTE-MENTE ACOMPANHADOS E MONITORIZADOS, VÃO SUR-GINDO AS NOSSAS CONQUISTAS, A AUTOCONFIANÇA, A PERDA DE ANSIEDADE E DO STRESS INICIAL

“Pouco e pouco, tudo se torna mais fácil”

DDe repente, e com algum aviso pré-vio, mas sem o valorizarmos, surge uma doença respiratória de maior ou menor gravidade.A mesma acarreta sempre um grau de cansaço e de incapacidade que nos levam ao desânimo, ou mesmo ao desespero, e por vezes ao não querer lutar.Precisamos que alguém nos diga, que alguém nos confronte – não vais desistir!Aqui surge a reabilitação respira-tória. Começa por ser um processo em que uma equipa multidisciplinar, com especial relevo para as terapeu-

tas na vertente de pneumologia, que nos ensinam a acreditar, a confiar e a controlar a doença.No decorrer da reabilitação, que é dura e intensiva, mas na qual esta-mos permanentemente acompanha-dos e monitorizados, vão surgindo as nossas conquistas, a autoconfiança,

TESTEMUNHO DE CRISÁLIDA NEVES

a perda de ansiedade e do stress inicial.Passamos, assim, à melhoria da qualidade de vida, à capacidade de cumprir as tarefas diárias e, a pouco e pouco, tudo se torna mais fácil. Em resumo, passamos de sentados no sofá para a vida ativa. //

Evolução na terapêutica

inalatória

AA longa história da inaloterapia com fins medicinais começa há mais de 4000 anos. Rapidamente se compreendeu que esta via de administração de fármacos tem particularidades interessantes: rapidez de ação; necessidade de baixas doses para surtir efeito terapêutico e consequentemente menos efeitos secundários. Mas um problema surge, a dificulda-de de uma boa inalação. Desde a era moderna da inaloterapia com o primeiro pMDI (inala-dor pressurizado) em 1957 se percebeu que muitos fatores in-fluenciam a deposição pulmonar e consequente efeito terapêuti-co. Características do paciente e do inalador. O tempo passou e surgiram muitos e aperfeiçoa-dos inaladores. O paciente talvez também se tenha aperfeiçoado, mas a verdade é que, apesar de sistemas evoluídos, como: pMDI de última geração com

nuvem lenta e maior fração de partículas finas; sistema respimat de nuvem extralenta e homogé-nea, inaladores de pó seco, com poucos passos de ativação e dé-bitos inspiratórios baixos, conti-nuamos com taxas elevadíssimas de erros. Na vida real, mais de metade dos pacientes cometem

EURICO A. R. SILVA MÉDICO DE FAMÍLIA

NA USF JOÃO SEMANA (OVAR)COORDENADOR DO GRUPO

DE INALOTERAPIA DO GRESP (GRUPO DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE MEDICINA GERAL

E FAMILIAR)

erros com o inalador, alguns des-tes, críticos podendo não chegar qualquer fármaco ao local espe-rado, o pulmão.Como resolver o problema? Levar SEMPRE o inalador à consulta. Assim afere-se o uso e confere-se a adesão. A revisão da técnica inalatória deve ser realizada sempre e por todos os profissionais envolvidos: médi-co, enfermeiro e farmacêutico. A revisão aumenta a adesão à terapêutica, que, no caso das doenças respiratórias crónicas, é baixa. A não adesão leva a mau controlo, progressão e agrava-mento da doença.O próximo passo evolutivo da terapêutica inalatória está na aceitação pelo profissional de saúde e paciente de que esta é a melhor e mais segura via de administração de fármacos para grande parte das doenças respi-ratórias crónicas. //

JUNHO.2017 Opinião . 15

016 . caBEÇA JUNHO.2017