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UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS UNASUS UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS DEPARTAMENTO DE MEDICINA SOCIAL ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA MODALIDADE À DISTÂNCIA Melhoria da Atenção à Saúde da Criança Entre zero a 72 meses de idade na UBS/ESF Zatt, Bento Gonçalves/RS Angélica Fenalti dos Santos Pelotas, 2015

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UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS – UNASUS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

DEPARTAMENTO DE MEDICINA SOCIAL

ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA

MODALIDADE À DISTÂNCIA

Melhoria da Atenção à Saúde da Criança Entre zero a 72 meses de idade

na UBS/ESF Zatt, Bento Gonçalves/RS

Angélica Fenalti dos Santos

Pelotas, 2015

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ANGÉLICA FENALTI DOS SANTOS

Melhoria da Atenção à Saúde da Criança entre zero a 72 meses de idade

na UBS/ESF Zatt, Município de Bento Gonçalves/RS

Trabalho de conclusão de curso

apresentado ao Curso de Especialização

em Saúde da Família, da Universidade

Federal de Pelotas como requisito parcial

a obtenção do título de especialista.

Orientadora: Francine Cardozo Madruga

Pelotas, 2015

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Universidade Federal de Pelotas / DMS

Catalogação na Publicação

Gabriela N. Quincoses De Mellos CRB: 10/1327

S237m Santos, Angélica Fenalti dos

Melhoria da Atenção à Saúde da Criança entre zero a 72 meses

de idade na UBS/ESF Zatt, Município de Bento Gonçalves/RS /

Angélica Fenalti dos Santos; Francine Cardozo Madruga,

orientadora. - Pelotas: UFPeL, 2015.

108 f. : il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Saúde da

família (EaD) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal de

Pelotas, 2015.

1. Saúde da Família 2. Atenção Primária à Saúde 3. Saúde da

Criança 4. Puericultura I. Madruga, Francine Cardozo, orient. II.

Título

CDD 362.14

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Dedicatória

Dedico esse ao meu noivo Lucas, pessoa cоm quem аmо partilhar а vida.

Cоm você tenho mе sentido mais viva dе verdade. Obrigado pelo carinho, а

paciência е pоr sua capacidade de me trazer pаz nа correria dе cada dia de

nossa convivência.

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Agradecimentos

A Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades. A esta universidade, seu corpo docente, direção e administração que

oportunizaram a janela que hoje vislumbro um horizonte superior. A minha orientadora Francine Cardozo Madruga, durante todo o curso,

pelas suas correções e incentivos. A coordenadora pedagógica deste curso, Cristina Dutra Ribeiro, pelo

auxílio, mesmo que por um período curto, e pelo incentivo. A minha mãe Jocelaine, pelo amor, incentivo e apoio incondicional, sem

você não teria chegado onde estou hoje. A todos da equipe do ESF Zatt, onde exerço as atividades, pelo

aprendizado e crescimento profissional. E a todos que indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu

muito obrigado.

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Lista de figuras

Figura 1 Gráfico indicativo da proporção de crianças entre zero e 72 meses

inscritas no programa da unidade de saúde. Bento Gonçalves, RS,2014. ........ 67

Figura 2 Gráfico indicativo da proporção de crianças com primeira consulta na

primeira semana de vida. Bento Gonçalves, RS, 2014. ........................................ 68

Figura 3 Gráfico indicativo da proporção de crianças com monitoramento de

crescimento. Bento Gonçalves, RS, 2014. .............................................................. 69

Figura 4 Gráfico indicativo da proporção de crianças com monitoramento de

desenvolvimento. Bento Gonçalves, RS, 2014. ..................................................... 71

Figura 5 Gráfico indicativo da proporção de crianças com vacinação em dia para

a idade. Bento Gonçalves, RS, 2014. ...................................................................... 72

Figura 6 Gráfico indicativo da proporção de crianças de 6 a 24 meses com

suplementação de ferro. Bento Gonçalves, RS, 2014. ......................................... 74

Figura 7 Gráfico indicativo da proporção de crianças com triagem auditiva. Bento

Gonçalves, RS, 2014. ................................................................................................. 74

Figura 8 Gráfico indicativo da proporção de crianças com o teste do pezinho

realizado até 7 dias de vida. Bento Gonçalves, RS, 2014. ................................... 75

Figura 9 Gráfico indicativo da proporção de crianças entre 6 e 72 meses com

avaliação de necessidade de atendimento odontológico. Bento Gonçalves, RS,

2014. .............................................................................................................................. 76

Figura 10 Gráfico indicativo da proporção de crianças de 6 a 72 meses com

primeira consulta odontológica. Bento Gonçalves, RS, 2014. ............................. 78

Figura 11 Gráfico indicativo da proporção de busca ativa realizada às crianças

faltosas às consultas no programa de saúde da criança. Bento Gonçalves, RS,

2014. .............................................................................................................................. 79

Figura 12 Gráfico indicativo da proporção de crianças com registro atualizado.

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Bento Gonçalves, RS, 2014. ...................................................................................... 80

Figura 13 Gráfico indicativo da proporção de crianças com avaliação de risco.

Bento Gonçalves, RS, 2014. ...................................................................................... 81

Figura 14 Gráfico indicativo da proporção de crianças cujas mães receberam

orientações sobre prevenção de acidentes na infância. Bento Gonçalves, RS,

2014. .............................................................................................................................. 82

Figura 15 Gráfico indicativo do número de crianças colocadas para mamar

durante a primeira consulta. Bento Gonçalves, RS, 2014. ................................... 83

Figura 16 Gráfico indicativo da proporção de crianças cujas mães receberam

orientações nutricionais de acordo com a faixa etária. Bento Gonçalves, RS,

2014. .............................................................................................................................. 84

Figura 17 Gráfico indicativo da proporção de crianças cujas mães receberam

orientação sobre higiene bucal, etiologia e prevenção da cárie. Bento Gonçalves,

RS, 2014. ...................................................................................................................... 85

Figura 18 Gráfico indicativo da proporção de crianças residentes na área de

abrangência da unidade de saúde com primeira consulta odontológica

programática. Bento Gonçalves, RS, 2014. ............................................................ 86

Figura 19 Gráfico indicativo da proporção de crianças de 6 a 72 meses com

necessidade de tratamento odontológico. Bento Gonçalves, RS, 2014. ........... 87

Figura 20 Gráfico indicativo da proporção de buscas realizadas às crianças

residentes da área de abrangência da unidade de saúde. Bento Gonçalves, RS,

2014. .............................................................................................................................. 89

Figura 21 Gráfico indicativo da proporção de crianças cujos responsáveis

receberam orientações sobre hábitos de sucção nutritiva e não nutritiva e

prevenção de oclusopatias. Bento Gonçalves, RS, 2014. .................................... 92

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Lista de abreviaturas e siglas

APS Atenção Primária a Saúde ACS Agentes Comunitários de Saúde CAB Caderno de Atenção Básica ESF Estratégia Saúde da Família HIPERDIA Cadastro de Hipertensos e Diabéticos IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDH Índice de Desenvolvimento Humano NASF Núcleos de Apoio à Saúde da Família MS Ministério da Saúde PROVAB Programa de Valorização da Atenção Básica SIAB Sistema de Informação da Atenção Básica SMS Secretaria municipal de saúde SUS Sistema Único de Saúde UBS Unidade Básica de Saúde UFPel Universidade Federal de Pelotas

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SUMÁRIO

Apresentação .............................................................................................................. 10

1 Análise Situacional ................................................................................................ 11

1.1. Qual a situação da ESF em seu serviço? .................................................... 11

1.2 Relatório da análise situacional ...................................................................... 13

1.3 Comentário comparativo entre o texto inicial e o Relatório da Análise Situacional ................................................................................................................. 25

2. Análise Estratégica ............................................................................................... 26

2.1 Justificativa ......................................................................................................... 27

2.2 Objetivos e metas .............................................................................................. 28

2.3 Metodologia ........................................................................................................ 31

2.3.1Detalhamento das Ações ........................................................................... 31

2.3.2 Indicadores .................................................................................................. 51

2.3.3 Logística ....................................................................................................... 59

2.4 Cronograma ........................................................................................................ 60

3 Relatório da intervenção ...................................................................................... 61

3.1 Ações previstas e desenvolvidas .................................................................... 61

3.2 Ações previstas e não desenvolvidas ............................................................ 64

3.3 Aspectos relativos à coleta e sistematização dos dados ............................ 64

3.4 Viabilidade da incorporação das ações à rotina de serviços ..................... 65

4 Avaliação da Intervenção ..................................................................................... 66

4.1 Resultados .......................................................................................................... 66

4.2Discussão ............................................................................................................ 92

4.3 Relatório da intervenção para os gestores .................................................... 95

4.4Relatório da Intervenção para a comunidade ................................................ 98

5 Reflexões sobre o processo de aprendizagem ............................................ 100

Anexos ........................................................................................................................ 102

Anexo A - Planilha de coleta de dados Saúde da Criança.............................. 103

Anexo B - Ficha espelho Saúde da Criança. ..................................................... 105

Anexo C - Parecer do Comitê de Ética ............................................................... 107

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RESUMO

SANTOS, Angélica Fenalti dos. Melhoria da atenção à Saúde da Criança entre zero a 72 meses de idade na UBS/ESF Zatt, do município de Bento Gonçalves/RS. 2015. 108f.; il. Trabalho Acadêmico (Especialização) – Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.

Após a ampliação de cobertura da Estratégia Saúde da Família, os óbitos infantis diminuíram de 47,1 a cada mil nascidos vivos, em 1990, para 15,6 em 2010. A atenção primária a saúde deve estar preparada para realizar as atividades de promoção a saúde das crianças para que possa garantir futuras gerações de adultos e idosos mais saudáveis. A intervenção realizada no município de Bento Gonçalves, na Estratégia de Saúde da Família Zatt, abrangeu os eixos de monitoramento e avaliação da atenção à criança, engajamento da comunidade, organização e gestão da unidade, embasados no protocolo do Ministério da Saúde. Durante o projeto foi realizado qualificação dos profissionais da estratégia, reuniões de equipes e diálogos diretos com a comunidade, todos envolvidos nas metas de melhorias na atenção dispensada as crianças menores de 72 meses de idade. Conseguimos uma cobertura de 44%, 144 de 325 crianças da área de abrangência com 93% de acompanhamento do desenvolvimento. A atenção à saúde da criança inicia antes mesmo do nascimento, durante o planejamento familiar, para adaptação do ambiente ao nascimento da criança. Assim, o acolhimento deve ter início ainda durante a gestação, com a equipe da saúde da família fortificando a formação do elo entre o sistema de saúde e a família. Desta forma, conclui-se que a Puericultura engloba não somente a saúde da criança, mas de todos aqueles que estão envolvidos no seu desenvolvimento adequado.

Palavras-chave: Saúde da Família; Atenção primária à saúde; Saúde da criança;

Puericultura; Saúde bucal

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Apresentação

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi elaborado com o propósito de

obtenção do título de Especialista em Saúde da Família pela Universidade

Federal de Pelotas, modalidade à distância, e está organizado em seis capítulos.

No primeiro capítulo é apresentada a análise situacional da Unidade de

Saúde Zatt da cidade de Bento Gonçalves, no Estado do Rio Grande do Sul,

neste tópico está delineada a estrutura física do serviço, o modo como ocorre o

processo de trabalho na unidade, também é mostrado o relatório da análise

situacional.

No segundo capítulo, a análise estratégica está apresentada, assim como

a justificativa para a intervenção com foco em Saúde da Criança de zero a

setenta e dois meses de idade, os objetivos e metas, indicadores, logística

cronograma da intervenção.

O terceiro capítulo contém o relatório da intervenção no qual são descritas

todas as ações realizadas, as ações não realizadas, as dificuldades vivenciadas

e a articulação entre a intervenção e a rotina do serviço.

No quarto capítulo são apresentados os resultados e a discussão da

intervenção, além disso, estão dispostos os relatórios da intervenção para a

comunidade e para os gestores a fim de esclarecer ao público alvo quais foram

os resultados alcançados até o momento e buscar apoio para a continuidade da

atividade.

No quinto capítulo é apresentada uma reflexão crítica sobre o processo

pessoal de aprendizagem na implementação da intervenção.

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1 Análise Situacional

1.1. Qual a situação da ESF em seu serviço?

A unidade que venho desempenhando minhas atividades atende cerca de

dez mil pessoas, que é a população adstrita, uma das unidades com maior fluxo

de pessoas da cidade de Bento Gonçalves no RS e com maior espaço físico. A

unidade ocupa uma parte física da escola local, que estamos sabendo que o

ministério da Saúde já autorizou a mudança de endereço e está em processo de

compra de um terreno próximo para a construção da nova unidade que terá dois

pisos sendo a parte de baixo destinado para grupos e reuniões.

A entrada da unidade conta com murais de divulgação de campanhas de

vacinação e outras comunicações, a recepção que, no turno da manhã, conta

com uma recepcionista contratada via empresa terceirizada (contrato 40 hs

trabalha manhã e tarde) e no turno da tarde, conta com mais uma recepcionista,

que trabalha 20 hs também contratada via fundação. Nesse mesmo ambiente é

realizado agendamento de consultas, autorização de exames, entrega de

resultados de exames, se localizam ali os armários com os prontuários

organizados por micro área e família. Noto que há necessidade de uma

funcionária a mais também no turno da manhã visto que a unidade atende a

demanda espontânea nesses horários e a tarde se prioriza o atendimento por

agendamento, percebo que a população já está organizada quanto a isso. Logo

atrás da recepção está a sala de triagem onde são pesados e medidos os

pacientes antes das consultas, aferido a pressão arterial, dosagem de glicemia

capilar, temperatura. Esse espaço é

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ocupado principalmente pelos técnicos de enfermagem que são em três, uma

contratada via fundação e outras duas concursadas.

Contamos com uma higienizadora. A farmácia da unidade possui todas

as medicações dos pacientes cadastrados no hiperdia, anticoncepção das

mulheres cadastradas no planejamento familiar e antibióticos para infecções.

Atualmente no atendimento da farmácia é revezado a equipe de

enfermagem. Uma das recepcionistas está fazendo curso de atendente de

farmácia. Outro espaço é a sala de vacinas onde possui todas as vacinas

preconizadas pelo calendário vacinal exceto a vacina bcg que o estado recebeu

em quantidade muito menor, centralizando a aplicação dessa vacina para

apenas duas unidades da cidade, pelo menos até se regularizar a quantidade.

Possui uma outra sala de espera que fica centralizada a unidade tipo um saguão,

aonde ficam os pacientes que já passaram pela triagem e está aguardando

consulta médica, odontológica, de enfermagem, ou psicológica.

A sala da coordenadora que é a enfermeira está sendo dividida comigo,

onde atuo nesta como enfermeira pelo Programa de Valorização da Atenção

Básica (PROVAB), lá realizamos consultas de enfermagem, coletas de

citopatológico, teste rápido de hiv e sífilis, e em breve será disponibilizado o teste

rápido de gravidez segundo a rede cegonha. Por último e não menos importante,

a sala das ACSs é dividida com os Profissionais do Nasf, onde os ACSs ficam

ocupando a mesma até as 8 e 30 hs e após é ocupada pelos profissionais do

NASF (Núcleo de apoio a saúde da família). A psicóloga do NASF atende

semanalmente nas terças feiras e quinzenalmente nas segundas feiras sob

agendamento dos profissionais que atuam na unidade.

A equipe da unidade de saúde é composta por duas recepcionistas, sendo

que uma delas trabalha apenas a tarde, três técnicas de enfermagem, duas

enfermeiras, uma médica e seis agentes comunitárias de saúde, caracterizando

uma equipe de saúde da família.

A estrutura física é parte da Escola Maria Borges Frota que se constitui

de 1 sala de vacina, 1 sala de procedimentos, 1 sala de triagem, 2 consultórios

médicos, 1 consultório de enfermagem, 1 sala da ACS, 1 cozinha, 1 sala de

esterilização, 1 recepção, 1 sala de espera, 2 banheiros, 1 sala de depósito.

Porém, a nova unidade já está em projeto para a construção na Secretaria de

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Saúde Municipal. Os profissionais do NASF que atuam na unidade são

nutricionista, fisioterapeuta, educador físico e psicóloga. Atendemos também

cerca de 8 mil pessoas fora de área.

Atualmente essa unidade de saúde acompanha 3.750 pessoas

cadastradas, sendo que 325 são crianças de até 6 anos. Alguns problemas

sociais caracterizam a população do bairro, tais como pontos de comércio de

drogas ilícitas e violência familiar e comunitária que, consequentemente,

refletem na saúde dessas pessoas, causando vulnerabilidades. Ao trabalhar com

a saúde da criança, os profissionais devem levar em consideração o histórico

familiar para melhor guiar essa família que pode não estar proporcionando um

ambiente saudável para a criação de um filho em pleno desenvolvimento.

1.2 Relatório da análise situacional

Bento Gonçalves localiza-se na Encosta Superior do Nordeste do Rio

Grande do Sul, a 124 quilômetros da capital Porto Alegre, a uma altitude de 618m

do nível do mar. A população estimada de Bento

Gonçalves é de 111.384 habitantes, de acordo com dados do IBGE

de 2013. Bento destaca-se pela elevada pontuação em índices como IDH,

que leva em consideração itens como longevidade, educação, saúde e renda.

Em 2003, a cidade teve a primeira posição do Rio Grande do Sul no Índice de

Desenvolvimento Humano - IDH e 6ª colocação do Brasil. A cidade de Bento

Gonçalves é um importante polo industrial e turístico da Serra Gaúcha.

A Secretaria Municipal de Saúde de Bento Gonçalves conta com uma rede

de atendimentos formada por Unidades Básicas de Saúde - UBS nos bairros,

Unidades da estratégia Saúde da Família - ESF, Unidades Avançadas de

atendimento em três turnos, Pronto Atendimento 24 horas e Unidades Móveis.

Existem em funcionamento 10 unidades básicas de saúde e 12 unidades de

estratégia saúde da família. O núcleo de apoio a saúde da família (NASF) é

composto por fisioterapeuta, nutricionista, psicóloga e educador físico. Ainda não

disponibiliza assistente social, terapeuta ocupacional, assim como outros

profissionais que poderiam estar contribuindo para fortalecimento das equipes

de ESFs e proporcionando melhor resolutividade a população.

No município, os serviços de atenção secundária são: O Centro de

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Referência Materno Infantil: é uma Unidade de Saúde de atendimento

secundário, a unidade possui serviço de gineco-obstetrícia e serviço de pediatria

que recebem pacientes de alto risco, encaminhados pelas Unidades Básicas de

Saúde, pelo Hospital Tacchini e outras parcerias. Possui também uma equipe

multiprofissional com psiquiatras, psicólogos, nutricionista, fonoaudiólogo,

fisioterapeuta, assistente social e equipe de enfermagem, que realiza

tratamentos especializados com bebês, gestantes e mulheres que apresentam

situações de risco. No local funcionam, ainda, ambulatórios especializados de

odontopediatria, cardiopediatria, gastropediatria e pneumopediatria.

Outros serviços de referência são: Centro Municipal de Fisioterapia;

Serviço de Atendimento Especializado e

Centro de Testagem e Aconselhamento - SAE/CTA (que atende a população

por meio de encaminhamento para tratamento e acompanhamento

especializado de HIV/AIDS, Hepatites e Tuberculose); Serviço de Atendimento

Psicossocial - CAPS II (atendimento especializado em saúde mental – doenças

mentais); Serviço de Atendimento Psicossocial - Álcool e Drogas - CAPS AD;

Centro de Atenção Psicossocial Infantil – CAPSI e Pronto Atendimento municipal

24 HS.

O serviço de referência hospitalar é o Hospital Bartolomeu Tacchini, o

único da cidade, Possui duas UTIs (Adulta e Pediátrica-Neonatal). São mais de

1.300 funcionários, e mais de 220 médicos, das diversas especialidades. O

Hospital Tacchini atende mais de 30 municípios da região serrana gaúcha. É

considerado pelo Ministério da Saúde um Hospital de referência para toda a

região. As especialidades médicas oferecidas pelo Hospital Tacchini

contemplam diversas áreas. Conta também com os serviços de Centro de Alta

Complexidade em Oncologia (Quimioterapia e Radioterapia); Serviço de

Hemodinâmica (cateterismo cardíaco); Laboratório de Análises Clínicas, Centro

de Diagnóstico por Imagem e Pronto Socorro; Centro Cirúrgico, Centro

Obstétrico, Setor de Hemodiálise, Centro Cirúrgico Ambulatorial, Centro de

Fisioterapia e Reabilitação, Centro de Oftalmologia, Agência Transfusional de

Doação de Sangue, Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos

para Transplantes, Unidade de Apoio Psiquiátrico, além das unidades de

internação que totalizam 319 leitos.

A ESF Caic-Zatt, está localizada no município de Bento Gonçalves no

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bairro Loteamento Zatt, zona urbana da cidade. Atualmente essa unidade de

saúde acompanha 3.750 pessoas cadastradas, possui vínculo 100% SUS. Atua

na unidade uma equipe de ESF. A equipe é composta por duas recepcionistas,

sendo que uma delas trabalha apenas a tarde, três técnicas de enfermagem,

duas enfermeiras (uma do PROVAB), duas médicas (uma delas do programa

Mais Médicos), uma higienizadora e seis agentes comunitárias de saúde. A

estrutura física é parte da escola Caic–Maria Borges Frota, porém a nova

unidade já está em projeto para a construção na secretaria de saúde municipal.

Uma das maiores problemáticas da unidade é que a mesma foi instalada

em parte de uma escola local, o barulho devido a atividades escolares acaba

atrapalhando atendimentos e atividades em grupo na unidade. As paredes não

são laváveis, feitas com um tipo de fórmica que está com a pintura descascando.

Não possui forro no local, sendo inviável fazer desinfecções terminais conforme

preconizam os controles de infecções. Não possuímos sala própria para

atividades em grupo, realizamos as vezes em algum consultório desocupado. O

banheiro de pacientes tem porta estreita, não sendo possível que pessoas com

deficiência física consigam utilizar. Existe uma única sala de entrada de materiais

infectados, onde ali são lavados e esterilizados. Não possui sala para armazenar

lixo não contaminado, sendo o mesmo colocado do lado de fora da unidade e a

funcionária higienizadora recolhe ao final do dia. Todas as torneiras das salas

da ESF não possuem mecanismo de fechamento automático, dificultando o

processo de lavagem correta das mãos. A unidade possui uma cadeira de rodas

para uso se necessário, encontrando-se em boas condições. Como pontos

positivos destaco que a unidade não possui degraus, escadas nem tapetes em

salas de maiores circulação, a equipe é sempre empenhada para acomodar

melhor e satisfazer as necessidades individuais. Um consultório médico e um

consultório utilizado pela enfermeira tem banheiros, isso facilita atender

gestantes durante o pré-natal, coletas de citopatológicos e outros exames

físicos. A melhor notícia que recebemos nas semanas anteriores é que já temos

um projeto pronto da nova unidade de saúde a ser construída, o projeto que nos

foi apresentado contempla todas as exigências previstas pelo ministério.

Acredito que o engajamento dos usuários melhoraria consideravelmente

o serviço, podendo ser trabalhado e colocado em pauta o que esses usuários

entendem que precisa ser melhorado, contribuindo para aumentar a qualidade

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de assistência local. Pelo que percebo durante minha vivência é que a equipe

tenta oferecer o máximo que está ao alcance e que são feitas muitas

intervenções pela pouca infraestrutura que oferece.

No quesito de territorialização e mapeamento da área de atuação, todos

os profissionais dessa ESF participam, exceto a equipe de saúde bucal

(odontólogo e auxiliar de saúde bucal) pois somos uma ESF com o serviço, mas

esses profissionais não são vinculados a Saúde da família, no entanto é

importante salientar que esse procedimento não é feito há quase cinco anos.

Todos os profissionais sabem reconhecer os grupos de exposição a riscos,

agravos e vulnerabilidades e isso facilita no processo de mapeamento local,

funcionando como uma rede onde cada profissional contribui com seu saber.

São realizados cuidados domiciliares através de visita a pacientes com

maior dificuldade com a mobilidade física e outras vulnerabilidades que impeçam

o usuário de ir até o serviço de saúde. Visitas domiciliares todas as quartas-feiras

com agendamento prévio, os profissionais envolvidos basicamente são:

enfermeiro, médico e ACS.

O bairro possui associação comunitária que, na direção anterior, tínhamos

mais liberdade e abertura para usar os espaços para a promoção de saúde,

atualmente essas atividades estão mais restritas a unidade e a escola, devido a

nova direção do bairro não ser flexível e nem um pouco disponível a essas

atividades citadas.

Todo o atendimento de urgência e emergência que chega na unidade é

atendido com prioridade as outras pessoas e a pessoa é encaminhada ao serviço

de referência de acordo com sua clínica após avaliação médica e de

enfermagem (acolhimento).

Há busca ativa de pacientes faltosos sempre que possível e essa

atribuição geralmente é realizado pela enfermeira. Outra atividade que é

geralmente feita pela enfermeira é a notificação compulsória de agravos e

doenças. Isso nos revela, por vezes um problema, pois como o enfermeiro é

incumbido de atribuições burocráticas do funcionamento da unidade, acaba

ficando a desejar até mesmo a assistência e cuidado, que é a essência da

enfermagem. Os demais trabalhadores da enfermagem devem ser engajados a

contribuir com a função burocrática também.

Os profissionais acompanham os usuários em situações de internação

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domiciliar, mesmo que seja uma visita domiciliar ao mês, ou até mesmo o agente

de saúde visita e passa alguma eventual problemática ou necessidade para

equipe para que possa ser resolutivo.

Os grupos realizados na unidade são de pacientes com sofrimento

psíquico, gestantes, aleitamento, pré-natal, hipertensos, diabéticos e idosos. A

equipe já tentou grupo de adolescentes sem sucesso, sendo que a escola é

anexo ao posto de saúde, sendo assim necessário pensar em estratégias de

como vincular esse público ao serviço, atualmente esses recebem ações de

promoção da saúde e prevenção apenas através do PSE no qual receberam

orientações, de acordo com o combinado com o diretor da escola e abordamos

assuntos como DSTs, violência e uso de drogas. A estratégia de abordar sobre

violência e uso de drogas ocorreu após analise situacional, onde vimos que a

região apresenta muitos casos de violência principalmente dentro da escola, e

uso de drogas, em alguns domicílios a família toda é usuária.

Todos os profissionais da unidade contribuem com a sua parcela para

encorajar o usuário no controle social, mas infelizmente essas relações de

controle foram enfraquecidas nos últimos meses pelo fato do o diretor/presidente

do bairro ser inflexível em autorizar o uso da associação de moradores para

atividades da saúde e de trabalhar conjuntamente conosco contribuindo com o

próprio controle social. Acredito que essa problemática possa tentar ser resolvida

através de diálogo sobre as questões de saúde locais e importância da

abordagem em espaços que facilitem o acesso a outras pessoas que

casualmente frequentem menos a unidade de saúde.

Conforme já descrito o número de pessoas acompanhadas pela ESF está

no limite indicado pelo Ministério da Saúde que é no máximo de 4 mil pessoas

por equipe. Uma das estratégias que a secretaria de saúde pensou foi de

disponibilizar uma médica pelo programa mais médicos e uma enfermeira pelo

Programa de valorização da Atenção Básica (PROVAB), essa iniciativa auxilia

no melhor acompanhamento das famílias, mas vale ressaltar que não possui

uma segunda equipe de saúde da família instalada e que também a unidade

atende cerca de 7 mil pessoas fora de área.

O perfil demográfico da população de abrangência é caracterizado por

mulheres em idade fértil (10 a 49 anos), mas são mulheres que possuem uma

escolaridade menor e trabalham em produção com extensa carga horária diária.

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Conforme o SIAB a proporção é de 51% da população do sexo feminino para

49% da população do sexo masculino. A partir disso, vê-se a necessidade de

ações voltadas a saúde da mulher, para a prevenção de câncer de mama e do

colo do útero.

A maior parte da equipe em geral dá conta da demanda

populacional, com exceção do ACS que são em seis pessoas, sendo que uma

está afastada por motivo de saúde e não conseguiram outra para cobrir seu

lugar. Na ESF Zatt não possuímos ainda uma equipe de acolhimento até porque

a unidade possui apenas uma equipe de saúde da família.

Com a minha chegada, possibilitou planejamento de novas ações e

transformações de cunho organizacional e assistencial, e a implantação do

acolhimento já era um dos projetos da enfermeira da unidade. Iniciamos o

acolhimento após capacitação da equipe, onde a equipe de enfermagem é

responsável pelo mesmo na unidade.

Atender a demanda dessa nova área está sendo possível através de uma

segunda médica na unidade, proveniente do programa mais médicos, que está

designada para atender preferencialmente a essa população. O acolhimento é

realizado todos os dias em todos os turnos, estipulamos um horário das sete e

trinta as nove horas mais por questão de organização, mas não que esse fator

seja excludente, de maneira alguma.

Conforme exposto estamos acolhendo e os usuários dessa nova área,

estão recebendo atendimento médico somente a partir de agendamento, seja no

dia ou nos próximos dias da semana conforme sua classificação de risco

biológico Um grande desafio, como enfermeiros e por ser os pioneiros a

implantar o acolhimento, é a capacitação da equipe da recepção da unidade,

pois ali está o potencial de sensibilizar esse profissional para que o paciente seja

atendido conforme sua necessidade e não conforme horário de chegada.

Há um volume grande de consultas de enfermagem quando estão com

algum tipo de problema, mas os usuários chegam a unidade querendo

atendimento médico e são direcionados ao enfermeiro. Algumas vezes observo

que os usuários ficam descontentes de inicio quando é chamado por nós, mas

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esse deve ser um espaço de troca de conhecimento com o nosso paciente e

também de mostrar nossa competência como profissional, removendo a ideação

de que só o médico resolve problemas de saúde. No geral não há excesso de

demanda de atendimento imediato e os atendimentos de baixo risco são

agendados para outro dia, procurando sempre não agendar em datas muito

distantes ao dia do primeiro acolhimento, evitando faltas às consultas e falta de

adesão ao tratamento proposto.

A comunidade é atendida pela odontologia conforme horário de chegada,

apenas crianças e gestantes possuem agendamento. O dentista atende casos

de urgência, mas não possui serviço de prótese dentária, implantes e afins de

mesma complexidade. Ainda há muito o que melhorar, todavia creio estarmos

no caminho certo e aos poucos, com passos firmes e bem alicerçados na

literatura disponível estaremos fazendo mudanças significativas, agregando

outros profissionais e beneficiando os usuários com equidade.

O número de crianças menores de 1 ano da área de abrangência foi

facilmente encontrado a partir do Sistema de informação da Atenção Básica

(SIAB).Temos 25 crianças na referida idade. Todas as crianças são

acompanhadas pelas ACSs onde fazem a busca ativa quando faltam às

consultas agendadas e receber a visita de rotina, na visita é utilizado uma ficha,

baseada no que preconiza no Caderno de Atenção Básica número 33 e

elaborada pela SMS, chamada de Visita Bebê e visita Criança, onde acompanha

a frequência da criança nas consultas, vacinações e demais acompanhamentos.

Todas as responsáveis pelas crianças são orientadas em relação a

importância do aleitamento exclusivo, prevenção de acidentes e são alertadas

quanto a vacinação estar sempre em dia. Todas as crianças fizeram o teste do

pezinho e a primeira consulta de puericultura até 7 dias após nascimento, a

maioria realizam as consultas conforme preconizado pelo MS. Um dado bem

significativo notado ao preencher o caderno de ações programáticas é que

apenas 40% das crianças são avaliadas pela parte da saúde bucal. Há ainda

muitas questões a serem melhoradas para a garantia de uma melhor saúde e

prevenção de morte infantil, visto que a maior parte dela acontecem do período

neonatal e que podem ser evitadas.

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Quanto ao atendimento odontológico talvez ainda tenhamos a cultura do

curativo e muitas vezes crianças nessa faixa etária de até um ano não sabem

referir incômodos bucais. É de grande importância a avaliação para prevenção

e promoção da saúde bucal pois muitas delas fazem uso de chupetas,

mamadeiras e os pais não tem a informação de higienizar a boca da crianças

após as mamadas, mesmo ainda sem dentes. Na unidade não existe grupo de

atenção as crianças com ênfase na puericultura, aí vê-se uma ideia de estratégia

para acontecer alguma mudança.

No município de Bento Gonçalves existe o programa AcompanhaBebê

que consiste na vinculação do recém-nascido e da mãe à Unidade de Saúde

logo após o nascimento. A partir de visitas diárias ao hospital, a mãe é orientada

sobre a importância do acompanhamento preconizado, da realização das

vacinas, do aleitamento materno e dos testes do pezinho e da orelhinha. O

acompanhamento e monitoramento das consultas segue até os dois anos. Será

considerada acompanhada a criança que tiver no primeiro ano de vida no mínimo

sete consultas. As Unidades de Saúde realizam busca ativa das crianças faltosas

às consultas bem como as em atraso vacinal.Essa estratégia alcança índices

menores de mortalidade infantil auxiliando o nosso trabalho na ESF.

Os registros de atendimento de pré-natal e puerpério são realizados em

todas em consultas nos devidos prontuários e em livro de gestante, que é um

caderno com o cadastro de cada uma, que possui data da primeira consulta,

datas das consultas subsequentes, data da consulta de puerpério e se foi

encaminhada ao pré-natal de alto risco, mas não existe um arquivo específico

para as gestantes.

Os seus prontuários permanecem armazenados na pasta da família

cadastrada. Penso que seria de grande valia colocar algum símbolo, algum

objeto que caracterize na família que ali existe uma gestante acompanhada pela

ESF, já que criar um arquivo apenas para as gestantes poderia ocasionar

grandes transtornos na equipe. Na área, temos 27 cadastradas e 25 que são

cadastradas e acompanhadas pela ESF, sendo que essas 2 possuem plano de

saúde. A previsão de gestantes de acordo com o caderno de ações

programáticas, seria de 56 gestantes conforme o contingente populacional. Isso

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nos leva a refletir que estamos fazendo um bom controle de natalidade, ou, não

estamos conseguindo captar essas gestantes. Os indicadores de qualidade do

pré-natal estão de acordo com o que preconiza o ministério da saúde em relação

a atenção desse grupo prioritário, a maioria com consultas em dia, vacinas

também; Todas são orientadas em atividades em grupos e nas consultas ao

aleitamento exclusivo, cuidados na gestação e com o recém-nascido. Conforme

dados encontrados e registrados tivemos 25 partos na região no último ano, a

maioria com consultas realizadas até 42 dias pós-parto, todas com as consultas

registradas em prontuários e receberam orientações sobre os cuidados básicos

com os recém-nascidos, aleitamento exclusivo, planejamento familiar e

realizados exames físicos e anamnese completos, orientando aos cuidados

sobre intercorrências.

Creio que há muito a ser melhorado, quem sabe uma boa estratégia seria

os outros profissionais da saúde da ESF, assim como os do Núcleo de apoio a

Saúde da Família, serem estimulados a participar mais ativamente do pré-natal

e até podendo fazer o cadastramento das gestantes. No município de Bento

Gonçalves é realizado o pré-natal odontológico, onde para todas as gestantes

no dia de seu cadastro já é agendado consulta com dentista e também com a

nutricionista do NASF para prevenir a gestação de alto risco.

Essas iniciativas, com certeza, aumentam a qualidade do serviço

prestado, envolvem a equipe e as gestantes são integralmente avaliadas e

apoiadas. Não existe protocolo municipal para que os enfermeiros possam

prescrever medicações do pré-natal e pedir exames, no entanto está sendo

elaborado. Isso leva a muitos enfermeiros a não fazerem o pré-natal, deixando

essa atribuição apenas ao profissional médico. Na nossa unidade estamos nos

encorajando e instrumentando para tal atividade, fazemos o cadastro da

gestante no SISPRENATAL, os testes rápidos de HIV e sífilis, cálculo de

semanas da gestação, data provável do parto e orientações quanto ao

atendimento, número de consultas e esclarecimento de dúvidas, preenchendo

devidamente a carteira da gestante. Verificamos também as vacinações e

agendamos a consulta com a médica de família.

A forma de registro dos exames citopatológicos do colo do útero facilitou

a busca por respostas para o preenchimento do caderno de ações programáticas

e para a reflexão de nossas práticas conjuntamente com a facilidade em

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preencher os questionários devidamente. Os registros são feitos em livro próprio

de coleta e em prontuário, onde a visualização fica descomplicada.

Já, em relação ao registro de controle do câncer de mama foi mais

trabalhoso pois não há um arquivo próprio e nem livro para esse fim, apenas é

registrado em prontuário, sendo necessário uma busca nos mesmos. A

cobertura de prevenção do colo do útero está adequada conforme número

estimado das mulheres do caderno de ações com idade de 25 a 64 anos, sendo

1409 mulheres estimadas e acompanhamos 1338 (95%).

Sabemos que muitas não vem a unidade de saúde devido ao horário de

trabalho ser o mesmo do funcionamento da mesma. Sabe-se também que

algumas mulheres possuem plano de saúde e não procuram os serviços de

saúde do SUS. Há algumas ações sendo desenvolvidas para trabalhar mais a

prevenção com as mulheres trabalhadoras, que é o maior número da nossa

população adstrita, uma delas é o atendimento para trabalhadores uma vez ao

mês, das 18 h ás 22 h. As ACSs agendam consulta nesse dia conforme

necessidade e prioridades.

Algumas empresas contam com equipe de enfermagem do trabalho, lá

estão sendo coletados os citopatológicos e realizados exames clínicos das

mamas. A cobertura de prevenção do câncer de mama está em 92%, pois a

estimativa pelo caderno de ações programáticas é de 387 mulheres de 50 a 69

anos e acompanhamos 356.

Nota-se também retorno anual para coleta de exame sem necessidade

conforme protocolo MS. A maior parte das mulheres com idade de 50 a 69 anos

estão com mamografia em dia, 4 com alterações nos últimos 3 anos, sendo

devidamente encaminhada e tratada com equidade.

De acordo com questionários preenchidos, creio que há uma sobrecarga

do profissional enfermeiro, pois somente este coleta os exames do colo do útero,

cabendo ao médico no momento da consulta também realizar a coleta fazendo

rastreamento oportunista. Os outros profissionais do NASF e equipe de saúde

bucal também podem inserir os assuntos de prevenção do câncer feminino em

suas abordagens. Isso com certeza ampliaria a cobertura e a qualidade de

atenção a essas problemáticas.

A grande estratégia para não perder o seguimento da mulher com exames

alterados é o trabalho do agente comunitário de saúde, consegue-se a partir

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desses, fazer busca ativa com mais precisão, com qualidade e mais

rapidamente. A valorização desse profissional deve sempre ser prioridade, pois

o mesmo é a chave para o funcionamento da ESF. O agente comunitário de

saúde é um profissional imprescindível pois apresenta o trabalho da unidade de

saúde a população e também apresenta as demandas dessa aos profissionais

que ali atuam. É de suma importância para que planejamentos sejam

concretizados.

Na área adstrita acompanhamos 343 hipertensos e 81 diabéticos. Isso

nos faz analisar que ou não estamos sabendo buscar e diagnosticar esse

portador, ou o número é realmente mais baixo e reflete em população mais

saudável, pois o caderno de ações programáticas estima que possuam 839

hipertensos e 240 diabéticos na área de abertura desta ESF, tendo cobertura de

41% e 34% respectivamente. Quanto aos indicadores de qualidade, ambos

estão adequados contemplando quase 100% dos indivíduos acompanhados,

com exceção da avaliação em saúde bucal, que como já relatei anteriormente,

os profissionais da odontologia pouco participam das atividades da ESF. Os

profissionais da unidade são flexíveis em relação a atendimentos, atendem

conforme a necessidade do usuário. Atendemos uma população

consideravelmente grande de fora de área de cobertura da ESF e não tenho

acesso a números específicos de quantos hipertensos e diabéticos estão dentre

esses. Talvez uma solução para seguir acompanhamento como preconiza o MS

a portadores dessas doenças crônicas seja criando um arquivo especifico ou

algum dispositivo que sinalize esses pacientes.

Na unidade é realizado grupo de diabéticos mensalmente, organizado

para vários profissionais da rede participar na educação em saúde daqueles

portadores.

O número de idosos que a ESF acompanha é de 247 na população

em geral adstrita e o número da população de idosos estimado no caderno é de

512, portanto o percentual de cobertura é de 48%. Claro que devemos salientar

que estamos trabalhando com uma ACS a menos, que está de licença por

motivos de saúde e isso reflete no número de idosos acompanhados e

cadastrados estarem menor comparado a estimativa de idosos conforme a

quantidade de pessoas acompanhadas. Na unidade existe um grupo de idosos

que é realizado nas sextas-feiras, onde nesses grupos são abordados temáticas

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do cotidiano no processo de envelhecer. As ACSs que organizam o mesmo,

muitas vezes com apresentações dinâmicas com teatro e músicas. A avaliação

dos indicadores de qualidade no geral está adequada visto que muitos realizam

consultas periódicas e os próprios agente de saúde, na divulgação do grupo,

oportunizam para orientar os mesmos quanto a saúde e a promoção e prevenção

da mesma. Sabemos que devemos sempre estar em análise para melhora e

adequação a população assistida. Todos os idosos acompanhados são

orientados quanto a alimentação saudável, atividade física conforme sua

capacidade, avaliando nesse momento oportuno as condições de risco para

morbimortalidade e risco para fragilização na velhice. Novamente observo que

os atendimentos de saúde bucal que em geral os usuários buscam o serviço por

queixa aguda, na doença e devido à idade não compreendem que a prevenção

da saúde bucal é realizado por toda a vida. Mais uma vez vejo que a atuação da

equipe de saúde bucal da unidade engloba mais atendimentos individuais, estou

aos poucos dando ideias para fazer grupo ou sala de espera e percebo que há

possibilidade de surgir uma parceria que pode dar super certo.

Infelizmente também tenho observado que os profissionais do NASF

(psicóloga, nutricionista, educador físico e fisioterapeuta) estão menos

envolvidos com grupos dando prioridade para atendimento individual e isso gera

espera maior por uma consulta agendada. O desafio é mobilizar o NASF. Outro

levantamento importante é que existe a equipe que organiza esse grupo dos

idosos mas não há avaliação dessas ações para podermos melhorar em alguns

aspectos ao lidar com o idoso.

A vivencia na estratégia saúde da família associada aos conhecimentos

experimentados até o momento, amplia e qualifica nossa visão, tornando mais

crítica a detalhes que podem parecer insignificantes mas apresentam resultados

decisivos para modificar a realidade, trazendo assim melhorias e proporcionando

ações com competência.

A equipe que atua na unidade citada, às vezes reluta contra certas

mudanças, implantações de ideias que poderiam favorecer na qualidade do

serviço prestado, contudo percebo que é necessário tomar decisões em conjunto

e apresentar propostas sempre baseado em literatura, que permita criar

consciência sobre tal assunto explanado. A partir disso conseguiremos trabalhar

com a motivação desses trabalhadores da saúde, que fazem parte da equipe e

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devem ser ouvidos.

Conforme as estimativas do caderno de ações programáticas, nos é

indicado que a cobertura de todos os grupos populacionais está baixa e isso é

preocupante pois pode estar sinalizando que não estamos sabendo captar as

demandas de saúde ali existentes. Em contrapartida, o mesmo caderno aponta

que estamos conseguindo acompanhar a população já cadastradas em grupos

prioritários. A aplicação dos questionários se faz muito pertinente pois é com eles

que aprofundamos nosso olhar diante da experiência vivida e com eles também

nos faz ver como o serviço deveria estar funcionando. Apesar dessas

colocações, a equipe é muito engajada e se preocupa com as demandas da

população, oportunizando troca de saberes que resulta em melhorias para a

gestão e assistência na saúde.

Concluindo a atividade, observo que as tarefas das semanas anteriores

permite visão holística quanto aos vários aspectos que uma unidade de saúde

pode apresentar. Atento que na segunda semana de ambientação foi-me

orientado que a unidade acompanhava 10 mil pessoas e que essa informação é

equivocada pois aprendi que uma população que faz parte do território de uma

ESF só é considerada acompanhada quando faz parte da área de abrangência

e acompanhar esse número de pessoas tão alto é inviável pois a unidade é

composta por apenas uma equipe de saúde da família. As pessoas recebem a

atenção, mas realmente, se não são da área de abrangência, não temos

controle, e não podemos dizer que são acompanhadas.

1.3 Comentário comparativo entre o texto inicial e o Relatório da Análise Situacional

Nas semanas de ambientação, onde tudo é novo e onde não temos o

conhecimento de causa, daquele que vive a prática, mas possui o embasamento

teórico, discernir aquilo que é o mais certo para fazer e que é praticado na UBS

é tarefa difícil e aparentemente está tudo funcionando bem.

A análise crítica somente foi possível através da aplicação dos

questionários, pois nos permite refletir sobre quesitos da assistência que estão

bons e podem ser melhorados e mudar aquilo que não está de acordo com o

que é preconizado pelo Ministério da Saúde. Ampliou minha visão como

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especializanda e também como profissional, pois aprendi sobre indicadores de

cobertura, de qualidade, vi que precisamos buscar mais nossos usuários para

melhorar esses indicadores, e também vi que precisamos engajar a comunidade

para melhoria do serviço de saúde que pertence a ela.

Compreendi através da análise situacional que a criação de novos

dispositivos organizacionais pode estruturar o atendimento ao usuário, pois

permite que seja estruturado o serviço de modo que facilite o acesso a dados

necessários para monitoramento e avaliação das ações propostas na unidade.

2. Análise Estratégica

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2.1 Justificativa

A importância da implantação dessa ação dá-se pela necessidade de

estruturar a ampliação da atenção às crianças de 0 a 72 meses, pois através do

acompanhamento de crescimento e desenvolvimento da população dessa faixa

etária podemos reduzir agravos por causas preveníveis e evitáveis resultando

em queda das taxas de morbimortalidade. Segundo informações colhidas no

protocolo de atenção na saúde da criança – Caderno de Atenção Básica nº 33,

após a ampliação de cobertura da Estratégia Saúde da Família, os óbitos infantis

diminuíram de 47,1 a cada mil nascidos vivos, em 1990, para 15,6 em 2010. A

atenção primária a saúde deve estar preparada para realizar as atividades de

promoção a saúde das crianças para que possa garantir futuras gerações de

adultos e idosos mais saudáveis. (BRASIL, 2012)

Segundo estimativa do Caderno de Ações Programáticas, apresentamos

cobertura de 60% das crianças de 0 a 12 meses. Nessa fase, sem desvalorizar

as faixas etárias posteriores, se sobressaem algumas dificuldades em relação a

criação do filho, da identidade do ser mãe e pai como responsáveis por um ser

que tem vida e que depende da sua total dedicação, a dificuldade da construção

da identidade após a paternidade. Ressalto que possuímos 325 crianças de 0 a

72 meses, justificando a importância da puericultura ser feita até a idade pré-

escolar, pois nesta faixa etária as crianças não possuem acompanhamento

pedagógico integrados aos profissionais de saúde. A atenção prestada as

crianças de 0 a 24 meses é realizada pelo profissional médico através das

consultas de puericultura e são acompanhadas por toda a equipe de saúde

através das vacinações, teste do pezinho, teste da orelhinha, avaliação de peso

para idade e estatura. Após os 24 meses essas, somente estão sendo atendidas,

se acaso ocorra alguma intercorrência da saúde da mesma, desconhecendo que

o Ministério da Saúde preconiza atendimento de puericultura até os 6 anos de

idade.

O município de Bento Gonçalves no estado do Rio Grande do Sul, possui

o programa “acompanha-bebê” que visa o acompanhamento de saúde das

crianças de 0 a 24 meses. Com essa iniciativa da secretaria municipal de saúde,

é visitado o bebê no hospital e já agendado primeira consulta de puericultura na

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unidade, para realização do teste do pezinho e avaliação da amamentação,

oportunizando orientações na relação mãe-bebê.

Saliento que é de extrema relevância a intervenção aqui explicitada pois

as crianças a partir dos 24 meses estão desassistidas no que se refere ao

acompanhamento do seu crescimento e desenvolvimento. As crianças de 0 a

24 meses estão com déficit de acompanhamento de puericultura como preconiza

o Ministério da Saúde, com um número significativo de faltosos. Devemos levar

em consideração que o trabalho em equipe propicia visões mais amplas de um

mesmo seguimento e que contribui para melhoria de ações planejadas.

2.2 Objetivos e metas

Objetivo geral

Melhoria da Atenção à Saúde da Criança de zero a setenta e dois meses,

na ESF Zatt, município de Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul.

Objetivos específicos

1. Ampliar a cobertura da atenção à saúde da criança

2. Melhorar a qualidade da atenção à saúde da criança

3. Melhorar a adesão da atenção à saúde da criança

4. Melhorar o registro das informações

5. Mapear as crianças de risco pertencentes à área de abrangência

6. Promover saúde da criança

Metas saúde da criança

Relativas ao objetivo 1: Ampliar a cobertura da atenção à saúde da criança

Meta 1.1 Ampliar a cobertura da atenção à saúde para 55% das crianças entre

zero e 72 meses pertencentes à área de abrangência da unidade saúde.

Relativas ao objetivo 2: Melhorar a qualidade da atenção à saúde da criança

Meta 2.1 Realizar a primeira consulta na primeira semana de vida para

100% das crianças cadastradas.

Meta 2.2 Monitorar o crescimento em 100% das crianças.

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Meta 2.3 Monitorar 100% das crianças com déficit de peso.

Meta 2.4 Monitorar 100% das crianças com excesso de peso.

Meta 2.5 Monitorar o desenvolvimento em 100% das crianças.

Meta 2.6 Vacinar 100% das crianças de acordo com a idade.

Meta 2.7 Realizar suplementação de ferro em 100% das crianças de 6 a

24 meses.

Meta 2.8 Realizar triagem auditiva em 100% das crianças.

Meta 2.9 Realizar teste do pezinho em 100% das crianças até 7 dias de

vida.

Meta 2.10 Realizar avaliação da necessidade de atendimento

odontológico em 100% das crianças de 6 e 72 meses.

Meta 2.11 Realizar primeira consulta odontológica para 100% das crianças de 6

a 72 meses de idade moradoras da área de abrangência, cadastradas na

unidade de saúde.

Relativas ao Objetivo 3: Melhorar a adesão ao programa de Saúde da Criança

Meta 3.1 Fazer busca ativa de 100% das crianças faltosas às consultas.

Relativas ao Objetivo 4: Melhorar o registro das informações

Meta 4.1 Manter registro na ficha espelho de saúde da criança/ vacinação de

100% das crianças que consultam no serviço.

Relativas ao Objetivo 5: Mapear as crianças de risco pertencentes à área de

abrangência

Meta 5.1 Realizar avaliação de risco em 100% das crianças cadastradas no

programa.

Relativas ao Objetivo 6: Promover a saúde das crianças

Meta 6.1 Dar orientações para prevenir acidentes na infância em 100% das

consultas de saúde da criança.

Meta 6.2 Colocar 100% das crianças para mamar durante a primeira consulta.

Meta 6.3 Fornecer orientações nutricionais de acordo com a faixa etária para

100% das crianças.

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Meta 6.4 Fornecer orientações sobre higiene bucal para 100% das crianças de

acordo com a faixa etária

Metas de saúde bucal

Objetivos específicos:

1. Ampliar a cobertura da atenção a saúde bucal da criança

2. Melhorar a qualidade da atenção a saúde bucal dos escolares

3. Melhorar a adesão ao atendimento em saúde bucal

4. Melhorar o registro das informações

5. Promover a saúde bucal das crianças

Relativa ao objetivo 1. Ampliar a cobertura de atenção à saúde bucal da criança

Meta 1.1 Ampliar a cobertura de primeira consulta odontológica programática

para 55% das crianças de 6 a 72 meses de idade residentes na área de

abrangência da unidade de saúde e inscritas no programa Saúde da Criança da

unidade.

Relativas ao Objetivo 2. Melhorar a qualidade da atenção à saúde bucal das

crianças de 6 a 72 meses.

Meta 2.1 Realizar avaliação da necessidade de atendimento odontológico em

100% das crianças de 6 a 72 meses cadastradas no programa Saúde da Criança

da unidade e pertencentes a área de abrangência

Meta 2.2 Realizar a primeira consulta odontológica programática para 100% das

crianças de 6 a 72 meses cadastradas no programa Saúde da Criança da

unidade, pertencentes à área de abrangência e que necessitam de atendimento

odontológico.

Meta 2.3 Concluir o tratamento dentário em 100% das crianças com primeira

consulta odontológica programática.

Relativas ao Objetivo 3. Melhorar a adesão ao atendimento em saúde bucal

Meta 3.1 Realizar busca ativa de 100% das crianças que necessitavam realizar

a primeira consulta odontológica programática e faltaram.

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Meta 3.2 Fazer busca ativa de 100% das crianças com primeira consulta

odontológica programática faltosas às consultas subsequentes.

Relativas ao Objetivo 4. Melhorar o registro das informações

Meta 4.1 Manter registro atualizado em planilha e/ou prontuário de 100% das

crianças com primeira consulta odontológica programática.

Relativas ao Objetivo 5. Promover a saúde das crianças

Meta 5.1 Fornecer orientações sobre higiene bucal para 100% dos responsáveis

por crianças com primeira consulta odontológica programática.

Meta 5.2 Fornecer orientação sobre dieta para 100% dos responsáveis por

crianças com primeira consulta odontológica programática.

Meta 5.3 Fornecer orientações sobre hábitos de sucção nutritiva e não nutritiva

e prevenção de oclusopatias para 100% dos responsáveis por crianças com

primeira consulta odontológica programática.

2.3 Metodologia

Para a execução do trabalho, utilizaremos 5 eixos pedagógicos propostos

pelo curso para contemplar integralmente todos os pontos necessários as

mudanças que a intervenção recomenda, adequando o serviço conforme

preconiza o Protocolo SUS para atendimento às crianças. Tais eixos são:

Monitoramento e avaliação do atendimento, serviço prestado; Organização e

gestão da Unidade em questão com apoio dos gestores municipais;

Engajamento público, visando encorajar a comunidade a gestão participativa nos

serviços SUS; e qualificação da prática clínica, onde a equipe se capacita,

adequando-se ao que indica o Caderno de Atenção Básica nº 33 de atendimento

à criança.

2.3.1Detalhamento das Ações

Atenção a Saúde da Criança

Objetivo 1 - Ampliar a cobertura do Programa de Saúde da Criança

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Monitoramento e Avaliação:

Ação: Monitorar o número de crianças cadastradas no programa.

Detalhamento: a enfermeira revisará as ficha espelho, ficha do acompanha-bebê

e prontuários, quando necessário, semanalmente, nas quintas-feiras pela

manhã.

Organização e Gestão:

Ação: Cadastrar a população de crianças entre zero e 72 meses da área

adscrita.

Detalhamento: A equipe de enfermagem verificará junto as ACS as novas

crianças pertencentes ao território, semanalmente (quintas-feiras pela

manhã), através do cadastro das famílias realizado no E-SUS (sistema

informatizado do sus). Cadastrar todas as crianças de 0 a 72 meses no E-sus;

Realizará também revisão de prontuários clínicos e coleta de dados por parte

dos ACS.

*Cadastrar também toda e qualquer criança que busque ativamente

atendimento pediátrico para problemas agudos, através da utilização de

prontuários não eletrônicos de cadastramento, os quais poderão ser utilizados

por toda a equipe (inclusive ACS, durante a busca ativa).

Ação: Priorizar o atendimento das crianças.

Detalhamento: A equipe da unidade reservará um mínimo de 2 turnos

semanais afim de disponibilizar o atendimento necessário, observando com a

equipe os melhores horários para contemplar àquelas responsáveis pelas

crianças que exercem atividades fora da residência. A auxiliar administrativa

fica responsável de abrir os horários da agenda semanalmente, todas as

sextas-feiras.

Engajamento Público:

Ação: Orientar a comunidade sobre o programa de saúde das crianças e quais

seus benefícios.

Detalhamento: A enfermeira e a odontóloga realizarão palestra e/ou grupo

(grupo de gestantes que funciona bem na unidade) com orientações à

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comunidade a respeito do novo projeto em andamento, estimulando a

participação e o engajamento público, esclarecendo os benefícios do

acompanhamento regular.

Qualificação da Prática Clínica:

Ação: Capacitar a equipe no acolhimento da criança, nas Políticas de

Humanização e para adoção dos protocolos referentes à saúde da criança

propostos pelo Ministério da Saúde.

Ação: Capacitar a equipe sobre a saúde da criança e que informações devem

ser fornecidas à mãe e à comunidade em geral sobre este programa de saúde.

Detalhamento: Estabelecer reuniões semanais entre os membros da equipe a

fim de qualificar a prática clínica, capacitar o acolhimento das crianças e

esclarecer quanto às orientações previstas no protocolo do Ministério da

saúde, afim de que todos tenham as mesmas condutas nas várias situações

cotidianas

Objetivo 2 - Melhorar a qualidade do atendimento à criança.

Monitoramento e Avaliação:

Ação: Monitorar o percentual de crianças que ingressaram no programa de

puericultura na primeira semana de vida.

Detalhamento: através do programa acompanha Bebê, a criança já sai da

maternidade com sua consulta agendada na unidade de saúde, com preferência

de até 5 dias após o nascimento para a realização do teste do pezinho e

orientações sobre higiene corporal, cuidados com o coto umbilical etc. As ACS

farão visitas nos primeiros dias após nascimento para averiguar agendamento e

a consulta em si.

Ação: Monitorar o percentual de crianças com avaliação da curva de

crescimento.

Ação: Monitorar as crianças com déficit de peso.

Ação: Monitorar as crianças com excesso de peso.

Ação: Monitorar o percentual de crianças com avaliação do desenvolvimento

neuro- cognitivo.

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Detalhamento: observação, que será feita por toda a equipe, na caderneta da

criança o devido preenchimento para melhor acompanhamento.

Ação: Monitorar o percentual de crianças com vacinas atrasadas.

Ação: Monitorar o percentual de crianças com vacinação incompleta ao final da

puericultura.

Ação: Monitorar o percentual de crianças que receberam suplementação de

ferro.

Ação: Monitorar o percentual de crianças que realizaram Teste do Olhinho

Ação: Monitorar o percentual de crianças que realizaram triagem auditiva.

Ação: Monitorar o percentual de crianças que realizou teste do pezinho antes

dos 7 dias de vida.

Detalhamento: A equipe de enfermagem monitorará através de revisão semanal

dos prontuários e fichas espelho.

Ação: Monitorar a avaliação da necessidade de tratamento odontológico das

crianças de 6 a 72 meses de idade, moradoras da área de abrangência.

Ação: Monitorar a saúde bucal das crianças de 6 a 72 meses de idade,

moradoras da área de abrangência com primeira consulta odontológica.

Detalhamento: A odontóloga realizará monitoramento através da ficha espelho

de saúde bucal será possível monitorar essas ações, para adequação do serviço

ao protocolo do MS.

Organização e Gestão:

Ação: Fazer busca ativa de crianças que não tiverem comparecido no serviço

na primeira semana após a data provável do parto.

Detalhamento: A equipe de enfermagem e ACS realizarão busca ativa perante

esse dado, realizadas pelas ACS e por telefone.

Ação: Garantir material adequado para realização das medidas antropométricas

(balança, antropômetro, fita métrica).

Detalhamento: já possuímos os materiais necessários, mas será realizada

aferição mensal, pela enfermeira, dos mesmos e caso algum seja danificado,

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solicitarei reposição ao gestor.

Ação: Ter versão atualizada do protocolo impressa e disponível no serviço para

que toda a equipe possa consultar quando necessário.

Detalhamento: farei as cópias e as colocarei em lugar visível para a consulta

de todos os profissionais.

Ação: Garantir encaminhamento para crianças com atraso no desenvolvimento

para diagnóstico e tratamento.

Detalhamento: no município contamos com o Centro de Referencia Materno-

Infantil que possui equipe multiprofissional para atender crianças encaminhadas

das UBS, salientaremos aos médicos da UBS que encaminhe todas as crianças

que necessite de avaliação especializada.

Ação: Garantir com o gestor a disponibilização das vacinas e materiais

necessários para aplicação.

Ação: Realizar controle da cadeia de frio.

Ação: Fazer adequado controle de estoque para evitar falta de vacina.

Ação: Realizar controle da data de vencimento do estoque.

Detalhamento: as técnicas de enfermagem ficam responsáveis pelo controle

da rede de frio, dos estoques vacinais e validades, comunicando qualquer

imprevisto ou intercorrência. A unidade já possui sistema de porta aberta de

vacinas, possuímos rotina para o controle da cadeia de frio, de vencimento e

de estoque. Nunca faltam doses, nisso tudo o serviço está bem estruturado.

Ação: Garantir a dispensação do medicamento (suplemento).

Detalhamento: A enfermeira fará controle de pedidos do medicamento para

que seja disponível a todas as crianças que necessitarem a suplementação a

partir dos 6 meses ou dos 4 meses caso desmame precoce.

Ação: Garantir junto ao gestor a disponibilização de Oftalmoscópio para a

realização do teste. Garantir o encaminhamento ao especialista quando

necessário.

Detalhamento: Possuímos um oftalmoscópio emprestado de outra UBS, o

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processo de compra para o Oftalmoscópio da UBS já está em andamento.

Capacitar a equipe médica para encaminhar casos necessários ao

oftalmologista.

Ação: Garantir junto ao gestor a realização de teste auditivo. Garantir o

encaminhamento ao especialista quando necessário.

Ação: Garantir junto ao gestor a realização de teste do pezinho.

Detalhamento: esses dois testes estão bem estruturados pela secretaria de

saúde do Município. São disponibilizados para todas as crianças recém-

nascidas. O teste auditivo já agendado antes da alta da criança da maternidade.

As médicas e enfermeiras monitorarão a realização dos testes, para garantia do

mesmo e avaliação com o especialista se necessário.

Ação: Organizar acolhimento das crianças de 6 a 72 meses de idade e seu

familiar na unidade de saúde.

Ação: Cadastrar na unidade de saúde crianças da área de abrangência de 6 a

72 meses de idade.

Ação: Oferecer atendimento prioritário às crianças crianças de 6 a 72 meses de

idade na unidade de saúde.

Ação: Organizar agenda de saúde bucal para atendimento das crianças de 6 a

72 meses de idade.

Detalhamento: capacitar a equipe para que facilite o acesso da família com

as crianças na unidade, cadastrando-as com prioridade no atendimento. Já

conversei com a odontóloga que possui agenda estruturada para

recebimento das crianças, só há pouca procura, faremos a busca ativa e

agendaremos avaliação para essas crianças. Toda a equipe ficará

responsável pelo acolhimento e orientação das crianças e famílias

Engajamento Público:

Ação: Informar às mães sobre as facilidades oferecidas na unidade de saúde

para a realização da atenção à saúde da criança.

Ação: Compartilhar com os pais e/ou responsáveis pela criança as condutas

esperadas em cada consulta de puericultura para que possam exercer o controle

social.

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Ação: Informar aos pais e/ou responsáveis sobre como ler a curva de

crescimento identificando sinais de anormalidade.

Detalhamento: a enfermeira esclarecerá aos responsáveis sobre a importância

de informar dúvidas para que a assistência da criança seja contemplada

integralmente.

Também capacitará os pais e responsáveis para que saiba avaliar o

desenvolvimento da criança através das informações presentes na caderneta,

que aprendam a ter costume de manuseio da mesma, pois ali possui ótimas

informações que os pais podem estar avaliando seu filho.

Ação: Orientar pais e responsáveis sobre o calendário vacinal da crianca.

Detalhamento: toda a equipe passará informações da importância de manter

vacinas em dia, em cada consulta, no grupo de gestantes para as mães e pais

irem se adaptando a nova fase que chegará com o nascimento do filho.

Ação: Orientar pais e responsáveis sobre a importância da suplementação de

ferro

Detalhamento: orientaremos quanto a suplementação para prevenção de

anemia, investigando a cada consulta sobre amamentação e introdução de

novos alimentos.

Ação: Orientar pais e responsáveis sobre a importância do teste do olhinho.

Ação: Orientar pais e responsáveis sobre a importância da realização do teste

auditivo e os passos necessários ao agendamento do teste.

Ação: Orientara comunidade, em especial gestantes, sobre a importância de

realizar teste do pezinho em todos os recém-nascidos até 7 dias de vida

Detalhamento: orientaremos aos pais a importância dos testes nos grupos de

pré-natal, salas de espera e primeira consulta da crianças na unidade, para

realização do teste do pezinho.

Ação: Informar a comunidade sobre importância de avaliar a saúde bucal de

crianças de 6 a 72 meses de idade .

Ação: Informar a comunidade sobre atendimento odontológico prioritário de

crianças de 6 a 72 meses de idade e de sua importância para a saúde geral,

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além de demais facilidades oferecidas na unidade de saúde.

Detalhamento: a enfermeira realizará sala de espera, abordando esse tema, e

nas consultas com primeiro agendamento nos 6 meses da crianças para

avaliação da saúde bucal.

Qualificação da Prática Clínica:

Ação: Capacitar a equipe no acolhimento da criança, nas Políticas de

Humanização e para adoção dos protocolos referentes à saúde da criança

propostos pelo Ministério da Saúde.

Ação: Capacitar a equipe sobre a puericultura e que informações devem ser

fornecidas à mãe e à comunidade em geral sobre este programa de saúde.

Ação: Fazer treinamento das técnicas adequadas para realização das medidas.

Ação: Padronizar a equipe.

Ação: Fazer treinamento para o preenchimento e interpretação das curvas de

crescimento do cartão da criança

Ação: Capacitar a equipe para monitorar o desenvolvimento de acordo com a

idade da criança.

Ação: Capacitar para o preenchimento da ficha de desenvolvimento.

Detalhamento: Estabeleceremos reuniões entre os membros da equipe a fim

de qualificar a prática clínica, capacitar o acolhimento as crianças e esclarecer

quanto as orientações previstas no protocolo do Ministério da saúde, afim de

que todos tenham as mesmas condutas nas várias situações cotidianas, nas

técnicas necessárias e nas práticas com as crianças.

Ação: Capacitar a equipe na leitura do cartão da criança, registro adequado,

inclusive na ficha espelho, da vacina ministrada e seu aprazamento.

Detalhamento: capacitarei sobre a importância de preencher adequadamente

caderneta da criança e a ficha espelho, para servir de instrumento de controle

de dados e para busca ativa mais efetiva.

Ação: Capacitar o médico para as recomendações de suplementação de sulfato

ferroso do Ministério da Saúde.

Detalhamento: capacitarei conforme protocolo do MS CAB número 33 do

Ministério da Saúde.

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Ação: Orientar o médico a respeito da técnica correta para a realização do teste

do olhinho.

Ação: Orientar o médico sobre a incorporação da triagem auditiva no protocolo

de sáude da criança.

Detalhamento: capacitarei conforme protocolo do MS CAB número 33 do

Ministério da Saúde.

Ação: Verificar se todos os profissionais de enfermagem da unidade de saúde

estão aptos para realizar o teste do pezinho. Se não, providenciar a capacitação.

Detalhamento: todos os profissionais são aptos para a prática, mas

proporcionarei atualizações das doenças disponíveis no teste e sobre formas de

coleta.

Ação: Capacitar a equipe para realizar avaliação da necessidade de tratamento

odontológico em crianças de 6 a 72 meses de idade.

Ação: Capacitar a equipe para realizar acolhimento das crianças de 6 a 72

meses de idade e seus responsáveis de acordo com protocolo.

Ação: Capacitar a equipe para realizar cadastramento, identificação e

encaminhamento crianças de 6 a 72 meses de idade para o serviço odontológico.

Ação: Capacitar os cirurgiões dentistas para realização de primeira consulta

odontológica programática para as crianças de 6 a 72 meses de idade da área

de abrangência.

Detalhamento: capacitarei a equipe como um todo, juntamente com a

odontóloga para que todos tenha a mesma conduta para avaliar as crianças e

encaminhar conforme a faixa etária para a saúde bucal.

Objetivo 3 - Melhorar a adesão ao Programa Saúde da Criança.

Monitoramento e Avaliação:

Ação: Monitorar o cumprimento da periodicidade das consultas previstas no

protocolo (consultas em dia).

Ação: Monitorar número médio de consultas realizadas pelas crianças.

Monitorar as buscas a crianças faltosas.

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Detalhamento: será realizado através da avaliação do registro feito nos

prontuários, fichas do acompanha-Bebê e fichas espelhos. Adequaremos o

serviço conforme número de consultas mínimas preconizada pelo MS.

Capacitarei as ACS para a busca ativa das crianças conforme anotações nas

cadernetas dessas. Em caso de crianças faltosas com risco alto de

vulnerabilidade, faremos visitas domiciliares a fim de acompanhamento de

puericultura.

Organização e Gestão:

Ação: Organizar as visitas domiciliares para buscar crianças faltosas.

Ação: Organizar a agenda para acolher as crianças provenientes das buscas.

Detalhamento: Capacitarei as ACS para a busca ativa das crianças conforme

anotações nas cadernetas dessas. Em caso de crianças faltosas com risco alto

de vulnerabilidade, faremos visitas domiciliares a fim de acompanhamento de

puericultura. A agenda já estará estruturada para atendimento exclusivo das

crianças em 1 dos dias da semana;

Engajamento Público:

Ação: Informar à comunidade e às mães sobre a importância do

acompanhamento regular da criança.

Detalhamento: através dos grupos das gestantes e sala de espera e durante

cada consulta. Será realizado pela enfermeira, médica após cada consulta e

técnicas de enfermagem durante cada procedimento

Qualificação da Prática Clínica:

Ação: Fazer treinamento de ACS na identificação das crianças em atraso,

através da caderneta da criança.

Detalhamento: capacitarei as ACS com a caderneta para que possam orientar

as famílias

Objetivo 4 – Melhorar o registro das Informações.

Monitoramento e Avaliação:

Ação: Monitorar os registros de todos os acompanhamentos da criança na

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unidade de saúde.

Detalhamento: a equipe de enfermagem monitorará semanalmente, as crianças

cadastradas nas fichas do E-SUS, prontuários, fichas espelhos e fichas do

acompanha-bebê.

Organização e Gestão:

Ação: Preencher SIAB/folha de acompanhamento.

Ação: Implantar ficha espelho (da caderneta da criança).

Ação: Pactuar com a equipe o registro das informações.

Ação: Definir responsável pelo monitoramento registros.

Detalhamento: as capacitações serão para salientar também a importância do

devido preenchimento dos documentos, ficha espelho que será implantada e da

ficha do acompanha-Bebê já existente no município. Será definido em reunião o

responsável pelo monitoramento, o responsável pelo monitoramento dos

registros até o momento é o enfermeiro;

Engajamento Público:

Ação: Orientar a comunidade sobre seus direitos em relação à manutenção de

seus registros de saúde e acesso à segunda via, em particular de vacinas.

Detalhamento: é mantido por lei o direito de todo o usuário do SUS o acesso aos

seus registros de saúde e isso será trabalhado em sala de espera e em grupos.

Qualificação da Prática Clínica:

Ação: Treinar a equipe no preenchimento de todos os registros necessários ao

acompanhamento da criança na unidade de saúde.

Detalhamento: treinarei para que todos saibam orientar uns aos outros em

momentos de dúvidas, não ficando concentrado somente no enfermeiro o saber

e empoderando os demais profissionais da equipe.

Objetivo 5 – Mapear as crianças de risco pertencentes à área de

abrangência.

Monitoramento e Avaliação:

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Ação: Monitorar o número de crianças de alto risco existentes na comunidade.

Ação: Monitorar o número de crianças de alto risco com acompanhamento de

puericultura em atraso.

Detalhamento: monitoraremos semanalmente através das fichas das crianças de

risco e aquelas acompanhadas no Centro de Referência Materno Infantil (até os

24 meses), veremos com a equipe se está acompanhando conforme necessário,

evitando a falta nas próximas consultas.

Organização e Gestão:

Ação: Dar prioridade no atendimento das crianças de alto risco.

Ação: Identificar na ficha espelho as crianças de alto risco.

Detalhamento: ficará acordado entre a equipe a partir de reunião que todas as

crianças com alto risco tem prioridade de agendamento de consultas e de

atendimento, evitando que seja atendida o mais breve possível, evitando falta e

abandono por ordem de demora na espera da consulta.

Engajamento Público:

Ação: Fornecer orientações à comunidade sobre os fatores de risco para

morbidades na infância.

Detalhamento: através da sala de espera e grupos será orientada toda a

comunidade sobre a prevenção da saúde das criança e sempre também durante

as consultas.

Qualificação da Prática Clínica:

Ação: Capacitar os profissionais na identificação dos fatores de risco para

morbi/mortalidade.

Detalhamento: os profissionais serão capacitados para assistir a crianças

integralmente, serão orientados para a identificação dos fatores de risco para

doenças e morte na infância

Objetivo 6 – Promover a saúde das Crianças.

Monitoramento e Avaliação:

Ação: Monitorar o registro das orientações sobre prevenção de acidentes em

prontuário ou ficha espelho.

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Ação: Monitorar as atividades de educação em saúde sobre o assunto

Detalhamento: será realizado analise dos registros realizados semanalmente

após as consultas, pela enfermeira.

Ação: Monitorar o percentual de crianças que foi observado mamando na 1a

consulta.

Ação: Monitorar a duração do aleitamento materno entre as crianças menores

de 2 anos.

Detalhamento: Toda a equipe observará através anotações no prontuário e nas

fichas sobre a mamada e sobre a duração do aleitamento materno.

Ação: Monitorar o registro das orientações em prontuário ou ficha espelho.

Ação: Monitorar as atividades educativas coletivas.

Detalhamento: será monitorado semanalmente, pela enfermeira, as ações e

orientações realizadas para enfatizar aos profissionais a importância de registrar

toda e qualquer ação realizada em prol da saúde das crianças.

Organização e Gestão:

Ação: Definir o papel de todos os membros da equipe na prevenção dos

acidentes na infância.

Ação: Definir o papel de todos os membros da equipe na promoção do

aleitamento materno.

Ação: Definir o papel de todos os membros da equipe na orientação nutricional.

Detalhamento: ao longo da construção do projeto de intervenção e conforme o

andamento das capacitações, definiremos o papel dos membros da equipe para

cada uma das ações.

Ação: Organizar agenda de atendimento de forma a possibilitar atividades

educativas em grupo na escola.

Ação: Identificar e organizar os conteúdos a serem trabalhados nas atividades

educativas.

Ação: Organizar todo material necessário para essas atividades.

Ação: Organizar listas de presença para monitoramento dos escolares que

participarem destas atividades.

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Detalhamento: A equipe contemplará todas as ações previstas com as crianças

até 72 meses.

Engajamento Público:

Ação: Orientar a comunidade sobre formas de prevenção de acidentes na

infância.

Detalhamento: orientaremos em salas de espera sobre as formas de prevenção

de acidentes e quais os acidentes podem ocorrer nessa faixa etária.

Ação: Orientar a mãe e a sua rede de apoio sobra a importância do aleitamento

materno para a saúde geral e também bucal.

Ação: Orientar a mãe e a sua rede de apoio sobre a alimentação adequada para

crianças.

Detalhamento: em cada consulta será orientadas as mães e responsáveis sobre

amamentação e introdução de novos alimentos.

Ação: Divulgar as potencialidades das ações trans e interdisciplinares no

cuidado à saúde do escolar.

Ação: Promover a participação de membros da comunidade e da escola na

organização, planejamento e gestão das ações de saúde para as crianças.

Ação: Promover a participação de membros da comunidade e da creche na

avaliação e monitoramento das ações de saúde para as crianças

Ação: Esclarecer a comunidade sobre a necessidade do cuidado dos dentes

decíduos.

Detalhamento: através de grupos de sala de espera e reuniões na escola e na

creche serão abordados as questões referentes a saúde das crianças, que

incluem as citadas acima.

Qualificação da Prática Clínica:

Ação: Informar os profissionais sobre os principais acidentes que ocorrem na

infância por faixa etária e suas formas de prevenção.

Detalhamento: conforme já exposto, capacitarei a equipe para todas ações

referentes a pratica profissional com as crianças e a orientação sobre acidentes

está inclusa nas capacitações propostas.

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Ação: Capacitar a equipe no aconselhamento do aleitamento materno exclusivo

e na observação da mamada para correção de "pega".

Ação: Fazer a capacitação dos profissionais para orientação nutricional

adequada conforme a idade da criança.

Detalhamento: capacitarei toda a equipe nas questões do aleitamento materno

e orientação nutricional conforme protocolo do MS.

Ação: Capacitar a equipe para realização das ações de promoção em saúde de

crianças de 0 a 72 meses de idade.

Detalhamento: capacitarei conforme protocolo para todas as atividades previstas

na saúde da criança.

Saúde Bucal das Crianças.

Objetivo 1- Ampliar a cobertura de atenção a saúde bucal da criança.

Monitoramento e Avaliação:

Ação: Monitorar e avaliar o número de crianças inscritas no programa Saúde da

Criança periodicamente

Detalhamento: revisaremos ficha espelho, ficha do acompanha-bebê e

prontuários, quando necessário, semanalmente, nas quintas-feiras pela manhã.

Organização e Gestão:

Ação: Organizar uma lista com o nome e endereço das crianças inscritas no

programa Saúde da Criança da UBS.

Ação: Os ACS devem organizar visitas domiciliares às famílias das crianças

inscritas no Programa Saúde da Criança da UBS.

Ação: Realizar reuniões periódicas com a equipe para apresentar e discutir os

resultados de monitoramento e/ou avaliação da cobertura do programa.

Detalhamento: realizaremos reuniões semanais para discutirmos aspectos da

intervenção, capacitações dos trabalhadores.

Ação: Organizar a agenda para as consultas programáticas.

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Detalhamento: a agenda será organizada, pela auxiliar de odontologia, a fim de

que as crianças já tenham sua próxima consulta agendada.

Engajamento Público:

Ação: Esclarecer a comunidade sobre a importância de realizar consulta

odontológica programática a partir dos 6 meses de idade.

Ação: A auxiliar administrativa, com o reforço do restante da equipe, informará

a comunidade sobre o sistema de agendamento das consultas odontológicas

programáticas para as crianças inscritas no programa Saúde da Criança da UBS.

Detalhamento: a enfermeira e odontóloga orientarão em grupos de sala de

espera e no grupo das gestantes, ações de promoção da saúde bucal e as

facilidades de acesso a esse serviço

Qualificação da Prática Clínica:

Ação: Capacitar a equipe para orientar a comunidade e as famílias sobre a

importância da realização da primeira consulta odontológica a partir dos 6 meses

de idade.

Ação: Capacitar os ACS para informar às famílias das crianças inscritas no

programa Saúde da Criança da UBS da necessidade de realização da primeira

consulta odontológica programática.

Detalhamento: capacitarei a equipe, principalmente as técnicas em enfermagem

e ACS, para também sentirem-se engajados a fazer atividades educativas, seja

em sala de espera ou outros grupos, incentivando as boas práticas em saúde

bucal.

Objetivo 2 – Melhorar a qualidade da atenção à saúde bucal dos escolares.

Monitoramento e Avaliação:

Ação: Monitorar e/ou avaliar periodicamente o número de crianças inscritas no

programa Saúde da Criança da Unidade que tiveram avaliação da necessidade

de atendimento odontológico.

Ação: Monitorar e/ou avaliar periodicamente o número de crianças que

necessitavam de atendimento odontológico e que tiveram a primeira consulta

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odontológica programática.

Ação: Monitorar e/ou avaliar periodicamente o número de crianças que tiveram

o tratamento dentário concluído.

Detalhamento: monitorarei, juntamente com a odontóloga, a partir da ficha

espelho das crianças semanalmente.

Organização e Gestão:

Ação: Organizar a agenda para realizar a avaliação da necessidade de

atendimento odontológico entre as crianças inscritas no programa de Saúde da

Criança da Unidade.

Ação: Organizar uma lista com o nome e o contato das crianças que necessitam

realizar atendimento odontológico.

Ação: Organizar a agenda para priorizar o atendimento odontológico das

crianças que necessitam deste tipo de atendimento.

Ação: Agendar o atendimento odontológico logo após a identificação da sua

necessidade.

Ação: Organizar a agenda para garantir as consultas necessárias para

conclusão do tratamento.

Detalhamento: a auxiliar de saúde bucal organizará a agenda para que

contemple todas as ações em saúde bucal, desde a prevenção até a cura. Já

temos alguns serviços estruturados, a odontóloga já possui agenda para atender

crianças e tem interesse em trabalhar com as primeiras orientações quando a

criança ainda não possui dentes.

Ação: Garantir com o gestor o fornecimento do material necessário para o

atendimento odontológico.

Detalhamento: todo o material previsto para atendimento é fornecido, ficaremos

atentos para que não falte.

Engajamento Público:

Ação: Esclarecer a comunidade sobre a diferença entre consulta odontológica

programática e avaliação da necessidade de atendimento odontológico.

Ação: Esclarecer a comunidade sobre a importância de realizar a primeira

consulta odontológica programática para aquelas que tiveram esta indicação

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após a primeira avaliação.

Ação: Esclarecer a comunidade sobre a importância de realizar quantas

consultas forem necessárias para concluir o tratamento dentário.

Detalhamento: a partir de sala de espera e durante as consultas, serão

esclarecidos as questões de saúde bucal e da importância da primeira consulta

e de não faltar a nenhuma consulta programada.

Qualificação da Prática Clínica:

Ação: Treinar a equipe para orientar a comunidade e as famílias sobre a

diferença entre consulta programática e avaliação da necessidade de

atendimento odontológico.

Ação: Revisar com os odontólogos os protocolos de atendimento.

Ação: Treinar a equipe para diagnosticar e tratar as principais alterações bucais

nas crianças, como: traumatismo dentário, oclusopatias e cárie dentária.

Ação: Capacitar os profissionais para o manejo da criança.

Ação: Capacitar a equipe de saúde à monitorar a adesão das crianças ao

tratamento odontológico.

Detalhamento: treinarei a equipe para que todos tenham as mesmas condutas e

priorizem a busca da criança pelo serviço a qual necessita.

Objetivo 3- Melhorar a adesão ao atendimento de saúde bucal.

Monitoramento e Avaliação:

Ação: Monitorar a frequência à primeira consulta odontológica programática e o

cumprimento da periodicidade das consultas subsequentes previstas no

protocolo (consultas em dia).

Ação: Monitorar as buscas a crianças faltosas.

Detalhamento: monitoraremos a partir das fichas de acompanhamento da

criança (ficha espelho) semanalmente para possibilitar captação dessa.

Organização e Gestão:

Ação: Organizar uma lista com o nome e o contato das crianças que faltaram às

consultas odontológicas (primeira consulta odontológica programática e

subsequentes).

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Ação: Organizar as visitas domiciliares para buscar crianças faltosas.

Ação: Organizar a agenda para acolher as crianças provenientes das buscas.

Detalhamento: organizaremos os processos de trabalho a fim de facilitar o

acesso das crianças ao serviço de saúde.

Engajamento Público:

Ação: Informar à comunidade e às mães sobre a importância do

acompanhamento regular da saúde bucal da criança.

Detalhamento: em consultas sejam elas odontológicas ou com o médico e

enfermeira e em sala de espera e grupos realizados na unidade.

Qualificação da Prática Clínica:

Ação: Capacitar a equipe para identificar as crianças que faltaram às consultas

odontológicas.

Detalhamento: capacitar a equipe para que compreendam a importância de

manter o acompanhamento da saúde bucal e o quão prejudicial para a saúde

algum problema não tratado.

Objetivo 4- Melhorar o registro das informações.

Monitoramento e Avaliação:

Ação: Monitorar os registros da saúde bucal da criança na UBS

Detalhamento: monitoraremos semanalmente a partir dos registros das fichas

espelhos e prontuários.

Organização e Gestão:

Ação: Preencher SIAB/folha de acompanhamento.

Ação: Definir reponsável pelo monitoramento dos registros odontológicos.

Ação: Implantar registro específico para o acompanhamento da saúde bucal das

crianças (tipo ficha espelho da Caderneta da Criança) para os atendimentos

odontológicos.

Detalhamento: Utilizaremos a ficha espelho disponível pelo curso para

acompanhamento da saúde bucal e definiremos em reunião de equipe o

responsável pelo monitoramento dos registros odontológicos.

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Engajamento Público:

Ação: Orientar a comunidade sobre seus direitos em relação à manutenção de

seus registros de saúde.

Detalhamento: em grupos e sala de espera e em reuniões com a comunidade

será abordado temáticas sobre seus direitos que inclui acesso a prontuário e

apontamentos.

Qualificação da Prática Clínica:

Ação: Capacitar a equipe no preenchimento de todos os registros necessários

ao acompanhamento da saúde bucal da criança.

Detalhamento: orientarei a equipe sobre a importância de preenchimento para

facilitar nas analises de dados necessárias para monitoramento das ações

Objetivo 5- Promover a saúde das crianças.

Monitoramento e Avaliação:

Ação: Monitorar os registros de orientação sobre higiene bucal aos responsáveis

por crianças com primeira consulta odontológica programática.

Ação: Monitorar os registros de orientação sobre dieta aos responsáveis por

crianças com primeira consulta odontológica programática.

Ação: Monitorar os registros de orientação sobre hábitos de sucção nutritiva e

não nutritiva e prevenção de oclusopatias aos responsáveis por crianças com

primeira consulta odontológica programática.

Detalhamento: monitoraremos semanalmente as fichas espelhos da saúde bucal

para que possa fornecer dados precisos de todas as consultas da criança e

poder melhor acompanhar a evolução da criança e do tratamento e orientações

empregados.

Organização e Gestão:

Ação: Definir o papel de cada membro da equipe na orientação sobre higiene

bucal.

Ação: Definir o papel de cada membro da equipe na orientação sobre dieta.

Ação: Definir o papel de cada membro da equipe na orientação sobre hábitos

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de sucção nutritiva e não nutritiva e prevenção de oclusopatias.

Detalhamento: definiremos em reunião de equipe o papel de cada profissional

para que todas as atividades sejam contempladas.

Engajamento Público:

Ação: Esclarecer a comunidade sobre a importância da higiene bucal adequada

para crianças.

Ação: Esclarecer a comunidade sobre a importância de adotar dieta adequada

para a saúde bucal das crianças.

Ação: Esclarecer a comunidade sobre hábitos de sucção nutritiva e não nutritiva

e prevenção de oclusopatias.

Detalhamento: orientaremos em sala de espera, grupos de gestantes e em

consultas a adoção de hábitos saudáveis para a promoção da saúde bucal

Qualificação da Prática Clínica:

Ação: Capacitar os profissionais para orientar adequadamente sobre higiene

bucal conforme a idade da criança.

Ação: Capacitar os profissionais para orientar adequadamente sobre dieta

conforme a idade da criança.

Ação: Capacitar os profissionais para orientar adequadamente sobre hábitos de

sucção nutritiva e não nutritiva e prevenção de oclusopatias.

Detalhamento: capacitaremos a equipe para que saibam orientar nas atividades

previstas, sobre adoção de hábitos saudáveis para a promoção da saúde bucal,

como previsto no protocolo do MS e demais materiais.

2.3.2 Indicadores

Saúde da criança

Relativo ao objetivo 1: Ampliar a cobertura da atenção à saúde da criança.

Meta 1.1 Ampliar a cobertura da atenção à saúde para 55% das crianças entre

zero e 72 meses pertencentes à área de abrangência da unidade saúde .

Indicador 1.1: Proporção de crianças entre zero e 72 meses inscritas no

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programa da unidade de saúde.

Numerador: Número de crianças entre 0 e 72 meses inscritas no programa de

Saúde da Criança da unidade de saúde.

Denominador: Número de crianças entre 0 e 72 meses pertencentes à área de

abrangência da unidade de saúde.

Relativos ao objetivo 2: Melhorar a qualidade da atenção à saúde da criança

Meta 2.1 Realizar a primeira consulta na primeira semana de vida para 100%

das crianças cadastradas.

Indicador: Proporção de crianças com primeira consulta na primeira

semana de vida

Numerador: Numerador: Número de crianças inscritas no programa de Saúde da

Criança da unidade de saúde com a primeira consulta na primeira semana de

vida.

Denominador: Número total de crianças inscritas no programa e pertencentes à

área de abrangência da unidade de saúde.

Meta 2.2 Monitorar o crescimento em 100% das crianças.

Indicador: Proporção de crianças com monitoramento de crescimento.

Numerador: Número de crianças que tiveram o crescimento (peso e

comprimento/altura) avaliados.

Denominador: Número total de crianças inscritas no programa e pertencentes à

área de abrangência da unidade de saúde.

Meta 2.3 Monitorar 100% das crianças com déficit de peso.

Indicador: Proporção de crianças com déficit de peso monitoradas.

Numerador: Número de crianças com déficit de peso monitoradas pela equipe

de saúde.

Denominador: Número de crianças com déficit de peso.

Meta 2.4 Monitorar 100% das crianças com excesso de peso.

Indicador: Proporção de crianças com excesso de peso monitoradas.

Numerador: Número de crianças com excesso de peso monitoradas pela equipe

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de saúde.

Denominador: Número de crianças com excesso de peso.

Meta 2.5. Monitorar o desenvolvimento em 100% das crianças.

Indicador: Proporção de crianças com monitoramento de

desenvolvimento.

Numerador: Número de crianças que tiveram avaliação do desenvolvimento.

Denominador: Número total de crianças inscritas no programa e pertencentes à

área de abrangência da unidade de saúde.

Meta 2.6. Vacinar 100% das crianças de acordo com a idade.

Indicador: Proporção de crianças com vacinação em dia de acordo com a

idade.

Numerador: número de crianças com vacinas em dia de acordo com a idade.

Denominador: Número total de crianças inscritas no programa e pertencentes à

área de abrangência da unidade de saúde.

Meta 2.7. Realizar suplementação de ferro em 100% das crianças de 6 a 24

meses.

Indicador: Proporção de crianças de 6 a 24 meses com suplementação de

ferro.

Numerador: número de crianças de 6 a 24 meses que receberam ou que estão

recebendo suplementação de ferro

Denominador: Número de crianças entre 6 e 24 meses de idade inscritas no

programa e pertencentes à área de abrangência da unidade de saúde.

Meta 2.8. Realizar triagem auditiva em 100% das crianças.

Indicador: Proporção de crianças com triagem auditiva.

Numerador: Número de crianças que realizaram triagem auditiva.

Denominador: Número total de crianças inscritas no programa e pertencentes à

área de abrangência da unidade de saúde.

Meta 2.9. Realizar teste do pezinho em 100% das crianças até 7 dias de vida.

Indicador: Proporção de crianças com teste do pezinho até 7 dias de vida.

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Numerador: Número de crianças que realizaram o teste do pezinho até 7 dias de

vida.

Denominador: Número total de crianças inscritas no programa e pertencentes à

área de abrangência da unidade de saúde.

Meta 2.10 Realizar avaliação da necessidade de atendimento odontológico em

100% das crianças de 6 e 72 meses.

Indicador: Proporção de crianças de 6 e 72 meses com avaliação da

necessidade de atendimento odontológico.

Numerador: Número de crianças de 6 e 72 meses com avaliação da necessidade

de atendimento odontológico.

Denominador: Número total de crianças de 6 a 72 meses inscritas no programa

e pertencentes à área de abrangência da unidade de saúde.

Meta 2.11. Realizar primeira consulta odontológica para 100% das crianças de

6 a 72 meses de idade moradoras da área de abrangência, cadastradas na

unidade de saúde.

Indicador: Proporção de crianças de 6 a 72 meses com primeira consulta

odontológica.

Numerador: Número de crianças de 6 a 72 meses de idade da área de

abrangência com primeira consulta odontológica programática realizada.

Denominador: Número total de crianças de 6 a 72 meses de idade da área de

abrangência cadastradas no programa de Saúde da Criança da unidade de

saúde.

Relativo ao objetivo 3: Melhorar a adesão ao programa de Saúde da Criança

Meta 3.1. Fazer busca ativa de 100% das crianças faltosas às consultas.

Indicador: Proporção de buscas realizadas às crianças faltosas ao

programa de saúde da criança.

Numerador: Número de crianças faltosas ao programa buscadas.

Denominador: Número de crianças faltosas ao programa.

Relativo ao objetivo 4: Melhorar o registro das informações

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Meta 4.1 Manter registro na ficha espelho de saúde da criança/ vacinação de

100% das crianças que consultam no serviço.

Indicador: Proporção de crianças com registro atualizado.

Numerador: número de fichas- espelho com registro atualizado

Denominador: Número total de crianças inscritas no programa e pertencentes à

área de abrangência da unidade de saúde.

Relativo ao objetivo 5: Mapear as crianças de risco pertencentes à área de

abrangência

Meta 5.1. Realizar avaliação de risco em 100% das crianças cadastradas no

programa.

Indicador: Proporção de crianças com avaliação de risco.

Numerador: Número de crianças cadastradas no programa com avaliação de

risco.

Denominador: Número total de crianças inscritas no programa e pertencentes à

área de abrangência da unidade de saúde.

Relativos ao objetivo 6: Promover a saúde das crianças

Meta 6.1. Dar orientações para prevenir acidentes na infância em 100% das

consultas de saúde da criança.

Indicador: Proporção de crianças cujas mães receberam orientações sobre

prevenção de acidentes na infância.

Numerador: Número de crianças cujas mães receberam orientação sobre

prevenção de acidentes na infância durante as consultas de puericultura.

Denominador: Número total de crianças inscritas no programa e pertencentes à

área de abrangência da unidade de saúde.

Meta 6.2. Colocar 100% das crianças para mamar durante a primeira consulta.

Indicador: Número de crianças colocadas para mamar durante a primeira

consulta.

Numerador: Número de crianças que foram colocadas para mamar durante a

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primeira consulta de puericultura.

Denominador: Número total de crianças inscritas no programa pertencentes à

área de abrangência da unidade de saúde

Meta 6.3. Fornecer orientações nutricionais de acordo com a faixa etária para

100% das crianças.

Indicador: Proporção de crianças cujas mães receberam orientações

nutricionais de acordo com a faixa etária.

Numerador: Número de crianças cujas mães receberam orientação nutricional

de acordo com a faixa etária

Denominador: Número total de crianças inscritas no programa e pertencentes à

área de abrangência da unidade de saúde.

Meta 6.4 Fornecer orientações sobre higiene bucal para 100% das crianças de

acordo com a faixa etária

Indicador: Proporção de crianças cujas mães receberam orientações sobre

higiene bucal de acordo com a faixa etária.

Numerador: Número de crianças cujas mães receberam orientação sobre

higiene bucal de acordo com a faixa etária

Denominador: Número total de crianças inscritas no programa e pertencentes à

área de abrangência da unidade de saúde.

Indicadores das metas de saúde bucal das crianças

Relativo ao objetivo 1: Ampliar a cobertura de atenção à saúde bucal da criança

Meta 1.1. Ampliar a cobertura de primeira consulta odontológica programática

para 55% das crianças de 6 a 72 meses de idade residentes na área de

abrangência da unidade de saúde e inscritas no programa Saúde da Criança da

unidade.

Indicador: Proporção de crianças residentes na área de abrangência da

unidade de saúde com primeira consulta odontológica programática.

Numerador: Número de crianças de 6 a 72 meses de idade residentes na área

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de abrangência e inscritas no programa Saúde da Criança com primeira consulta

odontológica programática. Denominador: Número total de crianças de 6 a 72

meses de idade que residem na área de abrangência da unidade de saúde

inscritas no programa Saúde da Criança da unidade.

Relativos ao objetivo 2: Melhorar a qualidade da atenção à saúde bucal das

crianças de 6 a 72 meses.

Meta 2.1. Realizar avaliação da necessidade de atendimento odontológico em

100% das crianças de 6 a 72 meses cadastradas no programa Saúde da Criança

da unidade e pertencentes a área de abrangência

Indicador: Proporção de crianças de 6 a 72 meses com avaliação da

necessidade de atendimento odontológico.

Numerador: Número de crianças de 6 a 72 meses com avaliação da necessidade

de atendimento odontológico.

Denominador: Número total de crianças de 6 a 72 meses inscritas no programa

Saúde da Criança e pertencentes à área de abrangência da unidade de saúde.

Meta 2.2. Realizar a primeira consulta odontológica programática para 100% das

crianças de 6 a 72 meses cadastradas no programa Saúde da Criança da

unidade, pertencentes a área de abrangência e que necessitam de atendimento

odontológico.

Indicador: Proporção de crianças de 6 a 72 meses com necessidade de

atendimento e com primeira consulta odontológica programática.

Numerador: Número de crianças de 6 a 72 meses da área de abrangência com

primeira consulta odontológica programática realizada.

Denominador: Número total de crianças de 6 a 72 meses inscritas no programa

Saúde da Criança e pertencentes à área de abrangência da unidade de saúde

que necessitam de atendimento odontológico.

Meta 2.3. Concluir o tratamento dentário em 100% das crianças com primeira

consulta odontológica programática.

Indicador: Proporção de crianças com tratamento dentário concluído.

Numerador: Número de crianças de 6 a 72 meses residentes na área de

abrangência da unidade de saúde com primeira consulta odontológica

programática com tratamento dentário concluído.

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Denominador: Número total de crianças da área de abrangência da unidade de

saúde com primeira consulta odontológica.

Relativos ao objetivo 3: Melhorar a adesão ao atendimento em saúde bucal

Meta 3.1. Realizar busca ativa de 100% das crianças que necessitavam realizar

a primeira consulta odontológica programática e faltaram.

Indicador: Proporção de busca ativa realizada às crianças que

necessitavam de primeira consulta odontológica programática e que

faltaram.

Numerador: Número de crianças que necessitavam da primeira consulta

odontológica programática que faltaram e foram buscadas.

Denominador: Número de crianças que necessitavam da primeira consulta

odontológica programática e faltaram.

Meta 3.2. Fazer busca ativa de 100% das crianças com primeira consulta

odontológica programática faltosas às consultas subsequentes.

Indicador: Proporção de buscas realizadas às crianças residentes da área

de abrangência da unidade de saúde.

Numerador: Número de crianças faltosas às consultas e que foram buscadas.

Denominador: Número de crianças faltosas às consultas.

Relativo ao objetivo 4: Melhorar o registro das informações

Meta 4.1. Manter registro atualizado em planilha e/ou prontuário de 100% das

crianças com primeira consulta odontológica programática.

Indicador: Proporção de crianças com registro atualizado.

Numerador: Número de crianças da área de abrangência da unidade de saúde

com registro atualizado.

Denominador: Número total de crianças com primeira consulta odontológica.

Relativos ao objetivo 5: Promover a saúde da crianças

Meta 5.1. Fornecer orientações sobre higiene bucal para 100% dos responsáveis

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por crianças com primeira consulta odontológica programática.

Indicador: Proporção de crianças com orientações sobre higiene bucal.

Numerador: Número de crianças com orientação sobre higiene bucal.

Denominador: Número total de crianças da área de abrangência da unidade de

saúde com primeira consulta odontológica programática.

Meta 5.2. Fornecer orientação sobre dieta para 100% dos responsáveis por

crianças com primeira consulta odontológica programática.

Indicador: Proporção de crianças com orientações sobre dieta

Numerador: Número de crianças com orientação nutrional.

Denominador: Número total de crianças da área de abrangência da unidade de

saúde com primeira consulta odontológica programática.

Meta 5.3 Fornecer orientações sobre hábitos de sucção nutritiva e não nutritiva

e prevenção de oclusopatias para 100% dos responsáveis por crianças com

primeira consulta odontológica programática.

Indicador: Proporção de crianças cujos responsáveis receberam

orientações sobre hábitos de sucção nutritiva e não nutritiva e prevenção

de oclusopatias.

Numerador: Número de crianças cujos responsáveis receberam orientação

sobre hábitos de sucção nutritiva e não nutritiva e prevenção de oclusopatias.

Denominador: Número total de crianças da área de abrangência da unidade de

saúde com primeira consulta odontológica programática.

2.3.3 Logística

Para realizar a intervenção no Programa de Saúde da criança –

Puericultura dos 0 a 72 meses, vamos adotar o Caderno de Atenção Básica nº

33 Saúde da Criança: Crescimento e desenvolvimento do Ministério da Saúde.

Utilizaremos a ficha disponibilizada pelo curso para atendimentos clínicos e de

saúde bucal.

Estimamos alcançar com a intervenção 180 crianças de 0 a 72 meses.

Faremos contato com o gestor municipal para impressão das fichas espelho.

Para o acompanhamento mensal da intervenção será utilizada a planilha

eletrônica de coleta de dados.

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Para isso vamos precisar de folhas de ofício para realizar cópias do material e

copiadora, que possuímos na unidade precisaremos de maior recarga de tonner

para o funcionamento da máquina, que está disponível para pedirmos ao

almoxarifado.

Realizaremos reunião com o coordenador da saúde bucal da Secretaria

de saúde e com a coordenadora da saúde da criança para expor os dados

levantados e a importância da intervenção na atenção básica.

2.4 Cronograma

Atividades 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Capacitação dos profissionais da UBS sobre o Protocolo de Puericultura

Estabelecimento do papel de cada profissional na ação programática

Cadastramento de todas as crianças da área adstrita no programa

Contato com a comunidade em sala de espera

Atendimento clínico e odontológico de acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças

Atividades coletivas no grupo de gestantes e puérperas

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Capacitação dos ACS para a realização de busca ativa das crianças faltosas

Busca ativa das crianças faltosas

Monitoramento e avaliação da intervenção

3 Relatório da intervenção

3.1 Ações previstas e desenvolvidas

Refletindo sobre a abrangência das atividades propostas no projeto de

intervenção, e hoje após a coleta de dados dos 3 meses propostos constato

algumas questões que descreverei ao longo do texto. Conforme detalhamento

das ações no item de monitoramento e avaliação, mantivemos controle sobre as

fichas espelho semanalmente, com atenção redobrada nas primeiras semanas

de intervenção para que houvesse preenchimento de todos os dados

corretamente e para monitoramento do número de crianças cadastradas na

unidade. Não foi fácil esse período de adaptação de novos instrumentos no

ambiente de trabalho pois a saúde pública já é conhecida por seus inúmeros

papéis e formulários de preenchimento de diversas áreas de atendimento. O

cadastramento das crianças deu-se conforme planejado, através de cadastro

informatizado via E-SUS realizado pelas Agentes de Saúde e também pelo

prontuário de papel assim que procuravam a unidade para qualquer tipo de

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atendimento de saúde. Uma das dificuldades apresentadas no início do mês de

outubro, que fugiu de nosso alcance, foi problemas técnicos no Programa E-SUS

e assim, as agentes não puderam mais realizar os cadastros de nenhuma família

via sistema, seguimos até o momento com os cadastros de papel, depois serão

transferidos para o sistema, mas ainda sem previsão.

As capacitações previstas foram realizadas conforme cronograma, para

as ACS, equipe médica, de enfermagem e de odontologia, onde revisamos o

protocolo de atenção a saúde da criança e discutimos alternativas para suprir as

lacunas que haviam nos atendimentos realizados até então. Capacitamos

também as monitoras da creche na qual visitamos abordando os cuidados com

a saúde bucal da criança, prevenção de acidentes e nutrição.

Realizamos, também, busca ativa através de contato via telefone,

daquelas áreas onde estavam descoberta de ACS e as agentes buscaram

ativamente todas as crianças que faltaram as consultas agendadas. Nas

primeiras 4 semanas focamos o trabalho naquelas crianças que não

compareciam ao serviço para acompanhar seu desenvolvimento e crescimento

há cerca de 1 ano e ainda não tinham completado 2 anos de vida.

Após essa estratégia de equilibrar o básico que devia estar funcionando,

partimos para o que nós havíamos proposto, ampliar atendimento de puericultura

até os 72 meses de idade. Nessa etapa de avançar no atendimento e integrar os

atendimentos dos maiores de 2 anos foi um desafio, pois a maioria dos

profissionais não entendiam a necessidade de atender com ênfase do

acompanhamento de crescimento e desenvolvimento dessa faixa etária citada.

Com o passar do tempo, com as capacitações em equipe sobre o Caderno de

Atenção básica nº 33 e com os dados apresentados em reunião de equipe

quinzenal, a equipe se sensibilizou e tomou posse da necessidade de

ampliarmos nosso serviço para o atendimento das crianças.

O engajamento público conseguimos trabalhar parcialmente, em salas de

espera e nos grupos realizados na unidade, também tivemos o forte apoio das

líderes da Pastoral da Criança, que são pessoas da comunidade, que trabalham

voluntariamente em prol da melhoria da saúde das crianças. Com o apoio da

Pastoral, fizemos alguns eventos na unidade, fazendo o chamamento desses

pais com as crianças para a importância do acompanhamento de saúde e

desenvolvimento do seu filho. Relacionado a esse quesito, acredito que

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63

devemos estar em constante aproximação da população da área de bem

comum.

A cobertura de crianças com triagem auditiva também foi muito desafiador

e que não conseguimos alcançar a meta, considerando ter trabalhado

parcialmente este quesito, pois ainda há muita demora para seu agendamento e

devido a isso os responsáveis pela criança acreditam não precisar fazer o

exame, visto que parece ouvir bem. A cobertura deve ser melhorada e acredito

que somente será liberada com a educação em saúde, persistir em atividades

de sala de espera e em grupos para a informação sobre o teste. Creio que a

demora abrangência expondo dados para trabalharmos em conjunto, as

melhorias para o do teste da orelhinha acontece pelo fato de pouca adesão ao

teste, o que gera reagendamento e a criança que nasce nesse período não

consegue agendamento tão logo, pois criança com mais idade estão aguardando

fazê-lo. Entendo que aumentar o número de testes por dia não seria a solução.

A médica encaminhou as crianças que ficou em dúvida em relação ao

teste do olhinho, ao oftalmologista de maneira bem preocupada e querendo

resolver aquela situação. Percebo que as orientações que fiz em reuniões de

equipe para a atenção integral da criança gerou efeito.

Também fiquei bem satisfeita ao perceber que todos os profissionais

estão registrando nos gráficos de crescimento e desenvolvimento da criança,

presente nas cadernetas.

Anterior ao projeto, as crianças da área não eram acompanhadas

regularmente, pois o acompanhamento de puericultura era realizado somente

até os 24 meses. Tivemos dificuldades na captação das crianças, pois muitos

pais/responsáveis pelas crianças acreditavam não ser necessário leva-las até a

unidade sem apresentar sintomas de alguma doença. Através dos grupos das

gestantes e também de abordagens em sala de espera, conseguimos mobilizar

e sensibilizar a comunidade sobre a importância do acompanhamento de

desenvolvimento e crescimento infantil.

Realizamos atendimento na creche, localizada ao lado da unidade, para

captar aquelas crianças que não conseguiam ser atendidas por motivo de

incompatibilidade do horário de trabalho com o horário de funcionamento da

unidade. Aproveitamos para inserir no programa toda a criança que procurava a

unidade por queixa e/ou outros procedimentos (vacinas, curativos, pesagem)

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64

ofertando atenção integral a sua saúde.

3.2 Ações previstas e não desenvolvidas

A maior dificuldade vivenciada na unidade e, acredito que em todo o

município, é que a saúde bucal não faz parte da equipe de saúde da família,

atende como UBS e isso abrange uma população maior que acaba não dando

conta da demanda da população adstrita. Essa situação gera desconforto para

a equipe, pois geram agendas lotadas e menos vagas de atendimento para a

comunidade cadastrada da ESF. Para tentarmos contornar essa situação e

promover melhoria de acesso a atendimento de saúde bucal, conversei com a

odontóloga que atende as crianças e ela aceitou que, a cada criança atendida

em consulta clínica, também iria fazer ao menos uma avaliação da saúde bucal,

orientações e agendamentos quando necessário. Essa iniciativa ampliou o

acesso as crianças ao atendimento integral. Posteriormente também me reuni

com o coordenador de saúde bucal que achou interessante essa preocupação,

que sente vontade de mudar muitas estratégias, mas que no presente não será

possível qualquer mudança. Ficou à disposição para quaisquer dúvidas e

sugestões, achei bem produtivo a troca de ideias.

A busca ativa da crianças faltosas a consulta odontológica ficou falha nos

2 primeiros meses e no 3º mês foi buscado parcialmente as crianças, visto que

a meta era buscar ativamente 100% das crianças faltosas.

Apesar de fazermos contato com a população para o engajamento através

das atividades em grupo e em sala de espera, a meta de informar a população,

em sala de espera, sobre direito a cópia e acesso a seus registros e prontuários

não foi executada.

3.3 Aspectos relativos à coleta e sistematização dos dados

Muitas vezes tive que reconfigurar as planilhas, sumiam os dados, os

nomes das crianças atendidas, tive uma semana que fiquei sem computador, na

unidade ficou sem internet, o que levou o atraso de postar as tarefas e as

planilhas da intervenção. Acredito que o que levou a desconfiguração das

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planilhas foram os próprios sistemas usados para abrir o arquivo, sendo que em

casa utilizo o computador com Microsoft Oficce e no computador da unidade é o

BrOficce. Esses impasses tomam mais o nosso tempo.

3.4 Viabilidade da incorporação das ações à rotina de serviços

Vejo que é viável continuar o serviço de atendimento às crianças de 0 a

72 meses pois já ficou incorporado como rotina da equipe. O que pode ser

mudado é deixar alguns horários de cada turno na agenda para agendamento

dessas crianças para a puericultura, pois somente um turno por semana, como

era feito anteriormente, não dá conta de atender todas as crianças da população

adstrita e sei que vai depender muito também da enfermeira que assumirá

também os atendimentos de puericultura intercalado com os atendimentos

médicos. Meu processo de aprendizado foi intenso e a cada dia aprendo mais e

mais, agradeço a oportunidade do PROVAB e também a disponibilidade e

confiança da colega médica depositada em mim, tornou-se grande parceira de

trabalho, posso contar com ela para qualquer discussão de caso.

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66

4 Avaliação da Intervenção

4.1 Resultados

Saúde da Criança

Objetivo 1: Ampliar a cobertura do Programa de Saúde da Criança.

1.1.

Meta: Ampliar a cobertura da atenção a saúde para 55% das crianças entre zero

e 72 meses pertencentes à área de abrangência da Unidade de Saúde.

Indicador: número de crianças inscritas no programa de saúde da criança da

Unidade de Saúde.

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67

Figura 1 Gráfico indicativo da proporção de crianças entre zero e 72 meses inscritas no programa da unidade de saúde. Bento Gonçalves, RS,2014.

A intervenção tratou da melhoria a atenção a saúde da criança de 0 a 72

meses. Saliento que para a intervenção, estão incluídas ações de saúde bucal

para esta abordagem.

Na área adstrita da Unidade residem 325 crianças nesta faixa etária de 0 a 72

meses. Entre as crianças, 144 realizaram consulta de puericultura e 84

realizaram primeira consulta odontológica programática, alcançando, ao final da

intervenção, uma cobertura de 44,3% de atendimento clínico por médico e/ou

enfermeiro e 31,5% de atendimento odontológico da área adstrita.

De acordo com a Figura 1 no primeiro mês de intervenção foram

cadastradas 34 (10,5%) crianças, no segundo mês 68 (20,9%), e no último mês

144 (44,3%) crianças.

Conforme projeto de intervenção, tive como meta ampliar a cobertura de

atenção à saúde da criança de zero a 72 meses em 55%, sei que não atingimos

a meta preestabelecida, porém, considero que o número de crianças

acompanhadas já é muito positivo. Vejo que os agentes comunitários de saúde

tiveram fundamental importância no cadastramento destas crianças, pois foram

os responsáveis pelo vínculo entre a família e a Unidade.

Objetivo 2: Melhorar a qualidade do atendimento à Criança.

2.1.Meta: realizar a primeira consulta na primeira semana de vida para 100% das

crianças cadastradas.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Mês 1 Mês 2 Mês 3

Proporção de crianças entre zero e 72 meses inscritas no programa da

unidade de saúde

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68

Indicador: Proporção de crianças inscritas no programa de Saúde da Criança da

Unidade de Saúde com a primeira consulta na primeira semana de vida.

Figura 2 Gráfico indicativo da proporção de crianças com primeira consulta na primeira semana de vida. Bento Gonçalves, RS, 2014.

Minha área tem 325 crianças de 0 a 72 meses. Ao iniciar a intervenção,

das 34 crianças cadastradas no programa, apenas 25 crianças (73,5%) tinham

realizado a primeira consulta na primeira semana de vida, pois era isso que

tínhamos de informações documentadas e me detive a essas informações, já

que em nosso território, temos muitas famílias com problemas sociais, a maioria

com escolaridade baixa, o que pode levar a algum viés de memória ou

informação.

No segundo mês da intervenção das 68 crianças cadastradas no

programa, somente 47 (69,1%) possuíam registro de primeira consulta na

primeira semana de vida. Podemos observar que no terceiro mês de intervenção

a captação precoce melhorou muito, pois tivemos um alcance de 130 (90,3%)

crianças. Atento para estes dados da não captação de 100% das crianças, pois

algumas nasceram com alguma comorbidade, devido a gestação de alto risco,

logo ficaram semanas internadas e foram encaminhadas ao serviço de atenção

infantil especializada, para essa questão, realizamos visita domiciliar na primeira

semana, nos casos em que não conhecíamos a gestante, que já acompanhava

o pré-natal no serviço de atenção especializado.

Outro fator limitante é que grande parte da população residente no

território não possui casa própria, ocasionando grande rotatividade local, logo,

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Mês 1 Mês 2 Mês 3

Proporção de crianças com primeira consulta na primeira semana de vida

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69

não damos conta de acompanhar a população integralmente, visto que mudam

de residência com frequência. Acredito que a comunicação entre as equipes das

unidade de saúde do município seja fundamental para dar continuidade às

intervenções em saúde da população. A ação que mais ajudou nesse quesito da

intervenção foi a conscientização das gestantes sobre a importância da consulta

na primeira semana de vida e o cadastramento de todas as crianças e gestantes

da área adstrita através do agente comunitário de saúde, o que nos deu uma

prévia das necessidades de saúde daquele indivíduo.

2.2.

Meta: Monitorar o crescimento em 100% das crianças cadastradas.

Indicador: proporção de crianças com monitoramento do crescimento.

Figura 3 Gráfico indicativo da proporção de crianças com monitoramento de crescimento. Bento Gonçalves, RS, 2014.

Iniciamos a intervenção, no primeiro mês, com 30 crianças (88,2%), das

34 cadastradas até então, com monitoramento de crescimento em dia. No

segundo mês notamos um significante decréscimo dessa proporção, pois

captamos muitas crianças que não estavam com o monitoramento de

crescimento em dia, então 68 crianças cadastradas, sendo 15 com

monitoramento de crescimento em atraso, refletindo em 53 (77,9%) crianças com

o monitoramento em dia.

Buscar essas crianças, a maior parte delas acima dos 24 meses, foi

possível através de eventos promovidos na Unidade, em parceria com a Pastoral

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Mês 1 Mês 2 Mês 3

Proporção de crianças com monitoramento de crescimento

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70

da Criança, promovendo dias de pesagem, cinema para as crianças e outras

atividades propostas. Essas ações, unidas aos esforços de todos da equipe,

facilitaram a captação dessas, que há mais de 1 ano não procurava a unidade

de saúde para acompanhamento.

No terceiro mês, percebemos que atingimos 93,1%(134) das crianças

com monitoramento de crescimento em dia, pois todos os esforços realizados no

primeiro e segundo mês de intervenção refletem no terceiro mês e a longo prazo,

frisando que muitas crianças fazem acompanhamento de puericultura em outra

unidade com especialista ou centro de referência a atenção infantil.

2.3

Meta: Monitorar 100% das crianças com déficit de peso.

Indicador: Proporção de crianças com déficit de peso monitoradas.

Das 144 crianças cadastradas no programa, 2 estão com déficit de peso,

já monitoradas e acompanhadas por equipe multiprofissional disponível na

unidade (nutricionista, médica e enfermagem), sendo que no primeiro mês não

havia nenhuma criança com déficit de peso e, já no segundo mês uma criança

tinha déficit de peso e no terceiro mês mais uma criança foi avaliada estando

abaixo do peso.

Sendo assim, todas estas crianças (100%) foram monitoradas quanto ao

déficit de peso. Também temos casos em que a equipe acreditava que certas

crianças tinha baixo peso, mas após anamnese descobrimos que a criança era

prematura e que, pela tabela de peso versus idade estava normal, no entanto,

obviamente com menor peso de uma criança com nascimento a termo. Esses

casos de peso e altura para idade em prematuros foram muito interessantes,

revimos protocolos, proporcionando atualização da prática clínica.

2.4

Meta: Monitorar 100% das crianças com excesso de peso.

Indicador: Proporção de crianças com excesso de peso monitoradas.

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71

Tivemos 11 crianças que apresentaram sobrepeso ou obesidade das 144

crianças que foram atendidas ao longo das 12 semanas de intervenção, dessas

3 acompanhadas desde o mês 1, outras 3 acompanhadas no mês 2 e 7 que

foram cadastradas no mês 3.

Monitoramos 100% das crianças com excesso de peso, inclusive uma

delas, obesa, com 15 meses, encaminhamos ao Centro de Referência Materno

Infantil também por apresentar atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.

Percebo que a maior preocupação em relação ao peso das crianças, nos dias

de hoje, é o sobrepeso. A partir desses dados nos confirma a preocupação e

mobilização do mundo para hábitos mais saudáveis: as pessoas estão cada vez

mais obesas, considerado um dos maiores problemas de saúde pública. Cabe a

nós, profissionais, ao constatar isso promover a saúde da criança com mudança

na alimentação e estimulação à pratica de esportes, prevenindo o sobrepeso e

obesidade em futuros adultos.

2.5

Meta: monitorar o desenvolvimento de 100% das crianças.

Indicador: Proporção de crianças com monitoramento de desenvolvimento

Figura 4 Gráfico indicativo da proporção de crianças com monitoramento de desenvolvimento. Bento Gonçalves, RS, 2014.

A proporção de crianças com monitoramento de desenvolvimento se

iguala a proporção de crianças com monitoramento de crescimento, apresentado

anteriormente.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Mês 1 Mês 2 Mês 3

Proporção de crianças com monitoramento de desenvolvimento

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72

Na prática profissional do dia a dia, creio que não há como dissociar o

acompanhamento do desenvolvimento infantil do acompanhamento do

crescimento infantil, portanto, os dados e porcentagem de crianças monitoradas

foram os mesmos, de 30 (88,2%) no primeiro mês, 53 (77,9%) no segundo mês

e 134 (93,1%) ao final da intervenção. Como já expus acima, captamos muitas

crianças ao longo do segundo mês de intervenção com acompanhamento de

puericultura atrasado, já que na UBS atendia-se apenas as crianças até 2 anos

nessa modalidade.

A proposta é que se mantenha as práticas inseridas de acordo com o

Protocolo em saúde da Criança do Ministério da Saúde, acredito ser possível

que a prática introduzida na unidade, através da intervenção, permaneça.

2.6

Meta: Vacinar 100% das crianças de acordo com a idade.

Indicador: Proporção de crianças com vacinação em dia de acordo com a idade.

Figura 5 Gráfico indicativo da proporção de crianças com vacinação em dia para a idade. Bento Gonçalves, RS, 2014.

Ao iniciar a intervenção, ainda nas primeiras semanas, estávamos

atendendo as crianças que já vinham fazendo acompanhamento em dia,

mensalmente, até os 12 meses de idade, logo, com a maior parte das vacinas

em dia, sendo 33 crianças das 34 cadastradas até então (97,1%). No segundo

mês, assim como na análise dos outros quesitos, tivemos um decréscimo de

quase 15%, onde apenas 56 (82,4%) das 68 crianças cadastradas tinham vacina

em dia, justificável através do atraso de acompanhamento de crescimento e

desenvolvimento, refletindo em atraso também no calendário vacinal.

Muitos pais e responsáveis achavam que havia vacinas apenas até os 12

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Mês 1 Mês 2 Mês 3

Proporção de crianças com vacinação em dia para a idade

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meses de idade da criança, e que as consultas de puericultura eram realmente

importantes até essa idade somente, refletindo no atraso vacinal e baixa

cobertura do indicador citado. Assim que atendemos as mesmas, procuramos

colocar as vacinas em dia, em dois casos, aconteceu do pai não concordar em

aplicar as vacinas atrasadas, por julgar não ser necessário, já que elas estavam

bem e só íamos machucar e traumatizar a criança. Isso gerou conflito, mas foi

resolvido através de um termo onde o responsável assinou se responsabilizando

por qualquer intercorrência que ocorrer com seu filho.

No último mês, como reflexo da intensificação das ações propostas pela

intervenção, conseguimos alcançar 98,6% (142) das crianças inscritas no

programa vacinadas. Vale ressaltar que o restante para alcançar 100% de

crianças vacinas perdeu-se pela família alegar que aplicou em outra unidade de

saúde, mas não levou a caderneta da criança, registrei como não vacinada, e

pedimos para levar a caderneta para avaliação posterior, o que não ocorreu. Em

1 caso, tive que acionar o Conselho Tutelar para acompanhamento da família,

pois era nítido a negligencia para com a saúde dos filhos, e infelizmente, as

vezes conseguimos conscientizar a família para os cuidados com a saúde dos

filhos alertando a possibilidade de perda do benefício provido pelo programa

Bolsa-família, para aquelas que o recebem.

2.7

Meta: Realizar suplementação de ferro em 100% das crianças de 6 a 24 meses.

Indicador: proporção de crianças de 6 a 24 meses com suplementação de ferro

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Mês 1 Mês 2 Mês 3

Proporção de crianças de 6 a 24 meses com suplementação de ferro

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Figura 6 Gráfico indicativo da proporção de crianças de 6 a 24 meses com suplementação de ferro. Bento Gonçalves, RS, 2014.

No mês 1 da intervenção fiquei bem satisfeita em saber, através do

registro em fichas-espelhos que 100% (as 10 crianças de 6 a 24 meses

cadastradas nas primeiras 4 semanas) estavam recebendo sulfato ferroso

conforme protocolo do Ministério da Saúde indica. No mês 2 como já esperado,

a proporção de crianças de 6 a 24 meses usando suplementação de ferro caiu

para 78,6% (11 das 14 crianças cadastradas). Os motivos se repetem, crença

de não achar necessário, pois já come bem, mas na maioria das vezes não

introduziram carne vermelha nem feijão na alimentação de seu filho.

Conseguimos atingir novamente 100% (35) das crianças ao final do mês

3 e também seguindo o Caderno de Atenção Básica número 33, a médica iniciou

suplementação de ferro daquelas crianças que não receberam leite materno até

o sexto mês de vida, iniciando então o uso de sulfato ferroso a partir do quarto

mês.

2.8

Meta: Realizar triagem auditiva em 100% das crianças.

Indicador: Proporção das crianças com triagem auditiva

Figura 7 Gráfico indicativo da proporção de crianças com triagem auditiva. Bento Gonçalves, RS, 2014.

Neste indicador, visualizamos que a cobertura de crianças que realizaram

a triagem auditiva ainda não é como o esperado, mas ao longo da intervenção,

tivemos aumento significativo em 10% do terceiro mês comparado ao primeiro,

quando iniciávamos as atividades propostas pelo programa.

Ao final do primeiro mês apresentamos 26 (76,5%) das 34 crianças

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Mês 1 Mês 2 Mês 3

Proporção de crianças com triagem auditiva

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75

cadastradas com triagem auditiva realizada. No segundo mês, a realização da

triagem auditiva caiu para 61,8%, 42 das 68 crianças cadastradas fizeram-na.

Com mais esse número levantado, nos empenhamos ainda mais e ao final do

terceiro mês tivemos um bom aumento de cobertura do Teste da Orelhinha,

subindo para 86,8%, onde 125 crianças das 144 cadastradas realizaram.

Ressalto que a triagem auditiva é ofertada e já agendada no momento da

alta hospitalar. O teste é realizado no Hospital e sempre é repetido caso for

necessário. O fator que nos impede de atingirmos 100% das crianças com

triagem auditiva realizada é que a mesma tem sido agendada para, no mínimo,

um mês após nascimento da criança, inclusive tivemos nascimento de crianças

em outubro em que o teste estava marcado para final do mês de dezembro ou

início de janeiro. Com isso as crianças não fazem a triagem por que seus

responsáveis acreditam que as mesmas ouvem bem, já que apresentam os

reflexos normais de desenvolvimento conforme a idade. Muitos testes tiveram

que ser reagendados e reorientada a família, e essa ação de orientação quanto

a importância da triagem auditiva está prevista no cronograma de orientações ao

grupo de gestantes que é planejado anualmente. O serviço de fonoaudiologia de

Bento Gonçalves se empenha, formando parceria com as unidades de saúde

para que cada vez mais crianças tenham acesso ao teste da orelhinha e ao

reteste.

2.9

Meta: Realizar teste do pezinho em 100% das crianças até 7 dias de vida.

Indicador: proporção de crianças com teste do pezinho até 7 dias de vida.

Figura 8 Gráfico indicativo da proporção de crianças com o teste do pezinho realizado até 7

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Mês 1 Mês 2 Mês 3

Proporção de crianças com teste do pezinho realizado até 7 dias de vida

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76

dias de vida. Bento Gonçalves, RS, 2014.

Conforme expus brevemente acima, o território coberto pela ESF em que

atuo é caracterizado por famílias que mudam de residência com frequência, e de

novos moradores provenientes de outras cidades, dificultando o

acompanhamento integral das crianças, que na maioria das vezes, veem de

outra região do estado com meses de vida e não sabemos a história pregressa

de saúde destas e das família.

Por consequência dessas adversidades, as famílias perdem as

cadernetas de vacinação, onde lá contém toda a informação necessária para

melhor nos guiar. Também temos alguns casos onde as crianças ficaram

internadas durante as primeiras semanas de vida, impossibilitando, por serem

de muito baixo peso, a coleta do teste do pezinho até o 7º dia de vida.

Apresentamos então, 82,4% de cobertura do teste do pezinho até o sétimo

dia de vida, sendo 28 das 34 crianças cadastradas até a quarta semana de

intervenção; 75%, sendo 51 das 68 crianças cadastradas no programa até a

oitava semana de intervenção; e ao final da 12ª semana de intervenção,

ascendemos a cobertura de teste de pezinho realizado até a sétima semana de

vida para 93,1%, o que justifica, mais uma vez, a importância da intervenção.

2.10

Meta: Realizar avaliação da necessidade de atendimento odontológico em 100%

das crianças de 6 e 72 meses.

Indicador: Proporção de crianças entre 6 e 72 meses com avaliação de

necessidade de atendimento odontológico.

Figura 9 Gráfico indicativo da proporção de crianças entre 6 e 72 meses com avaliação de necessidade de atendimento odontológico. Bento Gonçalves, RS, 2014.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Mês 1 Mês 2 Mês 3

Proporção de crianças entre 6 e 72 meses com avaliação de necessidade

de atendimento odontológico

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77

Acreditava que essa ação seria uma das mais difíceis de ser executada,

visto que não era rotina incluir a saúde bucal em atendimentos de puericultura,

na unidade apenas as gestantes tinham atenção em saúde integral conforme

previsto pelo Ministério da Saúde. Essa abordagem expõe que a atenção básica

ainda apresenta déficit em se tratando de atenção integral a saúde. Sabemos

também que é uma característica da população procurar a unidade de saúde

apenas quando se está doente, ignorando as ações de prevenção e promoção

da saúde, tais como estas oferecidas pela intervenção.

Em reunião com a equipe para apresentar alguns dados, me surpreendi

pela sinceridade dos integrantes em relatar que, em alguns atendimentos,

esqueciam da avaliação da saúde bucal, pois é um item que está se

incorporando à rotina e à consulta de puericultura, mesmo assim, percebemos

através do gráfico que tivemos ganhos, onde mais crianças de 6 a 72 meses

foram atendidas integralmente.

Ao final do primeiro mês de intervenção, das 25 crianças de 6 a 72 meses

atendidas, 22 (88%) tiveram avaliação de necessidade de atendimento

odontológico. Ao finalizar o segundo mês, das 40 crianças atendidas, 37 (92,5%)

haviam feito a avaliação, evidenciando o esforço da equipe em seguir o que

orienta o Caderno de Atenção Básica referente ao desenvolvimento infantil.

Finalizando a 12ª semana de intervenção, última semana do terceiro mês,

notamos que se manteve estável a cobertura de avaliação de necessidade de

atendimento odontológico, pois 106 (92,2%) das 115 crianças foram avaliadas.

2.11

Meta: Realizar primeira consulta odontológica programática em 100% das

crianças de 6 e 72 meses.

Indicador: Proporção de crianças entre 6 e 72 meses com primeira consulta

odontológica.

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Figura 10 Gráfico indicativo da proporção de crianças de 6 a 72 meses com primeira consulta odontológica. Bento Gonçalves, RS, 2014.

Em relação a cobertura de saúde bucal, a nossa maior dificuldade foi a

estrutura de atendimento da odontologia, visto que não se enquadra como

equipe de saúde bucal da família, não atendem apenas a área adstrita,

configurando o serviço odontológico como UBS e não ESF. Isto reflete em menor

cobertura de atendimento para os usuários da área de abrangência. A saúde

bucal de todo o município de Bento Gonçalves está estruturada desta forma.

Em decorrência desta análise, discutimos com o coordenador de saúde

bucal a respeito desta questão, no entanto momentaneamente não é possível

mudar a estrutura dos atendimentos odontológicos, mas a intenção é que

consigam estruturar as equipes montando equipes de saúde bucal da família.

Mesmo com essas problemáticas apontadas, considero que tivemos resultados

positivos, tanto para a cobertura atingida pela intervenção, quanto para

conhecimento dos gestores sobre os dados levantados e discutidos.

Ao final da quarta semana de intervenção, 11 (44%) das 25 crianças

cadastradas no programa, de 6 a 72 meses, haviam realizado a primeira consulta

odontológica. Na oitava semana de intervenção, 22 (55%) das 40 crianças

cadastradas realizaram a consulta odontológica programática. Notamos aqui um

crescimento de cobertura de 11% em relação ao primeiro mês de intervenção,

deixando explícita a relevância da ação para a melhoria do indicador. Ao final da

intervenção, na décima segunda semana, 88 (76,5%) das 115 crianças, de 6 a

72 meses, realizaram a primeira consulta odontológica. Ainda estamos longe da

proposta de atingir 100% de cobertura, mas tivemos iniciativa e conseguimos

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Mês 1 Mês 2 Mês 3

Proporção de crianças de 6 a 72 meses com primeira consulta odontológica

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79

bons resultados, aumentando a cobertura em 32,5%.

Objetivo 3:

3.1 Meta: Realizar busca ativa em 100% das crianças faltosas às consultas no

programa de saúde da criança.

Indicador: Proporção de busca ativa realizada às crianças faltosas às consultas

no programa de saúde da criança.

Figura 11 Gráfico indicativo da proporção de busca ativa realizada às crianças faltosas às consultas no programa de saúde da criança. Bento Gonçalves, RS, 2014.

Conforme exposto através do gráfico, as duas crianças faltosas no

primeiro e segundo mês foram buscadas, totalizando 100% de cobertura nesse

quesito, graças a conscientização da equipe quanto a importância do

acompanhamento infantil conforme previsto pelo Ministério da Saúde.

Realizamos estas através de visita domiciliar, com o apoio das Agentes de

Saúde e contato via telefone.

No entanto, ao final do terceiro mês, 18 crianças (90%), das 20 faltosas

cadastradas, foram buscadas, devido ao desligamento da Agente de saúde

responsável pela micro-área onde moravam as crianças, que são irmãos. Após

terminar as semanas de intervenção para esta coleta de dados, conseguimos

contato através de um telefone encontrado em prontuário de outra família, que

era vizinha, nos informando que a família da criança havia mudado de cidade.

Considero que buscamos 100% das crianças no mês 1, 2 e 3, haja vista que

mesmo com a ausência de agente de saúde no território, e sem saber onde a

família se encontrava, empenhamos esforços para a busca ativa, ainda que

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Mês 1 Mês 2 Mês 3

Proporção de busca ativa realizada às crianças faltosas às consultas no programa de

saúde da criança

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80

tardiamente.

Objetivo 4:

4.1 Meta: Manter registro na ficha espelho de saúde da criança/ vacinação de

100% das crianças que consultam no serviço.

Indicador: Proporção de crianças com registro atualizado

Figura 12 Gráfico indicativo da proporção de crianças com registro atualizado. Bento Gonçalves, RS, 2014.

Ao iniciar a intervenção, 24 (70,6%) das 34 crianças cadastradas tinham

registro adequado e atualizado nas fichas-espelho. Observamos que dados

como teste do pezinho e triagem auditiva não eram preenchidos em algumas

fichas, o que ocasionava pendências para o setor de saúde da Criança da

Secretaria Municipal de Saúde e para a Unidade, que não havia controle sobre

os registros de atendimentos de puericultura.

Ao final do segundo mês, 46 (67,6%) das 68 crianças cadastradas tinham

registro atualizado, por consequência da captação das crianças com consultas

clínicas em atraso, o que levava a registros estarem em atraso também. Todas

as crianças atendidas neste mês tiveram seus dados atualizados, mas a equipe

levou em consideração que até o momento da atualização estava inadequado,

portanto preencheram no campo da ficha como não atualizado. Não considero

fidedigno esse número. Ao término da intervenção, 128 (88,9%) das 144 crianças

cadastradas no programa, tiveram registro atualizado. Fica claro que o registro

dos dados das crianças melhorou consideravelmente, pois é de extrema

importância ter informações atualizadas nas fichas, utilizando-as como

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Mês 1 Mês 2 Mês 3

Proporção de crianças com registro atualizado

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81

termômetro para avaliação da eficiência do serviço de saúde.

Objetivo 5: Mapear as crianças de risco pertencentes à área de abrangência

5.1 Meta: Realizar avaliação de risco em 100% das crianças cadastradas no

programa.

Indicador: Proporção de crianças com avaliação de risco

Figura 13 Gráfico indicativo da proporção de crianças com avaliação de risco. Bento Gonçalves, RS, 2014.

A avaliação de risco da criança é essencial, pois pode determinar quais

as necessidades que a mesma demandará e se a família possui o suporte

adequado para superar as dificuldades. Enfatizei para a equipe de enfermagem

inúmeras vezes a importância do atendimento integral no momento da coleta do

teste do pezinho, pois é aí que temos o primeiro contato com a criança, onde

conseguimos avaliar o vínculo de cuidado da mãe com o bebê, podendo intervir

quando necessário.

No mês 1, 33 (97,1%) das 34 crianças cadastradas realizaram avaliação

de risco. No mês 2, 57 (83,8%) das 68 crianças receberam avaliação de risco

conforme idade, porém devo ressaltar que as crianças captadas nesse período

da intervenção eram as que tinham consulta de puericultura em atraso e não

havia em nenhum local registro de avaliação de risco destas, onde apenas

qualificamos aquilo que estava documentado, então considero que esse

elemento da pesquisa possa estar equivocado. No mês 3, 143 (99,3%) das 144

crianças cadastradas receberam avaliação de risco, quase alcançando a meta

de 100%. Certificamos que, em nosso território, possuímos muitas crianças com

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Mês 1 Mês 2 Mês 3

Proporção de crianças com avaliação de risco

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82

problemas sociais onde reflete em risco para sua saúde.

Objetivo 6: Promover a saúde das crianças

6.1 Meta: Dar orientações para prevenir acidentes na infância em 100% das

consultas de saúde da criança.

Indicador: Proporção de crianças cujas mães receberam orientações sobre

prevenção de acidentes na infância

Figura 14 Gráfico indicativo da proporção de crianças cujas mães receberam orientações sobre prevenção de acidentes na infância. Bento Gonçalves, RS, 2014.

Os pais devem estar atentos e preparados para a prevenção de acidentes

que podem ocorrer, pois a cada nova habilidade conquistada pela criança, há

também novas preocupações. Os profissionais devem incluir na sua rotina de

atendimento às crianças, orientações sobre prevenção de acidentes na infância,

de acordo com a faixa etária, em cada consulta realizada, pois assim podem

prevenir a mortalidade principalmente em crianças de colo. Na quarta semana

de intervenção as 34 (100%) mães das 34 crianças cadastradas receberam

orientações sobre prevenção de acidentes. Na oitava semana como atendemos

crianças que já estavam há algum tempo sem fazer acompanhamento na

Unidade e portanto não haviam registros quanto orientações de prevenção de

acidentes, 58 mães (85,3%) das 68 crianças cadastradas no programa

receberam as orientações. Ao finalizar a décima segunda semana, 144 (100%)

das mães cujas crianças estavam cadastradas no programa receberam

orientações de prevenção de acidentes na infância. Nos grupos realizados na

UBS, orientamos a mães a lerem a caderneta da criança onde reforça cuidados

de prevenção dos principais acidentes que podem acontecer com as crianças.

0%20%40%60%80%

100%

Mês 1 Mês 2 Mês 3

Proporção de crianças cujas mães receberam orientações sobre

prevenção de acidentes na infância

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83

6.2 Meta: Colocar 100% das crianças para mamar durante a primeira consulta.

Indicador: Número de crianças colocadas para mamar na primeira consulta.

Figura 15 Gráfico indicativo do número de crianças colocadas para mamar durante a primeira consulta. Bento Gonçalves, RS, 2014.

O ato de colocar a criança para mamar na primeira consulta permite que

o profissional auxilie a mãe nas dificuldades que surgirem durante a

amamentação. No primeiro mês de intervenção, 25 (73,5%) das 34 crianças

cadastradas foram colocadas para mamar na primeira consulta. No segundo

mês, 45 (66,2%) das 68 cadastradas mamaram na primeira consulta. Vale

salientar que no segundo mês de intervenção captamos muitas crianças acima

de 24 meses e que em seus arquivos não havia registrado a primeira mamada,

ou seja, a porcentagem pode estar equivocada por falta de informações, as

crianças recém-nascidas nesse período foram colocadas para mamar na

primeira consulta conosco. Todas as crianças que nasceram ao longo da

intervenção, foram colocadas para mamar, como propósito de registro de

mamada na primeira consulta à unidade. Logo a cobertura do terceiro mês

aumentou, visto que as crianças atendidas nesta ESF acima de 3 meses até 72

meses tinham registro em prontuário de amamentação na primeira consulta,

refletindo em 120 (83,3%) das 144 crianças.. Percebemos um aumento de

aproximadamente 10% desde o primeiro mês da intervenção, assegurando que

tende a melhorar o indicador visto que as crianças nascidas posteriormente terão

maior acompanhamento e a amamentação na primeira consulta será introduzida

como rotina de avaliação do bebê, com a tentativa de garantir aleitamento

materno exclusivo até o 6º mês de vida.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Mês 1 Mês 2 Mês 3

Número de crianças colocadas para mamar durante a primeira consulta.

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84

6.3 Meta: Fornecer orientações nutricionais de acordo com a faixa etária para

100% das crianças.

Indicador: Proporção de crianças cujas mães receberam orientações nutricionais

de acordo com a faixa etária

Figura 16 Gráfico indicativo da proporção de crianças cujas mães receberam orientações nutricionais de acordo com a faixa etária. Bento Gonçalves, RS, 2014.

Logo após o nascimento da criança e durante seu desenvolvimento, a

mãe deve receber orientações nutricionais, em relação à amamentação, sobre

os alimentos que ela ingere, pois podem interferir no metabolismo do bebê e o

que ofertar como alimentação complementar conforme a faixa etária e

necessidades nutricionais do infante. Nas 4 primeiras semanas de intervenção,

100% das mães receberam orientações nutricionais de acordo com a faixa etária,

sendo 34 crianças cadastradas até então. Ao final da 8ª semana, 58 (85,3%)

mães das 68 crianças cadastradas, receberam estas orientações. Nas consultas

subsequentes, todas as mães foram orientadas quanto a nutrição adequada de

seu filho, porém houve falha no preenchimento da ficha espelho, por não

compreenderem como preenchia este campo. Na 12ª semana, ao encerrar a

coleta de dados com 144 crianças cadastradas, 100% das mães receberam

orientações nutricionais conforme idade da criança. Percebo que no atendimento

clínico realizado pela médica há grande preocupação com a alimentação das

crianças na qual acompanha, refletindo na cobertura de qualidade aqui exposta.

6.4 Meta: Fornecer orientações sobre higiene bucal para 100% das crianças de

acordo com a faixa etária

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Mês 1 Mês 2 Mês 3

Proporção de crianças cujas mães receberam orientações nutricionais de

acordo com a faixa etária

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85

Indicador: Proporção de crianças cujas mães receberam orientação sobre

higiene bucal, etiologia e prevenção da cárie.

Figura 17 Gráfico indicativo da proporção de crianças cujas mães receberam orientação sobre higiene bucal, etiologia e prevenção da cárie. Bento Gonçalves, RS, 2014.

Em relação a este indicador, notamos que as informações quantitativas

foram as mesmas do indicador 6.3 que se refere a cobertura de mães com

orientação nutricional de acordo com a faixa etária de seu filho. Neste quesito, a

comunidade ganhou muito, pois as crianças passaram a ser atendidas de forma

integral, contemplando o que recomenda o Caderno de Atenção Básica nº 33 de

saúde da criança. Com essa abordagem, conseguimos prever atendimentos,

gerenciar a agenda da odontóloga e trabalhar metas para atingir a promoção e

prevenção da saúde bucal adequada. Para operar a transformação e a

reestruturação dos serviços de saúde segundo os princípios do SUS é

necessário romper com antigas formas de trabalho para modificar o processo

saúde-doença da comunidade na qual estamos inseridos.

Indicadores de Saúde Bucal da Criança

Objetivo 1: Ampliar a cobertura de atenção à saúde bucal da criança

1.1 Meta: Ampliar a cobertura de primeira consulta odontológica programática

para 55% das crianças de 6 a 72 meses de idade residentes na área de

abrangência da unidade de saúde e inscritas no programa Saúde da Criança da

unidade.

Indicador: Proporção de crianças residentes na área de abrangência da unidade

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Mês 1 Mês 2 Mês 3

Proporção de crianças cujas mães receberam orientação sobre higiene bucal, etiologia e prevenção da cárie

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86

de saúde com primeira consulta odontológica programática.

Figura 18 Gráfico indicativo da proporção de crianças residentes na área de abrangência da unidade de saúde com primeira consulta odontológica programática. Bento Gonçalves, RS, 2014.

Conforme já exposto anteriormente, nossos atendimentos em saúde bucal

no município de Bento Gonçalves não são sistematizados como estratégia de

saúde bucal da família, portanto compreendem um maior território, respondendo

pela população adstrita e demais bairros próximos a unidade. Isto reflete em

menor cobertura da comunidade assistida pelo ESF, pois a equipe de saúde

bucal não atende exclusivamente a estes moradores e, consequentemente,

diminui o acesso destes as consultas no dia, agenda e demais programações.

Assistimos a 267 crianças de 6 a 72 meses e destas, no primeiro mês de

intervenção, apenas 7 (2,6%) realizaram primeira consulta odontológica

programática. Logo após o levantamento de dados deste primeiro mês,

discutimos em equipe juntamente com a odontóloga o que seria necessário para

mudarmos essa realidade, melhorando a cobertura como proposta desta

intervenção. No segundo mês, 23 (8,6%) das 267 crianças da área haviam

realizado a primeira consulta odontológica. Percebemos que aumentamos em

6% a cobertura, mas ainda tínhamos noção que, naquele momento, havia muito

a ser trabalhado para que continuasse aumentando a porcentagem de crianças

com consulta odontológica programática. No último mês, conseguimos alcançar

cobertura de 31,5% pois das 267 crianças adstritas, 84 realizaram a primeira

consulta odontológica programática, graças a todo o empenho da equipe em

querer melhorias no que se refere a prevenção da saúde bucal das crianças

assistidas.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Mês 1 Mês 2 Mês 3

Proporção de crianças residentes na área de abrangência da unidade de

saúde com primeira consulta odontológica programática.

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87

Acredito que poderíamos ter melhorado ainda mais a cobertura, pois

muitas crianças agendadas faltaram a primeira consulta, devido a família deduzir

que não precisava, pois não tinha sintomas de problemas odontológicos. O

trabalho das Agentes de saúde foi fundamental para que fosse alcançada tal

cobertura, explicando, em domicílio a necessidade da consulta para avaliação e

prevenção da saúde bucal. Também, neste mês, foi realizado visita na creche

com atendimento em saúde bucal lá, que é localizada ao lado da unidade de

saúde. Com essa iniciativa, conseguimos atender aquelas crianças cujos pais

trabalham no horário de funcionamento da ESF e não conseguiam levá-las para

acompanhamento de rotina preconizado.

Objetivo 2. Melhorar a qualidade da atenção à saúde bucal dos escolares

2.1.Meta: Realizar avaliação da necessidade de atendimento odontológico em

100% das crianças de 6 a 72 meses cadastradas no programa Saúde da Criança

da unidade e pertencentes a área de abrangência

Indicador: Proporção de crianças de 6 a 72 meses com necessidades de

tratamento odontológico.

Figura 19 Gráfico indicativo da proporção de crianças de 6 a 72 meses com necessidade de tratamento odontológico. Bento Gonçalves, RS, 2014.

Ao longo do primeiro mês de intervenção, das 7 crianças com primeira

consulta odontológica programática, nenhuma havia necessidade de tratamento

odontológico. Já no segundo mês, 11 (47,8%) das 23 crianças atendidas

necessitaram de tratamento, explicitando a necessidade de trabalho preventivo

com crianças e seus responsáveis para que se evitem as afecções bucais, já

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Mês 1 Mês 2 Mês 3

Proporção de crianças de 6 a 72 meses com necessidade de tratamento

odontológico.

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88

que quase metade das crianças atendidas carecia de tratamento odontológico.

No final do terceiro mês, 41 (48,8%) das 84 crianças atendidas, necessitava de

tratamento odontológico, contabilizando, aproximadamente a metade das

crianças necessitavam de tratamento odontológico, o que nos leva a repensar

nossa prática cotidiana e rotina de atendimentos, pois acreditamos diversas

vezes que somos repetitivos em querer fazer orientações em grupos, em sala de

espera, e percebo que nunca é demais. Devemos, como profissionais do SUS,

reforçar os cuidados preventivos em saúde bucal na infância, na tentativa de

impedir que sejam necessário tratamentos odontológicos invasivos, o que gera

sofrimento e dor para a criança e família, que podem ser minimizadas ou

evitadas com ações de promoção à saúde

2.2 Meta: Realizar a primeira consulta odontológica programática para 100% das

crianças de 6 a 72 meses cadastradas no programa Saúde da Criança da

unidade, pertencentes a área de abrangência e que necessitam de atendimento

odontológico.

Indicador: Proporção de crianças de 6 a 72 meses com fluorterapia.

Não tivemos casos para tratar com fluorterapia no primeiro mês de

intervenção, de acordo com classificação de risco para cárie. No segundo mês

de intervenção, as 6 (100%) crianças com necessidade de fluorterapia

aplicaram-no. No terceiro mês, as 17 crianças avaliadas receberam fluorterapia,

totalizando cobertura de 100% neste quesito. O trabalho realizado em rede com

equipe multidisciplinar leva até a população a atenção integral à saúde, com

ênfase na promoção e prevenção. Percebemos que essas ações articuladas em

rede dão certo, pois conseguimos palpar resultados positivos, onde todas as

crianças que necessitavam de aplicação de flúor o receberam, o que é ótimo

pois mostra a dedicação da odontóloga em cumprir o que o protocolo do

Ministério da Saúde recomenda, através das avaliações feitas em consultas.

2.3 Meta: Concluir o tratamento dentário em 100% das crianças com primeira

consulta odontológica programática.

Indicador: Proporção de crianças com tratamento dentário concluído.

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89

Apesar de todas as dificuldades enfrentadas pelas unidades de saúde

deste município em trabalhar com a saúde bucal isolada do restante da equipe,

conseguimos atingir excelentes indicadores, visto que todas as crianças com

necessidade de tratamento dentários tiveram este concluído ao final da

intervenção.

Objetivo 3. Melhorar a adesão ao atendimento em saúde bucal

3.1 Meta: Realizar busca ativa de 100% das crianças que necessitavam realizar

a primeira consulta odontológica programática e faltaram.

Indicador: Proporção de buscas realizadas às crianças residentes da área de

abrangência da unidade de saúde

Figura 20 Gráfico indicativo da proporção de buscas realizadas às crianças residentes da área de abrangência da unidade de saúde. Bento Gonçalves, RS, 2014.

A questão de busca ativa da saúde bucal foi também um grande desafio

para a intervenção. No inicio da mesma, a equipe de saúde bucal acreditava que

somente eu poderia realizar as buscas das crianças faltosas e a profissional

dentista aguardava meu aval para busca, após analise das fichas-espelho

semanalmente.

Por duas vezes foi necessário reunir somente a saúde bucal para enfatizar

que no momento que elas observaram que uma criança faltou, a busca ou

tentativa de busca já é de rotina e que são responsáveis por fazê-la assim como

outro profissional da equipe de saúde. Baseada nesses fatos, no primeiro mês

de intervenção, 1 criança faltou as consultas subsequentes e não foi buscada,

cobertura de 0%. No segundo mês, novamente 1 criança faltou a consulta e não

foi buscada. No terceiro mês, das 21 crianças faltosas, 12 (57,1%) foram

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Mês 1 Mês 2 Mês 3

Proporção de buscas realizadas às crianças residentes da área de

abrangência da unidade de saúde.

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90

buscadas. Entendemos que no terceiro mês o número de crianças faltosas

aumentou consideravelmente e que a cobertura de buscas realizadas deveria

ser mais próxima de 100%, mas avalio a cobertura atingida positivamente, visto

que a equipe se adequou a nova estratégia de atendimento da ESF no que diz

respeito as crianças de 0 a 72 meses. Também pontuo que a mudança de

estratégia e de sistematização dos atendimentos em saúde bucal e da estrutura

de equipe da mesma, seja progressiva e contínua, proporcionando, em longo

prazo, um serviço que atenda todos os preceitos do SUS.

Objetivo 4. Melhorar o registro das informações

4.1 Meta: Manter registro atualizado em planilha e/ou prontuário de 100% das

crianças com primeira consulta odontológica programática.

Indicador: Proporção de crianças com registro atualizado.

Um dos grandes cuidados que a odontóloga sempre tomou foi realizar

bons registros de seus atendimentos e inclusive manter os dados atualizados

nas fichas-espelho, pois compreendia que essa postura facilita o processo de

trabalho. Por consequência dessa organização, nos 3 meses de intervenção

100% das crianças apresentaram registro atualizado nos seus devidos

cadastros. A equipe de saúde bucal está de parabéns, pois com essa

organização estarão preparados para novos desafios que possam vir a ocorrer

em breve.

Objetivo 5. Promover a saúde da crianças

5.1 Meta: Fornecer orientações sobre higiene bucal para 100% dos responsáveis

por crianças com primeira consulta odontológica programática.

Indicador: Proporção de crianças com orientações sobre higiene bucal.

Algumas vezes tive o prazer em compartilhar o mesmo espaço de

orientação com a odontóloga e também presenciei duas consultas

programáticas. As orientações sobre higiene bucal são fundamentais para o

manejo e desfecho clínico das crianças, que apresentarão menos moléstias a

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médio e longo prazo. Assim como no indicador 4.1, 100% das crianças atendidas

foram orientadas quanto a higiene bucal nos 3 meses de intervenção. Esse

trabalho de orientação foi realizado também três vezes na Escola, que se localiza

ao lado da Unidade, e duas vezes foram realizadas visitas a creche local para

orientação das monitoras quanto a higiene bucal das crianças.

5.2 Meta: Fornecer orientação sobre dieta para 100% dos responsáveis por

crianças com primeira consulta odontológica programática

Indicador: Proporção de crianças com orientações sobre dieta

Conforme já exposto no indicador 5.1, a odontóloga realiza em suas

consultas e grupos orientações de higiene bucal e dieta, porque não há como

dissociar uma orientação da outra, uma prática da outra. 100% das crianças com

primeira consulta odontológica programática, durante os três meses de

intervenção, foram orientadas quanto à dieta, ingestão de açucares e outros

alimentos, que associado à má higiene bucal, é porta de entrada para doenças

dentárias e bucais.

5.3 Meta: Fornecer orientações sobre hábitos de sucção nutritiva e não nutritiva

e prevenção de oclusopatias para 100% dos responsáveis por crianças com

primeira consulta odontológica programática.

Indicador: Proporção de crianças cujos responsáveis receberam orientações

sobre hábitos de sucção nutritiva e não nutritiva e prevenção de oclusopatias.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Mês 1 Mês 2 Mês 3

Proporção de crianças cujos responsáveis receberam orientações

sobre hábitos de sucção nutritiva e não nutritiva e prevenção de oclusopatias.

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Figura 21 Gráfico indicativo da proporção de crianças cujos responsáveis receberam orientações sobre hábitos de sucção nutritiva e não nutritiva e prevenção de oclusopatias. Bento Gonçalves, RS, 2014.

No início da intervenção, até encerrar a quarta semana, acredito que a

odontóloga não havia compreendido bem esse item na ficha-espelho e não

assinalou que havia orientado sobre hábitos de sucção nutritiva e não nutritiva.

Em uma de nossas conversas sobre os atendimentos, orientei para que ela

abordasse a questão de uso de chupetas e mamadeiras nas orientações gerais

sobre dieta e higiene bucal, pois reconheceu que algumas crianças não usam

chupetas, mas mamam em mamadeiras há um longo período e isso compromete

a formação da arcada dentária e ossos da face.

Logo após essa troca de informações, percebi que a porcentagem de

responsáveis que receberam as orientações só aumentou, conforme descrevo a

seguir. No primeiro mês de intervenção, nenhum responsável havia sido

orientado para atentar ao uso de chupetas, mamadeiras e sucção em mama. No

segundo mês, 12 responsáveis/pai/mãe (52,2%) num total de 23 crianças

atendidas até então receberam tais orientações. Encerrando no terceiro mês, 74

(88,1%) pais de 84 crianças atendidas, foram orientadas sobre os hábitos de

sucção nutritiva e não nutritiva e prevenção de oclusopatias. Reconheço que

ainda devemos manter os esforços para que a cobertura aumente mas

chegamos bem próximo a cobertura 100% de pais ou responsáveis orientados

sobre uso de chupetas e mamadeiras.

Fica claro que se o trabalho não fosse executado em rede nada ou muito

pouca coisa teríamos evoluído, porque ninguém consegue mudar uma realidade,

onde essa é uma unidade de saúde, que mantém cerca de 3750 pessoas

adstritas com suas diversas e complexas demandas de saúde. Se um, apenas

um, desses casos, no qual a dentista orientou sobre o uso de chupetas, se

conscientizasse e evitasse o uso, ou usasse de forma menos prejudicial para a

criança, eu e tenho certeza que a equipe da ESF Zatt também ficaria

imensamente feliz, com a sensação de dever cumprido.

4.2Discussão

A intervenção, na unidade básica de saúde na qual exerci as atividades

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propostas, propiciou a ampliação da cobertura da atenção às crianças de 0 a 72

meses, a melhoria dos registros e a qualificação da atenção com destaque para

a ampliação de consultas clínicas de acompanhamento de crescimento e

desenvolvimento infantil para aquelas acima dos 24 meses de idade, como era

previsto pelo serviço anteriormente e de consultas odontológicas programáticas,

prevendo avaliações para a prevenção da saúde bucal, enfatizando a promoção

da saúde como único fator transformador da realidade populacional.

A intervenção exigiu que a equipe se capacitasse para seguir as

recomendações do Ministério da Saúde relativas ao monitoramento e avaliação

da intervenção no atendimento das crianças, organização e gestão,

engajamento público e qualificação da pratica clínica. Esta atividade promoveu

a integração entre enfermeiras, médica, técnicas de enfermagem, recepcionista

agentes de saúde, auxiliar de odontologia e odontóloga, uma grande equipe de

trabalho. Uma das enfermeiras ficou responsável pelo gerenciamento do

programa de saúde da criança inserido na unidade através da intervenção e

realizou consultas de puericultura e visitas dos recém-nascidos, intercalando

com as consultas médicas, atividades em sala de espera e nos grupos

educativos. A médica realizou as consultas clínicas e visitas dos recém-nascidos,

auxiliou na busca ativa daquelas crianças que estavam com consultas em atraso.

As técnicas de enfermagem ficaram responsáveis pela atualização do calendário

vacinal, revisão de fichas-espelho, busca ativa das crianças faltosas as

consultas, preenchimento correto dos gráficos da caderneta da criança após

avaliação antropométrica. A recepcionista realizou cadastro das crianças que

procuravam a unidade para qualquer tipo de atendimento na unidade, organizou

prontuários nas suas devidas pastas, disposição de materiais para uso nas

consultas, avaliações e etc. As agentes de saúde ficaram responsáveis pela

busca ativa das crianças faltosas as consultas agendadas, procura daquelas que

estavam em atraso com o acompanhamento de saúde, visitas mais frequentes

aquelas em situação de risco e vulnerabilidade, agendamento das consultas. A

equipe de saúde bucal ficou responsável pelas consultas odontológicas,

tratamentos busca ativa das crianças que faltaram a consulta subsequente ao

tratamento, registro adequado da ficha-espelho, atividades em sala de espera e

nos grupos educativos.

Estas atividades acabaram tendo impacto também em outras atividades

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no serviço, pois a dinâmica de funcionamento da unidade mudou, todos os

profissionais desta haviam adquirido mais atribuições e também autonomia para

intervir nas situações que julgasse necessárias. Logo passou-se a discutir outras

situações de organização da unidade e foi criado agenda de citopatológico pois

percebemos que com o acolhimento, a demanda estava sobrecarregando o

profissional enfermeiro, que por vezes tinha de acolher e de coletar

citopatológico num mesmo turno. A agenda proporcionou melhor organização

da unidade e percebemos também que estamos coletando um número maior de

exames por semana, alcançando aquelas mulheres que por ser ofertado este em

qualquer momento, acabavam postergando a coleta, com a agenda a pessoa

que marcou sente-se no dever de comparecer, poisé agendado na data em que

se programou para tal.

Antes da intervenção, as atividades de puericultura eram concentradas na

médica. A intervenção reviu atribuições da equipe viabilizando a atenção á um

maior número de crianças. A melhoria do registro e o agendamento das crianças

de 0 a 72 meses viabilizou a otimização da agenda para a atenção a demanda

espontânea. A classificação de risco e vulnerabilidade tem sido indispensáveis

para apoiar a priorização dos mesmos.

O impacto da intervenção ainda é pouco percebido pela comunidade. Os

pais e responsáveis pelas crianças mostram-se satisfeitos e aprovam a

prioridade no atendimento, porém por vezes, gera insatisfação dos demais

usuários que aguardam na sala de espera, por desconhecer o motivo dessa

priorização. Muitos até alegam, depois de explicarmos o que é a consulta de

puericultura, que é injustiça já que a criança está bem enquanto os outros estão

com dor, doentes. É trabalho contínuo, árduo, com a esperança de mudar a

perspectiva de atendimentos da AB o mais breve possível. Apesar da ampliação

da cobertura do programa ainda temos muitas crianças sem cobertura.

A intervenção poderia ter sido facilitada se desde a análise situacional eu

tivesse discutido as atividades que vinha desenvolvendo com a equipe. Também

faltou uma articulação com a comunidade para explicitar os critérios para

priorização da atenção e discutir a melhorar maneira de implementar isto, pois

como já relatei no relatório situacional,não temos muito acesso ao salão

comunitário devido a distanciamento da presidente do bairro. Por vezes tentei

contato para convocar a comunidade para uma reunião no salão, mas a mesma

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95

nunca estava disponível.

Agora que está no fim da intervenção, percebo que a equipe está

integrada, porém como vamos incorporá-la a rotina do serviço, teremos

condições de superar algumas das dificuldades encontradas.

A intervenção será incorporada a rotina da unidade. Para isto, vamos

ampliar o trabalho de divulgação e conscientização do grupo prioritário e

criaremos um dispositivo que a criança, quando completar 5 meses de vida, será

agendada para a primeira consulta odontológica programática, viabilizando a

programação da agenda com antecedência e garantindo a cobertura de

prevenção da saúde bucal na infância.

A partir do próximos mês, estaremos com mais uma ACS treinada pois

iniciou conosco há 1 semana e provavelmente virá mais uma para cobrir outra

área descoberta, onde pretendemos investir na ampliação de cobertura das

crianças de 0 a 72 meses. Temos também há cerca de uma semana pediatra na

unidade, o que facilita acompanhamento de mais crianças, otimização da

agenda e ampliação da cobertura.

Tomando esse projeto como exemplo, já estamos mudando algumas

coisas no programa de saúde da mulher, organizando agenda, contabilizando

dados. Essa semana atendemos somente mulheres na faixa etária de

rastreamento, o que indica que estamos indo em direção certa. Também

pretendemos implementar o programa de pré-natal na UBS, assim que o

protocolo para a atuação do enfermeiro para solicitação de exames e prescrição

de medicação esteja pronto.

4.3 Relatório da intervenção para os gestores

Através do conhecimento do campo de trabalho que o curso de

Especialização em Saúde, da Família da Universidade Federal de Pelotas,

proporcionou por meio de questionários ao iniciarmos as atividades acadêmicas,

em março de 2014, análise sobre o processo de trabalho da unidade de saúde

a qual fomos inseridos, suas características e problemáticas. Com o

levantamento de dados com os referidos questionários, observamos que a

puericultura realizada na ESF não estava de acordo com o preconizado pelo

Ministério da Saúde, onde somente as crianças até os 24 meses de idade tinham

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acompanhamento de desenvolvimento e crescimento.

A intervenção na ESF Zatt, no trabalho para a melhoria da atenção às

crianças de 0 a 72 meses, incluindo ações de saúde bucal, proporcionou a

melhoria da assistência em um âmbito geral: abrangeu-se o cuidado na captação

de 144 das 325 crianças moradoras da área de abrangência da Unidade de

saúde ao longo de 3 meses de intervenção, refletindo em 44% das crianças até

72 meses, pois anteriormente era realizado consulta de puericultura somente até

os 24 meses da criança.

Conforme o gráfico exposto, podemos contemplar que a intervenção foi

de extrema relevância para melhoria do acesso e da qualidade da atenção a

população desta faixa etária.

Essa estratégia promoveu o fortalecimento do vínculo com as famílias

responsáveis pelas crianças e comunidade; proporcionou a adesão aos

cuidados; melhorou registros; embasou a implantação da consulta odontológica

como prática de prevenção a saúde integral da criança; e a equipe, assim como

a comunidade se comprometeram com o cuidado.

Inicialmente, logo após escolha da temática a intervir na unidade de

atuação, comuniquei a gestão, visto que era um assunto de interesse da gestão

e que também emergia da população adstrita. Acordei com a coordenadora e

com a odontóloga as capacitações, como iriam ocorrer os atendimentos, que

dispositivos organizacionais iríamos utilizar no serviço para que se estruturasse

a nova abordagem para atendimento das crianças.

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

Mês 1 Mês 2 Mês 3

Proporção de crianças entre zero e 72 meses inscritas no programa da

unidade de saúde

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Logo após, a equipe, por meio de uma capacitação nos protocolo de

atenção à saúde da criança, ampliou número de atendimentos para as crianças,

protocolos, diagnósticos e monitoramento destas, acompanhadas na unidade.

As ações programáticas foram realizadas em parceria multiprofissional e

interdisciplinar com todas da equipe de saúde, de forma individual e/ou coletiva.

Todos os integrantes da equipe foram capacitados, conforme as suas

competências profissionais, para dar suporte à intervenção e possuir um papel

determinado a cumprir junto aos usuários.

Como as ações se deram desde o caráter individual até o caráter coletivo,

mesmo com pouco apoio da líder comunitária, o serviço repercutiu em outros

níveis da saúde, refletindo os cuidados, do nascimento até a fase pré-escolar.

Foram desenvolvidas atividades com uma abrangência maior, a nível da

comunidade, paralelo com as ações da puericultura. Ex: Foram realizados

grandes grupos/encontros de apoio à Saúde da Criança, como cinema na

unidade, este que contou com o apoio da escola com o datashow para projetar

o filme na parede da unidade; foram realizadas atividades no grupo das

gestantes sobre os cuidados com a criança; fizemos mutirão de pesagem,

atualização de vacinação, visitamos a creche para atender aquelas crianças que

não iam até a unidade devido seus responsáveis trabalharem no horário do

funcionamento desta, maior número de crianças a partir dos 6 meses de vida

teve a oportunidade de ter sua primeira consulta odontológica programática.

A nível da gestão do município, centralizada na Secretaria de Saúde, na

coordenação de unidades, esta esteve a par de todas as atividades envolvidas

diretamente na intervenção, no apoio à saúde da criança, bem como,

indiretamente, nas demais ações de educação em saúde, desenvolvidas na

unidade para a promoção da saúde populacional.

Hoje, a partir da atenção integral às crianças de 0 a 72 meses, foram

reduzidas as falhas no cuidado, principalmente no que se refere às crianças, em

realizar todas as consultas previstas em calendário/protocolo (SUS), e conclusão

do tratamento dentário.

A partir desta intervenção instituiu-se as consultas de puericultura por

enfermeiro intercaladas com a médica da unidade, onde conseguimos dar conta

da demanda da agenda pelas consultas de acompanhamento do crescimento e

desenvolvimento e atendê-los integralmente.

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A maior dificuldade para a implantação da intervenção no serviço foi que a

equipe da odontologia não é saúde bucal da família, atende além da população

adstrita os demais locais que circundam a UBS e com isso a agenda está sempre

lotada e a população adstrita tem menos atendimento, visto que bairros vizinhos

também procuram dentista ali. Devido a este fato a cobertura de crianças com

consulta odontológica programática, apesar de ter aumentado com a

intervenção, ainda é muito baixa. Vale lembrar que discutimos com o

coordenador da odontologia da SMS esses dados e ele mostra interesse em

transformar as equipes de odontologia em equipes de saúde bucal da família,

mas como demanda de verba para contratação de mais profissionais e também

a espera do concurso para a seleção destes profissionais, no momento se torna

inviável.

Verifica-se, baseado nas informações supracitadas, que a intervenção

jamais teria alcançado o limiar dos resultados obtidos se não houvesse o apoio

efetivo da gestão da unidade, pois as ações causaram uma grande mudança, e

como toda a mudança causa um impacto e uma desordem inicial, se não fosse

o engajamento da gestão na implantação de um novo modelo mais amplo da

assistência, certamente, não seriam tão eficientes os ganhos, em todos os

níveis, desde a equipe à comunidade. Assim como a capacitação da assistência,

a melhoria também está em caráter continuado, e baseado nos resultados

expostos, tanto a equipe como a gestão estão engajados em manter essa

evolução do cuidado.

4.4Relatório da Intervenção para a comunidade

A intervenção na ESF ZATT, na atenção à criança de 0 a 6 anos,

proporcionou a melhoria da assistência: abrangeu-se o cuidado a 144 crianças

nesta faixa etária, de acordo com o protocolo SUS de atenção à crianças, seu

crescimento e desenvolvimento. Essa estratégia promoveu o fortalecimento do

vínculo com as famílias responsáveis pelas crianças e comunidade;

proporcionou a adesão aos cuidados; melhorou registros; embasou a

implantação da consulta odontológica como prática de prevenção a saúde

integral da criança; e a equipe, assim como a comunidade se comprometeram

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com o cuidado.

A equipe passou por uma capacitação prévia como recomenda o protocolo

do SUS, ampliou número de atendimentos para as crianças, protocolos,

diagnósticos e monitoramento destas, acompanhadas na unidade. As ações

programáticas foram realizadas em parceria com toda a equipe de saúde. Todos

os integrantes da equipe foram capacitados, conforme as suas competências

profissionais, para dar apoio à intervenção e possuir um papel a cumprir junto

aos usuários. A intervenção somente foi possível de ser realizada graças ao

empenho da equipe de trabalhar em conjunto em prol dos resultados para

beneficiar a população moradora do bairro. Foram desenvolvidas atividades

com uma abrangência maior, a nível da comunidade, paralelo com as ações da

puericultura. Ex: Foram realizados grandes grupos/encontros de apoio à Saúde

da Criança, como cinema na unidade, este que contou com o apoio da escola

com o “telão” para projetar o filme na parede da unidade; foram realizadas

atividades no grupo das gestantes sobre os cuidados com a criança; fizemos

mutirão de pesagem, atualização de vacinação, visitamos a creche para atender

aquelas crianças que não iam até a unidade devido seus responsáveis

trabalharem no horário do funcionamento desta, maior número de crianças a

partir dos 6 meses de vida teve a oportunidade de ter sua primeira consulta

programada com a dentista. Hoje, a partir da atenção integral às crianças de 0 a

6 anos, foram reduzidas as falhas no cuidado, principalmente no que se refere

às crianças, em realizar todas as consultas previstas em calendário/protocolo

(SUS), e conclusão do tratamento dentário.

A partir desta intervenção instituiu-se as consultas de prevenção a saúde

da criança por enfermeiro intercaladas com a médica da unidade, onde

conseguimos dar conta da demanda da agenda pelas consultas de

acompanhamento do crescimento e desenvolvimento e atendê-los

integralmente.

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5 Reflexões sobre o processo de aprendizagem

Este curso proporcionou-me uma visão amplificada quanto ao

funcionamento das estratégias em saúde da família, do Sistema Único de Saúde

e os diversos programas por ele dirigido.

Ao iniciar o curso, não temos noção para que serve tantos questionários,

tarefas e demais atividades propostas a cada semana pela UFPel, mas ao longo

do percurso compreendi que é a base para nos tornarmos críticos e refletir sobre

o processo de trabalho que é executado na ESF.

Quanto ao tempo de curso, acredito que é proveitoso quando se tem

imersão total aos estudos propostos, pois realmente o tempo é curto e é

necessário seriedade e disciplina para a conclusão deste.

Em relação ao processo pessoal de aprendizado, asseguro que foi de

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grande valia todas as tarefas, ensinamentos, troca de ideias com a orientadora,

contribuindo com a obra “especializanda e enfermeira”.

Creio que, como a especialização é a distância, se as atividades não

fossem dispostas da forma em que são, se perderia a evolução do acadêmico,

e talvez a visão do futuro profissional seria deficiente sobre as atribuições na

estratégia em saúde da família.

Hoje encerro mais um ciclo da minha vida, onde tenho consciência que,

após tomado todos os conhecimentos possíveis através do curso, contribui para

a melhoria do serviço de saúde em que atuei, amadureci como pessoa, cresci

como profissional, só tive ganhos. Creio que a comunidade local vivenciou

melhor atendimento de acordo com os princípios do SUS e foi para isso que

embarquei nessa jornada, agora não tem mais volta, me apaixonei.

6 Bibliografia

1. Saúde da Criança: Crescimento e Desenvolvimento / Ministério da Saúde.

Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. –

Brasília : Ministério da Saúde, 2012.

2. Rastreamento / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.

Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2010.

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Anexos

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Anexo A - Planilha de coleta de dados Saúde da Criança.

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Planilha de coleta de dados Saúde Bucal da Criança

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Anexo B - Ficha espelho Saúde da Criança.

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Anexo C - Parecer do Comitê de Ética