A CIÊNCIA POR TRÁS DO MANEJO

8
10 minutos de leitura NUTRICIONAL DAS REAÇÕES ADVERSAS AO ALIMENTO A CIÊNCIA POR TRÁS DO MANEJO Médicos-veterinários clínicos e dermatologistas deparam-se constantemente com doenças de pele relacionadas a alimentos e nutrição. Dentre essas, em cães e gatos, as reações adversas ao alimento (RAA) são as mais comuns 1 , as quais são divididas em duas categorias: reações adversas de caráter imunológico (IgE mediadas ou não) - conhecidas como alergia alimentar - ou não imunológico 2, 3 e 4 . Estima-se que as RAA constituem de 1 a 6% das dermatoses encontradas na rotina clínica, sendo que dessas, de 10 a 49%, são alergia alimentar (caráter imunológico) 5,6 . A exata prevalência dessas dermatoses é desafiadora, uma vez que elas mimetizam a sintomatologia de diferentes doenças, especialmente de dermatoses pruriginosas, além de muitas vezes coexistirem com outras condições alérgicas 7 . Os sinais clínicos mais frequentes em cães com RAA são prurido não sazonal, otite externa crônica e seborreia, os quais podem ser acompanhados ou não de manifestações gastrointestinais 8 . Vômito e diarreia são sinais relatados em mais de 20% dos cães com RAA 9 . Não há predisposição evidente de idade, raça e sexo para as reações adversas ao alimento em cães 8 . INTRODUÇÃO

Transcript of A CIÊNCIA POR TRÁS DO MANEJO

Page 1: A CIÊNCIA POR TRÁS DO MANEJO

10 minutos de leitura

NUTRICIONAL DAS REAÇÕES ADVERSAS AO ALIMENTOA CIÊNCIA POR TRÁS DO MANEJO

Médicos-veterinários clínicos e dermatologistas deparam-se constantemente com doenças de pele relacionadas a alimentos e nutrição. Dentre essas, em cães e gatos, as reações adversas ao alimento (RAA) são as mais comuns1, as quais são divididas em duas categorias: reações adversas de caráter imunológico (IgE mediadas ou não) - conhecidas como alergia alimentar - ou não imunológico2, 3 e 4.

Estima-se que as RAA constituem de 1 a 6% das dermatoses encontradas na rotina clínica, sendo que dessas, de 10 a 49%, são alergia alimentar (caráter imunológico)5,6. A exata prevalência dessas dermatoses é desafi adora, uma vez que elas mimetizam a sintomatologia de diferentes doenças, especialmente de dermatoses pruriginosas, além de muitas vezes coexistirem com outras condições alérgicas7. Os sinais clínicos mais

frequentes em cães com RAA são prurido não sazonal, otite externa crônica e seborreia, os quais podem ser acompanhados ou não de manifestações gastrointestinais8. Vômito e diarreia são sinais relatados em mais de 20% dos cães com RAA9. Não há predisposição evidente de idade, raça e sexo para as reações adversas ao alimento em cães8.

INTRODUÇÃO

Page 2: A CIÊNCIA POR TRÁS DO MANEJO

Uma vez que os trofoalérgenos geralmente são glicoproteínas, o princípio do tratamento e das intervenções nutricionais para o manejo das RAA é baseado na abstenção do oferecimento desses trofoalérgenos. Dessa forma, a proteína dietética é o principal fator nutricional que será manejado nessas afecções, assim como o oferecimento de ômega-3 para auxiliar no controle da infl amação e modulação das respostas imunológicas7. Outros fatores que, em níveis adequados, podem ser favoráveis são o zinco e selênio. O zinco é um microelemento essencial e cofator importante de inúmeras metaloenzimas e modulador de muitas funções biológicas. No organismo animal está presente em maiores concentrações nos tecidos epidermais, fazendo com que diversas doenças cutâneas emcães sejam de defi ciênciaprimária ou secundária de zinco, ou respondam à suplementação desse microelemento10. Dessa forma, a presença de níveis adequados de zinco no alimento é importante para a manutenção de uma pele saudável. O selênio, microelemento também essencial, desempenha importante papel no crescimento de pelos, fazendo com que tanto seu excesso quanto sua defi ciência sejam prejudiciais. Níveis de selênio entre 0,12 e 1,03 mg/kg de dieta na matéria seca, auxiliam numa maior taxa de crescimento do pelo11.

CHAVENUTRICIONAISFATORES

zinco é um microelemento essencial e cofator importante de inúmeras metaloenzimas e modulador de muitas funções biológicas. No organismo animal está presente em maiores concentrações nos tecidos epidermais, fazendo com que diversas doenças cutâneas emcães sejam de defi ciênciaprimária ou secundária de zinco, ou respondam à suplementação desse microelemento10. Dessa forma, a presença de níveis adequados de zinco no alimento é importante para a manutenção de uma pele saudável. O selênio, microelemento também essencial, desempenha importante papel no crescimento de pelos, fazendo com que tanto seu excesso quanto sua defi ciência sejam prejudiciais. Níveis de selênio entre 0,12 e 1,03 mg/kg de dieta na matéria seca, auxiliam numa maior taxa de crescimento

Page 3: A CIÊNCIA POR TRÁS DO MANEJO

Tanto em cães e gatos quanto em humanos, o diagnóstico padrão ouro de RAA é o teste de restrição-provocação oral, o qual baseia-se na recorrência das manifestações da reação após a ingestão de determinados ingredientes/alimentos, e é sucedida pela melhora dos sinais com o uso de dietas hipoalergênicas7,12,13. Os trofoalérgenos geralmente são glicoproteínas hidrossolúveis termoestáveis de peso molecular de 10k Da a 70 kDa14. Mueller et al. (2016) conduziram uma revisão bibliográfica de publicações de 1985 até 2015 buscando quais seriam

os alérgenos mais comuns em cães e gatos. Após identificarem na literatura 1674 resultados dessa busca, selecionaram as pesquisas com informações relevantes e puderam concluir que para cães da Austrália, Europa e América do Norte, os alérgenos que mais contribuem para a RAA são, em ordem de importância, carne bovina, laticínios, frango, trigo e cordeiro; e para gatos carne bovina, peixe e frango.

Dessa forma, as dietas hipoalergênicas utilizam duas principais estratégias para o manejo das RAA:

Com tamanho crescimento e desenvolvimento do mercado pet food, existem inúmeras dietas presentes no mercado, com ampla gama de ingredientes, tornando desafiador o uso de fontes de proteína inéditas para o sistema imunológico7. Além disso, a duração da originalidade dessa fonte de proteína para o tecido linfático associado ao intestino (GALT) provavelmente será pequena se oferecida a um animal com aumento da permeabilidade intestinal 7. Outro fator que deve ser considerado é que muitos tutores têm o hábito de darem petiscos ou restos de comida aos seus animais, e o potencial de reação imunológica cruzada entre proteínas reduz ainda mais as opções que podem ser utilizadas16. Portanto, o emprego de dietas hipoalergênicas com fonte de proteína hidrolisada é uma estratégia muito utilizada por veterinários para o manejo das RAA.

PROTEÍNA HIDROLISADA DE SOJA• Alta digestibilidade.• Baixo peso molecular. (proteínas abaixo de 5.000 Da)• Ideal para o manejo das RAA.

PROTEÍNA HIPOALERGÊNICA

FONTE DE PROTEÍNA INÉDITA:

Que o animal nunca ingeriu e o sistema imunológico não

reconhece como alérgeno

FONTE DE PROTEÍNA HIDROLISADA:

Que é a quebra da fonte proteica em peptídeos menores e aminoácidos para reduzir seu peso molecular15.

Page 4: A CIÊNCIA POR TRÁS DO MANEJO

A utilização de fontes de proteína hidrolisadas em tamanhos moleculares adequados (<10.000 daltons) torna respostas imunológicas menos propensas de ocorrerem7. Isso acontece porque RAA mediadas por IgE decorrem da ligação de alérgenos alimentares (i.e., glicoproteínas) a duas moléculas de IgE próximas, causando a ativação e degranulação de mastócitos, dando início à resposta alérgica4. Para causarem essa ativação de mastócitos, essas proteínas geralmente são maiores que 10.000 daltons7,17 (Figura 1), dessa forma, a hidrólise de proteínas intactas em fragmentos menores dificulta essa ligação a duas moléculas de IgE18. Além disso, a hidrólise da proteína altera sua estrutura, fazendo com que não haja reconhecimento desse peptídeo pelo sistema imunológico mesmo este já sendo sensibilizado à forma intacta da

proteína 17. Dessa forma, o uso de dieta hipoalergênica que faz uso de proteína hidrolisada tem se mostrado eficiente para o diagnóstico e manejo das RAA1. Também deve-se ressaltar que a digestibilidade da proteína hidrolisada normalmente é maior que a de sua forma intacta, fato que também contribui para a diminuição de sua alergenicidade, uma vez que quando porções de proteínas intactas não são digeridas, estas permanecem por um período maior no lúmen intestinal e podem iniciar uma resposta adversa ao alimento pelo sistema imunológico7,17. A maior digestibilidade da proteína hidrolisada faz com que grande parte dessa seja absorvida e aquelas que ainda permanecem no lúmen intestinal apresentam baixo peso molecular, dificultando a ativação da IgE. Vale salientar que dietas comerciais hipoalergênicas que utilizam proteína hidrolisada também são completas e balanceadas para as necessidades nutricionais de cães adultos, podendo ser utilizada de maneira contínua, caso o animal seja diagnosticado com RAA7,17,19.

Figura 1. Ilustração adaptada de Cave (2006) que mostra os requerimentos para a ativação de mastócitos.

B. Proteína hidrolisada em tamanho adequado (<10.000 daltons) não é

capaz de se ligar a duas moléculas de IgE ao mesmo tempo, não causando a ativação e degranulação de mastócitos.

A. Mastócitos são ativados pela ligação de proteína intacta a duas moléculas

de IgE próximas, causando degranulação e liberação de compostos inflamatórios.

Alérgeno suficientemente

hidrolisado

Ligação a duas moléculas de IgE

não ocorre

Não há degranulação

Alérgeno não hidrolisado

Ligação a duas moléculas de

IgE leva a ativação de mastócitos

Degranulação

IgE

Page 5: A CIÊNCIA POR TRÁS DO MANEJO

Além de serem excelentes fontes de energia para o organismo, as gorduras desempenham outros papéis importantes, como possibilitar a absorção de vitaminas lipossolúveis e fornecerem ácidos graxos essenciais importantes que servem como precursores de mediadores inflamatórios, chamados eicosanoides, além de se incorporarem na membrana das células, alterando sua fluidez 20. Dessa forma, a gordura é fundamental na dieta de cães e gatos para fornecer ácidos graxos essenciais (AGE), os quais pertencem a duas famílias distintas: ômega-6 e ômega-3.

Os ácidos graxos ômega-6 iniciam-se do ácido linoleico (AL), enquanto que os ômega-3 do α-linolênico (ALA). O ácido linoleico é composto de 18 carbonos e apresenta duas ligações duplas (18:2 n-6), enquanto que o ácido α-linolênico apresenta 18 carbonos e três ligações duplas (18:3 n-3). Ambos podem ser convertidos no organismo em outros ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa por meio de reações enzimáticas20,21. O ácido linoleico pode ser metabolizado em outros ácidos graxos da família ômega-6, como ácido γ-linolênico, dihomo γ-linolênico e araquidônico; assim como o ácido α-linolênico pode ser metabolizado em outros ácidos graxos da família ômega-3, como o eicosapentaenoico (EPA) e o docosahexaenoico (DHA). No entanto, durante esse metabolismo, o Ω-3 e Ω-6 competem pelas mesmas enzimas e rotas metabólicas, apesar do produto final ser diferente, e devido à posição da primeira ligação dupla na cadeia carbônica, não é possível a conversão de um ácido graxo da família Ω-3 em Ω-6 e vice-versa, o que explica a essencialidade de ambos20. Portanto, os efeitos desses ácidos graxos no organismo serão influenciados tanto por suas quantidades absolutas na dieta quanto pela relação entre Ω-3 e Ω-6.

Em cães, a taxa de conversão dos ácidos linoleico e α-linolênico em seus respectivos ácidos graxos é controlada pela enzima Δ-6-desaturase. Como essa enzima tem maior especificidade pelos ácidos graxos Ω-3, menores quantidades desses produzem a mesma quantidade de produtos derivados do Ω-622, o que faz com que deva existir uma proporção maior de ácido linoleico que de α-linolênico proveniente da dieta. A Δ-6-desaturase de cães é capaz de converter o ácido linoleico oferecido em ácido araquidônico a fim de atingir os requerimentos nutricionais mínimos. Ainda, cães adultos também conseguem converter, porém em taxas pequenas, α-linolênico em EPA e DHA, fazendo com que sua inclusão na dieta seja importante23.

A suplementação de ácidos graxos essenciais e a manipulação de suas quantidades presentes na dieta parecem ter eficácia no tratamento de algumas afecções, uma vez que

ALGA Schizochytrium sp. + ÓLEO DE PEIXE

• Níveis anti-inflamatórios.

• Cientificamente comprovados.

ÔMEGA-6 e 3EPA/DHA

Page 6: A CIÊNCIA POR TRÁS DO MANEJO

alteram a relação desses ácidos graxos presentes na pele e em outros tecidos. Como dito anteriormente, ácidos graxos são precursores para a síntese de eicosanoides, os quais estão envolvidos em reações inflamatórias, imunorregulação e proliferação das células da epiderme. Os Ω-3 e Ω-6 produzem diferentes eicosanoides de famílias distintas, sendo que o metabolismo de Ω-3, em especial do EPA, produzem mediadores com atividade inflamatória mais fraca que os produzidos pelo Ω-619. Dessa forma, para que se tenha uma melhor atuação desses ácidos graxos, é importante que eles sejam fornecidos em uma relação ótima e através de uma fonte de alta qualidade. Algas marinhas sintetizam grandes quantidades de Ω-3, fazendo com que peixes que vivem nessas águas e se alimentem dessas algas tenham alta quantidade de Ω-3 em seus tecidos19.

A principal função do α-linolênico é servir para a síntese de EPA e DHA, os quais são incorporados à membrana das células e servem de precursores para eicosanoides com poder inflamatório menor – por isso, muitas vezes chamados de componentes com poder “anti-inflamatório”20. Apesar de o EPA e DHA serem ácidos graxos condicionalmente essenciais em algumas fases da vida, para cães adultos o requerimento nutricional mínimo ainda não foi estabelecido pelo NRC (2006)24. Alterações de pele associadas à IgE, como a RAA, são as mais prováveis de responderem favoravelmente às modificações dietéticas relacionadas aos ácidos graxos essenciais. Estudos em cães sugerem que a suplementação de Ω-3 contribui para reduzir reações inflamatórias e alérgicas presentes em afecções de pele, além de contribuírem com a melhora do prurido e das características da pele e pelo19,24–27. Dessa forma, são componentes essenciais no manejo das RAA.

Page 7: A CIÊNCIA POR TRÁS DO MANEJO

Assim como foi dito anteriormente, o diagnóstico padrão ouro de RAA é o teste de restrição-provocação oral, ou seja, a observação de uma melhora clínica do paciente após o uso de uma dieta de eliminação (com fonte de proteína inédita ou hidrolisada), com a posterior piora do quadro após a utilização da dieta original7,12. O pet deve ser lentamente transicionado à dieta de eliminação e permanecer com essa por um período mínimo de 5 semanas; a sensibilidade de diagnóstico aumenta se a dieta de eliminação for oferecida por um período de 8 semanas. Após esse período, a provocação com a dieta anterior deve acontecer por no máximo 14 dias e deve ser sequenciada por provocações com fontes suspeitas para que o ingrediente alérgeno seja detectado7,28. Após o diagnósticodo trofoalérgeno, o pet deve retomar à dieta de eliminação e permanecer com essade maneira contínua.

AUTORA DO ARTIGO:

M.V. Msc. Juliana Paschoalin de Souza NogueiraCoordenadora de Comunicação Científi ca - Pesquisa e Desenvolvimento, ADM Brasil

DE ELIMINAÇÃODURAÇÃO DA DIETA

AUTORA DO ARTIGO:

M.V. Msc. Juliana Paschoalin de Souza NogueiraCoordenadora de Comunicação Científi ca - Pesquisa e Desenvolvimento, ADM Brasil

Page 8: A CIÊNCIA POR TRÁS DO MANEJO

Referências bibliográficas1. Hensel P. Nutrition and skin diseases in veterinary medicine. Clin Dermatol. 2010;28(6):686-693. doi:10.1016/j.clindermatol.2010.03.031. 2. Anderson JA. The establishment of common language concerning adverse reactions to foods and food additives. J Allergy Clin Immunol. 1986;78(1 PART 2):140-144. doi:10.1016/0091-6749(86)90004-7. 3. Strombeck DR. Small Animal Gastroenterology. 2nd ed. Davis, CA: Stonegate Publishing; 1991. 4. Solé D, Silva LR, Cocco RR, et al. Consenso brasileiro sobre alergia alimentar: 2018 - Parte 1 - Etiopatogenia, clínica e diagnóstico. Documento conjunto elaborado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Arq Asma, Alerg e Imunol. 2018;2(1):7-38. doi:10.5935/2526-5393.20180004. 5. Scott DW, Miller WH, Griffin CE. Small Animal Dermatology. 6th ed. Philadelphia, PA: Saunders; 2000. 6. Chesney CJ. Food sensitivity in the dog: A quantitative study. J Small Anim Pract. 2002;43(5):203-207. doi:10.1111/j.1748-5827.2002.tb00058.x. 7. Roudebush P, Guilford WG, Jackson HA. Adverse reactions to food. In: Small Animal Clinical Nutrition. 5th ed. Topeka, KS: Mark Morris Institute; 2010:609-635. 8. Olivry T, Mueller RS. Critically appraised topic on adverse food reactions of companion animals (7): Signalment and cutaneous manifestations of dogs and cats with adverse food reactions. BMC Vet Res. 2019;15(1):146. doi:10.1186/s12917-019-1880-2. 9. Mueller RS, Olivry T. Critically appraised topic on adverse food reactions of companion animals (6): Prevalence of noncutaneous manifestations of adverse food reactions in dogs and cats. BMC Vet Res. 2018;14(1):341-346. doi:10.1186/s12917-018-1656-0. 10. Roudebush P, Schoenherr WD. Skin and hair disorders. In: Small Animal Clinical Nutrition. 5th ed. Topeka, KS: Mark Morris Institute; 2010:637-665. 11. Yu S, Wedekind KJ, Kirk CA, Nachreiner RF. Primary hair growth in dogs depends on dietary selenium concentrations. J Anim Physiol Anim Nutr (Berl). 2006;90(3-4):146-151. doi:10.1111/j.1439-0396.2005.00575.x. 12. Mueller RS, Olivry T. Critically appraised topic on adverse food reactions of companion animals (4): Can we diagnose adverse food reactions in dogs and cats with in vivo or in vitro tests? BMC Vet Res. 2017;13(1):1-5. doi:10.1186/s12917-017-1142-0. 13. Bizikova P, Olivry T. A randomized, double-blinded crossover trial testing the benefit of two hydrolysed poultry-based commercial diets for dogs with spontaneous pruritic chicken allergy. Vet Dermatol. 2016;27(4):289-e70. doi:10.1111/vde.12302. 14. Sampson H. Adverse reactions to foods. In: Allergy: Principles and Practice. St Louis, MO: Mosby-Year Book Inc; 1993:1661-1686. 15. Verlinden A, Hesta M, Millet S, Janssens GPJ. Food allergy in dogs and cats: A review. Crit Rev Food Sci Nutr. 2006;46(3):259-273. doi:10.1080/10408390591001117. 16. Gaschen FP, Merchant SR. Adverse food reactions in dogs and cats. Vet Clin North Am - Small Anim Pract. 2011;41(2):361-379. doi:10.1016/j.cvsm.2011.02.005. 17. Cave NJ. Hydrolyzed protein diets for dogs and cats. Vet Clin North Am - Small Anim Pract. 2006;36(6):1251-1268. doi:10.1016/j.cvsm.2006.08.008. 18. Olivry T, Bizikova P. A systematic review of the evidence of reduced allergenicity and clinical benefit of food hydrolysates in dogs with cutaneous adverse food reactions. Vet Dermatol. 2010;21(1):31-40. doi:10.1111/j.1365-3164.2009.00761.x. 19. Case LP, Daristotle L, Hayek MG, Raasch MF. Nutritionally responsive dermatoses. In: Canine and Feline Nutrition. 3rd ed. Maryland Heights, MO: Mosby Elsevier; 2011:381-408. 20. Case LP, Daristotle L, Hayek MG, Raasch MF. Fat requirements. In: Canine and Feline Nutrition. Maryland Heights, MO: Mosby Elsevier; 2010:81-88. 21. Trevizan L, De Mello Kessler A. Lipídeos na nutrição de cães e gatos: Metabolismo, fontes e uso em dietas práticas e terapêuticas. Rev Bras Zootec. 2009;38(1):15-25. doi:10.1590/S1516-35982009001300002. 22. Dunbar BL, Bauer JE. Conversion of essential fatty acids by Delta 6-desaturase in dog liver microsomes. J Nutr. 2002;132(6 Suppl 2):1701S-3S. doi:10.1093/jn/132.6.1701S. 23. Bauer JE, Dunbar BL, Bigley KE. Dietary flaxseed in dogs results in differential transport and metabolism of (n-3) polyunsaturated fatty acids. J Nutr. 1998;128(12):2641S-2644S. doi:10.1093/jn/128.12.2641s. 24. NRC. Nutrient Requirements of Dogs and Cats. Washington, DC, USA: National Academies Press; 2006. 25. Miller WH, Griffin CE, Scott DW, Angarano DK, Norton AL. Clinical trial of DVM derm caps in the treatment of allergic disease in dogs: A nonblinded study. J Am Anim Hosp Assoc. 1989;25(2):163-168. 26. Scott DW, Miller WH. Nonsteroidal anti-inflammatory agents in the management of canine allergic pruritus. J S Afr Vet Assoc. 1993;64(1):52-56. 27. Scott DW, Miller WH, Decker GA, Wellington JR. Comparison of the clinical efficacy of two commercial fatty acid supplements (EfaVet and DVM Derm Caps), evening primrose oil, and cold water marine fish oil in the management of allergic pruritus in dogs: a double-blinded study. Cornell Vet. 1992;82(3):319-329. 28. Olivry T, Mueller RS, Prélaud P. Critically appraised topic on adverse food reactions of companion animals (1): Duration of elimination diets. BMC Vet Res. 2015;11(1):10-12. doi:10.1186/s12917-015-0541-3.

Imag

ens

mer

amen

te ilu

stra

tivas

.

/equilibriototalalimentos /equilibriosuperpremium SAC: 0800 725 8575/racaoequilibrio

www.adm.com

Saiba mais: www.equilibriototalalimentos.com.br