A CERIMÔNIA DE INICIAÇÃO NO RITUAL EMULAÇÃO _“RITO DE YORK” NO GOB_

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FOLHA MAÇÔNICA (janeiro DE 2011) Aquilino R. Leal CONTATO: [email protected] o semanário eletrônico de distribuição gratuita pela internet (para receber o sema- nário basta enviar uma mensagem incluindo teu end. eletrônico, nome, Loja, Potência e estado) BLOG: http://www.folhamaconika.blogspot.com/ PORTAL: http://SITIO-FOLHA-MACONICA.4shared.com/ mais de 1.550 (01/2011) títulos sobre a Ordem e afins para serem gratuitamente baixados. A CERIMÔNIA DE INICIAÇÃO NO RITUAL EMULAÇÃO (“RITO DE YORK” NO GOB) 1 A Cerimônia de Primeiro Grau significa o nascimento, ou o nascimento de conhecimento. Quando se entra pela primeira vez na Maçonaria, estamos sem o conhecimento oculto da Arte e contamos com a ajuda e orientação de outras pessoas, nossos padrinhos, orientadores e mesmo qualquer outro Irmão, até atingirmos a maturidade no ofício em que, por sua vez, nos faz estender a ajuda para os outros. Nesta cerimônia em particular, há bem a representação da escuridão e da luz, pois, o candidato à iniciação é tido como que em trevas e ao receber a luz na Maçonaria, recebe a luz do conhecimento, dos mistérios da Ordem, que modificarão sua vida para sempre. É a cerimônia mais importante da Ordem, pois é a entrada de um novo membro, por isso inesquecível. Um ponto muito importante na Cerimônia de Iniciação é a prova da caridade: –“Tem alguma coisa a dar?”, com um sig- nificado muito profundo porque o candidato está deliberadamente impedido de aceitar o desafio. Todos os valores – metais tinham sido reti- rados antes. Mas isso serve para demonstrar que a caridade vem do coração e é uma forma de vida não apenas um pagamento. A vestimen- ta e ausência de valores fazem o candidato refletir de que maneira ele pode demonstrar caridade. É para ser um lembrete constante de sua obrigação a de aliviar o sofrimento dos Irmãos indigentes ou carentes. A caridade, como demons- trada, pode assumir a forma de seu tempo, sua energia, a sua amizade ou assistência financeira, enfim, são diversas as formas de caridade a que o candidato é submetido a refletir. A prática da caridade no seu sentido mais amplo é o fundamento e o trampolim para outras qualida- des de vida. Um detalhe interessante no Sistema de Trabalho Emulação é que, tradicionalmente, o candidato na iniciação, não recebe uma versão im- pressa do ritual – receberá apenas no terceiro grau, pois o costume é pratica–lo em Loja na forma decorada, e como o Aprendiz não pode exercer qualquer outro cargo que não o de Mordomo, e esse não tem funções ritualísticas, o Aprendiz aprenderá o ritual assistindo às ses- sões da Loja, ou seja, emulando propriamente dito. A preparação do candidato e o uso de pijamas – um grande cuidado era tomado da condição pessoal de cada Israelita que entrava no Tem- plo de adoração Divina. O tratado Talmudic, intitulado Baracoth, que contém as instruções para o ritual cultuado entre os judeus, estabelece as seguintes regras para a preparação de todos os que visitam o templo: “Nenhum homem deve ir para o Templo com o seu cajado pessoal, nem com os sapatos nos pés; nem com a sua peça de vestuário, nem com o dinheiro atrelado à sua bolsa”. Existem certos usos cerimoniais na Maçonaria, por exemplo, a Cerimônia de Iniciação, que fornecerão o que pode ser chamado, pelo menos, de muito notáveis coincidências com esse velho costume judeu. A preparação do candidato para a iniciação na Maçonaria é completamente simbólica. Ela varia em diferentes graus, e, por isso, o simbo- lismo varia com ela. Não sendo arbitrária e inexpressiva, mas, pelo contrário, convencional e cheia de significado, ela não pode ser alterada, abreviada, ou a- ××× ××× ××× 1 Material retirado, em 12/2010, do sítio http://www.revistauniversomaconico.com.br com os seguintes dizeres quanto à auto- ria: Autor: Enviado pelo Ir Fábio Mendes Paulino M M- ARLS “MA’AT – Verdade, Justiça e Retidão” - Nº 3669 - GOSP/GOB. Autor do Livro do qual este texto é integrante: “RITUAL EMULAÇÃO – A Maçonaria Inglesa no Brasil”. História e Generalidades do Sistema de Trabalho Maçônico baseado no Ritual Emulação. Manual Ritualístico e de Procedimen- tos. 1ª. Ed. Clube de Autores. 2010. ISBN:978-85-910509-0-1. Formatação: Aquilino R. Leal * 01/2011 * Minas Gerais * Brasil [o conteúdo do texto é de única responsabilidade do Autor]

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FOLHA MAÇÔNICA (janeiro DE 2011)

Aquilino R. Leal

CONTATO: [email protected] o semanário eletrônico de distribuição gratuita pela internet (para receber o sema-

nário basta enviar uma mensagem incluindo teu end. eletrônico, nome, Loja, Potência e estado)

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PORTAL: http://SITIO-FOLHA-MACONICA.4shared.com/ mais de 1.550 (01/2011) títulos sobre a Ordem e afins para

serem gratuitamente baixados.

A CERIMÔNIA DE INICIAÇÃO NO RITUAL EMULAÇÃO

(“RITO DE YORK” NO GOB)1

A Cerimônia de Primeiro Grau significa o nascimento, ou o nascimento de conhecimento. Quando se entra pela primeira vez na Maçonaria, estamos sem o conhecimento oculto da Arte e contamos com a ajuda e orientação de outras pessoas, nossos padrinhos, orientadores e mesmo qualquer outro Irmão, até atingirmos a maturidade no ofício em que, por sua vez, nos faz estender a ajuda para os outros.

Nesta cerimônia em particular, há bem a representação da escuridão e da luz, pois, o candidato à iniciação é tido como que em trevas e ao receber a luz na Maçonaria, recebe a luz do conhecimento, dos mistérios da Ordem, que modificarão sua vida para sempre. É a cerimônia mais importante da Ordem, pois é a entrada de um novo membro, por isso inesquecível.

Um ponto muito importante na Cerimônia de Iniciação é a prova da caridade: –“Tem alguma coisa a dar?”, com um sig-nificado muito profundo porque o candidato está deliberadamente impedido de aceitar o desafio. Todos os valores – metais tinham sido reti-rados antes. Mas isso serve para demonstrar que a caridade vem do coração e é uma forma de vida não apenas um pagamento. A vestimen-ta e ausência de valores fazem o candidato refletir de que maneira ele pode demonstrar caridade.

É para ser um lembrete constante de sua obrigação a de aliviar o sofrimento dos Irmãos indigentes ou carentes. A caridade, como demons-trada, pode assumir a forma de seu tempo, sua energia, a sua amizade ou assistência financeira, enfim, são diversas as formas de caridade a que o candidato é submetido a refletir. A prática da caridade no seu sentido mais amplo é o fundamento e o trampolim para outras qualida-des de vida.

Um detalhe interessante no Sistema de Trabalho Emulação é que, tradicionalmente, o candidato na iniciação, não recebe uma versão im-pressa do ritual – receberá apenas no terceiro grau, pois o costume é pratica–lo em Loja na forma decorada, e como o Aprendiz não pode exercer qualquer outro cargo que não o de Mordomo, e esse não tem funções ritualísticas, o Aprendiz aprenderá o ritual assistindo às ses-sões da Loja, ou seja, emulando propriamente dito.

A preparação do candidato e o uso de pijamas – um grande cuidado era tomado da condição pessoal de cada Israelita que entrava no Tem-plo de adoração Divina. O tratado Talmudic, intitulado Baracoth, que contém as instruções para o ritual cultuado entre os judeus, estabelece as seguintes regras para a preparação de todos os que visitam o templo: “Nenhum homem deve ir para o Templo com o seu cajado pessoal, nem com os sapatos nos pés; nem com a sua peça de vestuário, nem com o dinheiro atrelado à sua bolsa”. Existem certos usos cerimoniais na Maçonaria, por exemplo, a Cerimônia de Iniciação, que fornecerão o que pode ser chamado, pelo menos, de muito notáveis coincidências com esse velho costume judeu.

A preparação do candidato para a iniciação na Maçonaria é completamente simbólica. Ela varia em diferentes graus, e, por isso, o simbo-lismo varia com ela.

Não sendo arbitrária e inexpressiva, mas, pelo contrário, convencional e cheia de significado, ela não pode ser alterada, abreviada, ou a-

××× ××× ××× 1 Material retirado, em 12/2010, do sítio http://www.revistauniversomaconico.com.br com os seguintes dizeres quanto à auto-

ria: Autor: Enviado pelo Ir Fábio Mendes Paulino M M- ARLS “MA’AT – Verdade, Justiça e Retidão” - Nº

3669 - GOSP/GOB. Autor do Livro do qual este texto é integrante: “RITUAL EMULAÇÃO – A Maçonaria Inglesa no Brasil”.

História e Generalidades do Sistema de Trabalho Maçônico baseado no Ritual Emulação. Manual Ritualístico e de Procedimen-

tos. 1ª. Ed. Clube de Autores. 2010. ISBN:978-85-910509-0-1.

Formatação: Aquilino R. Leal * 01/2011 * Minas Gerais * Brasil [o conteúdo do texto é de única responsabilidade do Autor]

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crescentada em qualquer dos seus detalhes, sem afetar a sua concepção esotérica. Nela, na máxima extensão, cada candidato deverá, sem ex-ceção, submeter-se. A preparação de um candidato é uma das mais delicadas tarefas que temos de executar e deve ser tomado cuidado na nomeação do Oficial, o qual deve ter em mente que “o que não é admissível entre cavalheiros deve ser impossível entre Francomaçons” (Al-bert Mackey).

Pelo Ritual de Emulação Inglês – Emulation Ritual, notamos que se trata de uma tarefa a ser desempenhada pelo Cobridor, o qual deve es-tar preparado e capacitado para tal tarefa.

Portanto, a preparação do candidato para a iniciação deve ser feita numa sala contígua à Loja e consiste em:

Ser desp. dos met.;

Olhos vend.;

Braço d., p. esq. e j. esq. desn.;

P. d. calçado com ch.; e,

Um l. de c. com n. c. no pescoço.

Existe também um costume antigo nas Lojas Inglesas que é a prática de despir o candidato de suas vestes habituais e vesti-lo com um pijama branco, próprio da Loja, sendo preparado da mesma forma descrita acima, somente diferenciando que nesse caso, ambos os pés são calçados com chinelos.

O sistema especial nas Lojas Inglesas, da vestimenta dos candidatos, conforme tradição antiga tinha três pontos em particular na sua bem conhecida finalidade, o que resultava no sistema assim concebido:

(1) possivelmente a fim de garantir que os candidatos não escondam armas de defesa ou delito, uma prática que pode ter significado de cen-tenas de anos atrás;

(2) a desvendar o coração, para revelar o sexo, mas, ainda mais provável, tendo em conta a tradição quase universal de que o coração é a sede da alma, para sugerir o fervor do candidato e sinceridade, e por último

(3) as provas dos candidatos quanto à humildade, talvez a maior das qualidades que a Maçonaria se propõe a ensinar.