A Criança de Zero a Dois Anos de Idade

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A criança de zero a dois anos de idade( PRIMEIRA INFÂNCIA) Compreender cada etapa do desenvolvimento da criança e não tentar acelerar é muito importante para a criança e prazeroso para quem acompanha de perto essa evolução natural O desenvolvimento da criança se inicia a partir da concepção e evolui abrangendo aspectos neurológicos, cognitivos, afetivos, motores e perceptivos. Podemos fazer uma analogia do cérebro da criança como uma clareira, enorme, disponível e receptiva. É como se fosse uma esponja pronta para absorver experiências, perceber e fazer sinapses. Toda experiência vivida por esses pequenos será parte integrante e importante da formação da personalidade do adulto que virá a ser. Por isso, conhecendo um pouco de como se desenvolvem poderemos auxiliar estimulando adequadamente sem exigir algo que não é apropriado para a etapa de desenvolvimento e também sem desprezar o aparato neuropsicomotor e cognitivo que têm, pronto para aprender e crescer de forma saudável. SER PENSANTE A criança, de acordo com a teoria piagetiana, até os dois anos de idade experimenta o período sensório motor em que a aquisição do conhecimento acontece por meio dos sentidos. A criança nessa fase necessita tocar e levar tudo à boca, maneira que conhece e experimenta o mundo. Essas ações acontecem de uma forma reflexiva, não há intenção nos atos.

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FASE DA PRIMEIRA INFÂNCIA

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A criança de zero a dois anos de idade( PRIMEIRA INFÂNCIA)

Compreender cada etapa do desenvolvimento da criança e não tentar acelerar é muito importante para a criança e prazeroso para quem acompanha de perto essa evolução natural

O desenvolvimento da criança se inicia a partir da concepção

e evolui abrangendo aspectos neurológicos, cognitivos,

afetivos, motores e perceptivos. 

Podemos fazer uma analogia do cérebro da criança como uma

clareira, enorme, disponível e receptiva. É como se fosse uma

esponja pronta para absorver experiências, perceber e fazer

sinapses. Toda experiência vivida por esses pequenos será

parte integrante e importante da formação da personalidade

do adulto que virá a ser. Por isso, conhecendo um pouco de

como se desenvolvem poderemos auxiliar estimulando

adequadamente sem exigir algo que não é apropriado para a

etapa de desenvolvimento e também sem desprezar o aparato

neuropsicomotor e cognitivo que têm, pronto para aprender e

crescer de forma saudável.

SER PENSANTE

A criança, de acordo com a teoria piagetiana, até os dois anos

de idade experimenta o período sensório motor em que a

aquisição do conhecimento acontece por meio dos sentidos. A

criança nessa fase necessita tocar e levar tudo à boca,

maneira que conhece e experimenta o mundo. Essas ações

acontecem de uma forma reflexiva, não há intenção nos atos. 

Após essa etapa, a criança passa ao estágio pré-operatório

que perdura  aproximadamente até os sete anos de idade. No

início dessa fase, a criança ainda acha - na verdade tem

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certeza - de que é o centro do universo. Egocêntrica, crê que

tudo o que acontece é em função dela, as ações são

irreversíveis e o raciocínio lógico ainda está em

desenvolvimento. Ela não compreende as transformações e a

reversibilidade, mesmo que ocorram na sua frente. Ao

pegarmos, por exemplo, uma bola de massinha de modelar e

esticá-la em uma cobrinha, a criança acreditará que na

cobrinha há mais massinha. Ao colocarmos um fantoche do

lobo nas mãos, a criança dará vida a ele ignorando que o viu

sendo vestido pela mamãe ou professora. O jogo do faz de

conta é importante para que os pequenos simbolizem o que

sentem e elaborem seus conflitos, recriando experiências do

seu dia a dia, representando o imaginário no mundo real,

utilizando suas habilidades cognitivas e motoras.

SER EM MOVIMENTO

Até por volta dos três meses, o bebê ainda não consegue

segurar objetos intencionalmente, somente por reflexos.

Nesta fase é importante estimular os sentidos cantando,

abraçando e acariciando o bebê. Os pais podem exagerar nas

fisionomias bem próximas ao rosto da criança, demonstrando

alegria e satisfação. Será um prazer único receber um sorriso

de volta!

Em seguida, o bebê passa do estado de quase inércia para as

primeiras reações intencionais.  Ele diverte-se quando é

levado ao alto e gosta de fixar o olhar em objetos atraentes e

coloridos e permanece maior tempo fixando o olhar nesses

objetos. 

Dos oito meses até o primeiro aniversário, aproximadamente,

o bebê aprecia interagir com jogos simples e buscar por

algum objeto de desejo. Gosta de bichinhos de pelúcia e

bonecos, com muita cor.

De um ano a um ano e meio adora brincar de espalhar e

guardar tudo, claro que a seu modo. Por volta de um ano a

criança normalmente já tem seu aparato motor pronto para

andar, mas se ela andar aos dez meses ou um ano e meio,

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ainda não é o caso de se preocupar, pois há diferenças

individuais. É importante que ela passe por todas as fases de

se arrastar, segurar, trepar, engatinhar e andar.

Um impulso que muitos pais têm nesse momento é oferecer o

andador para a criança. Cuidado !!!!!! O andador só serve

para dar sossego aos pais e é um dos maiores causadores de

acidentes infantis graves e muitas vezes irreversíveis. Há

países em que sua comercialização é proibida. O andador

força a passagem das fases do arrastar para o andar, pulando

etapas importantes na maturação motora. Estudos

comprovam que essa antecipação pode comprometer também

o desenvolvimento de outras áreas como a fala, por exemplo.

Todas as etapas são imprescindíveis e a evolução de cada um

deve ser respeitada e estimulada adequadamente.

Depois disso e até cerca dos dois anos de idade começa a

reconhecer algumas cores e formas. Sabe procurar e

encontrar objetos que guardou. Gosta de brinquedos que

possa empurrar, puxar, encaixar e explorar com os dedos. É

uma verdadeira pesquisadora referenciada tentando

descobrir como as coisas funcionam. Os pais podem achar que

não é cuidadosa, que destrói brinquedos, mas na verdade ela

os multiplica e o faz para compreender o funcionamento. Por

isso, brinquedos caros nessa fase nem pensar. Sucata e

brinquedinhos de plástico (com os devidos cuidados com

peças pequenas) são ideais para atender a essa curiosidade.

Dos dois aos três anos a coordenação fina está mais segura e

é, geralmente, nessa época que a lateralidade (destra ou

canhota) normalmente se define.

SER EM COMUNICAÇÃO

O desenvolvimento da fala e da linguagem têm início no

nascimento e evoluirá por toda a vida. Os diferentes choros

são as primeiras interlocuções. Os pais nos primeiros dias de

contato com o bebê, já conseguem distinguir os significados

de dor, fome, incômodo ou manha em cada choro.

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Então vêm os primeiros balbucios, aos três ou quatro meses.

Aos cinco ou seis as primeiras palavras decorrentes dos

balbucios “mãããmãmã“ “papapa”, “dadada” e as interações

quando se volta para a direção de onde vem o som e já emite

alguns ruídos com o intuito de chamar atenção. Gritinhos e

gargalhadas tornam a rotina, muitas vezes exaustiva, num

prazer inexplicável. Aos sete meses já atende e se volta, ao

ser chamado pelo nome.

Por volta dos oito meses o pequeno começa a concentrar-se

por um pequeno período de tempo, cinco ou dez minutos,

ouvindo uma história e repetindo a seu modo tudo o que

escuta, demonstrando aprovação. Gosta de reproduzir o que

aprendeu com o telefone ao ouvido. 

De um ano a um ano e meio adora imitar sons e aumenta seu

vocabulário, mas ainda não muito extenso. 

Após os dois anos a criança começa a descobrir o prazer em

brincar com o outro. O egocentrismo começa a sair de cena e

então começa o processo de socialização. Até os dois anos e

meio a criança assimila centenas de palavras em pouco

tempo. Já é capaz de construir frases simples completas e de

verbalizar muitas palavras, mesmo que com erros fonéticos.

Já anda por todo lado e é muito curiosa.

Compreende perfeitamente o significado da palavra “NÃO” e

outras palavras de ordem. Reconhece e classifica formas,

cores e espessuras.

Exagerem na cantoria, brinquem com palavras, músicas e

poesias!

Dos dois anos e meio aos três anos, papais e mamães

precisam ter bastante disponibilidade para responder a todos

os questionamentos da criança: “Como?”, “Quando?” e o

preferido “Por quê?”. Apesar da linguagem ainda estar em

desenvolvimento, seu vocabulário já é bastante extenso.

Consegue comunicar-se com perfeição. 

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O aparelho neuropsicomotor amadurece aos poucos, no

sentido céfalo-caudal, ou seja, da cabeça para os pés. Por

isso, primeiro o bebê levanta sua cabeça, o tronco, senta-se

para depois andar. Há uma hierarquia e um amadurecimento

motor a ser completado antes de acontecer a etapa seguinte.

Sabemos que uma criança não irá andar aos dois meses de

idade certo? 

Por isso é preciso curtir os pequenos e aproveitar cada fase

sem ansiedade, evitando esperar resultados que ela ainda

não está madura para tal.

Cada etapa é única e não volta mais. Então, se deliciem com o

prazer de cada uma delas o que fará com que cresçam felizes

e saudáveis física, emocional e cognitivamente!

Cuidados com os dentes do bebê - de 0 a 2 anos

São 5 dicas para que os pais fiquem atentos e assim garantam uma boa formação dos dentes da criança

Amamentação materna

O leite materno é o alimento ideal para o bebê com relação

aos aspectos nutricionais e emocionais. Além disso, durante a

amamentação no peito materno o bebê realiza um exercício

físico oral que estimula toda a musculatura oral e respiração

nasal, favorecendo assim a respiração pelo nariz, fala e

posicionamento da língua e das arcadas. Este momento deve

ser tranqüilo e aconchegante para mãe e bebê.

Mamadeira

Quando por questões de saúde ou emocionais não é possível

o aleitamento materno deve-se utilizar a mamadeira com os

bicos anatômicos e sem aumentar os furos originais da

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mamadeira. O importante é que ao oferecer a mamadeira não

se altere o carinho e tranqüilidade deste momento. Inclusive

o momento do início do desmame e a remoção final da

mamadeira deve ser o mesmo do aleitamento materno. A

mamadeira deve ser apenas a substituição do aleitamento

materno, não a comodidade de fazer o bebê tomar mais leite.

Chupeta e chupar o dedo

Hábitos de sucção de chupeta e dedo devem ser considerados

normais nesta fase oral. Apenas não se deve estimular a

sucção da chupeta em exagero, não oferecer a chupeta em

todos os choros do bebê, pois poderá ser outro motivo que

não a sucção, como fralda molhada, desconforto de posição e

necessidade de aconchego. A melhor época de remoção da

chupeta dependerá da capacidade física e emocional de cada

bebê, normalmente acontece por volta dos 2 anos de idade. A

sucção digital, normalmente perdura por um período mias

prolongado, pois o bebê terá acesso ao dedo 24 horas.

Boca aberta

O hábito de manter a boca aberta também deve ser

monitorado. Se a criança respire pela boca deve passar por

uma avaliação do Otorrinolaringologista para verificar se há

obstrução das vias aéreas. Muitas vezes, mesmo depois de

desobstruídas as narinas a criança mantém a boca aberta por

hábito e isto também deve ser corrigido ou evitado.

Paninhos

Deve-se evitar o hábito dos paninhos, pois podem provocar

acidentes como sufocamento (enrolar o pescoço, fechar as

narinas) e fraturas de dentes (por quedas, após tropeçar no

paninho).

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